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queremos profissionais cientes € ciosos de seu lugar social, e se remnos psicdlogos cidadios, que ‘ipam da construgdo dos rumos de profissio na sociedade, devemos rantir desde cedo e sempre que a dessa atuagiio, sua legislacao, seja .ecida, debatida e, sempre que necessério, modificada. Uma slagdo assim produzida deve ser, bem e principalmente, individual ¢ ‘coletivamente compreendida, bpriada e respeitada. Esta obra se ropde como um primeiro passo nessa diregao. Do preficio de Brénia Liebesny er obra ressalta a importancia de se Tesgatar os caminhos que bilitaram a elaboragao do terveiro digo de Etica Profissional do Blogo, que reflete a importancia e Fonhecimento do papel social do logo ao longo das décadas, sua fnsergiio na comunidade e sua sparéneia para lidar com pontos icados como os dilemas éticos. EX ge ONO oir BAN vou , Coroners VIDOTODSIS Kila Apadrecidd KUUIALU EDITORA © BTICA Nas PROFISSOES No capitulo 3 teco consideragées sobre algumas ques- tes éticas ¢ suas aplicagées, discorrendo sobre como valo- res, necessidades ¢ contexto sociopolitico sio mutiveis € ex- pressam o desenvolvimento de um povo, de um grupo, de cada individuo. Cabe ressaltar a importincia de se resgatar 0s caminhos percorridos, que possibilitaram sua elaboracio, por meio da apresentagio das resolugées do Conselho Federal de Psicologia, dispontveis no site do CRP, de 1996 a 2005. Agru- pei-as por t6picos, a fim de contemplar algumas altcracoes oriundas da pratica profissional da evolucio cientifica em diversas areas do saber. As resolugdes do Conselho Federal de Psicologia, complementando ¢ esclarecendo artigos e alf- neas do c6digo, sio citadas e algumas vezes apresentadas de forma total ou parcial, no sentido de acompanhar as inova- GOes cientificas, as transformagées sociais, as demandas € reflexées da classe profissional, da sociedade, com seus impasses e dificuldades, como nossa atuacio em prol da luta antimanicomial, contra o ato médico, entre outras No capitulo 4 so apresentadas as regulamentagées que norteiam a legisla¢ao do exercicio da profiss4o e as normas dis~ ciplinares. No capitulo 5, as regulamentagées sobre as especi- alizagées ¢ residéncia em psicologia e no capitulo 6 so aborda- das questées ¢ procedimentos para a pesquisa em psicologia No capitulo 7 trabalha-se a delimitacio do campo de atuagio do psicélogo, com destaque para a avaliacao psico- l6gica, as psicoterapias, as terapias nao reconhecidas cienti- ficamente ¢ as praticas mediadas por computador. Os anexos apresentam um pouco de nossa identidade profissional, ao trazerem na integra nossos cédigos de ética anteriores e as definiges das especialidades em psicologia 1 bi Codigo de Etica Profissional do psicdlogo # Toda profissio define-se a partir de um corpo de praticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrdcs técnicos e pela existéncia de normas éticas que ga~ rantam a adequada relagdo de cada profissional com scus pa- res e com a sociedade como um todo. 2 Um Cédigo de Etica profissional, adestabelecer padres esperados quanto as praticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade/procura fomentar a auto-reflexao exigida de cada individuo acerca da sua praxis, de modo a responsabilizé-lo, pessoal ¢, coletivamente, por agdes e suas conseqiiéncias no exercicio profissional. A mis- sio primordial de um cédigo de ética profissional nao é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, ade asse~ grurar, dentro de valores relevantes pata a sociedade e para as préticas desenvolvidas, um padrao de conduta que forta- se. leca o reconhecimento social daquela*eategoria. Cédigos de Etica expressam sempifiuma concepgio de homem ede sociedade que determina'adirecio das relagdes entre os individuos. Traduzem-se emifprincfpios ¢ normas que devem se pautar pelo respeito ao stjeito humano ¢ seus direitos fundamentais. Por constituirsexpressio de valores universais, tais como os constantes naDeclaragio Univer- sal dos Direitos Humanos; socioculturais, que refletem a realidade do pats; ¢ de valores que estraturam uma profis- “opssaudo 9 apepjan.o ‘eiaugjota ‘oxdesojdxo ‘ogSeununosip ‘e1augd -1jSou op sewxiog ronbsrenb ap ogSeurunjo e exed pringin -t109 2 sapeptaniajoo sep 2 seossod sep epia ap apepienbe 2 apnes & asaowiosd opursta yreyjeqen o8oj921sd Q “[] ‘souewinpy sonaiq sop [esroatup, ogSese|oaq] e weseq -wr anb saiojea sou operode ‘oueumy 19s op apepisBarut ep 2 apeprendi ep ‘opeprusip ep ‘spepyoqyy ep og5owoid zu 29 onadsaz ou oypegen nas o preaseq o30[921sd QT syeuourepany sordyomnag “opssyoud ep [e208 oproyrusis op oxSeyjdure 9 oruaunsazer10j 0 taed opuinqusuos ‘sage sens sep somsuresinf so sezyeq 9 O85 ~eunioy ens e ead sazinautp 19991230 ‘oBo[goisd op saxaaap 2 sopepiyiqesuodsox sv apepayzos e wed seauyjep ap zede> oauaumnasur wn efs 99 anb ap 9 eaneradxo e ‘oBo]9o1sq op reuorssyorg eng ap O81p9D o se3jnatp 2 zeaoude oy -ordense ap soaxa3u09 sonbstenb ura wiaBins 2 seayyoadsa seoneid ¥ woBurzsa1 9s Ogu soon seusotp sredtoutid so aonb zaa umn ‘sozejnonzed seongid sens ura og 9 opos umn our -09 ogssyjoid v wioxapisuoo anb sagxayjar re|NWNSy “P “sreuoissyoudnyjnuu sadinbo wio 9 sreuoronansut soxcar ~u09 uia o80]9oIsd op ogSuasut a1us2se19 & a oessyord ep o1pjoroxo 0 eanSiyuco anb apepisisaip & sejdurau0 “> “soStaras snas sop soupioyauaq no sotsgnsn so 9 ogssyoad ap seajoo so ‘apepatoos & w09 aoejeqease anb sogSejar se exed yeronso ogisanb ‘sonny ‘Stenptatptr-sextorip- nEpoesee 19-50, a Vip010018a VN VOILE jeuororansut 2 [eto -05 opraruo9 0 a1qos OEXaYjas enuuOD euIN wepuELIEP seiso 9 seongad se sepo3 uressaneise soxta sassa siod ‘19 gio e 9 sreuorssyoud sopeprius se ‘oessyord & ‘apepatz0s 2 wo9 ofojgeisd op opSepas e seyuszs0 wraAap anb sox sopures ovo srequswrepuny sordjoursd so zeztoje, t as-noasng ogSnunsuoo ens eu ‘ores exeg “08 -opgotsd ojad sepinas woias e seuzou ap ovunfuo> wn ap anb op ogxaya: ap orusuinnsut win ap sreur as-reumrxorde ap es28 o1djoutsd