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Tecnicas em Estetica Facial Unid1
Tecnicas em Estetica Facial Unid1
Fisioterapeuta graduada pela Universidade Paulista (UNIP – 2007). Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional
pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid – 2008) e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (Fofito/USP),
Atualmente, é docente na Associação Paulista de Ensino Renovado pela UNIP. Atua em projetos de pesquisa relacionados
à associação da cosmetologia, terapias manuais e eletrotermofototerapia nos procedimentos estéticos corporais e
faciais e estudos na área de percepção háptica.
CDU 613.49
U510.66 – 21
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Bruno Barros
Jaci Albuquerque de Paula
Sumário
Técnicas em Estética Facial
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À ESTÉTICA FACIAL.............................................................................................................. 13
1.1 Sistema tegumentar e sistema muscular.................................................................................... 16
1.1.1 Sistema tegumentar............................................................................................................................... 16
1.1.2 Músculos da face..................................................................................................................................... 32
2 AVALIAÇÃO FACIAL.......................................................................................................................................... 32
2.1 Tipologia da pele.................................................................................................................................... 32
2.1.1 Características que permitem a avaliação da pele..................................................................... 38
2.1.2 Classificação do fototipo cutâneo de Fitzpatrick....................................................................... 41
2.1.3 Revisão das lesões elementares e dermatoses............................................................................. 44
2.1.4 Modelo de ficha de avaliação facial................................................................................................ 56
2.1.5 Uso da ficha de avaliação facial........................................................................................................ 64
2.1.6 Registro fotográfico do cliente.......................................................................................................... 72
2.1.7 Exame físico............................................................................................................................................... 74
2.1.8 Equipamentos utilizados na avaliação facial............................................................................... 75
Unidade II
3 LIMPEZA DE PELE............................................................................................................................................. 82
3.1 Objetivos................................................................................................................................................... 82
3.2 Preparo do ambiente........................................................................................................................... 83
3.3 Materiais utilizados na limpeza de pele....................................................................................... 86
3.4 Preparo do profissional....................................................................................................................... 90
3.5 Cosméticos............................................................................................................................................... 90
4 SEQUÊNCIA DA LIMPEZA.............................................................................................................................. 96
4.1 Orientações para a limpeza de pele............................................................................................... 96
4.2 Protocolo geral de limpeza de pele................................................................................................ 97
4.2.1 Higienização............................................................................................................................................... 98
4.2.2 Avaliação..................................................................................................................................................... 99
4.2.3 Tonificação................................................................................................................................................103
4.2.4 Emoliência................................................................................................................................................104
4.2.5 Extração.....................................................................................................................................................107
4.2.6 Tônico calmante e antisséptico.......................................................................................................115
4.2.7 Alta frequência....................................................................................................................................... 116
4.2.8 Massagem.................................................................................................................................................117
4.2.9 Máscara...................................................................................................................................................... 118
4.2.10 Fotoproteção......................................................................................................................................... 118
4.2.11 Orientação e profilaxia: prescrição cosmética........................................................................ 120
4.2.12 Indicações.............................................................................................................................................. 120
4.2.13 Contraindicações.................................................................................................................................121
Unidade III
5 PROTOCOLOS DIFERENCIAIS DE LIMPEZA DE PELE..........................................................................125
5.1 Protocolos de limpeza de pele.......................................................................................................125
5.1.1 Protocolo de limpeza de pele fotônica........................................................................................ 125
5.1.2 Protocolo de limpeza de pele com extração por sucção...................................................... 129
5.1.3 Protocolo de limpeza de pele com caneta extratora............................................................. 133
5.1.4 Protocolo de limpeza de pele com peeling mecânico........................................................... 135
5.1.5 Protocolo de hidratação e nutrição da pele.............................................................................. 140
5.1.6 Protocolo de hidratação da pele.....................................................................................................141
5.1.7 Hidratação e nutrição: iontoforese associada à massagem facial para
hidratação e nutrição..................................................................................................................................... 144
5.1.8 Lista com princípios ativos de ação hidratante........................................................................ 145
6 ACNE...................................................................................................................................................................146
6.1 Fisiopatologia........................................................................................................................................146
6.2 Lesões de acne......................................................................................................................................148
6.3 Classificação quanto ao grau da acne........................................................................................150
6.4 Classificação quanto à fase ou ao estadiamento...................................................................151
6.5 Cicatrizes de acne...............................................................................................................................151
6.6 Tratamento estético da acne..........................................................................................................152
6.6.1 Objetivo do tratamento da acne.................................................................................................... 152
6.6.2 Protocolo de limpeza de pele acneica.......................................................................................... 153
6.6.3 Protocolo para o tratamento de cicatrizes atróficas (sequelas de acne)....................... 157
6.6.4 Tratamento domiciliar: orientações e prescrição.................................................................... 158
6.6.5 Orientações gerais................................................................................................................................ 159
Unidade IV
7 TRATAMENTOS ESPECÍFICOS PARA AS ALTERAÇÕES FACIAIS......................................................163
7.1 Envelhecimento...................................................................................................................................163
7.1.1 Envelhecimento intrínseco ou cronológico............................................................................... 164
7.1.2 Envelhecimento extrínseco............................................................................................................... 166
7.1.3 Mudanças fisiológicas do envelhecimento................................................................................ 172
7.1.4 Glicação do colágeno.......................................................................................................................... 176
7.1.5 Radicais livres......................................................................................................................................... 177
7.1.6 Avaliação do envelhecimento.......................................................................................................... 179
7.2 Rugas........................................................................................................................................................180
7.2.1 Principais músculos da face............................................................................................................. 180
7.2.2 Avaliação de rugas............................................................................................................................... 182
7.2.3 Princípios ativos firmadores............................................................................................................. 188
8 MANCHAS HIPERCRÔMICAS.....................................................................................................................190
8.1 Tipos de melanina...............................................................................................................................191
8.2 Melanogênese ou biossíntese da melanina..............................................................................192
8.3 Características do melasma............................................................................................................194
8.4 Classificações de melasma...............................................................................................................194
8.5 Causas de melasma............................................................................................................................195
8.6 Tratamento estético...........................................................................................................................196
8.7 Objetivos do tratamento estético.................................................................................................196
8.8 Protocolo para o tratamento de hipercromias........................................................................197
8.9 Protocolo para o tratamento de manchas hipercrômicas pós-inflamatórias
(sequelas de acne)......................................................................................................................................197
8.10 Protocolo de revitalização facial: peeling ultrassônico com
máscara cosmética.....................................................................................................................................198
APRESENTAÇÃO
A estética facial é a área da estética que promove a manutenção da saúde da pele da face, que é
considerada o nosso cartão de visita. Quando encontramos com uma pessoa que não conhecemos, as
primeiras impressões acontecem em decorrência do contato visual, registramos as características do
rosto dessa pessoa, a cor da pele e dos olhos, alguma marca como cicatrizes, acne, presença de rugas,
tipo de sobrancelha, maquiagem, enfim, alguma característica marcante presente na região facial.
A pele reflete a condição da vida da pessoa, ela fornece informações sobre a qualidade do sono,
hábitos diários e cuidado. Se estamos passando por algum momento de estresse, doença na família,
separações, muitas vezes a pele se apresenta opaca, sem brilho, viço, as olheiras se destacam. O contrário
também ocorre: quando estamos felizes, realizados, em momentos de férias, nos alimentamos melhor, a
pele se apresenta brilhante e com viço, demonstrando uma pele saudável.
Serão apresentadas as principais disfunções estéticas faciais e quais são os tratamentos mais indicados.
O aluno irá aprender tratamentos para manter ou reestabelecer a saúde da pele como peelings, cosméticos,
recursos tecnológicos, manuais, como as massagens e a drenagem linfática manual, que são implementadas
em tratamentos para disfunções como acne, rugas, manchas, oleosidade, envelhecimento e cicatrizes.
O profissional esteticista precisa ter conhecimento sobre as condições fisiológicas da pele e demais
estruturas faciais, como tecido adiposo e muscular, bem como as alterações inestéticas que podem
afetar esse segmento corporal, conhecer e reconhecer as disfunções estéticas, sua etiologia, principais
características, os recursos e técnicas utilizadas para a avaliação facial e, assim, conseguir realizar o
diagnóstico estético e o planejamento do tratamento.
Recursos que vão desde a eletrotermofototerapia a recursos manuais e cosméticos podem ser
utilizados de forma isolada ou combinados entre si, dessa forma, a disciplina visa ampliar as habilidades
dos futuros profissionais, a fim de que saibam executar uma avaliação e desenvolver um plano de
tratamento estético de acordo com as particularidades e individualidades de cada cliente.
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INTRODUÇÃO
O atendimento das disfunções estéticas faciais exige do aluno a integração de informações obtidas
durante a avaliação, do conhecimento das disfunções estéticas faciais, bem como dos possíveis
tratamentos realizados pelo profissional esteticista em cada caso e dos limites de sua atuação.
Didaticamente, os conteúdos apresentados por esta disciplina são divididos por temas:
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Por meio do estudo dessa disciplina, o aluno poderá identificar os tipos de pele, as manifestações
clínicas e alterações faciais passíveis de tratamentos estéticos, bem como todos os possíveis tratamentos
estéticos. Capacitando o aluno a realizar procedimentos como limpeza de pele, tratamentos específicos
para acne, revitalização facial, flacidez tissular e muscular, manchas e interpretar as manifestações que
não são passíveis de tratamento estético. Conhecer as indicações e contraindicações dos diferentes
tratamentos estéticos faciais.
Para a OMS, o estado de saúde de um indivíduo está relacionado não somente à ausência de doença,
mas com uma situação de absoluto bem-estar físico, mental e social, compreendendo o ser humano de
forma holística. Dessa forma, a estética facial contribui de forma significativa para a saúde das pessoas,
uma vez que muitas alterações faciais passíveis de tratamento estético, a exemplo da acne e suas
sequelas, uma dermatose de curso prolongado, impactam na saúde psicológica, contribuem para baixa
autoestima, isolamento social e ansiedade (SEGRE, 1997; TASSINARY, 2019).
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TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À ESTÉTICA FACIAL
Das descrições da Rainha Nefertiti, século XIV, no Egito Antigo, até as pinturas de Leonardo da Vinci,
a busca da beleza foi uma constante na história retratada nas obras dos grandes artistas e nos papiros,
planta abundante no Egito utilizada como percussor do papel para registros escritos, objetos utilizados
na época e na arte na forma de pinturas.
No museu do Louvre, em Paris, alguns objetos como taças de unguentos, paletas e pigmentos, jarras
com produtos de maquiagem e colheres para pinturas demonstram os cuidados com saúde e beleza ao
longo da história antiga. Objetos que auxiliavam na higienização do corpo com banhos, cuidados com
os dentes, misturas de óleos, ceras, incensos, argilas e outras substâncias eram utilizadas para ressaltar
a beleza, cuidar da pele e ressaltar a beleza de homens e mulheres que já utilizavam utensílios para
promover a depilação, uma medida para prevenir parasitas.
Na Grécia, no Egito e em todo o Oriente Antigo, o poder dos óleos explorava as características
particulares das plantas e minerais, utilizando-os nas massagens e na maquiagem, eram conhecidos e
utilizados nos rituais diários de beleza (SOUZA, 2004).
Cleópatra, a rainha do Egito no século I a.C., também influenciou o hábito de cuidados com a pele
que se modificaram ao longo dos tempos, mas se mantêm até os dias de hoje. Ela se destaca pelo uso
de maquiagem e um dos elementos principais era a pintura utilizada para proteger os olhos do sol e de
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Unidade I
insetos, feita com khol, pigmento em pó rico em chumbo e óleo. Também difundiu o banho com leite de
cabra, que mantinha a pele macia e jovem (LACRIMANTI; VASCONCELOS; PEREZ, 2014).
