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nossas vidas.
1 – Apresentação: Este projeto visa ajudar alunos e comunidade no
trabalho de sensibilização da população em relação à cultura de
preservação da água, mostrando suas múltiplas formas de uso, os
ciclos da mesma, sua importância para a vida e para a história dos
povos.
5 – Etapas Previstas:
9 – Bibliografia:
- Dia-a-dia do Professor, vol. 2 – Gerusa Rodrigues Pinto e Francês
Rodrigues Pinto,
- Parâmetros Curriculares Nacionais, vol. 9 – Meio Ambiente e Saúde,
- Projetos Pedagógicos 3º Milênio – Miriam Cristina Cazante de
Carvalho.
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=461
cada uma delas na vida das pessoas e na configuração da sociedade brasileira, este artigo
dessas duas ciências, mas ultrapassa seus limites, a Educomunicação vem sendo apontada
Quais são as novidades dessa proposta? Em que ela se diferencia do já conhecido? O que ela
tem a ver com Educação Ambiental? Estas são algumas das perguntas norteadoras deste
contribuir para que a escola seja um dos espaços possíveis para a sua realização.
Para compreender seu conceito convém antes retomar, em separado, algumas das
concepções dessas duas ciências e, principalmente, os efeitos de cada uma delas na vida das
Comecemos por Educação, mesmo que de modo sucinto, pensando no contexto histórico, no
pano de fundo em que ela se assentou durante muito tempo em nosso país. Usando o
mesmo raciocínio que, em geral, adotamos para analisar o rendimento escolar de alunos,
anos governados por ditadores que se revezaram no poder . Isso significa, em breves
palavras, que castigos físicos e outras dores, talvez mais agudas que as sentidas no corpo,
A maior parte da nossa história foi marcada por um modelo cruel e desumano de pensar e de
agir. Impossível negar tais reflexos na nossa formação. Isso explica, em grande medida, por
exemplo, porque fomos durante tanto tempo – em que pesem os movimentos de resistência
que sempre existiram – um povo que soube tão bem agüentar, silenciar, obedecer,
consentir. Explica também porque nas relações que estabelecemos nos é tão fácil, em maior
Sustentados por uma sólida pedagogia , esses valores prevaleceram fora e dentro da escola.
fila, atender ao sinal, sentar um atrás do outro – sinônimos de ordem para boa parte dos
educadores – nos levaram a associar respeito a obediência de comando, a olhar a nuca dos
companheiros, ao invés de nos seus olhos para com eles aprender a conversar sobre o
Provar conhecimento repetindo palavras dos outros, tirar boas notas para ser motivo de
competição, da mentira…
Ou seja: descontados esses tempos de agruras, vale dizer que há bem poucos anos é que
começamos a construir uma outra história. E por tais motivos, torna-se compreensível que
ainda estejamos tão longe do que necessitamos. Muito temos que entender para superar,
existentes em nosso país, as relações que eles mantêm conosco e vice-versa. Sabemos que
sua função não é educar a sociedade, muito menos as pessoas em idade de formação.
defendidas por muitos daqueles que conhecemos ou com quem convivemos, temos que
admitir a influência que o rádio, a mídia impressa e a televisão, em especial, exercem sobre
todos nós. Podemos afirmar, nesse sentido, que os meios de comunicação também educam.
E educam, na grande parte das vezes, não para que sejamos nós mesmos e sejamos mais
solidários uns com os outros. Muito pelo contrário: ensinam a confundir desejo com
necessidade (precisaríamos, de fato, ter comprado as tantas coisas que temos?!), a repetir
discursos que não são nossos, a olhar e valorizar o que está distante e debochar daquele que
é próximo e parecido conosco (não é o que fazemos quando alguém aparece dando
Por que isso acontece, assim dessa maneira? Por muitos e muitos motivos, dentre eles um
oportuno de se tocar aqui: porque as mídias no Brasil estão sob controle de apenas alguns
grupos que, por barganhas políticas, conseguiram concessões em seu próprio benefício, para
Porque se julgam donos dos meios, de modo inescrupuloso, fazem de tudo para garantir e
aumentar o lucro que os anúncios publicitários lhes rendem. Nada do que veiculam se
Para tanto, renovam equipamentos com a mesma lógica com que contratam ou despedem
seus astros (até jornalistas, apresentadores de telejornais, nesse contexto são considerados
e se julgam artistas!). Em outras palavras: esses grupos detentores indevidos dos meios não
respeitam ninguém , pois transformam os veículos de comunicação que têm sob seu
diuturnamente.
