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2) a | Capitulo IL Se A entrevista inicial Maria L. S. de Ocampo ¢ Maria E. Garcia Arzeno 2 (© PROCESO PSICODIAGNOSTICO & AS TECNICAS PROJETIVAS «na entrevista de devolugia, ofcrece um importante material diagndstico.e— prognistico. Do nosso ponto de vista, a entrevista clinica é “itma’’ técnica, niio “a téenica, E insubstituivel enquanto cumpre certos objetives do proces. so psicodiagndstico, mas os testes (¢ nos referimos particularmente aos testes projetivos) apresentam certas vaniagens_que_os tornam insubsti- | tuiveis_c_imprescindfveis, Mencionarcmos entre elas sua_padronizacio, wcatacteristica que dé ao diagndstico uma maior margem de se; a exploracio de outros tipos de conduta que ngo podem ser inves aque a zi ica_(por.excmplo, a_conduta gréfica) ¢.que podem muito. | bem constituir-o.xeduto dos aspectos mais patoldeicos do-paciente,ocul- | tos atrds de-uma hoa capacidade de verbalizacio. Em sintese, 0s testes constituem, para nés, instrumentos fundamen- tajs, Ja esclarecemos que nos referimos aos testes projetivos. Estes apre- julos ambiguos mas definidos (pranchas,-perguntas, etc.). Operam de acordo com instrugdes que séo verbalizagdes controladas © definidas que transmitem ao paciente o tipo de conduta que esperamos dele neste momento frente a este estimul los testes inclui um errogatério. Fazer perguntas e receber respostas é um trabalho em que laboram ambos os integrantes \iencias, Ao empo tal ignoriincia em relagio a0 que tal blogueio encobre, Necessitamos mais informagses e as ob te durante a entrevista cli > dedi os_que a primeira oferece uma tela mais ambigua, semelhanted pranchaem brancadoT.A.T. ou do Phillipson. ‘Por isso extrai uma amostra de conduta de t fio_de_sestes. Os_critérios gerais que ® A ENTREVISTA INICIAL 25 1.) Perceber a primeira impressio que nos desperta o paciente ver se ela se mantém 20 longo de toda a entrevista ou muda, ¢ em que sentido. So aspectds importantes: sua linguagem corporal, suas roupas, scus gestos, sua mancira peculiar de ficar quieto ou de mover-se, seu sem. blante, etc. 2°) Considerar 0 que verbaliza: 0 que, como ¢ quando verbaliza e com que ritmo. Comparar isto com a imagem que transmite através de sua maneira de falar quando nos solicita a consulta (geralmente por felefone). Avaliar as caracterfsticas de sua linguagem: a clareza ou confusio com que se expressa, a preferéncia por termos equivocos, imprecisos ou ambiguos, a utilizagéo do tom de voz que pode entorpecer a comunicacao a0 ponte de no se entender 0 que diz, ainda quando fale com uma sa ¢ adequada. Quanto ao contetido das verbalizagdes é importante levar fem conta quais os aspectos de sua vida que escolhe para comegar a falar, quais os aspectos a que se refere preferencialmente, quais os que provocam bloqueios, ansiedades, ctc,, isto é, tudo que indica um desvio em relagio 0 clima reinante antcriormente. Aquilo que expressa como motivo mani- festo de sua consulta pode manter-se, anular-se, ampliar-se ou restringir-se durante 0 resto desta primeira entrevista 'ou do processo ¢ ca outro dado importante. Por outro lado, o paciente inclui em sua verbalizacdo os ‘és tempos de sua vida: passado, presente e futtiro, dados que serdo depois confrontados: com sua produgao, por exemplo, no teste de Phillipson. £ importante que nem o paciente nem o psicélogo tentem restringir-se a um ow dois destes momentos vitais.-Isto ¢ itil para apreciar a capacidade de insight do paciente com referéncia a unir seu passado com seu presente ¢ seu futuro. Promovido pelo psigSlogo (que, por exemplo, recorre persis é ente a perguntas tais como: O que aconteceu antes? Aconteceuslhe ilar quando era pequeno? De que voeé gostava de brincar era-crianga?) ow trazido espontaneamente pelo paciente,-a persisténcia na evocagio do pasado pode converter-se em uma fuga defensiva que evita ter insight com o que esté ocorrendo no “aqui e agora comigo”. Podemos diagnosticar da mesma forma a fuga em diregao ao futuro. A atitude mai produtiva-€ centrar-se no presente ¢ a partir dai procucar integrar a passa: slo_c_o_futurodo_paciente. Deste modo poderemos também apreciar a_ —plastickdaste-com que coma: pane entiar-e sais cade seqiiéncia temporal — sem_angustiar-se demais. Isto € por_si_s6.um_elemento indicador de boa idadede integracio e,.como tal, de bom prognéstico. Na entrevista devemos extrair certas hipsteses.da seqiléncia temporal; como foi, Le seté_opaciente. Uma vez confrontadas com_o que foi extraide das testes.