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AMR ZZ SS RDEM ROSACRUZ TEXTOS PARA MEDITACAO ABERTA Texto OL EM TEMPOS DIFICEIS Em tempos dificeis de viver, as técnicas misticas que aprendemos tém seu maior potencial de sucesso, Quando a vida esta muito cémoda, alcanramos pouco éxito em aplicar os principios que poderiam produzir as circunstancias que desejamos estabelecer em nossa vida Mas, quando nos defrontamos com emergéncias e problemas dificeis, a aplicaro de principios misticos é mais poderosa, demodo que resultados quase milagrosos podem ser observados A experiéncia de muitas pessoas mostra que resultados notéveis podem ser obtidos quando um apelo sincero e devotado ¢ feito a0 Cosmico, depois que tudo o mais falhou. Esses resultados devem trazer 0 conforto e a confianga de que 0 Césmico se predispée a trabalhar em nosso favor durante momentos de grandenecessidade © viver em hamonia com 0 Cosmico requer mais do que simplesmente meditar por alguns minutos diarios e ler literatura mistica. Implica levarmos uma vida mistica, vivendo segundo as condigdes que ela de nds exige. Se em nossos pensamentos e em nossa conduta somos preconceituosos, egoistas, invejosos, ciumentos, ou dados ao Odio, nenhuma hamonia com o Césmico pode existir, mesmo que nos entreguemos a estes sentimentos inarménicos apenas ocasionalmente. © ritmo central de nosso viver diario deve ser bondoso, amoroso ¢ generoso, cheio de nobre exaltarao ¢ compreensio solidaria Devemos aceitar 0 fato de que existem forgas espirituais no amago do nosso ser no universo e procurar nos harmonizar diariamente com as mesmas. Isto € levar vida mistica e estar em harmonia com o Césmico. © Césmico nos proteger§ nos aconselhara, cuidara de nossas necessidades, e respondera prontamente, com todas as forgas necessérias ao seu comando, Levar esta vida nao é tao dificil quanto podemos cre, ¢ nossas expenéncias nos proporcionargo toda oportunidade de adcangamos a compreenséo de como devemos reagir a todas as circunsténcias com que nos defrontamos, desde que desejemos e busquemos o auto-aprimoramento Vivermos em harmonia com o Césmico revela talentos e aptidées que pouco suspeitavamos possuir. Sentimos ento que nossa mente ou consciéncia ¢ elevada e carregada de poder e desejo de sucesso em tudo o que fazemos, e que o nosso cora;ao, todo o nosso ser enche-se de amor espiritual pela humanidade, Nosso pensamento sera mais tolerante, nossa solidariedade e nosso sentimento de compaixfo se tomardo mais fortes. A vida nos trara maiores alegrias, mais felicidade e sentiremos um propésito divino em nossa misso na vida, o qual traré amaior de todas as recompensas: a Paz Profundal Texto 02 MEDITACAO- 0 PODER PARA CONSTRUIR NOSSA VIDA Hoje, a meditapao é assunto comum nas conversas. Muitos livros so escritos sobre este tema Todavia, o assunto deve ser tratado cuidadosamente. A meditardo tem forga e sentido pouco compreendidos pelo estudante comum. Ela é capaz de transformar a nossa vida A metodologia Rosacruz prope uma técnica especial, desenvolvida através dos séculos, pela qual o Eu é preparado para alcangar a completa harmoniza;ao e identificaco com a Consciéncia Interior. ‘Ao fazermos contato com o Eu interior, que esperamos dele? Que idéias e pensamentos podem impressionar-nos? Certamente nfo podemos esperar que o Eu interior justifique muitas apdes ¢ pensamentos a que nos entregamos no momento. O elevado padrao ético de conduta que Ele nos infundira podera constituir grande desapontamento. Em razfo disto é que muitos abandonam a pratica da meditapfo, a fim de evitar disturbios em seu atual padréo de pensamento e comportamento ‘A meditagao nos colocara em contato direto com a consciéncia animica, que ¢ amor - Deus em nos. Pela pratica da medita;o, mudamos nosso padréo de pensamentos, mais positivos e de elevados ideais. Por este meio podemos esperar contatos mais elevados com a consciéncia da alma e receber impressies que nos ajudarfo a construir uma vida hamoniosa e a encontrar solu;des criativas para os problemas pessoais. A ponte que come;amos a edificar entre o Eu exterior e o interior deve contar com alicerces muito sdlidos A estrutura do nosso comportamento objetivo deve estar firmemente estabelecida, pedra por pedra com bons pensamentos, boas apes, ¢ o aprimoramento de nossa vida intelectual e emocional. Tais alicerces so edificados através dos ensinamentos Rosacruzes, que, com sua valiosa orientapao ¢ seus exercicios, constituem a preparapao importante para contato com o ser interior Podemos ver que a meditayao ¢ um importante fator em nossos desempenhos na vida, e produz mais paz, equilibrio e hammonia em todo os aspectos. A meditagfo tem sido definida como caminho para a iluminasfo interior e ligada a aspectos religiosos. Entretanto, a técnica Rosacruz ¢ simples, tendo sido desenvolvida atraves de longo periodo de tempo e esta muito mais ligada a vida pratica do ser humano. Os principais elementos para uma meditagao proveitosa so a concentrag&o, arelaxacao e motivo justo, sincero Na meditaedo, precisamos estar perfeitamente relaxados ¢ desligados do nosso ambiente fisico EntZo, dirigimos nossa consciéncia para o intimo, através da concentrapo para este ser que percebe. Devemos nos manter completamente passivos contemplando o ser intemo que ouve, vé e sente. Quanto maior a tengo neste ser intemo, maior o proveito e perfeigao do contato Devemos nos colocar em meditar4o apenas por poucos minutos, uma ou duas vezes ao dia, se possivel. Periodos mais longos no aumentardo, necessariamente, nosso proveito Durante nossas meditaydes poderemos ser inspirados com idéias de soluggo para os nossos problemas, experimentaremos paz e harmonia Sua pratica regular nos proporcionara estimulo, coragem ¢ energia para vivermos a vida ndo apenas para nos mesmos, mas para todos aqueles com quem nos relacionamos Texto 03 COMANDE O SEU PROPRIO DESTINO Em certa ocasiao, perguntel a0 comandante de um navio qual era o recurso ow instrumento mais importante do qual se valia para manter seu curso em alto mar. A posigao do Sol e das estrelas, a bussola ou um GPS, aparelho que utiliza os satélites para determinar a posigo exata em que se encontra. Sua resposta foi muito diferente da que eu imaginara Todos os recursos existentes so importantes, disse ele, mas n&o garante que o navio chegue ao seu destino. O que determina, ent&o, uma viagem segura para o seu objetivo? © comeandante ponderou que as variagtes nas ocoréncias diarias da vida no mar constituem-se grandes problemas na navega;ao. As tempestades podem, subitamente, se desencadear ¢ obrigar o navio a Iutar pelo seu privilégio de navegar na dire; certa O nevoeiro espesso do mar pode retardar amarcha e desviar 0 navio da rota Pode haver pane nos instrumentos e recursos disponiveis, O vento forte e outras tantas condisSes que estéo em constante mutarao sdo mais ou menos inesperadas, mas devem ser antecipadas, devendo o comandante estar sempre preparado para enfrenta-las. © comandante deve esperar mudangas nas condigdes ¢ saber tirar vantagens. Deve saber que 0 nevoeiro nao ¢ etemo. Os ventos podem ajudalo a sair da tempestade. Deve saber como se proteger e a0 seu navio e como cooperar com as manifestapdes da natureza para manter viagem. Sem o conhecimento de como a netureza se manifesta, a compreensao profunda das Leis Naturais, ele estaria incapacitado para manter 0 curso e salvar seu navio. “Devo esperar que o pior acontera, ser capaz de compreender interpretar tudo que acontega e preparar-me para todas as situapies”, disse o comandante. Pude perceber 0 quao versado no conhecimento das Leis Naturais deva ser um comandante e sua tnpulardo, para garantir uma viagem segura Fiz, imediatamente, uma analogia com os seres humanos que somos, comandantes de nosso proprio navio, e que estamos tentando seguir o curso da vida em direpo a uma definida meta ou porto, onde esperamos realizar a plenitude de nossa viagem. Nem todos temos uma meta ou um porto definido em mente para o qual rumamos. Aqueles que esto pasando pela vida sem ter qualquer porto como objetivo nao precisam entender esta analogia porque tém muitas outras ligdes a aprender antes. Para semmos comandante de um navio precisamos primeiro trayar uma carta e determinar um porto como ponto de chegada denossa viagem. Para a maioria, todavia, o mar da vida ¢ como a vastidao do ocean. A meta estabelecida ndo é mais visivel do que o porto distante na costa Nao séo as tempestades, 0 nevoeiro e as demais condigdes mutantes do oceano mais desencorajadoras e cheias de problemas sérios, do que as tribulardes de nossa jomada pela vida Qual o preparo que tem a média das pessoas para manter seu curso tdo positivo, to definido, ¢ téo seguramente, como faz o comandante bem preparado, para levar seu navio a salvo ao porto distante? Precisamos ter capacidade de antecipar e enfrentar as emergéncias da vida e manter nosso navio, firmemente no curso certo para vencer tempestades, compreender e desenvolver, mais e mais, as potencialidades interiores, aperfeigoando-nos como seres humanos com dotes especiais. A maionia daqueles que tem uma meta na vida, muitas vezes, nfo sabe como desviar de uma subita tnbulayo, ou como sair das trevas que os envolveram, exatamente, como as tempestades e 0 nevoeiro para aquele comandante do navio E preciso que tenhamos conhecimento das leis da natureza e dos mistérios do universo. E preciso desenvolver dons e faculdades interiores, ainda, néo disponiveis nas escolas de formaro, em sua grande parte preocupadas apenas com o desenvolvimento do intelecto ou das habilidades exteriores do ser humano, ou seja apenas preocupados com a leitura dos instrumentos. E preciso que saibamos interpretar, compreender e aceitar cada acontecimento da vida com serenidade, confiansa e capacidade de anelisar as condigdes de uma maneira construtiva E preciso que saibamos discemir, das coisas que nos cercam, as que so crengas supersticiosas e ignorantes e que devem ser deixadas de lado, das ocoméncias que merecem crédito A compreenséo que o individuo tem da vida e seus problemas e 0 preparo que possui para enfrentar emergéncias, encorajam-no e permitem que ele conduza o seu navio corretamente. Esta luz dota-o de calma e equilibrio, de seguranga e paz que ultrapassam toda a compreensao. Esta capacidade toma o ser humano capaz de alcanzar maior sucesso e felicidade na vida Saber como vencer os problemas da vida e adaptar-se as situapdes que poderiam, de outro modo, tomélos perturbados, desencorajados e incapazes de controlar a sua caminhada com seguranga e sucesso Texto 04 UM SEGREDOAUREO Ha milhares de anos, no Egito, o Homem iniciou a investigagao dos mistérios que o circundavam, A primeira e mais maravilhosa das descobertas que fez foi ada dualidade do Eu. Ele constatou que, além do compo fisico, com seus membros e orgios, existia uma natureza ou elemento etéreo em seu Ser. O Homem tomou-se, entfo, pela primeira vez, verdadeiramente autoconsciente, ou melhor, consciente do transcendente Eu Intenor. De onde veio essa esséncia de sua natureza, ou Eu? Ela nfo podenia ser afetada por aquilo que infligia dor ao corpo, pelo calor, frio ou fome. Poderia estar ativa, pensar e idealizar enquanto o corpo estivesse em repouso, ou mesmo adormecido. Além disso, o que lhe aconteceria no fim da vida ou morte? Era ela indestrutivel? Sobreviveria? Com perguntas semelhantes confundindo a mente dos antigos egipcios ¢, nao obstante, despertando o seu interesse, iniciou-se uma busca que jamais terminou por parte doshomens e mulheres inteligentes em todo o Universo No fenémeno comum da vida cotidiana na observayo do inicio e fim das estagdes, no fluxo refluxo das marés, no crescente e minguante da Lua os homens primitivos descobniram a Lei dos Ciclos, a periodicidade de toda a Natureza Com a morte periddica das plantas e seu renascimento na primavera, convenceram-se da ressurreipao da Natureza, uma admiravel imortalidade das coisas viventes. Tudo isso aumentou sua sede de conhecimento Examinemos os fatos, Sua vida ¢ influenciada por muitas coisas inexplicaveis — fendmenos ocorréncias, que as vezes vocé nao pode explicar ou controlar. Poderia, mesmo, taxé-los de sobrenaturais, pode mesmo rir-se a seu respeito, Nao obstante, eles so os fatores, diretos ou indiretos, que o impedem de realizar algum ideal, algo que esta procurando alcansar ou conseguir, ou de libertar-se de preocupagies e lutas. Vocé teve, por exemplo, essas sensagdes estranhas? Ja encontrou pessoas, pela primeira vez, apresentaveis em aparéncia, mas, que algo, sem explicarSo, despertou-Ihe uma onda de desconfianga ¢ antipatia pela mesma? Por que? Essa ¢ uma manifestardo da aura humana Hoje ja sabemos cientificamente que o compo emana esta radiapao. Essa emanagfo tem um poder mistico muito pratico, que era e é conhecido pelos estudantes das ciéncias herméticas Estes mistérios e potencialidades do Eu esto sendo, cada vez mais, de dominio dos individuos Todos as novas descobertas cientificas tem colaborado para que, um niimero cada vez maior de pessoas, se interesse por estudar e desenvolver estas habilidades inerentes a todos seres humanos. O nosso século esta indelevelmente, marcada pelo crescimento de muitas organizardes que se dedicam a orientar e desenvolver estes atributos. Porém, estes conhecimentos no séo novos. Os egipcios j4 dominavam grande parte deles, assim como, muitos outros povos ao longo denossa historia Podemos observar, de tempos em tempos, pessoas que se destacaram nos diversos campos da ciéncia e que possuiam qualidades especiais. Via de regra clas estavam ligadas a organiza;des preocupadas em despertar este poder interior, latente no ser humano. Parece que, a simples descoberta destas potencielidades, adicionada a algumas técnicas de desenvolvimento ¢ despertar, contribuiram para criar personalidades importantes para a mudangade nossa historia Coma teriam obtido tais informa;des? Sera que faziam parte de uma classe especial de seres, ou teriam adquiride um conhecimento que hes proporcionou um desenvolvimento acima da media de seus contemporéneos? Esta mensagem nao tem a intengao de responder a estas questdes, mas provocar algumas reflexes e trazer a Luz de nossa consciéncia assuntos que sempre angustiaram muitas pessoas Texto 05 A FERRAMENTAPARA MUDAR O MUNDO DENTROE FORA DE VOCE Embora o amor seja humanamente expresso e humanamente concentrado, é sem diivida uma emogao divina Pelo menos, é a mais divina a mais infinita de todas as emogdes que permeiam a consciéncia humana © amor, em sua plenitude e perfeigo, ¢ a supreme dadiva as dignidades essenciais do homem. Foi © amor quem fez do homem animista uma imagem de seu criador e o tomou impar no universo. O amor constitui a ligaro etema, indestrutivel, do homem com o Ser Maior. Nas espécies inferiores do reino animal, percebe-se os sentimentos de adorapao, afeirao ou estima compreensiva. Estes, todavia, néo se assemelham, em esséncia ou efeito, ao sentimento de amor de que é capaz a consciéncia humana © cao, 0 cavalo ¢ outros animais de sentimentos domésticos desenvolvidos podem expressar simpatia, estima leadade e companheirismo em alto grau. Estas emogdes provém do raciocinio elementar ou dosimpulsos finitos O amor provém da intui¢o cosmica da inspirago infinita e raramente esta em concordéncia com o raciocinio finito, do qual jamais se deriva © amor é criative. Aumenta como decoréncia de sua expresséo. Nao pode gastar-se nem se consumir. Amor gera amor, ele busca seu proprio poder em todas as partes, e sublima-se em sua devorao O amor ¢ reativo. Aperfeigoa a pessoa do amante a proporpao que este sublima o ideal de seu amor. O amor do belo e pelo belo promove maior percepeo de tudo que ¢ belo. O amor pelanobreza da vida transforma essa nobreza em sensayo. © amor pelos valores espisituais (nas relagdes humanas ¢ universais) imprime o valor do espirito em nossa compreensa Aquele que ama constréi o ser amado com o melhor potencial que existe dentro dele. Antoine de Saint-Exupén escreven que o amor é 0 processo “.. pelo qual eu levo delicadamente o ser amado ao encontro de si mesmo...” A medida que o ser humano aumenta o amor, aumenta a harmonizaro com seu interior, seu centro, com seu criador, pois, é sua esséncia As vezes o amor surge espontaneamente, mas é infantil. O desejo superficial leva @ uma infelicidade profunda quando insistimos nele Porém o amor ¢ sempre positivo, jamais neutro. A auséncia de amor permite que o Odio, ainveja o ciime e o egoismo venham a se manifestar. O amor nfo pode ser restringido e ainda ser verdadeiro. A auto-suficiéncia e a auto- satisfarao so concepsBes pessoais, elas expressam um falso amor, e geram o egoismo © amor pode mostrar-se pela capacidade de sonhar, admirar a arte, ouvir misica ou mesmo de ficar em siléncio. Quando em contato como que ha de melhor dentro de si mesmo, o ser que ama é capaz deperceber o que ha de melhor no ser amado Expressemos reconhecimento pela vida, ao conhecimento e pelo proprio amor. Permitamos que 0 amor ilumine nossa vida ¢ a vida de nosso semelhante, Envolvamo-nos em uma crescente corrente de amor, dissipando as sombras da tristeza e da depresso, Uma lei universal propiciara a todos os seres a concretizarao de seus mais acalentados desejos. Alei esta em nosso interior. O Amor é a Leil Texto 06 MILAGRE, FILOSOFIA, LEI E CIENCIA PODEM CAMINHAR JUNTAS? Qualquer lei relacionada com milagres poderia dar a impressfo de paradoxo, uma vez que 0 milagre parece ser contrésio @ lei natural. Entretanto, podemos definir o milagre por sua relapo com alei Sem lei néo ha milagres Os animais nfo conhecem milagres porque no percebem as leis naturais. O homem concebe a lei gradualmente observando a regularidade e os ciclos em que ocorrem os fenémenos, por exemplo, os pequenos ciclos de dia e noite e os maiores, da lua e estagdes. Desde que tais leis da natureza sejam apenas,observadas, mas nao entendidas, qualquer modificayao do seu curso normal, como por exemplo uum eclipse, ¢ considerado milagre e atribuida a um castigo ou aviso divina A medida que aumenta a compreensdo cientifica do mundo fisico, decrescem os seus milagres. Quando Einstein observon que os movimentos planctarios se afastam do curso previsto pela famosa lei gravitacional de Newton, por certo no considerou tais desvios como sendo milagres. Porém, no rejeitou as novas observardes, nem to pouco rejeitou a lei antiga Tal atitude construtiva foi recompensada pela aquisiso de discemimento inesperado relativo amuitos fenémenos, até entdo aparentemente desconexos Com 0 progresso da pesquisa cientifica, dia a dia descobre-se a inter-relapdo existente entre as leis descobertas. A ciéncia acredita num Universo simples, sujeito a um certo nimero de leis simples, incapazes de sofrer uma alterayo arbitraria A Filosofia Rosacruz acredita na Unidade do Universo. Para 0 mistico Deus ocupa e abrange este Universo inteiro. Este ponto de vista arespeito de Deus estd de acordo com o Evangelho mistico de So Jodo, na parte que diz: “E Deus Era a Palavra’. “Palavra” ¢ a tradusao do vocabulo grego “Logos”, significando Lei. Aceitando-se o significado de lei, verifica-se ser ildgico um afastamento dalei divina. Uma contradigo ao Logos Até agora, falamos a respeito de cigncia fisica e de milagres fisicos, como se o mundo fosse inteiramente composto de matéria Mas, e a respeito da consciéncia, 0 oposto polar da matéria? Estes também possuem os seus “milagres”. A psicologia, é um ramo da antiga ciéncia da filosofia e que tem evoluido muito a respeito das leis que regem os processos mentais. Embora anda estejamos engatinhando neste campo da ciéncia ha bem pouco tempo, considerava-se axiomatico o fato de que o pensamento nao podia afetar condigdes fisicas, Aos poucos a medicina teve de reconhecer e nomeou de doenca psicossomética a enfermidade causada pelo pensamento. Em recente publicayo em revista especializada dos EUA, a ciéncia reconheceu pela primeira vez a“ cura a distancia’, baseadas em técnicas de meditago e oraco, feitas a distancia Do ponto de vista mistico estes estudos ¢ aceitagdes so ainda elementares e restritos, ja que carecem do impulso emocional e propésito que dao forra aos atos psiquicos. As pessoas que no estiverem presas a dogmas ou a leis equivocadas, que nao tenham preconceitos matenelistas e que acreditem numa Mente Suprema de que esta impregnado todo o Universo a qual todos seres humanos tém acesso através de sua propria mente, aceitaram a possibilidade de que esta Mente Césmica possa ser a ponte entre a mente e amatéria, entre uma e outra mente e a fatos objetivamente inacessiveis Cada fato que ao nosso conhecimento imperfeito paresa miraculoso exige a amplia;o da esfera do entendimento, isto 4, conhecer as leis que regem o funcionamento até que ele possa ser repetido varias vezes ¢, finalmente, aceito pela ciéncia Texto 07 EVOLUCAOPELA PAZ MUNDIAL, A NAO VIOLENCIA Numa época em que se fala tanto em violéncia, onde a sociedade sente crescer cada vez mais a criminalidade e que os govemos se sentem menos potentes em vencer a escalada dos contraventores ¢ bandidos, quem pode ajudar a amenizar este aparente caos social? A paz do mundo depende da paz mental de cada ser humano, cada familia A paz mental ¢ um estado de equilibrio do individuo, ela se expressa quando todos os aspectos da personalidade tém todas as suas necessidades satisfeitas. Todo ser bumano esta em repouso, nao ha desejos ardentes nem angiistia provocada pela falta de alguma coisa Apenas 0 gozo tranquilo da harmonia é sentido em todos os niveis da personalidade. Como pode cada individuo obter esta paz mental e desta forma a sociedade se tomar mais amena? Consideremos as necessidades humanas como ilustra;o. Suponhamos que o homem sé tivesse uma necessidade: saciar a fome. Paz mental, ento, seria a satisfapo que ele sente apds uma refeigao saborosa. Evidentemente esta paz mental nfo pode durar muito, poucas horas depois tera ele novamente de se alimentar. Se vivesse em incerteza quanto a realizado de sua proxima refeisao, nfo tenia paz mental a nio ser a que desfrutou durante o curto periodo em que consumiu sua refeigao. Se, todavia os meios fossem suficientes para assegurar refeicao para o resto da vida, os periodos entre as refeipies regulares nfo interferinam com a sua paz mental Porém, nossas necessidades séo mais complexas. Assim estamos, o tempo todo, tentando aumentar nossa capacidade para satisfazer todas elas com o minimo de angustia ou temor nos periodos entre uma e outra satisfaro. Somos seres que expressamos nossas necessidades de trés maneiras diferentes a fisica, a mental e a espiritual. Nos aspectos fisico e mental o ser humano encontra a paz mental pela satisfago de suas necessidade, mas é 0 espiritual que auxilia o proceso de obtenso da paz, mesmo quando um ou outro, dos aspectos fisico e mental, esta insatisfeito Este terceiro nivel da existéncia, o espiritual, abrange o amor, a bondade, ¢ a compaixto por todas as criaturas. Tambem esta relacionado com qualidades como a justica e a lealdade, respeito e confianca, humildade e £6. Todos nés buscamos a felicidade. A felicidade se manifesta quando alcangamos a paz mental em todos os trés niveis de nossa existéncia Toma-se evidente, portanto, que a felicidade ¢ 0 complemento de uma personelidade harmoniosa, bem integrada O grau de paz mental e de felicidade que formos capazes de alcanyar provara a nossa posigéo na escola da vida Portanto, a diminuiréo da violéncia depende do aprimoramento dos valores que as pessoas, orgios e entidades possam promover na sociedade, nas familias e no individu. Aumentando a paz mental em cada uma destas células o mundo estara cadavez mais em paz. Texto O08 SEGREDO MILENAR PARA UMA SAUDE PERFEITA. Os antigos Rosacruzes dispunham-se a realizar o trabalho de cura com espirito humanistico como reforma necesséria a se processar no mundo. Acreditavam que havia um segredo, uma energia essencial devidano corpo humano, aindango descoberto Compreendendo perfeitamente 0 principio da ontologia Rosacruz que diz “Deus formou o homem com o po da tea insuflou em suas narinas o alento da vida, ¢ o homem tomou-se alma vivente’, é evidente que os Rosacruzes consideram o corpo fisico meramente como uma parte secundaria do homem, composta com os elementos primérios da terra, e no to essencial a sua existéncia quanto 0 “sopro de vida’. Para eles havia uma parte nfo material, etérea psiquica, divina a qual davam maior atengdo Os Rosacruzes, portanto, argumentavam que tudo que pudesse se tomar indesejavel no funcionamento normal e no estado de funcionamento do corpo humano nao devenia ser investigado apenas do ponto de vista fisico. Se alguma énfase tivesse que ser feita, deveria estar relacionada com 0 chamado “sopra de vida’ ou “forga essencial de vida” Qual ¢, porém, o poder ou a energia secreta que de tal modo vitaliza todo o corpo e que é mais, importante do que a parte material do corpo do homem? E a energia “vibraténia’, conhecida por varios nomes, ¢ que constitui a verdadeira explicayao para o processo de curano sistema Rosacruz. © compo do homem possui o mais completo sistema de proteso contra doengas formadas pelos globulos brancos, e ¢ a forpa vital, introduzida pela respirapo, que cria esses globulos brancos e mantem sua integridade. Esta tarefa realizada pelos globulos brancos requer uma inteligéncia Cosmica nfo possuida por todas as células do compo E esta energia vibratona uma especie de corrente elétrica como comparapo, que corresponde a “forga vital”, ou “sopro de vida” e que pode ser aumentada, fortalecida