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ESTADO DO MARANHÃO
POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO
COMANDO GERAL
CONFERE ________________________________
Superior de Dia: (24h) Ten Cel QOPM Antonio Carlos Araujo Castro..........................20º BPM
Fiscal de Dia: (24h) 1º Ten QOPM Ericka Magalhães Freitas de Castro.................................DP
NOTA Nº 20220216100528 – Ajudância
Cmt Gd do Quartel: (24h) 2º Sgt QPMP-0 Francinaldo Conceição Araujo.....................CC/AJG
Permanência: (24h) Cb QPMP-0 Ivan Sousa Fereira.......................................................CC/AJG
Permanência: (24h) Cb QPMP-0 Jonas Gomes De Oliveira............................................CC/AJG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 Lierbethson Galvão Carvalho............................................CC/AjG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 Rosana Da Conceicao Barbosa..........................................CC/AjG
NOTA Nº 20220214095545 - CC/AJG
Guarda da DAL: (24h) 2º Sgt QPMP-0 Isaias da Silva Dias.................................................DAL
Guarda da DAL: (24h) 3º Sgt QPMP-0 Luiz Alberto Lisboa Junior.....................................DAL
Eletricista de Dia: (24h) 1º Sgt QPMP-0 Marcelo Lopes Sousa............................................DAL
Cassineiro Geral: (1º QTU) 1º Sgt QPMP-0 Claúdio Sérgio Rocha Melo............................DAL
Motorista de Dia: (1º QTU) 2º Sgt QPMP-0 Cleyton Maia Siqueira....................................DAL
Serviço de Dia ao CSM/COM: (1º QTU) 2º Sgt QPMP-5 Julio Carlos Teixeira Da Silva...DAL
NOTA Nº 20220209115004 - DAL
Sem alteração.
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 920 -
Sem alteração.
A. ALTERAÇÃO DE OFICIAL
RESOLVE
b) Movimentação em Função
RESOLVE
RESOLVE
C. ALTERAÇÃO DE PRAÇA
diligências: 1.Oficiou-se o P/1 para que providenciasse as cópias das fichas individuais e
certidões de assentamentos dos policiais militares envolvidos (fls. 27); 2.Oficiou-se o
Comandante do 16º BPM dando ciência da apuração da sindicância e dos policiais envolvidos
no processo (fls. 28); 3.Oficiou-se os policiais militares arrolados no processo, por meio de
seus respectivos comandantes imediatos, para se fazerem presentes para prestarem depoimento
na condição de sindicados (fls. 29 a 33); 4.Termos de Inquirições dos Sindicados (fls. 63 a 76);
e 5.Oficiou-se os policiais militares arrolados no processo para darem vistas ao processo e
defesa prévia (fls. 172). Além do mais, providenciou-se no intuito de serem juntados aos autos,
conforme especificados nas Juntadas de fls. 03, 34, 77, 92, 107, 131, 138, 144 e 163, os
seguintes documentos abaixo discriminados: 1.Portaria de Instauração de Sindicância nº
026/2021-DP/3 de 10 de fevereiro de 2021 do Senhor CEL QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos
Reis, Comandante Geral da Polícia Militar do Maranhão (fls. 04); 2.Ofício Circular nº
018/2020-UDAI/SSP-MA de 27/08/2020; Despacho nº 413/2020-GAB/SSP/MA de
07/08/2020; Ofício Circular nº 01/2020-GAB/STC de 06/08/2020; Decisão Normativa
TCE/MA nº 37 de 29/07/2020; Relatório de Recebimento de Auxílio Emergencial COVID-19
de 04/09/2020; Cópia da página de Devolução de valores do Auxílio Emergencial COVID-19
(fls. 05 a fls. 22); 3.Cópias das fichas individuais e certidões de assentamentos dos seguintes
policiais militares: SD PM/19 Cleilson Silva Almeida (ID 870446), SD PM/19 Deusdete de
Carvalho Florentino (ID 871837), SD PM/19 Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque (ID
871874), SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos (ID 869425), SD PM/19 Thyago Kayque
Menezes de Sousa (ID 869445), SD PM/19 Valdinar da Silva Carvalho Júnior (ID 870454) e
SD PM 259/18 Walber Carvalho da Silva (ID 871617) (fls. 35 a 62). 4.Informe de Rendimento
Financeiros do SD PM/19 Cleilson Silva Almeida (fls. 78); 5.Declaração de Imposto de Renda
do SD PM/19 Cleilson Silva Almeida (fls. 79 a 88); 6.Diagnóstico Fiscal na Receita Federal e
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional do SD PM/19 Cleilson Silva Almeida (fls. 89);
7.Print do Primeiro acesso ao aplicativo ―CAIXA TEM‖ (fls.90); 8.Consulta de motivo de
exclusão do benefício do SD PM/19 Cleilson Silva Almeida (fls. 91); 9.Informe de
Rendimento Financeiros do SD PM/19 Thyago Kayque Menezes de Sousa (fls. 93);
10.Informe de Rendimento Financeiros da senhora Ozana do Nascimento Oliveira (fls. 94);
11.Declaração de Imposto de Renda do SD PM/19 Thyago Kayque Menezes de Sousa (fls. 95
a 103); 12.Devolução do Auxílio Emergencial do SD PM/19 Thyago Kayque Menezes de
Sousa (fls. 104); 13.DARF (fls.105); 14.Recibo de Pagamento do valor supostamente recebido
do SD PM/19 Thyago Kayque Menezes de Sousa (fls. 106); 15.Informe de Rendimento
Financeiros do SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos (fls. 108); 16.Diagnóstico Fiscal na
Receita Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional do SD PM/19 Ronaldo Sousa dos
Santos (fls. 109); 17.Consulta do Auxílio Emergencial (fls. 110 a 112); 18.Certidão de
Divórcio do SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos (fls. 113); 19.RG civil do SD PM/19
Ronaldo Sousa dos Santos (fls.114); 20.Comprovante de Residência que consta o Imóvel que
adquiriu com sua ex-esposa pelo Programa Minha Casa Minha Vida do SD PM/19 Ronaldo
Sousa dos Santos (fls. 115); 21.Declaração do SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos que
consta que tinha vínculo de dependência com sua ex-esposa, a senhora Elissandra da Silva
Barbosa (fls. 116); 22.RG civil de sua ex-esposa a senhora Elissandra da Silva Barbosa (fls.
117 ); 23.Certidão de Casamento do SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos (fls. 118);
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 926 -
24.Contrato (872001758076) de aquisição de imóvel pelo Programa Minha Casa Minha Vida
(fls. 119 a 122); 25.Cópias da Carteira de Trabalho de sua ex-esposa, a senhora Elissandra da
Silva Barbosa (fls. 123 a 125); 26.Cópias de consulta ao benefício Auxílio Emergencial do SD
PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos (fls. 126 e 127); 27.Recibo de pagamento das parcelas
supostamente recebidas do SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos (fls. 128); 28.Cópias da
Carteira de Trabalho do SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos (fls. 129 e 130); 29.Informe de
Rendimento Financeiros do SD PM 259/18 Walber Carvalho da Silva (fls. 132);
30.Comprovante de Cadastramento do SD PM 259/18 Walber Carvalho da Silva (fls. 133);
31.Cópias de consulta sobre Devolução de Valores do Auxílio Emergencial COVID-19 do SD
PM 259/18 Walber Carvalho da Silva (fls. 134 a 136); 32.Recibo de pagamento dos valores
supostamente recebidos do SD PM 259/18 Walber Carvalho da Silva (fls.137); 33.Declaração
de Imposto de Renda do SD PM/19 Valdinar da Silva Carvalho Júnior (fls. 139 e 140);
34.Boleto DARF do SD PM/19 Valdinar da Silva Carvalho Júnior (fls. 141); 35.Recibo de
pagamento dos valores supostamente recebidos do SD PM/19 Valdinar da Silva Carvalho
Júnior (fls. 142); 36.Cópias de consulta sobre Devolução de Valores do Auxílio Emergencial
COVID-19 do SD PM/19 Valdinar da Silva Carvalho Júnior (fls. 143); 37.Declaração de
Imposto de Renda do SD PM/19 Deusdete de Carvalho Florentino (fls. 145 a 147); 38.Cópias
de consulta sobre Disponibilização de Benefício do Auxílio Emergencial COVID-19 (fls. 148
a 151); 39.Print do aplicativo ―Caixa Tem‖ (fls. 152); 40.Print de Informe de Rendimentos do
SD PM/19 Deusdete de Carvalho Florentino (fls. 153); 41.Cópias de consulta sobre Devolução
de Valores do Auxílio Emergencial COVID-19 do SD PM/19 Deusdete de Carvalho
Florentino (fls. 154 e 155); 42.Print e extratos de informações de Rendimento da mãe do SD
PM/19 Deusdete de Carvalho Florentino que comprovam que ela é beneficiária do Programa
(fls. 156 a 162); 43.Cópia do Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal o
qual mostra que o SD PM/19 Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque era dependente de
sua ex-companheira e que indica a data da sua exclusão (05 de novembro de 2020) como
dependente (fls. 164 e 165);44.Cópia de Recibo de Entrega de Declaração de Imposto de
Renda do SD PM/19 Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque (fls. 166 e 167); 45.Cópias
de consulta sobre Devolução de Valores do Auxílio Emergencial COVID-19 do SD PM/19
Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque (fls. 168); 46.Boleto DARF do SD PM/19
Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque (fls. 169); e 47.Recibo de pagamento das
parcelas supostamente recebidas do SD PM/19 Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque
(fls. 170). III. PARTE EXPOSITIVA. Foi assegurado aos sindicados o direito ao contraditório
e à ampla defesa, conforme preconizado nas Instruções Gerais para a Elaboração de
Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro – EB-10-IG- 09.001. Como se sabe, diante das
adversidades causadas pelo Coronavírus, como o isolamento social, o Governo Federal editou
a Lei 13.982, de 02 de abril de 2020, e o Decreto 10.316, de 07 de abril de 2020, ambas, com o
objetivo principal de socorrer pessoas impossibilitadas de prover seu próprio sustento. Ocorre
que, a Polícia Militar do Maranhão, com o efetivo de mais de 11 mil homens da ativa, dentre
os quais contemplam policiais militares inclusos nas fileiras castrenses recentemente, formou
mais de 1.000 soldados nos anos de 2018, 2019 e 2020, os quais realizaram um grande sonho,
de fazer parte de um seleto grupo de agentes de Segurança Pública do Estado do Maranhão
para fazer frente ao combate à criminalidade, servindo a sociedade maranhense. Acontece que,
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 927 -
processo em destaque. Tal conduta reflete a clara postura dos policiais investigados, em
agirem sob o manto da boa-fé, mantendo-se em sintonia às normas e regulamentos de qualquer
cidadão, em especial, dos regramentos militares. Outro viés de pensamento é quando o militar
da ativa se cadastrou e não recebeu o Auxílio. Neste caso, tal ato incorre em transgressão
disciplinar, mas se se cadastrou e recebeu, estamos diante de um crime, o qual será apurado
através de Inquérito Policial, porém quem não se cadastrou e recebeu é salutar que restitua os
valores aos cofres públicos por não se enquadrarem nos pré-requisitos para a concessão do
benefício. Cabe ressaltar que, embora o militar não tenha feito nenhum ―movimento‖ para o
recebimento do Auxílio Emergencial, ou seja, apenas foi surpreendido com os valores em suas
contas, mas não devolveu, ainda sim pode incorrer em crime tipificado no Art. 169 do Código
Penal Comum: Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito
ou força da natureza. Pena de detenção, de um mês a um ano, ou multa. Novamente, apenas
quem não restituir, comete crime comum, em tese. Com a decisão de devolução de valores
recebidos ilegalmente, os policiais militares, além de afastar qualquer incidência da prática de
crime de Apropriação Indébita havida por erro, caso fortuito ou força da natureza (art. 169 do
CPB), agem com total sentimento de dever e com a observância dos preceitos da ética policial
militar, contidos nas normas do artigo 40, em especial, nos incisos II, IV, XI e XII e XVIII, do
Estatuto da Policia Militar do Maranhão, senão vejamos, in verbis: Art. 40 - O sentimento do
dever, a dignidade policial-militar e do decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes da
Polícia Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância dos seguintes
