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e a O TEXTO (OY Prezado(a) aluno (a spr gun tenes mal faired com sts ett 4 ee ices ves rbaar am psn et 9 andlise de textos téenices cientfcos quante na compreensio da cstrutura textual, o que facilita o processo de escrita s objetives propostos nesta semana consistem em + observaras palavras-chave de wm texto + apreenuder as ideias-chave de um texto Depois de alcangados esses dois objetives, compreenderemos melhor Enecesirio que voce acese o ambiente virtual de aprendizagers para realizar a atvidades propostas, Bom trabalho! 3.1. LENDO O TEXTO: AS PALAVRAS-CHAVE ‘Ninguém chega @ escrta sem antes ter passado pela leitura. Mas leitura, aqui, néo significa somente a capacidade de junta letras, ppalavras frases, pois ler muito mais do que isso. compreender Atencao, a forma como esta tecido o texto, ultrapassar sua superficie € ‘dedusis, da letura, seu sentide maior, que muitas vezes passa Aespercebido pela maioria dos leitores. F isso, 36 uma relagio ‘mais préxima do leitor com o texto Ihe dard esse sentido, Ler ‘bem exige tanta habilidade quanto escrever bem, ou seja, leitura © escrita complementam-se, Lendo textos bem estruturados, podemos aprender os procedimentos linguisticas necessirios uma boa redacio. base do texto. Tudo deve austar-se a elas de forma precisa Conceitos larefa do letor detecté-las, a fim de realizar uma leitura capaz de ‘Numa primeira letura, temos sempze uma nogio muito vaga do que ‘autor quis dizer. Dai a necessidade de una leitura bem feita, que seja ‘apaz de levar a deduzi, de um texto ou de um livro, a informagao es sencial, Para isso, preciso ter pistas seguras para localiza, Uma boa ‘estratégiaé buscar as palavras mais importantes de cada parigrafo, pois so clas que constituirio as palavras-chave do texto, em torno das quais as outras se organizam ¢ criam um intercimbio de significagio para produzirem sentidos ‘As palavras-chave formam um centro de expansio que constitui dar conta da totaidade do texto. Geralmente, as palavras-chave so aquelas que mats se repetem ao longo desse texto Por adguirir tal importincia na arquitetura textual, as palavras-chave normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas for- ‘mas: repetidas, modificadas, rotomadas por sindnimos. Elas pavimen tam o caminho da leitura,levando-nos a compreender melhor o texto, ‘Além disso, foonecem a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos Tevam a esséncia da informagio. Apés encontrar as palavras-chave de um texto, devemos tentar eesere vé-1o, tomando-as como base, pois elas consituem seu esqueleto ‘Vejamos um exemplo Ning se enamora sees, mesmo parclaimene sais como que fame com 9 que & 0 enamoramenta surge da sobrecarga depres Isto da mposidade de encontrar agua cosa de valor na vida ‘otdiana, O "einiom” da prediposio para © enamorament mio 0 desi consctente dese mpaixona,enamorar, una ote nena Ae enriquecer 0 eistente, mas eit profundo den rer endo ter nada de valor a vergonhe de nao tela Hee €9 prio sal, 1 peparsds para enamoranents 0 rentinento da muda e ‘ergo dapripra mdade Porexaraca 9 enamoraents mais Fest cre sores pat coe sa profiled inegaron lo ‘det cron dete valet mat ys merged de 6 mets Eo mesma Evid en ouras dae da vida and pede als se nowa ser no fnal da verte on quande compa a vee Perdese sreparavaente alo de sh, fewse privads de valores degrada, no canon com o te foi. Ndo 6 notin de wes fron que nos fs enamorarnon mas a crteza de que nad temas 1 peadertranformundo nos maga em que nos transforma 1 pevpectva de ero nada pela frente Somente eto se estaba enna denis a sposian para oieentee para o 5a a propensio lena ancarmos no tudo ou nada gue aquces que de alga forma ‘stb catisetor om 9 pri er no poderss experiment. ALBERONI, Francesco, Enamaramento« amor Trad. Ary Gonzaler lb, Ri de ani Rove, 1981p. 46.7 De * Ci ‘Além de estar presente no utulo do livzo, a palavra enamoramento apareve quatro vezes eéetomada pelo verbo enamorar-se ués vezes. Ba primeira palavra que nos chama a atengao. Mas ndo é a inica.£ preciso escobrir as outras palavras que, com els, formardo os pontos nodais do texto, em que esté concentrada sua maior carga de significagio, Para explicar 0 que é 0 enamoramento, Alberom fala: ) do sentimento da nslidade; ) da juventude; «) davelhice ‘Uma ver encontradasaspalavras-chave, devemos procurarainformagio gue clas trazem, O autor do texto diz que: 1, 0 enamoramento nasce: 1. de uma “sobrecarga depressiva TL de um “sentimento profundo de ndo ser e nto valor, €a vergona de nio té-o”” 2.0 primeiro sinal para oenamoramento é 1."0 sentimento da nulidade” 3, Esse sentimento é mais frequent: 4) na juventude, porque os jovens 1.