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Apresentagio da Editora E com grande satisfagéo que apresentamos mais esta obra — Ligées Basicas de Umbanda — através de F. Rivas Neto, deveras conhecido no meio Umbandista em todo o Brasil e até no exterior, com seu Templo em Sao Paulo, no bairro da Agua Funda, a famosis- sima “Ordem Iniciatica do Cruzeiro Divino”. Como sabemos, Rivas Neto iniciou-se no Umbandismo aos 12 anos de idade, tendo aos 18 anos seu proprio “terreiro”. Conheceu W.W. da Matta ¢ Silva em 1971 e teve uma convivéncia inicidtica de 18 anos com 0 ilustre Mestre. Rivas Neto é médico cardiologista e hoje dedica-se a Medicina Holistica, usando métodos da Medicina Psicossomatica, onde usa de terapias alternativas, métodos da Gestalt-terapia e Terapia Re- gressiva a Vivéncias Passadas. & versado em linguas indo-chinesas @ alfabetos esotéricos. E Mestre de Iniciagdo de 7* grau, no grau de Mago. Sucessor natural de W.W. da Matta e Silva, segundo docu- mentos assinados pelo proprio Mestre, que 0 leitor vera. Livraria Freitas Bastos Dedicatéria “In Memoriam" A Woodrow Wilson da Matta e Silva (28.06.1917 — 17.04.1988), ‘Mestre, meu Pai, meu Amigo, que com sua sabedoria milenar aos tiltimos degraus da filosofia do oculto, fazendo-me perceber os 7 da Senhora da Luz Velada — AUMBHANDAN — A Proto-Sintese C: Aos Meus Pais ‘Minha eterna gratiddo, por permitirem-me a béngdo de um corpo através da presente reencarnacao. A Terezinha Inna e Companheira Milenar, meus sinceros agradecimentos em séo-Amor eterno. Aos meus 4 Filhos Domingo, Marcelo, Marcio e Thales, que além de filhos nesta pre reencamacéo, sao iméos e amigos milenares, meus agradecimen ceros pela compreenséo das horas que néo pudemos estar juntos’ Oxald os abencoe sempre. A Querida Maria-Elise Esposa e companheira, por sua toleréncia e amor sabio. Aos Inméos Milenares Wilson, Regina e Iara e todos os seus familiares, conjuges ¢ meus hos, meu sincero saravé. Aos “Filhos" da O.LC.D., que entendem minha tarefa e que também ent que acima da pessoa esté a causa e 0 ideal maior, meus sinceros e pra votos de forgas e assisténcia espiritual. A todos os Umbandistas, sejam ou no afins aos conceitos esposados nests meu sincero e fraternal sarava. A todos, meu muito obrigado. Indice Trabalho é Remédio — Caboclo Urubatio da Guia No Reencontro de Si Mesmo — Caboclo 7 Espadas Palavras do Autor... W. W. da Matta e Silva - Meu Mestre, Meu Pai, Meu Ar 1? Ligio — 2! Ligo — 3* Ligio — 4 Ligio — 5* Liggo — 9? Ligéo — 10* Ligio — 11? Liggo — 12? Licho — 13? Ligio — 14? Ligdo — Umbanda - Surgimento - Deturpacdes - Desaparecimento - Ressur- gimento - A palavra Umbanda ~ Finalidades e objetivos ........ Mediunidade - Surgimento da mediunidade e dos médiuns ~ Modali- Procedimento do médium Umbandista em relac3o aos mentores da Sagrada Corrente Astral de Umbanda ... Modelo de como preparar fisica e es Umbanda Roteiro basico para se processar corretamente uma sessio (gira) de Umbanda (gira de caridade) s Roteiro bisico para se processar corretamente uma sessio (gira) de Umbanda (desenvolvimento meditnico) A magia da oragdo - Como deve orar ou invocar © genuino médium Umbandista Rituals bésicos dentro da liturgia de Umbanda Modelo de instrucées gerais de conduta do médium Umbandista 0 que sio e quem sio os Orixés? Quals so as 7 Linhas de Umbanda Quem so 0s “Anjos de Guarda’? E verdade que alguém possa “prendé-os” ou “amarrélos”? Qs pontos cantados - Os atabaques séo necessarios aos rituais de Umbanda? E o bater das palmas, é necesséri Qual a finalidade dos banhos de ervas e das defumagées? E os perfumes ou esséncias? As “guias” ou colares ritualisticos - Os talismas ou patuds ~ Velas - Oferendas - Obrigacdes - Ritual de amacy ne aac Os pontos riscados ~ Verdadelros fundamentos - NocGes basicas e necessitias ... Trabalho é Remédio... Filho de Fé, Sarava! Novamente, apés apresentarmos as duas obras de nosso “mano” de Comen- te, o Caboclo 7 Espadas, vimos apresentar a primeira obra de nosso “Filho de Fé", discipulo de longa jomnada, o Arapiaga — Rivas Neto. As obras do Caboclo 7 Espadas, calcadas na mais profunda légica e bom senso e dentro de padroes superiores de ensinamentos da Doutrina de Umbanda, continuam sendo discutidas por milhares de “Filhos de Fé", que buscam o émago dessa “Senhora da Luz" mas que se encontra, ainda, envolta nas brumas de seus Tvéus. A obra do Rivas Neto é uma obra simples, singela, mas essencialmente eluci- dativa e prética. Sabemos que sua visdo e anélise critica sobre o atual desenvolvi- mento das coisas e pessoas da Umbanda deixa-o numa mescla de insatisfacao e ansiedade. Insatisfacdo, pois, por mais que entenda que tudo segue o caminho tal. qual deve seguir, espera mais discernimento, mais seriedade e maturidade da- queles que esto no comano da dita “Cipula de Umbanda". A ele, Arapiaga, Tespondemos; — Toda coletividade esta afim com seus dirigentes, por mais que doles se reclame... O mesmo acontece com o atual Movimento Umbandista. ‘No ontem, no passado longinquo, as coisas eram piores. Estamos em melho- Tes caminhos. Toda transformacao requer tempo, requer reviséo de atitudes e, acima de tudo, maturidade espiritual, algo que sabemos ser um proceso muito lento, praticamente imperceptivel aos olhos comuns. Nao queiramos que o Movimento Umbandista seja diferente dos parémetros em que nossa sociedade vive. Ainda vivemos num planeta, embora abengoado, cheio de conuuastes morais, étnicos, de trabalho, de riqueza e, essencialmente, de cultura. Isto reflete a grande heterogeneidade da populagio de individuos no planeta. Sao raros os Filhos em Fé! Mais raros os que buscam o bem comum! ‘Tenhamos serenidade, pois 0 terricola, abengoado pelos patriménios da Espiritu alidade Superior, seré portentoso Homem do futuro. Portentoso em paz, igualda- de, perdao e fraternidade. Talvez a ansiedade de nosso “Filho de Fé” saja devida aos escolhos que expusemos, De qualquer maneira, mesmo criticando — claro que de forma cons- trutiva — 0 Arapiaga deve estar sentindo que s6 o trabalho sincero, digno e honesto 6 o remédio que debelaré a grande confustio planetaria e, 6 claro, dentro do Movimento Umbandista da atualidade. Na verdade, dentro do Movimento Umbandista, a confuséo ou a “terra de ninguém” ¢ aparente... Deixemos os filhos ecamados amadurecerem e logo perceberéo que Umbanda é Luz de cima para baixo, portanto, o Movimento esta 10 F.RIVAS NETO em nossas méos, isto é, nas maos dos “Mentores da Cupula do Movimento ‘Umbandista”, mesmo aparentando 0 contrario!... ‘Vamos todos trabalhar em beneficio de todos. Alcancemos remédios salutares que nos debelem para todo o sempre a vaidade, o orgulho, a soberbia e, muito principalmente, 0 logro do poder temporal. ‘Vamos entdo a estas Ligbes Basicas de Umbanda, escritas por mais um des- ses Filhos de Fé que, com amor e destemidamente, quer contribuir para o melho- ramento de todos. A ele @ a todos, pedimos a béngdo de Oxala... Caboclo Unubatéo da Guia" (*) Obs. do médium: & a Entidade Espiritual que nos assiste mediunicamente desde os 12 anos de idade, quando iniciamos nossa tarefa na seara Umbandista. No Reencontro de Si Mesto Filho de Fé, Sarava! Caboclo 7 Espadas desta vez ver apresentar 0 livro de nosso “cavalo”, 0 ‘Arapiaga (F. Rivas Noto). Habituado desde a tenra idade ao convivio com 0 ‘Mundo Astral e muito especialmente com o Movimento Umbandista, sentindo e ‘observando seus Immaos de Fé, é que achamos justa e oportuna estas suas LIGOES BASICAS DE UMBANDA. Pelo indice, ao correr dos olhos, 0 Filho de Fé e Leitor Amigo perceberdo que néo se pretendeu esgotar o assunto. Procurou-se, dentro do possivel, deixando-se ‘0 academismo inicidtico, penetrar em angulos de dificil acesso, tomando-os sim- plificados e mais acessiveis a todos. ‘Sabemos que isto vai fazé-lo