a distancia para efeitos de cura A forma principal de tratamento nesse caso é a elevardo da freqiiéncia vibratoria de todo o corpo. Isto significa instilar no corpo humano uma intensidade adicional da energia cosmica e vibraténia, para que todas as células se tomem unidades funcionais, de maneira normal e hamoniosa no controle da criayo e nao na criapdo da destruicao. Essa energia vibratéria também pode ser dirigida para um enfermo por meio de tratamento a distancia. Isto é feito regularmente, durante todo o ano, pelos membros e componentes do Conselho de Auxilio Espiritual, na sede da Ordem. E grande o mimero de pessoas Rosacruzes ¢ néo Rosacruzes que ligam, dianamente, deixando seus nomes para receberem este auxilio espiritual. Este tipo de quda a distancia foi, recentemente, estudado por cientistas norte americanos que comprovaram a eficacia do meétodo e publicaram os resultados em renomada revista cientifica O “segredo” do sistema terapéutico Rosacruz é a mudanga de frequéncia da energia vibratoria que atua em todo o compo fisico. Ele se toma, assim, aquilo que Deus decretou quando disse que o homem era, ento, uma “alma vivente” Texto 09 POR QUE ESTAMOS AQUI? Toda pessoa reflexiva, de qualquer idade, alguma vez ponderou sobre esta questo. O ser humano tem pressuposto e sinceramente acreditado possuir um vinculo com o infinite, com uma mente superior. Acredita haver energias intangiveis, uma inteligéncia psiquica que liga a causa primeira de tudo. Além disso, 0 homem tem mostrado propenséo a considerar a mente superior a maténia Tem, em geral, contestado anogdo de que a totalidade da mente humana seja um subproduto da materia em movimento © homem tomou-se capaz de empregar a mente para levar forras fisicas da natureza a obedecer a sua vontade, A mente tomou-o causativo em seu mundo Consequentemente, pareceu coerente ao ser humano que uma inteligéncia comrespondente, porém superior, se encontrasse além de toda a realidade. Parecia ilogico que o Cosmo fosse desprovido desse poder de que o proprio homem tanto se orgulhava Por conseguinte, o ser humano concluiu que uma Inteligéncia Infinita, que tudo criara tambem o impregnaria. O homem estabeleceu idéias para si mesma Conduz seu organismo no sentido dessas idéias, Acredita que a Inteligéncia Infinita Cosmica deva também terum propésito final superior em relayao ao homem. Porém, ¢ dificil para este conciliar as experiéncias humanas com a crenga num propésito divino Nao ha caminhos bem definidos que conduzam a ideais concretos de felicidade. O caminho da vida ¢ entremeado de eventos variados. Alguns abrigam o bem, outros, o mal, A sorte humana varia quase diaiamente, como um cata-vento na tempestade. Milhdes de homens e mulheres se tém lamuriado como o antigo fildsofo Lucrécio. Lamentava este. “Por que trazem doencas, em sua passagem, as esta;des do ano? Por que a morte prematura em toda parte espreita? A crianya recém-nascida enche o quarto de lamentos tristes. Bem o faz, que seu destino sera andar pela vida através de numerosos infortiinios” Sera o homem, afinal, apenas um produto de forgas mecénicas do universo? Deve, ele, andar pela vida aos tropecdes, tentando agarrar as saias do destino? Se ha uma misso para seres como 0 homem, qual sera? Ao buscar sua resposta, o homem busca a seguranga Necessita de uma certeza pessoal que lhe possibilite a paz de espirito. Ha homens que passam pela vida como se fosse predeterminada tal como uma bola de bilhar, rolando e desencadeando eventos a sua passagem. Somos nos préprios que podemos responder a questéo, “Por que estamos aqui?” Os Rosacruzes pensam assim. Todo Rosacruz aprende a estabelecer um discemimento das relagdes que tem com o Césmico e Deus. Para os Rosacruzes da AMORC o mais importante, ¢ que deveria ser ponto de vista de todo ser humano, Deus, essa Mente Divina ou Césmica, é sempre uma experiéncia pessoal transcendente ¢ imanente, isto é, intima Ela assume aparéncia e caracteristica de acordo com a mente finita do individuo. Por conseguinte, nZo ¢ possivel uma definigao que estabelepa a mesma configurarao da Consciéncia Césmica em todos os homens. Por esta razdo ¢ que os Rosacruzes devem sempre se referir 20 “Deus do meu corapo”. Com este termo, os Rosacnuzes querem dizer. Deus como expeniéncia pessoal, como algo que cada qual pode entender. Texto 10 APACIENCIA Como todas as virtudes inerentes 4 alma humana, a paciéncia contnibui para o nosso bem-estar € facilita nossas relages com os outros. Por isso pessoas pacientes sdo ao mesmo tempo uma boa companhia para si mesmas e para os outros. Sabendo perfeitamente que a vida ¢ feita de imprevistos que retardam algumas consecusées ou geram contratempos que independem de sua vontade pessoal, elas sabem esperar e se adaptar as circunstancias, o que constitu: uma forma de autodominio ‘Ao contrario, os impacientes se iitam quando as coisas nao se desenrolam como previsto, especialmente quando sofrem algum atraso em suas atividades, profissionais ou outras. Assim agindo eles perturbam inutilmente sua harmonia interior ¢ se colocam num estado mental e emocionel negativo, o que quase sempre atrai para eles uma série de desgostos A paciéncia esta seguramente ligada a importancia que cada um da ao tempo. A pattir do momento em que faz dele um elemento fundamental de sua vida, a pessoa so pode mesmo sentir-se perdida quando nao mais o domina Por extenso, a impaciéncia se manifesta quando se tem a sensago de“perder tempo”, quer esta sensardo tenha fundamento ou néo A ideia de ter de esperar ou de nfo poder fazer o que havia previsto num dado momento, 0 impaciente se exaspera, se estressa e, muitas vezes, toma-se desagradavel para com os que o cercam. Ao inves de se adaptar as circunsténcias e aceité-las filosoficamente, ele as rejeita ¢ se lhes opde, criando com elas uma relayo conflituosa da qual nao pode sair vencedor, Posto que a paciéncia é uma virtude da alma, a impaciéncia ¢ por oposigo uma fraqueza do ego, isto é do nosso Eu objetivo, como alias ¢ o caso de todos os defeitos da natureza humana Para sermos mais exatos, ela revela incapacidade para viver 0 momento presente, principalmente quando este é desagrad avel. Portanto, ser paciente ¢ fazer abstraro do futuro, especialmente quando o fato de pensar no futuro suscita em nés desgostos ou idéias negativas em relaydo a situapo presente. Em outras palavras, € sermos capazes de transmutar uma espera em um estado de consciéncia em que nao tenhamos a sensayo de nos aborrecemmos ou de “perdermos tempo”. Como? Esquecendo todas as razées que podeniam justificar nossa impaciéncia e nos concentrando, a despeito de tudo, em pensamentos positives ¢ construtivos Em ultima andlise, ha tantas razes para nos mostrarmos pacientes quantas circunstancias em que somos obrigados a esperar ou enfrentar contratempos. Seja como for, a impaciéncia nada resolve, j4 pelo fato de que néo pode reduzir as horas, os dias, as semanas, os meses ou os anos. Ao contrario, ela mostra nossa incapacidade para dominar o tempo ou, mais exatamente, a compreensao objetiva que dele temos Assim, ao invés de nos impacientarmos inutilmente, devemos extrair da nossa vontade a forza para aproveitarmos essa espera ou esse contratempo para refletir sobre coisas positivas ou até para meditar sobre temas filoséficos. Em segundo lugar, ¢ verdade que “Quem espera sempre alcanga”. Seja no plano material ou no espiritual, precisamos portanto confiar na Divina Providéncia e patir do principio de que tudo chega a seu tempo, no momento em que estamos prontos para tirar das coisas as ligSes mais uteis 4 nossa evolugao interior. Texto 11 A TOLERANCIA Em seu sentido mais amplo, a tolerdncia ¢ a virtude que consiste em aceitarmos que os outros tenham opinides diferentes das nossas e possam expressé-las, em qualquer questo. Isso implica certa abertura mental e um agudo senso de fratemidade. Requer também que tenhamos a humildade de reconhecer que ndo temos o monopélio da verdade, Em ultima anélise, a intolerancia geralmente é a expresséo de um ego nfo dominado, Em casos extremos, é simplesmente o resultado da estupidez, isto ¢, dafalta real deinteligéncia Em todo caso, devemos saber escutar os outros e ver em suas opinides uma oportunidade de questionarmos nossos proprios pontos de vista Evidentemente, algumas vezes isso é dificil, principalmente quando nosso proprio interlocutor ¢ intolerante ou de ma f@. Mas ¢ precisamente em tais circunsténcias que devemos nos mostrar tolerantes e dar prova de sabedonia Antes de prosseguirmos, porém, impde-se uma importante observarao, para nao dizer um alerta Com efeito, acima de tudo, nao se deve confundir tolerancia e fraqueza, o que infelizmente acontece com muita freqiéncia Isso significa que ha situapbes e comportamentos intoleraveis, no sentido exato do termo. Assim, parece-me que qualquer discurso ou qualquer ato que constitua uma ameaga a integnidade ou ao bem-estar de outrem nfo deve ser tolerado, tanto no plano individual como no coletive. Caso contrério, tomamo-nos cimplice de todas as formas que o mal posta assumir em nossa Terra, Nesse sentido, todos os extremismos, sejam politicos, religiosos ou outros, séo um atentado a dignidade humana endo devem ser abonados, seja em que forma for Coma todos certamente j4 notaram, a intolerancia quase sempre vem acompanhada de certa arogéncia. Assim, ha pessoas que acham que tém o direito de criticar, julgar e condenar, considerando que isto ¢ uma liberdade sua e sob o pretexto de que sua opinigo baseia-se em sua intima convicgéo. Mas sera que 0 fato de estamos convencidos de termos razo sobre um ponto qualquer é suficiente para afimamos que 0 outro esta errado? Supondo que sim, sera isso suficiente para criamos rela;des conflituosas com um outro individuo cujo comportamento reprovamos ou com quem néo compartilhamos as mesmas opinides? E claro que nfo, pois isso ¢ exatamente a marca da intoleréncia Pelo contranio, a pessoa tolerante mostra-se sempre reservada em seus julgamentos e nunca exprime de maneira categérica opinides baseadas em “certezas absolutas”. Isso significa que ela sabe escutar os outros e manifesta certo comedimento em suas palavras e em seus atos. Certamente, a liberdade de expresso é um direito legitimo e da a cada cidaddo a possibilidade de manifestar sua opiniéo em intimeras questdes, a0 menos nas sociedades onde essa liberdade existe Entretanto, podemos contudo nos perguntar se a humanidade esta evoluida espiritualmente o bastante para que todo individuo possa ser livre para falar e agir como bem entender, isto é sem limite. Na verdade, para uma pessoa ser digna dessa liberdade, ¢ preciso que ela tenha desenvolvido uma ética pessoal muito elevada e um respeito aos semelhantes muito firme Ora no estado de coisas atual, infelizmente temos de reconhecer que bem poucas pessoas correspondem a esses dois critérios, A intolerancia que as pessoas manifestam umas para com as outras é a prova disso Em todas as areas da vida a intoleréncia é uma fonte de conflitos, pois sistematicamente gera relagdes de atrito entre individuos, povos e rapa. O melhor meio de sermos ou de nos tomarmos verdadeiramente tolerantes consiste em nos convencemmos de que somos alma em via de evolupio somos necessariamente ignorantes no que conceme a Verdade Absoluta Além disso, as pessoas que mais apreciamos so, em geral, exatamente aquelas que demonstram toleréncia em seus julgementos e em seu comportamento Texto 12 ODESAPEGO Obviamente, é normal sentirmos certa atrayo pelas coisas materiais, pois elas so parte integrante da nossa existéncia e contribuem para o nosso bem-estar. Entretanto, ¢ preciso cuidar que essa atrapo nfo se transforme num apego excessivo aos bens terrenos ¢ nfo se tome um ideal de vida Do ponto de vista filosdfico, o melhor meio de evitarmos esse perigo consiste em nos centrarmos constantemente na espiritualidade e nos lembrarmos regulamente de que este mundo € apenas o suporte da nossa evoluyo interior. Toda pessoa sabe que nao pode levar para o além aquilo que adquiriu meterialmente nesta Terra No entanto, muitas pessoas se comportam como se isso fosse possivel, acumulando riquezas sem fim, as vezes desonestamente ou em detrimento dos outros. Alias, a maioria nem chega a usufruir suas riquezas, seja porque a morte ou uma doenga vem priva-las delas, ou porque sua vida esta “envenenada” pelo medo de perdé-las. Seja como for, os bens que o ser humano pode adquirir no plano terreno sé lhe so uteis se suprem as necessidades legitimas de seu corpo fisico, a0 mesmo tempo em que contribuem para o desabrochar de sua alma, Caso contrario, nao tém valor algum em relayo a sua evolugfo interior ¢ so um fardo que refreia sua marcha na senda de sua propria espiritualidade As observa;Ses precedentes nfo devem levar o leitor a supor que o fato de possuir bens seja incompativel com a espiritualidade, conforme ensinam algumas religides, as quais, diga-se de passagem, so bastante ricas, A este respeito, os rosacruzes nunca consideraram que o “voto de pobreza” fosse uma condigao sine qua non para o avango espinitual, Assim sendo, podemos considerar 0 dinheiro como uma energia que ¢ neutra por natureza Quando utilizado de maneira positiva pemmite-nos fazer o bem ao nosso redor e contribuir para a felicidade alheia Neste sentido ele é realmente “um mau mestre, mas um bom servidor’. Se todo mundo fosse pobre, quem ajudaria os pobres? Nao ¢ portanto o dinheiro que é cniticavel, tanto do ponto de vista materialista como do espinitualista, mas a maneira como ele é obtido, quando adquirido desonestamente, ¢ 0 uso que dele se faz, quando empregado para fins imorais. De maneira geral, podemos considerar que a pessoa verdadeiramente desapegada ¢ aquela que se poderia ver privada de todos os seus bens sem no entanto perder sua fé na vida e sem fazer os outros sofrerem as conseqiéncias dessa prova;ao. Raros sdo os individuos capazes de tamanho desapego. No entanto, trata-se de uma vittude que se deve esforyar para adquirir quando se faz do misticismo 0 ideal de sua vida Para consegui-lo, néo ha outra soluyo sengo cultivar em si a certeza de que 0 que faz 0 valor de todo serhumeno nfo ¢ o que ele possui mas o que ele faz a servigo do bem. Aquele que ja despertou em si essa certeza da mais importncia ao “ser” do que ao “ter”, de modo que sua riqueza interior o toma suficientemente forte para enfrentar e superar todaprivarao de suas posses matenais Contudo, ¢ importante esclarecer que a pobreza no é uma fatalidade. Absolutamente néo comesponde a um decreto divino. Pensar assim seria o mesmo que admitir que Deus tivesse feito do sofrimento uma condiro necessaria a evoluro espisitual do ser humano, o que nao ¢ verdade. Ademais, é evidente que os pobres, em sua imensa maioria, nao o sdo porque esperam assim receber as béngaos divinas ou chegar ao Reino dos Céus. E bem provavel que eles orem para ser felizes no plano matenal ¢ conhecer a prosperidade, De maneira gral, a pobreza resulta de falta de solidariedade entre os homens, sendo esta, por sua vez, uma conseqiiéncia do egoismo Nao se deve confundir “desapego” e “‘indiferenca”. De fato, ser desapegado nfo é se desinteressar dos outros, pois isto equivaleria ao egoismo. Em outras palavras, néo é ser indiferente ao que os outros so, ao que fazem e ao que lhes acontece. E menos ainda denegnir os aspectos matenais da vida ou desrespeitar os bens que se possui. © desapego, ao contrério, implica preocuparao com o bem-estar alheio e cuidarmos bem das coisas que conseguimos adquirir, ao menos pelo fato de clas serem o fruto do trabalho de alguém. Em suma, nfo fazermos das posses terrenas o ideal de nossa vida, nfo cobirarmos os bens do préximo, aceitarmos a idéia de que podemos perder da noite para o dia o que possuimos, so as caracteristicas principais de uma pessoa verdadeiramente desapegada Texto 13 O ALTRUISMO © altruismo, no sentido filoséfico do termo, é a virtude praticada por todos que trabalham a servigo de outrem ou de uma causa util a humanidade, de maneira totalmente desinteressada e com 0 tinico objetivo de contnibuir para o bem. Essa virtude da testemunho do interesse que temos pelo nosso proximo e demonstra em si mesma um alto nivel de consciéncia E exatamente por essa razdo que ha relativamente poucas pessoas verdadeiramente altruistas. E verdade que muitos individuos dao prova de gentileza, prestimosidade e caridade, mas é raro que esse impulso seja o ideal permanente de sua vida, a ponto de sacrificarem seus interesses pessoais e seu proprio bem-estar. Ora é nesse espirito de abnega;ao enessa doarao de si mesmo que residem os fundamentos do altruismo Contrariamente ao que se poderia pensar a priori, uma pessoa altruista ndo ¢ necessariamente alguem que acredita em Deus ¢ que, sob efeito desta crenca, consagra-se a fazer o bem ao seu redor. Na verdade, existem ateus que dao prova de muito altruismo, porque, embora nao sejam crentes, tém fé na vida e no proprio ser humano. No caso deles, essa f€ “nao religiosa” ¢ suficiente para lhes inspirar 0 desejo de gudar o proximo toda vez que uma oportunidade lhes ¢ dada Nesse sentido, pode-se realmente ser bondoso e caridoso sem no entanto estar ligado a uma religido ou uma escola mistica especifica O importante nessa questéo é sobretudo o interesse que se tem pelos semelhantes e o sentido que se daa fratemidade humana Em outras palavras, € o gra de humeanismo que cada um atingiu, independentemente de convicges religiosas, filosoficas ou politicas Em conformidade com isso, uma pessoa pode ser altruista sem todavia crer em Deus ou pertencer a uma religiao especifica Mas o fato de ser espiritualista abre horizontes mais vastos na aplicayao do altruismo. Com efeito, se admitimos que a humanidade faz parte de um Plano Divino e que ela evolut para um Estado Ideal, compreendemos intuitivamente que esse Estado sé pode ser alcancado de maneira coletiva e recorrenda-se ao que ha de melhor na natureza humana Alem disso, o fato de estamos convencidos da existéncia de Deus dé uma dimensdo transcendente a nossa vida e lhe confere um sentido que nenhum individuo ateu ou materialista pode conceber. Mas sermos generosos nfo ¢ somente darmos dinheiro ou bens materiais aos que careyam disso. E também Ihes darmos 0 nosso tempo. Neste patticular, todos sabemos que intimeras pessoas sofrem de solidao e ficariam felizes se alguém as visitasse. Outras estéo doentes ¢ tém necessidade de serem confortadas. Outras ainda esperam uma ajuda qualquer para cumprirem tarefas domésticas que néo “nos custam nada’, mas que lhes trariam um grande alivio. O altruismo consiste portanto em ajudarmos os que precisam e em Ihes prestammos servigo em diferentes areas. Em outras palavras, ele inclui auxilio ¢ prestimosidade Ser altruista ¢ tambem dar seu saber aos outros. Saibamos ou nfo, todos temos alguma coisa a ensinar a alguém. Essa alguma coisa néo consiste necessariamente em nogdes puramente intelectuais, sejam de ordem cientifica literdria attistica ou outra Pode tratar-se simplesmente de uma experiéncia em alguma érea da atividade humana Assim, mais vale mostrar a uma pessoa como fazer por si mesma do que fazer em seu lugar, pois assim damos a ela uma chance de se assumir. Por exemplo, ensinar como imiger a terra aos que moram numa regiao aida é muito mais wtil que lhes enviar viveres, uma coisa néo impedindo a outra, naturalmente, Enfim, o altruismo implica transmitimos aos outros os conhecimentos que possam contribuir para o seu bem-estar fisico ou mental Ha um ponto importante que talvez seja util esclarecer, ou seja que o altruismo ¢ inseparavel da humildade e daimpessoalidade. Isso significa que ndo se deve vangloniar de ter patticipado nessa ou naquela apo caritativa ou de ter feito um donativo a tal ou qual associarao de caridade, pois isso representa uma forma de orgulho que diminui seu mérito e as vezes até mesmo seu efeito, a menos que se tome a apo conhecida com o unico objetivo de suscitar nos outros o desejo de fazerem o mesmo e serem generosos Um velho adagio diz que “cada um recebe na medida em que dé”, Para além das aparéncias, esse adagio traduz uma lei que se aplica na vida de todo individuo. Em vitude dessa lei, que constitu na verdade uma expresséo patticular do cama, o melhor meio de uma pessoa ser feliz ¢ fazendo os outros felizes. Assim, quanto mais é altruista mais a pessoa cria as condigdes de sua propria felicidade Inversamente, quanto mais egoista mais sombrio ela toma seu futuro. Isso nfo quer dizer, naturalmente, que devamos dar com o unico abjetive de receber, pois isto equivaleria a uma atitude interesseira que mais diamenos dia acabaria se voltando de algum modo contranos. Conforme ensinaram todos os sébios do passado, o ideal ¢ simplesmente fazer o bem sem esperanca de retoma Texto 14 A HUMILDADE A bumildade é uma das virtudes mais dificeis de serem desenvolvidas, pois baseia-se no dominio do ego. A questéo que se apresenta portanto, ¢ saber o que é 0 ego. Segundo a psicologia ele corresponde ao nosso Eu objetivo, isto ¢, a nossa personalidade consciente, Em outras palavras, €0 “ew com o qual nos identificamos constantementeno estado de vigilia Como tal ele ¢ 0 centro da nossa atividade mental e a base da nossa individualidade. E por isso que ele é ao mesmo tempo nossa fonte de referéncia e o suporte das nossas relardes com os outros. Dada sua natureza, ¢ muito dificil dissociamos o ego da nossa aparéncia fisica, Observe o leitor que, quando pensamos em nés mesmos ou numa situayo em que estamos diretamente envolvidos, vemo-nos na tela danossa consciéncia, ainda que por alguns segundos Analogamente, quem ja nao teve oportunidade de notar que, quando falamos de uma pessoa, sua fisionomia nos vem normalmente ao pensamento, durante toda a nossa conversa? Em relapo a Filosofia Rosacruz, 0 ego néo coresponde somente ao Eu objetivo. Em outras palavras, nfo é produto exclusivo das nossas fungdes cerebrais e dos processos de consciéncia que delas resultam. Ele é também o reflexo da nossa alma ¢ sevela seu grau de evolu. Isto significa que as qualidades e os defeitos que transparecem em nosso comportamento cotidiano séo uma expresso da nossa personalidade interior. Seja como for, o ego é parte integrante danatureza humana, Ao contrério do que afirmam algumas escolas de filosofia, é entdo impossivel anulé-lo. E tambem initil combaté-lo, pois esse combate levaria necessariamente a uma relardo conflituosa que so faria crescer sua domina;ao Ao invés disso, devemos darthe toda nossa atengao e aprender a domina-lo. Como? Nao pemnitindo que ele domine nosso comportamento, canalizando-o para abjetivos positivos e transmutando cada um dos nossos defeitos em sua qualidade oposta, Essa é exatamente a base da alquimia espiritual a que todo ser humano devenia se dedicar. Em virtude de sua propria natureza, o ego tem uma propensto “natural” para se valorizar, até mesmo para se glorificar. Ele adora aparecer, pois seu campo predileto é justamente o das aparéncias e das visdes ilusorias. Devido a ser o que 6, dificilmente ele resiste a tentayo de mostrar seus méritos, suas aptiddes e, de modo geral, de se valorizar aos olhos dos outros. De fato, € sob seu impulso que cedemos ao desejo ou a necessidade de chamar atenpfo, de ser o centro de uma conversa, de dar uma opinigo que néo nos foi pedida, de mostrar nossa supenoridade fisica ou intelectual, etc E também sob seu estimulo que tendemos anos exprimir usando “eu, meu pessoalmente, etc Quando sistemética e muito marcante, essa tendéncia é a expresso de um ego dominador e, por extenséo, deum temperamento orgulhoso Embora o orgulho seja considerado, justificadamente, como um defeito, pode contudo ser um “motor” para realizarmos coisas titeis ao bem comum. Assim é que muitos grandes projetos foram empreendidos por pessoas que, singulamente, careciam de humildade, mas cuja inteligéncia e coragem eram excepcionais. Entretanto, néo se deve deduzir disso que somente os individuos orgulhosos so capazes de criar ou empreender grandes coisas. Do ponto de vista mistico, ndo ha nada mais positive que agir de modo util, nfo sob o impulso do ego, mas sob o da propria alma, Nesse sentido, nao ¢ 0 desejo de ser vangloriado, reconhecido ou apreciado que deve nos incitar a trabalhar pelo bem, mas sim a satisfago interior que sentimos quando realizamos algo de il, seja em beneficio de uma pessoa ou deum ideal As explica;des precedentes implicam numa observayo, Com efeito, se é verdade que nunca devemos procurar nos vangloriar denossos talentos ou denossas boas aySes, por outro lado é normal sentirmos certa satisfa;o quando realizamos alguma coisa positiva Esse sentimento nfo deve ser considerado uma manifestarao do ego, mas uma reardo natural da alma e da consciéncia que Ihe € propria Realmente, se nossas boas apes nunca nos fizessem felizes, néo teriamos motivacdo para realiza-las, nem teriamos qualquer aspirapao a fazer o bem melhor meio de cultivammos a humildade consiste em nos convencermos de que, quanto mais desejamos parecer grandes aos olhos dos homens, mais nos revelamos pequenos aos olhos de Deus. A isso se acrescenta o fato de que os outros nos véem, muito frequentemente, exatamente como somos Quaisquer que sejam nossa reputardo, nossa posicdo social, a amplitude das nossas aptiddes e dos nossos talentos, etc, ndo somos mais que um individuo entre bilhdes. Como tal, cada um de nos ¢ apenas uma célula do grande corpo da humanidade e no pode existir independentemente dela. Na imensidao do universo, ndo somos mais que uma poeira de estrela, que uma gota dentro do grande