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Extensivo

Entendimento de Texto
prof. Eloy

Apostila 5; Pág. 91; Aula 20


Figuras de linguagem
constituídas por contiguidade
Figuras de linguagem constituídas por
contiguidade ou implicação

❖Metonímia

❖Sinédoque

© Prof. Eloy Gustavo


Sabendo-se que as frases abaixo se referem a uma pessoa que padece da
doença do alcoolismo.
Ele é um alcoólatra. ← denotação
Ele é uma esponja. ← conotação: metáfora
Ele é um bom copo. ← conotação: metonímia

Entre símbolo (esponja) e o que foi simbolizado (alcoólatra), há uma relação de mera
comparação: assim como a esponja tem alta capacidade de absorção de líquido, o bêbado ingere
bastante álcool.

Entre símbolo (bom copo) e o que foi simbolizado (alcoólatra), há uma relação de
implicação: no caso, o copo é o que o bêbado usa para beber. Dizemos, então, que o instrumeto
foi empregado para se referir ao instrumentista.
“iogurte”

Meu irmão vive tomando meus danones.


Empregou-se _______ produto
a marca pelo(a) _______.

“vinho”

Aprecio após o almoço um cálice de Porto.


Empregou-se _______ produto
o local pelo(a) _______.

“a obra de Machado de Assis”

Dedico-me agora à leitura de Machado de Assis.


o autor pelo(a) _____.
Empregou-se _______ obra

Nome da figura: Metonímia


Descrição da figura: Substituição de uma palavra por outra baseado numa
relação de contiguidade ou implicação.
“mantegueira”

Passe-me a manteiga.
Empregou-se o_________
conteúdo pelo(a) _________.
continente

“bolacha”

Comeu um pacote de bolacha.


o continente pelo(a) conteúdo
Empregou-se __________ _______.

“fumaça de cigarro”

Sou alérgico a cigarro .


a causa pelo(a) _____.
Empregou-se _______ efeito
“bala perdida”

Ele encontrou a morte na esquina.


o efeito pelo(a) _____
Empregou-se _______ causa .
“trabalho” “dinheiro” “alimento”

Com suor, consigo uns cobres para o pão de cada dia.

o efeito pelo(a) ______.


Empregou-se ________ causa
a matéria pelo(a) ______.
Empregou-se ________ objeto
a espécie pelo(a) ______.
Empregou-se ________ gênero

© Prof. Eloy Gustavo


“pessoa”

A mão que balança o berço não veio.


“casa”

Os sem-teto fizeram uma passeata.


“ano”

parte pelo(a) ____.


Empregou-se _____ todo Quantas primaveras a moça tem?