reencontrar-se com velhos sonhos que gradativa- mente vo se tornando realidade, ou seja, através de sua pena, através da escrita de um livro, conseguir chegar em seus irméos de £6 nos mais diversos graus consciencionais, os quais refletem-se na forma de entender e encarar a Umbanda. Portanto, Filhos de Fé, Caboclo 7 Espadas tem certeza que este humilde livro de nosso “cavalo” ser-Ihes-4 stil. Com certeza, ele mostrara o que 6 e o que nao é de Umbanda, seja nos ritos, no comportamento, no ritualismo, no mediunismo € em todas as facetas da ritualistica Umbandista. ‘Avante, Filhos de Fé! Reencontremo-nos com nossas primevas raizes, enten- endo e penetrando nas raizes da Umbanda. Ao penetrarmos no Santuério Sagra- Go das verdadeiras Ligdes de Umbanda, sentir-nos-emos mais fortes, mais proxi: mos da Verdade, mais proximos de nés mesmos. Forgas renovadas, Filho de Fé! Vocé est prestes a reencontrar-se com @ Umbanda. Filho de Fé, Sarava! Caboclo estara sempre contigo. ‘Apressa-te, Filho de Fé, mas sem ansiedade, pois estas prestes a te reencon- ‘wares. Feliz reencontro! ‘Que Oxald o abengoe sempre. Ele jé 0 abencoou!!! ‘Cabocio 7 Espadas SP., julho de 1990. Palavras do Autor Inmao de Fé, Sarava! £ com muita satisfagdo que Ihe entregamos este pequeno livrinho que, espe- ramos, possa lhe ser muitissimo Ul. Se ele cumprir esta tarefa, ou seja, a de ser Util, esclarecendo nossos irmaos em vérias diividas, sentir-nos-emos plenamente recompensado ¢ etemamente agradecido aos nossos mentores espirituais pela oportunidade e amparo que nos estenderam. Neste livrinho queremos manter uma espécie de conversa entre o irmao leitor e nés, 0 autor. Nesse clima de cordialidade, amizade e fratemnidade iremos expot ‘nossos conceitos sobre essa nossa querida e amada Umbanda. Procuraremos, sempre conversando com voé, prezado irméo leitor, simplifi- car aquilo que parece complicado. Tentaremos de maneira bem simples esclare- cer alguns temas, em que todos tem chividas. Esta sera a tOnica desse livrinho, que ndo tem absolutamente a pretensao de ser “o melhor", e muito menos de ser © tinico que estd com a verdade. Nao, o que desejamos é dialogar abertamente, sem discutir e sem ferir a quem quer que seja. Nossa proposta de trabalho e de estudo 6 de paz e amizade. ‘Sim, queremos paz e amizade com todos. No somos daqueles que 6 reco- nhece um amigo seo mesmo ¢ favordvel ao nosso ponto de vista. Na verdade, Irmo de Fé, temos grandes amigos que, muito naturalmente, discordam de nossas opinides. E isso nunca interferiu em nossa amizede. Ao contrério, continu- amos amigos, tendo fortalecido ainda mais nossos lagos fratemnos. No 6 porque alguém é contra os conceitos que expusemos que 6 contra nés! Jamais discutimos com algum Indo de Fé somente por ele divergir de nossos conceitos. Muito menos “corremos gira” com nosso “Exu” para prejudicé-o. Isso seria — e 6 — inadmissivel para nés, embora, com tristeza, devamos informar que muitos irmos, infelizmente movidos pela vaidade ou total desequilibrio espiritu- al, atacam sem pestanejar outro seu irméo. Felizmente essa é uma minoria, mas que também esté mudando ou revisando suas atitudes. Afinal, somos todos irméos, filhos da “Senhora da Luz", desta Umbanda que a todos abriga em seu seio de amore fraternidade. Perdoe-nos, Irmo de Fé, se Ihe aborrecemos com nossas palavras, mas sin- ‘ceramente, ao encerrar, gostarfamos de cumprimenté-lo e desejar-Ihe um profun- do sarava @ a assisténcia espiritual cada vez maior por parte de seus mentores. Imo e Amigo Leitor, dé-nos a honra de té1o em nossa companhia, nas paginas que se seguem. Assim, sem mais demora, iniciemos este nosso despre- ‘tencioso livrinho. Com respaito e admiragéo do F. Rivas Neto S.P., julho de 1990. Nascido en médium que m 50 anos de mec outras dimenst fundamentos m Sua tarefa seguidores, ini és — consider gados eram e si Editora Esperai Janeiro. O vou poder... present ‘Rivas, esse Dessa mesn a Gréfica Espen ou 6 parcelas. ¥ editada, teve se Livraria Freitas Matta e Silva. Como nao p de perceber qu: deu ao seu auto Umbanda d ram nela 08 16 aspectos mais p um impulso ren em fantasiar e pretens6es, tant a socapa. Quan ea maior das 7 através da balk: Soubemos g WW. DA MATTA E SILVA Mou Mestre, Meu Pai, Meu Amigo, Nascido em Garanhuns, Pernambuco, em 28.06.1917, talvez tenha sido o médium que maiores servigos prestou ao Movimento Umbandista, durante seus 50 anos de mediunismo. Nao ha diwvidas hoje, apés 2 anos de sua passagem para outras dimensdes da vida, que suas 9 obras escritas constituem as bases e os fundamentos mais avancados do puro e real Umbandismo. Sua tarefa na literatura Umbandista, que fez milhares de simpatizantes e Seguidores, iniciou-se no ano de 1956. Sua primeira obra fol Umbanda de Todos Nés — considerada por todos a Biblia da Umbanda, pols tanscendentais ¢ avan- Gados eram e sto seus ensinamentos. A 1° Edigao velo a luz através da Grafica Editora Esperanto, a qual situava-se, na época, & rua General Argélo 230, Rio de Janeiro. O volume n? 1 dessa fabulosa e portentosa obra encontra-se em nosso Poder... presenteados que fomos pelo insigne Mestre, Em sua dedicatoria consta: “Rivas, esse exemplar 6 o n® 1. Te dou como prova do grande aprego que tenho por vocé, Verdadeiro Filho de Fé do meu Santuario — do Pai Matta — Ttacurussé, 30.07.86 Dessa mesma obra temos em méos as promissérias que foram pagas, por Ele, 8 Grafica Esperanto, que facilitou o pagamento dos 3.500 exemplares em 120 dias 0u 6 parcelas. Vimos, pois, que a 1" edicéo de Umbanda de Todos Nés, para ser editada, teve seu autor de pagé-la, A partir da 2 edicao a obra foi lancada pela Livraria Freitas Bastos, a qual, desde aquela época, vem editando as obras de Matta e Silva, Como nao poderia deixar de ser, a Livraria Freitas Bastos teve a sensibilidade de perceber qus estava de posse de um valioso tesouro e, como tal, valorizou-o ¢ deu ao seu autor o respaldo necessério, 4 Umbanda de Todos Nés agradou a milhares de Umbandistas, que encontra- ram nela os reais fundamentos em que poderiam se escudar, mormente nos aspectos mais puros e limpidos da Doutrina Umbandista. Mas, so para muitos fot um impulso renovador de {¢ e conviceao, para outros, os interessados em iludir, em fantasiar e vender ilusbes, foi um verdadeiro obstculo as suas funestas bretensdes, tanto que comecaram a combaté-la por todos os melos possiveis © até & socapa. Quando perceberam que, ao combaté-la, estavam fazendo sua apologia © a maior das propagandas, enfureceram-se... Iniciaram 0 ataque contundente, através da baixa-magia... e, mais uma vez, sem sucesso! Souhemos por ele que, realmente, foi uma briga astral, feroz... Além de ter Contrariacio interesses mesquinhos de determinados pseudo lideres umbandistas a época, também desagradou a um Astral inferior e todo um séquito de entidades 4 F.RIVASNETO atrasadas, as quais perceberam que, com o langamento ¢ a aceitagdo da obra, seu império de ages negras e nefastas ficou seriamente ameagado. Perceberam que, com a Luz do esclarecimento se manifestando, nao haveria mais lugar para @ ignordncia, faltando, pois, substrato 4s Sombras, fonte priméria e primeira de suas agdes funestas. Realmente, foi uma luta Astral, uma demanda, em que as Sombras e as ‘Trevas utilizaram-se de todos os meios agressivos e contundentes que possulam, arrebanhando para as suas fileiras do édio e da discdrdia tudo o que de mais ne- fando e trevoso encontrassem, quer fosse encamado ou desencarnado. ‘Momentos dificeis assoberbaram a rigida postura do Mestre, que muitas vezes, segundo ele, sentiu-se balancar. Mas nao caiu!... E os outros? Ah! os outros... Na 6poca, alguns arrivistas incapazes e despeitados, aproveitando-se de uma palestra publica, proferida austeramente pelo Mestre Matta, fotografaram-no centenas de vezes, com a