You are on page 1of 22

Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Civil
Curso de Licenciatura em Engenharia Civil
Disciplina de Abastecimento de Agua, Drenagem e Saneamento
3º Ano regime laboral
Projeto da Disciplina:
Projecto de reabilitação e expansão do Sistema de Abastecimento de água na vila de Malema

Discentes: Docentes:

TAMIMO, Sane Sacoor Dr. Eng. Nelson Matsinhe

GWAMBE, Eric Filipe James Eng. Dipac Maganlal

GORDANDAS, Iyassine Albai

MBOFANA, Florindo Herinques

NIQUICE, Jorge Gildo

Maputo, Janeiro de 2022


Contents
Metodologia................................................................................................................................................
Fundamentos Teóricos.................................................................................................................................
Terminologias usadas..............................................................................................................................
Memória Descritiva.....................................................................................................................................
Caracterização do distrito........................................................................................................................
Clima Predominante................................................................................................................................
Memória de Cálculo....................................................................................................................................

1
Introducao
Em Moçambique, assim como em qualquer parte do mundo a água desempenha um papel
fundamental, não só para protecção de sua saúde, como também para o seu desenvolvimento
económico.
A importância sanitária é devida a uma rápida e sensível melhoria na saúde e nas condições
de vida de uma comunidade, que a implantação ou melhoria dos serviços de abastecimento
traz, principalmente através do controle e prevenção de doenças, promoção de hábitos
higiénicos, desenvolvimento de esportes, limpeza pública, etc
Quanto aos aspectos económicos, é de salientar que as obras de saneamento básico urbano
provocam um acréscimo na vida média da população servida, numa diminuição da
mortalidade em geral e, em particular na infantil e como consequência uma maior eficiência
nas actividadeseconómicas desta, pela redução do número de horas perdidas com diversas
doenças o que possibilita o aumento da renda per capta nacional. Além disso ao se prevenir
possíveis doenças economiza-se no tratamento das mesmas.
Não obstante existem populações que habitam em locais com água em quantidade e
qualidade suficiente para a sua sobrevivência assim como para o desenvolvimento de suas
actividades económicas, porém não tem acesso à água devido a falta ou mesmo deficiência
de sistema de abastecimento de água (SAA), um caso concreto é o SAA da Vila Municipal
de Malema cuja expansão é objecto de estudo do presente trabalho.

Objetivos
Projecto de reabilitação e expansão do Sistema de Abastecimento de Água- SAA da vila-
Municpal de Malema

Objectivos expecificos
• Projectar um sistema com capacidade de suprir em termos quantidade e qualidade as
necessidades da população;

• Projectar um sistema que abasteça a vila-Municpal de Malemadurante 20 anos sem


restrições de consumo desde a implantação do sistema;

• Projectar um sistema economicamente viável, de acordo com a condição


socioeconómica do aglomerado em questão;

• Projectar um sistema de fácil operação e manutenção;

• Projectar um sistema que seja adaptáveis ascondições reais do campo.

2
Metodologia

Em termos de metodológicos para a realização deste projecto, compreendeu a análise dos


dados e termos do projecto recebidos e elaboração do trabalho, com recurso a programas
como:
“Google Earth” para o efeito de levantamento da localização do bairro, medição dos
comprimentos e leitura/estimativa das cotas a nível do terreno;
“ArcGIS” para determinação de áreas, comprimentos e cotas; representação da adutora e
rede de distribuição;
Consulta a bibliografias diversas sobre sistema de abastecimentos de água.

4. Estudo Socio-Económico do Distrito de Mueda


4.1. Localização, Superfície

O distrito de Malema está localizado no extremo ocidental da província de Nampula, confinando


a Norte com os distritos de Nipepe, Cuamba, Maúa e Metarica da Província do Niassa através do
rio Lúrio, a Sul com os distritos de Alto Molócué e Gurué da Província da Zambézia, através do
rio Ligonha e montes Namuli, a Este com os distritos de Ribaué e Lalaua e a Oeste com o distrito
de Nipepe da Província do Niassa, através do rio Lúrio.

Com uma superfície 1 de 6.386 km 2 e uma população recenseada em 1997 de 128.732 habitantes
e estimada, à data de 1/1/2005, em 149.782 habitantes, este distrito tem uma densidade
populacional de 23.5 hab/km 2 .

A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.1, isto é, por cada 10


crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa.

