You are on page 1of 17
Revista de Economia Politica, vol. 16, n®3 (63), julho-setembro/96 Si ‘ema nacional de inovacao no Brasil: uma anidlise introdutéria a partir de dados disponiveis sobre a ciéncia e a tecnologia EDUARDO DA MOTTA E ALBUQUERQUE* The definition and the concept of national innovation system are summarized, and a typology (with three categories) is suggested to specify the Brazilian situation, Brazil is included in the cathegory of countries that hadn’t their scientific and technological systems tranformed into mature national innovation systems. This hypothesis is investigated in the light of available data on Brazilian R&D basic statistics: R&D expenditures, scientists and researchers employed, scientific production and patentes granted to residents in Brazil. International comparisons are made, and two exercises are performed to test the “efficiency” in the use of R&D resources as an input of scientific articles production and patents granting (both seen as an R&D output). In the conclusion, itis argued that exists a methodological question when one intend to apply the concept of national innovation system to semi- industrialized countries like Brazil 1. INTRODUGAO Este texto discute questdes relacionadas & aplicabilidade do conceito ‘de sistema nacional de inovagiio para 0 caso brasileiro. Partindo da definig&o e da conceituagao dos “sistemas nacionais de inovagdo”, cria-se uma “tipologia” desses siste- mas. Essa tipologia permite averiguar a posigao do Brasil, & luz de uma compilagdo de dados agregados sobre a situagio do atual sistema de ciéncia e tecnologia do Pais. Dois exercicios serio realizados para testar a eficiéncia na utilizagao dos gastos em P&D. Na con- clusdo, a andlise dos dados e 0 resultado dos exercicios sero utilizados para sugerir uma posic&o mais precisa para o caso brasileiro. * Cedeplar — Centro de Desenvolvimento ¢ Planejamento Regional. — IEUFRJ— Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 56 2. O CONCEITO DE SISTEMA NACIONAL DE INOVAGAO E UMA “TIPOLOGIA” QUE ENGLOBA O CASO BRASILEIRO A fértil elaboragdo de Freeman (1988a), Nelson (1988 ¢ 1993) e Lundvall (1992) sintetiza um grande actimulo de pesquisas ¢ estudos sobre os fatores determinantes do progresso tecnolégico através da definigiio de um conceito: sistema nacional de inovacéo. Sistema nacional de inovagao € uma construgao institucional, produto de uma aco planejada e consciente ou de um somatério de decisdes ndo-planejadas e desarti- culadas, que impulsiona o progresso tecnolégico em economias capitalistas comple- xas. Através da construcao desse sistema de inovagiio viabiliza-se a realizagiio de flu- xos de informagao necessitria ao processo de inovagao tecnolégica. Como Arrow (1971) demonstrou, tais fluxos de informacao teriam um funcionamento subétimo se conta |___sem apenas com os mecanismos de mercado, Jd Esses arranjos institucionais envolvem as firmas, redes de interagdo entre empre- sas, agéncias governamentais, universidades, institutos de pesquisa, laboratérios de empresas, atividades de cientistas ¢ engenheiros. Arranjos institucionais que se articu- Jam com o sistema educacional, com o setor industrial e empresarial, ¢ também com as instituigdes financeiras, completando 0 circuito dos agentes que sio responsaveis pela geragdo, implementagio e difusio das inovagdes. Segundo Nelson (1993, pp. 520-3), a diversidade dos arranjos que configura os “sistemas de inovacao” é grande. Grosso modo, essa diversidade poderia ser percebi- da a partir de caracteristicas tais como as especificidades das firmas inovadoras de cada pais, a relagao dessas firmas com as instituigdes de pesquisa, 0 peso dedicado a cigncia basica, 0 papel do governo central na articulagao das instituigdes do sistema, © papel das pequenas firmas dindmicas, os diferentes arranjos do sistema financeiro, onivel da formagao profissional dos trabalhadores etc. (Nelson, 1993; Lundvall, 1992; Patel & Pavitt, 1994). A diversidade dos sistemas de inovagao estabelece a necessidade e a importncia da comparabilidade, como Patel & Pavitt (1994) ressaltam. Por isso é aqui sugerida uma “tipologia” desses sistemas, possibilitando operacionalizar as discussdes aqui propostas. Essa tipologia parte de uma delimiitagdo que possui um certo grau de arbitrarie- dade. E possivel esbogar uma classificagao geral a partir de caracteristicas importan- tes dos sistemas de inovagao: trés categorias podem ser destacadas. A primeira categoria envolve 0s sistemas de inovagao que capacitam os paises a se manterem