*sio profundamente inseguros"; TL “no tem certeza de seu valor”; TL, “se envergonbam de si mesmos” >) ena veice, porque é quando 1. “se perde ireparavelmente algo de st"; 1. “iea-seprivado de valores’ Enire as palavras-chave hi uma mais abrangente, da qual podemos partir para esquematizaro texto Enamoramento o 7 Juventud Vathive nada pea fete“ nse nNRNOCHO a 827 a dean tn u Atividades ‘TEXTO 1: Post ‘Com os dados recolhidos sobze cada uma dessas palavras é possivl x. ssumir o texto de Alberoni numa s6 frase 0 enamoramento ocorre com mais frequencia na juventude e na velhice, ‘quando oindivfduo experimenta o sentimento da nulidade. cia 0 texto a seguir e responda As questées propostas (Tarefa of line com envio de arquivo nico) de pobre Proprietirios emendigos: duas categorias que se opsem a qualquer -mudanga, a qualquer desordem renovadora. Colocados nos dois extremos da escala social, temem toda modifieagdo para bem ou, para mal: estdo igualmente estabelecidos, uns na opuléncia, os outros na miséria, Entre eles situam-se ~ suor andnimo, funda- mento da sociedade - os que se agitam, penam, petseveram € cultivam 0 absurd de esperar. © Estado nutre-se de sua anemia; a ideia de cidadio nao teria nem conteddo nem realidade sem. cles, tampouco o luxo ¢ a esmola: as ricas ¢ os mendigas sio os parasitas do pobre HA mil remédios para a miséria, mas nenhum para a pobseza, Como socorrer os que insistem em nao morrer de fome? Nem. Deus poderia corrigir sua sorte, Entre os favorecidos da fortuna © 0s esfarrapados, circulam esses esfomeados honoriveis, explo- rados pelo fausto e pelos andrajos, saqueados por aqueles que, tendo horror ao trabalho, instalam-se, segundo sua sorte ou vvocagio, no saléo ou na rua. F assim avanga a humanidade: com alguns ricos, com alguns mendigos e com todos os seus pobres, CIORAN, E. M. Breviério de decomposigio. Trad. José Thomaz Bruni Rio de janeito: Rocco, 1989. p. 113-4 1. Quais as palavras-chave do texto? 2, Retire do texto dados que caracterizam cada uma dessas palavras, 3, Elsbore um grifico com as palavras-chave do texto. 4. Com as caracteristicas encontradas no texto, redija uma frase ‘para cada uma das palavras-chave, 5. Sintetize o texto. 3.2 AS IDEIAS-CHAVE Muitas vezes temos dificuldades para chegar & sintese de um texto 26 pelas palavras-chave. Quande isso acontece, a melhor solugio é buscar suas ideiat-chave, Vejamos como isso pode se feito Muita gente, pouco emprego (Os megaproblemas das grandes cidades A populagao das megacidades cresce muito mais depressa do que sua capacidade de prover empregos ¢fornecer servigos decentes a seus no ‘vos moradores. O fendmeno, detectado no relatério da ONU sobre a populacio, é tanto mais grave porque atinge em cheio justamente os pa ies mais pobres, Das dez megacidades do ano 2000, sete estario finca- as no Terceiro Mundo, As pessoas saem do campo para as cidades por ‘uma razio tio antiga quanto a Revolucio Industrial: querem melhorar evida, Mesmo apinhadas em perferias efavelas, suas chances de pros- perar sio maiores do que na drea rural As cidades, eserevew o historia. or Lewis Mumford, sio “o lugar certo para mulplicar oportunidades’, [A pica explosio urbana é a registrada em virias cidades da Africa € da India, que dobram de populagéo a cada doze anos e nao dio conta da demanda por emprego,educagao e saneamento. Karachi, no Paquis- tio, com 8,4 milhdes de habitantes, quase nada investe em sua rede de cesgotos desde 1962, Mesmo as que crescem a uma taxa menos selva gem, como a Cidade do México, tm pela frente seus megaproblemas. A poluigio produzida pelos milhées veiculos ¢ 35.000 fabricas da capital ‘mexicana, por exemplo, pode chegat, como em fevereiro passado, a um nivel quatro vezes além do ponto em que oar é considerado seguro em paises desenvolvidos, Ainda que todos os prognésticos sejam pessimistas, ndo se deve des- prezat a capacidade de as megacidades encontrarem solugdes até pata seus piores desastres, A mobilizagio da populagio da capital mexicana em 1985 para reconstruir partes da cidade arrasadas por tum violentissimo lerremolo evilow 0 pior - e moslrou que as mo- bilizagées coletivas podem driblar o apocalipse anunciado para ax megalépoles. ‘Veja, 14 jul. 1993 Lip ORICA 8 a dean tn * Ci (0 titulo de um texto costuma dar boas pistas para encontrar suas pala vyas-chave. No texto acima, temos: grandes cidades ¢ megaproblemas, -Essas palavras deverdo guiar-nos na busca da ideias-chave, [As ideias-chave so frases ow expresses que concentram as palavras-chave © as relacionam, formando um conjunto de sentido, Sio elementos centrais para sintelizaro texto, ‘Vamos por partes 1 parigralo - a reportagem ata dos problemas das megacidades no ano 2000, quando os paises pobres serio os mais afetadas pela falta de infraestrutura, Chegamos A seguinteideia-chave Os palses pobres so os que terdo mais problemas wrbanos para resolver no amo 2000, 2° pardgrafo - aqui problema éa explosio urbana, Qs exemplos dados referem-sea paises pobres mais uma ver, A ideia-chave do parigrafo 60 crescimenta desregrado das cidades desses paises. Nio € preciso subl inhar que isso vai acontecer a cidades da Africa eda fndia. Os exemplos no interessam numa sinlese. Podemos traduzir, assim, sua ideia-chave ‘As cilades dos paises pobres crescem desordenadamente, 1 pardgrafo -aideia-chave deste pardgrafo & que, mesmo com proble- ‘mas tio complexos, as megacidades pobres \ém eapacidade para resol- vé-los. O exemplo da Cidade do México é acidenta, pois se poderia citar qualquer outra megacidaue do Terceiro Mundo, Por isso ndo deve- mos levé-lo em conta na sintese, do mesmo modo como nao levamos as referéncias is cidades da Afticae da India no parigrafo anterior. Alideia-chave deste parigrafo é ‘As megacidades pobres podem encontrar solusées para seus problemas. Com essas tts ideias-chave, podemos formula um esquema que cexplique a esséncia do texto: 1, no ano 2000, os paites pobres serdo os mi uurbanos: 2. eidades dos paises pobres crescem desordenadamente; 3. megacidades pobres podem encontrar solugées pata seus problemas atingidos por problemas Daf para asintese ¢ simple: basta juntar as ideas-chave e dar-Uhes