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Capitulo 2 - Princfpios Aplicdveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos Fig. 240— Aumento da coroa clinica com abordagem cirdirgica periodontal: sorriso do paciente (A) e composigao dentaria (B) antes da movimentacio ortodéntica (C); D ~ sonda periodontal medindo a profundidade dos sulcos; E fase opera- {6ria da plastia gengival para aumento das coroas no sentido apical; F ~ pés-operatorio de 30 dias. 60 Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora — pés-operatério de 60 dias, logo apés a remocio do aparelho ortodéntico, em que se pode notar o aumento da coroa clinica pelo novo posicionamento do contorno da gengiva marginal, movido apicalmente pela cirurgia; H— com 0 isolamento do segmento dentario antero-superior pelo dique de borracha, pode-se notar o desgaste precoce das bordas incisais dos incisivos superiores, os diastemas mais bem distribuidos depois do alinhamento e nivelamento pés- movimentacio ortod6ntica. Para o fechamento dos diastemas, a pressio gengival do lencol de borracha proporciona suficiente retracio dos tecidos marginais para inserir os stops de resina composta (pequenos excessos) que movimenta~ rio a gengiva marginal no sentido lateral, aumentando a largura da curva parabélica do contorno gengival; I insercao de resina composta no incisivo central superior direito para exercer suave compress4o na papila interdentaria, estabe- lecer o perfil emergente proximal e fechamento da metade do diastema interincisivo e o contiguo com o incisivo lateral; J ~acréscimo de resina nas dreas interproximais do incisivo lateral, para fechar os diastemas e induzir as alteracées, (movimentacéo lateral) da arquitetura gengival a Capitulo 2 ~ Principios Apliciveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos Fig. 2.40: K - 0 mesmo procedimento foi feito nos dentes do lado esquerdo, para que a resina atue como um “arquiteto .gengival” (os stops de resina nas dreas proximais pressionam levemente a papila interdentéria); L vista frontal apés a reconstrucao da arquitetura dentaria e dos stops de resina, para condicionar os tecidos gengivais feitos com o sistema restaurador adesivo de uso direto; M ~ aspecto da arquitetura dentaria depois do acabamento e polimento das recons- trugGes e das éreas subgengivais dos stops de resina, para diminuir a formagao e retencao de placa. Notar a presenca do aparelho mével de contencéo para uso continuo por seis meses e durante dois anos de uso apenas notumo, até a estabilizacao da movimentagao ortodéntica. N ~ radiografia pés-operat6ria que sugere a presenca de pequenos exces 05 dos stops interproximais de resina. Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora Capitulo 2 ~ Principios Aplicéveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos Eo Fig. 2.40 ~ Pormenor da remogdo dos excessos ¢ acabamento do perfil emergente dos stops modeladores de resina interincisivos (O) e entre o incisivo central e o lateral (P), sendo realizados com broca multilaminada sob afastamento meciinico da papila gengival; Q — polimento interproximal processado com cunha de plastico em movimentos de vai- e-vem e pasta para polir resina composta, empregando-se o contra-Angulo especial da Dentatus (R) acoplado ao mi- cromotor; § — radiografia ap6s a remogao dos excessos indevidos dos stops interproximais; vista aproximada dos stops de resina na area interincisiva (T) e entre os incisives central e lateral (U) e as papilas remodeladas; V ~ composicaio dentaria depois da estabilizacao gengival. Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora Fig. 2.40: W, X e ¥ - pormenor das papilas interdentérias demonstrando a boa resposta do complexo periodontal ap6s 6 tratamento restaurador; Z — composigdo dentofacial antes do tratamento; sorriso (Z') e composigéo dentofacial (Z*) do paciente depois do tratamento. Capitulo 2 ~ Principios Aplicaveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos Fig, 241 - Sinergismo orto-perio-restaurador para aumento de coroa clinica, remodelago dentétia e determinagio do perfil emergente:” A e B~ aparéncia clinica do paciente e da érea edéntula apés a perda acidental, por trauma, dos incisivos centrais; C~no final do tratamento ortodéntico, os incisivos laterais ocuparam o espaco dos incisivos centrais, 08 caninos ocuparam o lugar dos incisivos laterais e os primeiros prémolares ocuparam a espaco dos caninos; D ~ condigdes clinicas apés a pléstica gengival para aumento das coroas clinicas, em que se pode notar a necessidade de econtornar 0s caninos e reconstruir 0 segmento dentério anterior a fim de conseguir estética e oclusio adequadas; Ee F~ modelo de estudo e enceramento diagnéstico redimensionando as larguras mesiodistais e incisocervicais levando em consideracao a perda da proporcdo durea depois da movimentacio ortodéntica. ma Estee eCosméton m Clinica Integra Restauradora Fig. 2.41: G - matriz-guia de silicona obtida a partir do enceramento diagnéstico, para guiar as reconstrugoes dentérias. Notar que os caninos foram remodelados por desgaste (eliminagao dos vértices cuspideos e da proeminéncia vestibu- lar) e por acréscimo de resina, He I - aspecto frontal das restauracdes antes e apés a remocao do dique de borracha Notar em (I) stops de resina composta exercendo ligeira pressdo lateral fisiol6gica na gengiva marginal, a fim de alargar © contomo parabélico e remodelar o perfil emergente, atuando como um “arquiteto dentogengival”. J - Radiografia que suigere excesso de contorno e, conseqiientemente, do perfil emergente proximal das restauracoes, porque o colo dos incisivos laterais mais constrito do que o dos centrais. Capitulo 2 Principios Aplicéveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos Ea Fig. 2.41: K — vista lateral que mostra a broca multilaminada de extremidade pontiaguda, refinando o perfil emergente vestibular; L- vista frontal do afastamento gengival com instrumento manual especifico que permite a extremidade da broca atuar com seguranca sobre o término vestibular da restauracio e no terco vestibuloproximal para aprimorar 0 perfil emergente (M); aspecto clinico das restauracdes (N) e radiogréfico (O) depois da determinacao dos perfis emer: sgentes proximais e vestibular; P - aspecto radiografico... Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora Fig. 241 ..que sugere excesso de contorno cervical da reconstrucao do canino transformado em incisive lateral (Q). R- aspecto radiogréfico depois da determinacao do perfil emergente; 5 - sorriso do paciente logo apés a finalizacao do caso; ‘T~aspecto da papila interdentaria depois de trés meses, com controle de placa (profissional ecaseiro). Notar que os stops de resina possibilitaram um correto condicionamento gengival que permitiu o crescimento progressivo fisiol6gico da papila. A andlise radiogrética panordimica inicial (U) e final (V) do caso sugere um estado de normalidade e satide dos tecidos duros envolvidos no tratamento (tratamento ortodéntico realizado pelo Dr. Dan Franklin Kjaer —Aracatuba, SP).” Capitulo 2 - Principios Aplicaveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos ED Convém salientar que nos casos clinicos apresentados nas figuras 2.36 a 2.41, em que foram recompostas as proporgées estéticas dos den- tes, o sistema restaurador adesivo de uso direto funcionou como “arqui- teto dentogengival” do seguinte modo: © restaurou a dimensio dos dentes; © guiou a cicatrizacao apés cirurgia periodontal; © condicionou a gengiva marginal nas éreas correspondentes aos novos perfis emer- gentes; © conformou as papilas interdentarias e as curvas parabélicas gengivais ou arcos con- cavos regulares. Desse modo, o sistema restaurador adesivo possibilitou restaurar a fungao e a estética dos dentes, além de promover uma resposta favord- vel do complexo periodontal. Isso confirma 0 que Mondelli et al*jé ha- viam enfatizado em 1984: “o que caracteriza a eficiéncia de um procedimento restaurador é a resposta favordvel dos complexos dentinopulpar e periodontal”, O clinico devera sempre pensar no axioma basico: quanto mais agressivo © método de tratamento, mais lenta é a regeneracao dos tecidos. Uma outra forma de determinar e avaliar a proporgao estética dos incisivos centrais € a partir das relagdes proporcionais éureas e do retin- gulo dureo, determinando a altura do incisivo central em proporgao éu- Tea com a largura dos dois incisivos centrais™ (Fig. 2.42). A proporcao aurea, abordada no capitulo 3, estabelece a divisdo de uma linha em duas partes desiguais, porém, que mantém entre si uma relagdo de harmonia nao observada em nenhuma outra forma de divi- so. Quando uma linha, um objeto ou qualquer outra coisa séo dividi- dos na relacao de 1,0 para 1,618 (seccao aurea), a razdo entre as partes menor e maior ¢ entre a maior parte e 0 todo tem o valor constante de 0,618. Em um retingulo dureo, a proporcao entre a largura da base e a altura é de 1,618 para 1,0, respectivamente. Fig. 2.42 ~ Proporcio estética dos incisivos centrais superiores determinada a partir das relagdes proporcionais dureas: A= compasso binério, descrito por Joseph, M.,® que se mantém em proporcao éurea constante durante os movimentos de expansao ou diminuigio de abertura, evidenciando a proporcao entre a largura dos dois incisivos centrais superio- res ea altura (C); B - desenho esquemético demonstrando a aplicabilidade do retangulo éureo para se obter a relacio largura/altura dos incisivos centrais. ma Estee ¢ Coombs m Clinica Integra estrada METODOS PARA DETERMINAR O TAMANHO REAL DOS DENTES [A proporgao estética propria de cada dente esta relacionada a sua {formae posigao ea de seus vizinhos ‘na composigto dentéria como um fado.] Na anilise para planejamento e reabilitacdo de uma composi¢ao dentéria harménica, varios parametros importantes devem ser conside- rados, entre eles: a proporgéo de aparecimento do conjunto dos dentes, © tamanho real e a proporsao estética de cada dente, assim como sua osi¢do e alinhamento no arco. ‘A composicao dentéria como um todo apresenta qualidade estética quando seus elementos mostram tamanhos reais e aparentes proporcio- nais as demais partes do conjunto. A proporcio envolve a relacdo largu- za/comprimento para um tinico dente e largura/comprimento de todo oarranjo dentario anterior. Se dois dentes tém a mesma largura e compri- mentos diferentes, o mais longo pareceré mais estreito. Portanto, a rela- ao largura/comprimento de cada dente e a dos seus adjacentes tem um efeito profundo na aparéncia estética do conjunto. A proporcdo estética propria de cada dente esté relacionada & sua forma e posicdo e a de seus vizinhos na composicao dentéria como um todo, refletindo-se na har- monia do conjunto. A média da largura do incisivo central superior 6 8,7 mm e a média do lateral é 6,5 mm, resultando numa relagio de 0,75 ou 75% do lateral para a largura do central. A média da altura do incisivo central superior 6 10,9 mm para homens e 10,1 mm para mulheres, enquanto a altura média do lateral € 9,3 mm para homens e 9,0 mm para mulheres. Isto resulta numa relagdo de 0,85-0,89 ou 85%-89% da altura do lateral para a do central, respectivamente para homens e mulheres. Com 0 aumento da idade dos pacientes e 0 conseqtiente desgaste funcional, a linha dos labios aos poucos vai abaixando por diminuicdo de sustentacdo, de tal modo que o comprimento dos dentes se torna cada vez menos impor- tante, devido A cobertura dos lébios, ficando a borda incisal dos dentes Antero-superiores escondida em cerca de 80% dos pacientes. Por sua ve7, a média da largura e altura do canino superior é de 7,7 mm e 10,6 mm para homens e de 7,8 mm e 8,8 mm para mulheres, resultando em uma relagio largura /comprimento de 0,73 (73%) e 0,89 (89%), respectivamente (Tabelas 2.3 e 2.4). Contudo, caninos e incisivos centrais tém aproxima- damente os mesmos comprimentos na maioria dos arcos