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FACULDADE DE ARQUITECTURA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA Ano Lectivo 2018 / 2019 – 1º Semestre

Laboratório de Projecto de Arquitectura IV – 4º Ano E Programa da Unidade Curricular

Professor Ricardo Silva Pinto


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................................................................4
2. A TEMÁTICA DA CIDADE E O DESENHO URBANO............................................................................................................................................................5
3. ÁREA DE INTERVENÇÃO...................................................................................................................................................................................................9
4. CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIDADE DE LUANDA ..............................................................................................................................................................10
4.1 TERRITÓRIO – Bairro da CHICALA (Cidade Informal / Prolongamento de um território consolidado) ...................................................................10
5. PROGRAMA ...................................................................................................................................................................................................................11
6. OBJECTIVOS ...................................................................................................................................................................................................................12
7. EXERCÍCIOS E FASEAMENTOS ........................................................................................................................................................................................13
7.1 1º Nível – Exercício 0 – Trabalho de Grupo .............................................................................................................................................................13
7.2 2º Nível – Exercício 1 – Trabalho Individual ............................................................................................................................................................14
8. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .............................................................................................................................................................................................17
9. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................................................................................19

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Vi a minha cidade tornar-se africana. vi os orgulhosos prédios da baixa - que a burguesia colonial
abandonou dias antes da independência - serem ocupados pelos deserdados dos musseques. vi-os (aos
deserdados) criarem galinhas dentro de despensas, cabritos nos quartos e acenderem fogueiras no meio dos
salões com bibliotecas deixadas pelos colonos. vi mais tarde esses mesmos deserdados a abandonarem os
apartamentos em ruínas, a troco de fortunas (alguns) ou meia dúzia de tostões (outros), sendo substituídos
pela novíssima burguesia urbana, ou por expatriados pagos a peso de ouro.

José Eduardo Agualusa, Barroco Tropical (2009: 92)

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1. INTRODUÇÃO

O Laboratório de Projecto IV corresponde à disciplina, do primeiro semestre do Mestrado Integrado em Arquitectura, dedicada ao estudo do Desenho
Urbano, enquadrada na temática: o Território e a Identidade.

No âmbito da realidade urbana, a temática da disciplina tem por base o (re)desenho da Cidade, bem como o percurso pelas diferentes escalas da
Arquitectura, que constituem um processo continuado no conjunto de exercícios da disciplina, afectos ao programa temático que se pretende
apelativo e que funcionará como motor do projecto.

Definiu-se como área de intervenção a cidade de Luanda. A abordagem a este território terá em consideração a requalificação, valorização e
reabilitação urbana, procurando sempre estabelecer uma articulação entre o património material, imaterial e a contemporaneidade, bem como uma
perspectiva objectiva de ordenamento do território. Nesse sentido, a área de intervenção deverá ser entendida numa perspectiva temporal, sendo
fundamental o entendimento dos tempos de construção da cidade em estudo e do discurso dos seus factos urbanos.

Os trabalhos serão desenvolvidos em regime de atelier e terão acompanhamento regular do docente da disciplina numa lógica de aferição e
implementação de metodologia urbana.

Os exercícios a desenvolver comportam diferentes níveis de complexidade, por várias etapas, sendo a avaliação dos mesmos realizada de forma
continua, mediante os critérios explicitados no presente documento.

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2. A TEMÁTICA DA CIDADE E O DESENHO URBANO

O conhecimento da Arquitectura da Cidade pressupõe o saber sobre cada época, a marca das várias gerações, a identificação das diferenças
na expressão física da cidade o (re)desenho urbano numa metodologia onde está subjacente a história urbana, o significado das transformações e
permanências, o estudo de elementos como o cadastro, os traçados do plano, a tipologia edificatória e o quadro normativo vigente.

O objecto tradicional da Arquitectura tem sido entendido conceptualmente num âmbito mais vasto. Charles Moore a propósito do universo
de valores da Arquitectura dos Estados Unidos deu como exemplo as auto-estradas como novos monumentos da cultura. Com idêntico valor surge a
ponte a que Heidegger confere um valor poético referindo que “(…) une o rio as margens as regiões numa vizinhança mútua. A ponte reúne, à volta
do rio, a terra e a região (…)” (1). Foram vários os desenhos de pontes que marcaram o imaginário dos Arquitectos como Ledoux.

A intervenção do Arquitecto comporta várias escalas, relacionando o território natural e o artificial, abarcando a Arquitectura tudo o que diz
respeito à definição do ambiente físico, como refere Gregotti, indicando no “(…) trabalho sobre conjuntos ambientais a todas as escalas dimensionais
(…)”(2).

Esta relação inter-actuante ao nível das escalas é destacada por Alberti (3) ao realizar uma analogia entre a casa e a cidade, tendo esta última
limites bem definidos no contexto da cidade ideal do Renascimento.

No entanto, a transformação da cidade no tempo, já não constitui um grande edificado, mas sim várias partes diferenciadas no tempo e com
expressões físicas diferenciadas, remetendo o papel dos Arquitectos para áreas mais contidas, que do ponto de vista redutor se circunscrevem à área
privada do lote.

As recentes preocupações da administração central e local, remetem-nos hoje para o fenómeno recente da “requalificação urbana”, que
pressupondo pressupõe a intervenção nas estruturas (públicas) e o formar do território, bem como o conhecimento de códigos que ultrapassam a
edificação propriamente dita. Personagens como Forestier conferiram novos significados aos espaços públicos da cidade, alterando a estrutura

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urbana e morfológica por “via do traçado”, com a proposição de novas tipologias de espaços públicos; idêntica situação acontece com os jardins,
como refere L. Benevolo (4) e Carnemolla (5). Apontado para o mesmo corpus teórico da Arquitectura e dos jardins, participa com o peso do suporte
geométrico na composição de grandes escalas, bem como nas analogias entre o jardim e o edificado, situação também partilhada por Steenberger e
Ren (6).

Por outro lado, o território do Arquitecto passou a contar com outros pressupostos conceptuais equacionados por Chematov (7), como a
velocidade, a comunicação e o lazer, que constituem novos valores e que naturalmente implicarão diferentes modelos e atitudes na Arquitectura.

O peso das e das super-estruturas assume hoje um papel determinante no entendimento do território que não poderá ser, para todos os
efeitos, seccionado, integrando a Arquitectura o ambiente artificial e natural, existindo uma continuidade física entre ambos, cujo objectivo incide na
“(…) capacidade de transformação do espaço existencial de forma consciente (…)”, podendo significar a arte de artificializar o meio físico (8), tendo
implícito o conceito de territorialidade na óptica de Ricci (9), enquanto concretização da exigência de exprimir a espacialidade própria da natureza
humana.

Por outro lado, o automóvel implicou transformações estruturais e remeteu para segundo plano a cidade enquanto obra de arte, numa
perspectiva pictórica, constatando-se deformações sucessivas na estrutura e forma urbanas, na perspectiva de uma visão panorâmica, comportando
uma outra espacialização, como refere Boyer (10), transformando-se a sua leitura multidimensional, necessitando de um leque mais vasto de
premissas, da cidade com património que mantém a sua forma e estrutura quase intacta.

O conjunto de intervenções que contribuem para a estruturação do ambiente físico, reside, portanto, no desafio da Arquitectura, implicando
a reorganização dos códigos, segundo novas relações e conferindo novos sentidos.

Estes códigos de expressão física, relacionam-se, no entanto, com a imprescindível necessidade de hierarquia entre a comunidade e a
privacidade, no contexto dos seis patamares definidos por Chermayeff e Alexander, cujos três primeiros eram: o Urbano Público, o Semipúblico
Urbano e o Grupo Público (11).

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No sentido do grande espaço público de carácter erudito era já defendido por Habermas, no intuito de defender uma burguesia consumista
de novos produtos culturais, instituindo-se estes espaços como uma esfera pública literária em oposição à corte (12).

No quadro da intervenção da Arquitectura da na Cidade, o conhecimento dos códigos torna-se então determinante, associado a um processo
metodológico que visa compreender e transformar, evitando rupturas não intencionais. O método passa por identificar e descodificar as diferentes
expressões físicas do tempo de construção do território, em que para compreender os processos de assentamento R. Koolhaas (13) recorre ao que
denomina “Sistema Operativo Romano”, suportando-se entre decisões metodológicas, em que a terceira entende as cidades” como uma caixa de
velocidades”. Mais do que o artefacto urbano, este seguramente implica entender o potencial da Arquitectura da Cidade como agente passivo que
actua como mero receptáculo de movimentos e fluxos onde o Projecto se insere, de uma forma mais ampla.

Esta procura, traduz um corpo teórico apropriado, centrado no valor dos espaços públicos da cidade, enquanto geradores da forma,
pressupondo o entendimento da relação público-privado, o estudo da Tipologia Edificatória na sua génese enquanto elemento constituinte do tecido
urbano. Esta disciplina tem como grande objectivo a leitura e compreensão da expressão física da cidade, cuja articulação se prende com o processo
de transformação de parte do território da cidade, por via projectual.

Neste contexto, e tendo em particular atenção a temática do presente ano lectivo que se move no quadro da periferia urbana, os valores
explicitados anteriormente, são fundamentais para a sua compreensão.

Esta “contra-cidade”, dificilmente legível e muito menos inteligível, necessita de ser regenerada e requalificada, correspondendo a uma tarefa
por excelência dos Arquitectos, conferindo uma outra lógica, uma outra identidade, um outro valor cénico nos espaços públicos, resultando daí uma
outra imagem, que urge (re)pensar e propor, entre outros factores, através do (re)desenho da nova ordem de espaços públicos entre outros factores.

A tarefa do (re)desenho consiste, por conseguinte, num estudo desta problemática e na proposição de metodologias de intervenção para estas áreas,
acompanhados de um programa de (re)equipamento urbano, e, por vezes, de renovação pontual das superestruturas e infra estruturas, conferindo
“novos significados” aos tecidos urbanos preexistentes.

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Notas:
(1) GREGOTTI, Vittório – El Território de la Arquitectura. Trad. Castelhana Editorial GG., Barcelona, 1972, pág.69.
(2) BATTISTA, Albert Leon – L’Architettura (De Re Aedificatória). Trad. Cura Giovanni Orlandi, Ed. Il Polifilo, Milano, 1966, pág.36.
(3) Reportamo-nos à relação da filosofia ou mentalidade e valor do desenho enquanto estrutura de suporte projectual, tendo como paradigma o caso de
Versailles. Para mais informação veja La Cattura Dell’ Infinio, Editori Laterza, Roma, 1991.
(4) Reportamo-nos às considerações da Arquitectura dos Jardins, com uma relação intrínseca quer com a cidade quer com a edificação, destacando o notável
exemplo das Villas enquanto percursoras do desenho da cidade. Para mais informação veja Il Giardino Analogo – Considerazioni sull’ Architettura dei
Giardini, Officina Edizionni, Roma, 1989.
(5) Reportamo-nos ao Estudo de Clemens Steenbergen e Wouter Reh, em particular ao trabalho já realizado em três dimensões que ensaiam tendo como
exemplo Vaux-le-Viconte, a relação entre a geomorfologia do lugar e a simetria do desenho. Para mais informação veja Architecture and Landscape, The
Design Experimento f the Great European Garden and Landscape, Londres, 1996.
(6) Le Territoire de L’Architecte. Essai Editions Julliard: Paris, 1995.
(7) MORAIS, João Sousa – Metodologia de Projecto em Arquitectura, Organização Espacial na Costa Vicentina, Editorial Estampa, Londres, 1995, pág.23
(8) Para mais informação veja: DONSI; Andrea – Il Rapporto físico dell’uomo com il território, Ipotesi sull’anamnesi e sulla fenomenologia dell’ universo físico
nella riformulazione della teoria dello spazio-tempo, Gangerni Editore, Roma, 1991.
(9) BOYER, Cristine – The City of Collective memory. The Mit Press: Londres, 1996, pág. 30 a 50.
(10) CHERMAYEFF, Serge, ALEXANDER, Christopher – Community and Privacy, p.p.122 (Os seis patamares: Urban Public, Urban-Public, Group Public, Group
Private, Family Private, Individual Private).
(11) HABERMAS, Jurgen – L’Espace Public: Archéologie de la Publicité comme Dimension Constitutive de la Societé Bourgoise, tradução Marc B de Launay, 5
Edition: Paris, pp 42.
(12) Mutaciones, obr. Cit., pág. 11, 12.

