You are on page 1of 34

CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LEANDRO CADENAS


AULA 11A: LICITAÇÃO

20. LICITAÇÃO

Quando qualquer do povo vai às compras, seja para adquirir alimentos num
supermercado, roupa numa loja, carro numa concessionária, realiza buscas e
pesquisas para adquirir o melhor produto, pelo menor preço, de acordo com
suas necessidades. De forma leiga, está aí fazendo uma licitação.
Com a Administração Pública não é diferente. Em sendo o dinheiro público, em
atenção ao interesse de toda a sociedade, exige-se dela a plena observância
dos princípios licitatórios previstos na legislação.
Licitação, então, é um procedimento administrativo que objetiva a
seleção da melhor proposta entre aquelas apresentadas, seguindo as
regras objetivas do certame, respeitada a isonomia entre os
participantes.
Tal exigência nasceu da própria Constituição Federal de 1988, cujos arts. 37,
XXI, e 175, assim determinam:
“Art. 37.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.”
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de
licitação, a prestação de serviços públicos.“
A mesma Carta deferiu à União a competência para legislar sobre o assunto. É
o seguinte o conteúdo do art. 22, XXVII, com redação dada pela EC nº 19/98:
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;”
Relembre-se que, nos termos do parágrafo único desse mesmo art. 22, “lei
complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo”.

www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Assim, usando dessa competência, a União fez promulgar a Lei nº 8.666, de 21
de junho de 1993, que é a base de todo o estudo de licitações.
A própria Lei declara sua natureza e abrangência, expressos logo em seu art.
1º:
“Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias,
as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.”
Da leitura do caput supra reproduzido, constata-se que todos os entes da
federação foram abarcados pelas “normas gerais” fixadas por essa Lei,
praticamente nada restando a ser legislado pelos Estados e Municípios. Seu
art. 118 reafirma essa conclusão, ao determinar que “os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão
adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei”. Em
face dessas limitações, para alguns, esse artigo é inconstitucional1.
Por sua vez, o parágrafo único amplia o rol de pessoas abrangidas. No entanto,
especificamente para a empresa pública, sociedade de economia mista e suas
subsidiárias, quando explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, a EC nº 19/98 trouxe
nova redação ao art. 173.
Nesse caso em particular, prevê o § 1º desse artigo que a lei estabelecerá o
estatuto jurídico dessas pessoas, dispondo, entre outras coisas, sobre licitação
e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
princípios da administração pública. Enquanto não sobrevierem tais regras,
mais flexíveis por explorarem atividades econômicas, deverão submeter-se à
citada Lei nº 8.666/1993:
ADMINISTRATIVO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇOS
ADVOCATÍCIOS NÃO SINGULARES. ATIVIDADE MEIO. LICITAÇÃO.
OBRIGATORIEDADE. 1. O disposto no art. 121 da Lei 8.666/93 não
exclui os contratos firmados antes da sua vigência por sociedades de
economia mista, da obrigatoriedade de serem precedidos de
procedimento licitatório, o que já ocorria na vigência do Decreto-Lei
nº 2.300/86. 2. A obrigatoriedade de observar o regime de licitações
decorre do disposto no art. 37, XXI, da Constituição Federal, e, antes
mesmo do advento da Lei 8.666/93, as sociedades de economia
mista já estavam subordinadas ao dever de licitar. 3. Malgrado
sejam regidas pelo direito privado, as sociedades de economia
mista, ainda que explorem atividade econômica, integram a

1
A respeito, leia comentários da Professora Maria Sylvia Z. Di Pietro. Direito Administrativo. Ob.
cit., p. 301.

www.pontodosconcursos.com.br 2
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
administração pública estando jungidas aos princípios norteadores
da atuação do Poder Público, notadamente a impessoalidade e a
moralidade. 4. Recurso especial provido.2
Atuando nessa área, é cabível a impetração de mandado de segurança contra
ato de dirigente de autarquia, de sociedade de economia mista, de empresa
pública ou de fundação pública. Veja o seguinte julgado do STJ3:
MANDADO DE SEGURANÇA. ATO COATOR. EMPRESA PÚBLICA.
CONTRATO FIRMADO A PARTIR DE PRÉVIO PROCEDIMENTO
LICITATÓRIO PARA COMPRA DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA.
(...) 2. Hipótese em que a controvérsia a ser dirimida cinge-se em
definir se é cabível a impetração de mandado de segurança contra
ato de Presidente de empresa pública, “in casu”, da ECT,
consubstanciado em procedimento licitatório cujo objetivo cingia-se
à contratação de serviços e equipamentos de informática. 3.
"Cumpre, ademais, que a violação do direito aplicável a estes fatos
tenha procedido de autoridade pública. Esta conceito é amplo,
Entende-se por autoridade pública tanto o funcionário público,
quanto o servidor público ou o agente público em geral. Vale dizer:
quem quer que haja praticado um ato funcionalmente
administrativo. Daí que um dirigente de autarquia, de sociedade de
economia mista, de empresa pública, de fundação pública, obrigados
a atender, quando menos aos princípios da licitação, são autoridades
públicas, sujeitos passivos de mandado de segurança em relação aos
atos de licitação (seja quando esta receber tal nome, seja rotulada
concorrência, convocação geral ou designações quejandas, não
importando o nome que se dê ao certame destinado à obtenção de
bens, obras ou serviços)' (Licitações, pág. 90)" (Celso Antônio
Bandeira de Mello, citado pelo e. Min. Demócrito Reinaldo, no
julgamento do RESP n.º 100.168/DF, DJ de 15.05.1998). 4.
Deveras, a ECT tem natureza jurídica de empresa pública que,
embora não exerça atividade econômica, presta serviço público da
competência da União Federal, sendo por esta mantida, motivo pelo
qual conspiraria contra a ratio essendi do art. 37, da Constituição
Federal e da Lei n.º 8.666/93 considerar que um contrato firmado
mediante prévio procedimento licitatório e que é indubitavelmente
espécie de ato administrativo consubstanciar-se-ia mero ato de
gestão. 5. O edital de licitação subscrito por Presidente de empresa
pública com o objetivo de contratar serviços e materiais de
informática, equivale ato de autoridade haja vista que se
consubstancia em ato administrativo sujeito às normas de direito
público. (...)
Repetindo e complementando as previsões constitucionais, vem o art. 2º da
Lei estabelecer:

2
STJ, RESP 80.061/PR, relator Ministro Castro Meira, publicação DJ 11/10/2004.
3
STJ, RESP 639.239/DF, relator Ministro Luiz Fux, publicação DJ 06/12/2004.

www.pontodosconcursos.com.br 3
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
“Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações, concessões, permissões e locações da Administração
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública
e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.”
O contrato de gestão, por resultar benefícios patrimoniais, deve,
obrigatoriamente, ser precedido de licitação4.