A população é jovem (46%, abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de
masculinidade de 49%) e de matriz rural (taxa de urbanização de 26%).

O distrito de Malema tem clima tropical húmido com duas estações: a fresca e seca, de Abril a
Outubro; e a quente e chuvosa, de Novembro a Março. Nalgumas regiões este clima é modificado
pela altitude.

A pluviosidade regista-se de forma diversificada a nível do Distrito, havendo regiões com


elevadas precipitações, o que influencia a diversidade de culturas. A pluviosidade anual do
distrito é de 1.300 mm.

As temperaturas mais baixas registam-se durante os meses de Abril, Maio e Junho, e as mais
quentes durante Outubro, Novembro e Dezembro.

O Distrito é atravessado por numerosos cursos de água, sendo os principais: os rios Malema,
Nalume, Niulo, Mutivaze, Neoce e Nataleia e outros de menor importância, como

3
o Metacusse, Murralelo, Lalassi, Mapuro, Nanari, Mutoroa, Muitai, Murucussi, Mutipa, Nacaca,
Mupassi, Luahe, Nomala, Namitatari, Namilassi, Mutacatini, Mussi, Nathupili, Murissa, Nanope,
Euili, Nahopa e Niussi.

Para além dos mencionados, existem igualmente importantes rios e riachos que abastecem de
água as zonas por onde correm, fertilizam as suas margens com detritos orgânicos e minerais e
abastecem de peixe as populações ribeirinhas.

O rio Malema que dá nome ao distrito e sua sede, é o maior que corre dentro do distrito, nasce
nos montes Namuli, próximo da Vila zambeziana de Gurúé, entrando para o distrito de Malema
na zona de Mucuassula, passa por Avarra, Muhemela, Macaliha e vai desaguar no rio Lúrio. Tem
como afluentes principais, na margem direita, os rios Mutivaze e Nataleia e, na margem esquerda,
os rios Lalassi e Mulalamo.

É um rio que corre ao longo de todo ano, embora varie de caudal em função da precipitação
pluviométrica. É rico em fauna aquática, a começar pelos crocodilos, hipopótamos, diversos tipos
de peixe que servem para o consumo das populações ribeirinhas, para além da água que abastece
essas mesmas populações.

O rio Nalume é o segundo maior rio que atravessa o distrito, depois do rio Malema, na região de
Mutuali. Nasce na província da Zambézia, perto da vila de Gurué, desaguando no rio Lúrio na
povoação de Munissa.

O tipo de relevo predominante no distrito é o planalto, que ocupa extensas regiões, havendo no
entanto uma grande quantidade de montanhas e elevações. O relevo é bastante acidentado, com
altitudes que variam entre 300 e 1.800 metros.

Das principais elevações do distrito fazem parte: As montanhas Murripa, Cucuteia, Massô,
Rumulo, Chipaca, Nvithe, Comê, Tecuane, Maicuni, Mucassula, Chilamussoro, Mapé, Mucuili,
Munica, Cucussi, Nlema e outras elevações de menor importância. O ponto mais alto do distrito é
a montanha Murripa com 1.870 metros de altitude, seguido da montanha Cucuteia com 1.525
metros de altitude.

O Distrito tem diferentes tipos de formações vegetais, designadamente:

Floresta baixa medianamente densa;

Malema

Floresta baixa aberta; Matagal alto; Matagal médio; Matagal baixo. As actividades humanas
como a agricultura, a extracção da madeira e as queimadas descontroladas contribuem para o
empobrecimento da vegetação do distrito. Podem-se encontrar, no entanto, algumas florestas
galeria ao longo das margens dos rios e ainda nas encostas de algumas montanhas, onde a acção
do homem ainda não se fez sentir com muita intensidade.

4
Os solos do distrito são compostos por rochas metamórficas que se formaram entre os 1.100 e os
850 milhões de anos no período Precâmbrico, sendo as rochas mais antigas de todo o território
moçambicano. Segundo esta classificação, o distrito integra duas áreas: Super-grupo de Nampula
e Super-grupo de Lúrio.

De acordo com as condições físico-geográficas desenvolveram-se no Distrito solos zonais de


variadas características gerais.

