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Cotzcho Ciencias Socints DA EDUCACAO, Coordenadores: Msia Alice Nogueta € Lia Pineiro Pakio = O sujet da edueagso “Tomar Todeu da Sve (or3) = Neolberatsmo, qualidade totale edueoes I. ‘, ‘Tomar Tale da Siva e Pablo Gent orgs} § % = Teorig tea eeducogso Aor Brine Pose ra) =o = Curricula = Teoria esr = Inor F: Goodson + Eeritos de edueagdo, rie Ace Noguera e Atinio Catal (orgs) ~ Familia e escola ~ Thetis de excolanzagso em camadas médias e populares Mari Ales Nogusio, Gerkla Remaneli e Nadie Zag forge) A escolarizago des elites ‘Ana Movis Fonseca de Almeida e Maria Ace Nogueka (orgs) = Homer plural ~ Os determinantes da ago Berard Lahiee Dados intemacionais de Catalogngio na Publicacio (CIP) (Cimara Brasileira do Lio, SP, Bras} Evertor de etucotSo / Moria Alice Nogueira e Aino Can oxanizadors).~ Pete, l= Usser, 1098. ~ (Cline soci de edare) IsaNy 85:326-2083.1 1, EAngto 2. Scolgiaedueacon . Cate, Alri. I Noga, Mais ‘Alice I. Tito, WV. Sete 96.0345 ep370.19 Indices para catilogo sistemstico: 1 Secinlgi ebvaconal 370.19 PIERRE BOURDIEU ESCRITOS DE EDUCACAO 0, orgnirgho, nod € nots Soetoro Noga ‘pial Catt wus g y EDITORA VOZES Potropalis 55785 | | Objeto e instrumento principal da Iota simblica entre as classes pela definigéo do mundo social, ou seja, para a consttuigéo das clessificares socials, a terminologia social (nome das classes, profissdes, et.) pertence ~ como em outras sociedades, a terminologia de parenteseo ~ 3 ordem das categories oftcais, cu sea, do dirt, inguagem autorizada e inguagem de autoridade que, nas formacdes sociais dotadas de um aparelho escolar, dove © essencial de sua autoridade ao sistema de ensino. Como 3s toxinomias burocrétices que integram todas as situagBes profissionas, ado “céneur" @ a do conselhcico de Estado, em um sistema de categorias hhomogéneas e explicitas, o sistema de ensino introdue, pouco a pouco, todas as profissdes ~ mesmo as menos racionalizadas as mais abando- radas & pedagogia tradicional ~ no universo hierarquizado do certilicado escolar, de modo que o efeito de naluraizacao e de elernizac3o das classiicagées que ele tence a produzir em razio de sua inéreia estendese, progressivamente, a toda a estrutura social Assim, a lta de clasticagGes uma dimensao ~ mas, sem divida, 2 mals bem oculta~ da lita de classes, ‘Se nfo ha toxinomia ~ traterse-ia das categorias empragadas para julgar as obras de arte - que remeta, em uilia instancia, & eposicso entre as classes, essa relagio é tanto menos aparente quanto mais aulanomo é campo no qual esses sistemas de classificaco so produzides. O eleito propriamente ideolégico do itreconhecimento* resulta da transformegso que cada compo impoe &s classificagdes origindras e, a0 mesmo tempo. 8 forma ireconhecivel que raveste ai aluta de cassilicagées sacor 144 Classificacao, Desclassificagéo, Reclassificacéo PIERRE BOURDIEU hes Desc Baan Crt Ret ence, Gate Ibe rs Ton Fonte, Barto, lee, “Chsanen, dase, ease ent ndbacb evans Acerceinechenr, stent soc, Pan 2h onstne 118, 9a > © Pierre Bourdien cnmyee0s 253650 3},01} © 1998, Editora Vozes Lida 4497p Rua Fret Luis, 100 8 © 25689:300 Petdpols, Ra ‘ages fpocesisctsss Internet: http://www.vozes.com,br Brasil Todos os diteitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderd ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma efou quaisquer meios (eletrénico ou mecénico, incluindo fotocépia e gravagio} ou arquivada em qualquer sistema, ‘ou banco de dads sem permissdo escrita da Editora. “Cet ouvrage, publié dans le cadre du programme de participation & la publication, bénélice du soutien du Ministére francais des Affaires Etrangéres, de l Ambassade de France au Brési et dela Maison Francaise de Rio de Janeiro.” “Este livro, publicado no émbito do programa de participagao a publicago, contou com o apoio do Ministério francés das Retagdes Exteriores, da Embaixada da Franga no Brasil e da Maison francaise de Rio de Janeiro”. Ecditoracéo e org, literéria: Jaime Clasen ISBN 85.326.2053-1 Este lio foi compost e presto pela Eaitore Vor Lida CNS GH 560964 Swmario [Uma soctologia de produce do mundo cuural ¢ escolar {Maria Alice Nogueira e Afranio Cotani), 7 Profécio: Sobre as artimanhas da razdo imperialist, 17 J. Modo clntifica¢ hlerarqula socal dos objets, 33. (Ils escola conservdora as deigulades rete 8 esol eck, 29 LO capital soctal ~ notas proviséias, 65 IW. Os trds estades do cepital cultural, 72 V. Futuro de clase e cousldade do provavel, 81 VIO diploma e o cargo: relagdes entre o sistema de produgSo € 0 sistema de reprodugio, 127 VI. Chassiticagdo, desclssliagéo, relesstcagio, 145 Vill As categories do juizo professoel, 185 (Rs excluides do interior, 217 X. As contradigdes da heranga, 229 XI, Medatia de euro do CNRS 1993, 239 ‘Anexo k Quadeo comparative dos sistemas de ensino ~ Brasil/Franca, 249 ‘Anexo Ik Signilicado des sigles, 251 ‘Ao mito platonico da escolha inicial dos destinos se poderia opor ‘aquele que propée Campanella na Cidade do Sok para instaurarimedia- tamente uma situagio de mobilidade social perfeta e assegurar a inde pendéncia absoluta entre @ posigdo do pal e a posigio do filho, Interdtando-se a trensmissdo do capital cultural, é necessério e sufciente = como se sabe ~ afastar, desde o nascimento, as eriangas de seus pals Esse ¢ 0 mito da mobilidade perfetta que os estatsticos® invocarn implic- tamente, quando constroem indices de mobilidade social referindo a situagéo empiricamente observada a uma situagio de independéncia completa entre a posigao social des herdeires e dos genitores. Sem divida, @ preciso atrbuir a esse mito, ¢ 20s indices que ele permite constr, uma {ungao de critica, pois eles concorrem para desvendar a falta de cortespen: dencia entre os ideais democraticas e a realdade social. Mas mesmo 0 lexamme mals superficial mostraria que a consideragéo dessas abstragaes supe 0 desconhecimento dos custos sociais e das condigSes sociats da possibilidade de um ako grau de mobilidade”. Assim, a melhor maneira de provar em que medida arealidade de uma sociedade "damocratica” est de acordo com saus Kleais nio consistiria fem medir as chances de acesso a0s instrumentos instticlonalizados de ascensio social e de salvacdo cultural que ela concede aos individues das diferentes classes socais?