oceano cosmico Entretanto, se é verdade que pouca coisa somos como pessoa a alma encamada em nés da a cada um 0 poder de refletir a grandeza da Divindade e de ser um agente de Suas obras entre os homens. Mas a tnica maneira de conseguir isso consiste precisamente em adquinr humildade, virtude que constitui um grande sinal de evoluso Texto 15 ACORAGEM Embora a coragem tenha a priori uma conota;o menos espiritual que a maioria das virtudes que consideramos nos capitulos precedentes, a verdade € que o individuo desprovido dela néo pode se desenvolver plenamente no plano interior, pois ele se priva de grande niimero de experiéncias titeis a sua evolugao interior Em casos extremos, 0 Gcio favorece o surgimento dos defeitos mais comuns a natureza humana tais como o egoismo, a inveja a desonestidade, etc. Nisso 0 adagio “A ociosidade é a mae de todos os vicios” perfeitamente significativo. E claro que ha individuos mais ou menos corajosos por natureza, podendo essa diferen;a estar ligada a educapo ou ter uma ongem fisiologica, psicolégica ou até patologica Por outro lado, segundo o temperamento de cada um, aquilo que alguns considerem como um ato ou uma prova de coragem podera parecer normal ou natural para outros. Nao ha portanto uma regra exata nessa questo. De maneira geral, a coragem é indissociavel da nogo de esforso. E exatamente por esta razo que geralmente se associa essa virtude ao trabalho. E um fato que trabalhar requer coragem, tanto mais quanto maiores forem as dificuldades a serem enfrentadas. Neste particular, ndo podemos negar que algumas atividades, sejam profissionais ou domésticas, so mais penosas que outras ¢, por conseguinte, requerem muito mais esforgos. Ademais, a motivaréo cumpre um papel importante, no sentido de que ¢ mas facil realizar uma tarefa que nos apraz do que fazer alguma coisa que no apresenta nenhum atrativo para nos E por isso que todos os que exercem uma atividade de que nao gostam sao particulamente menitorios, pois isto demanda ainda mais coragem e abnegayao. Mas tenhamos confianca no futuro da humanidade e esperemos que chegue o dia em que a sociedade esteja organizada de tal maneira que cada qual encontre o lugar que corresponda melhor as suas aptiddes e as suas aspira;des profundas. E evidente que a coragem nfo se aplica unicamente ao trabalho relacionado com nossas atividades profissionais ou outras. Na verdade, existem tantas razdes para aplicarmos essa virtude quantas as situardes em que é necessério recorrermos a nossa forga interior para superarmos uma dificuldade. Por extenséo, toda prova exige coragem. Assim, a enfermidade, uma deficiéncia fisica ou mental, a perdade um ente querido, o desemprego, a perda de bens materiais, etc, so alguns dos eventos que so podem ser vencidos e assumidos pela coragem, isto é, pela vontade de superar asi mesmo e enfrentar a adversidade Inversamente, deixar-se levar, lamentando a sorte, nfo resolve coisa alguma, a0 contrério, apenas acentua © sofrimento, o atordoamento e aimpoténcia Podemos mesmo acrescentar que isso prolonge inutilmente a durago dosnossos sofrimentos morais e nos toma anda mais vulneraveis a problemas de todaespécie. Disso resulta que a coragem esta ligada 4 vontade, pois é ela que da o impulso necessario ao cumprimento de um trabalho ou a superapéo de uma prova, seja de que natureza for. Sem ela é impossivel levar a cabo uma atividade ou sustentar um esforgo. Ela é portant o fundamento da nossa forga interior € da nossa capacidade para enfrentar as dificuldades da vida Saibamos ou nfo, nossa vida esté condicionada em grande parte por aquilo que queremos. Nesse sentido, podemos meditar sobre o que 0 Mahatma Gandhi disse a esse respeito: “# possivel conseguirmos sempre aquilo que queremos realizar, desde que nosso objetivo seja nobre e adaptado as nossas possibilidades reais” Como a vida diéria nos mostra, acontece com todo mundo sentir-se desencorajado em alguns momentos de sua vida. Quando esse desencorajamento diz respeito ao trabalho cotidiano, em geral isto resulta de uma impressio de saturayo, de uma perda de motivardo ou da sensag&o de ser ineficiente, até mesmo inttil. A partir dai, a propia idéia de trabalhar parece penosa e produz um sentimento de exasperardo. Nesses momentos, a melhor coisa ¢ simplesmente repousar um pouco ou se afastar da situapo, 0 que as vezes requer certa forma de vontade. Se nfo se faz isso, grande é o risco de cair numa depresséo cujas consequéncias podem ser graves, tanto no plano fisico como no psicologico. Por isso, ¢ muito bom ser corgjoso, mas é também sabio saber se deter ao se sentir estafado ou que se chegou aos limites de sua capacidade de fazer esforso Muitas provas também séo fonte de desencorajamento, pois algumas sfo particulammente penosas ¢ aflitivas, a ponto de nos darem a impressdo de serem insuperaveis. E ento que ficamos suscetiveis de ceder a0 pessimismo ou ao fatalismo, sendo estas duas atitudes, na verdade, apenas uma expresso do nosso atordoamento ou danossa resignarao frente a adversidade. No entanto, segundo as leis que regem a evolugao espiritual do ser humano, as provas com que somos confrontados ao longo da nossa vida esto geralmente adaptadas ao nosso potencial de inteligéncia e de coragem. Absolutamente, elas jamais ultrapassam nossa capacidade de aro e reayo, de modo que sempre temos os meios necessérios para vencé-las. Ademais, saibamos ou nao, todas elas, por mais penosas que sejam, constituem experiéncias liteis a0 nosso desenvolvimento interior Em sua aplicayo mais nobre, a coragem implica antes a perseveranca, a constancia e a humildade, de que ja falamos, bem como o senso de responsabilidade, Em tiltima andlise, essa virtude encerra muitas outras e revela a forga moral que ja desenvolvemos, de encamargo em encamafo, no contato com as experiéncias felizes e infelizes davida Texto 16 A NAO-VIOLENCIA Quando se evoca a nogao de n&o-violéncia, pensa-se em primeiro lugar na auséncia da guerra, isto é,napaz. Ora, desde que os homens surgiram na Terra, temos infelizmente de reconhecer que eles nunca cessaram de se agredir e de se matar, na maioria das vezes para se apropriarem de bens alheios ou para exercerem seu dominio sobre os outros. Neste aspecto, a espécie humana ¢ a tinica que se destroi sob influéncia daira Isto se deve ao fato de ela ser tambem a tinica que tem autoconsciéncia e seu corolario: o livre-arbitrio. Todo ser humano tem portanto o poder de agir em oposipo a sua natureza divina e de dar livre curso aos seus mais destruidores instintos, que so inerentes aos aspectos mais primitivos de sua personalidade. Uma das metas de sua evolugéo espintual precisamente a de dominar 0 guerreiro que nele dormita e tomé-lo um agente da Paz Universal. Se € verdade que todas as guerras tém origem nos instintos mais destruidores da natureza humana a maioria delas, porém, ¢ gerada por ideologias partidarias que séo geralmente de ordem econdmica, politica ou religiosa Em outras palavras, muitas delas resultam do fato de o ser humano tender a defender seus proprios interesses e impor suas crengas aos outros, se necessario pela forpa O egoismo ¢ a intoleréncia so ento duas das causas principais dos conflitos que avassalam o mundo. No sentido absoluto, isso significa que a paz so sera possivel a partir do momento em que cada um sinta-se plenamente responsavel pela felicidade alheia e aceite aidéia de que nao detém o monopélio da verdade em nenhum aspecto da vida Em vitude desse principio, as guerras durardo enquanto os homens agirem sob o impulso dos aspectos mais negativos de sua personalidade e se deixarem guiar por ideais puramente matenialistas Toda guerra é por definio, um ato coletivo que envolve a vida de um grande niimero de individuos. Entretanto, ¢ primeiramente em cada individuo que ela comeca pois é nele que brota a violéncia antes de se expressar em seus pensamentos, suas palavras e seus atos. E por isso que todos os sdbios do passado ensinaram que é primeira em nos mesmos que devemos fazer a paz. Mas pacificarmos anos mesmos nfo ¢ coisa facil, porque todos temos uma forma de agressividade latente, ja pelo fato de termos um ego ¢ de este estar quase sempre na defensiva Seja como for, a aquisigao da néo-violéncia comera pelo dominio de todo pensamento cheio de rancor, de melevoléncia e, naturalmente, de édio Quando esse tipo de pensamento nos vem a mente, devemos resolutamente recorrer a nossa vontade ¢ transmutdlo em um sentimento baseado no perddo, na benevoléncia e no amor. Quando néo agimos assim, deixamos a violéncia se implantar em nosso subconsciente, de modo que ela acaba se tomando parte integrante danossa personalidade e das nossas reagies. A patir do momento em que se expressa nas palavras, a violéncia deixa o campo do pensamento e geralmente se traduz numa agresséo verbal mais ou menos veemente. Ora, se ¢ fato que a palavra é criadora quando ¢ expresso de um estado mental positive, por outro lado é destruidora ao ser gerada sob o impeto de sentimentos negatives, como a célera a vinganga, o rancor, etc. Assim, toda vez que uma pessoa agride uma outra verbalmente, quer se trate de alguém proximo ou de um desconhecido, toma-se culpavel de guerra, porque pde entéo em movimento uma forga negativa que afeta néo somente a “vitima’, mas também a consciéncia coletiva dahumanidade. E por isso que devemos aprender a dominar o verbo, no sentido humano e divino deste termo, a fim de que cle sejaum agente de hamoniae no um instrumento de discordia, o que infelizmente é quase sempre 0 caso nas rela;des humanas No estado atual de sua evoluso, as relardes do ser humano com a violéncia so muito ambiguas e revelam bem a dualidade de sua natureza Podemos resumir 0 estado de consciéncia que ele manifesta nesse aspecto dizendo que ele quase sempre aspira a paz, mas ainda ¢ fascinado pela guerra. E por esta razio que tantas pessoas preferem assistir a um filme violento que a uma reportagem cultural. Pela mesma razfo, note 0 leitor que os jomais especializados em catastrofes de toda espécie vendem infinitamente mais que as revistas lterarias, cientificas ou attisticas, Esse estado de coisas mostra efetivamente que a infelicidade, inclusive o mal, exerce certo fascinio em inimeros individuos, ainda que a maiona, no entanto, busque a felicidade e se esforce para fazer o bem, E continuara sendo assim enquanto os homens nao tiverem tomado suficiente consciéncia de sua natureza divina e desenvolvido as faculdades espirituais de sua alma Texto 17 ABENEVOLENCIA Como o proprio nome indica, a benevoléncia ¢ a virtude que consiste em ser benevolente, isto ¢, em fazer o bem. Contrariamente, uma pessoa é malevolente a partir do momento em que faz intencionalmente o mal. Mas, que é o bem? De maneira geral, podemos considerar que se trata de todo pensamento, toda palavra e todo ato que contnbui para a felicidade alheia Pelo contrério, o mal corresponde a todo comportamento que ameace a integnidade fisica, mental ou espinitual de outrem. Parafraseando 0 que todos os sébios do passado ensinaram a este respeito, a benevoléncia consiste em fazermos aos outros o que gostariamos que eles nos fizessem e em nao lhes fazermos 0 que nfo gostariamos que eles nos fizessem. Isso implica senZo amarmos ao proximo, pelo menos 0 respeitarmos e nunca tentarmos prejudicé-lo, denenbum modo e por nenbuma razio Do ponto de vista filoséfico, é mais dificil fazermos o bem que o mal, ao menos enquanto nao tenhamos alcangado um nivel de consciéncia suficientemente elevado. Com efeito, fazermos o bem implica um esforzo constante para pormos o melhor de nés mesmos a servico de outrem ou de uma causa nobre. Inversamente, para fazermos o mal, basta deixarmos nossos defeitos se manifestarem em nosso comportamento ou mesmo nos limitammos a ficar passivos. Anelogamente, ¢ impossivel termos um belo jardim se nfo nos dedicamos regularmente a cultiva-lo e cuidélo, o que requer um trabalho permanente Caso contrario, as ervas daninhes logo o invadem, desvistuam-no ¢ 0 transformam num terreno baldio. Do mesmo modo, a benevoléncia necesita, no somente fazer o bem, mas igualmente opor-se ao mal, e dai vem o simbolismo tradicional da Espada flamejante Extrapolando um pouco as explicardes acima, podemos dizer que a malevoléncia ¢ a auséncia da benevoléncia Aparentemente, tem-se aqui um truismo. No entanto, nao é esse 0 caso, pois a experiéncia prova que nfo fazer o bem pode ser equiparado a fazer o mal, tanto mais quanto mais consciéncia se tenha do que seja bom ou mau no comportamento humeno. Essa no;do esta aliés presente na maioria das religides, posto que elas condenam tanto o erro por cometimento quanto 0 erro por omisséo. Isso significa por exemplo, que no ajudamos uma pessoa que caia perto de nds quase to culpavel quanto se tivéssemos provocado sua queda Naturalmente, esse exemplo pode parece caricatural, mas ele mostra que fazer o bem néo ¢ limitar-se a no fazer o mal. Por extensio, néo se é benevolente sob pretexto de néo ser malevolente, pode-se simplesmente ser neutro, Ora a neutralidade no € necessariamente uma coisa positiva Se néo podemos negar que muitas pessoas aspiram a fazer 0 bem, ha relativamente poucas que concretizam essa aspirardo através dos atos correspondentes, a ponto de fazerem disso 0 ideal de sua vida, Em contrapartida, as que séo movidas pelo desejo de prejudicar sao geralmente muito ativas quando se trata de pér em pratica sua malevoléncia, pois isto corresponde a uma necessidade “vital” para elas ¢ Ihes serve de descarga Por essa razo 0 mal nos parece to presente na vida corrente, tanto mais quanto mais formos, ao mesmo tempo, sensiveis ale e sensibilizados por ele Entretanto e contrariamente ao que se poderia crer a priori, o bem, quando ativo, é na redlidade muito mais poderoso que o mal. Comparativamente, sua superiondade ¢ semelhante a da luz sobre as trevas, tanto assim que um simples claro basta para iluminar a escuridao Sem chegarmos a considerar os casos extremos de malevoléncia, que muito felizmente so relativamente raros, temos de reconhecer que esse defeito da natureza humana ¢ bastante freqiiente em suas formas de aparéncia mais amena. Pode-se assim observar que muitas pessoas so mais inclinadas a cniticar seu préximo do que a clogiar suas qualidades. Assim, muito raras so as conversas ou as discusses durante as quais “alguem” nao fala mal de fulano ou sicrano. Nisso a maledicéncia tem muitos adeptos e traz consigo todo um cortejo de maldades. Pior ainda ¢ a caltinia, pois nutre-se de ddio ¢ se deleita na mentira A benevoléncia, ao contrario, implica nunca falar mal de quem quer que seja ¢, naturalmente, néo caluniar ninguém Devido a nossa atual imperfeisao, temos de admitir que somos incapazes de amar a todos e, por mais forte raz%io, aos que ndo nos amam. Sejamos portanto modestos nessa questo e nos esforcemos, a partir de agora, para nfo causar mal a ninguém, néo somente em atos mas igualmente em palavras Quanto a isso, a auséncia total de ddio pode ser considerada como uma forma primitiva de amor. Se 0 amor ¢ a mais elevada expresséo da benevoléncia, 0 ddio ¢ amanifestaro mais extrema da malevoléncia E sob seu impeto que os homens procuram se prejudicar e chegam até a se matar. Observem que esse sentimento destruidor ¢ tipico do ser humano, pois nenhum animal pode ser qualificado de odiento. No pior dos casos, ele é perigoso, o que nfo é absolutamente a mesma coisa Se o odio ¢ proprio do ser bumano, isto se deve a que ele ¢ dotado de livre-arbitrio. Por isso tem o poder de fazer o mal enquanto nfo tenha compreendido que esta destinado a fazer o bem e a expressar em seu comportamento todas as vistudes inerentes a sua alma, que ¢ pura e perfeita em esséncia Texto 18 ASABEDORIA A sabedoria ¢ a mais importante das virtudes, porque ela contém todas as outras. Para sermos mais exatos, ela é a sintese de todas. Idealmente falando, isso significa que ser sdbio é ser paciente, confiante, moderado, tolerante, desapegado, altruista integro, humilde, corajoso, pacifico benevolente, 0 que requer grande autodominio ¢ algum grau de perfeiso. Por isso rarissimas pessoas podem ser qualificadas como “sibias”. De fato, 0 comum dos mortais reine, no melhor dos casos, apenas algumas dessas qualidades, 0 que ja ¢ apreciavel. Por outro lado, alguns defeitos séo mais negativos que outros, em particular o egoismo ¢ o orgulho. Mas quem quer que “sofra” desses defeitos e consiga vencé-los tem muito ménito, tanto no plano humano como no divino Neste particular devemos sempre lembrar que nfo ¢ 0 fato de ser imperfeito que é cammicamente culpavel, mas a falta de esforso para se aperfeiroar. Independentemente das virtudes de que ela é a sintese, ninguém podenegar que a sabedoria ¢ indissociavel do conhecimento. E exatamente por esta razo que o ignorante néo pode ser sabio. Entretanto, ainda falta entender o que é isso que chamamos de “conhecimento’. Do ponto de vista rosacruz, nfo se trata do saber intelectual que algumas pessoas se gabam de possuir e que gostam de exibir, geralmente sob o impulso de seu ego. Na verdade, esse tipo de saber é necessariamente relativo, abitrano e limitado, por vasto que seja aquilo que se pode aprender no plano puramente cultural. Além disso, ele ¢ proprio dasnossas fungdes cerebrais endo dasnossas faculdades espirituais. Em outras palavras, diz respeito a nossa mente e néo dura mais que uma tinica vida, ao passo que © verdadeiro conhecimento é parte integrante da nossa alma e nela permanece, de encamapéo para encamarao. Que é entdo o conhecimento, no sentido mistico do temo? De acordo com as explica;des anteriores ele pertence ao campo da alma Na verdade, corresponde a compreensao das leis divinas, isto 6, das leis naturais, universais e espirituais, tais como se manifestam no ser humano e ao seu redor. Inclut também aquilo que comumente chamamos de “experiéncia de vida", isto 6 a capacidade de compreender as contingéncias da vida e de se adaptar as circunsténcias. Por extenséo, implica conhecemmos a natureza humana e conhecermos a nés mesmos, pois a maneira como julgamos os outros com muita frequéncia revela avisdo que temos ou nao de nds mesmos. Seja como for, o verdadeiro conhecimento nfo é adquirido nos livros, por mais culturais que sejam, mas nas ligGes que a vida cotidiana nos ensina Na verdade, so essas ligdes que contribuem para nossa evolugao espinitual, pois elas recorrem necessariamente a nossa alma e deixam uma marca indelével na consciéncia que Ihe é propria. Mas o conhecimento, por mais prestigioso que seja nao basta para tomar sabio quem o possui, Para que assim seja é preciso que ele seja acompanhado da pratica correspondente, Caso contrario, limita-se a um saber tedrico sem nenhum interesse, tanto no plano espiritual como no material. Isso significa que a sabedona é a aplica;o daquilo que conhecemos em maténa de filosofia, significando esta palavra exatamente “amor a sabedoria” ou “ciéncia da vida", conforme fiquemos com a definipo esotérica ou exotérica do termo. Ser sébio, no sentido mais nobre, € portanto pensar, falar e agir em consonéncia com o que se sabe e saber que aquilo que se conhece esta em conformidade com a Sabedonia Divina, Em outras palavras, é expressarmos em nosso comportamento a perfeigao do nosso Eu divino, em todos os aspectos davida Isso implica, naturalmente, um altissimo nivel de evolujo Posto que a sabedoria é a capacidade de pensar, falar e agir em consonancia com a Sabedoria Divina ela implica o dominio do pensamento, da palavra e da apo. Ser sébio na ayo é aplicar cotidianamente a maxima “Facer bem e deixar que falem’. Em outras palavras, ¢ fazer o bem sem se preocupar com o julgamento alheio. E interessante notar que a sabedoria é oposta a loucura na Cabala. Ora ser louco ¢ carecer de consciéncia, no sentido de ser inconsciente de suas palavras e de seus atos, na maioria das vezes em fungao de deficiéncia mental. Mas é também agir cientemente contra outrem. Em caso extremo, é até mesmo usar a inteligéncia para fins negativos, até destrutivos, de onde a conhecida maxima “Ciéncia sem consciéncia é a ruina da alma’. Para nos convencermos disso basta pensarmos em agumas aplicagdes da ciéncia, principalmente no campo militar. Podemos inclusive nos perguntar por que alguns cientistas colocam seu saber a servigo do mal e da destruicao. Via de regra ¢ porque eles carecem de bumanismo e agem sob influéncia de uma concepeao matenialista davida Somos de origem divina e evoluimos de vida em vida para a perfeigo de nossa propria natureza e estamos todos destinados a encamar na Terra a Sabedonia de Deus, considerada pelos Rosacruzes como a Inteligéncia Universal que esta na origem do universo, da natureza e do proprio ser humano. E é no mais profundo denés mesmos que devemos nos esforar para encontrar essa Sabedonia Divina Texto 19 A HARMONIZACAO COSMICA. O termo “hamonia” designa, no seu sentido mais amplo, a relapo que une elementos distintos num todo coerente, equilibrado e organizado, Podemos nos referir @ “hamonia geométrica’, que une quatro pontos distintos em uma mesma linha, a “harmonia poética”, que associa palavras em um discurso agradavel, a “hamonia das cores”, que se mostra em linhas ¢ em superficies coloridas que agradam os olhos, 4“hamonia escultural”, nas formas que apresentam entre si uma proporpo equilibrada, e também a “hamonia musical”, que percebemos num encadeamento melodioso de sons. Em todos esses casos, encontramos uma relago haménica precisa que associa pontos, palavras, cores, formas ou notas musicais. Do que dissemos, ¢ facil depreender que a “Harmonia Cosmica’ baseada na relayo que os homens devem estabelecer de maneira coerente, equilibrada e organizada entre eles proprios e o Césmica No entanto, ha uma grande diferenpa entre Harmonia Cosmica e as que citei ha pouco. Tanto é que, quando contemplamos os quadros de uma exposiggo de pinturas ou ouvimos uma bela interpretapo musical, podemos nos harmonizar passivamente com a beleza do que vemos ou ouvimos. Em outras palavras, se ndo somos pintores nem mtisicos, podemos nos contentar em semos espectatlores da hammonia das cores ou sons que se oferecem a nds. No caso da Hamonia Cosmica, o problema é diferente, pois ndo podemos, ao longo de toda a vida e a cada hora do dia ser apenas espectadores da relago que nos une a Deus. Imagine que os grandes mestres da pintura e da musica se contentassem em ser espectadores passivos de todas as inspiraydes que lhe viessem a consciéncia. Suponha que eles tivessem se limitado a conservar em sua mente toda as obras que poderiam conceber. E facil compreender © que seria o resultado dessa passividade: a humanidade nunca tena tido a possibilidade de contemplar ou ouvir objetivamente as suas obras e sentir as emogées positivas que suscitam no coraso de cada apreciador de arte. O mesmo aplica a Harmonizaro Cosmica Nao podemos nos contentar em esperar passivamente pelos efeitos positives que ela possa causar em nés. Isto ndo quer dizer que nunca poderemos dedicar periodos de repouso a nos observarmos, nos ouvirmos e, de modo geral, sermos espectadores de nos mesmos. Com efeito, devemos regulamente reservar um tempo para tomamos dinamica a relapdo que associa o homem a Deus. $6 assim nos tornaremos uma expresséo viva, néo de uma relapao harménica matematica, literéria, artistica, escultural ou musical, mas da relapéo de Hammonia Cosmica E porque 0 homem deve tomar viva e dinémica a relapgo que o une a Deus, deve, por um lado, ter uma concep;ao clara do que o Césmico é e por outro, saber de que modo pode se harmonizar com Ele Se desejamos ter a experiéncia consciente da Harmonia Césmica, devemos estabelecer uma relag&io consciente entre nés mesmos ¢ a Criagéio Cosmica visivel ¢ invisivel. O meio para estabelecermos essa relapdo ¢ sem duvida a Harmonizacéo Césmica Ora existem dois métodos distintos mas complementares para efetuarmos eficazmente essa harmoniza;fo. O primeiro consiste em nos harmonizarmos coma Criapao que nos ¢ exterior, ou seja com o Macrocosmo. Podemos denominar “Harmonizagao Macrocésmica” o estado de consciéncia que resulta dessa comunhfo. O segundo método é fundamentado na harmonizagéio com a Criago que nos € interior, ou seja. com o Microcosmo que existe em nés. Podemos dara esse estado de harmonia o nome de“Hamonia Macrocosmica” A grande meioria dos Rosacruzes sente e compreende a importéncia dos periods de Harmonizagao Césmica, porque eles sao a chave do Rosacrucianismo e do Misticismo em geral. Em primeiro lugar, esses periodos punificam e regeneram nosso ser fisico, psiquico e espiritual Conseqitentemente, como j expliquei no inicio deste texto, eles nos aproximam de uma forma cada vez mais definitiva do estado de “Paz Profunda”. Esses periodos aumentam a radiao magnética de nosso ser espiritual e nos tomam cada vez mais conscientes dapresenca de Deus em nés e ao redor denos. Em segundo lugar, os periodos de Hamonizaro Césmica nos dio acesso a solugo de todos os nossos problemas humanos. E possivel que vocé tenha a tendéncia de esquecer que nao existe problema sem solugo no Cosmico. Entao, como podemos acusar Deus de néo nos auxiliar a resolve-los se, por negligéncia ou preguiza, nfo fazemos tudo o que esta em nosso poder para encontrar a soluso que, mais uma vez reitero, aguarda-nos na Consciéncia Césmica? E aprendendo a fazer contato com os planos superiores dessa Consciéncia que podemos verdadeiramente ter acesso a0 Dominio da Vida Texto 20 A LEIDA COMPENSACAO E em cada elemento onde o método humano da compensayo falha na recompensa ou na puni;o adequadas a cada apao boa ou