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a ae | ADMITIDA E DISTRIBUA. SI SE AOS SENY JRES DE ry NPR begga @ Ronasca dd g» DegETADOS REPUBLICA DE MOGAMBIQUE PRIMEIRO-MINISTR¢ Oficio n° IPMI152/2024 Exceléncia, ecclidee 5 Nos termos da alinea e) n.° 7/artigo 182, da Constituigéio da Replica, conjugado com o ne 5 do artigo 122 da Lei n.° 17/2013, de 12 de Agosto, que aprova o Regimento da Assembleia da Republica, alterado e republicado pela Lei n° 12/2016, de 30 de Dezembro, tenho a honra de submeter, em nome do Conselho de Ministros, para apreciagao pela Assembleia da Repiblica, a Proposta de Lei de bases da criacdo, organizagao e funcionamento das Autarquias Locais revoga a Lei n.° 6/2018, de 3 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.° 13/2018, de 17 de Dezembro, aprovada na 18° Sessa Ordindria do Conselho de Ministros, de 01 de Junho de 2021, com o respectivo documento do impacto orgamental. A Senhora Ministra da Administragao Estatal e Fungéo Publica é indigitada para apresentar esta Proposta. Apresento-Ihe os meus respeitosos cumprimentos. Maputo, S de Junho de 2021 Alta Constderago © PRIMEIRO-MINISTRO CARLOS AGOS: }O ROSARIO SUA EXCELENCIA Dra. ESPERANCA BIAS PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA, MAPUTO C.C.: — SEXAMAEFP — SEXA MJACR LMWICN RUA BELMIRO OBADIAS NUIANGA, TELEFONE N° 21426861I3 © 629186150/220/410, FAXIN°21426881, CAIKA POSTAL N? 2604 Inu £P 15298 REPUBLICA DE MOCAMBIQUE PROPOSTA DE LEI DE.BASES DA CRIACAO, ORGANIZACAO E FUNCIONAMENTO DAS AUTARQUIAS LOCAIS E REVOGA A LELN! 6/2018, DE 3 DE AGOSTO, ALTERADA E REPUBLICADA PELA LEI N.° 13/2018, DE 17 DE DEZEMBRO FUNDAMENTACAO No contexto da operacionalizacio da revistio da Constituigio da Repiiblica de 2018, foi aprovada a Lei n." 6/2018, de 3 de Agosto, que estabelece 0 quadro Juridico - legal pata a implantagao das Autarquias Locais ¢ revoga a Lei n.* 2/97, de 18 de Fevereiro. A Loi n.” 6/2018, de’3 de Agosto foi alterada pontualmente ¢ republicada pela Lei n° 13/2018, de 17 de Dezemibro. Tanto a Lei n° 6/2018, de 3 de Agosto, como a Lei n.° 13/2018, de 17 de Dezembro, foram adotadas para atender matérias especificas, relacionadas. com a tealizagdo de cleigdes autarquicas agendadas para o més de Outubro do mesmo ano, harmonizagéio dos prazos de investidura e de termo de mandato dos eleitos que se sobrepunham e conferir competéneias ao Conselho de Ministros para definig&io de actos que.o Conselho Autarquico realiza no ambito da gestiio corrente de assuntos autarquicos, no periodo de transigdo até a investidura de novos érgaos cleitos. Contudo, existem ainda aspectos de suma relevancia que urge ajustar na.Lei em referéncia, dos quais se destacam, dentre outros, os seguintes: v Harmonizagao-com 0 pacote legislative da descentralizagdo; ¥ Harmonizagéo com outra legislagéio especifica; Y Enquadramento na legislagao de aspectos resultantes da experiéncia pritica; Y Transformagdo da Lei n° 6/2018, em. Lei de bases gerais da criago, onganizagio ¢ funcionamento de autarquias locais. F, neste contexto, o Conselho de Ministros, submete a preserite-proposta de Lei de bases das autarquias locais, a Assembleia da Republica, solicitando a sua apreciago positiva. Maputo, Junho de 2021. REPUBLICA DE MOCAMBIQUE PROPOSTA DE LEI DE BASES DA CRIAGAO, ORGANIZACAO E FUNCIONAMENTO DAS AUTARQUIAS LOCAIS E REVOGA A LEIN.’ 6/2018, DE 3 DE AGOSTO, ALTERADA E REPUBLICADA PELA LEIN.? 13/2018, DE 17 DE DEZEMBRO LEN” 72021 Havendo necessidade de estabelecer bases gerais da criagio, organizagiio ¢ fancionamento das auttarquias locais, ao abrigo do disposto no n° 1 do artigo 178, conjugado com o n° 9 do artigo 289, ambos da Constituiggo da Republica, a Assembieia da Repiiblica determina; CAPITULO I Disposigdes Gerais Artigo 1 (Objecto) A presente Lei estabelece os principiose normas que definem as bases gerais de criagao, organizagéio e o funcionamento das autarquias locais. Artigo 2. (Ambito de aplicagio) . A presente Lei aplica-se as autarquias locais. 2. As autarquias locais so pessoas colectivas piblicas dotadas de rgtios representativos prdprios que visam a prossecugao dos interesses das populagdes respectivas, sem prejuizo dos interesses nacionais e da participagdio do Estado. 3. Sdo orgiios das autarquias locais, a Assembleia Autarquica, 0 Conselho Autarquico © o Presidente do Conselho Autirquico. poe aad Artigo 3 (Criagio, extingdio e modifieagio) . As autarquias locais sao criadas e extintas pelo Estado. . A criagdo de autarquias locais ¢ feita em fungio do nivel-de desenvolvimento econémico da respectiva circunscrigaio territorial e & precedida de consulta aos Srgiios de representagdo do Estado na provincia, . A modificagdo da respectiva area ¢ precedida de consulta aos seus érgios e aos “Srgos de representagaio do Estado na provincia. . A-criagio de autarquias locais ea transferéneia de eémpeténcias dos érgios do Estado para as mesmas obedece ao gradualismo, Compete a Assembleia da Repiblica aprovar sob proposta do Govemo a criagio, extingio ¢ modificagdio dos limites territoriais ou nivel de autarquias locais. Artigo 4 (Factores de deciso para criagio, extingaio e modificagSo) . Para a criagdo ¢ modificagao de autarquias locais tem-se em consideragdo os seguintes factores: a) geogrificos, demograficos, econémicos, sociais, culturais e administrativos; b) interesses de ordem nacional ou local; ¢) razBes de orden: histérica ¢ cultural; ¢ 4) avaliag&o da capacidade financeira para prossecugio das atribuigdes que thes estiverem acometidas. Para a extingo de autarquias locais tem-se em consideragdo os seguintes factores: a) convulsdes sociais, b) mau desempenho econémico; ¢) alteragdes na organizagiio administrativa do Pais; 4d} alteragdo da ordem nacional ou local; e e) insustentabilidade financeira para prossecugfio das’ atribuigdes que lhes estiverem acometidas. CAPITULO 0 Principios gerais das autarquias locais Artigo 5 (rincipios) As autarquias locais na sua. organizagiio e funcionamento observam os prineipios de: a) uni de do Estado; b) legalidade; ¢) subsidiariedade; d) justiga e imparcialidade; €) igualdade ¢ da proporcionalidade; f) transparéncia; g) desenvolyimento local participativo. Artigo 6 (Unicidade do Estado) As autarquias locais desenvolvem a sua actividade no quadro da tnicidade do Estado e organizam-se em respeito 4 unidade do poder politico ¢ 40 ordenamento juridico nacional. Artigo 7 (Legalidade) As autarquias locais desenvolvem a sua actividade em estrita obediéncia & Constituiggo da Republica, aos preceitos legais ¢ regulamentares © aos prineipios gerais de direito, dentro dos limites dos poderes que hes estejam atribuidos ¢ em conformidade com os fins para que'os mesmos lhes foram-confetidos. Artigo 8 (Subsidiariedade) Em casos de incapacidade devidamente. comprovada das autarquias locais na tealizagio das respectivas atribuigdes o Estado intervem nos termos da lei. Artigo 9 (Justiga e imparcialidade) No exereicio das suas fungGes e no seu rélacionamento com as pessoas singulares ou colectivas, os Orgies das autarquias locais devem actuar de forma justa impatcial. Artigo 10 (Igualdade e proporcionalidade) 1. Os Srgdos das autarquias locais, nas suas relagdes com os particulares, nio devem privilegiar, beneficiar, prejudicar, privar de qualquer direito ov isentar de qualquer dever juridico nenhum cidad&o por motivo de ascendéncia, sexo, cor, raga; origem étnica, lugar de nascimento, estado civil, religiao, conviegdes politicas ou ideolégicas, instrugi, situagtio econémica ou condigdo social. 