ojad as-nomed wong 9p o8tp9 a1sH “apeposos x onage 9 soBojgaIsd sop exauip ogSedio ted ¢ wiod ‘syed 0 opor wo ‘sour sgn 9p O80] OF 11911090 ossa201d ( “eiuepepro ep og5outosd e wi09 sosspurosdt09 9 sapeptyiqesuodsax sens ‘orsstjoid ep eong e a1qos ogssnasip ap soSedso sojdnyjnus ap anured e opsnysu09 103 o8tp9D aruas -2ad o ‘aqu981a vonpsoourap emmyunfuod e wO9 ateosuOD -soqt911099p 2] ~ap sagdeysiSo] sep 9 “gg6] Wo “epepI oeSinapsuoD epeut -ousp ep orSeSjnusoad vp snsed e aquourepeoreun ‘syed op [e8 -2] fevoronansur opcaquos op oxSnjoaa e Jopuare ap ‘seaneuas -aidox sopepaus sens 2 efioBayeo ejad epruias ‘opeprsseosu ep oxaljar 9 soBo[ga1sq Sop kong ap o81p9D ase “TeuoIssy, -oid 9 ooyypuato odures oytrenbua exBojootsd ep oauautajoatias 9p ap ol8ase ov 2 syed op onauzour oF ‘soBojoatsd sop oan -ezrue810 oxxaruoo ov apuodsor ‘seg ou OBojg2Isd ap oBs -syoud ep 01199101 0 ‘eang ap o81p9D aasep oFSefnuZI0} V “equai0 sou anb eon ap o81p9o oudoad o aiqos enuptico ogxayjar tun ‘eugquares ‘280 oss1 9 2s-ureuioysuen sagssyoud se ‘wepnut ~u09 win oUl02 oasta 198 apod ogu wong op o8tp99 un ‘oEs SdQSSIdOWd SVN VOILE OYSTTOD on eines sy -oduiay ou jaapinunl a semLION ap oxy omun{ 18 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES III. O psic6logo atuaré com responsabilidade social, ana- lisando critica e historicamente a realidade politica, eco- némica, social e cultural. IV. O psicélogo atuara com responsabilidade, por meio do continuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo cien- tifico de conhecimento e de pritica. V. O psicélogo contribuiré para promover a univer- salizacio do acesso da populagio as informagées, a0 co- nhecimento da ciéncia psicolégica, aos servigos ¢ 20s padrées éticos da profissio. VI. O psicélogo zelard para que o exercicio profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situagées em que a Psicologia esteja sendo aviltada. VII. © psicblogo consideraré as relagdes de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relacdes sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de for- ma critica e em consondncia com os demais princfpios deste Cédigo. Das responsabilidades do psicélogo Art. 1° - Sao deveres fundamentais dos psic6logos: a. Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este C6- digo; b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teérica ¢ tecnicamente; ©. Prestar servigos psicol6gicos de qualidade, em con- digdes de trabalho dignas e apropriadas a natureza desses servigos, utilizando princfpios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciéncia psicol6gica, na ética e na legislagio profissional; STICA NA PSICOLOGIA 1 d._Prestar servigos profissionais em situag6es de calamida- de piiblica ou de emergéncia, sem visar beneficio pessoal; fe. Estabelecer acordos de prestagio de servigos que res- peitem os direitos do usuério ou beneficiério de servigos de Psicologia; : £ Fornecer, a quem de direito, na prestagio de servigos psicol6gicos, informag6es concernentes ao trabalho a ser realizado ¢ ao seu objetivo profissional; g. Informar, a quem de direito, os resultados decorren- tes da prestacio de servicos psicolégicos, transmitindo somente o que for necessério para a tomada de decisdes que afetem o usuario ow beneficiério; h. Orientara quem de direito sobre os encaminhamen- tos apropriados, a partir da prestagio de servicos psico- l6gicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; i. Zelar para que a comercializagio, aquisi¢io, doacio, empréstimo, guarda e forma de divulgacio do material privativo do psicélogo sejam feitas conforme os principios deste Codigo; |. Ter, para com o trabalho dos psic6logos ¢ de outros profissionais, respeito, consideracio e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; k, Sugerir servicos de outros psicélogos, sempre que, por motivos justificéveis, nio puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informag6es necessérias a continuidade do trabalho; 1 Levar a0 conhecimento das instincias competentes o exercicio ilegal ou irregular da profissio, transgressoes 2 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES Pardgrafo nico - Existindo incompatibilidade, cabe 20 psicélogo recusar-se a prestar servicos ¢, s¢ pertinente, apresentar dentincia ao érgio competente. Art. 4° — Ao fixar a remuneragio pelo seu trabalho, o psicélogo: a. Levard em conta a justa retribui¢ao aos servigos pres- tados ¢ as condicdes do usuario ou beneficiério; b. Estipulard o valor de acordo com as caracterfsticas da atividade ¢ 0 comunicard ao usudrio ou beneficidrio antes do inicio do trabalho a ser realizado; c. Assegurard a qualidade dos servigos oferecidos inde- pendentemente do valor acordado. Art. 5° — O psicélogo, quando participar de greves ou paralisagdes, garantird que: a. As atividades de emergéncia nao sejam interrom- pidas; b. Haja prévia comunicagao da paralisacio aos usuarios ou beneficidrios dos servicos atingidos pela mesma. Art. 6° - O psicélogo, no relacionamento com profis- sionais nio psicélogos: a. Encaminhard a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuacio; b. Compartilhard somente informagées relevantes para qualificar 0 servico prestado, resguardando o cardter con- fidencial das comunicagées, assinalando a responsabili- dade, de quem as receber, de preservar o sigilo. Art. 7° — O psicélogo poder intervir na prestagio de servigos psicolégicos que estejam sendo efetuados por ou- tro profissional, nas seguintes situagées: b. Em caso de emergéncia ou risco ao beneficiério ou usué- rio do servico, quando dard imediata ciéncia ao profissional; i I i ssoBtas9s snas e so1zovex e orSezrueBi0 no vossad sanbjenb srznpuy 1 ssespey sagSexepoop 10703 no sopea[nsoz snas reraynpe ‘seorBo[ootsd searusgy 2 $02 -woumasur 9p apepruSipopy a apeptfea eu mx9js00N] "Y feoypuat-oons9s apepienb 2 orSeiuourepuny was sowuaumsop iprug “ foessyoud ejad sopoyu ova no sopewuswaejnax urefaysa OEU SOraUE 9 seoru991 ‘sonuaunpeo0id sofno o2i89ootsd ommaunpusre ap soStatas v o8ojgaisd