¢.di entrevista de devolucio, serio ratificadas, ou-nio, 8.2) Estabelecer o grau de coeréncia ou discrepiineia entre tudo que foi verbalizad6 ¢ tudo o que captamos através de sua linguagem no 26 0 PROCESO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROJETIVAS verbal (roupas, gestos, etc.}, O que expressa no verbalmente é algo real mas muito menos controlado do que as verbatizagées, Tal confronto pode © informar.nos sobre 2.coeréncia ou discrepincia entre o qué ¢ apresentado fio, Winteressante comparar as caracterfsticas das verbaliza “te nesias és oportunidades tio diferentes, festo_da_consulta ¢ o-que percebemos.como motive ‘subjacenie, Poderiamos exemplificar isto do seguinte médo: um paciente pode estar nos explicando que est preocupado com seus fracassos intelec- tuais e acompanhat estes comentirios com gestos claramente afetados. Num caso assim observamos desde a primeira entrevista a discrepancia entre 0 que 0 paciente pensa que estd acontecendo com ele ¢ 0 que nés pensamos. coeréncia.ow discrepiincia entre os dados obtidos na primeica enuevistey.ns testes ¢naeptissisa dedevols 4.0) Planejar a bateria de testes mais adequada quanto a: ‘tos «utilizar (quantidade € qualidade dos testes escolhidos); seqiiéncia {ordem de aplicagio), ¢ c) ritmo (niimero de entrevistas que calculamos \gdo dos testes escolhidos). Estabelecer um bom rapport com o paciente para red de de bloqueios on paralisagdes ¢ criar um 6.9) Ao longo de toda a entrevista & que isto nos provoca. Ref nportante captar 0 que o imo-nos aqui aos culo, E importante pork grat a arerpuncesr ie rpm ‘maneira especifica sente seu contato com ele (como pe maternal, etc.). Contratransferencialmente surgem no psicélogo certos sentimentos ¢ fantasias de importincia vital para a compreensio do caso, que permitem determinar 0 tipo de vinculo objetal que opera como mode lo interno inconsciente nq paciente. 7.0) Na entrevista inicial com_os pais do paciente & detectar também qual é 0 vincula que une o casal.o vi © que procuram ind 10 ausente € ir-nos a estabelecer com 0 desconhecido (0 que dizem dele), que pode faci posterior. Por isso pode ser ttil, em alguns casos, trabalhar com a técnica de Meltzer, que vé primeiro o filho e depois os pais. ) Avaliar a capacidade dos pais de elaboragio da situagdo diag- néstica atual cial. E interessante observar se ambos — ou um e, nesse caso, qual deles — podem promover, colaborar ou, pelo menos, acti culo entxeeles far ou perturbar-a-tarefa.- A ENTREVISTA INICIAL =” 27 tar as experiéneias de mudanga do fitho caso este importante detectar a capacidade dos pais de acei de € momento em que se déem, pois disso depende muitas vezes 0 comeco ¢, especialmente, a continuidade de um tratamento. ‘Jé que nos referimos & entrevista com os pais, queremos esclarecer que a presenga de ambos i emergente de um grupo familiar € podemos entendé-la melhor se vemos 0 casal parental. Entendemos que é mais produtivo romper o estereétipo segundo 0 se impde somente pelo estreito vineulo que se estabelece entre ela ¢ 0 filho. Isto € certo ¢ plenamente vvalido nos primeiros meses de vida da crianca. _pai_desempenha freqlientemente um papel ‘mae, mesmo quando é tna figua.anoménteaueente dasa far, -algum_tipo_de. imagem patera que, seguramente, ter igacio_com sua_sintomatologia_atual-<_a-problemitica subjacente: dai a ccessidade.de. sna presence. Pedirlhe que venha ¢ criar condigées para tal @ valorizé-lo, colocando-o no seu papel correspondente. Hi evidente que trabalhamos com 0 conceito de que o filho € © produto de um casal (ido somente da mae) ¢ que ambos devem vir As entr a menos que se trate de uma situagéo anormal (pai que viaja constantemente, doente, internado por longo tempo, pais separados, etc.). Quando chamamos s6 a mie, parece q xcando do resto do ‘grupo fami isto tem sua cor ‘mos unicamente a ela a respons por aquilo que seu filho é. Nao garantir a presenga do pai equivale a pensar que cle nada tem a ver com isso. Por outro lado, se recomendamos uma terapia, ambos devem receber ¢sta informagao, encarar esta responsat dade e adotar uma resolugio. Bntendero yrmar tudo isto apenas & icblogo. Dado fas na medida, qualida- fas, na historia do filho, © Gulmina com tal informagzo (por exemplo, necessidade de terapia), nfo esta preparado para recebé-la e, contudo, ele pode ser o responsével por tum elemento muito importante para sua concretizagdo, tal como sua acei- tagio, 0 pagamento dos honoririos ¢ a continuidade do tratamento. De acordo com o aspecto dissociado e projetado no marido, asp marginalizado na entrevista pela auséncix dest icaldades. Pode acontecer que 0 aspecto dissociado ¢ deposi cm relagdo