™ Somos levedos, entéo, a reconhecera“rigide2” extrema de uma ordem social que autoriza as classes sociais mais favore- cidas a monopolzar a utlizagao da insituigdo escolar, detentora, como dla ‘Max Weber, do monopdlio da manipulago dos bens culturaise dos signos Insttucionals da salvagio cukural 28. Ch Mare SDOMAK, “Chto note ome. Asay omen deon in Ses ‘hldelerer,Uaeraty of lua Suber al Vl 1 onto de T909, p 166, & IWELINAR, “The Fle IS Ste X Quarter, 28 1940p. 5260 29, Sem ards aids uth ome cerums medi recs do mobide een center a cae om tomo d ste do pons de caea Sopa ed bo gut ede eer ensieraio pra ter uns compasto paint eo, somes mesons cm ‘slam Borda & Ups raiace poesia ds tse rscnet pate ds ‘peesdetcidaele mca mara no eo necezaramerietuds ete tote Sistngur ene "ra ova obdatelerads ens” oumebbdate deseo, 30. Sais fre, tombe, ar em eoreieaio a5 chinces dle de ters soci com det ula; dos moos waticeras. Oa, sabe seq, com se deg eet nner erudos de esa soc leno seen nce sox crosses Saher set 64 O capital social — notas provisérias PIERRE BOURDIEU Virdugse Desc saan arts Ard toes Carn Resi tran Rue a Fonte Bouvier, "Le apa scl nets prove ‘abide onginalmante in Actes de fo rcherche en ‘levees sot, Pts n SI, naode 1980,» 25 A\ toc de cpt sc mposse amo otnico met de designe 0 fundamento de efeitos seciais que, mesmo sendo claramente compreenl dos no nivel dos agentes singulares ~ em que se situa inevitavelmente a pesquisa estatstica -, no so redutiveis ao conjunto das propriedades individuals possuldas por um agente determinado, Tals efeitos, em que a sociologia espontinea reconhece de bom grado a acto das “relacbes", sio particularmente vsivels em todos os casos em que diferentes indvduos ‘obtgm ur rendimento muito desigual de um capital econémico ou cultural) ‘mais cu menos equivalente, segundo o grat em que eles podem mobilizar, por procuracio, © capital de um grupo (familia, antigos alunos de escolas de “ete”, clube seleto, nobreza, et) mais ou menos constituido como tal ‘emais ou! menos provido de capital (© capital social @ 0 conjunto de recursos etuals ou potenciais que estéo ligados & posse de uma rede durdvel de relagées mais ou menos institucio ralizadas de interconhecimento e de inter-teconhecimento ou, em outros termes, é vinculagéo a um grupo, como corjunto de agentes que nao somente s3o dotados de propriedades comuns (passivels de serem perce bidas pelo observader, pelos outros ou por eles mesmos), mas também so Lnides por ligagdes permanentes e ites. Essas igagdes sao imedutives és relagdes cbjetvas de proximidade no esparofisico (geografico) ou no espaqo econémicoe social porque so fundadas em trocasinseperavelmente materiais ‘esimbdicas cua instauragdo e perpetuate supdem 0 e-conhecimentodessa roximidade. © volume do captal social que um agente individual possui depende enzo da extensSo da rede de relagdes que ele pode efetivamente mebiizar e do volume do capital (econémico, cultural ou simbékco) que & ‘posse exclusiva de eada um daqueles a quem esta igado. sso significa que, ‘embora soa relativement itredutivel ao capital econdmico e cultural possuido ‘por um agente determinado ou mesmo pelo conjunto de agentes a quem ests ligedo (como bem se vé no caso de novo rica}, o capital ocial nfo 4 jamale completamente independente deles pelo fato dequeas trocas queinstituer {9 Inter-reconhecimento supéem 0 reconhecimento de um minimo de homogeneidade "objetiva” e de que ele exerce um efeito multipicador sobre o capital possuido com exclusividade (Os hucros que o pertencimento a um grupo proporciona estéo na base da solidariedade que os tora possivel. O que néo significa que eles sejam cconsclenterente perseguidos como tals, mesma no caso dos grupos que, como os chibes seletos, s80 expressament arranjados com vistas a concen- trar 0 capil social e obter assim 0 pleno beneficlo do efeito multiplcador 67 implcado pela concentragéo e assegurar os ier proporcionados pelo pertencimento ~ luctos materiais como todas as expécies de “serigas” assegurados por relagdes utes, ¢ lucros simbélicos tals como aqueles que esto associados a participagdo num grupo raro e prestigioso, A existéncin de uma rede de relagSes no @ um dao natural, nem mesmo um ‘dado social’, consiuide de uma ve por todas e para sempre por um ato social de instituigao (representado, no caso do grupo familiar, pela definicdo genealégica das rages de parentesco que & caracersica dle uma formagao soca), mas o produto do trabalho de instauragéo e de manutengéo que é necossrio para produit ereprodualrelagoes dures € tis, aptas a proporcionar heros materais ou simbicos, Em outras palavras, a rede de ligagdes € 0 produto de estratégias de investimento social consciente ou inconscientemente orientadas para a instituigéo ou a reprodugéo de relacées sociais diretamente utiliziveis, a curto ou longo ‘praz0, isto &, orientadas para a transformacao de relacdes contingentes, como as relagbes de vizishanga, de trabalho out mesmo de parentesco, em ‘elagses, ao mesmo tempo, necessérias ecetvas, queimplicam obrigacoes duraveis subjetivamente sentidas (sentimentas de reconhecimento, de