Em Roma, Popeia Sabina, segunda esposa do imperador de Roma, cuidava da pele do rosto com
máscaras feitas com uma mistura de miolo de pão, farinha de favas (feijões) e leite de jumenta, acrescido
de fragrâncias especiais. Podemos dizer que foi a percussora dos cremes faciais noturnos, que têm como
marco o século II d.C. Galeno, quando um médico grego desenvolve um creme à base de cera de abelha,
azeite de oliva e água (LACRIMANTI; VASCONCELOS; PEREZ, 2014).
Observa-se, no século XVI, uma especial atenção à beleza da parte superior do corpo, ressaltando
a delicadeza da pele, a intensidade dos olhos e a harmonia dos traços. Nesse período, o empoamento
do rosto era muito utilizado. Com o passar dos tempos, alguns aspectos se sobressaem. No século XVIII,
a personalização dos penteados e o uso de cosméticos de acordo com o tom de pele de cada pessoa
revelam a procura por realçar as características que marcam a identidade de cada um.
No século XIX, uma importante mudança marca o sentido da beleza, que se ajusta a uma mulher
mais autônoma, que trabalha e, dessa forma, revela uma beleza dinâmica que alia leveza e libertação,
que se contrapõem à ditadura da beleza estabelecida no século seguinte, à padronização da magreza
como símbolo de beleza, à remoção cirúrgica de toda e qualquer marca que evidencie o processo de
envelhecimento que impõe sacrifícios e buscas inatingíveis às mulheres (MORENO, 2008).
A história que aborda a beleza feminina aponta que, desde o século XVI, o conceito passou por
alterações, como a valorização do rosto e do colo, dos volumes corporais e a sutil expressão dos
sentimentos e o bem-estar da alma, modificando e ampliando os parâmetros da beleza (MORENO, 2008).
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TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Atualmente, o sentido de beleza se multiplicou com o advento da internet, da globalização, das redes
sociais; apesar de aproximar e intensificar a comparação com as celebridades, ocorre uma demanda
por enaltecer a diversidade e a pluralidade das formas e manifestações de beleza, encorajando todos
a encontrarem e ressaltarem o que lhes faz sentir belos e de bem consigo mesmo. Ocorre o fenômeno
de democratização da beleza, o que caminha ao encontro do acesso aos recursos que nos auxiliam a
encontrar o “nosso belo”. O culto dos elementos estéticos passa a ser relevante e afeta o comportamento
dos indivíduos em relação a sua beleza. São centenas de produtos, equipamentos, técnicas e a formação
de profissionais especializados para aliar os diversos recursos tecnológicos e cosméticos à restauração ou
manutenção da saúde e da beleza das diversas regiões corporais, de forma minimamente invasiva, sem
interferir na rotina e convivência social com os menores impactos e efeitos colaterais (MORENO, 2008).
A busca por recursos que melhorem a saúde é uma constante na sociedade, o que também está
relacionada com o aumento da expectativa de vida. Em 1940, a expectativa de vida da população
brasileira era de 50 anos, já em 2015, o IBGE indicava um tempo médio de vida de 75,5 anos, são vários os
fatores responsáveis por esse aumento, como a melhora da renda média da população, implementação
e acesso ao saneamento básico e a informações de saúde e higiene, bem como o desenvolvimento da
ciência e da saúde que passou por uma grande evolução nos campos do diagnóstico, tratamento e nas
ações de prevenção. A população tem maior consciência da importância do investimento no cuidado
com a saúde ao longo da vida para se ter um envelhecimento ativo e saudável, dessa forma, a procura e
o investimento em recursos que retardem o envelhecimento é uma constante (OMS, 2015).
A palavra estética tem diversos significados, segundo o dicionário Michaelis, o termo estética foi
cunhado pelo filósofo alemão Alexander Baumgarten (1714-1762), esse termo vem do grego aiesthétiké,
diz respeito a nossa capacidade de receber impressões sensíveis dos objetos que nos cercam por meio
dos cinco sentidos, a apreciação da beleza ou da combinação de qualidades que dão prazer aos sentidos.
Ramo da filosofia, a ciência da reflexão sobre a arte e sobre o belo, na qual diversos filósofos em todos
os tempos se debruçam para repensar sobre a experiência estética como arte e beleza. Também está
relacionada à atividade profissional que visa à busca da beleza física por meio de tratamentos que
empregam conhecimento, tecnologia e cosméticos para restaurar e embelezar a pele (HERWITZ, 1995;
MICHAELIS, 2020).
A relevância e o apreço aos elementos estéticos afetam o comportamento das pessoas em relação a
sua beleza e estimulam o investimento pessoal na busca por produtos e serviços que possibilitem sanar
as preocupações e a vaidade em relação a sua aparência, que se traduzem em cuidados e a busca por
tratamentos. Cuidar da saúde e da beleza tem relação com o conceito de imagem pessoal e profissional.
Muitas vezes, são detalhes que, somados, constituem a imagem pessoal do indivíduo, que impactam a
vida de homens e mulheres e transmitem a mensagem de cuidado, refletem na autoestima da pessoa e
melhoram ou atrapalham as relações pessoais, sociais e de trabalho.
O cuidado com a manutenção do corte de cabelo ou da barba ou com a oleosidade excessiva da pele
e cabelo, presença de acne, popularmente chamada de cravos e espinhas, quando não realizado pode
interferir nessas relações. Ao passo que o autocuidado auxilia na formação da autoimagem coerente
com o que realmente se é, estimula o amor-próprio e autoconfiança, que repercutem positivamente na
vida da pessoa (STREHLAU; CLARO; LABAN NETO, 2015).
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Unidade I
O segmento da estética se modificou ao longo dos últimos 20 anos, a introdução de inovações, troca de
informações e aprimoramento técnico associados à constante evolução da ciência estética, das inovações
na cosmetologia como os neurocosméticos, células-tronco de origem vegetal como ativos cosméticos,
impulsionam a área e colocam o segmento da estética facial como uma das principais vertentes da área,
contribuindo para o desenvolvimento de técnicas menos invasivas e eficazes de promover resultados
satisfatórios para a melhora da estrutura da pele, uniformização de sua tonalidade e textura. Manutenção da
hidratação e prevenção do envelhecimento precoce são tratamentos realizados rotineiramente nas clínicas de
estética, sendo indispensável o conhecimento em anatomia e fisiologia da pele e das estruturas adjacentes.
Espera-se do profissional que atua na área da estética facial postura ética e que esteja preparado para
interagir com uma equipe multiprofissional de forma harmônica e autônoma, de maneira a contribuir
com o processo de restauração ou manutenção da beleza por meio de sua qualificação e atualização
profissional, para oferecer de forma responsável e embasada no conhecimento técnico cientifico os
melhores e mais adequados tratamentos para suprir as necessidades de cada cliente (PEREIRA, 2013).
Para o esteticista, é fundamental o conhecimento detalhado sobre a pele, suas camadas, células,
anexos, fisiologia e lesões que podem surgir em algum momento da vida do indivíduo, somente em
posse desse conhecimento que você irá conseguir realizar o correto diagnóstico e planejar o melhor
tratamento para cada cliente.
Assim, vamos juntos estudar a pele, esse tecido dinâmico e vivo, de forma detalhada. Ela e seus
anexos (pelos e glândulas) fazem parte do sistema tegumentar, é considerada o maior órgão do corpo
e o mais externo, reveste quase toda a superfície corporal, com exceção dos orifícios alimentares,
olhos e a mucosa nasal. Faz a conexão dos órgãos internos aos estímulos externos, funciona como um
envelope para o corpo, precisa estar saudável e íntegra para desempenhar diversas funções, como a
proteção contra agentes químicos, como sabões, alvejantes, tintas, substâncias químicas que devem
ficar na superfície cutânea; como também agentes biológicos, como bactérias, fungos e vírus, os quais
não devem penetrar no organismo. Outra função que a pele realiza é a proteção de órgãos vitais de
pequenos traumas e infecções, bem como a proteção dos efeitos prejudiciais da radiação solar, esta
realizada pelos melanócitos, células localizadas na epiderme (HILL, 2016; TASSINARY, 2019).
Também tem a função de percepção das sensações táteis, devido aos inúmeros receptores e terminações
que são receptores neurais que fazem a comunicação entre a superfície cutânea e o sistema nervoso
central. Esses receptores captam sensações como toque, temperatura, vibração e pressão, o que desencadeia
respostas como, por exemplo, um toque muito forte que pode promover sensação dolorosa ou aumento da
temperatura externa que pode causar liberação de substância que promove a vasodilatação ou o rubor (HILL,
2016; TASSINARY, 2019).
Outra função da pele é a síntese e absorção da vitamina D, que ocorre a partir da absorção da
radiação ultravioleta B (UVB) do sol pela pele. A radiação UVB ativa substâncias precursoras de vitamina
D que estão armazenadas nas camadas mais profundas da epiderme (estratos espinhoso e basal).
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TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Respostas imunológicas são iniciadas pelas células de defesa que estão localizadas na epiderme,
como as células de Langerhans, que detectam substâncias estranhas ao organismo, e os mastócitos,
células presentes no tecido conjuntivo que armam a resposta inflamatória em caso de lesão na pele.
Os mastócitos são células responsáveis pela liberação da histamina, um potente mediador químico
responsável pela vasodilatação. A vasodilatação é uma reação que pode ser observada quando ocorre
uma picada de inseto.
Figura 4 – Células de Langerhans em contato com agentes estranhos capturam-nos para impedir a invasão
• Excreção de substâncias pela pele, como líquidos e toxinas pelas glândulas sudoríparas, que
também atuam como reguladores da temperatura corporal.
• Secreção de sebo pelas glândulas sebáceas tipo glandular constituído por ductos que desembocam
em um folículo piloso, liberando seu conteúdo na superfície cutânea (LACRIMANTI; VASCONCELOS;
PEREZ, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, ABRAHAMSOHN, 2014).
A face, assim como outros segmentos corporais, reúne tecidos que a compõem, interagem entre si e
influenciam as características faciais, são eles os tecidos epitelial, conjuntivo, tecido adiposo, muscular,
ósseo e cartilaginoso. Do nascer ao envelhecer passam por mudanças que influenciam a aparência de
cada um de nós. O que comemos, o quanto de sol tomamos, o quanto nos hidratamos e as emoções que
sentimos, tudo somado é refletido pela face.
17
Unidade I
É importante conhecer e entender como todos esses tecidos e elementos interagem para podermos
realizar os tratamentos faciais.
A pele é constituída por duas camadas, a epiderme e a derme, suas porções epitelial e conjuntiva
têm sua origem embrionária no ectoderma e no mesoderma, respectivamente, e estão acima da porção
hipodérmica também denominada tela subcutânea. A espessura do tecido epitelial varia de acordo com
a região corporal, em algumas regiões ele é considerado espesso, como nas plantas dos pés, palmas
das mãos e nos joelhos. Em outras áreas, como na região facial, é classificado como fino ou muito
fino, como é o caso da região palpebral (LACRIMANTI; VASCONCELOS; PEREZ, 2014; BORGES, 2016;
WONG et al., 2015).
Pelo
Poro
Papilas dérmicas
Camada córnea
Epiderme
Derme
Músculo eretor do pelo
Glândula sebácea
Hipoderme
Veia
Artéria
Glândula sudorípara
A espessura da pele também varia de acordo com a idade cronológica, o sexo e a constituição
individual, quantidade de material componente e sua organização estrutural (ORIÁ, 2003; BORGES, 2016).
Camadas da epiderme
A epiderme é a camada mais externa, avascular (sem vasos sanguíneos ou linfáticos), formada por
tecido epitelial, com células justapostas formando um epitélio estratificado, ou seja, formado por várias
18
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
camadas de células. As células predominantes na epiderme são os queratinócitos, cerca de 80% do total
de células que compõem essa camada da pele, eles sintetizam uma proteína denominada queratina, que
confere proteção à pele.