2. A proporcionatidade implica que de entre as medidas convenientes para a prossecugéo de qualquer fim legal, os érgios da administragao autérquica devem adoptar as que acarretem consequéncias menos graves para a esfera juridica do particular. CAPITULO IIL Organizagio e funcionamento das autarquias locais Seecdo I Organizagio das autarquias local Artigo 11 (Categorias) 1, As autarquias locais so os niunicipios e as povoagées. 2, Os municipios correspondem A circunscrig&o territorial das cidades e vilas. e As povoagdes correspondem a circunscri¢ao territorial da sede do posto administrativo, = . A lei pode estabelecer outras categorias autérquicas superiores ou inferiores & circunscrigdo territorial do municipio ou.da povoagio. Artigo 12 (Atribuigdes) . As atribuigdes das autarquias locais respeitam os interesses préprios, comuns ¢ especificos das populagdes respectivas e, designadamente: a) desenvolvimento econémico e social local; ‘b) meio ambiente, saneamento basico e qualidade de-viday c) prestagdo de servigos de abastecimento de Agua, forhecimento de énergia eléetica; d) Provimento de servigos de transporte publico; e) satide e acgdio social; f) educagiio; 8) cultura, tempos livres e desporto; h) promogio e desenvolvimento de actividades turisticas; i) urbanizagao, construgiio e habitagdio; }) polfcia da autarquia. RB . A prossecusio das atribuigdes das autarquias locais é feita de acordo com os recursos ao seu alcance e respeita a distribuigdo de competéncias entre os 6rgfios autérquicos © os de outras pessoas colectivas de direito publico, nomeadamente o Estado, as determinadas pela presente Lei e por legislagio complementar. Artigo 13 (Autonomia) L. As autarquias locais gozam de autonomia administrativa, financeira ¢ patrimonial. 2. A autonomia administrativa compreende os seguintes poderes: a) ptaticar actos definitivos ¢ executérios na 4rea da sua circunscrigio ‘territorial; b)criar, organizar e fiscalizat servigos destinados a assegurar a prossecugtio das suas atribuigdes. 3. A aitonomia financeira compreende os seguintes poderes: a) elaborar, aprovar, alterar e executar planos-de actividades e orgamento; b) elaborar e aprovar as contas de geréncia; c) dispor de receitas préprias, ordenar e processar as despesas e arrecadar‘as receitas que, por lei, forem destinadas as autarquias; 4) gerir o patriménio autérquico; e) recorrer a empréstimios nos termos da legislagao em vigor; 4. A autonomia patrimonial consiste em ter patriménio proprio para a prossecugo das atribuig6es das autarquias locais. Artigo 14 (Orgios Autarquicos) As autarquias locais t8m os seguintes orgdos: a) Assembleia Autirquica; b) Conselho Autérquico; ¢) Presidente do Conselho Autarquico. Artigo 15 (Assembleia Autargiiica) 1. A Assembleia Autirquica é um érgiio representative da Autarquia dotado de poderes deliberativos. 2. A Assembleia Autarquica nas cidades e-vilas corresponde a Assembleia Municipal e na Povoacdo.a Assembleia de Povoagao. Artigo 16 (Conselho Autirquico) 1. O Conselho Autérquico € um érgdo executive que responde perante a Assembleia Autarquica e é dirigido por um presidente. . O Conselho Autarquico nas cidades e vilas corresponde.ao Conselho Municipal ena Povoagao 20 Conselho de Povoagio. Artigo 17 (Organizagiio administrativa) n 1. As circuniscrigdes territoriais das autarquias locais, exeeptuando a autarquia da capital do Pais organizam-se em sub unidades territoriais designadas zona administrativa, bairros e quarteirées. 2, Os critérios para a criagiio de sub unidades torvitoriais’ so definidos nos termos a regulamentar pelo Governo, 3. Os drgdos executives das autarquias locais podem estabelecer servigos técnicos administrativos nas sub unidades territoriais inferiores nos termos a regulamentar. Artigo 18 (Enderegamento e toponimia) 1, As autarquias locais em coordenag&o com.os drgdos que superintendem as areas de enderegamento ¢ da toponimia concebem ¢ implementam o Sistema de Enderegamento Postal e 0 Cédigo de Enderegamento Posial. 2. Q Sistema de Enderegamento Postal ¢ 0 Cédigo de Enderegamento Postal sto definidos em legislagao.especifica. 3. As autarquias locais. elaboram as propostas de atribuigao e actializagto de niomes para vias de acesso, pragas, unidades administrativas e outros lugares da, autarquia local, edificios e infra-estruturas sob sta gestdo e submetem ao orgtio que superintende a drea da administragdo local, para efeitos de homologagio pela entidade competente. 4. Os principios, ctitérios e procedimentos para a elaboragao de propostas de nomes geograficos so definidos em legislacao especifica. Artigo 19 (Simbolos autarquicos) . Sao simbolos autarquicos 0 brasao, o selo e a bandeira. » . Os Srgaos executives autérquicos propoem a configuragZo dos respectivos simbolos autarquicos. 3. Os simbolos autérquicos devem consubstanciar as especificidades, potencialidades e projecgées da respectiva autarquia local. - . O instrumento que aprova os simbolos autérquicos.carece de homologagio do ‘rgiio de tutela administrativa do Estado. Secgio IL Funcionamiento das Autarquias Locais Artigo 20 (Mandato) A duragaio do mandato dos érgaos eleitos das autarquias locais é de cinco anos. Artigo 21 (oder regulamentar) As autarquias locais dispdem de poder regulamentar proprio nos limites da Constituicao, das leis e demais regulamentos. Artigo 22 (Dever de fundamentagiio) As decisées ¢ deliberagdes dos érgdos autirquicos que afectem direitos ou interesses legalmente protegidos, imponham ou agravem deveres, encargos ou sanges, sdo expressamente fundamentadas. Artigo 23 (inéompatibilidades) 1. O exereicio de fangdes nos orgios de autarquias locais ¢ incompativel coma qualidade de: a) Deputado da Assembleia da Reptiblica; b) Membro do Governo; ©) Juiz conselheiro, do Conselho Constitucional; d) Provedor de justiga; e) Procurador-Geral da Reptiblica; 1) Procurador-Geral Adjunto: ) Magistrado em efetividade de fungdes; h) Membro das forcas militar ou paramilitares ¢ elementos das forgas de defesa € seguranga pertencentes aos quadros permanentes no activo; i) Diplomata de carreira em efectividade de fungSes; J) Membro de Conselho ou Comissao criados pela Constituigdo da Repiiblica e legislagao ordindria k) Reitor de Universidade Piblica ¢ outros estabelecimentos de ensino superior piiblico; 1) Titulares e membros dos orgtios de governagiio desceniralizada provincial ¢ distrital; ‘m) Titulares dos orgaos do Estado a nivel local. 2. A qualidade de membto do Consetho Autdrquico é incompativel com 0 exercicio da fung’o de membro da Assembleia Autarquica. Artigo 24 (Publicidade dos actos) 1. As deliberagdes e decisdes dos érgfos das autarquias locais so piblicas, mediante afixagdo, durante trinta dias consecutivos na sede da autarquia. 2. Os érgios das autarquias locais promovem a criag&o de um sistema adequado de informagao sobre a actividade publica autarquica. Artigo 25 (Quadro de pessoal) 1. As autarquias locais dispdem de quadro de pessoal proprio, organizado de acordo com as respectivas necessidades permanentes. 2. © quadro de pessoal carece de ratificagdo. Artigo 26 (Regime de pessoal) 1. E aplicavel aos funcionérios e agentes da administrag&o autdrquica, o regime dos fimcionarios ¢ agentes do Estado. 2, Em casos de necessidade, as autarquias locais. podem solicitar ao Estado recursos humanos disponiveis para o seu funcionamento. 3. As autarquias locais é admissivel a celebragdio de contratos 20 abrigo da.Lei do Trabalho, quando necessirio, desde que seja compativel com a natureza das fung6es a desempenhar. Artigo 27 (Fransferéncia de competéncias) A transferéncia de competéncias de érglos do Estado para érgfios autarquicos deve ser acompanhada pela correspondente transferéncia de recursos financeiros, humanos ¢ patrimoniais. Artigo 28 (Representagaio do Estado) A Adininistragdo do Estado mantém a sua representago tia circunscrigao territorial cuja area de jurisdigao coincide, total ou parcialmente, com a da autarquia local. Artigo 29 (Policia autirquica) 1. As autarquias locais criam servicos de policia autarquica especialmente vocacionada para 0 exercicio exclusivo de fungées administrativas. 