vil, baixa e torpe intencdo de poder atingilo através de rituais inferiores que, é claro, s6 tém aceite para os Magos Negros e seus Planos € ‘Sub-Planos afins. Nao tiveram os minimos escripulos, atacaram-no de todas as formas, queriam maté-lo, eliminé-lo, somente por ele ter alertado 2 grande massa ‘popular que campeava por esses ditos terreiros. Tais individuos queriam se ‘peneficiar de todas as formas, para conseguir isto ou aquilo, precisendo usar 0 povo como massa de manobra, a fim de levé-los a cargos, a simuapes para as quais ndo detinham merecimento ou capacidade. Decepcionado com a recepcio desses verdadeiros opostares, renhidos e fa- naticos, & sua obra, Matta e Silva resolveu cruzar suas amas, que eram sua intuigao, sua viséo astral, calcada na légica e na raz8o, © sua maquina de escre- ver... Embora confiasse no Astral, que o escolhera para 2 ardua © penosa tarefa, ‘por intermédio desse mesmo Astral obteve Agé para um pequeno secesso, onde encontraria mais forgas e alguns raros e fitis aliados que o seguiriam no desem- pemtho da misao que ainda o aguardave. ‘Na época, ndo fosse por seu Astral, Matta e Silva teria desencamado... Varias vezes, disse-nos, s6 néo tombou porque Oxalé néo quis... Muitas wezes precisou dormir com sua gira firmada, pois ameacavam-no de lewé-Jo Gurante sono. Imaginem os leitores amigos os assaltos que devem ter assoberbado o nobre Mestre Matta e Silva... Seus 2 filhos, Ubiratan e Elué, também sofreram, embors de forme leve, as rebarbas dos entrechoques de ordem astral que, em avalanche, desceram e atin- giram a familia do flustre Mestre. A demanda foi feroz, sendo que, de seus perseguidores, a maioria recebeu segundo a Let... Pai Céndido, que logo a seguir denominou-se como Pai Guiné, assumiu toda a responsabilidade pela manutengao e reequilibrio astro-fisico de seu Filho, para em seguida orienté-lo na escrita de mais um livro. Sim ai langow-se, através da Editora Esperanto, Umbanda ~ Sua Eterna Doutrina, obra de profunds filosofia transcendental. Até entéo, jamais haviam sido eserites os conceites esotéricos € LIGOES BASICAS DE UMBANDA ‘metafisicos expostos. Brilhavam, como ponto alto em sua doutrina, os concsitos — sobre o Cosmo Espiritual ou Reino Virginal, as origens dos Seres Espirituais, etc... Os Seres Espirituais foram ditos como sendo incriados e, como tal, eternos... ‘Devido a ser muito técnica, Umbanda - Sua Eterna Doutrina agradou 40s es- tudiosos de todas as Correntes. Os intelectuais sentiram peso em seus conceitos, sendo que, para dizer a verdade, passou até certo ponto desapercebida pela grande massa de crentes e mesmo pelos ditos dirigentes umbandistas da época. ‘Ainda nfo se esgotara a primeira edicdo de Sua Eterna Doutrina ¢ Pai Matta j4 langava outra obra classica, que viria a enriquecer ainda mais a Doutrina do Movimento Umbandista. Complemento e ampliacdo dos conceitos herméticos esposados por Sua Eterna Doutrina, 0 novo livro, Doutrina Secreta da Umbanda, agradou mais uma vez a milhares de pessoas. ‘Nao obstante suas obras serem lidas néo s6 por adeptos umbandistas, mas também por simpatizantes e mesmo estudiosos das ditas Ciéncias Ocultas, seu Santuario, em Itacuruss4, era frequentado pelos simples, pelos humildes, que sequer desconfiavam ser 0 velho Matta um escritor conceituado no meio umban- dista. Em seu Santuario, Pai Matta quardou o anonimato, varios e varios anos, em contato com a natureza e com a pureza de sentimentos dos simples e humildes. ‘Ele merecera essa dédiva, ¢ nessa doce Paz de seu terreirinho escreveria mais outra obra, também possante em conceitos. Assim nasceu Ligdes de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto- Velho, obra meditinica que apresenta um didlogo edificante entre um Filho-de-Fé (Zi-Ceré) e a Entidade Espiritual que se diz Preto-Velho. Obra de nivel, mas de fa- cil entendimento, sem diivida foi um marco para a Doutrina do Movimento Um- bandista. Apés 4 obras, Matta e Silva tomou-se por demais conhecido, sendo procurado por simpatizantes de todo o Brasil. Embora atendesse a milhares de casos, como em geral sdo atendidos em tantos e tantos terreiros por este Brasil afora, havia em seu atendimento uma diferenga fundamental: as dores e mazelas que as ‘hhumanas criaturas carregam eram retiradas, seus dramas equacionados @ luz da ‘Razio e da Caridade, fazendo com que a Choupana do Velho Guiné quase todos 0s dias estivesse lotada... Atendia também aos oriundos de Ttacurussé — na ocasiao ‘uma cidade sem recursos — que, ao necessitarem de médico, endo havendo nenhum na cidade, recorriam ao Velho Matta. Este, com sua bondade e caridade, a todos ministrava medicamentos da flora local, @ mesmo alopatias simples, que ele mesmo comprava quando ia a cidade do Rio de Janeiro. Ficou conhecido como curandeiro, e sua fama ultrapassou os limites citadinos, chegando as ilhas proxi- ‘mas, de onde acorriam centenas de sofredores de varios matizes. Durante exatos 10 anos Matta e Silva cumpriu essa tarefa, que transcendia a suas fungdes sacer- ‘Como se vé, 6 total iniquidade e falta de conhecimento atribuir a Matta e: ‘Silva a pecha de elitista. Suas obras so honestas, sinceras, reais, © revelam em suas causas 0 hermetismio desta Umbanda de Todos Nos. Segundo sapientissimos 16 F.RIVASNETO mentores de nossa corrente, setis livros levardo mais de 50 anos para serem completamente assimilatos € colocatios em pratice E necessério que nos prepa- remos para esse Evento de Luz Redentora da Nove Era do milénio. As obras de W. W. da Matta‘e Silva preparam, ajustam ¢ apontam pare 2 Umbanda do 3° milénio, Preparemo-nos, caso contréiio... ‘Continuando a seguir a jomada missionéria de Pai Matte, vamos encontré-lo ‘escrevendo mais uma obra: Mistérios ¢ Préticas da Lei de Umbanda. Logo a se- guir, viria Segredos da Magia de Umbanda ¢ Quimbanda A primeira ressalta de forma bem simples e objetiva as raizes miticas e misticas G2 Umbanda. Aprofun- da-so no sincretismo dos Cultos Afro-Brasileiros, descortinando 0 panorama do atual Movimento Umbandista. A segunda aborda 2 Magia Exéreo-Fisica, revela e ensina de maneira simples e prdtica certos rituais seletos a Magia de Umbanda. Constitui obra de cunho essencialmente prético e muito eficient=. esse instante de nossa descrigdo, pedimos toleréncis © paciéncia ao prezado leitor, pois queremos dar ao mesmo uma teal nocéo da cronslog:a das obras do grande Mestre. Acreditamos que, assim fazendo, esteremos sintonizando-nos ainda mais, permitindo ao caro leitor penetrar no mago Ge nossa mensagem. Prosseguindo, chegamos a Umbanda e o Poder da Medimnidade Nessa obra entenderemos como ¢ pormue ressurgit a Umbanda no Brasil Ela aponta as verdadeiras origens da Umbanda. Fala-nos da magia e do médium-magista. Con- tamos, em detalhes, angulos importantissimos da magia sexual Hé nesse livro uma (descrigko dantesca sobre as zonas cavernosas do batso astral, revelando covas com seus magos negros que, insistentemente, so aimentados em suas forcas por pensamentos, atos e até por oferendas grosselzes das bumanas cria- turas. ‘Apés 7 obras, atendendo a numerosos pedidos de simpatizantes, resolveu 0 ‘Mestre, em conjunto com a Editora Freitas Bastos, lancar um trabalho que sinteti- zasse e simplificasse todas as outras jé escritas. Assim surgi Umbanda do Bra- sil, seu oitavo livro. Agradou a todos e, em 6 meses, esgotou-se. Bm 1975 lancaria Mestre sua tiltima obra: Macumbas e Candomblés na Umbanda Esse livio é um registro fidedigno de vivénclas misticas e religiosas dos chamatios Cultos Afro- Brasileiros. Constitui um apanhado geral das varias unidades-tenetos, as quais, refletem 0s graus consciencionais de seus adeptos e praticantes. Tustrado com dezenas de fotografias explicativas, define de maneira clara @ snsofismavel a ‘Umbanda popular, as Macumbas, os Candomblés de