uma bboa redacio. Neste momento, podemos actescentar alguma ideia ow palavras que sublinhamos, mas que nfo entyaram no esquema. Stntese a partir das ideias-chave As megacidades no ano 2000 irdo enfrentar muitos problemas. As cidades dos paises pobres sao as que mais sofrerdo devido ao crescimente desorde nade de sua popular ea poluigae. Mas isso no significa ocaos absolute, pois essas metrépoles do Terceiro Munco tém capacidade para resolver esses e outros problemas, A partir desse trabalho ede posse de determinados recursos que alinga oferece, o ato de ler e redigir torna-se bem mais fil. © que dissemos em relagio aos dois textos acima pode ser aplicado & eitura de qualquer obra, seja qual for sua extensio. Mas vale uma ressalva: a leitura de um, livro néo ¢ igual leitura de um texto de duas ou rts piginas, Se formos fazer a leitura de um livro, parigrafo por parigrafo, para encontrar as palavras-chave, levaremos muito tempo para condlui-la. Neste caso, & melhor procurar as ideias-chave. © titulo do livzo e, sobretudo, o de cada capitulo sio um bom fio condutor porque sintetizam 0 que & descnvolvido a cada pasta do texto, Em linhas gerais, para fazermos uma boa leitura, devemos observa os seguintes passos: 1. procurar as palavras-chave e/ou as ideias-chave do texto: 2. se 0 levantamento for s6 de palavras-chave, procurar as Informagdes que elas razem; 3. se 0 levantamento for de ideias-chave, sublinhé-las ¢ depois, resumi-las de forma pessoal 4, claborar um grifico ou um esquema pata o texto 5. sintetiza o texto, dando um bom encadeamento as ideias, Atividades Leia os texios a seguir e responda as questbes propostas (Tarela offline com envio de arquivo tinico): ‘TEXTO 2: fica ejornalismo (0 jornalista ndo pode ser despido de opinito politica A posicio que considera o jornalista um ser separado da humanidade € uma bobagem, A propria objetividade € mal-administrada, porque se mistura com a necessidade de néo se envolver, que cria uma contradigio na propria formulagio politica do trabalho jornalistco. Deve-se, sim, ter opiniéo, saber onde cla comega € ‘onde acaba, saber onde ela interfere nas coisas ou nao. E preciso ter conscigncia, O que se procura, hoje, & exatamente trar @ rezado(a) aluno(a), nnesse estigio, alm de ter famibiaridade com as nogées de texto e de textualidade, espero que voce também seja capa de distinguir 4s palavras e tdetaschave de um texto, Esse conhecimento serd cessencial para percebermos os entrelagamentos da tecitura do text, isto & os pontes nodais que amarram o texto e facltam sua objetividade eclareza 0s objetives propostosconsistem em: + identficar e empregar corretamente os mecanismos de coesio textual + identificar os fatores de coeréneta textual + distinguir textos coerentes de textos incoerents. Depois de alcangados esses objetives, compreenderemes, ainda ‘melhor, como 0s textos sto tecidos, e estaremos mais preparados ‘para escrever ste capitulo, por trazer muitos concetos, pode ser wm pouco ‘mais trabalhoso, mas sua compreensio é essencal ao trabalho de producio de textos. Por isso, faa todas as tarefase entregue-as ao tutor presencia, Bom Trabalho! A fala e também o texto escrito nio se constituem apenas em tuma sequéncia de palavras ou de frases. A sucessio de coisas itas ou escritas forma uma cadeia que vai muito além da simples, sequencialidade:hé um entrelacamento signficativo que aproxima as partes formadoras do texto (alado ou escrito, Os mecanismos linguisticos que estabelecem a conectividade ea retomada {garantem a cocsio sio os referentestextuais Borsa Cada uma das coisas ditas estabelece relagdes de sentido e significado, tanto com os elementos que @antecedem como com os que a sucedem, construindo uma cadeia textual significativa, Essa coesto (coeso coe 8h a significa ligado), que di unidade a0 texto, vai sendo construida ¢ se manifesta pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do léxico como no da gramitica Observe: Mulheres de trés geragies enitentam o preconceito ¢ revelam suas cexperiéncias, las resolveram falar. Quebrando 0 muro de silencio, oito dezenas de ‘mulheres decidiram contar como acontecet o fat que maxcou sua vida [Nesse exemplo, temos os pronomes suas ¢ que retomando mulheres de lugs geragdes ¢ 0 fato, respectivamente; ¢ 0 pronome elas antecipando oto dezenas de mulheres, B esse jogo de antecipageseretomadas de palavase/ou ideas: Conceitos have arescidas de nova informagies que garante a progressio 4 texto, sua realizado no plano das palavras ¢ das ideas. ‘De maneica simplificada, poderiamos dizer que o texto & composto por suas idelas chave, acrescidas de informagies pertinentes sobre elas, ¢ de elementos articuladores, que relacionam essasideias e informagoes Nao devemos nos esquecer de que, num texto, no existem ou rio deveriam exist clementos dispensivels. Os elementos consilutivos vio construindo o texto, sio as articulacées entre vocdbulos, entre as partes de uma oragio, entre as oragbes e entre os parigrafos que determinam 2 referenciagdo, os contatos € ‘conexies ¢ estabelecem sentido a0 todo, (0s procedimentos que desenvolvem a articulagio entre os elementos do texto ~¢,algumas vezes, entre o texto € 0 seu contexto - e garantem 4 progressio (exiual sdo agueles que garanlem ao texto coesio © coeréncia. A coesio diz respeito 20 modo como ligamos os elementos lextuais numa sequéncia; a coeréncia nao é apenas uma marca textual, mas diz respeito aos conceitos