Solos dos topos e encostas superiores dos interflúvios – São os mais representativos no distrito,
profundos a muito profundos, arenosos com subsolo profundo de textura franco-arenosa a
argilosa, de cor castanha a vermelha. Solos bem a moderadamente bem drenados. São solos com
uma sucessão de horizontes A – AB – B – (Bt1) – (Bt2). O solo superficial, horizonte A tem uma
profundidade de 20 a 30 cm, sendo de textura arenosa, de cor castanha – acizentada muito escura,
a castanha muito escura e muitas vezes castanha – avermelhada muito escura.

O horizonte AB é de textura arenosa, de cor castanha-amarelada escura a vermelha amarelada e


uma profundidade que varia de 20 a 30 cm e de 40 a 60 cm.

O horizonte B é, na maioria dos casos, de textura arenosa, de cor castanha-amarelada, sendo, em


alguns casos, de textura pesada: franco-arenosa a franco-argilosa, com uma profundidade de 40 a
60 e de 80 a 90 cm.

A camada Bt com profundidade superior a 80 a 90 cm é de textura franco-arenosa a argilo-


arenosa, muitas vezes de cor vemelha-amarelada a vermelha.

Solos dos fundos dos vales e dambos- que é o segundo grupo mais representativo, são profundos
a muito profundos, argilosos a arenosos, de cor geralmente escura imperfeitamente a mal
drenados, Rochas e Afloramentos – São muito pouco profundos, menos de 25 cm, pedregosos ou
constituídos de rocha nua. Em alguns casos encontram-se solos pedregosos pouco profundos por
cima das rochas ou montanhas. São de textura franco-arenosa a franco-argilo-arenosa com
profundidade menor de 50 a 70 cm. Os outros tipos de solos ocorrem em proporções pouco
significativas em todo o Distrito. I

Malema é um dos distritos menos povoados da província de Nampula, a vida económica dos seus
habitantes sofre uma grande influência do corredor de Nacala, composto pela EN8 e a linha férrea
Nacala-Entre Lagos, particularmente do movimento dos comboios, pois a sua passagem
determina um grande movimento de vendedores de diversos produtos agrícolas de que Malema é
um dos grandes produtores, sendo ao longo da linha férrea onde se concentram maiores
aglomerados populacionais.

5
As estradas e pontes constituem os requisitos primários para a realização de todas as actividades
que garantem o desenvolvimento Sócio-Económico. Por essa razão, um dos objectivos
específicos do governo nesta área consiste em garantir a reabilitação das vias de acesso de nível
terciário que são de vital importância para a circulação de pessoas e bens.

Por estas serem as rodovias mais importantes do distrito, as dificuldades que as mesmas oferecem
ao trânsito criam um impacto muito negativo para o desenvolvimento Sócio-Económico do
distrito.

O nível de resposta à manutenção das vias de acesso e outras necessidades cresceu e melhorou
significativamente, com a alocação ao Distrito, de um tractor e respectivo atrelado.

Este apoio foi reforçado com a colocação de um Técnico de Obras Públicas e Habitação.

As pontes de betão armado localizam-se principalmente sobre os rios que atravessam as estradas
classificadas do Distrito.

O distrito de Malema é atravessado pela linha férrea Nacala-Cuamba, num troço de 143Km, de
Riane (Ribáué km 350) ao Lúrio, Niassa km 533) integrada no corredor de desenvolvimento de
Nacala. A referida linha férrea encontra-se em boas condições de operacionalidade após ter sido
reabilitada no âmbito do projecto do corredor de desenvolvimento de Nacala.

Não existe nenhuma empresa de transporte público baseada no distrito. Nas suas deslocações ao
interior do distrito e para fora deste as pessoas, normalmente, utilizam o comboio. A circulação
no distrito é limitada, as vias que oferecem condições de transitabilidade são escassas, sendo que
durante o período chuvoso é impossível penetrar para o interior do distrito.

Foi concluída em 2004 a montagem duma central telefónica digital das TDM. O distrito de
Malema possui uma agência das Telecomunicações de Moçambique, que opera com um rádio
retransmissor sendo por isso muito difícil comunicar-se com qualquer outro ponto.

Funcionam no distrito desde 1969, duas estações dos correios com capacidade para 50 caixas
cada, encontrando-se actualmente alugadas apenas 12, já que, ultimamente, este sector tem sido
pouco solicitado pelo público que prefere recorrer a outros meios de comunicação como o
telefone.

Não existe uma rede de abastecimento de água em nenhum ponto do distrito, já que o sistema de
abastecimento de água que funcionava no período colonial na sede do distrito se encontra
inoperacional.

