You are on page 1of 36
recone Ministério de Comunicagdo Social nos Grupos de Oracao PY) 1) 4b Ve Ve) “Pedro, tu me amas? Apascenta minhas ovelhas“(Cf. Jo 21,17). Com essa motivagéo a Renovac¢ao Carismatica Catoélica do Brasil inicia mais um ano de missao, inspirada pelo Espirito Santo a apascentar e cuidar das tantas ovelhas espalhadas pelos Grupos de Oracao desse pais. Acolhendo esse chamade do Senhor, o Ministério de Comunicagao Social da RCC acredita que a formacao é uma das bases que agregam comprometimento e responsabilidade a essa tarefa e, para isso, comegaa escreverum novo capitulonasuacaminhada. Mas seré que comunicagao restringe-se apenas aos meios? Nao té- los significa ndo necessitar de comunicadores? Quem pode ser comunicador? O Ministério de Comunicagao Social esta se propondo a tentar responder a esses questionamentos e comeca a desenvolver uma apostila de formagado que sera publicada em 2012. De imediato, apresentamos esta pré-apostila, desenvolvida com foco nos trabalhos dos Grupos de Oragdo. Além de diretrizes sobre o que é a comunicagao e sobre comunica¢ao na perspectiva da Igreja Catdlica e da RCC, vamos apresentar um novo projeto para ser trabalhado nos Grupos de Oracao. Ela é um inicio de conversa, com carater orientativo, que serd disponibilizada de forma digital para facilitar oacesso de todos os membros do nosso Movimento No decorrer deste ano, trabalharemos de forma mais aprofundadaa evangelizagdo pelos meios e também a parte técnica dos trabalhos do ministério. Ao final deste documento, que ora apresentamos, ainda é possivel acompanharo planejamento estratégico do MCS para oanode2012. Manifestamos, dessa forma, o desejo sincero de que esse material possa ser uma lamparina reluzente para contribuir no pastoreio das ovelhas desse pais, afinal “Ninguém acende uma lampada ea cobre cam um vaso ou a pée debaixe da cama; masa pe sobre um castical, para ilurninar os que entram"(L¢ 8,26). Que nossa comunicacao possa ser oreflexo que dispersaa escuridao daqueles que ainda nao encontrarama verdadeira Luz, Nosso SenhorJesus Cristo. (eee Cael tte Ministério de Comunicacao Social COMUNICACAO E COMUNHAO.. sama DD COMUNICACAOE poanebiizechiu....0E COMUNICADORES EM 1 2 GRUPO DE ORAGAO.....2..= Ao COMUMIEADOR eae GERANDO COMUNHAO COM AS DEMAIS inst. 2O COMO TER UM 3 0 COMUNICADOR,.....ccsseceeeeen COMUNICANDO SEM RECURSOS... EM BUSCA DE UM CONCEITO.... summa A COMUNICACAO NA 0 9 RICE E O MCScessssssssssssses CARACTERISTICAS DO 1 4 COMUNICADOR......ccscessseeseers COMUNICACADEO 1 18 GRUPO DE ORACADO....... OUTROS MEIOS DE COMUNICACAO.. COMUNHAO E ethics 32 CONCLUSAO....c.cssssossscscerecenees COMUNICACAO E COMUNHAO Se ha uma afirmagao incontestavel é a de que o ser humano nao € capaz de viver sem estar em relacdo com os outros. Comunicar-se é inerente a condiggo humana. Ha quem afirme que nao apenas nos comunicamos, mas “somos” comunicagao. “Dizer “eu sou comunicacao' é tomar consciéncia de que nos comunicamos de todoo jeito, com o olhar, o tato, a fala, 05 gestos, os sentimentos, o modo de andar, de vestir; ¢; enfim, a gente fala o tempo todo. O nosso ser fala, ainda que naa diga palavraalguma.” a Aluz da revelagao divina, pode-se ir 4 origem dessa caracteristica tao propria da natureza humana. Ja no primeiro livro da Biblia, que relata as origens do mundo e da humanidade, temos acesso a informacées muito esclarecedorasaesse respeito. © homem e a mulher (Cf. Gn a, 26-27) foram criados a imagem e semelhanga de Deus para receber a revelacao divina e para estabelecer um dialogo de amor com Ele.? Vejamos que interessante: Deus comunica-se com ohomem e, ao comunicar-se, revela-se 4 sua criatura, porque com ela deseja ter comunhao. “A razao mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocagao 4 comunhao com Deus. Desde o comego da sua existéncia, ohomem éconvidadoadialogarcomDeus"* Pelos relatos. que encontramas no Livro de Génesis somos informados queohomem é chamado a existéncia para comunicar-se como seu Criadore, também, coma natureza e como seu préximo. Diante disso, iluminados pela fé, & possivel afirmar que a comunh@o esta no centro da vocagao humana: “A vocacao humana é essencialmente uma vocacao para construir comunidade e paraviveremcomunhéo”.