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8904- MÉTODOS DE INTERVENÇÃO FAMILIAR-

CONTEXTO DO IDOSO
CARLA ROCHA

K.FP.414.01
KERIGMA
OBJETIVOS

Reconhecer a importância da composição familiar e do


funcionamento familiar nos cuidados que são prestados ao idoso

Analisar as funções e as necessidades familiares

Analisar a informação obtida pelos diferentes instrumentos de


avaliação de intervenção familiar

KERIGMA
CONTEÚDOS

Composição e estrutura da família


• As diferentes composições e estruturas da família
• Composição e características familiares e o nível de atenção dado ao idoso

Família do idoso com deficiência


• Fatores de risco (social e comunitário)
• Prevenção da negligência
• Abuso e maus tratos à pessoa com deficiência

Interação e funcionamento familiar


• Sistemas familiares funcionais e disfuncionais – APGAR de Família
• Violência intrafamiliar e maus tratos ao idoso
• Esquemas de assistência às famílias em risco

KERIGMA
CONTEÚDOS

Funções da família
• Prover e o cuidar (papéis familiares)
• Declínio das funções familiares dos idosos

Necessidades e recursos da família


• Principais necessidades de uma família que assiste e presta cuidados a um idoso
• Levantamento dos recursos comunitários disponíveis à família
• Ecomapa

Stress familiar
• Processo de cuidar de um idoso – fator de stress
• Análise do stress familiar – instrumento de avaliação (análise da sobrecarga dos cuidadores)

KERIGMA
 O termo "família" é derivado do latim famulus, que
significa "escravo doméstico". Este termo foi criado
na Roma Antiga para designar um novo grupo social
que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas
à agricultura e à escravidão legalizada

 A família (do termo latino familia) é um agrupamento


humano formado por duas ou mais pessoas com
FAMÍLIA ligações biológicas, ancestrais, legais ou afetivas que,
geralmente, vivem ou viveram na mesma casa.[1] Pode
ser formada por pessoas solteiras,
casais heterossexuais, casais homossexuais, entre
outras constituições presentes em diferentes contextos
sociais.[2][3][4] Constitui uma das unidades básicas
da sociedade

1. «What's family?»
2.↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 755.
3.↑ Tapia, Eloisa (13 de agosto de 2012). «O Conceito Jurídico de Família nas Constituições Brasileiras de 1824 à de 1988: Um
Estudo Histórico-Historiográfico». Horizonte Científico. ISSN 1808-3064. Consultado em 15 de setembro de 2019
4.↑ Zinn, Maxine Baca; Eitzen, D. Stanley (1 de janeiro de 1987). Diversity in American families (em inglês). [S.l.]: Harper &
KERIGMA Row. ISBN 9780063673762
•  A  f a m í l i a   é   c o n s i d e r a d a   u m a 
instituição responsável por promover 
a educação dos filhos e influenciar o 
comportamento dos mesmos no 
meio social
• O   p a p e l   d a   f a m í l i a   n o 
desenvolvimento de cada indivíduo 
Família é de fundamental importância
• É   n o   s e i o   f a m i l i a r   q u e   s ã o 
transmitidos os valores morais e 
sociais que servirão de base para o 
processo de socialização da criança, 
b e m   c o m o   a s   t r a d i ç õ e s   e   o s 
costumes perpetuados através de 
gerações
KERIGMA
 As transformações levaram a
alterações na família que
deixou de ser um modelo
tradicional prevalente,
aparecendo novas formas de
Família organização familiar tornando-
se um fenómeno de caráter
global e complexo (Dias, 2000:
82).

KERIGMA
FAMÍLIA

EVOLUÇÃO

NOVAS
NOVOS
CONCEPÇÕES
VALORES
DE FAMILIA

MUDANÇA

KERIGMA
CONSEQUÊNCIAS DA MUDANÇA...