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3. ÁREA DE INTERVENÇÃO

Assumindo como base de estudo a cidade de Luanda, a área de intervenção do presente exercício correspondem a momentos urbanos de profunda
desarticulação entre os seus diversos contextos. Esta área, O Bairro da Chicala, encontra-se delimitada na planta esquemática que se segue. No
entanto, após a análise do território (1º Nível – Exercício 0), os alunos têm a possibilidade de alargar as áreas de intervenção ou (re)seleccioná-las,
sendo que esta opção necessita da aprovação por parte do docente.

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4. CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIDADE DE LUANDA

A intervenção em qualquer cidade passa pelo entendimento dos diferentes tempos de construção e respectivos assentamentos urbanos. Através
desta análise e de acordo com a “teoria das permanências”, são passíveis de ser determinadas as preexistências quer ao nível do traçado como do
plano edificatório. O (re)desenho deverá reflectir a relação dos “elementos primários” enquanto componentes estruturantes no novo (re)desenho
espacial da cidade.

Neste contexto, a história urbana terá uma importância determinante no entendimento da leitura da cidade, sendo fundamental dar especial atenção
à relação entre os factos históricos e as bases cartográficas.

Como suporte serão entregues textos de apoio com a história e evolução urbana da cidade de Luanda.

4.1 TERRITÓRIO – Bairro da CHICALA (Cidade Informal / Prolongamento de um território consolidado)

Ladeado pelo morro S. Miguel e pela Baia da Samba, o bairro da Chicala situa-se num território privilegiado face ao oceano atlântico. Adjacente
ao centro urbano da cidade formal (a cidade baixa) e rodeado por malha urbana consolidada, faz charneira com a Ilha de Luanda (península a
sul da baía de Luanda) e com a Cidade Alta. A sua localização consubstancia-se como uma das mais importantes entradas no centro da cidade
(onde termina a estrada da Samba, que liga a cidade às novas centralidades de Luanda Sul tais como Talatona e Benfica.

A Chicala apresenta-se como uma bolsa de território informal, alheia ao traçado urbano envolvente numa zona nobre da Cidade. A intervenção
deverá ser articulada com o plano de requalificação da Baía e da Ilha de Luanda em curso. Uma das premissas base será a de que a população
residente na estrutura informal existente será realojada noutro local.

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5. PROGRAMA

Tendo como objectivo principal o (re)desenho de uma parcela da cidade de Luanda, pretende-se o relacionamento com o processo académico
da turma, prevalecendo o último numa óptica em que apenas haja um direccionamento na construção do programa com as espectativas reais da
cidade.

O programa será resultante da fase de análise a efectuar na turma no sentido de melhor entender as grandes lacunas urbanas e a melhor forma de as
colmatar.

Esta fase poderá ser desenvolvida em grupo, acompanhada pelo docente.

A área de intervenção, representa uma potencial mais-valia urbana, numa altura em que a temática da cidade continua a ser um palco de
transformação quer a nível das estruturas como das superestruturas, em que os Planos e Projectos urbanos se afiguram como instrumentos
essenciais que regulam estas intervenções.

Este quadro potencial de transformação do suporte físico envolve as diferentes escalas de abordagem, surgindo parafraseando Philippe Boudon como
um valor conceptual disciplinar acrescentado que é consequente da transformação temporal da cidade e do desenho urbano daí resultante.

O Programa que se segue traduz uma primeira abordagem de programa preliminar, remetendo para os discentes interpretá-lo, desenvolve-lo e
calibra-lo, mediante as análises elaboradas.

Nesse sentido, pretende-se que os alunos reflictam e considerem a implementação de alguns destes equipamentos, mediante a sua intensão
projectual.

• Implementação de um programa habitacional (temporário ou permanente), que comporte no mínimo 5.000m2.

