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2 BOLETIM GEOLOGIA E METALURGIA VII ACOS-CARBONO E ACOS-LIGA : INFLUENCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA SOBRE OS CARACTERISTICOS MECANICOS DOS ACOS 1 — Sistemas de classificac&io dos ages — Dada a grande variedade de tipos de ages, tem-se procurado criar sistemas de classificagdo em que os agos sao desiynados por letras e ntimeros. Entre as designagées em vigor mais conhecidas e utilizadas situam-se as americanas SAE e AISI. criadas respectivamente pela «Society of Automotive Engineers» e «American Iron and Steel Institute». Ambas seguem aproximadamente o mesmo siste- ma numérico de identificagao, o qual, em linhas gerais, é o seguinte: quatro ntimeros sao utilizados para designar os agos, os dois primeiros indicando o tipo e o teor aproximado de elementos de liga, ao passo que os dois tiltimos especificam o teor de carbono. Esqueméticamente, 0 sistema adotado por essas AssociagSes 6 0 representado na Tabela VII, onde as letras XX correspondem aos nameros indicativos dos teores de carbono. TABELA VII Sistema SAE de classificagéo dos acos Designacéio 10xx Acos-carbono comuns 11XX Agos de usinagem facil com alto 13XX Agos-manganés com 1,75 % de Mn 23XX Agos-niquel com 35% de Ni 25XX Agos-niquel com 50% de Ni 31Xx Agos-niquel-cromo com 1,25% de Ni e 0,65% de Cr 33XX Agos-niquel-cromo com 3,5 % de Nie 1,5 % de Cr 40XX Agos-molibdénio com 0,25% de Mo 41XX Agos-cromo-molibdénio com 0,90°% de Cr e 0,20% de Mo A3XX Acos-niquel-cromo-molibdénio com 1,75% de Ni, 080% de Cr e 0,25% de Mo 46XX Acos-niquel-molibdénio com 1,75‘ de Ni e 0,25% de Mo S1XX Agos-cromo com 0,80% de Cr 52XX Agos-cromo com 1,20% de Cr 61xx Agos-cromo-vanddio com 0,90% de Cr e 0.15% de V 87XX e mentos de liga 86XX, Agos-niquel-cromo-molibdénio com baixos teores désses ele- 94XX AGOS-CARBONO E ACOS-LIGA 3 Fécil 6 ver que quando o 1? numero é 1, os agos sdo sim- plesmente ao carbono, nado apresentando quaisquer elementos de liga a ndo ser os normalmente presentes. Quando o 1° ntimero €2, ula-se de ugus uo niquel; yuunde € 3, uges uo niquel © uo cromo; quando é 4, agos ao molibdénio s6 ou com outros elemen- tos de liga; quando é 5, agos ao cromo e assim em seguida. © sistema SAE acima n@o leva em conta os agos-liga de alto teor em liga, os quais, apesar de indispensaveis na enge- nharia e na inddstria, ainda constituem uma parcela muito pequena da produgdo total de ago (*) 2. —Importancia e limitagées dos agos-carbono — O carbono, como alias j& foi varias vezes mencionado, é o principal elemento de liga dos agos, pois a resisténcia e a maioria das outras pro- priedades mecGnicas désses materiais dependem do tamanho e da distribuigcéo das particulas de carbonetos. Nessas condigées, ndo é de admirar que os acgos simplesmente ao carbono consti- tuam ainda a parcela mais importante dentro da enorme varie- dade de tipos de agos. Acresga-se ainda 0 fato de que para muitas e importantes aplicagées, principalmente em construgGo civil, o ago também é empregado sem qualquer tratamento tér- mico, ou seja simplesmente no estado laminado a quente ou a frio, como é 0 caso da maioria dos perfis estruturais, trilhos, cha- pas, etc. Num automével moderno, por exemplo, cérca de 2/3 em péso do material empregado é ago-carbono, sémente laminado a