ao tratamento. menores tado.no-ausente seja.o de uma séria re mas, em seguida, poderd racionalizar “Meu marido nao quer”. Deste modo no matido atua um aspecto de resisténcia & mudanga que parece caracteri- zar este grupo familiar sem trabalhar com esfe aspecto inclufdo nas entrevistas, provocar uma tomada + de consciéneia da sua dindmica, Em relagio & 28 (0 PROCESSO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROJETIVAS Iago da cull: toda a culpa pela daenca do-fi Je portanto, diminui-la. Por outro lado, se pensamos que a informagio procura certos beneficios psitologicos, por que dé-los somente 2 mie e nao ao casal? & freqjiente acontecer que, devido a uma consulta clos filhos, os pais deabept reconhecendo a prépria necessidade de um tratamento € o procurem. “Vamos agora mudar de perspectiva ¢ nos situar no ponto pensivel por vérias razdes. situ de como sio, qu outro, em relaga enha cada um deles em relagéo ao ida um traz, que aspectos do filho iam © psicodiagn6stico € a possibi- ‘erapia, Muitas vezes umm descmpenha o papel de corre- tor do que 0 outro diz. Se mo produto do lades de detectar preensio de cada caso, Isto estimula citimes € pais que no zeagem em protesto por sua ndo-in tnor dg nos ilerio-a umn aspecta.da-eoqusdcamentao-econfinico. que t 240 para a inclusio do pai. Kele-que-geral do vinculo com o psi acho, orientacio, & A ENTREVISTA INICIAL : i 29 em ver somente a mie ou a ambos os evasiva que pode encobrir estes senti- _obrigatério da_cena primitiva invejada, Se no curso da en:revista comecam as discissGes € as reprovagées, © psiedlogo enfrenta uma cena primitiva sédica, qué reativa nele a fantasia de ter conseguido separar o casal. Em tais casos pode acontecer que um dos pais — ou os dois alternadamente — © procure como para transformar o outro em terceiro excluido. 0 psichlogo-nio esta alerta, pode. estabelecer-diferentes ti perigosas_paza.o.filho, para os pais ¢ para.cle. mesma, Isto é vilido para os pais de criangas e de adolescentes. deve aceitar os fator connumados pelo iste como tal, suas tentativas de voltar a ae 20 | poderiam resultar nama sé Se” | due se contrasdentificou projetivamente com o filho em seus aspectos {| negadores da realidade (a separacio) ¢ que, pela culpa de ter conseguido neretizar suas fantasias edipianas e pela dor frente a essa perda real, trata de juntilos, seja mediante tentativas efetuadas dirctamente por cle | ou transferidas a outros (neste caso, shitrevistas,-teyemos um caso.no_qual a técnica no seri diferente do que pai para que assuma a responsi eportunidade de sentirse como reparedor do filho e do psi como alguém que deve assumir uma mera obrigagao come: ) Jogo insite em considera pescindfveLa presenga do peat caclind , / implicita_ou_explicitamente, mostrando-assim um aspecio regis tb tb prio, pais_evita a situacdo de ficax transformado. {oi cito_anterinmente. Se,pela conta, desejam. vir seyaradamente | ém que desejem vir separados s. Neste caso, a realidade se is que representam (cada um dos | pais da erianca) dois aspectos irreversivelmente dissociados. = ‘logors-respeito-de seus impulsos-contririos aos mente, sente nents paga.os honor | que néo mulher nio é para csse {mos a este aspecto no a6 0 significado monetério mas tam. = | homem”” on vice-versa. Se atti transferiram, procurars logo, de quem se recebew algo | conseguir uma separagio pedindo, explicitamente, que venham separados, larecimento, etc.}, devemos incluir 0 * | ou manipulando a dinimica da entrevista de tal maneira que se acentuem idade econdmica ¢ para que tenha a ; 1 os pontos de divergencia entre 0 casa, em vez de efetitar unr balango justo | dos aspectos divergentes e convergentes que realmente existe. = “Outro. tema-a.ser considerado ¢ que mereceria um desenvolvimento muito mais amplo do que podemos realizar aqui € 0 dos filhos adotivos. | | 30 0 PROCESSO FSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROJETIVAS Segundo nossa experiéncia, geralmente sio as mies que estéo dispostas « © proceso, transmitindo a sensacdo de que tudo jicdlogo deve procurar fazer com ‘expostas ¢, além disso, porque pedir a consulta ¢ necessita investigar elementos essenci: a respeito da adogio (nio se sentir inferior aos outros por nio ter filhos, nao estar s6 agora ou no dia de amanha, ter a quem deixar uma heranca, ete, podem aparecer como motives manifestos da adogio, além das moti- vagdes inconscientes que também devern ser investigadas). Outros dados ‘que devem ser Tevados em conta S107 Como sentem atualmente a situagéo de puis adotivos, se esto de acordo com a decisio tomada, se puderam