ng Compreende os siste- mas de inovagao dos principais paiseq capitalistas desenvolvidos|Sao sistemas[madu- [ros] com a capacidade de manter o pais najironteira tecnologica (ou muito proximo dela) Isso seria iden pela dade de de participagao na lide- ranga rande gruno pode- ria ser dividido em dois, 0 primeiro composto pelos|Estados Unidos, Japio e Alemanha, que disputam a lideranga tecnolégica de forma mais préxima, e um segundo, composto pela[inglaterra, pela Franga e pela Italia] que, apesar de um dinamismo tecnolégico menor, mantém-se proximos da fronteira." ' Pattel & Pavitt (1994) sugerem uma subdivisio dos sistemas de inovagdo entre os tipos “miopes” (onde se situariam os Estados Unidos ¢ a Inglaterra) e “dindmicos” (Alemanha e Japio). 57 ‘ategoria abrange os paises cujo objetivo central de seus sistemas de inovagiio é a Sio paises que tém elevado dinamismo tecnolégico, dinamismo que nao é derivado da sua capacidade de geragdo tecnolgica, mas de uma elevada capacidade de difusao, relacionada a uma forte atividade tecnoldgica interna que os capacita a criativamente absorver avangos gerados nos centros mais avanga- dos. Envolve dois subconjuntos de paises: os paises “pequenos de alta renda”, Suécia e Dinamarca (descritos no estudo de Nelson), além de paises como a Holanda ea Suica; € os paises asidticos de desenvolvimento recente e acelerado como a Coréia do Sul ¢ Taiwan. Os paises dessa categoria desenvolveram especializagdes nacionais bastante claras em alguns nichos do mercado internacional. As vantagens locacionais tm um papel relevante na construgéio das vantagens comparativas desses paises, incluindo- se ai a proximidade de grandes polos de desenvolvimento (a Holanda e a Suica sio vizinhas da Alemanha, a Coréia do Sul e Taiwan sao vizinhas do Japio). Os paises dessa categoria tem em comum, ainda, a dimensio territorial ndo-continental. Participariam da ferceira categoria os paises cujos sistemas de inovagaio nao se completaram: so paises que construiram sistemas de ciéncia e tecnologia que nao se transformaram em sistemas de inovagdo. Os casos do[Brasil da Argentina (que con: tam do estudo de Nelson) se enquadrariam nessa categoria, Outros paises como 0 México ¢ a India também esto aqui. Os paises desse grupo, periféricos e semifindus- trializados, construiram uma infra-estrutura minima de ciéncia e tecnologia. Porém, dada a pequena dimensio dessa infra-estrutura, a sua baixa articulago com o setor produtivo, a pequena contribuigao a “eficiéncia” no desempenho econémico do pais, pode-se dizer que nao foi ultrapassado um patamar minimo que caracteriza a presen- a de um sistema de inovago. Freeman (1988b, p. 81) aponta um critério importante, quando enfatiza que os sistemas de inovagio so efetivos “apenas na medida em que cles apdiem, nos setores-chave da economia, processos de learning by doinge learning by interacting”. Essas trés categorias podem se articular com niveis distintos de inovagdo tecno- logica. Rosenberg (1976, p. 66) chama a atengaio para um viés presente na andlise de Schumpeter no sentido de negligenciar 0 papel dos pequenos aperfeigoamentos no processo inovativo. A partir dessa critica ganha relevancia o papel das inovagdes incrementais, que compdem, ao lado das inovagées radicais, o processo inovativo em seu sentido mais geral. Essa formulagio pode ser utilizada na fundamentagao do es- bogo de tipologia aqui proposta. Os paises da terceira categoria dependeriam fund mentalmente do acesso a tecnologia estrangeira (podendo se diferenciar quanto ca- pacidade de assimili-la); os paises da segunda categoria combinariam uma elevada capacidade de assimilacdo da tecnologia dos paises lideres com uma capacidade ex- pressiva de desenvolvimento de inovagdes incrementais. Ja os paises da primeira categoria alcancaram a capacidade de gestar inovagées radicais (diferenciam-se quanto ao niimero e ao impacto das inovagées). ______ Que evidéncias existem para justificar essa terceira categoria? = Um sistema nacional de inovagao deverd contribuir para diminuir 0 hiato tecno- logico com a fronteira internacional. Durante os anos 80 0 que se viu no Brasil, ao contrario do que ocorreu com a Coréia e Taiwan, foi a perda de posigdes competitivas (Dahlman & Frischtak, 1993, pp. 420-5). Constata-se a existéncia de um risco de ampliagio do hiato entre os paises da terceira categoria ¢ a fronteira tecnolégica. 