preceitos da ética policial-militar: [...] IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as
instruções e as ordens das autoridades competentes; V - ser justo e imparcial no julgamento
dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados; VI - zelar pelo preparo próprio, moral,
intelectual, físico e, também, pelos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão
comum; [...] XI - cumprir seus deveres de cidadão; XII - proceder de maneira ilibada na vida
pública e particular; [...] XVIII - zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos seus
integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar. (destaque
nosso) Afora isso, a postura acima, que representa ainda claro indicativo de probidade e
lealdade, enquadra-se nos preceitos contidos no artigo 43, inciso III do mesmo Estatuto em
epígrafe. Ficou comprovado ainda, que os sindicados já tinham cadastro antes de serem
Servidores Públicos do Estado do Maranhão, afastando assim, qualquer conduta de falsidade
ideológica ou mesmo de má-fé para captação de valores ilícitos, eximindo-os de qualquer
responsabilidade pela solicitação em comento, restando evidente a inexistência de nexo causal
entre a conduta dos policiais e o resultado, objeto de apuração, fato tal que homenageia o
Princípio da Individualização da Pena, sitiado no artigo 5º, inciso XLVI da Constituição
Federal de 1988, bem como o disposto no artigo 13 do Código Penal que assim dispõe: O
resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Importa
sublinhar que, tratando-se os investigados, de policiais militares, é necessário fazer a
subsunção dos fatos aqui elencado, ás normas e preceitos do Regulamento Disciplinar do
Exercito (RDE) que trata das transgressões militares com as devidas punições. Portanto, com
as balizas da boa-fé e probidade dos policiais investigados, bem como a falta de nexo causal
de suas condutas, não há falar em prática de transgressão militar, vez que o artigo 18 do
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 929 -
Decreto 4346/2002 (RDE) estabelece que: Art. 18. Haverá causa de justificação quando a
transgressão for cometida: [...] V - por motivo de força maior, plenamente comprovado; e
(destaque nosso). Deveras, poder-se-ia pensar, ante a subsunção fria dos presentes fatos à
norma, que em tese, os policiais aqui investigados poderiam ter praticado as transgressões
disciplinares de número 01; 34 e 101 do RDE. Acontece que, de acordo com o mandamento do
artigo 18 do Regulamento acima, tais transgressões ficam devidamente justificadas pela
comprovação do ―motivo de força maior‖. Desta feita, há que se ressaltar que a grande questão
em foco é a conduta praticada pelos sindicados, a intenção de tal ato, do recebimento indevido
do Auxílio Emergencial. Com isso, o elemento da culpa recai sobre aquele que tem
consciência da maneira de como se portar e discernimento suficiente para distinguir o certo do
errado, de modo que o Estado pode exigir desse policial que ele se comportasse de maneira
diversa, dentro do esperado para um bom convívio social. Sendo assim, os sindicados (SD
PM/19 Cleilson Silva Almeida [ID 870446], SD PM/19 Deusdete de Carvalho Florentino [ID
871837], SD PM/19 Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque [ID 871874], SD PM/19
Ronaldo Sousa dos Santos [ID 869425], SD PM/19 Thyago Kayque Menezes de Sousa [ID
869445], SD PM/19 Valdinar da Silva Carvalho Júnior [ID 870454] e SD PM 259/18 Walber
Carvalho da Silva [ID 871617]), pelas análises dos seus depoimentos e peças anexas nos autos,
não fizeram nenhum procedimento de cadastro e nem tão pouco nenhum ―movimento‖ para
recebimento de forma voluntária e dolosa no sentido de usufruir do benefício assistencial do
Governo. Simplesmente receberam os valores de forma automática pelo simples fato de já
estarem cadastrados no banco de dados do Governo Federal antes de serem Servidores
Públicos do Estado do Maranhão ou serem dependentes de algum ente familiar que foi ou é
bolsista dos programas assistenciais, tendo como oitivas, que esboçam suas defesas, as
seguintes explanações proveridas pelo SD PM/19 Cleilson Silva Almeida quando disse ―QUE
antes de ser Policial Militar do Maranhão, fez parte do Programa Bolsa Família como
dependente de sua mãe, no entanto já foi excluído do procedimento por desligamento no dia
30 de setembro de 2019‖ (fls. 63); pelo SD PM/19 Thyago Kayque Menezes de Sousa quando
disse ―QUE antes de ser Policial Militar do Maranhão era dependente de sua ex-esposa no que
se refere ao Programa Bolsa Família, bem com seu filho que tem 2 anos, o qual nasceu em 01
de outubro de 2018‖ (fls. 65); pelo SD PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos quando disse ―QUE
não solicitou nenhum benefício e que tal situação se deu por ter vínculo familiar com sua ex-
esposa, a qual é beneficiária do Programa; QUE a sua ex-esposa se cadastrou no Programa
Habitacional Minha Casa Minha Vida‖ (fls. 67); pelo SD PM 259/18 Walber Carvalho da
Silva quando disse ―QUE este cadastro foi realizado antes de ser Policial Militar do Estado do
Maranhão; QUE na ocasião este cadastro foi realizado por conta de uma exigência do Estado
do Piaui para lecionar na rede Estadual de Educação‖ (fls. 69); pelo SD PM/19 Valdinar da
Silva Carvalho Júnior quando disse ―QUE foram depositadas duas parcelas de R$ 600,00 cada
na conta da Caixa Econômica Federal; QUE já tinha conta na Caixa Econômica Federal desde
quando começou em Regime Celetista nos anos de 2016 e 2017; QUE não sacou as parcelas e
nem o banco fez a retiragem; QUE as parcelas caíram em sua conta da Caixa Econômica
Federal‖ (fls. 71); pelo SD PM/19 Deusdete de Carvalho Florentino quando disse ―QUE não
solicitou o Benefício, nem tão pouco recebeu; QUE sua mãe foi até a Caixa Econômica
Federal para retirar e constatar, por meio dos comprovantes que será anexado nos autos, que
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 930 -
nem ela e nem o sindicado sacou o dinheiro que consta nas denúncias‖ (fls.73) e pelo SD
PM/19 Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque quando disse ―QUE antes de ser militar a
sua companheira recebia o Bolsa Família e era dependente dela‖ (fls. 75). E embora tenham
―recebidos‖ os valores, os sindicados, SD PM/19 Thyago Kayque Menezes de Sousa, SD
PM/19 Ronaldo Sousa dos Santos, SD PM 259/18 Walber Carvalho da Silva, SD PM/19
Valdinar da Silva Carvalho Júnior e SD PM/19 Francisco Leonardo Barroso de Albuquerque,
realizaram de imediato a sua devolução, constatando-se uma conduta de boa fé, tal como se
ver nos recibos de pagamentos os quais foram anexados nos autos (fls. 106, 128, 137, 142 e
170. Porém cabe ressaltar uma particularidade no que se refere ao SD PM/19 Cleilson Silva
Almeida que nem sequer teve valores recebidos em sua conta. Tal fato se mostra plausível no
Informe de Rendimentos Financeiros que há um total zero de rendimentos recebidos (fls. 78),
bem como uma regularidade na ficha do Diagnóstico Fiscal na Receita Federal e Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional (fls. 89) e ―QUE alega não ter recebido nenhum rendimento do
Governo Federal referente ao Auxílio Emergencial como consta na Receita Federal, em
diagnóstico fiscal expedido pela Procuradoria Geral da Fazendo Nacional e também na
Declaração de Imposto de Renda do Exercício 2021 ano calendário 2020; QUE ao realizar a
Declaração de Imposto de Renda do Exercício 2021 ano calendário 2020, não houve nenhum
problema nos procedimentos, pois se constassem irregularidades, referente ao Auxílio
Emergencial, seria automaticamente gerado um DARF, como aconteceu em diversos casos,
cobrando o valor supostamente recebido; QUE ao consultar o Informe de Rendimentos
Financeiros referente ao Auxílio Emergencial e ao Auxílio Emergencial Residual, expedido
pelo Ministério da Cidadania, também foi constatado um total zero de rendimentos‖ (fls. 63).
Outro caso particular é do SD PM/19 Deusdete de Carvalho Florentino que também não
usufruiu de nenhum valor e ao consultar os rendimentos supostamente recebidos não foi
encontrada nenhuma informação sobre rendimentos do auxílio emergencial para o seu CPF
(fls. 152 e 154) e nem identificado nenhum pagamento por parte do Governo (fls. 153) e
―QUE não fez nenhum requerimento solicitando Auxílio e que a grande confusão se deu por
conta de que no passado era dependente de sua mãe; QUE ao realizar a Declaração de Imposto
de Renda do Exercício 2021, ano calendário 2020, houve total regularidade no processo; QUE
não solicitou o Benefício, nem tão pouco recebeu; QUE os valores debitados na conta da sua
mãe foram estornados automaticamente para os cofres da União; QUE declara que não tinha, e
nem sua mãe, conhecimento de nenhum benefício do Governo Federal em seu nome, QUE em
2019 foi nomeado na Polícia Militar do Maranhão e que após ser nomeado entrou em contato
com sua mãe para que podesse retirar o seu nome do Cadastro Único do Bolsa Família, QUE
os funcionários do CRAS informaram que como ela já tinha dado entrada na sua
aposentadoria, automaticamente o Cadastro Único do Bolsa Família seria cancelado; QUE
com o passar dos anos não tinha conhecimento que seu nome ainda estava ativo no Cadastro
Único do Bolsa Família; QUE só tomou conhecimento após a referida notificação da referida
sindicância‖ (fls. 73). Da análise de todas as peças que compõem a presente sindicância, restou
apurado que os sindicados não agiram de má fé no intuito de usufruir dos valores ―recebidos‖
do Auxílio Emergencial, mas sim entraram na lista do Governo, no Painel de Vínculos (fls.
14), pelo simples fato de fazerem parte de algum tipo de programa social (Cadastro Único e
Bolsa Família) ou serem dependentes de algum ente familiar antes de serem nomeados
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 931 -
Servidores Públicos do Estado do Maranhão, portanto não fizeram nenhum ―movimento‖ que
comprovasse uma conduta no sentido de se cadastrarem de forma voluntária com desejo de se
beneficiar de forma direta de tal benefício (Auxílio Emergencial). Logo, não se vislumbra, no
presente caso, qualquer tipo de punição, seja ela disciplinar, penal ou cível, considerando a
postura de total boa-fé dos investigados, circunscrita na devolução dos valores recebidos
erroneamente, bem como na clara falta de nexo causal entre suas condutas e o resultado em
análise, exaltando ainda o Principio da individualização da pena, de status constitucional. IV.
PARTE CONCLUSIVA. Em face do exposto e que dos autos consta e conforme análise
realizada na parte expositiva, verifica-se que o fato do suposto recebimento indevido do
Auxílio Emergencial do Governo Federal por parte dos Policiais Militares lotados no 16ºBPM,
objeto da presente sindicância não se acerca de indícios de crime ou transgressão disciplinar,
posto que não agiram de forma dolosa em se cadastrarem para recebimento de benefício e já
devolveram de imediato, quando da ciência do fato gerador, os valores que constaram em suas
contas. Em consequência, considerando a falta de justa causa para seu prosseguimento, sou de
parecer que os presentes autos sejam arquivados com a observância de todos os efeitos legais
de seu estancamento. Chapadinha/MA, 05 de maio de 2021. 1º TEN QOPM José Almir Araújo
Neto – Sindicante. TERMO DE ENCERRAMENTO DE SINDICÂNCIA. Aos cinco dias do
mês de maio de dois mil e vinte e um, nesta cidade de Chapadinha, no quartel do 16º BPM,
encerro os trabalhos à presente sindicância, do que, para constar, lavrei o presente termo. 1º
TEN QOPM José Almir Araújo Neto – Sindicante. Chapadinha/MA, 05 de maio de 2021.