Cabocio e 4 nopSes sobre Culto de Nagao Africana, etc. O leitor atento deve ter percebido que, durante nossos dezoio anos de convi- véncia inicidtica, emesmo de relacionamento Pai-Filho com 0 Pai Matta, algumas das fases que oitamos nés a presenciamos in Joco... Conhecemo-lo em 1971 quando, apés ler Umbanda de Todos Nés, tivemos forte impulso de procuré-lo. Na ocasiéo morévamos em Séo Paulo. Fomos procuré- lo em virtude de nosso Astral casar-se profundamente com © que estava escrito naquele livro, principalmente sobre os conceitos relatives @s°7 linhas, modelo de ¥ __IGOES BASICAS DEUMBANDA. a ritual e a tao famosa Lei de Pemba. Assim 6 que nos dirigimos ao Rio de Janeiro, sem saber se 0 encontrariamos. Para nosso regozijo, encontramo-lo na Livraria Freitas Bastos da rua 7 de Setembro. Quando nos viu, disse que ja nos aguardava, e porque tinhamos demorado tanto?! Realmente ficamos perplexo, deslumbrado... parecia que j4 0 conheciamos ha milénios... , segundo Ele, conheciamo-nos mesmo, ha varias reencarnagées... A partir dessa data, mantivemos um contato estreito, frequentando, uma vez por més, a famosissima Gira de Pai Guiné em Itacuruss4 — verdadeira Terra da Cruz Sagrada, onde Pai Guiné firmou suas Raizes, que iriam espalhar-se, difun- dindo-se por todo o Brasil. Mas, voltando, falemos de nosso convivio com o insigne Mestre, : Conhecer Matta e Silva foi realmente um privilégio, uma dédiva dos Orixas, que guardo como sagrado no amago de meu Ser. Nesta hora, muitos podem estar perguntando: — Mas, como era esse tal de Matta e Silva? Primeiramente, muito humano, fazendo questo de ressaltar esse fato. Alias, era avesso ao endeusamento, mais ainda a mitificagao de sua pessoa. Como hu- mano, era muito sensivel e de personalidade firme, acostumado que estava a enfrentar os embates da propria vida... Era inteligentissimo! Tinha os sentidos agucadissimos... mas era um profundo solitério, apesar de cercarem-no centenas de pessoas. Seu Espirito voava, interpenetrando e interpre- tando em causas 0 motivo das dores, sofrimentos e mazelas varias. A todos tinha uma palavra amiga e individualizada. Pai Matta nao tratava ca sos, tratava Almas... e, como tal, tina para cada pessoa uma forma de agir, segundo 0 seu grau consciencional préprio! Sua cultura era exuberante, mas sem perder a simplicidade e originalidade. De tudo falava, era atualizadissimo nos minimos detalhes... Discutia ciéncia, politica, filosofia, arte, ciéncias sociais, com tal naturalidade que parecia ser ‘Mestre em cada disciplina. E era!... ‘Quantas e quantas vezes discutiamos medicina e eu, como médico, confesso, tinha de me curvar aos seus conceitos, simples mas avancados. ‘No mediunismo era portentoso... Seu pequeno copo da vidéncia parecla uma televisdo tridimensional! Sua percep¢éo transcendial... Na mecdnica da incorpo- ago, era singular seu desempenho! Em conjunto simbistico com Pai Guiné ou Caboclo Juremé, trazia-nos mensagens relevantes, edificantes e reveladoras, além de certos fenémenos magicos, que no devemos citar.. Assim, caro leitor, centenas de vezes participamos como médium atuante da ‘Tenda de Umbanda Oriental, verdadeira Escola de Iniciacao a Umbanda Esotéri- ca de Itacurussé, na Rua Boa Vista, 157, no bairro de Brasilinha. A Tenda de Umbanda Oriental (T-U.0.) era um humilde prédio de 50 m®. Sua construcao, simples e pobre, era limpa — e rica em Assisténcia Astral. Era a verdadeira Tenda dos Orixas... Foi ai, nesse recinto sagrado, onde se respirava a 18 RIVAS NETO doce Paz. da Umbanda, que, em 1978, fomos coroado como Mestre de Iniciagao de 7? grau e considerado representante direto da Raiz de Pai Guiné, em Séo Paulo. Antes de sermos coroado ¢ claro que jé haviamos passado por rituais que antece- dem a “Coroacao Iniciética”. E necessério frisar que, desde 1969, tinhamos nossa humilde choupana de trabalhos umbandisticos, em Sao Paulo, onde atendiemos centenas de pessoas, muitas das quais enviadas por Pai Matta. Muitos deles, os que vieram, tornaram- se médiuns de nossa choupana, a Ordem Inicidtica do Cruzeiro Divino. Multas @ muitas vezes tivemos a felicidade ¢ 2 oportunidade impares de contarmos com a'presenca de Pai Matta em nossa choupana, seja em rituais sele- tos ou piiblicos e mesmo em memoriveis e inesqueciveis palestras e cursos. Uma delas, alids, constitui acervo do arquivo da Ordem Iniciatica do Cruzeiro Divino: uma fita de videocassete em que seus “netos de Santé” fazem-Ihe perguntas s0- bre sua vida, doutrina e mediunismo... Constam ainda de nossos arquivos cente- nas e centenas de fotos, tiradas em Sao Paulo, Rio de Janeizo e em outros e varios locals... Para encerrar esta longa conversa com o prezado leitor, pois se continuarmos um livro de mil paginas ndo seria suficiente, relatemos a tltima vez que Pai Matta esteve em Séo Paulo, isto em dezembro de 1987. Em novembro de 1987 estivemos em Itacuruss4, pois nosso Astral jé vinha nos alertando que a pesada e nobre tarefa do Velho Mestre estava chegando a0 fim... Surpreendeu-nos, quando 14 chegamos, que ele nos chamou e, a sis e em tom grave, disse-nos: — Rivas, minha tarefa est chegando ao fim, o Pai Guiné j4 me avisou... Pe- Giu-me que eu va a Sao Paulo e 14, no seu terreiro, ele baixard para promover, em singelo ritual, a passagem, a transmissao do Comando Vibratério de nossa Raia. Bem, caro leitor, no dia 2 de Dezembro, um domingo, nosso querido Mestre chegava. do Rio de Janeiro. Hospedando-se om nossa residéncia, assim como fazia sempre que vinha a Sao Paulo, pediu-nos que o levassemos a um oftalmolo- Gista de nossa confianga, ja que havia se submetido sem sucesso a 3 cirurgias Paliativas no controle do glaucoma (interessante é que desde muito cedo come- ou a ter esses problemas, devido a. Antes disso, submetemo-lo a rigoroso exame clinico cardiologico, onde diag- nosticamos uma hipertensdo arterial acompanhada de uma angina de peito, esté- vel. Tratamo-1o e levamo-lo ao colega oftalmologista. Sentiamos que ele estava algo ansioso, e na ocasido disse-nos que 0 Pai Guiné queria fazer o mais rapido ossivel o ritual. Disse-nos também que a responsabilidade da literatura ficaria 20 nosso cargo, ja que lera Umbanda ~ A Proto-Sintese Césmica e Umbanda - Luz na Etemidade, vindo a prefacjar as duas obras. Pediu-nos que fizéssemos 0 que 0 Sr. 7 Espadas havia nos orientado, isto é, que langéssemos primeiro Umbanda - A Proto-Sintese Césmica. Segundo Pai Matta, esse livro viria a zevolucionar 0 meio Umbandista e os que andavam em paralelo, mormente os ditos estudiosos das LIGOES BASICAS DE UMBANDA 19 ciéncias esotéricas ou ocultas. Mas, para nao divagarmos ainda mais, cheguemos Jé.o dia 7 de dezembro de 1987. ‘A Ordem Iniciética do Cruzeiro Divino, com todo seu corpo meditinico presen- te, se engalanava, vibratoriamente falando, para receber nosso querido Mestre , muito especialmente, Pai Guiné. As 20 horas em ponto adentramos o recinto sagrado de nosso Santuario Eso- térico, Pai Matta fez pequena exortagio, dizendo-se feliz de estar mais uma vez ‘em nosso humilde terrelro, ¢ abriu a gira. Embora felizes, sentiamos em nosso Eu que aquela seria a ultima vez que, como encamado, nosso Mestre pisaria a areia de nosso Congé. Bem... Pai Guiné, ao baixar, saudou a todos e promoveu um ritual simples, mas profundamente vibrado e significative. Num determinado instante do ritual, na apoteose do mesmo, em tom baixo, sussurrando a0 nosso ouvido, disse-nos: — Arapiaga, meu Filho, sempre fostes fiel ao meu cavalo e ao Astral, mag sa- beis também que a tarefa de meu cavalo néo foi facil, e a vossa também no ser. ‘Nao vos deixeis impressionar por aqueles que querem usurpar e s6 sabem trair... lembrai-vos de que Oxalé, 0 Mestre dos Mestres, foi coroado com uma coroa de espinhos... Que Oxalé abengoe vossa jomada, estarei sempre convosco. Em uma