You are on page 1of 44

AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS

PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO


Pessoal, estamos de volta com a aula nº 4 do nosso curso de auditoria para o
concurso do ISS BH.

Esta aula trata de temas palpitantes, que são muito explorados em prova de
concurso para a área tributária, como “Carta de Responsabilidade da Administração”
e “Eventos Subseqüentes”. Esses assuntos são tratados pelo auditor ao final de seus
trabalhos de campo e estão diretamente vinculados ao tipo e conteúdo do parecer
de auditoria a ser emitido.

Também vamos abordar nesta aula um pouco mais sobre o “Uso do Trabalho
de Outros Profissionais” pelo auditor independente, em complemento ao que foi
visto na aula 1, referente às normas profissionais.

CARTA DE RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO

Vimos na aula anterior, que um dos procedimentos que o auditor


independente das demonstrações contábeis adota na conclusão do trabalho de
campo é solicitar uma carta de representação por parte da administração da
entidade auditada, onde declara diretamente ao auditor que nada omitiu que
pudesse afetar as demonstrações contábeis e que as mesmas foram preparadas em
consonância com os princípios fundamentais de contabilidade.

Portanto, a carta de responsabilidade da administração é o documento que


deve ser emitido pelos administradores da entidade, cujas Demonstrações
Contábeis estão sendo auditadas. Essa carta é endereçada ao auditor independente,
confirmando as informações e os dados a ele fornecidos, assim como as bases de
preparação, apresentação e divulgação das Demonstrações Contábeis submetidas
para exame de acordo com as Normas de Auditoria Independente das
Demonstrações Contábeis.

A apresentação da carta de responsabilidade da administração é uma forma


do auditor obter evidência de que a administração reconhece sua responsabilidade
pela preparação e apresentação adequada, assim como pela aprovação das
Demonstrações Contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil
ou outro conjunto de normas contábeis que sejam aplicáveis nas circunstâncias.

Declarações da administração como evidência de auditoria

As normas exigem que o auditor obtenha declarações por escrito da


administração sobre assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis
sempre que não se possa ter expectativa razoável quanto à existência de outra
evidência de auditoria pertinente. A possibilidade de mal-entendidos entre o auditor

www.pontodosconcursos.com.br 1
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
e a administração é reduzida quando declarações verbais são confirmadas por
escrito pela administração.

Por exemplo, se o auditor não consegue obter evidência suficiente sobre os


critérios para reconhecimento de vendas e correspondentes custos em base de
percentagem de conclusão de obra ou de contrato quando afetam de maneira
significativa a apuração dos resultados, deve indagar a administração sobre o
assunto e obter uma explicação formal quanto aos princípios usados para o
reconhecimento de receitas e despesas.

As declarações por escrito solicitadas da administração podem estar limitadas


a assuntos considerados, individual ou coletivamente, como significativos para as
Demonstrações Contábeis.

O auditor deve obter declaração por escrito da administração que:

¾ reconhece sua responsabilidade pela elaboração e implementação de


controles internos para prevenir e identificar erros; e

¾ acredita que os efeitos agregados de distorções não-ajustadas são


irrelevantes, individualmente ou em conjunto, para as Demonstrações
Contábeis como um todo. Resumo de tais itens deve ser incluído ou
anexado à Carta de Responsabilidade da Administração.

No decorrer da auditoria, a administração da entidade auditada faz


declarações ao auditor, espontaneamente ou em resposta a indagações específicas.
Quando essas declarações estão relacionadas com assuntos que sejam significativos
para as Demonstrações Contábeis, o auditor deve:

¾ buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes dentro


e fora da entidade;

¾ avaliar se as declarações feitas pela administração são razoáveis e


consistentes com outras evidências de auditoria obtidas, incluindo outras
declarações; e

¾ analisar se as pessoas que fazem as declarações podem ser


consideradas bem informadas sobre assuntos específicos sob os quais
emitiram suas declarações.

Porém, cuidado em prova! As declarações da administração não substituem


outras evidências de auditoria que o auditor independente deve obter. Por exemplo,

www.pontodosconcursos.com.br 2
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
uma declaração da administração sobre o custo de um ativo não deve substituir a
evidência de auditoria desse custo, que o auditor, normalmente, esperaria obter. Se
não for praticável ao auditor obter evidência de auditoria adequada e suficiente com
relação a um assunto que tenha, ou possa ter um efeito significativo sobre as
Demonstrações Contábeis e seja esperado que essa evidência esteja disponível, isso
constituirá uma limitação de escopo da auditoria, mesmo que uma declaração
da administração sobre esse assunto tenha sido recebida.
ATENÇÃO: Veremos na aula 6, que uma limitação de escopo pode significar
uma ressalva no parecer ou até mesmo uma negativa de opinião.

Todavia, em certos casos, uma declaração da administração pode ser a única


evidência de auditoria que, normalmente, está disponível, como por exemplo, para
corroborar a intenção da administração de manter um investimento específico a
longo prazo.

Devido à natureza das fraudes e das dificuldades inerentes em detectá-las, o


auditor deve obter declarações formais da Administração de que ela reconhece sua
responsabilidade na elaboração e na implementação de controles para prevenir e
detectar fraudes e que não tem conhecimento de qualquer fraude ou suspeita de
fraude que pudesse ter efeito relevante nas Demonstrações Contábeis.

Essa declaração constitui uma salvaguarda importante para o auditor,


considerando que a responsabilidade primária quanto à prevenção e detecção de
fraudes é da administração, mediante a manutenção de um adequado e efetivo
sistema de controles internos.

Logicamente que, caso a declaração da administração seja conflitante com


outra evidência de auditoria, o auditor deve investigar as circunstâncias e, se
necessário, reconsiderar a confiabilidade de outras declarações feitas pela
administração.

RESUMINDO: O auditor solicita a Carta de Responsabilidade da Administração


para:
¾ cumprir a norma de auditoria independente;
¾ obter evidência por escrito, que é mais consistente que as evidências verbais;
¾ confirmar as informações verbais transmitidas pela administração ao auditor
durante os trabalhos; e
¾ reduzir a possibilidade de mal-entendidos sobre representações da
administração.

Documentação das declarações da administração

www.pontodosconcursos.com.br 3
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Uma declaração por escrito é uma evidência de auditoria melhor do que uma
declaração verbal e pode assumir, por exemplo, as seguintes formas:

a) carta com as declarações de responsabilidade da administração;

b) carta do auditor descrevendo, resumidamente, seu entendimento das


declarações da administração, devidamente reconhecidas e
confirmadas pela administração; ou

c) atas de reuniões do conselho de administração, dos sócios ou de órgão


da administração com função semelhante.

Conteúdo da Carta de Responsabilidade da Administração

A Carta de Responsabilidade da Administração com as suas declarações deve


ser endereçada aos auditores independentes e deve conter, no mínimo, as
seguintes informações específicas, sempre que, a juízo destes, essas informações
sejam significativas para formar opinião sobre as Demonstrações Contábeis que
estão auditando, a saber:

a) fazer referência às Demonstrações Contábeis cobertas pelo parecer de


auditoria, incluindo seus principais valores (ativo total, passivos,
patrimônio líquido, lucro líquido ou outros julgados importantes para a
identificação);

b) mencionar que a administração está ciente de sua responsabilidade


pela adequada preparação e apresentação das Demonstrações
Contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil (ou
outro conjunto de normas que seja aplicável), divulgando as principais
bases de avaliação dos ativos e dos passivos e de reconhecimento de
receitas e despesas;

c) mencionar que a administração cumpriu com as normas e os


regulamentos a que a entidade está sujeita;

d) mencionar que o sistema contábil e de controle interno adotado pela


entidade auditada é de responsabilidade da administração e adequado
ao seu tipo de atividade e volume de transações;

e) confirmar que todas as transações efetuadas no período coberto pelas


Demonstrações Contábeis foram devidamente registradas nos livros
contábeis;

www.pontodosconcursos.com.br 4
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

f) confirmar que as estimativas contábeis foram efetuadas sob


responsabilidade da administração, com base em dados consistentes e
que os riscos e incertezas existentes foram divulgados nas
Demonstrações Contábeis;

g) confirmar que não existem contingências ambientais, fiscais,


trabalhistas, previdenciárias ou de outras naturezas que possam
afetar, substancialmente, a situação patrimonial e financeira da
entidade auditada além daquelas que foram divulgadas nas
Demonstrações Contábeis; (atenção: contingências devem ser
divulgadas em notas explicativas)

h) confirmar a relação de todos os consultores jurídicos externos que


representaram ou patrocinaram causas envolvendo a entidade
auditada até a data da carta;

i) confirmar que não existe nenhum fato conhecido que possa impedir a
continuidade normal das atividades da entidade;

j) confirmar que todos os livros contábeis e os registros auxiliares,


inclusive atas de reuniões de acionistas ou sócios, diretores ou
conselheiros e outros documentos comprobatórios, foram colocados à
disposição dos auditores, e que não existem outros além daqueles
disponibilizados. Quanto mais específica for a carta melhor será a sua
utilidade. Portanto, o auditor independente deve considerar a hipótese
de serem listados as atas e os outros documentos que a seu
julgamento sejam importantes;

k) confirmar que a administração tem responsabilidade em manter


controles que permitam identificar os saldos e as transações com
partes relacionadas, e que as Demonstrações Contábeis incluem todas
as divulgações requeridas para essas transações;

l) confirmar que:

l.1) a entidade auditada é proprietária dos ativos apresentados nas


Demonstrações Contábeis;

l.2) não existem quaisquer outros ativos que não tenham sido
apresentados nessas demonstrações;

www.pontodosconcursos.com.br 5
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
l.3) a administração tem responsabilidade em manter controles que
permitam identificar os compromissos de compra e venda, os
acordos para a recompra de ativos anteriormente vendidos ou a
revenda de ativos anteriormente comprados;

l.4) as garantias prestadas a terceiros, os ônus ou outros gravames


existentes sobre os ativos foram, adequadamente, divulgados;

l.5) as transações envolvendo instrumentos financeiros derivativos


que possam não estar registrados em contas patrimoniais foram,
adequadamente, divulgadas nas Demonstrações Contábeis;

m) confirmar que não existem planos ou intenções que possam afetar,


substancialmente o valor ou a classificação de ativos ou passivos
constantes das Demonstrações Contábeis;

n) confirmar que não existem irregularidades, envolvendo a administração


ou os empregados, que possam ter efeito significativo sobre as
Demonstrações Contábeis;

o) confirmar que a administração está ciente de sua responsabilidade


quanto à elaboração e à implementação de controles para prevenir e
detectar fraudes, e que não tem conhecimento de qualquer fraude ou
suspeita de fraude que pudesse ter efeito significativo nas
Demonstrações Contábeis;

p) confirmar que não são de conhecimento da administração quaisquer


questões pendentes perante os órgãos reguladores e fiscalizadores que
pudessem ter efeito significativo sobre as Demonstrações Contábeis;

q) confirmar que os seguros efetuados foram contratados de acordo com


as necessidades operacionais da entidade auditada;

r) confirmar que não são conhecidos conflitos de interesse envolvendo a


administração ou os seus empregados graduados;

s) confirmar que a administração não tem conhecimento de eventos ou


circunstâncias ocorridos ou esperados que levem a crer que os ativos,
em particular o ativo imobilizado, possam estar apresentados nas
Demonstrações Contábeis por valores superiores ao seu valor de
recuperação;

www.pontodosconcursos.com.br 6
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
t) declarar que as eventuais distorções contábeis (ajustes) não-
reconhecidas nas Demonstrações Contábeis são irrelevantes, tanto
individualmente quanto em agregado, em relação à essas
Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto (a própria carta ou
seu anexo, devidamente rubricado pela administração, deve listar tais
distorções);

u) confirmar que a administração é responsável pela destinação do lucro


de acordo com o estatuto social ou seu instrumento legal e pela
observância da legislação societária que trata do assunto e que foi
dado cumprimento ao estabelecido;

v) informar os planos de pensão formais ou não-formais, detalhando os


compromissos assumidos pela entidade auditada;

x) confirmar que não existe qualquer evento subseqüente que pudesse


afetar de forma significativa a posição patrimonial e financeira ou o
resultado do período coberto pelas Demonstrações Contábeis.