* [CORAZZA H. Comunicugo «tayia rm comune wr mp1. OKO PALO Rae Desaraciveds en v2 MARTINEZ DMZ FC. ch. p30 03 EM BUSCA DE UM CONCEITO Mas 0 que é comunicagao? Comunicagéo é uma palavra oriunda do latim: communicatio. De acordo com alguns estudiosos, essa expressao teria surgido em ambiente cristao, entre os monges cenobitas, para designar a pratica da refeicao da noite feita em comum.A raiz" munis” significa “estar encarregado de”, e, ao ser acrescida do prefixo “co”, expressa simultaneidade, reuniaa, assumindo o sentido de “tornar comum”, “estabelecer comunhao". A terminagao “tio” reforca a ideia de atividade realizada conjuntamente. E, de acordo.com Luiz Martino, foiesse © primeiro significado que 0 termo teve no vocabulario onde apareceu pela primeira vez.* A palavra nao existe para descrever o ato de comer, mas de fazé-lo juntamente com os outros, reunindo, entao, aqueles que se encontravam isolados. A originalidade fica por conta da ideia de rompimento de uma situagao de isolamento, explica Luiz Martino. “E nisto reside a diferenga entre a communicatio eclesiastica e o simples jantar da comunidade primitiva.” 0 autor ressalta que, dentro deste contexto, o termo comunicacao nao designa todo e qualquer tipo de relagao, mas aquela onde hajao conceito de realizagao emcomum. Sendo assim, levando-se em conta a concepgaio etimolégica e histérica da palavra, é possivel dizer que quando estamos nos comunicando. tentamos estabelecer uma comunidade com alguém. E interessante observar que a palavra comunhao também vem do radical “munis”, acrescido do prefixo “co” (comunis). QO que faz de comunicagao ecomunhao dois termos 'irmaos', ‘Maries Torts de crm consti wales stein 12 “Comunhao e comunicacao tém algo a ver com a uniao e a relacao entre sujeitos diferentes. (...) © que se diz da comunicagdo pode-se dizer analogicamente dacomunhao". " A comunicagao-comunhao tem sido o conceita mais aceito e propagado pela Igreja Catélica, sobretudo apds o Concilio Vaticano Il. O Magistério pos-conciliar viu na comunhéo o termo ideal de toda comunicacao, tanto interpessoal como a de massa. E é esse sob essa perspectiva, da comunicagao-comunhao que vamos desenvolver esse texto. Eesse conceito quetem iluminado a RenovagaoCarismatica Catolica. Mas tera a comunicagao esse cardter nos dias de hoje? E assim que a comunicagdo é entendida por tedos? Jodo Paulo II lamentou o fato de a comunicagao ter perdido seu significado original. Ele disse que o conceito comunicacoem nossa linquagem quase desapareceu e hoje estd mais ligado, sobretudo, a esfera das meios. E, de fato, nota-se que a comunicagao social tem sido relacionada automaticamente aos instrumentos de comunicagao, Como se fossem sinénimos. Uma concepgao erranea que o Magistério da Igreja tem buscado corrigir, a0 afirmar que o constitui a esséncia da comunicagao € a situagao de dialogo entre aS pessoas, entre sujeitos que intervém nos pracessos. Para que hajacomunicagao € preciso participagao ativa e autonoma dossujeitosem interagdo.” Sujeitos conscientes e livres que intercambiam mensagens, nao se reduzindo a ser um emissor e outro receptor. Limitando-se este a dar respostas como reagdo aos estimulos gerados au promovidos por aquele, mas compartindo ambos ativa, auténoma, criativa e criticamente a revelagao e a construgao do sentido da realidadea partir do intercdambio de informacao e da expressao reciproca de ideias e sentimentos. Tal forma de inter-relagao ¢ a que corresponde a uma situagao de "comunidade” ou “comunhao” no sentido originario destes termos (communitas, communic). Este nivel de participagdo dialégica é antes um ideal no horizonte das relagdes sociais de hamem de hoje ede todosostempos.”” Os meios de comunicacaéotém uma funcao extremamente importante, obviamente, porém nao se pode esquecer que eles “sd expandiram uma fungao, a de se comunicar, que é essencial, permanente e inerente a natureza social do homem. Os novos meios (...) vieram so ampliar uma capacidade preexistente e facilitar uma funcao essencial, nao engendra-la”.” Ao tratarmos da relacao entre evangelizagao e meios de comunicagao sabemos que os mesmos tém a capacidade de expandir o alcance do Anuncio. Porissoos