masculinos, enquanto em arcos femininos os centrais sdo ligeiramente mais longos. Resulta, entretanto, a nogao clara de que a média de tamanho dos dentes da populacdo humana e um caso individual ndo serdo sempre equivalentes entre si. Assim, cada paciente deve ser tratado de confor- midade com suas caracteristicas individuais, tanto para a largura quan- to para o comprimento ou altura da coroa clinica, a fim de estabelecer a harmonia do conjunto, representada pela composi¢ao do segmento den- tério anterior como um todo. Devido a essa limitacao ao aplicar 0 tamanho médio dos dentes, vis- to que ele ndo funciona para todos os pacientes, varias sugestdes e estu- dos foram feitos para especificar a largura e 0 comprimento dos dentes para cada paciente. Segundo Berry? (1905), 0 incisivo central superior apresenta uma re- lagao definida com o tamanho da face, com dimensdes médias de largu- rae comprimento de 1/16 e 1/20 da largura e comprimento faciais, res- pectivamente. Capitulo 2 ~ Principios Aplicdveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos Ea [Cada paciente deve ser tratado de conformidade com suas caracteris- ticas individuais. Sears, em 1941, demonstrou que 0 comprimento do incisivo cen- tral deveria ser de 1/16 do distancia do triquio (linha ideal do cabelo) a parte mais inferior do mento e que a largura deveria ser também 1/16 da distancia interzigomatica. Ainda segundo esse autor, a largura do incisivo central superior também poderia ser determinada dividin- do a circunferéncia transversa da cabeca por 13. Morel sugeriu que a distancia interpupilar proporcionava uma medida mais precisa para a largura absoluta do incisivo central do que a largura facial externa. Seus estudos demonstraram que a distancia interpupilar dividida pelo fator 6,6 estabelecia a largura real dos incisivos centrais. Uma medida para chegar a largura ou dimensao total do segmento antero-superior sugerida por Lee* é a largura da base nasal. A distancia entre as pontas de cispides dos caninos corresponde a largura da base nasal, mais ou menos 2 mm; a largura do nariz ou da base nasal corresponde a dis- tancia entre as abas do nariz. Assim, Lee, em seu livro Dental Aesthe- tics, apresenta uma fotografia para demonstrar que “a largura do incisi vocentral é equivalente a largura do incisivo lateral mais a metade mesial ou anterior do canino”. De acordo com 0 principio de relagéo central/ lateral citado por Leschot & Stocker a largura da base do nariz. serve como indicador para a largura do incisivo central; a largura da raiz do nariz, como indicador para a langura do incisivo lateral superior. Beaudreau sugeriu que a largura real dos dentes pode ser caleulada de acordo com um senso geral. Por exemplo, quando 05 incisivos cen- trais tiverem 8,0 mm de largura, os caninos deverso ter aproximadamente 7,0 mm e os laterais, 6,0 mm de largura. Na interpretacdo de Goldstein,” © incisivo lateral deve ter uma largura real cerca de 25% menor do que o incisivo central e 0 canino é aproximadamente 13% menor do que o incisi- vo central, para se adequar a sugestéo de Beaudreau.? ‘Todavia, Ricketts! constatou que a largura da base nasal é aproxima- damente coincidente com a distancia intercuspidea dos caninos superio- res, durante 0 sorriso, observando, porém, que as abas do nariz. eram distendidas suavemente num sorriso amplo. E muito provavel que a va- riagéo de 2 mm citada por Lee corresponda a esse ligeiro aumento da largura da base do nariz em pessoas com sorriso amplo. Desse modo, em pessoas com sorriso nao amplo, a distancia intercanina seria coinci- dente com a largura do nariz.ou com uma variagdo de 2 mm a menos. Ja em pessoas com sorriso amplo, pode-se atribuir & distancia intercanina até 2 mm a mais do que a largura da base do nariz. Segundo Mavroskoufis & Ritchie a largura da base nasal é um guia confidvel para selecionar o tamanho dos dentes antero-superiores em pacientes edentados; a papila incisiva, por sua vez, é um referencial anatémico estavel para o arranjo das faces vestibulares dos incisivos centrais, situadas 10 mm a frente do centro da papila. A largura me- siodistal dos dentes antero-superiores, considerando os quatro incisi- vos e as metades mesiais dos caninos, deve ser determinada acrescen- tando a largura nasal do paciente 7 mm, correspondentes & curvatura do arco. Nos pacientes dentados, as pontas de ctispide dos caninos, no plano horizontal, esto posicionadas em uma linha reta que passa no meio da papila incisiva. Segundo esses autores, a distancia medida en- tre as pontas de ctispide dos caninos corresponde a largura da base nasal do paciente. Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora Considerando que para os diferentes individuos e entre sexos 0 tama- nho médio dos dentes (relagdo largura/altura) nao € equivalente entre si, a proporcao do aparecimento pode ser determinada a partir das medi- das faciais. Por exemplo, relagdes entre a largura dos olhos, nariz. e do sorriso e outras caracteristicas da face podem ser empregadas para espe- cificar uma proporgao de aparecimento dos dentes para determinado paciente. A relacdo entre a distancia interocular e a largura dos olhos (regio branca), como ilustrado na figura 2.43, constitui um método rela- tivamente preciso para determinar qual a proporcéo de aparecimento dos dentes (urea, diagonal do quadrado, etc.) que mais se enquadra para uma determinada pessoa. (Os dentes anteriores podem ser avaliados a partir dos tamanhos re- ais, através da vista lateral ou de modelos de estudo, e a partir dos ta- manhos aparentes, através da vista frontal, fotografica ou em perspecti- va. Ao observar, numa vista lateral, 0 tamanho real dos dentes, o clinico deve atentar para as diferentes caracteristicas, como cor, forma, textura, posico, alinhamento e abertura das ameias. Ao observar o tamanho apa- rente dos dentes, deve-se analisar a domindncia dos incisivos centrais, a simetria, a gradacdo e a proporcio