comunicé-la a0 filho € a outros. centyamos o_fato.da-adogio-com sem desvalorizar.o.que-tragam.como_motivo da mesma, Todos os demais ‘motivos que aparegam, sejam mais ou menos graves, dependem, para solugio, da elaboragao prévia, por parte dos pais, de sua condicao de pais de filhos adotivos. Por isso, recomendamos que, no momento em que surgir a informagio de que 0 filho é adotivo, 0 psicélogo se dedique a elaborar este ponto de urgéncia com os pais. Deverd esclarecé-los sobre o fato de que o filho deve saber a verdade porque tem dircito a ela, que dizé-Jo nfo constitui, como eles créem, um dano, mas, pelo contrario, um ~bem-que-a prép nga pode-estarreclamando inconscientemente atra- vés de outros conilitos (roubos, enuzese, problemas de aprendizagem, pro- blemas de conduta, ete.), Pensamos que-a situasda da filho adotive consti- tuLum fendmeno que é fonte de possiveis conflitos, que pode-chegar-a scr sen-simesma.um.confite, de acordo.com_a forma com que os pais mani- indispensdvel ter algumas Jogo quer destruir as fantasias que alimentaram durante an filho, em suma, castigi-los. Mas tudo isso estd relacionado c sna acr adotivo € to-exsencial_ Afidentididel que_a_so jus. ast i primazia sobre as outras, Por isso, continuar 0 processo psicodiag centrado no motivo trazido pelos pais @ algo assim como cair numa armaditha. Seja qual for 0 caminho-de abordagem do caso, encontrarnos-emos, no fundo, com o problema (0) Enrevints ma qual se ado legen, Tomar de Picola, 8. Paulo, Masts Fo + A ENTREVISTA INICIAL, ntcado na propria identidade, Se-os pais, apestr da intervenglo terapei Itica, ainda resistem a esclarecer a crianga (cles devem assumir esta respon- {abilidade), devemos advert-los a respeito das di dedes mussels 0 |rrabalho_psicodiagndstico com acrianga, nfo tanto durantc.a aplicagio vista de devolugio, Nesse momento deveremos dar impoito pelos pais no sentido de nao de (a adogio), deixaremos de lado ou omitiremos por completo wma temd- tica que, sem diivida, deve ter aparecido no material ¢ que, se 0 ego da jentemente forte, deverfamos incluir na devolugao. Se ace- itagdo imposta pelos pais, estabelecemos com eles uma alianga bascada no engano ¢ na impostura, enganamos ¢ decepcionamos a crianga he a sensago de que é um doente que desconfia eau, inconscentement, ela perehen algo real ¢ ‘mente enganado,.«.. or. iss0, nfo. seria.estranho. 4 se-agravasse, "interessante registrar em que momento os pais comunicam esta | informagio: se surge espontaneamente, se deixam que seja percebida de ( alguma_forma(lacunas mnémicas quando se pergunta a respcito da gravi |dez..c-do.parto,-cxpressio muito culposs-acompanhada de verbalizagbes |incompletas, mas que permitem suspcitar) ou se a excondem até o tiltimo jue sua sintomatologia ae [momento ¢ ela surge 26 na entrevista de devolugio, Neste caso pode acon- itecer que o digam em um momento de insight devido a alguma coisa que ‘o psicblogo Ihes esté explicando. Podemos tomélo entZo como um dado de bom prognéstico porque implica uma maior abertura em relagao a jatitudeinicial, Hstavam ocultando « vedade ao pscSlogo até o momento fem que o sentiram como um bom 1@ com quem se pode comparti- har a verdade. ¥ a expresso de um impulso reparador. Em outros casos, 0s pais experam que o psicdlogo faca uma pergunta Esta_pode surgir gragas a uma certa percepcio nte do logo ou de dados claramente expressos pelo filho no material que forneceu. Lembramos, por exemplo, 0 caso em que uma menina tinha "jesenhado uma casa e-duas drvores de ead lado. Como apareciam outros \ elementos recorreptes & alusio de ter dois casais de pais © uma familia muito grande, formulow-se aos pais uma pergunta direta e estes responde- e que, de fato, 2 menina era filha adotiva. Em situagdes como estas, em ue of pais esconglem a verdade até o final, nfo podemos deixar de in la de forma direta. 32 0 PROCESSO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROJETIVAS ©) Outro ponto importante que deve ser investigado na primeira entrevista é 0 motivo da consulta, Retomamos aqui os conceitos expressos em outro trabalho nossol1), Bat ‘ No motivo da consulta deve-se discriminar entre motivo manifesto ¢ \ motive latent. O-motivo manifestoto sititama que preocupa a quem ) solicita.a consulta_a ponte de tomar-se-um sinal dealarma. Isto é, algo 0 preomupos, recone que_nio_podeasiluélo soi ajuda, Em alguns casos o receptor do sinal de alarma é um terceiro (paren- Bie slo tesrantieet pecintrasvobe), ceies€ oer ola w consulls Guleack eee » Este dada nos indica por si sé um grau menor de insight com referéncia A prépria