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Felizellassume aCoroaespanhola. | Elizabeth assume aCorea inglesa Espana vence os turcos otomanos se restaura oangicanismo. na Batalha de Lepanto 156 1850 isn > O modelo de absolutismo monarquico: Franca “L Etat cest moil” ou “O Estado sou eu!”. A frase atribuida ao rei francés Li XIV descreve bem o poder absoluto dos reis na Europa moderna. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) contra a Inglaterra fortaleceu o poder real na Franga, com a formagao de um exército profissional eo progressive aban- dono do sistema militar baseado na cavalaria feudal. O sistema tradicional, em que o rei convocava seus vassalos para a guerra, mostrou-se ineficaz do ponto de vista politico e militar. Para fortalecer 0 exército, o rei Carlos VII instituiu um imposto diretamente voltado para a guerra, a talha real (taille royal), que servia para remu- nerar os soldados ¢ investir em artilharia. Ainda no século XV, os primeiros reis da dinastia Valois deram continuidade a essa militarizagao da monarquia ¢ 4 melhoria do sistema fiscal e buscaram neutralizar 0 poder das grandes casas aristocraticas. Em 1515, Francisco I enfraqueceu os poderes regionais da nobreza, bem como os dos Estados-Gerais, assembleia que, se convocada pelo rei, reunia representan- tes dos trés estamentos ou grupos sociais da Franga: a nobreza, 0 clero ¢ 0 “povo” Sobre Gucirs dos Cem Anos, OU texceiro estado (tiers). Este Gltimo abrangia, em principio, todos os demais vereapitlo7 ‘grupos sociais, com destaque para a burguesia comercial do reino, ‘A Coroa francesa também passou a controlar a Igreja no reino por meio da Concordata de Bolonha, em 1516, assinada pelo papa Clemente VII. Ela consa- grou o galicanismo, assegurando ao monarca francés o privilégio de indicar os ‘membros da alta hierarquia eclesidstica. As guerras promovidas pela monarquia, sobretudo as disputas com Carlos V, do Sacro Império Romano-Germanico, justi- ficaram a crescente centralizagao fiscal durante o reinado de Francisco 1. EL La ee) CULTURA As armas de fogo Durante [dade Média, a cavalariaorau parte malsimportante de um exére eset estes teenies oR en ee armas de fogotornov a infantara ea arttharia essenciais nes guerras europelas As primeiras delas [armas de fogol, ainda improvisadas, provavelmente surgiram na China logo apés a invencao da pélvora, no século IX. Em tubos de bambu, essa mis- tura de salitre, entofre e carvao vegetal que explode em contato com o fogo era sada | para atrar podras. Os rabesaperllgoaram oinventon seul XI fo]. Mas a ont i { buigdo decisiva veio no século XIV, quando surgiram os primeiros canhées de bronze, ‘mais seguros.[..] As primeiras armas de fogo portateis aparecem no sécula XV. “E uma verdadeira revolucdo: 0s soldados ganham outra importancia e as taticas de guerra ‘mudam completamente”, afirma [o historiador] Joao Fabio Bertonha, Homem segorando umn fueaquste tr pevira A primeira arme individual amplamente usada em batathas & 0 mosquele, credo no dinicio do stculo XV. século XV Mas ainvengdo&lentae tem péssima pontara eee eet era (ual é 3 arigem das armas de fogs? Mundo Estranho. Disponivel em -entipslimundoestranha.abri.com.br/istria/sergunta_ 285918. shims, Acessa am: now. 2015, + Com base no texto acima, discuta com os colegas, em grupo, a relacdo entre a revolucao das técnicas militares e a construcao do absolutismo monarquico. 