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11 A NOVA “GESTAO EDUCACIONAL A funcio atribuida & escola na formacéo de competéncias ¢ os objetivos de efcitncia que se esperam dela encontram no sistema educacional sua continuacio ligica, sob os auspicios da “revolugio gerencial".O objetivo cesta ikima &gerr a escola como uma empresa. Essa evolugio € apresemtada si também como uma resposta as aspiragbes da base por mais liberdade ¢ sé por mais democracia. Todavia, a roupagem da nova gestio néo engana. Os argumentos baseados nos defeitos do eentralismo evidentemente sio relevantes, assim como o desejo dos “atores" por mais autonomia. Contudo, aapretexto de descentralizar e desburocratizar,vém ocortendo transferéncias de poder que pretendidos. Nao éa democracia que vence, nio é2 iniciativa da base que é incentivada~ambas concepgées fundamentalmente estanhas 0 voeabulario da burocracia francesa ~; trata-s, isso sim, de mudangas que fortalecem io correspondem is l6gicas oficais nem surtem os efeitos © dominio dos controles ¢ das injungdes sobre os professores ¢, conse ‘quencemente, sobre os alunos. Na realidade, imitar a empresa teve como prolongamento légico a vontade de colocar “chefes de verdad” na diregio sas unidades descencralizadas, encartegados de aplicar de maneiraefciente 4 politcas de modemizagéo determinadas de cima e capazes de mobilizar energias, introduzir inovagdes ¢ controlar 0s professores. Os defensores ‘mais genuinos do neoliberaismo escolar insistem muito na importancia P Michel Crozer, "Le Sytime scolaire fice 3a evolution managile”, Education et ‘Management n.7, ju. 1991. Ver também Claude Durand. Prinborgne, ducarion ‘nationale (Pais, Nathan Universit, 1992), p. 30 Lc Hota, “America, America, Le plan Marshall ec Vimportation du management”, Are dela Recherche en Sciences Secale, 38, maio 1981, p. 19-41 BE Nad Nd A nova “pesto educacional” + 253 cde um verdadciro lider & frente das escolas, contrapartida organizacional fundamental para a constituigio de um mercado escolar’. A légica é muito clara: se a escola é uma empresa que produz um servigo, se depende de uma eficigacia mensurivel, se seu custo deve ser controlado ou reduzido, a “organizagioeducadors” deve tera frente um organizador queseja capa de dirigir uma “equip” ¢ se responsabilize pela produgao de “valor agregado” Embora essa transformagio seja mais pela “empresa”, Apesar das declaraées extcondosas sobre “modernizagio", clara nas eos de ensino médio ¢ fundamental 2 la atnhém se anunca essa “reorganizagio gerencal da Educasio Nacional” no € original, como. 10 ensino fundamental I enas universidades. Evidentemente hd ainds wea da relativaautonomia profissional tadicionalmente concedida aos docentes hoje vista como excessivamente dispendiosa A transformagio nio se limita 4 Franga. Nos anos 1980, financiados Btls OCDE, os rabalhos do Prjeto Internacional de Apercgonmerne da Fscola (Isp) definiram o referencial dessa reorganizacio focada nos diretores excolares como vetores de inovacéo'. triunfante. Os administradores do ensino se tomnaram 0s novos “capitis d imposto pela alta administracio, sobretudlo caso seu novo papel seja assume comerciais e financeiros, eles compartilhavam as mesmas concepgées sob A finsa que caracteriza a situagio francesa nos faz perguntar sea refor- ima gerencial da escola cumpre o objetivo oficial a ela atribuido vinte anos atrds pels esquerda no poder: diminuito inchaco administratvo edelegar Poder & base. A descentralizagio dos controles e das responsabilidades, a maior autonomia do estabelecimento escolar em relagao a0 centro, fragmentada, também caiu nas mios dos administradores. ‘© momento é de forcaecimento dos escales intermedirios na Fai Gragasa sua nova identidade profissional, os administradores se conve cm gestores capazes de encarnar a escola neoliberal, gestores que “ feréncia de mats poder para a pesiferia foram apresemtadas como progressos emocrticos implants para aproximaro ciao dos loess de romada le decisio. Temos de considerar, por baixo das palavras pomposas,os ve linha de comando mais ef consolidacio de uma “culcura cdi dos “aoree"e, do corpo dirigente, gragas« uma formacao similar ea referéncias i «, por iltimo, um maior poder concedide 20 responsivel local para il “inovagdes” & base, O novo espirito dos dirigentes prevalece em deté prevalecet em todos os dominios a wtilidade e a eficiéncia como ppreeminentes"s. Na realidade, porém, todo 0 corpo ditigente deve «em rome dessa estratégia modernizadora sob as ordens do alto escal 2s eextraturas politics, as extratcias em particular, da ata administagso. 