mesmosserevestem de tanto valor parands. COMUNICACAO E EVANGELIZACAO Quem anuncia, comunica; ea Igreja nasceu se comunicando. Pelorelato dos Atos dosApdstolos (At 2), somos informados que os discipulos encontravam-se reunidos no cenaculo em um grupo restrito, mas, apés a efusdo do Espirito, eles, imediatamente, passaram a partilhar com “os de fora” 0 que estavam vivendo. O que significa que a Igreja se manifestou ao mundonuma “explosdo” de comunicagao. A Igreja nao foi convocada por Cristo para ser uma comunidade de fiéisfechada em si mesma e muito cedo se deu conta disso. O projeto de Jesus deveria ser comunicado a todos, sem distingdes. De portas abertas, a jovem Igreja se expande. E, para expandir-se, cumprir a missado de ir levar o Evangelho “até os confins do mundo” (Cf. At 1,8) os primeiros cristaos utilizaram-se desde o ensino oral a todos os recursos é meios de comunicagao disponiveis na época. Em matéria de evangelizacao, o apdstolo Paulo é uma grande referéncia, exemplo de comunicador da Boa Noticia. Sua vida e sua obra edificaram o cristianismo. O apéstolo dos gentios utilizou-se de todos os meios de comunicagao existentes em sua época, a sua disposiggo, para proclamar o Evangelho. Foi, por exemplo, precursor das cartas como meio de comunicar-se com as recém fundadas comunidades cristas. Ele “rompeu as barreiras e os preconceitos, empenhou-se em formar discipulos, criare fortalecercomunhao.” 2 Pura gare ‘A damm we eu ne nunca oEvengana, vata Fienovacho, act n. $8.99 o7 0B E, damesma forma que a comunidade das origens soube se utilizar dos meios disponiveis em vistas da missdo recebida por Jesus, os que deram seguimento ao mandato, também langaram mao de diferentes recursos para evangelizar. A Renovagao Carismatica Catdlica, como expressao eclesial, busca se utilizar de todas as técnicas e recursos necessdrias para uma comunicagao eficaz, sob a luz do Espirito Santo, dentro da identidade carismatica. Sempre orientada a respeitar o que realmente determina a comunicacdo, ou seja, a condicao de sujeitos em interagao. NaRCC, avisdoa respeito da comunicaggo-comunhaotem iluminado uma série de.acGes assumidas pelo Ministério de Comunica¢ao Social, as quais abordaremos na sequéncia deste texto. Durante a primeira Escola Nacional de Comunicagao (Enacom), realizada em janeiro de 2021, ern Pelotas, cidade sede do Escritério Nacional, uma comissao formada por coordenadores estaduais do MCS reuniu-se para discernirassuntos especificos sobreo Ministério. Tal co 0, tomando por base documentos do Magistério da Igreja Catélica e a Miss3o do Movimento, descrita no Planejamento Estratégico da RCCBRASIL, elaborou um texto contendo uma definigao sabre a Missao do MCS, bem como orientagGes sobre acGes pertinentes.a esse Servico dentro da RCC ecomoomesmo pode serimplantadono Grupo de Oragao. O documento foi submetido a apreciacao da presidéncia do Conselho Nacional eda coordenagao da Comissao de Formagaoda RCCBRASIL. Abaixo, transcrevemos o texto na integra. Trata-se de um posicionamente oficial da RCC, devendo ser compartilhado em todas as instancias do Movimento. Sugerimos que este texto seja trabalhado em formacées do Ministéria, e que, mais do que isso, seja vivido! Pensar, articular e promover a comunicagao, estabe- lecendo relagdes e cons- truindo comunhaonoseiodo movimento e fora dele, para fazer discipulos de Nosso Senhor Jesus Cristo, a partir da experiéncia do Bajismo no Espirito A pratica de nossa missao ocorre nas dimensoes interna e externa ao Movimento, observadas através de ages como: * Colaborarcomapromocao da comunhao entre as membros; + Dinamizar a comunicagao no Grupo de Oracao e entre as demais instancias, fazendo com que as mogGes e direcionamentos sejam conhecidos e vivenciados portodosos membros do Movimento; + Ajudar a propagar as acdes da RCC e dar suporte aos ministérios, visando que a comunicagao em seus servicosseja eficaz; * Zelar pela imagem do Movimento, principalmente nos meios de comunicagao; + Colaborarno planejamento, organizagao @ execucao dos eventos, atuando. particularmente nos processos de comunicagao; + Dialogarcom as demais expressdes de Igrejae midiasemgeral. Para tanto, devemos utilizar todos os meios