ap ojnaps o sefnowtA no sosiar9s se3s91g J tsteuorsstjord soStasas ap opSersaid eu s080192 ~tsd sod sopeonesd sreuad sagSuaaentos no sauttao ‘sorter Ip ap orSejora ‘song seapey ‘sox19 woo awaAft0I 19g “9 sqeuorssyoud apepranse exno sanbyenb ap no o8oj9a1sd ap ogssyord ep [eBa[t ofsjozaxa 0 ureSas0Any NO ure519x9 anb sooSeztuedio no svossad wo> as-reioydunsy “p terougjora op eunsoy sonbpenb no esmi03 ‘o8yse9 ap soqusumnnsut owlos seordgqootsd seangid ap ovSezt] ‘sreuorssyoud sagSury sens ap o19}219X9 op opuenb ‘oxta2uooexd ap od, aonbyenb e no penxas opSeyuati0 ap ‘sesoratjas ‘seoiB9j0apr ‘srexou ‘seayosopy ‘seousjod sagSstauoo e stznpuy “q, ‘ogssaido no apepjanso ‘eoua] ~o1n ‘opSeiojdxo ‘opSemmumostp ‘eiougieySou wozira901 -v9 anb soye 1anbstenb wioo ayusatos 19s no seoneIg *e ropepaa 9 oBojgaisd oy - oz “IW -qeuorssyyord ogSejsiB9q ep no o8tpod sisop sezimerp 2 sordjoutd & SHQSSIEOUd SVN VOLLJ OYSITOD oz 18 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES IIL. O psicélogo atuaré com responsabilidade social, ana~ lisando critica e historicamente a realidade politica, eco némica, social ¢ cultural. IV. O psicélogo atuaré com responsabilidad, por meio do continuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo cien- tifico de conhecimento e de pritica. Vi O psic6logo contribuiré para promover a univer- salizagio do acesso da populagio as informagées, 20 co nhecimento da ciéncia psicolégica, aos servicos ¢ aos padrées éticos da profissio. VI. O psicélogo zelaré para que o exercfcio profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situagdes em que a Psicologia esteja sendo aviltada. VII. O psicélogo considerard as relagdes de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relag6es sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de for- ma critica e em consonancia com os demais princfpios deste Cédigo. Das responsabilidades do psicélogo Art. 1° - Sio deveres fundamentais dos psicélogos: a. Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este C6- digo; b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teérica € tecnicamente; c. Prestar servigos psicolégicos de qualidade, em con- dices de trabalho dignas e apropriadas & natureza desses, servigos, utilizando principios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciéncia psicol6gica, na ética e na legislagio profissional; pe te i ETICA NA PSICOLOGIA 9 d._ Prestar servigos profissionais em situagbes de calamida- de piblica ou de emergéncia, sem visar beneficio pessoal; ¢. Estabelecer acordos de prestacio de servigos que res- peitem os direitos do usuério ou beneficiério de servigos de Psicologia; £ Fornecer, a quem de direito, fa prestacio de servigos psicolégicos, informagoes concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; g. Informar, a quem de direito, os resultados decorren- tes da prestacio de servicos psicolégicos, transmitindo somente o que for necessdrio para a tomada de decisbes que afetem o usuirio ou beneficiério; h. Orientar a quem de direito sobre os encaminhamen- tos apropriados, a partir da prestacéo de servigos psico- légicos, ¢ fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho i. Zelar para que a comercializacio, aquisi¢io, doacio, empréstimo, guarda e forma de divulgagio do material privativo do psicélogo sejam feitas conforme os princfpios deste Cédigo; |. Ter, para com o trabalho dos psicélogos € de outros profissionais, respeito, consideracio e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; k, Sugerir servigos de outros psic6logos, sempre que, por motivos justificéveis, no puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informagées necessérias A continuidade do trabalho; 1. Levar a0 conhecimento das instincias competentes 0 exercicio ilegal ou irregular da profissio, transgressoes 20 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES a princfpios e diretrizes deste Cédigo ou da legislacio ETICA NA PSICOLOGIA 2 Jj. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, profisstomat: Art. 2° — Ao psicélogo € vedado: a. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que ca~ racterizem negligéncia, discriminacio, exploracio, vio- encia, crueldade ov opressio; b. Induzir a convicgées polfticas, filos6ficas, morais, ideolégicas; religiosas, de orientacio sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercicio de suas func6es profissionais; ¢. Utilizar ou favorecer 0 uso de conhecimento e a uti- lizagio de priticas psicolégicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violéncia; d. Acumpliciar-se com pessoas ou organizagbes que exergam ou favorecam o exercicio ilegal da profissio de psic6logo ou de qualquer outra atividade profissional; €. Ser conivente com erros, faltas éticas, violagio de di- reitos, crimes ou contraven¢6es penais praticados por psi- célogos na prestagao de servicos profissionais; £ Prestar servigos ou vincular o titulo de psic6logo a servigos de atendimento psicol6gico cujos procedimentos, técnicas ¢ meios nao estejam regulamentados ou reco- nhecidos pela profissio; g. Emitir documentos sem fundamentacio e qualidade técnico-cientffica; h. Interferir na validade e fidedignidade de instrumen- tos ¢ técnicas psicol6gicas, adulterar seus resultados ou fazer declarac6es falsas; i. Induzir qualquer pessoa ou organizacio a recorrer a seus servicos; at a que tents vincuto cont o-atendido; relaco- que posse inter-—}——— ferir negativamente nos objetivos do servigo prestado; k. Ser perito, avaliador ou parecerista em situagdes nas quais seus vinculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliacio; 1. Desviar para servico particular ou de outra instituigao, visando beneficio proprio, pessoas ou organizagées atendi- dias por instituicio com a qual mantenha qualquer tipo de vinculo profissional; m. Prestar servigos profissionais a organizagdes con- correntes de modo que possam resultar em prejufzo para as partes envolvidas, decorrentes de informagées privilegiadas; n. Prolongar, desnecessariamente, a prestagio de