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Revi Cie Fuca AIMPORTANCIA DO ATO DE LER — PAULO FREIRE Daniel Sotelo Resenha da obra: FREIRE, Paulo, A Importancia do Ato de Ler - em trés artigos que se completam. Sao Paulo: Cortez Editora & Autores Asociados, 1991. (Colegao Polémicas do Nosso Tempo, v 4)- 80 paginas. O livro de Paulo Freire faz uma abordagem sobre e “importancia do ato de ler” e mostra a importancia da recuperagéo da humanidade do oprimido, quer onde se esteja. Sua causa é a dignidade da pessoa humana, que na ‘opresséo ou na libertagéo, atinge uma dimensao de universalidade. Na apresentacao deste trabalho, Paulo Freire nos insere em um verdadeiro “circulo de cultura”, onde nos sentimos participando, enquanto sujeitos, de uma expericia rea ‘A constante busca pelo livro se da pela tematica da leitura (texto e contexto). Os brasileiros estudam e debatem a questo @ qual o titulo esté ligado, a alfabetizagao. Paulo Freire, percebendo o interesse em tomo da tematica, vem, preponderantemente, buscando abarcé-la e entendé-la nado somente do ponto de vista cientifico e estético, mais também do ponto de vista estético e politico. Em uma sociedade que exclui dois tergos de sua populacao da questao da leitura e escrita, esse debate é altamente consideravel. Esse livro 6 a prova que traz presenga viva, que anima, desafia e aquece a vontade de vida do autor, sua paixao por continuar dizendo coisas e “pronunciando 0 mundo’. ‘A importancia do ato de ler é na compreensao critica deste ato, que nao se esgota na decodificacao pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligéncia do mundo. \Teitura do mundo] Doutor em Giéncias da Religi4o pela Pontificia Universidade Catolica de Golds, Mestre em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assungdo e graduado em Teologia Filosofia. Professor da Faculdade de Inhumas (FacMais). evista Clentifica FacMais, Volume, Mimero 1. Ano 2012/28 Semestre, ISSN 2238-8427. Piginal 60 precede _a leitura da palavra] dai que a posterior leitura desta nao possa prescindir da continuidade da leitura daquele. [Tinguagem_e realidade se] [prendem _dinamicamente. A compreensao do texto a ser alcancada por sual [eitura critica implica 4 percepeao das relacoes entre o texto e o contexto, © ato de ler, na experiéncia existencial, vem primeiramente como a “leitura’ do mundo, depois a leitura da palavra.[O primeiro mundo se da nal infancia, e 6 0 mundo das alividades perspectivas, das primeiras leituras]Os textos, as palavras, as letras daquele contexto, em cuja percep¢do é experimentada e, quanto mais o fazia, mais aumenta a capacidade de perceber. Aumenta com as relagdes entre os irmaos mais velhos e pais. Do [eontexto do mundo Imediato, faz parte também _o universo da linguagem dos] fais velhos, expressando as crengas, gostos, gestos, recelos e valores. Tudo [SSO_contextos mals amplos do que o mundo Imediato_possa compreender, ividas em momentos em que ainda nao se [é a palavra. Na medida em que se toma intimo com o mundo particular de cada um] fetura_que dele se Taz ca_mals tac a percopgao © a compreonsao Paulatinamente, somos introduzidos na leitura da palavra, a decifragdo da palavra flui naturalmente da leitura do mundo particular. A leitura da palavra nao significa uma ruptura do mundo (palavra-mundo). [Napoca dal fadolescéncia, a compreensao critica da importancia do ato de ler 6 constituida] através de sua pratica JO autor explica, em sua experiéncia pessoal, que essa percepedo critica dos textos lidos em classe, ndo era momentos puros de exercicios, como tabletes de conhecimentos que devessem ser engolidos pelos estudantes, tudo isso, pelo contrario, era proposto. A curiosidade dos alunos de maneira dinamica e viva, Os educandos nao tinham que memorizar mecanicamente a descrigao do objeto, mais aprender a sua significado profunda. A insisténcia na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos, endo mecanicamente memorizados, revela uma viséo magica da palavra escrita, A quantidade de paginas lidas ainda supera a qualidade da leitura. Contudo, 6 importante também lembrar que nao podemos tirar a importancia da necessidade que temos educadores e educandos, de ler, sempre e seriamente, os classicos neste ou naquele campo ‘em especial.|A alfabetizacao 6 a criagao ou a montagem da expressao escrital Revista Cente FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semeciee ISSN 2238-8827. Pigina lL 61 Esta montagem nao pode ser feita pelo educador para ou sobre alfabetizando. Ai tem ele 0 momento de sua tarefa criadora. Lembrando que sempre leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele; podemos ir mais longe dir qu eur de paea Tao 6 apenas proved pala ara We mn] Esse movimento dinamico & um dos aspectos centrais no processo de alfabetizacao. A alfabetizagao de adultos e as bibliotecas populares é um capitulo deste livrinho muito interessante. Ao falar de alfabetizacéo de adultos e de bibliotecas populares ¢ falar, entre muitos do problema da leitura e da escrita. A compreensao critica da alfabetizagao, que envolve a compreensao igualmente critica da leitura, demanda a compreensao critica da biblioteca. fneutralidade na educacao leva & negagao da natureza politica do processo| educative e toma-lo como um fazer puro, em que nos engajamos a servigo dal fhumanidade entendida como uma abstragao] Este é 0 ponto de partida para compreender as diferencas fundamentais entre uma pratica ingénua, uma pratica astuta e outras criticas. Nao é possivel pensar, sequer, a educagdo, sem que se esteja atento a questao do poder. O fato do educador nao ser um agente neutro, nao significa, que deve ser manipulador. A opgao realmente libertadora nem se realiza através de uma pratica manipuladora, nem tampouco por meio de uma pratica espontaneista. O espontaneismo é licencioso, por isso, irresponsdvel. eve ser feito pelos educadores é aclarar, assumindo a opeao politica e ser oerente a ela, na pratica. Sabendo que nao é 0 discurso que ajuiza a pratica, | Os educadores precisam saber ouvir os alunos, escuté-los correspondente ao direito de falar. Nao é aceitavel de forma algum impor a compreenso em nome da libertagdo, e 6 como aceitar solucées autoritérias como caminhos de liberdade. E necessario que assumam a ingenuidade dos educandos. © analfabeto, porque nao a tem, e é um “homem perdido”, cego, quase fora da realidade. E preciso, pois, salva-lo e sua salvagao esté em passividade receber a palavra. [Do ponto de vista critico e Revista Cente FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semeciee ISSN 2238-8827. Piginal 62 [femocralico,_o_allabelizando_e nao_o_anallabelo,_6 se msere num processo. [eriador de que ele 6 tambem sujet. importante é mencionar da ingénuo astuto ou tatico. E que, na medida mesma em que a ingenuidade Jdaquele nao 6 maliciosa. Ele pode, aprendendo diretamente de sua pratica, Jperceber a inoperdncia de sua agao e, assim, renunciando a ingenuidade, mas rejeitando a asticia ou a malicia, assumir uma nova posigao. Agora, ja nao é renhum projet de tanstormagao inira-estrutural em andamento, o problema ite se coloca nao 6 0 da leitura da palavra, mas o de uma leilura mais rigorosa [fo mundo, que sempre precede a leilura da palavra_ Dal a necessidade que] Um excelente trabalho numa rea popular, e poder ser desenvolvido por bibliotecdrias, documentalistas, educadores, seria, por exemplo, o levantamento da histéria da area através de entrevistas gravadas. Dentro de algum tempo, teriam um acervo de histérias. Com esse material todo, poderiam ser feitos folhetos, com respeito total A linguagem — a sintaxe, a seméntica, a prosédia — dos entrevistados. Na medida em que as pesquisas como esta pudessem ser feitas em diferentes areas da regiao, todos os materiais escritos e gravados poderiam ser intercambiados. O Brasil foi “inventado” de cima para baixo. Precisamos reinventé-lo em outros termos. © povo diz a sua palavra ¢ a parte importante da pratica da educacao. Antes de entrar nesta discussao de alguns pontos centrais