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Decreto Estadual 1.940 - 1996 - SERFLOR
Decreto Estadual 1.940 - 1996 - SERFLOR
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, no uso das atribuições que lhe são conferidas
pelo artigo 87, V, e considerando os Artigos 161, incisos I e II, 207, Parágrafo Primeiro,
incisos II, XVII, XVIII da Constituição Estadual e ainda o que dispõe a Lei Estadual nº 10.155
de 1º de Dezembro de 1992, e Artigos 30, 31 e 32 da Lei Nº 11.054 de 11 de Janeiro de
1995 (Lei Florestal Estadual),
DECRETA:
Art. 1º. Fica instituído no Estado do Paraná, o Sistema Estadual de Reposição Florestal
Obrigatória - "SERFLOR".
Art. 2º. Para garantir a renovabilidade e perpetuação dos estoques florestais, as pessoas
físicas e/ou jurídicas, consumidoras de matéria prima de origem florestal, são obrigadas a
efetuar direta ou indiretamente a reposição florestal em quaisquer das modalidades previstas
neste Decreto, em quantidade equivalente ao seu consumo.
CAPÍTULO I
DO REGISTRO DAS PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS
Art. 3º. É obrigatória a inscrição, e sua renovação anual até 31 de março, no Cadastro de
Consumidores de Matéria Prima de Origem Florestal - Cadastro de Consumidores - "CC" do
Instituto Ambiental do Paraná - IAP, das pessoas físicas e jurídicas que extraiam, coletem,
beneficiem, transformem, industrializem, comercializem, armazenem e consumam produtos,
subprodutos ou matéria prima originária de qualquer formação florestal.
I - Que utilizem matéria prima de origem florestal para uso doméstico e/ou em benfeitorias
em sua propriedade;
Art. 6º. Para efetivação da inscrição e sua renovação, e respectiva emissão do Certificado de
Registro - "CR" e do cartão magnético e/ou senha de acesso ao sistema, se for o caso,
deverá o contribuinte comprovar o recolhimento das taxas correspondentes, estabelecidas
em ato normativo do Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
Parágrafo único. O Certificado de Registro - "CR" com validade anual, com vencimento em
31 de março de cada ano, deve ser afixado em lugar visível na sede do estabelecimento e
apresentado à fiscalização, sempre que solicitado, sob pena de sofrer as sanções previstas
neste Decreto.
Art. 7º. As pessoas físicas ou jurídicas, que anteriormente a este Decreto, tiverem registro
similar no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA, não estão desobrigadas de cumprir o disposto neste Decreto.
CAPÍTULO II
DA REPOSIÇÃO FLORESTAL OBRIGATÓRIA
Art. 11. Para o cumprimento no disposto no Artigo 2º deste Decreto, a reposição florestal
obrigatória deverá ser feita com as espécies florestais adequadas e correspondentes à
atividade do consumidor.
Art. 13. Os consumidores, cuja matéria prima seja proveniente de florestas naturais, com
plano de manejo em regime de rendimento sustentado aprovado pelo Instituto Ambiental do
Paraná - IAP, ficam sujeitos à reposição florestal obrigatória, correspondente ao volume
extraído.
Art. 14. Os consumidores cuja matéria prima seja o Palmito (Euterpe edulis), ficam
obrigados à reposição com a mesma espécie.
Art. 15. Ficam isentos da reposição florestal obrigatória no Estado do Paraná, os
consumidores de matéria prima de origem florestal, que utilizem:
III - Frutos, sementes, folhas, resinas, e outros que não impliquem na eliminação de
árvores;
VI - Matéria prima de origem florestal, desde que procedentes de pessoas físicas ou jurídicas
que tenham cumprido as obrigações estabelecidas neste Decreto;
Art. 16. Os consumidores de matéria prima de origem florestal, terão conta específica da
sua reposição florestal obrigatória, onde serão lançados os créditos em árvores, nas formas
previstas neste Decreto.
Art. 17. Os débitos serão lançados à conta do consumidor de matéria prima de origem
florestal, por ocasião da emissão dos selos de transporte - "ST", previstos neste Decreto.
Art. 18. A reposição florestal obrigatória somente poderá ser levada a crédito em conta do
consumidor, quando realizada dentro dos limites territoriais do Estado.
Art. 19. Quando a matéria prima de origem florestal for proveniente de fora do Estado do
Paraná, devem ser observadas, no que couber, as disposições legais pertinentes, mediante
apresentação comprobatória da autoridade florestal do local de origem da matéria prima.
Art. 20. Os consumidores de outros Estados que adquirirem matéria prima de origem
florestal no Estado do Paraná, ficam obrigados às disposições do presente Decreto.