58 Outra evidéncia ¢ fornecida por Fagerberg (1988, pp. 449-50), em uma pesquisa sobre os fatores explicativos das diferencas de crescimento entre grupos de paises. Ele analisou 0 grupo dos paises de “fronteira tecnolégica” (na sua amostra os Estados Unidos, 0 Japaio, a Alemanha, a Suécia e a Suica), os paises de desenvolvimento in- dustrial recente (“Newly Industrialized Countries”, NICs) asidticos ¢ os NICs latino- americanos. Comparando suas taxas de crescimento relativo, encontrou que os NICs cresceram a taxas maiores que as dos paises de fronteira. Porém, os fatores que expli- cavam esse crescimento maior dos NICs diferiam. Para o periodo compreendido entre 1973 ¢ 1983, Fagerberg encontrou para os NICs asiiticos que a “atividade inovativa” contribui com 2,9% e a “difuso” com 1,6 % para o crescimento 6% mais rapido des- ses paises em relagio ao grupo de fronteira. Para os NICs latino-americanos encon- trou uma contribuigdo negativa de -0,1% da “atividade inovativa” e de 1,5% da “difu- sio” para o crescimento 1,9% mais rapido desse subconjunto em relagio a fronteira. Esses ntimeros, seja pela comparagdo do ritmo de crescimento no perfodo (6% contra 1,9%), seja pelo peso da atividade inovativa como fator explicativo das taxas diferen- ciais de crescimento (2,9% contra -0,1%), apontam para uma significativa diferenga no papel especifico assumido pelas “atividades inovativas internas” entre esses dois ‘grupos de paises. Ao contrario dos asiaticos, os NICs latino-americanos tém revelado uma baixa capacidade de absorgao da difusio tecnolégica mundial, refletindo 0 caré- ter ainda embrionario de seus sistemas de inovagao. 3. A ANALISE DOS DADOS AGREGADOS DO SISTEMA BRASILEIRO DE CIENCIA E TECNOLOGIA A dificuldade maior para um balango quantitativo do sistema brasileiro de cién- cia ¢ tecnologia reside na precariedade das estatisticas brasileira. Um documento editado pelo Ministério de Ciéncia e Tecnologia (MCT) afirma que perguntas sobre quantos pesquisadores estiio engajados em atividades de P&D, quais os nimeros reais, dos dispéndios pitblicos e privados em C&T “seguramente nio encontrardo respostas com razoiivel preciso e confiabilidade. Alias, hoje ha uma constatagdo quase unani- me de que a desinformagao sobre a nossa realidade em C&T é bastante grande” (Martins, 1993, p. 17). 0 esforgo recente realizado através dos importantes estudos coordenados por Coutinho & Ferraz (1993), Schwartzman (1993) & Biato (1992) contribuiu para sis- tematizar os dados disponiveis. E necesséria uma postura cautelosa com esse conjunto de dados. Certamente essa constatagio j é um dado revelador sobre o carter do sistema brasileiro de ciéncia ¢ tecnologia: os escassos recursos alocados para esse setor estratégico no sio sub- metidos a um controle rigoroso. E plausivel a suspeita de um certo desperdicio e de alguma “ineficiéncia” nesse sistema. Todavia, os dados disponiveis devem ser analisados e discutidos, pois trata-se no minimo de estatisticas preliminares, fornecendo uma nogiio geral das dimensdes do sistema de ciéncia e tecnologia do Pais. A partir desses dados e do levantamento de algumas informagdes ainda sem qualquer processamento (como as patentes) serdio realizados alguns exercicios para uma avaliagao inicial do sistema brasileiro. 59 Ao longo desse t6pico, dados de outros paises sero mencionados e tomados como referéncia para algumas comparagdes, que tém o intuito de localizar a posicao brasi- Ieira no cenario internacional. 3.1 Dados agregados sobre o insumo e o produto da atividade de P&D Gastos com pesquisa e desenvolvimento Segundo dados do MCT-CNPq, o Brasil gastou em 1990 US$ 2,94 bilhdes em cigncia e tecnologia, o que representou 0,72% do PIB. Entre 1981 ¢ 1990 essa porcen- tagem oscilou entre 0,64% e 0,84%. O que significam esses mimeros quando comparados com os de outros paises? Em primeiro lugar, se comparados com o padrio de gastos da OCDE a porcenta- gem é baixa: em 1989 os Estados Unidos, o Japdo e a Alemanha Ocidental aleanga- ram a marca de 2,9% do PNB, a Franca ¢ 0 Reino Unido, 2,3% (Nelson, 1993, p. 26). Paises pequenos como a Suica (em 1986) ¢ a Suécia (em 1989) gastaram 2,8% de seus PNBs; a Holanda (em 1988), 2,2% (TECHNOLOGY, 1991). Em segundo lugar, é também baixa quando comparada com os dados sobre a Coréia do Sul, que em 1987 teria alcangado 2,3% do PIB segundo Lall (1992, p. 175), ou 1,93%, segundo Kim (1993, p. 370). A comparagio com a Coréia do Sul é mais reveladora em termos dindmicos, pois no inicio dos anos 80 a porcentagem dos recur- sos alocados para cincia e tecnologia era semelhante & coreana (Guimares, Aradjo & Erber, 1985, p. 68). Em terceiro lugar, esses dados so comparaveis 4 porcentagem