• Implementação de espaços verdes.

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• Reabilitação da estrutura pré-existente.

• Articulação o formal com o informal, tentando unir linguagens e vivências diferentes, tal como imagens e expressões.

• Implementação de equipamentos efémeros que dinamizem a cidade.

• (Re)desenhar a frente marítima da cidade, enaltecendo a relação com o mar e os despostos náuticos, espaços de lazer e a própria Baía de Luanda.

6. OBJECTIVOS

Inaugurando-se um novo ciclo de estudos, este 1º Semestre tem como objectivo a compreensão e o manuseamento do urbano enquanto
Arquitectura da Cidade, no âmbito do seu todo e respectivo quadro instrumental no Território da Arquitectura, comportando desde a descodificação
dos tempos de construção, através da História Urbana e Cartografia, até ao entendimento das práticas do traçado, quadro edificatório e normativo,
traduzindo-se no 1º Nível, na análise morfológica, diagnóstico e leitura da cidade.

O 2º Nível, corresponde ao sentido propositivo, no âmbito da regeneração urbana, traduzindo-se num programa a implementar de diferentes
usos e ocupações urbanas, objecto de reflexão e tratamento pelos discentes, passando pela concretização do programático à concepção e
organização espácio-formal.

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7. EXERCÍCIOS E FASEAMENTOS

7.1 1º Nível – Exercício 0 – Trabalho de Grupo (máximo 4 alunos)

Data de início – 17 de Setembro

Data de Entrega/Apresentação – 1 de Outubro

Análises sectoriais por grupos de trabalho mediante os seguintes temas:

Grupo # 1 – Análise e diagnóstico do território de intervenção atendendo à área em estudo (mais ampla).

Grupo # 2 – Construção de um programa preliminar.

Grupo # 3 – Maquetes da cidade contextualizadas às áreas de intervenção.

Grupo # 4 – Tratamento da cartografia da cidade de Luanda.

Grupos # 5/6/7 – Pesquisa e resumo de analogias de reabilitação urbana. Fará parte integrante da metodologia de intervenção em função
das problemáticas a abordar, nomeadamente na que se refere aos espaços públicos e às frentes de água.

Elementos a entregar:

- PowerPoint com o máximo de 12 slides (10 minutos de apresentação) entrega em formato digital.

- Maquete à escala 1:2000

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7.2 2º Nível – Exercício 1 – Trabalho Individual

(Re)desenho de parte da cidade, considerando questões de requalificação, valorização, reabilitação urbana, no âmbito de uma intervenção contida,
cuja área de intervenção deverá ser delimitada em conjunto com o docente da turma, pretendendo-se nomeadamente:

- Uma dinamização do espaço público compatível com a salvaguarda da memória e o carácter singular dos vários lugares.

- O desenvolvimento de equipamentos de apoio que participem na evolução sustentável da cidade.

- O (Re)desenho de alguns dos edifícios coloniais portugueses e o repensar das suas funcionalidades.

Fase 1 – Correspondente à temática e estratégia de intervenção no Bairro da Chicala, a sua relação entre os bairros, as frentes ribeirinhas e as novas
centralidades.

Data de Inicio – 1 de Outubro

Data de Entrega – 14 de Outubro

Elementos a entregar:

- Esquemas desenhados e memória descritiva.

Fase 2 – Estudo Prévio Urbano – Correspondendo à explicitação do programa preliminar constando das grandes intenções do novo desenho a
propor, correspondendo à consubstanciação do programa base a desenvolver.

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Data de Inicio – 14 de Outubro

Data de Entrega – 5 de Novembro

Elementos a entregar:

- Peças escritas (Memória Descritiva contendo: Filosofia Projectual, pressupostos de intervenção e Programa Base escrito).

- Peças desenhadas (Enquadramento 1:5.000, Proposto 1:2.000, Imagem Proposta).

- Apresentação em suporte digital de Painéis síntese A1 ou A2 e Dossier A3.

Fase 3 – Estudo Urbano – Desenvolvimento de parte do estudo anterior com explicitação da estruturação dos espaços públicos e soluções
morfológicas e tipológicas (edificados) propostos.

