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196 O: ARcHEoLogo Porruauts ram 6 mutilaram’ @ cinta intacta das muralhas @ dos cubelosj’o que ~ Ihe “fez perder quasi’ o :primitivo aspecto, com grande gdudio da Ignorancia Suprema que entdo se sentava nas caieiras do Senado Municipal. a, ‘Trancoso, 30 de: Agosto de 1920. Davin Bruyo Soares Morema. A Pederneira Apontamentos para a historia dos seus marcantes, pescadores, calafates € das suas construgdcs nayais, nos séculos Va XVIt B Portugal om povo do navegantes.e de homens do mar, ¢ esta marcada © definida tendéncia, como se tem ja dito, muito os aproxi- ma désse pequeno povo que em recuadas eras, saido também dum mintisculo pais, duma estreita faixa de terra banhada pelo oceano, percorrera todas, as costas @ levara.o seu comércio a todos os povos do litoral do Mediterraneo. , Como os habitantes da Fenicia, os portugueses ttm, com efeito, através da sua j4 longa e gloriosa historia, vivido mais do oceano que, numa grande extensile, banha o litoral do pais, do. que da es- treita.e também reduzida faixa de terra em quo primitivamente a na- cionalidade se constituiu e fixou, depois das lutas com Castela e da expulsio definitiva dos mouros dessa tam cubicada, tam fértil. e ri- dente provincia que formaya o antigo reino de Alfaghar. Ao constituir-se a macionalidade esta, tendéncia, jé herdada dos antigos poyos que dominaram nas costas da peninsula, configura- cio. do: territério. nacional banhado quési totalmente pelo oceano, a sua proximidado da Espanha, barreira impedindo a nossa expan- sio além dos limites interiones, foram eausas quo nos leyaram, mau grado os. perigos, os, médos eas tenebrosas lendas, a desvendar os inexplorados dominios do misterioso Atlantico. A. indole da raga ¢.0, seu espirito audaz, herdico e ayentureiro, as nossas. tam freqitentos enseadas, os nossos belos portos, tam aptos @ ,propicios..ao abrigo e seguranga das embarcagdes, as baias tam abrigadas, os calmos, surgidouros das nossas costas, tudo isto, como uma yara migica, nos impele para .o.mar ¢ faz deste pequeno povo o herdéi das mais; ousadas nayegacdes. © Axcusoroco. Portucuks 197 Logo que se fixou 0 territério que, 0 Conde D. Henrique, com tanta: habilidade.e denodo, soubera emancipar-do: jugo de-Castela, © depois, apés a suamorte, nos primeiros 6 belicosos anos do govérno de seu.filho D. Afonso Henriques, um forte instinto de defesa obriga- --hos a pensar ne vigilancia e guarda da extensa. orla das. ndssas eostas. Os ataques das galés ¢ das nans-dos piratas serracenos qué, sobretudo ao sul do pais; constituiam uma constante ameacae um motive de continuos sobressaltos, criaram em nés.a imperiosa neces- sidade ‘de equipar uma espécie de armada real-e, decerto, das tara- enas onde ela:se construfa e onde-se recolhiam alguns dos seus ‘navios. Assim comegaram a pouco e pouco ds nossos documentos 4 registar as varias e primitivas denominagdes dos nossos primeiros barcos e vasos de guerra, como: a barcha, 0 barinel, a8 fustas, mais tarde as galés, ox galedes, as urcas, as naus, as zabras, as carracas, as taforeas, as galeras, ns faluas, os patachos; as sétias e, finalmonte, _ a8 caravelas, as-quais tiveram a preferéneia. sobre todos os navios na aventura © exploragito dos novos mares 6 das longinquas e ae vayradas torras'. A esta primitiva armada e-aos sens feitos ais ou menos fabo- losos e inverosimeis anda ligada a conhecida lenda de D. nas Rou- pinho, governador do castelo de Porto de Més 6 fronteiro-mor dos ¢eoutos de Alcobaga, salvo milagrosamente pela i de se despenhar, com o cavalo em que montava e quando perseguia wma peca de caca, do soberbo aleantil sobranceiro praia quo dese milagre tomou 0 nome: — ‘ cs

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