20.1 PRINCÍPIOS

O art. 3º da Lei estabelece quais os princípios que deverão nortear as


licitações, não excluindo, obviamente, outros que informem o Direito
Administrativo e o Direito Público, correlatos à licitação.
Diz expressamente que a licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais
vantajosa para a Administração.
Aí já se destacam dois itens importantes, que compõem a definição de
licitação: a necessidade de garantir isonomia entre os licitantes e o objetivo
dela, que é a escolha da proposta que melhor atende às necessidades
Administrativas.
Relaciona também os seguintes princípios:
I – legalidade;
II – impessoalidade;
III – moralidade;
IV – igualdade;
V – publicidade;
VI – probidade administrativa;
VII – vinculação ao instrumento convocatório;
VIII – julgamento objetivo.
Os primeiros seis citados já foram analisados no item 4 da aula 1, para onde
remetemos o leitor.
Novidades estão nos dois últimos.
Por vinculação ao instrumento convocatório entende-se a obrigatoriedade
de obediência às regras constantes do edital, tanto dos participantes quanto
da pessoa licitante (art. 41). Advém do princípio formal (art. 4º, parágrafo

4
STJ, RESP 623.197/RS, relator Ministro José Delgado, publicação DJ 08/11/2004.

www.pontodosconcursos.com.br 4
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
único), intrínseco ao Direito Administrativo, que determina que todos os atos e
procedimentos devem obedecer a uma forma pré-determinada. Não se
confunde com formalismo, caracterizado por exigências inúteis, desnecessárias
e irrelevantes para a Administração.
O edital faz “lei” entre as partes. No entanto, pelo princípio da legalidade, ele
mesmo deve obediência ao ordenamento jurídico, podendo ser impugnado por
qualquer cidadão, por irregularidade na aplicação da lei (art. 41, § 1º).
Entende-se por julgamento objetivo aquele realizado nos estritos termos do
edital, afastando-se a discricionariedade da autoridade responsável pelo
processo. No entanto, esse princípio só teria aplicação absoluta nas licitações
que envolvem o critério de “menor preço” ou de “maior lance”, pois não
haveria qualquer parcela de mérito deferida ao administrador. Por outro lado,
se for de “melhor técnica” ou de “técnica e preço”, sempre haverá parte de
subjetivismo no julgamento. Estes dois tipos de licitação são usados em
serviços predominantemente intelectuais, como confecção de projetos, estudos
técnicos etc.
Os artigos 44 e 45 regram o assunto:
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os
quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por
esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator
sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que
indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista
no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a
fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos
demais licitantes.
(...)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores
exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição
pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
(...)
A doutrina ainda elenca outros princípios relativos às licitações. Vejamos, de
forma perfunctória, alguns deles:
IX – padronização: o art. 15, I, determina que as compras devem,
sempre que possível, atender a esse princípio, de forma que se imponha
compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas,
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e
garantia oferecidas. Com isso, pretende-se economias futuras quando da
instalação, manutenção, reposição de peças etc. A busca pela

www.pontodosconcursos.com.br 5
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
padronização deve sempre se pautar na necessidade e utilidade para a
Administração, e não para selecionar uma determinada marca, em
prejuízo de outras. Em havendo necessidade de fixar-se determinado
modelo, deve haver adequada motivação.
X – competitividade: o objetivo da licitação é gerar uma disputa
isonômica entre os concorrentes, sempre com vistas a selecionar a
melhor opção, dentre as possíveis, para a Administração. Assim, é
proibido aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos
de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou
frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes
ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
específico objeto do contrato (art. 3º, § 1 ,I). Para prevenir desvios, o art.
90 da Lei tipifica a conduta de frustrar ou fraudar, mediante ajuste,
combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do
procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem,
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação.
XI – adjudicação obrigatória ao vencedor: uma vez determinado,
pelos critérios objetivos constantes no edital, o vencedor, a ele deverá ser
entregue o objeto da licitação. Tal princípio não permite que seja
atribuído a outro, mantendo-se a lisura do procedimento. Adjudicação é a
atribuição do objeto do certame ao vencedor, e não se confunde com a
assinatura imediata do contrato, que pode ser adiada, com justa causa,
ou mesmo revogado ou anulado o procedimento licitatório. Assim,
entenda-se esse princípio como uma exigência de que a Administração,
uma vez ultimado o procedimento, entregue o objeto ao vencedor, e não
a outro. Incorreto seria o raciocínio de que haveria sempre obrigação de
adjudicar o objeto pois, repita-se, pode haver revogação a qualquer
momento.
XII – fiscalização da licitação: importante ferramenta colocada à
disposição de qualquer cidadão (art. 7º, § 8º) para que se garanta a
lisura nas licitações, bem como proteja os licitantes de eventuais
ilegalidades ou abuso de poder no curso do procedimento (arts. 4º, 63,
113, § 1º). Além da normal via judicial, coloca-se também a possibilidade
de recursos administrativos, bem como representação e pedido de
reconsideração (art. 109). Acrescente-se que o Tribunal de Contas da
União também tem competência para fiscalizar procedimentos de
licitação, determinar suspensão cautelar, examinar editais de licitação
publicados e possui legitimidade para a expedição de medidas cautelares
para prevenir lesão ao erário e garantir a efetividade de suas decisões5.

20.2 OBRIGATORIEDADE, DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

5
STF, MS 24.510/DF, relatora Ministra Ellen Gracie, publicação DJ 19/03/2004.

www.pontodosconcursos.com.br 6
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Seguindo os termos da nossa Carta Magna, é obrigatória a licitação para os
contratos de obras, serviços, compras e alienações (art. 37, XXI, CF/88), além
de concessão e permissão de serviços públicos (art. 175, CF/88 e Lei nº
8.987/1995).
Como já visto no art. 2º da Lei de Licitações, as obras, serviços, inclusive de
publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da
Administração Pública, quando contratados com terceiros, serão
necessariamente precedidas de licitação.
As hipóteses de exceção são previstas na Lei6: inexigibilidade (art. 25) e
dispensa. A Lei dividiu esta em duas: dispensável (art. 24) e dispensada
(art. 17).
De qualquer forma, os atos administrativos deverão ser motivados sempre
que se dispense ou declare a inexigibilidade de processo licitatório (art. 50, IV,
Lei nº 9.784/99). Nesse rumo, pontificou o STJ que “a inviabilidade de
competição, da qual decorre a inexigibilidade de licitação, deve ficar
adequadamente demonstrada”7.