e instrumentos de comunicagao ao nosso alcance e desta forma contribuir coma evangelizagao, propagacao da cultura de Pentecostes e fortalecimento da comunhao do Movimento. cadastro dos participantes do grupo, dinamizacao dos recad sdoeno grupo); Capacitagao e utilizacao dos meios para potencializara Cuetec aceite Nigar ie soem Pitsrerets Tene Tt eee ta eT Le DE ACOES: w g a = 7 4 uw Observadas as demandas e identificada as necessidades pertinentes a cada realidade dentro do grupo de oragao, orienta-se os seguintes Passos: Sendo a formagao uma das bases, tanto da implantacao como da atuacao do MCS, os coordenadores estaduais do Ministério criaram, em reunides posteriores, o “Projeto Nacional Comunicadores de Grupo de Orac¢ao. da RCC”, que apresentamos nasequéncia desse material. PROJETO NACIONAL “COMUNICADORES DE GRUPO DE ORAGAO” MOTIVACGAO Se comunicagao tem a missao de gerar comunhao, uma das propostas do servo- comunicador é contribuir para com que as modes e direcionamentos discernidos pelo Conselho Nacional chequem a todas as instancias do Movimento, sobretudoa sua base que é oGrupo de Oragao. Notemos que a palavra usada aqui foi “contribuir", porque informaros membros da Renovagéo a respeito de assuntos relevantes para a sua caminhada ou leva-lo a ter conhecimento a respeito da vida do Movimento deve ser um objetivo de todos, sobretuda dos lideres do Movimento. E um direito de todo carismatico saber o que estd acontecendo no Movimento ao qual ele pertence, seja em sua cidade, sua diocese, seu estado, pais ou no mundo. Lamentavelmente, a falta de entendimento desse direito/dever tem levado muitos Grupos de Oragaoa caminharem isoladas. Todos sabemos que oGrupo de Oragaoéa célula fundamental da RCC. Sem Grupo, nao existe RCC. Mas também temas consciéncia de que um Grupe sozinho nao da vida aum Movimento inteiro. Ele s6 é Movimento em relacéo aos demais Grupos e instancias. EGrupo da RCC a medida que vive acomunhao. O Ministério de Comunicagao pode pensar e desenvolver suportes para que os processos de comunicacao, de fato, se estabelecam, de forma que o Movimento caminhe em total unidade, a partir daquilo que o Santo Espirito suscitarcomo direcionamento ao seu povo. Ese o principal objetivo é fazer com que todos caminhem na mesma diregdo, nesse contexto, surge a necessidade de se ter um agente facilitador da Comunicagao, alguém que possa ajudar a corrigir possiveis falhas de comunicagao dentro de cada Grupo de Oracao. Este servo é responsavel por colaborar de forma efetiva com a promogao da unidade, E charnado a, através de seus trabalhos, gerar comunhdo interna, entre os membros do Grupo, bem camo do Grupo cam as demaisinstanciasda RCC Ele podera auxiliar o coordenador a repassar ao povo de Deus as informagGes necessarias para que se mantenha atualizada a graga do Senhor naquele Grupo. Para que o seu Grupo saiba o que Deus tem falado aa corago do Movimento, e o que o Movimento tem feito em resposta. E mais, pode ajudar o Grupo a entender qual a importdncia de fazer parte dos direcionamentosdoSenhor. OBJETIVO DO PROJETO: O “Comunicadores de Grupo de Oraco” é um grande projeto de unidade, e tem o objetivo de aperfeicoar, facilitar, dinamizar e integrar a Comunicagao dentro da Renovacao CarismaticaCatdlica, por meio de umagente facilitador. PROPOSTA: Que todos os Grupos de Oracao do Brasil tenham, ao menos, um servo atuante no Ministério de Comunicacao Social, escolhida pelo coordenador do Grupo de Oracao e ligado as coordenagdes diocesana, estadual e nacional do Ministério deComunicagao Social. Em primeiro lugar, é bom explicarmos que ocomunicador deGrupode Oragéo nao precisa ser um profissional da area de comunicagao social. Nao é necessario ser um jornalista, um publicitario ou um profissional de relacdes publicas para realizar esse servico. Basta que a pessoa escolhida seja uma serva fiel, com um perfil comunicative, espontaneo e que esteja disposta a vivera comunhaoe estabelecer relacdes. Claro, ha alguns outros atributos que esse servo deve apresentar, afinal comunicar é um papel muito importante em qualquer instituigao, e na RCC néo seria diferente. Vamos comentar sobre algumas destas caracteristicas: 05 tados,

You might also like