regressiva de aparecimento (Fig. 2.44). A largura dos dentes anteriores pode ser calculada para se adequar proporcao desejavel de aparecimento e a relacio proporcional especifica de largura/altura, quando a dimensao do espaco do arco dentédrio antero- superior (distancia entre caninos) ow a largura do sorriso (dimensao en- ‘tre as comissuras labiais) so determinadas ou conhecidas. Desse modo, pode-se lancar mao de diferentes métodos matematicos para estabelecer © tamanho real dos dentes ntero-superiores: (1) a partir da distancia entre caninos (método de Albers"); (2 ¢ 3) a partir da metade da largura do sorriso (forma unilateral) e (4) a partir do sorriso total (forma bilate- ral), através da proporcao durea (sugeridos pelo autor). [Os dentes anteriores podem ser avaliados a partir dos tamanhos renis ea partir dos tamanhos apa- Capitulo 2 - Principios Aplicdveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos incia entre os olhos = —_Largura dos centrais Largura média dos olhos Largura dos laterais Fig. 2.43 - Método para determinar a proporgao de aparecimento dos dentes antero-superiores: A ~ a relagao entre a largura dos olhos e a distancia interocular é a mesma entre a langura do incisivo central e a do lateral; B— caso clinico demonstrando com compasso a relacdo de 36:22 = 1,6, que se enquadra na proporgao éurea de Pitagoras de 1,618 para 1,0. Portanto, para este caso, a proporgio de aparecimento do central para o lateral e deste para o canino seré de aproximadamente 62%. Este valor corresponde a proporgao desejavel indicada pela letra P nas formulas dos métodos 1e2 para calcular a largura real dos incisivos central e lateral. = S bthee a J c D Fig, 2.44 ~ Desenhos esquematicos demonstrando: A e B - larguras reais, obtidas através de medigao em modelos de estudo ou diretamente na boca do paciente, de acordo com o método apresentado por Beaudreau* para determinacao esses valores (central = 100%, lateral 25% menor, canino 13% menor); Ce D ~ larguras aparentes, obtidas a partir de andlise fotografica ou de visio frontal do sorriso (adaptado de Ward) ou por meio de tracado da grade de Levin em proporcio duirea ou na proporcéo que melhor se coadunar com a composi¢ao dentaria e o sorriso individual do paciente. lost wa Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora Método 1 (sugerido por Albers!) Com base na férmula de Albers,! que emprega a distincia entre os caninos, determina-se primeiramente a largura dos incisivos central ¢ lateral de acordo com a seguinte formula: I~ Largura da coroa clinica do dente Lc= DC e LL=DCXP 2(4P) 2(4P) onde: Largura do incisivo central Largura do incisivo lateral Dimensao entre caninos Proporgio desejavel TRE Apés a determinacao da largura, aplica-se a porcentagem de relacdo Jargura/altura, estabelecida com base nas dimensdes médias de largura e comprimento determinadas por varios autores, para se obter o tama- nho ou proporgio estética desses dentes. Para o incisivo central, a langu- ra corresponde a aproximadamente 80% de sua altura, enquanto para 0 lateral a largura média corresponde a 69% da sua altura, considerando 0 sexo masculino. Assim, conhecida a largura, a razdo entre esta e a porcentagem de proporgao estética sugerida (Tabelas 2.3 ¢ 2.4) serd a altura ou o compri- mento real da coroa clinica desses dentes, de acordo com a seguinte f6r- mula: Il- Altura da coroa clinica do dente A= LD PR onde: A = Altura da coroa clinica LD = Largura do dente PR = Porcentagem de proporgao estética (Tabelas 2.3 e 2.4). Em dois casos simulando a presenca de diastemas miiltiplos, apli- cou-se a proporgao desejével calculada a partir da relacao: distancia in- terocular/largura média dos olhos, no caso 36:22 = 1,6, que coincidiu com a proporgao durea (Fig. 2.43). Para reconstruir os dentes nessa proporcdo, mede-se a dimenso en- tre 0s caninos da maneira ilustrada na figura 2.45 e calcula-se a largura de acordo com a formula I Capitulo 2 ~ Princfpios Aplicdveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos BB Caso1 Caso 2 © Dimensio entre os caninos = 31 mm ‘© Dimensio entre os caninos = 33 mm © Proporcdo desejavel = 62% ‘© Proporgao desejavel = 62% Largura do incisivo central: Largura do incisivo central: 31 96 33 = 102 2 (1+0,62) 2 (1+0,62) Fig. 2.5 - Determinacao da largura dos dentes empregando-se a proporcao divina de Pitagoras 1:1,618 = 0,618: A - ‘espaco original por vestibular e medida da dimensao entre os caninos sobre a curva do arco; B ~ proporgao desejével (0,62); C— dentes restaurados depois da aplicacao desta relagao por célculo matematico. Apés o célculo da largura, aplica-se a porcentagem de relagdo lar- gura/altura, a fim de determinar a altura da coroa clinica. Aplicando-se a relacdo largura/altura de 80%, os incisivos centrais deverao ter 12 mm e 12,7 mm de altura real para ficarem dentro de uma proporgao estética satisfat6ria. Caso 1 Caso 2 Altura do incisivo central: Altura do incisivo central: 96 = 12 102 = 127 80% 80% Método 2 (sugerido pelo autor) Por este método que emprega a metade da largura do sorriso, de- termina-se 0 tamanho (largura e comprimento) do incisivo central, de acordo com as seguintes férmulas: Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora — Largura da coroa do dente Lc = _ MS 2(14P) onde: LC = Largura do incisivo central MS Dimensao da metade do sorriso P Proporsio desejavel Exemplo: largura e altura da coroa do incisivo central para um sorri- so de 64 mm. 2 (140,61) A= 99 = 124 80% Método 3 (sugerido pelo autor) Considerando ainda a forma unilateral, quando 0s caninos so 0s iiltimos a aparecer no final do segmento dentatio estético anterior (den- te-chave ou limite de transigio), pode-se determinar a largura real do incisivo central, multiplicando-se a metade da largura do sorriso por 0,309, de acordo com o seguinte raciocinio. Se a distancia intercaninos no aspecto frontal, incluindo a metade mesial, corresponde a 100%, a largura do incisivo