Estamos “satanizando” a mídia, atribuindo a ela poderes que vencem o nosso livre arbítrio?
mensagem e o que fazemos com ela existem valores culturais, familiares e religiosos, entre
outros, que pesam todas as vezes que temos que tomar decisões . Seríamos estúpidos se
não reconhecêssemos que apesar de tudo, os meios de comunicação nos possibilitam o que
presencialmente não nos seria possível… Estamos apenas tentando evidenciar a necessidade
que temos, nós educadores, de entender a pedagogia de que se valem os detentores dos
Assim, tanto o barateamento quanto o acesso às tecnologias vêm se constituindo num dos
fatores que aumentam cada vez mais a chance de se modificar esse quadro. Considerando
produtoras de comunicação.
Se aumentar o número de gente contando os fatos que acontecem nos lugares que habitam,
do seu jeito, estará quebrado o monopólio da mídia. No lugar do senso comum instaurado
pelas grandes redes de comunicação, que buscam padronizar nossas idéias e sentimentos,
haverá a abordagem dos acontecimentos sob diferentes pontos de vista. Quanto maior for o
número de versões dos fatos, mais rica será a chance de pensarmos sobre o que nos chega
pequenos tiverem a oportunidade de aprender a usar as tecnologias para dizer o que sentem
e pensam de si, dos companheiros e da vida que levam, serão, com o tempo, mais
Mais: se for criado um espaço na grade curricular, prevendo a veiculação regular das
produções dos alunos, certamente, os meninos e meninas crescerão mais altivos e seguros
público!…).
idade de formação crescer sabedoras de que os meios podem ser usados a favor de si e dos
seus companheiros.
Não estamos querendo dizer, entretanto, que tudo se resolve com a mera implantação de
de comunicação são bastante complexas e sobre elas é preciso pensar mais um pouco.
em que se pensava o trabalho com a linguagem verbal apenas como estudo do seu código,
da sua gramática. Hoje sabemos que a língua é um signo ideológico, sempre presente em
Trabalhar a linguagem verbal (seja ela oral ou escrita) sob esta perspectiva não é tarefa
fácil: requer o entendimento de que vai muito além da fragmentação disciplinar e dos
Quantos de nós, educadores, lembramos da angústia que nos acometia quando um professor
anunciava: “escreva com as suas palavras”? Quais eram as nossas palavras? Tantas palavras
também as palavras que não circulavam na escola: as palavras das revistas, dos jornais, as
Hoje percebemos que esse sentimento de infância tinha a ver com o fato de estarmos
todos nossos professores acreditavam que a gente tinha alguma coisa própria a dizer. E de
onde viriam essas nossas palavras a não ser da experiência cotidiana, do espanto com o
mundo, do intrigar-se consigo mesmo, do entender o que está perto e o que está longe?
É nesse sentido que a Educomunicação trabalha com a palavra: aquelas que são dos
meninos e podem vir de qualquer lugar, mas, principalmente, dos lugares que fazem sentido
para eles.
perspectiva. Vamos tentar ver esta afirmação mais de perto, a partir do que sabemos.
1) Sabemos que para que a gente possa pensar sobre meio ambiente é preciso que esta
questão esteja “construída” dentro de nós. Isto significa entender que as relações entre os
seres vivos e suas ações interferem no ambiente em que vivem. Não nascemos com esta
“questão” já construída dentro de nós, precisamos aprender sobre ela para poder perceber
2) Sabemos que a questão ambiental tem sido construída, especialmente nas últimas quatro
midiática que vai se delineando a construção social da questão ambiental. Do mesmo modo
que ninguém nasce com a questão ambiental já construída dentro de si, a sociedade também
vai aprendendo sobre o tema e passa a perceber a relação entre a vida de todos e a vida do
Planeta. Para isso temos que estar atentos ao que a humanidade já aprendeu e produziu
jornal e nas e redes ambientais que se formam pelo mundo todo por meio da Internet.