2. A organizacto e funcionamento da policia autarquica sdo estabelecidos nos termos a regulamentar. Artigo 30 (Servigos Autérquicos de Salvagdio Publica) - As autarquias locais eriam servigos autarquicos de salvago publica, ouvido 0 Governo. 2. A oxganizacdo ¢ funcionamento dos servigos autérquicos de salvagao piiblica sio estabelecidos 10s termos a regulamentar. 10 Artigo 31 (Servicos Auténomos e Empresas Publicas Autarquicas) . As autarquias locais ctiam servigos auténomos ¢ empresas piblicas autérquicas para satisfaigao de necessidades colectivas das respectivas populagdes. . Compete & Assembleia Autirquica aprovar a criagdo de servigos auténomos e empresas publicas autérquicas referidas no némero anterior, mediante proposta fundamentada do competente 6rgdo. executivo. Artigo 32 (Tutela) As autarquias locais esto sujeitas a tutela administrativa ¢ financeira do Estado, nos termos da lei, n Artigo 33 (Articulagio ¢ coordenagio) . As autarguias locais articulam e coordenam os seus planos, programas, projectos e accSes com os Grgdos executivos de govemastio descentralizada provincial compreendidos no respectivo territério, visando a realizagio harmoniosa das suas atribuigdes, - Os érgios das autarquias locais e os érgios exccutivos de governagio descentralizada provincial realizam encontros periddicos de articulagio sobre os seus programas ¢ planos de actividade. Artigo 34 (Autoridades comunitarias) . As autoridades comunitirias sfio os chefes tradicionais, secretarios de bairro ou aldeia © outros lideres legitimados pelas respectivas comunidades ou grupo social.¢ reconhecidas pelo Estado que exerce determinada autoridade sobre as mesmas. . No desempenho das suas fimedes administratives os ongdos das autarquias locais articulam com as autoridades comunitétias, auscultando opinides sobre a melhor maneira de mobilizar ¢ orgnizar a participagiio das comunidades locais na prossecussio e implemehtagao de programas e planos econémicos, sociais e culturais em prol de desenvolvimento local. ett 3. O reconhecimento das autoridades comunitérias 6 feito pelo representante do Estado da respectiva area de jurisdigao. 4. O Estado fixa o subsidio a ser atribuida.as autoridades comunitérias ¢ aprova o modelo de fardamento das mesmas. Artigo 35 (Responsabilidade civil e criminal) As auitarquias locais réspondem civil e criminalmente perante terceiros pela violagéo dos direitos destes ou das disposigdes destinadas a proteger 0s seus interesses, resuiltantes dos actos ilicitos praticados com dolo ou mera culpa pelos respectivos érgfos e agentes administrativos no exercicio das suas fangdes e por causa desse exercicio nos termos e na forma prescritos na lei. CAPITULO IV Autarquia Local de Municipio SECCAOT Designagio e érgtios municipais Artigo 36 (Designagaio) O Municipio designa-se pelo nome da respectiva Cidade ou Vila. Artigo 37 (Orgaos Municipais) Sio érgdos do municipio: a) Assembleia Municipal; b) Conselho Municipal; ©) Presidente do Conselho Municipal. SECGAO I Assembleia Municipal Artigo 38 (Defini¢io) A Assembleia Municipal ¢ 0 érgio representativo do municipio dotado de poderes deliberativos. Artigo 39 (Constituigaio) A Assembleia Municipal é constituida por membros eleitos por sufragio universal directo, igual, secreto, pessoal e poriddico dos cidadaos eleitores residentes na circunserigao territorial da Autarquia. Artigo 40 (Composigio) 1. A composica’o da Assembleia Municipal depende do ntimero de eleitores, sendo: a) 13 membros quando o nimero de eleitores for igual ou inferior a 20.000; b) 17 membros quando o niimero de eleitores for igual ou superior a 20.001 ¢ inferior a 30.000; c) 21 membros quando o mimero de eleitores for igual ou superior a 30,001 inferior a 40.000; d) 31 membros quando o ntimero de eleitores for igual ou superior a 40,001 e inferior a 60.000; 2) 39 membros quando o niimero de eleitores for igual ou superior a 60.000. 2. Nos municipios com mais de: 100.000 eleitores, 0 nimero de membros referido na alinea e) do nimero 1 do presente’aitigo 6 aumentado para mais um por-cada 20.000 gleitores. 13 Artigo 41 nstalagiio da Assembleia Municipal) A instalacdio da Assembleia Municipal é feita pelo Juiz do Tribunal Judicial da respectiva circunscrigtio autarquica, Artigo 42 nvestidura) Compete ao Conselho de Ministros a marcacgao da data de investidura da Assembleia Municipal. Vv .. A investidura da Assembleia Municipal é procedida pelo Juiz do Tribunal Judicial da Cidade, quando se trata de Municipio da Cidade de Maputo, pelo Juiz do Tribunal Judicial das capitais provinciais ¢, pelo Juiz do Tribunal Judicial de Distrito quando se trate de outras cidades e vilas, apés a validagdo e proclamagao dos resultados éleitorais, pelo Conselho Constitucional. » . A Assembleia Municipal & investida até sete dias apés 0 fim do mandato da Assembleia municipal em exercicio. 4, No caso de dissolugio da Assembleia municipal ou alteragéo da sta composigao, a nova Assembleia municipal é investida até sete dias apés a validagko e proclamagdo dos resultados eleitotais, pelo Conselho Constitucional. 5. O acto de investidura da Assembleia Municipal realiza-se. estando presentes mais de metade dos membros eleitos. 6. No acto da investidura, 0 Juiz do Tribunal Judicial verifica a identidade & legitimidade dos eleitos, designando, dentre os presentes, quem redige ¢ subscreve a acta da ocorréncia, que é assinada pelo Juiz e pelos membros presentes da nova Assembleia Municipal. 7. O membro ausente no acto de investidura e que nao apresente justificago no prazo de trinta dias subsequentes a investidura perde o mandato. wo uv a 2 Artigo 43 (Substituigiio de membros) .. Em caso de morte, rentncia, perda de mandato, suspensdo ou qualquer outra razao que implique que um dos membros da Assembleia Municipal deixe de fazer parte dela, a sua substituigfo ¢ feita pelo membro suplente imediatamenie a seguir na respectiva lista. A comunicacao da substituigio é feita por escrito, pelo Presidente da Assembleia ao membro substituto, antes da sessdo ordinaria ou extraordinaria que se seguir e a raziio que justificou a substituigdo. . A cessagéo da suspensio de mandato do membro da Assembleia Municipal é solicitada, por escrito, 4 Mesa da Assembleia. . A retoma de assento do membro da Assembleia Municipal que se encontrava em suspensiio de maridato implica a cessago automatica de fungdes do respective suplente. Esgotada a possibilidade de substituigao prevista no nimero 1 do preserite artigo, e desde que néo esteja em efectividade de fungdes dois tergos do nitmero de membros que constituem a Assembleia, o Presidente da Assembleia Municipal communica o facto ao éreio que superintende a area da administragio- local e este ao Conselho de Ministros para convocagao de eleigdo intercalar no prazo de quarenta e cinco dias, ouvida a Comissto Nacional de Eleigdes. . Asnovas eleigdes devem ocorrer entre 0 segundo ¢ 0 terceiro més apés a data da marcagéio. . Anova Assembleia Municipal completa o mandato da anterior. . A eleiggo da nova Assembleia Municipal implica a eleigao do novo Presidente do Conselho Municipal. . Se o periodo em falta para o termo do mandato da Assembleia Municipal for igual ou inferior'a doze meses nao se realizam eleigdes. 