4.4.3 Métodos de Controle Operacional
* Consideragées Iniciais
Através do respectivo drgao gestor,cabe a cada governo proporcionar um bor
transporte a populagao. Assim, é importante que os técnicos que atuam no trans-
porte coletivo facam bom uso dos métodos de controle operacional e disponham de
indicadores de desempenho atualizados, para melhor avaliar a situagao real de
cada sistema e atuar com eficiéncia,
A seguir apresentam-se parametros de desempenho operacional utilizados no
transporte coletivo urbano:
= Total didrio de passageiros transportados, subdividido em passageiros gratui-
t0s (idosos e outros), com desconto (estudantes) e passageiros sem desconto.
= Total diario de quilmetros percorridos, subdividido em quilometragem tile
ociosa (entende-se como quilometragem titil a soma das quilometragens de
todas as viagens realizadas pelos dnibus, do ponto inicial ao final do itinerario,
ida e volta).
= Total disrio de viagens programadas e realizadas.
= Total didrio de énibus utilizados, especificando a frota reserva e a média de
veiculos em manutengao,
— Cadastro dos pontos de parada e terminais.
indices de Controle Operacional
s dados apresentados no item anterior so utilizados para calcular os indi-
es de controle operacional, que mostraro a necessidade ou nao de adequacio
das linhas, Estes indices sao [7]:
A ~ indice de Passageiros Transportados por Quilémetro-IPK
ntimero médio de passageiros
IPK oe
quilometragem rodada média diaria
Este é um dos indices mais importantes do transporte. Ele é utilizadono céiculo
da tarifa e retrata, junto com outros indices, o desempenho do servico prestado.
OPK deve ser obtido por linha, por empresa e da cidade como um todo. Consi-
derando o volume de trabalho, cabe ao Orgao de Geréncia definir se a obtengio
do IPK deve ser por pesquisa ou por controle direto de todas as linhas da
cidade.
B ~ Indice de Passageiros Transportados por Viagem
Eobtido a partir da relagdo entre o total de passageiros transportados eo mtime-
ro de viagens realizadas e retrata o desempenho da frota, de uma linha ou de
‘uma empresa.
C~ {ndice de Quitémetros Percorridos por Veiculo ao Dia
If obtido a partir da relagao: total de quilometeos rodados//veiculos da frota
efetiva.Saber quanto cada vefculo circula por dia € conhecer a oferta de transporte &
disposigao dos usuérios, Este indice é a base para a obtengdo do PMM, apre-
sentado a seguir:
D - Percurso Médio Mensal~ PMM
Representa a seguinte relacao: total de quilémetros rodados/ més.
Esta informagao é importante para o célculo da tarifa e para o controle da oferta
de transporte.
E~ Indice de Regularidade do Sistema— IRS
ntimero de viagens regulares
IRS
‘numero total de viagens programadas
Se acompanhado 20 longo do tempo, este indice retrata nitidamente como esta
o servico prestado pela empresa, jé que focaliza o padrao de manutengio ¢ a
confiabilidade do sistema.
F ~ Indice de Renovagio-IR
Este indice reflete o embarque-desembarque de passageiros nas linhas e € obt
do através da respectiva pesquisa (E-D).
G = Idade Média da Frota
Indice importante para o célculo da tarifa. Avalia também o conforto ea segu-
ranca dos usudrios porque a existéncia de uma frota nova e bem cuidada é
imprescindivel a um bom transporte.
H ~ {ndice de Conforto—IC
cx Rimero de passageiros transportados 4,
niimero de lugares sentados|
Este indice avalia o conforto oferecido pelo sistema. E bom lembrar que quanto
‘maior o conforto, maior serao o custo da empresa e a tarifa para o usuario, caso
tata nao seja subsidiada. Cabe ao Orgio de Geréncia definir este equilbri.
1 Espacamento Médio entre Pontos e Niimero de Paradas por Linha
‘A avaliagio destes itens é fundamental para a otimizacao do tempo gasto em
‘uma viagem, Pontos em demasia encurtam as distancias a serem percorridas a
pé mas representam maior tempo gasto em embarque e desembarque, aumen-
tandoo tempo total da viagem.
— Tempo no Terminal e Tempo Total de Viagem
Este indice demonstra possiveis atrasos nos terminais, acarretando diminui-
sao da oferta.