quen- te ou a frio. Menos de 1/3 é de ago com elementos de liga ou tratado_termicamente. Antes da 2% Guerra Mundial a produgdo de ago-liga repre- eentava apenas cérca de 6 % do total. Durante a Guerra, por motivos facilmente compreensiveis, subiu a 15 %, estabilizando- se posteriormente (1946 e 1947) em torno de 9 % (") A engenharia e a industria brasileiras ainda nao dispdem de qual- quer sistema nacional de classificagéo dos agos, nem de especificagdes proprias para ésses materiais, a ndo ser nos casos mais simples de cons- trugdo civil, como barras redondas para conereto armado. ‘Essa falha, de certo modo justificdvel hé alguns anos atrds, pela ine- xisténcia no pafs das industrias mecdnica, de transporte ferrovidrio, de quto-pecas etc., assim como pelo pouco ou nenhum emprégo de materiais metélicos, outros que o ago comum de baixo carbono para construgdo, tende a ser répidamente sanada, dado o préprio desenvolvimento da indas- tria nacional e tendo em vista a aplicagao crescente dos agos nesses yariados setores. Assim € que, sob o patrocinio da ABNT (Associagdo Brasileira de Normas Técnicas) fabricantes, consumidores e tecnologistas j4 iniciaram os estudos para a criagdo de especificagdes brasileiras abrangendo agos para construgéo mecénica, para equipamento ferrovidrio etc. Essas especilicagdes tepresentardo inegavelmente mais uma importante contribuigdo na expansdo da indastria © grandes beneficios acarretardo para a engenharia e a técnica nacional 4 BOLETIM GEOLOGIA E METALURGIA Em resumo, os agos-carbono constituem ainda a liga mais importante da engenharia. E’ evidente que ésses agos apresentam limitagées, principalmente quando se deseja propriedades espe- ciais como resisténcia a corrosdo, ao calor, ete. Recorre-se entéo aos agos-ligas, cuja importéncia cresce dia a dia, apesar déles representarem apenas cérca de 10% da produgao mundial. 3 — Agos-liga — A introdugdo de outros elementos de liga nos agos-carbono é feita quando se deseja um ou diversos dos seguintes efeitos : a) aumentar a resisténcia mecénica; b) conferir resisténcia uniforme através de toda a secgado em pecas de grande dimensées; c) diminuir 0 péso (consequéncia do aumento da resisténcia) de modo a reduzir a inércia de uma parte em movimento ou reduzir a carga-morta em um vefculo ou numa estrutura; d) conferir resisténcia & corrosdo; e) aumentar a resisténcia ao calor; f) aumentar a resisténcia ao desgaste; g) aumentar a capacidade de corte; h) melhorar as propriedades elétricas e magnéticas Os trés primeiros requisitos sGo alcangados porque os le- mentos de liga, como se viu, aumentam a resisténcia da ferrita e formam ainda outros carbonetos, além do Fe,C, os quais mo- dificam 0 tamanho e a distribuigGo das particulas existentes de Fe,C, contribuindo para a melhora da resisténcia do ago, sobre- tudo em secgdes que, se se tratasse de ago-carbono comum, difi- cilmente teriam a resisténcia alterada. Geralmente ésse aumento da resisténcia ¢ conseguido pela adigdo de um ou varios elementos de liga em teores relativamente baixos, ndo ultrapassando sua soma o valor 5 %. Nessas condi- gdes, os principios fundamentais dos tratamentos térmicos per- manecem, porque, ainda que a ptesenga de novos elementos de liga obriguem a um ajuste nas temperaturas dos tratamentos, a transformagdo da austenita e as