es relagies seminticas que permitem & uunido dos clementos textuas, e 4.1 OS FATORES DA COESAO TEXTUAL NA ORGANIZAGAO DO DISCURSO fitas precise ler Fantos gente continua] g Irasperg, “ena mean | “fie Bt pe ce formar? depots ce Se re ge que nas vanes 7 ar ap TE a on OL pe Nas lirinhas acima, podemos perceber virias palavras que sio responsiveis por realizar o nexo, a ligagio que se eslabelece entze as partes do texto, como mas (que liga duas oracées, estabelecendo relagio e oposi¢éo entze elas) entéo (que tem valor interetivo, indicando surpresa, espanto), © quer dizer (que introduz uma explicacio, um esclarecimento), entre outros. Esses elementos sio marcas de coesdo textual Além disso, sio também marcas da coesio textual a concordancia entre omes ou entre verbos e nomes, verbos e pronomes, ¢ outras A cocsio & a manifestagio Linguistica da coerénea ¢ se realiza nas relagées entre dlementos sucessivos (artigos, prosomes adjetivos, aujtivos em relagio aos substantivos: formas verbais em relagio aos sujeits; tempos verbais, nas relagesespaco-temporaisconstitativas do texto, etc), na organizagio de periodos, de parigrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capar de apresentar « desenvolver um tema ou as unidades de um texto, Cnstruida com 0s, secanismos gramaticais elexicas, confere unidade formal ao texto. ‘Um texto é tecido em dois eixos: (1) a recorréncia ou retomada Conceitos das palavras e ideias-chave, que garante a manutengio d destas Atividades palavras ou ideias ao longo do texto, chamada coesto referencial; © (2) 0 acréscimo de novas informagoes, articuladas pelo uso de elementos gramaticais, 0 que garante a progressio textual, chamada coesio sequencial. Observe o texto abaixo ¢ acompanhe a anilise das mecanismos de coesio, (Obs. Esta atividade pode parecer um pouco cansativa, mas € essencial para apreender os mecanismos de coesio e seu fancionamento. ‘TEXTO: IML identifica e libera corpos das oito pessoas mortas em acidente aéreo(1) da Folha Online, publicado em 05/11/2007, com alteragbes Os corpos das vito pessoas(2) que morreram ontem na queda(l) de um aviio(3) sobre dois iméveis na Casa Verde (zona norte de ‘io Paulo) foram identificados ¢ lberados pelo IML (Instituto ‘Médico Legal) nesta segunda-fera Mais cedo, o diretor-téenico do IML, Carlos Alberto de Souza Coetho(4), havia afirmado que o reconhecimento(5) de quatro dos corpos poderia durar aéo final da semana. Horas mais tarde, porém, o processo(S) foi encerrado, Coelho(4) ainda nio explicost ‘o mélodo usado para reconhecet 08 coxpos. © acidente(1) causou a morte dos dois ocupantes do jato(3) - piloto(6) ¢ co-piloto(7) - ¢ de seis pessoas(8) de uma mesma familia, em terra, Das meninas - de 11 ¢ de 16 anos - ficaram, feridas. Estao reconhecidos e liberados, portanto, os corpos do piloto Paulo Roberto Montezuma Firmino(6), 39; do co-pilot, Alberto Soares Junior(7), 25; de Ana Maria Lima Fernandes(8), 21; ¢ do marido dela, Lucas de Souza Sé Jinior(8), 20; do filho dos dois, Luan Vietor de Lima S6(8), de dex meses, da bisav6 dele, Lina Oliveira Fernandes(8), 74, e do av6, Aires Fernandes(8), 53, ¢ da avé, Rosa Lacerda de Lima Fernandes(8), $5. Investigagio ‘Téenicos do Cenipa (Centro de Investigagio e Prevengio de Acidentes Aeronsuticos)realizam nesta segunda-feira um “pente- fino'(9) naérea ondeontem caiu o Learjet(3). 0 objetivo érecolher estrogos da aeronave(3) que possam auniliar nas investigacdes. Os bombetros auxiliam as buseas(9). ‘Também hoje, policiais do 13° DP (Casa Verde) conversam com familiares das vitimas(8) ¢ testemunhas do acidente em busca de informagies que postam auxiliar o inquérilo aberto para investigar 0 caso(2) COntem, ocoronel Carlos Minelli de Si, do SRPV (Servigo Regional e Protesio 20 Vo), drgio ligado Acronéutica, afirmou que, apés a decolagem, o Learjet(3) girow 8 dircita, enquanto a Uuajetdria prevista era virar& esquerda. Controladores da torre de comando do Campo de Marte teriam tentado alertarpiloto(6) € co-piloto(7) sobre o erro, mas nio receberam resposta. OsmotivospelosquaisoLeayet(3)adotou atuajetiriaerzadaserdo investigados nos préximos 30 das. © equipamento do avio(3) aque grava a conversa ene a tore de controle ea cabine do avida ~ ehamado CVR (Cockpit Voice Recorder) - foi locaizado ontem © jato(3), com capacidade para dea pessoas, era da Reali Tix ‘Aézeo. A empresa afirma que a aeronave(3) estava “dentro de padcbes normais de operacao! Acidente © aviio(3) havia decolado do Campo de Marte (zona norte) as, 14h05 de domingo com os dois tipulantes(6 € 7) a bordo e com destino a0 Rio de Fancro, Minutos depois, 0 jato(3) caiu de bica sobre as casas(10) dos pmeros 118¢ 104 darua Bernardino de Sena. Os doisiméveis(10) ficaram destruidos. 