tespeito, de amizade, etc,} ou institucionalmente garantidas (direitos). E isso. gracas & alquimia da troca (le palavras, de presentes, de mulheres, et) como comunicagdo que supée e preduz o eanhecimento e 0 reconhec- mento mituos. A toes transforma es colts rocadas em signos de reconhecimentoe, mediante reconhecimento mio eo econhecmento da incluso no grupo que ela implica, produz o grupo e determina 20 mesmo tempo 05 seus limite, isto é os lites alm dos quals a toca constitutive, comércio, comensaidade, casamento, nfo pode ocorrer. Cada ‘membro do grupo encentra-se asim insitudo como guard dos limites do smupo: pelo eto de que a defnigi de enros de entrada no grupo esta em jogo em cada nova incluso, un novo membro podria modiicar 0 grupo mundo os limites da troca legitima por uma forma qualquer de “casamento desgual”. E por isso que 2 reprosugso do capital socal tiburia, por um lado, de todas as insttuigées que visam a favorecer as trcaslegias e 2 cexcluir as trocas ilegtimas, produelndo ccasiées (rallyes, cruzeiros, cagadas, s2raus, recepgdes, etc.), lugares (bairros chiques, escolas seletas, clubes, etc.) cu pratieas (eportes chiqus, jogos de saciedade, cerimérias cutras, etc) {que raimem, da mandira aparantemente lori, indvidios tio homogéneos ‘quanto possivel, sob tedos os aspectos perinentes do ponto de vista da ‘xstenca ede persstncia do grupo. Por cut lado a reprocupio do capital social também é trioutaria do trabalho de sociabilidade, série continua de trocas. nde se:aittna ee eairma incesaniemente orecenhecimento equessp6e, alérn deuma competénca espeifica(conhecimento das relagées genealocicas e das ligagées reais e arte de utilizé-las, etc) e de uma disposiqao adquirida para cbier e manter essa competéncia, um dispéndlo constante de tempo « eslorcos (que tém seu equvalente em capital econémico) e também, muito frequentemente, de capital esonbmico, Orendimento desse trabalho 68 de acumulagio ¢ manutengéo do capital social & tanto mator quanto mals importante for esse capital, sendo que o limite & representado pelos etentores de um eapitl social herdado, simbolzado por um sobrerone {mportante, que mio tém que “relaconar-se" com todos os seus “conhech, * Gos", que s80 conhecidos por mais pessoas do que as que conhecem ue. serdo procurados por seu capital social, e tendo valor porcus Sonhecidos” (el. “eu o conheci bam’), estio em condiggo de transionvar todas 25 relaebescircunstancisis em ligacdes duraveis, Enquanto no hower institulg6es que permitam concentrar nas mos eum agente singular a totaldade do capital social que funda a enst@nele do grupo (feria, nagéo, mas também associagdo ou partido) deleatle para exercer, gracas a esse capital coetivamente possuido, um poder sem \. Teleco com sua, contnbulgéo. pessoal, cada agente deve paicpar do cita des responsabilidedes, tende a limitar as conseqiéncias de fel indies, dlemoctodlisn, contin do pater nes cone Qientemente a todos ¢s memiros do grupo, sem dstingSo, a caugao do capital coletivamente possuilo, sem colocé-los a sako do deserédito que bolle ser acarratado pela conduta de qualquer um dees, o que explica que “grandes” dovam, nesse caso, empenhar-se em defender m hora coletiva na honra dos membros mais desprovidos do seu grupo), Corte mente, @ © mesmo prineipio que preduz © grupo instituido com vistas & sencentrasie do capital e a concorréncia, no interior desse grupo, pela apropriagse do capital social produzido por esta concentiagio. Pars cfeareve 2 onernc ao mikes alm dos quais la com ometeria a acumulagdo do capital que funda © grupo, os grupos deve regular a distbuigo, entre sus membros, do dasha de setneah ane delesodo do grupo (mandatiro, pleipotenclrio, representant, ports esl de engajar © capital social de todo 0 grupo. Asim, of grupos insbtuidos delegam seu capital socal a todos os seus membros, mos en Stas muito desigueis (do simples ligo ao papa ou do miliante de bese eo Seareringera), podendo todo o capital ecatve ver individuaheado num lente singular que o concentra © que, embora tenha todo seu poder tins do arpa poe eke sda o supe eaten eae © grupo) o poder que o grupo lhe permite concentrar. Os mecanisinos de delegacdo de representagio no duplo sentido do teatro do dire) que pEimpoem ~ sem divida, tanto mais rigorosamente quanto mais numersse fot © grupo ~ como uma das eondkées da concentragao do eapital social (cnire outras razées porque permitem a numerosos agentes divetsos e Aispersos agir “como um tinico homem” eutrapassar os cletos da fetnede que os liga, através do seu corpo, a um lugar eaum tempo) contem, essa © principio de um desvio do capital que eles fazer exist — 6 Os trés estados do capital cultural PIERRE BOURDIEU “Tradugdo: MaGALsDE Casto ewido técricas MARA ALICE NOCLERA Fonte: Cauda, Pas, La ott pte pe (xis ogrtnt n Ates decker en serces, ‘Solas are 30 menor #21979 5 38. CAPITULO IV A\ sesso capt til ips, ington cono una in tse indispensivel para dar conta da desigualdade de desempenho escolar Ge criangas provanientes das diferentes classes socials, relacionando 0 ‘sucesso escolar", ou seja, os beneficios especificas que as erianges das diferentes classes ¢ fragdes de classe podem obter no mercado escolar, & distsbuigéo do capital cultural entre as classes e fragées de classe, Este pponto de peta implica em uma ruptura com os pressuppostosinerentes, tanto a visio comum que considera 0 sucesso ou fracasso escolar como feito das “aptidées" naturals, quanto as teorias do “capital humano””. Os economistas tém o mérto aparente de colocar explictamente a ‘questo do relagéo entre as taxas de hucro asseguradas pelo investimento, edusativo e pelo investimento econdmmico (e de sua evolugée). Eniretanto, além de sua