15 Subseegaio I Competéncias da Assembleia Municipal Artigo 44 (Competéncias gerais da Assembleia Municipal) 1, Sao Competéncias gerais da Assembleia Municipal: a) pronuneiat-se e deliberar, no quadro das atribuigdes municipais, sobre os assuntos e as questdes fundamentais. de interesse para o desenvolvimento econémico, social ¢ cultural da comunidade municipal, visando A satisfago das necessidades colectiva das popuilagdes, bem como acompanhar e fiscalizar a actividade dos demais érgios dos servicos e empresas municipais: b) aprovar o plano de actividades e suas revisdes; c) aprovar anualmente o relatério, o balango e a conta de geréncia; 4) aprovar regulamentos; ¢) aprovar’o plano de desenvolvimento municipal; 4) criar ou extinguir a unidade de policia municipal ‘e corpos de bombeiros municipais; ) aprovar os quadros de pessoal dos diferentes servigos do municipio; h) aprovar o plano de estrutura e de um modo geral os planos de ordenamento do territério bem como as regras respeitantes & urbanizagdo e construgdio nos termos da lei; i) demitir o Presidente do Conselho Municipal, nos termos da lei; J) ser ouvida, quando solicitada pélo Conselho de Ministros, sobre a Mmodificagdo de limites, criago extingdo de novas autarquias locais que afectem a respectiva drea de jurisdigao; k) conceder autonomia administrativa e financeira servigos ou sectores funcionais e autorizar 0 Conselho Municipal a criar etapresas municipais ou. participar em empresas interautérquicas; 16 1) autorizar 0 Conselho Municipal a outorgar a exploragao de obras. services em regime de concesso, nos termos e prazos previstos.na lei; m)estabelecer a configuragio do brasio, selo e bandeira da autarquia local: n) deliberar sobre propostas de atribuigdio ou alteragdo de nomes de vias de acesso, pragas, unidades administrativas e outros Jugares da autarquia local, bem como de edificios ¢ infra-estruturas sob gestfio do municipio; 0) criar e atribuir distingdes e medalhas autérquicas; p) exercer os demiais poderes conferidos por lei, nomeadamente pela legislagto avulsa destinada 2 corporizar a autonomia administrativa em éreas até aqui dependentes dos departamentos locais, provinciais ou gentrais do Estado. 2. As propostas referentes as alineas b) e c) do mimero 1 do. presente artigo, apresentadas pelo Orgio executivo competente, nao podem ser alteradas pela Assembleia Municipal ¢ carecem da devida fundamentagdo quando rejeitadas, podendo © érgao executive proponente reformular a proposta de acordo com ‘sugestdes e recomendagies feitas pela Assemb Artigo 45 (Competéncias em matérias de funcionamento) So competéncias da Assembleia Municipal em matérias de funcionamento: a) eleger, por voto secreto, a Mesa; b) elaborar e aprovar o respectivo Regimento; ©) deliberar sobre © preenchimento, pelos suplentes, as vagas verificadas na Assembleia; 4) deliberar sobre a cessagao, suspensio © perda de mandato do membro da Assembleia; e) convocar o Conselho Municipal, f) criar comissbes de trabalho; g) criar grupos de trabalho. Artigo 46 (Competéncias em matéria financeira) 1, Sao competéncias da Assembleia Municipal em matéria financeira: a) aprovar posturas; 'b) aprovar o orgamento do municipio’e as suas revisdes; ©) fiscalizar a execugio do plano ¢ orgamento do Conselho Municipal ¢ o respectivo balango; d) aprovar anualmente a conta de geréncia; 2) aprovar a celebragéio, com o Estado de contratos-programa ou de desenvolvimento ou de quaisquer outros que visem a transferéneia ou exercicio de novas competéncias pelos municipios; £) aprovar a patticipagdo do municipio no capital de reconhecido ‘interesse piblico local; g) fixar notmativamiente, as condigdes em que o municipio, através do Conselho Municipal, pode alicnar ou onerar bens iméveis proprios; h) fixar limites orgamentais pata aquisigiio de bens iméveis préprios pelo Conselho Municipal; i) estabelecer taxas autérquicas detramas e outras receitas propria e fixar os respectivos limites orcamentais nos termos da lei; J) fixar tarifas de prestag8o de servigos ao publico; k) fixar-tarifas pela prestagdo de servigos ao piblico através de meios proprio no fmbito da recolha, depésito e.tratamento de residues sélidos, conservagia € tratamento de esgotos, fornecimento de agua, energia eléctrica, utilizagao de matadouros. municipais, manuteng&o de jardins e mercados, transportes colectivos de pessoas e mercadorias, manutenc&o de vias, funcionamento de cetnitérios, 2, Em. caso de nao aprovasiio da proposta do orgamento da autarquia é reconduzido 0 do exerefeio econémico anterior, com, os limites nele definido, incluindo as revisées 18 vetificadas ao longo do exercicio, mantendo-se assim, em vigor, até a aprovagao do novo orgamento. Artigo 47 (Competéneias em matéria de gestio ambiental) Sto coimpeténcias da Assembleia Municipal em miatérias de gestio: a) aprovar 9 plano ambiental e zoneamento ecolégico do municipio: ‘b) aprovar programas de incentivos a actividades protectoras ou reconstituintes das condigées ambientais; ©) aprovar programas de uso de energia altemnativa; d) aprovar processos para a remogiio, tratamento e depésito de residuos sélidos, incluindo os dos hospitais ¢.0s.téxicos; ) aprovar programas de florestamento, plantio e consetvagao de arvores de sombra; f) aprovar programas locais de gestdo de recursos naturais; g) aprovar normas definidoras de muitas e outras sangdes ou encargos que onerem actividades especialmente poluidoras na rea do municipio; h) aprovar programas de difustio de meios de transporte nao poluentes; i) aprovar o estabelecimento de reservas municipais; J) aprovar propostas e pareceres sobre a definiggo € estabelecimento de zonas protegidas, Artigo 48 (Competéncias em matéria de relacionamento com o Conselho Municipal) Séo competéncias da Assembleia Municipal em matéria de relacionamento com 0 Conselho Municip: a) fixar o ntimero de vereadores de acordo com a composigdio do Conselho Municipal; 19 b) autorizar 0 Presidente do Conselho Municipal a assinar convénios de gemelagei com municipios congéneres estrangeiros, ouvido o érgfio que superintende a area de cooperago internacional; ©) vetificar as situagdes que consubstanciam impedimento temporirio ou definitive do Presidente do Conselho Municipal, declarar ¢ comunicar‘o facto a entidade com poder tutelar, d) apreciar, em cada sesso ordinéria, uma informagao eserita do Presidente do Corisetho Municipal acerca do estado de cumprimento do seu plano de actividades; e) solicitar a qualquer momento ¢ receber, através da Mesa, informagées sobre assuntos de interesse pata os muniéipios e sobre a execugao de deliberagdes anteriores; f) tomar posigdo perante os érgios do Estado e outras entidades. publica sobte assuritos de interesse para o municipio devendo, para o efeito, ser por aqueles constltada; 8) pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que digami respeito aos interesses da antarquia local Subseccao I Sessées da Assembleia Municipal Artigo 49 (SessGes ordindrias) . A Assembleia Municipal realiza cinco sessdes ordindtias por ano. - Duas das sessdes ordindrias indicadas no mimero | do presente artigo destinam- se, @ aprovago do relatério de contas do ano anterior e & aprovacao do plano de actividades e do orgamento para o ano seguinte, respectivamente. - O calendério das sessées ordindrias é fixado pela Assembleia Municipal na primeira sesso ordinaria de cada ano. . Compete ao Presidente da Assembleia Municipal convocar as sessées da Assembleia Municipal com base no calendério fixado de acordo com o niimero 3 do presente artigo. Artigo 50 (Sessdes extraordinarias) 1, A Assembleia Municipal pode reunir-se extraordinariamente, por iniciativa do seu Presidente, por deliberagiioda Mesa ou a requerimento: a) do Conselho Municipal; b) de 50% dos membros da Assembleia em efectividade de fiuncdes; ‘¢) de pelo menos 5% de cidadaos eleitores inscritos no recenseamento eleitoral do municipio; 4) do Presidente do Conselho Municipal, a pedido do membro do Conselho de Ministros:com poderes de tutela sobre as autarquias locais, para apreciagio de questdes suscitadas pelo Governo, Rn O Presidente da Assembleia Municipal convoca a sesso no prazo de dez dias a contar da data de tomada de conhecimenio da jniciativa, devendo a mesma realizar-se no prazo de trinta dias a contar da data da convocaciio. 