Data de emissão da carta de responsabilidade

Um aspecto muito cobrado em concurso diz respeito à data de emissão da


carta de responsabilidade da administração! Ela deve ter a mesma data do
parecer dos auditores, uma vez que um dos itens cobertos nessa carta diz
respeito aos eventos subseqüentes ocorridos entre a data das Demonstrações
Contábeis e a data do parecer dos auditores independentes.

RECORDANDO: Em regra, a data do parecer deve coincidir com o encerramento


dos trabalhos de campo, justamente para delimitar até que data o auditor se
responsabiliza em revelar eventos subseqüentes relevantes.

Portanto, a regra é que a carta seja emitida com a mesma data do parecer
dos auditores. Todavia, como toda regra tem suas exceções, em determinadas
circunstâncias, uma carta contendo declarações sobre certas transações ou outros
eventos específicos também pode ser obtida no decorrer da auditoria ou em data
posterior àquela do parecer dos auditores, por exemplo, na data de uma oferta
pública.

A carta de responsabilidade da administração deve ser assinada pelos


membros da administração que sejam os principais responsáveis pela entidade e
sua movimentação financeira (geralmente, o principal diretor executivo e o principal
executivo financeiro), assim como pelo contabilista responsável pelas

www.pontodosconcursos.com.br 7
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Demonstrações Contábeis, de forma a cobrir os aspectos contábeis com base no
melhor entendimento e juízo desses executivos.

Em determinadas circunstâncias, o auditor pode considerar necessário obter


cartas com declarações de responsabilidade de outros membros da administração.
Por exemplo, o auditor pode requerer uma declaração por escrito de que todas as
atas das assembléias dos acionistas, do conselho de administração e dos comitês
relevantes lhe foram disponibilizadas.

Ação a ser adotada caso a administração se recuse a prestar declarações

A recusa da administração em fornecer parcial ou totalmente a carta de


responsabilidade constitui-se numa limitação de escopo, e o auditor deve
expressar parecer com ressalva ou com abstenção de opinião.

No caso de declaração parcial, o auditor deve reavaliar a confiança depositada


em outras declarações feitas pela administração no decorrer da auditoria.

A recusa da administração em fornecer a carta de responsabilidade pode


constituir motivo para que o auditor rescinda a seu juízo o contrato de auditoria.

Como de praxe, vamos comentar algumas questões sobre o assunto


estudado.

1) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) Sempre que não possa ter expectativa razoável


quanto à existência de outra evidência de auditoria pertinente, deve o auditor obter
declarações por escrito da administração, sobre os assuntos significativos para as
Demonstrações Contábeis, por meio da(o) chamada(o):
a) Carta de Representação da Administração.
b) Circularização dos Consultores Jurídicos.
c) Carta de Responsabilidade da Administração.
d) Termo de Diligência.
e) Carta de Conforto.

Solução: Quando do concurso para a Secretaria de Fazenda do Estado de São


Paulo, estava em vigor a NBC T 11.17, aprovada pela Resolução CFC nº 1.037, de
2005.

Segundo esta norma, a carta de responsabilidade da administração é o


documento que deve ser emitido pelos administradores da entidade, cujas
demonstrações contábeis estão sendo auditadas.

www.pontodosconcursos.com.br 8
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Por conclusão, a letra “c” é a correta.

OBSERVAÇÃO QUANTO ÀS NOVAS NORMAS DO CFC: Atualmente está em vigor


a NBC TA 580 – “Representações Formais”, elaborada de acordo com a sua
equivalente internacional ISA 580, aprovada pela Resolução CFC 1.227/09. A
novidade é que a atual norma trata agora das diversas representações formais que
a administração deve fornecer ao auditor, respondendo à suas indagações e
confirmando que cumpriram com suas responsabilidades pela elaboração das
demonstrações contábeis e pela integridade das informações fornecidas ao auditor.

Para fins das normas de auditoria, representação formal é uma declaração escrita
pela administração, fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou
suportar outra evidência de auditoria. Representações formais, neste contexto, não
incluem as demonstrações contábeis, as afirmações nelas contidas ou livros e
registros comprobatórios.

A atual norma estabelece que as representações formais devem ter a forma


de carta de representação dirigida ao auditor. Portanto, no atual contexto, a letra
“a” também estaria correta.

2) (Questão elaborada pelo professor) No decorrer da auditoria, a


administração da entidade auditada faz declarações ao auditor, espontaneamente
ou em resposta a indagações específicas. Quando essas declarações estão
relacionadas com assuntos que sejam significativos para as Demonstrações
Contábeis, o auditor deve cumprir determinados procedimentos. Assinale a
alternativa que NÃO constitui um desses procedimentos.
A) buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes dentro da
entidade.
B) avaliar se as declarações feitas pela administração são razoáveis e consistentes
com outras evidências de auditoria obtidas, incluindo outras declarações.
C) buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes fora da
entidade.
D) substituir uma evidência de auditoria por uma declaração da administração.
E) analisar se as pessoas que fazem as declarações podem ser consideradas bem
informadas sobre assuntos específicos sob os quais emitiram suas declarações.

Solução: A única alternativa que não constitui um procedimento a ser adotado pelo
auditor diante de declarações relacionadas com assuntos significativos ou relevantes
para as demonstrações é a “D”, pois as declarações da administração não
substituem outras evidências de auditoria que o auditor independente deve obter.

www.pontodosconcursos.com.br 9
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Por exemplo, uma declaração da administração sobre o custo de um ativo
não deve substituir a evidência de auditoria desse custo, que o auditor,
normalmente, esperaria obter. Se não for praticável ao auditor obter evidência de
auditoria adequada e suficiente com relação a um assunto que tenha, ou possa ter
um efeito significativo sobre as Demonstrações Contábeis e seja esperado que essa
evidência esteja disponível, isso constituirá uma limitação de escopo da
auditoria, mesmo que uma declaração da administração sobre esse assunto tenha
sido recebida.

Quanto às demais alternativas, todas representam medidas a serem adotadas


pelo auditor, quais sejam:

a) o auditor deve buscar evidência comprobatória de auditoria com base em


fontes dentro e fora da entidade.

b) o auditor deve avaliar se as declarações feitas pela administração são


razoáveis e consistentes com outras evidências de auditoria obtidas, incluindo
outras declarações. Caso haja alguma inconsistência ou incoerência, o auditor deve
reavaliar a confiança depositada nas declarações da administração.

e) o auditor deve analisar se as pessoas que fazem as declarações podem ser


consideradas bem informadas sobre assuntos específicos sob os quais emitiram
suas declarações.

3) (AFRFB/ESAF/2009) O auditor, ao realizar auditoria na empresa Construção


S.A., aplicou todos os procedimentos de auditoria necessários ao trabalho,
realizando os trabalhos em conformidade com as normas de auditoria. Ao solicitar a
carta de responsabilidade da administração da empresa, esta deve ser emitida na
data
a) de encerramento das demonstrações contábeis.
b) do término dos relatórios de revisão.
c) da publicação das demonstrações contábeis.
d) de emissão do parecer dos auditores.
e) em que o auditor finalizar os trabalhos em campo.

Solução: De acordo com a NBC T 11.17, uma carta com as declarações de


responsabilidade da administração da entidade deve ter a mesma data do parecer
dos auditores independentes sobre essas Demonstrações Contábeis, uma vez que
um dos itens cobertos nessa carta diz respeito aos eventos subseqüentes ocorridos
entre a data das Demonstrações Contábeis e a data do parecer dos auditores
independentes. Portanto, a letra “d” é a correta. Ela deve ter a mesma data do
parecer dos auditores.

www.pontodosconcursos.com.br 10
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

OBSERVAÇÃO QUANTO ÀS NOVAS NORMAS DO CFC: De acordo coma a NBC TA


580, como as representações formais são evidências de auditoria necessárias, a
opinião do auditor não pode ser expressa e o relatório não pode ser datado, antes
da data das representações formais. Além disso, como o auditor está interessado
em eventos que ocorram até a data do seu relatório e que possam exigir ajuste ou
divulgação nas demonstrações contábeis, as representações formais são
datadas o mais próximo possível da data do seu relatório sobre as
demonstrações contábeis, mas não após a data do relatório.

4) (AFRE/MG/ESAF/2005) O não fornecimento, pela administração da empresa


auditada, da Carta de Responsabilidade ao auditor independente caracteriza
a) limitação de escopo.
b) impossibilidade de auditoria.
c) suspensão da auditoria.
d) fraude em auditoria.
e) a renúncia ao trabalho.

Solução: De acordo com a então vigente NBCT 11.17, a recusa da administração


em fornecer parcial ou totalmente a carta de responsabilidade constitui-se numa
limitação de escopo, e o auditor deve expressar parecer com ressalva ou com
abstenção de opinião. No caso de declaração parcial, o auditor deve reavaliar a
confiança depositada em outras declarações feitas pela administração no decorrer
da auditoria. A letra “a” é a opção correta.

OBSERVAÇÃO QUANTO ÀS NOVAS NORMAS DO CFC: A NBC TA 580 estabelece


que, no caso da administração não fornecer uma ou mais das representações
formais solicitadas, o auditor deve:
(a) discutir o assunto com a administração;
(b) reavaliar a integridade da administração e avaliar o efeito que isso pode ter
sobre a confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de
auditoria em geral; e
(c) tomar ações apropriadas, inclusive determinar o possível efeito sobre a sua
opinião no relatório de auditoria, podendo-se abster-se de emitir opinião no
relatório sobre as demonstrações contábeis.

5) (ICMS/SP/FCC/2009) A carta de responsabilidade da administração é um


documento que compõe os papéis de auditoria. Dessa forma, NÃO seria seu objetivo
(A) impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente.
(B) delimitar as responsabilidades do auditor independente e da administração.
(C) dar maior credibilidade às informações verbais recebidas durante a auditoria.

www.pontodosconcursos.com.br 11
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

(D) dar garantia ao auditor independente quanto às suas responsabilidades, após a


publicação das demonstrações.
(E) atender as normas de auditoria independente.

Solução: A carta de responsabilidade da administração não possui o objetivo de


impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente. As
declarações e responsabilidades assumidas pela administração oferecem garantia
quanto às suas responsabilidades, mas se o auditor agir com negligência, imperícia
e/ou imprudência e ocasionar prejuízos a terceiros, poderá ser processado. O
gabarito é a letra “A”.

