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Extensivo

Entendimento de Texto
prof. Eloy

Apostila 7; Pág. 77; Aula 24


Inferência, paráfrase e sumarização
Últimas seis aulas do curso
Apostila 7
Aula 24 Linguagem figurada: significados não literais
Aula 25 Distorções de leitura I
Aula 26 Distorções de leitura II
Apostila 8
Aula 27 Leitura de textos cômicos I
Aula 28 Leitura de textos cômicos II
Aula 29 Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC): impactos sociais
Inferência
Geração de informação nova com base em informação já
conhecida (= conclusão).

quem lhe escrevera.


o estado de ânimo dele.
Pela letra ela inferiu
sua pouca escolaridade.
ser ele uma pessoa refinada.

Base de dados. Inferência ou


Conclusão
Conectivos de Conclusão
conjunção logo,
portanto,
então,
assim,
pois (após o verbo)
locução por isso,
conjuntiva por conseguinte,
de modo que,
em vista disso
Inferência
Geração de informação nova com base em informação já
conhecida.

Pelo semblante triste do namorado, ela inferiu que o pior acontecera.

O namorado estava com o semblante triste,


Inferência
Geração de informação nova com base em informação já
conhecida.

Pelo semblante triste do namorado, ela inferiu que o pior acontecera.

O namorado estava com o semblante triste,


logo ela pôde saber que o pior acontecera.
assim
por isso
em vista disso
Paráfrase
Reformulação de enunciado com manutenção de seu sentido.

Explicação ou nova versão de um texto com o objetivo de torná-


lo mais inteligível em relação ao anterior.
Texto figurativo (texto original)
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Texto temático (paráfrase)
A persistência em se enfrentar obstáculos que são muito
superiores à força ou aos recursos que se têm leva a diminuição
paulatina desses obstáculos, obtendo-se, por fim, o êxito.
Sumarização
Condensação de informações sem perda de elementos
essenciais.
Texto figurativo (texto original)
Sobre minh’alma, como sobre um trono,
Senhor brutal, pesa o aborrecimento.
Como tardas em vir, último outono,
Lançar-me a folhas últimas ao vento!
Texto temático (resumo)
O eu lírico anseia pela morte, pois não consegue se livrar do
tédio.
Exercício 1; ENEM
Pág. 77
A língua tupi no Brasil Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe
seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade,
só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e
Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos
índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”.
Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no
século XVII, graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade pouco cristã dos
mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao sertão em busca de escravos índios. Muitos
bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o
paulista que destruiu o Quilombo dos Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco
como “um bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças, essa gente batizou lugares como
Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu
(cachoeira). E acabou inventando uma nova língua.
“Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes”, conta o
historiador e antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Isso mudou
o tupi paulista, que, além da influência do português, ainda recebia palavras de outros
idiomas.” O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma espécie de tupi
facilitado.
O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística nacional. Quanto ao
papel do tupi na formação do português brasileiro, depreende-se que essa língua indígena

X
a) contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos traços característicos dos
lugares designados.

b) originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja base gramatical também
está a fala de variadas etnias indígenas.

c) desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos padres portugueses vindos de
Lisboa.

d) misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre portugueses e negros nas
investidas contra o Quilombo dos Palmares.

e) expandiu-se paralelamente ao português falado pelo colonizador, e juntos originaram a língua


dos bandeirantes paulistas.
Exercício 2; ENEM
Pág. 77
Grupo transforma pele humana em neurônios
Um grupo de pesquisadores dos EUA conseguiu alterar células extraídas da pele de
uma mulher de 82 anos sofrendo de uma doença nervosa degenerativa e conseguiu
transformá-las em células capazes de se transformarem virtualmente em qualquer tipo de
órgão do corpo. Em outras palavras, ganharam os poderes das células-tronco pluripotentes,
normalmente obtidas a partir da destruição de embriões.
O método usado na pesquisa, descrita hoje na revista Science, existe desde o ano
passado, quando um grupo liderado pelo japonês Shinya Yamanaka criou as chamadas iPS
(células-tronco de pluripotência induzida). O novo estudo, porém, mostra pela primeira vez
que é possível aplicá-lo a células de pessoas doentes, portadoras de esclerose lateral
amiotrófica (ELA), mal que destrói o sistema nervoso progressivamente.
“Pela primeira vez, seremos capazes de observar células com ELA ao microscópio e
ver como elas morrem”, disse Valerie Estess, diretora do Projeto ALS (ELA, em inglês), que
financiou parte da pesquisa. Observar em detalhes a degeneração pode sugerir novos métodos
para tratar a ELA.
KOLNERKEVIC, I. Folha de S.Paulo. 1 ago. 2008 (adaptado)
A análise dos elementos constitutivos do texto e a identificação de seu
gênero permitem ao leitor inferir que o objetivo do autor é

a) apresentar a opinião da diretora do Projeto ALS.

b) expor a sua opinião como um especialista no tema.

c) descrever os procedimentos de uma experiência científica.

d) defender a pesquisa e a opinião dos pesquisadores dos EUA.