INEXIGIBILIDADE

É inexigível a licitação quando não é possível a competição. Se esta não


é viável, ou seja, não pode existir mais de um interessado, não há por que se
realizar uma licitação, ou seja, não se exige tal procedimento.
Note-se que essa inviabilidade decorre diretamente da natureza do objeto da
licitação, e não da ausência de interessados em participar da disputa. Não se
exigirá a licitação, se, por exemplo, houver um único fornecedor de certo
material ou apenas um proprietário do único bem visado pela Administração.
Nesse passo, o legislador optou por exemplificar algumas situações passíveis
de inexigibilidade da licitação, deixando tal enumeração em aberto (“numerus
apertus”), de forma que outras aí possam ser enquadradas, sempre que a
disputa for inviável:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado
fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se

6
STJ, RESP 623.197/RS, relator Ministro José Delgado, publicação DJ 08/11/2004:
A Administração Pública tem compromisso maior com os princípios da legalidade, moralidade,
publicidade, impessoalidade, eficiência e transparência. O procedimento licitatório só pode ser
dispensado ou inexigível nas situações previstas na Lei nº 8.666/93. Impossível ampliar as
situações nela previstas. O descumprimento ou inobservância de princípios legais e
constitucionais que norteiam a atuação estatal presume o risco do dano.
7
STJ, RESP 603.738/MG, relator Ministro Gilson Dipp, publicação DJ 03/11/2004.

www.pontodosconcursos.com.br 7
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,
Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 138
desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de
notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico,
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de
desempenho anterior, estudos, experiências, publicações,
organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho
é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa,
se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo
dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de
serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis.
Em resumo, temos as seguintes hipóteses citadas pela Lei:
I – existência de um único fornecedor, proibida a preferência de marca;
II – contratação de serviços técnicos profissionais de natureza singular,
exceto nos casos de serviços de publicidade e divulgação;
III – contratação de artistas consagrados.
O item II refere-se aos serviços técnicos profissionais elencados
taxativamente (“numerus clausus”) no art. 13. No entanto, apenas isso não
basta: necessário que também o serviço seja de natureza singular, é dizer,
que seja de tal forma complexo que se diferencie dos demais da mesma
espécie, exigindo um profissional de qualificação especial. Ademais, deve
também ser prestado por profissional ou empresa de notória especialização.
O § 1º, supra, define o que vem a ser profissional ou empresa de notória
especialização.

8
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os
trabalhos relativos a:
I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II – pareceres, perícias e avaliações em geral;
III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
§ 1º (...)

www.pontodosconcursos.com.br 8
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Então, para que não seja exigível a licitação, deverão concorrer essas três
condições: serviço elencado no art. 13, ter natureza singular e ser realizado
por profissional ou empresa de notória especialização.

DISPENSA

Por outro lado, nas situações nas quais há possibilidade de licitação, mas a
Lei libera a Administração desse dever, há a chamada dispensa.
Novamente cite-se que a regra é a licitação. Em alguns casos específicos, o
legislador optou por dispensar esse procedimento; noutros, autorizou que a
autoridade dispensasse.
Assim, tem-se a licitação dispensável (art. 24) quando a Lei autoriza. Diz-se
licitação dispensada (art. 17) quando a Lei diretamente a dispensa, não
cabendo caminho diverso. No primeiro caso, a autoridade é livre pra fazer ou
não a licitação.

LICITAÇÃO DISPENSÁVEL

O rol das hipóteses legais de licitação dispensável é visto exaustivamente no


art. 24, ou seja, se não estiver relacionado nesse artigo, não é dispensável.
Para fins de concurso, esse artigo é importantíssimo, seguidamente presente
nas provas. Em especial, deve-se atentar para as alterações mais recentes,
sempre matéria preferida dos examinadores.
Seguindo o magistério dos professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo9,
citem-se alguns dos casos mais exemplificativos:
I – celebração de contratos de pequeno valor10;
II – situações emergenciais;
III – ausência de interessados em licitação anterior;
IV – intervenção da União no domínio econômico;
V – aquisição de gêneros perecíveis;
VI – aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos;
VII – impressão dos diários oficiais e documentos administrativos por
órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico;
VIII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e
gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as
normas da legislação específica.

9
Direito Administrativo. Ob. cit. p. 373.
10
Como estudado na Aula 2, item 5, as Agências Executivas têm como limites o dobro dos
presentes para o restante da Administração (art. 24, parágrafo único).

www.pontodosconcursos.com.br 9
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Esse é apenas um resumo dos itens mais importantes. A relação completa é
vista a seguir, com a reprodução do art. 24:
Art. 24. É dispensável a licitação:
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior,
desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço
ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior
e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
somente para os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;
VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para
regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do
registro de preços, ou dos serviços;
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde
que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado;

www.pontodosconcursos.com.br 10
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento
das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de
instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o
preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação
prévia;
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
preço do dia;
XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental
ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento
institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do
preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando
as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o
Poder Público;
XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade;
XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais,
bem como para prestação de serviços de informática a pessoa
jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
indispensável para a vigência da garantia;
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder

www.pontodosconcursos.com.br 11
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde
que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II
do art. 23 desta Lei;
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas,
com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando
houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
mediante parecer de comissão instituída por decreto;
XX – na contratação de associação de portadores de deficiência
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos
ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços
ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado;
XXI – Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela
CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa
credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia
elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
autorizado, segundo as normas da legislação específica;
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade
de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a
aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado;
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com
as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gestão;
XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e
Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração
de criação protegida11.
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II deste
artigo, serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
contratados por sociedade de economia mista e empresa pública,
bem assim por autarquia e fundação qualificadas, na forma da lei,
como Agências Executivas.

LICITAÇÃO DISPENSADA

11
Esse inciso XXV foi incluído pela Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004.

www.pontodosconcursos.com.br 12
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Como sobredito, esse é o tipo de licitação em que é viável a competição, mas a
Lei determina que não seja realizada. Difere da anterior, em que há opção,
deferida à Administração, de fazê-la ou não.
Esses casos estão todos enumerados no art. 17, “numerus clausus”12, e se
referem a bens, móveis e imóveis.
A regra geral, para bens imóveis da Administração Pública, é que sua
alienação está subordinada à existência de interesse público, devidamente
justificado, e dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de
licitação (art. 17, “caput”, I e § 6º). Haverá dispensa de licitação apenas nos
seguintes casos (art. 17, I):
I – dação em pagamento;
II – doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
Administração Pública, de qualquer esfera de governo;
III – permuta, por outro imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha;
IV – investidura13;
V – venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de
qualquer esfera de governo;
VI – alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de
uso de bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados
no âmbito de programas habitacionais de interesse social, por órgãos ou
entidades da administração pública especificamente criados para esse fim.
Da mesma forma que para os imóveis, a alienação de bens móveis também
está subordinada à existência de interesse público, devidamente justificado, e
depende de prévia avaliação.
Nos termos do § 6º desse mesmo artigo, é possível usar o leilão para a venda
de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior a
R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).
Para os bens móveis, haverá dispensa de licitação (art. 17, II):

12
STJ, RESP 623.197/RS, relator Ministro José Delgado, publicação DJ 08/11/2004.
13
Entende-se por investidura, para os fins dessa Lei (art. 17, § 3º):
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de
obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da
avaliação e desde que esse não ultrapasse a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais);
II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de
imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas,
desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a
categoria de bens reversíveis ao final da concessão.

