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A assistência farmacêutica, dentro da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, é parte integrante da Política
Nacional de Saúde, que envolve um conjunto de ações voltadas para promover, proteger e recuperar a saúde da
população
por meio de ações importantes relacionadas ao uso racional de medicamentos.
Essas ações perpassam por uma série de atividades, que vão desde a pesquisa e o desenvolvimento dos
medicamentos até a dispensação destes, com atividades relacionadas também à garantia da qualidade e
análise dos resultados obtidos nos programas vigentes.
Por se tratar de um conjunto bem amplo de ações, torna-se necessária a compreensão desse ciclo da assistência
farmacêutica.
• Conceito
O ciclo da assistência farmacêutica é um complexo de ações que se inter-relacionam e buscam sua integração aos
sistemas de saúde.
Precisamos que a gestão da assistência farmacêutica tenha em suas ações a elaboração e a aplicação de medidas
estruturantes, de modo que a gestão seja caracterizada pelas diretrizes da participação, do controle
social, da
descentralização e da transparência.
Contudo, atualmente, observamos significativo descompasso entre o que é proposto pelas normativas e o que se
observa na realidade, evidenciado pelos indicadores e fatores condicionantes da assistência farmacêutica.
Nesse contexto, a Política Nacional da Assistência Farmacêutica traz que a gestão deve ser descentralizada e
articulada pelos municípios, estados e União, por meio das pactuações na Comissão Intergestora Tripartite (CIT) e
na Comissão Intergestora Bipartite (CIB), responsáveis por definir o financiamento, atualizar os medicamentos
essenciais elencados e estabelecer o ordenamento na forma de acesso aos medicamentos.
Fonte: Shutterstock.
Vale salientar que a gestão da assistência farmacêutica contemporânea trabalha com foco nas pessoas que fazem
parte dos processos, e não nos produtos, como era realizado antigamente. Ela atenta mais em como os
profissionais farmacêuticos
colocam-se em relação ao usuário do sistema e o quanto esses medicamentos
precisam estar associados às pessoas.
Para isso, uma ferramenta comumente utilizada na gestão da assistência farmacêutica é o Planejamento
Estratégico Situacional.
O Planejamento Estratégico Situacional auxilia no planejamento e na definição das ações a serem desenvolvidas
para reverter os problemas do cotidiano dos serviços de assistência farmacêutica. Além disso, podem ser
utilizados processos
que apresentam excelentes resultados na gestão da assistência farmacêutica:
A regulação e o monitoramento dos medicamentos e sua articulação com programas estratégicos de saúde.
Quando pensamos em municípios grandes, com alta capacidade de investimento, podemos pressupor que
uma boa gestão que faça uso adequado de seus recursos é capaz de atingir os resultados esperados.
Quando pensamos em municípios menores, que não apresentam capacidade de realizar boas compras e obter
ganhos de escala, ficando, assim, com suas ações mais limitadas, um modelo clássico para se contornar esse
desafio é a formação
de Consórcios Intermunicipais de Saúde.
Outras ações estratégicas também se fazem necessárias para garantir a maior eficiência da assistência
farmacêutica, como as que são empregadas para acompanhar a qualidade dos medicamentos, que passam por
maior rigor na concessão
de medicamentos, realização de permanente inspeção nos estabelecimentos da cadeia
farmacêutica, pós-comercialização, farmacovigilância, monitoramento da propaganda de medicamentos,
investigação e a abertura de canal de denúncia
para uso da população.
Mesmo com todas essas opções estratégicas para se atingir a excelência na assistência farmacêutica, observamos
que muitos dos problemas enfrentados pelos municípios brasileiros ocorrem por debilidade de infraestrutura,
ineficiência
operacional e dificuldade na prestação do atendimento à população.
Fonte: Shutterstock.
Para terminar, podemos considerar que o ciclo da assistência farmacêutica, em todos os seus aspectos de gestão,
operacionais e estratégicos, necessita estar associado no sentido da integralidade das ações nas relações entre as
pessoas que fazem parte desse processo, desde o acolhimento até a dispensação, para que tenhamos um
processo organizado com foco em seus três grandes objetivos, que são a promoção, a proteção e a recuperação
da saúde da população.