3. Nas sessdés extraordindrias siio tratados apenas os assuntos constantes da respectiva convocatéria, Artigo St (Quérum) 1. A Assembicia Municipal sé pode deliberar estando presentes mais de metade dos seus membros em efectividade de fungées. 2. Nos casos em que as sessdes ndo se efectuarem por inexisténcia de quérum ha lugar ao registo das presengas ¢ das auséncias no livro de actas. Artigo 52 (Deliberagio) -_ As deliberagées sfio tomadas na pluralidade de votos. 2. O Presidente da Assenibleia Municipal goza de direito de voto de qualidade em caso de empate, a1 Artigo $3 (Forma de votacao) . A votacao ocorre da seguinte forma: a) Porcartiio de voto levantado; b) Porescrutinio secreto. 2. Os procedimentos de votagao constam do respectivo Regimento Artigo’54 (Actas) . As matérias debatidas em sede das sess6es sfio lavradas em actas, 2, As actas que registem o essencial que tiver pasado nas reunides, as faltas verificadas, as deliberagées tomadas € as posigdes por elas assumidas sio lavradas nos tefmos do regimento. Artigo 55 (Lingua de trabalho) . A lingua de trabalho da Assembleia Municipal ¢ a oficial da Republica de Mogcambique. 2. O membro da Asseinbleia Municipal tem o direito de se expressar em qualquer das linguas nacionais, devendo se providenciar, neste caso, a tradugao para a lingua de trabalho. Artigo 56 (uragao das Sesses) A duragio das sessdes da Assembleia Municipal é determinada pelo seu Regimento. Artigo 57 (Participagao nas sessdes da Assembleia Municipal) Participam nas sessdes da Assembleia Municipal, mas sem direito a voto: 2) O Presidente do Consetho Municipal ou seu substituto: b) Os vereadores, quando forem convocados especificamente; c) O Representante do drgio de tutela administtativa. 22 Artigo 58 (Participagao nas sessdes da Assembleia Municipal do representante do érgio tutelar administrativa) 1. O representante do 6rgdo tutelar participa nas sessdes ordindrias e extraordindrias da Assembleia Municipal sem direito a voto. 2. Para o efeito do disposto no niimero 1 do presente artigo, o Presidente da. Municipal remete ao representante do érgao tutelar. a proposta do calendatio das sessdes ordinarias, logo que esteja aprovado na primeira sessdo do érgio ¢ a comunicagao de cada sesso com a respectiva proposta de agenda de trabalhos com a antecedéncia minima de quinze dias relativamente 4 data do inicio da sessio, 3. O Presidente da Assembleia Municipal reserva um furido de tempo ao brgzio de tutela para que este apresente, se entender necessirio, informagées sobre os assuntos da agenda de trabalhos estritamente relacionados com a administragiio autarquica ¢ que tenham também relagiio directa ¢ imediata com as actividades do érgtio.de tutela, Artigo 59 (Publicidade das Sessées) As sessdes da Assembleia Municipal sao piblicas. Subsecetio UT Mesa da Assembleia Municipal Artigo 60 (Composig%o ¢ funcionamento da Mesa) I. A Mesa é composta por um Presidente, um Vice-Presidente ¢ um Secretério eleitos pela Assembleia Municipal, de entre os seus membros, por escrutinio secreto. 2. A Mesa é eleita por periodo do mandato, sem embargo de seus membros poderem ser substitiidos pela Assembleia Municipal, em qualquer momento, por deliberagio da maioria absoluta. 3. © Presidente € substituido, nas suas auséncias ¢ imipedimentos, pelo Vice- Presidente. 23 4, O Seeretatio & stibstituido, nas suas auséncias e impedimentos, pelo membro designado pela Assembleia Municipal. 5. Na auséncia de todos os membros da Mesa, a Assembleia Municipal elege, por voto secreto, uma Mesa ad hoc para presidir a essa sessio. Artigo 61 (Competéncias da Mesa) Compete a mesa da Assembleia Municipal: a) assegurar 0 funcionamento da Assembleia Municipal no intervalo das sessdes; ) preparar a proposta de agenda das sess6es plendrias; ¢) coordenar as actividades da plendria € das comissdes de trabalho; d) assegurar 4 articulagio entre a Assembleia Municipal e as instituigdes ptiblicas; 6) preparar as sessdes da Assembleia Municipal; f) proceder & marcagao de faltas dos membros da Assembleia Municipal e apreciar a justificagao das mesmas; g) submeter ao plendrio a proposta de programa anual da Asseinbleia Municipal; h) propor a criagtio de comissées ¢ grupos de trabalho; i) apreciar as petigdes, sugestdes, queixas ¢ reclamagdes apresentadas pelos municipes; J) controlar e garantir © cumprimento das deliberagdes da Assembleta. Municipal; k) apreciar os pedidos de suspensao de mandato e as declaragdes de rentincias ao mandato de membro da Assembleia Municipal; 1) apreciar os pedidos de informagdes dos membros e das comissées de trabalho da Assembleia Municipal e enviar as entidades visadas; m)assegurar a elaboragdo. de actas e sinteses das sessdes da Assembleia Municipal; ¢ m) assegurat © envio. de documentos aprovados pela Assembleia Municipat aos érgaos de tutela ¢ outros previstos na lei. 24 Artigo 62 (Periodicidade e convocacao de reunides) . A Mesa da Assembleia Municipal retne-se, ordinariamente.duas vezes por més e, extraordinariamente, sempre que necessirio. . As reunides da Mesa da Assembicia Municipal séo. conyocadas e presididas pelo respectivo Presidente. Artigo 63 (Forma dos actos da Mesa) . Os actos praticados pela Mesa da Assembleia Municipal tomam. a forma de deliberagaio. . As deliberagdes da Mesa da Assembleia Municipal tém cardcter interno. Artigo 64 (Competéncias do Presidente da Assembleia Municipal) Compete.ao Presidente da Assembleia Municipal: a) representat a Assembleia Municipal; b) convocar as sessdes ordindrias e extraordindrias; ©) ditigir os trabalhos e manter a disciplina das sessdes; 4) -exercer os demais poderes que Ihe sejam conferidos por lei e pelo Regimento da Assembleia. Antigo 65 (Competéncias do Secretirio de Mesa) 1. Compete ao Sectetério de Mesa: a) secretariar as sesses; b) lavrar e subsctever as respectivas actas que séo também assinadas pelo Presidente da Assembleia Municipal; ¢ c) assegurar a tramitagdo do expediente. 25 2. No exercicio das suas fungdes o Secretério de Mesa e assistido por um corpo de funcionérios afectos pelo conselho municipal. Subsecgao IV (Faltas justificadas e injustificadas) Artigo 66 (Faltas justificadas) Consideram-se justificadas as faltas por motivo de: a) doenga: b) maternidade; c) casamento; d) luto; €) motivos ponderosos nfo imputéyeis ao tembro. Artigo 67 (Efeitos da falta injustificada) 1. Cada falta injustificada as actividades da Assembleia Municipal implica desconto da correspondente remuneragio didria. 2. O total dos descontos referido no niimero anterior nfo deve exceder 1/3 da remunerac&o mensal. 