Camada córnea
Camada de
transição (lúcida)
Migração
celular na
epiderme
Camada granulosa
Camada espinhosa
Camada basal
Membrana basal
Na região da face, a epiderme é composta por quatro camadas, a mais profunda é a basal, também
denominada camada germinativa ou estrato germinativo, constituída por uma única fileira de células
cúbicas, criando uma base sólida de pele. Abaixo dela encontra-se a derme, e acima, a camada espinhosa
(HILL, 2016; TASSINARY, 2019).
Em contrapartida, quando ocorre a presença de TGFB, retinoides e vitamina D3, ocorre a inibição da
diferenciação dessas células-troncos e a multiplicação dos queratinócitos é estimulada. Os queratinócitos
basais são divididos em dois tipos: células amplificadoras (50%) e células pós-mitóticas (40%), que se
movem para a superfície da epiderme (BORGES 2016; TASSINARY, 2019).
19
Unidade I
Essas células se diferenciam e migram rumo à superfície em um processo que dará origem a outros
estratos. Eles apresentam, no citoplasma celular, filamentos intermediários de queratina que se tornam
mais numerosos à medida que os queratinócitos se movem em direção à superfície, nesse caminho rumo
à superfície, os queratinócitos passam por muitas alterações. A medida que se distanciam da camada
basal, sofrem com o distanciamento da fonte de nutrição, as células se achatam, perdem suas organelas
e a membrana celular fica mais espessa à medida que a célula perde água, enrijecem e impermeabilizam
de forma parcial a epiderme, contribuindo com a função de proteção exercida pela epiderme (BORGES,
2016; HILL, 2016).
Uma outra célula presente na camada basal da epiderme é o melanócito (5% a 10%), célula grande
que sintetiza melanina, pigmento que confere cor a pele, olhos e cabelo, cuja função é proteger o DNA
celular contra a ação nociva da radiação ultravioleta A e B.
Elas estão localizadas entre os queratinócitos basais, em torno de um melanócito a cada oito
queratinócitos, no seu interior estão presentes organelas intracelulares especializadas denominadas
melanossomos, nas quais é sintetizada a melanina e, a partir dos prolongamentos dos melanócitos,
ocorre a transferência do pigmento para o interior dos queratinócitos vizinhos, em torno de 30 a 40, que
formam a unidade epidérmico-melânico (BORGES, 2016; HILL, 2016; TASSINARY, 2019).
Observação
Também estão nessa camada as células de Merkel (3%), pequenas estruturas denominadas receptores
e são considerados de alta sensibilidade, são responsáveis pela percepção da sensação de toque, estão
distribuídas na superfície cutânea de todo o corpo, porém são mais numerosos em mãos, dedos, pés e
principalmente lábios e língua. Sua ativação ocorre a partir da deformação da pele produzida por uma
pressão suave e contínua, como, por exemplo, é o que acontece durante a massagem, com a execução
da manobra que tem o objetivo de entrar em contato com a pele do cliente, realizando o deslizamento
superficial, de forma suave e delicada ou até mesmo a passagem de um pincel sobre a pele, e durante a
higienização, durante o deslizamento do algodão (COHEN, 2001; BORGES, 2016).
A camada seguinte é a espinhosa, também denominada camada de Malpighi, é formada por oito a
dez fileiras de células que variam de acordo com a região do corpo e outros fatores endógenos como
hormônios e a vascularização, e fatores exógenos, como a radiação UV.
Aqui, os queratinócitos já passaram por algumas modificações, apresentam-se com formato poligonal,
o que justifica serem também denominadas células espinhosas. Outras modificações importantes
ocorrem, apresentando, assim, os primeiros sinais de queratinização. Os queratinócitos apresentam
grande quantidade de filamento que se unem aos desmossomos, pequenas estruturas que interligam as
células, conferindo resistência aos estresses físicos (HILL, 2016; TASSINARY 2019).
20
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
É nessa camada que estão localizadas as células de Langerhans, que correspondem de 2% a 8% das
células da epiderme, elas fazem parte do sistema imunológico, são células dendríticas, menores que
os queratinócitos, porém seus prolongamentos alcançam vários queratinócitos, defendendo a pele de
possíveis invasores. Quando em contato com substâncias estranhas, como vírus ou bactérias, elas os
capturam, fagocitam e transportam para os linfócitos T, que estão nos linfonodos do sistema linfáticos
para que sejam eliminadas (BORGES, 2016; HILL, 2016).
As estruturas da
epiderme
Estrato córneo
Estrato lúcido
Estrato granuloso
Estrato espinhoso
Estrato basal
Queratinócito basal
Membrana basal
Derme Melanócito na camada basal
Saiba mais
21
Unidade I
Quando as células alcançam a subcamada granulosa, tornam-se achatadas e seu citoplasma fica
mais rico em grânulos de querato-hialina, ao mesmo tempo, o núcleo se desintegra, é um estrato com
intenso metabolismo celular, com modificações dos elementos celulares para a formação de grânulos
e outras substâncias, como glicoproteínas, ácidos graxos, fosfolipídios e glicoceramidas. Todas essas
substâncias são importantes para a transição da camada granulosa para o estrato córneo. À medida que
as células dessa camada ficam mais superficiais, elas deixam de ser banhadas pelo líquido extracelular,
intensificam a desintegração do núcleo e as células morrem (HILL, 2016; TASSINAY, 2019).
A camada córnea é composta por células desidratadas, planas e largas, é a camada mais superficial
da epiderme. Nesse estrato, as células já passaram por modificações físicas e bioquímicas que levam à
formação de uma barreira lipídica extracelular, também denominado fator de hidratação natural (FHN),
que atua na manutenção e homeostasia da água e de eletrólitos no interior do organismo, funciona
como barreira protetora mecânica. Os peelings mecânicos ou químicos atuam nessa camada, facilitando
sua descamação e promovendo a renovação celular.
Descamação do
estrato córneo Estrato córneo
Estrato lúcido
Estrato granuloso
Estrato espinhoso
Estrato espinhoso
Estrato basal
Derme
Junção dermoepidérmica
A epiderme se une à derme por uma fina lâmina, constituída por uma camada de glicoproteínas e
proteoglicanas que funciona como uma barreira seletiva de filtração de substâncias que se deslocam
entre a epiderme e a derme, promovendo a nutrição da epiderme.
22
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
A epiderme e a derme se unem por meio de projeções que apresentam diversas funções como suporte
para epiderme, aumento da área de contato, garantia de aderência entre as camadas, bem como a
nutrição, como já mencionado, formando uma barreira semipermeável. As projeções da epiderme em
direção à derme são denominadas cristas epidérmicas e as projeções da derme em direção à epiderme
são denominadas papilas dérmicas.
Epiderme
Derme
Papilas dérmicas
Camadas da derme
Abaixo da epiderme está localizada a segunda camada da pele, que é considerada uma camada de
sustentação, constituída por tecido conjuntivo propriamente dito, ricamente vascularizada (sistema
circulatório e linfático), abriga nervos, receptores sensoriais e alguns tipos celulares, como fibroblastos,
células dendríticas e mastócitos, linfócitos, macrófagos e leucócitos. Também é nessa camada que
encontramos os anexos cutâneos.
É importante retomar os conhecimentos de anatomia e fisiologia desse tecido, pois muitas das
alterações que são tratadas pelo esteticista acomete essa porção da pele, assim os recursos que
são utilizados para o tratamento das disfunções faciais visam mudanças e interações com os
componentes dessa região.
A célula mais abundante é o fibroblasto, uma célula grande em formato estrelado. Como sintetiza
os componentes da matriz extracelular, o retículo endoplasmático rugoso e o complexo Golgiense,
organelas que participam da síntese de proteínas, são bem desenvolvidos.
Saiba que essa camada apresenta espessura que varia entre 0,6 mm em regiões de pele fina como
a face e até 3 mm em outras áreas, como a região dorsal masculina. Essa diferença de espessura
da derme ocorre principalmente pela variação na quantidade de material presente e a organização
estrutural dessa camada, fatores que variam com a idade, sexo, etnia, influenciando as funções da derme,
como força, elasticidade e estrutura.
23
Unidade I
A derme apresenta duas camadas que se diferenciam pelas características de seus componentes e
consequentemente sua função. A região mais superficial dessa camada é denominada derme papilar ou
derme superficial, sua principal função é o suporte que proporciona à epiderme, fornecendo nutrientes,
oxigenação e hidratação. Também contribui com a regulação da temperatura corporal por meio dos
mecanismos de vasodilatação e vasoconstrição do sistema sanguíneo (TASSINARY, 2019; HILL, 2016).
Como já mencionado, a derme é constituída por tecido conjuntivo propriamente dito, que na camada
papilar é frouxo e na camada reticular é denso não modelado, uma característica que indica uma
diferença muito importante na sua função e constituição das regiões. As fibras de colágenos e elastina
predominantes nessa porção são finas e se projetam verticalmente para se encaixarem na epiderme
ocupando a região das papilas. Aqui se concentram os fibroblastos, vasos sanguíneos de menor calibre,
capilares linfáticos, receptores sensoriais denominados corpúsculos de Meissner, todas essas estruturas
banhadas por substância amorfa, rica em glicosaminoglicanos (GAGs), que preenchem os espaços entre
fibras, células e vasos, retêm água e conferem espessura ao tecido.
Já na derme reticular, as fibras de colágeno e elastina dessa camada são grossas e dispostas
horizontalmente, formando feixes densos, posicionados paralelamente com a superfície da pele, conferindo
resistência à tração. Nessa camada também há presença de fibroblastos em menor concentração. Além
de sintetizar as fibras de colágeno e elastina, participa da produção de outras substâncias que compõem
a derme com as glicoproteínas, o ácido hialurônico e as proteoglicanas, que retêm água nesse tecido
e formam um gel, contribuindo com a resistência da pele às forças de tensão e compressão, ainda
sintetizando fatores de crescimento que modulam a proliferação e a diferenciação celular.
As terminações nervosas livres que também estão na derme funcionam como um alarme do organismo
aos estímulos que podem provocar uma lesão. Essas estruturas captam a informação dolorosa, como,
por exemplo, quando tocamos em objetos pontiagudos ou um toque com tamanha força que provoque
dor (COHEN, 2001).
24
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Veja na imagem a seguir a localização dos mecanorreceptores, estruturas que fazem parte do sistema
sensorial e estão localizados na pele.
Epiderme
Derme
Glândula
sudorípara
Corpúsculo de Meissner
Glicosaminoglicanas
Vascularização
25
Unidade I
Eixo do pelo
Epiderme
Glândula sebácea
Plexo subcapilar
Folículo piloso Derme
Raiz do pelo
Anexos cutâneos
Na derme, encontramos os anexos cutâneos, entre eles as glândulas sebáceas e sudoríparas. Estas,
além da própria função de secreção e excreção realizada por cada uma delas, também são consideradas
vias para introdução de cosméticos, essa função também ocorre nos folículos pilosos.
Cabelo Poro
Epiderme
Derme
Camada
adiposa
26
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
As glândulas sudoríparas são como ductos retos na porção mais superficial e curso enovelado na
sua porção mais profunda, que encaminham o suor para fora do organismo, desembocando na pele
por orifício denominados poros. Elas estão distribuídas por toda a superfície cutânea. Na face, glândula
sudorípara presente é do tipo écrina, ela desemboca diretamente na superfície cutânea. Adultos em
condições normais secretam em torno de 100 a 500 mL de suor por dia (HILL, 2016; TASSINARY, 2019).
O produto secretado por essas glândulas apresenta em sua constituição água, proteína, sódio,
potássio, ureia, amônia, lactato, aminoácidos, ácido úrico entre outros.