doenga, Na maioria dos casos 0 motivo manifesto % é, dentro de um niimero mais ou menos extcnso de wivern com ele, o met intévde ser dito ao psicélogo, a quem, geral- mimte, acaba de conhecer. Este, por seu lado, sobre 0 caso, pode elaborar algumas motivo que traz o paciente (ow seus ps Outro clemento diagnéstico e progndstico importante é.0 momento” ) em _que o paciente toma conscigneia (8 puder)-desse motive mais profun- weinl do. Se 0 faz durante o processo psicodiagnéstico, o prognéstico & melhor. e*"] Deverse esclarecer se € possivel ou nio incluir esta informagdo na entre- Free] Aevolugao, Caso ela seja incl ey to importante: se recebe a 266 | prognéstico é melhi {ie | cabe pensar que no & muito favordvel. 2 4 Esta discrepincia surge como conseqiéncia de um proceso de disso ‘a que ocoreu no paciente. K importante que aquilo do intrapsiquicamente pelo p: Em certos grupos familiares, o grau de al que o membro que trazem A consulta é 0 menos doente, ficando assim oculto o verdadeiro “4E1 motivo de consulta y sa relctin con ces psicodlagnéstieo",comunicagi apeeseniada 0 I Congreso Argentine de PscopatologisInfstorJuvend, Buenos Ares, 1969, i A ENTREVISTA INICIAL E 33 foco do problema, a menos que o psicélogo possa detectar ¢ esclarecer esta situagio. Por isso, é importante saber se o sintoma trazide-é egossintd- nico oucgadisténico para o paciente e seu grupo familiar. Saber primeiro se o paciente trazido a consulta (ou o que veio por sua conta) sente que sofre pelo sintoma ou se este ndo © preocupa nem o faz sofrer. Caso no sofra, deve-se investigar se é devido 4 sua patologia especial (projegao do conflito ¢ dos sentimentos dolorosos em outro membro do grupo que os assume) ou se 0 que acontece & que ele se convertew no deposit conflitos de outro ou outvos membros do grupo familiar que nao Vieram se consultar ou que vieram como pai, mie, cOnjuge, ete. O gra i G0, 0 aspecto mais doente do paciente (ou de set grupo familiar), Ro tempo e na quantidade de energia necessitios para 0 processo.de inte- gré-lo conscientemente. A dissociagio' é tanto mais acentuada e mais resis- tente & melhora, quanto mais intensos forem os sentimentos de culpa, ansiedade, repressio, etc., que tal cor iza no paciente ¢ que funcionam como responsaveis por esta diss ide recomendével para o psicélogo € a de escutar 0 paciente, ‘mas nio ficar, ingenuamente, com a versio que ele lhe transmite, O pacien: te conta sua histéria, como pode. Gentra 0 ponto de urgéncia de seus pro- blemas onde Ihe parece menos ansidgeno, Esta atitude ingénua, e no fundo de prejulgamento, impediu muitas vezes 0 psicélogo de escutar ¢ julgar dade, Frente a um dado inicial do caso, surpreendeu-se muitas vezes pela aparente incoeréncia, Por tia do caso & muito si ngar-se-d para achar tendo como certo que ficou uma grave seqtiela, 1 diagnosticar que esta crianga apresenta um grat uum jovem que foi trazido para’a consulta porque nao podia estudar sozi mho; mas, na entrevista inicial, surgiu a seguinte informagio: ele gostava de passear nu e de se encostar na mae cada vez que o fazia. Se 0 psicdloge j——rto-centreestes-tiltimes-dados-como-ponto-de maior do caso e se restringe ao primeiro problema, cai na mesma atitude negado- 10 as possibilidades de ajuda efetiva ao pacien- te, As vezes, sio os pais ou o paciente que dissociam e negam importincia jo pela primeira apro ximagio do paciente ou de seus pais, se fecha a qualquer outra informagio que nio coincida com a.do comeco da entrevista za’ ou nega fran- camente a relevincia dos dados que vao surgindo a medida que 0 processo 4 0 PROCESO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNIGAS PROJETIVAS avanga, © momento e 2 fornia como emergem os aspectos mais doentes fazem parte da dindmica do caso ¢ deve-se prestar muita atengio a eles. ie NN Res 9 1 ida outro aspecto relacionado ao motivo da lexclufdo ou incluido em reliio a0 motivo do inicio do processo psico- dliagnéstico. E comum acontecer que os pais de uma crianga ou de wm adolescente nao esclaregam ao paeiente 0 motivo pelo qual o levam a um psicdlogo. Neste caso, trata-se 0 paciente como terceiro excluido. Se Ibe Esclarecem o motivo, funciona como terceiro inclufdo, mas é preciso até -que-ponto.os-pais (ou quem intervém.como encaminhante) 0 fazem participar desta informagio, Em alguns casos comunicamhe um motivo real, mas nfo aquele que mais os preocupa, Para que tenham toma- do esta decisio, devem existir certas fantasias a réspeito do que ocorreria se Ihe contassem toda a verdade. Diniamos, ento, que estes pais transmi- tiram ao filho © motivo manifesto