central equivale a 25% do total dessa distancia de aparecimento, conforme ser descrito no capitulo 3. Por outro lado, a0 considerar apenas a metade da distancia intercaninos, isto é, de forma unilateral, essa dimensao passa a valer 100% e a largura do central 50% (Fig. 2.46): LC =MDIC x 50% onde: ou LC = Largura do central MDIC = Metade da distancia intercaninos LC=05xMDIC) I Ametade da distancia intercaninos pode ser determinada numerica- mente, multiplicando-se a metade da largura do sorriso (MS) por 0,618: MDIC = 0,618 x MS | IT Das relagoes Ie II tem-se: 15 x MDIC LC =0,5 x 0,618 x MS 1309 x MS Capitulo 2~ Principios Aplicéveis aos Tatamentos Restauradore Estéticos El Fig. 2.46 — Esquema que mostra o raciocinio matemiético da relagdo entre a lar- sgura do central ea metade do largura do sorriso, Para se obter a largura real do incisivo central, a partir de um sorriso com 64 mm de largura, basta aplicar a formula: LC = 0,309 x 32 LC= 99mm Método 4 (sugerido pelo autor) Pode-se determinar a largura real do incisivo central, aplicando-se a forma bilateral da proporsao durea pelo alinhamento das partes dentadrias direita e esquerda da linha média no espaco ocupado pelos dentes (de canino a canino), em relacao proporcional & largura do sorriso, como demonstrado matematicamente a seguir: © considerando a largura do incisivo central (LC) proporcionalmente igual a 1,618, a distancia intercaninos (DIC) ¢ igual a 6,472; cada corredor bucal (CB) é igual a 1,99 e, finalmente, a largura do sorriso (LS) é igual a 10,452 (Fig. 247); © da relacao entre a largura do incisivo central com a largura do sorriso tem-se: Ls = 10,452 Lc 1618 10,452 x LC = 1,618 x LS LC= 1,618xLS 10,452 [LC = 0,155 x LS} Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora 3,296 (MDIC) «2-1erase atin cow Site 218 00)}1,518.¢0) 1,99 6,472(01C) 1,99 10,452 (LS) Fig. 2.47 ~ Esquema que mostra o raciocinio matemitico da relacdo entre a lar- ‘gura do incisivo central (LC) e a largura do sorriso (LS) em proporcio éurea, ‘onde DIC = distancia intercaninos; MDIC = metade da distancia intercaninos; CB = corredor bucal. Assim, para se obter a largura real do incisivo central, basta multi- plicar a largura total do sorriso, 64 (usando o exemplo anterior), por 0,155 = 9,9 mm. Deve ser salientado, uma vez mais, que os métodos transcritos da literatura especializada para calcular o tamanho real da coroa clinica dos dentes antero-superiores (em especial o incisivo central ¢ lateral) e 05 sugeridos neste texto sao titeis como pardmetros de orientacio geral para casos individuais e néo devem ser estendidos a toda populacio adulta. Mesmo para um caso individual, a largura do incisivo central calculada a partir da distancia intercaninos (método 1 de Albers’) e a partir da metade ou da largura total do sorriso é apenas uma medida aproximada ¢ talvez nao exata, visto que est relacionada também com sua posicao, inclinagao, forma, configuracao da curvatura dos arcos dentérios, largura do corredor bucal e dimensao dos segmentos dentarios Antero-superiores esquerdo e direito. Descortina-se, portanto, a necessidade de pesquisas biométricas para comprovar a eficiéncia ou ndo desses métodos, a exis- téncia ou nao de correlacao entre eles ¢ a influéncia dos fatores citados na exatidao das medidas obtidas. Em odontologia estética deve-se, sempre que possfvel, avaliar e utili- zar os princfpios estéticos, porém adaptando-os as condigdes e necessida- des especificas individuais do paciente, evitando frustraces ao empregar padroes fixos, na tentativa de realizar o melhor tratamento. REFERENCIAS ALBERS, H.E. Esthetic treatment planning. Adept Report. v3, n.4, Fall 1992, 2. BEAUDREAU, DE. Atlas de Protesis Parca! Fi. Buenos Aires: Panamericana, 1978. BERRY, FH. Study of prosthetic art. Dentists’ Magazine. v1, p05, 1905. 4. BERTHOLD, T; BENEMANN, E.; MALINSK, J. Comparacao de perfis este- ticamente agradaveis selecionados entre académicos de odontologia da Capitulo 2 ~ Principios Aplicdveis aos Tratamentos Restauradores Estéticos ED 10. u. 2 1B. 14 16. 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Capitulo 3 PROPORCAO AUREA Fundamentos da Proporcao Aurea Formas em Proporcao Aurea Proporcao Aurea Aplicada a Odontologia Porcentagem Aurea Capitulo PROPORGAO AUREA “Este fendmeno possui em seu Gimago propriedades tinicas e parece ta0-mis- tico nas suas qualidades que confunde a imaginagio e frustra o entendimen- to.” Robert M. Ricketts CONSIDERACOES GERAIS E IMPORTANCIA HISTORICA A idéia da beleza acompanha o pensamento humano desde os pri- ‘meiros registros de sua existéncia. Quem observa as pinturas pré-hist6- ricas como as da caverna de Lascaux, na Franga, nao consegue deixar de imaginar que os homens da idade da pedra jé tinham um apurado senso estético muito antes de inventarem a roda. (Os gregos antigos tratavam a beleza como algo sobrenatural, um si- nal da presenga divina. Na Idade Média, os teélogos catdlicos cultiva- vam uma atitude ambivalente em relacdo a ela. Eles temiam a beleza como tentacio demoniaca e vaidade mundana. Ao mesmo tempo, reve- renciavam-na como sinal da graca de Deus, jé que o homem teria sido feito 8 sua imagem e semelhanga. O escritor alemao Thomas Mann (1875— 1955) definiu-a, em seu romance Morte em Veneza, como “a tinica virtude que podemos perceber por meio dos nossos sentidos”. As demais virtu- des, como a bondade, a sabedoria e a verdade, sao invisiveis. De todas as formosuras, a mais poderosa € aquela que diz. respeito a0s préprios seres humanos. No mundo inteiro, gasta-se mais com a bele- za do que com a educagao. Futilidade? O escritor russo Leao Tolst6i (1828- 1910), que de fitil ndo tinha nada, lamentava o fato de ter “o nariz. muito grande, os labios grossos demais e um par de olhos pequenos e cinzen- tos”. Segundo ele, “nada causa um impacto maior no desenvolvimento de um homem do que a sua aparéncia, nao tanto a aparéncia real quanto a sua conviccao de ser ou nao atraente”. A literatura geral e especializa- da demonstra fartamente 0 que a ciéncia tem feito para entender esse fenémeno misterioso que leva muitas pessoas a atravessar oceanos para apreciar as maravilhas da natureza e da criacao artistica ou a gastar boa parte de seu dinheiro com roupas, cosméticos e gindstica. 