Ofício nº 09/2021 – SIND. - 026/2021 - DP/3. Do: 1º TEN QOPM Araújo – Sindicante. Ao:
TEN CEL Nelson Pereira Santos Júnior – CMT do 16º BPM . Assunto: Remessa de
Sindicância. Anexo: 01 (uma) via física e original dos autos da Sindicância nº 026/2021 - DP/3
com 188 folhas e 01 (um) CD-ROM (contendo 01 (um) Relatório). Senhor Comandante,
Remeto-vos os autos da sindicância instaurada por intermédio da Portaria de Instauração nº
026/2021 - DP/3 de 10 de fevereiro de 2021 para as providências cabíveis. Respeitosamente,
1º TEN QOPM José Almir Araújo Neto – Sindicante.
de incorporarem nas fileiras da Instituição Policia Militar do Estado Maranhão, tendo como
consequência, um cruzamento de dados nos sistemas governamentais e a inserção de seus
nomes no ―Painel de Vínculos‖ expedido pelo Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, fls.
14 a 21.
Destarte, não se vislumbra, no presente caso, qualquer tipo de punição,
seja ela disciplinar, penal ou civil, considerando a postura de total boa fé dos investigados,
circunscrita na devolução dos valores recebidos erroneamente, bem como, na clara falta de
nexo causal entre suas condutas e o resultado em análise, exaltando ainda o Princípio da
individualização da pena, de status constitucional.
Sendo assim, conforme análise na parte expositiva, verifica-se que o fato
do suposto recebimento indevido do Auxílio Emergencial do Governo Federal por parte dos
policiais militares lotados no 16º BPM, objeto da presente sindicância não se acerca de
indícios de crime ou transgressão disciplinar, posto que não agiram de forma dolosa em se
cadastrarem para recebimento do benefício e já devolveram de imediato, quando da ciência do
fato gerador, os valores que constaram em suas contas.
Em consequência, o Oficial encarregado da Sindicância sugeriu, salvo
melhor juízo, em seu parecer, que os presentes autos sejam arquivados.
Acerca dos aspectos formais do processo administrativo, esse se
desenvolveu em observância aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido
processo legal. Foi oportunizado ao Sindicado o direito de apresentar defesa prévia, alegações
finais, de participação nos atos instrutórios e de constituir defensor particular, assim como,
cumpridos todos os prazos procedimentais aplicáveis à espécie.
auxílio emergencial de R$ 1200,00 (mil e duzentos reais).‖ (fls.27) O policial cita em seu
termo que antes de ingressar na Polícia Militar participou de Programas Sociais, como Bolsa
Escola, tendo sempre sido inscrito por sua mãe. Destacou que sua genitora ainda faz parte do
CADÚNICO, juntamente com os demais membros da sua família elegíveis a programas
sociais, fato corroborado por meio do documento apresentado pelo sindicado, onde constam
nome de sua mãe e demais familiares, dela dependentes. (fls. 46) O sindicado informou que
realizou a devolução do valor em questão de forma integral por meio de DARF cujo recibo
está datado de 11/03/2021. Relatou ainda que a devolução ser feita nessa data foi utilizar os
serviços do contador no momento da Declaração do Imposto de Renda. Ao ser questionado
sobre quando tomou de ciência dos depósitos do auxílio em sua conta, disse não recordar
quando identificou estes. Assim, como negou ter realizado ou atualizado cadastros em
programas sociais no ano de 2020. (fls.27) A fim de confrontar as informações apresentadas
pelo sindicado fora solicitada documentação à Caixa Econômica, contudo a mesma não
respondeu a solicitação. Desse modo foi feito levantamento por meio do sítio
https://consultaauxilio.cidadania.gov.br/consulta/, onde foi obtido um registro de cadastro em
que o sindicado é dependente da sua genitora, o que de certa forma corrobora o seu relato de
que era dependente de sua mãe em cadastro de programas sociais em anos passados. No
cadastro em questão há após o pagamento da segunda parcela de auxílio o cancelamento do
processo, sem que tenha havido nova solicitação ou pedido de revisão de suspensão. Ao que
parece o próprio sistema identificou os parâmetros que desqualificavam o sindicado como
elegível ao benefício, sendo, portanto, sustado. O questionamento vigente nesse caso, ao ver
deste parecerista, recai sobre: ―teria o policial motivado o Estado a conceder-lhe benefício,
mesmo sem atender requisito, de forma premeditada, com intenção de obter vantagem?‖. O
Governo exarou a Portaria nº 351, de 7 de abril de 2020, nela estão descritos os requisitos para
seleção de pessoas previamente cadastradas para recebimento de valores, e, como o sindicado
constava como membro de núcleo familiar cadastrado, pode ser que esse fato tenha levado o
mesmo a receber valores indevidos. Diante dos fatos, do relato do policial, do levantamento
documental, não há como imputar uma reprovação a conduta do agente, pois para isso seria
indispensável um conjunto probatório denso, que não deixasse dúvidas quanto a pratica do ato
e do dolo do agente público na solicitação do benefício, não sendo possível caracterizar o fato
enquanto crime ou transgressão. 4. PARTE CONCLUSIVA. Em face do exposto e que dos
autos consta, acredita-se que não há como culpabilizar o policial militar, Rafael Monteiro de
Oliveira, por cometimento de transgressão ou crime de natureza militar ou civil, posto que não
há como comprovar o ato, intenção de obter vantagem por meio de cadastramento ou
falseamento de informações com objetivo de obter vantagem. Caso houvesse o dolo em obter
vantagem indevida, o policial incorreria em pratica de estelionato. Contudo, pela analise
realizada não houve como identificar a existência de um novo cadastro ou que cadastro já
existente tenha sido atualizado por ele para obter vantagem. Cabe ainda informar, de acordo
com a Portaria nº 351, de 7 de abril de 2020, aquele que realizara devolução integral dos
valores não sofrerá responsabilização. Dito isto, salvo melhor juízo, sou de parecer que os
presentes autos sejam arquivados. Quartel do 10º BPM, em Pinheiro – MA, 03 de maio de
2021. 2º Ten QOPM Ana Caroline Silva Sardinha - Sindicante
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 936 -
finais, de participação nos atos instrutórios e de constituir defensor particular, assim como,
cumpridos todos os prazos procedimentais aplicáveis à espécie.
natureza provisória, pois como bem narrado, tem o objetivo de formar elementos para dar
pulso a ação penal. O Inquérito Policial Militar deverá ser iniciado de ofício pela autoridade
com circunscrição onde o fato tenha ocorrido, desde que observada a hierarquia do infrator,
conforme prescreve o Art. 10 do Código de Processo Penal, in verbis: Art. 10. O inquérito é
iniciado mediante portaria: a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição
ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; (grifo nosso)
Caso o escrivão não tenha sido designado através de portaria, o encarregado deverá fazer
constar conforme os Art. 11 do CPPM, devendo recair sobre um sargento, sendo que este
deverá prestar compromisso. Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao
respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para
aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento,
subtenente ou suboficial, nos demais casos. Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso
de manter o sigilo do inquérito e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no
exercício da função. (grifo nosso) As primeiras providências a serem tomadas pelo
Encarregado, deverão ser, ouvir as testemunhas, ofendido, caso exista, e o indiciado,
preferencialmente por último, para desta forma, juntar as provas testemunhais necessárias,
neste sentido: Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste: a) tomar as
medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido; [...] c) ouvir o indiciado; d) ouvir
testemunhas; (grifo nosso) A princípio, a natureza do Inquérito é sigilosa, mas caso o
advogado do indiciado solicite acesso aos autos, não deverá ser negado, desta forma: Art. 16.
O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome conhecimento o
advogado do indiciado. (grifo nosso) As inquirições das testemunhas e do indiciado não
deverão ultrapassar o período de quatro horas, também, deverá ser observado que os mesmos
devem ser ouvidos durante o dia, conforme prescreve o art. 19 do CPPM, in verbis: Art. 19. As
testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que constará da respectiva
assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie entre as sete e as dezoito
horas. [...] §2º. A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo-
lhe facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além daquele
termo. O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para prosseguir
no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito. (grifo nosso) Os prazos
deverão ser fielmente observados, sendo que para indiciados presos, deverá ser concluído
dentro de vinte dias, porém, para indiciados soltos, o prazo deverá ser de quarenta dias,
podendo este prazo ser prorrogado por mais vinte dias, mediante motivação do encarregado, à
autoridade delegante: Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado
estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no
prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se
instaurar o inquérito. §1º. Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados,
ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de
prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do
prazo. (grifo nosso) As peças deverão ser reunidas em um só ―volume‖ e por ordem
cronológica, sendo estas rubricadas pelo escrivão do mesmo: Art. 21. Todas as peças do
inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só processado e datilografadas, em
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 940 -
espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas, pelo escrivão. Parágrafo único. De cada
documento junto, a que precederá despacho do encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o
respectivo termo, mencionando a data. (grifo nosso) Ao final do Inquérito Policial Militar
deverá ser realizado um Relatório, o qual deverá ser redigido em três partes, sendo a primeira
destinada ao objetivo, a segunda às diligências realizadas e resultados obtidos, e por fim, a
terceira destinada à conclusão do Encarregado, observando as minucias do fato, onde o
encarregado deverá constar as diligências realizadas, as oitivas feitas, manifestando-se,
justificadamente, pela prisão ou não do indiciado. Art. 22. O inquérito será encerrado com
minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas
ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime,
pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão
preventiva do indiciado, nos termos legais. § 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para
a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação,
para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada
infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. (grifo nosso) A
Portaria nº 055/2009 – GCG, de 07 de outubro de 2009, à qual dispões sobre as Instruções
Complementares sobre Inquérito Policial Militar e Sindicâncias no âmbito da Polícia Militar
do Maranhão, versa, in verbis, que: Art. 1º. São autoridades competentes no âmbito da Polícia
Militar do Maranhão, para determinar a instauração de Sindicância e Inquérito Policial Militar:
[...] IX – Comandantes de Batalhões, Comandantes de Companhias Independentes e
Comandante da Companhia de Comando Geral; [...] Art. 3º. Quando da instauração de
Inquérito Policial Militar, a autoridade delegante, além da imediata remessa da Portaria de
Instauração à Diretoria de Pessoal, deverá também, ao final do procedimento, encaminhar
original integral dos autos à Diretoria de Pessoal em 02 (duas) vias, acompanhada de CD-
ROM contendo o Relatório e a Solução, para que o mesmo seja devidamente homologado e,
posteriormente, remetido à Auditoria da Justiça Militar Estadual. § 1º. A Portaria de
Delegação de Inquérito Policial Militar deverá conter a delimitar do objeto de apuração, bem
como, desde que possível, os dados de identificação do investigado. [...] Art. 4º. Os prazos
para a conclusão dos processos e procedimentos administrativos militares deverão ser
rigorosamente obedecidos, conforme legislação vigente, sujeitando os responsáveis pelo não
cumprimento dos prazos a responsabilidade administrativa e/ou penal. (grifo nosso) O
normativo próprio da Corporação sobre o presente procedimento, versa que o Comandante do
Batalhão é autoridade competente para Instaurar a Portaria de Inquérito Policial Militar e de
delegação de encarregado e escrivão do mesmo, bem como, após apurado todo o
procedimento, o mesmo deverá ser remetido, integralmente à Diretoria de Pessoal (DP/3), em
duas vias, e o Relatório acompanhado da Solução. A Portaria referida deverá conter o objeto e
os dados do investigado, sendo que os prazos para conclusão do mesmo já estão previsto na
norma vigente. Desta forma, passo a análise das provas documentais e dos termos de
inquirição das testemunhas e dos termos de interrogatório da vítima e dos indiciados
constantes nos autos deste Inquérito Policial Militar, no que passaremos a relatar, as partes
cruciais de tais provas para a formulação do convencimento deste Encarregado. Através da
Portaria de Delegação n° 81/2020 – DP/3, de 01 de dezembro de 2020, foi Instaurado o
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 941 -
presente Inquérito Policial Militar para apurar as condutas do 1° SGT PM n° 117/88 Samarone
Holanda Cantuário Assunção e CB PM n° 421/07 Paulo César de Lima Araújo. Trata-se de
notícia de crime formulada pela Fundação Da Criança e Adolescente – FUNCAC/MA onde
relata: Que o adolescente Wesley Ferreira Gomes, deu entrada na referida unidade com lesões
corporais provenientes de violência supostamente praticada pelos policiais militares que
realizaram a apreensão do mesmo. O Boletim de Ocorrência nº 760/2018, de 04/07/2018,
tendo como comunicante a Sra. Maria Ribamar Carneiro Serra, avó materna do adolescente
Wesley Ferreira Gomes, constante de fls. 28, versa que: [...] COMUNICANDO QUE SEU
NETO SUPRAMENCIONADO FOI VÍTIMA DE ARMA DE FOGO, O QUAL RECEBEU
VÁRIOS TIROS, DESFERIDO PELO POR POLICIAL MILITAR MARONE DE TAL, QUE
ATINGIU AS DUAS PERNAS, SENDO QUE O PROJÉTIL ENCONTRA-SE ALOJADO
NA PERNA ESQUERDA. INFORMA QUE O ADOLESCENTE FOI ABORDADO PELO
POLICIAL MILITAR CÉSAR, QUANDO O MESMO ESTAVA PILOTANDO A MOTO
QUE ESTAVA FAZENDO ASSALTO JUNTAMENTE COM UM COMPARSA.