Data de Inicio – 5 de Novembro

Data de Entrega – 26 de Novembro

Elementos a entregar:

- Peças escritas:

. Justificação do desenho das tipologias públicas e privadas (esta última só a nível do quarteirão).

- Peças desenhadas:

. Organização geral dos espaços (1:500 e 1:200).

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. Perfis transversais propostos (1:500 e 1:200).

. Cortes do proposto (1:2000 e 1:1000).

. Imagens dos equipamentos propostos

- Apresentação em suporte digital de Painéis síntese A1 ou A2 e Dossier A3.

Fase 4 – Estudo Prévio de Arquitectura – É o desenvolvimento das opções tomadas na Fase anterior, a nível de equipamento ou tipologia
habitacional, devendo apresentar a resolução eficaz de todos os problemas formais, espaciais e funcionais relacionados com a inserção urbana, bem
como a satisfação do programa funcional definido para o edificado.

Data de Inicio – 26 de Novembro

Data de Entrega – 19 de Dezembro

Elementos a entregar:

- Peças escritas (Justificação dos conceitos propostos).

- Peças desenhadas (Plantas, cortes e alçados esc. 1:200).

- Imagens do conjunto proposto.

- Apresentação em suporte digital de Painéis síntese A1 ou A2 e Dossier A3.

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8. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação incide sobre o trabalho apresentado no final do semestre, considerando-se como factores determinantes a participação nas aulas, no
âmbito da avaliação contínua, bem como a apresentação e discussão dos trabalhos executados em regime de seminário.

O primeiro exercício apresentado terá um carácter teórico – prático deverá ter implícito os conhecimentos teóricos adquiridos, face à implementação
do eixo teórico ministrado nas aulas.

A avaliação deverá atender como Critérios Gerais: A originalidade da abordagem ao tema e à sistematização e síntese do tratamento de informação,
tendo como Critérios Específicos, o conjunto de itens que a seguir se explicitam.

Considera-se que os Critérios de Avaliação Geral como os Específicos constituem sistemas abertos de avaliação, definido no entanto com rigor o
espaço avaliativo pressupondo críticas de ponderação, que atendem ao acompanhamento do trabalho, sendo que a participação dos alunos nas aulas
é um dos factos de ponderação qualitativo em virtude do trabalho se realizar em grupo.

O primeiro, resulta de um trabalho analítico de um trecho da cidade, onde se avaliam os conhecimentos adquiridos, sendo os parâmetros avaliativos
de critérios específicos os seguintes:

1º Explicitação da base de dados, de forma clara e simples direccionada para a temática abordada.

2º Manuseamento, sistematização da informação e capacidade de relacionamento.

3º Sentido crítico / identificação das potencialidades do trecho urbano em avaliação, definindo a problemática em análise, equacionando no
âmbito perspectivo.

4º Metodologia e suporte teórico do discurso.

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5º Capacidade de síntese, no quadro avaliativo.

6º Conclusão e identificação dos problemas de forma hierárquica, explicando.

7º Explicação e utilização adequada da bibliografia de suporte.

O segundo corresponde ao exercício de Projecto Urbano propriamente dito e ao Estudo Prévio de Arquitectura de um equipamento ou tipologia
habitacional definido na Proposta Urbana compreendendo um faseamento que percorre as diferentes escalas de abordagem.

1º Relacionamento da área de intervenção com a área estudo.

2º Construção de uma identidade urbana / explicitação da(s) ideia(s) e relacionamento com o programa proposto.

3º Articulação das partes com o todo em função dos pressupostos anteriores, no âmbito de uma metodologia projectual.

4º Organização espacial, formal e da composição urbana e arquitectónica.

5º Articulação e controle da escala das intervenções.

6º Capacidade de comunicar a proposta e rigor das peças desenhadas.

7º Participação nas aulas / cumprimento dos prazos de entrega.

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9. BIBLIOGRAFIA

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WHEELER, Douglas; PÉLISSIER, René (2009) – História de Angola. Lisboa: Tinta da China, 2011.

21 LABORATÓRIO DE PROJECTO IV | PROGRAMA DA DISCIPLINA

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