medida do rendimento do investimento escolar s levar em Conta 0s investimentos @ os benelicios monetérios ou diretamente conversiveis em dinheiro, como as despesas decorrentes dos estudos € 0 cequivalente em dinheiro do tempo dedicado ao estudo, eles também no podem dar conta da parte elativa que os diferentes agentes ou a diferentes classes concedem a0 investimento econémizo e ao investimento cultural por nfo considerarem, sistomaticamente, a estrutura das chances diferen: Ciais de cro que Iles sio destinadas pelos diferentes mercados, em fungdo do volume ¢ da estrutura de seu patriménio (ef, em particular, GS, BECKER, Human Capital, Nova York, Columbia University Press, 1964) ‘Alézn disso, deixando de colocar as estralégias de investimento escolar no Conjunto das estratégias educativas e no sistema de estratégias de tepto: dugéo, sujeitamse a deixar escapar, por um paradoxo necessério, o mais ‘cculto ¢ determinante socialmente dos investiments educativos, a saber, 8 transmissdo doméstica do capital cultural. Suas interrogagées sobre a relago entre a “aptidso” (ebility) pore 0s esludos e o Investimento nos estudes provam que eles ignoram que a “aptigéo” au o "dom" séo também produlos de um investimento era tempo earn capital cultural id, p. 63-66). Compreende-se, entéo, que, em se tratando de avaliar os benelicios do investimento escolar, 66 les resta se interrogar sobre a rentabllidade des despeses com educagio para a “sociedade” em seu conjunto (social rate 2. lsd tm once ns maio, como aga am gpd sb ra. ces sete ‘ohio dese somo ago. enn vismal i, is nasa maiscomum 73 of return; Id, p. 121) ou sobre a contibuigdo que a educagéo tran. & “produtividade nacional” (the social gain of education as measured by its effects on national productivity; Id, p. 185). Essa definicSo tiplea- mente funcionalista das fungBes da educacéo, que ignora a contribuigéo ue o sistema de ensino raz reprodugéo da estrutura socal, sancionando a transmisséo hereditria do capital cultural, encontr-se, de fat, implica da, desde a origem, numa definicdo do “capital human” que, apesar de suas conotacdes “humanistas", nfo escapa 20 economicismo e ignora, dentre outras coisas, que 0 rendimento escolar da aco escolar depend do capital culturel previamenteinvestido pela familia e que o rendimento econtimico € social do certificado escolar depende do capital social ~ também herdedio ~ que pode ser colocedo a seu servico, O capita cultural pode exist sob rs formas: no estado incorporado. ‘au sea, sob a forma de disposigdes durdveis do organismo; no estado cobjetivado, scb a forma de bens culturais - quadros, livros, dicionérios, instrumentos, maquinas, que constituem indicios ou a realizacéo de teorias ‘ou de citcas dessas teorias, de problemsticas, ete; e, enim, no estado institucionalizado, forma de objtivagdo que & preciso colocar & parte porque, como se chserva em relacio 20 certificado escolar, ela confere 20 capital cultural ~ de que &, supostamente, a garantia - propriedades inteiramente originals, ‘© ESTADO INCORPORADO. ‘Amator parte das propriedades do capital cutural pode inferirse do fato deque, em seu estado fundamental, esta igado 20.corpoe pressupse sua incorporacée. A acumulagio de capital cutural exige uma incorpo ragdo que, enquanto pressupbe um trabalho de inculeacdo e de assim «80, cusia tempo que deve ser investido pessoalmente peo investidor (tal como 0 bronzeamento, essa incorporago no pode efetuar-se por pro- ‘curagic). Sendo pessoal, 0 trabalho de aquisigso @ um trabsiho do “sujet” sobre si mesmo (fela-se em “cultvar-se"). O capital cultural ¢ um ter que se tornou ser, uma propriadade que se fez corpo e tomou-se parte 2. Sons. doo mec do cast cal moe ei sf ae game por ‘eto dened lempo desu oma cena cere de Mo eat eo [Se elrtagse sam om co» prs ea fey. aoe male poss ‘ontanpe gta de wn ast ou reg ese eps Fee, diplemerte vez oe osnmsogar pop cose etn sean oe ast cass ‘onan stern recast ser lr sen. ies pCO ‘Mottin sm quale do alr dbs eras ecole ease og {ohefe ese bce, ns hos sn cat capt el estes do mecodo ec? “ver no itl tn, rear que a poses meas com um ar nahi ro reat ech per terum air ara pasvoam eas snc = 2 aro (harshness de Pe cero indvitio 20 tau paliméeio heed, de forse tat ‘SSosegue acumular os presigis da propriedade inala & e@ Melos auido Porconsencs, cle presentaum geude eau Sac oce ake © pia econémigoe, po ess flo, ets mals prclioecs Suuntonar coms capital simbéleo, pu see, desconheeido e eecrinn ge Team cleo de (deslonhecimente, por exemple, no mend national ono made de bres seo cpt eens Diu dae rods inode aston nag Sa SCE de assiténia, da generostede e dos donatios repiccom robes eae de do capital cultura das ques eznomiton lorena Cam sito, 9 economicmo dena espa, por laine Shen mepanmeelpeets na tS iy de eat Porscréscimo, benefits materia e sinbslcos aos Corraenes Seen cOts call cultural que rev, de sa posedo na ester {entbuichodo captl cukural,um valor de raridade_estevalordk ceca {im Par Princo. em hima anal, fat de queens oles ee ronémicos cutturais para prolongar os estudos doe hie a Sepeet om 9 wld ou ete capa cca petres pra tra eatin ra. atte de ts pas cepacia [sem fs aces CROESIM “qunckor” detades de uma competongia 4 ictal ro recent End con orp ee oes (Seni peuyes dallas ec Core Se tera fence SOR tert or ere dst pee 5 além do minimo necessario 4 reproducio da forga de trabalho menos valorizada em um dado momento histéric). Mas 6, sem divide, na prépria légica da transmisséo do capital cultural {que reside o principio mats poderoso da eflciia ideolégica dessa especie de capital. Sabe-se, por um lado, que a apropriagéo do capital cultural objetivado ~ portanto, 0 tempo necessério para realizé-la ~ depende, principalmente, do capital cultural incorporado pelo conjunto da familia ~ por intermédio, entre outras coisas, do efeito Arrow generalizado' e de todas as formas de transmissao implicita, Sabe-se, por outro lado, que & acumulagéo inicial do capital cultural ~ condiggo da acumulagdo répida e féeil de toda especie de capital cultural ill ~ 56 comeca desde a origem, sem atraso, sem perda de tempo, pelos membros das familias dotadas de tum forte capital cultural; nesse caso, 0 tempo de acumulagéo engloba a totalidade do tempo de socializagao. Seguese que a transmissio do capital cukural é, sem divida, a forma mais dissimulada da trensmissio heredtérie do capita; por isso, no sistema das estratégias de reproduc, recebe urn peso tanto maior quanto mais as formas diretas e visvels de twansmisséo fendem a ser mais fortemente censuradas e conttoladas. \Vese, imediatamente, que & por intermadio da tempo necessério & aquisigéo que se estabelece a ligago entre o capital econdimico e 0 capital cultural. Com efeito, as dilerencas no capita cultural possuido pela fara ‘mplicam em diferencas: primeiremente, na precocidade do inicio do ‘empreendimento de transmissio ede acumulagso, tendo por limite a plena utiizagao da totalidade do tempo biologieamente eisponive, ficando o tempo fivre maximo a servigo do capital cullural maximo: e depois na capacidade assim definida para satisfazer as exigéncias propriamente culturais de um empreendimento de aquisigko prolongado, Alem disso, © correlativamente, o tempo durante © qual determinedo individuo pode prolongar seu empreencimento de aquisi¢So depende do tempo live que sua familia pode Ihe assegurar, ou sej, do tempo lberado da necessidade ceconémica que & a condigéo da acumulagae incial tempo que pode ser avalindo como tempo em que se deixa de ganhar} 4, O que daigno por sto “Ao” grein, o oft dee convo de ers ete ‘hadi, monsnenes mbna, bo tahados ee pdr ees ogg fren edo mio arse ratl eaten em eto sso ruses wintncs. see iv an ds fits etwas db caplese clr, ro mrt em qe 0 cescimero de \spiritade de expt carl aeuraldo no edo bjtvada hanes « io acing Méonatcamee xsl ei bone Seve sacar ao aed qc cpl ‘liga nearprde ec corlntamarte sezequ,emcnsgongta, ceo ‘scl poe conidors come suse O to gagur esoteric et Fendnano cect os lees x nf de poms bo as dos oe {rym aie as gator lotr Ge recomero do eps 76 OESTADO OBJETIVADO. encontra incorporado nelas), é precise dis rorrcio de canal corpora. see som divans etna fs anion do “ge acre een sn do Dossiers (no sell esttamee econo do an mee 2 utilzem e que 6 tiram Proveito de seu capital cultural en ae © 08 produtos que esse capital torna possiveis, coveanote do on demas sin ae ee Fass) relicios: 2 ulizagéo de uma forma particular de capital, colocar or de ado dos dominantes. Tudo parece near questo aha oe seseocpiil cultural incorporade nos instrumentos de ‘Produgio (e, peal 2. oto de ecmorario meena as eal Condes desu seta «fomanae nna competicio escolar e do. concurse)” 7 6 em pate, pla gin de O capital cultural tado obj al no estado objetivo apresenase com todas souiacor de um invewo adnan @ coats ua apn cee Produto da agao histérica, tem suas réprias eis, tra i tonics nas, «ae - como bem moa o aa ae irredutivel, por isso mesmo, Squilo que cada agente ou ‘mesmo, 7 © conjunto dos agentes pode se apropriar (ou seja, 20 capital cultural incorporado), E preciso no esquecer, todavia, que ele sé existe e subsiste ‘como capital atv e atuante, de forma material e simbslice, na condicéo de ser apropriado pelos agentes e uslizado como arma e objeto das ltes {que se travem nos campos da produgéo cultural (campo atistco, cient, te), para além desses, no campo das classes socials. onde os agentes ‘obtém benetcios proporcionais ao dominio que possuem desse capital bjelivado, portanto, na medida de seu capital incorporedo, O ESTADO INSTITUCIONALIZADO. A cbjetivagso do capital cultural so8 a forma do diploma é um dos rmados de nevtalzar certs propriedades devdas ao fato de que, estando incorporado, le tem os mesmes limites biolégicos de seu suporte. Com 0 diploma, essa certid3o de competéncia cultural que confere ao seu portador um valor convencional, constante e juridicamente garentido no que dia respeito& cultura, 2 alqimia socal produz ume forma de eapial cultural que fem uma autonomia eatva em rlagdo a0 seu portador e, até mesma em rego a0 capital cultural que ele possi, eftivamente, ern wm dado ‘momento hstrico. Ba institut o eapital cultural pele magia eoletiva, da mesma forma que, segundo Merleau-Ponty, 0: vivos instituem seus iortos atraués dos ritos do ito. Basta pensar no concurso que, a partir 2 5 Ss 5 .. 8 6 #o 25 ES oao 4 Pos 5 508 & Sok 2 OED £ os z $0 e gee i SOF a 22S ae SEB § @ g Ops 25 5 $3 Ss u 2 .896t BP oIquIERS “EEE 602 0461 PUL =p = ndod “G3NT'E cou open OFDIED 2 sassaig sued ‘nouioubioeua Ina 21B2}0;08 ap ‘jaune eonsoney | 2p 218% [ce | vos |" “rap sou (ose pe ae Hw |e a |e ‘so1pjoosa soobendee gv 9 saouetja su on1up HpuapuodsaLioa y aOIaNyay Ne 1, AS LEIS DE TRANSTORMACAO DO CAMPO DE PRODUCAO DOS PRODUTORES EDO CAMPO DE PRODUCKO ECONOMICA EAS DEFASAGENS ESTRUTURAIS Dal RESULTANTES. “Tras a pesquses de mobtide, todas os compas hire considera como fora de questéo o que daveria constitur 0 cbjeto central da interroga¢So, ou seja, 2 permantncia da relagdo entre as palavras ¢ 8s ‘coftas, entre os diplomas eos eargos, entre o nominal ¢ o real: qual sentido hhaverd em identiicar © professor primério de 1880 com o professor primério de 1930 ¢ com 0 professor primitio de 1974? O filho de um professor primério seré realmente flho de um professor primério no sentido em que ele préprio é professor primario? Nao serd que a idenidade nominal oculta a