Art. 21. A reposição florestal, poderá ser realizada de forma direta:
Art. 23. Não será permitida, para fins de crédito de reposição florestal obrigatória perante o
Instituto Ambiental do Paraná - IAP, a transferência de créditos e/ou apresentação de
projetos de reflorestamento incentivados e/ou vinculados ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.
§ 1º. Nesse caso, a vinculação dos projetos de reflorestamento junto ao Instituto Ambiental
do Paraná - IAP, não implicará em crédito de árvores na conta específica do consumidor,
ficando ainda o mesmo, ao final da rotação, obrigado à reposição equivalente à área
vinculada, mediante a apresentação de projeto técnico de reflorestamento.
Art. 26. As florestas plantadas destinadas à reposição florestal obrigatória, indicadas através
da apresentação de projeto técnico de reflorestamento, somente serão levadas a crédito
após a efetiva implantação, constatada em vistoria técnica pelo Instituto Ambiental do
Paraná - IAP e realizadas no mínimo 12 (doze) meses após o plantio, mediante solicitação do
interessado.
Art. 27. Por ocasião do registro inicial no Instituto Ambiental do Paraná - IAP, o consumidor
poderá ter creditado em sua conta de reposição florestal obrigatória, o número de árvores
correspondente ao seu consumo do primeiro exercício, mediante a apresentação da proposta
técnica de reflorestamento, com validade para 12 (doze) meses, prazo em que o plantio
deverá estar totalmente efetivado.
§ 1º. O benefício do crédito antecipado de árvores, fica limitado a um único lançamento por
consumidor.
§ 2º. A manutenção do crédito antecipado está condicionada à verificação pelo Instituto
Ambiental do Paraná - IAP do cumprimento da proposta técnica de reflorestamento no prazo
determinado, e a ser confirmado 24 (vinte e quatro) meses após o efetivo plantio das
árvores mediante nova vistoria técnica pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
CAPÍTULO III
DOS RECURSOS FINANCEIROS
Art. 28. Fica criada a conta bancária especial denominada conta de reposição florestal
obrigatória - "CREDIFLOR", movimentada e gerida pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP,
a ser aberta no Banco Oficial do Estado do Paraná, para onde serão recolhidos os recursos
decorrentes da reposição florestal obrigatória na forma de cota, taxa, multa ou outra
modalidade.
Parágrafo único. Do total dos recursos aportados à conta de reposição florestal obrigatória
- "CREDIFLOR", o Estado, através do Instituto Ambiental do Paraná - IAP, aplicará:
CAPÍTULO IV
DAS ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS DE CONSUMIDORES DE MATÉRIA PRIMA FLORESTAL
Art. 32. Por ocasião do seu registro inicial, as associações ou cooperativas de consumidores
poderão receber antecipadamente, o crédito de árvores até o limite do volume do consumo
anual dos seus associados ou cooperados, mediante a apresentação de proposta técnica de
reflorestamento, com validade para 12 (doze) meses, prazo em que o plantio deverá estar
totalmente efetivado.
Art. 33. A manutenção do crédito antecipado está condicionada à verificação pelo Instituto
Ambiental do Paraná - IAP do cumprimento da proposta técnica de reflorestamento, no prazo
determinado e a ser confirmado 24 (vinte e quatro) meses após o efetivo plantio das árvores
mediante nova vistoria técnica pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
§ 2º. No caso previsto no parágrafo primeiro, o Instituto Ambiental do Paraná - IAP lançará
a débito dos consumidores associados/cooperados beneficiados, o valor proporcional ao
saldo negativo em árvores multiplicado pelo coeficiente 1,3 (hum vírgula três) sob a forma
de cota árvore.
§ 3º. Quando constatado, a qualquer tempo, através de vistoria técnica, a não realização de
operações de condução e tratos culturais ou ocorrências que, de alguma forma, reduzam o
número de árvores já creditadas, haverá estorno das mesmas, lançando-se a débito do
associado/cooperado beneficiado o valor correspondente, sob a forma de cota árvore,
multiplicado pelo coeficiente 1,3 (hum vírgula três).
§ 4º. Na hipótese da ocorrência de casos fortuitos, a área atingida deverá ser recuperada.
CAPÍTULO V
DO CONTROLE
Art. 34. São instrumentos de controle das atividades de reposição florestal no Estado do
Paraná:
II - Certificado de Registro;
Art. 35. Fica instituído o Selo de Transporte de Matéria Prima de Origem Florestal "ST",
destinado ao acobertamento do transporte da matéria-prima de origem florestal, antes da
primeira transformação.
Art. 36. O uso do Selo de Transporte de Matéria Prima de Origem Florestal - "ST" é
obrigatório para:
I - Madeira em tora;
II - Torete;
IV - Escoramentos;
V - Palanques roliços;
VII - Mourões;
X - Lenha;
XII - Xaxim;
XIV - mudas, casacas, raízes , cipós ,bulbos ,plantas ornamentais , medicinais e aromáticas
oriundas de florestas naturais.