Os indices podem ser utilizados tendo como base dia, semana, més ¢ ano ¢
devem ser comparados com os valores determinados na fase de programacao
operacional.
a1(GERENCUMENTO DE TRANSPORTE E FROTAS
* Outros Aspectos Importantes
‘Ainda quanto ao desempenho da operagao, devem ser analisados outros as-
pectos importantes para o sistema de transporte, com destaque para:
~ condigées de seguranga dos vefculos;
— condigées de higiene dos veiculos;
= atendimento dado aos passageiros pelos motoristas e cobradores. Este aspecto
depende, fundamentalmente, da qualidade da mao-de-obra alocada;
= condigées das pistas por onde trafegam os vefculos. Cabe aqui um cuidado
especial na determinagio dos itinerérios;
— nivel da comunicagio visual oferecida ao usudrio, desde o instante em que ele
procura o ponto inicial até o momento de atingir o ponto final dentro e fora do
sistema.
+ indices de Desempenho Econémico
‘Além desses estudos, a programagio dos custos do servigo deve avaliar a
necessidade ou conveniéncia de serem adotadas medidas operacionais para au-
mentar a eficiéncia do sistema, considerando os seguintes indices de desempenho
econdmico:
tarifas ponderadas _
Tarifa Média = ____‘arifas ponderadas_____
‘nuimero de passageiros transportados
Indice de Tarifa Social = er de passageirosc/tarifa social
° rniimero de passageiros pagantes
despesas c / combustivel no més
PMM
Indice de Consumo de Combustivel
receita total
fndice de Rentabilidade Média = —————_SSS3 0 ____
intimero de passageiros transportados
4.5 Exemplo: Operagao de Frotas
Por varios anos, algumas fabricas pertencentes ao grupo, que serd chamado
aqui de "Grupo A”, viveram com a experiéncia de atrasos continuos na entrega
dos produtos. Os transtornos eram causados, principalmente, pela falta de trans-
portadores auténomos para prestar atendimento ao fluxo de transporte entre as
fabricas, devido a sazonatidade das safras agricolas.
Osestucios do “Grupo A” indicavam que em 100 viagens efetuadas no percur-
so Sio Paulo ~ Sao Luis (2 970 km) ocorriam 30 atrasos. Cerca de 30% dos cami-
nhdes que perfaziam esse trajeto levavam de oito a 10 dias para chegar ao destino.
Diante disso, 0 grupo decidiu organizar uma rota que atendesse as necessida-
des de suprimento de matérias-primas e de escoamento da produgio das trés fabri-
82case, para isso, chamou as transportadoras que jé lhe prestavam servigos,a fim de
tentar chegar a uma solucao.
Areviravolta nesse quadro aconteceu em fevereiro iltimo, quando a Transpor-
tadora “A”, apés vencer uma concorréncia, pos em pratica a operacao round-trip,
mais conhecida como “viagem redonda’, interligando trés pontas do sistema ope-
racional do “Grupo A”. A viagem redonda permite o transporte de produtos em
{rés rotas diferentes, porém integradas,
(Os veiculos da frota prépria da Transportadora “A” sao ocupados com a car-
‘ga maxima (27 t) e asseguram o cumprimento médio dos horérios de safda e de
chegada. O objetivo é fazer com que cada um cumpra trés “viagens redondas” pot
més, a fim de diluir ao maximo 0 custo fixo do caminhao,
Cada round-trip & completada em 7 203 Km. Na estrada, o tempo de viagem é de
201 horas, se o caminhao rodar durante 20 horas por dia. Atualmente, o caminhao
fica parado nas pontas até 96 horas para carga e descarga, mas a empresa pretende
reduzir esse periodo para 36 horas. Se as operagoes forem realizadas rapidamente,
o veiculo permanecerd um dia em cada um dos trés terminais, e poders realizar até
trés “viagens redondas” por més, rodando 21 609 Km cada um.
Cada motorista dirige de quatro a seis horas seguidas, dependendo da dupla,
gue tem autonomia para determinar a escala de tempo. A Transportadora “A”
concordou comas regras da licitacdo, que estabeleciam a utilizacao de dois moto-
ristas por veiculo, para garantir pontualidade nas operagdes de entrega, de trans-
feréncia e de consolidacao de cargas no regime de 24 horas por dia.
4.6 Concluséo
Conforme visto neste capitulo, a utilizacio de metodologias corretas na opera-
‘s40 das frotas eo cuidado com o desempenho operacional e econdmico, através de
‘umefetivo sistema de controle, permitem ao empresério chegar a bons resultados
nos seus negécios.
4.7 Bibliografia
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