ser- vigos profissionais; ©. Pleitear ou receber comiss6es, empréstimos, doagdes ou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorérios contratados, assim como intermediar transag6es financeiras; p. Receber, pagar remuneragio ou porcentagem por en- caminhamento de servicos; q. Realizar diagnésticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de servicos psicol6gicos em meios de comunicagio, de forma a expor pessoas, grupos ou organi- zagoes. Art. 3°—O psicélogo, para ingressar, associar-se ou per- manecer em uma organizagio, consideraré a missio, a filo- sofia, as politicas, as normas ¢ as priticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princfpios e regras deste Cédigo, n COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES Pardgrafo tinico ~ Existindo incompatibilidade, cabe 20 psicélogo recusar-se a prestar servicos ¢, se pertinente, apresentar dentincia 0 6rgéo competente. Art, 4° — Ao fixar a remuneragio pelo seu trabalho, 0 psicélogo: a. Levard em conta a justa retribuigio aos servigos pres- tados e as condig6es do usurio ou beneficiério; b. Estipularé 0 valor de acordo com as caracteristicas da atividade ¢ 0 comunicard ao usuario ou beneficiério antes do infcio do trabalho a ser realizado; ¢. Assegurard a qualidade dos servigos oferecidos inde- pendentemente do valor acordado. Art, 5° - O psicélogo, quando participar de greves ou paralisag6es, garantiré que: a. As atividades de emergéncia nio sejam interrom- pidas; b. Haja prévia comunicagio da paralisacio aos usuarios ou beneficiérios dos servicos atingidos pela mesma. Art. 6° ~ O psicélogo, no relacionamento com profis- sionais nio psicélogos: a. Encaminhard a profissionais ou entidades habilitados € qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuagio; b. Compartilharé somente informagées relevantes para qualificar o servico prestado, resguardando o carater con- fidencial das comunicagées, assinalando a responsabili- dade, de quem as receber, de preservar o sigilo. Art. 7° - O psicélogo poderd intervir na prestagio de servigos psicolégicos que estejam sendo efetuados por ou- tro profissional, nas seguintes situacSes: a. Apedido do profissional responsfvel pelo servigo; b. Em caso de emergéncia ou risco ao beneficiério ou usué- rio do servigo, quando dar4 imediata ciéncia ao profissional; ETICA NA PSICOLOGIA 23 c. Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupgio voluntiria e definitiva do servico; 4 Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervencio fizer parte da metodologia adotada. Art, 8° — Para realizar atendimento no eventual de cri- anga, adolescente ou interdito, o psicélogo deveré obter au- torizagao de ao menos um de seus responsiveis, observadas as determinagées da legislacao vigente; § 1° No caso de nao se apresentar um responsével le- gal, o atendimento deverd ser efetuado ¢ comunicado as au- toridades competentes; § 2° - O psicélogo responsabilizar-se-4 pelos encami- nhamentos que se fizerem necessérios para garantir a pro- tecio integral do atendido. Art. 9° — E dever do psic6logo respcitar o sigilo profis- sional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizag6es, a que te- nha acesso no exercicio profissional. Art. 10'- Nas situagdes em que se configure conflito entre as exigéncias decorrentes do disposto no art. 9° ¢ as afirmagées dos principios fundamentais deste Cédigo, ex- cetuando-se os casos previstos em lei, 0 psicélogo poders decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisio na busca do menor prejuizo. Pardgrafo tnico — Em caso de quebra do sigilo previs- to no caput deste artigo, o psicélogo deverd restringir-se a prestar as informagées estritamente necessérias. Art. 11 — Quando requisitado a depor em jufzo, o psicé- logo poder prestar informag6es, considerando o previsto neste Codigo. Art, 12 - Nos documentos que embasam as atividades ‘em equipe multiprofissional, o psicélogo registraré apenas 2 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES as informagées necessérias para o cumprimento dos obje- tivos do trabalho. ‘Art, 13 No atendimento & crianca, a0 adolescente ou a0 interdito, deve ser comunicado aos responsiveis 0 estritamen- te essencial para se promoverem medidas em seu beneficio. Art. 14 —A utilizagio de quaisquer meios de registro ¢ observacio da pritica psicolégica obedeceré as normas des- te Cédigo e a legislacao profissional vigente, devendo o usué- rio ou beneficidrio, desde o infcio, ser informado. Art. 15 — Em caso de interrupgio do trabalho do psicé- logo, por quaisquer motivos, ele deveré zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais. § 1° — Em caso de demissio ou exoneracio, 0 psicélogo _deverd repassar todo o material ao psicélogo que vier a subs- tituf-lo, ou lacré-lo para posterior utilizagao pelo psicélogo substituto. § 2° - Em caso de extingao do servigo de Psicologia, 0 psicélogo responsivel informara a0 Conselho Regional de Psicologia, que providenciaré a destinagio dos arquivos con- fidenciais. Art. 16 ~ O psicélogo, na realizacio de estudos, pesqui- sas ¢ atividades voltadas para a produgio de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: a. Avaliard os riscos envolvidos, tanto pelos procedimen- t0s, como pela divulgacio dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizac5es e comuni- dades envolvidas; b. Garantird o cardter voluntério da participagao dos en- volvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situagdes previstas em legislagio especifica € respeitando os princ{pios deste Cédigo; ETICA NA PSICOLOGIA 25 Garantiré o anonimato das pessoas, grupos ou orga~ izagoes-salvo inter festo-destes; d. Garantiré o acesso das pessoas, grupos ou organiza~ (G6es aos resultados das pesquisas ou estudos, apés seu encerramento, sempre que assim o desejarem. Art. 17 — Caberd aos psicélogos docentes ou superviso- res esclarecer, informar, orientar e exigir dos estudantes a observincia dos principios e normas contidas neste Cédigo. Art. 18 — O psicélogo nio