mias-ocultaram 0 motivo profundo. Em outros casos, face A recomendagao do psicélogo de que esclaregam 0 paciente sobre 0 motivo real de sua presenga no consultério, aceitam € 0 fazem, mas nem sempre conseguem atcr-se & verdade, Surgem entio distor oes, negagdes, etc., que na realidade confundem o paciente ¢ aumentam seus conflitos ainda mais que o conhecimento da verdade. Exemplifi- faremos isto com um caso, Trata-se de uma crianga de sete anos, com um mo gémeo, um irmio maior, de nove anos, ¢ uma irmazinha de trés anos Desde o primeiro momento 0s pais disseram que estavam consultando porque este filho gostaya de disfargar-se de espanhola, de dangar, rejeitava bs esportes masculinos como o futebol, comia menos que seu imo gémeo f¢ era muito apegado & mic. No entanto, resistiram a dizerhe a verdade ¢ the falaram que o estavamn trazendo porque comia pouco. A fantasia que atuava como inibidora do motivo real da consulta procedia especialmente do pai ¢ consistia em que dizer a verdade & crianga'“podin criar-lhe um trauma”, Analisaremos, a partir deste exemplo, as conseqiiéncias que sobrevémn se 0 psicdlogo nio modifica isto e segue © processo sem retifi- cages. ‘Em primeiro lugar, 0 processo se inicia com um enquadramento em que se deslocou o verdadeito ponto de urgéncia. No exemplo, deveriamos “hos conidia” na avestigagio” Ue uin caso de-perturbaao da i sexual infantil, mas o destaque recaiu na oralidade do paciente, Tim segundo lugar, complica-se a tarefa de.estudo.do.material recolhi- do na hora de jogo e nos testes. O paciente controla melhor 9 motivo apresentado por quem o trouxe, mas, inconscientemente, percebe a incon- iruéncia ou 0 engano ¢ 0 transmite ou projeta no material que nos comu- nica, Nesta crianga doente surgiram sentimentos de surpresa, j4 que sua fecusa a comer preocupava of pais mais do que todos os seus amancira A BNTREVISTA INICIAL = * 4 Po 95 (| mentos € demais tragos homossexuais, que provocavam Teagdes negativas em todos, especialmente no pai. Esta atitude dos pais também mobilizow sentimentos de estafa e até de cumplicidade. Se 0 psicélogo aceita tudo. jsto, entra neste jogo perigoso, no qual finge estar investigando uma coisa mas, sorrateiramente, explora outra socialmente rejeitada ¢ sancionada. Quando trabalha, por éxemplo, com 0 material dos testes, deve, por um Jado, estudar como aparece © motivo apresentado pelos pais (oralidade), ppois terd que falar sobre isso com a crlanga e com os pais na entrevista final. Por outro lado, deverd investigar o que realmente preocupa os pais © também a crianga, Esta situacdo introduz novas varidveis, torna o panora- ma confuso ¢ produz uma sensagio de estar trabalhando "em duas pon- ‘Se os pais aceitam ¢ reconhecem 0 motivo real da consulta ¢ 0 trans- mitem fielmente a0 psicélogo € 20 filho, 0 panorama qué se abre a0 psicélogo é mais coerente. Tim terceiro lugar, ctiam-se dificuldades muito sérias quando o psicé- logo deve dar sua opinio profissional na entrevista de devolugio. Neste ‘momento pode optar por nio falar, entrando assim em cumplicidade com ‘5 pais ¢, em altima instincia, com a patologia; pode manter uma atitude ambigua, sem calar totalmente nem falar claro, ou dizer a verdade, ma 1 medida em que a forga egdica dos pais e do paciente o permitam. | Em quarto lugar, 0 destino de uma possivel terapia futura, caso seja necessiria, é muito diferente conforme tenha havido esse clima de oculta- | mento ¢ distorgdcs ou de franqueéa dosada durante o processo psicodiag- | néstico. Indubitavelmente, esse clima pode ter criado urna relagio transfe- i rencial peculiar com o psicblogo que realizou a tarefa. Na medida em que | este vinculo esteja viciado, predispée o paciente a trabalhar com a fantasia de que a mesina experigncia sé repetird com o futuro terapeuta. Em mui- tos dos casos em que o paciente se perde na passagem do psicodiagndstico para a terapia, este foi um dos fatores decisivos. Por todas estas razfes recomendamos especificamente detectar a coincidéncia ou discrepincia entre o motivo manifesto e o motivo latente da consulta, o grau de aceitagio, por parte dos pais ¢ do paciente, daquele que se revela ser 0 ponto de maior urgéncia assim como a possi paciente, ¢ de seus pais, de conseguir um insight. Sem diivida, esta dindmi- ge porque-o-motivo-da_consulta.