3. O valor descontado ao membro reverte-se aos:cofies do Muni 4, Quando o membro da Assembleia Municipal tenha faltado a tés sessbes seguidas ou seis interpoladas perde o mandato. Sccgio I Conselho Municipal Artigo 68 @efinigao) Conselho Municipal é 0 érgio executive do Municipio, 26 Artigo 69 (Composigiio) 1. © Conselho Municipal tem a seguinte composicao: a) Presidente do Conselho Municipal; b) Vereadores; 2. Os vereadores sfio nomeados pelo Presidente do Conselho Municipal. Artigo 70 (Constituicéo) 1, A constituigio do Conselho Municipal depende do ntimero de habitantes do respectivo municipio, sendo: a) 11 membros para os municipios de populaciio superior 2 200 000 habitantes; b) 9membros para os de populacio compreendida entre 100 000 e 200 000 habitantes; c) 7 meinbros para os de populagao compreendida entre 50 000 e 100.000 habitantes; 4d) 5 membros para os de populagtio inferior a 50-000 habitantes, 2. O vereador & encarregue pela superintendéncia de uma ou mais unidades administrativas do municipio, sem prejuizo do poder geral de coordenasao superintendéncia do Presidente do Conselho Municipal. 3. O regime dos vereadores a tempo inteiro ou parcial é definido pelo Presidente do Conselho Municipal. Artigo 71 (Designagiio ¢ cessagio de fungao de vereador) © Presidente do Conselho Municipal pode designar vereadores de entre membros da Assembleia Munitipal, funcionériés piiblicos afectos ao Conselho Municipal, fora do Municipio ou outros cidados. a 2. A designacio de vereadores que nao sejam membros da Assembleia Municipal nem funcionérios da Administragao Publica obedece a critérios a regulamentar. . O membro da Assembleia Municipal que tenha sido designado para exercer as fungdes de vereador suspende o seu mandato, sem sujeigao ao prazo de trezentos sessenta ¢ cinco dias considerado na presente Lei para perda de mandato. 4, O vereador cessa as suas fungdes. na data da tomada de posse do novo Presidente do Conselho Municipal. Artigo 72 (Competéncias do Conselho Municipal) Compete'ao Conselho Municipal: a) tealizar tarefas e programas econémicos, culturais e sociais de interesse local definidos pela Assembleia Municipal, nos termos da lei; b) coadjuvar o Presidente do Conselho Municipal na execugiio e cumprimento das deliberagdes da Assembleia Municipal; c) participar na execugao do plano de actividades e do orgamento de acordo com os prineipios da estrita disciplina financeira; d) apresentar & Assembleia Municipal propostas e pedidos de autorizagiio exercer as competéncias autorizadas no ambito das matérias relatives a organizagao e funcionamento do Conselho Municipal; ©) fixar um valor a partir do qual a aquisigao de bens méveis depende de uma deliberagio sua: 8) alienar ou onerar bens méveis proprios do Conselho Municipal; g) aceitar doagdes, legados e herangas; h) deliberar sobre as formas de apoio a organizages nio governamentais @ outros organismos que prossigam fins de interesse publico no munic: i) propor a instincia competente a declaragiio de utilidade publica, para efeitos de expropriagiio; 28 j) exercer os podres ¢ faculdades estabelecidas na Lei de terras © no seu Regulartiento; 1k) conceder licencas para construco, reedificagdo ou conservagio, bem como aprovar os respectivos projectos, nos termos da lei; 1) ordenar apés vistoria, a demoligao total ou parcial, ou beneficiagao de construgdes que ameacem ruina ou constituam perigo para a. satde ¢ seguranga das pessoas; m) conceder licengas pata estabélecimentos insalubres, incémodos, perigosos ou toxicos, nos termos da lei; 1) deliberar sobre a administragdo de Aguas piblicas sob sua jurisdigao; 0) deliberar sobre tudo © que interessa A seguranca e. fluidez da circulagao, transito e estacionamento nas ruas e demais lugares nas ruas e demais lugares piblicos ¢ que n&o se insira na competéncia de outros érgZos ou entidades; p) estabelecer a numeragdo dos edificios e aptesentar & Assernbleia Municipal propostas de atribuigio e ou alteragdo de nomes para vias de acesso, pracas, unidades administrativas e outros lugares da autarquia local, bem como de edificios e infra-estruturas sob sua gestio; q) deliberar sobre a deambulagao de animais vadios ou de espécies bravias e miecanismos organizativos de enquadramento. Antigo 73 (Sessées do Conselho Municipal) A periodicidade das sessdes e 0 processo de deliberaco do Conselho Municipal so definidos por regulamento interno. 29 Seceiio IV Presidente do Conselho Municipal Artigo 74 (Definigao) O Presidente do Conselho Municipal & 0 argo executivo singular do Municipio. Artigo 75 (Eleigfio) 1. Beeleito Presidente do Conselho Municipal, o cabesa de lista do partido politico, coligagtio de partidos politicos ou grupo de cidadios eleitores que obtiver maioria de votos nas eleig&es para a Assembleia Municipal. 2. A eleic&o do Presidente do Conselho Municipal ¢ regulada em lei especifica. Artigo 76 (Posse do Presidente do Conselho Municipal) O Presidente da Assembleia Municipal confere posse ao Presidente do Conselho Municipal no mesmo dia da investidura da Assembleia Municipal. Artigo 77 (Competéncias do Presidente do Conselho Municipal) 1, Compete ao Presidente do Conselho Municipal: a) ditigir a actividade corrente do municipio, coordenando, orientando e ‘superintendendo a acgao de todos os vereadores: b) dirigir e coordenar o funcionamento do Conselho Municipal; c} exercer todos. os poderes conferidos por lei ou por deliberagio da’ Assembleia Municipal. 2. Ao Presidente do Conselho Municipal compete ainda: a) representar o municipio em juizo e fora dele; b) executar e velar pelo cumprimento das deliberagées da Assembleia Municipal; ¢) escolher, nomear e exonerar; 30 d) coordenar e controlar a execugdo das deliberagdes’ do Conselho Municipal; ¢) orientar a elaboragao e participar na execugao do orcamento autérquico, autorizando 0 pagamento de despesas, quer resultem de deliberagao do Conselho Municipal, quer resulte da decistio propria; £) assinar ou visar a correspondéncia do Conselho Municipal com destino a qualquer entidade pablica ou privada; g) assinar convénios de gemelagem com municipios congéneres estrangeiros, apés a autorizagao pela Assembleia. Municipal ¢ ouvide érg&o que superiniende a area de cooperagdo internacional; h) representar os Grgios executivos do municipio perante a Assembleia Municipal e responder pela politica e linha programatica seguida por esses Orgdos; 3) adquirir os bens méveis. necessérios ao funcionamento regular dos servigos desde que o seu custo se situe dentro do limite fixado. pela Assembleia Municipal; J) mandar publicar as decis6es que disso caregam nos locais de estilo; X) dirigir 0 servigo municipal de protecgao civil, em coordenago com as estruturas nacionais; 1) praticar os actos administrativos de gestio dos recursos humanos do municipio; mm) modificar ou revogar os actos praticados por funciondrios autérquicos; n) outorgar contratos necessérios ao fuuncionamento dos servigos; 0) efectuar contratos de seguro; p) instaurar pelitos ¢ defender-se neles, podendo confessar, desistir transgir ou aceitar composigao arbitral; q) promover. todas as acgdes necessérias & administragdo cortente do pattiménio do patriménio autérquico ¢ A sua conservagdo, assegurando a actualizagao do cadastra dos bens méveis e.iméveis do municipio; ) garantir a execugiio das obras e intervengdes de responsabilidad directa do municfpio que constem dos planos aprovados pela assembleia municipal e que tenham cabimento adequado no orgamento relative a0 aL ano de execugao das mesmas, bem como a inspecgo nos termos da lei da regulamentago autdrquica especifica; 8) outorgar contratos necessirios 4 execugSo das obras referidas na alinea anterior; t) conceder licengas para habitag&o ou para.outra utilizagio de prédios que precisam de grandes modificagdes mandando proceder & verificagao, por comissées especializadas, das condigdes de habitabilidade e de conformidade com projecto aprovado de acordo com a regulameritagio especifica; u) ordenar 0 embargo ou a demolig&o de quaisquer obras, construgdes ou edificagées efectuadas por particulares, sem observinoia da leis v) ordenar 0 despejo sumério de prédios expropriados ou cuja demoliso ou beneficiag&o tenha sido deliberada nos termos da lei; w) conceder terrenos nos cemitérios municipais para jazigos e sepultutas perpétuas; x) conceder licengas.policiais ou fiscais de harmonia com o disposto nas Icis, regulamentos e posturas; y) exercer as fungdes de depositirio de bens do patriménio cultural na area sob sua jurisdigao; 2) exercer as fungdes de chefe de policia municipal, quando exista; aa)submeter ao érgdo que superintende a 4rea da administragio local, apés deliberagio da Assembleia. Municipal, as propostas de atribuigao ou alterag&o de nomes de vias de acesso, pragas, unidades administrativas outros lugares da autarquia local, edificios ¢ infra-cstruturas sob gestio do Conselho Municipal para efeitos de homologagdo pela entidade competente. 