que paises do Terceiro Mundo como 0 México (0,6% em 1984) ¢ a india (0,9% em 1984) destinam a essa area (Lall, 1992, p. 175). Quando 0 valor absoluto dos gastos em ciéncia e tecnologia é considerado, o to- tal brasileiro é comparavel aos gastos totais dos paises pequenos ¢ de alta renda como a Suécia (USS 3,76 bilhdes), a Suica (US$ 2,857 bilhdes) e a Holanda (USS 4,29 bilhdes) (TECHNOLOGY, 1991). A distribuigao desses gastos traz informagSes interessantes. No Brasil, em 1990, © conjunto do setor produtivo foi responsivel por 18% desses recursos. Essa partici- pagiio é bastante diferente da existente na OCDE, em que os niveis mais baixos de financiamento de P&D por empresas sfio encontrados nos Estados Unidos, na Franga eno Canada (respectivamente 48%, 43,4% e 42%), € os mais altos na Alemanha, no Japio na Suiga (65,5%, 70,5% € 78,9%). Quanto a aplicago desses gastos, Lall (p. 175) estimava que no Brasil (em 1982) 28% seriam aplicados pelas empresas. Isso € menos da metade da média dos paises da OCDE (minimo de 55,6% na Dinamarca, passando por 70,7% nos Estados Unidos, até 73,6% na Bélgica). A porcentagem brasileira, novamente, é comparavel & da {ndia (22,2% em 1984) A do México (33,3% em 1984). J4 a Coréia do Sul esta no nivel dos paises desenvol- vidos: 65,22% (Lall). Pessoal envolvido em P&D Os mimeros so controversos. Schwartzman encontra 15 mil cientistas e pesqui- sadores ativos no pais (1993, p. 9). 60 O CNPq registrou 23.395 cientistas em um levantamento recente, chegando a 68.506 0 numero de pessoas ligadas as atividades de pesquisa em ciéncia e tecnologia (SBPC, Jornal da Ciéncia Hoje, 5/8/94). Pesquisadores do CNPq (Martins & Queiroz) contabilizaram que em 1985 havia um total de 52.863 pesquisadores (destes, 11 mil com doutorado completo). Esse es- tudo é utilizado por Brisolla (1993) em seu trabalho para o projeto coordenado por Schwartzman (1993). Documento mais recente do Ministério de Ciéncia e Tecnolo- gia (SISTEMA, 1993) estima em 60 mil o nimero de pesquisadores (entre mestres e doutores). Com a devida cautela, é interessante tomar como referéncia o estudo de Martins & Queiroz, dada sua maior abrangéncia. Fazendo-se uma comparagiio com os dados dos paises da OCDE, nota-se que 0 universo de 52.863 pesquisadores do Brasil tem uma dimensao semelhante a da comu- nidade da Suica (45 mil em 1986), da Suécia (52.700 em 1989) e da Holanda (64.420 em 1980)? Segundo Martins e Queiroz, os pesquisadores brasileiros estavam distribuidos da seguinte forma: 68,52% em instituigdes de ensino*; 20,54% em instituigdes especializadas em ciéncia e tecnologia; ¢ apenas 3,98% em empresas estatais e priva- das. Nos paises da OCDE no minimo 60% dos pesquisadores esto em empresas (TECHNOLOGY, 1991, p. 50). Quanto as Areas cientificas, a distribuiciio era a seguinte: 21,23% dos pesqui- sadores nas Ciéncias Bioldgicas ¢ na Satide; 14,69% nas Engenharias; 14,39% nas Ciéncias Agrarias; 12,58% nas Ciéncias Exatas e da Terra e 18,04% nas Ciéncias Humanas e Sociais Aplicadas (Martins & Queiroz, p. 41). Uma outra abordagem sobre a contabilizagio dos envolvidos em pesquisa foi realizada por Schwartzman (1985), que estimou a existéncia de cinco mil unidades de pesquisa. Schwartzman encontrou a seguinte distribuigdo: 60% em instituigdes universitarias; 32% em instituigdes de pesquisa governamentais ¢ 8% em empresas orientadas para a produgiio (sendo a maior parte em estatais). Distribuig&o compa- tivel com o resultado encontrado por Queiroz & Martins. Produgiio cientifica ‘A construso da infra-estrutura em ciéncia ¢ tecnologia ao longo dos anos 70 pode ser constatada nos niimeros sobre a produgio cientifica brasileira, medida pela porcentagem de artigos cientificos brasileiros em relagiio ao total mundial. Schott (1993) computou a evolugao da produso cientifica brasileira ao longo das décadas de 70 ¢ 80: de uma participacao de 0,21% no total mundial de artigos cientificos em 1973, alcangou um pico de 0,38% em 1981 (representando um cresci- mento de 80%) e caiu para 0,35% em 1986. 2 No Japiio o pessoal de P&D totalizava 830.858 pessoas, na Alemanha 419.207, na Franca 283.099. Esse dado no estava disponivel para os Estados Unidos (OCDE, 1991). 3 Em pesquisa recente sobre a comunidade académica brasileira, o NUPES (Niicleo de Pesquisas sobre Ensi- no Superior...) da USP encontrou um total de 65 mil professores em universidades piblicas brasileiras, dos quais 42 mil foram contratados como pesquisadores. Destes, 47% ndo haviam desempenhado nenhuma ativi- dade de pesquisa nos tiltimos trés anos (Fotha de S. Paulo, 31/7/94). 