X
e) informar os resultados de uma nova pesquisa feita nos EUA.
Exercício 3; Unifesp
Pág. 78
Leia o excerto do livro 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono, de Jonathan Crary.
No fim dos anos 1990, um consórcio espacial russo-europeu anunciou que construiria e
lançaria satélites que refletiriam a luz do Sol para a Terra. O esquema previa colocar em órbita
uma cadeia de satélites, sincronizados com o Sol, a uma altitude de 1.700 quilômetros, cada um
deles equipado com refletores parabólicos retráteis, da espessura de uma folha de papel. Quando
completamente abertos, cada satélite-espelho, com duzentos metros de diâmetro, teria a
capacidade de iluminar uma área da Terra de 25 quilômetros quadrados, com uma luminosidade
quase cem vezes maior do que a da Lua. Em princípio, o projeto visava fornecer iluminação para
a exploração industrial de recursos naturais em regiões remotas com longas noites polares, na
Sibéria e no leste da Rússia, permitindo atividade ao ar livre, noite e dia. Mas o consórcio
acabou expandindo seus planos para a possibilidade de oferecer iluminação noturna a regiões
metropolitanas inteiras. Calculando que se reduziriam os custos de energia da iluminação
elétrica, o slogan da empresa era “Luz do dia a noite toda”.
A oposição ao projeto surgiu de imediato e de diversas frentes. Astrônomos temeram
os efeitos nefastos da observação espacial a partir da Terra. Cientistas e ambientalistas
apontaram consequências fisiológicas prejudiciais tanto aos animais quanto aos humanos,
uma vez que a ausência de alternância regular entre dia e noite interromperia vários padrões
metabólicos, inclusive o sono. Associações culturais e humanitárias também protestaram,
alegando que o céu noturno é um bem comum ao qual toda a humanidade tem direito, e que
desfrutar da escuridão da noite e observar as estrelas é um direito humano básico que
nenhuma empresa pode eliminar. De qualquer modo, direito ou privilégio, ele já está sendo
violado para mais da metade da população do planeta, em cidades que estão
permanentemente envoltas na penumbra da poluição e na intensa iluminação.
Defensores do projeto, todavia, afirmaram que tal tecnologia diminuiria o uso
noturno de eletricidade e que a perda da noite e de sua escuridão seria um preço razoável,
considerando-se a redução do consumo global de energia. Seja como for, esse
empreendimento, ao fim inviável, ilustra o imaginário contemporâneo, para o qual um estado
de iluminação contínua é inseparável da ininterrupta operação de troca e circulação globais.
Em seus excessos empresariais, o projeto é uma expressão hiperbólica de uma intolerância
institucional a tudo que obscureça ou impeça uma situação de visibilidade instrumentalizada
e constante.
(24/7: capitalismo tardio e os fins do sono, 2014. Adaptado)
Leia a seguinte sinopse do livro 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono:

O livro faz um panorama vertiginoso de um mundo cuja lógica não se prende mais a
limites de tempo e espaço, funcionando ininterruptamente sob uma lógica para a qual o
próprio ser humano é um empecilho. Para o autor, nossa necessidade de repouso e sono é a
última fronteira ainda não ultrapassada pela lógica da mercadoria. O capitalismo, no
entanto, já se movimenta no sentido de colonizar mais essa esfera da vida e hoje financia
extensamente pesquisas científicas que buscam a fórmula para criar o “homem sem sono”,
capaz de trabalhar e consumir sob a lógica 24/7. Ainda assim, o livro recupera toda uma
tradição da cultura ocidental que sempre viu no sono e no sonho possibilidades utópicas.
24/7 é um dos diagnósticos mais agudos do mundo contemporâneo.
Com base na leitura do excerto e da sinopse acima, é correto concluir que os números
“24/7”, que integram o título do livro, indicam

a) valor monetário.

X
b) tempo cronológico.

c) marco histórico.

d) delimitação espacial.

e) código secreto.
Exercício 4; Fuvest
Pág. 79
Texto I

Devo acrescentar que Marx nunca poderia ter suposto que o capitalismo
preparava o caminho para a libertação humana se tivesse olhado sua história
do ponto de vista das mulheres. Essa história ensina que, mesmo quando os
homens alcançaram certo grau de liberdade formal, as mulheres sempre foram
tratadas como seres socialmente inferiores, exploradas de modo similar às
formas de escravidão. “Mulheres”, então, no contexto deste livro, significa não
somente uma história oculta que necessita se fazer visível, mas também uma
forma particular de exploração e, portanto, uma perspectiva especial a partir
da qual se deve reconsiderar a história das relações capitalistas.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. S.l.: Elefante, 2017
Texto II

Em todas as épocas sociais, o tempo necessário para produzir os meios


de subsistência interessou necessariamente aos homens, embora de modo
desigual, de acordo com o estádio de desenvolvimento da civilização.
MARX, Karl. O capital. São Paulo: Boitempo, 2017.
a) Existe diferença de sentido no emprego da palavra “homens” em cada um dos
textos? Justifique.

Sim. No Texto I, “homens” designa seres humanos do gênero


masculino, conforme se verifica na comparação estabelecida com as
mulheres quanto à conquista da liberdade ao longo da história.
Já no Texto II, “homens” é empregado no sentido de “seres
humanos”, como se percebe pelo caráter geral das afirmações feitas
pelo autor.
b) Explique o uso das aspas em “‘Mulheres’”, no Texto I.

As aspas são usadas para marcar uma citação do


termo “mulheres”, empregado no próprio título do livro
Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação
primitiva. Além disso, os sinais de pontuação destacam
o termo para indicar metalinguisticamente a forma
particular como ele deve ser entendido na obra.

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