Nome da figura: Sinédoque


Descrição da figura:Tipo de metonímia: usa-se a parte para se referir ao todo; ou
o todo para se referir à parte.
Exercício 1 e 2; pág. 91 e 92
O fragmento a seguir foi extraído do capítulo XXXII, intitulado “Olhos de
ressaca”, de Dom Casmurro, romance de Machado de Assis. Nessa passagem, os
adolescentes Bentinho e Capitu estão conversando na casa da menina, até que o
narrador pede para ver os olhos dela:
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e
dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se
podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca
os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da
contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para
mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo
que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que
foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade
do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia
daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava
para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca.
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e
dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se
podiam chamar assim. Capitu deixou-se
Retóricafitar
dosenamorados
examinar. Só me perguntava o que era, se nunca
Função sintática:
os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e avocativo
doçura eram minhas conhecidas. A demora da
Figuras de linguagem:
contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para
Personificação;
mirá-los mais de perto, comApóstrofe
os meus olhos longos,enfático).
(vocativo constantes, enfiados neles, e a isto atribuo
que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que
foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade
do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia
daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava
para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca.
Questão 1
A expressão “olhos de ressaca” estabelece uma relação entre os olhos de
Capitu e o mar.
a) Que tipo de relação é essa?
b) Que figura de linguagem essa relação produz?
c) Explique como essa figura foi construída e qual a intenção do narrador ao
recorrer a ela no contexto.
Questão 2
A expressão “olhos de ressaca” também estabelece uma relação entre os
olhos e o comportamento de Capitu, o que faz com que ela possa ser lida como
manifestação de outra figura de linguagem.
a) Como ela se organiza?
b) Como classificar essa figura?
A expressão “olhos de ressaca” estabelece uma relação entre os olhos de
Capitu e o mar.
a) Que tipo de relação é essa? Trata-se de uma relação de semelhança.
b) Que figura de linguagem essa relação produz? Trata-se de uma metáfora.
c) Explique como essa figura foi construída e qual a intenção do narrador ao
recorrer a ela no contexto.
No contexto, o narrador mostra que os olhos da menina estabeleciam
uma relação de semelhança com “a vaga que se retira da praia, nos dias de
ressaca”. assim, sua intenção é a de dizer que os olhos de Capitu eram
dominadores, controladores, pois tinham “uma força que arrastava para
dentro”, que atraía para si tudo o que estava por perto.
A expressão “olhos de ressaca” também estabelece uma relação entre os
olhos e o comportamento de Capitu, o que faz com que ela possa ser lida como
manifestação de outra figura de linguagem.
a) Como ela se organiza?
Por meio de uma relação de implicação entre Capitu e seus olhos, de modo
que a parte passa a representar o todo. assim, quando o narrador afirma que os
olhos da menina eram dominadores (parte), ele quer dizer que Capitu é que era
dominadora (todo).
b) Como classificar essa figura?
Podemos classificar a expressão “olhos de ressaca” como um tipo de
metonímia ou, mais especificamente, como uma sinédoque.
Exercício 3; UFRGS-RS
pág. 92
O que havia de tão revolucionário na Revolução Francesa? Soberania popular, liberdade
civil, igualdade perante a lei – as palavras hoje são ditas com tanta facilidade que somos
incapazes de imaginar seu caráter explosivo em 1789. Para os franceses do Antigo Regime, os
homens eram desiguais, e a desigualdade era uma boa coisa, adequada à ordem hierárquica que
fora posta na natureza pela própria obra de Deus. A liberdade significava privilégio – isto é,
literalmente, “lei privada”, uma prerrogativa especial para fazer algo negado a outras pessoas. O
rei, como fonte de toda a lei, distribuía privilégios, pois havia sido ungido como o agente de Deus
na terra.
Durante todo o século XVIII, os filósofos do Iluminismo questionaram esses pressupostos,
e os panfletistas profissionais conseguiram empanar a aura sagrada da coroa. Contudo, a
desmontagem do quadro mental do Antigo Regime demandou violência iconoclasta, destruidora
do mundo, revolucionária.
Seria ótimo se pudéssemos associar a Revolução exclusivamente à Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela nasceu na violência e imprimiu seus princípios em um
mundo violento. Os conquistadores da Bastilha não se limitaram a destruir um símbolo do
despotismo real. Entre eles, 150 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, quando os
sobreviventes apanharam o diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na por Paris na ponta de
uma lança.
Como podemos captar esses momentos de loucura, quando tudo parecia possível e o
mundo se afigurava como uma tábula rasa, apagada por uma onda de comoção popular e pronta
para ser redesenhada? Parece incrível que um povo inteiro fosse capaz de se levantar e
transformar as condições da vida cotidiana. Duzentos anos de experiências com admiráveis
mundos novos tornaram-nos céticos quanto ao planejamento social. Retrospectivamente, a
Revolução pode parecer um prelúdio ao totalitarismo.
Pode ser. Mas um excesso de visão histórica retrospectiva pode distorcer o panorama de
1789. Os revolucionários franceses não eram nossos contemporâneos. E eram um conjunto de
pessoas não excepcionais em circunstâncias excepcionais. Quando as coisas se desintegraram,
eles reagiram a uma necessidade imperiosa de dar-lhes sentido, ordenando a sociedade segundo
novos princípios. Esses princípios ainda permanecem como uma denúncia da tirania e da
injustiça. Afinal, em que estava empenhada a Revolução Francesa? Liberdade, igualdade,
fraternidade.

Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette.


In: ____. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.
Considere a seguinte definição de metonímia.
A metonímia é a figura de linguagem em que se emprega uma palavra que tem uma relação de
contiguidade com o referente expresso; por exemplo, pode-se expressar o sentido do todo pelo uso de uma
palavra que refere uma parte.
Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada é um emprego de metonímia no respectivo trecho do
texto.
a) “ungido como o agente de Deus”.

b) “a aura sagrada da coroa”.

c) “um símbolo do despotismo real.”

d) “na ponta de uma lança.”

e) “prelúdio ao totalitarismo.”
Considere a seguinte definição de metonímia.
A metonímia é a figura de linguagem em que se emprega uma palavra que tem uma relação de
contiguidade com o referente expresso; por exemplo, pode-se expressar o sentido do todo pelo uso de uma
palavra que refere uma parte.
Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada é um emprego de metonímia no respectivo trecho do
texto.
a) “ungido como o agente de Deus”.

b) “a aura sagrada da coroa”. O objeto “coroa” por aquele que o usa “rei”.
X

c) “um símbolo do despotismo real.”

d) “na ponta de uma lança.”

e) “prelúdio ao totalitarismo.”
Exercício 4; Insper-SP
pág. 93
O “gilete” dos tablets Num mundo capitalista como este em que vivemos,
onde as empresas concorrem para posicionar suas marcas e fixar logotipos e
slogans na cabeça dos consumidores, a síndrome do “Gillette” pode ser decisiva
para a perpetuação de um produto. É isso que preocupa a concorrência do iPad,
tablet da Apple. Assim como a marca de lâminas de barbear tornou-se sinônimo
de toda a categoria de barbeadores, eclipsando o nome das marcas que
ofereciam produtos similares, o mesmo pode estar acontecendo com o tablet
lançado por Steve Jobs. O maior temor do mercado é que as pessoas passem a se
referir aos tablets como “iPad” em geral, dizendo “iPad da Samsumg” ou
“iPad da Motorola”, e assim por diante.
(http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-edgard/o-gilete-dos-tablets-260395-1.asp)
O “gilete” dos tablets Num mundo capitalista como este em que vivemos, onde as
empresas concorrem para posicionar suas marcas e fixar logotipos e slogans na cabeça dos
consumidores, a síndrome do “Gillette” pode ser decisiva para a perpetuação de um produto. É
isso que preocupa a concorrência do iPad, tablet da Apple. Assim como a marca de lâminas de
barbear tornou-se sinônimo de toda a categoria de barbeadores, eclipsando o nome das marcas
que ofereciam produtos similares, o mesmo pode estar acontecendo com o tablet lançado por
Steve Jobs. O maior temor do mercado é que as pessoas passem a se referir aos tablets como
“iPad” em geral, dizendo “iPad da Samsumg” ou “iPad da Motorola”, e assim por diante.
(http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-edgard/o-gilete-dos-tablets-260395-1.asp)

No campo da estilística, a figura de linguagem abordada na matéria acima recebe o nome de:
a) metáfora, por haver uma comparação subentendida entre a marca e o produto.
b) hipérbole, por haver exagero dos consumidores na associação do produto com a marca.
c) catacrese, por haver um empréstimo linguístico na referência à marca do produto famoso.
d) metonímia, por haver substituição do produto pela marca, numa relação de semelhança.
e) perífrase, por haver a designação de um objeto através de seus atributos ou de um fato que o
celebrizou.
No campo da estilística, a figura de linguagem abordada na matéria acima recebe o nome de:

a) metáfora, por haver uma comparação subentendida entre a marca e o produto.

b) hipérbole, por haver exagero dos consumidores na associação do produto com a marca.

c) catacrese, por haver um empréstimo linguístico na referência à marca do produto famoso.

d) metonímia, por haver substituição do produto pela marca, numa relação de semelhança.
X

e) perífrase, por haver a designação de um objeto através de seus atributos ou de um fato que o
celebrizou.

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