4 Um levantamento mais recente, realizado pelo CNP4, identificou 4.782 grupos de pesquisa (Gazeta Mer- cantil, 5, 6 ¢ 7/8/94). 61 Esses dados revelam o crescimento da produgao cientifica brasileira, mas tam- bém a sua pequenez em relagdo a produgdo cientifica mundial. Essa pequenez fica mais clara quando a participagdo brasileira no total dos artigos cientificos publica- dos é comparada com a participagdo do Brasil no Produto Mundial Bruto, a qual foi de 1,59% em 1989, segundo o Banco Mundial (World Development Report, 1991). “Comparando as duas participagdes, constata-se que a ciéncia produzida no Brasil é apenas 22% da contribuigao brasileira ao Produto Mundial Bruto. Verifica-se que nos paises capitalistas avangados a participagiio porcentual na produgio cientifica é superior a participagao no Produto Mundial Bruto: no caso da América do Norte a produgo cientifica é 130% da participagao no Produto Mundial Bruto, enquanto na Europa Ocidental essa relagdo é de 135% (v. Tabela 1). TABELA1 Desempenho da pesquisa cientifica, justaposta a economiae 4 populagao, como porcentagem dos totais mundiais Pais Artigos PNB Populagéio (%) (%) (%) Brasil 03 47 28 ‘América do Norte 409 31.3 54 Europa Ocidental 30.8 227 72 Outros Am. Lat. 08 3,0 53 'srael 40 02 04 Resto do mundo 26,1 442 79.2 Fonte: Schott, 1993, p. 29. Patentes Asestatisticas de patentes, que so pouco utilizadas no Pais, podem fornecer pistas para o nivel e a qualidade da atividade tecnolégica interna No caso brasileiro’, quando os dados totais sobre patentes concedidas siio obser- vados, identifica-se um aumento expressivo da média anual alcangada nos anos 80 em relagao aos anos 70: 6.193 contra 1.908, respectivamente. Quando so consideradas apenas as “patentes de invengio”, a média dos anos 70 foi de 1.747, ¢ a dos anos 80, 4.824. Em termos gerais, o niumero de patentes concedidas no Brasil aumentou. Porém, no é possivel deduzir imediatamente do ntimero global de patentes concedidas no Brasil uma maior atividade tecnolégica interna, pois as patentes so concedidas a resi- dentes e a nao-residentes no Pais. Nem todas as patentes registradas serao utilizadas produtivamente, muitas servem apenas para garantir uma futura utilizagdo no merca- do nacional pela empresa estrangeira que a detém. De qualquer forma, a ampliagao 5 Asestatisticas sobre patentes, mesmo em paises que tém bancos de dados bem montados, como os Estados Unidos, tém infimeras imitages como indicadores da atividade tecnolégica. Cohen & Levin (1989) ressaltam como “o valor econdmico das patentes € altamente heterogéneo” (p. 1.063). Apesar das limitagSes, Griliches (1990) conclui um abrangente'survey sobre o tema afirmando que “apesar de todas as dificuldades, a estatistica de patentes continua como uma fonte nica para a andlise do processo de mudanga tecnolégica” (p. 1.702). * Este t6pico (assim como o exereicio sobre o valor esperado das patentes brasileiras, adiante) se apia em Albuquerque & Macedo (1994), 7 Aspatentes de invengio sfo as de maior contetido tecnolbgico, “representando um desenvolvimento real da tecnologia, em relagio ds demais naturezas” (INPI, 1989, p. 8). 2 da média anual de patentes entre as décadas de 70 e 80 uma mostra do maior inte- esse econdmico geral no Pais. Tomando-se a razio entre patentes concedidas a residentes sobre o total de pa- tentes concedidas (residentes e ndo-residentes), segundo a Tabela 2, constata-se que essa razio é maior entre as patentes em geral (25,85%) do que apenas entre as paten- tes de invengiio (13,16%). Essa comparagiio indica que os residentes no Brasil tm a sua atividade concentrada em inovacdes de menor conteiido tecnolgico. TABELA2 Patentes concedidas no Brasil — total e patentes de invencao, segundo a origem do titular Patentes Patentes de invengao Ano Total _Res.__N. Res. Total Res. __N.res. 1981 «14.5381.713 9.825 8.229844 7.448 1982 11.594 2561 = 9.033. 10.083 1.318 = 8.765 1983 7.338 1.835 «= «5.503. 