www.pontodosconcursos.com.br 13
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
I – doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
II – permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da
Administração Pública;
III – venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
IV – venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
V – venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
VI – venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades
da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles
dispõe.
Para sintetizar, tem-se o seguinte:
I – como regra, é obrigatória a licitação;
II – por exceção pode haver inexigibilidade e dispensa. Esta é dividida
em: dispensável e dispensada. Os atos administrativos deverão ser
motivados sempre que se dispense ou declare a inexigibilidade de
processo licitatório;
III – inexigível: é a licitação quando não é possível a competição. A
Lei enumera alguns exemplos, deixando tal rol em aberto (art. 25:
fornecedor único, serviços técnicos profissionais, exceto nos casos de
serviços de publicidade e divulgação, contratação de artistas
consagrados). Três são os requisitos: serviço elencado no art. 13
(estudos, projetos, pareceres, perícias, avaliações, assessorias,
consultorias, auditorias, fiscalização, supervisão ou gerenciamento de
obras ou serviços, patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
administrativas, treinamento, restauração de obras de arte etc), ter
natureza singular e ser realizado por profissional ou empresa de notória
especialização;
IV – dispensa: há possibilidade de licitação, mas a Lei libera a
Administração desse dever. O rol é taxativo, exaustivo, não podendo
ser ampliado pela Administração;
V – dispensável: a Lei autoriza a dispensa, ficando a critério do
responsável (art. 24: pequeno valor, situações emergenciais, intervenção
da União no domínio econômico, gêneros perecíveis etc);
VI – dispensada: a Lei diretamente a dispensa, não cabendo outro
caminho (art. 17). art. 17, “numerus clausus”, e se referem a bens,
móveis e imóveis.

20.3 MODALIDADES

www.pontodosconcursos.com.br 14
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Cada processo licitatório tem características próprias, como objeto, valores,
exigência. Nesse rumo, o legislador optou por criar cinco modalidades de
licitação, relacionadas em seu art. 22: concorrência, tomada de preços,
convite, concurso e leilão.
O § 8º desse mesmo artigo determina que é vedada a criação de outras
modalidades de licitação ou a combinação entre elas. Contudo, essa vedação
vale apenas para Estado, Distrito Federal e Municípios. Tanto é assim que, em
maio de 2000, através da Medida Provisória nº 2.026, criou-se a modalidade
denominada pregão, hoje regida pela Lei nº 10.520/2002, e destinada à
aquisição de bens e serviços comuns. No entanto, ainda que a Lei de Licitações
tenha proibido os demais entes da federação de criarem novas modalidades, a
Lei do Pregão expressamente estendeu essa modalidade a todos. Durante o
tempo em que vigia a Medida Provisória, somente a União podia valer-se dessa
nova modalidade; a Lei nº 10.520/2002 passou a incluir os demais entes.
Esta nova Lei ainda prevê que, para a modalidade de pregão, aplicam-se
subsidiariamente, as normas da Lei nº 8.666/1993 (art. 9º).
A Lei nº 10.520/2002 estabeleceu também as regras gerais do pregão para
todos os entes. Assim, tanto esta quanto a Lei nº 8.666/1993 tratam de
normas gerais em licitações.
Por outro lado, especificamente para as Agências Reguladoras, que são
autarquias em regime especial14, as Leis nº 9.472/1.997 (art. 54, parágrafo
único) e nº 9.986/2.000 (art. 37), criaram as modalidades de consulta e
pregão.
Dessa forma, hoje temos sete modalidades de licitação, cada uma adequada
para certa situação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão;
VI – pregão;
VII – consulta.
Nas três primeiras modalidades, não há finalidade específica, mas existe certa
hierarquia entre elas, de forma que a mais solene, e por isso envolve maiores
valores, é a concorrência; a menos solene, o convite. Assim, a mais simples
pode ser substituída pela mais complexa, mas não o contrário (art. 23, § 4º).
Onde cabe convite, pode-se usar a tomada de preços ou a concorrência; onde
cabe a tomada de preços, pode-se usar a concorrência.
O art. 23, com redação dada pela Lei nº 9.648/98 fixou os limites para cada
modalidade, tendo em vista o valor estimado da contratação:

14
Aula, 2, item 5.4.1.1.

www.pontodosconcursos.com.br 15
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

CONVITE até R$ 150.000,00

TOMADA DE PREÇOS até R$ 1.500.000,00

CONCORRÊNCIA acima de R$ 1.500.000,00

COMPRAS E SERVIÇOS NÃO REFERIDOS NA TABELA ANTERIOR

CONVITE até R$ 80.000,00

TOMADA DE PREÇOS até R$ 650.000,00

CONCORRÊNCIA acima de R$ 650.000,00

Modalidades não se confundem com os tipos de licitação. Estes são arrolados


no art. 45, § 1º, e referem-se ao julgamento da licitação, em busca do
vencedor:
I – menor preço;
II – melhor técnica;
III – técnica e preço;
IV – maior lance ou oferta.

20.3.1 CONCORRÊNCIA

É a modalidade mais solene, como já mencionado. Segundo a definição legal,


“concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que,
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto” (art.
22, § 1º).
Tem as seguintes aplicações:
I – compras, obras e serviços de engenharia (art. 23, I, II);
II – concessão de serviços públicos (art. 124);
III – alienação de bens imóveis públicos (art. 17, I, com exceções);
IV – concessões de direito real de uso (art. 23, § 3º);
V – licitações internacionais, admitindo-se a tomada de preços, sob certas
condições (art. 23, § 3º);

www.pontodosconcursos.com.br 16
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
VI – compra ou alienação de bens imóveis, qualquer que seja o valor de
seu objeto, ressalvado o disposto no art. 1915 (art. 23, § 3º);
VII – venda de bens móveis avaliados em quantia superior a R$
650.000,00 (art. 17, § 6º);
VIII – registro de preços (art. 15, § 3º, I), admitindo-se o pregão (art.
11, Lei nº 10.520/2002).
O que fundamentalmente caracteriza essa modalidade de licitação, além dos
valores já citados, é a universalidade (quaisquer interessados), a necessidade
de habilitação preliminar e o julgamento feito por comissão com três membros
(art. 51).