ma a Lei Césmica compensa suficientemente ¢ faz ajustamentos plenos de maneira adequada ¢ eficiente. A verdade é que ninguem jamais conseguiu evitar, se evadir ou escapar da operacéo da Lei Césmica de maneira completa e continua Os homens podem enganar uns aos outros, mas a Lei Césmica nunca falha. Certamente ela ¢ imutavel, mas ¢ ao mesmo tempo justa e equénime, realmente digna de nossa admirapéo, uma vez que compreendamos seus principios Nos negécios o empregador que representa uma poderosa instituiro, ou o empregado que representa uma simples pepa humana no mecanismo industrial, devem aprender que a injustiza, a desonestidade, os maus atos ¢ os pensamentos maldosos fargo operar a Lei da Compensayao estabelecida no Cosmico, ¢ que nao ha como escapar da operagéio dessa Lei O empregador ou o empregado que planeja tirar vantagem da fé, da confianca e da esperanca de outro ser humano, ou de varios seres bumanos que representem uma cidade, um pais ou um continente, deve saber que a Lei da Compensarao agira mais cedo ou mais tarde, trazendo punigdo mente e aos interesses da pessoa que planejou essa injustiga Pode-se dizer que a Lei da Compensagio nem sempre traz manifestagdes imediatas e, nas condigdes em que vivemos, 0 homem nem sempre pode esperar até o fim da vida para gozar das recompensas dessa Lei Cosmica devendo buscar recompensas imediatas de natureza definida a cada dia ou semana da vida Mas no ha justificativa para a crenga de que a Lei da Compensapfo retarda sua recompensa até o final da vida Acho que essa incompreenséo to comum se deve as doutrinas de certas religides, que se referem as recompensas que os bons receberfo num estado futuro, mas no que se refere a Let Césmica ela faz compensa;Ses adequada e devidamente, do modo e nas ocasides que tragam 0 maximo de auxilio e beneficio aos merecedores. Muitos homens de negocios acreditam implicitamente que sempre que fagam um ato de bondade ou atitude generosa para alguma pessoa, ou contnibuam de alguma forma para a felicidade e o bem-estar de outrem, podem esperar alguma recompensa ou benyo cosmica, de maneira singular e imediata, quase na hora seguinte. Eles aprenderam por experiéncia que o Césmico nao recompensa apenas de imediato, e sim no momento mais propicio, e que, ajudando outros e dando o ausilio que puderem em favor da alegria alheia, esto acumulando béngfos cosmicas que Ihes chegam quando delas precisam ¢ na justa medida N&o quero dizer com isto que essas pessoas tém o pensamento constantemente voltado para essas recompensas ou essa compensapo por seus atos bondosos, cada vez que planejam fazer alguma coisa em prol de outrem. Por muitos relatérios ¢ pelo intimo contato com as pessoas que seguiram esses principios por toda a vida, sei que a maioria das agdes generosas ou bondosas realizadas por essas pessoas foram totalmente espontaneas e sem planos anteriores, que sé no momento em que realizavam a apo ou logo apos @ que clas tiveram o pensamento de que uma compensapfo seria recebida E apenas natural questionar prontamente a logica de um ato espontaneo ou de um impulso repentino e generoso, e imaginar se ele vale a pena, se é diplomatico ou razoavel. E nesses momentos de reflexdo sobre o ato espontaneo que essas pessoas geralmente chegam a concluséo de que, mesmo que a apo tenha sido repentina e provavelmente realizada por um impulso emocional, o Cosmico esta consciente desse impulso, da reardo sincera a ele, ¢ assim fara a compensarao adequada Assim, meu pedido a vocés é 0 de que, a despeito da posigao que ocupem na vida da situapéo de seus negécios e assuntos financeiros, néo permitam que suas propnias necessidades, especialmente as necessidades supostas, interfiram na liberalidade de sua caridade ou na amplitude de seu desejo de ajudar. E fato comprovado que, quando agirem esponténea e livremente, sem hesitardes ou demoradas deliberagdes, ao darem algo a alguém, algo que lhes poderia ser util, vocés sentiréo que 0 Cosmico, esponténea e livremente vira em seu auxilio no momento adequado, com a mesma falta de hesitaro que vocés tiveram. Quem sabe se sua situapo atual, no todo ou em patte, ¢ os problemas que vocé ora enfrenta e que procura aliviar, so o resultado de sua incapacidade de cooperar com a Lei da Compensarao no passado, sendo sua dificuldade presente uma parte do seu Karma? Se assim for — e s6 vacé pode sabe-lo e ninguém mais — com certeza devera ajustar as condigdes com a Lei Cosmica e com as Hostes Cosmicas primeiro ¢ com os homens daTemra depois Texto 21 A NATUREZA DA ORACAO A orarao conforme praticada pelo mistico, néo ¢ s6 a que mais produz resultados, mas também ¢ 0 meétodo mais légico. O mistico assevera que todas as coisas so possiveis dentro da Divina Consciéncia de Deus, exceto aquilo que contraditaria a propria natureza da Divindade. Portanto, um pedido, ou petigao negativa, permanece inoperante. Nao se deve esperar encontrar, por exemplo, trevas na luz, pois onde ha luz nao pode haver trevas. Assim, 0 mistico nao pede o impossivel em suas oragdes. Um mistico jamais pede que se ignore uma Lei Césmica ou Natural que possa ter invocado por seus proprios atos, seja devido a meldade ou a ignoréncia Ele sabe firmemente da existéncia da lei de causa e efeito Compreende que pedir que uma lei por ele proprio invocada seja aliviada em seu favor, seria pedir 0 impossivel. ‘Um mistico ndo pede que lhe sejam conferidas béngdos especiais. Sabe que no plano césmico nao existem pessoas preferidas. O mistico néo pede uma coisa completa acabada, mas sim a ilumina;ao pela qual ela possa ser materializada através de seus esforyos, ou, se seu desejo por uma detemminada coisa nfo for cometo, pede que o desejo seja eliminado. Conhecendo a limitaréo de seu proprio eu objetivo, 0 mistico pede que, se no for possivel mostrar-lhe como satisfazer uma necessidade, que se Ihe mostre como se livrar do falso desejo que o fez considerar a coisa em questo necessaria, Assim, o mistico prova que nfo insiste na infalibilidade dos seus propésitos. Indica também que no deseja causar injustiga a ninguém pelos desejos manifestados ao pedir algo que nao deveria solicitar. Em outras palavras, muitas das coisas com as quais nos atormentamos e consideramos to essenciais ao nosso bem-estar séo assim consideradas porque néo foram analisadas a luz do seu aspecto mais amplo, isto é, em sua relaro com todo o Plano Césmico O mistico, ao suplicar a0 Césmico, volta sua consciéncia para dentro, em lugar de dirigir seu apelo a.uma entidade ou poder extemo distante. O mistico percebe que o Césmico esta nele, Nao esta apenas nas vastiddes do espayo. Sabe, além disso, que sua alma respondera a sua suplica, A sua alma parte da Alma Césmica e o guiaré para a auto-agéio. Para o mistico, a orago ¢, na realidade, uma consulta entre os dois eus do homem, E um apelo da mente mortal exterior, ou objetiva, a mente imortal do eu interior O mistico sabe que a resposta a uma orapdo ¢, realmente, um vislumbre da Sabedoria Divina através da hamonizapio comreta, Portanto, o mistico pode avaliar seus desejos adequadamente e capaz de agir a luz do que ¢ Cosmicamente certo e possivel Coma 0 mistico sabe que nfo deve pedir algo que nao vira , em fungdo de contrariar as Leis Césmicas, nfo se decepciona como o devoto comum com suas orapées néo satisfeitas. A tranquilidade do mistico nesse ponto ¢ dada por saber que sua peti;éo é demecessaria, por ter sido esclarecido pelo Césmico por meio de uma intuigo ou certeza interior A oragfo, portanto, é sempre satisfatdria para o mistico. Tambem psicologicamente a oraplo é satisfatoria para qualquer homem, se praticada misticamente. A ora;o requer humildade, submisséo ao lado melhor de nossa natureza. E nos pe em hammonia com os impulsos mais sutis do nosso ser. As oragdes sdo normalmente de trés tipos. Existem as orapdes de confissio, quando um homem mostra ao Deus do seu corapao que esta contrito e admite ter violado os ideais morais. Ha as oragdes de intercessio, nas quais o homem pede para ser orientado para qualquer assunto. Ha, ainda, as ora;des de gratido, como as dos Salmos cristaos, onde o homem saiida a majestade do Divino e expressa alegria por conhecer sua propria natureza Divina Desses trés tipos de orac&io, ¢ a ultima de gratidao, que o mistico se entrega com mais freqiiéncia Assim fazendo, ele evita a necessidade das outras duas, pois se reconhecemos 0 Divino e comungamos periodicamente com o Eu Interior, que a Ele pertence, adquirimos tal dominio pessoal do nosso proprio ser, que as oragdes de confisséo e intercesséo se fazem desnecessarias O que se segue ¢ um exemplo de orapo que reine todos os elementos misticos que enumeramos anteriomente Possa a esséncia Divina do Césmico lavar-me de toda as impurezas da mente e do corpo, para que eu possa comungar com o Sanctum Celestial Possa minha consciéncia mortal ser de tal forma iluminada , que quaisquer imperfeiges do ‘meu pensamento me possam ser reveladas , e possa eu receber o poder da vontade para corrigi-las. Humildemente suplico que possa perceber a plenitude da Natureza e dela participar, sempre de acordo com o Bem Césmico. Assim Soja! Texto 22 A ARTE DA RESPIRACAO Sobre a importancia da respiragdo para a vida talvez nao fosse necessario descrever, visto que, sem respirar alguns minutos, nossa vida se extinguiria. Entretanto, o respirar acertadamente é muito raro nas pessoas No homem, a respirapao ritmica é induzida subconscientemente pelo Sistema Nervoso Auténomo, dia e noite, Quando a pessoa trabalha sentada, seu cérebro requer trés vezes mais oxigénio do que 0 compo, para funcionar adequadamente. A respirayo correta aumentaria a vigiléncia e a efici causar uma sensapfo de trangiilidade e bem-estar. Quando uma pessoa se toma ansiosa ou amedrontada, a respiraro se toma isregular e, ento, 0 corapéo se acelera, os misculos se retesam, E claro que nestas condisies, qualquer exercicio, mental ou psiquico, néo sera bem-sucedido, Quando um relaxamento ¢ completo os batimentos cardiacos diminuem e apresso sanguinea mantém-se baixa sncia, além de Ha também, grandes evidéncias de que ha uma Energia Essencial de Vida ou Forya Vital, contida na respirapao. Por isso ensina-se a prestar ateng&o na respiracfo para se atingir mais facil ¢ rapidamente os estados de relaxamento, concentrapfo, contempla;ao e meditaro. Até os processos intuitivos s40 influenciados beneficamente Pesquisadores da Riissia, Bulgaria ¢ Estados Unidosadescobriram, estudando o super-aprendizado ¢ 0 desenvolvimento da supermemoria que um determinado ritmo ajuda bastante, estabelecendo um padrao de respira;ao que pode alterar os estados de consciéncia, Desde ha muito tempo que se sabe que detemminados exercicios respiratonios permitem que a pessoa possa controlar as fungdes do compo e, segundo a sua vontade, diminuir as pulsardes Um iogue revela que, “por meio da respirayao ritmica pode-se colocar a si proprio em vibra;o hamoniosa com a natureza e auxiliar o desdobramento de seus poderes latentes”. Como se deve respirar entéio? Neturalmente que existem muitas técnicas, de acordo com o estado que se quer alcangar. Desnecessério seria dizer que a qualidade do ar que respiramos ¢ muito importante e, a escolha por lugares sem poluigao seria ideal. A Energia Essencial de Vida, ou Forza Vital, referida anteriormente, e que é veiculada pelo ar, € conhecida pelos hinduistas sob o nome de “Prana”. Os chineses a chamam de “Chi” e os japoneses a nominam “Ki”. Eo segredo atras de muitos feitos espantosos. Grosso modo, o segredo em reter ¢ aproveitar essa Energia Cosmica, esta em aplicar em nos mesmos tipos especiais derespirapao ‘A arte mistica da respiragao ¢ somente um dos assuntos tratados nos Ensinamentos Rosacruzes Aprendendo a conhecer e dominar a Energia Césmica do at, os Rosacruzes séo capazes de realizar muitas coisas que seriam consideradas maravilhosas pelos néo-iniciados. O ar e a respirarfo, quando corretamente compreendidos, revelam ser de suma importancia na consecusao de imimeras realiza;des misticas Texto 23 COMO RELAXAR Ha muitas coisas que podem ser mais facilmente conseguidas, néo pela atividade, mas, pela passividade, ou por meio de relaxardo. Sabemos que a atividade fisica requer dispéndio de energia Isso é verdadeiro em relayo ao nosso corpo e ao nosso cérebro, ou seja, as nossas fun;des fisicas e mentais Buscando 0 repouso é que fazemos o relaxamento, pois precisamos nos entregar a estados passivos para recuperamos energia despendida, Quando executamos uma tarefa continuamente estabelecemos uma lei em nossa mente subjetiva no sentido de agir de maneira desejada Se paramos devido ao cansago, alei continua em operarao e pode afetar partes do orgenismo Para relaxar adequadamente é preciso aplicar as regides do compo uma espécie de massagem mental. Convém, antes, tomar uma posigdo 0 mais confortavel possivel. Em seguida devemos dingir nossa consciéncia para a regido em particular que queremos relaxar ou mesmo regenerar. Devemos sentir como se unicamente essa parte estivesse viva, Geralmente iremos perceber uma ligeira pulsapo ou um certo calor nessa regio. Com isso estaremos estimulando as células daquela area por dirigumos a ela a nossa energia mental. Ao sentimos a pulsayo e o calor, devemos fazer uma série de inala;des profundas, segurammos o ar nos pulmées por algum tempo, sem desconforto, e depois exalammos lentamente, Quando a sensarao de calor parar de aumentar ¢ 0 momento de cessamos a concentraréo. Nesse momento, o desconforto ¢ a fadiga cessarao também. Nao estaremos totalmente relaxados se a mente permanecer ativa, mesmo que nos relaxemos fisicamente, Se enquanto deitamos gastamos energia em pensamentos sobre problemas, entfo persistira uma tensio, Por isso, devemos nos manter to isentos de atividade mental quanto possivel. Isso muito dificil, Quando a mente esta bastante ativa e tentamos parar de pensar, passa a ocosrer uma ideago cadtica As idéias continuam sem diregao A transigo do estado mental ativo para o passivo deve ser gradativa. Consegue-se isto focalizando a consciéncia em uma tnica idéia, tal como alguma forma visual simples. Por exemplo, podemos usar um desenho geométrico como o triangulo, o quadrado, o circulo ou outro qualquer de nossa preferéncia Devemos visualizer a imagem que escolhemos em nossa tela mental e nos concentrar nela. Se continuarmos a manter essa imagem na mente, esta acabara por se tomar monétona porque a consciéncia é um estado ative, Cada vez sera necessario usar mais forga para manter essa imagem na mente. A vontade, por fim, sera derrotada e conseguiremos 0 relaxamento Quando conseguirmos entrar em verdadeiro relaxamento, sentiremos seus efeitos benéficos por muitos dias, por vezes até por semanas. O relaxamento ¢ a porta de entrada para o contato com o Mestre Interior ou Eu Intenor, a parcela divina e sabia dentro de nds. Todas as Escrturas Sagradas enalteceram a importancia do siléncio. Ora, este so é conseguido tendo um periodo derelaxamento como preliminar Aprendendo a relaxar, somos capazes de atingir niveis cada vez mais sutis de consciéncia até que, um dia, possamos experimentar um gran de ilumina;ao que, por certo, modificara radicalmente nossos valores e nossa viséo devida Texto 24 A CONCENTRACAO. Em muitos aspectos, a capacidade de se concentrar ¢ bem parecida com a de relaxar-se completamente, de modo que os dois processos esto algo relacionados entre si, Ambos constituem necessidades absolutas para qualquer pessoa que esteja tentando ser bem sucedida na vida pelo emprego detodas as faculdades mentais e pela aplicayo de todo o conhecimento Milhares de pessoas bem-sucedidas tém admitido que sua dificuldade em se concentrar devidamente foi um dos maiores problemas que elas tiveram que aprender a superar. Dificilmente ha uma hora do dia na vida de homens e mulheres atarefados, em que nfo seja de algum modo necessario 0 processo de concentrag&o mental. Nao é apenas necessaria a concentrac&o ao se tentar memorizar certos fatos, ou ao recordar fatos da meméria, mas é também necesséria a concentrarao ao se analisar, examinar ou classificar qualquer mimero de fatos, ou ao se examinar de maneira eficiente qualquer proposiggo ou assunto entre os que surgem no curso dos negécios humanos Na verdade, a capacidade de concentrapio aplica-se e afeta a tantas de nossas atividades mentais ¢ fisicas, hora a hora, dia-a-dia que constitui um fator de dirego e controle, responsavel nao apenas pela eficiéncia e pelo sucesso, mas também pela felicidade, pelo contentamento e o real desfrute de tudo aguilo que ocorre em nossas horas de vigilia. Quando a incapacidade de se concentrar devidamente atinge um elevado grau de vacilapéo, chega a afetar seriamente a consciéncia mental, conduzindo a perturbagies mentais e até mesmo a distirbios fisicos de varias espécies. Deve-se compreender, acima de tudo, que a consciéncia humana constitui um mecanismo e um tipo de fun;o psicologica muito complexos. O cérebro humano ¢ o grande controlador do funcionamento do compo humano, especialmente daquelas fungdes que sdo inteiramente voluntarias. A consciéncia do homem nao esta situada exclusivamente no cérebro. Constitui ela uma parte de toda célula viva do corpo A focalizayo da conscigncia ocorre no cérebro ‘Vemos que ¢ impossivel para 0 cérebro e a consciéncia do homem aperceber-se de mais de um pensamento ou de uma impresso ao mesmo tempo. Percebemos uma s6 coisa de cada vez. Vemos também que, a fim de apreciarmos devidamente nossa percepgao das coisas, precisamos focalizar nossa atengao € a consciéncia em uma coisa de cada vez. Isso exige concentragéio em sua forma mais simples. Porém, mais dificil do que isso é eliminar da mente as imagens, idéias e impresses que brotam de nossa meméria e que interferem no empenho de manter a consciéncia focelizada somente em um ponto ou assunto E uma realidade o fato de que o ato de pensar, outras formas de atividade mental e a concentrazo da consciéncia requerem o emprego de energia nervosa A atividade fisica também a exige. As pessoas podem se esgotar por cauda de atividades puramente mentais, do mesmo modo com que podem fazer com atividades fisicas Aprendemos ento que o melhor método para se concentrar é 0 de sentar-se em posigdo relaxadae quietamente, Isso possibilita ao cérebro pensar mais facil e eficientemente, porque arelaxapdo completa é de grande auxilio A primeira coisa a fazer com 0 objetivo da concentrapao ¢ escolher um objeto pequeno em seu lar, ou alguma coisa que traga consigo, como uma moeda chave, bolsa pequena um boto omamental, ou algo simples em desenho, observa-lo por alguns momentos até registrar sua aparéncia, depois fechar os olhos e tentarvé-lo mentalmente, to nitidamente quanto possivel Esse exercicio pode ser praticado descansando relaxadamente, ou em momentos de lazer, de moda que apés algumas semanas de pratica, consideré-lo-a um delicioso passatempo, quase como um jogo, descobrindo ao mesmo tempo que estara desenvolvendo trés faculdades pnmeiro, a faculdade de observarao e retenpdo das coisas, segundo, a capacidade de formar imagens e visualizar, terceiro, a capacidade de se concentrar Assim desenvolvera a capacidade de concentraydo, memonzayo e recorda;ao daquilo que tiver memorizado Texto 25 A HARMONIZACAO. ‘A expressio Harmonizagdo, bem conhecida dos Membros da Antiga e Mistica Ordem Rosae Crucis, designa o estado de consciéncia que todo Rosacruz deve realizar de uma forma permanente € defimitiva, se quiser conhecer a paz profunda da RosatCruz Nao podemos nos contentar em esperar passivamente pelos efeitos positivos que ela possa causar em nés. Regularmente devemos reservar um Tempo para tomammos dinémica a relapao que associa o homem a Deus. So assim nos tomaremos uma express&o viva da relaso de Harmonia Césmica O homem deve tomar viva ¢ dindmica a relaro que o une a Deus, portanto, deve ter uma relarZo clara do que é 0 Césmico ¢, por outro lado, saber de que modo pode se hamonizar com Ele Ha algo que ao mesmo tempo une e diferencia Deus e 0 Cosmico. O Césmico nfo é Deus. Esta distingo é fundamental para a vivéncia da Harmonia Césmica Do ponto de vista rosacruz, Deus é a energia que esta na origem de tudo que existe enquanto que o Césmico é essa energia em aco. Em outras palavras, Deus é a Forga Universal Criadora, e 0 Cosmico a Criacdo, visivel e invisivel Se desejamos ter a experiéncia consciente da Harmonia devemos estabelecer uma relayao consciente entre nos mesmos e a Criapdo Cosmica visivel e invisivel. O meio para estabelecermos essa hamnonia é, sem duvida a Hamonizayo, Existem dois métodos distintos, mas complementares para efetuarmos eficazmente essa harmoniza;ao © primeiro consiste em nos hammonizarmos com a Criarfo que nos é exterior, ou seja, com o Macrocosmo. O segundo método ¢ fundamentado na harmonizagéo com a Criaro que nos ¢ interior, ou seja com o Microcosmo. A Hamrmonizactio Macrocésmica consiste em comungarmos com o mundo que nos cerca Essa forma de hamonizayto deve nos elevar aos planos superiores de consciéncia Ela corresponde ao que numerosas tradigdes misticas ¢ esotéricas designam pelo nome de "Ascensdio Celestial Esta harmonizacfo com o Macrocosmo e as manifestacées da Terra, da Agua, do Are do Fogo no mundo infinitamente grande, leva-nos a comungar com o infinitamente grande da Criado Césmica Nesse tipo de hammonizagao, elevamos progressivamente nossa Consciéncia para o Macrocosmo, para os elementos que nos séo exteriores ¢ transcendem as limitarGes de nosso compo fisico. O olhar de nossa consciéncia ¢ elevado para planos de consciéncia que nos so superiores e que, confundem-nos com a imensidade, infinidade e imortalidade do Logos planctario. Essa clevaréo da consciéncia que nos transporta da Terra para o Céu nos coloca em ressonéncia interior com a Milsica das Esferas que Pitagoras atribuia aos planetas do mundo celeste que nos domina ‘A Ascenso Celestial nos coloca em concordéncia com certas notas universais que, por uma relapo harménica precisa, s4o unidas as notas que fazem parte integrante de nosso ritmo fisico, psiquico espinitual A Hamonizagao Microcésmica tem por finalidade penetramos nas profundezas de nosso ser € nos fazer ouvir o ritmo da Criagdo que vibra em nos. Esse ritmo interior ¢ que anima todos os érgdos e células de nosso compo fisico e, numa frequéncia muito sutil, todos os centros denosso corpo psiquico Isto significa que, ao concentrarmos nossa consciéncia nos érgaos de nosso ser fisico, estimulamos automaticamente a consciéncia dos orgios psiquicos que lIhes correspondem. Enquanto a Ascenséo Celestial tem 0 objetivo de nos elevar ao diapasio do ritmo planetario e universal. A introspero psiquica nos hamoniza com o sitmo organico e celular de nosso compo fisico ¢, como consequéncia disso, com 0 denosso corpo psiquico Essa harmonizasao com a Consciéncia do Microcosmo e as manifestagdes da Terra do Ar, da Agua e do Fogo no mundo infinitamente pequeno nos ajuda a nos conhecermos melhor, pois nos da condigdes para nos colocarmos em ressonancia com a atividade ritmica de nosso corpo ¢, por seu intermédio, com o ritmo Césmico que vibra em nosso ser. Isso no significa que exista uma dualidade de apo e reaydo nanatureza do Césmico. Nao ha uma energia cosmica agindo em nds ¢ outra fora de nés. Sé ha uma esséncia Cosmica, ¢ essa esséncia unica e indivisivel age ao mesmo tempo em nés e fora de nés, com o mesmo poder e amesma inteligéncia As duas formas de comunhéo so apenas dois métodos complementares para aredlizarao da Hamoniza;ao Os Rosacruzes sentem ¢ compreendem a importancia dos periodos de Harmonizagao, porque eles séo a chave do rosacrucianismo ¢ do misticismo em geral. Esses periodos purificam regeneram nosso ser fisico, psiquico, espintual ¢, nos aproximam cada vez mais defimitivamente do estado de Paz Profunda Em primeiro lugar isto significa que contribuem para a manutenso ¢ o melhoramento da saide, purificam nossa natureza emocional e com isso fortalecem as qualidades vibratorias de nosso ser psiquico, Em segundo lugar, nos dao acesso a soluso de todos os nossos problemas humanos, pois néo existe problema sem solugo no Césmico. Em terceiro lugar, 0 objetivo do Rosacruz ¢ vivenciar 0 misticismo, eo misticismo €, por definip4o, o estudo e a prética da relapéo que une o homem ao Deus de seu coragao. Sendo essa rela;o harmdnica e hamoniosa, através da Hamonizapfo podemos compreender sua origem, sua natureza ¢ os poderes infinitos que ela confere a quem a domina Finalmente, tudo isso pressupie que esses periodos aumentam a radiarfo magnética de nosso ser espiritual ¢ nos tomam cada vez mais conscientes dapresenga de Deus em nos e ao redor denos Texto 26 UMPOEMA MisTICO O poema “Se”, do escritor inglés Rudyard Kipling, Prémio Nobel de Literatura em 1907, é uma joia de valor espiritual inestimavel, que merece profundas reflexes. Desfrutemos agora destas palavras imortais, deixando que as mesmas se impregnem profundamente em nosso ser SE Se és capaz demanter tua calma, quando, todo mundo ao redor ja a perdeu e te culpa De crer em ti quando esto todos duvidando, e para esses no entanto achar uma desculpa, Se és capaz de esperar sem te desesperares, ‘ou, enganado, no mentir ao mentiroso, On, sendo odiado, sempre ao 6dio te esquivares, endo parecer bom demais, nem pretensioso, Se és capaz de pensar - sem que aisso s0 te atires, de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores. Se, encontrando a desgraca eo triunfo, conseguires, tratar damesma forma a esses dois impostores, Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas, em ammadilhas as verdades que