Estão entre as funções desse tipo glandular contribuir com a manutenção da hidratação da pele por
meio da secreção desse fluído que apresenta fatores hidratantes como o lactato, a ureia além do sódio
e do potássio. Também atua na hidratação ao se misturar ao sebo quando atinge a superfície cutânea,
mantendo a saúde desse tecido pelo auxílio na manutenção da microbiota da pele (DAL GOBBO, 2010;
BORGES, 2016; HILL, 2016; TASSINARY, 2019)
Na área da estética facial, utilizamos muitos cosméticos. Eles são permeados por meio da pele com ou
sem auxílio de equipamentos de eletroterapia e as glândulas sudoríparas são estruturas muito importantes
para a penetração desses ativos presentes nos cosméticos, uma vez que são ricas em sódio e potássio,
facilitam a permeação desses ativos, pois esses íons que penetram pelas glândulas são transportados para a
circulação capilar através das arteríolas que irrigam a base das glândulas (BORGES, 2016; TASSINARY, 2019).
Na imagem a seguir, você pode observar o esquema da glândula sudorípara e em evidência sua
porção secretora e a porção condutora, pela qual o suor que foi produzido é transportado para ser
liberado na pele.
27
Unidade I
As glândulas sebáceas são pequenas estruturas, constituídas por um curto ducto, de epitélio
estratificado pavimentoso secretoras de sebo. Na sua composição, são encontradas porções de colesterol,
ácidos graxos, ésteres, triglicerídeos e escaleno. Essa mistura é liberada pela glândula no folículo piloso
sendo conduzida para a superfície cutânea. A quantidade de sebo produzida pelas glândulas varia de
acordo com idade e região, sendo estimulada pela atividade hormonal, uma vez que são importante sítio
de atividade dos andrógenos.
O conjunto formado por uma glândula sebácea, um folículo piloso e o músculo eretor do pelo, é
chamado unidade pilossebácea. As maiores glândulas sebáceas são encontradas na face e no tronco
superior. O número de glândulas sebáceas não altera ao longo da vida, porém seu tamanho e atividade
podem se diversificar com variações hormonais, principalmente dos hormônios andrógenos (HILL, 2016;
ZOUBOULIS, 2004).
Pelo
Epiderme
Glândula
sebácea
Tecido
epitelial
Já na camada córnea, o sebo se une ao suor e forma uma mistura denominada manto hidrolipídico.
A função do sebo é a lubrificação da pele e pelos, contribui com a manutenção do pH ácido da pele,
em torno de 5,5, e equilíbrio da microbiota residente, quando em quantidades fisiológicas, dessa forma,
dificulta o crescimento de microrganismos oportunistas, além de manter a maciez da pele (BORGES, 2016).
Folículo piloso
Os folículos pilosos estão distribuídos por praticamente toda a superfície corporal, essa estrutura tem
a função de revestimento e produção do pelo. Estão anexados ao folículo piloso o músculo
eretor do pelo e a glândula sebácea. Esse conjunto de estruturas é denominado unidade pilossebácea
e está localizada na derme, mas é uma haste rodeada de revestimento epitelial em continuidade com
a epiderme, ou seja, o pelo se origina de uma invaginação da epiderme, observe a figura anterior (DAL
GOBBO, 2010; BORGE, 2016; TASSINARY, 2019).
O pelo recobre o corpo com a função de proteger contra as alterações de temperatura e contribuir
com homeostasia térmica, função sensorial, proteger da radiação ultravioleta e de partículas externas
ao corpo. Ele é composto por queratina e, na região da face, encontramos predominantemente pelos
muito fininhos denominados velo ou lanugo (BORGES, 2016; HILL, 2016; TASSINARY, 2019).
28
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
pH
A sigla pH refere-se ao potencial hidrogeniônico, é uma escala muito utilizada, indica a acidez,
alcalinidade ou neutralidade de um meio. Esse índice é especialmente importante para os tratamentos
faciais, pois as alterações de pH estão relacionadas com a manutenção da saúde da pele, ele é considerado
um importante indicador funcional da pele, dessa forma, para você, aluno, futuro profissional, que irá
realizar procedimentos para restaurar o equilíbrio da produção de sebo, tratar acne, hidratar, aplicar
peelings químicos, é imprescindível entender de pH e conhecer o pH da pele e as possíveis alterações
(LEONARDI; GASPAR; CAMPOS, 2002; BORGES 2016).
Os valores médios do pH fisiológico cutâneo é ácido, considerado uma “proteção ácida da camada”,
aproximadamente entre 4,6-5,8, ele influencia as atividades bactericida e fungicida da pele,
fundamentais para a saúde do indivíduo. O pH pode variar de acordo com a região do corpo, fatores
externos (como por exemplo sabonete, outros cosméticos e temperatura) e fatores hormonais. A pele
feminina apresenta pH médio de 5,5 e os homens apresentam uma pequena variação, ficando em
torno de 5 (LEONARDI; GASPAR; CAMPOS, 2002; BORGES 2016).
O pH fisiológico da pele da face fica em torno de 4,7, resulta da combinação e concentração das
substâncias hidrossolúveis da camada córnea, das secreções sudorípara e sebácea, bem como do ácido
carbônico que chega à superfície da pele por difusão pela junção dermoepidérmica (PEREIRA, 2013;
BORGES 2016). O pH da pele facial de homens e mulheres é diferente, dessa forma o esteticista deve
orientar quais são os produtos mais indicados para cada um.
Lembrete
O pH da pele facial de homens e mulheres é diferente, dessa forma
o esteticista deve orientar quais são os produtos mais indicados para os
cuidados diários e tratamentos.
Tela subcutânea
Logo abaixo da derme temos o tecido adiposo, também chamado tela subcutânea, uma camada
constituída por tecido conjuntivo frouxo especializado, repleto de grandes células adiposas, que
apresentam diâmetro de aproximadamente 70 micrometros (μm), mas pode chegar até 200 μm. Estão
presentes os macrófagos, vasos sanguíneos que formam uma rede profunda, e substâncias como os
proteoglicanos e glicosaminoglicanos (BORGES, 2016; MONTANARI, 2016).
O tecido adiposo localizado na face é do tipo amarelo, rico em adipócitos que armazenam lipídios
em seu interior na forma de moléculas de triacilgliceróis, que formam uma única grande vesícula, que
deslocam o núcleo para a periferia da célula.
29
Unidade I
Mitocôndria
Núcleo Gota
lipídica
Os ácidos graxos armazenados pelo adipócito são provenientes da nossa dieta. Quando ocorre
aumento da insulina após a alimentação, algumas reações químicas são estimuladas e ocorre a
lipogênese, formação de reserva energética. E quando necessário, em situações de déficit de energia
a lipólise é estimulada, uma outra reação, na qual os triglicerídeos são hidrolisados, liberando moléculas
menores que são os ácidos graxos e o glicerol para a corrente sanguínea. Essa cascata de eventos é
desencadeada quando são detectadas baixas concentrações de glicose, o que estimula a produção de
hormônios catabólicos como a adrenalina por exemplo, consequentemente ocorre a diminuição do
volume do adipócito (BORGES, 2016; MONTANARI, 2016; TASSINARY, 2019).
Estas são organizadas em lóbulos separados por septos fibrosos, que formam compartimentos.
É um tecido vascularizado e inervado, com diversas funções como proteção contra traumas, reserva de
energia, preenchimento do espaço entre os tecidos, regulação do metabolismo hormonal e modelagem
corporal (BORGES, 2016; WONG, 2016; TASSINARY, 2019)
Na região da face, o tecido adiposo contém uma rede de fibras de tecido conjuntivo que se conecta
com a aponeurose muscular e facilita o deslizamento da musculatura durante a contração muscular.
30
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Também são encontrados densos compartimentos de gordura, parecidos com uma almofada,
concentrados em algumas regiões da face: região periorbicular dos olhos, temporal, perioral, terço
médio da face, bochecha, região mandibular e mento, que contribuem com o volume e contorno facial,
enquanto a pálpebra não apresenta esse tecido (COLEMAN; SABOEIRO; SENGELMANN, 2008; COIMBRA;
URIBE; OLIVEIRA, 2014; BORGES, 2016).
A tela subcutânea apresenta em sua constituição uma rede de fibras de tecido conjuntivo denso, que
conecta os músculos da mímica facial à pele, essa camada fibromuscular é denominada SMAS, sistema
subcutâneo músculo-aponeurótico, realiza a importante função de sustentação da pele (VASCONCELLOS
et al., 2003; SILVA; ABOUDIB; CASTRO, 2010).
Pele
Fáscia
SMAS temporoparietal
Fáscia
temporal
Fáscia parotídea profunda
31
Unidade I
Em se tratando de processo de envelhecimento e flacidez facial é uma das estruturas alvo para o
tratamento de rejuvenescimento proporcionando firmeza para a pele.
Para finalizar os aspectos relacionados à anatomia e composição do complexo facial, vamos abordar
o estudo dos músculos faciais, denominados músculos da expressão facial. Aprender o esquema das
fibras musculares e o sentido da contração muscular nos faz assimilar como ocorre a formação das rugas
que estão relacionadas à mímica facial, iremos abordar esse aspecto posteriormente.
Como já mencionado, os músculos faciais estão conectados à pele pelo SMAS, sendo assim,
influenciam na movimentação e formação das expressões faciais, uma vez que a pele se molda ao
movimento estimulado pela contração da musculatura, formando as rugas e os sulcos. A movimentação
da musculatura facial nos auxiliam a expressar os sentimentos, sensações, além de promoverem funções
fisiológicas e de proteção, como a proteção e lubrificação do globo ocular, a fala e a ingestão de alimentos.
São de contração voluntária, inervados pelos ramos do VII par de nervos cranianos, são músculos
superficiais e estão ligados à pele por pelo menos uma de suas extremidades. Quando se contraem,
promovem uma alteração e adaptação da pele, que para se ajustar forma depressões e elevações, as
quais chamamos de rugas e sulcos. As rugas se formam no sentido perpendicular das fibras musculares
(DAL GOBBO, 2010; COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2014; BORGES, 2016).
2 AVALIAÇÃO FACIAL
Dessa forma, a pele pode ser classificada utilizando vários métodos, levando em consideração essas
diferentes variáveis mencionadas.
A primeira classificação da pele facial foi proposta pela cosmetóloga e empresária Helena Rubinstein
no início do século XX e até hoje é amplamente utilizada. Ela levou em consideração três fatores, a
hidratação, quantidade lipídeos/oleosidade e a sensibilidade da pele, gerando quatro categorias
ou condições de pele, são elas: eudérmica ou normal, lipídica ou oleosa, alípica ou seca e mista ou
combinada (BAUMANN, 2006; HILL, 2016).
32
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Esses biotipos cutâneos se diferenciam pela quantidade de secreção que é o produzida e secretada
pelas glândulas sebáceas, o que pode ser influenciado quando algumas condições, como desequilíbrios
orgânicos (variação hormonal de acordo como a idade), comportamentais (como alimentação
rica laticínios e açúcares) ou ambientais (clima) (KAMIZATO, BRITO, 2014; SCIPIONI; MONTEIRO;
SOLDATELI, 2015).
A seguir, você estudará quais são as características que cada biotipo cutâneo apresenta.
Biotipo eudérmico
• apresenta equilíbrio entre o conteúdo hídrico e graxo, mostrando-se naturalmente hidratada pela
eficiente película hidrolipídica que é formada;
Você pode usar como referência a imagem da pele da criança de até 10 anos de idade como padrão
da pele eudérmica, uma pele vibrante que reflete a saúde (BAUMANN, 2006; PEREIRA, 2013).