0 avido também causou danos em duas casas, vizinhas, as dos mimeros 120 e 126, O local esté interditado, © ‘os moradores que sairam ilesos foram levados pela Defesa Civil ‘Municipal a um hotel da regi. Foi o quinto acidente aéreo(1) ocotrido no Estado em cinco dias. Na tarde da diltima quinta, trés helicépteros cairam em diferentes ppontos de So Paulo ~Carapicuiba e Mogi das Crazes, na regito metropolitana; © em Ribeirio Preto (314 km a norte de Sio Paulo) - deixando, no total, tés pessoas mortas e sete feridas. Na quarta, um aviio Tucano da FAB (Forca Aérea Brasileira) caiu em Pirassununga (213 km a norte de Sio Paulo). Ninguém ficou fesido. Vejamos, por exemplo, o elemento (3), referente a0 avito envolvido no acidente aéreo, He foi retomado nove vezes durante 0 texto. Isso é necessirio & clareza e & compreensio do texto. A. memaéria do leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por exemplo, 0 avido fosse citado uma ver no primeiro parigrafo € retomado somente uma ver, no tiltimo, talveza lareza da matéria, {ose comprometida, Alguns elementos ¢ suas relomadas estio ‘numerados no texto, para faciitar sua alengio. E como retomar 0s elementos do texto? [Em primeiro lugar, vamos observar a retomada dos elementos lexiais, as palavras ou ideias-chave sobre as quai € organizado o texto. Essa retomada permite o que chamamos de COESAO APOIADA NO LEXICO. Ela pode dar-se pela reiteragio (epetigio, total ou parcial), pela substituigio e pela associagio, ( REPETIGAO: entrelagamentos semanticos de frases por meio da repeti¢io. A palavra ou ideia-chave do texto, apoiada na conexio, de elementos léxicas sucessivos, pode ser retomada por simples, iteragao (repeligio). Nessa reportagem, como jé mencionado, 0 clemento (3) (oi repetido algumas vezes durante 0 lexto. Podemos perceber que a palavra aviso foi bastante wsada, principalmente por ele ter sido o veiculo envolvido no acidente, que € a noticia propriamente dita. A repetigdo & um dos principais elementos de coesio do texto jornalistico fatual, que, por sua natureza, deve Aispensar a releitura por parte do receptor (0 leitor, no caso). A. repetigio pode ser considerada mais explicita ferramenta de coesio, mas é preciso tomar cuidado para nio tornar 0 texto pobre, usando de simples redundincia, que denota pobreza de ‘vocabulivio, e que ocorre quando nio ulilizamos outros tipos de mecenismos de retomada. REPETICAO PARCIAL: a repetigéo também pode ser parcial. Na retomada de nomes de pessoas, a repetigio parcial & 0 mais comum mecanismo coesivo do texto jornalistico, como se observa ro segundo parigrafo, em que 0 nome do diretor-téenico do IML, Carlos Alberto de Souza Coelho, é retomado por Coelho, Costama-se, uma ver citadoo nome completo de um entrevistada ~ ou da vitima de um acidente -, repetir somente o(8) seus) sobrenome(s). Quando os nomes em questio sto de celebridades (politica, artists, escritores, etc), € de praxe, durante o texto, uilizar a nominalizagio por meio da qual sio conhecidas pelo piblico. Exemplos: Lala (para o presidente Luiz Inécio Lula da Silva): Mandela (para o ex-presidente da Africa do Sul, Nélson Mandela); ete. Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeito nome, a ndo ser nos casos em que os sobrenomes sean, ‘no contexto da matéra, mais relevantes eidentfiquem as pessoas a quem se rferem com mais propriedade SUBSTITUICAO LEXICA: dé-se tanto pelo emprego de sinénimos como de palavras quase sinénimas para relomar tum elemento jé citado, Consideram-se, aqui além das palavras sindnimas, aquelasresultantes de familias ideoligicase do campo associalivo, como, por exemplo, evoasar, revour, oar No texto, a palavra avido, além de ter sido repetida, foi substituida por Jato, Learjet ¢ aeronave, Para retomar Reali Taxi Aéreo, no nono pardgrafo, usase a empresa. ) hiponimos (relagdes de um termo especifico com um termo de sentido geral, ex: gato, flina) ¢ hiperdnimos (relasses de tum termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especitico, ex. felino, gato} Lumen SRN 8 a dean nt >) nominalizagdes (quando um fato, uma acorréncia, aparece em forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex consertar, 0 conserto; viajar, a viagem); 6) generalzagbes (ex: 0 Learjet < 0 jato)e expeciicagbes (ex aeronave > ato > Learjet) e so de epietos (palavra ou expressio aque se associa a um nome ou pronome para quaifcéL, ex “Lula tem feito virios pronunciamentos arespeto da crise. O presidente conypatou a erse no Brasil a uma marolinha” Neste caso, a playa presidente am de retomar Lala, também o qulifen, mass eficcia do so do epiteto depende do conhecimento que 0 Ietor tem da qualiicagdo empregads; 2) substitutes universis (ex: Jodo trabatha muito, Também © fajo. (0 verbo fazer em substigio ao verbo trabalhar); ' enunciados que estabelecem a recapitulagio da ideia global Ex: Ocural desert ochiqucir das cabras arruinado também desert, « casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Secas). Esse enunciado é chamado de andfora conceptual: ‘Todo um enunciado anterior e a ideta global a que ele se referesio retomados por oulzo enunciado que os resume fot interpreta, Com esse recurso, evitam-se as repeticoes e faz-se 0 discurso avangar, mantendose sua unidade. (Outros mecanismos de coesio compiem a COESAO APOIADA NA GRAMATICA, mais ligada ao encadeamento sequencial do texto, que sedi pelo uso de: PRONOMES (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam- se, ag, os pronomes pessoais de tercira pessoa, empregados como subsitutos de elementos anteriormente presentes no texto, dierentemente dos pronomes de I*e 2 pessoa que se referem & pessoa que fala ¢ com quem esta fala. Pronomes sio empregados ‘no quarto pardgrafo, para estabelecer as relagdes de parentesco entre as vitimas, como "o marido dela’ “a bisavb dele Certos ADVERBIOS ¢ EXPRESSOES ADVERBIAIS, como as cmpregadas no segundo parigrafo, as expresses mais edo, hovas mais tarde e ainda sio ulilizadas para demarcar passagem de tempo. GUIMARARS, Hes. A articulagio do texto Série Pinepion, # ed Sho Paso: Ata, 2000,» 32 ARTIGOS; CONECTIVOS: conjungdes ¢ pronomes relativos. Além