20.3.2 TOMADA DE PREÇOS

Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados


devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, § 2º). Como a
concorrência, é usada também para obras, serviços ou compras, porém com
limites de valor, como já explicitado. Pode substituir o convite e ser substituída
pela concorrência, se assim desejar a autoridade competente (art. 23, § 4º).
Uma importante característica é a necessidade de uma habilitação prévia, que
consiste num cadastro perante a Administração Pública (art. 34). Porém,
aqueles não cadastrados não ficam proibidos de participar da licitação, em
homenagem ao princípio da competitividade, desde que atendam a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas.
Cabe também esta modalidade nas licitações internacionais, quando o
órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores (art. 23,
§ 3º).
A direção, procedimento e julgamento seguem as mesmas regras da
concorrência (art. 51).
É proibido o uso da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o
caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores
caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente.
Essa previsão objetiva evitar desvios, usando, p. ex., duas tomadas de preços
no lugar de uma concorrência. Como exceção, estabeleceu essa possibilidade

15
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

www.pontodosconcursos.com.br 17
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por
pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou
serviço (art. 23, § 5º).
Tomemos um exemplo para que fique bem claro. Supondo um serviço de
engenharia com valor previsto de dois milhões de reais. É o caso de
concorrência (art. 23, I, “c”). Porém, não fosse tal vedação, poderia haver uma
divisão dessa obra e realizar duas tomadas de preço (procedimento mais
simples que a concorrência), posto que estaria dentro dos limites para esta
modalidade. No entanto, a Lei expressamente proíbe esse tipo de manobra.
Por outro lado, excetua parcelas que possam ser realizadas por pessoas ou
empresas de especialidade diversa daquela do executor principal.
Exemplifique-se com a construção de uma estrada, via concorrência, e a
confecção de placas de sinalização, via tomada de preço. Ressalte-se que nada
impede que o objeto total (estrada + placas) seja contratado através de uma
única licitação, mas na modalidade concorrência.
Anote-se que essa vedação deve ser interpretada em conjunto com o
parágrafo 2º16 desse mesmo artigo, no caso de obras, serviços e compras
parceladas nos termos do parágrafo 1º17. Assim, em havendo parcelamento, a
cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de
corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a
execução do objeto em licitação.
Ressalte-se outra exceção. Na compra de bens de natureza divisível e
desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a
cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas à
ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para
preservar a economia de escala (art. 23, § 7º). Nesse caso, serão selecionadas
tantas propostas quantas necessárias para que se atinja o volume pretendido.
O STJ tem se manifestado com freqüência sobre esse tipo de irregularidade:
AÇÃO POPULAR. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. DESOBEDIÊNCIA
AOS DITAMES LEGAIS. CONTRATO DE QUANTIA VULTOSA.
DESIGNAÇÃO DA MODALIDADE “TOMADA DE PREÇOS” NO LUGAR
DE “CONCORRÊNCIA PÚBLICA”. INSERÇÃO NO EDITAL DE
CLÁUSULAS RESTRITIVAS DO CARÁTER COMPETITIVO DO CERTAME
E ESTABELECIMENTO DE CLÁUSULAS QUE PERMITIRAM
PREFERÊNCIAS E DISTINÇÕES INJUSTIFICADAS. DESVIRTUAMENTO
DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE ENTRE OS LICITANTES. OFENSA AOS
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E MORALIDADE ADMINISTRATIVAS.
LESÃO AO ERÁRIO PÚBLICO CONFIGURADA. NULIDADE.

16
Art. 23, § 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos
do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de
corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto
em licitação.
17
Art. 23, § 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela administração serão divididas em
tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à
licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à
ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala.

www.pontodosconcursos.com.br 18
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
PRESERVAÇÃO DO POSICIONAMENTO DO JULGADO DE SEGUNDO
GRAU.
1. O que deve inspirar o administrador público é a vontade de fazer
justiça para os cidadãos sendo eficiente para com a própria
administração, e não o de beneficiar-se. O cumprimento do princípio
da moralidade, além de se constituir um dever do administrador,
apresenta-se como um direito subjetivo de cada administrado. Não
satisfaz às aspirações da Nação a atuação do Estado de modo
compatível apenas com a mera ordem legal, exige-se muito mais:
necessário se torna que a administração da coisa pública obedeça a
determinados princípios que conduzam à valorização da
dignidadehumana, ao respeito à cidadania e à construção de uma
sociedade justa e solidária.
2. A elevação da dignidade do princípio da moralidade administrativa
a nível constitucional, embora desnecessária, porque no fundo o
Estado possui uma só personalidade, que é a moral, consubstancia
uma conquista da Nação que, incessantemente, por todos os seus
segmentos, estava a exigir uma providência mais eficaz contra a
prática de atos administrativos violadores desse princípio.
3. A ação popular protege interesses não só de ordem patrimonial
como, também, de ordem moral e cívica. O móvel, pois, da ação
popular não é apenas restabelecer a legalidade, mas também punir
ou reprimir a imoralidade administrativa. Nesse duplo fim vemos a
virtude desse singular meio jurisdicional, de evidente valor educativo
(Rafael Bielsa, “A Ação Popular e o Poder Discricionário da
Administração”, RDA 38/40).
4. As alegativas de afronta ao teor do parágrafo único do art. 49 do
DL 2.300/86 e do parágrafo único do art. 59 da Lei 8.666/93 não
merecem vingar. A nulidade da licitação ou do contrato só não
poderia ser oposta aos recorrentes se agissem impulsionados pela
boa-fé. No caso, vislumbra-se que houve concorrência dos mesmos,
pelas condutas descritas, para a concretização do ato de forma
viciada, ou seja, com o seu conhecimento. Há de ser prontamente
rechaçada a invocação de que a Administração se beneficiou dos
serviços prestados, porquanto tornou públicos os atos oficiais do
Município no período da contratação, de modo a não se permitir a
perpetração do enriquecimento ilícito. A indenização pelos serviços
realizados pressupõe tenha o contratante agido de boa-fé, o que não
ocorreu na hipótese. Os recorrentes não são terceiros de boa-fé, pois
participaram do ato, beneficiando-se de sua irregularidade. O que
deve ser preservado é o interesse de terceiros que de qualquer
modo se vincularam ou contrataram com a Administração em razão
do serviço prestado.
5. O dever da Administração Pública em indenizar o contratado só se
verifica na hipótese em que este não tenha concorrido para os
prejuízos provocados. O princípio da proibição do enriquecimento

www.pontodosconcursos.com.br 19
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
ilícito tem suas raízes na equidade e na moralidade, não podendo ser
invocado por quem celebrou contrato com a Administração violando
o princípio da moralidade, agindo com comprovada má-fé.
6. Recursos especiais improvidos.18
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ATO DE IMPROBIDADE. LICITAÇÃO.
IRREGULARIDADE. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇO SEM OBSERVÂNCIA
DAS NORMAS ADMINISTRATIVAS PERTINENTES. LEI 8.429/92.
IMPOSIÇÃO DE PENA
1. Para a configuração do ato de improbidade não se exige que
tenha havido dano ou prejuízo material, restando alcançados os
danos imateriais. (...)
3. Constatação de que as irregularidades foram cometidas para
anular a concorrência e levar a uma modalidade inadequada de
licitação. Configuração objetiva do ato de improbidade,
independentemente de dolo ou culpa.
4. Correta a imputação da pena de perda de direitos políticos, a teor
do art. 12, III da Lei 8.429/92.
5. Recursos especiais improvidos.19

20.3.3 CONVITE

Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao


seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo
de 3 (três) pela unidade administrativa. Esta afixará, em local apropriado,
cópia do instrumento convocatório, estendendo aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas
(art. 22, § 3º). É a modalidade mais simples entre as vistas até agora,
criada para fazer face aos contratos de menor valor, podendo ser
substituída pela tomada de preço ou pela concorrência, se assim desejar a
autoridade competente (art. 23, § 4º).
Caracteriza-se pela escolha dos licitantes, que é feita pela Administração,
sendo no mínimo três, cadastrados ou não. Outros, cadastrados
previamente, podem também participar, desde que manifestem seu interesse
com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.
A habilitação é presumida, e não se faz necessária a publicidade no diário
oficial (obrigatória nas anteriores), sendo suficiente a afixação, em local
apropriado, de cópia do instrumento convocatório.