33
Unidade I
Figura 19 – Biotipo eudérmico/normal; à direita, imagem da região nasal obtida pelo dermatoscópio portátil
Biotipo lipídico
Esse biotipo cutâneo é popularmente chamado de pele oleosa, sua principal característica é a
excessiva produção de sebo pelas glândulas sebáceas, também secreta maior quantidade de suor pelas
glândulas sudoríparas, conferindo à pele aspecto untuoso e pH mais alcalino, o que resulta em uma
pele mais resistente a agressões externas, porém facilita o acúmulo de sebo nos orifícios pilossebáceos,
formando os comedões.
Principais características:
• aspecto untuoso/brilhoso;
34
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
• Lipídico desidratado: algumas áreas com oleosidade, porém outras áreas podem apresentar
descamações em virtude da falta de água no tecido.
• Lipídico acneica: apresenta em associação à oleosidade diferentes tipos de lesões acneicas, como
os comedões, pápulas e pústulas (BAUMANN, 2006; PEREIRA, 2013).
Figura 20 – Biotipo lipídico/oleoso; à direita, imagem da região nasal obtida pelo dermatoscópio portátil
Biotipo alípico
Esse biotipo apresenta carência na produção de sebo, o que promove falta de umidade e hidratação
da pele, ou seja, as glândulas sebáceas e sudoríparas desse biotipo cutâneo não produzem suas secreções
de forma equilibrada. Ele também é denominado de pele seca. O pH desse biotipo cutâneo é o mais ácido
entre os biotipos.
Principais características:
35
Unidade I
• pouco elástica;
Esse biotipo pode receber uma subclassificação de alípico desidratado, quando a pele apresenta a
incapacidade de reter água na pele. Além da desidratação, observa-se maior sensibilidade, descamação
e aspereza (DALL GOBBO, 2010; BAUMANN, 2006; PEREIRA, 2013).
É um biotipo cutâneo muito comum, a pessoa apresenta uma área lipídica, geralmente a zona
central ou zona T da face, que inclui a região frontal, nariz e a região mentoniana, enquanto a regiões
laterais têm características encontradas na pele eudérmica ou alípica (DALL GOBBO, 2010; BAUMANN,
2006; PEREIRA, 2013).
Principais características:
• pouco brilho;
• oleosidade na zona t;
36
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
A pele pode apresentar outras características que devem ser levadas em consideração, como a
sensibilidade e a desidratação, essas mudanças são alterações da normalidade da pele.
Pele sensível
A pele pode ainda ser ou estar sensível. Um tipo desafiador de pele para ser tratado. Na prática
clínica, tem-se observado o aumento de relatos sobre a sensibilidade da pele, são inúmeros os fatores
que podem estar relacionados a essa queixa, como mudanças climáticas, alimentação, poluição, uso de
cosméticos inadequados.
A pele seca é mais predominante nas mulheres saudáveis em idade fértil. Enquanto a pele eudérmica
raramente apresenta eitema (vermelhidão), a pele sensível apresenta eritema de forma regular e reage
imediatamente a estímulos externos como alteração de temperatura, cosméticos e estado emocional.
Principais características:
• pele hiper-reativa;
• presença de telangiectasias;
• fraqueza da camada córnea, aspecto fino – a pele fica mais vulnerável fatores exógenos;
37
Unidade I
A dermatologista Leslie Baumann (2006) relata que são quatro subtipos diferentes de pele sensível:
• Sensível acneica: que apresenta lesões não inflamatórias como comedões abertos e fechados.
• Sensível com rosácea: apresenta predisposição a apresentar rubor facial e sensação de calor.
• Sensível com ardor: a pessoa que apresenta esse tipo de sensibilidade relata a sensação de ardor
ou queimação.
Pele desidratada
O desbalanço nas proporções dos componentes do estrato córneo, como ceramidas, colesterol e
ácidos graxos, promove um conjunto de alterações, como a diminuição da capacidade de retenção de
água, tornando-se vulnerável a agentes externos. A pele fica sensível e pode desenvolver a xerose, que
é um ressecamento anormal da pele (BAUMANN, 2010).
Principais características:
Pele espessa
A pele pode estar espessa, sem brilho, opaca, sem viço e com aparência grosseira.
Pele desvitalizada
Essa terminologia é utilizada para se referir à pele sem viço, opaca e com flacidez.
Existem diversas formas para se avaliar a pele facial, de acordo com diferentes aspectos e com o
objetivo do tratamento. Essas características podem ser combinadas ou avaliadas separadamente.
• grau de hidratação;
38
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
• espessura/textura;
• grau de envelhecimento;
Diante das inovações, evolução da indústria e das mudanças que ocorreram na legislação, chega
ao mercado os cosmecêuticos, produtos cosméticos com propriedades biológicas, que podem alterar as
características da pele, o que os difere dos cosméticos, que higienizam e adornam a pele (BAUMANN,
2010; PEREIRA, 2013).
Para aquele momento, a forma já estabelecida de se avaliar a pele se mostrou limitada para
contribuir com médicos, esteticistas e consumidores na identificação dos produtos mais adequados
para cada pele. Assim, Leslie Baumann (2006), dermatologista americana, se propõe a ampliar a forma
de avaliar e classificar a pele, abrangendo mais características observadas clinicamente como resistência
ou sensibilidade, pigmentação e tendência na formação de rugas.
I – Hidratação: oleosa/seca.
II – Sensibilidade: sensível/resistente.
Essa avaliação tem uma particularidade, é indicado que em caso de mudanças importantes que
possam ocorrer na vida do cliente, como alterações hormonais, mudança para lugares com climas
diferentes ou estresse, deve-se reavaliar a classificação de base.
Observe o quadro com a classificação pelo sistema proposto por Baumann (2010), a classificação usa
a primeira letra da palavra no idioma inglês.
Para usar essa classificação avalie as características da pele e encontre a combinação delas. Veja o
exemplo: uma cliente apresenta pele: oleosa, resistente, não pigmentada e firme. A classificação, de
acordo com o quadro anterior, seria O R N T.
40
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Para você, futuro esteticista, é fundamental a compreensão de cada tipo de pele e como essas
características influenciam na resposta do tratamento proposto ou ainda qual o tratamento mais
indicado para a combinação das características do seu cliente.
Lembrete
A avaliação em relação à pigmentação da pele foi desenvolvida por Thomas Fitzpatrick (1975),
considerado o “pai da dermatologia acadêmica moderna”. Fitzpatrick era dermatologista e, diante dos
desafios do tratamento de doenças como a psoríase e o vitiligo, recorria a protocolos que incluíam o uso
de luz ultravioleta A (UVA) e se viu diante da necessidade de quantificar a exposição a essa radiação e
assim conseguir definir os parâmetros do tratamento (HILL, 2016).
Essa avaliação gera uma escala com seis fototipos de pele de Fitzpatrick, que compreendem desde a
pele muito pouco pigmentada até a pele mais pigmentada.
Fotótipo Considerações
Cor da pele Cor dos olhos e dos cabelos Reação ao sol
de Pele étnicas comuns
- Cabelos louros
I Branca Sempre queima, sardas Ingleses e escoceses
- Olhos verdes
- Cabelos louros Sempre queima, sardas, difícil Europeus do norte da
II Branca
- Olhos verdes de bronzear Europa
- Cabelos louros/ castanhos Bronzeia após várias
III Branca Alemã
- Olhos azuis/ castanhos queimaduras, pode ter sardas
41
Unidade I
Na figura seguinte, veja os exemplos de fototipos mencionados por Fitzpatrick e como eles reagem
à exposição solar:
Depois de 24 horas da
Cor da pele constituinte exposição solar - apresenta Cor da pele facultativa depois
(antes da exposição solar) queimadura e vermelhidão de 7 dias bronzeamento
Em relação à resposta ou comportamento da pele à radiação solar, deve ser sempre questionada
durante a avaliação de forma simples e clara e associada à análise que você está realizando da pele.
Para chegar à pontuação final de cada cliente, você deve somar a pontuação obtida em três
sessões, que são divididas em: disposição genética total, reação à exposição ao sol total, hábitos de
bronzeamento. Cada pergunta tem um valor e a soma gera a pontuação pessoal do cliente. Vejamos
a seguir:
0 1 2 3 4 Pontuação
Qual é a cor de
sua pele (áreas Pálida com Castanho
Avermelhada Muito pálida Castanho escuro
não expostas)? tonalidade bege clara
Você tem
sardas em áreas Muitas Várias Poucas Eventuais Nenhuma
expostas?
42
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
0 1 2 3 4 Pontuação
Você se torna
bronzeado com Às vezes
várias horas de Nunca Raramente Frequentemente Sempre
razoável
exposição ao sol?
Como a sua face Nunca teve
reage ao sol? Muito sensível Sensível Normal Muito resistente
problema
1 2 3 4 5 Pontuação
Quando foi a última Menos
exposição de seu corpo ao Mais de Dois a três Um a dois Menos de um de duas
sol (ou luz de bronzeamento três meses meses atrás meses atrás mês atrás semanas
artificial/creme bronzeador)? atrás atrás
Você expõe ao sol a área a Quase
ser tratada? Nunca Às vezes Frequentemente Sempre
nunca
Na prática clínica, durante sua avaliação, escolha 3 áreas do corpo para avaliar, como por exemplo
a face, a região do punho ou braço e o abdome; identifique a presença de sardas; e identifique a cor
dos olhos. Esses três passos são bons indicadores do fototipo. Não fique com dúvida da classificação,
a avaliação completa seguindo a pontuação irá te direcionar para a correta determinação do fototipo.
43
Unidade I
Observação
Existem classificações que foram desenvolvidas e contemplam outros aspectos, são elas:
Você pode estar se perguntando: qual a importância de saber e reconhecer as lesões elementares?
É a partir da presença das lesões elementares que podemos realizar a identificação e diagnóstico de
uma doença específica ou de um grupo de doenças.
Em relação aos tratamentos estéticos, o reconhecimento das lesões elementares é fundamental para
orientar você, futuro profissional da estética, no planejamento do programa de tratamento em relação
aos recursos e tratamentos indicados e os contraindicados em cada caso.
• Lesão física.
• Alergia a alimentos/substâncias.
44
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
• Doenças de pele: dermatite de contato, eczema, psoríase, sarampo, rubéola, varicela, queratose
seborreica, tinea (um tipo de micose desencadeada por fungos) etc.
Lesões elementares
Secundárias
Surgem sobre uma lesão primária ou podem representar a evolução de uma lesão primária,
incluem alterações:
• perdas teciduais.
As lesões elementares também podem ser classificadas de acordo com os seguintes grupos:
• alterações de espessura;
Nas alterações de coloração, a pele apresenta somente alteração de cor, ela é plana, ou seja, não
apresenta modificações de espessura da pele. Esse tipo de lesão elementar pode ser chamado de mácula,
quando a lesão é menor que 1 cm de diâmetro ou mancha, quando a região da lesão é maior que
1 cm de diâmetro.
45
Unidade I
São divididas em dois os grupos, as manchas de origem pigmentar e manchas de origem vascular:
• Pigmentar: nesse tipo de lesão as alterações ocorrem por aumento, diminuição ou ausência de
pigmentos. Tem causas multifatoriais, podem ser congênitas, quando o indivíduo apresenta a
mancha desde o nascimento, ou pode ser adquirida ao longo da vida. Esse tipo de lesão também
pode ser localizada ou generalizada.
• Acromia: ausência total de melanina, é um tipo de mancha completamente branca que pode
ocorrer após traumatismos mecânicos e pós-inflamação, como nos casos de acne, lúpus
eritematoso sistêmico, entre outros, o que pode ocasionar um dano no melanócito e interferir na
sua capacidade de produção de melanina. A acromia também ocorre quando a pessoa apresenta
vitiligo, doença na qual se tem a diminuição ou ausência dos melanócitos. Em casos de albinismo,
uma condição genética na qual o indivíduo apresenta um defeito na produção da melanina,
também ocorre a ausência do pigmento (STEINER et al., 2004).