disseste Eas coisas, por que deste a vida estracalhadas, erefazé-las com o bem pouco que tereste, Se és capaz de amriscar numa tinica parada, tudo quanto ganhaste em todaatua vida E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada resignado, tomar ao ponto de partida De forgar corapo, nervos, misculos, tudo, adarsejao que forque neles ainda existe E apersistir assim quando, exausto, contudo, restaavontade em ti, que aindate ordena Persiste! Se és capaz de, entre a plebe, néo te corromperes, «, entre Reis, ndo perder anaturalidade E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, se atodospodes ser de alguma utilidade, Se és capaz de dar, segundo por segundo, 20 minuto fatal todo valor e brilho, Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo, e-o que ainda é muito mais —tués um Homem, meu filho! Texto 27 A ALEGRIA DE VIVER Nao ha duas pessoas, entre nds, que se expressem do mesmo modo. Nao ha duas pessoas que sejam exatamente iguais. A nossa maneira de viver e pensar e 0 nosso comportamento para com os outros expressam uma parte danossa compreenséo e evolugfo individual Somos diferentes porque assim o quis Criador, no esquema geral das coisas, Essa diferenga pode ser observada em todas as manifestardes do Ser Divino e, em particular, na Natureza. Todavia, ninguém vive somente para si mesmo. Isto s6 seria possivel se um individuo fosse o unico habitante da Terra. Cada uma das atividades diarias do homem, direta ou indiretamente afeta uma ou mais pessoas, Portanto, é essencial cultivarmos uma compreenséo de nés mesmos, do nosso ambiente e de todo o Cosmos, para podermos sentir a alegria de viver. Todos os dias devemos expressar a nossa gratidéo pela vida que nos pemmite desfrutar da existéncia terrena, pattilhar o que recebemos, manifestar a nossa espinitualidade e a divindade em nds infusas. Devemos dar graras, incessantemente, por essa atividade diaria, através da qual expressamos as nossas faculdades inteniores ¢ os nossos poderes latentes. Ao chegar um feriadlo, devemos anda encher- nos de gratido, enquanto temporariamente colocamos delado o fardo dasnossas ocupagdes materiais Com demasiada frequéncia, tendemos a pensar que a vida s6 ¢ feita de tristezas e dificuldades Presumimos que os outros esto sempre mais felizes do que nos, olhamos, e nossos olhos nada enxergam. Uma de nossas metas na vida deve ser a de alcanyarmos felicidade, e isto, na verdade, esta mais proximo de nos do que os nossos prdprios pés e as nossas m&os. Nao é necessério sermos ricos, poderosos, ou ocupammos elevadas posicdes, para sermos felizes. Com freqliéncia, os homens mais humildes sto os mais felizes Tendemos a criar necessidades, demodo que o luxo logo parece constituir uma necessidade Na verdade, Deus nos concedeu tantos privilégios e tantas possibilidades que, de boa £4, seria dificil sentimmo-nos infelizes quanto ao que somos e recebemos. Todos nés somos abenjoados com dadivas, porém nem sempre as percebemos, ¢, ainda nos lamentariamos mesmo que o proprio universo nos pertencesse, Esquecemos tudo o que temos a nossa disposiggo para lamentar o que nos falta Aprendamos a ser gratos pelas dadivas que recebemos, e, assim, abriremos de par em par as portas para as novas dadivas. Todavia, jamais devemos presumir que estamos quites porque demos grapas. Devemos sempre nos perguntar se verdadeiramente merecemos aquilo que recebemos. Nao teremos muitas vezes, recebidos sem dar? Temos partilhado com outrem anossa alegnia e anossa gratidao? ‘Muitos so os que rogam a Deus ¢ ao Césmico. Mas, na verdade, poucos s&o os que expressam sua gratidao. Escutemos a suave e sutil voz interior, que nos impele a dar gracas pela plenitude da vida que nos pertence E nfo sejamos gratos apenas pelas vantagens materiais, mas também por nossa aptiddo para semmos compassivos, para compreender os outros, para confiar e nutnr a esperanca de um futuro melhor Sejamos gratos se encontramos um modo de ajudar alguém. Expressemos nossa gratido por recebermos os sentidos para perceber ao tato, ver, ouvir, a manifestardo da divina obra, todos os dias, para “sentir conscientemente” a nossa gratido pelo que possuimos, Logo verificaremos que a nossa tarando esta apenas cheia, mas, transborda Desde o momento em que acordamos, de anh’, ¢ muitas vezes durante o dia recolhamo-nos 4 solitude do nosso proprio Eu, € expressemos, do amago do nosso corapo, a nossa gratidao pela vida que se manifesta em nosso interior € pelos privilégios recebidos. Sejamos gratos pela sade de que desfrutamos, pela familia em cujo seio vivemos, e, também, por nossa maior dadiva: a possibilidade de partilhar com os outros. Num surto de gratido, roguemos ao Césmico que nos inspire, que nos dé fortaleza e nos ampare em nossos esforzos, Assim, nos tomaremos receptivos, aos poderes infinitos e nos colocaremos em tal grau de hamonia que a divina esséncia do Césmico se infundira em nosso Ser. Cada dia representa uma oportunidade para meditarmos sobre os privilégios, 0 conhecimento e a compreenséo que alcanpamos. Hoje, no trabalho, amanh& nas férias, expressemos a nossa gratido por todas as béngdos césmicas, para que estejamos sempre imbuidos do verdadeiro espirito de gratidao e reconhecimento Texto 28 DESIDERATA, UMCAMINHOPARA A VIDA. A palavra “desiderata” é de onigem latina e quer dizer “coisas desejadas como essenciais". E também o nome de um dos poemas mais lidos e conhecidos do mundo, que nos traz uma belissima mensagem de f6, esperanga e amor. Escrito em 1927 pelo advogado e poeta americano Max Ehrmann, Desiderata foi bastante reproduzido durante anos a fio. Na década de 50, sua autoria ficou esquecida e deu origem alenda de que datava do século 17. Isso ocorreu porque o paroco da Igreja de Saint Paul, em Baltimore, o Reverendo Frederick Kates, copiou o poema para os seus figis e postenomente alguém que o reproduziu sem incluir o nome do autor, colocando a observaro que o poema tinha sido "encontrado na Igreja de Saint Paul, datado de 1692". Na verdade, o ano de 1692 ¢ 0 de fundagao da Igreja de Saint Paul. Durante a guerra do Vietng, os hippies adotaram o poema Desiderata como uma de suas bandeiras. O poema chegou mesmo a ser receitado por alguns médicos, que o consideravam to inspirador a ponto de propiciar o re- equilibrio damente e do corpo Conhegamos agora este belo texto mistico DESIDERATA, UMCAMINHO PARAA VIDA Siga tranquilamente entre a pressa ¢ a inquietude, lembrando-se que ha sempre paz no siléncio. Tanto quanto possivel, sem se humilhar, mantenha boas relapdes com todas as pessoas. Fale a sua verdademansa e claramente e oupa a dos outros, mesmo a dosinsensatos ¢ ignorantes, pois eles tambem tém sua propria historia Evite as pessoas escandalosas e agressivas. Elas afligem o nosso espirito Se vocé se comparar com os outros, tornar-se-a presunsoso e magoado, pois haveré sempre alguém superior e alguém infenor a vocé. Vocé ¢ filho do Universo, imo das estrelas ¢ arvores. Vocé merece estar aqui, ¢ mesmo sem vocé perceber, a Terra e o Universo vo cumprir o seu destino Desfrute das suas realizardes, bem como dos seus planos. Mantenha-se interessado em sua carreira, ainda que humilde, pois ela é um ganho real na fortuna cambiante do tempo Tenha cautelanos negécios, pois o mundo esta cheio de asticias, mas nfo se tome um cético, porque a virtude sempre existira Muita gente luta por altos ideais e em todaa parte a vida esta cheia de heroismo Seja vocé mesmo, principalmente, N&o simule afei¢o. Nao seja descrente do amor, porque mesmo diante de tanta aridez e tanto desencanto ele é to perene quanto a selva Aceite com carinho o conselho dosmais velhos e seja compreensivo com os aoubos inovadores dajuventude Alimente a forga do espirito que o protegerd no infortinio inesperadio, mas nao se desespere com perigos imaginarios. Muitos temores nascem do cansaro ¢ dasolidao, e a despeito deuma disciplina rigorosa, Seja gentil para consigo mesmo Portanto, esteja em paz com Deus como quer que vocé o conceba e quaisquer que sejam seus trabalhos e aspiragdes Na fatigante confusdo da vida, mantenha-se em paz com a sua propria alma, apesar detodas as falsidades, fadigas e desencantos. O mundo ainda bonito Seja prudente e facatudo para ser feliz | Texto 29 DECLARACAO ROSACRUZ DOS DEVERES DO HOMEM Desde que os homens tomaram consciéncia da necessidade de viverem em sociedades orgenizadas cles crtaram diversas formas de govemo para assegurarem o seu funcionamento. Hoje parece que através dademocracia que se expressam melhor os interesses e as aspira;des dos individuos em particular e dos povos em geral. Com efeito, embora esse sistema seja imperfeito e tenha muitas fragilidades, séo atualmente as sociedades democraticas que melhor garantem os direitos do Homem tais como esto definidosna Declarapéo Universal Mas, se 0 respeito aos direitos de cada um ¢ o fundamento de toda democracia, qualquer democracia que nao estimule os referidos direitos tem em si mesma os germes da decadéncia e propicia a emergéncia de uma ditadura. Como a Historia tem mostrado, o bom funcionamento de uma sociedade depende de um equilibrio apropriado entre os direitos e os deveres de todo individuo. Quando esse equilibrio chega a ser rompido, seja alias ao nivel de govemantes ou de govemadas, os mais extremos totelitarismos se apossam da situago e mergulham as na;des em pautano caos ena barbaric. No alvorecer do século XXI, constatamos que em muitos paises onde a democracia se tomou uma instituipo de longa data os direitos dos cidadaos tém primazia sobre os deveres que lhes incumbem como seres humanos, de modo que o equilibrio é, se ndo rompido entre estes ¢ aqueles, pelo menos muito amearado. Receando que esse desequilibrio se amplie e acabe nesses mesmos paises numa regressio da condigéo humana apresentamos esta Declarapao dos Deveres do Homem a todos aqueles que compartilham danossa inquieta;ao DECLARACAO, Astigo 1: Todo individuo tem o dever de respeitar sem preconceito os direitos do Homem, tais como esto definidosna Declaragéo Universal Astigo 2: Todo individuo tem o dever de respeitar a si mesmo e nfo aviltar seu compo ou sua consciéncia por comportamentos ou préticas que firam sua dignidade ou suaintegridade Astigo 3: Todo individuo tem o dever de respeitar os outros, sem distingo de raza, sexo, religiao, classe social, comunidade ou qualquer outro elemento aparentemente distintivo Astigo 4: Todo individuo tem o dever de respeitar as leis do pais onde vive, ficando entendido que essas leis devem ter por fundamento o respeito aos seus mais legitimos direitos Astigo 5: Todo individuo tem o dever de respeitar as crengas religiosas ¢ as opiniGes politicas dos outros, desde que elas nao prejudiquem nem a pessoa humana nem a sociedade. Astigo 6: Todo individuo tem o dever de ser benévolo em pensamento, palavra e aro, a fim de ser um agente dapaz social ¢ um exemplo para os demais Astigo 7: Todo individuo com idade, estado ou condigo de trabalhar, tem o dever de fazé-lo, seja para supnr suas necessidades ou as de sua familia, para ser util a sociedade, para se desenvalver no aspecto pessoal ou simplesmente para ndo se perder na ociosidade Astigo 8: Todo individuo que tenha a seu encargo a educayo de uma crianga tem o dever de nelainculcar a coragem, atolerancia, a ndo-violéncia, a generosidade e, de modo geral, as virtudes que dela faram um adulto respeitavel e responsavel Astigo 9: Todo individuo tem o dever de prestar assisténcia a quem quer que esteja em perigo, seja intervindo diretamente, seja fazendo o que for necessério para que as pessoas habilitadas a intervir 0 fagam Astigo 10: Todo individuo tem o dever de considerar a humanidade inteira como sua familia ¢ de se comportar em toda circunstancia e em todo lugar como um cidadao do mundo, fazendo assim do bumanismo a base de seu comportamento e de sua filosofia Astigo 11: Todo individuo tem o dever de respeitar os bens alheios, sejam eles privados ou publicos, individuais ou coletivos. Astigo 12: Todo individuo tem o dever de respeitar a vida humana e consid eré-la como o mais precioso bem que existe neste mundo Astigo 13: Todo individuo tem o dever de respeitar a natureza e preservé-la, a fim de que as gerapdes presentes e futuras possam dela se beneficiar em todos os planos ¢ nela vejam um patriménio universal Astigo 14: Todo individuo tem o dever de respeitar os animais ¢ consideré-los verdadeiramente como seres, nao apenas vivos, mas também conscientes e sensiveis. Se todos os individuos cumprissem estes deveres fundamentais, haveria poucos direitos a reivindicar, pois cada qual se beneficiaria do respeito que lhe ¢ devido e poderia viver feliz na sociedade Por isto toda democracia nfo deve se limitar a promover um “estado de direitos”, caso em que 0 equilibrio evocado no Prologo nao pode ser mantido. E imperative tambem que ela preconize um “estado de deveres”, a fim de que todo cidadao expresse em seu comportamento aquilo que o Homem tem de melhor em si. $0 apoiando-se nesses dois pilares € que a civilizarao podera assumir plenamente seu status dehumanidade Texto 30 O RUBAIYAT Omar Khayyam foi um mistico persa que nasceu em 1040 e morreu em 1120 denossa era Seu poema “Rubaiyat” é considerado pleno de ensinamentos espirituais, velados pelo estilo poético. A seguir, leremos algumas quadras desteimortal escrito. Que ele seja tema de nossas futuras meditarBes 4 Que o teu saber nfo humilhe o teu proximo Cuidado, nfo deixes que aira te domine Se esperas a paz, som ao destino que te fere, no firas ninguém. 12 Além daTerra, pelo Infinito, procurei, em vo, 0 Céu e 0 Infemo Depois uma voz me disse Céu e Infemo esto em ti 35 Enquanto 0 rouxinol Ihe entoava um hino, murchou a bela rosa por causa do vento sul Lamentaremos por ela ou por nés? Quando morrermos, outra rosa desebrochara 47 Se em teu corapdo cultivaste arosa do amor, quer tenhas procurado ouvir avoz de Deus, ou esgotado a taga do prazer, atua vidanéo foi em vao 103 Nestanoite caem pétalas das estrelas, mas o meu jardim ainda ndo esta coberto delas. ‘Assim como o céu derrama flores sobre a terra, verto em minha taga o vinho dacor das rosas 115 Despe-te dessas roupas que te envaidecem e que nfo trazias ao nascer, os teus conhecidos nao te cumprimentaro mais, mas em teu peito cantaréo os Serafins do céu Texto 31 OPODER RADIANTE DOAMOR O Amor é a atragfo de particulas césmicas para um persistente padrao de hammonia Tanto podemos sentir como desfrutar desse intercémbio de forgas cosmicas e, venturosamente, podemos ajustar nossa vidademodo a encontrar e viver isto que chamamos de Amor. E também bastante aparente, entretanto, que 0 amor nos ¢ esquivo, Grande parte da nossa vida vida passa ao largo desta manifestaro to sublime. Passamos nossas horas nos campos infecundos da preocuparo ¢ do medo, expelindo nossas antipatias e reprovacSes, reprimindo nossa capacidade de trazer alegnia e luz para o mundo que nos cerca Poucas pessoas existem (se é que existe alguma) que nfo busquem ativamente uma vida de amor, que ndo dariam tudo para possui-lo. Por ele anseiam com tal paixfo que sua simples auséncia € causa de dor e frustrapao. O mundo é verdadeiramente um vale de lagrimas para essas pessoas, Porém, nfo precisa ser assim. N&o ha Lei Césmica que negue ao homem a possibilidade de amar e ser amado. Sdo apenas as trevas daignorancia do homem que o privam daesplendorosa radiayao do amor. Onde pode o homem encontralo? Que deve fazer para erguer o véu que dele oculta o amor? A resposta ¢ simples, mas ¢ dura a lipo. A resposta € o homem deve dar amor! Pelo simples ato de amar outras coisas e pessoas, ele se enchera de amor. Nao havera chance para coisas negativas como os outros agiro ou pensario, se retribuirdo o amor, ou néo, pois ele estara feliz e desfrutara de toda a plenitude da vida, porque estara amando, altruista e inequivocamente Esse tipo de amor é uma radiaro que atrai calor e bondade para aquele que ama Nada pede, nada exige. E tdo somente uma parte integrante do proprio individuo, disponivel a todos que desejam se beneficiar, e que nao é imposta a quem recuse Podemos conseguir muito mais com uma atitude de amor do que com uma atitude de agressto Porém, nosso amor nada deve pedir ou exigir. Deve ser, simplesmente, nosso estado normal de elevarao Assim, atrairemos para nés muutas coisas que buscam a Luz. Veremos o mundo enriquecer-se em cor diversidade, Aqueles que ‘preferem as trevas permanecerfo afastados consigo mesmos, mas nds descobriremos que a luz do nosso amor abriré novos horizontes de felicidade que jamais sonhamos existissem Tente isto amanh’ a partir do momento em que se levantar deixe brilhar a sua luz. E faca-a brilhar o dia inteiro, Nao espere respostas, no conte com qualquer rearo, ndo imponha coisa alguma aos outros. Apenas irradie seu amor, e observe o que atrai para o seu caminho Texto 32 EVOLUCAOPELA PAZ MUNDIAL, A NAO VIOLENCIA Numa época em que se fala tanto em violéncia, onde a sociedade sente crescer cada vez mais a criminalidade e que os govemos se sentem menos potentes em vencer a escalada dos contraventores ¢ bandidos, quem pode ajudar a amenizar este aparente caos social? A paz do mundo depende da paz mental de cada ser humano, de cada familia. A paz mental ¢ um estado de equilibrio do individuo, ela se expressa quando todos os aspetos da personalidade tém todas as suas necessidades satisfeitas. Nesse caso, todo o ser est em repouso, néo ha desejos ardentes, nem anguistia provocada pela falta de alguma coisa Apenas 0 gozo tranquilo da harmonia é sentido em todos os niveis da personalidade. Como pode cada individuo obter paz mental e desta forma a sociedade se tomar mais amena? Consideremos as necessidades humanas como ilustra;o. Suponhamos que o homem s6 tivesse uma necessidade: saciar a fome. Paz mental, ento, seria a satisfarao que ele sente apos uma refeicao saborosa. Evidentemente, esta paz mental ndo pode durar muito, poucas horas depois a pessoa tera que se alimentar novamente. Se vivesse em incerteza quanto a realiza;ao de sua proxima refeirao, nfo tenia paz mental, ano ser a que desfrutou durante o curto periodo em que consumiu a sua refeicdo, Se, todavia, os meios fossem suficientes para assegurar refei;o para o resto da vida, os periodos entre as refeigies regulares nao interferiniam em sua paz mental Porém, nossas necessidades séo mais complexas. Assim, estamos, 0 tempo todo, tentando aumentar nossa capacidade para satisfazer todas elas, com o minimo de angustia ou temor nos periods entre uma e outra satisfapao. Somos seres que expressamos nossas necessidades de trés maneiras diferentes: a fisica, amental ¢ a espinitual, Nos aspectos fisico ¢ mental o ser humano encontra paz mental pela satisfa;o de suas necessidades, mas é 0 espiritual que auzilia o processo de obten¢do de paz, mesmo quando um ou outra dos aspectos fisico e mental, esteja insatisfeito. Este terceiro nivel da existéncia, o espinitual, abrange o amor, a bondade e a compaixao por todas as criaturas, Também esta relacionado com qualidades como a justiga e alealdade, respeito e confianca, humildade e fé Todos nés buscamos a felicidade. Ela se manifesta quando alcanzamos paz mental em todos os trés niveis de nossa existéncia Toma-se evidente, portanto, que a felicidade ¢ o complemento de uma personalidade hamoniosa, bem integrada Podemos fazer compensar a falta de satisfapfo fisica dingindo nossa energia para maior desenvolvimento de nossa vida mental, por exemplo. Demasiado dispéndio, por outro lado, em determinada Area diminuira a disponibilidade para a outra A compensayao no é sacrificio, Sacrificio ¢ perda sem proveito proporcional. No caso da compensayo, o proveito é sempre maior do que a perda Para ilustrar este ponto, suponhamos que a esposa no mais seja capaz de compattilhar com seu marido das emosies do alpinismo, por questées de saude. Ele abandona seu esporte favorito para poder passar seu tempo livre com sua esposa e ambos encontram nova distragao que ¢ compativel com sua condigao. Se houver entre os dois um lago espiritual genuino, esta nova expresso de amor tomar o ajuste uma compensayao. Sem amor seria um sacrificio. Situardes que exigem ajuste, seja em favor da propria pessoa, ou em favor de alguém mais, so mais facilmente superadas e proporcionam maior satisfaro se delas fizermos uma oportunidade para analisar nosso jogo de valores e para revisalos, se necessério, em favor de expressées de vida mais sublimes. Frequentemente, isto significa a diferenca entre um sactificio e uma compensago. No final das contas, a paz mental ¢ a felicidade independem de circunsténcias exteriores. Séo exclusivamente detemminadas pela nossa disposigo ¢ capacidade para fazer justica a todos os aspectos de nossa personalidade, usando da possibilidade de compensaro. O grau de paz mental e felicidade que formos capazes de alcansar provara a nossa posi;ao na escola davida Portanto, a diminuirao da violéncia depende do aprimoramento dos valores que as pessoas, orgéos ¢ entidades possam promover na sociedade, nas familias e no individuo. Aumentando a paz mental em adauma destas células, o mundo estara cada vez mais em paz Texto 33 A PAZ DO CORACAO A paz do coragao esta ligada a vida emocional e sentimental, E dbvio que essa paz é impossivel de ser adquinda por todos aqueles que abigam pensamentos de odio, maldade, inveja ciume, vingansa, intolerancia ¢ demais sentiments que os tomam escravos de si mesmos. Esses sentimentos criam desordens emocionais muito destrutivas. Naverdade, déo margem a uma forma de envenenamento mental que afeta o equilibrio do nosso compo psiquico ¢, por consequéncia, a harmmonia do compo fisico. Esse veneno emocional é, como vemos, um inimigo, tanto para a paz do corapo quanto para a paz do corpo Por consequéncia, ele vai levando progressivamente a autodestruipo do Ser. Muito raros so os seres humanos que nunca passam ou nunca passaram pela experiéncia da guerra interior, provocada pelos pensamentos negatives. Temos os meios para neutralizar o efeito destrutivo de nosso pensamento negativo ¢, o que ¢ extremamente importante, a possibilidade de nos proteger de pensamentos maus que outras pessoas possam ter anosso respeito Quando for necessério anular a consequéncias nocivas de nossos proprios pensamentos discordantes, basta reconhece-los pelo que so no momento em que surgem em nossa mente e transforma- os em pensamentos positivos e construtivos. Nao se combate um pensamento negativo reprimindo-o ou criando uma relazgo de forzas com ele. E muito mais produtivo trazé-lo a luz, andlisalo, aceitalo e substitui-lo por um pensamento denatureza oposta Querer combater frontalmente nossos pensamentos negativos seria atribuir-lhes uma importéncia ainda maior, mais forte presenga, além de acentuar seus efeitos pemiciosos. E mais sébio substitui-los por pensamentos construtivos, realizando assim uma transmuta;ao mental e emocional. Nesse sentido, a prece é a chave do corapo, que nos possibilita levar a bom temo essa alquimia mental e emocional. Assim, quando percebermos um pensamento de ddio, nem que seja so por um segundo, devemos entronizar um pensamento de amor em nosso cora;ao ¢ ali manté-lo por varios instantes. Se a sombra do citime ou da inveja paira sobre nés, devemos substituila pela luz da degra compattilhada Se o espectro da vinganga se desenha por tras de nossas emo;des, devemos transformala em uma imagem vivida de perdao. Efetuando sistematicamente essa substituirao mental e emocionel, neutralizamos os efeitos destrutivos de nossos proprios pensamentos negatives e vivenciamos a Paz do Coragao Quando nos sentimos agredido por pensamentos negativos que outras pessoas abriguem a nosso respeito, cabe-nos ignora-los, ou, no minimo, negar-lhes uma importancia tal que eles acabem por suscitar em nos pensamentos igualmente negativos, o que nos tomaria vitimas ¢ ctimplices da maldade alheia e faria de nés mesmos os culpados por nosso proprio envenenamento mental. Ao invés disso, envolvamo-nos com 0 manto mistico que nos toma insensiveis aos ataques da ignoréncia e fagamos o bem sem nos preocuparmos com 0 que cora;des inimigos possam pensar denés Estas poucas sugestées se referem a responsabilidade que assumimos quando deixamos a guerra mental e emocional coroerem a paz do nosso corapio. Essa paz, néo obstante, pode ser também lesada por acontecimentos problematicos que nao foram necessanamente causados por nés, A vida de todos n6s, desde o nascimento até a morte, € marcada por dores de diferentes graus, que perturbam consideravelmente nosso equilibrio interior A falta de afeto, as decepgdes sentimentais, a dor das separagées, o profundo desalento que advém da perda de um ente querido, so problemas emocionais que afetam a paz do corardo. Nesse caso, devemos ir buscar na espinitualidade o conforto de que tanto necessitamos. Por outro lado, uma vez que recebemos, na medida em que damos, temos o dever de isvadiar pensamentos de amor, compaixéo e conforto para todos as que sofrem em seu coragéo, para ausilialos a realizar com éxito a alquimia emocional, que lhes propiciara a paz do corarao, e, algum dia, avolta dalegria de viver. Texto 34 NOSSO CEU NATERRA Jesus sempre lembrava aos seus discipulos ¢ aqueles que ouviam atentamente, que o reino dos céus estava no so proximo, mas que com ele se pode fazer contato mais cedo do que espera a multidao, ¢ que o portico real para esse reino se acha em nosso interior. O Reino de Deus esta dentro denés! Qualquer que seja 0 modo como consideramos as prédicas de Jesus a esse respeito e coloquemos de lado todo o seu simbolismo, o fato que sobressai é que