divulgaré, ensinaré, ceder4, emprestaré ou venderd a leigos instrumentos e técnicas psi- colégicas que permitam ou facilitem 0 exercicio ilegal da profissio. Art. 19 — O psicélogo, 20 participar de atividade em vef- culos de comunicagio, zelaré para que as informacSes pres- tadas disseminem o conhecimento a respeito das atribui- ges, da base cientifica e do papel social da profissao. Art. 20 — O psicélogo, ao promover publicamente seus servigos, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: a. Informaré o seu nome completo, o CRP e seu ni- mero de registro; b. Fard referéncia apenas a titulos ou qualificagées profissionais que possua; c. Divulgaré somente qualificagbes, atividades ¢ recur- sos relativos a técnicas ¢ praticas que estejam reconheci- das ou regulamentadas pela profissio; d. Nao utilizard o prego do servigo como forma de pro- paganda; e. Nio fard previsio taxativa de resultados; £ Nao fard autopromogio em detrimento de outros pro- fissionais; 26 COLECAO ETICA NAS PROFISSOES g- Nao propord atividades que sejam atribuigées privativas de outras categorias profissionais; h. Nao faré divulgagéo sensacionalista das atividades profissionais. Das disposicées gerais Art. 21 —As transgressGes dos preceitos deste Cédigo cons- tituem infracao disciplinar com a aplicagio das seguintes pe- nalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: a, Adverténcia; b. Multa; c. Censura piiblica; d. Suspensio do exercicio profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; €. Cassagio do exercicio profissional, ad referendum do Con- selho Federal de Psicologia. Art, 22 - As dévidas na observincia deste Cédigo ¢ os casos omissos serdo resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 23 - Competiré ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudéncia quanto aos casos omissos ¢ fazé-la incorporar a este Cédigo. Art. 24 — O presente Cédigo poderd ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa prépria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. Art. 25 — Este Cédigo entra em vigor em 27 de agosto de 2005, Na legislagio do Conselho Federal de Psicologia nio ha mengio a nenhum juramento profissional formal, mas qual- quer tipo de juramento deve levar em conta os preceitos acima apresentados no Cédigo de Etica. i { i ' 2 0 Cédigo de Etica Profissional do psicélogo — percurso histérico a Origens hist6ricas Desde a década de 1960, a disciplina de Psicologia co- megou a ser ministrada em territério nacional, aplicada aos problemas educacionais. Com a aceleracio do desenvolvi- mento s6cio-econémico-cultural, as mudangas tornaram- se mais répidas e abrangentes, exigindo outros padrées de respostas e formas de compreensio da realidade no campo da psicologia. Pioneiros como Franco da Rocha ¢ Durval Marcondes dedicaram-se a introduzir e aplicar as técnicas psicanaliticas, desenvolvidas na Europa, para tratar nossos doentes mentais. Assim a psicologia foi se impondo, passo a asso, gracas aos estudiosos que partilhavam seus conheci- mentos ¢ formavam, de modo nio institucionalizado, ou- tros profissionais na 4rea psi. Em 1945 foi fundada a Sociedade de Psicologia de Sio Paulo, por Klinenberg ¢ Anita Cabral, promovendo reuni- bes cientificas, conferéncias, cursos de extenséo, seminé- ios... Apesar de em 1954 ter sido fundada a Associagao Bra~ sileira de Psicélogos (ABP) que representou o Brasil na International Union of Scientific Psychology, apenas em nover- bro de 1953 foi enviada a primeira proposta para a cria~ Gio do Curso de Psicologia no Brasil. A Lei estadual 3.862 de 28/05/1957 regulamentou 0 curso que teve seu infcio em 1958, na Universidade de Sao Paulo. A primeira turma for- 28 COLEGAO BTICA NAS PROFISSOES mou-se em 1960, no Rio de Janeiro. Os professores eram oriundos de outros paises, nem sempre compreendendo e trazendo alternativas para nossos problemas sociais A formalizacio da Psicologia como profissio ocorreu com a Lei 4.119 de 27/08/1962 que dispoe sobre os cursos de for- magio em psicologia ¢ regulamenta a profissio de psic6lo- go eo Decreto 53.464, de 21/01/1964 que regulamenta a Lei 4.119 ¢ discorre sobre a estruturacio dos cursos de psicolo- gia, nas Faculdades de Filosofia, em cursos de bacharela- do, licenciatura e psicologia, seu curriculo minimo e sobre 05 direitos conferidos 20 diplomado em cada um deles. Ao bacharel cabe lecionar Psicologia em cursos de grau médio; a0 licenciado, lecionar Psicologia; a0 psicélogo, ensinar Psi- cologia e exercer a profissio, Estabelece como funcées pri- vativas do psicélogo 0 diagnéstico psicolégico, a orienta- cio ¢ selegio de pessoal, a orientacao psicopedagégica, a so- lucio de problemas de ajustamento, a colaborago em as~ suntos psicolégicos ligados a outras ciéncias Determina como exigéncia para o funcionamento dos cursos a organizagao de servigos clinicos ¢ de aplicagio 3 educagio e a0 trabalho, abertos ao public. Essa lei também regulamenta o exercicio profissional daqueles que jé vinham exercendo ou que tivessem exercido a profissio por mais de cinco anos, podendo ser expedido o registro profissio- nal de psicélogo. © parecer 403/1962 do Conselho Federal da Educagio versa sobre o curriculo do curso de Psicologia no territério brasileiro, com a colaboracio dos professores Lourengo Fi- lho ¢ Nilton Campos (Universidade do Brasil), Carolina Martuscelli Bori (Universidade de Si0 Paulo), Padre An tonius Benko (Pontificia Universidade Catélica do Rio de “ETICA NA PSICOLOGIA 29 ‘Esta € a primeira vez que, no Brasil, fixa-se oficialmente um. “‘Curriculo de Psicologia, visando a direitos de exercicio pro- fissional. Tais direitos decorrem da Lei 4.119 de 27 de agos- ‘to tiltimo, que veio inegavelmente, a0 regulamentar a profissio de Psicélogo, preencher uma lacuna de que ja se ressentia 0 quadro de nossos trabalhadores de grau universitério. Dadas, porém, as caracteristicas muito especiais da nova profissio, € preciso que desde logo se procure elevar este curso a um nivel de qualificacio intelectual e de prestigio