6) (AUDITOR FISCAL/PB/FCC/2006) Identifique entre os eventos abaixo aquele


que a única evidência de auditoria é a carta de responsabilidade da administração.
(A)) Manutenção de um investimento específico como investimento de Longo Prazo.
(B) Comprovação das responsabilidades e alçadas de cada Diretor.
(C) Existência de processos cíveis, trabalhistas e tributários contra a empresa.
(D) Confirmação da existência física de bens do Ativo Imobilizado.
(E) Saldo das Contas relativas a Tributos da empresa Ativos e Passivos de Curto e
Longo Prazo.

Solução: A manutenção de um evento específico como investimento de longo prazo


constitui um evento para o qual o auditor precisa obter esclarecimentos formais da
administração, acerca dos critérios adotados para a classificação. O gabarito é a
letra “a”.

Para os eventos apontados nas demais alternativas, o auditor pode obter


evidências mediante outros procedimentos, que não a obtenção de carta de
responsabilidade. Por exemplo, a comprovação das responsabilidades e alçadas de
cada Diretor é obtida mediante o exame dos documentos que estabelecem os
limites e alçadas e ao que autorizados pelos diretores. A confirmação da existência
física de bens do ativo imobilizado é realizada mediante a inspeção física do bem
pelo auditor. O saldo nas contas é confirmado mediante exame de registros e
análise de saldos contábeis.

7) (ICMS/RIO/FGV/2008) De acordo com José Carlos Carvalho (Auditoria Geral


e Pública), muitas das informações obtidas pelo auditor durante a aplicação dos
procedimentos são verbais. Dessa forma, por ocasião do encerramento dos
trabalhos (com a conseqüente emissão do parecer), a administração da auditada
precisa ratificar ao auditor todas as informações repassadas durante os trabalhos,
destacando a responsabilidade pelas transações efetuadas, pela elaboração das

www.pontodosconcursos.com.br 12
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
demonstrações, pelo cálculo dos tributos, etc. A esse documento dá-se o nome de
carta de responsabilidade da administração.
Considerando o disposto pelo CFC, a carta deverá realizar os atos enunciados nas
alternativas a seguir, à exceção de um. Assinale-o.
(A) mencionar que o sistema contábil e os controles internos adotados pela entidade
são de responsabilidade da administração e adequados ao seu tipo de atividade e
volume de transações
(B) confirmar que as estimativas contábeis foram efetuadas com base em dados
consistentes
(C) confirmar que não há contingências fiscais, trabalhistas, previdenciárias e legais
que possam afetar substancialmente a situação financeira e patrimonial da
entidade, influindo significativamente na sua avaliação
(D) confirmar que foram adequadamente contabilizados e divulgados nas
demonstrações contábeis os saldos e transações com “partes relacionadas” e os
prejuízos decorrentes de compromissos de compra e venda
(E) mencionar que há ônus ou gravames sobre os ativos além dos relatados em
documentos apropriados (notas explicativas, por exemplo)

Solução: A carta de responsabilidade da administração é o documento que deve


ser emitido pelos administradores da entidade, cujas Demonstrações Contábeis
estão sendo auditadas. Essa carta é endereçada ao auditor independente,
confirmando as informações e os dados a ele fornecidos, assim como as bases de
preparação, apresentação e divulgação das Demonstrações Contábeis submetidas
para exame de acordo com as Normas de Auditoria Independente das
Demonstrações Contábeis.

Portanto, a carta de responsabilidade menciona as responsabilidades da


administração e confirma os critérios e afirmações contidas nas demonstrações
contábeis.

A alternativa “E” é a incorreta e satisfaz o enunciado da questão, posto que


uma das confirmações da carta é que as garantias prestadas a terceiros, os ônus ou
outros gravames existentes sobre os ativos foram, adequadamente, divulgados,
mas não constitui propósito do referido documento mencionar que há ônus ou
gravames sobre os ativos, além dos relatados em documentos apropriados (notas
explicativas, por exemplo).

Cuidado em prova! A carta apenas confirma a exatidão das demonstrações e


assegura que não existem outros aspectos relevantes (como, por exemplo, eventos
subsequentes, fraudes, ônus sobre os ativos, contingências etc) além daqueles já
divulgados nas demonstrações financeiras.

www.pontodosconcursos.com.br 13
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
USO DO TRABALHO DE ESPECIALISTAS

Em complemento ao que vimos na aula 1, sobre a utilização de especialistas


nos trabalhos de auditoria, cabe ressaltar que o auditor independente deve avaliar a
qualidade e suficiência do trabalho do especialista como parte da evidência de
auditoria relacionada ao item da demonstração contábil sob análise.

Isso envolve uma avaliação sobre se a substância das conclusões do


especialista foi adequadamente refletida nas demonstrações contábeis ou fornece
suporte adequado para as mesmas. Além disso, deve concluir sobre:

a) a fonte de dados utilizada pelo especialista;

b) as premissas e métodos utilizados e sua consistência com períodos


anteriores;

c) os resultados do trabalho do especialista à luz de seu conhecimento


geral sobre os negócios e dos resultados e outros procedimentos de
auditoria que tenha aplicado;

Ao analisar se a fonte de dados utilizada pelo especialista é a mais apropriada


nas circunstâncias, o auditor independente deve utilizar os seguintes
procedimentos:

a) indagar ao especialista se os procedimentos aplicados por este último


são, no seu julgamento, suficientes para garantir que a fonte de dados
é confiável e relevante; e

b) revisar ou testar na extensão necessária a fonte de dados utilizada


pelo especialista.

Atenção: A responsabilidade quanto à qualidade e propriedade das


premissas e métodos utilizados é do especialista e não do auditor. Isto porque o
auditor independente não tem a mesma capacitação que o especialista e assim,
nem sempre estará em posição para questioná-lo quanto ao trabalho efetuado.

Entretanto, o auditor independente deve compreender as premissas e


métodos utilizados para poder avaliar se, baseado no seu conhecimento da
entidade auditada e nos resultados de outros procedimentos de auditoria, são
adequados às circunstâncias.

www.pontodosconcursos.com.br 14
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Se os resultados do trabalho do especialista não fornecer suficiente evidência
de auditoria ou se não forem consistentes com outras evidências possuídas pelo
auditor independente, este último deve tomar devidas providências. Tais
providências podem incluir:
¾ discussão com a administração da entidade auditada e com o especialista;
¾ aplicação de procedimentos de auditoria adicionais;
¾ contratação de um outro especialista; ou
¾ modificação de seu parecer.

Referência ao especialista no parecer do auditor

A responsabilidade do auditor fica restrita à sua competência profissional.

Em se tratando de um parecer sem ressalva, o auditor independente não


pode fazer referência do trabalho de especialista no seu parecer.

Em situações onde especialista legalmente habilitado for contratado pela


entidade auditada, sem vínculo empregatício, para executar serviços que tenham
efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, este fato deve ser divulgado nas
demonstrações contábeis e o auditor, ao emitir o parecer de forma diferente ao
mencionado acima, pode fazer referência ao trabalho do especialista.

Cuidado: Um parecer sem ressalva não pode conter referência ao trabalho de


especialistas. Já em um parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de
opinião, o auditor pode fazer referência ao trabalho do especialista.

Eis algumas questões interessantes sobre a utilização do trabalho de


especialistas pelo auditor independente:

1) (CONSULTOR LEGISLATIVO/SENADO/FGV/2008) No processo do


planejamento da auditoria deve ser considerada a participação de auditores internos
e de especialistas na execução do trabalho na entidade auditada, e a possibilidade
de as controladas e coligadas serem examinadas por outros auditores
independentes. Ao determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho de
especialistas, o auditor independente não deve considerar:
(A) a relevância do item da demonstração contábil que está sendo analisada.
(B) o risco de distorção ou erro, levando em conta a natureza e a complexidade do
assunto que está sendo analisado.
(C) o conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos aspectos que
estão sendo considerados.
(D) a quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis para sua
análise.

www.pontodosconcursos.com.br 15
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

(E) a medição do estágio de trabalhos completados ou a completar em contratos em


andamento.

Solução: A questão trata dos aspectos a serem considerados pelo auditor, quando
decide utilizar o trabalho de especialistas (advogados, engenheiros, etc). Em
conformidade com a norma, ao determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho
de especialistas, o auditor independente deve considerar:

a) a relevância do item da demonstração contábil que está sendo analisada;


b) o risco de distorção ou erro levando em conta a natureza e a
complexidade do assunto sendo analisado;
c) conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos aspectos
que estão sendo considerados; e
d) a quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis
para sua análise.

Portanto, a alternativa incorreta é a “E”. A medição do estágio de trabalhos


completados ou a completar em contratos em andamento não é um elemento
decisivo e/ou indicado na norma na determinação do uso de especialistas.

OBSERVAÇÃO QUANTO ÀS NOVAS NORMAS DO CFC: Atualmente está em vigor


a NBC TA 620, sobre o uso do trabalho de especialistas, aprovada pela Resolução
CFC 1.230/09. Segundo esta norma, se a especialização em área que não
contabilidade ou auditoria é necessária para obter evidência de auditoria apropriada
e suficiente, o auditor deve determinar a necessidade de utilizar o trabalho de
especialista.
O auditor deve avaliar a adequação do trabalho do especialista para fins da
auditoria, incluindo:
(a) a relevância e razoabilidade das constatações ou conclusões desse
especialista, e sua consistência com outras evidências de auditoria;
(b) se o trabalho do especialista envolve o uso de premissas e métodos
significativos, a relevância e a razoabilidade dessas premissas e desses
métodos nas circunstâncias; e
(c) se o trabalho do especialista envolve o uso de dados-fonte significativos
para o seu trabalho, a relevância, integridade e precisão desses dados-
fonte.

2) (SEFAZ/CE/ESAF/2006) Quando da utilização de serviços de especialista, não


há responsabilidade do auditor
a) em confirmar se o especialista é habilitado.
b) em questionar a capacidade do especialista, desde que habilitado.

www.pontodosconcursos.com.br 16
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

c) quando o especialista for funcionário da empresa auditada.


d) se o especialista for independente e não possuir vínculo com a empresa.
e) em divulgar o fato em parecer sem ressalva.

Solução: Vejam que as letras “a” e “b” referem-se à capacidade profissional do


especialista e as letras “c” e “d” correspondem à necessária independência e
objetividade do especialista. Todos esses aspectos o auditor verifica, quando decide
utilizar o trabalho do especialista, tendo em vista que a responsabilidade pelo
trabalho é sempre do auditor.

Por outro lado, não há responsabilidade do auditor em divulgar o uso de


especialista em parecer de auditoria, particularmente se o parecer ou relatório é
sem ressalva (ou opinião não-modificada). Assim, o gabarito é a letra “e”.

Cabe apenas alertar que é possível o auditor fazer referência ao uso de


especialista em seu relatório/parecer quando relevante para o entendimento de
ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião.

Veja o que dispõe a NBC TA 620 a esse respeito:


ƒ O auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista do auditor em
seu relatório que contenha opinião não modificada (sem ressalva).
ƒ Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista do auditor em seu
relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de
ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor deve indicar no
relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa
opinião.