é-o-elemento gerador-daansiedade a )que emerge na primeira entrevista (ou mais adiante). Em outro trabalho referimo-nos a importéncia da instrumentagZo desta ansiedade dentro do eer de consulta y 30 iio", trabalho apreseatado no 1 Congresso Latine-Americenovde Psiquatria tant, Ponta del Ete, Ura, covembro de 1969, at ‘0 PROCESO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROIETIVAS ‘ociam, adiani | Em geral, aquilo que os pais (ou mesmo o paciente) {ou evitam transmitir a0 psicélogo & © mais ansiégeno, Em outros casos | verbalizam © que deveria ser muito ansiégeno para eles mas ndo assumem a ansiedade como sua, transferindo-a ao psicdlogo. Assim acontece, por exemploy quando 0s pais se mostram preocupados porque o filho é enuré tico mas, apesar de inclufrem o fato de que também se mostra passive, que Hy., | busca o isolamento, que ndo fala ¢ prefer brincar sozinho, no do sinais /8 | de que isto seja uma preocupagao para cles. Nestes casos procuram fazer & | com que algum profissional ratifique suas fantasias de doenga herdada ou “ghar (-constituctonal-on,-pelo-menos;da base orgincia do-conflito:psicolégico. o | Estas teorias atuam em parte como redutoras da ansiedade, na medida em e | que desligam os pais de sua responsabilidade no processo patoldgico mas, ‘2g por outro lado, incrementam-na porque supdem um maior grau de irrever. gf) _ | sibilidade do sintoma easel d i ‘Alguns pais relatam com muita ansiedade um sintoma que, ao psicé- | logo, parece pouco relevante, Nestes casos pode-se pensar que a carga de | ansiedade foi deslocada para um sintoma leve mas que,.no entanto, pro- vém de outro mais sério do qual os pais no tomaram consciéncia ou que | nao se atrevem a encarar, e cuja transcendéncia se expressa através da quantidade de ansiedade deslocada ao sintoma que chegam a verbalizar. + Reiataremos-um-easo- para mostrar isso mais detalhadamente. Jorge € uma ctianga de nove anos, que levada por sua mie ao Hospital de Cl as porque tem certas dificuldades na escola: confunde 0 “M” eo “N”, 0 “8” © 0 “C”, 0 “V" © 0 “BY. Nao apareceu nenbum outro dado como motivo da consulta durante a admissio © nem ao se realizar a primeira entrevista com a mie, Antes de prosseguir conn a supervisfo do material dos testes da mae ¢ da crianga, detivemo-nos em algumas questdes: festa a mancira pela qual comumente uma me encara um problema de aprendi- zagem téo simples como este? Por que nao recorreu a uma professora particular? O que haverd atrés desta dificuldade escolar que justifique a mobilizagao da mie ¢ da crianga para aceitar 0 proceso psicodiagndstico, geralmente desconhecido e, portanto, ansiogeno? ' ‘Como resposta cabe pensar na existéncia de algum outro problema | sao mais sério quanto mais minimizado foi o motivo da consulta e mais | categoricamente negado, para manter afastada a intense: ansiedade perse- cutéria que sua emergéncia mobilizaria. Continuando com a supervisiio do caso, descobrimos que a crianga havia sofrido uma craniocstenose, em razfo da qual foi operada aos seis meses e esteve hospitalizada durante um ano e meio. Aos seis anos fez. uma amigdalectomia, Nessas oportunidades, \, nada Ihe foi explicado, nem antes, nem durante e nem depois das interven A ENTREVISTA INICIAL Pa ges. A isto somava-se a intensa ansiedade da mae por fantasias de morte durante a gravidez ¢ parto deste filho, pela morte real de virios familiares, Mie ¢ filho compartilhavam da fantasia de que este havia sido parcialmen te esvaziado na primeira operagéo, de que tinha sido transformado em um microcéfalo (isto é visto com clareza nos grificos da mae ¢ do filho) e de que, dai, era torpe, incapaz, impotente. Desta perspectiva, pudemos com- preender 0 sintoma trazido para a consulta como expressio do alto nivel de exigéncia ¢ @ margem de erro minima permitida pela mie ao filho (cram erros de ortografia bastante comuns) frente a seu constante temor da realizagao de tais fantasias de castragio em todos os niveis, ao mesmo tempo que uma espécie de necessidade permanente de reasseguramento de que sua cabega funcionava bem. Pedia-nos, indiretamente, quctrevisisse- mos a cabega do ilho ¢ a sua e tirdssemos suas incognitas. Esta titica obe- deceu, pois, do ponto de vista do mais doente, a um ocultamento do que era mais patolégico, por medo de entrar em piinico. Do ponto de vista adaptativo, por outro lado, respondeu a uma necessidade sentida, mas nia conscientizada, pela mae ¢ pelo menino de que fossem submetidos a um twabalho de assepsia mental que, na oportunidade certa, nio foi feito, ¢ ‘que estava interferindo no desenvolvimento sadio dos dois, A acomodagao do paciente e/ou de seus pais ao sintoma faz com diminua o nivel de ansicdade (qualquer que seja a sua natureza) e fi facilitado © seu depésito macigo no psicélogo, que devera diserimi reintegréla com maiores dificuldades na entrevista de devoluse contririo, uma