social que permita aos scus diplomados exercer o mister do trabalho psicol6gico de rods eficaz e com plena responsabilidade, Para isso € impe- rativo que se acentue o cariter cientifico dos estudos aserem Tealizados, que sé assim hi de ser possivel assegurar & psicolo- gia posicéo de relevo que lhe cabe, 0 conceito das chamadas profissées liberais e, pari passu, evitar as improvisacdes que, do charlatanismo, a levariam fatalmente ao descrédito. Em 1967, a Associacio Brasileira de Psic6logos, presidi- da por Arrigo Angelini elaborou e aprovou um Cédigo de Etica, composto por cinco principios fundamentais e 40 artigos, que foi modificado em 1975 transformando-se no Primeiro Cédigo de Etica oficial de nossa classe profissional (Vilarinho, 2000). Somente em 1971, a Lei 5.766 cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia, com o fito de regula~ mentar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercicio da pro- fissio, elaborando o primeiro Cédigo de Etica, aprovado pela Resolucio CEP 008/75, de 02/02/1975, publicada no Diério Official da Unido em 08/04/1975. pies st oe cinco PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS apresen- Aes tegulamentacao da formagio profissional, o trabalho ciibasadio no respeito pclo outro e por sua integridade, com ‘pservincia do Principio da Benevoléncia, a importincia da formacio, da responsabilidade profissional e do aprimo- ramento pessoal e profissional, Consta ainda de 13 capitu- los: DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSICOLOGO (deveres atos vedados — art. 1° ¢ 2°), DAS RESPONSABILIDADES PARA COM © CLIENTE (art. 3° 20 5°), DAS RESPONSABILIDADES E RELAGOES COM AS INSTITUIGOES EMPREGADORAS (art. 6° € 7°), DAS RELA GOES CoM OUTROS PSICOLOGOS (art. 8° a0 11°), DAS RELAGOES Com OUTROS PROFISSIONAIS (art. 12° ¢ 13°), DAS RELACOES COM ‘ASSOCIAGOES CONGENERES E REPRESENTATIVAS DO BSIOOLOSO. (art. 14%e 15°), DAS RELAGOBS COM AJUSTIGA (art. 16° 20 20°), DO SIGILO PROFISSIONAL (art, 21° a0 24°), DAS COMUNICAGOES CHENTIFICAS E DAS PUBLICAGOES (art, 25° 20 31°), DA'PUBLICI- DADE PROFISSIONAL (art. 32° ¢ 33°), DOS HONORARIOS PROFIS- SIONAIS (art. 34° € 35°), DA FISCALIZAGAO DO EXERCICIO PRO- FISSIONAL DA PSICOLOGIA E CUMPRIMENTO DOS PRINCIPIOS ET!~ cos (art. 36° a0 38°), DISPOSIGOES GERAIS (art. 39%e 40°). O Codigo na integra é apresentado no Anexo 1, O Cédigo de Etica de 1975 j4 enfatizava a importincia formacio continua, do conhecimento e do respeito pe- fiiriAcocs ithpostas pelo desenvolvimento pessoal, ¢3- gidal Betscnalidade e saber de cada profissional. ‘SBciaid'da psicologia, deven- metar da ¢oletividade, ve~ espeito # privacidade, ao ETICA Na PsIcoLOGIA ae prios, o desvio de pacientes, a cumplicidade com o exeref- cio ilegal da profissao, 0 uso de técnicas hipnéticas env in- terrogat6rios. Cabe lembrar que esse Cédigo foi elaborado na época do regime militar, quando as liberdades de imprensa, de ex- pressio, estavam proibidas e a repressio imposta pelo regi- me ditatorial imperava com violento desrespeito pelos di- reitos humanos, gerando medo, perseguic6es, torturas e de~ saparecimentos. Era preciso salientar essa preocupacio no Cédigo-de Etica de forma sutil, para que o mesmo também nao fosse vetado. Apés quatro anos da regulamentagio do primeiro Cédi- go-de Etica oficial, em 1979, por ocasiio da comemoragio do centendrio da psicologia como ciéncia comportamental, algumas reformulagées foram realizadas no primeiro c6di- go Caprovadas pela Resolucio do CFP 029/79, que revoga a Résolucio CFP 08/1975 de 02/02/1975, Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo de 1979 O segundo Cédigo, reformulado no contexto politico da ditadura militar, apresenta cinco pRINCIPIOS FUNDAMEN- ‘Tals e 50 artigos, 10 a mais que o primeiro ¢ mais alinea No quarto Principio Fundamental € salientado o trabalho em equipe. Dispde de 12 capitulos: DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSICOLOGO (deveres ¢ atos vedados —art. 1° 2°), DAS RESPONSABILIDADES PARA COM © CLIENTE (art. 3° a0 5°), DAS RESPONSABILIDADES E RELAGOES COM AS INSTITUIGOES EM- PREGADORAS E OUTRAS (art. 6° € 7°), DAS RELAGOES COM OU- “TROS PSICOLOGOS (art. 8° a0 13°), DAS RELAGOES COM OUTROS PROFISSIONAIS (art. 14° € 15°), DAS RELAGOES COM ASSOCLA- GOES CONGENERES E REPRESENTATIVAS DO PSICOLOGO (art. 16° 17°), DAS RELAGOES COM AJUSTICA (art. 18° a0 22°);-DO SIGI- LO PROFISSIONAL (art. 23° a0 29°), DAS COMUNICAGOES CIEN- “TIFICAS BDA DIVULGAGAO AO PUBLICO (art. 30° ao 37°), Da PU BLICIDADE PROFISSIONAL (art. 38° € 39°), DOS HONORARIOS PRO HISSIONAIS (art. 40° € 41°), DA OBSERVANCTA, APLICAGAO E CUM PRIMENTO DO CODIGO DE £TICA (art. 42° ao 50°). O Codigo na integra € apresentado no Anexo 2. Pode-se observar uma referéncia a0 trabalho em equipe, despontado na época (no quarto prinefpio fundamental, no art, 4° alinea “b” e art, 26. A diminuigio do autoritarismo politico faz-se notar também pela exclusio da alfnea “h” do art, 4° do primeiro Cédigo que vetava o interrogatorio sob «Agio hipndtica. Artigos mais explicitos a respeito do sigilo profissional, garantindo a confidencialidade e aanuéncia do examinando foram acrescentados nos artigos 25 paragrafos 1° © 2°, 26, 27 ¢ pardgrafo tinico, 29, 33, 34 ¢ 35; as relagoes com a Justica tornaram-se mais explicitadas, definindo-se também o grau de parentesco permitido nos casos de peri- tagem. A autonomia para exercer as fungdes de ensino, pes- quisa ¢ supervisio foram mencionados nos artigos 30, 37 € 49, Com 0 aumento do mimero de psicélogos as relages com a classe foram mais explicitadas nos artigos 11, 12 ¢ 13. ‘Apés 25 anos da regulamentagio da profissio ¢ oito ap6s a regulamentagio do iltimo Cédigo, com uma situagio politica menos ameagadora e mais democritica, foi aprova- da em 15/08/1987, a Resolugio do CFP 002/87 que apre- senta o terceiro Cédigo de Etica Profissional dos Psicélo- gos, revogando a Resoluugio CFP 029/79 de 30/08/1979, bem como as demais disposigSes em contrario, STICA NA PSICOLOGIA Codigo