3) (ISS Rio/ESAF/2010) A respeito do uso de especialista de outra área em


auditoria, é correto afirmar, exceto:
a) na avaliação do trabalho do especialista, não cabe ao auditor revisar ou testar a
fonte de dados utilizada.
b) na emissão de parecer sem ressalva, o auditor não pode fazer referência ao
trabalho de especialista no seu parecer.
c) a certificação profissional, licença ou registro em órgão de classe é um dos
elementos de verificação da competência do especialista.
d) a responsabilidade, quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos
utilizados, é do especialista e não do auditor.
e) É atribuição do auditor obter evidência adequada de que o alcance do trabalho do
especialista é suficiente para os fins da auditoria.

www.pontodosconcursos.com.br 17
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Solução: A letra “a” está incorreta, pois na avaliação do trabalho do especialista,
cabe sim ao auditor revisar ou testar a fonte de dados utilizada. A letra “b” está
correta, pois não cabe referência ao trabalho do especialista em um parecer sem
ressalva. A letra “c” está correta, pois a certificação profissional, licença ou registro
em órgão de classe é um dos elementos de verificação da competência do
especialista por parte do auditor para se assegurar de sua experiência e
competência. A letra “d” está correta, pois a responsabilidade, quanto à qualidade e
propriedade das premissas e métodos utilizados, é do especialista e não do auditor.
Por fim, a letra “e” também está correta, pois o auditor tem que obter evidência
adequada de que o trabalho do especialista atende os objetivos da auditoria.
Portanto, o gabarito é a letra “a”.

Novas normas do CFC quanto à utilização pelo auditor independente do


trabalho de auditoria interna (NBC TA 610):

Esta norma estabelece que os objetivos da função de auditoria interna são


determinados pela administração e, quando aplicável, pelos responsáveis pela
governança. Embora os objetivos da função de auditoria interna e o do auditor
independente sejam diferentes, os meios utilizados pela auditoria interna e pelo o
auditor independente para alcançar seus respectivos objetivos podem ser
semelhantes.

Os objetivos das funções de auditoria interna variam amplamente e dependem do


tamanho e da estrutura da entidade e dos requerimentos da administração e,
quando aplicável, dos responsáveis pela governança. As atividades da função de
auditoria interna podem incluir um ou mais dos itens a seguir:
• Monitoramento do controle interno.
• Exame das informações contábeis e operacionais.
• Revisão das atividades operacionais (revisar a economia, eficiência e eficácia
das atividades operacionais, incluindo as atividades não financeiras de uma
entidade).
• Revisão da conformidade com leis e regulamentos.
• Gestão de risco. A função de auditoria interna pode ajudar a organização
mediante a identificação e avaliação das exposições significativas a riscos e a
contribuição para a melhoria da gestão de risco e dos sistemas de controle.
• Governança. A função de auditoria interna pode avaliar o processo de
governança quanto à realização de seus objetivos de ética e valores,
administração de desempenho e prestação de contas, comunicando informações
sobre risco e controle para as áreas apropriadas da organização, e da eficácia da
comunicação entre as pessoas responsáveis pela governança, os auditores
internos e independentes e a administração.

www.pontodosconcursos.com.br 18
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
O auditor independente deve determinar: (a) se é provável que o trabalho dos
auditores internos seja adequado para os fins da auditoria; e (b) em caso positivo, o
efeito planejado do trabalho dos auditores internos na natureza, época ou extensão
dos procedimentos do auditor independente.

Para determinar se é provável que o trabalho dos auditores internos seja adequado
para os fins da auditoria, o auditor independente deve avaliar:
(a) a objetividade da função de auditoria interna;
(b) a competência técnica dos auditores internos;
(c) se é provável que o trabalho dos auditores internos seja realizado com o
devido zelo profissional; e
(d) se é provável que haja comunicação eficaz entre os auditores internos e o
auditor independente.

Independentemente do grau de autonomia e de objetividade da função de auditoria


interna, tal função não é independente da entidade, como é exigido do auditor
independente quando ele expressa uma opinião sobre as demonstrações contábeis.
O auditor independente assume integral responsabilidade pela opinião de auditoria
expressa e essa responsabilidade do auditor independente não é reduzida pela
utilização do trabalho feito pelos auditores internos.

Em prova recente da FGV para Fiscal de Rendas do Rio de Janeiro, constaram


duas questões sobre as novas normas do CFC relativas ao uso dos trabalhos de
auditores internos pelo auditor independente. Eis as questões:

4) (ICMS Rio/FGV/2010) O auditor independente, para determinar se o trabalho


dos auditores internos é adequado, deve avaliar os aspectos relacionados nas
alternativas a seguir, à exceção de um.
Assinale-o.
(A) A objetividade da função de auditoria interna.
(B) A competência técnica dos auditores internos.
(C) A necessidade do uso do trabalho de especialistas para executar a auditoria
interna.
(D) O zelo profissional demonstrado pelos auditores internos durante o trabalho.
(E) A comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor independente.

Solução: Não cabe ao auditor independente avaliar a necessidade do uso do


trabalho de especialistas para executar a auditoria, pois essa é uma prerrogativa da
administração da entidade auditada. O gabarito é a letra C.

www.pontodosconcursos.com.br 19
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

5) (ICMS Rio/FGV/2010) De acordo com a Resolução CFC n.º 1229/09, as


atividades inerentes a auditoria interna estão relacionadas nas alternativas a seguir,
à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Revisão da conformidade com leis e regulamentos.
(B) Monitoramento da auditoria externa.
(C) Exame das informações contábeis e operacionais.
(D) Revisão das atividades operacionais.
(E) Gestão de risco.

Solução: Entendendo desnecessários maiores comentários, não constitui uma


atividade inerente à auditoria interna monitorar as atividades da auditoria externa.
O gabarito é a letra B.

EVENTOS SUBSEQÜENTES

Outro procedimento que o auditor contábil adota ao final dos trabalhos de


campo é verificar a ocorrência de eventos subseqüentes relevantes à data das
demonstrações contábeis.

A norma de auditoria exige que o auditor independente considere em seu


parecer os efeitos decorrentes de transações e eventos subseqüentes relevantes ao
exame das Demonstrações Contábeis, mencionando-os como ressalva ou em
parágrafo de ênfase, quando não-ajustadas ou reveladas adequadamente.

OBSERVAÇÃO: Evento subseqüente é aquele que ocorre após a data das


demonstrações contábeis, mas antes da emissão do parecer do auditor. O auditor
tem responsabilidades por eventos e transações subseqüentes que tenham efeito
relevante sobre as demonstrações contábeis.

Portanto, o auditor deve revelar em seu Parecer os efeitos que decorram de


eventos subseqüentes, sendo em um parágrafo de ênfase, caso a opção seja por
um parecer sem ressalva, ou em parágrafo intermediário, no caso de parecer com
ressalva.

Para ter condições de formar opinião sobre as Demonstrações Contábeis,


considerando os efeitos relevantes das transações e eventos subseqüentes ao
encerramento do exercício social, o auditor deve considerar:

a) os procedimentos da administração para que os eventos sejam


divulgados;

www.pontodosconcursos.com.br 20
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
b) os atos e fatos administrativos registrados em atas de reuniões de
acionistas, administradores e outros órgãos estatutários;

c) os informes de qualquer espécie divulgados pela entidade;

d) a situação de contingências conhecidas e reveladas pela administração e


pelos advogados da entidade; e

e) a existência de eventos não-revelados pela administração nas


Demonstrações Contábeis e que tenham efeitos relevantes sobre as
mesmas.

ATENÇÃO: Existem dois tipos de transações e eventos subseqüentes:

¾ os que proporcionam evidência ¾ os havidos entre a data de


adicional de condições que término do exercício social e a
existiam no fim do período data da divulgação das
auditado. Demonstrações Contábeis.

Por exemplo: Por exemplo:


a) perda em contas a receber decorrente a) aporte de recursos, inclusive como
da falência do devedor; e aumento de capital;
b) pagamento ou sentença judicial. b) compra de nova subsidiária ou de
participação adicional relevante
em investimento anterior;
ESSES EVENTOS REQUEREM AJUSTES c) destruição de estoques ou
NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS! estabelecimento em decorrência de
sinistro; e
d) alteração do controle societário.

ESSES EVENTOS REQUEREM


DIVULGAÇÃO NAS DEMONSTRAÇÕES
– EM NOTAS EXPLICATIVAS!

O auditor deve considerar três situações de eventos subseqüentes:

1. os ocorridos entre a data do término do exercício social e a data da


emissão do parecer (denominado período subseqüente);

2. os ocorridos depois do término do trabalho de campo e da emissão


do parecer, e antes da divulgação das Demonstrações Contábeis; e

www.pontodosconcursos.com.br 21
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

3. os conhecidos após a divulgação das Demonstrações Contábeis.

O Gráfico abaixo procura demonstrar as três situações ou os três períodos


considerados pelo auditor:

1º Período 2º Período 3º período


_________I_________________I______________I_________________
31/12 30/03 30/04
Data das DC Data do Parecer Divulgação das DC

1º período: de 31 de dezembro do exercício sob exame (data de encerramento do


exercício) até 30 de março do ano seguinte, como exemplo de uma data em que o
auditor emite o seu parecer.

RECORDANDO: A data do parecer do auditor tem que coincidir com a data do


encerramento dos trabalhos de campo, justamente para delimitar até quando o
auditor se responsabiliza pela identificação de eventos subseqüentes ao
encerramento do exercício sob exame.

2º Período: de 30 de março (data do parecer) até 30 de abril (exemplo de data de


divulgação das demonstrações – comunicação aos acionistas e publicação em jornal
de grande circulação).

3º Período: após a divulgação das demonstrações (após 30 de abril).

Em cada período indicado anteriormente o auditor adota determinadas


atitudes e medidas para com eventos subseqüentes relevantes. Veremos, a seguir,
que medidas são essas.

1º PERÍODO - Procedimentos de auditoria sobre transações e eventos


ocorridos entre o término do exercício e a emissão do parecer.

O 1º período, que vai da data do encerramento do exercício sob exame até a


data do parecer do auditor, é o denominado período subseqüente, e o auditor deve
considerá-lo parte normal da auditoria. O auditor deve planejar e executar
procedimentos para obter evidência de auditoria suficiente e apropriada de que todas
as transações e os eventos ocorridos no período, e que podem requerer ajuste nas
Demonstrações Contábeis e suas notas explicativas, foram identificados.

www.pontodosconcursos.com.br 22
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Os procedimentos para identificar transações e eventos que podem requerer
ajuste ou divulgação nas Demonstrações Contábeis devem ser executados tão
próximo da data do parecer do auditor quanto for praticável, e, normalmente,
incluem o seguinte:

¾ revisão dos procedimentos que a administração estabeleceu para


assegurar que eventos subseqüentes sejam identificados;

¾ leitura de atas de assembléia de acionistas ou quotistas, de reunião


dos conselhos de administração e fiscal, da diretoria, bem como de
comitês executivos e de auditoria, realizadas após o fim do período,
e indagação sobre assuntos discutidos nas reuniões e para os quais
ainda não se dispõem de atas;

¾ leitura das Demonstrações Contábeis intermediárias posteriores


àquelas auditadas e, à medida que for considerado necessário e
apropriado, dos orçamentos, das previsões de fluxo de caixa e de
outros relatórios contábeis; comparação dessas informações com
as constantes nas Demonstrações Contábeis auditadas, na
extensão considerada necessária nas circunstâncias. Neste caso, o
auditor deve indagar da administração se as informações mais
recentes foram elaboradas nas mesmas bases utilizadas nas
Demonstrações Contábeis auditadas;

¾ indagação ou ampliação das indagações anteriores, escritas ou


verbais, aos advogados da entidade a respeito de litígios e
reclamações; e

¾ indagação à administração sobre se ocorreu qualquer evento


subseqüente que possa afetar as Demonstrações Contábeis e
obtenção de carta de responsabilidade, com a mesma data do
parecer do auditor.