CONHECIDO POR ―BOBO‖. INFORMA QUE SEGUNDO O ADOLESCNTE OS
AGRESSORES RODARAM A MANHÃ INTEIRA DENTRO DA VITURA COM
FERIMENTOS A BALA. QUE O ADOLESCENTE FALOU A COMUNICANTE QUE OS
PMS ENFIARAM O DEDO DENTRO DO FERIMENTO DO ADOLESCENTE E
COLOCARAM SPRAY DE PIMENTA NO LOCAL DO FERIMENTO. QUE O
ADOLESCENTE APÓS SER PRESO E TER PASSADO HORAS DENTRO DA VIATURA
SENDO TORTURADO PARA FALAR ONDE ESTAVA O COMPARSA E DEPOIS FOI
LEVADO PARA O HOSPITAL DE EMERGÊNCIA SOCORRÃO II. INFORMA A
COMUNICANTE QUE O ADOLESCENTE FOI LEVADO DUAS VEZES PELOS
MONITORES PRA O SOCORRÃO I, POIS O MESMO ESTAR COM A PERNA
INFECCIONADA E DANDO FEBRE. [...] Os policiais militares arrolados informaram
durante oitiva de apreensão em flagrante delito, de 02/07/2018, que após a abordagem,
encaminharam o adolescente infrator, encaminhando primeiramente ao Hospital do Socorrão
II. O Termo de Interrogatório do adolescente Wesley Ferreira Gomes, constante de fls. 41,
versa que: [...] SE ENCONTROU COM SEU AMIGO ―BOBO‖, NA RUA DA VITÓRIA,
NO BAIRRO DA CIDADE OLÍMPICA, CONVERSANDO COM O MESMO, SENDO QUE
TIVERAM A IDEIA DE PRATICAREM ASSALTOS, PELA REGIÃO; QUE NA
OCASIÃO ESTAVA DE POSSE UMA MOTOCICLETA DE COR VERMELHA, DE
PROPRIEDADE DE UM CONHECIDO, A QUEM PEDIU EMPRESTADA; QUE ―BOBO‖
NÃO PORTAVA UM REVÓLVER, MAS SIM UMA FACA, CUJO CABO PARECE SER
DE UMA ARMA DE FOGO; QUE POR VOLTA DAS 10H40MIN, OBSERVARAM UM
HOMEM QUE ANDAVA NA RUA, FALANDO NO CELULAR, SENDO QUE
RESOLVERAM ABORDÁ-LO; QUE ―BOBO‖ SACOU DA FACA, DANDO VOZ DE
ASSALTO, SE APODERANDO DO CELULAR DA VÍTIMA; QUE EM SEGUIDA,
SURGIU UMA VIATURA DA POLÍCIA MILITAR; QUE, EMPREENDEU FUGA NA
MOTOCICLETA, COM BOBO NA GARUPA; QUE, NA PERSEGUIÇÃO OS POLICIAIS,
OS POLICIAIS EFETUARAM VARIOS DISPAROS DE ARMA DE FOGO, EM TORNO
DE DEZ DISPAROS, SENDO ATINGIDO NA PANTURRILHA DIREITA E ESQUERDA,
QUE MESMO BALEADO, CONTINOU EMPREENDENDO FUGA NA MOTOCICLETA,
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 942 -
02 de julho de 2018, de 1° QTU, constante de fls. 193 a 200, versa que: O livro do
Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU), consta que a ocorrência foi lançada em livro
para que fossem tomado conhecimento e adotadas as medidas legais cabíveis. Ao relacionar
todos os fatos acima, e, da análise dos mesmos, passamos a opinar na parte conclusiva deste
procedimento, sendo assim, após a exposição dos fatos a fim de apurar as circunstâncias
envolvendo o 1° SGT PM n° 117/88 Samarone Holanda Cantuário Assunção, Matrícula n°
82735, ID n° 411884, e CB PM n° 421/07 Paulo César de Lima Araújo, Matrícula n° 1692235,
ID n° 417437, os quais teriam, em tese, quando de serviço na cidade de São Luís – MA, no dia
02 de julho de 2020, por volta das 10h40min, teriam agredido fisicamente o adolescente
Wesley Ferreira Gomes que culminaram em lesões corporais, incorrendo, em tese, no crime
capitulado no Art. 129 do Código de Penal, conforme Autos do Processo nº 12797-
25.2018.8.10.0001 (134742018) da 9° Vara Criminal, encaminhado por intermédio da
Auditoria da Justiça Militar, foram analisadas e suprimidas as dúvidas decorrentes do objeto
do presente Inquérito Policial Militar, do que passaremos à conclusão a seguir. III –
CONCLUSÃO. Em face do exposto e que dos autos consta e, conforme a análise realizada na
parte expositiva verifica-se que, com relação a conduta do 1° SGT PM n° 117/88 Samarone
Holanda Cantuário Assunção, Matrícula n° 82735, ID n° 411884, e CB PM n° 421/07 Paulo
César de Lima Araújo, Matrícula n° 1692235, ID n° 417437, teriam agredido fisicamente o
adolescente Wesley Ferreira Gomes que culminaram em lesões corporais, incorrendo, em tese,
no crime capitulado no Art. 129 do Código de Penal. Da a análise das provas documentais
juntadas através da Portaria de Instauração de Inquérito Policial Militar e Delegação de
Encarregado nº 081/2020 – DP/3, de 01/12/2020 e, também pelas demais provas juntadas e
diligências realizadas, restou apurado que a não se pode comprovar com verossimilhança, que
os autores teriam, em tese, agredido fisicamente o Sr. Wesley Ferreira Gomes, pois carece de
provas, apesar de constar dos autos o Exame de Corpo de Delito e Lesão Corporal realizado no
dia 03/07/2018 (dia seguinte à ocorrência), e outro Exame de Corpo de Delito e Lesão
Corporal realizado no dia 04/07/2018 (dois dias após a ocorrência), ambos os laudos
apresentam feridas perfurocontusa nas panturrilhas esquerda e direita, provenientes de projétil
de arma de fogo, os quais foram efetuados no momento da perseguição, após um dos
assaltantes ter apontado o armamento em direção a guarnição. Não sendo possível localizar o
endereço da vítima e testemunha que consta nos autos do processo, não sendo possível a
realização de mais diligências com a finalidade de aprofundar possíveis dúvidas sobre a
alegada agressão física. Sobre os indícios do 1° SGT PM n° 117/88 Samarone Holanda
Cantuário Assunção, Matrícula n° 82735, ID n° 411884, e CB PM n° 421/07 Paulo César de
Lima Araújo, Matrícula n° 1692235, ID n° 417437, os quais, em tese, teriam agredido
fisicamente o adolescente Wesley Ferreira Gomes no momento de sua prisão que culminaram
em lesões corporais, contudo, não se pode asseverar com plena convicção que os indiciados
provocaram ou agrediram fisicamente após a detenção da vítima. Desta forma, podemos
elencar que: a) não há indícios de crime militar, pois o fato aludido nesta ocasião não constrói
todos os elementos necessários à proposição de crime da competência da esfera castrense,
pois, apesar dos indiciados se encontrarem de serviço, as consequências da sua atitude não
trouxeram qualquer resultado para outro militar e, apesar de se encontrarem de serviço, o local
do fato não estava sob a administração militar, então não podemos elencar a atitude dos
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 945 -
mesmos como crime militar na interpretação mais adequada, fato que afasta a natureza militar
da questão em tela; b) Já com relação ao indícios de crime de natureza comum, podemos
asseverar que, conforme entendimento, que não se pode afirmar com certeza que os mesmos
cometeram crime da competência comum, ou seja, o crime de Lesão Corporal, pois conforme
os Exames de Corpo de Delito e Lesão Corporal constante dos Autos, as lesões sofridas foram
feridas perfurocontusa nas panturrilhas esquerda e direita, provenientes de projétil de arma de
fogo, os quais foram efetuados no momento da perseguição, após o iminente perigo de vida
dos policiais. c) a conduta dos acusados não ferem a honra pessoal, o pundonor militar ou o
decoro da classe, tendo em vista que a conduta destes não elencam os aspectos para tal; d) a
atitude dos indiciados não se caracterizam como transgressão militar, pois a conduta destes
não confrontam normas administrativas; Diante do exposto, o presente Inquérito Policial
Militar a fim de apurar os fatos envolvendo o 1° SGT PM n° 117/88 Samarone Holanda
Cantuário Assunção, Matrícula n° 82735, ID n° 411884, e o CB PM n° 421/07 Paulo César de
Lima Araújo, Matrícula n° 1692235, ID n° 417437, que teriam agredido fisicamente o
adolescente Wesley Ferreira Gomes que culminaram em lesões corporais, incorrendo, em tese,
no crime capitulado no Art. 129 do Código de Penal, sou de parecer, salvo melhor juízo, que
do presente procedimento, sejam estes autos arquivados por falta de provas. São Luís - MA, 27
de janeiro de 2021. 1° Ten QOPM Deyveth Phillp de Sousa Dias - Encarregado do IPM
diligenciar conforme despacho de fls 07, 29, 36 expedindo os seguintes ofícios: 1) Oficie-se ao
Cel QOPM Diretor de Pessoal da Polícia Militar do Maranhão, informando-o sobre a abertura
do presente Inquérito Policial Militar 2) Oficie-se ao Comandante do 1° Batalhão de Polícia
Militar solicitando a apresentação do Sd PM 1129/14 Mailton Pereira Pacheco, bem como
cópia do Histórico Policial Militar do mencionado policial. 3) Oficie-se ao Comandante do 14°
Batalhão de Polícia Militar solicitando realização de Carta Precatória para o Sd PM 1129/14
Mailton Pereira Pacheco. 4) Oficie-se ao Comandante do Batalhão de Policiamento de Choque
solicitando a apresentação do Cap QOPM Denys Silva de Sousa para inquirição. na condição
de testemunha. 5) Oficiou-se ao Coordenador do Pavilhão de Prisões solicitando informações
acerca da distribuição de presos custodiados nas celas do Presídio. 6) Oficiou-se ao
Comandante Geral da PMMA solicitando prorrogação de prazo para conclusão do presente
IPM. 7) Oficiou-se a Sra Francisca Flávia Moraes dos Santos solicitando que a referida
compareça a inquirição, na condição de testemunha. Juntou-se os seguintes documentos
recebidos em resposta aos Ofícios despachados nos autos de IPM: 1) Portaria de Delegação n°
051/2020 — DP/3, datada de 10 de agosto de 2020; 2) OFC — 6ª PJE/SLZ — 1262020, de
28/07/2020; 3) Deliberação de arquivamento, Notícia de Fato n° 000972 —500/2019; ,.._ 4)
Notícia de Fato n° 037800 — 500/2018; Ofício n° 165/2018 0 Seç. Op. BPChoque, de
07/11/2018; Ofício n° 201/2017 — Seç Op. BPChoque, de 16/11/2017; Oficio n° 063/2017 —
Cia de Choque, de 16/11/2017 5) Ofício n° 393/2020 — P11 — 1°BPM 6) Histórico Policial
Militar do Sd PM 1129/14 Mailton Pereira Pacheco 7) Cópia de lançamentos por matrícula, do
sistema de Gerenciamento de Informações (SGI) 8) Oitiva do Cap QOPM Denys Silva de
Sousa 9) Ofício n° 983/2020 — P11 — 14° BPM, de 05 de outubro de 2020 10) Oitiva da Sra
Francisca Flávia Morais dos Santos 11) Ofício 331/2020 — PPPM, de 07 de outubro de 2020
12) Cópia autêntica 029/2017 — PPCG, referente ao dia 16 de novembro de 2017. 13) Mapa
de presos n° 77/2017, de 10 de novembro de 2017. 14) Ofício n° 740/2020 — DP/3 —
Just/IPM, datado de 23 de outubro de 2020. 15) Portaria n° 028/2020 — DP/3 — 1PM —
Prorrog. de prazo, de 20 de outubro de 2020. Toda documentação acima citada fora
prontamente atendida, bem como juntadas aos autos do procedimento administrativo militar.
III DOS FATOS Frente a documentação e provas obtidas durante o transcorrer do presente
Inquérito Policial Militar, verifica-se os fatos que levaram ao ingresso de 01 (um) aparelho
celular marca Samsung, 03 (três) carregadores e 01 (um) cartão de memória, material
encontrado na cela do Sd PM 1129/14 Mailton Pereira Pacheco não puderam ser plenamente
elucidados a partir da apuração realizada por meio do presente Inquérito Policial Militar. A
priori, pode-se afirmar que o material supracitado não foi encontrado na cela onde se
encontrava o Sd PM Mailton Pereira Pacheco, sendo localizado na cela onde se encontravam,
na verdade, os detentos Sgt R/R Jorge Benedito Pinho Sousa, Cb PM 200/07 Karuzo Silva
Oliveira. Sd PM Brenno Duarte Bezerra e Sd PM Jorge Lucas Melo Garcia. não se podendo
identificar no transcorrer da investigação quem estava de posse dos citados materiais.
tampouco de qual maneira se deu tal ingresso. IV ANÁLISE DAS PROVAS. Das provas
acostadas nos autos do presente Inquérito, tomando por base as informações trazidas à baila
pela Notícia de Fato n° 000972-500/2019 (fls 08), oriundo da 6ª Promotoria de Justiça
Especializada — ia Militar da Comarca de São Luís, que afirma que — considerando após
uma revista realizada pelo Batalhão de Choque na cela do detento Mailton Pereira Pacheco sua
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 948 -
esposa. Sra Francisca Flávia Moraes dos Santos, compareceu a Sala do Coordenador do
Pavilhão de Prisões dirigindo palavras exasperadas ao TC QOPM DEça acerca da mencionada
revista — a Sra Francisca Flávia teria sido informada de tal situação por meio de uma ligação
telefônica do interior do presidio. afirmando ainda que este aparelho celular utilizado para tal
ligação fora um encontrado na cela do detento Mailton Pereira Pacheco. Contudo, ainda nos
documentos que acompanham a Portaria de Delegação, mormente o Oficio n° 063/2017 — Cia
de Choque (fis 13), o qual relata detalhes da revista no Pavilhão de Prisões da PMMA no dia
que foram localizados os materiais mencionados na Portaria desta IPM, a cela onde se
encontrava o Soldado Mailton Pereira Pacheco era a cela 2J: ao passo que — tomando ainda
por base o Oficio oriundo da Cia de Choque — os materiais mencionados na Portaria de
Delegação foram localizados na cela 5A. Neste ponto insta esclarecer que não existe nenhuma
cela com a numeração 5A. contudo, considerando que o Pavilhão de Prisões do Quartel do
Comando Geral possui dois pavilhões. a saber: Pavilhão -A- e Pavilhão -B", deduz-se que o
signatário do referido Ofício esteja se referindo a cela 5J. que se localiza no Pavilhão "A".
Para além das informações trazidas pelo relatório da Companhia de Choque, o Capitão QOPM
Denys — signatário do citado Ofício — ratificou em sua oitiva (fls 48) que o aparelho celular,
carregadores e cartão de memória não estavam na mesma cela que o detento Mailton Pereira
Pacheco. conforme vemos: o aparelho celular não foi localizado na cela onde estava o detento
Mailton Pereira Pacheco, haja vista que o mencionado policial estava custodiado na cela 2-J e
o telefone celular foi localizado na cela 5-A. O Mapa distribuição de presos 77/2017 (fls 63), a
seu turno, aponta que o detento Mailton Pereira Pacheco estava na cela 3J, numeração que não
coincide com a apontada pelo Cap Denys, contudo também não coincide com a cela onde
foram encontrados os matérias. Durante inquirição realizada com a Sra Francisca Flávia
Morais dos Santos (fis 58), a depoente, quando perguntada como soube das supostas agressões
cometidas contra seu esposo, o Sd PM Mailton Pereira Pacheco. pelos policiais do BPChoque,
afirmou que "o dia narrado no documento onde a declarante teria indo ao Pavilhão de Prisões
não foi a mesma data das supostas agressões, uma vez que as supostas agressões ocorreram em
2017 e sua ida. conforme consta na Notícia de Fato foi em janeiro de 2019". Assim, a
indagação levantada na Noticia de Fato 000972-500/2019, sobre como a Sra Francisca Flávia
Morais dos Santos soube das supostas agressões a seu esposo ficam esclarecidos. haja vista,
após a data da agressão, a depoente e o custodiado terem se encontrado durante as visitas
previamente programadas no presídio. Da mesma forma, conforme visto. não há nenhum
indício que aponte que o celular encontrado durante a revista do BPChoque no Pavilhão de
Prisões da PMMA seja de propriedade ou posse do detento Mailton Pereira Pacheco. V
CONCLUSÃO. Frente ás provas acostadas aos autos do presente Inquérito Policial Militar,
não resta comprovado de que maneira se deu o ingresso de 01 (um) aparelho celular marca
Samsung. 03 (três) carregadores e 01 (um) cartão de memória no Pavilhão de Prisões da
PMMA. restando comprovado somente que tais materiais não se encontravam na ceia do Sd
PM 1129/14 Mailton Pereira Pacheco, tendo sido encontrados na cela "5- do Pavilhão "A-
onde se encontravam os detentos Sgt R/R Jorge Benedito Pinho Sousa. Cb PM 200/07 Karuzo
Silva Oliveira, Sd PM Brenno Duarte Bezerra e Sd PM Jorge Lucas Meio Garcia. não se
podendo identificar no transcorrer da investigação, como afirmado alhures. quem estava de
posse dos citados materiais. tampouco de qual maneira se deu tal ingresso Por fim, encaminho
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 949 -
os presentes autos de IPM à douta apreciação do limo. Sr. Cel QOPM Pedro de Jesus Ribeiro
dos Reis. autoridade delegante, a que compete solucioná-lo e posteriormente remetê-lo à
autoridade competente. São Luis - MA, 25 de outubro de 2020. Cap QOPM Gildson Márcio
Leite Souza Júnior - Encarregado do IPM
Policial Militardo mesmo, assim como seu histórico policial militar, Cópia da cautela de
armamento que se encontrava sob sua responsabilidade, Cópia do Livro Digital do CPU/1º e 2
º QTU do dia 07 de julho de 2021, com o objetivo de subsidiar o esclarecimento dos fatos
sobre o IPM 055/2021 – DP/3. 2. Os Fatos. Do que foi apurado, constata-se que os fatos
ocorreram da seguinte forma: Que no dia 07 de julho de 2021, por volta das oito horas e trinta
minutos, o 3º SgtPMMA Sebastião Amâncio Gonçalves se dirigiu até o Banco da Caixa
Econômica Federal para fazer um saque; Queo 3º Sgt PMMA Sebastião Amâncio Gonçalves,
estava de posse de uma arma de fogo, Pistola da Polícia Militar do Maranhão – PT100 -
TAURUS – STC 93572 / .40, com 2 munições, cautelada pela Instituição PMMA; Que o 3º
Sgt PMMA Sebastião Amâncio Gonçalves,ao tentar adentrar no Banco, foi impedido pelo
vigilante, que não o deixou entrar, pois estava sem seus documentos que o identificassem
como militar; Que para adentrar ao Banco da Caixa Econômica Federal, entregou a Pistola da
Polícia Militar do Maranhão – PT 100 -TAURUS – STC 93572 / .40, com 2 munições, para
um flanelinha (guardador de carros), identificado como JOSIAS FERREIRA LOPES, para que
guardasse a sua arma enquanto fazia o saque no Banco; Que o 3º Sgt PM Sebastião Amâncio
Gonçalves entrou na agência, deixando sua arma com o flanelinha (guardador de carros),
identificado como JOSIAS FERREIRA LOPES e ficou aguardando ser chamado pela senha;
Que o 3º Sgt PMSebastião Amâncio Gonçalves, foi abordado por três policiais civis que
haviam sido acionados pela Gerente do Banco; Que perguntaram se ele era policial, pediram o
documento e perguntaram pela arma de fogo; Que o 3º Sgt PM Sebastião Amâncio Gonçalves
respondeu que era policial, porém tinha perdido todos os documentos e que tinha entregue a
arma de fogo, Pistola da Polícia Militar do Maranhão – PT 100 -TAURUS – STC 93572 / .40,
com 2 munições a um flanelinha ( guardador de carro); Que os policiais civis perguntaram
para o 3º Sgt PM Sebastião Amâncio Gonçalves, onde estava o flanelinha (guardador de
carro); Que o 3º Sgt PMMA Sebastião Amâncio Gonçalves levou os policias civis até o
flanelinha (guardador de carro); Que os policias civis abordaram o Sr. JOSIAS FERREIRA
LOPES - flanelinha ( guardador de carro) e perguntaram se o Sr. JOSIAS FERREIRA LOPES
teria recebido uma arma de fogo de algum policial; Que o Sr. JOSIAS FERREIRA LOPES
afirmou que recebeu uma arma de fogo e que arma de fogo estava nas proximidades do Banco
da Caixa Econômica Federal, dentro de uma bolsa; Que os policiais se deslocaram até o local e
acharam a bolsa pendurada em uma cerca de ferro, em uma altura de aproximadamente 1,5
metros, pertencente a Agência Bancária; Que logo em seguida os policias civis abriram a bolsa
e constataram que a arma de fogo - Pistola da Polícia Militar do Maranhão – PT 100 -
TAURUS – STC 93572 / .40, com 2 munições, estava dentro da bolsa; Que foi encontrado
também na bolsa uma pedra de craque. Que os policiais civis deram voz de prisão para os dois
(3º Sgt PMMA Sebastião Amâncio Gonçalves e Josias e o Sr. JOSIAS FERREIRA LOPES –
flanelinha (guardador de carro); Que foram conduzidos para a Delegacia da SENARC, Que
foram apresentados a autoridade policial; Que foi feito o APF pelo crime de porte ilegal de
arma de fogo de uso permitido. Que o militar, o 3º Sgt PMMA Sebastião Amâncio Gonçalves,
não apresentou o Boletim de Ocorrência sobre a perda dos documentos enão comunicou o seu
Batalhão - 20º BPM, onde trabalha. 3. Conclusão. a) Há indícios de cometimento de crime de
natureza militar praticado pelo 3º Sgt PMMA Sebastião Amâncio Gonçalves, por entender que
o ilícito penal cometido pelo referido militar, encontra tipificação no dispositivo do Código
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 953 -
Penal Militar no Art. 9º, inciso II, alínea ―e‖, que prevê o crimecometido contra a Ordem
Administrativa Militar, conforme redação: ―por militar em situação de atividade, ou
assemelhado, contra opatrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa
militar‖. Posto que, o referido militar portava arma de fogo pertencente à Instituição Policial
Militar – PMMA, sem qualquer documento que o identificasse como policial militar, tendo
ainda, cedido a referida arma de fogo, sob sua responsabilidade à um terceiro, não habilitado
legalmente para portá-la, indo de encontro a Legislação Vigente da PMMA, entendendo-se
assim, o cometimento de crime militar na modalidade dolosa, visto que houve intenção na
prática do crime. 4. Despacho Final. Sejam os presentes autos encaminhados ao Sr. Cel QOPM
PEDRO DE JESUS RIBEIRO DOS REIS, Comandante Geral- para os fins de direito; Quartel
da ROTAM- MA, 01 de setembro de 2021. WESCLEY GEYSON SILVA MOURA– CAP
QOPM - ENCARREGADO DO IPM
militar praticado pelo 3° Sgt PM n° 231/94 Sebastião Amâncio Gonçalves, matricula: 120295,
ID: 415157, do 20° BPM, por entender que o ilícito penal cometido pelo referido militar,
encontra tipificação no dispositivo do Código Penal Militar no Art. 9°, inciso II. alínea -e", que
prevê o crime cometido contra a Ordem Administrativa Militar, conforme redação: "por
militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração
militar, ou a ordem administrativa militar". Posto que, o referido militar portava arma de fogo
pertencente à Instituição Policial Militar - PMMA, sem qualquer documento que o
identificasse como policial militar, tendo ainda, cedido a referida arma de fogo, sob sua
responsabilidade a um terceiro, não habilitado legalmente para portá-la. indo de encontro a
Legislação Vigente da PMMA.