que marcam a experiéncia de alfabetizagao de alunos em Sao Tomé e Principe, seria importante fazer algumas consideragdes em torno de como o valor vem atendendo e vivendo as relagdes entre ele (assessor) e 0 govern assessorado. E relatado que seria impossivel fazer uma campanha de alfabetizagaéo de adultos promovida por um governo antipopular e a colaboragéo nao pode ser uma invasao disfargada, tem que ser um terreno comum entre ambos. Os “Cademos de Cultura Popular” vern sendo usados pelos educandos como livros basicos, que na alfabetizacao ou na pés-alfabetizacao, néo sao Revista Cente FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semeciee ISSN 2238-8827. cartlhas em seu sentido lato, nem manuais no seu sentido amplo, com exercicios ou discursos manipuladores. Estes cadernos & um nome genérico que vem sendo dado a esta série de livros de que o primeiro é 0 da alfabetizacao. Este primeiro caderno 6 composto de duas partes, sendo a segunda, uma introdugao pés-alfabetizacao. Como reforgo a este primeira cadero, hé outro caderno de exercicios, chamado “Praticar para Aprender’. segundo caderno com a qual se inicia ou se pretende iniciar a pés- alfabetizacéo um livro de textos escritos em linguagem simples, jamais simplistas, que trata de uma temética ampla e variada, ligada toda ela, a0 momento atual do pai retende com estes textos 6 lcuriosidade critica dos educandos_e_nao_sejam lidos_mecanicamente. Os| fadernos_ndo sao livros neutros, nem manipuladores, eles estimulam 0 IE preciso na verdade que a alfabetizagao de adultos e na pés-alfabetizagao a servigo da reconstrugao nacional, contribuam para que 0 povo, tomando mais mais a sua histéria nas mos, se refaca na feitura da histéria e no revers0 da histéria, Para se fazer uma histéria mais consciente 6 estar presente nela e nao simplesmente estar representado. Na etapa da alfabetizacdo o que se pretende nao é uma compreensao| profunda da realidade que se esta analisando, mais desenvolver e estimular al [capacidade critica dos alfabetizandos_enquanto sujeitos do conhecimento,] \desafiados pelo objeto a ser reconhecido.|E exatamente a experiéncia sistematica desta relagao 6 importante. 0 livro toma outro contorno. Na segunda parte fala de “praticar para aprender” composta de duas codificagées (duas fotografias) — primeira de uma das lindas enseadas de S4o Tomé, como um grupo de jovens nadando, escrito ao lado “é nadando que aprende a nadar’; a outra figura, numa rea rural, com um grupo de jovens trabalhando, escrito ao lado “é trabalhando que se aprende a trabalhar’ no fim da pagina esta escrito “praticando aprendemos a praticar melhor’. Existem espagos em branco como um convite aos alfabetizando para que se arrisquem a escrever. Enquanto o primeiro tinha sido concebido como um auxiliar do alfabetizando, reforgando o primeiro caderno na fase de Piginal 63, alfabetizacéo, e 0 segundo cadero fora pensado como um livro basico da Revista Cente FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semeciee ISSN 2238-8827. Piginal 64 primeira etapa da pés-alfabetizagao. Com o tempo se percebeu que este tiltimo papel caberia ao caderno de exercicios, enquanto que o segundo cadero passaria a ser usado num nivel mais adiantado da pés-alfabetizacao ao lado de outros cadernos. Na introdugéo dos cadernos “cultura popular” @ no “cademo de exercicios” aprende a ler na pratica da leitura, a escrever na pratica da escrita. ‘lém de aprender a ler e escrever nao é decorar “bocados” de palavras para depois repeti-los. lencontrar uma resposta precisa. Nao se estuda somente na escola. Podemos estudar enquanto trabalhamos por exemplo. Estudar é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema em seu primeiro ato. No segundo ato mostra que nao importa que 0 estudo seja feito no momento e no lugar do nosso trabalho ou em outro local. Em qualquer caso, 0 estudo exige sempre essa atitude séria curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos que observamos. [Estudar exige discipina é criar e recriar @ nao repetir o que jos outros dizem. O ato de estudar, de carater social e nao apenas individual se| 1d8 af também, independentemente de estarem seus sujeitos conscientes disto| jou nao. Em reconstrugao nacional o autor mostra que qualquer reconstrugao nacional 6 um esforgo no qual o nosso povo esté empenhado para criar uma sociedade nova. Uma sociedade de trabalhadores. Numa reconstrugao nacional exige de nés — unidade, disciplina, trabalho e vigiléncia No texto sobre 0 trabalho e a transformagao do mundo mostra que é trabalhando que os homens e as mulheres transformam o mundo e transformando o mundo se transformam também. O trabalho criador dos seres humanos é cultura. O trabalho que transforma nem sempre dignifica os homens mulheres. Sé 0 trabalho com o qual estamos contribuindo para a criagao de uma sociedade justa, sem exploradores nem explorados e que nos dignitica A_luta_pela_libertas uma _luta_pela liberdade_na_educagao] A independéncia resultou da luta dura e dificil da quais todos participaram como Povos oprimidos buscando a libertagao. Cada um desses povos travou uma luta que pode lutar e que a soma das lutas derrotou os colonialistas. Estas lutas Revista Cente FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semeciee ISSN 2238-8827. Péginal 65, contra o sistema de exploragao colonialista, contra o imperialismo, contra todas as formas de exploragao. A reconstrugao nacional 6 a continuagao desta luta para a criagéo de uma sociedade mais justa. A reconstrucao nacional significa a criagéo de uma sociedade nova, uma sociedade de trabalhadores trabalhadoras, sem explorados nem exploradores. O surgimento da sociedade nova nao resulta num ato mecanico, néo aparece por decreto ou automaticamente, @ 0 parto que 6 um processo & sempre mais dificil e complexo do que simples e facil Esta luta pela libertago tende fazer uma nova perspectiva de uma sociedade nova. Mas é necessério também trabalhar, transformar a sociedade velha que ainda tem. E ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nés sabemos alguma coisa. Todos nés ignoramos alguma coisa. Estudar para servir 0 povo ndo é s6 um direito, mas também um dever revolucionario. Ha uma diferenga entre trabalho manual e trabalho intelectual. Trabalham porque faz muito mais do que cavalos que puxam o arado a servico do homem. Trabalham porque se tornam capazes de prever, de programar, de dar finalidades ao préprio trabalho. No trabalho o ser humano usa o corpo inteiro. Usa as suas maos e a sua capacidade de pensar. © corpo humano é um corpo consciente. Por isso, esté errado separa o que se chama trabalho manual do que se chama trabalho intelectual. Existe uma pratica que nos ensina. Nao podemos duvidar de que a nossa pratica nos ensina. E que conhecemos muitas coisas por causa de nossa pratica. Desde muito pequenos aprendemos a entender 0 mundo que nos rodeia. Mesmo antes de aprender a ler e escrever palavras e frases, Jestamos “lendo’, bom ou mal, o mundo que nos cerca. Mas este conhecimento Jque ganhamos de nossa pratica nao basta. E preciso ir além dele, conhecer melhor as coisas que j4 conhecemos e conhecer outras que ainda nao lconhecemos Existe ainda um processo produtivo onde os seres humanos, com seu trabalho, transformam as matérias brutas, fazendo com elas matérias primas. ‘Ambas as matérias se chamam objetos de trabalho. Para transformar a matéria bruta em matéria prima e para produzir algo com a matéria prima, precisamos de instrumentos. De maquinas, de ferramentas e de transporte. Sao chamados Revista Cents FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semeciee. ISSN 2238-8827. Piginal 66 de meios de trabalho. © conjunto de matérias e 0s meios se chamam de produgdo. Os meios de produgdo e os trabalhadores constituem o que se chama forgas produtivas de uma sociedade. A produgao resulta da combinacao entre os meios de produgao e a forga de trabalho, A reconstrugao nacional se da em uma sociedade em que as relagées sociais de produgéo exploragao, mais de igualdade e colaboracao entre todos. nao sao de Encontramos ainda uma analise da ago de transformar. Reorganizar a sociedade velha para transformé-la para criar a nova sociedade nao ¢ facil. A nova sociedade vai surgindo com as transformagées profundas que a velha sociedade vai sofrendo. Todos os povos tém culturas, tradices e costumes que transformam 0 mundo e ao transformé-lo também se transformam. Cultura 6 também a maneira que 0 povo tem de cuidar, andar, sorrir, falar, cantar enquanto trabalha. Cultura séo os instrumentos que o povo usa para produzir e 6 a forma como 0 povo entende e expressa o seu mundo e como 0 povo se compreende nas suas relagdes com o seu mundo. Hé uma defesa desta cultura. A nova cultura que sera criada aproveitara 0s aspectos positives das tradigées, banindo todos os aspectos negativos da mesma. Naturalmente nao iré fechar as portas as influéncias positivas das culturas estrangeiras. Estaré aberta & cultura de todos os outros povos, mas preservando sempre o seu cunho nacional. O pensar certo, correto, significa procurar descobrir e entender o que se acha mais escondido nas coisas @ nos fatos que 6 observado e analisado. Procurar desafiar e isto significa néo sé chamar para a luta, mais também problematizar, estimular, provocar o pensamento. A reconstrugao nacional exige uma participagdo consciente e isso, em qualquer nivel da reconstrucao nacional, exige aco @ pensamento. Exige na pratica e teoria sempre em unidade. Pensar certo 6 descobrir a razdo de ser dos fatos ¢ aprofundar os conhecimentos que a pratica nos dé no é privilégio de alguns mais um direito que 0 povo tem, numa sociedade revolucionaria. A avaliagao do ensino, leitura, escrita nao sera possivel sem a andlise de avaliagao da pratica. Avaliar a pratica é analisar o que se faz, comparando 0s resultados obtidos com as finalidades que se procura ao querer alcangar com a pratica. A avaliagdo da pratica revela acerto, erros e imprecisées, corrige apratica, melhora e aumenta a eficiéncia. O trabalho de avaliar a pratica jamais Revista Cientien FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semecire ISSN 2238-8827. Piginal 67 deixa de acompanhé-la. A reconstrugao nacional precisa que 0 povo conhega mais e melhor a realidade e precisa preparar-se para dar a solugdo aos problemas. Devem examinar constantemente os avangos que estao dando e procurar vencer as dificuldades que encontram A prdtica deve ser planificada. A pratica exige planejamento, isso significa ter uma ideia clara dos objetivos que pretende alcangar, significa ter 0 conhecimento das condig6es que ird atuar e dos instruments e meios que se tem. Saber com quem podemos contar para executar. Prever prazos, os diferentes momentos de agao. O planejamento pode ser em curto prazo, em médio prazo e em longo prazo. As vezes os objetivos sao corretos, mas os meios nao foram os melhores. Assim nos deparamos com um homem novo e uma mulher nova. Estes vo nascendo na pratica de reconstrugao revoluciondria da sociedade. compromisso com a causa do povo, a responsabilidade no cumprimento do dever, o sentido da solidatiedade, nao somente com o povo, mais com todos os que lutam pela libertagao, e estas sao as caracteristicas do homem novo e da mulher nova. © homem novo, a mulher nova esta inserida numa nova forma de ‘educacao, Umas das qualidades mais importantes do homem e da mulher nova 6 a certeza que tem de cedo e de novo vai ficar velho se nao se renovar. A ‘educagao tem que ser nova também, uma educagao pelo trabalho que estimule a colaborago e nao a competigao, que dé valor a ajuda miitua e nao ao individualismo, que desenvolva a criatividade e nao a passividade, que se fundamente na unidade entre a prética e a teoria, entre o trabalho manual e intelectual, que nao favorega a mentira, as ideias falsas e a indisciplina, Uma educagao politica, que nao tenta passar por neutra. Revista Cientien FacMais, Volume, Il, Nimero J, Ano 2012/2" Semecire ISSN 2238-8827.

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