Quando tomar conhecimento de eventos que afetam de maneira relevante


as Demonstrações Contábeis, o auditor deve verificar se eles foram,
apropriadamente, contabilizados e, adequadamente, divulgados nas Demonstrações
Contábeis.

Quando tais eventos não receberem tratamento adequado nas


Demonstrações Contábeis, o auditor deve discutir com a administração a adoção
das providências necessárias para corrigir tal situação.

www.pontodosconcursos.com.br 23
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
E se a administração decidir não tomar as providências necessárias? Nesse caso o
auditor deve emitir seu Parecer com ressalva ou adverso.

2º Período: Transações e eventos ocorridos após emissão do parecer e a


divulgação das demonstrações contábeis

O auditor não é responsável pela execução de procedimentos ou


indagações sobre as Demonstrações Contábeis após a data do seu Parecer!
Isto porque ele já encerrou os seus trabalhos de campo. Contudo, durante o período
entre as datas do Parecer do auditor e a de divulgação das Demonstrações
Contábeis, a administração é responsável por informar ao auditor fatos que possam
afetar as Demonstrações Contábeis.

Quando, após a data do Parecer do auditor, mas antes da divulgação das


Demonstrações Contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que possa afetar
de maneira relevante as Demonstrações Contábeis, ele deve decidir se elas
devem ser ajustadas, discutir o assunto com a administração e tomar as
medidas apropriadas às circunstâncias.

Quando a administração alterar as Demonstrações Contábeis, o auditor


deve executar os procedimentos necessários nas circunstâncias e fornecer a ela
novo parecer sobre as Demonstrações Contábeis ajustadas.

Quando a administração não alterar as Demonstrações Contábeis nos casos em que


o auditor decidir pela necessidade de sua alteração e o seu Parecer não tiver sido
liberado para a entidade, ele deve revisá-lo e, se for o caso, expressar opinião
com ressalva ou adversa.

E se o Parecer do auditor já tiver sido entregue à administração, o que


deve fazer o auditor?

O auditor deve solicitar a esta que não divulgue as Demonstrações


Contábeis e o respectivo Parecer. Porém, se as Demonstrações Contábeis forem,
posteriormente, divulgadas, o auditor deve avaliar a adoção de medidas a serem
tomadas em função dos seus direitos e das suas obrigações legais, tais como,
comunicação formal à administração no sentido de que o Parecer, anteriormente
emitido, não mais deve ser associado às Demonstrações Contábeis não-retificadas;
a necessidade de comunicação aos órgãos reguladores depende das normas
aplicáveis em cada caso.

3º Período: Transações e eventos conhecidos após a divulgação das


demonstrações contábeis

www.pontodosconcursos.com.br 24
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Após a divulgação das Demonstrações Contábeis, o auditor não tem


responsabilidade de fazer qualquer indagação sobre essas demonstrações.

Todavia, quando, após a divulgação das Demonstrações Contábeis, o


auditor tomar conhecimento de fato anterior à data do seu Parecer e que, se fosse
conhecido naquela data, poderia tê-lo levado a emitir o documento com conteúdo
diverso do que foi, o auditor deve decidir se as Demonstrações Contábeis precisam
de revisão, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas
às circunstâncias.

Quando a administração alterar as Demonstrações Contábeis divulgadas, o


auditor deve executar os procedimentos de auditoria necessários às circunstâncias e
emitir um novo Parecer sobre as Demonstrações Contábeis alteradas, indicando em
parágrafo, após o de opinião (parágrafo de ênfase), os motivos da reemissão desse
Parecer com referência à nota das Demonstrações Contábeis que esclarece a
alteração efetuada nas Demonstrações Contábeis.

Quando a administração não tomar as medidas necessárias para assegurar


que qualquer pessoa que tenha recebido as Demonstrações Contábeis,
anteriormente, divulgadas, juntamente com o correspondente Parecer do auditor,
seja informada da situação, e quando a administração não alterar as
Demonstrações Contábeis nas circunstâncias em que o auditor considera necessária
sua alteração, ele deve informar à administração que poderá tomar medidas para
impedir que seu Parecer seja utilizado por terceiros, resguardando, assim, seus
direitos e obrigações legais.

Em certas situações, o auditor pode julgar desnecessária a alteração das


Demonstrações Contábeis e a emissão de novo Parecer, como, por exemplo, quando
estiver iminente a emissão das Demonstrações Contábeis relativas ao período
seguinte, desde que elas contemplem os necessários ajustes e/ou contenham as
informações normalmente divulgadas.

Um aspecto muito cobrado em concurso diz respeito a eventos que


requerem ajuste nas demonstrações e eventos que não requerem ajuste.

A Resolução CFC nº 1.088, de 2007 estabelece critérios e condições para a


contabilização e divulgação de eventos subseqüentes à data do balanço. Com esse
objetivo, a referida norma determina (a) quando uma entidade deve ajustar suas
demonstrações contábeis com respeito a eventos subseqüentes à data do balanço;
e (b) as informações que uma entidade deve divulgar sobre a data em que é

www.pontodosconcursos.com.br 25
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
concedida a autorização para conclusão da elaboração das demonstrações contábeis
e sobre os eventos subseqüentes à data do balanço.

Eventos que requerem ajustes e eventos que requerem divulgação

Eventos subseqüentes à data do balanço são aqueles, sejam eles favoráveis


ou desfavoráveis, que ocorrem entre a data do balanço e a data na qual é
autorizada a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis. Dois tipos de
eventos podem ser identificados:

¾ os que evidenciam condições que já existiam na data do balanço


(eventos subseqüentes à data do balanço que originam ajustes); e

¾ os que são indicadores de condições que surgiram subseqüentemente à


data do balanço (eventos subseqüentes à data do balanço que não
originam ajustes).

Reconhecimento e mensuração:

Eventos Subseqüentes à Data do Balanço que Originam Ajustes

A entidade deve ajustar os valores reconhecidos em suas demonstrações


contábeis para que reflitam eventos subseqüentes à data do balanço que venham a
confirmar as condições existentes até aquela data.

Para exemplificar, são apresentados a segui, alguns tipos de eventos


subseqüentes à data do balanço que exigem que a entidade ajuste os valores
reconhecidos em suas demonstrações contábeis ou reconheça itens que não tenham
sido previamente reconhecidos:

a) o pagamento ou a divulgação de uma decisão definitiva relacionado a


um processo judicial, confirmando que a entidade já tinha uma
obrigação presente na data do balanço. A entidade deve ajustar
qualquer provisão relacionada ao processo ou registrar uma nova
provisão, de acordo com as disposições contidas na norma sobre
Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas;

b) a obtenção de informação indicando que um ativo estava deteriorado


na data do balanço ou que o montante de um prejuízo por
deterioração previamente reconhecido em relação àquele ativo
precisa ser ajustado. Como por exemplo: a falência ou a concordata
de um cliente normalmente confirma que já existia potencialmente

www.pontodosconcursos.com.br 26
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
um prejuízo em uma conta a receber na data do balanço, e que a
entidade precisa ajustar o valor contábil da conta a receber;

c) a determinação do custo de ativos comprados ou do valor de ativos


recebidos em troca de ativos vendidos antes da data do balanço;

d) a determinação do valor referente ao pagamento de participação nos


lucros ou referente a gratificações, no caso de a entidade ter, na data
do balanço, uma obrigação presente legal não formalizada de fazer
tais pagamentos em decorrência de eventos ocorridos antes daquela
data; e

e) a descoberta de fraude ou erros mostra que as demonstrações


contábeis estavam incorretas.

Eventos Subseqüentes à Data do Balanço que Não Originam Ajustes

A entidade não deve ajustar os valores reconhecidos em suas


demonstrações contábeis por eventos subseqüentes à data do balanço que reflitam
circunstâncias que surgiram após aquela data.

Um exemplo de evento subseqüente que não origina ajustes é o declínio do


valor de mercado de investimentos ocorrido no período entre a data do balanço e a
data de autorização de conclusão da elaboração das demonstrações contábeis.

O declínio do valor de mercado não se relaciona normalmente à condição do


investimento na data do balanço, mas reflete circunstâncias que surgiram no
período seguinte. Portanto, uma entidade não ajusta os valores reconhecidos para o
investimento em suas demonstrações contábeis. Igualmente, a entidade não
atualiza os valores divulgados para os investimentos na data do balanço, embora
possa precisar efetuar uma divulgação adicional.

Eventos que ocorram entre a data do parecer do auditor e a data efetiva de


sua emissão

Outro aspecto envolvendo eventos subseqüentes que pode ser explorado em


prova é quando o auditor toma conhecimento de evento relevante entre a data de
encerramento dos trabalhos de campo e o momento em que ele assina
efetivamente o parecer.

Geralmente existe um intervalo de uma a três semanas entre a conclusão do


trabalho de campo e a emissão do parecer de auditoria. Caso o auditor tome

www.pontodosconcursos.com.br 27
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
conhecimento (cuidado: ele não tem mais responsabilidade em fazer
indagações e ou executar procedimentos) acerca de algum evento subseqüente
relevante, ele deve considerar se tal evento deve ser revelado em nota explicativa,
ou se é necessário que as demonstrações contábeis sejam ajustadas.

Se houver necessidade de revelação em nota explicativa e a administração o


fizer, o auditor poderá emitir um parecer sem ressalva, mas deverá alterar a data
do parecer para a de ocorrência do evento em questão.

Atenção: Nesse caso, uma alternativa freqüentemente adotada pelos


auditores é utilizar o parecer com dupla data: manter a data original do parecer e
fazer referência à data de ocorrência do evento subseqüente.

A data do parecer/relatório ficaria assim, por exemplo:

30 de março de 2010, exceto pela informação que consta da Nota A,


para a qual a data é 10 de abril de 2010.

Bom pessoal, vistos os principais aspectos normativos sobre eventos


subseqüentes e que podem ser explorados na prova para ISS BH, vamos analisar
algumas questões/exercícios sobre Eventos Subseqüentes:

1) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) As seguintes opções constituem exemplos de


transações e eventos subsequentes, exceto:
a) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor.
b) alteração do controle societário.
c) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital.
d) variação sazonal dos custos com insumos.
e) destruição de estoques em decorrência de sinistro.

Solução: Na questão em comento, verifica-se que a alternativa “a” refere-se a um


evento relevante que requer ajuste nas demonstrações contábeis, pois, pelo
princípio da competência, a entidade deveria ter apropriado a perda (provisão).

As alternativas “a”, “c” e “e” referem-se a eventos relevantes que não dizem
respeito às demonstrações contábeis que estão sendo examinadas, mas
compreendem assuntos importantíssimos que devem ser divulgados em notas
explicativas para que os usuários das demonstrações possam tomar decisões
acertadas com base nas demonstrações.

www.pontodosconcursos.com.br 28
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
A única alternativa que não corresponde a um evento relevante que requer
ajuste ou divulgação é a “d”. A variação sazonal dos custos com insumos é um
aspecto normal, que não requer divulgação e tampouco ajuste.