Essa possibilidade se apresenta em duas vias: por um lado podemos discutir o saber
científico e o saber popular; por outro podemos ter acesso ao que é de interesse de todo o
5) Sabemos que podemos ser também produtores desse saber , dentro de uma realidade
sobre a qual refletimos e só nós entendemos: cada escola tem uma configuração única de
espaço, pessoas e relações entre estas e seu espaço. E não há nada de “misterioso” nisto –
ambiental. E que publicar nossos saberes tem a ver com usar as linguagens da comunicação
social: o rádio, o vídeo, o jornal, o panfleto, o jornal-mural, a Internet – seja qual for o
alcance de cada uma dessas mídias ou nosso acesso à produção de cada uma delas.
E, sabendo disso (e que somos únicos e que somos produtores do saber do nosso espaço),
voltamos à palavra. Tantas palavras! Dentre elas, quais são as nossas palavras sobre meio
ambiente? Serão apenas aquelas já pautadas pela mídia – desde a preservação dos micos-
leões-dourados e baleias até a “reciclagem” de garrafas pet? Até que ponto “compramos” as
idéias e empunhamos as bandeiras que nos são apresentadas pelos jornais, as rádios, a tv?
Somos capazes de perceber as nossas verdadeiras relações com nosso meio ambiente?
Estamos preparados para provocar, ouvir e ler as palavras de nossos meninos a respeito
disso?
Quando pensamos Educomunicação e Meio Ambiente temos que estar preparados para
entender a complexidade do tema. Não há respostas, nem receitas. Sabemos que é preciso
beber nas fontes do saber já elaborado, mergulhar no entendimento do saber que só nós
seremos capaz de construir e achar os canais para divulgação deste saber. Ao olhar à sua
volta, perguntar, pesquisar, duvidar e entender nossos meninos estão construindo a questão
ambiental.
Ao escrever, fotografar, desenhar, falar, estão registrando e elaborando esse saber. E, ao
tornar público esse processo (seja em um produto de rádio, vídeo ou de palavras escritas em
podem dizer as coisas “com suas próprias palavras” – aquelas que não prescindem dos
livros, dos professores, mas que são suas na medida que são frutos do que querem dizer do
E elas vão além das fragmentações disciplinares: não são privilégios do professor de Língua
Portuguesa ou de Biologia, mas se expandem. Pensar sobre e escrever sobre meio ambiente
reúne as relações entre geografia, história, economia, matemática, cultura, filosofia, biologia
e tantas outras perspectivas que devem estar juntas para fazer sentido em nossa
compreensão do mundo. É dessa compreensão e da nossa escrita dela que podemos produzir
Neste sentido, pesquisar e entender o meio ambiente, produzir conhecimento sobre ele e
sejamos autores da nossa história. Afinal, o que é o autor se não o escritor de suas próprias
O que estamos propondo, em síntese, é que nós, professores, que entendemos a base que
sustenta as ações de Educomunicação, podemos garantir espaços na escola para que essas
questões todas sejam trabalhadas. E o que nos alegra é que esse trabalho não está por
começar. Ele já começou e de forma bastante sólida através, por exemplo, das ações
espalhados por todos os estados brasileiros que sentiram um pouquinho do gosto bom que é
Assim como eles, há em cada escola meninos que querem dizer as suas palavras e são os
colaboradores para a continuidade dessa proposta. Vamos dar voz a essas palavras?
Referências Bibliográficas
FREIRE, Paulo: Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1970.
SOARES, Ismar de Oliveira: “Comunicação/Educação: a emergência de um novo campo e o
RAMOS, Luis Fernando Angerami. Meio ambiente e meios de comunicação. SP, Annablume /
Fapesp, 1998.
www.conferenciainfantojuvenil.com.br/biblioteca/Programa_Juventude.pdf I Conferência
IJMA: www.conferenciainfantojuvenil.com.br/index.php?pagina=coletivo_jovem.php II
Atibaia – SP.
http://www.corjesu.org.br/portal2009/seg1/arquivos/projetobiodiversidade.pdf