6.077779 5.298 1984 5749 1.293 «4.456 «= 4.893 584 4.309 1985 4926 1454 = 3.472 3934 607 «3.327 1986 3.804 1.189 2.615 2935 442 © 2.493 1987 3.132 1.069 2.063 2.184289 1.895 1988 4230 1452 2.778 3.040 487 2.653 1989 4903 1567 3336 3510 474 3036 1990 4714 1551 3.163, 3.355 464 2.891 1991 3.385 est 2.504 2479 S41 2.138, 1992 2577 8620 4.715 1.822 254 1.568 1993 3551 1038 25132649378 2.271 Fonte: Anuario Estatistico do IBGE. A hipotese com a qual aqui se trabalha é a de que as patentes de invengdio conce- didas a residentes constituem a melhor aproximagiio para uma medida da “eficién- cia” dos gastos em P&D de um pais, quando se utilizam as patentes como indicador do produto da atividade cientifica e tecnoldgica (adiante algumas comparagées inter- nacionais sero realizadas). Quando os dados sobre patentes de invengdo de residentes no Brasil so desagre- gados segundo a natureza do seu titular (v. Tabela 3), conclusdes importantes ¢ até certo ponto surpreendentes podem ser tiradas. Em primeiro lugar, é clevada a participagdio de pessoas fisicas no conjunto das patentes concedidas: uma média de 33%, levando-se em consideragiio os quatro anos ‘computados. Barbieri (1988) comenta que um indice em torno de 15% seria compati- vel com a média internacional. Em segundo lugar, embora 0 conjunto do setor pibli- co (empresas estatais, instituigdes de pesquisa e agéncias governamentais, universi- dades) tenha sido responsdvel por 80% dos gastos, cle respondeu por apenas 13,13% das patentes em 1986; 18,22% em 1989; 16,53% em 1992 e 13,24% em 1993. Quan- do apenas o setor produtivo é considerado, a relagdo entre gastos em P&D ¢ patentes descrita por Griliches é quebrada, pois em 1989 as estatais registraram um gasto de US$ 300 mithées e patentearam apenas 13,7% do total, enquanto as empresas priva- das gastaram US$ 190 milhdes e obtiveram 50,5% das patentes. Nesse caso, quem gastou mais patenteou menos (0 oposto do que seria esperado), 63 TABELA3 Patentes de invengao concedidas a residentes no Brasil, ‘segundo a natureza do titular (varios anos) EX) PF EPN EPCE EE UIP AG UEE OUT TOT 19860158151 4G 421 0 9 419 1999 148«172,—C*«=‘“lssiHCiaHCC 3 483 1992 agi 8 2 236 1993 107_—164#—— 3 7355 Fonte: Revista de Propriedade Industrial elaborag&o propria) Nota: PF — Pessoa Fisica; EPN — Empresa Privada Nacional; EPCE — Empresa Privada de Capital Estrangeiro; EE — Empresa Estatal; UIP — Universidade e Instituto de Pesquisa; AG —Agéncias Governamentais; UEE —Convénio entre Universidade e Empresa; OUT — Outros; TOT —Total 3.2 O enyolvimento do setor produtivo em atividades de inovacao O setor produtivo, como mostram os dados agregados, tem uma participagdo nos gastos em P&D em torno de 20% (MCT, 1993), mas Dahlman & Frischtak (1993) chegam a trabalhar com a hipétese alternativa de uma participacdo de apenas 10%. Esse montante, como discutido, é um nimero muito baixo quando comparado com 0 de outros paises. As estatisticas sobre o setor produtivo sfio muito pobres no Brasil, em particular quando se trata das empresas privadas. Em um levantamento realizado em 1984, Paulinyi encontrou 1.118 empresas (1.071 privadas ¢ 43 estatais) executando pesquisas. Um documento do Ministério de Ciéncia ¢ Tecnologia (1993a) registra a exis- téncia de Centros de Pesquisa ¢ Desenvolvimento: 7 em empresas estatais ¢ 49 em empresas privadas. O Censo Industrial de 1985 apresentou as empresas recenseadas perguntas sobre gastos com tecnologia (envolvendo gastos em P&D, gastos com patentes e com con- tratos de transferéncia de tecnologia): das 59.944 recenseadas, 2.117 informaram ter efetuado tais gastos.* Dado que o IBGE informa existirem 175.652 empresas in- dustriais no Pais; apenas 1,2% delas realizou gastos com tecnologia em 1985 (Matesco, 1993). Dessas 2.117 empresas, 1.149 informaram gastos em P&D, 662 gastos com paten- tes (aquisigdo, registro) e 413 com contratos de transferéncia de tecnologia (Matesco, 1994, p. 24). ® H& algumas limitagdes do Censo Industrial que afetam a possibilidade de se extrairem certas conclusdes dele, pois empresas que reconhecidamente investem em P&D ficaram fora desse Censo, Em primeiro lugar, ‘0*Censo Industrial” informa que “nao foram pesquisados os servigos industriais de utilidade publica”, item em que se incluem as “atividades de produgdo e geragio de energia elétrica” (IBGE, p. 182). Ou seje, no foram computados os gastos do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) da Eletrobris, Em segundo lugar, as atividades de comunicagdo estariam no “Censo de Servigos”, donde o CPqD da Telebras também ficou fora da apuragao realizada pelo IBGE. 64 Analisando os dados do Censo Industrial, Matesco contabilizou um gasto total de USS 191.459,2 mil, sendo que o setor privado foi responsavel por US$ 150.614,2 mil e o estatal por US$ 40.845,0 mil? ‘A maior parte dos gastos declarados destinou-se a atividade de P&D: um total de USS 158.831,4 mil, dos quais USS 120.418,1 mil pelo setor privado e USS 38.413,2 mil pelas estatais. Gastos com patentes consumiram US$ 2.599,3 mil, ¢ gastos com contratos de transferéncia de tecnologia, US$ 