2) (Auditor/Pref. Jaboatão dos Guararapes/FCC/2006) NÃO se caracterizam


como eventos subseqüentes, aqueles ocorridos
(A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer.
(B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do parecer, e a data da
divulgação das demonstrações contábeis.
(C))durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício
social, como ajuste das demonstrações contábeis.
(D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada.
(E) após a emissão do parecer pela firma de auditoria, antes da publicação das
demonstrações contábeis.

Solução: Analisando os itens da questão, verifica-se que as letras A, B, D e E


correspondem a eventos subseqüentes ocorridos e que devem identificados (letra A)
ou levados em consideração pelo auditor, quando chegarem ao seu conhecimento
(letras B, D e E).

O gabarito da questão é a letra C, pois como o evento foi contabilizado após o


término do exercício social, como ajuste das demonstrações contábeis, as
demonstrações foram ajustadas e estão refletindo adequadamente esses fatos, o
que não enseja medida alguma por parte do auditor, ou seja, em princípio, não
constituem eventos subsequentes a serem identificados ou divulgados em notas
explicativas.

3) (AUDITOR/TCM-PA/FGV/2008) O período compreendido entre o término do


exercício social e a emissão do parecer é denominado período subseqüente, e o
auditor de considerá-lo parte normal da auditoria, consoante a Resolução CFC 839.
Isto ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade dos eventos,
ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como
exemplo disso, é possível citar perdas significativas em contas a receber e
sentenças judiciais. As condições para contabilização e divulgação dos eventos
subseqüentes são regulamentadas por meio da Resolução CFC 1088.
Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação
das demonstrações contábeis, o CFC dispõe o seguinte, na NBCT 11-lT 04:
A) o auditor tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as demonstrações
contábeis.
B) ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de fato
anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a

www.pontodosconcursos.com.br 29
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se as
demonstrações contábeis precisarão de revisão.
C) o auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”.
D) o parecer a ser emitido deverá estar obrigatoriamente enquadrado na
modalidade “sem ressalvas”.
E) quando a administração alterar as demonstrações contábeis divulgadas, o
auditor deve ignorar essas alterações, uma vez que já concluiu seu parecer
sobre elas.

Solução: Cabe ressaltar inicialmente que a Banca utilizou como referência para
solução da questão a NBC T 11 – IT 04, que, na época, estava revogada pela
Resolução CFC nº 1.040/05, quando aprovou a NBC T 11.16 – Transações e Eventos
Subseqüentes.

Segundo a norma citada, após a divulgação das demonstrações contábeis, o


auditor não tem responsabilidade de fazer qualquer indagação sobre essas
demonstrações.

Contudo, quando, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor


tomar conhecimento de fato anterior à data do seu parecer - e que, se fosse
conhecido naquela data, poderia tê-lo levado a emitir o documento com conteúdo
diverso do que foi -, ele deve decidir se as demonstrações contábeis precisam de
revisão, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas às
circunstâncias.

Quando a administração não tomar as medidas necessárias para assegurar


que qualquer pessoa que tenha recebido as demonstrações contábeis anteriormente
divulgadas, juntamente com o correspondente parecer do auditor, seja informada
da situação e, quando a administração não alterar as demonstrações contábeis nas
circunstâncias em que o auditor considera necessária sua alteração, ele deve
informar à administração que poderá tomar medidas para impedir que seu
parecer seja utilizado por terceiros, resguardando, assim, seus direitos e
obrigações legais.

Entre essas medidas inclui-se, como mínimo, comunicação formal à


administração de que o parecer anteriormente emitido não mais deve ser associado
às demonstrações contábeis não retificadas. A necessidade de comunicação aos
órgãos reguladores dependerá das normas aplicáveis em cada caso.

Portanto, a alternativa que satisfaz o enunciado é a “B”. Em que pese o


auditor não ser obrigado a aplicar procedimentos nesse sentido após a emissão de
seu parecer, caso ele tome conhecimento, de fato anterior à data de seu parecer

www.pontodosconcursos.com.br 30
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir documento com conteúdo
diverso do que foi, deverá, em uma primeira medida, decidir se as demonstrações
contábeis precisarão de revisão.

OBSERVAÇÃO QUANTO ÀS NOVAS NORMAS DO CFC: A NBC TA 560 é a norma


vigente a partir de 1º de janeiro de 2010 que trata de eventos subseqüentes.

De uma forma geral, a nova norma não traz nenhuma mudança substancial em
comparação com a norma anterior. Todavia, podemos destacar as seguintes
alterações:

A norma anterior (NBC T 11.16) estabelecia que o auditor deve considerar três
situações de eventos subseqüentes: (1) os ocorridos entre a data do término do
exercício social e a data da emissão do parecer (denominado período subseqüente);
(2) os ocorridos depois do término do trabalho de campo e da emissão do parecer,
e antes da divulgação das Demonstrações Contábeis; e (3) os conhecidos após a
divulgação das Demonstrações Contábeis.

A norma atual (NBC TA 560) prefere não afirmar que o auditor considera os eventos
ocorridos após a data da emissão de seu parecer. Na realidade, permanecem os três
períodos, sem, contudo, indicar que o auditor considera os eventos, o que poderia
dar a entender que ele aplica algum procedimento ou tem alguma responsabilidade
por eventos após a data de seu parecer. A norma apenas trata das medidas a serem
adotadas caso fatos cheguem ao conhecimento do auditor independente após a data
do seu relatório.

Outra diferença observada em relação à norma anterior é quanto à data do


parecer/relatório do auditor. A NBC TA 560 estabelece que o relatório do auditor
independente não pode ter data anterior à data em que o auditor
independente obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para
servir de base para sua opinião sobre as demonstrações contábeis, incluindo
evidência de que todos os quadros que compõem as demonstrações contábeis,
inclusive as notas explicativas, foram elaboradas e que as pessoas com autoridade
reconhecida afirmaram que assumiram responsabilidade por essas demonstrações
contábeis.

4) (ICMS/RIO/FGV/2008) De acordo com o CFC, eventos subseqüentes à data


do balanço são aqueles, sejam eles favoráveis ou desfavoráveis, que ocorrem entre
a data do balanço e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração das
demonstrações contábeis.

www.pontodosconcursos.com.br 31
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

São apresentados, nas alternativas a seguir, exemplos de eventos que requerem


ajustes nas demonstrações contábeis, considerando o disposto na Resolução 1.088
do CFC, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) O pagamento ou a divulgação de uma decisão definitiva relacionados a um
processo judicial, confirmando que a entidade já tinha uma obrigação presente na
data do balanço. A entidade deve ajustar qualquer provisão relacionada ao processo
ou registrar uma nova provisão, de acordo com as disposições contidas na norma
sobre Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas.
(B) A obtenção de informação indicando que um ativo estava deteriorado na data do
balanço ou que o montante de um prejuízo por deterioração previamente
reconhecido em relação àquele ativo precisa ser ajustado.
(C) A determinação do custo de ativos comprados ou do valor de ativos recebidos
em troca de ativos vendidos antes da data do balanço.
(D) A determinação do valor referente ao pagamento de participação nos lucros ou
referente a gratificações, no caso de a entidade ter, na data do balanço, uma
obrigação presente legal não formalizada de fazer tais pagamentos em decorrência
de eventos ocorridos antes daquela data.
(E) O declínio do valor de mercado de investimentos ocorrido no período entre a
data do balanço e a data de autorização de conclusão da elaboração das
demonstrações contábeis.

Solução: A questão refere-se a aspectos contábeis específicos sobre eventos


subseqüentes à data das demonstrações contábeis, tratados na Resolução CFC nº
1.088, de 24 de janeiro de 2007, que aprovou a NBC T 19.12. A referida norma
determina:
a) quando uma entidade deve ajustar suas demonstrações contábeis com
respeito a eventos subseqüentes à data do balanço; e
b) as informações que uma entidade deve divulgar sobre a data em que é
concedida a autorização para conclusão da elaboração das demonstrações
contábeis e sobre os eventos subseqüentes à data do balanço.

Portanto, a NBC T 19.12 apresenta exemplos de situações que requerem


ajuste das demonstrações, que não requerem ajustes ou que simplesmente
requerem divulgação em notas explicativas.

A alternativa que satisfaz o anunciado da questão, por ser a única que não
representa exemplo de condição que requer ajuste das demonstrações é a “E”.
Segundo a norma, o declínio do valor de mercado não se relaciona normalmente à
condição do investimento na data do balanço, mas reflete circunstâncias que
surgiram no período seguinte ou subseqüente. Portanto, uma entidade não ajusta
os valores reconhecidos para o investimento em suas demonstrações contábeis.

www.pontodosconcursos.com.br 32
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Igualmente, a entidade não atualiza os valores divulgados para os investimentos na
data do balanço, embora possa precisar efetuar uma divulgação adicional.

5) (ANALISTA/TRE/SE/FCC/2007) O auditor da Empresa Confim S.A. toma


conhecimento de fato relevante em que a empresa perdeu seu principal cliente após
o encerramento das demonstrações contábeis e emissão de seu parecer. Neste
caso, o auditor deve
(A) considerar o fato em seu parecer por meio de parágrafo de ênfase ou ressalva,
quando não ajustadas ou reveladas pela empresa.
(B) exigir que a empresa faça carta aberta ao mercado relatando os fatos,
mantendo seu parecer por já ter encerrado os trabalhos.
(C) manter o seu parecer, tendo em vista o fato ter ocorrido após o encerramento
dos seus trabalhos e a respectiva emissão do parecer.
(D) sempre emitir parecer adverso após o conhecimento dos fatos, cancelando o
parecer anterior.
(E) acordar com a empresa para que o fato relevante não seja divulgado ao
mercado, mantendo a divulgação das demonstrações contábeis na forma anterior.

Solução: Vimos que, após a data do parecer, o auditor não tem responsabilidade
de fazer qualquer indagação sobre essas demonstrações. Todavia, se tomar
conhecimento de evento após a data de emissão de seu parecer que possa afetar de
maneira relevante as Demonstrações Contábeis, ele deve decidir se elas devem ser
ajustadas, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas
às circunstâncias.

Portanto, o mais correto seria uma alternativa que apontasse essas medidas.
Todavia, o examinador aponta diretamente para as medidas a serem adotadas em
termos de parecer. Nesse sentido, a regra geral é a de que o auditor independente
considere em seu parecer os efeitos decorrentes de transações e eventos
subseqüentes relevantes ao exame das Demonstrações Contábeis, mencionando-os
como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não-ajustadas ou reveladas
adequadamente. Assim, verifica-se que a alternativa correta é a “A”.

Quanto ao parágrafo de ênfase, cabe alertar que esse é cabível, mesmo que a
empresa auditada resolva divulgar adequadamente o evento relevante. O parágrafo
de ênfase é cabível também quando o auditor emite um novo parecer, com
referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da
alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente.

Por fim, alerto também que é possível um parecer ou opinião adversa do


auditor perante demonstrações contábeis que não reflitam ou revelem eventos
subseqüentes relevantes. Esse é o caso, por exemplo, da administração se recusar

www.pontodosconcursos.com.br 33
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
a alterar as demonstrações contábeis nas circunstâncias em que o auditor
considerar necessário e o auditor ainda não tiver fornecido o parecer/relatório à
entidade. Dependendo da magnitude ou extensão da omissão ou distorção, a
opinião poderá ser com ressalva ou adversa.