da constante referéncia cate palavras do text, observa. se na coesia a propriedade de unirtermos e oragées por meio de conectivos, que sio representados, na Gramatica, por intimeras palavras ¢ expresses, No texto, por ex, Usi-seconstantementeo pronome relativo que para ligar oragies, € outras conjungies, como portanto, no quarto parigrafo,F preciso usar 0s conectivos com cuidado, pois uma escofha erada pode ocasionar a deturpagio do sentido do texto. Os pronomes relativos pedem especial atenci. NUMERAIS: ELIPSES. A clipe sejustfica quando, a0 remetera um enunciada anterior a palavracldidaé fcilmente sdeniicivel (Ex: O vem recotheu-se ceo. Sabia que ia necesstar de todas as suas forgas © teemo 0 jovem deixa de ser repetido ¢, asim, estabelece a relagio enue as duas oragdes). Ba propria auséncia do temo aque marca a inter telagio, A identfcagéo pode dar-se com © proprio enunciad, como no exemplo anterior, ou com elementos extraverbais, exteriores a0 enunciado, Vejam-se os avisos em lugares piblicas (ex: Perigo!) ¢ as frases exclamativas, que remetem a uma situagio ndo-verbal, Ness caso, a articulasio se di entre texto e context (extratextal); AS CONCORDANCIAS: A CORRELAGAO ENTRE 0S TEMPOS VERBAIS. Estes dois Utimos elementos sio essenciais, ¢ sua auséncia, ou emprego incorzet,prejudicam a clareza textual Os DEITICOS exercem, por exe fungio de progressio textual, dada sua caracterstice: so elementos que nio signiicam, apenas indicam, remelom aos componentes da situagia comunicava, pois tim a propriedade de fazer referéncia a0 contexto situacional ou a0 proprio discurso 1 os componentes concenttam em sia sgniicagio, Referem-se a0s participantes do ato de comnicagio, o momento eo ugar da enunciagi. Blisa Guimaries ensina a respeito dos déitcos: a seran BNRNCHO a 58 a Q re Karina Besan Rocha 9s pronomes pessoais © as desinéncias verbais indicam os pparticipantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locugses prepositivas e adverbiais, bem como os advébios de tempo, referenciam 9 momento da enunciagio, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ow posterioridade. Assim fete, agora, hoje, neste momento (presente); ulimamente, recentemente, ontem, hi alguns dias, antes de (pretérito); de agora ‘em diante, no préximo ano, depois de (Futuro). No texto, temos 0 uso de ontem, hoje e nesta segunda-feira, que s6 podem ser bem, compreendidos se pudermos saber em que data o texto foi escrito «fou publicado, neste caso, ema 05 de novembro de 2007, Nao s6 a coesio explicita possbilita a compreensio de um texto, Maitas vezes, a comunicagio se faz por meio de uma coesio Atencio implica, apoiada no conhecimento mituo anterior que os ‘parlicipantes do processo comunicalivo tém da lingua aque devem ser entregues ao tulor presencial, O gabarito para as questdes de muilipla escolha sera disponibilizado apés o prazo para entrega 1 (PROVA AFTN/RN 2005) Assinale a opgio em que aestrutura ‘sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca Aefeito de coesio € incoeréncia nos sentidos do texto. Tente jusificar por que isso ocorre. ‘A violéncia no Pais hi muito ultrapassou todos os limites, _1___dados recentes mostram o Brasil como um dos paises ‘mais violentos do mundo, evando:se em conta o risco de morte por homicidio, °GVIMARAES, Hien. arsieslago do testo. Série Principio, 8, So Paso: Ae, 2000, p 3-18, Leia com atengio 0 material tedrico e faga os seguintes exercicios, Atividades: ww (OY Em 1980, tinhamos uma média de, aproximadamente, doze hhomicidios por cem mil habitantes._2__, nas duas décadas, seguintes, o grau de violéncia intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do indice veriicado em 1980 ~ 121,6% 3__ 20 final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 hhomicidios por cem mil habitantes. __4__, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26.4%, isto & em média, a cada ‘queda de 19% do PIB a violéncia crescia mais do que 5% entze os anos 1980 ¢ 1990 Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram, ue os custos da violéncia consumiram, apenas no setor saide, 1,9% do PIB entre 1996 ¢ 1997. _5__a vilimizagio letal se istribui de forma desigual: sio, sobretudo, os jovens pobres € negros, do sexo masculino, entre 15 24 anos, que lém pago com, a propria vida o prego da escalada da violéncia no Brasil (Adaptado de hutp:// wwwbrasil govbr/acoes htm) 8) 1 Tanto é assim gue b) 2 -Lamentavelmente ©) 3-ouseja 4) 4~ Simultaneamente ©) 5~Sebem que 2, Utilizando os recursos de coesio, substitua os elementos repetidos nos textos absixo: 8) O Brasil vive uma guerra civil e sem trégua, No Brasil, que se corgulha da fndole pacificae hospitaleira de seu povo, a sociedade, organizada ou nao para esse fim, promove a matanga impiedosa ¢ fra de exiangas ¢ adolescentes. Pelo menos sete milhies de criangas e adolescentes com menos de 18 anos, segundo estudos do Fundo das Nagoes Unidas para a infancia (Unice!, vivem nas, ruas das cidades do Brasil Lape ORICA 8 a dean ses Karina Besan Rocha 1) A poesia As veres se impde por sua prépria forga, Mesmo quem ‘nuncaleu Carlos Drummond de Andrade sabe que ele um grande poeta, Carlos Drummond de Andrade marcou nao s6a literatura brasileira, mas também a vida cotidiana de muitas pessoas com ‘suas crOnicas publicadas no Jornal do Brasil. A poesia de Carlos Drummond de Andrade também se preocupou com a nossa vida, cotidiana. Nesses momentos, a poesia de Carlos Drummond de Andrade nos fax relletir sobre sentimentos advindos de certos, falos que, ditos de outra forma, néo nos teriam tocado tanto, 3. Apresentamas alguns segmentos de discurso separados por um, pponto final. Retire 0 ponto final e estabelega entre eles 9 tipo de relagio que lhe parecer compativel, usando para isso os elementos de coesio adequados, a) O solo do Nordeste & muito seco e aparentemente érido. Caem, as chuvas, Imediatamente beota a vegetagio. 