7 _A desceniralizaio ea desconcentasio no wouetim mais democrat, —Balayra que na maioria das vezes continua sen ; las cendera, 20 contri, af 'do desconhecida "na pritics” é-ta desaparecer nas obscuras e compli- Rn 2 ras € compli Ver Lise Demailly, “L'Evolution actuelle des méthodes de mobil Fencadrement des enscignants", Sapir, 5, janmat. 1993. unveriae como para o resto de socidade™. Ver Cat Kern, Mé 1 eae ded cs dans dix py de FOCDE Cis Econntcn 1980) WC Fait See a Le Beda codon dew fendi af ett Ver Yves Grellien“L-Encadrement: force ou fables de coe franca cole Pats, Economica, 1988), tration et Education, 1. 72.1998. p25, ‘er Francois Casting, “Décentraisation: un snillon dune nouvelle ulation?” it, 254 + A cocoa no uma empresa «ea desiguildades crescents por todo pais, por outro lado ela parece sera “fe un projewo burocritico. A desconcentrasio permite ee contando com seus niveis ‘ao Estado mancer 0 poder estratégico de decisio, conan Jncermediérios ou com agéncias externas para pdr em pritica suas dretrizes¢ instrugbes,cuja ralizagio néo esti mais em suas mos". O controle de cima | continua sendo a regra, €0 mercado € a concorréncia sio acctos apenas na medida em que nao se opbem 20 poder da administragio superior. cficiente a servico da competiividade econdmica, Néo importa mais, pr ‘mordialmente, a vigilincia moral e politica dos professores. Se a vigilancigg sobre as mindclas aumentou, s oi criado um poder mais proximo, foi co f intuito de melhorar o“desempenho” dos professors ¢faxélos ser io de avaliagao, ‘ou simplest novos objetives econémicos esociais da escola, O cri ‘Rimiistraivas, como era na cscol anega, sim a“produsvidede” ped no é mais o seguir as normas intelecruais, mo tea, submerda a uma avaliaco supostamente objetiva do “valor pels acl. Em outras plain, adminisgio ea. facionalizar mais profundamente o ensino, coma de empréstimo rebel ‘csoluges da gestio privada alegando que desse modo escola se adap tnehor “demanda social”. Apesa de afiemar que apenas atende 20 de mais eda ds “ore eendendo se dito meg t prescrigio 20 terreno pedagégico e pretende desenvolver “métod + philearda” do pessoal visando eficiéncia’. Dado que esa cfincing vezondmica deriva em grande parte da pedagogia, a administa;io Wig i scolar mais de perto as pricas prof se eorganizar para madar econtrok pe : serene dentro da propia sala de aula, Novensing fundamental tdi, principalmente 0 ecaléesintcrmediris tiveram de asus “expontabilidades” para asim, supostamente, recuperar 0 coi Hrekazrs cnsiemdarautnomos demas laos demas fdemais, Ao mesmo tempo, ceneralizando 0 corpo de diretore 2 i alta ~ mando a selegio, « formacio ¢ 2 gestio da direcoria, a alta a us diposigo um quadro de “funciondrios de sso i quer tera ‘Michal Soussan, “Emergence dune polirique de encadrement” Education. 1.4359. 167. + Sinromaticament, representantes dos administrador de nivel in Cuca de no consul nie "xxspres” das alas de aul. Arnova “gentio educacional” + 25 _autoridad que sejam os fis executantes das ordens centrais. Aparente- ‘mente, 0 principal para a administragio central é ter intermediérios mais eficientes e, sobretudo, mais “leis” no controle da base docente, a fim de realizar as mudangas do modelo educacional decididas de cima. A nova ‘organizacio possibilica uma dependéncia mais estrta ¢ mais dircta entre a ites central, as diretorias de ensino ¢ os estabelecimentos escolares. Em vez de “moderna”, essa reforma, que torna mais robusto o escalfo interme- iro da administragao, integrando-o melhor a uma cadeia de camando

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