18
STJ, RESP 579.541/SP, relator Ministro José Delgado, publicação DJ 19/04/2004.
19
STJ, RESP 287.728/SP, relatora Ministra Eliana Calmon, publicação DJ 17/12/2004.

www.pontodosconcursos.com.br 20
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
O instrumento através do qual se “convida” o licitante é a carta-convite.
Deve ser enviada, como dito, para no mínimo três licitantes. Porém, quando,
por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for
impossível a obtenção do número mínimo de licitantes, essas circunstâncias
deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do
convite (art. 22, § 7º). Nesse caso, poderá haver convite a apenas um ou
dois interessados. Em qualquer caso, é obrigatória a afixação retro citada.
Por outro lado, em havendo vários interessados, a cada novo convite, realizado
para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo,
mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas
últimas licitações (art. 22, § 6º). Com isso, tenta-se evitar que sempre os
mesmos sejam chamados a participar da licitação, privilegiando-os, em
detrimento dos demais.
Em face de sua simplicidade, a Comissão de licitação, excepcionalmente,
nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal
disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela
autoridade competente (art. 51, § 1º). A regra é a existência de uma
comissão, como nas demais.
Aqui se repete a preocupação do legislador com as fraudes que poderiam
ocorrer se fosse permitida a divisão sem limites do objeto, com o fim de
reduzir o valor total, possibilitando uma modalidade de licitação mais simples
que a devida. Os comentários são os mesmos que os expendidos no caso da
tomada de preço (art. 23, § 5º).
Por fim, também é possível o convite nas licitações internacionais, quando
não houver fornecedor do bem ou serviço no País (art. 23, § 3º).

20.3.4 CONCURSO

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de
edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta
e cinco) dias (art. 22, § 4º).
De modo diverso das anteriores, esta tem finalidade específica, qual seja, a de
escolher um trabalho técnico, científico ou artístico, não sendo cabível nenhum
dos tipos previstos no art. 45 (menor preço, técnica etc), posto que recebem
prêmio ou remuneração.
Tanto a comissão como o regulamento serão próprios. Aquela será composta
por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em
exame, servidores públicos ou não (art. 51, § 5º). O regulamento será
obtido pelos interessados no local apontado no edital, e indicará a qualificação
exigida dos participantes, as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho
e as condições de realização do concurso, além dos prêmios a serem
concedidos (art. 52).

www.pontodosconcursos.com.br 21
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Essa modalidade deverá ser a opção preferencial no caso de contratos para a
prestação de serviços técnicos profissionais especializados, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração, ressalvados os casos de
inexigibilidade (art. 13, § 1º).
Se o objeto do concurso for um projeto, o vencedor deverá autorizar a
Administração a executá-lo quando julgar conveniente (art. 52, § 2º).

20.3.5 LEILÃO

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda


de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens
imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, a quem oferecer o maior
lance, igual ou superior ao valor da avaliação (art. 22, § 4º).
Para a alienação de bens móveis que ainda tenham condições de uso
deve haver avaliação e interesse público devidamente justificado, optando por
uma das modalidades de licitação, a depender do valor. No entanto, se a
avaliação desses bens, isolada ou globalmente, não for superior a R$
650.000,00, a Administração poderá permitir o leilão (art. 17, “caput” e § 6º).
Nessa modalidade, os licitantes oferecem lances sucessivamente e de forma
crescente, de modo que vencerá aquele que der o maior lance para aquisição
desses bens.
A seguir, as regras fixadas no art. 53:
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor
designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação
pertinente.
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela
Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual
estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a
assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão,
imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao
pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação,
sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista
poderá ser feito em até vinte e quatro horas.
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
principalmente no município em que se realizará.

20.3.6 PREGÃO

www.pontodosconcursos.com.br 22
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
Como mencionado no item 20.3, a Medida Provisória nº 2.026/2000 criou essa
nova modalidade de licitação, convertida na Lei nº 10.520/2002, como uma
alternativa a ser adotada para aquisição de bens e serviços comuns (art.
1º), sem limites de valor. A mesma Lei assim os define: bens e serviços
comuns são “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no
mercado” (art. 1º, parágrafo único).
No âmbito federal, continuam válidos os Decretos que regulamentam a
matéria: Decretos nºs 3.555/2000, 3.693/2000, 3.784/2001.
Assim o define o Decreto nº 3.555/2000:
Art. 2º Pregão é a modalidade de licitação em que a disputa pelo
fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública,
por meio de propostas de preços escritas e lances verbais.
O art. 4º do Regulamento relacionou os princípios norteadores, a saber:
legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade
administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo,
bem assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade,
proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação
objetiva das propostas.
Também relacionou uma série exemplificativa de bens e serviços comuns, dos
quais destacamos alguns:
I – Bens comuns de consumo: água mineral, combustível e
lubrificante, gás, gênero alimentício, material de expediente, hospitalar,
médico e de laboratório, medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos,
material de limpeza e conservação.
II – Bens comuns permanentes: mobiliário, equipamentos e utensílios
em geral, exceto bens de informática, veículos automotivos em geral,
microcomputador de mesa ou portátil ("notebook"), monitor de vídeo e
impressora.
III – Serviços comuns: de apoio administrativo, de assinaturas, de
assistência hospitalar, médica e odontológica, de ascensorista, copeiro,
garçom, jardineiro, motorista, secretária, telefonista, de confecção de
uniformes, de filmagem, gráficos, de lavanderia, de limpeza e
conservação, de manutenção de bens móveis e imóveis, reprografia,
tradução, telefonia fixa e móvel, fornecimento de energia elétrica,
aperfeiçoamento, capacitação e treinamento.
Essa nova modalidade trouxe inúmeras vantagens no processo licitatório,
facilitando e agilizando o procedimento, bem como revertendo em economia
nos contratos, pela possível redução dos valores inicialmente ofertados. Assim,
o tipo é sempre de menor preço.
Além disso, a habilitação é posterior, possibilitando a participação de mais
licitantes, aumentando a competitividade. Dessa forma, apenas o vencedor
terá sua documentação verificada, de maneira diversa das demais