210 Formagio da Unido de Utrecht contra a Eszanha, base da formacao | Felize ll assume a Corea portuguesa, dando inicio & Unido Inérica dos Paises Banos calvnistas Holandal 577 1800 A construcao do absolutismo A difusio do protestantismo na Franga fez 0 reino mergulhar em quase meio século de crises marcadas por “guerras religiosas”. Parte da nobreza, sobretudo no sul da Franca, ¢ grupos de burgueses ¢ artesios de varias cidades aderiram a0 protestantismo, tornando-se huguenotes. Apés a morte de Henrique II, em 1559, sucessor de Francisco I, a crise parecia incontorndvel. Catarina de Médici, Carlos IX e Henrique Ill fracassaram no enfrentamento da crise religiosa e foi nesse contexto que entrou em cena o futuro Henrique IV da Franga, filho de Antoine de Bourbon, rei de Navarra. A dinastia Bourbon recolocou 0 Estado francés no rumo do absolutismo, a comesar pela promulgagao do Edito de Nantes (1598), 0 qual permitia 0 culto protestante na Franca ¢ até mesmo o direito de os huguenotes manterem locais fortificados. Henrique IV morreu assassinado, em 1610, mas a monarquia franc sa ganhou estabilidade, Muitos comerciantes compraram cargos ¢ titulos, adqui- rindo o status de aristocratas. No século XVII, a monarquia francesa se fortaleceu, com destaque para o car- deal Richelieu, ministro que governou de fato a Franga a partir de 1624, durante © reinado de Lufs XIII. No plano externo, Richelieu também conduziu a Franca na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), cujo desfecho seria muito favoravel aos franceses. O sucessor de Richelieu como ministro todo-poderoso do reino foi seu discipu- lo: 0 também cardeal Giulio Mazarino, que deu continuidade, a partir de 1642, a obra de fortalecimento das instituigdes reais. PRRTEEE REET TERETE Sobre a Reforma provestane © 'expansio dos hogoenots, er captao 1648) A Guerra dos Trinta Anos O principal conflito do século XVII foi a Guerra dos Trinta Anos, iniciada em 1618. Comegou na Boémia, regido que hoje per- tence & Repiiblica Tcheca, a partir de uma revolta calvinista contra a dinastia cat6lica dos Habsburgos,¢ logo se alastrou por todo © Sacro Império, com a adesio dos princi- pes luteranos aos revoltosos c, ainda, 0 apoio de uma poténcia emergente, também protestante: a Suécia. A Espanha nao tardou a entrar no con- flito, pois era da mesma dinastia do Sacro Império, além de empenhada em sufocar a independéncia da Holanda Os alinhamentos dessa guerra tenderam a seguir de perto, nos primeiros tempos, a orientagao religiosa de reis e principes. Muitos historiadores a consideram a prin- dureDenachd ‘ui cipal — ¢ a silkima — guerra teligiosa da- [ Somewscemaze Tai toahe eden cepa quela época. she usando sonra ‘Sho Paulo: V, eoks, 208, OUBY, Georges Ale an Derretadslnvencivel Armada | HenriquelV assume. Coroafrancesse | Morte de Felipe ide Ezpanha, Henrique W promulga 0 espanhola Inaugura adinastia Bourbon, Bit de Nantes, na Franca, 188 os 198 Mas a evolugao do conflito deixou claras outras motivagées, sobretudo politi- cas, que atropelaram as religiosas. © melhor exemplo, no entanto, foi dado pela Franga catélica que, tendo & frente o cardeal Richelieu, ministro de Luis XIII, se aliou a Suécia luterana aos principes protestantes contra sew rival hist6rico: Sacro Império dos Habsburgos. ‘A guerra terminou em 1648 com a assinatura do Tratado de Westfalia. A Fran- a conseguiu alguns territérios cobigados desde o século XVI, como a Alsicia-Lo- rena; 0 Sacro Império nao sofreu grandes perdas territoriais, mas foi obrigado a admitir a autonomia de varios principados, entre eles o de Brandemburgo, bergo da Prissia — futura Alemanha. A Espanha, jé em acelerado declinio, teve de acei- tar a independéncia da Holanda, assinando com ela a paz em separado, no Trata- do de Munster de 1648. CLT ECM CONFLITOS SOCIAIS Holanda: uma repiblica entre monarq Durante muito tempo os historiadores consideraram a Holanda um caso especial no cantexto de for- macao dos Estados modernos. Em uma época de monarquias absolutistas e intolerancia religiosa, ali teria se formado um Estado republicano com amplas liberdades politicas e