As fontes de abastecimento de água potável no distrito são insuficientes, pelo que a população
recorre à água dos rios e poços tradicionais, o que tem trazido, como consequência, várias
doenças relacionadas com o consumo de água imprópria.

Na vila de Malema funciona um pequeno sistema de abastecimento de água construído em 2001,


no âmbito do Plano de Desenvolvimento Distrital (PDD) e serve cerca de 4.000 pessoas. A Vila
de Mutuali serve-se de dois pequenos sistemas privados construídos no tempo colonial, um da
Missão Católica e outro da Sociedade Algodoeira do Niassa de João Ferreira dos Santos.

6
O pequeno sistema de abastecimento de água à vila de Malema comporta 10 fontanários públicos
sob gestão comunitária (comités de água). Malema

O abastecimento de energia eléctrica no Distrito é deficiente, já que o distrito apenas dispõe de


um gerador na sede pertencente a Administração do Distrito que, devido à sua reduzida
capacidade, somente abastece 7 casas. Alguns agentes económicos possuem os seus próprios
geradores que abastecem de energia eléctrica os seus estabelecimentos.

O distrito possui 87 escolas (das quais, 79 do ensino primário nível 1), e está servido por 8
unidades sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo da população aos serviços do Sistema
Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante insuficiente como se conclui dos seguintes
índices de cobertura média:

Uma unidade sanitária por cada 20 mil pessoas; Uma cama por 3.600 habitantes; e Um
profissional técnico para cada 4.500 residentes no distrito. Apesar dos esforços realizados,
importa reter que o estado geral de conservação e manutenção das infra-estruturas não é
suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água a necessitar de manutenção, bem como a
rede de estradas e pontes que, na época das chuvas, tem problemas de transitibilidade.

A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. Em todas


as localidades, dada a característica do relevo no Distrito existem pequenos sistemas de irrigação
de construção precária, o que permite, nessas zonas, a produção agrícola durante todo ano.

Estão em funcionamento sistemas de irrigação de construção melhorada, destacando-se os da


Associação de Micheche, sobre o rio Mutivaze, Associação de Nioce, sobre o rio Nioce e outros
afluentes, Associação de Mutipa, sobre o rio Nihuce, Associação de Tui e Associação de
Impuehi. Estes pequenos sistemas foram construídos pelos próprios associados com
financiamento e orientação técnica externa e irriga cerca de 500 hectares beneficiando mais de
700 famílias.

De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares


em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

É dominada pelo sistema de produção de milho, associado à produção de feijão, batata reno,
sendo qualquer uma delas importante, não só na segurança alimentar como também como forma
de rendimento. O feijão manteiga pode mesmo ser feito em dois cultivos sucessivos. Devido à
humidade excessiva durante a estação das chuvas e à maior ou menor deficiência de humidade
durante o período seco, é prática comum o uso de matutos, técnica local de conservação de solos
e água.

Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de algumas
infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a recuperação dos
níveis de produção.

O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Dada a existência de áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da pecuária, sendo


as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais obstáculos ao seu
desenvolvimento.

7
Os tipos de árvores fornecedoras de madeira existentes são: umbila, jambire, mecuco, umbila,
pau-preto, metil, metonha, chanfuta e outras. Nas florestas do Distrito abundam animais como
búfalos, hipopótamos, antílopes, javalis, coelhos, leões, leopardos, aves etc. A maior
concentração destes animais verifica-se no Posto Administrativo de Chuhulo, onde, neste
momento, decorrem trabalhos de criação de condições para gestão comunitária da floresta.

A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge como alternativa à actividade
agrícola, ou prolongamento da sua actividade. As únicas unidades industriais de escala existentes
no distrito são: a fabrica de descaroçamento e prensagem de algodão em Mutuali e de prensagem
de tabaco na sede do distrito.

A indústria de pequena escala é caracterizada no distrito pela indústria moageira que comporta 21
unidades de farinação que beneficiam cerca de 41% da população, nos Postos Administrativos de
Canhunha-Sede, Chuhulo e Mutuali. Existem, ainda, olarias, carpintarias e artesanato que se
praticam de forma não ordenada pela população.

O comércio é uma actividade mal distribuída pelo distrito, dado que há regiões não satisfeitas por
esta actividade económica. Malema

A falta de estabelecimentos comerciais afecta, sobremaneira, os camponeses, não somente no que


respeita à compra de produtos, como também à venda dos seus excedentes agrícolas.