ele tomou o Céuimanente, um reino de que os que estéo na Terra pode desfrutar. Certamente, nao foi ele o originador da ideia de que a maior ou mais intima das alegrias do Céu s6 poderia ser sentida apos a transigdo (morte). Aqueles que se inclinam a vida espisitual tém freqientemente a impresso de que a vinda da hammonizago espiritual e o conseqiiente contato com o Reino dos Céus nada mais traz sendo alegria espiritual, que tem o seu reflexo na alegna terrestre. Tais pessoas ficam desapontadas e desencorajadas na sua jomada as alturas espirituais, pelas tristezas e penas que continuam a experimentar e, especialmente, pela grande melancolia que parece ser patte daluz espiritual que gradualmente ilumina a sua consciéncia Para o mistico isto é facilmente compreensivel, e 0 Reino dos Céus significa para ele, um contato com todos os corardes e mentes do universo, e com todas as alegnas e tristezas da expeniéncia humana O Céu nao pode ser um lugar de alegrias continuas, pois devem existir tristezas e melancolias como resultado dos erros, dos danos ¢ das penas das multidées que vivem nas trevas, ou esto evoluindo lentamente para a perfeicao espiritual A senda da vida espiritual e da vida mistica é a senda da vida abundante, uma certa realizapéo da vida que traz a consciéncia de cada individuo uma aguda apreciayo das dores, bem como das alegrias e ambi;des, dos desapontamentos e tristezas de todas as criaturas vivas. O mistico ¢ sensivel néo sé as alegrias e bénsos, ao contentamento e aos cAnticos de juibilo que habitam o corapo dos bons ¢ corretos, mas também as penas, remorsos, lastimas e dores do corapo do pecador. O mistico sempre hamonizado com a consciéncia de Deus e das Hostes Celestiais sente 0 que sentem estes sofredores, ¢ compartilha em algum grau, da tristeza e da pena Assim, o mistico passa seu tempo entre uma grande alegna e uma grande tnsteza, ele sente o pulso do Universo, 0 corarao do homem, ¢ 0 espirito de Deus trabalhando em todas as coisas e atuando em todos os seres Essa harmonizayo completa com todas as forgas construtivas em operapo no universo e com a consciéncia combinada de todos os seres, toma abundante a vida do mistico. uma vida de plenitude e de refulgéncia Toma a vida nfo so mais complexa porém mais interessante. Retira as horas de lazer da sombra e afasta da nossa existéncia terrena todo sentido de isolamento e separa;o de nossos semelhantes ¢ de nosso Pai celestial! Toma o horizonte da alvorada matizado com as cores mais magnificas da experiéncia humana, e colore o sol meridiano com um esplendor de vida que s6 pode vir através de se viver a vida em toda a sua plenitude. Essa hamonizayao toma o crepusculo dourado do final do dia um panorama de contato humano ¢ uma expresso dos interesses espirituais e mundanos, combinados para manifestar Deus e os Seus maravilhosos poderes. Texto 35 ESCUTA © CANTO DA VIDA Mabel Collins Busca-o ¢ escuta-o primeiramente em teu proprio corac&o. Ao principio, talvez dira que nao esta ali, que quando buscas sé encontras discordancia. Busca-o mais profundamente. Se ainda assim fracassas, detém-te um instante e ainda mais profundamente olha. Em todo cora;o bumano existe uma natural melodia uma obscura fonte Pode estar coberta, oculta e silenciosa por completo, porém, cla ali nesta Na base mesma da tua natureza encontraras a fé, a esperanga e o amor. Agquele que procura 0 mal, recusa olhar para dentro de si mesmo, cerra seus ouvides a melodia do seu corapao, assim como os olhos aluz de sua alma E assim age, porque acha mais facil viver submerso nos desejos, Mas, no fundo de toda avida existe uma corrente impetuosa que néo reconhece obstaculos, as grandes aguas esto realmente ali Encontra-as ¢ perceberas que ninguém, nem mesmo a criatura mais miseravel, deixa de ser uma parte dela por mais que procure fechar os olhos e construir para si uma fantastica forma extema de horror Todos os seres, entre os quais penosamente avangas, sao fragmentos do divino E to enganadora é a ilusdo em que vives, que é dificil adivinhar se perceberas primeiro a doce voz no coraro dos outros ou no teu. Porém, sabe que se encontrara seguramente dentro de ti, Busca-a ai, e uma vez que a tenha ouvido, distingui-la-a mais rapidamente ao teu redor. Texto 36 ESCUTA © CANTO DA VIDA ~ IT Mabel Collins Aprende dele a ligéo de hammonia Tu podes entéo manter-te ereto, firme como uma rocha no meio do tumulto, obedecendo ao guerreiro que é tu mesmo e teu rei. Indiferente ao combate, salvo na execuso de seus mandatos, e sem preocupar-te com o resultado da batalha, porque uma coisa é importante: que 0 guerreiro venca, ¢ tu sabes que néo pode ser derrotado, permanece, assim, sereno e vigilante, e usa da faculdade de ouvir, que adquiris-te por meio do sofrimento e da destruigo do sofrimento Enquanto nfo fores mais do que homem, apenas fragmentos do grande canto chegardo aos teus ouvidos. Mas, se ouvires, imprime-o finalmente em tna memoria, de modo que nada se perca do que tenha chegado ati, e dele procura aprender o significado do mistério que te rodeia Com o tempo no teras necessidade de instrutor algum. Porque assim como 0 individuo possui uma voz, Aquele em que 0 individuo existe a possui também. A propria vida tem a sua linguagem e nunca permanece silenciosa, E esta linguagem no é um grito, como poderias supor tu que és surdo, mas um canto. Aprende dele que tu és uma parte da Harmonia, aprende dele a obedecer as leis da Hamonia Texto 37 UM TEXTODE SAINT MARTIN Louis Claude De Saint Martin, também conhecido como “O Filésofo Desconhecido”, foi um grande mistico do século XVIII e, com toda probabilidade, um Rosacruz Ele escreveu textos muito inspiradores, dos quais selecionamos um para estameditagao “Oh, Homem, assegure a sublimidade ¢ a extensio de teus privilégios! O universo sofre, a alma do homem esta no leito do sofrimento. O corago de Deus espera que vocé dé acesso ao Seu Verbo no Universo ena Alma do Homem. Logo, vocé tem o poder de dar repouso ao Universo, Alma do Homem ao Corarao de Deus. Oh, Homem, vocé néo escuta como todos pedem ati o repouso; como imploram a ti para que nao negue este repouso, como dinigem a ti esta tocante suplica “Diga uma so palavra e minha alma sera curadal” Uma ora;ao que voré devenia ter continuamente em sua bora, dirigida a Ele, que foi o pnmeiro a estender seus braros para te ajudar em tua afligao. Oh, Homem, diga entao esta palavral Vocé nfo tera o seu proprio repouso enquanto néo pronunciéla Nao deixe mais que o corapo do homem permanesa fechado em seu fio confinamento;, faga com que o centro da alma humana se abra Tal ¢ a sua grandeza, que o repouso de todas as regides esta ligado com o proprio repouso e gléria da alma Por este intermédio, o homem néo so é colocado como o soberano e administrador das obras de Deus, mas também constituido e estabelecido pela etema caridade Divina, o seu ardor e 0 seu amor podem se tomar o compasso do amor e ardor do Poder Etemo, que seu coraro possa, de alguma forma, se tomar o Deus de teu Deus Porém, se seu coragéo pode, de certa forma ser aqui em baixo o Deus de teu Deus, imagine as consequiéncias caso vocé pare! O Homem néo pode parar um instante a sua obra sublime, sem que tudo o mais sofra com a sua preguica e indoléncial Oh, Homem, respeita o teu trabalho! Deixa o teu Ministério sagrado ser a tua gloria, mas estremegal Vocé ¢ encarregado pela harmonia da natureza, pelo repouso das almas de teus semelhantes ¢ pelas inefaveis alegrias Daquele que E, e cujo nome ¢ SEMPRE. E verdade que a oragéo do homem nfo ¢ menos necesséria para a felicidade das criaturas do que 0 movimento é necessério para a existéncia do universo. Contudo, esta oragao possui dois momentos: um deve ser empregado em atingir nossos postos, 0 outro em cumprir seus deveres - nenhum deles deve conhecer um s6 momento de suspensao O Homem néo deve repousar mais do que o Proprio Deus. O repouso do Homem se tora até mesmo uma oraro, quando tem o cuidado de orar virtualmente antes de repousar. A aro de Deus ea agao do Homem estdo unidas e devem sempre ser simulténeas. OQ Homem é espirito, Deus ¢ espirito; O Homem tem o poder de dizer a Deus: ‘Nos dois somos espinito: permita que nossa acdo seja coordenadal” O Homem pode, sob os olhos de Deus, influir na oscilarZo do péndulo que regula os movimentos das diferentes regides do ser, ele ¢ designado a dirigi-lo.” Texto 38 ASSIM DIZIA PARACELSO... Paracelso foi um grande médico, alquimista e mistico que viveu durante a primeira metade do século XVI. Sabe-se que foi, comprovadamente, um Rosacruz. As recomendagdes abaixo so atribuidas a cle, ¢, sem duvida, se forem observadas, produzirao transformarGes muito benéficas em todo o ser. Escutemo-las: I Se, por um esparo de alguns meses, observares rigorosamente as prescripBes, que se seguem, ver-se-a operar, em tua vida uma MUTAGAO TAO FAVORAVEL, que nunca mais poderas esquecé-las. Mas, meu immo, para que obtenhas o éxito desejado, é mister que adaptes tua vida a estrita observancia destas regras So simples e faceis de seguir, mas ¢ preciso observalas com @ maxima perseveranga Julgarés que a felicidade no vale um pouco de esforgo? Se nfo és capaz de pores em pratica estas regras, tao faceis, teras o direito de te queixares do destino? Sera tao dificil a tentativa de uma prova? Sao regras legadas pela antiga Sabedoria e ha nelas mais transcend éncia do que simplicidade, como parece 4 primeira vista Il Antes de tudo, lembra-te de que néo ha nada melhor do que a saiide. Para isso deveras respirar, com a maior frequéncia possivel profunda e ritmicamente, enchendo os pulmées, ao ar livre ou defronte de uma janela aberta. Beber quotidianamente, a pequenos goles, dois litros de agua, pelo menos, comer muitas frutas, mastigar bem os alimentos, evitar o alcool, o fumo e os medicamentos, salvo em caso de moléstia grave. Banhar-se diariamente, é um habito que deverés a tuapropria dignidade Il Banir absolutamente de teu animo, por mais razies que tenhas, toda a idéia de pessimismo, vinganca, édio, tédio, ou tristeza Fugir como da peste, ao trato com pessoas maldizentes, invejosas, indolentes, intrigentes, vaidosas ou vulgares e inferiores pela natural baixeza de entendimentos ou pelos assuntos sensualistas, que so a base de suas conversas ou reflexos dos seus habitos. A observancia desta regra ¢ de importéncia DECISIVA, trata-se de transformer a contextura espiritual de tua alma E 0 unico meio de mudar o teu destino, uma vez que este depende dos teus atos e dos teus pensamentos. A fatalidade néo existe Iv Faze todo bem ao teu alcance. Auzilia a todo o infeliz sempre que possas, mas sempre de énimo forte, Sé enérgico e foge detodo o sentimentalismo Vv Esquece todas as ofensas que te fapam, ainda mais, esforpa-te por pensar o melhor possivel do teu maior inimigo. Tua ama é um templo que néo deve ser profanado pelo odio vI Recolhe-te todos os dias, a um lugar onde ninguém te va perturbar e possas, ao menos durante meia hora, comodamente sentado, de olhos cerrados, NAO PENSAR EM COISA ALGUMA Isso fortificao cérebro € 0 espinito ¢ por-te-a em contanto com as boas influéncias. Neste estado de recolhimento e siléncio ocorrem-nos sempre idéias luminosas que podem modificar toda a nossa existéncia. Com o tempo, todos os problemas que parecem insohiveis sero resolvidos, vitoriosamente por uma voz interior que te guiara nesses instantes de siléncio, a sds com a tua consciéncia E o DEMONIO de que SOCRATES falava Todos os grandes espinitos deixaram-se conduzir pelos conselhos dessa voz intima Mas, nao te falard assim de stbito, tens que te preparar por algum tempo, destruir as capas superpostas dos velhos habitos, pensamentos erros, que envolvem o teu espirito, que embora divino e perfeito, néo encontra os elementos que precisa para manifestar-se Vil A CARNE E FRACA Deves guardar, em absoluto siléncio, todos os teus casos pessoais. Abster-se como se fizesses um juramento solene, de contar a qualquer pessoa por mais intima tudo quanto penses, ougas, saibas, aprendas ou descubras E UMA REGRA DE SUMA IMPORTANCIA. Vil N&o temas a ninguém nem te inspire a menor preocupagéio a dia de amanha Mantém tua alma sempre forte © sempre pura e tudo correra e saira bem. Nunca te julgues sozinho on desamparado, atras de ti existem exércitos poderosos que tua mente ndo pode conceber. Se elevas o teu espirito, ndo ha mal que te atinja So a.um inimigo devestemer ATI MESMO. Omedo ea duvidano futuro sao a origem funesta de todos os insucessos, atraem influéncias maléficas ¢, estas, o inevitdvel desastre. Se observares essas criaturas, que se dizem felizes veras que agem instintivamente de acordo com estas regras. Muitas das que alegam que possuem grandes fortunas podem néo ser pessoas de bem, mas possuem muitas das virtudes acima mencionadas. Demais, riqueza nfo quer dizer felicidad, pode se constituir em um dos melhores fatores, porque nos permite a pratica de boas ages, mas, a verdadeira felicidade so se alcanya palmilhando outros caminhos, veredas por onde nunca transita o velho Saté da lenda, cujo nome verdadeiro é EGOISMO. Ix Nao te queixes de nada e de ninguém. Domina os teus sentidos, foge da modéstia como da vaidade, ambas sdo funestas e prejudiciais ao éxito. A modéstia tolhera tuas forgas ¢ a vaidade ¢ to nociva como se cometésses um pecado mortal contra o ESPIRITO SANTO. Muitas individualidades de real valor tombaram das altas culmindncias atingidas, em consequéncia da Vaidade, a ela deveram certamente a sua queda hilio Cesar, aquele homem extraordinario que se chamou Napoledo ¢ muitos outros. Oxala, sigas sempre estas poucas regras para a tua FELICIDADE, parao teu BEM e anossa ALEGRIA Texto 39 ORACAO DO VIANDANTE Pietro Ubaldi Alma cansada, abatida a margem da estrada, para um instante na etema trajetoria da vida larga 0 fardo de tuas expiages ¢ repousa Onuve como esta plena de hamonias a obra de Deus! O ritmo dos fendmenos inradia doce e grandiosa miisica Por meio das formas exteriores, os dois mistérios, da alma e das coisas, observam-se ¢ se sentem. Das profundezas, 0 teu espirito ouve e compreende. A visto das obras de Deus produz paz ¢ esquecimento, diante da divina beleza da criapfo, aquieta-se a tempestade do cora;ao, paixéo e dor adormecem em lento e doce canto sem fim. Parece que a mio de Deus, através das hamonias do universo, acalenta, qual brisa confortadora, tua fronte prostrada pela fadiga ai se detém como uma cariaa Beleza repouso da alma, contato com o divino! Ento o viendante deprimido se reanima, com renovado pressentimento de sua meta Nao parece mais t4o longa a jornada, tao comprida quando se para um instante para dessedentar-se numa fonte. Ento a alma contempla, antecipa e se alivia na caminhada Com o olhar fixo para o Alto, ¢ mais facil retomar em seguida o caminho cansativo Na estrada dolorosa, para, enxuga tua lagrima e ouve. O canto ¢ imenso, as hamonias chegam do infinito para beijar-te a fronte, 6 cansado viandante da vida. Ao lado do trovao das vozes titanicas do universo, mumuram num sussurro de beleza as delicadas vozes das humildes criaturas inmas. "Também eu, eu também sou filha de Deus, luto e soffo, carrego o meu peso e busco minha vitoria, Também eu sou vida na grande vida do Todo". E tudo, desde o fragor da tempestade, até o canto matutino do sol, do sorriso do recém nascido ao gnito dilacerante da alma, tudo, com sua voz, revela-se a si mesmo e sintoniza com as vozes immés, tudo exprime seu mistério intimo, cada ser manifesta o pensamento de Deus. Quando a dor atinge as mais intimas fibras de teu corarao, ouves uma voz que te diz DEUS, quando a caricia do crepasculo te adormece no sono silencioso das coisas, uma voz te diz: DEUS. Quando ruge a tempestade e aterra treme, uma voz te diz DEUS! Essa estupenda visto supera qualquer dor Para, escuta e ora Abre os bracos a criacio € repete com ela “Deus, eu te amo"! Tua orar&o, nao mais admurapéo amedrontada pelo poder divino, agora é mais elevada ¢ amor. Orayo doce, que brota como um canto que a alma repete, ecoa de fraga em fraga por toda aterra de onda em onda pelos mares, de estrela em estrela pelos espacos infinitos. E a palavra sublime do amor que as unidades colossais dos universos repetem contigo, em unissono com a voz perdida do wltimo inseto que, timido, esconde-se entre a grama Parece perdida, no entanto, Deus a conhece também, recolhe-a e a ama. No infinito do espayo ¢ do tempo, somente esta fora essa imensa onda de amos, mantém tudo compacto em harménico desenvolvimento de forsas. A viséo suprema das uiltimas coisas, da ordem em que caminham todas as criaturas, dar-te-A sozinha um sentido de paz, de verdadeira paz, de paz profunda, de alma saciada, porque percebe sua mais elevada meta Assim Deus Se afigura-te ainda maior do que em seu poder de Criador, afigura-Se-te na poténcia de Seu amor. Explode, 6 alma! Nao temas! O novo Deus da Boa-Nova do Cristo é bondade. Nao mais os raios vingetivos de Jipiter, mas a verdade que convence, 0 carinho que ama e perdoa. O abismo infinito que olhas assustado nfo esta para engolir-te, nas trevas do misténio, abre-se cheio de luz e, no amago, canta sem fim 0 hino davida Lanca-te afoito, porque nese abismo reside o amor. Nao digas: "néo sei", dize antes: "eu amo!" Oral ora diante das imensas obras de Deus, diante da terra, do mar, do céu. Pede-lhes que te falem de Deus, pede aos efeitos a voz da causa, pede as formas o pensamento ¢ 0 principio que atodas anima. E todas as formas se aglomeraréo em redor de ti, estender-te-Ao seus brapos fratemos, olhar-te-do com mil olhos feitos de luz e 0 etemo somiso da vida te envolvera como uma caricia Essas mil vozes diréo: "Vem, info, sacia ten olhar interior, busca forra na viséo sublime. A vida é grande e bela mesmo na dor mais atroz e tenaz é sempre digna de ser vivida’. Tomar-te-do pelo brazo, gntando: "Vem, atravessa o limiar e olha o misténio. Vé ndo podes momer jamais, jamais morrer. Tua dor passa com ela sobes e fica 0 resultado. Nao temas a morte nem a dor: nfo so 0 fim, nem o mal, so o ritmo da renovarao ¢ caminhos de tuas ascensées. A vida ¢ um canto sem fim, Canta conosco, canta com toda a criaro, o canto infinito do amor" Ora assim, 6 alma cansada “Senhor, bendito sejas, sobretudo pela irm& dor, porque ela me aproxima de Ti. Prostro-me diante de Tua imensa obra, mesmo se nela minha parte ¢ esforgo. Nada posso pedir-Te, porque tudo ja é perfeito e justo em Tua criacdo, mesmo meu sofimento, mesmo minha imperfeig&o transitéria Aguardo no posto de meu dever a minha maturapao. Repouso em Tua contemplasao.” Responde, 6 alma, ao imenso amplexo, verdadeiramente sentiras Deus. Se a inteligéncia dos grandes se prostra e venera curva-se diante do poder do conceito e de sua realizarfo, e se aproxima do Divino pelas cansadlas vias da mente, 0 corapo dos humildes atinge a Deus pelos caminhos da dor e do amor. Sente-O pelas estradas dessa sabedoria mais profunda Ora assim, 6 alma cansada, Descansa a cabepa em Seu peito e repousa Texto 40 A CONCEPCAO COSMICA DA ALMA. Ha no mundo ocidental uma idéia generalizada da alma que a descreve como uma substancia invisivel, intangivel, espiritual, de natureza imortal. Acredita-se que tal substancia seja o “sopro de vida” ou, em outras palavras, uma vitalidade etérea que emana da Fonte de Todas as Fontes e traz consigo 0 poder ou a energia criativa do Criador de tudo o que existe. Em suma acredita-se que cla seja uma esséncia espiritual, cuja fungéo natural seja a de dar animacdo ou vida atodos os seres conscientes. Notamos que as religides judaica e cristé adotaram a idéia quase universal, de todas as demais religides, a0 afirmarem que, a alma do homem nfo seria apenas uma esséncia vitalizante, de natureza divina, mas, também a sede da consciéncia ou mente. Por conseguinte, podemos seguramente afirmar que hoje em dia a concepgio humana universal é ade que a alma constitui a vitalidade e a consciéncia do homem Consideremos agora o ponto de vista expresso pela revelayfo mistica e vejamos qual ¢ a concepsfo césmica da alma Primeiro, descobrimos que ha uma distinyo bem definida entre espinito ¢ alma. Espirito é a vitaidade ou energia animadora difusa por toda a maténia viva do universo. Devo lembrar que nao é necessério usarmos a expresso matéria viva. porque toda matéria ¢ viva Ha uma diferenga entre materia viva e matéria consciente. Os minerais so vivos no sentido de que ha uma vitalidade, forga ou energia, presente em catla cristal e em cada atomo de sua estrutura, que mantém sua massa coesa na forma atémica e molecular apropriada a manifestarao de sua natureza especifica Toda a maténa esta vibrando com essa energia ou esséncia césmica que ¢ universalmente chamada de espirito Essa energia esta presente em cada celula dos elementos que compdem o corpo do homem, o orgenismo detodaplanta e amassa detodo 0 objeto material definidamente manifesto no universo Espirito ¢, portanto, a esséncia universal que produz e mantém a manifestaréo da metéria Quimicamente, ou do ponto de vista das ciéncias fisicas, podemos afirmar que a esséncia que compe 0 elétron é esse espirito universal. Assim sendo, deixaremos por enquanto de lado essa questo de espirito ¢ consideraremos a alma como algo distinto de espirito. Nossa concepsao cosmica nos mostra que a alma do homem e de todos os seres conscientes é uma espécie de conscigncia divina, com certos atributos ou fungGes. Portanto, pode ser chamada de Mente Infinita Muitos outros termos séo usados para designar essa faculdade de percepso e compreensio da Alma ¢, nas religides e filosofias orientais, encontramos muitas palavras estranhas indicando essa idéia Em nosso vocabulario ocidental chamamos a voz da alma de “intuipo”. Assim, a alma tem o atributo de compreenséo come faculdade de sua consciéncia Tem também a faculdade de comunicar, através de um canal anélogo de impressdes psiquicas, os pensamentos que ocorrem no 4mago de sua consciéncia. Esses pensamentos se imprimem na consciéncia da alma presente em outros corpos fisicos por um processo simples Sendo a alma do homem parte integrante da consciéncia de Deus ou “Superalma” do universo, nunca esta separada da alma presente em cada compo fisico, de modo que um pensamento na consciéncia da alma de um compo fisico pode estar imediatamente em contato com a consciéncia da alma de qualquer outro ou detodos os compos fisicos do plano terreno ou do reino espiritual Essa mente da consciéncia da alma, sendo parte integrante da Mente Infinita, ¢ dotada de todaa sabedoria universal ou Césmica, Isto néo significa, porém, que a sabedoria essencial da alma que cla possuia antes de se encamar num corpo fisico, inclua o conhecimento de todas as crengas e praticas attificialmente estabelecidas e arbitrariamente criadas pelo homem. A sabedoria universal que a alma possuia antes de sua encamayao e conservaré para todo o sempre, como seu conhecimento fundamental, relaciona-se estritamente com leis ou principios Cosmicos (decretos ou regulamentos divinos). © conhecimento essencial que a mente infinita da alma possui ¢ o conhecimento transcendental que o homem nao pode obter através de qualquer canal humano, ou de qualquer os érgéos fisicos de percepgao, de modo que ele tem de obter esse conhecimento por um meio espiritual Texto 41 CARMA E EVOLUCAOPESSOAL © homem nfo é desencorajado ou desanimado, em sua busca da perfeigao, por aprender pela experiéncia que existem certas leis imutaveis, universalmente estabelecidas. Nem ¢ bloqueado, em sua determinagfo de alcangar as culmingncias de seus anseios, por descobrir que essas leis imutaveis so impessoais ou imparciais. O fato delas afetarem todos os filhos de Deus, independentemente de heranga genética, posiso social, poder econémico, ou hamonizarao divina,e inclusive todas as espécies de seres vivos, leva o homem a perceber nelas e por elas um principio de verdadeira justica Declara 0 mistico que é a persistente demonstraro das imutaveis leis da Natureza que prova a existéncia de uma Mente Infinita. um Poder Onipotente, motivado por Amor, Misericérdia e Justiga Indiscutivelmente, em todas as épocas, € a comprovarao da operapfo dessas leis imutaveis que tem mantido ou sustentado a fé de milhdes de pessoas na existéncia de alguma nteligéncia infinita equanime, justa, regendo todo o universo. E tem sido essa £é (conviceo mesmo) que tem salvo o mundo da autocondenayao e da autodestruisao, e essa mesma convicedo, que vem se tomando cada vez mais persuasiva gragas aos testes e as demonstragdes da Ciéncia e todos os aspectos da experiéncia comum, ¢ que tem sido responsavel pela oposicao universal verdade de certas doutrinas teologicas. Uma lei imutavel ¢ @ de que colheremos conforme tenhamos semeado. E 0 que é gerelmente conhecido como a Lei de Compensaggo ou “Carma”, como os misticos de muitas épocas atrés 0 denominaram. Carater € Destino! Certamente, conforme estamos construindo o nosso carater agora, estamos decretando nosso destino no futuro. A forza da verdade desta afirmarao dispensa desenvolvimento. Cada experiéncia na vida, cada incidente conscientemente apreendido (e muitos de que nao temos consciéncia), participam da evolusao de nossa personalidade Nao somos apenas agora o que pensamos, mas, seremos aquilo que resultar do nosso pensamento Estamos colhendo, a cada hora a cada dia conforme semeamos. A cada dia nos tomamos, fisica mental ¢ espiritualmente aquilo que fizemos de nds mesmos, Assim, estamos sempre decretando nossa salvayo ou nossa condenasao, independentemente das sutis influéncias da hereditariedade e de qualquer curso de vida predestinado © homem tem o poder