conduta cujos elementos latentes alarmam 0 exo do pacien: te, ¢ fundamentalmente seus pais, poderia mobilizar outro tipo de dade ¢ culpa, 0 que, por sua vez, condicionaria outro tipo de manejo técni- 0 desde o comego do proceso ¢ uma devolugio de informagio mais fécil. ~ 05 primeitos sinais de ansiedade aparecem, normalmente, na primeita entrevista, quando os pais comecam a relatar @ histétia do filho. Se o psi blogo nfo adota uma atitude ingénua, nfo pode esperar registrar uma histéria ordenada ¢ completa. Os pais transmitem a historia que querem © podem dar. Por scu lado, o psicélogo entende a histdria que pode enten der. Na primeira entrevista & importante registrar o que diz cada um dos Pals; como ¢ quando o dizem, o que lembram ¢ como o fazem, 0 que esquecem, de maneira a poder reconstruir posteriormente, com a maior fidelidade-possivel, 0 didlogo-e os elementos nao verbais do encontro. As amnésias so sempre muito significativas porque supdem um grande volu- ime de ansiedade que determinou uma inibigio no processo mnémico. Um indicio favorével da boa comunicagio entre os pais e 9 psicdlogo é 0 decréscimo desse volume de ansiedade, a supressio da mento do dado esqluecido. is e/ou_o pacientes © conhecimento vida, da sai 2 utet 2-conbe “destes esquemas referenciais permite compreender meshor 0 caso € evitar ‘a emergéncia de_ansiedades_confusionais ou persccutorias, Conhecendo estes esquemas poderemos, por exemplo, entender melhor por que estes, pais pensaram que o filho estd doente, como deveria estar para que eles 0 Considerassem curado e 0 que deveria fazer o terapeuta para consegui-lo. Maitas vezes esses dados permitem prever interrupgies do tratamento (confuséo por parte dos pais entre uma “fuga” na satide ou um estado —_—manfaeo-e-a-verdadeiresaiidemental-ou-crencade que um acesso de firia ____lescente) podemos registrar alternativas dis € um maior indicador de doenga do que o acesso de asma anterior ao wataniento). ‘Ao mesmo tempo, o esclarecimento destes pontos permite ao psicé- logo determinar se os préprios pais necessitarao de assisténcia psicologica “Bi WHO, €, caso a necessitem, qual a técnica mais apropriada (terapia pro- funda individual de um dos dois, terapia de casal, grupo de pals, terapia familiar, etc). ‘Outro elemento igno de ser levado em conta quando se trabalha com a téenica de entrevista livre € a seqiiéncia de aspectos do filho que os pais vio mostrando ou dos aspectos de si que o paciente adulto vai mos- trando. Quando se trata de pais que vieram por seu filho (crianca ou ado- strar_slternati fas: um mostra os aspectos ‘sadios do filho e 0 outro os mais docntes, c isto se mantém ao longo da primeira entrevista e de todo processo. Os papéis se alternam, e quando lum dos dois mostra algo sadio 0 outro mostra um aspecto doente. Ambos mostra 0 mesmo, s6 0 sadio ou 86 ¢ doente. E possivel, também, que a énfase v4 passando, ao longo da entrevista, do mais sadio 20 mais doente ou vice-versa. Como, neste sentido, 0 psicé- Jogo outorga aos pais a mais ampla liberdade, tem direito a considerar tal seqiiéncia como significativa. Consideremos em primeio lugar o caso de pais que comegam pelos aspectos mais sadios ¢ gratificantes do filho, incluindo paulatinamente 0 ais doente, Se esta é a seqiiéncia escolhida, pensemos que se trata de pais ue se preparam ¢ preparam o psicologo para receber gradualmente 0 mais lansidgeno. Aléin disso, podedse dizer que adotam uma atitude mais prote- tora ¢ menos devastadora em relacio ao filho extemno e em relagio a seus proprios aspectos infantis. Isto leva a diagnosticar a possibilidade de-uma ‘boa elaboragio depressiva da ansicdade, com o que s¢ pode prever também uma colaboragéo positiva com o psicblogo durante o processo psicodiag- ndstico ¢ com o terapeuta, se a crianga necessitar de tralamento, Pode ocorrer que os pais mostrem exclusivamente os aspectos posi- tivos do fitho, até um ponto em que o psicélogo se pergunte a razdo da eee ril banter A ENTREVISTA INICIAL, ‘i . Mis, consulta ¢ deva perguntélo aos pais. Alguns necessitam que o psicdloge’ Ihes mostre que ele parte do prinefpio de que algo anda mal, que se deve titude nao pressupse a invalidagio do que fanciona bem, O que é roais dif para o puicSlog frente a caos como estes ¢ conseguir que os pais considerem os aspectos mais doentes do filho como algo que deve ser mostrado ¢ que devem integrar com 0 positive, sabretudo na tiltima entrevista, Como é evidente, estes pais necessitam idcalizar o filho, negar maniacamente a doenga porque sentem-

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