A comercialização agrícola tem-se deparado com dificuldades nos últimos anos devido à
descapitalização dos comerciantes e à falta do financiamento bancário.

Nas zonas recônditas o problema da falta da rede comercial é minimizado pelo comércio
informal, que é feito, quer em pequenos mercados, montados ao longo das principais vias
rodoviárias, quer em feiras dominicais que funcionam nas principais zonas de maior produção de
cereais, e hortícolas, por exemplo, em Muralelo funcionam duas feiras dominicais frequentadas
pelos habitantes do distrito e da vizinha Província da Zambézia.

A actividade comercial informal é praticada em todos os aglomerados populacionais do distrito,


nomeadamente, nas sedes dos PA’s, paragens dos transportes públicos de passageiros e mercados
de produtos agrícolas. Este tipo de comércio é praticado essencialmente por jovens do sexo
masculino, que se dedicam à revenda de capulanas, roupa usada (calamidades), produtos
alimentares, produtos manufacturados de uso corrente, produtos alimentares já confeccionados
(vendidos mais pelas mulheres).

Há confirmação de ocorrência de pedras preciosas e semipreciosas em Mevova Posto


Administrativo de Mutuáli, e ainda de pedras semipreciosas, no Posto Administrativo de Chuhulo
e em Neoce, no Posto Administrativo de Canhunha.

A capacidade de indústria hoteleira do distrito é de 60 camas e o sector alberga cerca de 17


trabalhadores. A nível da vila de Malema, destacam-se a pensão Malema e o Lodge de Napuanha
e Filhos, esta última unidade tem a classificação de 3 estrelas. Existem excelentes condições não
exploradas para a prática do turismo, campismo e caça, sobretudo em Muralelo, Vila de Malema
e Chuhulo.

8
Opera no distrito uma filial do Banco Austral que se dedica à captação de poupanças, não
havendo nenhum sistema formal de crédito em condições acessíveis aos operadores locais, o que
denota uma fraca implantação do sector financeiro.

Malema é uma vila moçambicana, localizado naprovíncia de Nampula, que é sede


do distrito do mesmonome.[1] Situa-se às margens do rio Malema, que lheempresta o
nome.
O distrito de Mueda integra a microrregião norte de Cabo Delgado, constituída pelos
distritos de Mueda, Muidumbe, Mocímboa da Praia, Nangade e Palma.
A superfície do distrito1 é de 11.271 km2 e a sua população está estimada em 124 mil
habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 11
hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 135 mil habitantes.
A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.2,
isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa. Com uma
população jovem (40%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 92%
(por cada 100 pessoas do sexo feminino existem 92 do masculino) e uma taxa de
urbanização do distrito é de 21%, concentrada na Vila de Mueda.

Fundamentos Teóricos

A água constitui um elemento essencial a vida animal e vegetal. O Homem tem


necessidade de água de qualidade e quantidade suficiente para todas suas necessidades,
bem como para protecção de sua saúde e também para seu desenvolvimento económico.
Os sistemas de abastecimento de água são projectados por forma a poderem cobrir quer a
necessidade presente quer a necessidade em situações a longo prazo.

Terminologias usadas

Sistema de distribuição pública de água


Conjunto constituído pela rede de adução e distribuição pelas instalações
complementares, como reservatórios e sistemas elevatórios, destinado à distribuição de
água para satisfação de consumos doméstico, comercial, industrial, público e outros.
Sistema de abastecimento de água
Conjunto de órgãos e acessórios (captação, rede de adução, estações de tratamento, redes
de distribuição e instalações complementares, como reservatórios e sistemas elevatórios),
destinado à distribuição de água para satisfação de consumos doméstico, comercial,
industrial, público, e outros.

9
Água potável
Água que satisfaz os critérios e normas de qualidade para o consumo humano.
Água de abastecimento
Água destinada à satisfação dos consumos doméstico, comercial, industrial, público e de
incêndio.
Capitação total
Quociente entre a quantidade total média diária de água fornecida ao conjunto de
consumidores e o número de habitantes abastecidos. Não se incluem na quantidade total
os consumos relativos a grandes consumidores tais como estabelecimentos de saúde,
ensino, militares, prisionais, turismo, bombeiros e instalações desportivas.
Consumo público
Quantidade de água destinada à utilização para lavagem de arruamentos, rega de zonas
verdes e limpeza de colectores.