'b) Uma seca desoladora assolou a regio sul, principal celeiro do pais, Va fallr alimento, Os procos vio disparar. 6) Vaifaltaralimento eos precos vio disparar: Uma seca desoladora assolou a regido sul, principal celeizo do pais. 4 Toxtos 48) © trinsito em Sio Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 as 18 horas. Fortssimas chuvas inundaram a cidade 4, Os enunciadas fracas a seguir apresentam problemas de coesto porcausado mau uso do conectiva, isto dapalavra que estabelece 4 conexio. A palavra ou expressio conectiva inadequada vem em, Aestaque, Procure descobri a razio dessa impropriedade de uso € substituir a forma errada pela correta 8) Em Sio Paulo jf nfo chove hi mais de dois meses, apesar de {que jf se pensa em racionamento de Agua e energiaelétrica 1b) As pestoas caminham pelas ruas, despreocupadas, como se io existisse perigo algum, mas o policial contiaua folgadamente tomando o seu café no bas, 6) Talver seja adiado o jogo entre Botafogo e Vasco, pois estado do gramado do Maracani nio é dos piores. nsseran RNRNCHO aS a 48) Uma boa parte das ciangas mora muito Ionge, vai escola com, fome, onde ocorre o grande nimero de desisténcias. 5, Identilique nos textos a seguir todos os termos que setomam as palavras em iélico: 1 Bm outubro de 1839 Paris ainda possuia a mesma mistica cembriagadora que Chopin experimentara o chegatli em setembro dde 1831. A auséncia de 11 meses #6 servira para aumentar sea apaixonado fascinio pela magnifica metrépole espraiada a0 longo das sinuosas margens do Sena. Paris havia-se tormado a amante de Chopin muito antes de ele conlecer Mine, Sand, ¢ durante ‘virios anos subsequentes suas aeig6es ficariam divididas entre as duas. Ambas 0 adoravam, do mesmo modo que eram, por sua ve, cultuadas por ele, ¢ ambas eram essencias & sua existencia. Coma satide debilitada, o over misico nio podia sobreviver a0 estimulo de uma sem o amparo da outra ATWOOD, William G. A leoa ¢ seu filhote. Trad. Bérbara Heliodora, Rio de Janeiro, Zahar, 1982p. 138 TL Um antigo morador de Sio Cristévio contava que, na -mocidade, viajara diariamente, na barca que fazia 0 trajeto entre aguela praia € 0 Cais Pharows, ou dos Franceses, como ento se dizia, com um adolescente aparentando 13 ou 14 anos, magrinho, ‘modesta, mas limpamente vestido. ‘A barca vinha cedo para a cidade, e vollava & tarde, conduzindo Sempre os mesmos pastageiros, gente que nha empregos no centro, Como era natural, a camaradagem se estabeleceu entre esses companheitos diftios, todos conversavam para matar 0 ‘tempo. $6.0 mocinho magro, sempre com um livro na mao, nunca dhrigiv a palavra a ninguém. Mal se sentava, logo afundava na leitura,e assim ia e voltava, parecendo ignorar os que o cercavam, sem levantar os olhos do livro, indiferente aos espeticulos da vviagem, & beleza da baia, is embarcagdes que encontravam. Era Machado de Assis, Ye Lp ORICA 8 a dean ses Afinal, @ nica informagio segura, clara, que nos chega sobre 0 principio da adolescéncia de Joaquim Maria € essa imagem. Com, certeza, 66 sabemos que ia todas as manhis, bem cedo, do seu bbsirro para o centzo urbano, PEREIRA, Licia Miguel, Machado de Assis, Belo Horizonte/Sio Paulo, Hataia/Edusp, 1988, p. 45-6 6, Leia 08 textos a seguir e escreva os termos retomados pelas palavras em itlico, Distribua-os em duas colunas:coesio dentro da frase e coesio ene as frases 1. Um gel, desenvolvido por cientistas americanos para ajudar a cicattizagdo de ferimentos profundos ¢ queimaduras graves, representars 0 primeiro resultado comercialmente visivel de ‘uma nova geragio de medicamentos. A pomada cicatricante, que chegard is farmécias americanas até 0 inicio do préximo ano, seré uma espécie de cola biodegradével,cuja funcio ¢ juntar as eéulas sadias em torno do ferimento, reconstituindo os tecidos em tum tempo 30% mais répido que qualquer outro remédio. Além. isto, o gel elimina toda cicatriz. O novo medicamento éfrato do desenvolvimento de um dos ramos mais recentes da medicina, 0 aque estuda a adesividade das células do corpo humano, a partir de uma constatagio dbvia: os cerca de 100 wilhes de células que formam o organismo de uma pessoa podem ser comparados a Uiolos de um edificio, que precisam estar devidamente unides por camadas de cimento.Seo cimento de mA qualidade ouinsuficiente, © prédio pode ruir. Da mesma forma, os cientistas traballam agora coma certeza de que um “cimento biolégica” dé estrutura a0 corpo Jhumano ¢ o dominio dessa substincia [ari a medicina avancar & passos largos no combate a uma série de doencas. Isto é, 14 out. 1992, Coesio dentro da frase Cocsio entre as frases ‘que (que chegard) retoma, omada cicatrizanteretoma ‘ex (cya fo). el nse RRND 5 a — 0 (0 que estuda), novo medicamento, «que (que formam), que (que precisam) cientistas. dessa substincia, 0 ‘Arnova vocagio dos compuradoresé funcionar com todo o aparato téenico fornecido pela informética, 6 que numa rclago to visual eemocionante uanto um jogo de videogame. ]é existe mudguinas