 Novos conceitos de família, novas composições e funções, 
variação nas relações, estabilidade, diferente organização, a 
saída da mulher de casa para trabalhar fora e ter uma 
atividade económica, mesmo não sendo uma alternativa ao 
trabalho de casa, ou participar noutras ações sociais e 
políticas, foram consequências herdadas da mudança

KERIGMA
CONT…

 Ao longo do tempo modificou-se profundamente a estrutura, a


dinâmica da família na sua organização interna, como por exemplo:
diminuição do número médio de filhos, diminuição da fecundidade,
aumento do número de pessoas sós, diminuição das famílias
numerosas, aumento das famílias recompostas, em virtude do
aumento do número de divórcios, aumento das uniões de facto e
uniões livres, e, mais recentemente o aparecimento das famílias
homossexuais
KERIGMA
MODELOS DE FAMÍLIA

Família
Alargada Família
Família Adotiva Nuclear

Famílias

Família
Monoparental
Tipos Recompostas

Famílias Uniões de Facto


Homossexuais

KERIGMA
DIFERENTES TIPOS DE FAMÍLIA

 Os diferentes tipos de família são entidades dinâmicas com a sua


própria identidade, compostas por membros unidos por laços de
sanguinidade, de afetividade ou interesse e que convivem por um
determinado espaço de tempo durante o qual constroem uma
história de vida que é única e irreplicável (Giddens, 1999; 2004;
Amaro, 2006: 71; Alarcão & Relvas, 2002).

KERIGMA
A FAMÍLIA NUCLEAR

É constituída por dois adultos de sexo diferente e os respetivos filhos


biológicos ou adotados, já não é para muitos o modelo de referência,
embora continue a ser o mais presente

KERIGMA
AS UNIÕES DE FACTO
 Trata-se de uma realidade semelhante ao casamento, no entanto não
implica a existência de qualquer contrato escrito

KERIGMA
AS UNIÕES LIVRES

 Não são muito diferentes das uniões de facto, apenas


nestas nunca está presente a ideia de formar família com
contratos

KERIGMA
AS FAMÍLIAS RECOMPOSTAS

 São constituídas por laços conjugais após o divórcio ou separações. É


frequente a existência de filhos de casamentos ou ligações diferentes
ocasionando meios-irmãos

KERIGMA
AS FAMÍLIAS MONOPARENTAIS
•  São compostas pela mãe ou pelo pai e os filhos. São famílias fruto de divórcio, 
viuvez ou da própria opção dos progenitores, mães solteiras, adoção por parte das 
mulheres ou dos homens sós, recurso a técnicas de reprodução

•  O aumento dos divórcios fez aumentar o número deste tipo de famílias já que nesta 
situação os filhos ficam a viver com um dos progenitores. Na maioria das vezes este 
progenitor é a mãe

KERIGMA
FAMÍLIAS HOMOSSEXUAIS
 Constituídas por duas pessoas do mesmo sexo com ou sem filhos

KERIGMA
FAMÍLIA ALARGADA
 A família ampliada, alargada ou extensa (também dita consanguínea)
é uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os
parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações
entre pais e filhos para avós, pais e netos, tios e sobrinhos

KERIGMA
FAMÍLIA ADOTIVA
 Família que adota uma ou mais crianças não consanguíneas, com ou
sem co-habitação de filhos biológicos

KERIGMA
COMPOSIÇÃO E CARATERÍSTICAS
FAMILIARES E O NÍVEL DE ATENÇÃO
DADO AO IDOSO
 A evolução das estruturas familiares é um dos fatores proeminentes
de mudança nas sociedades contemporâneas colocando novos
desafios em termos de necessidades sociais e à organização das
respostas públicas e privadas com vista à promoção do bem-estar
individual e coletivo no processo de envelhecimento

KERIGMA
COMPOSIÇÃO E CARATERÍSTICAS FAMILIARES E O NÍVEL DE
ATENÇÃO DADO AO IDOSO

• Em Portugal, como em muitos países do Mediterrâneo, os familiares (mulheres,


maridos e filhos) formam o grosso dos cuidadores das pessoas idosas com
dificuldades nas atividades da vida diária