disparidade real? Mas iso no ¢ tudo: na lua entre as cdasses, 08 dominantes podem pagar com satislagSes reais ou nominais ‘que, do ponte de vista sociolégico, nfo so menos reas), Isso quer dizer que, se 2 identidade nominal pode encobrir a ciferenca real, certas <éifeengas nominals poder servir para manter identidades reas: éalégica dos que “desempenham © papel de”. Mas é ainda simples demais: nio impunemente que se pega com felsas promessas. Tero nome & senti-se como diteito de exigiras coises que, normalmente, esto associadas a palavres, isto &, 8s prticas (por exemplo, o efito de “estudantizaca exercido pela escolaizagéo nos C.E.G) ¢ aos correspondentes benelicios materiise simbdleos(sBo as reivindieagées slarias, et.) ‘Asteorias da mobildade reduzem & mobildadgindivdval, por um lado, ‘© que ¢ 0 produto da mudanga do aparelho de produgio dos agentes {sistema de ensino ~ SE) e, por outro, © que depende da transformacio da 1. Ea noted, bling e progam neaimerse restos pra er am porno oe vue, urn fr procera ep, pec sees un epee vata de psgitas em ansammto. Or docimenon el pra carrot o ec, ‘unalog. mtn vera liensimpoara eas purnntetescion” depo: fs pai cdot docamperelactarsrespeatsoua consis Sagano os chs ‘dstrsa cman oo driston de teed ce on i nie nase Exc, Sextet enon anon de ben eadne nie dese OTS, 129 estrutura dos postos de trabalho, isto &, da transformacéo do apzrelho econdmico, © materiaismo sumério que, reconhecendo apenas 0 deter- minismo tecnolégico, faria das mudangas da méquina © principio das ‘nudangas de profissio dos agentes que esldo a seu sevigo, esquece que 08 aparelhos como 6 SE, que produzem os agentes para a produgso, tém ‘uma autonomia relativa que esta na origer de efeitos de histerese (e.g. 0 rodusIReratos, enquanto 0 aparelho de producéo exigiria cienlistas). A explicagdo pelo delerminismo teenolégico &, sem divida, tanto menos verdadeira na medida em que nos dirigimos para selores da produgao nos quais @ importéncia do capital cultural investido @ maior (porarto, mais verdadeira para os operérios sem qualifcaco da consiru- ‘80 do que para os téenizos em elelrénica). E necessirio escaper aos dois tipos de reducéo: é 0 Jogo entre as mudancas do aparelho de produgio e asmudancas do sistema de ensino que esté na origem das defasagens entre 0s habitus ¢ as estraturas. Estas defasagens devem, portento, ser com preendidas em releréncia ao estedo e & histria da relagdo entre o sistema de ensino eo sistema de produgso. E preciso, nto, analisar@ relacdo entre as kis de transiormagéo do cempo de produgéo econémica e as leis de transformagéo do campo de producéo dos produtores, ou see, a escola e a familia, sendo que a escola {ende a ocupar um lugar cada vez mais importante na medida em que © aparelho econdmico se desenvoive e ganha uma complaxidade cada vez ‘maior. Nos modos de produgéo mais antigas, nos quols era menor a ‘quantidade de capital cultural que estava incorporado as méquinas e 208 agentes, as mudangas do modo de produgso comandavam mais répida ¢ mais detamente a mudanga des relagdes de produgio. Em um estado do modo de produgdo em que & muito grande o capital cultural incorparado nas méquinas e nos produtores que fazem funcionar as miquinas, osistema de ensino tomase a instincia dominante de produgéo dos agentes, Ora, por exercer néo sb lunges de reproducdo da forca quaificada de trabalho (que chamaremos, para simpliicar, fungéo de reprodugéo técnica), mas também fungdes de reprodugio da posigbo dos agentes e de seu grupo nia cstrutura social uncdo de reproducio social, posigao que ¢ relativamente independente da capacidade propriamente técnica, o sistema de ensino depende menos diretomente das exigéncias do sistema de produgao do que des exigencias de reprodugéo do grupo familar. Além disso, 2 leglea espectica do sistema de ensino, tal como foi deserita nos trablhios anteriores, faz.com que ele tenda a se oxganiaar em fungéo des imperativos de sa propria reproducéo, 0 que 0 predispde 0 exercer a fungéo de reprodugSo socal, em ver da funcao de reprodugSo técnica. Veze que 2 anilise das eis intemas do sistema de ensino como campo telativamente autdnamo & a condigdo prévia de toda andlise das relacdes entre o sistema 130 veduge reste dos compradores de forga de trabalho levam-nos a faa 29 Minimo 2 autonomia do SE, eolocando-o, assim come mayb a dependénciadretada economia, nesse caso, a outenoois cranes se s0b a forma da delasagem temporal ente'a tapes de por enue Go SE ea rapides da eveluséo do aparelho esongmnce ide eecgrembl, a vontade do patronato de encurtar os extuden) Coreg Taamnuetta do papel do SE na reproducéo, esta escapa réo 0 se far comet lanbém s empresas. Oqueleva oSEacscapa de fuion instar d mesma forma, ele escape economia, Com oF, une inva socialmente potente chega a funcionar de manele relote predrcnatPettente em relacdo & economia, Apareho de produsso a vodutores competentes, 0 SE 8 também um aparelhe jordan gee satante a competéncia a massa dos agent minaade los egentes, cujo valor no mercado de bao depend dort ere. erde saeco cada vez mais importante “ Portanto, uma duragdo estruts H particularmente ? uta parclomante dfs renee Sh. Ura econonis avila ode ter um SE racer sea Suess Ge og ete os dos sen qe se mesa eee Jeg ene diploma ecg, oles nos nha eee A caracteristica pertinente do sistema de ensino no que die respaito 8 hao de nenePelch mas no fato de que dota seus produtos, proves dotadee de goomnetence técnica, tecnicamente mensuavel de diplomes rc de aot Universal erlativamenteintemporal. Asin. introcas 131 diplomas “da casa” ~ engerfheiro “da casa"). O diploma “universatza” 0 trabalhador porque, analogo nesse aspecto 8 moedsa, transforma-o num “trabalhador