de escolher. © livre-arbitrio ¢ um fator fundamental de sua consciéncia altamente desenvolvida (evoluida). Mas, conforme a escolha tera de suportar as conseqiléncias. A responsabilidade é dele. Conforme semear, assim ha de colher, conforme se comprometa, assim tera de compensar, conforme exija, assim tera de pagar. A sesponsabilidade néo repousa sobre alguma lei cega de aro ¢ reapo quimicas, nem sobre um Deus ciumento e vingativo. O homem pode estar cego para as conseqiéncias de suas decisdes, e pode muitas vezes estar cego para o impulso que causa a necessidade de tomar essas decisdes. Mas as leis imutdveis produzem um resultado direto de cada decisio, de cada ato. Assim como o homem escolhe (semeia), assim ha de colher ou pagar. Esta é a Lei de Compensagio. Segundo esta lei, a Natureza, em todos os campos demanifestardo, exige justia, equilibrio e compensarao © homem compreende esta Lei ha tanto tempo que muitas de suas proprias leis, mesmo entre raras ¢ tribos primitivas, estdo baseadas em observades de sua opera;io, A manifestaggo da Lei de Compensagéo constitu a grande escola de experiéncia Grapas a essa escola o homem tomou conhecimento de seus poderes ¢ suas limita;Ses, suas fraquezas e sua fortaleza, e de sua vantagem sobre todos os demais seres vives. Da inféncia a velhice, 0 homem aprende que seus maus atos séo, essencialmente, um erro contra sua propria evolugao, pelo qual ele tera de sofrer ou pagar. Aprende, também, que seus atos nobres, altruisticos, e seus pensamentos ideslisticos, trazem recompensas justas. A Reencamarfo, como doutrina, oferece uma explicapio mais que satisfateria para a vida e suas tribulagdes, provas e compensaydes, devido ao fato de que elando requer qualquer outra suposigfio basica além da que ja ¢ adotada por todos os cristfos e quase todas as demais formas de crenga religiosa: a imortalidade da alma, Por outro lado, ela ndo requer a aceitapo, por mera fé, de qualquer principio de fatalismo, predestinaso ou retribuiso, atuando através de cega arao material ou de um Deus vingativo e ciumento. Nem transfere a responsebilidade por nosso destino do atomo terreno para a divindade celestial, mas faz com que ela assente seguramente sobre o individuo Texto 42 AALMAABSOLUTA Existe somente uma Alma por todo o universo, ¢ essa Alma ¢ a Consciéncia e a Suprema Esséncia de Deus. As chamadas almas individuais dos seres humanos no séo almas separadas, independentes, mas, partes insepardveis da Alma Universal, nunca perdendo sua associagao ou seu contato com a Consciéncia de Deus e a Esséncia Divina que constituem a energia essencial de vida A idéia de que existe uma sd Alma no universo, e de que essa Alma ¢ a Consciéncia e Esséncia Vital de Deus, nfo deve surpreender qualquer estudante sincero de literatura sagrada; nem ha de ser suspreendente para aqueles que fizeram um estudo profundo das leis fundamentais da biologia e da ontologia Se Deus ¢ 0 Criador de todas as coisas, e se de Sua Consciéncia e Suprema Esséncia emanam toda a consciéncia e toda a vitalidade, entdo, toda a consciéncia do universo e toda a energia essencial de natureza criativa, viva deve necessariamente ter uma fonte central Divina e deve ser continua uniforme por todo o universo Um $6 instante de reflexdo ha de revelar que ¢ muito mais dificil pensar que Deus tenha criado, de Sua Consciéncia e Esséncia, milhdes e milhdes de almas individuais, cada qual com suaindividualidade e existéncia distintas, do que pensar em uma tinica esséncia universal e em uma unica alma universal Conceber qualquer meio demanter entidades individuais da mesma esséncia animica da mesma Consciéncia Divina, sem que elas tendam a se unir e se fundir em uma esséncia e uma consciéncia, é realmente uma coisa muito dificil. Deus, 0 Criador de todas as coisas, é o Pai de todas as criaturas por Ele feitas a Sua semelhanga Nao podemos conceber que os filhos terrenos de um mesmo pai humano, tenham energia vital e natureza sanguinea tao distintas que a mesma esséncia nfo esteja em cada um deles. No caso da esséncia animica, porem, estamos tratando deuma energia sutil, transcendental, presente em todo o esparo e que nfo pode ser isolada ou confinada em qualquer envolterio, de modo que no podemos conceber que essa esséncia esteja numa forma humana sem ao mesmo tempo estender-se para além dessa forma e estar em contato com a mesma esséncia presente em todas as demais formas humanas Quando as escrituras sagradas dos orientais e mesmo dos cristos falam da alma do homem, nao sugerem necessariamente uma alma separada. individualizada, mas, a Esséncia Animica ¢ Consciéncia Animica de Deus, presente no homem. Cada um de nds tem alma, mas nao uma alma, no sentido de que hhaja em cada uma algo separado de todas as outras alas de seres humanos Essa Divina Consciéncia e Esséncia, chamada Alma, nfo esta pois, dividida em segmentos individuais, separados, nos diversos corpos fisicos, mas, passa por cada corpo e nele se manifesta proporcionando-lhe vida manifestando-se 20 mesmo tempo nos outros compos fisicos. Enquanto uma parcela da Alma se encontra num desses corpos fisicos, manifesta consciéncia, vida e inteligéncia, nesse corpo, de modo que, sem essa Esséncia Animica, 0 corpo fisico nao teria vidanem inteligéncia ou consciéncia © compo fisico do homem ¢ exatamente como a lampada elétrica Cada mintiscula parte de sua natureza e sua forma fisica, material, foi extraida de substéncias terrenas, ¢ todas as partes foram reunidas por um processo maravilhoso e associadas numa forma por um Mestre Criador, mas, antes que a Divina Esséncia de Vida e Consciéncia penetrem nesse corpo fisico, ele é inanimado e verdadeiramente sem luz Isto traz a nossa mente o principio tao bem expresso na Biblia crist no livro do Génesis, onde lemos que Deus fez o homem do pé ou dos elementos da Terra depois insuflon em suas narinas, ou em sen corpo fisico, 0 Sopro da Vida ou a Divina Esséncia. eo homem tomou-se alma vivente. Antes que essa esséncia fosse insuflada em seu corpo, o homem nfo tinha vida e era incapaz de cumprir a finalidade para que fora criado, de modo que era tao imitil quanto a lampada antes que a energia elétrica lhe proporcione luz e vida O compo fisico do homem permanece sem Inteligéncia Divina, ou consciéncia e sem vitalidade ou finalidade, até que a alma nele penetre e o tome alma vivente, ao invés demero corpo Podemos compreender, por estas ilustragdes, que a esséncia e consciéncia animica presente em cada compo fisico no esta separada daesséncia e consciéncia presente em todos os outros corpos vivos. Texto 43 RECORDACOES DOPASSADO Um dos argumentos muito frequentemente usados na tentativa de refutar a possibilidade da reencamarao @ 0 seguinte: se ja vivemos antes e nossa memoria retém algum conhecimento dessa existéncia anterior, por que nao nos lembramos de evento algum denossas vidas precedentes? Deve-se notar que esta pergunta, como quer que seja formulada sempre inclui a afirmarao ou implicayo categorica de que ninguem se lembrou jamais de coisa alguma de suas encamapées anteriores Esta atitude ¢ absolutamente injusta, por duas razdes. Em primeiro lugar, ninguém tem o direito de supor que, pelo fato de no ter recordardes claras de uma existéncia anterior, ninguém mais tem, e, em segundo lugar, no é correto supor que a mente no nos revela, ocasionalmente, imagens reais do passado, que néo compreendemos ou néo relacionamos com o passado Relatarei uma conversa muito recente e oportuna Um homem de idéias religiosas conservadoras ou ortodoxas, em total dissonancia com a doutnna da reencamarao, procurou-me a propésito de meus planos para uma viagem ao Egito e a Palestina com muitos de meus colaboradores. Perguntei-lhe por que queria ir ao Egito e @ Palestina de preferéncia a qualquer outra viagem turistica, Sua primeira resposta foi “Porque sempre senti um estranho fascinio ou uma atraro especial por alguma parte do Egito e da Terra Santa”. Tentei analisar sua declararo e descobrir que pate do Egito, ou que aspectos do Egito eda Terra Santa eram responséveis pela atrapao que ele sentia Disse-me “Bem, desde jovem senti que certas fotografias que via do Egito on da Palestina eram mais interessantes para mim do que as de qualquer outra parte do mundo. Nao me refiro a fotografias das agitadas ruas de comércio do Cairo, mas, de algumas aldeias distantes do centro. Sempre senti que haveria de encontrar ali, ou de descobrir em alguma daquelas localidades, algo que seria extremamente interessante, ¢ talvez, de algum modo, pessoalmente proveitoso para mim.” Insistindo mais, ele admitiu que algumas das cenas que vira, de aldeias e popula;des de costumes nativos, haviam-lhe parecido “algo” familiares, ¢ acrescentou que este fato o levara a ler muitos livros sobre a histéria e os costumes do Egito e da Terra Santa E, em alguns trechos que descreviam incidentes de alguns séculos atrés, pareceu-lhe sentir certa familiandade ou afinidade simpdtica, como ele expressou, que aumentou a atraréio que sentia por aquelas regides. Nao pude deixar de somir quando ele admitiu isso, com aquela relutancia, pois logo percebi exatamente o que ele havia vivenciado, e também sabia que seria inttil, ento, dizer-the por que certos incidentes da historia relacionados com certas localidades e cenas, certos povos ¢ lugares, lhe eram “algo” familiares. Sei que, se tivesse pressionado minha interrogayo o suficiente, ele teria admitido que algumas daquelas cenas lhe eram familiares como se as tivesse visto alguma vez em sonho A experiéncia desse homem ¢ tipica da que pode ser constatada na vida da média dos seres bumanos. Creio que, em minha vida ja interroguei talvez dez mil pessoas quanto as chamadas recorda;des do passado. Nao as denominei assim, mas, perguntei francamente a essas pessoas: “em seus momentos demeditarao, contempla;ao ou devancio, nao percebem cenas, lugares, pessoas, prédios, residéncias, que surgem em sua mente como quadros ou imagens familiares”? Se esta pergunta ¢ feita antes que se fale de qualquer coisa sobre reencamayéo, a pessoa comum, que podemos encontrar em todos os setores da vida, acaba admitindo francemente que, em seu caso, iss0 é verdade e ela tem muitas vezes pensado nisso e tem ficado intrigada Quando essas pessoas dizem que se depararam com cenas que nunca timham visto antes na vida real, sempre querem dizer que nunca as tinham visto nesta vida ou nesta encarna;éo, ¢ acebam afirmando, francamente, que era a primeira vez que tinham viajado para os lugares daquelas cenas ou haviam estado em qualquer Inger proximo aquelas cenas familiares, em suaexisténcia terrena atual Ha muitos seres humanos que, em momentos de reflexio, relarayo, ou devancio, sentem-se retroceder no tempo, por assim dizer, para uma rapida visto de cenas e incidentes que parecem se esforyar para emergir da névoa de memérias do passado, mas ndo conseguem se revelar com toda a clareza e distingo que permitiria perfeito reconhecimento. As pessoas que vivem esta experiéncia ficam freqientemente perplexas, no somente ante as imagens peculiares que conseguem chegar ao limiar da clara percepo, mas também ante a multiplicidade de cenas que parecem surgir num “flash”, muito rapidamente, no plano de fundo de sua consiéncia. Ora, que devemos exatamente esperar quanto a recorda;o de eventos de uma vida passada? Sera logico 0 ser humano comum esperar que os eventos de uma vida anterior estejam registrados numa memeéria to proxima ao limiar de sua consciéncia presente que ele possa facilmente cruzar esse limiar, ou transpor o véu que separa o passado do presente, e trazer as imagens daqueles eventos a luz da redidade? Admitindo que a meména que temos agora ¢ a mesma meméria que tivemos numa vida anterior, e admitindo que, em seus arquivos, essa meména reteém todas as imagens e impresses nela registradas em todas as nossas existéncias terrenas, sera logico supor que deva ser uma coisa facil ¢ simples alcangar esses arquivos ¢ liberar seus registros 4 vontade, obtendo imagens claras e perfeitas relativamente a qualquer época? Se vocé acha que isto ¢ logico, entdo é razoavel que eu pergunte por que néo Ihe é possivel recorrer agora ao seu arquivo dameméria e dele extrair todas as cenas, todas as imagens relativas aos eventos de sua vida na atual encamayfo, que se registraram durante 0 segundo, o terceiro eo quarto ano de sua infancia Pode fazer isto? Talvez me sesponda dizendo que consegue lembrar-se de certos incidentes de sua infancia e de sua adolescéncia muito claramente. No maximo, talvez consiga me relatar dezincidentes claramente registrados em sua mente e facilmente lembrados, relativamente aos seus primeiros anos de vida. Mas pense nos milhdes de outras impressdes e imagens que esto registradas em sua memoria e que no consegue recordar Se isto € verdade quanto a eventos que ocorreram em nossa vida atual ha néo mais de trinta quarenta ou cinguenta anos, imagine vocé como tém de ser indefinidas as impresses arquivadas na meménia e que datem de cem ou duzentos anos. Segundo os ciclos de reencamayao, a média das pessoas hoje em dia teria encemado sua encama;o anterior na Terra ha mais ou menos cem a cento e trinta anos atrés. Isto significa que qualquer pessoa teria de retroceder pelo menos cento e trinta anos para colher impressdes dos ultimos anos dessa existéncia anterior. Se trinta ou quarenta anos podem enfraquecer imagens ¢ impresses, cobrindo-as com um misterioso véu de impreciséo, cem anos héo de seguramente toma-las extremamente vagas ¢ esmaecidas. Somente as mais impressionantes, as psicologicamente mais fortes, mais importantes dessas velhas imagens e impresses, talvez escritas ou impressas com sangue € dor, sofrimento, tribulapfo e ansiedade, ficariam to indelevelmente impressas que conservassem seu brilho até o presente. No é de admirar, ento, que em nosso devaneio e em nossa meditayo, ocomam apenas vagas imagens e impresses de cenas familiares, e essas coisas nunca séo frivolas ou associadas t8o-somente a condigdes transitorias. Texto 44 A REENCARNACAOE O MEDODA MORTE cristéo comum acredita que, por ocasiéo da transicéo, sua alma penetra em reinos desconhecidos, para passar por expeniéncias também desconhecidas, e depois fica em estado de esquecimento por um imenso periodo, aguardando o dia do Juizo, antes de desfrutar as recompensas da vistude ou do reto viver. Mas estremece de medo, de pensar nesse longo periodo de sono ou perda de consciéncia Um individuo pode dizer o que queira, ¢ cantar os hinos de uma religiéo, rejubilando-se com © fato de que, tendo sido considerado bom e digno, passara a viver no Espirito de Deus, entretanto, persiste o fato de que, naintimidade do seu pensamento, ele ¢ como milhdes de outros individuos que néo véem perspectiva de qualquer felicidade ou prazer em aguardar um certo dia de Juizo, tao distante que um periodo aparentemente interminavel de tempo deva ser passado em total inconsciéncia ou esquecimento Dois fatores participam do generalizado medo da transico, conforme podem ser detectados no coragao ena mente da maioria das pessoas do mundo ocidental. O pnimeiro reside na crenga em que a chamada morte pode Ihes sobrevir de repente, cortando suas carreiras, suas ambigées, seus desejos de consecugio, e privando-as de seu sucesso na vida O homem de negécios que acaba de comeyar a concretizar as ambicdes de sua vida e que esta entfo se empenhando na redlizardo de todas as suas esperangas e todos os seus planos, percebendo que é preciso tempo para que ele veja a materializapio de tudo o que criou, € constantemente deprimido e entnistecido pelo pensamento da inexoravel figura da morte aproximando-se dele e encerrando tudo para sempre. O jovem que acaba de entrar na plenitude da vida e comesa a sentir alguma felicidade, como recompensa por todo um passado de espera, ansiedade, prece sofrimento, teme que amaorte sobrevenha derepente e dé cabo de tudo Poderdo essas pessoas encontrar algo esperancoso numa ortodoxia do Ocidente? Tudo o que elas podem aprender € que, apés 0 témino stbito desta vida, serdo imersas num local de purificarao, para a purgapto de seu corpo e sua mente, cheios de pecados, ou, se isto nao acontecer, entrardo num sono extremamente longo e inconsciente, mais obscuro e vazio do que qualquer coisa que tenham conhecido na vida, e que permanecerdo neste estado por um tempo aparentemente interminavel, talvez milhdes ou bilhdes de anos, e depois, subitamente, sero postas ante o Grande Juiz e, ou receberfo recompensas etemas, ou serao condenadas a um lugar de punipo ¢ purgarao. Havera algo alentador nesta viséo ou neste quadro do futuro? Havera algo alentador na idéia de que, ao téemino desta vida quando sobrevier a morte, seremos responsabilizados pelos pecados que herdamos de Adio e Eva e dos nossos antepassados, bem como por aqueles que cometemos por ignoréncia e falta de compreensio, e que sofreremos por causa dessas coisas, sem temas oportunidade de desfazer os males cometidos, lavar os nossos eros, ¢ levar uma vida virtuosa? Se nossa transipo significa o fim de toda a nossa existéncia terrena e que aquilo que formos no momento da transic&o constituira o quadro ou registro pelo qual seremos julgados para sempre, ento, a transipo ha de sero comeco de um periodo de sofrimento, afliso ¢ arependimento. Nossa natureza clama alto contra a injustira desta idéia Até as leis do homem, precariamente inventadas ou imperfeitamente concebidas, séo mais justas, pois ninguém é responsabilizado pelos erros de outrem, e a incapacidade de um individuo para conhecer as leis e se redimir é levada em considerapo A compreenséo da doutrina da reencamapéo muda toda a nossa visdo da vida. Em primeiro lugar, permite-nos entender que os maiores pecados que herdamos séo aqueles que nés mesmos cometemos ¢ pelos quais somente nés somos responsaveis, Além disso, leva-nos a compreender que os eros que cometemos aqui e agora, por ignoréncia ou faltade compreensto, podem ser compensados, a lousa pode ser apagada para um novo comeso, a fim de que possamos levar uma vida cheia de alegria e mais uma vez tentar alcangar a meta com um registro limpo Ajuda-nos a entender as finalidades da vida e a descobrir os beneficios inerentes a todas as nossas provas etnbulardes Podemos compreender por que pode haver uma liao proveitosa no sofrimento pelo qual passamos se tivermos outra oportunidade de viver e, graras lembranga dos erros atuais, podermos evité-los no futuro. Podemos encarar 0 inevitavel momento futuro da transipo sem medo, e mesmo com esperanga se soubermos que ela nao representara o fim de todas as nossas experiéncias, mas apenas a intemupeao de uma jomada eo comero de outra Pela compreensio da doutrina da reencamayao, somos preparados para seguir adiante e criar, construir e desenvolver nossos planos e pé-los em apo, entendendo que, se 0 que quer que estejamos fazendo for a verdadeira missdo da nossa vida, nela deveremos empenhar todo 0 nosso esforzo, o melhor possivel, sem o menor temor de que essa misséo possa ser subitamente interrompida e nossos desejos fiquem insatisfeitos Se a transigdo sobrevier antes que tenhamos completado a grande obra que aqui tenhamos iniciado, sabemos que, se cla for realmente a nossa grande misao na vida, voltaremos ¢ a reassumiremos, levando-a a sua grandiosa realizapfo, A doutrina da reencamayo nos ensina que a chamatla morte néo é © comero do nosso aniquilamento, ou de um longo ou interminavel sono, ou de um etemo periodo de esquecimento, mas apenas uma transigo da consciéncia terrena, que de modo agum afetara a consciéncia interior ou consciéncia do Eu, e que, ao invés de um longo e obscuro sono, estaremos vivos, entre os vivos do reino Césmico, aprimoranda-nos conscientemente e nos preparando para uma nova oportunidade, um novo periodo de existéncia terrena e esforo pessoal. Este conhecimento das leis faz com que estejamos preparados para o futuro, a despeito da transi¢ao, e nos leva a entender que nada hana transigao a ser temido e nada deve ser motivo de remorso, se vivermos em conformidade com os mais sublimes ideais do Césmico Texto 45 AS EXPERIENCIAS DE QUASE-MORTE Existem hoje relatérios de pessoas que estiveram no limiar da transi;o (morte) e voltaram a vida © tinico valor comprobatorio dos mesmos assenta na semelhanca das declarapSes feitas por pessoas de varias partes do mundo, as quais nao tinham meios de saber o que outras haviam relatado em circunstancias idénticas. Um caso tipico deste género é 0 de um jovem de vinte e quatro anos, que teve uma recaida apés uma opera; num hospital e, por varios dias, continuou perdendo vitelidade e consciéncia, até que o médico e as enfermeiras passaram @ expectativa de sua transipfo. Numa tarde, pouco depois das duas horas, quando duas enfermeiras, um médico e quatro amigos estavam sentados em volta do leito do paciente semiconsciente, ele subitamente relaxou e deu toda indicapfo de ter entrado no chamado estado de “morte” Quando as enfermeiras passaram a cobrir o corpo e colocar os braros as méos numa posicao adequada, no quarto em penumbra tiveram a surpresa de ver uma névoa branca sair do corpo, flutuar para o alto a mais de um metro da cama, ¢ depois assumir uma posigao vertical e descer, colocando-se num dos cantos do quarto. Todo mundo se levantou e ficou estupefato, calado, e em atitude de respeito. Nao se disse uma so palavra por todo um longo minuto. Depois o médico determinou que o corpo fosse retirado do quarto, para o usual cuidado dispensado aos mortos. Quando as enfermeiras novamente tentaram tocar 0 compo fisico, a névoa que estava no canto do quarto estremeceu ou sacudiu-se violentamente, de modo que suas radiapdes de luz pareceram ondular de maneira especial. Esta apo foi to distinta que todo mundo que estava no quarto, exceto 0 médico, sugeriu que o corpo ficasse ali mesmo na cama por algum tempo, e que fossem feitos testes para ver se realmente ocorrera a “morte” Todos os testes cientificos foram feitos durante os quinze minutos seguintes, ¢ as enfermeiras concordaram com o médico em que néo havia possibilidade de vida naquele corpo. Mais uma vez, porém, a estranha névoa do canto do quarto, que tinha quase um metro e oitenta de altura e mais ou menos a largura de um corpo humano, estremeceu e pareceu perturbada pela tentativa de retirar o corpo da cama Um dos amigos presentes (que era um estudante dos ensinamentos Rosacruzes e conhecia bem esses assuntos) sugeriu que o quarto fosse escurecido, baixando-se as persianas e fechando-se a porta por alguns minutos, para se venificar se aquela luz brumosa ou névoa tinha algum significado real © médico concordou, com alguma relutancia, e todos os que estavam no quarto se puseram no canto oposto ao da névoa, para ter melhor visdo da mesma Quando os olhos se ajustaram ao escuro do quarto, notou-se que um cordéo ou raio de luz nevoenta, muito fino e flutuante, parecia cruzar a cama, ligando a névoa no canto do quato ao corpo deitado na cama Isto foi claramente visto, mesmo pelo meédico ¢ as enfermeiras, que concordaram em que aquela era uma cena incomum. Foi sugerido, ento, que a consciéncia ainda néo deixara inteiramente o corpo, de modo que ainda havia algo de vida no mesmo. Foi proposto que todos permanecessem sentados por algum tempo, para ver se aconteceria alguma coisa importante O médico explicou que, se aquele corpo estava sem vida, nao se deveria perder tempo para se fazerem os preparativos usuais para o sepultamento A cadaproposipfo de que isto fosse feito, anévoano canto do quatto ficava agitada, como se protestasse. Foi esta possibilidade que gradualmente veio a consciéncia das pessoas ali presentes, pois parecia que, cada vez que se aproximavam do corpo para retira-lo dali, ocomria uma reago, como de protesto, por parte da névoa Passados vinte minutos ou mais, todos que estavam no quarto comecaram a notar que aquele fino raio de luz que ligava o corpo anévoa, estava se alargando, engrossando, ou ficanda mais brilhante. A principio, isto foi atrbuido ao ajuste dos olhos a escuridao do quarto, mas logo se notou que a névoa estava sendo absorvida pelo raio e que, assim, toda aquela nebulosa figura no canto do quarto estava sendo atraida para o corpo fisico deitado na cama Passado um tempo, que se estimou em cerca de quatro minutos, toda a névoa havia desaparecido do canto do quarto e estava flutuando acima do corpo fisico, e foi gradativamente comecando a descer e a entrar na forma fisica Mais dois ou trés minutos ¢ ndo havia qualquer indicio da névoa em parte alguma do quate. As persianas foram erguidas e, na iluminarao suave do quarto, novos testes foram feitos no corpo fisico e foram constatados sinais de vida ou vitalidade, Imediatamente, foram aplicados métodos para recuperar ou fortalecer essa vitalidade ao seu mais alto grau e, em pouco menos de uma hora o compo comerou a respirar ¢ readquirir a temperatura normal. Pelas sete horas daquela noite, com as mesmas enfermeiras ¢ os mesmos amigos ainda prestando assisténcia e com a auséncia de apenas uma hora por parte do médico, © jovem recuperou a consciéncia o suficiente para abrir os olhos e dizer que “estava bem”. Trés outros meédicos ¢ varias enfermeiras da equipe do hospital foram convidados ao quarto para testemunhar 0 acontecimento Ojovem recuperou a consciéncia suficientemente para sentar-se na cama, antes das dez horas da noite, e fazer alguns comentarios, A tinica declarapao que fez, entfo, foi de que estivera fora do seu corpo e observara tudo 0 que se passava no quarto, mas sabia que ainda estava estranhamente ligado ao compo fisico na cama e que