81 Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora [Proporcio éurea — uma formula mmatemitica para defini a harmo: nia nas proporgies de qualquer f- ‘ura, escultura,estrutura ou mo- Ninguém levou a beleza tio a sério quanto os antigos gregos. Eles olhavam para a natureza e ficavam imaginando se seriam capazes de reproduzir aquilo que os deuses desenharam ou produziram. Na busca de uma explicacao racional para o belo ou para a légica da natureza, eles descobriram e estabeleceram os conceitos de simetria, equilibrioe harmo- nia como pontos-chave da beleza de um conjunto.*” As necessidades de preciso dos arquitetos e escritores gregos resulta- ram no descobrimento de formulas mateméticas para controlar a preci so da morfologia de objetos ou edificagées que eram consideradas boni- tas. Apenas uma pequena porcao dessas formulas sobreviveu, como as proporgées de Platao, Polyclitus, Lysippus e principalmente a de Pité- goras. As estruturas, monumentos, esculturas e pinturas derivadas des- sas {6rmulas, que envolviam o conceito de harmonia, equilibrio, sime- tria e proporgo, foram estudadas por fil6sofos e mateméticos e aplica- das pelos artistas, arquitetos, engenheiros durante aquela época e por varias geracoes. Dessa procura incessante, resultou e pontificou a proporgéo urea, também chamada divina ou “magica” — uma férmula matematica para definir a harmonia nas proporgdes de qualquer figura, escultura, estru- tura ou monument. Uma lei natural, denominada por Luca Pacioli, em 1509, “Proporgao Divina”, e por Kepler, em 1600, “Propriedade Divina’, jé era conhecida desde o inicio da historia da humanidade e registrada no Egito antigo, tornando-se popular na arte romana e arquitetura grega. “Este fendme- no possui em seu mago propriedades tinicas e parece tio mistico nas suas qualidades que confunde a imaginacao e frustra 0 entendimento.” As partes, elementos, formas, estruturas ou conjuntos organizados em proporcao durea parecem mostrar uma nogio de beleza maxima e fun- ‘cdo mais eficaz. ou proficiente. Essa relagio proporcional constitui uma lei natural de crescimento, para 0s reinos animal e vegetal, e é encontra- da nas suas anatomias e aplicada na arquitetura e obras de arte. A pro- orga durea 6 reconhecida como um principio organizador e uma dire~ triz segura para atingir a plenitude de beleza da natureza.” Assim, tudo que cresce no universo, & exceggo do mundo mineral, cresce segundo 0 ritmo da seccdo durea. O artista quase sempre é influenciado pela beleza da natureza e tenta colocar essas caracteristicas em suas obras, a fim de imité-la™” Essa relagio de proporcionalidade atraiu os primeiros artesdes e pin- tores, que criaram belas obras de arte nao somente para agradar aos sen- tidos como também para tentar atingir a plenitude da beleza natural Assim, as pirdmides, o5 monumentos, as esculturas gregas, as catedrais, goticas e objetos de arte foram intuitivamente construidos com o uso de proporcées matematicas ou geométricas. Tais construcdes foram erguidas sem célculo algébrico e edificadas empregando-se comprimentos de cor das ou tiras de couro esticadas para manter os varios lados das paredes € colunas em proporsio. Desse modo, embora de maneira oculta, ela estd presente em obras tao dispares como a Piramide de Queéps, 0 Parthenon de Atenas ou uma pintura de Leonardo da Vinci (Figs. 3.1, 32 3.6). Esse relacionamento, constante nos trabalhos do renascimento ita- liano, também pode ser encontrado tanto na composigao dos grandes pintores clissicos, quanto na dos modernos. Assim, uma anélise meticu- Josa de algumas obras de arte evidencia sua habilidosa aplicagao (Fig, 33). Capitulo3Proporgio Aurea XS Ls Fig, 3.1: A ~ desenho esquematico representativo da pirmide de Queéps, exemplo de aplicacao da proporeao durea na arquitetura egipcia: maior AB= 1,618; menor BC= 1,00; B ~ piramides do Egito. Fig. 32 - 0 Parthenon foi construido, segundo o conceito pitagoriano, por Phidias e outros; a seccio de ouro foi deli- beradamente utilizada, Por isso apresenta caracteristica singular e tinica, nunca atingida por outros monumentos. AS colunas do Parthenon nao sio idénticas, porém mantém entre si uma relacdo constante, dai a sua perfeicao e sublima- «a0. Seccionando-se sua fachada pelo método infogréfico, formam-se um quadrado e um reténgulo menor em posic’o vertical. Suas linhas horizontais formam um retangulo horizontal que obedece exatamente s dimensoes Sureas, Devido a Phidias, famoso escultor grego que usou vastamente a pro- porcio durea, em especial na construgao do Parthenon (Fig, 3.2), essa correlagao foi chamada pelos matematicos do comeco do século XX de Phi, simbolizando as letras gregas da primeira parte de seu nome. A ins- tituigao Phi é tao comum que é usada similarmente ao Pi, 0 qual qual- quer estudante do ensino basico conhece ao analisar circulos e esferas. O Phi foi relacionado a varios aspectos de beleza daquela época e simboliza- vaa chamada “propriedade divina” da relacao de Fibonacci ow a “propor- sao divina” de Pitagoras. Desde sua formulagao na antigtiidade, esta proporcdo, chamada de “proporcao divina, proporcio aurea, proporeao de ouro, proporgao dou- rada” ou “seccéo de ouro” ou “seccio perfeita”, atraiu a atengdo de misti- cos, filésofos, artistas e cientistas, os quais viram nessa relagio “uma idéia utilizada pelo Criador para gerar o similar a partir do similar” Estética e Cosmética em Clinica Integrada Restauradora Esse ntimero misterioso e mistico continuou a ser estudado ¢ interpretado, culminando com a extensdo de sua forma linear para a forma de superficie. Muitos artistas fizeram e fazem refe- - réncia a essa divina proporcdo como aquela que atinge o equili- brio das formas, constantemente enfatizando seu valor estético.