livre” no sentido de Marx, mas ea competéncia todos os diretos correlatives so garantides em todos os mercados [por oposic8o 20 produto “da casa” que esté acorrentado a um mercado porque todas as suas propriedades the vém do cargo que ocupa}, Garante uma compe- tencia de dreto que pode comtesponder ou néo a uma competencia de fato \uridicismo inerente ao certiicado escolar O tempo do diploma nao &o da competéncia: a obscleseéncia das capacidades (equvalente ao desgaste das ‘méquinas) @cissimulado-negado pel intemporalidade do diploma, is ai um fatorsuplerentar de defasagem temporal. As propriedades pessoas, como © diploma, sé0 adouiridas de uma s6 vez e scompanham o individuo durante toda a sua vida, Resulta data posstilidade deuma defasagem entre {as competéncias garantides pelo diploma e as caracteristieas dos cargos, cexja mudanca, dependente da economia, & mats rida. Textos de tlustragio antes da institucionalizagio Le Fino, 2 de oreo de 1973, 18.000 protéticos dentarios a espera de um estatuto profissional dscapecligSa Mar comianio lade ‘utmentata era de ean ni em fd ergata Al i,t conpora renfuna pases pao wana upetore 03 Cnr hrmonsoPiee Slee ienterticimetnee Spb ni Paes mate sinc eres aie see ne "er tat-tepmeprem, Saiegomane niente clataleteeasnrrs, ehCtncteawumianss nals tun site, Nena quilfcasso pariedar — a meteador_a urease ory» faa de Fae tapas Puente oi Ecimtir spe tatetere tee art a Sigmon tits "Uibkateecescts Poston ue ee esau po ah om *N.doR: No in nga “nelaon 132 (erngdo do ‘otoms) (exten dae ‘elaSer de to ‘reo dtame cocoa fromamenaei ‘Secon ‘doexerse) (sistema de ‘angie p68 a institucionalizagéo Diroms de tad de mtoprttico Let 67-4 de de acho de 1967 (Prokop, Pima mise, ioe Get Sea, ExCorttoac eV dena nn MC Regier de profsie de utopeteico, Tens st ae pd oro Nese po Sa Peete Reise dp sor sop Ini ite = €acacetna v6 Cony Sie Pn VY, Tio V: Profite de audogrotetco fit S101 So cosmic exces a pfistod a0 foapreisode metre odes reac ais roeten a mania de rch onic “crear sein at naa aca dacisealnase pean pandas es hes _jclnasi ecotn sare de pie suinn és racic kta bi een pn pone ceomtoae seo oa "At LS102 ~€ cro odie ce fends sce ido acon, cond 23 hss arate © as, jo prams ade pa des ‘veto ac seers riod Ghetearnae dome Eee Yate do iar dos ExCombatots einer Se ae {Nesp mers pots de opti tersc ta dda Aolonn edo lone de Lams dedsusr omens i A LS109.1 Atal naetvo «or demos 102 scm, eth hiner a conimsi'o mae ck rae spihos rn "aries iso fs pes mu dew crf de on cs si artes 065 cotton de pre sun, coneics son eae ‘et, delta seins ms domecens isos | Soren deserenaotata porn canisioncorl eq, ous 20h apo dv do ate du Qatar Soar shea ules do mosto dh lbmagio coal etree ds cones ‘AG. S104, ~ A snidde pote de mxiopetics x pode ‘sgh opm nal emo ral int enpnds pesean Uns ase atine do ago SI? Morte [h L5I0S5.-£ prog sul os tends pesos ug as verds tna, sues as Sedmorasogo as andra dome « por cenesponlsce eee ‘A, 5108. — A supe tempeia cu sila rol eta ane pena oie Jetamere a give pen eth res cre ae tte tino ce. ds pra at smoonenr ec % A tre Mise ceatids con ckPla {eumel Ott ee desea 196 «Buen Of! de Edeaton [Nationale Sd 19 dean e169) 133 2. © MERCADO DE TRABALHO E AS TRANSACOES ENTRE DETENTORES DE DIPLOMAS E DETENTORES DE CARGOS Para compreender como se estabelecern, na préica, as relagdes entre 6 sistema de ensino eo apardhho econémico € como se manifesta, de forma paitica, a autonomia relative do SE, & preciso tomar por objeto 0 efeito proprio da garantia escolar sobre o mercado de trabalho (delnido como sistema dos relagtes cjetivas que comandam as transagdes que se opera, ra pétca, entre agentes detentores de diplomas garantidos pelo SE e agentes ~ ou institigdes = detentores de cargos). A “eriulagéo" des insténcias nao passa de uma pleura fécl de articular enguanto no tver sido posse} ‘compreender alogica especica das inumerdveis conironlagées, todas cie- rentes, mas todas gualmente necesséras, em referéncia posigo reaiva dos agentes envalidos nas relagbes de forga que se estabelecem, em um dedo momento, entre 0s detentores de determinado diploma e os detentores de lum cargo, Nessastransag6es, os vendedores de forea de trabalho tém uma {orga tanto mator quanto mes importente for seu capital escolar come captal cultural incorperado que recebeu a sangéo escolar e, por esse motivo, ests juriicomente garantido, O.que té para oferecer no mercado de trabalho fe, mais omplomente, sua identidade social) pode se reduzir interamente a cepacidade implicada no fato de ecupar um cargo (engenhcco “da casa") uy, 20 contréri, 20 diploma que possuem e que, eventualmente, no contém qualquer Informaggo concemente & capacidade para ocupar eterminado cergo {por exemplo, agrégé* ou membro do Conselho de Estado), sendo que numerasos agentes (sobretudo, nas classes médias) tm propriedades que sto devidas, em parte, 20 diploma e, em parte, 20 cargo. (© valor que recebern no mercado de trabalho depende to meis estrta- ‘mente de seu capital escolar quanto mais rigorosamente codifcada for a relacéo entre o diploma ¢ o cargo, Ao contréio, quanto mals fuidas Incertas forem a defnigdo do diploma ea do cargo, portant sua relagéo, como no caso das novas profiss6es (profissées da representacao, etc), ‘mals expago sobre para as estratégias de ble; meis possblidades ters, por exemplo, 05 detentores de capital socil (relacées, hexis** corporal, ec), de obter um rendimento elevado de seu capital excolr. Nd R: Paton qu tw bho no eaneuso de srg’, ome. pvt. pote ite dayne etl do poo de pateser len au de lade “NV Jo: Coun de propedades scat 29.0 do cep a gue ss erin a pos de lose devma passe 134 ProfissBes de representacio ¢ rentabilizagio do capital social cole