Consumo comercial
Quantidade de água destinada à utilização em unidades comerciais e de serviços.
Consumo doméstico
Quantidade de água destinada à utilização na habitação.
Consumo industrial
Quantidade de água destinada à utilização em unidades industriais, caracterizando-se por
aleatoriedade nas solicitações.
Factor de ponta
Quociente entre um caudal máximo (em regra o caudal máximo horário) e um caudal
médio (em regra o caudal médio diário anual).

Factores de ponta mensal ( f p ) 1

De mês em mês o consumo de água numa cidade ou sector de cidade poderá variar (p.e.:
nos meses quentes o consumo é elevado e dentro desses, haverá um mês de maior
consumo)

O factor de ponta mensal ( f p ) é definido pela razão entre o consumo do mês com maior
1

consumo pelo consumo médio anual nesse sector da cidade ou comunidade.

10
Q máx (mensal)
fp= 1
Qmáx (anual)

Factor de ponta diário ( f p )


2

Ao longo de uma semana, pode-se ter um dia que apresenta os maiores consumos (p.e.: a
2ª feira em muitas cidades europeias, constitui o dia de lavagem de roupas e de outras
limpezas domiciliares e por isso apresenta os maiores consumos).

O factor de ponta diário ( f p ) é definido como sendo a razão entre o consumo no dia de
2

maior consumo e o consumo médio semanal.


Q máx (diário)
fp=
2
Q máx ( semanal)

Factor de ponta horário ( f p ) 3

O factor de ponta horário, é definido pela razão entre o consumo á máxima hora do dia
pelo consumo médio ao longo de um dia.
Q máx (horário)
fp=
3
Q máx (diário)

Horizonte de projecto
Período utilizado no dimensionamento dos sistemas e determinado tendo em atenção
factores técnico-económicos, financeiros e sociais tais como o período de vida útil das
instalações e equipamentos, o ritmo de crescimento urbano e a facilidade de ampliação
dos sistemas.

Justificativa

A Administração de Infraestruturas de Abastecimento de Água e Saneamento-AIAS, pretende


levar a cabo um Projecto de reabilitação e expansão do Sistema de Abastecimento de Água- SAA
da vila-Sede do distrito de Malema que, desde 2013 foi elevada à categoria de Vila Municipal
(Lei N° 11/2013 de 3 de Junho). A vila dispõe de um SAA cuja capacidade e abrangência
deverão ser ampliadas com o projecto de reabilitação lançado pela AIAS.

O projecto de reabilitação deverá ser concebido para um horizonte de projecto de 25 anos


contados à partir do ano 2024. A área a abranger com o projecto de reabilitação compreende 12
dos 41 bairros do Município cujas características em termos de população residente são
apresentados no quadro ANEXO. Exceptuando a Estação de Tratamento-ETA que será tratada

11
num outro projecto, as intervenções a realizar com este estudo são extensivas à todas as
componentes do SAA designadamente, fonte, adução, reserva e distribuição.

Para alcançar o objectivo proposto, a AIAS identificou três opções de intervenção no sistema que
se diferenciam pela localização da. fonte de captação designadamente:

 Opção 1: uso da actual fonte de captação localizada à cerca de 8 km do centro da vila


 Opção. 2: Construção de uma nova captação localizada no rio Malema
 Opção. 2: Construção de uma nova captação localizada no rio Mutivasse

Elabore o ante-projecto de reabilitação do sistema tendo em conta a seguinte informação. De base


e outra que deverá. encontrar em fontes adicionais

1. Cobertura em 100% da população dos bairros abrangidos pelo projecto de reabilitação a partir
do ano de arranque do sistema
2. Taxa de cobertura por níveis de serviço e evolução

Tipo de serviço Taxa de cobertura no ano de arranque Taxa de incremento


anual
Grupo 3 Grupo 6 Grupo 9
Ligação domiciliar 20% 15% 25% 1.5%/ano
Ligação de quintal 35% 45% 35% 2%/ano
Fontanários 45% 40% 40%
Assumimos que estes dados sao os coletados para os 12 bairros
3. Divisão administrativa área do projecto e população.
(vide ficheiro Excell em anexo)
4. Proposta de localização das captações e demais infraestrutura (vide mapa em anexo)