madeira de cedro, deu-nos um Ponto Riscado, cravou um ponteiro e, a0 beber o vinho da Taga Sagrada, disse-nos: — Podes beber da Taga que dei ao meu Cavalo — ao beberes, seguirés 0 determinado... que Oxalé te abengoe sempre! A seguir, em voz alta, transmitiu-nos 0 comando magico vibratério de nossa Raiz... Caro leitor, em poucas palavras, foi assim ritual de wansmissao de comando, que, com a aquiescéncia de Pai Guiné, temos gravado em videocassete ¢ em varias fotografias. Alguns dias apés o ritual, Pai Matta mostrou-nos um documento com firma reconhecida, no qual declarava que nds éramos seu representante direto, em ‘mbito nacional e intemacional (?!) Sinceramente, ficamos perplexol.... Na ocasiao nao entendiamos 0 porqué de tal precaugao, mesmo porque queri- amos @ queremos ser apenas nés mesmos, ou seja, ndo ser sucessor de ninguém, quanto mais de nosso Mestre. Talvez, por circunstancia Astral, ele e Pai Guiné néo pudessem deixar um hiato, onde usurpadores varios poderiam, como aventu- reitos, aproveitar-se para destruir o que Eles haviam construido! Sabiam que, como sucessor do grande Mestre, eu nao seria nada mais que um fiel depositario de seus mananciais doutrinérios! Quem nos conhece a fundo sabe que somos desimbuidos da tola vaidade! Podemos ter milhares de defeitos, e realmente os temos, mas a vaidade nao é um doles, mormente nas coisas do Espiritual. Néo estarlamos de pé, durante 28 anos de lutas e batalhas, se o Astral ndo estivesse conosco... Assim, queremos deixar claro a todos que, nem ao Pai Guiné ou ao Pai Matta, em momento algum, solici- ‘tamos isto ou aquilo referente a nossa Iniclagdo e muito menos a sua sucesso... 20 F.RIVAS NETO foi o Astral quem nos pediu (0 videocassete mostra) ¢, como sempre o fizemos, a Ele obedecemos... Mas 0 que queremos, em verdade, 6 ser aquilo que sempre fomos: nés mesmos. Néo estamos atras de status; queremos servir... Queremos ajudar, como outros, a semeadure, pois quem tem um pingo de esclarecimento sabe que amanha... Para encerrar, caro leitor, anexaremos uma foto do documento original, onde se vé claramente a chancela e a rubrica do querido Mestre e Pai, Matta e Silva. Assim 0 faremos, para néo falarem isso ou aquilo.. Pai Matta Teu filho, de todas as formas, tem procurado hon- rar Tua tarefa e Teu trabalho. Sei que continuas a tarefa nos Planos do Astral Superior, que agora tens como Lar e Santuétio. Assim, meu Mestre, a Ti dedico mais este livro, na certeza que tenho de que me inspiras e me susténs na jomada do hoje e do porvir... Embora hoje sendo Pai, continuo cada vez mais teu Filho e, tem certeza, sempre fiela Tie ao Astral. Pai, Tua béncao! Com todo o respeito, permite- me desejar que Oxald te abencoe sempre. Hé de abencoar-te, eternamente! F. RIVAS NETO (Arapiaga) 83 - ce a e LIGOESBASICASDEUMBANDA at ESCOLA DE UMBANDA ESOTERICA DE ITACURUGA AUPORIZACEO Autorizance PRANCISCO RIVAS HET, Iniciado e Corcado 0 Santudrie, ne Grau de Mestre, a representar-n pele ne em ambite nacional ¢ internacienal. ‘FRANCISCO RIVAS ETO 6 © unice que pede comprever es a condic&e, ben come defender e Deutrina da Umbanda Esoté na teeria ¢ na prética, de rica em sus verdadeira purer: acerde com © que estdé conceituade em n a literatura, - constante de 9 ebras. eden op Iniciades pele hunilde Santudrie de Ttacurugé tem cenprevante: YRARCISCO RIVAS NEYO, come Mestre de Iniciecie, de 7® qrau, de Umbanda Eeetérica tem seu Temple situade ne ‘Travessa Hagelhies, 681 - fgua Funda, em Sie Pauls e 1BP SUBDISTRITU-iris: {UA BOM PASTOR 409-52 ..- Rewontge pox eometiange fm, Ls Itacurugd - RJ. em O7-12.1967- 1° Ligto Umbanda - Surgimento - Deturpagdes - Desapareci- mento - Ressurgimento - A palavra Umbanda - Finalidades e objetivos A Umbanda teve sua origem hé milhares de anos. Sua origem remonta aos tempos da Lemiiria. A Lemuria foi um continente que abrangia as Américas ¢ a Africa, juntas, é claro... No continente da Lemuria, em seu centro, onde hoje ¢ o Planalto Central Brasileiro, surgi ou foi revelada a Umbanda, Essa UMBANDA era 0 CONHECI- MENTO INTEGRAL. Fra a Religido, a Filosofia, a Ciéncia e as Artes reunidas em ‘um tinico bloco de conhecimento. Realmente, os Lémures eram adiantadissimos, e receberam a revelacdo da UMBANDA, a RELIGIAO-PRIMEVA. Muitos pesquisa- dores espiritualistas respeitabilissimos atestam a Tradigao da Pura Raga Verme- Jha na Lemiiria, Atestam também que na Lemiria tivemos a visita de “extra-ter- renos”!, os quais teriam REVELADO a Umbanda. ‘A civilizagéo que sucedeu a Lemuriana foi a Atlante, também citada por conceituados autores espiritualistas. A civilizago atlante fol poderosa, mas, por varios motivos, entre eles 0 orgulho, a vaidade e o egoismo, foi dizimada. Nesse periodo negro da civilizagao atlante, a Umbanda comegou a se fragmentar ea se deturpar. Era na época a tinica Religido-Ciéncia da humanidade. Ao fragmentar- se, em plena Atlantida, daria origem as religides, ciéncias, filosofias e artes de todos os tempos. Era a Umbanda a Religio-Vera, a Primeva Religiao que, 20 ser ceturpada, corrompida ¢ fragmentada, deu origem a todas as religides que co- nhecemos. E por isto que muitos dizem ser a Umbanda uma mistura de religibes. Na verdade, todas as outras religides surgiram das deturpagdes da Umbanda, que iniciou-se em plena Auantida. Isso bem entendido, caminhemos avante, até che- garmos aos dias atuais. Dissemos que tanto na Lemuria como na Atlantida a Umbanda era a RELL GIAO-UNA, e era ensinada a todos pela Pura Raga Vermelha, a primeira raga @ habitar o planeta Terra. (1) Extra-terrenos: Seres Espirituais que deixaram de encamar em seus planstas originals ¢ ihiciaram stas encamagées no planeta Terra. Como exemplo, poderemos citar muitos Seres Espirituais de Marte, Venus, Jiipiter e Satumo. Repetimos, encarnaram como terre nos © nao vieram em discos voadores ou outros processes. O proceso foi o do encame, ‘comum a todo terréqueo, 24 F.RIVAS NETO ' Apés dizermos da supremacia da Pura Raga Vermelha, da qual os indigenas brasileiros e mesmo os norte-americanos s4o seus remanescentes, penetremos no amago da Historia da Umbanda até o seu ressurgimento, em pleno Brasil do século XIX, entre os anos de 1888 ¢ 1889. ‘Antes de entendermos como a Umbanda RESSURGIU no solo em que um dia havia surgido, ou seja, aqui no Brasil, observemos outros povos que, em resquici- os, também guardaram Fundamentos sobre a Umbanda. Egito, milenar império do continente africano, teve em sua poderosa civili zagao conhecimentos sobre a Umbanda, a qual era ensinada a rarissimos inicia- dos nos Templos de Osiris ¢ isis. Toda a Mesopotamia também conheceu esses fundamentos. Os EGIPCIOS, os MEROE, os CALDEUS passaram esse conheci- mento, da Umbanda, ao povo de Midi4, os midianitas, que eram negros ¢ tinham como grande lider e patriarca 0 poderoso Jetro, que viria a ser sogro de Moisés. Por af jé podemos observar como os Nags, os Angolanos, os Conguenses, em fragmentos muito deturpados, aprenderam e guardaram, através da tradic&o oral, os Fundamentos da Umbanda Alémn da Africa, esse conhecimento alcangou o Oriente, inclusive India, Nepal, China, Manchiria, Mongélia e Tibet. Chegou ao “cume” do Himalaia, alcangando ‘também outros povos. Sabemos que um celta europeu, de nome Rama, que ha quase 90 séculos foi 0 primelro patriarca legislador da India, Pérsia (I-Ram) e Egito, também foi conhece- dor, em minticias, desses Fundamentos, os quais grafou em seu “Livro Circular Estrelado” ou planisfério astrologico. Assim, esse conhecimento alcancou os 4 cantos do planeta, sendo cada vez mais deturpado e interpolado. s fenfcios também possuiram pequenos ou quase nenhum dos Fundamentos de Umbanda. Citamos os fenicios, pois os mesmos, em obediéncia as Lels do Universo, reencarnariam como portugueses e espanhdis. Justamente ambos, tal qual os