das endes june les, RECEPCIONISTA {pected ae wdc Om soa een pk se Reel Grmtado Enpontn Rages ensayo = os ‘ri cn atin ante Assim, ca demonstrado, de passagem, mas na prética, a inanidade © diploma e © cargo: & sob a condi¢ao de construir, por uma at ssintrascbjevos o lugar onde ae ergendam prikeoene ee gins, que se pode escapar da imeakdade da artculngao teovoinn ney feténcise, ao mesmo tempo da abstagsohiperempirsia fos deeagers ieesenists que, sb a apartncin do velar pops ees, colon re porén{eses as eondiSes estrutuss, portanto, 6 vedshagoee das estratégias analisadas. Desde que orien da coe wee diploma e 0 cargo @ apresentado, assim, ‘como manifestago, no plano da barencla pric, de regio entre o "tempo de trniomnee on tecnica, da economia e da escola, acaba-se por ver se reintroduzit a politica {caso contro, abondonnds) wi a forma de esitetégios indoles ce 98 agentes utilizam para se defenderem contra @ exploragio ou. Ba exercé-la ~ nas lutas de dasse cotidianas ~ com 0 intuite de obteran ° ‘endioento méximo de seus diplomas outrarem o maior peaoke den ie ou ainda, sob a forma de estratégias coletivas, utilizadas pelos suiates que visa esabelecer, pelo eonito ou pla negoroesg ann {Ratéo gerantida ene o doloma e o cargo ~ ora al relagso & % cas anette, ° objeto de uma uta, na medida em que 05 vendedores de abalho tentam “valoraar seus diplomas", enquanio os compradores Pocurem obter, pelo menor prego, as capacidedes que, se preorne oa 135 garantidas por esses diplomas (Essa lute @ um dos principios da inflacdo econémica).E, em grande paste, por desempenhar um papel determi- rnante nessa futa, que o SE constitui um objeto de luta politica: lta ‘que pode tomar a forma, aqui também, de estratégia individual ~ por exemple, com as estratégias de recorwerséo que estéo na origem dos processos de inflagdo dos cetilicados éscolares (cf. P. BOURDIEU, L. BOLTANSK{ e M, DE SAINT MARTIN, "Les stratégies de raconversion’, in Information sur les sciences sociales, 12 (5), 1973, p. 61-113) ; ou ste estratégiascoletivas (organizedas pelos sindicatos de professores ou pais de alunos e sebretudo, tevez, nesse eampo, por grupos de pressio menos \isiveis|. 05 mestres da economia tém interesse em suprimir o diploma seu fundamento, ou sea, eautonomia do SE; interessathes a contusio ‘complete ene 0 diplome eo cargo. Desejam ter as capacidadestecnicas ‘produzides peo instrumento de produgSo de produtores(o SE], sem pagar 2 contrapartida, ou soja, as garantias que confare a exiséncia de um SE relativamente auténomo {i., 0 diploma), O SE no produz cempeténcia (or exemplo, as capacidedes do engenheito) sem produzir 0 efeito de garantia universelizente-etemizante da competéncia(o diploma de enge rheite). Os mestres da ecenomia nfo se interessar pelo eiplema que dé 20 agentes uma cetaliberdade em relagio 20 sistema econdmico. Quanto maior for a autonomia da instincia predutora de diplomas em relagdo & economia, menor seré 2 denendéncia do diploma que cla assegura om relagéo a economia, Da, o sono patronal de uma escola confundida com 2 empresa, de uma escola “de casa" (ef. Coléquio de Orleans sobre a formacéo permanente’, 13-14 de novembro de 1970 e documentos anexos), Por sex lado, 05 produtores de diplomas esto interessados em defender 2 autonomia eo valor do diploma. Esse interesse 6 commatihada pelos portadores do mesmo, tanto mals que seu valor exonémico e social depende eobretudo do diploma, O poder canferido por um diploina nao & pessoal, mas coletvo, uma vez que no se pode contesiar 0 poder legitimo (os cirsitos) conferide por um diploma 20 seu portador, sem contestar, 20 mesmo tempo, o poder de todos os portadores de diplomas ea autoridade do SE que the dé gerantia. No entanto, seria flso ver ume, antinomia ne fato de que o diploma @ tanto mais preciso (earo} quanto mais rao 6, embore tenha, a0 mesmo tempo, menos dalensores. De fat, 2 forga de um diploma néo se mede pela forea de subversio (portanto, tnicamente pelo ntimero) de seus detentores, mas pelo capital social de ‘que sfo provides e que acumlar em decorréncia da disingso que os constitu cbjtivamente como grupo e pode servi também de base para agrupamentos intencionas (associagdes de antigos ahinos, clubes, ete) "Nd: Nocti dctemation 136 Ardem escolar em 1985, segundo a 3 ulopia de uma unveisdade bere 2 Grondes fos conto eda Bo aceeee meter Nowra, tm ewie par 6 Suse sone s,s eta ce ru, Eto ors mis dretamerte mast amar oes rs sia, ae Prva neonagio ds carcins indi Caan dr elare eee ‘coaiven sc ‘Avera vocagi do Unies fps soca wsidede rin ‘sheaiorcocr ss 7 serectinessancente ice Mee etna narnia potmond Cet nets Stine saga ade Spenmene’ Hate Ea 2, lor matics et gemma aac nels men: regiora cule rgb. Uinta Dita Sinan ager epg gyvtoomenes mune ie settee mio wclns'om ESTES © ec» SRL SRSIn es cscs nots ds exclos meee Keovete rae gReIRenle nes empresas, y(t RAPES Eras assrom seine rebate ea ea nee Rust in ear iidots CEE: eaten en ato fe alee alone Tabie erase at Teedcopeneha feecouinne Srmaeigeicns eee » Sonbocimertos desses mestras “ belecmantes expenalaios, ai orate ace Emel rpg eal “ ete nl ards de lonmer » Mat olde ds ns do Et, o5 pp Tromersitanes df, Sees de sconomin. ag EMPSH odguiram 0 hibeo de fiance Tera waa Toast suse ath Si Stuveredcies mgs pessoa saree ta snes amano doe conhecimesios funda ey ee “1 atlas te ito sper, ndeendets do. ‘zomino eden a famor a etes dese igen oe ag TEN 137 A educago permanente ¢ 0 sonho patronal de uma escola * M. CEYRAC™ ‘escola nio prepara os jovens para ‘compreenderem a sociedade Um “cara a cara” entre os diretores de C.E.T. 0s representantes do C.NP.F. saver rato © os dado do tabaci »

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