30.028,5 mil. Como esses dados, uma vez desagregados, podem contribuir para o esclareci- mento da dimensio da “motivagdo a inovar” do setor industrial do Brasil? O trabalho realizado por Matesco (1993, 1994), em primeiro lugar, indica como esses gastos estilo concentrados praticamente em dois “macrocomplexos”: 0 Quimi- co (englobando a quimica e a petroquimica), responsavel por 31,4% dos gastos em P&D; € o Metal-mecanico (composto por automotriz, outros materiais de transpor- te, eletroeletrénico, maquinas e equipamentos e metalurgia), que realizou 58,7% desses gastos. Além deles, o “microcomplexo” alimentos e bebidas foi responsavel por 4% do total. A soma dos dois “macrocomplexos” com este “microcomplexo” alcanga 94,1% dos gastos em P&D de 1985. Observando a relagdo P&D/receita liquida, verifica-se que apenas um microcom- plexo (0 eletrocletrénico) alcangou a marca de 1%. A média dessa relagio entre as empresas brasileiras foi de 0,4%, bem inferior A das americanas (3,1%), francesas (2,9%) e alemis (2,8%) (Matesco, 1994, p. 46). Matesco relacionou as “dez mais” do P&D do Brasil, segundo o Censo Indus- trial. Em termos de gastos totais, a lideranga ficou com uma empresa cuja atividade principal 6a “fabricaco de produtos de refino de petrdleo”. Considerando-se os gastos em P&D por empregado, a lideranga e o terceiro lugar esto com empresas da ativi- dade de “alimentos — beneficiamento”. Jé segundo a relaco P&D/vendas, a lide- ranga se encontra na atividade de “produtos siderirgicos”. Um resultado significativamente inferior (previsivel) 6 encontrado quando se compara o primeiro lugar brasileiro com o americano em cada tépico: (i) gastos to- tais, US$ 28,8 milhdes contra USS 5.887 milhdes, respectivamente; (ii) P&D por empregado, USS 0,012 milhdes contra US$ 133,8 milhdes; (iii) P&D /vendas, 11,0% contra 126,7% (Matesco, 1993, pp. 408-9), ‘As empresas brasileiras gastam pouco em P&D, em valores absolutos ¢ relati- vos. O resultado agregado da participagio relativa do setor produtivo fica explicado em funcao de uma baixa motivagio a inovar das empresas brasileiras. Essa motivago se encontra concentrada, na medida em que, segundo o Censo Industrial, 156 empresas perfaziam 70% dos gastos totais com inovagio efetivados em 1985. Essas 156 empresas fazem parte do conjunto das quinhentas maiores em- presas em termos de receita de vendas (Matesco, 1994, pp. 48-9). Um diagnéstico geral sobre o envolvimento do setor produtivo em atividades de inovagao é negativo, pois poucas empresas gastam em P&D, e as que o fazem gastam pouco (em termos absolutos ¢ relativos). E verdade que 0 quadro geral, como afirma Matesco (p. 49), é de “heterogeneidade tecnolégica”. Porém, essa hetero- ° Essa participagao maior do setor privado, contrariando os dados até aqui discutidos, explica-se pela auséncia ‘de empresas estatais importantes nesse Censo, conforme discutido na nota anterior (v. Albuquerque, 1994). 65 geneidade pode ser qualificada, quando se acrescenta que mesmo as empresas que esto no topo da estrutura tecnolégica brasileira esto atrasadas, quando se leva em conta o cendrio mundial. 3.3. O desempenho agregado do sistema brasileiro de ciéncia e tecnologia Os dados até aqui apontados podem servir de ponto de partida para uma avalia- 40 do “desempenho” do sistema brasileiro? Se houver consciéncia dos limites dessa avaliago e das cautelas até aqui apontadas, é possivel chegar-se a uma visio, preli- minar e aproximada, desse “desempenho”, O que se pretende averiguar é como os gastos em P&D (um insumo da atividade cientifica tecnolégica) se relacionam com os produtos iniciais desse processo (pa- tentes e artigos cientificos), Parte-se de um modelo bastante simples: o da “fungao de produgao de conhecimento”, exposto por Griliches (1990). Esse modelo mostra as relagdes entre os gastos com pesquisa, 0 aumento do estoque de conhecimento e a produgao de invengdes que serao patenteadas. A relacio entre os gastos em P&D e a produgao de invengdes que serdo paten- teadas € bastante simples. Grosso modo, quanto maiores os gastos em P&D, maior © nimero de inovagdes produzidas e maior o nimero de patentes.'