• Analisando a evolução nas últimas décadas da estrutura, composição e


dimensão da família portuguesas, observa-se o aumento das famílias
unipessoais e o surgimento de novas formas familiares e conjugais, o que pode
levar a um aumento dos idosos institucionalizados

KERIGMA
COMPOSIÇÃO E CARATERÍSTICAS FAMILIARES E O NÍVEL DE
ATENÇÃO DADO AO IDOSO

 Estas mudanças são sentidas atualmente em famílias de idosos que


experimentaram mudanças no padrão de nupcialidade ainda bem
moderadas, tal facto poderá agravar-se nas famílias futuras, onde as
taxas de divórcios e novos casamentos aumentam e o outros tipos de
família aparecem

KERIGMA
COMPOSIÇÃO E CARATERÍSTICAS FAMILIARES E O NÍVEL DE
ATENÇÃO DADO AO IDOSO

 Vários estudos demonstram que os idosos com 2 ou mais casamentos


ou outras uniões, recebem menores níveis de atenção de cada indivíduo,
isso significa que o cuidado pode ser negativamente influenciado pelas
sucessivas mudanças da estrutura familiar decorrentes do divórcio,
viuvez e novos casamentos

KERIGMA
UMA MANEIRA DE IDENTIFICAR AS DIFERENTES
FORMAS DE CUIDAR FAMILIAR É ATRIBUIR A CADA
INDIVÍDUO UM NÍVEL DE ATENÇÃO FAMILIAR

• Esse nível de atenção deve refletir a realidade da rede de apoio do

idoso como um todo, e não apenas a realidade individual

• Para tanto, utilizamos o seguinte raciocínio: suponhamos que numa

determinada rede social o cuidado de seus membros seja muito


valorizado. Então, é de se esperar que a maior parte dos indivíduos
dessa rede dedique uns aos outros altos níveis de atenção

KERIGMA
AS FUNÇÕES DA FAMÍLIA
 As funções familiares são geralmente aplicáveis a todos os tipos de estruturas familiares,
sendo elas:

KERIGMA
As funções da Família
Ø Geradoras de afeto
O afeto é gerado entre os membros da família
Ø Proporcionadoras de aceitação pessoal e segurança
A família proporciona um lar com estabilidade, que possibilita aos seus
membros desenvolverem-se por si só e á sua própria maneira
Ø Proporcionadoras de satisfação e sentimento de utilidade
Os membros de uma família têm prazer de viver uns com os outros
através de atividades que os satisfaçam

KERIGMA
As funções da Família
Ø Asseguradoras da continuidade das relações

Na maioria dos casos é de esperar que as associações familiares que proporcionam relações
simpáticas e estimulantes sejam duradouras

Ø Proporcionadoras de estabilidade e socialização

A família tem a função de transmitir a cultura de uma geração para a seguinte, preparando os
seus membros para os lugares na hierarquia social

KERIGMA
As funções da Família
Ø Impositoras da autoridade e do sentimento do que é correto

É no seio familiar que os seus membros aprendem em primeiro lugar as


regras, os direitos, as obrigações e as características das sociedades
humanas

KERIGMA
A FAMÍLIA DO IDOSO COM
DEFICIÊNCIA
Segundo um estudo realizado por Amaral e Vicente (2000) o grau de dependência é tanto maior
quanto mais elevado o grupo etário, sendo o sexo feminino mais dependente que o masculino

KERIGMA
CONCEITO DE DEPENDÊNCIA
 Os mesmos autores: Amaral e Vicente (2000:25) referem que o
conceito de dependência é definido, segundo o Grupo Multidisciplinar
do Conselho da Europa, como :

 “A pessoa que por razões ligadas à perda de autonomia física,


psíquica ou intelectual tem necessidade de uma ajuda importante a
fim de realizar necessidades específicas resultantes da realização das
atividades da vida diária”

KERIGMA
CONCEITO DE DEPENDÊNCIA

 A dependência surge quando uma pessoa apresenta uma perda mais


ou menos acentuada da sua autonomia funcional e necessita da ajuda
de outra pessoa. É um processo incapacitante pelo qual uma
determinada condição (aguda ou crónica) afeta a funcionalidade dos
idosos e o desempenho das atividades de vida diárias (Duarte:2007)