que cruzam essa fronteira produzindo imagens em trésdimensses naz quit o usuéio tem a sensagio de penetraz, Imagine um visor que pode ser preso na frente dos olhos, como uma miscara de mergulho. Acoplado a.m computador, se visor ‘ria imagens bascadas num programa ¢ di a pessoa a ilusio de que esti no ambiente projetado na tela, HS mais, Usando uma Jv eheia de sensores, todos ligados ao mesmo computador, 0 eperader do equipamento pode tocar objetos que $6 existem na telaaberta diate de seus olhos B possvel, por exemplo, operaros comandos de um caga bombardeito com a mao enluvadae ver na ‘elas instrumentossendo manobrados enquanto 0avio se move com toda aaparéncia de uma stuago real. Quem vé a brincadera de fora vai enxergar apenas uma pessoa com 0s olhoscobertos por cama méscaralevantando uma mio enluvada e nada mais. Veja 21 out. 1992, Coesio dentro da frase CCoesio entre as frases {que (que eruzam) toma. maquina roma. nas quas. esse visor ‘que (que pode serpreso) ‘operador do equipamento, todos. opera que (que 36 existe) brincadeira seus (seus othos). ) Que situagio do mundo real ele transfere para o mundo de suas fantasiast 6) Por que isso ¢ engragado? 7.0 trecho seguinte dda entender algo diferente do que seu autor certamente quis dizer; Malis Browne, tanbém da Asocated Pre, deveria tr impede fue 0 monge budista em Saon nao Se smolsse sentad e ees Impedindo © mundo de vere proteso em caja foto enconrou seu air ipa? Caio Tio Costa Fala de Palo, 17 mar. 1981 2) Se tomado a0 pé da letra, 0 que significa exatamente 0 trecho:” » deveria ter impedido que o monge .. no se imolasse"? ) Seno fot isso que o autor quis dies, que sentido pretendeu dar esse trecho? 8 As vezes, quando um texto & ambiguo, & 0 conhecimento que o leitor tem dos fatos que Ihe permite fazer uma interpretaio adequada do que Ie. Um bom exemplo € o echo que segue, ‘no qual ha das ambiguidades, uma decorvente da ordem das palavras a outra, de uma elise de sujet, © preside emerian (-) produ pets iematgdio connoveninpasada na dia Saudia onde comespera fated 1e murine ms mere bande emt que era servis ass salads Sia 9am. 19. 8) Quais as interpretagses possveis das construgdes ambiguas? 1b) Reesereva © trecho de modo a impedir interpretagses inadequadas, ©) Que tipo de informagéa o letor leva em conta para interpretar adequadamente esse trecho? Relirado de: VIANNA, Antonio Carlos (coord). Roteiro de redacio: lendo ¢ argumentando. Sio Paulo: Seipione, 1998 4.3 A PROGRESSAO TEXTUAL, “Ning exreve Be eo sabe Beno que exerever” oagui Mattos cara ie Embora a progressio textual seja um item entre os que garantem a coeréncia de um texto, vamos dedicar um pouco mais de tempo a el, pois um dos problemas mais comuns de um texto ¢ falta de progressio, Observe o texto abaixo: sou comesando a me sete vaca pda, deesperanosa€ aca. ‘aso me ade eit temendo aso dentro demi Esse texto € circular, ou seja, repete vérias veres a mesma ideia, A preocupacio em garantir a unidade de sentido, somada a dificuldade de escnvolver novas ideias, pode levar a esse tipo de problema. Vejamos ‘que nos dizem Platio e Fiorin "Dissemoe jd gue, pare wm consunto de enunciadoe igutias sr som tena prec gue ea coeréncia.O ue arate a widade de Dende a reagdoharmoneva das pares. Unidade pot ie quer ‘heer epg de dea de serio om mesa significa. Ut Bom teat deve ter progres to @ cada segments ue se suede presair acrscentande formas nova aos nunciadosaerioes Nuns tea € proibido repens menos que esa repel tena ea ano no texto ese as, do & mas par epetid.() em ste, ma test, ada segments qu core deve asesetar wm dado novo ao anterior. A pipe repens quan farina fs, ortant juin sas epee sem func desqualifcam 9 texto” nse RSE 4 a Assim, concluimos que, para um texto fazer sentido, & essencial introduzir informag6es novas, earticulé-la is informagGes jé existentes no texto, Lela com atengio 0 material tedrico¢ faga os seguintes exercicio, ue devem se entregus ao tor presencia Aidades: . . , 1. Para cada frase abaixo, redija uma segunda com novas Informagdes, substituindo 0 termo ou expressio em negrito € utlizando o recurso de coesio sugerido entxe parénteses, a) Um dos graves problemas das metrépoles sio os meios de Tocomoséo, (palavra sinénima ow quase-sinénima) b) Ayrton Senna foi um dos maiores esportistas brasileiros (epiteto) ©) Nao se pode comparae (pronomes) Paulo com o Rio de Janeiro. 4) Muitas pessoas estdo preferindo ir morar em pequenas cidades do interior. (advérbio) ©) © crescimento desordenado degrada qualquer cidade (nominalizasae) 2, Para cada item do exercicio anterior, acrescente uma terceire frase que dé continuidade a0 seu pensamento, utiliaando um recurso de coesio a sua escolha, ‘Sao Paulo: Atica, 2004. ces Lape ORICA 8 a dann en De e FIORIN, José Luiz & PLATAO SAVIOLI, Francisco, Ligies de texto: leitura e redagio. 4 ed. Sio Paulo: Atica, 2003, GARCIA, Othon Maria. Comunicagdo em prosa moderna, 26 ed, Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006, GUIMARAES, Blisa. A articulagio do texto, Série Principios, 8 ed, Sao Paulo: Atica, 2000. KOCH, Ingedore. Introdugio a linguistica textual. Sio Paulo: Martins Fontes, 2002, TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto € coeréncia. Séo Paulo; Cortez, 1989, VIANNA, Antonio Carlos (coord). Roteiro de redagdo: lendo € argumentando, Sio Paulo: Seipione, 1998. $$, ww ne ner iNORNEAO se 88 e

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