6) (TCE-AM/FCC/2008). A empresa Contesta S.A., após o encerramento do


balanço e a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis, foi informada
pelos seus advogados que uma causa tributária, questionando a cobrança da
COFINS, havia sido julgada improcedente em sua totalidade. Esta causa representa
um ajuste relevante nas provisões constituídas, que não havia considerado a
possibilidade de perda. A divulgação das demonstrações demorou mais de um mês,
em virtude do atraso de sua Assembléia Geral. Desta forma, a administração deve
(A) atualizar as demonstrações contábeis para que reflitam a posição adequada
reconhecendo o evento.
(B) determinar a inclusão de nota explicativa apresentando nas demonstrações
contábeis os efeitos do evento.
(C) desconsiderar toda a provisão efetuada e contratar novo consultor jurídico para
fornecer parecer sobre as causas e os processos.
(D) estabelecer que a auditoria complemente os trabalhos e ressalve o parecer.
(E) manter as demonstrações e publicá-las, por já ter ocorrido a autorização para a
conclusão da elaboração das demonstrações contábeis.

Solução: A questão refere-se à existência de uma contingência passiva não


registrada em função de um litígio envolvendo questão tributária. Como o evento
subseqüente foi conhecido pela administração e refere-se a uma condição que já
existia na data das demonstrações contábeis (31 de dezembro), com impacto
relevante nas demonstrações, estas devem ser ajustadas (deve-se refazer o
Balanço). Portanto, a alternativa correta é a “A”.

Caso a administração se recusasse a ajustar as demonstrações, caberia ao


auditor emitir parecer com ressalva ou adverso.

7) (AFTE RS/FUNDATEC/2009 – Com adaptações) Assinale a alternativa


correta quanto aos procedimentos de auditoria sobre transações e eventos ocorridos
entre a data do término do exercício social e a de emissão do parecer.
A) Para identificar transações e eventos que podem requerer ajuste ou divulgação
nas demonstrações contábeis, o auditor deve realizar a leitura de atas de
assembléia de acionistas ou cotistas, de reunião dos conselhos de administração
e fiscal, da diretoria, bem como de comitês executivos, e de auditoria, realizadas
após o fim do período, e indagação sobre assuntos discutidos nas reuniões e
para os quais ainda não se dispõe de atas.

www.pontodosconcursos.com.br 34
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

B) O auditor deve requer teste estatístico e de observância, visando à obtenção de


razoável segurança de que transação realmente ocorreu em data subseqüente
ao encerramento do exercício.
C) Para identificar transações ocorridas entre a data do término do exercício social e
a de emissão do parecer e que podem requerer ajuste nas demonstrações
contábeis, o auditor deve analisar o risco e a relevância do planejamento da
ação.
D) A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da
complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e
amostragens.
E) A análise dos procedimentos deve ser feita na fase de planejamento dos
trabalhos, considerando a relevância em nível geral, avaliando as demonstrações
contábeis tomadas no seu conjunto e avaliação do sistema contábil.

Solução: Os procedimentos de auditoria para identificar transações e eventos que


podem requerer ajuste ou divulgação nas Demonstrações Contábeis devem ser
executados tão próximo da data do parecer do auditor quanto for praticável, e,
normalmente, incluem o seguinte:

¾ revisão dos procedimentos que a administração estabeleceu para assegurar


que eventos subseqüentes sejam identificados;

¾ leitura de atas de assembléia de acionistas ou quotistas, de reunião dos


conselhos de administração e fiscal, da diretoria, bem como de comitês
executivos e de auditoria, realizadas após o fim do período, e indagação
sobre assuntos discutidos nas reuniões e para os quais ainda não se dispõem
de atas;

¾ leitura das Demonstrações Contábeis intermediárias posteriores àquelas


auditadas e, à medida que for considerado necessário e apropriado, dos
orçamentos, das previsões de fluxo de caixa e de outros relatórios contábeis;
comparação dessas informações com as constantes nas Demonstrações
Contábeis auditadas, na extensão considerada necessária nas circunstâncias.
Neste caso, o auditor deve indagar da administração se as informações mais
recentes foram elaboradas nas mesmas bases utilizadas nas Demonstrações
Contábeis auditadas;

¾ indagação ou ampliação das indagações anteriores, escritas ou verbais, aos


advogados da entidade a respeito de litígios e reclamações; e

www.pontodosconcursos.com.br 35
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
¾ indagação à administração sobre se ocorreu qualquer evento subseqüente
que possa afetar as Demonstrações Contábeis e obtenção de carta de
responsabilidade, com a mesma data do parecer do auditor.

A alternativa A é a correta, pois aponta o procedimento da leitura de atas de


reunião e de indagações necessárias a esse respeito, procedimentos que são
usualmente adotados pelo auditor para identificar eventos subseqüentes relevantes.
As demais alternativas não correspondem a procedimentos adotados acerca de
eventos subseqüentes, referindo-se a medidas mais gerais na fase de planejamento
da auditoria ou indicando incorretamente o uso da amostragem perante eventos
subseqüentes.

8) (Analista Técnico/SUSEP/ESAF/2006) O auditor ao identificar eventos


subseqüentes deve considerar
a) somente eventos que gerem ajustes nas demonstrações contábeis.
b) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis e no parecer de
auditoria.
c) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação
de informações nas notas explicativas.
d) fato não objeto da auditoria por ocorrer após o fechamento dos trabalhos de
auditoria.
e) exclusivamente, ajustes que modifiquem o parecer de auditoria.

Solução: O auditor ao identificar eventos subseqüentes deve considerar eventos


que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis (correção de balanço) ou a
divulgação de informações nas notas explicativas (apenas divulgados, pois não se
referem ao exercício auditado). A alternativa “c” é a correta.

9) (AFRFB/ESAF/2009) A empresa Grandes Negócios S.A. adquiriu a principal


concorrente, após o encerramento do balanço e a emissão do parecer pelos
auditores. No entanto, a empresa ainda não havia publicado suas demonstrações
com o parecer. Nessa situação, a firma de auditoria deve:
a) manter o parecer com data anterior ao evento, dando encerramento aos
trabalhos.
b) obrigatoriamente, rever o parecer considerando o fato relevante.
c) estabelecer que a empresa inclua o evento relevante nas notas explicativas.
d) refazer o parecer considerando as novas informações, determinando nova data
para publicação das demonstrações contábeis.
e) decidir se as demonstrações devem ser ajustadas, discutir o assunto com a
administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias.

www.pontodosconcursos.com.br 36
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Solução: Essa questão poderia levar o candidato a escolher a opção “c”, pois a
compra da empresa é um evento subseqüente que requer divulgação em nota
explicativa. Contudo, o auditor não estabelece, determina ou obriga a
administração. Por outro lado, a norma estabelece como primeira medida por parte
do auditor, quando ele já emitiu o parecer e toma conhecimento de evento
subseqüente relevante por terceiro, que ele decida se as demonstrações devem ser
ajustadas, discuta o assunto com a administração e tome as medidas apropriadas
às circunstâncias. Portanto, a alternativa mais correta é a “e”.

*************************************************************

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA:

CARTA DE RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO:

1) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) Sempre que não possa ter expectativa razoável


quanto à existência de outra evidência de auditoria pertinente, deve o auditor obter
declarações por escrito da administração, sobre os assuntos significativos para as
Demonstrações Contábeis, por meio da(o) chamada(o):
a) Carta de Representação da Administração.
b) Circularização dos Consultores Jurídicos.
c) Carta de Responsabilidade da Administração.
d) Termo de Diligência.
e) Carta de Conforto.

2) (Questão elaborada pelo professor) No decorrer da auditoria, a


administração da entidade auditada faz declarações ao auditor, espontaneamente
ou em resposta a indagações específicas. Quando essas declarações estão
relacionadas com assuntos que sejam significativos para as Demonstrações
Contábeis, o auditor deve cumprir determinados procedimentos. Assinale a
alternativa que NÃO constitui um desses procedimentos.
a) buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes dentro da
entidade.
b) avaliar se as declarações feitas pela administração são razoáveis e consistentes
com outras evidências de auditoria obtidas, incluindo outras declarações.
c) buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes fora da
entidade.
d) substituir uma evidência de auditoria por uma declaração da administração.
e) analisar se as pessoas que fazem as declarações podem ser consideradas bem
informadas sobre assuntos específicos sob os quais emitiram suas declarações.

www.pontodosconcursos.com.br 37
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
3) (AFRFB/ESAF/2009) O auditor, ao realizar auditoria na empresa Construção
S.A., aplicou todos os procedimentos de auditoria necessários ao trabalho,
realizando os trabalhos em conformidade com as normas de auditoria. Ao solicitar a
carta de responsabilidade da administração da empresa, esta deve ser emitida na
data
a) de encerramento das demonstrações contábeis.
b) do término dos relatórios de revisão.
c) da publicação das demonstrações contábeis.
d) de emissão do parecer dos auditores.
e) em que o auditor finalizar os trabalhos em campo.

4) (AFRE/MG/ESAF/2005) O não fornecimento, pela administração da empresa


auditada, da Carta de Responsabilidade ao auditor independente caracteriza
a) limitação de escopo.
b) impossibilidade de auditoria.
c) suspensão da auditoria.
d) fraude em auditoria.
e) a renúncia ao trabalho.

5) (ICMS/SP/FCC/2009) A carta de responsabilidade da administração é um


documento que compõe os papéis de auditoria. Dessa forma, NÃO seria seu objetivo
(A) impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente.
(B) delimitar as responsabilidades do auditor independente e da administração.
(C) dar maior credibilidade às informações verbais recebidas durante a auditoria.
(D) dar garantia ao auditor independente quanto às suas responsabilidades, após a
publicação das demonstrações.
(E) atender as normas de auditoria independente.

6) (AUDITOR FISCAL/PB/FCC/2006) Identifique entre os eventos abaixo aquele


que a única evidência de auditoria é a carta de responsabilidade da administração.
(A)) Manutenção de um investimento específico como investimento de Longo Prazo.
(B) Comprovação das responsabilidades e alçadas de cada Diretor.
(C) Existência de processos cíveis, trabalhistas e tributários contra a empresa.
(D) Confirmação da existência física de bens do Ativo Imobilizado.
(E) Saldo das Contas relativas a Tributos da empresa Ativos e Passivos de Curto e
Longo Prazo.