KERIGMA
A CAPACIDADE FUNCIONAL
CARACTERIZA-SE…
 Pela capacidade que o indivíduo tem para manter uma vida 
independente e autónoma e está dividida em duas categorias: 

Ø  Atividades Básicas de Vida Diária( AVDs) 

Ø  Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs)

KERIGMA
ATIVIDADES BÁSICAS DE VIDA
DIÁRIA (AVD‘S)
 Correspondem aos “níveis mais graves de deficiência” das 
aptidões físicas, avaliam funções de sobrevivência, tais como, 
alimentar-se, tomar banho, vestir-se, transferir-se de um local a 
outro, controle de esfíncteres

KERIGMA
AS ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA
DIÁRIA (AIVD‘S)

”Estendem-se a problemas mais complexos da vida quotidiana de um


indivíduo menos dependente e baseiam-se em gerir dinheiro, utilizar o
telefone, sair só, fazer compras, etc. Indicador de funções sociais que
amplia os parâmetros explorados pelas escalas AVD‘s”

KERIGMA
 Alcançar a velhice significa que foi possível sobreviver e adaptar-se
aos desafios específicos de outras fases da vida, com mais ou menos
saúde mental e com maior ou melhor bem estar. Significa ter passado
por múltiplas experiências com diversas repercussões do ponto de
vista emocional (Silva, 2005)

KERIGMA
FATORES DE RISCO - COMUNIDADE
Isolamento social:

• Vítima que vive sozinha com o agressor, sendo que ambos mantêm poucos
contatos sociais

• Em contexto institucional, a ausência de apoio familiar e um reduzido


número de visitantes está associado a um maior risco de abuso

• Falta de suporte de sistemas e serviços sociais e comunitários

• Aplicação incorreta e incumprimento da legislação existente

KERIGMA
Fatores de risco - Comunidade
 A nível institucional

• Escassez de recursos materiais e estruturais

• Falta de formação e qualificação e stress dos diferentes

profissionais

• Baixos salários

• Atitudes negativas face ao processo de envelhecimento


KERIGMA
Fatores de risco - Comunidade
 A nível institucional

• Falta de consideração pela singularidade de cada idoso (desrespeito pela

sua autonomia

• Cuidados não personalizados

• Obstinação diagnóstica e/ou terapêutica, etc.)

• Inexistência de protocolos de intervenção em situações de maus-tratos

KERIGMA
FATORES DE RISCO - SOCIAIS
 Idadismo - Discriminação baseada em critérios de idade

 Outras formas de discriminação - sexismo e racismo

 Po l í t i c a s s o c i o e c o n ó m i c a s q u e p r o m o v a m e a c e n t u e m a s

desigualdades existentes entre os diversos grupos etários

 Fatores culturais - existência de normas culturais e sociais que sejam

tolerantes com a violência, encarando-a como normal e aceitável

KERIGMA
PREVENÇÃO DE NEGLIGÊNCIA

 A prevenção deve ser considerada um elemento


chave no combate aos maus-tratos a idosos,
constituindo a primeira etapa de qualquer medida
interventiva

KERIGMA
Prevenção de negligência

 A dimensão preventiva implica toda a estrutura


social, nomeadamente idosos e seus familiares,
profissionais de saúde, organizações sanitárias,
serviços sociais e outros

KERIGMA
PREVENÇÃO PRIMORDIAL

 Qualquer medida preventiva deve começar com a


promoção de atitudes sociais positivas que gerem
um clima social que minimize o risco de maus-tratos
e que promova o bem-estar geral

KERIGMA
PREVENÇÃO PRIMORDIAL TEM POR
OBJETIVO

 Evitar a aparição e consolidação de padrões de vida


social, económica e cultural que contribuam para o
aumento desta situação

KERIGMA
DESTE MODO, CONSIDERA-SE QUE SÃO TRÊS AS
FRENTES EM QUE UM PROGRAMA DE
PREVENÇÃO PRIMORDIAL DEVE ATUAR:
• Informação (meios de comunicação e programas nas
escolas)