estruturas resultantes sdo as mesmas que ocorrem nos agos-carbono. A obtengdo dos outros caracteristicos, de d a hy requer a intredugao dos elementos de liga em teores mais clevades, pro- duzindo-se alteragées mais profundas na ferrita, além de resulta- rem carbonetos mais complexos. Agora, os tratamentos térmicos também devem ser mudados, para facilitar muitas vezes a for- magGo dos curbonetos especi Esses agos de alto teor em liga sdo muito dificeis de fabricar e de tratar termicamente de modo que sGo muito dispendiosos, TABELA VIIT Briton eerectices dos, laments de, isa no aco ‘Wietals Handbook ~ Ea. 194 ee —— raicins FuNceEs ve eey | wee (tadscidat) toto] sy, | Seale S| seca] es 2 Rie” Ste deg me fee ite gars mw a — Bean ign nae ipa Ss "| ne som | ent"ai of idsSciacn| “ua * | Heit"? aims 2 Atzen «area ae ee | aSHe | Sadpgas” “| meme venoon [ds Same | 8 Mee ot le temper Be = f Tres SS es RS Se en of Sa Os ee ES meme [see [see Src hr eee er Tile pases | = Seats athletes Sse "names "| 1 — cantcane 9 toue deed 2 sade - Mo: 37 5 ae Produ o sistema] Aumenta endureci-| Forte; maior que Cr] Optv-oe & diminui-] 1 — Eleva a tezp. do crese. de gro da austenits ih com Cluecvel por | Hidowe lenemenio| Shei gc rete wae petiole Se sotaeioeae z freciniagso "mas | (MoSCe Bo4 Sees Ge | a= Contemarnge 2 ecto: © Seyi ce ori oa 2 rene ‘quente © 3 lluénela oe oe 6 FE Ponies 2 cro i = ze Aumenta a resia-| Aumenta o endure Negativa Muito pequena em] 1 — Aumenia a saat de capo smectic ste |tcan ase] aman | Suda” oe 2= ASRS tba" te si | ile co" sei meri moro] rata) | wom base | BURRS Sat Sh tata P Ss" 28 % 9) Endurece jrtemen-| Aumenta @ endure: Nenbuma ss 1 — Aumenta a resist. de agos de baixo C Sosa sa : 5 Altes Cncidase ca ce de oven a it 3 Endurece cou per] Aunmntar a endure Negaiiva esunia@ ureza| } — Pesoridante, Gos | Teabe |asiseaatedse| tod" soderc| Gras | For sdunbo ate *— Emon le Yoo pore hopes sltiom « peiocy | MncSicP) —— ‘Aumenta a reasténcia @ oxidagao = Rene Senda Soe conn 5— Rei nbs do deb te ore n7e% [6% © | pre aitema on-| Sater hints Os A moter xbecida| GSIREERERNI [1 made o dora mertoetog » = andueamit Me Soe pote | aime Mae ca | bol etree Mtn. |! — San ‘wa Orde abd’ oan. ¢ oes gar @anceda, Os we| com 08" no tx dan" Algum ends) 2 —npede'a Ema ic unten tm oan da reduzem-na. se io - —— a Tem ea tgas | Aumente endure Fate | opiese ain 1 — Ferma prin dur « rest op Senate a Sages | 2 — Ree Se logs oon tne * | gicen | ume [Samer ori] Quen aace| 7° ci (SOM ecSe | | at mone Soy 020% Cy - a ie Lad} 2— Aumenta a endurecibilidade (quando dis seivasy 3. Rese ao sevenidoo causa acento ends ACOS-CARBONO E ACOS-L) 5 mesmo porque alguns dos elementos de liga utilizados sao raros Essa 6 a principal razGo porque a tonelagem total produzida de agos de alto teor em liga é ainda muito pequena. Da quantidade total de agos-liga produzida, cérca de 60 % pertence & série 86XX, com 3 elementos de liga (Ni - Cr - Mo) em baixos teores, A Tubela VIII, aduptada do «Metals Handbook» resume o efeito dos elementos de liga sébre os agos A Figura 46 d& uma idéia clara da influéncia dos elementos niquel e cromo sébre os valores obtidos no ensaio de tragao de um ago com 0,2 % de carbono laminado a quente. . 