www.pontodosconcursos.com.br 23
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
modalidades, nas quais tal conferência é feita antes da abertura das propostas,
de forma que, não satisfeitas as exigências, a oferta sequer é divulgada.
Nessa modalidade, também é possível o uso de meio eletrônico, através de
comunicação pela “Internet” (art. 2º, § 1º, Lei nº 10.520/2002 e art. 2º,
Decreto nº 3.697/2000).
Seguindo as regras do pregão (art. 4º, Lei nº 10.520/2002), as ofertas são
abertas em sessão pública. Aquele que ofereceu o menor valor, bem como
aqueles que ofereceram valores até 10% (dez por cento) superiores ao menor
poderão novamente oferecer lances verbais, reduzindo ainda mais as
propostas, até que não haja mais nenhum lance, vencendo aquele que
ofereceu o menor preço para fornecer os bens ou prestar os serviços. Aí é que
será verificada a documentação dele, que deverá provar regularidade perante
a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com
a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação
jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira.
Se não houver ao menos três licitantes com ofertas dentro do limite de até
10% (dez por cento) superiores à menor, poderão os autores das melhores
propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e
sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos.
Verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será
declarado vencedor. Se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender
às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a
qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente,
até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante
declarado vencedor. Nessas situações, o pregoeiro poderá negociar
diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor. Mesmo
procedimento será adotado se o adjudicatário não celebrar o contrato no prazo
definido em edital, escolhendo-se novo vencedor, pela ordem. Uma vez
declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e
motivadamente a intenção de recorrer, o que deverá fazer em 3 (três) dias.
A Lei do pregão, de maneira bastante didática, traça as fases de todo o
procedimento, dividindo-as em duas, uma preparatória e outra externa. Assim
estabeleceu:
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
I – a autoridade competente justificará a necessidade de contratação
e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os
critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento
e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para
fornecimento;
II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara,
vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou
desnecessárias, limitem a competição;
III – dos autos do procedimento constarão a justificativa das
definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis

www.pontodosconcursos.com.br 24
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o
orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação,
dos bens ou serviços a serem licitados; e
IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do
órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva
equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento
das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua
classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do
certame ao licitante vencedor.
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por
servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração,
preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou
entidade promotora do evento.
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e
de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por
militares
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação
dos interessados e observará as seguintes regras:
I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de
publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou,
não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por
meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de
grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art.
2º;
II – do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação
do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra
do edital;
III – do edital constarão todos os elementos definidos na forma do
inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a
minuta do contrato, quando for o caso;
IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à
disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma
da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;
V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a
partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;
VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública
para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu
representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência
dos necessários poderes para formulação de propostas e para a
prática de todos os demais atos inerentes ao certame;
VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes,
apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente
os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a
indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua

www.pontodosconcursos.com.br 25
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas
com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;
VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os
das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela
poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação
do vencedor;
IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições
definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores
propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e
sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;
X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o
critério de menor preço, observados os prazos máximos para
fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de
desempenho e qualidade definidos no edital;
XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao
objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito
da sua aceitabilidade;
XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o
pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os
documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor
proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no
edital;
XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está
em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social
e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas
Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de
que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e
qualificações técnica e econômico-financeira;
XIV – os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de
habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado
de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por
Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais
licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;
XV – verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o
licitante será declarado vencedor;
XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às
exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas
subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de
classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que
atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;
XVII – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro
poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido
preço melhor;

www.pontodosconcursos.com.br 26
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
XVIII – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar
imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será
concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do
recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para
apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a
correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada
vista imediata dos autos;
XIX – o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos
atos insuscetíveis de aproveitamento;
XX – a falta de manifestação imediata e motivada do licitante
importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do
objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
XXI – decididos os recursos, a autoridade competente fará a
adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;
XXII – homologada a licitação pela autoridade competente, o
adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo
definido em edital; e
XXIII – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de
validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o
disposto no inciso XVI.
Quanto às exigências gerais nas licitações, são vedadas (art. 5º, Lei nº
10.520/2002):
I – garantia de proposta;
II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação
no certame;
III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a
fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia
da informação, quando for o caso.
Para evitar prejuízos à Administração, evitando que licitantes participem do
processo sem preencher os requisitos, ou causem qualquer tipo de embaraço,
o legislador previu sanções.
Assim, quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não
celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa
exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto,
não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de
licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e,
será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de
fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de
até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no
contrato e das demais cominações legais (art. 7º, Lei nº 10.520/2002).
As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo

www.pontodosconcursos.com.br 27
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
sistema de registro de preços, que normalmente se procedem via concorrência
(art. 15, § 3º, I, Lei 8.666/1993), poderão adotar a modalidade de pregão
(art. 11, Lei nº 10.520/2002).
Relembre-se que aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão,
as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (art. 9º, Lei nº
10.520/2002).
Por fim, quanto ao pregão relacionado às Agência Reguladoras, veja o próximo
item.

20.3.7 CONSULTA

É a modalidade criada para atender às peculiaridades das Agências


Reguladoras.
Inicialmente, foi prevista na Lei nº 9.472/1.997, que tratava da organização
dos serviços de telecomunicações. Seu art. 54 assim estabeleceu:
Art. 54. A contratação de obras e serviços de engenharia civil está
sujeita ao procedimento das licitações previsto em lei geral para a
Administração Pública.
Parágrafo único. Para os casos não previstos no caput, a Agência
poderá utilizar procedimentos próprios de contratação, nas
modalidades de consulta e pregão.
Em 2.000, através da Lei nº 9.986, surgiu nova previsão, abarcando todas as
Agências. Seu art. 37 determinou:
Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas
Agências Reguladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e
pregão, observado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei no 9.472, de
1997, e nos termos de regulamento próprio.
Essa modalidade de consulta tem por objeto o fornecimento de bens e serviços
não compreendidos entre os casos de pregão previsto na Lei (art. 58, Lei nº
9.472/1.997).

20.3.8 RESUMO DAS MODALIDADES

Seguindo as lições do professor Diógenes Gasparini, vejamos as principais


características de cada uma das modalidades de licitação aqui estudadas.

CONCORRÊNCIA
I – destina-se a contratos de grande vulto, registro de preços, alienações
imobiliárias, concessões de uso, de serviço e obra pública;
II – ampla publicidade;

www.pontodosconcursos.com.br 28
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
III – participação de qualquer interessado;
IV – habilitação no início do procedimento.

TOMADA DE PREÇOS
I – destina-se a contratos de vulto médio;
II – participação exclusiva de interessados previamente cadastrados ou
habilitados até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, preenchidas todas as condições exigidas para cadastramento;
III – ampla publicidade;
IV – qualificação prévia dos interessados.

CONVITE
I – destina-se a contratos de pequeno valor;
II – presença de três licitantes, no mínimo, escolhidos pela
Administração;
III – possível a participação de qualquer interessado cadastrado na
correspondente especialidade, desde que manifeste seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas;
IV – a habilitação é presumida;
V – dispensada publicidade em diário oficial.