• Hipocromia: redução da presença de pigmentação na pele, a melanina, dá origem a manchas
mais claras. As leucodermias são manchas hipocrômicas desencadeadas por exposição solar ao
longo da vida, geralmente estão localizadas nos braços e pernas.
Figura 24 – Hipocromia-leucodermia
Figura 25 – Efélides
47
Unidade I
• Vascular: essas lesões estão relacionadas a congestão ou dilatação dos vasos sanguíneos
presentes na derme ou ainda por extravasamento do sangue.
• Hipercromia pós-inflamatória: são manchas escuras desencadeadas por processo inflamatório,
isso pode ocorrer nos quadros de acne. Ela ocorre em função da reação do melanócito à presença
de íons metálicos, como o ferro.
• Hipercromia por pigmento sanguíneo: hemossiderina, o sangue contém hemossiderina,
pigmento de coloração ocre de difícil remoção, ele é depositado na derme em decorrência
de algum extravasamento de sangue, como ocorre em decorrência de petéquias, equimose e
hematoma. A maioria das manchas pós-inflamatórias e por extravasamento sanguíneo evoluem
para o clareamento de forma espontânea no período de até seis meses e um pequeno percentual,
em torno de 2% dessas manchas, permanece por mais de um ano ou de forma persistente
(CYMBALISTA; GACIA; BECHARA, 2012).
48
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
• Eritema: é uma alteração na coloração da pele ocasionada por vasodilatação capilar, o sangue
está dentro dos vasos. A pele apresenta-se avermelhada, quando sob pressão dos dedos ocorre a
diminuição da vermelhidão.
Figura 29 – Eritema
• Cianose: coloração azulada ou roxa que aparece na boca, na pele ou unhas, ocorre pela falta de
oxigênio no sangue.
Figura 30 – Telangiectasia
49
Unidade I
50
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Alterações de espessura
• Cicatriz: lesão de aspecto variável formada após uma lesão ser curada. É o resultado da reparação
do tecido epitelial e conjuntivo que sofreu um dano. Quando a lesão no tecido envolve destruição do
tecido, a área pode ser substituída por tecido fibroso, formando cicatriz de aspecto endurecido e
irregular denominada fibrose.
• Cicatriz hipertrófica: cicatriz elevada, avermelhada, que não ultrapassa os limites de largura
ou comprimento da incisão ou lesão inicial. Ela é decorrente de uma resposta exacerbada da
pele sã a uma lesão
• Cicatriz atrófica: é o tipo de cicatriz funda, na qual houve pouca deposição de material.
51
Unidade I
• Queloide: tipo de cicatriz que se apresenta brilhante, lisa e elevada em relação ao tecido cutâneo,
pode apresentar coceira ou ser dolorida, tem formato irregular e não se limita ao local da lesão,
ou seja, ela é maior do que a lesão inicial.
• Atrofia: diminuição da espessura da pele, diminuição dos componentes da derme, que se torna
fina, lisa, translúcida e pregueada.
• Ceratose actínica, ceratose solar ou senil: tipo de alteração que ocorre em idosos e são
causadas pelo sol. Acomete áreas expostas ao sol: face, orelhas, couro cabeludo, colo, dorso das
mãos e antebraços. Geralmente apresenta-se mais avermelhada ou amarelada.
• Pápula: lesão sólida, elevada, de consistência dura e geralmente avermelhada e dolorida. Esse tipo
de lesão apresenta-se com menos de 1 cm de diâmetro. Não tem conteúdo para ser extraído. O
procedimento de extração pode desencadear manchas hipercrômicas.
Figura 36 – Pápulas
52
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Figura 37 – Nódulo
Figura 38 – Milium
• Comedão aberto ou oxidado: bloqueio do duto pilossebáceo por um tampão de queratina com
acúmulo de sebo, com até 0,5 cm de diâmetro. Durante a limpeza de pele, esse tipo de lesão é
extraído após o processo de emoliência, pode-se realizar uma perfuração com a ponta da agulha,
facilitando sua extração.
53
Unidade I
• Comedão fechado ou comedão branco: lesão esbranquiçada, dura, formada pelo acúmulo de sebo
e queratina no orifício pilo sebáceo. No exame com a luz de Wood, apresenta coloração alaranjada.
• Pústula: lesão elevada, avermelhada, com menos de 0,5 cm de diâmetro contendo líquido amarelo
(pus). Sua remoção é realizada após a emoliência. Pode-se fazer uma pequena abertura com
auxílio da agulha e realizar suave pressão para drenar o conteúdo.
54
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Figura 41 – Pústula
• Abcesso: coleção de pus com tamanho variado, proeminente ou não, que apresenta sinais de
inflamação como rubor, calor, dor e edema.
• Bolha: vesícula com mais de 0,5 cm de diâmetro que apresenta conteúdo não infectado, ou seja,
não tem pus (DAL GOBBO, 2010).
Lesões diversas
• Crosta: finalização do processo de cicatrização, essa lesão tem aparência espessada pelo
ressecamento das secreções misturadas aos restos epiteliais.
• Escoriação: lesão ocasionada pelo atrito da pele, pode ser decorrente do ato de coçar a pele.
• Acantose: doença caracterizada por manchas escuras resultantes de uma hiperceratose (aumento
da camada mais superficial da pele) e hiperpigmentação (lesões de cor cinza e engrossadas que dão
aspecto verrucoso). Afeta pessoas saudáveis ou pode estar associada a outras doenças como
diabetes, obesidade, doenças ovarianas, distúrbios metabólicos, doenças da tireoide e câncer
do aparelho digestivo.
• Foliculite: pequena infecção localizada no folículo piloso, comum em homens, na região da barba.
Quando acomete os folículos palpebrais é chamado de terçol.
• Nevo: termo utilizado para designar lesões planas ou elevadas de coloração variada, como pintas
ou sinais (DAL GOBBO, 2010). Pode ser: congênito, presente ao nascimento ou adquirido, quando
surgem após o nascimento.
55
Unidade I
Figura 42 – Xantelasma
• Verruga: tumoração benigna de pele de aspecto inelástico, geralmente da cor da pele. Pode ser
causada por vírus (NASCIMENTO et al., 2011)
A análise da pele é de suma importância antes de qualquer tratamento realizado pelo esteticista,
somente a partir desse exame minucioso e em posse das informações de forma detalhada é possível
planejar o programa de tratamento mais indicado ao cliente, assim como os cuidados diários que devem
ser orientados pelo esteticista e realizados pelo cliente em ambiente domiciliar.
A ficha de avaliação é o instrumento utilizado para realizar os registros da anamnese, exame físico,
testes complementares e do acompanhamento da evolução do tratamento, todos colhidos durante a
avaliação ou reavaliações. Esse instrumento é utilizado na área da estética para registrar hábitos de vida,
histórico de doenças, tratamentos de saúde, utilização de medicamentos, possíveis alergias, alteração de
pressão arterial, além de problemas circulatórios graves, como trombose e doenças autoimunes.
O cliente deve ser esclarecido da importância dos dados que serão coletados. Esses dados associados
às informações que serão extraídas durante o exame físico se completam e é a partir deles que você,
esteticista, irá realizar o diagnóstico estético e o plano de tratamento.
Ela deve ser preenchida pelo profissional esteticista durante a avaliação e, ao final, o instrumento
deve ser datado e assinado pelo paciente, concordando com as informações relacionadas na ficha
de anamnese.
56
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
— queixa principal;
— hábitos pessoais;
— histórico médico;
— procedimentos estéticos.
• Módulo III: avaliação da pele (específica para o tratamento que será realizado):
— limpeza de pele;
— tratamento de manchas;
— acne;
— fotoenvelhecimento;
Ficha de
avaliação
Programa de Termo de
Dados pessoais Histórico Avaliação da pele Evolução
tratamento responsabilidade
Auxilia a escolha
dos recursos
para compor o
tratamento
Figura 43
57
Unidade I
Módulo II – Histórico
A – Queixa principal
Queixa principal:
História da queixa principal:
Duração da queixa: Início em: / / Até: / /
Módulo II – Histórico
B – Hábitos pessoais
Pratica atividade física? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quantas vezes na semana:
Se sim, qual atividade:
Ingestão de água: Quantidade:
Uso de bebidas alcóolicas? ( ) Sim ( ) Não
Frequência:
É fumante? ( ) Sim ( ) Não
Realiza exposição solar? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual a frequência?
Sono regular? ( ) Sim ( ) Não
Quantas horas de sono por dia?
Horário do sono
Módulo II – Histórico
C – Histórico médico
Fez cirurgia? ( ) Sim ( ) Não
Qual?
Quando?
58
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Módulo II – Histórico
Usa lentes de contato? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, oriente-o sobre a importância de retirá-las sempre antes do tratamento
Faz tratamento médico? ( ) Sim ( ) Não
Qual?
É portador de marca-passo? ( ) Sim ( ) Não
Faz uso de medicação? ( ) Sim ( ) Não
Qual?
Tem alergias? ( ) Sim ( ) Não
A quê?
Funcionamento intestinal: ( ) Regular ( ) Irregular
Ciclo menstrual: ( ) Regular ( ) Irregular
Data da última menstruação:
Método anticoncepcional? ( ) Sim ( ) Não
Qual?
Está grávida? ( ) Sim ( ) Não
Faz reposição hormonal? ( ) Sim ( ) Não
Pressão alta? ( ) Sim ( ) Não
Problemas endócrinos:
( ) Cistos no ovário ( ) Displasia mamária ( ) Ovários policísticos
( ) Disfunções na tireoide ( ) Menopausa ( ) Diabetes
( ) Reposição hormonal
( ) Outros:
Problemas cardíacos? ( ) Sim ( ) Não
Qual(is)?
Presença de metal no corpo? ( ) Sim ( ) Não
Onde?
Apresenta epilepsia? ( ) Sim ( ) Não
Tem ou teve neoplasias (câncer)? ( ) Sim ( ) Não
Qual(is)?
Se sim, há quanto tempo?
Como foi o tratamento?
Módulo II – Histórico
D – Procedimentos estéticos
Já realizou tratamento estético facial ( ) Sim ( ) Não
anteriormente?
Se sim, qual(is)?
Já fez cirurgias estéticas? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual(is)?
Possui prótese? ( ) Sim ( ) Não
Qual?
Possui implante metálico? ( ) Sim ( ) Não
59
Unidade I
Módulo II – Histórico
Qual?
Tem botox? ( ) Sim ( ) Não
Em qual região?
Tem preenchimento na região facial? ( ) Sim ( ) Não
Usa filtro solar diariamente? ( ) Sim ( ) Não
Qual?
Cuidados diários com a pele ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual(is)?
Usa ou já uso ácido na pele? ( ) Sim ( ) Não
Qual(is)?
Frontal
60
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Biotipo cutâneo
1- Hidratação: ( ) Hidratada ( ) Desidratada
2- Grau de oleosidade:
( ) Seca/alípica ( ) Oleosa/lipídica ( ) Mista
3- Espessura:
( ) Espessa ( ) Fina ( ) Muito Fina
4- Sensibilidade: ( ) Sensível ( ) Resistente
5- Pigmentação: ( ) Pigmentada ( ) Não pigmentada
6- Envelhecimento ( ) Enrugada ( ) Firme
61
Unidade I
Doenças inflamatórias
Eczema ( ) Psoríase ( )
Presença de pelos-nevus
Hipertricose ( ) Hirsutismo ( )
Regiões
Buço ( ) Pescoço ( ) Face ( )
62
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Regiões (complete com o n. correspondente à cor da análise da lâmpada de Wood encontrada na região, se for mais de uma
anote.)