fenicios, eram eximios navegantes, chegando propositalmente as terras brasileiras. Ao aqui chegarem encontraram remanescentes das poderosas nagdes Tupy-Namba e Tupy-Guarany. Néo demorou multo, no préprio século XVI, e aporta no Brasil 0 negro africano. Veio como escravo, mas muitos deles, junta- mente com alguns indigenas missiondrios reencarnados, iriam dar o INICIO LI- BERTACIONISTA a milhdes de consciéncias. Vejamos como isso tudo aconteceu e vem acontecendo. Reunidos estavam no Brasil em pleno século XVI, indigenas, negros, amarelos @ brancos. Embora 0 negro estivesse no cativeiro, no processo escravagista, muitos africanos eram evoluidissimos e estavam em reencamacdes sacrificiais, 0 mesmo acontecendo aos indigenas e aos brancos. Nessa terra vibrada pelo “Cruzeiro do Sul" as Entidades Superiores irlam fazer ressurgir a Umbanda, a priori através do MOVIMENTO UMBANDISTA. Dissemos MOVIMENTO UMBANDISTA, pols os indigenas, africans e brancos tinham seus rituals, e os mesmos estavam muito distenciados da verdadeira Umbanda. Aproveitar-se-ia da miscigenagao racial, do sincretismo cultural e, por ago en Bem cultos n direcion anos de ais, foi danga a tuno, A afro-bra mormer clos) ex pelo Ca que “ba banda. Republi () Bsso1 dentro dessa mistura de rituais, far-se-ia ressurgir a Umbanda, através do Movi- mento Umbandista, que na verdade pretende fazer a sua restauracéo. Na época, os africanos j4 eram MONOTEISTAS, pois acreditavam numa s6 Divindade Suprema, criadora e que estava acima de qualquer outra divindade ménor, Denominavam essa Divindade Suprema de OLODUMARE entre os Nagés ou Yorubas e ZAMBY entre os Bantus (Angola, Congo). Acreditavam também em divindades menores, as quais denominavam de ORIXA. Esse Orixé era um espiri to altamente situado perante a Hierarquia Espiritual, sendo-Ihe conferido o dom nio de certas forgas espirituais é naturais. Também tinham os Orixas como Espiti- tos que nunca encarnaram no planeta. Aqueles que encarnavam e desencarnavam eram denominados de EGUNS, e, portanto, diferentes do Orixd. Basicamente, de forma simplificada, era assim a crenga dos irm&os africanos, Os indigenas brasileiros remanescentes dos Tupy-namba e Tupy-guarany também eram MONOTEISTAS, pois acreditavam em uma s6 Divindade Suprema, que denominavam TUPA. Abaixo de TUPA haviam outras Entidades ou Divinda- des menores denominadas ARAXAS. Tinham atributos naturais e sobrenaturais. Acreditavam no Cristo Cosmico ou Mesias, o qual era denominado YURUPARI. ‘Tinham a Cruz como simbolo sagrado exatamente por conhecerem o mito solar, que velava a Tradigao do Cristo Césmico e seu Santo Sacrificio. Chamavam essa cruz, que era sagrada, de CURUCA. Os brancos, representados pelo europeu, trouxeram rudimentares nogdes do Cristianismo, através do catolicismo romano. Mas da propria Europa chegou-nos em pleno século XIX, mais precisamente da Franga, o dito Espiritismo ou Karde- cismo. Nao ha de se negar que, em termos filo-religiosos ou mesmo cristaos, ¢ 0 que de melhor havia da raga branca. Esse Kardecismo pregava a imortalidade da alma, as sucessivas vidas (reencarnagdes), a pluralidade dos mundos, a Lei de ago e reacdo e a aplicagao, em sua alta pureza, dos conceltos cristicos Bem, do século XVI ao século XIX, tivemos muitas e muitas facetas desses 3 cultos miscigenados, mas que para futuro seriam um culto reorganizador e eixo direcional para a Confraternizacao Universal. A situagao no século XIX, entre os anos de 1888 e 1889, em que fervilhavam as mudangas sociais, politicas, cultu- ais, foi 0 momento propicio para o Plano Astral Superior imprimir uma mu- danga aos ditos cultos miscigenados, pois ora inevitdvel e extremamente opor- tuno, Assim 6 que os ditos cultos miscigenados, ou também denominados cultos afro-brasileiros, comecaram a sofrer o saneamento, a ponto de, em muitos locais, mormente Rio de Janeiro e Sao Paulo, ja haver a manifestago de indios (cabo- clos) @ negtos africanos (pretos-velhos). Esses pontas de langa foram comandados pelo Caboclo Curugussti*, poderoso emissério de Raga Vermelha que, toda vez que “baixava", juntamente com sua grande falange, dizia ter vindo trazer a Umi- banda, Prepararam 0 terreno, pois em 1908, nove anos epés a proclamagso da Republica, nos dias 15 @ 16 de novembro do mesmo eno, uma Entidade Espirittal (*) Base 6 0 marco oficial do Astral; oficioso ao Plano Fisica — 28 F. RIVAS NETO mediuniza um menino-mogo de dezessete anos, chamado Zélio Fernandino de ‘Moraes. A Entidade, que no dia 15 de novembro baixara em uma mesa Kardecista e fora repelida, disse que no dia 16 baixaria na casa de seu aparelho, ¢ nesse local do haveria nenhuma forma de discriminacao, onde pobres e ricos, negros, bran- ‘cos e bugres caboclos podiam baixar, e esse ritual se chamaria Umbanda. E as- sim foi feito. Perguntado o nome a essa possante Entidade, ela diz que, se necessério fosse dar um nome, esse seria CABOCLO DAS 7 ENCRUZILHADAS, ‘pois para ele ndo haveria caminhos fechados. Esse fato, ocorrido nos dias 15 @ 16 de novembro, aconteceu no Rio de Janeiro. Esse marco do CABOCLO DAS 7 ENCRUZILHADAS foi important{ssimo, e 6 bom que se frise que nas suas sess6es nunca houve rituais com matancas de animais e nem 0s toques com os atabaques. A vestimenta era toda branca, os pés descalgos e 0 préprio Zélio de Moraes, a pedido do Caboclo Sr. 7 Encruzilhadas, usava apenas uma guia ou colar ritualistico. Pela sua humildade, modéstia e dedicagéo as coisas da Umbanda, Zélio foi um médium portentoso, que realmente trabalhava em favor dos necessitados do corpo e da alma. A ligagdo meditinica que tinha com o Caboclo Sr. 7 Encruzilhadas era impar. Realmente, era um médium de fato e de direito, com “ordens e direitos de trabalho". O Caboclo Sr. 7 Enoruzilhadas, em sua tarefa, fol complementado por mais duas portentosas Entidades, 0 Caboclo Orixé Malé e 0 sapientissimo Pai Antonio. Embora tendo feito varios micleos, nenhum seguiu-the ou segue-Ihe o mode- Jo, & excepto de suas duas abnogadas filhas, Zilméia e Zélia, as quais estéo proximas dos oitenta anos de idade. Muito lucraria e evoluiria a coletividade Umbandista se seguisse o modelo, 0 exemplo vivo dessas paladinas, tal qual o de seu pai, nosso querido iméo Zélio de Moraes, que, se ainda nfo encarnou, est prestes a fazé-lo, com uma pléiade de colaboradores, para reestruturar a Umbanda do porvir. & claro que, ao citarmos © Zélio de Moraes, citamos, sem denominé-los, muitos de seus fiéis colaborado- res, baluartes que foram dessa Umbanda de todos nés. ‘Nosso registro deliberadamente avanca no tempo, e chegamos ao ano de 1956, de novo no Rio de Janeiro. Apés 49 anos do advento do Caboclo 7 Encruzi- thadas, o st. W. W. da Matta e Silva escreve um livro que viria revolucionar os conceitos de nossa Umbanda. E entéo langado “UMBANDA DE TODOS NOS", Nesse livro, temos os primeitos ensaios de como seria a Umbanda do futuro, embora seja hoje vivente em alguns rarissimos terrelzos. Mestre Matta e Silva — sim, era um Mestre, ¢ nenhum vimos igual — trouxe-nos conceitos inéditos sobre a Umbanda, aquela Umbanda praticada ha centenas de milhares de anos na Lemuria e mesmo na Atlantida. Apés essa obra, UMBANDA DE TODOS NOS, escteveu mais 8 portentosos trabalhos, que sem diivida so marcos para o Movi- mento Umbandista. Foi também Mestre Matta e Silva um homem simples, humil- de, que dedicou sua vida toda a Umbanda. Humilde professor, devotou mais de 50 anos ao medfunismo, vindo a desencarnar emt plena paz, em Itacurussé, a 17 de abril de 1988. Assim como Zélio, Mestre Matta foi um vitorioso. Voltou ao Astral Superior cissemos j colaborad estéo além No pro didaticame Al¥fa te, durante foi langane 0s indigen formas de de disss ou outro 1 higienizag brasiletros Alf Zélio Fern (¢40 do vox ritual que! ‘templo Ux verdadee As det apenas se seu “done congregag de, queria cia, que De vivente. M W. Matta federagéer ABE portentos: Matta e S foram os ¢ da literatu literaria d transcend senso e n esotérico anacrénic hd de mat Realmenti LIGOES BASICAS DE UMBANDA 27 Superior com a certeza de ter cumprido sua nobre e durissima tarefa. Tal qual o dissemos para o irmAo Zélio de Moraes, no citamos verbalmente o nome de seus colaboradores, pois acreditamos que os verdadeiros discipulos de Matta e Silva esto além dessas citagdes. No prosseguimento de nosso trabalho, dividamos 0 Movimento Umbandista, Gidaticamente e segundo nossa ética, em 4 fases: A 1#fase— A fase do Caboclo Cunugussi, da Linha de Ogum, que, sabiamen- te, durante 9 anos, com uma imensa plélade de emissérios espirituais, sutilmente foi langando o vocébulo Umbanda, completamente escquecido até entéo. Somente os indigenas guardaram o vocdbulo Macauam ou mesmo Anauam, os quais eam formas de velar 0 vocabulo sagrado Umbanda ou AUMBANDAN. Além dessa fase de disseminagao do vocdbulo Umbanda e do surgimento da mediunizagéo em um ‘u outro médium, através de um Caboclo ou Preto-Velho, houve uma completa higienizacéo mental e espiritual por dentro dos até entdo confusos cultos afro- brasileiros. Preparou o advento do Caboclo Sr. 7 Encruzilhadas. A 2 fase — A fase do Caboclo Sr. 7 EncruziIhadas, com seu aparelho, o irmao Zélio Fernandino de Moraes, falecido em 1975. Nesta fase tivemos a reimplanta- ‘so do vocdbulo Umbanda e um ritual que representasse a Umbanda, pois este ritual que surgiu era completamente diferente dos existentes. Foi na verdade 1° templo Umbandista organizado, nao podemos negar esse fato histérico, a bem da verdade e da justiga. Se houve deturpagses posteriori, essa é outra conversa... As deturpacdes e confusdes surgiram, pois sempre uns e outros nao quiseram apenas ser um médium dirigente de uma choupana Umbandista, quiseram ser seu “dono” e, por conseqiiéncia, “dono da Umbanda”. Surgiriam logo varias congregagées, federagves, colegiados, confederacées, mas com a mesma finalida- de, queriam ser “donos da Umbanda”, brigando, disputando entre si a suprema- cia, que pensavam comprar, desta ou daquela forma, Infelizmente, até hoje isso é vivente. Mas que fique claro que nem Zélio de Moraes e suas filhas, nem o sr. W. W. Matta e Silva e seus discipulos jamais fundaram ou pertenceram as ditas federagdes. A 3 Fase — A fase do Caboclo 7. Encruzilhadas veio preparar o advento do ortentoso trabalho do Pai Guing, através de seu médium, 0 Mestre W. W. da Matta e Silva. Nessa fase 0 Movimento Umbandista se solidificou, pois fortes foram os conceitos expostos pelo grande Mestre. Tivemos uma fase aurea dentro da literatura Umbandista, onde, como estrela de maxima grandeza, surgiu a obra teréria de Matta e Silva. Sua literatura é revoluciondria, seus conhecimentos transcendem tudo 0 que havia até entao sido escrito. Toda ela é caleada no bom senso e na légica. Mostra-nos e ensina-nos os aspectos mais profundos, o lado esotérico do Movimento Umbandista, a par de induzir a aboligao de certos rituais ‘anacrénicos e nefastos. Igualmente induz a uma nova ritualistica, pautada no que hé de mais positivo e com a total aquiescéncia da Corrente Astral de Umbanda. Realmente, Matta e Silva foi um possante porta-voz da Umbanda, e ainda hoje 28 F.RIVAS NETO suas 9 obras nfo foram totalmente entendidas, pois muitos nem querem entendé- Jas @ no desejam que outros as entendam, infelizmente... ‘A 4 Fase — A fase atual é a daqueles que seguem os conceitos expostos Por Pai Guiné através de seu aparelho meditinico e foram seus discipulos diretos. Com o pedido e 0 aval do Astral, humildemente, temos sido transmissor, através de nossos canais meditinicos, de obras que explicam, analisam e desdo- pram os ensinamentos de nosso Mestre, o insigne e saudoso W. W. da Matta Silva (Pai Matta). Essa 4* fase transcenderd, ulrapassaré os portais divisorios entre 0 2* e 0 3 milénios. S4o conceitos para o 3* milénio, para a Umbanda do 3* milénio, Nesta 4" fase sabemos que estamos dentro da fase do orixé Ogum, # qual, no menor espaco de tempo, pretende abarcar o maior mimero de pessoas possivel. & o chamamento para a Nova Era, simbolizade nos clarins de Ogum. ‘No encerramento desta humilde liggo havemos de sucintamente estender 0 conceito sobre a palavra Umbanda. Como se pode perceber, 2 palavra U MB AN DA tem 7 letras. Na Lemiria, na Atlantida e em outros templos era vocalizada como AUM-BAN-DAN (era um mantra). AUM - significa: Divindade, divina, gloria. BAN ~ significa: conjunto, regra, sistema. DAN - significa: lei, norma. Portanto, AUMBANDAN ou UMBANDA, que é a mesma coisa, tem como signifi- ado esotérico ou oculto CONJUNTO DAS LEIS DE DEUS, ou as LEIS DIVINAS. ‘No alfabeto mais antigo do planeta, o abanheenga, 0 qual fol também deno- minado de alfabeto adémico, temos: L o~ er AUM BAN que também pode ser escrito em um sé bloco, assim: __LIQOES BASICAS DE UMBANDA No final dessa nossa 1" licéo, depois de sabermos que Umbanda 6 0 “Conjun- to das Leis de Deus", veremos sua finalidade primeira e precipua 6 fazer o = _ homem agir de acordo com essas Leis. Que essas Leis nos induzam ao bem, a0 amor, a fraternidade. Por isso dizemos que UMBANDA £ LUZ, é a LUZ DAS ALMAS, aquela que redimiré nossas consciéncias, e através desse MOVIMENTO UMBANDISTA que, repetimos, 6 0 que todos agora fazemos como se fosse Um- banda, alcangaremos aqueles aureos tempos de progresso e evolugao. Retomare- ‘mos aos tempos em que a Ciéncia, a Religiio, a Filosofia e as Artes eram uma s6, eram um sé conhecimento.... reencontraremos o Elo Perdido. E vejamos agora, em nossa 2* licdo, como o Movimento Umbandista ajustou condigées para tal _~ CONHECIMEN‘TO-UNO __——ERELIGIAO; FILOSOFIA; CIENCIA; ARTE) PROTO-SINTESE (oceans esaee RELIGIO-CIENTIFICA yorimA | RELIGIAO | pai be | oxossr XANGO ocum 2* Ligao Mediunidade - Surgimento da mediunidade e dos médiuns ~ Modalidad ditini Iniciaremos esta nossa licto definindo o que seja a mediunidade. Mediunida- de é a faculdade ou dom que algumas — nao todas — pessoas tem de entrar en contato com os espiritos desencamados e, através deles, transmitir suas mensa- gens, palavras, idéias, ensinamentos, etc. A essas pessoas, que sao veiculo da Palavra dos espiritos, chamamos de médiuns, So médiuns, pois a prépria pala- vra, de origem latina, tem como significado: o meio, o intermediério, tal qual a fungao que o mesmo desempenha, isto 6, serve de velculo, de intermedia, de canal entre os espiritos ¢ os homens. Na Umbanda, no linguajar de terreiro, esses médiuns podem ser chamados de “cavalos" ou, simplesmente, médiuns. Frisamos nestas nossas frases varias vezes a palavra médium, para que todos Se acostumem com 0 termo, que as vezes é confundido com “médio” e “média”. Quando nos dirigimos a um ser masculino que 6 veiculo de espiritos, chamamo-lo omédium, sendo a médium se for um ser feminino, Como véem, Irmtios de Fé, a coisa é simples, nao ha complicagéo! Continuan- do em nossa conversa, de forma mais simples e verdadeira, vejamos como, quan- do e onde surgiu a mediunidade e os médiuns. Em nossa 1* licdo vimos como e onde surgiu a Umbanda, ¢ também vimos onde iniciou-se sua deturpacao, lembra-se, Irmao de Fé? Dissemos que as deturpagdes ou o ocultamento da Umbanda iniciou-se em plena Atlantida, no final de sua poderosa civilizagao. Nessa mesma Atlantida, antes do ocultamento da Umbanda, a humanidade terrena possuia, além dos § sentidos que conhecemos (visio, audicéo, olfacao, gustagdo ou paladar e tato), mais 2, perfazendo os 7 sentidos. Esses 2 sentidos superiores eram a visdo ampla do passado, do presente e do futuro, e também a visio dos espiritos desencama- dos, a qual era natural. Queremos salientar que, quando dizemos espirito desen- camado, estamos nos referindo a todas as