religiosas. Na época, a Holanda nao era um reino soberano, mas a principal das sete provincias dos Paises Baixos que se rebelaram contra Felipe Il da Espanha, em 1568, em razao da perseguicao aos calvinistas e do aumento de impostos sobre 0 comércio, Em 1567, a Espanha enviou uma expedicao comandada pelo duque de Alba para reprimir a rebeliao. As provincia do norte, que eram as calvinistas, inciaram uma longa guerra de resisténcia. As provincias do sul (regiao da atual Bélgica), majoritariamente catéli- cas, permaneceram figis a Felipe I Fracassou 0 acordo conhecido como Pacificacao de Gand, em 1876, que concedia tiberdade religiosa &s provin- cias calvinistas, tornando a guerra inevitavel Em 1579, as provincias catélicas formaram a Uniao de Arras, enquanto as calvinistas, lidera- das pela Holanda, formaram a Uniao de Utrecht. Em 1581, as provincias calvinistas declararam sua independéncia e formaram as Provincias Unidas. Somente em 1648 a Espanha reconhe- ceua independéncia da republica calvinista Na primeira metade do século XVII, o Estado \iderado pela Holanda ganhou os mares, con- itstetifoctatactnay alsin icabatnad vie rica, inclusive parte do Brasil. 0 dinamismo da burguesia mercantil foi consideravel. Mas con- vém nao exagerar o aspecto republicano e bur- guas do Estado holandés. Durante a maiar par- te de sua existéncia, as Provincias Unidas foram governadas pela casa de Orange ¢ tiveram no Esta gravura 6a versio que Claes Janse Visscher fz, orn 1650, de famoso Leo Belgicus. Hd diversas versies da gravura, a primeira calvinismo sua religiao oficial. atada de 1883. Bibliateca Brtinica, Londres, Reino Unido. + Analise a imagem e discuta, em grupo, se existe alguma contradi¢ao entre a representagao cartogrética do Leo Belgicus e os acontecimentas politicos da revalta dos Paises Baixos. 212 Morre Eizabeth 2 Corea inglesa passa para orei dda Eseécia, Jaime |. iniiando-se a dnastia Stuart 403 a0 Luis XIV, apogeu do absolutismo © auge da monarquia francesa se deu no reina- do de Luis XIV, que ascendew ao trono em 164: aos cinco anos. Até 1651, a regéncia coube & mae do rei, Ana d’Austtia, mas o poder conservou- -se nas mos do cardeal Mazarino, presidente do Conselho de Regéncia. Foi Mazarino quem co- mandou a repressio as diversas rebelides da no- breza francesa, desencadeadas em 1638 contra © crescente poder da monarquia — as chamadas frondas (nome derivado do termo francés frond, isto 6, estilingue), que também se apoiaram no descontentamento popular diante do custo de vida nas cidades. Luis XIV s6 assumiu o poder total em 1661, apés a morte do cardeal Mazarino, Luis XIV também neutralizou os parlamentos provinciais com a criagio das intendéncias de justica, policia e finangas em cada provincia do reino, diretamente subordinadas ao rei. Equilibrow as finangas do reino com a ajuda de seu ministro Jean-Baptiste Colbert, nomeado em 1665, Além disso, em 1685, revogou o Edito. Henrique I, da Franga, éazeassinaso por Umextremista caste, Inicio da Guerra dos Trnta Anos ase novo missionério, charge francesa do século XVI gue esta um soldado re forcando um huguenote 2 ge converter a0 eatlic ema, Essa gravura est na Bibl otecs Nacional da Franea, em Paris, na Franca. de Nantes, provocando grande éxodo dos huguenotes. No plano externo, moveu diversas guerras expansionistas contra 0 Sacro Império (1672) ¢ os Paises Baixos (1688), afirmando a hegemonia francesa na Europa ocidental. A frase atribuida a Luis XIV, “O Estado sou eu”, verdadeira ou nio, sintetiza bem 0 que representou seu governo: 0 apogeu do absolutismo francés. INVESTIGANDO 0 DOCUMENTO Absolutismo e direito divino dos reis O bispo e tedlogo Jacques Bossuet (1627-1704), confessor de Luis XIV, foi um dos maiores defen- sores da teoria do direito divine dos reis. Os reis, para Bossuet, sé eram reis por vontade de Deus. Aautoridade real era, portanto, sagrada, paternal, absoluta ¢ submetida a razo. 0 rei nao deveria governar por paixao ou capricho e sé deveria pres- tar contas de seus atos a Deus. Bossuet afirmou ‘Quanto menos contas o rei tiver de prestar aos homens, mais teré de prestar a Deus” 0 duque de Saint-Simon (1675-1755], frequen- tador da corte de Versalhes e eximio cronista dos costumes, escreveu sobre Luis XIV Ninguém sabia methor do que ele vender suas palavras, seu sorriso, até mesmo seus olhares. Tudo {que provina dele era valioso, porque fazia distincdes €@ porque sua attude majestosa ganhava com a rari- dade e a brevidade das falas. Quando se voltava para alguém, dirigia-the uma pergunta, fazia um coments- "io insignificant, os olhas de todos também se volta~ vam para aquela pessca. Era uma distincao de que se falava depots, ¢ que sempre trazia um acréscimo de reputacao. ROUVROY, Louis de duque de Sant Simon. In ELAS, Norbert A sociedage de core. Ri de Janeiro. Jorge Zabar, 1996, p15, 1. Com base nas informacdes do capitulo e na leitura dos textos acima, compare e discuta, em grupos, as ideias de Bossuet e 0 discurso do duque de Saint-Simon, identificando semethancas quanto & legitimidade do poder real, 2. Considerando a Constituigao atual do Brasil, aprovada em 1988, discuta com os colegas, em grupo, a aplicabilidade das ideias de Bossuet para o contexto nacional. 213 nae 214 sardeal Richelieu ascume a cheia do minister Luis xi Restauracio portuguesa, coma aclamacéo de 0. JoZ01V de Braganga, 140 As guerras de Luis XIV, o Rei-Sol A afirmagio da Franga como poténcia continental comecou na Guerra dos ‘Trinta Anos ¢ alcangou seu auge durante o longo reinado de Luis XIV, cujos exér- a Absolutismo sob contrato: Inglaterra A Guerra dos Cem Anos, um longo conflito de muitas batalhas, entremeadas por tréguas também longas, terminou com a Inglaterra renunciando as suas pre- tensdes de anexar territ6rios da Franga. Derrotados na Franga, os ingleses mergulharam em um conflito interno ini- ciado em 1445, na chamada Guerra das Duas Rosas. A disputa pelo trono inglés ficou assim conhecida por conta das flores que aparecem no brasio das duas fa- mifias envolvidas: a Casa de York (rosa branca) ea de Lancaster (rosa vermelha). ‘Uma batalha sem vencedor, pois nenhuma dessas casas aristocraticas consegui a Coroa. Os Lancaster apoiaram Henrique Tudor, um cavaleiro de outra casa nobre in- glesa. A aliana Tudor-Lancaster saiu vitoriosa contra Ricardo IIl, de York, em 1485, Henrique assumiu o trono inglés, mas logo tratou de promover uma conci- liagao entre as familias da nobreza, casando-se com Isabel de York, no ano seguin- te. Foi o inicio do Estado moderno na Inglaterra sob a dinastia Tudor. © novo monarea, coroado como Henrique VIL, reforgou o exército real € 0 sistema fiscal, embora governasse com certas limitagdes. Isso porque o poder do rei, na Inglaterra, cra tradicionalmente limitado pelo Parlamento, a assembleia de representantes da nobreza (depois aberta a participagio de representantes da burguesia mercantil) Essa limitagao do poder real vinha desde o século XII, com a Carta das Liber- dades (1100), confirmada pela Magna Carta (1215), documento que conferiu & monarquia inglesa um aspecto peculiar: o soberano deveria, em principio, con- sultar o Parlamento para governar, sobretudo para declarar guerras ¢ instituir ou aumentar impostos. O apogeu do absolutismo inglés Na pritica, no reinado de Henrique VI, 0 poder do rei se fortaleceu atropelan- do o Parlamento, cada vez menos consultado. Em 1509, assumiu o trono seu filho, Henrique VIII, que promoven a ruptura entre o governo ¢ o papado, fundando a

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