CONCURSO
I – destina-se à escolha de trabalho técnico, científico ou artístico;
II – participação de qualquer interessado;
III – outorga de prêmios ou remuneração aos vencedores;
IV – ampla publicidade;
V – exige regulamento próprio e comissão de julgamento especial.

LEILÃO
I – destina-se à venda de bens móveis inservíveis, produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, alienação de bens imóveis cuja aquisição
haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento;
II – participação de qualquer interessado;
III – ampla publicidade;
IV – em regra, dispensada a habilitação.

www.pontodosconcursos.com.br 29
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
PREGÃO
I – para aquisição de bens e execução de serviços comuns;
II – critério de menor preço;
II – inversão da ordem de abertura dos envelopes: primeiro das ofertas,
depois da habilitação;
IV – existência de propostas escritas e lances verbais.

CONSULTA
I – modalidade criada para atender às peculiaridades das Agências
Reguladoras;
II – objeto: fornecimento de bens e serviços não compreendidos entre os
casos de pregão previsto na Lei.

PARA GUARDAR

9 Licitação é um procedimento administrativo que objetiva a seleção da


melhor proposta entre aquelas apresentadas, seguindo as regras objetivas do
certame, respeitada a isonomia entre os participantes.
9 Todos os entes da federação foram abarcados pelas “normas gerais”
fixadas pela Lei nº 8.666/1993.
9 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa
para a Administração.
9 Princípios: legalidade; impessoalidade; moralidade; igualdade;
publicidade; probidade administrativa; vinculação ao instrumento
convocatório; julgamento objetivo.
9 Outros princípios doutrinários: padronização; competitividade;
adjudicação obrigatória ao vencedor; fiscalização da licitação.
9 É obrigatória a licitação para os contratos de obras, serviços, compras
e alienações, além de concessão e permissão de serviços públicos.
9 Em resumo, temos o seguinte:
I – como regra, é obrigatória a licitação;
II – por exceção pode haver inexigibilidade e dispensa. Esta é dividida em:
dispensável e dispensada. Os atos administrativos deverão ser motivados
sempre que se dispense ou declare a inexigibilidade de processo licitatório;
III – inexigível: é a licitação quando não é possível a competição. A Lei
enumera alguns exemplos, deixando tal rol em aberto (art. 25: fornecedor
único, serviços técnicos profissionais, exceto nos casos de serviços de
publicidade e divulgação, contratação de artistas consagrados). Três são os
requisitos: serviço elencado no art. 13 (estudos, projetos, pareceres, perícias,

www.pontodosconcursos.com.br 30
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
avaliações, assessorias, consultorias, auditorias, fiscalização, supervisão ou
gerenciamento de obras ou serviços, patrocínio ou defesa de causas judiciais
ou administrativas, treinamento, restauração de obras de arte ...), ter
natureza singular e ser realizado por profissional ou empresa de notória
especialização;
IV – dispensa: há possibilidade de licitação, mas a Lei libera a
Administração desse dever. O rol é taxativo, exaustivo, não podendo ser
ampliado pela Administração;
V – dispensável: a Lei autoriza a dispensa, ficando a critério do responsável
(art. 24: pequeno valor, situações emergenciais, intervenção da União no
domínio econômico, gêneros perecíveis ...);
VI – dispensada: a Lei diretamente a dispensa, não cabendo outro caminho
(art. 17). art. 17, “numerus clausus”, e se referem a bens, móveis e
imóveis.
9 Modalidades de licitação: I – concorrência; II – tomada de preços;
III – convite; IV – concurso; V – leilão; VI – pregão, VII – consulta.
9 Tipos de licitação: I – menor preço; II – melhor técnica; III – técnica e
preço; IV – maior lance ou oferta.
9 Limites tendo em vista o valor estimado da contratação:

OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

CONVITE até R$ 150.000,00

TOMADA DE PREÇOS até R$ 1.500.000,00

CONCORRÊNCIA acima de R$ 1.500.000,00

COMPRAS E SERVIÇOS NÃO REFERIDOS NA TABELA ANTERIOR

CONVITE até R$ 80.000,00

TOMADA DE PREÇOS até R$ 650.000,00

CONCORRÊNCIA acima de R$ 650.000,00

9 Onde cabe convite, pode-se usar a tomada de preços ou a concorrência;


onde cabe a tomada de preços, pode-se usar a concorrência.
9 CONCORRÊNCIA
9 Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos

www.pontodosconcursos.com.br 31
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto; é a
modalidade mais solene.
I – destina-se a contratos de grande vulto, registro de preços, alienações
imobiliárias, concessões de uso, de serviço e obra pública;
II – ampla publicidade;
III – participação de qualquer interessado;
IV – habilitação no início do procedimento.

9 TOMADA DE PREÇOS
9 Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
I – destina-se a contratos de vulto médio;
II – participação exclusiva de interessados previamente cadastrados ou
habilitados até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
preenchidas todas as condições exigidas para cadastramento;
III – ampla publicidade;
IV – qualificação prévia dos interessados.

9 CONVITE
9 Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse
com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas. É a modalidade mais simples, criada para fazer face aos
contratos de menor valor, podendo ser substituída pela tomada de preço ou
pela concorrência, se assim desejar a autoridade competente (art. 23, § 4º).
I – destina-se a contratos de pequeno valor;
II – presença de três licitantes, no mínimo, escolhidos pela Administração;
III – possível a participação de qualquer interessado cadastrado na
correspondente especialidade, desde que manifeste seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas;
IV – a habilitação é presumida;
V – dispensada publicidade em diário oficial.

9 CONCURSO

www.pontodosconcursos.com.br 32
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
9 Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de
edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta
e cinco) dias.
I – destina-se à escolha de trabalho técnico, científico ou artístico;
II – participação de qualquer interessado;
III – outorga de prêmios ou remuneração aos vencedores;
IV – ampla publicidade;
V – exige regulamento próprio e comissão de julgamento especial.

9 LEILÃO
9 Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a
venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens
imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, a quem oferecer o maior
lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
I – destina-se à venda de bens móveis inservíveis, produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, alienação de bens imóveis cuja aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento;
II – participação de qualquer interessado;
III – ampla publicidade;
IV – em regra, dispensada a habilitação.

9 PREGÃO
9 Pregão é a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento
de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, por meio de propostas
de preços escritas e lances verbais.
I – para aquisição de bens e execução de serviços comuns;
II – critério de menor preço;
II – inversão da ordem de abertura dos envelopes: primeiro das ofertas,
depois da habilitação;
IV – existência de propostas escritas e lances verbais.

9 CONSULTA
I – modalidade criada para atender às peculiaridades das Agências
Reguladoras;
II – objeto: fornecimento de bens e serviços não compreendidos entre os
casos de pregão previsto na Lei.

www.pontodosconcursos.com.br 33
CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LEANDRO CADENAS
9 Quanto às exigências gerais nas licitações, são vedadas: I – garantia
de proposta; II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para
participação no certame; III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os
referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da
informação, quando for o caso.

www.pontodosconcursos.com.br 34

You might also like