• A formação de profissionais

• Políticas Institucionais

KERIGMA
INFORMAÇÃO EDUCACIONAL ATRAVÉS DOS
MEIOS DE COMUNICAÇÃO

• Através dos meios de comunicação – Com programas de rádio e


televisão, emitidos nas horas de maior audiência, que transmitam
imagens positivas dos idosos

• Eliminar estereótipos e atitudes idadistas, através da inclusão de


mensagens positivas acerca do processo de envelhecimento em
campanhas publicitárias

KERIGMA
A INFORMAÇÃO EDUCACIONAL ATRAVÉS
DAS ESCOLAS

• Com programas na escola, é importante: incluir numa disciplina temas como o


envelhecimento, o ciclo de vida, a doença, a perda de capacidades, a tolerância,
entre outros

• Analisar com os alunos os mitos e estereótipos associados à idade, reprovando e


erradicando o uso de determinada linguagem e de expressões degradantes
relativamente aos idosos

• Organizar encontros educativos entre idosos e crianças, de modo a promover a


solidariedade e a convivência intergeracional
KERIGMA
A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

• Conhecimento das necessidades específicas das pessoas


idosas, com especial atenção a situações de dependência,
sendo fulcral que estes recebam formação geriátrica e
gerontológica, mais especificamente sobre o fenómeno dos
maus-tratos

KERIGMA
A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

• Consciencialização de que os maus-tratos são reais e não fictícios e


de que a sua negação impede a dinâmica preventiva

• Inclusão desta problemática nos currículos de graduação, pós-


graduação e formação contínua

KERIGMA
AS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS

 Em relação à planificação gerontológica e à assistência geriátrica


devem contemplar o âmbito jurídico, assistencial e social

Ø Âmbito jurídico:

 Incluem-se a vigilância do cumprimento das leis existentes e o


desenvolvimento de normas jurídicas que protejam os idosos,
sobretudo aqueles com deficiências físicas e psicológicas

KERIGMA
AS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS

Ø Âmbito assistencial

• Desenvolvimento de programas que promovam o envelhecimento


ativo

• Investimento em serviços de cuidados domiciliários, tratamentos


de reabilitação, entre outros, que melhorem a qualidade de vida e
fomentem a independência dos idosos

KERIGMA
AS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS

Ø Âmbito assistencial

• Aumento da oferta de lugares em residências e centros de dia, de


boa qualidade, para pessoas idosas, coordenados por profissionais
credenciados

• Criação e desenvolvimento de protocolos com diversas entidades


com vista à prevenção de maus-tratos a pessoas idosas

KERIGMA
AS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS
Ø Âmbito Social

• Desenvolvimento de programas que fomentem as relações sociais

dos idosos, oferecendo-lhes informação e aconselhamento

• Incremento de sistemas que permitam eliminar as barreiras

arquitetónicas e a adaptação das suas casas às suas necessidades,

facilitando o ingresso temporário dos mesmos em instituições

enquanto durarem as obras


KERIGMA
AS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS
Ø Âmbito Social

• Facilitar o alojamento alternativo dos idosos em situações de

carência permanente de cuidados

• Criação e divulgação de linhas de apoio a idosos

• Coordenação das ações das diferentes entidades e departamentos,

de modo a que não haja duplicação nem falha dos serviços

prestados a idosos
KERIGMA
PREVENÇÃO PRIMÁRIA

 Tem por objetivo evitar o surgimento de casos de


maus-tratos a idosos, através do controlo das causas
e dos fatores de risco

KERIGMA
EM SUMA A PREVENÇÃO PRIMÁRIA
CONSISTE EM…..

