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TERRITÓRIO E IDENTIDADE INDÍGENA: UM ENSAIO EXPLORATÓRIO

Valdemiro Severiano Filho


Departamento de Geografia – PPGE/UFRN

Prof. Dr. Alessandro Dozena


Prof. Adjunto Orientador – PPGE/UFRN

Resumo

O uso do território é compreendido enquanto uma dinâmica que envolve o sistema de objetos e de
ações. Além disso, também é produtor de identidades, a partir das apropriações espaciais que
podem revelar sua dimensão simbólica. A identidade como sentimento de pertencimento, contudo,
sofre ajustes no processo histórico para se acomodar às novas realidades que, por vezes, podem ser
impostas, ocasionando não somente mudança, mas uma nova construção identitária ocasionada
pelo choque cultural. Os povos indígenas, na construção do Brasil, sofreram e ainda sofrem o
embate entre uma cultura hegemônica, que teve seu início nos primórdios do descobrimento do
país. A Revolução Industrial aliada à política mercantilista adotada pelos países europeus, na busca
pela acumulação de capital, foram determinantes para que as localidades indígenas, pouco a pouco,
recebessem esse discurso colonizador, que se efetivou no espaço, transformando o habitat dos
autóctones em cidades, com o intuito de envolver o indígena à comunhão nacional, numa política
assimilacionista, supostamente civilizatória. Foi neste contexto, de mistura interétnica e imposição
da “cartilha” do Modo de Produção Capitalista, que o índio mudou drasticamente seus hábitos,
valores e crenças. Estes povos renunciaram suas construções identitárias e aprenderam a viver com
novas territorialidades impostas, ou fugiram para reterritorializar-se noutro lugar. Todavia,
percebemos que esta renúncia foi parcial, pois, ao longo dos séculos, fomos vivenciando traços
marcantes de uma cultura outrora relegada em detrimento do capital, seja na dança, na arquitetura,
na culinária, enfim, em distintas manifestações culturais, cujas marcas identitárias individualizam o
território, reconstruindo um passado ainda presente na memória individual e coletiva. Mesmo que
momentaneamente, as territorialidades indígenas são contestadas, num país marcado por diferenças
e desigualdades, em que se verifica a necessidade desta (re)afirmação étnica.

Palavras-chaves: Espaço; Missões Indígenas; Identidade; Territorialidades.

Abstract

The territory use is understood as a dynamic that involves objects and actions systems. Moreover,
also the producer of identities, from the space appropriations that can reveal its symbolic
dimension. The identity as sense of belonging, however, suffers adjustments in the historical
process to accommodate the new realities that, sometimes, can be imposed, leading to not only
change but a new identity construction caused by cultural shock. Indigenous peoples, in the
construction of Brazil, suffered and still suffer the clash between a hegemonic culture, that started
in the early of the Brazil discovery. The Industrial Revolution combined with the mercantilist
politic adopted by European countries, in the quest for capital accumulation, were instrumental in
the indigenous locations, little by little, received this colonial discourse, which was accomplished
in the space, transforming the native habitat in cities, in order to involve indigenous to the national
community, an assimilationist politic, supposedly civilizing. In this context, mixing ethnic and
imposition of "cookbook" of the Capitalist Mode of Production, which indian changed dramatically
your habits, values and beliefs. These people have renounced their identity constructions and
learned to live with the new territoriality imposed, or fled to reterritorializes in another
place. However, we realize that this resignation was in part, because, over the centuries, we have
been experiencing significant traces of a culture once relegated to the detriment of capital, whether
in dance, architecture, cuisine, finally, in different cultural events, whose identity
marks individualize the territory, reconstructing a past still present in the individual and collective
memory. Even momentarily, the indigenous territoriality are contested, in a country marked by
differences and inequalities, there is the need for this ethnic (re)affirmation.

Keywords: Space; Indigenous mission; Identity; Territoralities.