que o mesmo não se encontrava mais residindo na cidade de São Luis- MA, tendo retornado
ao Estado do Piauí, do qual é oriundo. FORAM JUNTADOS AOS AUTOS OS SEGUINTES
DOCUMENTOS: 1. Portaria de Delegação de Inquérito nº 84/2020-DP/3, datada de 02 de
dezembro de 2020, instaurada pelo Ilmo Sr. Cel QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis,
Comandante Geral da PMMA; 2. Ofício nº 1050/2020- JME/MA, referente a processo nº
11978-88.2018.8.10.0001 (126482018). 3. Ofício nº 842/2020 – DP/3- Just/IPM 4. Cópia de
Processo nº 11978-88.2018.8.10.0001 (126482018), da Auditoria de Justiça Militar do
Maranhão. 5. Oficio 011/2020- P-1/ROTAM, datado de 21.01.2021. 6. Cópia de relatório de
CPU, contendo Escala de Serviço, todos datados de 28.03.2018. 7. Históricos funcionais do 1º
Sgt/PM Rogério França Costa e Sd/PM Neydson Barros Costas 8. Cópia de oficio 017/2020-
P-1/ROTAM, datado de 29.01.2010 disponibilizando OFÍCIO DE APRESENTAÇÃO DO
Cb/PM Paulo Fernando da Silva Marques. III. PARTE EXPOSITIVA. 3.1 Dos fatos objeto de
apuração do presente IPM. Segundo constatação realizada, no decorrer do processo nº 11978-
88.2018.8.10.0001 (126482018), de indícios de crime militar tipificado como lesão corporal,
supostamente produzida no momento em que se deu a abordagem policial ao, na época menor,
Pablo Henrique dos Santos, no dia 28.03.2018, servindo como embasamento para a requisição
pelo MPE, de instauração de Inquérito Policial Militar para a devida apuração de tais indícios,
conforme preceitua o Art. 10, alínea ―c‖ do Decreto Lei nº 1002/69, tendo sido entregue a este
encarregado, cópia do supracitado processo, que constatou no decorrer da investigação
realizada por este encarregado, que, no dia 28/03/2018, por volta das 15h:30min, quando a
guarnição designada para realizar policiamento ostensivo da área do Bequimão, composta pelo
1º Sgt/Pm Rogério, Cb PM Paulo, Sd/PM N. Barros e Sd/PM J. Araújo, por volta das
15:h00min, quando da preleção para o inicio do serviço diário, um cidadão adentrou a base da
ROTAM, solicitando um apoio para resgatar uma moto que havia sido roubada da sua esposa a
algumas horas atrás, informando que o sistema GPS da moto demostrava que a mesma
encontrava-se na área do bairro Bequimão, de imediato o CPU de dia, 1º Sgt/Pm S. Luz,
determinou a equipe composta pelo Sgt PM Rogério, Sd PM J. Araujo, Sd/PM N. Barros e
Cb/PM Paulo, que acompanhassem o denunciante até o local indicado pelo localizador GPS.
Ao chegarem ao bairro do Bequimão, iniciaram incursões juntamente com outros policiais que
estavam de serviço com uma viatura e motocicletas do policiamento de área, que
determinaram a localização da moto roubada estacionada por detrás de alguns condomínios
daquela localidade. O 2º Sargento PM Rogério, comandante da guarnição, determinou o
deslocamento para delegacia, para que fossem tomadas as providências de praxe, tendo em
vista que junto com a moto foram subtraídos outros pertences da vítima. Ao iniciarem o
deslocamento observaram que o denunciante que os acompanhava, reconhecendo um dos
indivíduos que participou do roubo da sua esposa, começou a gritar ―ladrão‖, de imediato o
comandante da viatura determinou o retorno da mesma, e quando chegaram ao local um dos
suspeitos encontrava-se detido pelos policiais de área, que encontraram com o mesmo um
simulacro de pistola e o telefone celular de propriedade da vítima, nesse momento a guarnição
acompanhou o suspeito até um endereço fornecido pelo mesmo como sua residência, onde foi
localizado o seu primo e comparsa no delito, Sr. Thyago e vários objetos supostamente
derivados de furto e roubo, além de uma porção de produto similar a maconha. Foi dado voz
de prisão aos dois suspeitos e juntamente com todo o material apreendido, apresentados a
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 957 -
sim, dos paisanos que ali se encontravam e possivelmente dos policiais de área, que tiveram o
primeiro contato com a vítima, já que no depoimento do SD/PM N. Barros, acostado no autos,
fls.181 a 183, o depoente informa que o Sr. Pablo, no momento em que foi reconhecido e
detido, foi agredido com capacete pelos seus detentores, segue: ―PERGUNTADO SE: NO
MOMENTO DA ABORDAGEM, ALGUM DOS POLICIAIS AGREDIU O SUSPEITO, SR
PABLO? RESPONDEU QUE: NÃO, PORÉM, QUANDO DO RECONHECIMENTO DO
SUSPEITO PELA VÍTIMA, NO LOCAL ONDE FOI ENCONTRADA A MOTO, ESTA, SE
DIRIGIU PRIMEIRO AO SUSPEITO, PABLO, E PASSOU A AGREDI-LO COM UM
CAPACETE QUE PORTAVA, SENDO IMEDIATAMENTE INTERROMPIDA TAL
AGRESSÃO, NO MOMENTO EM QUE OS POLICIAIS ALCAÇARAM O SUSPEITO,
RETIRANDO-O DO ALCANCE DA VITIMA QUE O AGREDIA.‖ Quanto da possibilidade
de ouvir outras testemunhas, um dos quais o Sr. Thyago do Nascimento Machado, tornaram-se
inviáveis, tendo em vista a informação repassada pelo Sr. Pablo, quando da oportunidade do
seu depoimento, em que ressalta que o Sr. Thiago do Nascimento Machado, não se encontra
mais em São Luís, tendo regressado ao seu Estado de origem, o Estado do Piauí. fls 205. No
bojo do processo nº 11978-88.2018.8.10.0001 (126482018), que instrui o IPM em pauta,
consta Exame de Corpo de Delito, com protocolo nº 5000/2018- IML/SSP, que realmente
atesta: ―escoriação de região malar direita, de cerca de 2cm; escoriação de ombro direito de
cerca de 3cm; escoriação de joelho direito de cerca de 2,5cm‖. Porém, no depoimento do
próprio ofendido, este sustenta que as agressões sofridas foram, em parte, em local diverso da
constatada no referido laudo, senão vejamos: ―PERGUNTADO SE: LEMBRA EM QUE
PARTE DO CORPO SOFREU AS AGRESSÕES? RESPONDEU QUE: NA COSTELA E
NO ROSTO.‖ fl.206. Observa-se que consta de fato no laudo um hematoma na região malar
direita, porém, o mesmo laudo não trás referência a nenhum hematoma na costela, local que,
segundo o ofendido, sofreu as agressões pelos policiais. E para confundir mais ainda, o laudo
afirma haver um hematoma no joelho direito, local não apontado pela vítima como um ponto
que sofreu nenhum tipo de agressão. O que nos leva a entender que ainda que exista os
hematomas, não se pode correlacionar estes, taxativamente, a ocorrência sob investigação, ou
mesmo se atribuir os hematomas, a agressões perpetuadas por policiais, quando existem
diversos relatos que comprovam a tentativa de fuga do Sr. Pablo, no momento em que fora
reconhecido como autor do ato infracional de roubo, o que per si, pode ter ocasionado às
referidas lesões, além da possibilidade de ter sofrido tais agressões pelos paisanos que se
encontravam de moto. Segue: 1. Auto de Apreensão em flagrante emitido pela delegacia de
Plantão do Cohatrac, fl 199. ―os adolescentes foram entregues com pequenas escoriações, pois
tentaram fugir por um beco, no momento em que foram abordados‖ 2. Termo de Inquirição Sd
Jone Elson Santos Araújo. fls.253 e 254. ―QUE: NESSE MOMENTO O CIDADÃO DA
MOTO, GRITOU ―LADRÃO‖, E O SUSPEITO CORREU E ADENTROU A UMA
INVASÃO LOCALIZADA ONDE SERIA A FEIRA DO BEQUIMÃO, SENDO SEGUIDO
PELOS AMIGOS DA VÍTIMA E IMEDIATAMENTE CAPTURADO.‖ As controvérsias
acima pautadas demonstram uma completa incoerência, vincular os supostos agressores aos
policiais da ROTAM, já que os componentes desta Unidade Operacional, nunca utilizaram do
fardamento cinza, sendo o Rajado urbano, o fardamento peculiar dos integrantes da ROTAM
desde sua fundação em 28 de fevereiro de 2014. Na mesma linha de pensamento, no momento
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 963 -
fatos apurados são de competência da Justiça Militar Estadual, sejam os presentes autos
encaminhados ao Sr. Cel QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis, Comandante Geral da
PMMA, a quem compete solucioná-los e remetê-los à Auditoria da Justiça Militar Estadual, na
forma da legislação vigente. São Luís - MA, 10 de fevereiro de 2021. JOEL GUTERRES DOS
SANTOS – 1º TEN QOA/PM - ENCARREGADO DO TERMO. ESTADO DO
MARANHÃO. POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO. COMANDO DE MISSÕES
ESPECIAIS - BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS-BOPE. RONDAS OSTENSIVAS
TÁTICO MÓVEL – ROTAM. TERMO DE ENCERRAMENTO. R E C E B I M E N T O.
Aos dez dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e vinte e um, recebi estes autos do Sr.
Ten. QOAPM Encarregado do Inquérito Policial Militar. Getúlio Protásio de Vasconcelos - 1º
Sgt/PM – Escrivão. R E M E S S A. Aos oito dias do mês de janeiro do ano de dois mil e vinte
e um, nesta cidade de São Luís – MA, na base da ROTAM, faço a remessa destes autos de
Inquérito Policial Militar, ao Sr. Cel QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis, Comandante
Geral, do que, para constar, lavrei este termo. Eu, Getúlio Protásio de Vasconcelos - 1º
Sgt/PM, servindo de Escrivão, o digitei e subscrevo. Getúlio Protásio de Vasconcelos - 1º
Sgt/PM – Escrivão.
Individual do Sgt PM R/R Antônio Gouveia Neto; 2. Ofício o Senhor Coronel QOPM Diretor
de Pessoal, solicitando que seja localizado e notificado para coleta de termo de testemunha, o
Sgt PM R/R Farias citado no depoimento do 1° Sgt R/R Antônio Gouveia Neto. Juntaram-se
os seguintes documentos : • Portaria de Delegação Nº 062/2020 - DP/3, datada de 29 de
outubro de 2020, do Sr. Gel QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis Comandante Geral da
PMMA; º Ofício nº 1509/2020 - Corregedoria Adjunta da Polícia Militar, datado de 02 de
outubro de 2020; o Investigação Preliminar Nº 477/2019; •Termo de Declaração de Ofendida
(Maria da Conceição Sousa de Abreu); • Ofício nº 5451/2020 -D/P3, datado de 25 de
novembro de 2020; º Termo de Qualificação e Interrogatório do Investigado (1° Sgt PM R/R
Antônio Gouveia Neto). Foi ouvido em Termo de Declaração o seguinte ofendido: 1. Maria da
Conceição Sousa de Abreu, fls 060 e 061. Foi interrogado em Auto de Qualificação e
Interrogatório o acusado: 1. Antônio Gouveia Neto, 1° Sgt PM R/ R tis 063, 064 e 065. 3.