fizera o possivel para evitar que as pessoas ali presentes fizessem qualquer coisa que pudesse cortar aquela ligarao. No dia seguinte, contou sua verso de como passara por uma estranha mudanca, pela qual sua consciéncia, ou seu Eu real, com que cle pensava e percebia, flutuara para fora do compo e pemmanecera no canto do quarto, pressionado para esse canto por certas estranhas emana;des do corpo fisico das pessoas presentes no quatto, e nao obstante se mantivera firmemente ligado ao seu proprio corpo, grayas a uma extensfo da consciéncia, ou algo que lhe permitia sentir cada toque que davam no corpo deitado na cama. Disse que seu primeiro desejo foi de continuar vagando pelo espaco, pois ouviu uma bela miisica viu interminaveis extensdes de nuvens com luzes brilhantes e muitas formas como a dele mesmo, com emanayes de paz e felicidade. Declarou que sua tentaro de sair vagando pelo espaco e néo mais voltar para o corpo foi reprimida somente por uma estranha atrayo para a forma fisica e que, cada vez que as enfermeiras punham as mos no seu corpo ou tentavam mudar sua posicao, isto lhe provocava um choque, como que elétrico. As dezenas de outras coisas que ele descreveu mais tarde coincidiram com relatos feitos por outras pessoas que haviam passado pela mesma experiéncia, em diversas partes do mundo. Este ¢ um exemplo, dentre varios, de que a consciéncia nfo é aniquilada com a morte do corpo, mas muda de estado, Milhares de pessoas passaram e passam por experiéncias de “quase-morte”, o que esta ocasionando pesquisas, que tendem a confirmar o que os misticos sempre disseram. Texto 46 SOU RESPONSAVEL PELA GUERRA OU PELAPAZ! Sou responsivel pda Guerra... Quando orgulhosamente faco uso da minha inteligéncia para prejudicar o meu semelhante. Quando menosprezo as opinidesalheias que diferem das minhas proprias Quando desrespeito os direitos alheios. Quando cobigo.aquilo queuma outra pessoa conseguiu honestamente Quando abuso da minha superionidade de posigdo privando outros de sua oportunidade para progredir. Se considero apenas a mim proprio ea meus parentes pessoas pnvilegiadas Quando me concedo direitospara ‘monopolizar recursos naturais. Seacredito que outras pessoasdevem. pensar e viver da mesma maneira que eu Quando penso que sucesso na vida depende exclusivamente do poder da fama e da riqueza Quando penso quea mente das pessoas deve ser dominada pela forga endo educadapelarazéo Seacredito queo deus de minha concepgio éaquele em que os outros devem acreditar. Quando penso que o pais em que nasce o individuo deve sernecessariamente 0 lugar onde ele tem deviver. Sou responsivel pela Paz... Se direciono correta e construtivamente os poderesda minha mente Se concedoao meu semelhante o direito pleno de se expressar, deacordo com o seu proprio entendimento das verdades da vida Sereconhego queos meus direitos cessam quando se iniciam os direitos de outros, eaceitoisso como umminimo indispensivel de disciplina Se faco uso dos poderes interiores para criaras minhas proprias oportunidades Se consigo promover a evolugo dos que me cercam, sem consderaramearadaa minha posigio, e entendo que estaéa minha maior fonte de sucesso. Se compreendo queas Leis Divinas diferem das criadas pelo Homem, e que nenhum direito divino especial é concedidoa alguémunicamente por seu bergo Sereconhego que os recursos naturais, devem serwr indistintamentea todasas formas de vida, e que no me cabem direitos exclusives sobre eles Se compreendo que nada é mais livredo que o pensamento e que o pensamento construtive transforma o Homem, direcionando-o a suaverdadeira meta Quando sinto que toda Felicidade depende do simples fato de existir.. de estar de bem coma vida Se percebo que todo ser humano pode vira ser um grato amigo, quando convencido pela argumentagéo sincera Se considero que'a Alma deDeus adquire personalidadeno Homem", e que este s0 pode conceber Deusa partir de sua propria percepgio da Divindade Sereconhego amimeao meu semelhante como partes integrantes do universo e quea cadaum cabea busca do lugar onde melhor possa servir. Texto 47 A ORACAO MISTICA DE SAO FRANCISCO. Muitas oragdes, de varias religides, por serem repetidas tantas vezes, bloqueiam seu significado mistico para aquele que as repete sem meditar sobre seu significado. E o que ocorre com a Orarao de S40 Francisco, o qul foi, acima de tudo e independente de sua religiéo, um mistico universal, admirado em todo o mundo. Meditemos, pois, sobre a mensagem maior que ele nos deixou, que mais do que crist é testemunho da Verdadeimutavel, a qual todo mistico presta fidelidade Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz, Onde houver édio, que eu leve o amor, Onde houver discordia, que eu leve a unio; Onde houver diividas, que eu leve a fé, Ondehouver erros, que eu leve averdade, Onde houver ofensa, que eu leve o perdao, Onde houver desespero, que eu leve a esperanga, Onde houver tristeza, que eu leve a alegna, Onde houver trevas, que eu leve aluz. O Mestre, fazei com que eu procure mais consolar, que ser consolado, Compreender, que ser compreendido, Amar, que ser amado; Pois ¢ dando que se recebe, E perdoando, quese ¢ perdoado, E émorrendo que se vive para a vidaetema Texto 48 BENJAMIN FRANKLIN E AS DEFICIENCIAS MORAIS Benjamin Franklin era um homem que fazia de tudo. Ele foi Inventor, Cientista, Politico e, 0 que poucos sabem, um dedicado Rosacruz, Impressor, cientista, politico, economista financista, escritor, comerciante, inventor e mistico, lembra Leonardo da Vinci em seu amplo leque de talentos. Franklin realizou tudo isso ¢ muito mais em sua ativa vida Mas isso nfo Ihe foi suficiente. Ele quis ser perfeito, Foi um serio de domingo que provocou o desejo de lidar com o que Ihe pareceu uma falta de virtude em sua vida A despeito de suas realizapdes, dificilmente se sentia satisfeito consigo mesmo ¢ lutou constantemente com as deficiéncias morais. Envergonhado com sua vida pessoal, decidiu atacar diretamente cadauma de suas deficiéncias e transformé-las em tesouros morais “Concebi entéo o audacioso projeto de alcancar a perfei¢do moral”, escreveu ele. “Desejei viver sem cometer nenhuma falta em momento algum, eu ia conquistar tudo a que pudessem me conduzir a inclinagao natural, os costumes ou a diligéncia” Coma muitos de nés, Franklin sabia ou pensava que sabia, o que era certo e errado. Nao via qualquer razo por que no pudesse evitar 0 que era errado e fazer o que era certo. Parecia tao simples em teonia “Mas logo descobri que havia subestimado uma tarefa de dificuldades muito maiores do que podia imaginar. Enquanto cuidava de me guardar contra uma falta, era sempre pego de surpresa por uma outra, o habito ganhava com a vantagem da desaten; Tomou-se clara que s6 0 desejo nao era suficiente ; as inclinagBes eram as vezes mais fortes que a razéo” Assim, Franklin mudou de tatica Fez uma lista do que ele considerava as 12 virtudes mais importantes As virtudes valorizadas por Franklin séo hoje tao significativas quanto ha 200 anos. Sao elas 1-TEMPERANCA: No coma até a congesto; ndo beba até a embriaguez. 2-SILENCIO: Fale apenas o que puder ser benéfico para si mesmo e para os outros. 3 ORDEM: Deixe tudo o que ¢ seu ocupar seu devido lugar. 4—RESOLUCAO: Resolva-se a fazer o que deve ser feito; faa diligentemente o que resolveu. 5 FRUGALIDADE: Fara despesas apenas para fazer o bem a si mesmo ¢ aos outros, isto é, nao desperdicenada 6 LABORIOSIDADE: Néo perca tempo; esteja sempre ocupado com algo util, elimine toda apo desnecesséria 7-SINCERIDADE: Néo fara uso de artificios danosos; pense de modo inocente ¢ justo. Se vocé falar, fale deigual modo 8 JUSTICA: Néo prejudique ninguém por injtinias, ou pela omisso dos beneficios que fazem parte do seu dever. 9—MODERACAO: Evite extremos. Nao guarde ressentimentos. 10— HIGIENE: Nao tolere qualquer falta de higiene quanto ao corpo, as roupas ou a habitapao 1I-TRANQUILIDADE: Nao se perturbe com trivialidades, incidentes comuns ov o inevitavel 12- CASTIDADE: Evite excessos sexuais. Nao prejudique sua paz e reputarao, bem como a dos outros 13-HUMILDADE. Nesse quesito, imite Jesus, Sdcrates ou Francisco de Assis. Toda noite Franklin passava em revista sua lista e colocava uma marca preta para cada falha que tivesse cometido durante o dia Quando também isto mostrou-se ineficiente, ele decidiu adenr firmemente a uma virtude a cada semana, fazendo apenas o melhor possivel com as outras doze Ele comparava o processo capinagem de um jardim, dizendo que um bom jardineiro nfo tenta remover todas as ervas daninhas de uma so vez —o que esgotania seu tempo ¢ suas energias — mas, sim, trebalha numa faixa de cada vez. Franklin continuou com seu plano de auto—anélise e aperfeicoamento por varios anos, com poucas interupgées. Ele ficou surpreso com os resultados. “Fiquei surpreso por descobnir que eu tinha mais deficiéncias do que imaginava, mas tive a satisfarao de vé-las decrescendo”, disse Mais tarde ele escreveu: “ Nunca cheguei a perfeicao: na verdade, fiquei bem longe disso. No entanto, tomei-me um homem melhor e mais feliz do que havia sido antes. So alguns attificios como esses podem assegurar um progresso seguro rumo a virtude” © comprometimento com o auto—aperfeioamento foi a chave de uma vida melhor para Benjamin Franklin, e a mesma coisa ¢ valida para nds nos dias atuais. Tomar—se uma pessoa melhor ¢ um proceso detodauma vida Um ponto departida é adotar os conceitos de Franklin: 1 Reconhega o desejo: aprendaa ver seus potenciais. Identifique as metas: decidao que vocé deseja aperfeicoar 3. Trabalhe diariamente: pratique a auto—observa;o 4—Entre em contato consigo mesmo: Avalie-se, medite 5~Aprenda com os eros: mude o estilo de vida quando necessario. Como disse Franklin certa vez: semelhantes, ¢ que cada ano o encontre uma pessoa melho Esteja em guerra com suas deficiéncias morais, em paz com seus Este ainda é um bom conselho Texto 49 CONSELHOS PARA TODAAVIDA Madre Tereza de Celcuta foi um exemplo de vida altruistica Sua dedicaro ao proximo estava alicerpada em uma filosofia ecuménica ¢ tolerante para com todas as crengas e formas de vida Para muitos, além de mistica, Madre Tereza era verdadeiramente uma santa. Abaxo estdo as respostas que ela deua diversas perguntas, as quais constituem uma bela orientayao de vida + Qual o dia mais bonito? - HOJE + Qual acoisa mais facil? - EQUIVOCAR-SE + Qual o maor obstaculo? -O MEDO + Qual o maior erro? - ABANDONAR-SE, + Qual araiz detodosos males? - O EGOISMO + Qual amass bela distrapéo? -O TRABALHO + Qual apior derrota? - O DESALENTO + Quem séo os melhores professores? - AS CRIANCAS + Qual aprimeira necessidade? - COMUNICAR-SE +O que fazmais feliz? - SER UTIL A OUTROS + Qual o maior mistério? - A MORTE + Qual o pior defeito? -O MAU HUMOR + Qual apessoa mais perigosa? - A MENTIROSA + Qual o pior sentimento? - O RANCOR + Qual o presente mais bonito? -O PERDAO +O que é mais imprescindivel? - OLAR + Qual aestrada mais répida? - O CAMINHO CORRETO + Qual a sensapao mais gratificante? - A PAZ INTERIOR + Qual o melhor remédio? - O OTIMISMO + Qual amaoor satisfarao? - O DEVER CUMPRIDO + Qual a forza mais potente do mundo? - A FE + Quais as pessoas mais necessérias? - OS PAIS + Qual a coisa mais bela de todas?- O AMOR. Texto 50 AMEDICINA DOALTRUISMO Apresentamos hoje um texto do Dalai Lama, lider espiritual do Tibet, cujo conteddo concorda perfeitamente com o modo de ver Rosacruz “Caras amigos, no Tibet dizemos que muitas doenyas podem ser curadas pela medicina do amor e da compaixio. O amor e a compaixdo sfo a base estrutural da felicidade humana e a sua necessidade se encontra no micleo de nosso ser. Infelizmente ha muito tempo o amor e a compaixéo vém sendo omitidos dasesferas deinterapo social. Atualmente estes valores sfo vividos na familia e no lar, e seu uso na vida publica é considerado impraticavel e até ingénuo. No meu ponto de vista, a pratica da compaixao nao é simplesmente um sintoma de idealismo nfo realista mas 0 caminho mais eficiente de dedicar-se com afinco aos interesses dos outros do mesmo modo como nos dedicamos aos nossos. Quanto mais nés — como uma nagdo, um grupo ou individuos — dependermos um dos outros, maior devera ser o interesse em asseguramos o bem estar uns dos outros Praticar o altruismo é a real fonte de compromisso e cooperapfo, somente reconhecer a nossa necessidade de hamonia nfo é 0 suficiente. Uma mente comprometida com a compaixéo ¢ como um reservatério que esta transbordando — é uma fonte constante de energia determinago e bondade. E como uma semente, quando cultivada germina muitas outras boas qualidades, tas como o perdao, a toleréncia, a forga intema e a confianca para superar o medo e a inseguranga, A mente de compaixio é como um elixir, é capaz de transformar uma ma situago em uma situapo benéfica Consequentemente, nés nao devemos limitar nossa expresso de amor e compaixéo a nossa familia e amigos. A compaixdo néo € somente uma responsabilidade do sacerdécio, da medicina e de trabalhadores sociais. E 0 empreendimento necessario em todas as esferas da comunidade humana Se um conflito se encontra no campo da politica negécios ou religido, a abordagem altruista € freqitentemente o tinico meio de resolvé-lo. As vezes os muitos conceitos que usamos para mediar uma disputa séo os mesmos que causaram o problema Nesse caso, quando uma resolugdo parece ser impossivel, ambos os lados deveriam recordar da natureza humana basica que as une. Isto ajudara a quebrar o impasse ¢ em longo prazo, ficara mais facil para que todos alcancem seu objetivo. Embora nenhum lado possa ficar inteiramente satisfeito, se ambos fizerem concessdes, no minimo, o penigo de um conflito adicional estaré prevenido. Nos sabemos que esta forma de acordo ¢ a maneira mais eficaz de resolver problemas — por que, ento, nos no a usamos mais freqientemente? Quando eu leva em consideragéo a falta da cooperarao na sociedade humana, eu concluo que ela se origina na ignoréncia de nossa natureza interdependente Eu sou frequentemente comovido pelo exemplo dos pequenos insetos, como as abelhas. A lei da natureza dita que as abelhas trabalhem juntas a fim de sobreviver, Como conseqiéncia elas possuem um sentido instintivo de responsabilidade social Elas néo tém nenhuma constituipfo, leis, policia religigo ou treinamento moral, mas por causa de sua natureza trabalham fielmente juntas. Ocasionalmente elas lutam, mas no geral a colénia inteira sobrevive baseada na cooperarao. Os seres humanos, ao contrério, tém constituisées, amplos sistemas legais ¢ forgas policiais, nos temos religiGo, uma inteligéncia notavel e um coragéo com grande capacidade de amar. Mas apesar de termos muitas qualidades extraordinarias, na pratica ficamos para tras em relago aqueles insetos pequenos, de alguma forma, eu sinto que nés somos mais pobres do que as abelhas Eu acredito que apesar dos rapidos avangos feitos pela civilizaro neste século, a causa mais proxima de nosso dilema atual é a nossa énfase excessiva no desenvolvimento material. Nos tomamo-nos to absortos em sua perseguipdo que, mesmo sem saber, nés negligenciamos o desenvolvimento das necessidades humanas mais basicas de amor, da bondade, da cooperapao e do afeto, Se néo conhecemos alguem ou néo nos sentimos conectados a um individuo ou grupo particular, nés simplesmente os ignoramos, Mas o desenvolvimento da sociedade humana ¢ completamente baseado nas pessoas que se ajudam. Uma vez que perdemos a esséncia da nossa humanidade, ficamos destinados a perseguir somente o desenvolvimento material. Para mim, est claro: um verdadeiro sentimento de responsabilidade pode originar-se somente se nos desenvolvermos a compaixio. Somente um sentimento espontaneo de empatia pelos outros pode realmente nos motivar para agimos em favor dosinteresses deles Texto 51 RECEITA PARA UMA VIDA MEDIOCRE Caro amigo, se vocé deseja uma cémoda vida de mediocridade, sem preocupagées, desafios e crescimento, aceite esta receita que lhe oferecemos, que se mostrara, nao tenha duvida um guia segura 1 — Antes de pensar, informe-se primeiro sobre o que deve ser pensado. Consulte a sociedade, Lembre-se sempre de pensar com a cabeya dos outros e nunca com a sua propria. Concorde imediatamente com tudo o que o professor, o padre, o pastor, o presidente, o chefe, 0 amigo... disserem. Nao reflita e no andlise. Pode ser perigoso para a sade 3—Em tudo o que fizer, pensar e disser, so procure agradar aos demais 4 —Considere a sua cidade e a sua religiéo como tudo o que existe, Afaste-se dos perigos de novos horizontes culturais, Se alguém aparecer com outras ideias, que difiram das suas, combata-o com todas as armas ¢ afaste-se como se fosse dapeste 5 — Seja um companheiro fiel da sua poltrona Assista o mais possivel televisto e novelas. Alias, estas deverdo ser a sua segundareligiao 6- Leia o menos possivel, Mas se resolver ler, s0 assuntos da sua area de interesse. Cuidado com outras leituras. Elas podem deformar a cabera 7 Nao busque caminhos a margem darotina geral. Sige o grosso do rebanho 8—O dinheiro e a posigo social definem o carater e o sucesso 9 — A rotina é alei e alei a rotina De casa para o trabalho, dele para a casa e, uma vez nesta, televisio 0 mais possivel. 10 — Teatro, miisica, ballet, literatura, cinema filosofia, escultura, pintura, ciéncia etc. so dispensaveis. O que vale ¢ a cerveja e 0 futebol. S¢ isso constréi Assim, caro leitor, seguindo estas regras, vocé estara seguro de véos incertos e perigosos, rmo a destinos desconhecidas. Sua mediocridade ficara assegurada, as mudangas nao o atropelardo e vocé conhecera sempre, o caminho a sua frente. Por outro lado, se esta receita nao lhe apetecer e se voré decidir seguir o inverso de seus mandamentos, prepare-se! Vocé sera muito cniticado e, talvez, perdera alguns “amigos”, mas, em compensapo, conhecera uma coisa que nossos caros cultores da mediocridade jamais conhecerdo: o significado dapalavra “vida” Texto 52 OS VERSOS DE OURO DEPITAGORAS Atribui-se a Pitagoras a redacdo dos versos que hoje conheceremos, ditos “de ouro” porque comportam um guia espléndido para uma vida iniciatica e mistica do mais alto valor. Independente da autoria do texto, sabe-se, com certeza, que ele provém da Escola fundada pelo Mestre de Samos, em Crotona, Escutemos, pois, esta pura jéia da sabedoria pitagerical Preparago Aos Deuses Imortais sagrado culto rende. Resguarda 0 corapo. Tua convicrao defende. Aos Sabios ¢ aos Herbis, presta um preito fervoroso Punfi Sé bom filho e bom pai, justo imo, temo esposo Elege amigo teu o que, em vistude, prima, ‘Vive como ele vive e dele te aproxima Os conselhos Ihe escutai, ¢, si te aconselhando O teu amigo for um dia menos brando, Perdao! Que sobre fiel vontade - O lei severa - A fortuna fatal as vezes prepondera Dominar as paixdes ¢ dom que te pertence: Tuas loucas paxdes subjuga e domae vence Sé casto, sdbrio e ativo. A célera o semblante Nunca te ensombre, nunca o mal te seja aceito Em piiblico ou sozinho, e como a um semelhante, ‘A timesmo, tributao devido respeito Na palavra ena apo, sé justo e sé prudente. Vive, -mas, nao te saia a morte dalembranca, Nemte esquega, jamais, de que o homem, facilmente, Perdeas honras ¢ os bens que, facilmente, alcanga Se os males que 0 destino acareta, a porfia Nem podesmitigar, - Nao blasfeme o teu labio, Suporta-os com prudéncia, e nos Deuses confia, Que aos Deuses praz valer do que usa, como Sabio Adeptos, o erro os tem, como averdade bela: O sabio adverte, austero, ou aconselha, amigo: Mas, se o erro vil domina, - ele recuae vela Grava, no imo do peito as palavras que eu digo ‘Nao tenhas prevengao alguma: todavia, Os atos, de outrem, pesae ati mesmo te guia, Pois que, nem todos sao exemplos e ensinamento 'S6 do insensato é agir sem fim, razo nem tento Contempla, no presente, o futuro e o passado Faze, apenas, aquilo em que fores versado Instrui-te com vagar, aprende com paciéncia Do tempo e daconsténcia é que vem a sapiéncia, Poupaa saide, que ela é um tesoura precioso ao teu corpo: alimento, a tua alma: repouso Uma moderagao, porque aindamais nocivo Do que a falta- resulta, as vezes, 0 excessive Nao pratiques o hixo ¢ a avareza, também, Pois sé no meio termo é que consiste o bem. Perfei Assim que 0 sol te acorde e calmo te levantes, Julga tuas agdes, como severo juiz, E ao sono néo te dés, sem perguntares, antes: -Hoje, em que pensei eu? E que foi que hoje fiz? Fizeste o bem?- Persiste! © mal fizeste?- Abstem-te ‘Ama conselho meu, meditao que ele ensina Si o amares - Eu tejuro- e o seguires, fielmente, Poderas atingir a Virtude Divina Eu tejuro por quem o augusto emblema grava ‘A tétrada sagrada- em nosso cora;o Mas, primeiro, € mister, do seu dever escravo Dos deusesa alma invoque, ardendo em devogao Sob o influxo divino, as obras que empreenderes ‘Terminarés em paz, fugindo o engano rude E, perscrutando a esséncia ao diferentes seres, Tu, o principio ¢ o fim conheceras, de tudo E, em tudo, semelhante ¢ amesma em todaa parte Conhecendo-te ati, senhor do teu direito, Vibrara, sem paixes, seu corarfo, no peito Homem, veras que séo frutos proprios do Homem A magoa que o atormenta e os males que o consumem; Porque a origem do gozo, a fonte daventura Que, em si mesmo possui, - além desi, procura Bem poucos, sabem ser felizes. Compelidos pelos Desejos maus, joguetes dos sentidos, Como navio, em mar sem fim, por entre pégos, ‘Assim os homens vo, desnorteados e cegos Deuses! Quisésseis vos valer-lhes de onde estais. Disceme, por ti mesmo, o bem eo mal: conforto E ausilio te dara anatureza exemplar Homem sabio ¢ feliz, entre sonhado porto, Se cumpres minhas leis, um diahas de alcancar Evita o que perturba amente e o que a alma esmaga ‘aprimora arazo, esmera os valores teus, E transpondo, enfim, a refulgente plaga Tu, entre os imortais, seras também um Deus. Texto 54 NOSSOS PENSAMENTOS Um fator da saide que é menos facil de descrever, mas tem uma grande importéncia, ¢ 0 pensamento, Segundo os conceitos rosacruzes, a mente e consciéncia do homem néo esta isolada em uma determinada parte do corpo; ao contrévio, esta difusa e presente em cada célula do nosso ser. Assim sendo, nossos pensamentos afetam diretamente a natureza vibratoria mais sutil de partes e tecidos comporais Se uma pessoa abrigar pensamentos de vinganga autopiedade, medo ou inveja a natureza vibratéria do corpo reagira a esses padrdes de pensamento e sera afetadanegativamente ‘A pessoa que nutre pensamentos negativos esta envenenando sua propria mente. Ela se mantém num estado emocional negativo, que se manifesta numa condio de constante agita;ao de seus sistemas nervoso e digestivo. Desfaz a hamonia intema de seu ser. Como sabemos, o homem possui uma relagao psicossomética Suas emosées, como todo médico, psicélogo, psiquiatra e rosacruz sabe, exercem impacto em seu sistema nervoso, 0 qual, por sua vez, afeta suas glandulas, seu sistema digestivo e outros orgéos principais. Inimeras doencas podem surgir desses pensamentos ¢ sentimentos encerrados numa pessoa por muito tempo. Sao eles efetivamente um veneno de ajo prolongada Ulceras pépticas, hipertenso e desordens cardiacas so apenas alguns dos efeitos adversos pelos quais a pessoa pode destruir-se a si mesma © pensamento, baseado na compreenséo correta da vida de suas leis e principios, produz resultados bem definidos em nossas atividades espirituais e meteriais. O pensamento guarda uma relagao precisa para com os importantes principios fundamentais da vida da saide e da doenga, Em nossos estudos das vibrardes do pensamento, aprendemos que o seu maior efeito ocore em nosso interior Aprendemos que podemos controlar muitas fungées do corpo pelo pensamento Pensamentos de amor, felicidade, paz, progresso e bondade, séo positives e sugerem forsa e apo Uma das vantagens de entretermos pensamentos bons e nobres esta no real beneficio que nés mesmos auferimos, pois esses pensamentos, sendo hamoniosos por natureza, conduzem-nos a uma comunhéo mais intima com 0 Césmico e o Deus do nosso coracéio. Pensamentos deste género nos levam a assumir a atitude mais conveniente (uma atitude pela qual, humildemente, oferecemos nossos préstimos a0 Césmico), Proverbialmente, somos o resultado dos nossos pensamentos. Se somos alegres felizes, mantendo pensamentos de paz e harmonia, vivemos praticamente a vida da pessoa que entretém esse género de pensamentos, Enquanto estivermos nesse estado mental, quase todas as pessoas que encontramos reagirio do mesmo modo, elas serdo atraidas para nés. Devemos estar sempre conscientes do fato de que as vibra;des do pensamento se irradiam de nds e afetam, nao somente ands mesmos, mas também as outras pessoas com quem estamos imediatamente associados. Se formos alegres, as pessoas com quem entramos em contato tenderéo a ser alegres, pois ¢ natural que uma pessoa regja construtivamente ao humor ou estado mental feliz de uma outra. Por outro lado, se néo estivermos felizes, esse estado mental se revelaré em todos os trazos de nosso rosto e nas ardes. As pessoas que se acercarem de nos perceberéo nosso estado de humor, o que se revelara em suas reagdes, havendo possibilidade de que evitem contato conosco Portanto, o pensamento ¢ um fator muito definido da satide, se por um lado é 0 mais facil de controlar, ja que para isso basta modificar os padrdes de pensamento, por outra lado as pessoas resistem a esse tipo demodifica;ao As medidas com as quais lidamos aqui esto voltadas principalmente para a manutensao da boa saide Em muitos casos, essas medidas também podem servir para comigir causas de doensas ou

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