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
63
Unidade I
A avaliação deve ser realizada na primeira sessão de atendimento e os dados devem ser registrados na
ficha de avaliação, instrumento utilizado pelos profissionais da área da saúde para coletar informações.
Cada profissão tem suas especificidades que devem ser comtempladas nesse instrumento. Vamos
compreender como utilizar a ficha e realizar a avaliação facial.
Anamnese ou entrevista
A anamnese ou entrevista é a primeira parte da avaliação e tem como objetivo conhecer a história
e estabelecer o contato inicial entre o cliente e o profissional de estética.
As perguntas realizadas na avaliação devem ser objetivas, para que a resposta seja breve e clara e
forneça informações e detalhes necessários para compor e contribuir com o diagnóstico estético.
Esse é o primeiro contato entre você, profissional da estética, e o seu cliente, estabeleça contato
visual, vai contribuir para passar confiança ao cliente. Realize a avaliação em ambiente reservado e ouça
com atenção as respostas do cliente. Nesse momento, muitas dúvidas do cliente serão esclarecidas e
ele trará informações importantes a respeito do motivo pela procura do tratamento (PEREIRA, 2013;
DAL GOBBO, 2010).
64
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Ao preencher a ficha de avaliação, você irá registrar todos os dados pessoais do cliente, como
nome, endereço, telefone, data de nascimento, sexo, profissão, estado civil, entre outros. O profissional
de estética não deve deixar o cliente sozinho preenchendo a ficha, pois algumas questões devem ser
explicadas, para que ele compreenda a pergunta e a relevância em responder. Muitas vezes o cliente
pode optar por não responder algumas questões, o que pode repercutir nos resultados do tratamento.
Um dado importante que deve constar na ficha de avaliação é a informação de quem deve ser
avisado em caso de emergência, nome e telefone de um familiar e do médico etc. (BORGES, 2016; DAL
GOBBO, 2010; LACRIMANTI; VASCONCELOS; PEREZ, 2014).
A próxima etapa da avaliação será registrar e compreender o histórico do cliente. Nessa etapa,
iremos registrar a sua queixa principal, hábitos e histórico médico.
Queixa principal
Nessa parte da avaliação, o cliente irá te apontar o motivo pelo qual ele te procurou. A pergunta
deve ser direta, como, por exemplo: qual o motivo da sua consulta? Ou ainda: o que mais te incomoda?
O registro da resposta pelo profissional deve ser feito com as mesmas palavras que o cliente usou, faça
isso anotando entre aspas.
Módulo II – Histórico
Queixa principal
Queixa principal: “O que mais me incomoda são os cravos no nariz e na bochecha”
História da queixa principal: após a menarca, houve o aumento da oleosidade da pele e dos comedões
É importante ouvir e reconhecer a queixa principal, deixe o cliente falar o que está incomodando. Às
vezes, com o nosso olhar clínico, identificamos outras alterações estéticas mais evidentes, porém não é
a alteração que está incomodando o cliente.
Nesse momento, iniciamos a parte da anamnese, na qual você irá registrar os dados relacionados à
saúde do cliente.
As informações sobre os hábitos pessoais são fundamentais, você irá compreender a importância
de cada uma dessas informações, elas interferem diretamente na saúde e impactam os resultados do
tratamento estético.
65
Unidade I
Muitas funções do nosso organismo são realizadas com ritmicidade circadiana, ou seja, têm um ritmo
para acontecer ao longo do dia. O ritmo das atividades fisiológicas do organismo pode ser influenciado
pelo exercício físico, como, por exemplo, os níveis de alguns hormônios e o ciclo do sono. Atividade física
realizada muito à noite atrasa o ciclo do sono, enquanto atividade realizada ao longo do dia contribui
para a regularização do ciclo do sono.
Durante a prática da atividade física, ocorre diminuição de cortisol, hormônio que está relacionado
a estresse e ativação das glândulas sebáceas, alterações das fibras colágenas e elásticas entre outras
funções fisiológicas do nosso organismo. Também ocorre o aumento de endorfinas neurotransmissoras
envolvidas nas vias neurais de prazer e bem-estar, esse neurotransmissor contribui com a saúde mental
e diminuição do estresse.
E para finalizar a importância sobre essa informação, vamos destacar que durante a prática da
atividade física ocorre aumento da circulação sanguínea, o que contribui para melhora das funções
celulares e para o aumento da temperatura corporal, e essa alteração facilita o disparo do início do sono
(BUENO; GOUVÊA, 2011).
Ingestão de água
Cerca de 60% do nosso corpo é composto por água. Ela é essencial para os resultados de diversos
tratamentos estéticos, como tratamentos que utilizam o equipamento de radiofrequência. A pele
hidratada tem maior capacidade de permeação de princípios ativos e os resultados do tratamento
estéticos são mais duradouros.
Pode promover a retenção de líquido, a desidratação do tecido cutâneo e o aumento de radicais livres.
Altera a produção de enzimas e estimula a formação de radicais livres, que causam o envelhecimento. A
exceção à regra é o vinho tinto, que, se consumido moderadamente, têm ação antirradicais livres, pois é
rico em flavonoides, um potente antioxidante (VIEIRA, 2007).
Tabagismo
A atrofia cutânea, a palidez e a alteração da coloração da pele, que pode se apresentar acinzentada
ou amarelada, são manifestações que estão relacionadas ao tabagismo, pois as substâncias presentes
no cigarro promovem vasoconstrição e consequentemente gera diminuição do fluxo sanguíneo e
redução da oxigenação cutânea, o que faz com que a pele se torne mais desvitalizada, desidratada
com alteração do metabolismo local, além de promover aumento dos níveis de radicais livres e
substâncias tóxicas, o que acelera o envelhecimento cutâneo da pele (PARIENTI, 2001; FILHO, 2007;
BORGES, 2016).
66
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Exposição solar
Saber qual é o hábito de exposição solar do cliente é muito importante quando estamos realizando
tratamentos faciais. Algumas pessoas, por motivos de gosto pessoal ou até profissionais, como um
atleta que treina ao ar livre, não conseguem interromper a exposição solar durante a realização do
tratamento estético. Como alguns procedimentos contraindicam a exposição solar, pode desencadear
efeitos colaterais como manchas hipercrômicas.
Sono
O sono é regulado pela liberação da melatonina, um hormônio cuja secreção é influenciada pela
presença ou ausência de luz. O ser humano, apesar da liberdade nas suas escolhas, fisiologicamente
tem seu organismo preparado para dormir ao anoitecer e se manter acordado durante o dia, assim,
a liberação da melatonina inicia ao anoitecer e atinge o pico por volta da meia-noite, ao longo da
noite ocorre a diminuição dos níveis da melatonina e a pessoa está pronta para despertar. Quando em
situações de equilíbrio, na qual a pessoa dorme bem e em horários adequados, ela se deita e adormece
sem dificuldade, tem bom sono e acorda sem sonolência.
O total de horas em que se dorme pode estar relacionado à disposição geral e, de certa forma, ao
aspecto da pele. A recuperação das células epiteliais, regulação do sistema imunológico e a revitalização
cutânea ocorrem durante o sono (PARIENTI, 2001).
Alimentação
A informação sobre a alimentação do cliente para a estética facial é muito importante, uma vez
que o consumo de açúcares promove o processo de glicação do colágeno, que é um processo que
provoca o enrijecimento da fibra colágena. Na pele, seu efeito é percebido com a perda da elasticidade
e firmeza da derme, causando flacidez e favorecendo o envelhecimento da pele. Restrições alimentares
também podem impactar a saúde da pele do cliente. Enquanto a alimentação rica em oligoelementos e
vitaminas, como o ácido ascórbico, zinco, caroteno, tocoferol ou vitamina D, atenua a inflamação, atua
na preservação de rugas e estimulação da função imune do tecido cutâneo. Pode ser necessário indicar
acompanhamento com o nutricionista (ADDOR, 2011).
Essas informações são importantes, pois algum tratamento ou medicamento pode contraindicar
o tratamento estético ou algum recurso em particular, como por exemplo o uso de medicamentos
fotossensibilizantes contraindicam a realização de tratamento por fototerapia, ou seja, se o cliente
que apresenta acne está realizando tratamento com medicamentos fotossensibilizantes, a pele ficará
sensível à luz e radiações, assim o tratamento estético com luz LED ou laser está contraindicado.
67
Unidade I
Se o profissional da estética não tem conhecimento dessas informações e utiliza esse recurso, pode
ocorrer o desenvolvimento de manchas em decorrência do tratamento por fototerapia.
Lentes
Saber se o cliente usa lentes de contato é muito importante quando estamos falando de tratamentos
que serão realizados na face, pois manipulamos a região dos olhos, utilizamos recursos que promovem
aquecimento, como o uso do vapor de ozônio ou da máscara térmica, que podem contribuir para a
ocorrência de algum acidente durante o atendimento. Explique e oriente o seu cliente a retirar as lentes
antes de iniciar o tratamento.
Os dados ginecológicos, tratamentos e disfunções hormonais bem como a gestação são informações
que merecem muita atenção por parte do esteticista, os hormônios influenciam a atividade das glândulas
sebáceas e pode estar associado ao quadro de acne, tanto no adolescente, período que ocorre intensas
alterações hormonais, mas também no adulto, por medicamento ou por condições clínicas como na
presença de cistos ovarianos nas mulheres.
As alterações relacionadas à diminuição dos níveis hormonais, como ocorre no período do climatério,
também impactam na saúde e estado da pele, e essas informações devem ser levadas em consideração.
Gestação é um período que a mulher apresenta aumento dos hormônios e pode impactar no
desenvolvimento da acne e de manchas hipercrômicas. Também é um período no qual muitos princípios
ativos e equipamentos de eletroterapia são contraindicados. É fundamental saber se a cliente está
grávida ou se pretende engravidar.
Diabetes
A pessoa que tem diabetes apresenta dificuldade de cicatrização, alteração de sensibilidade nas
extremidades dos membros, principalmente nos pés, mas não se tem muito claro se essa condição
também está presente em outras áreas do corpo, também apresentam a pele muito ressecada.
Essa informação sobre a saúde do cliente é muito importante, nesse caso deve-se ter especial
atenção para a escolha e realização dos procedimentos, como já foi mencionado, a pessoa pode
apresentar dificuldades de cicatrização logo, deve-se tomar cuidado com procedimentos. Atenção ao
usar agulhas, procedimentos de microdermoabrasão ou esfoliação demasiada da região, aquecimento,
evitando intercorrências. Em contrapartida privilegie os procedimentos que promovam a hidratação da
pele (BARBOSA; OLIVEIRA; SEARA, 2008).
68
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Tratamentos estéticos que foram ou estão sendo realizados pelo cliente também devem ser anotados.
São informações extremamente importantes, pois algum tratamento que ele esteja realizando pode
interferir nos resultados do tratamento estético e até mesmo contraindicar o tratamento nesse momento.
Podemos mencionar o uso de creme noturno com ácido prescrito pelo dermatologista, a pele fica
sensível e contraindica o tratamento com recursos que promovam calor ou um protocolo com ácidos
para o tratamento de manchas. Saber o que seu cliente já fez pode ajudar a entender como a pele
e o corpo reagirão ao tratamento. É uma informação a mais para contribuir com a elaboração do
programa de tratamento desse cliente.
Auxilia o profissional esteticista a decidir os recursos e cosméticos que irão compor o tratamento.
Também traz a informação de qual ou quais produtos devem ser indicados para o cuidado domiciliar,
complementando o tratamento realizado pelo profissional e contribuindo para a manutenção da saúde
da pele do cliente.
• Qual a rotina alimentar? Faz algum tipo de dieta ou tem alguma restrição alimentar?
• Fuma?
Outro fator importante nessa etapa é explicar ao cliente como funcionam os procedimentos estéticos
e a importância da periodização das sessões. Deve ficar claro que o resultado também depende do
comparecimento assíduo às sessões e o comprometimento com as orientações e cuidados domiciliares.