humanas criaturas que passaram pelo fenémeno da dita morte ou desencame. Assim, temos que todos os espititos, inclusive nés, pois também somos espiritos, ou sio desencarados (pessoas que morreram) ou encarnados (pessoas que, como nés, esto vivas na face da Terra). Retornando, haviamos dito que na Atlantida, antes de seu fim, o homem Possuia 7 sentidos, ficando bem claro que nAo havia a mediunidade, pois tinha-se um contato natural entre os espiritos desencamados e encamados, devido A 32 F.RIVASNETO visio, que era muito mais penetrante e agucada que a nossa atual. Na verdade, nao havia a barreira dimensional entre 0 Mundo Astral ou Plano Astral eo Mundo Fisioo, algo que entenderemos melhor em nossa proxima ligéo. Quando perderam-se 05 2 sentidos superiores, as duas dimensdes, que nao sofriam barreiras, comegaram a ser separadas, ficando assim impossibilitada a comunicagao natural entre os espiritos encamados e os desencarnados. Foi exa- tamente devido a essa interdigao que, como dadiva ou misericérdia divina, mais tarde surgiria a mediunidade e, com ela, os médiuns. ‘Sem entrarmos em pormenores, pois essa nossa humilde obra tem a preten- so de ser basica, nao ¢ justo dizermos que os médiuns e a mediunidade surgiram apenas no século XIX, na Franga, com Alan Kardec. Apesar dessa nossa citacao, no estamos negando os feitos do nobre “Kardeo”, Ao contrério, encaramo-1o como um grande compilador, compilando grande parte do Conhecimento Espiri- tual Universal, que havia se perdido. Assim, nfo negamos 0 grande avanco para nossa humanidade através dos ensinamentos Kardecistas, s6 ressalvamos 0 fato da mediunidade, pois a mesma ¢ milenar. ‘Adiantando-nos no tempo, cheguemos aos nossos dias atuais e vejamos quais so © como se processam as varias modalidades meditinicas, dando énfase a0 ‘Movimento Umbandista, No Movimento Umbandista da atualidade as modalidades meditinicas mais atuantes so: a incorporacéo, nas suas 2 fases, isto €, a inconsciente ¢ a semi- inconsciente; a intuicdo; a vidéncia; a audiéncia: e outras mais raras, como a psicogratia ou escrita mecénica, a psicometria e a dimenséo-mediunidade. ‘Como em nossa 3* ligdo veremos como se manifestam os Espiritos que “bai- xam” em nossa Umbanda, nesta 2* ligso apenas queremos salientar que a incor- poragdo é a modalidade meditinica mais aceita, sendo que a mais frequente ¢ a semi-inconsciente. Como podem observer, no citamos a incorporagso dita cons- ciente, pols em verdade essa nao incorporagso, mas uma irradiagao fluidica, podendo até ser intui¢do, mas nunca incorporacao. Sabemos que estamos contrariando muitos irmAos, mas nao podemos inverter 0 ensinamentos do Astral Superior, algo que veremos em nossa 3* licdo. Manif 3* Licho Manifestagao dos Espiritos ou entidades militantes no Movimento Umbandista Inmdo de Fé, nesta nossa 3 liao haveremos de entender como se manifestam 0s espiritos militantes na Corrente Astral de Umbanda, ou seja, nossas Entidades, © como se entrosam nas diversas formas ou modalidades meditinicas, Antes de entrarmos em nosso assunto, ¢ necessario um pequeno mas valioso esclarecimento. Quando citamos espirito, o mesmo pode ser encamado bu desen- carnado. Daqui para a frente, quando quisermos nos referir a um espirito que “baixa" em nossos “terreiros”, diremos simplesmente nossos mentores ou nos- sas entidades. Também podemos denominar os desencarnados como seres as- tralizados. J que citamos a palavra astralizado, vejamos 0 significado de Plano Astral Plano Fisico é esse nosso plano, aqui, onde vivemos com um corpo de came e osso. Plano Astral é 0 plano em que viveremos ao desencarnar. E onde habitam os nossos Mentores ou Entidades Espirituais e todos aqueles que ja desencamaram. Assim como aqui no Plano Fisico ha lugares melhores e piores, no Plano Astral Superior 6 onde “habitam" os “Espiritos de Luz”, e no Plano Astral Inferior hé os espiritos sem Luz, atrasados, maldosos e perversos. Esperamos, de forma bem simples, ter explicado aos Inndos de Fé as diferengas basicas entre plano fisico plano astral. Aproveitando o ensejo, diremos que, da mesma maneira que aqui no Plano Fisico usamos um “corpo fisico", no Plano Astral usamos um “corpo astral”, 0 qual tem muita semelhanca com 0 corpo fisico. O corpo astral é 0 mesmo perispi tito dos Kardecistas. Ap6s essas ligeiras explicagdes, fagamos uma pequena comparagio e enten- deremos melhor. Imaginemos um pé, uma meia e um sapato. Coloquemos a meia nesse Dé hipotético. Em seguida, calcemos o sapato. Assim, ficamos com um pé calgado, certo? Mas, perguntaré o Immo de Fé: — Que tudo isto tem de haver com © corpo astral, com o corpo fisico? — Humildemente pedimos sua atengao! “sapato” sera, em nossa comparagao, o corpo fisico. A “meia” sera o compo astral. O “pé" sera 0 que nao citamos, mas citaremos agora, 0 corpo mental. O Espirito seria representado pelo cérebro. Analisemos mais precisamente nossa comparacéo. Antes, porém, facamos um. esquema que rapidamente nos mostre a comparacao que fizemos. F.RIVAS NETO CEREBRO © comparamoscom —_—ESPIRITO PE comparamoscom CORPO MENTAL MEIA comparamos com CORPO ASTRAL SAPATO comparamoscom CORPO FISICO Se 0 nosso sapato do exemplo for o corpo fisico, quando um individuo “mor- re", ele perde o “sapato”. Perder o sapato néo quer dizer perder a mela, nem perder o pé. Assim, quando qualquer ser desencarna, o que morre ¢ apenas 0 seu ‘compo fisico, permanecendo vivos 0 seu corpo astral e o mental. Da mesma forma, ‘9 individuo que nasce ou renasce em um corpo fisico, através do nascimento, 6 com “meia” ele jé os ‘De nossa humilde mas sincera explicagao, percebemos que 0 ser encarnado tem 3 “corpos”, 0 corpo mental, o corpo astral 6 0 corpo fisico. Da mesma forma, 0 desencarnado possul 2 corpos, ou seja, o corpo mental ¢ 0 corpo astral, nao tendo, 6 claro, 0 corpo fisico. Esperamos também ter deixado claro que 0 corpo mental comanda © corpo astral e 0 corpo fisico no individuo encamado. No individuo desencarado, 0 corpo mental comanda 0 corpo astral. ‘Na verdade, esses “corpos” sdo veiculos do Ser Espiritual Imortal, Eterno. ‘Todos esses corpos s60 comandados pelo nosso Espirito. Como? Sim, pelo nosso Espirito. Sendo, vejamos: Vocé, Inméo de Fé, neste exato momento pensa, sente, tem desejos, necessidades, etc. Vocd, Irmo de Fé, assim como 0 autor que esta escrevendo este livro, é um Espirito Imortal, independente dos corpos que esta mos usando. Sabemos que temos 3 corpos, mas mesmo que eles nao existissem, nés existirlamos em Esséncia Espiritual, que em verdade somos nés mesmos. Bem, apds esse apaentemente complicado tema, que tenho certeza sera ‘entendido pelos Inméos de Fé, entendamos como se manifestam os mentores da ‘Sagrada Corrente Astral de Umbanda em nossos “terreiros” Nossos mentores espirituais, quando “baixam” no terreiro, fazem-no através de 3 formas de apresentagSo. Essas 3 formas sao as de caboclo, preto-velho © crianga, Tentemos explicar melhor. Todos os mentores espirituals dé nossa Um» panda, como Seres Espirituais desencarnados, possuem apenas 2 “corpos”, isto 6, 0 corpo mental e 0 corpo astral. Isto entendido, nao fica dificil entender que esas Entidades Superiores podem transformar ou modificar seu corpo astral, segundo suas vontades. I devido a essa transformagao ou modificagao do corpo astral que muitas Entidades que baixam em nossos tezreiros se travestem de ca- boclos (indios), pretos-velhos e criangas. Com isto, estamos afirmando que toda Entidade que “baixa” na Umbanda, ou é “caboclo”, ou é “preto-velho" ou & onianga” Dissemos que as Entidades podem se transformer nessas 3 formas de apre- sentagéo que citamos, mas ha Entidades que nao necessitam se transformar, pols em verdade quando estiveram “encarnadas" foram indios, negros-velhos, etc.

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