°* ‘Aafirmagao de que a divisao de uma superficie pelo nimero de ouro gera um apelo especial, transmitindo e irradiando beleza, explica a constante referéncia ao axioma basico do conceito pita- goriano: “Tudo esta no ntimero.” primeiro fil6sofo a se ocupar com a beleza foi Platao (427 a.C.-347 a.C). Para ele, belo era tudo aquilo em que as partes se agrupavam de um modo coerente para compor a harmonia do con- junto. Aristételes (384 a.C.-322 a.C,) introduziu uma idéia-chave: a da simetria. Ela podia ser entendida tanto de uma forma estrita, quan- do lados opostos de uma figura dividida por um eixo central so exatamente iguais, quanto num sentido amplo, de proporcao e equi- librio entre as partes. Plotino (270 a.C. - 205 a.C.), um filésofo roma- no, acreditava que para uma coisa ser realmente bela, ndo bastava a sua aparéncia geral ~ a harmonia precisava estar presente em cada detalhe. “A beleza nao pode ser construfda a partir da feitira”, dizia Essas teorias pretendiam criar padrdes universais para 0 bonito ¢ 0 Fig. 33~ As proporcées morfoligicas sia {el0. AS mesmas formulas que definiam o tamanho ideal de um dis- naturalmenteintegradasnesta composicso CUfS0 eram vélidas para uma pessoa, uma paisagem ou uma flor tual, em que um sistema de linhas e volu- conceito de beleza corresponde freqiientemente a harmo- me se mesclam com os requisitos estéticos nia nas proporgdes. A proporgao origina-se da nogdo de relaciona- ecomos conceitos intelectual e visual (Ma- mento, porcentagem ou medida na sua determinacdo numérica e liamon, 1999) implica na quantificagao de normas que podem ser aplicadas a cada realidade fisica. A idéia da aplicacao dessa linguagem as ar- tes e a arquitetura como um critério objetivo de avaliagao despertou a atengao de geracdes de fildsofos, mateméticos, artistas, arquitetos, gedmetras e outros estudiosos, desejosos de provar a hipétese de que a beleza também poderia ser expressa matematicamente ou quantificada. A elaboracdo de uma formula matemética, com base nos elementos empregados por Euclides, que continha uma propor¢ao no relaciona- mento harménico entre as partes, atribufda a Pitgoras e conhecida como proporedo durea ou divina, deu crédito a essa hipdtese (Figs. 3.8 e 3.9) A proporgao € de 1,0 para 1,618 que, em ntimeros inteiros, pode ser expressa como 3 para 5; 5 para §; 13 para 21; 34 para 55 e assim progres- sivamente (a soma de dois ntimeros anteriores forma 0 seguinte e sua razao tende para 1,618). Essa qualidade ¢ exatamente a mesma observa- da na série ou relagao de Fibonacci. Tal relagio ligou a geometria & mate- mitica, pois essa ciéncia foi batizada de “geometria sagrada” ou “magi- ca dos mimeros”. Presume-se que a formula de Pitégoras e a série de Fibonacci tenham surgido da simples observacdo do corpo do homem por ele mesmo ou de algumas formas encontradas na natureza. Como 0 corpo humano tem essas relagdes proporcionais, era de se esperar que se considerassem tam- bém harmoniosas as formas que tivessem relacdes proporcionais, ape- sar de desiguais. Para tanto, pode-se tomar uma linha e corté-la, seccioné-la ou de- marcé-la em um ponto, de tal modo que a proporgao entre as partes menor e maior seja igual a existente entre a parte maior e o todo. Dividin- do uma coisa pela outra, os gregos chegaram ao ntimero irracional 1,618. eee Capitulo 3 Proporgto Aurea 85 Qualquer coisa, uma linha, uma grandeza, uma parede, dividida por 1,618, resulta em duas partes desiguais cujo ponto de divisdo (ponto 4ureo) estabelece uma relagio proporcional e harménica entre elas (Fig 3.12). A proporgiio Gurea pode ser definida como a correspondéncia harmdnica entre duas partes desiguais, na qual a relacto entre a parte menor e a maior é igual @ relagio entre a parte maior e 0 total da soma das duas partes. Essa proporgio 4urea parece ter propriedades tinicas e impressio- nantes, com uma qualidade dinamica que por alguma razao atrai a aten- doe 6 gravada no subconsciente e pode ser notada na natureza (filotaxia), em animais e no corpo humano como algo belo, harménico e equilibra- do." Essa caracteristica dinamica da proporgao urea significa que ela traduz acao, vida e continuidade, o que tem sempre atrafdo as artes pela satisfagao, serenidade e euforia que transmite. A morfologia estética esta baseada na nogio da beleza e na teoria ma- tematica do corpo proporcional naturalmente ligado ao conceito pitagoriano. Polyclitus (440 a.C.), que produziu um estudo matematico da beleza, considerado o primeiro ensaio tedrico das artes, Canon, afirmou: “A beleza, finalidade da arte, depende da simetria de todas as partes do corpo e da relacao existente entre essas partes e entre cada uma delas 0 todo; a beleza depende de uma infinidade de diferencas e dos resul- tados da harmonizacao de uma multiplicidade de ntimeros.” Sua est- tua, O Doryphorus, baseada no célculo de 7 ¥4 (sete e meia) vezes a altura da cabeca para o corpo todo (relagao de 1:1,333), foi considerada ejulgada [A percepeao da beleza como uma como a consolidacao das leis essenciais da natureza (Fig. 3.4). Nessa es- expressio corporal pode variar de tata, percebe-se nao apenas a beleza de um corpo de atleta proporcio- sum individuo para outro...| nalmente esculpido, mas também a materializagao de um dos primeiros ensaios teGricos das artes. ‘A percepcao da beleza como uma expressdo corporal pode variar de ‘um individuo para outro, de uma civilizagao para outra e de um grupo étnico para outro. As proporcdes julgadas bonitas variam com a época, porém, algumas se tornaram doutrinas ou padres de beleza. Aarte gréga elevou os prinefpios da estética ao nivel da consciéncia. Ela fez desses principios os objetivos da arte e deu estrita expressio a eles, aplicando relagoes proporcionais, estabelecendo a fundagio da har- monia. Sob a influéncia do conceito pitagoriano, os escultores gregos do século IV aC. utilizaram 0 nimero dourado nas proporgoes das suas estétuas. No Apollo Belvedere (Fig. 3.5), que tornou o escultor romano Lysippus (320 a.C.) uma celebridade, todo o corpo estava proporcional a ito vezes a altura da cabeca, numa relagio de 1:1,250."