PARTE EXPOSITIVA. Fundamentalmente temos que o IPM é um procedimento inquisitorial,
investigatório e desenvolvido unilateralmente pela administração militar a fim de coletar os
mais diversos elementos à propositura da ação penal, mas inexiste o 'jus acusationis" (o direito
de acusar), pelo que não se prescinde de ampla defesa e contraditório, não se admitindo a
defesa técnica por escrito, bem como outras fundamentações legais. O processo ora
apresentado seguiu fielmente todos os ritos e lapsos temporais determinados na legislação
pertinente. Da análise de todas as peças que compõe o presente processo, observando-se
atentamente tudo o que foi juntado e reexaminando todos os detalhes do que foi levantado,
chega-se à conclusão de que o fato em apuração passou da seguinte forma: - Da acusação
contra o 1° Sgt PM RR Antônio Gouveia Neto de "tomar posse" de arma de fogo pertencente
ao 2° Ten. PM R/R José de Ribamar Pereira de Abreu. O 1° Sgt PM R/R Antônio Gouveia
Neto (então amigo da família da denunciante), costumava frequentar a residência da ofendida
no Bairro Centro, quando o esposo da mesma, o 2° Ten. RR José de Ribamar Pereira de
Abreu, passou por sérios problemas de saúde, ficando internado por mais de 06 meses, vindo à
óbito no dia 01 de julho do ano de 2019. No transcorrer deste momento de crise, o 1° Sgt PM
R/R Gouveia começou a frequentar com maior intensidade a casa da ofendida sempre
questionando a mesma sobre a pistola do seu esposo. Temos então no Autos deste IPM, duas
versões dos fatos, na primeira versão, a Sr.ª Maria da Conceição Sousa de Abreu relata em
todos os termos que prestou até o presente momento, ter sido procurada por diversas vezes
pelo acusado que estava interessado na arma do esposo (internado em estado grave) e que em
certo momento entregou o referido armamento para que o acusado providenciasse a limpeza e
manutenção da pistola, de modo que a pistola seria devolvida posteriormente, in verbis: [...)
Que, o Ten. RR Abreu se internou em 10/ 10/2018 e desde então o policial militar reformado
Antônio Gouveia Neto o qual costumava frequentar uma casa na rua da declarante, passou a ir
na residência da declarante e sempre perguntava se a declarante tinha interesse de vender a
pistola do seu esposo; Que em 05.03.2019 o policial militar reformado Antônio Gouveia Neto
foi a casa da declarante e pediu para levar a arma do Ten. PM RR Abreu para realizar uma
limpeza no referido armamento[ ...] (Trecho do Termo de Declaração em Investigação
Preliminar Nº 477/2019 que presta a Sr.ª Maria da Conceição Sousa Abreu, fls. 011). [...]
QUE, em março corrente, o amigo da família - SARGENTO GOUVEIA - esteve na casa
declarante onde insistiu para a declarante entregar essa pistola para ele que alegou que ia fazer
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 967 -
uma limpeza e que devolveria essa arma em três dias [...] que chegou até querer comprar a
arma, mas a declarante disse que não podia vender a arma que não era sua; QUE, Gouveia
nunca devolveu essa arma; QUE, sempre procurou receber essa arma de Gouveia, mas ele
alegou que o armeiro havia sido preso e a arma sumiu [...]" (Trecho do Termo de Declaração
prestado na Delegacia Especial do Idoso que presta a Sr.ª Maria da Conceição Sousa Abreu no
dia 14/06/2019, fls. 015). [...] QUE, todas as vezes que ia em sua casa e no hotel de
propriedade da declarante , também perguntava pela rama de seu esposo, uma pistola cal. 380
Nº KEY92320. Que, o Sgt Gouveia sempre perguntava se a declarante tinha intenção de
vender a referida arma. QUE, todas as vezes a declarante respondia que NÃO. QUE, a
declarante não poderia vender a arma, pois não era sua, era de seu marido e a mesma era
devidamente registrada. QUE, o Sgt Gouveia mudou as suas investidas e resolveu se
prontificar para realizar a limpeza da pistola. QUE, a declarante informou ao mesmo que iria
mandar fazer a limpeza no Clube de tiro CLAM ou no quartel da polícia militar. QUE, o Sgt
Gouveia com muita insistência solicitou que a declarante entregasse a arma para efetuar a
limpeza. QUE, pelo fato de estar em uma situação emocional muito complicada em virtude do
quadro de saúde de seu marido, entregou a referida pistola ao Sgt Gouveia, para que este
fizesse a devida manutenção. QUE, só entregou a arma ao Sgt Gouveia, pois o mesmo havia
dito que na CLAM só havia ladrão e que os mesmos poderiam subtrair a pistola. QUE, a
declarante afirma que o Sgt Gouveia informou que em 03 (três) o serviço estaria pronto e
devolveria a referida pistola. QUE, a entrega da arma ao Sgt Gouveia se deu no dia 05/03/2019
, por volta das 09h00 da manhã, que se lembra do horário pois havia acabado de chegar do
hospital Português. QUE, o seu sobrinho ouviu toda a história desde o início e também
testemunhou o momento da entrega da arma de fogo ao Sgt Gouveia. (...]" (Trecho do Termo
de Declaração prestado em IPM que presta a Sr.ª Maria da Conceição Sousa Abreu no dia
30/10/2020 , fls. 060). Na segunda versão dos fatos, temos o relato do 1° Sgt PM R/R Antônio
Gouveia Neto que negou a acusação objeto de apuração, relatando que não tomou posse do
armamento para realização de manutenção e/ou limpeza. E no que diz respeito à pistola cal.
380 Nº KEY 92320, o Sgt PM R R Gouveia alega ter feito um favor solicitado pela Sr.ª Maria
da Conceição Sousa de Abreu, no que se refere à venda da pistola, visto que esta última,
estaria com problemas financeiros em virtude da internação de seu esposo. Vale ressaltar que
todos os três depoimentos prestados pelo Sgt PM RR Gouveia, apesar de negar a autoria,
apresentam contradições pontuais, conforme consta nos trechos abaixo, in verbis: [...]Que, o
interrogado pegou a arma de fogo com a senhora CONCEIÇÃO, esposa do Tenente Abreu,
para limpar, mas deixou com ela logo R$ 200,00 (duzentos reais); QUE depois de uma semana
conseguiu vender a arma de fogo e entregou à Sr.ª CONCEIÇÃO o valor de R$ 2.000,00 (dois
mil reais). Que depois CONCEIÇÃO pediu para o interrogado vender mais uma arma de fogo
e o interrogado lembrou que aquela arma estava em seu nome e que tinha vendido para o
tenente ABREU ; QUE o interrogado comprou a arma de fogo para si pelo valor de R$ 500,00
(quinhentos reais), pois ficou com medo de CONCEIÇÃO ser presa por estar com arma de
fogo e ainda causar problema para o interrogado porque a arma de fogo (revólver calibre .32)
estava em seu nome [...]" (Trecho do Termo de Qualificação e Interrogatório que presta o 1°
Sgt PM R/R Antônio Gouveia Neto, fls. 016). [...] Acrescentou que na oportunidade, a
denunciante pediu emprestado R$ 1.000,00 (Hum mil reais). Porém, o declarante não tinha o
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 968 -
referido valor. QUE, o declarante conseguiu apenas R$ 200 ,00 (duzentos reais) pois era o
único valor que tinha em mãos. QUE passado 01 (uma) semana a denunciante chamou o
declarante em seu Hotel "Renascer", localizado na Rua da saúde, nº 201, Centro, São Luís.
QUE, naquela ocasião, a denunciante perguntou se o declarante não queria comprar a arma
(calibre.380 não recorda a marca) de seu esposo. QUE o declarante alegou estar sem condições
financeiras para comprar a arma, quando então a denunciante pediu ao declarante que
conseguisse um comprador para comprar a referida arma de seu esposo [...] QUE o declarante
intermediou a venda da mencionada arma. QUE o declarante entregou a denunciante a
importância de 2.000,00 (dois mil reais) que recebera do Sgt PM RR Farias, como pagamento
da arma [...]"(Trecho do Termo de Declaração do 1° Sgt PM R/R Antônio Gouveia Neto na
Investigação Preliminar Nº 477/2019, tis. 023, 024). Nota-se que inicialmente no Termo de
Qualificação e Interrogatório prestado no dia 26 de junho de 2018 na delegacia do idoso tis
016, o 1° Sgt PM Gouveia alega que no ato do recebimento da arma de fogo pelas mãos da Sr.ª
Maria, o mesmo entregou a quantia de 200,00, não ficando claro no depoimento se o valor era
emprestado ou era o adiantamento da venda da referida arma "[...]Que, o interrogado pegou a
arma de fogo com a senhora CONCEIÇÃO, esposa do Tenente Abreu, para limpar, mas
deixou com ela logo R$ 200,00 (duzentos reais); QUE depois de uma semana conseguiu
vender a arma de fogo e entregou à Sr.ª CONCEIÇÃO o valor de R$ 2.000,00 (dois mil
reais).[...]" , para tanto, temos na segunda declaração (Termo de Declaração tis 063) do 1° Sgt
Gouveia, que o valor de 200,00 reais fora entregue à Dona Maria como um empréstimo, visto
que segundo o mesmo, a Dona Maria estaria com dificuldades financeiras em virtude da
situação de seu esposo, porém o que chama atenção é a cronologia da entrega desse suposto
valor de 200,00 com a entrega da referida pistola, que nessa segunda declaração foram em
momentos diferentes "... a denunciante pediu emprestado ao declarante a importância de R$
1.000,00 (Hum mil reais). Porém, o declarante não tinha o referido valor. QUE o declarante
conseguiu apenas R$ 200,00 (duzentos reais), pois era o único valor que possuía em mãos.