de Etica Profissional do Psicélogo de 1987 (e resolucées complementares) © COdigo de 1987 apresenta sete PRINCIPIOS FUNDAMEN- tals, 50 artigos, e uma grande quantidade de.alineas, ex- pressando as dificuldades e reflex6es a0 longo do percurso. Nos princfpios fundamentais 6 enfocado 0 respeito pelo outro € por sua integridade, com a observincia do principio da benevoléncia; a importincia da formacao, da responsabili- dade profissional ¢ do aprimoramento pessoal e profissio- nal. Acrescenta a funcio social do psicélogo por meio de ‘uma anilise crftica da realidade e da “colaboragéo na criagao de «condigdes que visem elimminar a opressao e a marginatizagao do ser hismano” (Princfpio Fundamental IV) e pode enfim citar, no Vil Principio Fundamental, a observincia do estabelecido ia Declaragio dos Direitos Humanos (aprovada em 10/12/ 1948). Dispde de 10 capitulos: DAS RESPONSABILIDADES GE- als DO PSICOLOGO (deveres ¢ atos vedados ~ art. 1° 20 3°) ebil'detalbattent, distribuldo em wii total de 23 alineas, DAS RESPONSABILIDADES E RELAGOES COM AS INSTITUIGOES ae PREGADORAS (art. 4° a0 6°), DAS RELAGOES COM OUTROS PRO- FISSIONAIS OU PSICOLOGOS (art. 7° 20 14°), DAS RELAGOES COM ‘A CATEGORIA (art. 15° ¢ 16°), DAS RELAGOES COM A JUSTI- Ga (a#t. 17° a0 20°), DO SIGILO PROFISSIONAL (art. 21° a0 29°), DAS COMUNICAGOES CIENTIFICAS E DA DIVULGAGAO AO POEL. Co (art. 30° ao 35°), DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL (art. 36° 20.38), DOs HONORARIOS PROFISSIONAIS (art. 39° ¢ 40°), Da (OBSERVANCIA, APLICACAO E CUMPRIMENTO DO GODIGO DE ETICA (art. 41° a0 50°), Em 20.02.1995, a Resolugio CEP 002/95 inttoduz a ali- nea “0” no art 2° “prestar servico ou mesmo vincular seu titulo de an COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES Psicélogo a servigas de atendimento psicolégico por via telefonica”. © Cédigo de Btica com a reformulagao € apresentado no Anexo3 "A Resoluco CEP 005/1988, de 1° de outubro de 1988 institui o Cédigo de Processamento Disciplinar, dispondo "sobre os: procedimentos preliminares para a instauragio dos processos disciplinares; os atos processuais; a instrugio do processo; as penalidades; os recursos; os julgamentos do CFP; as execugées e as revisdes. A partir da década de 1990 varias Resolugées do Conse- Iho Federal de Psicologia foram criadas para complementar e retificar 0 Cédigo de Etica, atendendo 4s especificagoes, mudangas, dilemas que demandam das constantes mudan- __ gas da realidade que nos cerca ¢ da forma como a percebe- mos € interpretamos, 0 que nos impoe desafios, nos ques- tiona, nos coloca em busca de respostas € parimetros para que possamos.regulamentar alguns aspectos possfveis. O Conselho Regional de Psicologia 6* Regido possui um regimento interno aprovado pelo Conselho Federal de Psi- cologia, pela Resolucio CFP 016/201, Passos importantes em direcao a questio da garantia dos direitos humanos tém sido dados por nossa sociedade ¢ embasam nosso cédigo de ética anterior ¢ suas resolugbes complementares, bem como 0 atual. Destacamos a Decla- racio Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948), a Cons- tituigio Federal do Brasil de 1988, denominada Constitui¢o Cidada, 0 Estatuto da Crianca e do Adolescente (Lei 8.069 de 13/07/1990), o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1/10/2003), a Resolucio do Conselho Nacional da Satide/Ministério da Satide 196/96, que versa sobre as Normas Eticas da Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. ‘Trinta anos apés a entrada em vigor do primeiro Cédi= goide Etica Profissional e 43 anos apés a regulamentagio da Psicologia como profissio, temos aprovado pela Resolugao CEP 10/2005, em vigor desde 27 de agosto de 2005, o atual Cédigo, com discussées democriticas, votacées pelo site do CRP, amplas plenérias € discussdes, refletindo nosso aprendizado democratico e nossa luta pela atuacio social do psicdlogo. Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo de 2005 ‘A apresentacio do atual Cédigo de Etica enfatiza sua concepgio reflexiva e norteadora, com a valorizagio de seus princfpios fundamentais que deveriam embasar a relagio psi- célogo/sociedade/ciéncia por perpassar suas préticas, inde- pendentemente do campo de atuagio. ‘Um Cédigo de Etica profissional, ao estabelecer padrdes espera~ dos quanto is priticas referendadas pela respectiva categoria pro- fissional e pela sociedade, procura fomentar a auto-reflexio exi- ¢gida de cada individuo acerca da sua préxis, de modo a respon- sbilizé-lo, pessoal e coletivamente, por acbes ¢ suas conseqiién- ccias no exercicio profissional. A missio primordial de um c6digo de ética profissional no é de normatizar a natureza técnica do trabalho, ¢, sim, ade assegurar, dentro de valores relevantes para asociedade e para as préticas desenvolvidas, um padrio de condura que fortalegao reconhecimento social daquela categoria (Cédigo de Etica Profissional do Psic6logo, p. 5). O Cédigo de Etica € composto por sete PRINCIPIOS FUN- DAMENTals € 25 artigos (alguns com vérias alfneas), 25 arti- gos a menos que o anterior. Os artigos sio dispostos de for- ma mais clara e abrangente, em geral englobando as resolu- Bes que ao longo desses 18 anos complementaram o se- gundo cédigo. Vale ressaltar que as resolug6es, por serem STICA NA PSICOLOGIA 3 jis especificas, trazem procédimentos mais claros sobre ‘cada:tematratado,aindadevendo respaldar-o exerefcio- pro fissional. Possivelmente outras resoltig6es ainda sejam edi- tadas sc considerarmos a transformagio constante do ser € da sociedade, trazendo sempre novos imperativos para a pré- tica profissional Nos Princfpios Fundamentais é enfocado 0 respeito pelo outro e por sua integridade, com destaque para a promo- cio da liberdade, da dignidade, da igualdade. Ao psicdlogo é atribufda a fungdo social de.promover a satide ¢a quali- dade de yida, de promover a andlise critica das situagSes ¢ da rcalidade que o rodeia ¢ de ser agente de transforma- cio. A importincia da formacio, da responsabilidade