Ø Atos destinados a evitar o aparecimento de maus-tratos através do

controlo das causas e dos fatores de risco:

• Informação/Ações de sensibilização

• Formação aos cuidadores

• Promoção de um envelhecimento ativo

KERIGMA
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

 A prevenção secundária pretende reduzir a prevalência dos maus-


tratos mediante a deteção precoce dos casos ocultos e a intervenção
precoce que evite as consequências mais graves e a reincidência deste
fenómeno

KERIGMA
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
ATRAVÉS…

 Dos profissionais de saúde, mais concretamente os de atenção


primária, encontrando-se numa posição privilegiada no que diz
respeito à deteção dos maus-tratos

KERIGMA
EM SUMA A PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
CONSISTE EM….

Ø Atos destinados a diminuir a prevalência de maus-tratos mediante a

deteção e a intervenção precoce de forma a evitar consequências

mais graves e a reincidência:

• Identificação e deteção de fatores de risco do idoso e do cuidador

• Apoio aos cuidadores

• Formação continuada a cuidadores

KERIGMA
INTERAÇÃO E FUNCIONAMENTO FAMILIAR

Ø Sistemas familiares funcionais e disfuncionais – APGAR de Família

Ø A funcionalidade familiar pode ser avaliada através de um


instrumento designado por Apgar Familiar, que permite mensurar a
satisfação de um membro da família relativamente à assistência que
lhe é dispensada pelos restantes membros dessa família

KERIGMA
SISTEMAS FAMILIARES FUNCIONAIS E DISFUNCIONAIS
– APGAR DE FAMÍLIA

Ø O modo como os membros da família interagem entre si e com os


outros leva a que as famílias possam ser consideradas funcionais e
disfuncionais

Ø A família constitui o principal sistema de suporte do idoso, apesar das


dificuldades vivenciadas na contemporaneidade

KERIGMA
SISTEMAS FAMILIARES FUNCIONAIS E DISFUNCIONAIS
– APGAR DE FAMÍLIA

Ø A família ao não ser capaz de responder às solicitações dos seus


idosos opta por delegar este tipo de funções e por tal razão surgem as
instituições vocacionadas para o acolhimento de idosos

KERIGMA
ESCALA DE APGAR FAMILIAR

Ø É uma escala elaborada por Smilkstein em 1978 (Smilkstein,


Ashworth e Montano, 1982), sendo constituída por cinco questões
que quantificam a perceção que o indivíduo inquirido tem do
funcionamento da sua família

Ø Esta escala permite caracterizar os componentes fundamentais da


função familiar em:

KERIGMA
ESCALA DE APGAR FAMILIAR

• Adaptação (Adaptability) intrafamiliar – alude à utilização dos


recursos, dentro e fora da família, para solução dos problemas que
ameaçam o equilíbrio da mesma, durante uma crise

• Participação/comunicação (Partnertship) – referente à partilha


da tomada de decisões e das responsabilidades pelos membros da
família

KERIGMA
Escala de Apgar Familiar

• Crescimento/desenvolvimento (Growth) – compreende a


maturidade física, psíquica, emocional e realização conseguida pelos
membros da família, através de um mútuo apoio e orientação

• Afeto (Affection) – existência de relações de cuidados ou ternura


entre os membros da família

KERIGMA
Escala de Apgar Familiar

• Resolução/dedicação ou decisão (Resolve) – Reflecte o


compromisso tomado de dedicar tempo a outros membros da família,
encorajando-os física e emocionalmente. O que implica também uma
decisão na partilha de bens e espaço

KERIGMA
Escala de Apgar Familiar
Ø Cada questão permite três tipos de resposta:

• “QUASE SEMPRE”

• “ALGUMAS VEZES”

• “QUASE NUNCA”

Ø Sendo as cotações de 2, 1 e 0 pontos, respetivamente

Ø O resultado final da escala obtém-se pela soma das pontuações atribuídas a cada uma
das questões e varia entre zero (0) e dez (10) pontos
KERIGMA
Escala de Apgar Familiar

Ø O total das pontuações permite classificar o tipo de relação familiar:

