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Lesão Renal Aguda
Lesão Renal Aguda
MEDICINA - RELEVÂNCIA A;
Domínios: MD, D, T, GD
Cecil Essentials of Medicine 10.ª ed.
D
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
Mais antigo
Aplicáveis a LRA
Aplicáveis a DRC
Mais recente
Intrínseca: Pós-renal:
Pré-renal:
Afeta um dos constituintes do + comum em idosos com
Causa + comum,
parênquima renal HBP, neoplasias ou
principalmente no
disfunção da bexiga e
ambulatório mas também em (lesão vascular, glomerular, resulta da obstrução do
contexto hospitalar: intersticial ou tubular) fluxo urinário em qualquer
↓ perfusão renal
local do trato urinário
• A causa mais comum de LRA intrínseca é a necrose tubular aguda (NTA), agora
chamada de lesão tubular aguda (LTA) – mais adequada histologicamente
Definição Volume
urinário Um output urinário normal NÃO EXCLUI o
Oligúria <400 mL/dia diagnóstico de LRA
Oligo-anúrica <100 mL/dia
Anúrica < 50 mL/dia
LRA nefrotóxica ou obstrução parcial do
trato urinário
Cálculo de FENa e FEUreia que são melhores indicadores que a concentração urinária de Na+
(<10-20 mEq/L na pré-renal e > 20 mEq/L na NTA)
Excepções na pré-renal (FENA ou FEUreia ↑): Excepções na NTA (FENA ou FEUreia ↓):
• Glicosúria • Pigmentúria
• Alcalose metabólica • Sépsis
• Bicarbonatúria • Agentes de contraste
• Doenças com excreção de Na+ • IC ou Insuf hepática
• DRC
• NTA não oligúrica
• Os testes com radionuclídeos avaliam a presença/ausência de fluxo renal e diferenças entre os rins, e na função
secretora -> utilidade limitada na LRA e baixa acuidade na quantificação absoluta dos fluxos
Novos biomarcadores poderão também distinguir as causas de LRA assim como prever os outcomes
(agravamento da função renal, necessidade de terapêutica de substituição renal, mortalidade
Depleção de volume:
- Lesões estruturais na artéria e árvore renal pode alterar perfusão e promover LRA
pré-renal:
- Ativados mecanismos adaptativos (reflexo miogénico, PGs, NO e produtos do sistema
cinina-calicreína) modificam efeitos dos vasoconstritores na art aferente
MD
S. Cardio-renal (SCR):
Doentes com IC desenvolvem SCR tipo 1 mas também verdadeira LRA pré-renal
(excesso diuréticos ou NTA isquémica ou nefrotóxica)
Diuréticos de ansa
Critérios de diagnóstico:
1. Presença de ascite e cirrose
2. Creatinina > 1.5mg/dL
3. Sem melhoria da função renal em
48h após retirar diuréticos e
administrar albumina
4. Ausência de choque
5. Sem exposição a medicamentos
nefrotóxicos
6. Sem doença do parênquima renal
• Pré-renal : responde a
fluídos ev • NTA: Terapia de
(albumina+SF) suporte com TSR de
necessário
• SHR: Midodrina +
Octreotideo/vasopressina/
terlipressina
Por exemplo
• Vasculites de grandes vasos (arterite Takaysu, de células gigantes) é raríssimo causar LRA
Apresenção labotorial:
Eosinofilia periférica, hipocomplementemia,
↑ da VS e eosinofilúria
Doença por
imuno-complexos
Doença relacionada com
Doença pauci-imune
anti-MBG
Proliferação de células
glomerulares, necrose, infiltração
de PMN e lesão grave, com
formação de crescentes
Anemia hemolítica
microangiopática e
trombocitopenia são
marcos no diagnóstico
Isquémica (50%)
Nefrotóxica +
Nefrotóxica
isquémica
No passado, solventes
orgânicos e metais
pesados (mercúrio,
cádmio, chumbo) eram
causa frequente mas
agora a princial causa são
medicamentos
Fatores de risco:
• DRC (especialmente diabética) Incidência é de 25% mas
• Depleção de volume intravascular atinge os 50% se fatores de
• Idade avançada risco
• Exposição a outras nefrotoxinas
Mecanismos de LRA:
• Lesão tubular isquémica
• Toxicidade direta (inflamação, stress oxidativo, lesão osmótica
celular
Melhor forma de
evitar NTA é prevenir Prescrição adequada, ajuste de
dose, evitar depleção de volume e
monitorizar precocemente
Tratamento:
Rabdomiólise grave (mioglobinúria) ▪ Fluídos ev (HCO3-
o Toxicidade tubular direta (urina ácida) discutível), terapia de
o Depleção de volume suporte e, por vezes,