° A relagio entre gastos em P&D e a “producdo cientifica” (medida pelos artigos cientificos publicados, segundo 0 Science Citation Index) pode ser inferida do esque- ma seguinte: os gastos efetivados com pesquisa atuariam aumentando 0 conhecimen- to disponivel, que pode ser medido pelo ntimero de artigos cientificos publicados (esse indicador seria uma aproximagio da ampliagdo do conhecimento). Primeiro exercicio: gastos com P&D e a producao cientifica Este exercicio utilizara os dados da Tabela 1. Schott (1993) justapés a porcenta- ‘gem dos artigos cientificos publicados e a participago relativa das regides menciona- das no Produto Mundial Bruto. A primeira vista, constata-se que ha paises e partes do mundo cuja participaco nos artigos cientificos é superior a respectiva participagao no Produto Mundial Bruto (América do Norte, Europa Ocidental e Israel), e outros em que ela ¢ inferior (Brasil, resto da América Latina e resto do mundo). Porém, o dado da participagdo no Produto Mundial Bruto deve ser “ajustado” pela porcentagem do Produto Interno (nacional ou regional) destinado as atividades de P&D, para que o esquema aqui sugerido possa ser exposto. Esse indice devida- mente “ajustado” prestar-se-4 a algumas comparagées.'! O resultado desse exercicio simples mostra que se o Brasil praticasse 0 “padrio norte-americano”, deveria publicar 0,62% dos artigos do mundo. Se o “padraio euro- peu ocidental” fosse praticado, a participagdo brasileira deveria passar para 0,65%. As porcentagens obtidas aqui demonstram que o sistema brasileiro de ciéncia alcangaria 56% ou 54% da participagao esperada caso 0 “padrao” de desempenho fos- Se norte-americano ou curopeu ocidental, respectivamente. 1® Griliches relata um R? médio de 0,9 quando é analisada a relaglo entre P&D e o nimero de patentes entre diferentes firmas (resultado do estudo, na dimensio “corte transversal”, de Hausman, Hall & Griliches, 1984), § Bsse indice” foi criado compondo-se a participagio do pais (ou regio) no produto mundial com a porcentagem do seu produto que é destinadoa P&D. Para fins do cdlculo deste valor, considerar-se-4 que o Brasil aplicou0,7% 4oPIB emP&D; a América do Norte ea Europa Ocidental, uma média de 2,5% (um valor aproximado). 66 Portanto, esse primeiro exercicio constata que a “produtividade” da atividade cientifica brasileira em relag&o aos gastos em P&D alcanca indices que sio proxi- mos da metade daqueles do desempenho obtido a partir dos mesmos gastos quando realizados na América do Norte ou na Europa Ocidental. Ou seja, 0 pouco que é gasto em atividades de P&D no Brasil tem um aproveitamento menos eficiente do que nos paises da OCDE. Segundo exercicio: P&D e patentes concedidas a residentes Este exercicio trata da relagdio P&D e patentes de invengo concedidas a residen- tes no Brasil. Tais patentes constituem a maior aproximagao possivel da atividade tecnologica interna que pode ser obtida das estatisticas disponiveis de patentes. Este exercicio foi realizado em primeiro lugar com uma amostra limitada e pre- dominantemente composta por paises da OCDE, com dados de patentes de invengio concedidas a residentes em 1991, segundo os gastos em P&D com uma defasagem temporal de um ano, em principio, conforme a Tabela 4. TABELA4 Gastos em P&D totais e do setor produtivo (em US$ bilhées, segundo o ano explicitado) © ondimero de patentes de invengao concedidas a residentes (1991) Pais Gastos em P&D (*) Patentes conc. (total) (s.prod.) a residentes Estados Unidos 125,00 (1990) 107,04 51,184 Japio 38,75 (1988) 3462 30.453 Alemanha 23,80 = (1990) 21,08 16.756 Franga 17,85 (1990) 12,95 9.221 Reino Unido 14,80 (1988) 11,35 4.492 Italia 9,18 (1990) 6.42 311 Holanda 3.20 (1988) 2.55 926 Suiga 2,80 (1986) 2,00(°) 2.540 Suécia 2,80 (1989) 2,52 1.713 Brasil 2,70 (1990) 0,54 ut Bélgica 1,70 (1988) 1,52 524 Coréia do Sul 1,53 (1989) 1,24 2.553 Israel 1,50 (1989) 0,33 354 Fonte: Intemational (1993), Technology (1991), Sistema (1993), Nelson (1993). (¢) Oano referente ao gasto entre parénteses. () Para a Sulga o valor foi estimado a partir dos gastos do setor privado. Uma correlagao alta entre os gastos nacionais em P&D ¢ 0 niimero de patentes foi encontrada: 0,95; significativa em nivel de 0,0001. Tomando-se a tendéncia pro- jetada pela anéllise de regressao no caso mais agregado, verifica-se que o Brasil deve- tia ter registrado um total de 2.048 patentes de invencao, numero que contrasta forte- mente com as 341 efetivamente registradas. Quando 0 Japio é retirado da amostra 0 ajustamento estatistico melhora (0 R? sobe para 0,97), ¢ o mimero de patentes espe- rado cai para 1.315, ainda quase quatro vezes maior que o obtido pelo Pais em 1991. Se a amostra é mudada para outra em que os paises capitalistas desenvolvidos so excluidos, obtém-se resultados bem diferentes. Quando se considera a Coréia do Sul, Cingapura, india, México e Brasil e utilizam-se os gastos com P&D do setor pro- 67

You might also like