3. Em caso de urgéncia e em circunstancias em que o interesse publico autdiquico excepeionalmente 0 determine, 0 Presidente do Conselho Municipal pode praticar actos sobre matérias da competéncia do Conselho Municipal. 4. Os actos referidos no niimere 3, do presente artigo, esto sujeitos a ratificagio do Conselho Municipal na primeira reuni&o apés a sua pratica, o que deve acontecer no prazo maximo de quinze dias. 5. A recusa de ratificagiio ou a falta submissiio no devido tempo é causa de nulidade do acto. 32 Artigo 78 ‘(Delegaciio de competéncias nos vereadores) . © Presidente do Conselho Municipal pode delegar competéncias nos vereadores, ¢ aos titulares das unidades administrativas autarquicas. . Nao'sio delegaveis as competéncias previstas nas alineas a) ¢ b) do n° 1; ¢), g) x) do n®-2; do artigo e o n° 3, do artigo 78 da presente Lei. Artigo 79 (Auséncias do Presidente do Conselho Municipal) . As auséncias do Presidente do Conselho Municipal, por um periodo igual ou inferior a trinta dias, incluindo para fora da sua jurisdigiio e dentro do territorio nacional devem ser comunicadas 4 Mesa da Assembleia Municipal. . As auséncias do Presidente do Conselio Municipal por um periodo superior a trinta dias, incluindo para 0 exterior do Pais devem ser autorizadas pela Mesa da Assembleia Municipal e comunicadas tutela administrativa Artigo 80 (impedimento permanente do Presidente do Conselho Mur ipal) . Em caso de morte, incapacidade permanente, temincia ou perda de mandato, o Presidente do Conselho Municipal é substituido pelo membro da Assembleia Municipal que. se seguir ao cabega de lista do partido politico, coligagéo de partidos ou grupo de cidadaos eleitores que obteve maioria de votos. . A substituigao referida no.mimero | do presente artigo deve ocorter no prazo de dez dias a contar da data da declaragdo do impedimento permanente pela Assembleia Municipal ¢ limita-se a concluir 0 mandato do anterior, nao transitando automaticamente para o novo. , Dentro do.prazo referido no nimero anterior a Assembleia Municipal, deve: a) declarar o impedimento permanente do Presidente do Conselho Municipal; b) cessar-a suspensto de mandato do membro que-se seguir na lista e retomar 0 seu assento na Assembleia Municipal; ¢) suspender o mandato do membro que'se seguir na lista a fim de tomar posse no cargo de Presidente do Conselho Municipal. 33 Artigo 81 (Sutbstituigao do Presidente do Conselho Municipal) 1. O Presidente do Conselho Municipal é substituido, nas suas auséncias impedimentos ou incapacidade tempordrios, por um dos vereadores por ele designade. 2, A substituigdo referida no numero 1, do presente artigo, nfo pode excedet a trinta dias. oe . Excepcionalmente, a substituic¢ao pode ocorrer no periodo até sessenta dias, findo 0 qual o Presidente do Conselho Municipal é substituido definitivamente. 4, No caso de doenca justificada por junta médica, o perfodo pode ser estendido até o maximo de cento ¢ oitenta dias. 5. No caso previsto no ntiméro 3 do presente artigo, o Presidente é substituido pelo membro da Assembleia Municipal que se seguir ao cabega de: lista de partido politico, coligacko de partidos ou grupo de cidadaos eleitores proponentes que obteye a maioria de-votos CAPITULO V Autarquia-de Povoagio Secciio T Designagiio e érgios Artigo 82 (esignagéio) A Autarquia de Povoagio designa-se pelo nome da sede do Posto Administrativo. Artigo 83 (Orgios da Autarquia de Povoago) So érgaos da Aiutarquia de Povoacao: a) A Assembleia de Povoagio 'b) O Conselho de Povoagto ©) 0 Presidente do Consetho de Povoagio 34 Seecio IL Assembleia de Povoagaio Artigo 84 (Definicao) A Asiembleia de Povoagio & 0 érgfo representative da povoagio dotado de poderes deliberativos. Artigo 85 (Composigio) A Assembleia de Povoagao ¢ composta por membros eleitos por suftégio universal directo, igual, secreto, pessoal e periddico dos cidadios eleitores no respective cfrculo eleitoral. Artigo 86 (Constituigio) 1. A constituigdo da Assembleia de Povoagiio depende do nimero de habitantes da respéctiva autarquia local, sendo: a) 11 membros quando o nimero de eleitores for igual ou inferior a 3000; b) 15 membros quando o mimero de eleitores for igual ou superior a 3001 inferior a 6000; ¢) 19 membros quando 0 némero de eleitores for igual ou superiot a 6001 inferior a 12000; 2. Nas povoages com mais de 12000 eleitores, o ntimero de membros referido na alinea.c), do n. 1 do presente artigo acrescido para mais 1 por cada 2000 eleitores.. 3. No caso de dissolugdo da Assembleia de. Povoagio ou alteragio da sua composigao, a nova Assembleia de Povoagdo é investida até sete dias apés a validagdo e proclamagio dos resultados eleitorais, pelo Conselho Constitucional. 4. O acto de investidura da Assembleia de. Povoagio.realiza-se estando presentes mais de metade dos membros eleitos. 35 5. No acto’ da investidura, o Juiz do Tribunal Judicial verifica a identidade & legitimidade. dos cleitos, designando, dentre os presenies, quem redige e subseréve a acta da ocorréincia, que ¢ assinada: pelo Juiz e pelos membros presentes da nova de Povoagao. 6. O membro ausente no acto de investidura ¢ que niio apresente justificagao no prazo de trinta dias subsequentes a investidura perde o.mandato. Artigo 87 (Instalagéio da Assembleia de Povoagio) A instalagao da Assembleia de Povoagio ¢ feita pelo Juiz do Tribunal Judicial da respectiva circunscrigao autarquica ou por uma autoridade judicial do tribunal judicial de circunscrigao territorial hierarquicamente superior. Artigo 88 (Investiduray 1. Compete ao Conselho de Ministros a marcago da data de investidura da Assembleia de Povoagao. 2. Procede a investidura da Assembleia de Povoacdo o Juiz do Tribunal Judicial da respectiva circunscric#io autérquica ou outra autoridade do tribunal judicial da cireunscrigdo hierarquicamente superior, apés a validagao e proclamagao dos resultados eleitorais, pelo Conselho Constitucional. 3. A Assembleia-de Povoacao.é investida até sete dias apés 0. fim do mandato da Assembleia de Povoagiio em exercicio. Subsecciio T Competéncias da Assembleia de Povoacio Artigo 89 (Competéncias gerais) 1. Sd competéncias gerais da Assembleia de Povoagao: a) promunciar-se e deliberar, no quadro das atribuigdes da autarquia de Povoagao, sobre os assuntos @ as questdes fundamentais de interesse, pata 0 desenvolvimento econémico, social ¢ cultural da povoagiio, visando @ 36 satisfagaio das necessidades colectiva das populagdes, bem como acompanhar ¢ fiscalizar a actividade dos demais étgtios dos servigos e empresas da autarquia; b) aprovar o plano de actividades, bem como as suas revisdes; c) aprovar anualmente o relatério, o balango ¢ a conta de geréncia; 4d) aptovar regulamentos; e) aprovar o plano de desenvolvimento.da povoagaio; f) criar ou extinguir a unidade de policia ¢ corpos de bombeiros da povoago; 2) aprovar os quadros de pessoal dos diferentes servigos da povoagao, fh) aprovar o plano de estrutura e de um modo geral os planos de ordenamento do territério bem como as regras respeitantes & urbanizago e construgdo nos termos da lei; i) demitir o Presidente do Conselho de Povoacao, nos termos da lei; j) ser ouvida, quando solicitada pelo Conselho de Ministros, sobre a modificagio de limites, ériagiio e extingdio de novas autarquias locais que afectem a respectiva érea de jurisdigao; k) conceder autonomia administrativa e financeira servigos ou sectores funcionais da povoagdo e autorizar o Conselho de Povoagao a criar empresas da autarquia de povoagao ou participar em empresas interautarquicas; 1) autorizar 0 Conselho de Povoagio a outorgar a exploragao ‘de obras ¢ servigos em regime de concessao, nos termos ¢ prazos previstos nd lei; i) estabelecer a configuragio do brasdo, selo ¢ bandeira da povoacdo; n) deliberar sobre propostas de atribuig&io ou alteragdo de nomes de vias. de acesso, pragas, unidades administrativas ¢ outros lugares da autarquia local, bem como de edificios e infra-estruturas sob gestdo da povoacio; ©) criar e atribuir distingSes e medalhas da povoagao; 37 p) exercer os demais poderes conferidos por lei, nomeadamente pela legislagao avulsa destinada a corporizar a autonomia administrativa em dreas até aqui dependentes dos departamentos locais, provinciais ou centrais do Estado. 2. As propostas tefetentes as alineas b) € ¢) do mimero 1 do presente artigo, apresentadas pelo érgiio executivo competente, nfio podem ser alteradas pela Assembleia de Povoagiio ¢ carecem da devida fundamentagio quando rejeitadas, podendo o érgfo executive proponente reformular a proposta de acordo com sugestées e recomendagties feitas pela Assembleia. Artigo 90 (Competéncias em matérias de funcionamento) Compete a Assembleia de Povoagéo em matérias de funcionamento, designadamente: a) eleger, por voto secreto, a Mesa; b) elaborar ¢ aprovar o respective Regimento; ‘c) deliberar sobre o' preenchimento, pelos suplontes, as vagas verificadas na Assembleia; 4) deliberar sobre a. cessagio, suspens&o e perda de mandato do membro da Assembleia; e) convocar o Conselho de Povoactio; f) ctiar comissdes de trabalho; g) ctiar grupos de trabalho. Artigo 91 (Compet@ncias em matéria financeira) 1. Compete & Assembleia de Povoagiio em matéria-finaneeira: a) aprovar posturas; ‘b) aprovar o orgamento da Povoagao, bem como as suas revisées; ¢) fiscalizar-a execugao do plano e orgamento do Conselho de Povoagio @ 0 respectivo balango; 4) aprovar anualmente a conta de gerénicias e) aprovar a celebracdo, com o Estado de contratos-programa ou de desenvolvimento ou de quaisquer outros que visem a transferéncia ou exercicio de novas competéncias para a povoacio; f) aprovar a participagiio da povoagao no capital de reconhecido interesse piiblico local; g) fixar de normativamente, as condigdes em que a povoacéo, através do Conselho de Povoagao, pode alienar ou onerar bens iméveis préprios; h) fixar limites orgamentais para aquisigéo de bens iméyeis proprios pelo Conselho de Povoagaio; i) estabelecer, taxas autarquicas derramas ¢ outras receitas proprias e fixar os respectivos limites orgamentais nos termos da lei; i) fixar tarifas de prestagio de setvigos ao pitblico; k) fixar tatifas pela prestagdo de servigos ao piblico através de meios proptios no dimbito da recolha, depésito-e tratamento de residuos sélidos, conservagao ¢ tratamento de esgotos, fomnecimento de agua, energia elécttica, utilizagio de matadouros da povoagiio, manutengtio de jardins:e mercados, transportes, colectivos de pessoas ¢ metcadorias, manutencdo de vias, funcionamento de cemitérios. 2. Em caso de nfo aprovacao da proposta do orgamento da autarquia ¢ reconduzido 0 do exercicio econémico anterior, com os limites nele. definiido, incluindo. as revisdes verificadas ao longo do exercicio, mantendo-se assim, em vigor, até a aprovagiio do novo orgamento. Artigo 92 (Competéncias em matéria de gestio ambiental) No Ambito das suas atribuigées de protecgdo do meio ambiente, compete & Assembleia de Povoagiio, mediante proposta do Censelho de Povoagdio aprovar: a) o plano ambiental e zoneamento ecoldgico do municipio; 39 b) programas de incentivos a actividades protectoras ou reconstituintes das condigdes ambientais; c) programas de uso de energia alternativa; d) processos para a remogao, tratamento e depésito de residuos sélidos, incluindo os dos hospitais e'os téxicos; ¢) programas de florestamento, plantio ¢ consetvagio de drvores de sombra; f) programas locais. de gestao de recursos naturais; g) normas definidoras de multas e outras sangdes ou encargos que onerem actividades especialmente poluidoras na érea do municipio; h) programas de difustio de meios de transporte nfo poluentes; i) o estabelecimento de reservas da povoaciio; i) propostas e pareceres sobre a definigdo e estabelecimento de zonas protegidas. Artigo 93 (Competéncias no Ambito do relacionamento com o Conselho da Autarquia de Povoacio) Compete & Assembleia de Povoagio, em matéria de relacionamento com 0 Conselho de Povoagio a) fixar o ndmero de vereadores de acordo com a composigao do Conselho de Povoagtio; b) autorizar o Presidente do Conselho de Povoagio a assinar convénios de gemelagem com autarquias congéneres estrangeiras, ouvido o orgio que superintende-a érea de cooperasao internacional; ©) verificar as situagdes.que consubstanciam impedimento temporario ou definitivo do Presidente do Conselho de Povoagao, declarar e comunicar o facto a entidade com poder tutelar; d) apreciar, em cada sessio ordinaria, uma informago escrita do Presidente do Conselho de Povoagiio acerca do estado de cumprimento do seu plano de actividades; ¢) solicitar a qualquer momento e receber, através da Mesa, informagdes sobre assuntos de interesse para as autarquias locais e-sobre a execugio de deliberagies anteriores; f) tomar posicdo perante os orgios do Estado e outras entidades piiblicas sobre assuntos de interesse para o municipio devendo, para o efeito, ser por aqueles consultada; g) pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que digam respeito aos intetesses.da autarquia local. Artigo 94 (Substituigiio de membros) . Em caso de motte, réntincia, perda de mandato, suspenséio ou qualquer outra razo que implique que um dés membros da Assembleia de povoacio deixe de fazer parte dela, a sua substituigio é feita pelo suplente imediatamente a seguir nna ordem da respectiva lista. . A comunicagao da substituigéo é feita por escrito, pelo Presidente da. Assembleia ao membro substituto, antes da sessao ordindria ou extraordindria que se seguir ¢ a raziio que justificou a substituigao. . A cessagiio da suspenstio de mandato do membro da Assembleia de Povoagtio solicitada, por escrito, & Mesa da Assembleia, . Aretoma de assento do membro da Assembleia da Povoag&o que se encontrava em suspenstio de mandato implica a cessago automdtica de fungdes do respectivo suplente. . Esgotada a possibilidade de substituigéo prevista no niimero 1 do presente artigo, e desde que nao esteja em efectividade de fungées dois tergos do niimero de membros que constituem a Assembleia, o Presidente da Assembieia de Povoago comunica o facto ao’ érgdo que superintende'a rea da administragio local ¢ este 20 Conselho de Ministros para convocagiio de eleigao itttercalar no prazo de quarenta e cinco dias, ouvida.a Comissio Nacional de Eleisies. . As novas eleigdes devem ocorrer entre o segundo e-0 terceiro més apés a data da marcagiio. . Anova Assembleia de Povoagio completa 0 mandato da anterior. a

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