Após realizar toda a entrevista, você irá iniciar o exame físico, terceiro módulo de avaliação da
pele, então conduza o seu cliente para a área de atendimento.
Nela os equipamentos, produtos e insumos necessários para o atendimento devem estar preparados
para o uso.
Antes de acomodar o seu cliente na maca, para o exame físico, realize o registro fotográfico.
69
Unidade I
Solicite que todos os acessórios como brincos e colares sejam retirados, assim a região que será
tratada ficará livre e as chances de ocorrerem acidentes, como o esteticista enganchar no brinco da
cliente ou até mesmo o aquecimento de acessórios em metal acontecer.
Vista a touca descartável no cliente e posicione um campo (toalha ou TNT) sobre a região abaixo do
colo, deixando essa área livre para o atendimento.
Para essa etapa higienize suas mãos, é necessário a lavagens das mãos antes de calçar as luvas de
procedimento. O uso da máscara e do escudo protetor para face são obrigatórios durante o período
todo de atendimento.
Realize a higienização e demaquilagem da face preparando para o próximo passo, que é o registro
fotográfico que ocorrerá antes de iniciar o exame físico por inspeção e palpação.
• algodão/gaze;
• luvas;
• lenço de papel;
• demaquilante/água micelar;
70
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
• Caso a cliente esteja de maquiagem, inicie pela área dos olhos removendo-a.
• Aplique o produto no algodão e com movimentos suaves remova os resíduos, algumas vezes;
dependendo do tipo de maquiagem você deverá repetir o procedimento até a completa
remoção dos resíduos.
• Na sequência aplique uma pequena quantidade de loção de limpeza ou outro produto (gel ou
sabonete) para a higienização da face de acordo com o biotipo cutâneo do cliente (leia o rótulo de
instruções do produto selecionado, os sabonetes devem ser aplicados com a pele umedecida com
água); as emulsões podem ser aplicadas diretamente na pele e com as pontas dos dedos realize
movimentos circulares por toda face, pescoço e colo.
• Remova com algodão umedecido em água, inicie pela região frontal, posicione suas mãos
na região central e deslize para as laterais, vire o algodão e realize o mesmo procedimento na
próxima região até completar toda a face.
• Seque com lenço de papel, para isso realize suave pressão sobre a face, não arraste ou friccione,
para não irritar a pele.
B C
Figura 46 – Preparação da pele para avaliação: A) higienização da área que será tratada com loção de limpeza,
gel ou sabonete facial de acordo com o biotipo cutâneo do cliente; B) umedecer algodão em água;
C) remoção do produto da higienização com algodão umedecido em água;
D) secar a pele com lenço de papel descartável com suaves pressões
71
Unidade I
Observação
Saber quais são os produtos que o cliente já usa é fundamental para
você, esteticista, indicar quais são os produtos que devem ser inseridos no
cuidado diário de forma personalizada.
Vamos iniciar o módulo III da avaliação, que consiste na avaliação da pele propriamente dita,
inicialmente vamos realizar o registro fotográfico da área que será tratada, no caso toda a região facial,
e se necessário você pode realizar o registro de alguma área específica da face.
Na ficha de avaliação, deve haver o espaço reservado para inserir o registro frontal e lateral,
direito e esquerdo do paciente no início do tratamento e repetir o processo ao final do tratamento.
Esse recurso irá contribuir para o acompanhamento do andamento do tratamento pelo profissional,
bem como para a demonstração e ciência da evolução do tratamento pelo cliente.
É preciso padronizar o processo para que o registro fotográfico possa ser utilizado como documento
para comparação, caso contrário, fotos tiradas de forma aleatória comprometem esse método de
avaliação. Vamos acompanhar o passo a passo a seguir.
Fundo
Para realizar o registro, selecione uma área com uma parede que tenha um fundo neutro, sem quadros
ou outros acessórios que possam confundir a atenção do avaliador por conter muitas informações.
Borges (2006) orienta que o fundo deve ser neutro e de cor homogênea e que a cor azul-marinho é
adequada para registros fotográficos de todos os fototipos.
Você pode ter uma parede pintada ou um lençol que funcione como uma cortina, uma outra ideia é
usar a porta para pendurar o lençol e usar como fundo para realizar os registros de forma padronizada.
72
TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Tripés e suporte
Utilize o tripé ou o suporte para câmera, esse recurso é bastante interessante pois possibilita a
reprodução da foto garantindo que consiga realizar na mesma altura e ângulo. Esse recurso também
garante maior estabilidade durante o registro fotográfico, evitando fotos tremidas.
Posição do cliente
O cliente pode estar sentado ou em pé, bem próximo ao fundo com a coluna reta. Solicite que ele
olhe para frente sem inclinar a cabeça, dessa forma ele deve permanecer em posição neutra, o que
contribui para que o registro fotográfico retrate a realidade. Em registros fotográficos sem padronização,
ou seja, quando não se preocupa com o posicionamento do cliente pode ocorrer divergência da avaliação e
acompanhamento do tratamento. Vejamos o exemplo, se o cliente realizou a flexão do pescoço na hora
do registro, na análise pela imagem pode dar a entender que o paciente apresenta gordura na região
submandibular e na avaliação pessoalmente o cliente não apresenta essa disfunção.
Pode ser necessário realizar o registro fotográfico de frente e de perfil, nessas situações fotografe
primeiro o cliente de perfil, mantenha o posicionamento do cliente, o mesmo distanciamento e faça
a imagem frontal.
O próximo ponto que merece atenção é a distância, para fotos nas quais você vai registrar a face
toda a câmera deve estar posicionada de 10 cm a 1 m de distância, assim será possível enquadrar a
face, toda, quando for o caso de registros pontuais, a câmera deve ser posicionada a 2 ou 6 cm de
distância (BORGES, 2006).
Figura 48 – Uso do tripé com a câmera a 10 cm de distância da face para enquadrá-la toda
73
Unidade I
Ângulo
Enquadramento
Em relação ao enquadramento vamos usar a regra dos terços. Divida o visor da câmera com duas
linhas imaginárias na vertical e duas linhas na horizontal, você terá a tela dividida em nove partes.
O objetivo é posicionar no terço central o foco do seu interesse, as intersecções das linhas serão os
limitadores, representam os locais que, ao enquadrar a fotografia, os elementos da imagem ficam
distribuídos de forma harmoniosa. No caso da face, distribua a região que será fotografada de forma
uniforme pela tela da câmera (BORGES, 2006).
Agora, sim. Acomode o(a) cliente confortavelmente; ele(a) irá permanecer nessa posição durante
o tempo do procedimento. Tenha sempre coxins (almofadas encapadas com material de fácil assepsia)
para auxiliar no posicionamento do cliente.
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TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
A fim de realizar a avaliação estética facial, podemos utilizar equipamentos para auxiliar nessa
inspeção da pele, contribuindo para a observação de detalhes e lesões que muitas vezes não estarão tão
notórias na inspeção a olho nu.
Os instrumentos que podem e devem ser utilizados no procedimento de avaliação e diagnóstico das
alterações estéticas faciais são os apresentados a seguir.
A lupa tem característica de dioptria, que é o poder de refração semelhante ao conhecido em óculos
de grau, assim quando olhamos através da lupa, ela poderá aumentar em até 10x o tamanho da lesão,
facilitando muitas vezes a diferenciação de um comedões de um nevo, você pode optar em utilizar a
lupa de mesa, com tripé ou de pala.
Utilize esse recurso para analisar a pele, identificar as lesões elementares presente e realizar
as extrações.
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Unidade I
Dermatoscópio
Método não invasivo do exame clínico, colaborando para o diagnóstico das lesões elementares
presentes, bem como a análise da evolução do tratamento, formando um banco de dados do cliente. Ele
pode ser um equipamento de bancada ou portátil, tendência que facilita o trabalho do esteticista que
muitas vezes é domiciliar.
Existem equipamentos portáteis que aumentam em 10x a área avaliada e alguns ainda permitem
ser acoplados ao celular ou ao computador, facilitando o registro da imagem.
Em relação ao equipamento tradicional, ele possui uma potente lente que permite o aumento entre
6x a 400x o tamanho real de uma área (FEE et al., 2019).
Saiba mais
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TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Lâmpada de Wood
A lâmpada de Wood, também conhecida como luz negra, é um instrumento utilizado como método
diagnóstico auxiliar por meio da identificação da fluorescência da pele. Esse recurso será muito útil
para a avaliação de distúrbios da pigmentação (hipo/hiperpigmentação), delimitação dos limites e
características das lesões, bem como a desidratação da pele, hiperqueratinização (espessamento da
camada córnea), comedões e oleosidade.
Use esse recurso para evidenciar possíveis lesões subclínicas, que na inspeção a olho nu não se
destacam, mas sobressaem sob a fluorescência do equipamento, ou realizar o diagnóstico diferencial,
como é o caso do melasma epidérmico que é mais superficial, do melasma dérmico, localizado mais
profundamente no tecido (HAMMERSCHMIDT et al., 2012; VEASEY; MIGUEL; BEDRIKOW, 2017).
Para utilizar esse recurso e realizar uma avaliação mais apurada das lesões e alterações presentes na
pele, siga as orientações a seguir:
• caso não seja uma lâmpada de cabine devemos realizar essa parte da avaliação em ambiente
escuro, apague as luzes;
• lupa posicionada a 20-25 cm da pele, deve ficar próximo da pele, mas não tocá-la (pode
ocorre queimadura);
• para proteção, cubra os olhos do cliente com algodão ou óculos para fototerapia;
Quando você realizar o exame com a lâmpada de Wood, deve ficar atento com as imagens que
visualiza, são informações nem sempre tão precisas e é necessário treinar o olhar, o que torna o uso
desse recurso uma tarefa mais fidedigna.
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Unidade I
O diagnóstico das lesões em luz branca é indispensável, bem como a utilização de lupa e da
inspeção a olho nu.
Resumo
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TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Exercícios
Questão 1. O sistema tegumentar é constituído pela pele e pelos anexos. Por ser o principal alvo
das intervenções estéticas, é necessário conhecer sua estrutura de maneira detalhada. A respeito das
características morfológicas e funcionais da pele, avalie as afirmativas a seguir.
III – A derme é constituída por tecido conjuntivo propriamente dito, cujo principal tipo celular é
o fibroblasto, responsável pela síntese de proteínas da matriz extracelular. Com a idade, observa-se
aumento do número de fibroblastos, o que resulta em perda da elasticidade cutânea devido ao acúmulo
de proteínas extracelulares.
A) I e II.
B) II e III.
C) I e III.
D) II e IV.
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Unidade I
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o queratinócito não é o único tipo celular presente na epiderme. Nesse tecido também
são encontrados melanócitos (5% a 10% do total de células da epiderme e são responsáveis pela
pigmentação da pele) e células de Langerhans (2% a 8% do total de células da epiderme e são células
de defesa). É importante reconhecermos esses diferentes tipos celulares, uma vez que as intervenções
estéticas são realizadas a partir da epiderme. Quanto à penetração dos princípios ativos, de fato, a
queratina presente na membrana dos queratinócitos dificulta esse processo, principalmente em relação
às moléculas mais hidrossolúveis. Os princípios ativos mais lipossolúveis, no entanto, conseguem
atravessar essa barreira facilmente.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: o estrato córneo é a camada mais superficial da pele. Suas células estão mortas e
apresentam grande quantidade de queratina. É sobre essa camada que atua o peeling, que retira o
excesso de células mortas pelo processo de abrasão e, assim, estimula a renovação celular – processo
pelo qual os queratinócitos presentes em outros estratos da epiderme substituem por abrasão as
células perdidas.
IV – Alternativa correta.
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TÉCNICAS EM ESTÉTICA FACIAL
Análise da questão
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