12
OPÇÃO III

OPÇÃO II

OPÇÃO I

Figura 1: Coordenadas de localização das Fontes para captação de água SAA Malema

Opcoes Distancia Facilidade de Economia


acesso do projecto
I Mais langa Raoavel Razoavel
II Mediana Boa Boa
III curta Muito boa boa
Assumindo que todas as opcoes tem boa ou razoavel facilidae de acessso, qualidade de agua,
adotamos a opcao um apesar da distancia que nos da a desvantagem de poder encarecer o
projeto a curto prazo devido ao maior gasto na compra do material tais como condutas,
acessorios, massicos.Contudo, tem vantagem de estar numa zona montanhosa que nos da altura
para poder aproveitar a uma aducao gravitica a certo ponto diminuindo gastos de energia,
dimencao do sistema elevatorio, e por estar numa zona montanhosa pode ser ou estar perto da
nascente oque pode significar melhor qualidade de agua oque reduz os custos do Sistema de
Tratamento de agua.

0
Memória de Cálculo

A vila encontra-se localizada no Municipio de Malema na província de Nampula e o


abastecimento será com recurso de água potável. Para tal os consumos a serem considerados para
o cálculo da demanda serão:
I. Consumo doméstico:
 Fontanários;
 Ligação de quintal; e
 Ligação domiciliar.
II. Consumo industrial;
III. Consumo comercial.

p 2017=37521 hab

-fontanários : P f =0.45 ×37521=16884,45 hab

-ligação domiciliar : p d =0,20× 37521=7504,2 hab

1
-ligação p/q : p p/q =0,35×37521=13132,35 hab

Ano 2024
-fontanários : P f =16884,45(1+0,005 × 7)=17475,406 hab
1,5
-ligação domiciliar : p d =7504,2 ×(1+ ×7 )=8292,14 hab
100

-ligação p/q : p p/q =13132,35 × 1+( 2


100 )
× 7 =14970,879 hab

p 2024=17475,406+8292,14+14970,879=40738,425 hab

- Qdom=17475,406 ×30 +8292,14 ×125 +14970,879 × 50=2309323,63 l/ d


−Qutil=Q dom +Q p/ c +Qind

-Qutil =1,06 Q dom=2447883,048 l /d


1.Para adutoras
Qdim =f p1 × f p2 × Q util + perdas ; seja fp1¿ 1,1, fp 2=1,2

-Qdim =1,1 ×1,2 × 2447883,048+0,2×2447883,048=3720782,233 l/ d


2.Para redes de distribuição
Qdim =f p1 × f p2 × f p 3 ×Qutil + perdas

60
fp3=1,5 + =1,79
√p

−Q dim=1,1× 1,2× 1,79 × 2447883,048+0,2× 2447883,048=6273434,655 l/ d

Ano 2049
-fontanários: 17475,406×(1+0,005 × 25)=19659,83 hab
+1,5
- ligação domiciliar : p d =8292,14 ×(1 ×25 ¿=11401,69 hab
100

2
2
- ligação p/q : p p/q =14970,879 ×(1+ × 25)=22456,318 hab
100
-Qdom=19659,83 ×30+11401,69 × 125+22456,318 ×50=3137822,05 l /d

-Qutil =Qutil=Q +Q p/ c +Qind


dom

-Qutil =1,06 Q dom=¿3326091,373l/d


1.Para adutoras
Qdim =f p1 × f p2 × Q util + perdas ; seja fp1¿ 1,1, fp 2=1,2 e perdas¿ 0,4 Qutil

Qdim =1,1 ×1,2 × 3326091,373+0,4×3326091,373¿ 5720877,162 l/ d

2.Para redes de distribuição


Qdim =f p1 × f p2 × f p 3 Qutil + perdas ; seja fp1¿ 1,1, fp 2=1,2 , fp3¿ 1,79 e perdas¿ 0,4 Qutil

Qdim =¿15805639,42 l/d

Dimensionamento da conduta (para o horizonte)


Material : Tubo PVC → Cw=140

l 3
Q ( adutora )=5720877,162 =0,0662 m / s
d
Classe 9 adotada
J = 7m/km adotado
Pela fórmula deHazen–Williams
𝐽=10,65×𝑄1,85𝐶𝑤1,85×𝐷4,87