Para realizar um estudo acerca das Missões Indígenas e a elevação à categoria


de Vila, partimos do pressuposto de que o espaço deve ser considerado em sua totalidade
(SANTOS, 1985), pois os elementos do espaço mostram-se “intercambiáveis e irredutíveis
uns aos outros” (SANTOS, 1985: 07), por serem mutáveis no tempo-espaço e na relação
que se estabelecem entre eles. Daí porque Milton Santos (1985) os pensa enquanto
variáveis, significando que “eles variam e mudam de valor segundo o movimento da
História” (SANTOS, 1985: 10).

Ao se falar em Missão Indígena no Brasil, nos reportamos aos séculos XVII e


XVIII, quando o país atravessou um processo de colonização que teve como uma das
formas de ocupação a concessão de sesmarias à Companhia de Jesus, para a catequização e
incorporação dos povos autóctones à comunhão nacional. De acordo com Prado Júnior
(1942), ao se referir à situação dos índios no Brasil, observa que:

(...) tratou-se desde o início de aproveitar o índio, não apenas para a


obtenção dele, pelo tráfico mercantil, de produtos nativos, ou
simplesmente como aliado, mas sim como elemento participante da
colonização. Os colonos viam nele um trabalhador aproveitável; a
metrópole, um povoador para a área imensa que tinha de ocupar
(PRADO JÚNIOR: 1942: 85).

Ocorre, todavia, que os jesuítas, ao contrário do que pretendia a Coroa


portuguesa, segregavam estas comunidades tradicionais em redutos, difundindo a fé
católica, porém, permitindo a continuidade de seus modos de vida e organização social,
costumes, crenças e rituais. Prado Júnior (1942) afirma que “o jesuíta agia muitas vezes em
contradição manifesta não só com os interesses particulares e imediatos dos colonos, o que
é matéria pacífica, mas com o da própria metrópole e de sua política colonial” (PRADO
JUNIOR, 1942: 86).
Considerando o período da Revolução Industrial, numa periodização elaborada
por Milton Santos (1985), o Governo Colonial Português, através do Diretório Pombalino1,
determinou a expulsão dos padres jesuítas das Missões Indígenas, elevando-as a Vilas, nos
moldes das cidades européias. Este fato contribuiu para a implantação de uma política
sócio-espacial, com o intuito de alcançar o domínio efetivo do território brasileiro, o que
repercutiu, sobremodo, às populações indígenas que se encontravam territorializadas nestes
aldeamentos.

O fim das missões e a criação das Vilas, submetidas aos ditames da metrópole,
não teve aplicabilidade igualitária na colônia, pois os eventos e as ações se geografizam de
modo diferenciado em cada lugar. Daí porque os objetos e ações devam ser vistos
inseparavelmente, tendo em vista que o espaço é ação, não é estático, mas sempre
dinâmico, inserido em um processo de realização das ações nos objetos.

Como suporte espacial a esta imposição da Coroa, eram construídas a Cadeia


Pública, a Câmara Municipal, a Praça Pública, o Pelourinho e a Igreja. Isto nos permite
verificar uma reconfiguração espacial e alteração na dinâmica espacial ocasionada pelas
novas infra-estruturas, o que refletiu sobre o comportamento e o cotidiano dos indígenas. A
reorganização dos elementos espaciais postula, necessariamente, mudanças nas relações
sociais, tendo em vista que o social e o espacial são indissociáveis, na medida em que, para
uma correta interpretação do espaço enquanto fato histórico é imprescindível a
compreensão da história da sociedade, pois, “a história não se escreve fora do espaço e não
há sociedade a-espacial. O espaço, ele mesmo, é social” (SANTOS, 1977: 01).

Cada Missão Indígena, portanto, cada subespaço da totalidade, configura-se,


também, numa totalidade. A partir do momento em que foram transformadas em Vilas,
realizaram-se diferentemente, pois cada missão teve uma temporalidade – formas
particulares de utilização do tempo geral – diversa, que se deu em virtude das heranças
deixadas, que se constituíram em condições para os eventos. Assim, as rugosidades, isto é,
as condições preexistentes, impuseram-se. Conforme Moraes (2005), “a vivência social do
espaço cria rugosidades que duram mais que estímulos e objetivos que lhes deram origem.
(...) Tem-se, assim, um espaço produzido herdado (...) que sobredetermina continuamente
o uso dos lugares” (MORAES, 2005: 40).

Todavia, além das formas espacializadas, o homem é o propulsor da história,


pois é ele quem, através das ações que opera nos objetos, muda a sociedade. É, portanto, “o
uso do território, e não o território em si mesmo, que faz dele objeto de análise social, (...),
sinônimo de espaço humano, espaço habitado” (SANTOS, 2005: 255).

Arroyo (2004) coloca que o território tem valor econômico na medida em que
gera riquezas, porém é conseqüência, justamente, do uso que se dá a este território pelos
habitantes. Estes são inseparáveis daquele, pois “o território onde o processo se desenvolve
deve estar sob um regime político, dentre de um dado sistema de leis e num determinado

1
Instituído pelo Marquês de Pombal
lugar com respeito aos meios de transporte e aos mercados” (GOTTMAN apud ARROYO,
2004: 62).

Moraes, citado por Arroyo (2004), ao tratar da intencionalidade do lucro na


época colonial, coloca que a força do valor do espaço exprime-se pelos “recursos naturais,
heranças entesouradas e pessoas agrupadas; estes são os principais vetores da atração”
(MORAES apud ARROYO, 2004: 63).

Ocorre que uma grande parte dos estudos geográficos deixa de abordar as
perspectivas simbólicas da trama social, relacionadas ao elemento humano. É certo que o
processo colonizador passado pelo Brasil teve uma forte conotação econômica e política,
diante da “emergência e expansão das relações capitalistas de produção” (ARROYO, 2004:
62), o que permitiu às metrópoles desenvolverem uma acumulação primitiva de capital em
suas economias mercantilistas. No entanto, este processo não pode estar dissociado da
produção de territorialidades, no sentido da dimensão subjetiva dos fenômenos sociais.

O território usado – ou melhor, sendo usado, conforme proposto por Silveira


(2009) – exprime, de acordo com Santos (1999), “o sentimento de pertencer àquilo que nos
pertence” (SANTOS, 1999: 08), ou seja, a identidade. Deste modo, “a territorialidade não
faltará pois o sentimento de pertencer ao que nos pertence, embora permaneça apenas
como reivindicação, sempre estará presente na idéia de nação” (SILVEIRA, 2009: 128).

É correto a assertiva de Ratts (2003), quando afirma que os aldeamentos


indígenas originaram cidades e bairros e, parafraseando Milton Santos, arremata que
“cidades se constituíram à parte ou sobre essas espacialidades indígenas” (RATTS, 2003:
34). Nesta perspectiva, não podemos deixar de abordar também o conceito de identidade,
que se encontra imbricado ao conceito de cotidiano, em uma dimensão simbólica.

E quando falamos em identidade, adentramos num campo imaterial da


abordagem geográfica, que se revela no espaço. Neste sentido, Moraes (2005) coloca que
“a valorização simbólica do espaço é um momento de sua valorização material, sendo a
apropriação e a produção do espaço, processos guiados por interesses e valores materiais e
simbólicos, cuja dialética cabe desvendar” (MORAES, 2005: 23).

Ao conceituar a categoria de território usado, Milton Santos expressa que ela


está atrelada àquilo que nos pertence, sendo o território “o fundamento do trabalho, o lugar
da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida” (SANTOS, 1999:
08).

Não obstante a imposição normativa e espacial do Estado com a finalidade de


assimilar a população indígena à comunhão nacional e “civilizar” o espaço indígena, com a
construção da Cadeia Pública, da Câmara Municipal e da Igreja, nos moldes europeus de
cidade;o Governo Português tratou de conceder residências, não só aos indígenas, mas
também aos “homens brancos”, com o intuito de aproximar as duas etnias e construir uma
população brasileira, respeitando a língua portuguesa e difundindo a importância dos
casamentos interétnicos, de modo a desarticular as identidades estáveis do passado
indígena, abrindo a possibilidade de novas articulações – criação de novas identidades
(HALL, 2006).

Segundo Santos (2006), “uma dada situação não pode ser plenamente
apreendida se, a pretexto de contemplarmos sua objetividade, deixamos de considerar as
relações intersubjetivas que a caracterizam” (SANTOS, 2006: 214). Partindo desse
pressuposto, os indígenas, sendo educados, civilizados e inseridos no Modo de Produção
Capitalista como trabalhadores assalariados, foram construindo uma consciência diversa da
que possuíam anteriormente, em virtude dessa nova economia que tomou forma entre os
séculos XV e XVIII – o capitalismo comercial – que demandou uma nova estrutura política;
que se personificava em um Estado territorial.

Nas palavras de Milton Santos (2006), “o choque entre cultura objetiva e


cultura subjetiva torna-se instrumento da produção de uma nova consciência” (SANTOS,
2006: 221), no sentido de que os eventos apagam o saber para a construção de um novo
saber.

Para o estudo da formação socioespacial das Vilas, compreendemos, portanto,


que, para além da dominação política e econômica do espaço, houve a apropriação
simbólica do mesmo espaço (HAESBAERT, 2004).

É nesta perspectiva que percebemos o papel da proximidade no cotidiano e na


promoção da sociabilidade para, desse modo, criar laços culturais e solidários, ou seja,
identidade (SANTOS, 2006). Seguindo o mesmo raciocínio, Costa (2005) ensina que o
espaço é suporte para a produção e a manutenção das relações que constroem a própria
identidade (COSTA, 2005).

Acreditamos que é cabível e aplicável aos indígenas a idéia de que:

(...) o novo meio ambiente opera como uma espécie de detonador. Sua
relação com o novo morador se manifesta dialeticamente como
territorialidade nova e cultura nova, que interferem reciprocamente,
mudando-se paralelamente territorialidade e cultura; e mudando o
homem” (SANTOS, 2006: 223).

Neste aspecto, Costa (2005) assevera que “as identidades são construídas e
manipuladas constantemente a partir das relações sociais estabelecidas em diferentes
grupos com que os indivíduos convivem em seu cotidiano” (COSTA, 2005: 83). E, dentre
estes grupos, o dominante – que no presente caso são os portugueses, especificamente, a
Coroa Portuguesa – impõe sua experiência de mundo, suas suposições que, através de um
processo de alienação, são tomadas como verdades e como a única “objetiva e válida
cultura para todas as pessoas. O poder é expresso e mantido na reprodução da cultura”
(COSGROVE, 1998: 104-105).
É neste sentido que a organização do espaço legitima os códigos
comportamentais, transmitindo um conjunto de valores específicos que, por vezes, tem
como objetivo o controle social e moral, salvaguardando os interesses da classe
hegemônica e impondo o discurso “superior”.

Andrade (1998) ensina que “a formação de um território dá às pessoas que nele


habitam a consciência de sua participação, provocando o sentimento de territorialidade que,
de forma subjetiva, cria uma consciência de confraternização entre as mesmas”
(ANDRADE, 1998: 214). Este geógrafo, assim, define a territorialidade, dentre outros
aspectos, por este processo subjetivo que conscientiza a população por fazer parte de um
território.

Assim sendo, Hall (2006) pondera que a identidade é formada a partir de


processos inconscientes existentes na consciência e é algo em permanente construção.

Para se compreender a sociedade em sua totalidade, devemos abarcar, neste


ponto, a ação simbólica, pois, “uma dada situação não pode ser plenamente apreendida se,
a pretexto de contemplarmos sua objetividade, deixamos de considerar as relações
intersubjetivas que a caracterizam” (SANTOS, 2006: 214). É no processo de interação que
se constroem os valores, ou os refazem.

Milton Santos (2006) nos coloca que a sociedade em movimento modifica a


significação das variáveis que a constitui, incluindo-se os símbolos, pois estes nem sempre
seguem o movimento. Por isso, “a cada nova divisão do trabalho, a cada nova
transformação social, há, paralelamente, para os fabricantes de significados, uma exigência
de renovação das ideologias e dos universos simbólicos” (SANTOS, 2006: 83).

Não é outro o entendimento de Claval (1999) ao compreender que território e


identidade são indissociáveis, ao estabelecer que “as transformações da realidade espacial
correm o risco de provocar, ao contrário, um questionamento das construções identitárias;
devendo ser reformuladas (sic) ou reconstruídas sobre novas bases” (CLAVAL, 1999: 16).

É no choque de uma cultura hegemônica, imposta pelo Governo Português –


com uma cultura popular – o modus vivendi indígena – que emerge o embate subjetivo das
ações humanas no espaço. Àquela sugerindo uma uniformização cultural para a construção
de uma identidade nacional, e esta enraizando-se na permanência de ver e viver o mundo
em consonância com os antepassados.

É esta, pois, a perspectiva a ser seguida no estudo da Formação Sócio-Espacial


das antigas Vilas, concebendo o espaço como um conjunto indissociável de sistemas de
objetos e sistemas de ações, de modo a construir “uma base teórica e metodológica a partir
da qual podemos discutir os fenômenos espaciais em sua totalidade” (SANTOS, 1985: 52),
concreta e dialeticamente, permitindo-nos a apreensão desta totalidade em seu movimento,
definindo sua especificidade, e ao mesmo tempo relacionando-a com o todo, uma vez que
“nenhuma sociedade tem funções permanentes, nem um nível de forças produtivas fixo,
nenhuma é marcada por formas definitivas de propriedade, de relações sociais” (SANTOS,
1977: 02).

Conforme explicitado anteriormente, as Vilas tinham a dupla finalidade de


assimilar a população autóctone, isto é, os indígenas, aos povos ditos “civilizados”,
inserindo-os no modelo de produção capitalista, bem como colocar em uso as terras
produtivas; sem a intervenção da Igreja – por meio da Companhia de Jesus.

Este fim político-econômico, no entanto, desencadeou um processo de


destruição do suporte identitário territorial destas populações indígenas, no âmbito da
formação de uma identidade nacional.

Este discurso de uma cultura nacional homogênea produziu sentidos, com os


quais as populações indígenas, miscigenadas e alienadas pelo modelo imposto,
identificaram-se e construíram uma nova identidade.Neste contexto, o espaço foi o palco
deste discurso, impondo, por meio das formas e ações, as práticas mercantilistas do
Governo Português.

Malgrado este passado indígena de desculturalização, aculturação e


endoculturação, percebemos, atualmente, um processo de emergência étnica destes povos
indígenas, inclusive, com a reivindicação de terras, cujo uso é geralmente diverso daquele
voltado para a acumulação de capital.

Tal processo, antropologicamente denominado de etnogênese, demonstra-nos


que os povos indígenas, que para alguns são inexistentes ou encontram-se totalmente
inseridos na comunhão nacional, estão reassumindo sua identidade e vindicando o suporte
espacial. Essa re-significação é presente em todo o país, nos locais em que a cultura e a
memória servem de base para a reafirmação étnica destes índios.

É, portanto, a partir desta abordagem geográfica, que percebemos a formação


sócio-espacial das Vilas do período colonial, considerando a indissociabilidade existente
entre os objetos e ações, em um processo dialético e histórico, que produz mudanças
espaciais e identitárias.

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