700 Lintre de resis| 90 SEncia é tracto oe kg fmm cd 20 escoomento Mlongamento e estricti Alongamento oO a 2 3 40 z 2 3 a fae aque! fo ae cromo FIG. 46 — Ejeito do Ni e do Cr sébre propriedades mecénicas de aco com 0.20% de C laminado. (Figura extraida do livro’ «Modern Metallurgy for Engineers» de F. T. Sisco). 76 BOLETIM GEOLOGIA E METALURGIA Wait ACOS PARA FUNDICAO 1 — Introdugéo — Ago fundido é aquele que é vasado em moldes de areia ou metdlicos onde solidifica e adquire forma prulivumente definitive, sem uecessidade de qualquer uunslor magédo mecGnica posterior. © grande emprégo de ago em pegas fundidas é devido ao fato de se obter dessa memeira produtos de custo reletivamente baixo, .suficientemente resistentes e tenazes. Os requisitos mais importantes em pegas de ago sdo: homo- geneidade (secgao sd em téda a extensdo), granulagéo fina e completa isengdo de tensées internas, O primeiro requisito é clcangado mediante projeto adequado da pega, com os canais devidamente localizados e mediante desoxidagéo conveniente na fundicGo; os outros, através de tratamento térmico apropriado, pois as pegas no estado fundido apresentam estrutura exces- sivamente grosseira e dendritica e tensdes internas que podem ccusar empenamento quando em servigo. Podem ser consideradas cinco classes de agos fundidos co- merciais : a) agos de baixo carbono (C inferior a 0,20%); b) agos de médio carbono. (C entre 0,20 a 0,40%); c) agos de alto carbono (C acima de 0,40%); a) agos-liga de baixo teor em liga (teor total de liga inferior a 8%); e) agos-liga de alto teor em liga (teor total de liga superior a 8%). 2.— Agos-carbono para Fundigéo — As trés primeiras classes acima, em que o C varia desde menos do que 0,20% até acima de 0,50%, contém os outros elementos normalmente presentes nos agos, nos seguintes teores : Mn — 0,50 % a 1,00 % Si — 020% a 0,70 % P — 0,05 % max. S —0,06% max, As suas propriedades mecdnicas variam com o teor de carbono, como pode ser verificado na Tabela IX. AGOS-CARBONO EF AGOS.LIGA 7 TABELA IX Propriedades de acos-carbono fundides no estado normalizado. (Adaptada do livro «Engineering Metals and Their Alloys» de C. H. Samam) PROPRIEDADES Baixo C Limite de resistén- cia & tragdo 29,5 — 49.0 42,0 — 56,0 49,0 — 84,0 (kg/mm?) Limite de escoa- mento, (kg/mm?) | 140 — 25 | 210 — 280 | 245 — 525 Alongamento, % ce a oe (em 2 Estricgdo, % 6 — 9 40 — 30 0 —2 Duyresa ‘Brinell so | 3 130 995 1s6 800 (10 mm — 3.000 kg) Dentre os agos-carbono. os mais empregados para fundicdo sGo os de médio carbono, no estado normalizado. A aplicagao désses agos faz-se sobretudo na industria automobilistica, fer- rovidria, naval, fabricagdo de tratores, maquindrio agricola, ma- quindrio para construgdo, equipamento elétrico, etc. Os agos de baixo carbono limitam-se a certo equipamento elétrico, a pegas destinadas a serem cementadas como engre- nagens, etc., e os agos de alto carbono sao utilizados na fundigao de cilindros de laminadores, matrizes e moldes especiais e uma variedade de pecas em que se deseja considerdvel dureza e aprecidvel resisténcia ao desgaste. 