Art. 37. O Selo de Transporte de Matéria Prima de Origem Florestal - "ST", será o
documento hábil e indispensável para o transporte, numerado sequencialmente, constando o
número do registro do consumidor, o número da informação de corte, informação de
desbaste, autorização de corte ou de manejo florestal e a fração do volume correspondente
do total requerido, juntamente com a codificação de segurança do sistema.
Art. 38. A emissão dos Selos de Transporte de Matéria Prima de Origem Florestal - "ST" se
dará pelo sistema, a partir da qual se fará o débito automático correspondente em número
de árvores na conta de reposição florestal obrigatória específica do consumidor da matéria
prima de origem florestal, não sendo permitido o estorno do débito efetuado.
Art. 39. Os Selos de Transporte de Matéria Prima de Origem Florestal - "ST", serão emitidos
em 02 (duas) vias pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP, em forma de etiqueta
autocolante, com utilização possível apenas uma vez, devendo uma ser afixada na nota fiscal
que acompanha a carga no transporte e a outra na nota correspondente do bloco, para fins
de fiscalização.
Parágrafo único. O consumidor fará jus ao recebimento dos selos de transporte, até o
limite do seu crédito de reposição florestal obrigatória e do documento habilitatório para a
colheita florestal.
Art. 41. A emissão dos selos de transporte para cada consumidor habilitado somente será
possível com a utilização do seu cartão magnético ou senha, procedimento que dará acesso à
conta de reposição florestal do interessado e conseqüente lançamento dos débitos, em
árvores, correspondentes aos selos de transporte emitidos.
Art. 42. Fica instituído no Estado do Paraná, para fins de controle do produto industrializado
de Palmito (Euterpe edulis) ou de outras palmáceas, o Lacre de Controle de Qualidade
Ambiental - "LCQA", a ser afixado, obrigatoriamente, no vasilhame de modo a lacrar o tampo
e o recipiente.
Art. 43. A emissão dos Selos de Transporte de Matéria Prima de Origem Florestal - "ST" e
respectivos Lacres de Controle de Qualidade Ambiental - "LCQA", se dará mediante a
apresentação ao Instituto Ambiental do Paraná - IAP, da respectiva autorização de corte ou
de manejo, fornecida pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
Art. 45. Não será fornecido Selo de Transporte de Matéria Prima Florestal "ST" e Lacre de
Controle de Qualidade Ambiental "LCQA" ao usuário em débito de qualquer natureza com o
Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
Art. 46. Ficam dispensados da utilização de Selo de Transporte de Matéria Prima Florestal
"ST", quando a carga transportada referir-se a:
Art. 47. Fica instituído o Regime Especial de Transporte - "RET" a ser normatizado pelo
Instituto Ambiental do Paraná - IAP, considerando casos especiais.
Art. 48. O trânsito e o consumo de matéria prima de origem florestal proveniente de fora do
Estado do Paraná, deve estar devidamente acompanhado do(s) respectivo(s) documento(s)
legal(is) de origem.
CAPÍTULO VI
DAS PENALIDADES
Art. 49. O não cumprimento das disposições deste Decreto implicará na aplicação, não
cumulativa, pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP, de:
§ 1º. Nas infrações ao disposto nos artigos 3º, 6º, 7º, 10 e 31, implicará em:
§ 2º. Nas infrações ao disposto nos artigos 2º, 13, 14, 20 e 24, implicará em:
§ 3º. O não cumprimento dos artigos 36, 42, 47 e 48, implicará em:
Art. 50. Além das penalidades administrativas previstas nesse Decreto, incumbe ao Instituto
Ambiental do Paraná - IAP, quando for o caso, promover o ajuizamento de Ação Civil Pública,
sujeitando-se ainda, o infrator, às sanções penais cabíveis.
II - O mandante;
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 55. O Instituto Ambiental do Paraná - IAP, como autoridade florestal estadual
determinada pela Lei Estadual Nº. 11.054/95, implantará o Sistema Estadual de Reposição
Florestal Obrigatória no prazo máximo de 06 (seis) meses.
Art. 56. O Instituto Ambiental do Paraná - IAP editará normas e parâmetros suplementares
ao presente Decreto, resolverá os casos omissos, administrará o sistema e destinará os
recursos decorrentes conforme prevê o presente Decreto.
Art. 57. O Instituto Ambiental do Paraná - IAP publicará ao final de cada exercício, os dados
estatísticos gerados através do Cadastro de Consumidores - "CC" e o resultado da aplicação
dos recursos decorrentes deste Decreto.
Art. 58. As despesas decorrentes da implantação do sistema correrão por conta de crédito
suplementar ao Orçamento do Estado.
Jaime Lerner
Governador do Estado
Hitoshi Nakamura
Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos