CAPITULO 3
ESPECIFICACAO E
AVALIACAO DE VEICULOS
3.1 Descrig&o de Técnicas e Procedimentos
Inerentes a Especificagao de Veiculos
3.1.1 O Caminhéo no Transporte
A importancia que adquiriu o caminhdo como meio de transporte é um dos
fenémenos de maior significado em nossos dias.
Tal desenvolvimento levou a uma diversificagdo muito grande nos modelos
ofertados, que hoje superam a marca de 200 op¢ées, distribuidos nas diversas
categorias de veiculos para o transporte de cargas.
Assim, a exemplo das demais modalidades, a escolha dos equipamentos a
serem utilizados deve ser baseada em modelos de andlise, de forma a se ter uma
Fesposta correta para a pergunta: “Qual o veiculo ideal para atender determinada
necessidade de transporte?”
Sem diivida, existe uma alternativa certa para cada necessidade ou problema
de transporte, conforme veremos nositensa seguit:
3.1.2 A Escolha Correta de Equipamentos
‘Com base em [4] apresenta-se a seguir um conjunto de procedimentos que
podem ser seguidos para a escolha correta de equipamentos. Algumas etapas de-
vem ser vencidas até se chegar a solugao. Estas etapas sao:
A-O Problema
Nesta etapa é preciso definir e caracterizar detalhadamente o problema. E uma
apa muito importante. Os dados.a serem levantados dizem respeito as caracteris-
cas da carga, do transporte e das rotas, conforme segue:
45cone 0 Tron €FROTSS
Caracteristicas da Carga: co
Cop eld gone ene) |
— Pesoespecifico (Kg/m’)ouuni- ow |
tério.
= Volume (m). /conoeu vod) |
= Fragilidade “RATER Ban
— Tipo de embalagem, ESTE BALAO? |
— Limite de empilhamento. is
= Feat ean 4 |
— Temperatura de conservacio.
— Nivel deumidade admissivel
= Prazo de validade.
= Legislacao.
|
Caracteristicas do Transporte:
_Identificagao dos pontos de origem e destino.
Pe erecerin ca) la ane aneunemeeer eae
demandacfreqién- | .
cia de abastecimen- .
toatendiment. | |
— Sistemas de cargae :
descarga (identifi- |
meer | -
zagio) =
Horériosdefuncio- | '®@
namento dos locais
Georigeme destino, P9u@ 32 Carecteris Go Tensporte
= Dias titeis dispont-
veis pormés,
~ Tempo de carga e descarga (espera, pesagem, conferéncia ¢ emissao de docur
‘mentos),
Caracteristicas das Rotas:
— Distancia entre os pontos de origem e destino.
‘VIADUTO.
lature maxin
4 metros
Figura 3:3 - Caracteristices das rotes
46Eeorarcacto Auauacto Ve
~ Tipo de estrada (pavimentoe transito)
= Topografia (rampa maxima e altitude)
— Pesos méximos permitidos em pontes e viadutos.
— Legislagdo de transito (federal, estadual, municipal e interestadual).
~ Distancia maxima entre os pontos de abastecimento, assisténcia técnica, ete
B- As Alternativas
Nesta fase, devem-se levantar altemnativas de solugio. Os dados a serem deter-
_minados dizem respeito as caracteristicas técnicas necessarias a0 veiculo ¢ € feito
odimensionamento da frota. Portanto, os profissionais que irdo propor as alterna~
tivas devem ter um bom conhecimento técnico. A seguir, sio apresentados alguns
dos principais itens a serem levantados:
= Relago poténcia/ peso,
= Torque.
— Tipodetracao.
— Relagao de transmissao.
~ Tipodepneumatico.
= Motor turboalimentado ow nao.
~ Manobrabilidade.
— Tipo de cabine (simples ou leito).
— Tipo de composigao (simples, articulada ou combinada).
~ Entreeixos
~ Capacidade de subida de rampa.
= Pesobruto total.
= Carga liquida
= Circulo de viragem.
~ Tipo de suspensao.
~ Autonomia (combustivel
Figura 3.4 Caractaristcs
teécnicas do veiculo,
47Genexcasent oe Transronre€
~ Sistema de freios
~ Componentes especiais (filtros, egulador barométrico, tomada de fora),
~ Tipo e dimensdes da carrogaria.
— Equipamentos auxiliares para carga e descarga.
— Revestimentos especiais da carrogaria.
= Dispositives especias relativos a carga (equipamentos de refrigeragdo, moto-
bomba, dispositivos de amarragao e fixagao da carga), etc
C-A Avaliagéo
Nesta etapa, os principais fatores a serem considerados e analisados sao: in
vvestimento inicial, custos de operacio e aspectos técnicos. A seguir, feita uma
andlise destes fatores.
C.1 Investimento Inici
€.1.1 Fatores a Serem Considerados
Verifica-se na pratica que quando os fatores que estéo sendo aqui estudados
no sio considerados, a opgao de compra recai sempre para o equipamento de
menor custo unitario. Sob o ponto de vista de investimento inicial, a andlise correta
deve levarem conta:
— omtimero de equipamentos necessérios (n);
~ @custo unitaério inicial do equipamento (c);
= avida itil do equipamento (v);
= ascondigées de financiamento oferecidas (f)
C.1.2 Exemplo
+ Enunciado
Tustrando o exposto acima, faremos uma comparagao de duas opcdes. O em-
presério, para atender a um determinado servigo, tem que ampliar sua frota e
precisa decidir entre diferentes modelos, cujas capacidades estéticas sao tam-
bém diferentes.
Opsi01
nn] equipamentos sio suficientes para atender ao servigo. O custo inicial de
cada equipamento é igual acl. Multiplicando-se 0 nimero de veiculos a serem
comprados pelo prego de cada um tem-se o valor total aser pago na opcao 1, ou
seja,
11 X cl = CF1 (custo total de aquisigéo da frota na opcéo 1),
Opsio2
Para atender ao servigo, precisa adquirir 12 equipamentos. O custo inicial de
cada equipamento ¢ igual ac2. Multiplicando-se o niimero de veiculos a sere
comprados pelo preco de cada um tem-se o valor total aser pagona opsio2, ou
seja,
12 X c2 = CF2 (custo total de aquisigo da frota na op¢ao 2),
48,€.2 Custos de Oper
Esreomcackot Avatacio oe VEcutos
Anilise
Conforme jé comentado, nao se pode decidir simplesmente observando os
precos unitirios dos dois veiculos e comprar 0 mais barato.
Dado que 0s veiculos tém capacidade de transporte distinta cada alternati-
va implicaré em diferentes quantidades a serem adquiridas. Dessa forma,
pode ser que um veiculo mais caro tenha maior capacidade de transporte e
proporcione um custo total de aquisicao menor,
No entanto, a vida titi (v) dos veiculos também deve ser levada em conta.
Na opcao 1, dividindo-se o custo total de aquisigao da frota (CFI) pela vida
itil do equipamento (v1) tem-se o custo de aquisicéo por ano de uso da frota
(CAD), ouseja,
coi}
vi
Na opcao2, dividindo-se o custo total de aquisigao da frota (CF2) pela vida
Stl do equipamento (v2), tem-se o custo de aquisiglo por ano de uso da
frota (CAD), us
cAl
caa=S
2
Pode ocorrer que CF1 > CF2e V1 < V2. Assim teremos CAI >> CA2
Como conclusio, pode-se afirmar que: se as condigdes de financiamento
oferecidas para as duas opgdes forem as mesmas, o investimento anual
(CA)de equipamento sers o fator determinante nesta etapa de escolha, sen-
do até ento mais indicada a frota com menor valor para (CA).
Océtculo eo controle dos custos de operacao sto feitos, normalmente, somente
aps a compra er efetuada, portanto tarde demais.
Na realidade, nesta etapa o que interessa saber no é o custo por km rodado
(Ckm)e sim o custo por tonelada transportada (Cit), Assim, para calcularmos este
cust
perk
{o, basta multiplicar o custo por quilometro rodado pela quilometragem a ser
‘corrida no més (Km) e dividir este resultado pela capacidade de carga do equi-
pamento (Ce), ou seja,
_(Ckm xan)
Ce
tt
C.3 Aspectos Técnicos
Para escother os equipamentes, devem ser levados em conta diversos aspectos
téenicos, além do investimento e do custo de operagdo, Entre eles esto, dentre
outros:
‘compatibilidade com carga de retorno;
versatilidade da frota;
qualidade e disponibilidade de assisténcia técnica;
compatibilidade do ferramental necessdrio com o jé existente;
intercambialidade de pecas e componentes;
49eenencuentove Teansronte €FROTss
— disponibilidade de pecas de reposicio;
= possibilidade de padronizagao da frota;
— vida titi historicamente comprovada;
y Guantidade e nivel de capacitagio de mao-de-obra necessérios para manuten
doe operacdo;
ee
eae | | SBA ic coMPROVADA
TREINAMENTO DE MAO-DE-CBRA
recomates | A
notogia dos
ee |
fos a serem
addguiridos;
= treinamento
xrvinearara tecnica oferecidos pelos fabricantes;
__Sesessoriaprestada pelos fornecedores.
‘Doexpostonesta etapa de avaliacio, pode-se afirmar que a definisse doequi-
ames pais aequaivevtnon est dierent igada 20 estado das vari
eis aqui analisadas.
Figura 36 Aspectos thonicos do veiculo
D. A Escolha
[Nesta etapa sio feitas a comparacioea escolha entre as alternativas. A compa:
ago econdmica ser feita com base nos investimentos necessarios Para 35 diver
race Renativas e os respectivos custos mensais de operacio. Para o empresdrior
sae um solugdes a longo prazo eaescotha irérecairnaalternativa mats econe-
mica ou na que proporcionar maior lucro.
‘Quando da comparagio de duas alternativas, podem-se encontrar as seguin-
tes situagies:
ree ac altemativas so idénticas quanto ao investimento na frotaeao custo mensal de
‘peragio da iota. Neste caso, muito diffi de ocorrer na pric a escolha depen-
deed somente das vantagens e desvantagens téenicas de cada alternativa.
__ ‘Asalternativas sio idénticas quanto ao investimento na frota, mas diferentes
{quanto a0 custo operacional mensal da fota. Neste caso,a.melnor alierne ts é
sie menor custo mensal da frota, se outras vantagens de caréter técnico o¥
subjetivo nao existirem.
_ ‘Ag alternativas sio diferentes quanto ao investimento na frota, mas idénticag
Gqanto ao custo aperacional mensal da frota. Neste caso, amethor alternativa é
Saar nor investimento na frota, se outras vantagens de caréter subjetivo nfo
existirem.
_ Acalternativas sao diferentes quanto ao investimento e ao custo mensal da fot
Neste caso, duas situagdes poderao ocorrer:
= Setumaalternativa temo investimento e o custo operacional menores que a
sutra, € claro que a escolha ficard na alternativa mais econdmica.
«Mas se uma alternativa tem um investimento na frota maior € um custoseroma
coperacional mensal menor, ¢ preciso fazer uma andlse para saber em quan-
to tempo o investimento adicional nesta alternativa retorna através da eco-
rnomia de custos proporcionada. Sem duivida, se o investimento nao retor-
nar dentro do perfodo pretendido de utilizagao dos vefculos, a escolha
ficard com aalternativa de menor investimento na frota.
Aqui também cabe uma andlise das vantagens e desvantagens técnicas de
cada alternativa.