7) (ICMS/RIO/FGV/2008) De acordo com José Carlos Carvalho (Auditoria Geral


e Pública), muitas das informações obtidas pelo auditor durante a aplicação dos
procedimentos são verbais. Dessa forma, por ocasião do encerramento dos
trabalhos (com a conseqüente emissão do parecer), a administração da auditada
precisa ratificar ao auditor todas as informações repassadas durante os trabalhos,

www.pontodosconcursos.com.br 38
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
destacando a responsabilidade pelas transações efetuadas, pela elaboração das
demonstrações, pelo cálculo dos tributos, etc. A esse documento dá-se o nome de
carta de responsabilidade da administração.
Considerando o disposto pelo CFC, a carta deverá realizar os atos enunciados nas
alternativas a seguir, à exceção de um. Assinale-o.
(A) mencionar que o sistema contábil e os controles internos adotados pela entidade
são de responsabilidade da administração e adequados ao seu tipo de atividade e
volume de transações
(B) confirmar que as estimativas contábeis foram efetuadas com base em dados
consistentes
(C) confirmar que não há contingências fiscais, trabalhistas, previdenciárias e legais
que possam afetar substancialmente a situação financeira e patrimonial da
entidade, influindo significativamente na sua avaliação
(D) confirmar que foram adequadamente contabilizados e divulgados nas
demonstrações contábeis os saldos e transações com “partes relacionadas” e os
prejuízos decorrentes de compromissos de compra e venda
(E) mencionar que há ônus ou gravames sobre os ativos além dos relatados em
documentos apropriados (notas explicativas, por exemplo)

USO DE ESPECIALISTAS:

1) (CONSULTOR LEGISLATIVO/SENADO/FGV/2008) No processo do


planejamento da auditoria deve ser considerada a participação de auditores internos
e de especialistas na execução do trabalho na entidade auditada, e a possibilidade
de as controladas e coligadas serem examinadas por outros auditores
independentes. Ao determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho de
especialistas, o auditor independente não deve considerar:
(A) a relevância do item da demonstração contábil que está sendo analisada.
(B) o risco de distorção ou erro, levando em conta a natureza e a complexidade do
assunto que está sendo analisado.
(C) o conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos aspectos que
estão sendo considerados.
(D) a quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis para sua
análise.
(E) a medição do estágio de trabalhos completados ou a completar em contratos em
andamento.

2) (SEFAZ/CE/ESAF/2006) Quando da utilização de serviços de especialista, não


há responsabilidade do auditor
a) em confirmar se o especialista é habilitado.
b) em questionar a capacidade do especialista, desde que habilitado.
c) quando o especialista for funcionário da empresa auditada.

www.pontodosconcursos.com.br 39
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
d) se o especialista for independente e não possuir vínculo com a empresa.
e) em divulgar o fato em parecer sem ressalva.

3) (ISS Rio/ESAF/2010) A respeito do uso de especialista de outra área em


auditoria, é correto afirmar, exceto:
a) na avaliação do trabalho do especialista, não cabe ao auditor revisar ou testar a
fonte de dados utilizada.
b) na emissão de parecer sem ressalva, o auditor não pode fazer referência ao
trabalho de especialista no seu parecer.
c) a certificação profissional, licença ou registro em órgão de classe é um dos
elementos de verificação da competência do especialista.
d) a responsabilidade, quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos
utilizados, é do especialista e não do auditor.
e) É atribuição do auditor obter evidência adequada de que o alcance do trabalho do
especialista é suficiente para os fins da auditoria.

4) (ICMS Rio/FGV/2010) O auditor independente, para determinar se o trabalho


dos auditores internos é adequado, deve avaliar os aspectos relacionados nas
alternativas a seguir, à exceção de um.
Assinale-o.
(A) A objetividade da função de auditoria interna.
(B) A competência técnica dos auditores internos.
(C) A necessidade do uso do trabalho de especialistas para executar a auditoria
interna.
(D) O zelo profissional demonstrado pelos auditores internos durante o trabalho.
(E) A comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor independente.

5) (ICMS Rio/FGV/2010) De acordo com a Resolução CFC n.º 1229/09, as


atividades inerentes a auditoria interna estão relacionadas nas alternativas a seguir,
à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Revisão da conformidade com leis e regulamentos.
(B) Monitoramento da auditoria externa.
(C) Exame das informações contábeis e operacionais.
(D) Revisão das atividades operacionais.
(E) Gestão de risco.

EVENTOS SUBSEQUENTES:

1) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) As seguintes opções constituem exemplos de


transações e eventos subsequentes, exceto:
a) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor.
b) alteração do controle societário.

www.pontodosconcursos.com.br 40
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
c) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital.
d) variação sazonal dos custos com insumos.
e) destruição de estoques em decorrência de sinistro.

2) (Auditor/Pref. Jaboatão dos Guararapes/FCC/2006) NÃO se caracterizam


como eventos subseqüentes, aqueles ocorridos
(A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer.
(B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do parecer, e a data da
divulgação das demonstrações contábeis.
(C)) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício
social, como ajuste das demonstrações contábeis.
(D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada.
(E) após a emissão do parecer pela firma de auditoria, antes da publicação das
demonstrações contábeis.

3) (AUDITOR/TCM-PA/FGV/2008) O período compreendido entre o término do


exercício social e a emissão do parecer é denominado período subseqüente, e o
auditor de considerá-lo parte normal da auditoria, consoante a Resolução CFC 839.
Isto ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade dos eventos,
ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como
exemplo disso, é possível citar perdas significativas em contas a receber e
sentenças judiciais. As condições para contabilização e divulgação dos eventos
subseqüentes são regulamentadas por meio da Resolução CFC 1088.
Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação
das demonstrações contábeis, o CFC dispõe o seguinte, na NBCT 11-lT 04:
a) o auditor tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as
demonstrações contábeis.
b) ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de
fato anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo
levado a emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se
as demonstrações contábeis precisarão de revisão.
c) o auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”.
d) o parecer a ser emitido deverá estar obrigatoriamente enquadrado na
modalidade “sem ressalvas”.
e) quando a administração alterar as demonstrações contábeis divulgadas, o
auditor deve ignorar essas alterações, uma vez que já concluiu seu parecer
sobre elas.

4) (ICMS/RIO/FGV/2008) De acordo com o CFC, eventos subseqüentes à data


do balanço são aqueles, sejam eles favoráveis ou desfavoráveis, que ocorrem entre
a data do balanço e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração das
demonstrações contábeis.

www.pontodosconcursos.com.br 41
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
São apresentados, nas alternativas a seguir, exemplos de eventos que requerem
ajustes nas demonstrações contábeis, considerando o disposto na Resolução 1.088
do CFC, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) O pagamento ou a divulgação de uma decisão definitiva relacionados a um
processo judicial, confirmando que a entidade já tinha uma obrigação presente na
data do balanço. A entidade deve ajustar qualquer provisão relacionada ao processo
ou registrar uma nova provisão, de acordo com as disposições contidas na norma
sobre Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas.
(B) A obtenção de informação indicando que um ativo estava deteriorado na data do
balanço ou que o montante de um prejuízo por deterioração previamente
reconhecido em relação àquele ativo precisa ser ajustado.
(C) A determinação do custo de ativos comprados ou do valor de ativos recebidos
em troca de ativos vendidos antes da data do balanço.
(D) A determinação do valor referente ao pagamento de participação nos lucros ou
referente a gratificações, no caso de a entidade ter, na data do balanço, uma
obrigação presente legal não formalizada de fazer tais pagamentos em decorrência
de eventos ocorridos antes daquela data.
(E) O declínio do valor de mercado de investimentos ocorrido no período entre a
data do balanço e a data de autorização de conclusão da elaboração das
demonstrações contábeis.

5) (ANALISTA/TRE/SE/FCC/2007) O auditor da Empresa Confim S.A. toma


conhecimento de fato relevante em que a empresa perdeu seu principal cliente após
o encerramento das demonstrações contábeis e emissão de seu parecer. Neste
caso, o auditor deve
(A) considerar o fato em seu parecer por meio de parágrafo de ênfase ou ressalva,
quando não ajustadas ou reveladas pela empresa.
(B) exigir que a empresa faça carta aberta ao mercado relatando os fatos,
mantendo seu parecer por já ter encerrado os trabalhos.
(C) manter o seu parecer, tendo em vista o fato ter ocorrido após o encerramento
dos seus trabalhos e a respectiva emissão do parecer.
(D) sempre emitir parecer adverso após o conhecimento dos fatos, cancelando o
parecer anterior.
(E) acordar com a empresa para que o fato relevante não seja divulgado ao
mercado, mantendo a divulgação das demonstrações contábeis na forma anterior.

6) (TCE-AM/FCC/2008). A empresa Contesta S.A., após o encerramento do


balanço e a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis, foi informada
pelos seus advogados que uma causa tributária, questionando a cobrança da
COFINS, havia sido julgada improcedente em sua totalidade. Esta causa representa
um ajuste relevante nas provisões constituídas, que não havia considerado a

www.pontodosconcursos.com.br 42
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
possibilidade de perda. A divulgação das demonstrações demorou mais de um mês,
em virtude do atraso de sua Assembléia Geral. Desta forma, a administração deve
(A) atualizar as demonstrações contábeis para que reflitam a posição adequada
reconhecendo o evento.
(B) determinar a inclusão de nota explicativa apresentando nas demonstrações
contábeis os efeitos do evento.
(C) desconsiderar toda a provisão efetuada e contratar novo consultor jurídico para
fornecer parecer sobre as causas e os processos.
(D) estabelecer que a auditoria complemente os trabalhos e ressalve o parecer.
(E) manter as demonstrações e publicá-las, por já ter ocorrido a autorização para a
conclusão da elaboração das demonstrações contábeis.

7) (AFTE RS/FUNDATEC/2009 – Com adaptações) Assinale a alternativa


correta quanto aos procedimentos de auditoria sobre transações e eventos ocorridos
entre a data do término do exercício social e a de emissão do parecer.
a) Para identificar transações e eventos que podem requerer ajuste ou divulgação
nas demonstrações contábeis, o auditor deve realizar a leitura de atas de
assembléia de acionistas ou cotistas, de reunião dos conselhos de
administração e fiscal, da diretoria, bem como de comitês executivos, e de
auditoria, realizadas após o fim do período, e indagação sobre assuntos
discutidos nas reuniões e para os quais ainda não se dispõe de atas.
b) O auditor deve requer teste estatístico e de observância, visando à obtenção
de razoável segurança de que transação realmente ocorreu em data
subseqüente ao encerramento do exercício.
c) Para identificar transações ocorridas entre a data do término do exercício social
e a de emissão do parecer e que podem requerer ajuste nas demonstrações
contábeis, o auditor deve analisar o risco e a relevância do planejamento da
ação.
d) A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da
complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e
amostragens.
e) A análise dos procedimentos deve ser feita na fase de planejamento dos
trabalhos, considerando a relevância em nível geral, avaliando as
demonstrações contábeis tomadas no seu conjunto e avaliação do sistema
contábil.

8) (Analista Técnico/SUSEP/ESAF/2006) O auditor ao identificar eventos


subseqüentes deve considerar
a) somente eventos que gerem ajustes nas demonstrações contábeis.
b) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis e no parecer de
auditoria.

www.pontodosconcursos.com.br 43
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
c) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação
de informações nas notas explicativas.
d) fato não objeto da auditoria por ocorrer após o fechamento dos trabalhos de
auditoria.
e) exclusivamente, ajustes que modifiquem o parecer de auditoria.

9) (AFRFB/ESAF/2009) A empresa Grandes Negócios S.A. adquiriu a principal


concorrente, após o encerramento do balanço e a emissão do parecer pelos
auditores. No entanto, a empresa ainda não havia publicado suas demonstrações
com o parecer. Nessa situação, a firma de auditoria deve:
a) manter o parecer com data anterior ao evento, dando encerramento aos
trabalhos.
b) obrigatoriamente, rever o parecer considerando o fato relevante.
c) estabelecer que a empresa inclua o evento relevante nas notas explicativas.
d) refazer o parecer considerando as novas informações, determinando nova data
para publicação das demonstrações contábeis.
e) decidir se as demonstrações devem ser ajustadas, discutir o assunto com a
administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias.

Bom pessoal, chegamos ao final desta aula.

Bons estudos e até a próxima aula, sobre auditoria fiscal e sonegação de


receitas!

www.pontodosconcursos.com.br 44

You might also like