• De 7 a 10 pontos sugere uma família altamente funcional

• De 4 a 6 pontos sugere uma família com disfunção leve

• De 0 a 3 pontos sugere uma família com disfunção severa

KERIGMA
NECESSIDADES E RECURSOS DA
FAMÍLIA
 Os prestadores de cuidados a familiares durante longos períodos, sofrem
frequentemente de alterações adversas em várias e importantes áreas da
sua vida, por um lado, porque lhe é pedido que mantenha as funções
anteriores à doença acrescidas de novas tarefas, que não são só as do
cuidar, mas também de assumir papeis e responsabilidades que
anteriormente eram do doente, por outro lado, porque o cuidador
informal tende a valorizar em primeiro lugar as necessidades da pessoa
que cuida, deixando para segundo plano as suas próprias carências (Brito,
KERIGMA 2002)
NECESSIDADES E RECURSOS DA
FAMÍLIA
 Desta forma, pode afirmar-se que o desempenho deste papel
“interfere com aspetos da vida pessoal, familiar e social dos familiares
cuidadores” que podem manifestar-se em “tensão, constrangimento,
fadiga, frustração, redução de convívio, alteração da autoestima,
entre outros” (Sarmento, Pinto & Monteiro, 2010)

KERIGMA
NECESSIDADES E RECURSOS DA
FAMÍLIA

• Cuidar de um idoso dependente é sem dúvida uma atividade


desgastante, com consequências físicas, emocionais e socioeconómicas
para o cuidador

• As consequências são ainda mais acentuadas se o cuidador não tem


conhecimentos, habilidades ou o apoio suficientes para prestar
efetivamente esses cuidados, como sucede no caso dos prestadores de
cuidados familiares no domicílio

KERIGMA
NECESSIDADES E RECURSOS DA
FAMÍLIA
Ø No entender de Monis (2005) e Sequeira (2010), a sobrecarga pode
ser dividida em três categorias, que embora distintas, se influenciam
mutuamente:

• Física

• Emocional

• Socioeconómica

KERIGMA
NECESSIDADES E RECURSOS DA
FAMÍLIA

• A sobrecarga física está relacionada com a assistência direta do


cuidador nas atividades de vida do doente e é proporcional ao seu
grau de dependência

• Esta pode tornar-se uma rotina extenuante que apenas pode ser
aliviada se houver apoio de terceiros (Marques, 2007)

KERIGMA
NECESSIDADES E RECURSOS DA
FAMÍLIA
• A sobrecarga emocional integra, problemas como a ansiedade ou mesmo quadros
de depressão

• A depressão é o quadro patológico que mais se verifica, com manifestações


frequentes, um ano após o início da prestação de cuidados. Por isso, “é na área da
saúde mental que os efeitos da prestação de cuidados mais se fazem notar”

• Apesar de todos os problemas físicos que podem advir do ato de cuidar, segundo
muitos estudos, a dimensão emocional da sobrecarga, é aquela que mais impacto
tem sobre o cuidador

KERIGMA
Necessidades e recursos da família
• A sobrecarga social é igualmente considerada uma dimensão importante,
uma vez que a vida social do cuidador será afetada pela tarefa de prestar
cuidados
• Ao cuidador é exigido um acréscimo de tarefas a desempenhar no seu
quotidiano, muitas vezes sem apoio de outros, pelo que vê limitado o
espaço outrora dedicado a atividades de lazer e convívio social
• Surge então, frequentemente o desejo de libertar-se do encargo a que
está sujeito, com inevitáveis sentimentos de raiva e culpa por pensar que
não faz tudo o que pode

KERIGMA
Necessidades e recursos da família

• A sobrecarga socioeconómica resulta essencialmente da redução


dos contactos sociais e alterações na vida profissional

• Para aqueles que a par da tarefa de cuidadores exercem uma


profissão, o tempo despendido no trabalho pode ter efeitos benéficos
ou nefastos

KERIGMA
Necessidades e recursos da família

• Por um lado, a atividade laboral permite um escape às lidas de cuidar e um


convívio com amigos e colegas, por outro, a necessidade de conciliar o
emprego com a função de prestador de cuidados, pode implicar alterações do
horário de trabalho, sensação de desempenho afetado, atrasos, recusa de
promoções, e até a possibilidade de desistir da profissão