pro- fissional e do aprimoramento pessoal ¢ profissional tam- bém € destacada. DispSe de dois capftulos, no primeiro: DAS RESPONSABILI- DADES DO PSICOLOGO, so abordados: os deveres fundamen- tais (art. 1°, 12 alineas); os atos vedados (art. 2°,.17 alineas), a postura do profissional frente as instituigdes (art. 3°); a fixagdo da remuneracio (art. 4°, 3 alineas); a postura 20 par- ticipar de greves e paralisagées (art. 5°, 2 alineas); 0 relacio~ namento'com outros profissionais (art. 6°, 2 alfneas ¢ 7°, 4 alirieas); os procedimentos para 0 atendimento, eventual ou nao, de criangas e adolescentes (art. 8°, 2 incisos); a questo do sigilo profissional € melhor explicitada e circunstanciada (art. 9° a0 15°, 2 incisos); os procedimentos de pesquisa (art. 16, 4 alfneas); a docéncia e a supervisio (art. 17); os instru- mentos € técnicas psicolégicas (art. 18°); as atividades em veculos de comunicacio (art. 19), as condigdes necessérias para a promocio piiblica de servigos (art. 20, 8 alfneas). O segundo capftulo versa sobre AS Dispostces GERAIS, sendo ETICA NA PSICOLOGIA composto por cinco artigos, que dizem respeito 4 observin= cia do presente cédigo (art. 21° a0 25°) Esse Cédigo de Etica explicita em seus artigos a questo do preconceito racial ¢ sexual, englobando a Resolugio CEP 001/99 que estabelece as normas de atuagio para os psic6- logos em relacio 4 questio da Orientagio Sexual ¢ a Re- solucio CFP 018/2002 que estabelece normas de atuacio Para os psicdlogos em relagao a0 preconceito e a discri- minagio racial 72 fore ‘As mesmas reflex ¢ ca vem nortear uma ee contrato terapéutico, devendo € oy crtetath conveniente para todas as partes, servi o do trem que norteario 0 a fue sempre oes SE sah dé‘eem aria busca de i alaiegetl als a Delimitagao do campo de atuagao e das técnicas empregadas Como reconhecimento da profissio de psicélogo pela so ciedade, novas regulamentac6es tornaram-se necessarias no sentido de preservar o exercicio profissional € a imagenrdo psicélogo, bem.como resguardar os direitos.da.comunidades) Rodrigues (1998), ao referir-se ao CRP, considera que “seu compromisso institucional é 0 de acompankar e apontar os prin- cépios que devem nortear 0 exercicio profissional do psicélogo, e seu papel politico € 0 de intervir na sociedade, em defesa da construcao de uma sociedade democrat dania” (p. 19). Essecompromisso implica no éstabelecimnerito* deadiretrizes:e:agdes que possam nortear:apraticaxcontria® _buindo para.o desenvolvimento da Psicologiagestabelecen- ndo.0s limites de sua érea'de atuagio; especificando-qhais some ‘asspraticas'psicolégicas especificas da atuagio do, psiclogoines squiais podem ser compartilhadas.com outras:ciéneias,e:formae ‘quma,de.apresentacio.dos:resultados.9 Abordaremos inicialmente a questio da avaliagao p: col6gica, das psicoterapias e das terapias nao reconhe- cidas cientificamente. 1 para garantir a todos o direito de cida- Avaliacao psicolégica Odisposto nd parsgrato primeiro do éremgrdaalne estabelececomofuncio privativa do:psicélogoo-torde métodos.¢:técnicas psicdlégicas, apresentados na Resolucio Z9/6LT'y OW IT EP EL HY OP of §.9 agdsip anb op erouguiozep wo ‘oojoaisd op oAhea ud osn ap vorusya eum no oposgUr umn 9s-oputMAsHoS ‘seoiBojooisd seousjranzeze> ap ogSeinsuaur no orSereae ap sommsumnsut 07s sor189[0218q Sa1S9i, 30 - of “UV ‘ANOS svtsoSojgotsd soe ezamieu essap sommoumsisut soaou epsugnbeyj woo opueztiquodsip waa onb ‘jeu -oyssyosd 2 eoypusio apeprunuto> ep eorurgutp g open -ape Sqatdgjooisd saisan sop oySeyfeat 9p oniufitios etsy” sis um amzysu09 op apepssa00u & 9 [e[>0s epuRiuisp & — tsoStaras sassap eyzpnsn orSendod zo1u9 9 eatus9y apeprfenb wio> soStares snuexed ap oan algo © wios ‘eoiSojorisd ogSeye jad oBsiaar ap zu sopeztan seor 392 2 soporgu sop sag5ipuod sep #24 2 soBojgatsd sop oujeqen ap sositisgs SPOT “3 s6iiiatianinsui So eiounade op spepisssse0 © ~~ rerapistioo soxsadse sonmno axqua anb ‘907/200 d4O O85 -njosoy bu sopguoe soSpie sop azred soreux & 2 sagSeiopis ~to0 seumnSa oxreqe oznposdayy 's071S9]o21sd 503593 50 ‘ose> -soxdo5tatas op apeprrenb ead sossardxa‘soong-sorsadse'so. _sailllgn.assey-xp-saurisuios.orSedn2oaid e.s1apa1. oflgioaisdiop= ‘=Sonneauid:osn-op-ostiatininsul- ossop-opseiuauretndary.. : -sooiSojooisg saxsa ap apepifend ep orSereay ap soLigats0 so wos oxoue um eusssdy “0002 2P guszap te opesteas ‘aioqonsy obey 2p [uO EN -2p ‘safojgaisd rod: sepequruseoua sesodoud seu a s00189]09 se ‘YIN010OISA VN VOUT od 9 [ruorssyjord opSruti03,ejadoper— ~isd saisaa soe opesuadsip Jas & ojuoureVeN op eozaZe eo] 001s ap [eUOIeN Ossa18U0D AI Op seoSziaqrfap seu 9s-e -ned og5n[0sos [RL L00Z/SZO dO OP OBSNjOsDY & OpuEBOA -o1 BoorBofOsisd soiser-op:opseztpetDro WON SST sosn 0 rauourepnas.o uyap C60¢/200 AHO MESNIOSNT “ofoqaisa op yeuorssyoud rong 2p 08tp90 oF opSexpur ute F-2s-s1nasuo9 oxSnIos 01 tasoU oprosfaquis® oF otaWLduINdssp O ~ BEY -qeuoifey onposu0g oansadsaz ou sopensifor soBojgorsd soe 9 ‘Zot ap o1s08e 2p 12 2P ‘6LT'> 71 ep SOUL -1a) sou sopeyiourernBar ‘eBojoosg ap Sosand sou sopein> -qneur ayusuuzeyno sounpe soe ayuoumeaisnyox@ openiosor oy storfiojooisd seoqunza 2 sopoigtu'2p oulsu> ~ GRAN ‘opssyord ep ye8aqt o1ojoraxo o exed uranqtsyu0> 9 soBoyoo1sd sod sopensturun ogs sosimo stey anb 9 ofojgaisd op oaisnj> =xa osn ap ‘sEDiSOjooisd-sesitidgi S Soporyun'sodgyoarsdiogt ured ‘sopensturuy opis:uigs-‘onSeziuinadsa.ep.opnayiatatapn 4oeu.no samenay ‘orSeutiox ap sosinaisopeurey aU pe ey ee sHLapues3,£ opuesaprsuo> 66 1/e LOMeORORSDIOSRNEvED ‘on8gjoatsd opeisaxe ap ors -sgou09 & 2 so3L4989 soauaum20p ap opSezoqr]9 e ‘sosuOWIN sui sop agueysuoo opSeziqense & ‘outsua 0 21Gos erusuIeAN =vadsai uresi94 oxzege sepeiuasaide sagSnjosoz onenb sy -,ofojoassd op oayoayid yoyarow op ovseSynap ap vu sof 2-vpsonB ‘ophisinbo ‘opSezypiiauios vped s0p2z, of “HE OP «by tounge eu sooredeas omsonb ws9 ‘eng ap o8tp9p [eae ON open ‘oobi: aoa enna “18617200 1, SaQSsIdOUd SVN VOILg OYSEIOO %

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