* Mais tarde, os padrdes gregos e romanos foram adaptados por um. dos artistas italianos mais famosos, Leonardo da Vinci (1452-1519), que reproduziu as proporcdes de Pitagoras em um cléssico desenho, Square of the Ancients (Fig. 3.6B). Esse desenho, revelador do interesse de Da Vinci pela matemdtica e medidas humanas ideais, ilustrou 0 livro do monge franciscano Luca Pacioli, De Divina Proportionale (A Proporgao Divina). Em seu liveo, Pacioli mostrou a proporcao 4urea em diferentes locais, da forma humana a construgdes e pinturas e, segundo ele, Deus escolheu © corpo humano como um cédigo para expressar a formula de Estética e Cosmeética em Clinica Integrada Restauradora Fig. 3.4- © Doryphorus, de Polyclitus. Nes- ta estatua o corpo esta proporcional a 7 ¥ (sete e meia) vezes a altura da cabeca. ~ Apollo Belvedere, de Lysippus, na qual todo o corpo est proporcional a oito vezes a altura da cabeca tudo que é belo. “Afirmavam os gregos com justa razdo que o homem é a medida de todas as coisas e, é também o que hé de mais importante no mundo. £ a obra-prima da filogenia e é a obra-prima de si mesmo.” De acordo com a definigdo proposta por Leonardo da Vinci, as proporgies de uma face ideal deveriam estar relacionadas em tergos ou retangulos 4ureos, um para cada segmento facial (Fig, 3.6A). Segundo Da Vinci, “nenhuma investigagao huma- na pode ser considerada ciéncia se nao abrir o seu car nho por meio da exposigio e da demonstragio matemé tica”. Os cirurgides plésticos na atualidade avaliam a be- leza do corpo humano com base na mesma regra e na pro- porcao durea. Eles observam, por exemplo, que a relagao entre a cintura/quadril e busto/quadril apenas gera apa- réncia estética quando esté numa relagao entre 0,6 e 0,7 (proporges ideais para 0 corpo dos modelos femininos) A idéia mais importante que resulta dessas regras 6 que aboa aparéncia éa norma oua média. A avaliacao da propor- Go humana verificada pela referéncia aos padres gregos ¢ romanos ao longo do tempo recebeu aprovacio estética und- nime. Entretanto, a introdugao de parametros atualizados pode servir como um ingrediente necessério para alcangar a caracterizagao da proporgio humana. As regras modernas, estabelecidas cientificamente e ba- seadas na anatomia e nas proporgées médias do corpo hu- mano, foram inicialmente aplicadas na obra Rules of the Stu- dio, de Charles Blane, Mais recentemente, em 1950, Le Corbusier desenvolveu uma escala baseada nas proporgies éureas do corpo huma- no, que ele pensava integrar um espaco vivo dimensional de acordo com seus movimentos e posigdes. A harmonia nas proporcdes é definida atualmente como um prinefpio estético; parte da beleza essencial. Dessa forma, iniciou-se 0 desenvolvimento dos estudos bre estética, dominados por uma abordagem psicol6gica: 08 conceitos de simpatia, forma e comportamento, que eclip- saram as pressuposigdes da estética matematica, tornaram virtual a crenga de quea natureza ea beleza deveriam depen- der apenas de regras numéricas originadas de um desejo real de simplificacao. Embora pela razio dos fatos a propor- «ao seja matemética, atualmente parece mais pertinente com- binar a quantificagao numérica da beleza com sua quantifi- cacao psicofisica,"' que é a sensibilidade clinica do profis- sional. Um advogado pode interpretar essa relacéo como sendo simplesmente um conjunto de elementos para formar um juizo, mas 0 matematico a encara como um desafio para ex- ploragdes mais profundas. O metal questdo de ordem divina e o bidlogo a considera um fendme- no basico da natureza. O clinico pode empregar esse princi pio como guia no diagnéstico ou tratamento.” Capituto3~Proporgdo Aurea Fig. 3.6: A—na célebre pintura da Monalisa, a mais popular dle Leonardo da Vinci, pode-se notar 0 respeito pelas pro- porcdes morfol6gicas, que séo naturalmente integradas na composigao do conjunto todo. O artista aplicou um sistema de linhas, formas e volume de um retingulo dureo que se mescla com seus conceitos intelectuais de percepgao visual e estética, irradiando e transmitindo beleza, harmonia, sorriso suave e atratividade sem tensio visual. B ~ proporcoes reproduizidas por Da Vincino clissico desenho Square ofthe Ancients, em que a partir das exiremidades da figura ele tragou um circulo (feminino) e um quadrado (masculino), que possibilitam identificar as proporgdes dureas do corpo human. FUNDAMENTOS DA PROPORCAO AUREA Embora possa parecer de dificil interpretacdo e até desnecessario, 0 conhecimento dos fundamentos bésicos e dos célculos que envolvem a proporcio durea sao essenciais para embasar técnica e cientificamente asua aplicacao em casos clinicos nos quais.a estética deva ser efetivamente considerada. ‘Como salientado anteriormente, as definigies das leis de beleza e harmonia foram uma constante preocupacao dos fildsofos e matemati- cos gregos. Para eles, a conexao da beleza com os valores numéricos se~ gue a filosofia de que a beleza sempre é fundamentalmente exata. Uma teoria ha muito tempo aceita, da divina proporsao ou proporgao aurea, a qual foi formulada por Pitagoras a partir dos elementos empregados por Euclides, em que duas partes desiguais possuem relagdes harménicas, nao apenas simboliza a beleza e 0 conforto em nivel primitive, como também 6 0 segredo da morfologia normal. Constitui uma lei natural de crescimento, tanto para os vegetais quanto para os animais. Assim, duas partes independentes podem ser relacionadas nessa proporcao e podem contribuir com outras em relacoes harmOnicas. As partes relativas tam- bém podem ser uniformes em relagdo as outras, dai a origem da equagio harménica.

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