QUE passado uma semana, a denunciante chamou a declarante em seu Hotel "Renascer ",
localizado na Rua da saúde, nº 201, Centro, São Luís. QUE naquela ocasião, a denunciante
perguntou se o declarante não queria comprar a arma (calibre.380, não recorda a marca) de seu
esposo. QUE o declarante alegou estar sem condições financeiras para comprar a arma,
quando então a denunciante pediu ao declarante que conseguisse um comprador para comprar
a referida arma de seu esposo, o Sub Ten PM José de Ribamar Abreu. [...]. QUE o declarante
conseguiu o comprador para a rama, o Sgt PM RR Farias, que reside no interior ". Temos aqui
uma divergência de relatos do acusado, na qual, em sua terceira declaração, desta vez em seu
Termo de Declaração e Interrogatório no presente IPM fls 063, mantém a segunda versão das
suas declarações ao relatar "QUE, ela falou que estava necessitando de dinheiro emprestado
para dar suporte ao seu marido e por esse motivo deu à mesma uma quantia de R$ 200,00 para
ajudá-la. QUE, após dar a referida quantia à Dona Maria, a mesma o procurou cerca de três
dias depois para que lhe oferecer a pistola de seu marido. QUE, disse à dona Maria que não
tinha interesse na compra. QUE, a mesma então lhe pediu que providenciasse a venda da
referida arma. QUE, três dias depois que levou a arma, conseguiu realizar a venda para o Sgt
PM RIR Farias (que só sabe informar o nome de guerra do mesmo). QUE, passou a referida
arma ao Sgt Farias e posteriormente repassou à Sr.ª Maria o montante de 2.000,00 (dois mil
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 969 -
reais) [...]" . Vale ressaltar que a única testemunha da venda da referida arma de fogo, não
atesta que a intenção da venda partiu da vítima, visto que, temos apenas a presença de uma
suposta transação comercial entre o acusado e um terceiro, que supostamente seria um policial
da Reserva Remunerada, cujo nome de guerra seria "Farias", não repassando qualquer outra
informação pertinente para a localização do indivíduo "QUE, três dias depois que levou a
arma, conseguiu realizar a venda para o Sgt PM RIR Farias (que só sabe informar o nome de
guerra do mesmo)". Mediante requisição da defesa do acusado, a Diretoria de Pessoal foi
oficiada solicitando a possibilidade de identificação desse suposto policial para então figurar
como testemunha , o que infelizmente não foi possível, visto que, como já foi dito, não existe
um teor substancial de informações para a localização do suposto policial. De acordo com a
Certidão presente nos Autos do IPM, temos a figura de uma testemunha que não foi localizada
por este Encarregado, o Sr Maykon Costa Sousa, visto que, segundo relato da Sr.ª Maria da
Conceição Sousa de Abreu , o mesmo fora embora para o Estado de São Paulo, sem deixar
qualquer tipo de contato, que porém, foi ouvido em Investigação Preliminar 477/2019-CAPM ,
e relata que de fato o 1° Sgt PM Gouveia sempre insistia em comprar a arma de fogo do
esposo da Dona Maria e que a mesma nunca esboçou interesse na venda e segundo o mesmo
relato, depois de várias tentativas, o Sgt Gouveia conseguiu a posse da arma, mas não para a
venda e sim para a manutenção, conforme disse "[...] QUE, inicialmente o denunciado insistiu
com a denunciante para comprar a mencionada arma. Contudo, ao perceber que a denunciante
não tinha a intenção e não iria vender a arma, passou a ludibria-la no sentido de levar a arma
para limpar. QUE a denunciante sempre quis realizar tal limpeza na arma. Assim o denunciado
se valeu da profissão militar, demonstrando conhecer a aram e ser capaz de realizar tal
limpeza. QUE após sucessivas tentativas o denunciado enfim conseguiu convencer a
denunciante a entregar a arma para que realizasse o procedimento de limpeza. QUE há pelo
menos 03 (três) meses a denunciante entregou a arma para o denunciado e este, por sua vez,
segundo declaração da denunciante não devolveu mais a mencionada arma {...]" . Não
obstante, temos nos Autos a presença de uma segunda arma de fogo que fora referenciada nos
Termos coletados, um revólver Cal 32 de numeração desconhecida. Tal armamento foi citado
inicialmente no Termo de Qualificação e Interrogatório que prestou o 1º Sgt PM RR Gouveia,
quando disse [...] "QUE depois CONCEIÇÃO pediu para o interrogado vender mais uma arma
de fogo e o interrogado lembrou que a arma estava em seu nome e que tinha vendido para o
tenente Abreu. QUE o interrogado comprou a arma de fogo para si pelo valor de R$ 500.00
(quinhentos reais), pois ficou com medo de CONCEIÇÃO ser presa por estar com arma de
fogo e ainda causar problema para o interrogado porque a arma de fogo (revolver cal 32)
estava em seu nome; [...] ". Já no Termo de Qualificação e Interrogatório, o 1º Sgt PM
Gouveia diz "{...) PERGUNTADO se foi procurado uma segunda vez pela s,-a Maria para
vender uma segunda arma de fogo, um revólver cal 32, RESPONDEU que foi procurado, mas
não para comprar a referida arma, pois tal arma já era de sua propriedade, porém estava
emprenhada para o Ten. Abreu por um valor de 500,00 reais. QUE, repassou tal quantia para a
s,-a Maria e recuperou o revólver. PERGUNTADO, se possui ou possuía a documentação da
referida arma, RESPONDEU que não, pois era uma arma clandestina. [...)". Portanto temos
mais uma divergência nas declarações do acusado, primeiro quando diz que tinha vendido o
revólver para o Tenente Abreu e que comprou de Dona Maria pelo valor de 500,00 e
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 970 -
posteriormente em novo depoimento quando diz que a arma estava empenhada ao Tenente
Abreu e que a teria recuperado pelo mesmo valor de 500,00 citado no primeiro depoimento,
também relata inicialmente que a referida arma estava em seu nome, já no segundo
depoimento, ao ser indagado pela documentação do armamento , relata que a arma seria
clandestina. 4. CONCLUSÃO. Os fatos segundo o que resultou apurado nestes autos
ocorreram da seguinte maneira: No dia 05 de março de 2019, o 1° Sgt PM Antônio Gouveia
Neto se apropriou da arma (Pistola Taurus cal 380 Nº KEY92320) do falecido 2° Ten. RR José
de Ribamar Pereira de Abreu , quando ofereceu-se à esposa do Ten. Abreu para realizar a
manutenção do referido armamento, visto que, a Sr.ª Maria da Conceição Sousa de Abreu não
queria vende-la ao Sgt PM RR Gouveia. Em face do acima exposto e que dos autos consta,
concluo que há indícios de crime militar e transgressão disciplinar conforme incisos n.0 01,
09, 37 do Anexo 1, todos do RDE (Regulamento Disciplinar do Exército) praticados pelo 1°
Sgt PM R/ R Antônio Gouveia Neto, dadas as circunstâncias do fato, portanto, salvo melhor
juízo. E como o fato é de competência da Justiça Militar , que os presentes autos sejam
encaminhados ao Senhor Comandante Geral da Polícia Militar do Maranhão, a quem compete
solucioná-los e remetê-los a autoridade judiciária competente para os devidos fins, em
conformidade com o § 1° do art. 22 do Código de Processo Penal Militar (CPPM). Quartel em
São Luís - MA, 14 de dezembro de 2020. Denilson Georsevan Machado Barbosa- Capitão
QOPM - Encarregado do IPM
2) ATO DO CORREGEDOR PM
estavam em uma motocicleta em alta velocidade. Em uma rua colocaram a viatura para
impedir a fuga, tendo os suspeitos colidido com a viatura. O declarante ouviu um disparo sem
saber a direção, desembarcou e percebeu que o Sr. Felipe Jacinto Silva havia sido alvejado, fl.
50. O Sd PM 470/17 Virmundo Marinho do Ó Loiola, em termo prestado no 30º BPM,
declarou que estavam patrulhando quando fora dado ordem de parada para dois indivíduos em
atividade suspeita, sendo que os mesmos estavam em uma motocicleta em alta velocidade.
Colocou a viatura estrategicamente para impedir a fuga dos indivíduos e, ao tentar
desembarcar, ouviu um disparo, sem saber a direção, se abrigou e percebera que o Sr. Felipe
Jacinto Silva havia sido alvejado, fl. 52. A Sd PM 170/18 Thais Beatriz Oliveira de Lucena,
em termo prestado no 30º BPM, declarou que ao desembarcar da viatura para que fosse feito o
procedimento de abordagem padrão policial, a pistola bateu na porta e caiu, quando
acidentalmente aconteceu o disparo, fl. 54. 4. CONCLUSÃO. Com fulcro no Art.4º, inciso IV,
da Portaria nº 076/2015-GCG, publicada no Boletim Geral nº 217, de 04 de dezembro de 2015,
do Cel QOPM Comandante Geral da PMMA, que aprova as instruções gerais para a
elaboração do procedimento de Investigação Preliminar no âmbito da Polícia Militar do
Maranhão, o Cel QOPM Corregedor Adjunto da PMMA determinou a instauração da presente
Investigação Preliminar, mediante a Portaria nº 252/2020-CAPM, de 16 de julho de 2020, com
o objetivo de apurar as notícias de fatos registrados nesta Corregedoria Adjunta de Polícia
Militar, fl. 02. A Polícia Civil de Buriticupu, com fundamento nas alterações legislativas
trazidas pela Lei Federal nº 13.491/17, encaminhou ao Ministério Público peças e relatório
mencionando situação de lesão corporal por arma de fogo decorrente de intervenção policial.
Segundo o relatório emanado pela Polícia Civil, a autoridade policial tomou conhecimento que
o Sr. Felipe Jacinto Silva havia sido submetido a intervenção cirúrgica para retirada de um
projetil de arma de fogo, e ao se deslocarem unidade de saúde, constataram que o disparo foi
efetuado por um policial militar de forma acidental, fl.10. Da intervenção cirúrgica realizada
na vítima restou a retirada um projetil de arma de fogo que se encontra anexo aos autos, fl. 19.
A integridade física de qualquer nacional é objeto de amparo pela Constituição Federal e
legislações infraconstitucionais que regulam o direito pátrio. O próprio Código Penal e o
Código Penal Militar possuem capítulos que sancionam e regulam o crime de Lesão Corporal.
Da análise perfunctória dos autos, este encarregado constatou que a lesão ocorrida no Sr.
Felipe Jacinto Silva se deu em decorrência de evento não quisto pela guarnição policial militar
(queda do armamento policial), principalmente pela Sd PM 170/18 Thais Beatriz Oliveira de
Lucena, que, em conformidade com os autos, buscou minimizar os efeitos do ocorrido levando
a vítima para atendimento médico e custeando seus gastos com medicamentos, fls. 54-55.
Ocorre que, mesmo não prevendo ou querendo o evento danoso, o fato existiu e tornou-se
típico de acordo com a legislação pátria que prevê a possibilidade de crimes culposos quando
previstos. A lesão corporal culposa encontra-se prevista no art. 210 do Código Penal Militar e
art. 129, §6º do Código Penal Brasileiro; sendo que o Código Penal Militar ainda prevê a
incidência no § 1º de agravante quando o evento decorre da inobservância de regra técnica de
profissão. Essa inobservância de regra técnica e consequente aplicação da agravante
mencionada, é objeto constante de julgados nos tribunais, principalmente os militares, sendo
que os tribunais militares entendem de forma pacífica que a maioria dos disparos acidentais
são decorrentes da inobservância de regras técnicas da profissão, e não caracterizam fato
BG nº 032, de 15 de fevereiro de 2022 - AjG - 973 -
detonação/deflagração pelo pino percutor, ou seja, o percutor deslocou-se até a espoleta sem
energia suficiente para a ocorrência da ignição da espoleta e propelente. [...] ‖ (Grifo nosso).
Como se denota da leitura do laudo pericial mencionado, foram realizados 26 (vinte e seis)
testes de queda com o armamento da policial, porém, em nenhuma das tentativas ocorreu a
deflagração da munição, fl. 61. Ante o exposto, conforme as peças juntadas aos autos desta
Investigação Preliminar constataram-se que há indícios de autoria e materialidade dos fatos
denunciados pelo Ministério Público Estadual, em desfavor da Sd PM 170/18 Thais Beatriz
Oliveira de Lucena, o qual, em tese, praticou o crime de lesão corporal culposa previsto no
Código Penal Militar e Código Penal Brasileiro. 5. DO PARECER. Em face do exposto,
sugerimos que seja instaurado o devido processo legal, para propiciar a Sd PM 170/18 Thais
Beatriz Oliveira de Lucena a ampla defesa e o contraditório, conforme o art. 5º, inciso LV, da
CF/1988, que assim dispõe: ―Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes‖. São Luís (MA), 27 de julho de 2021. Wellington Pereira da Silva – MAJ.
QOPM. Encarregado da Investigação Preliminar
4.1 - JUSTIÇA
Sem alteração.
A. ALTERAÇÃO DE PRAÇA
para informar e justificar atividades; II) recolhimento domiciliar noturno, nos prazos e
condições a serem fixadas pelo magistrado; III) proibição de ausentar-se da comarca, salvo nas
hipóteses de viagem, devidamente justificada, devendo comunicar seu itinerário e datas de
partida e retorno, previamente, ao juízo; e IV) proibição de frequentar locais que sirvam
bebidas alcoólicas, considerando as circunstancias do fato, no qual o paciente desacatou
militares e superiores em aparente estado de embriagues alcoólica. O descumprimento das
condições impostas implicará na revogação das medidas e decretação da prisão preventiva,
com o consequente recolhimento ao cárcere. O compromisso legal deverá ser tomado no juízo
de origem, cujas especificidades serão fixadas pelo magistrado condutor do feito, de acordo
com as particularidades do caso, devendo ser notificado do teor desta decisão, incontineti. Eu,
Lauber Jorge do Carmo Queiroz, Secretário, em exercício, da Segunda Câmara Criminal
Isolada do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, subscrevi. ASSIM O ENTENDAM E
CUMPRAM. Palácio da Justiça ``Clóvis Bevilácqua``, em São Luís/MA, 27 de agosto de
2021. Desembargador VICENTE DE PAULA GOMES DE CASTRO. Presidente da Segunda
Câmara Criminal Isolada/TJMA.
- Em consequência:
- Em consequência:
4.2 - DISCIPLINA
Sem alteração.
4.2.1 - RECOMPENSA
Sem alteração.
_________________________________________
TEN CEL QOPM RAIMUNDO BORBA LIMA
Ajudante Geral da PMMA