o Obstrução por cilindros de mioglobina TSR
Hemoglobinúria Tratamento:
▪ Terapia dirigida à
o Formação de espécies reativas de
causa + fluídos ev e
oxigénio
terapia de suporte
o ↓ perfusão renal (inibe síntese NO)
Fármaco Mecanismo
Sulfadiazina Deposição intratubular de cristais com urina
ácida
Aciclovir Deposição após administração rápida de altas
doses
Atazanavir e indinavir Deposição se
contração de volume e pH urina > 5.5
Ciprofloxacina Deposição intratubular de cristais se em doses
excessivas (+ doença renal não conhecida e urina
alcalina)
Metotrexato ou altas Deposição intratubular de cristais
doses de vitamina C
Diagnóstico é baseado na hx
clínica de exposição a um
agente ou uma doença com
produção excessiva de cristais
Causas de NIA
• Agentes microbianos:
Staphylococcus, streptococcus, mycoplasma, difteróides e
legionella
• Vírus
CMV, EBV, HIV, Hantann vírus, parvovírus e rubéola
• Outros agentes:
Riquétsia, leptospira e tuberculose
Sarcoidose
LES
o NIA causada por linfócitos, que
pode-se associar a granulomas não • + comum GN proliferativa (NIA
caseosos pode coexistir mas sozinha é rara)
o Sedimento com leucócitos e cilindros • Deposição de imuno-complexos no
de leucócitos tubulo-interstício
o Corticóides ↓ gravidade mas há risco • Responde a tx citotóxica
de evolução para DRC
• Geralmente resolve com o tratamento mas pode ser necessária irradiação – sempre
importante excluir uropatia obstrutiva por adenopatias
Uropatia obstrutiva
Só se obstrução é bilateral:
• Envolve ambos os rins, ureteres ou a bexiga, ou
unilateral em doente com rim único funcionante
Complicações Tratamento
Acidose metabólica Não tratar a não ser que pH < 7.1 – se não
(comum) responder ao tx, fazer TSR (tal como hipercalémia)
Hipocalcemia (comum) Se assintomática não tratar
Hiperfosfatémia grave Quelantes orais
Anemia Não tratar a não ser que grave, sintomática ou que
contribua para disfunção cardíaca
Conversão de doentes
Medidas gerais: Correção de hipovolémia ou
oligúricos a não oligúricos
hipervolémia, hiponatrémia, hipercalémia,
facilita a abordagem mas
acidose metabólica e hiperfosfatémia.
não melhora o prognóstico
• Indicações emergentes:
• Hipercalémia grave
• Lesão urémica de órgãos (pericardite, Sem valor de ureia definido
convulsões) para início de TSR, devendo-
• Acidose metabólica grave se iniciar antes de
• Sobrecarga de volume grave (edema pulmonar) complicações urémicas
• Anasarca intratável em doentes com zonas de
descontinuidade cutâneas (possível indicação)
Ele tem antecedentes de diabetes mellitus tipo 2 desde há 15 anos, sob insulinoterapia. O doente
tem retinopatia e está em vigilância de nefropatia por albuminúria (KDIGO G1-A3) e hipertensão
arterial. Está medicado com clorotalidona, lisinopril, metformina, ácido acetilsalicílico e insulina.
Mantém a sua medicação habitual no internamento.
Os sinais vitais são temperatura 36,7ºC, frequência cardíaca 78/min, frequência respiratória 19/min
e pressão arterial 139/87 mmHg de pé. Observam-se mucosas normalmente coradas e hidratadas e
anictéricas. Quando se posiciona o doente a 90º não apresenta turgescência venosa jugular. A
auscultação cardíaca revela S1 e S2 presentes, com som galope S3. A auscultação pulmonar revela
crepitações em ambas as bases. O doente apresenta edemas maleolares ligeiros bilateralmente.
Soro Sangue
Creatinina 2,4 mg/dL Hemoglobina 11,5 g/dL
Azoto ureico 54 mg/dL VGM 86 fL
Glucose 110 mg/dL HCM 27 pg/célula
ALT 173 U/L Leucócitos 4 900/mm3
AST 156 U/L Neutrófilos, segmentados 61%
Fosfatase alcalina 122 U/L Linfócitos 26%
Proteína C reativa 1,3 mg/dL Eosinófilos 1%
Sódio 134 mEq/L Plaquetas 165 x 10^9/L
Potássio 5,3 mEq/L
Cloro 101 mEq/L
Urina
Gases Cilindros granulares: Presentes (+++)
pO2 76 mmHg Eritrócitos: Ausentes
pCO2 30 mmHg Leucócitos: Ausentes
pH 7,31 Eosinófilos: Ausentes
Lactatos 1,9 mmol/dL Albumina: Presente (+++)
Nitritos: Ausentes
A. Doença ateroembólica
B. Isquemia
C. Nefrite
D. Nefrotoxina
E. Vasculite