• A inexistência de estruturas de apoio ou ajudas informais constitui uma razão


suficiente para exigir a cessação da atividade profissional

KERIGMA
Necessidades e recursos da família

• A situação de prestação de cuidados é exigente também a nível


financeiro, pelas despesas acrescidas que os cuidados acarretam, o
que pode tornar-se mais grave se o cuidador abandonar a profissão

KERIGMA
Necessidades e recursos da família

• As ajudas práticas e técnicas dizem respeito aos cuidados


domiciliários que englobam, cuidados de enfermagem, apoio nas
tarefas domésticas e na preparação de refeições, e também a
possibilidade de alugar ou adquirir material técnico adequado, como
cadeiras de rodas, camas articuladas, arrastadeiras, etc., que podem
facilitar muito as tarefas dos cuidadores

KERIGMA
Necessidades e recursos da família

• No que se prende o apoio psicossocial, uma das necessidades mais


sentidas pelos cuidadores é a de ter alguém com quem falar acerca
das experiências, dificuldades, preocupações e satisfações inerentes à
prestação de cuidados, e em simultâneo, a necessidade de
reconhecimento pelo seu sacrifício, para se sentir valorizada e
apreciada

KERIGMA
Necessidades e recursos da família

• As necessidades de apoio financeiro, resultam da escassez de


rendimentos, fruto dos baixos valores das pensões e/ou reformas, a
par com as elevadas despesas com a assistência médica,
medicamentos e equipamentos

• Estes encargos poderiam ser mais leves se existisse um maior apoio


financeiro na doença e dependência

KERIGMA
Necessidades e recursos da família
• Um outro tipo de necessidade prende-se com a informação acerca
dos serviços disponíveis, subsídios e direitos, pois tal informação
encontra-se frequentemente dispersa e exige muito tempo do
cuidador para lhe ter acesso

• Além desta, o cuidador tem necessidade de formação com vista à


obtenção de conhecimentos práticos (como levantar a pessoa, cuidar
da sua higiene, vesti-la, etc.) e conhecimentos sobre a própria doença,
evolução e tratamentos

KERIGMA
Necessidades e recursos da família
Ø Em suma…
• Sobrecarga física, emocional e social

• Inexistência de ajudas aos cuidadores por parte de terceiros na prestação de


cuidados

• Apoios formais e informais de modo a evitar o agravamento da saúde de cuidadores


informais

• Suporte emocional e suporte de serviços formais

• Necessidades que podem ser agrupadas em: “ajudas práticas e técnicas, apoio
financeiro, apoio psicossocial, tempo livre, informação e de formação”
KERIGMA
ECOMAPA

O Ecomapa identifica as relações e ligações da família como o meio


onde habita e é um instrumento de trabalho útil na avaliação dos
recursos familiares e no suporte às decisões de intervenção decididas
pela equipa de saúde (Agostinho, 2007)

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ECOMAPA

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BIBLIOGRAFIA
 http://z3950.crb.ucp.pt/Biblioteca/GestaoDesenv/GD19/gestaodesenvolvimento19_139.pdf
 http://www.qren.pt/np4/np4/?newsId=1334&fileName=envelhecimento_populacao.pdf
 http://www.ime.unicamp.br/sinape/sites/default/files/Fam%C3%ADlias%20e%20cuidado%20dedica
do%20ao%20idoso%20-%20PARA%20SINASPE.pdf
 https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/10553/1/Idalina%20da%20Conceição%20Gonçalves%20
Rosas.pdf
 file:///C:/Users/Isabel/Downloads/6018_TM_01_P.pdf
 https://run.unl.pt/bitstream/10362/8479/1/Costa%20Anabela%20TM%202012.pdf
 file:///C:/Users/Isabel/Downloads/8227-23336-1-SM%20(1).pdf
 file:///C:/Users/Isabel/Downloads/dificuldadesenecessi%20(2).pdf

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