3 — Acos-liga para Fundigé&io — Sao considerados agos-liga para fundigéo aqueles em que os elementos de liga, residuais ‘ou propositadamente adicionados, aparecem em teores superio- Tes dos seguintes : Mn — 1,00% Mo — 0,10 % Si — 0,70 % vo— 005% Ni — 0,50 % Ww — 0,05 % Cu — 050% Ti — 0,05 % Cr — 0,25 % Al — 0,05 % 8 BOLETIM GEOLOGIA E METALURGIA Os elementos de liga sGo adicionados, como seria de se prever, com o objetivo de aumentar a resisténcia mecénica e: © tenacidade, além de melhorar a resisténcia ao desgaste e & corrosdo. Estes dois Ultimos objetivos so melhor alcangados mediante o emprégo de ligas em altos teores. Neste Capitulo o estudo sera limitado aos agos-liga de baixo teor em liga, que constituem uma porgdo aprecidvel dos acos empregados em’ fundigdo. O ago para fundigéio de baixo teor em liga apresenta nor- malmente os teores seguintes de elementos de liga: Ni — 0,25 a 5,00% Si — 020 a 275% Mn — 0,50 a 3,00 % Vo— 010 a 065% Cr — 035 a 650% W —- 075 a 150% Mo — 0,20 a 100% Cu — 015 a 275% Com ésses agos pode-se conseguir resisténcia & tragdo da ordem de 140 kg/mm? desde que sejam tomadas as devidas pre- caugées na fundigéo das pegas e os tratamentos térmicos sejam convenientemente aplicados. Acos para fundi¢éo ao niquel — Sdo caracterizados por altas resisténcia e tenacidade (vér grdfico da Fig. 46). Com niquel em torno de 2,5 % as propriedades mecénicas variam de 49,0 c 59,5 kg/mm? para limite de resisténcia é tragdo, 35,0 kg/mm? aproximadamente para limite de escoamento, alongamento em 2” em torno de 35%, estricgGo em torno de 65% e resiliéncia Izod de 4.a 10 kgm. Sdo particularmente indicados em equipa- mento ferrovidrio, maquindrio de mineragdo e escavagéo, equi- pamento maritimo, laminadores, pontes, engrenagens, etc. Acos para fundigéo ao niquel-cromo — Constituem um grupo importante, pois a adigdo de cromo aumenta a profunidade de endurecimento, os limites de resisténcia & tragGo e de escoamento, a resisténcia ao desgaste, a dutilidade e a resiliéncia em relagéo ao tipo contendo sdmente niquel. Geralmente, ésses dois elemen- tos so introduzidos na relagéo 2,5 de Ni para 1 de Cr. O teor de Cr pode variar de 0,50 a 2,00 %. Esses agos so usualmente temperados e revenidos. Uma adigéo de 0,20 a 0,60 % de molibdénio melhora a endu- recibilidade désses agos tornando-os endurecfveis co ar, de modo que éles devem ser revenidos depois de normalizados. Acos para fundicéo de médio manganés — Adicionando-se em agos com carbono variando de 0,25 a 0,50, manganés em teores médios — 1,00 a 3,00 % — melhora-se grandemente a sua tenacidade e a resisténcia ao choque. E’ muito comum melhorar ainda mais as propriedades mecé- nicas désses agos pelas seguintes adigées : ACOS-CARBONO E ACOS-LIGA 9 — niquel que aumenta a resiliéncia e diminue a fragilidade de revenido. (0 ago torna-se, entretanto, endurecivel ao ar); — erome que aumenta a resisténcia mecémica e a resisténcia co desgaste, (a resiliéncia 6, entretanto, um tanto prejudicial); — molibdénio que aumenta os limites de resisténcia a tragGo, escoamento e a fluéncia a temperaturas elevadas; os agos ainde adquiriréo gromulagao fina e serdo endurectveis ao ar; — vanddio ou titdnio, que aumentam o limite de escoamento e a resiliéncia, refinando ainda o grdo. Todos os tipos de ago acima sGo geralmente temperados e révenidos ou normalizados e revenidos, sobretudo nos casos em que as condigdes de servigo implicam em choques aprecidveis. como em pegas fundidas para locomotivas ou equipamento fer- rovidrio. Outras aplicagdes dos agos de médio manganés para fundigGo, com ou sem os outros elementos de ligas, sdo: pegas. de escavadeiras, de