( )
1
10,65∗( 0,0662 )
1,85
4,87
D≥ 1,85
=245,6 mm
0,007∗140

3
Verificacao

Jreal= 2,87m/km
Nao verifica
Com isto passamos a fazer iteracoes

8. Dimensionamento da captação
A captação da água, será feita no lago artificial de Chomba, escolhida tendo em conta a
disponibilidade da água na época chuvosa assim como na época de estiagem. Projecto de um
Sistema de Abastecimento de Água para a Vila de Malema
Se porventura houvessem dados das estações hidrométricas arredores ao lago, seriam seguidos os
seguintes passos com vista a determinação dos níveis máximo e minimo da lagoa artificial :

✓ Determinação da Capacidade Útil

Depois de obtidos os dados de caudais, precipitação, evaporação, e de todas as demandas sobre o


curso de água, determina-se a capacidade útil pelo método dos picos consecutivos como uma
primeira aproximação para a posterior aplicação do método de simulação hidrológica.

✓ Estudo de Propagação de Cheia

4
Apartir das características fisiográficas, hidrológicas e outras da bacia hidrográfica do curso de
agua faz-se a análise da propagação de cheias usando os diferentes métodos para a determinação
do tempo de concentração e caudais de ponta.

✓ Cálculo da Intensidade da Precipitação Considerando um Período de Retorno

Para se determinar a intensidade para um período de retorno, devera se ajustar uma função do
período de retorno.

Dados
Material PVC
Cw =140
Dint =227mm

Ht = (758
1,85
10,65 × Q ×5839 ×1,1
−679 ¿+ 1,85 4,87
140 × 0.227
Q(m3/
h) h(m)
0 79
81.425936
40 4
87.745505
80 3
97.516279
120 8
110.52756
160 3
126.64023
200 8
210.652 131.44047
5 3
145.75122
240 3

Qdim¿ 0,0587 m3/s


Ht=131.44m
Potência

5
9,8 ×131.44 ×0,0585
P= =¿100.498kw
0,75
Calculo do NPSH disponivel da conduta da sucção
NPSH=Hatm −Ho−Hv− Δ Hs
1,85
10,65 × ( 0,0585 ) ×1,1 ×10
NPSH =9,40 −(758−754)−0,33−
140 1,85 ×0,227 4,87

NPSH= 4.980m
Verificacao de golpe de aríete
Dext ¿ 250 mm
E¿ 11,5 mm
L=5914m
UPVC(20˚C) →E¿ 3,3 Gpa
Agua doce (20˚C) → ε ¿ 2,19 Gpa
ρ¿ 998 kg /m3


21,39 × 109 m Q 0,058 × 4 1,18m
=394,51
C= s ; Hm=181,17m; V 0 = A = = ; K=1
998 × 1+ (
2,19 227
×
3,3 11,5 ) π ×0,25
2
s

¿ K × L×U
Ta= C +
g × Hm

5914 × 1,18 2 l 2 ×5914


Ta=0+ =3,93 s ; = =29,98 s ;i ( % ) >40 →C=0
9,8 ×181,17 C 394,51

2L
Ta ¿
C

C × Uo 394,51 × ×1,18
Ymax = = =47,50 m
g 9,8
Yo−Ymax=Ymin

6
Ymin = (758-679¿−47,50 =31,5m ( não haverá roptura da veia liquida )
Reserva
Para o cálculo da reserva foram-nos assumidos os factores de consumo da vila de Mueda com base
nos conhecimentos adquiridos nesta disciplina.

7
Volume consumo = 631.96+421.305 = 1053.2625m³
Volume de incêndio= 120 m³(Para habitação máxima de 10 pisos segundo o regulamento)
Volume de emergência = (120+1053.263)/3 = 391.09m³
Volume total = 1053.263+120+391.09 = 1564.353m3
Rede de distribuição
A rede de distribuição foi dimensionada com recurso ao Epanet, e os resultados foram ajustados com
base nas especificações estalecidas no Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e
de Drenagem de Águas Residuais, como por exemplo as velocidades mínimas e máximas nas
condutas, e as pressões mínimas e máximas nos nós, e recorrendo – se a processos iterativos, chegou
– se conclusões com dados aceitáveis com base no regulamento.
Os resultados do dimensionamento são apresentados nas tabelas constantes nas folhas em anexo onde
refere – se as dimensões geométricas das condutas e das velocidades máximas e mínimas para cada
ramo e nas fohas em anexo referentes a rede constam os resultados referentes aos nós, no que diz
respeito a Energia, Pressão e Caudal extraído desse mesmo nó.

You might also like