tratores, maquindrios de estradas, enfim, equipamento onde se requer tenacidade e resisténcia ao desgaste. Acos para fundi¢éo ao molibdénio ou ao molibdénio-vanédio — Quando as pegas fundidas ndo séo indicadas para témpera em Ggua ou éleo, procura-se conferir ao ago-carbono proprie- dades de endurecimento ao ar, 0 que se consegue, em agos com carbono médio (0,38 a 0,40) pela adigdo de 0,30 a 0,50 % de molibdénio, ou pela adigGo simultanea de 0,30 % de Mo e 0,10 de V. Esses agos, com tratamento térmico adequado, podem alcangar limite de resisténcia & tragGo da ordem de 70 kg/mm’, alongamento de cérca de 25 a 20 %, estricgao de 60 a 65% e resiliéncia Charpy variando de 4,8 a 6,2 kgm. © «Cast Metals Handbook», editado pela «American Foun- drymon's Associations aprosonta dades condensades, mas com- pletos sdbre todos os tipos de agos para fundigGo, devendo ser utilizado com fonte de referéncia pelos engenheiros e metalur- gistas que se interessam pelo assunto. 4 — Tratamentos Térmicos dos Agos para Fundigéio — O principal objetivo do tratamento térmico das pegas de ago fun- dido 6, como se sabe, refinar a granulagdo, destruindo a textura bruta ou dendritica tipica désses materiais. Frequente também, principalmente nos agos-liga, é a témpera seguida,, evidente- mente, do revenido. Para normalizar a textura bruta de fusdo, os tratamentos re- comendados sao recozimenta ou normalizagéo, preferindo-se Aste ultimo devido as melhores propriedades mecdnicas que resultam. Nos casos em que a normalizagdo produzir tenses devido ao tipo de ago, deve-se revenir o que melhora também a dutilidade. Para os aigos de composigéio normal a temperatura de recozimento ou de normalizagao é geralmente da ordem de 900°C e o tempo deve ser o necessdrio para assegurar mdxima uniformidade de 80 BOLETIM GEOLOGIA E METALURGIA caquecimento e. temperatura através de toda a secgéio, No re- cozimento, 6 preciso que a carga resfrie até 260°C ou menos antes de ser retirada do interior do forno. Quando o revenido & necessdrio, apés normalizagéo, para alivio de lensées, a tem- peratura pode ser 400°C durante 2 horas, sem que as proprie- dades mecémicas sejam afetadas; se fér necessdrio melhorar a dutilidade e a resiliéncia, mesmo & custa da resisténcia, a tem- peratura de revenido deve subir a 540°-700°C. Para pegas muito pesadas, de grande sec¢do, muitas vezes € necessdrio um tratamento miltiplo: normalizagao a 900°C, re- cozimento a 840°C e prolongado coalescimento a 675°-705°C, para destruir completamente a textura bruta de fusGo e pro- duzir méxima dutilidade. A témpera 6 aplicada principalmente em agos-liga, mas mes- mo nos agos-carbono 6 essa operacdo utilizada com o fim de melhorar as propriedades mecénicas. Antes da témpera, as pegas geralmente devem ser recozidas ou normalizadas, visto que éstes tratamentos homogenizam a estrutura, diminuindo os perigos de fissuragéo na témpera. De- vido a ésses tratamentos prévios, a temperatura de témpera é inferior & utilizada no recozimento ou na normalizagdo (885°%- 955° C conforme 0 teor de C) © o tempo de aquecimento é também mais curto. Agua ou éleo sGo usados como meios de esfriamento, dependendo do teor de carbono. A temperatura do revenido pos- terior varia de 425° a 700°C, durante cérca de 12 horas.

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