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TJSP - Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 04/03/2022 - 17:35

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Boletim da Seção de Direito Privado - Dezembro de 2021 - Publicado em 12/2021 Página: 1 de 44

BOLETIM DA SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO

Dezembro de 2021

1. CÂMARAS DE DIREITO PRIVADO

1ª a 10ª Câmaras

1019692-27.2021.8.26.0100 - COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA - Contrato - Rescisão


- Dissolução em virtude de inadimplemento das adquirentes - Circunstância que não
impede a devolução das parcelas pagas, sob pena de ofensa ao artigo 53 do Código de Defesa
do Consumidor - Retenção autorizada no percentual de 20% (vinte por cento) dos valores
pagos, na esteira da orientação da Câmara - Majoração devida, mais a taxa de ocupação,
porém arbitrada em 0,5% (meio por cento) ao mês, e valores de IPTU, taxa de conservação e
contribuição SLIM, pelo tempo de disponibilidade da coisa - Irrelevância da existência ou não de
construção sobre o lote - Lei federal nº 13.786/2018 que não se entende de aplicar a contratos
antes dela pactuados - Redução do percentual deliberado no arbitramento da verba honorária -
Redistribuição dos ônus sucumbenciais - Sentença parcialmente revista - Recurso parcialmente
provido. (Apelação Cível n. 1019692-27.2021.8.26.0100 - São Paulo - 1ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Claudio Godoy - 03/12/2021 - 23903 - Unânime)

1127735-05.2014.8.26.0100 - DANO MORAL - Responsabilidade Civil - Erro médico - Autor


submetido a procedimento cirúrgico junto ao hospital réu, que culminou na extirpação do rim
esquerdo - Laudo pericial identificou significativas sequelas irreversíveis da cirurgia realizada
junto ao hospital, decorrentes de culpa dos médicos prepostos do réu - Perito judicial indicou a
possibilidade de tratamento clínico conservador, questionando a opção da abordagem cirúrgica
sem correta avaliação do paciente - Lesão ureteral ocorrida durante o procedimento cirúrgico -
Laudo pericial indica que o cirurgião tomou decisões inadequadas e inaceitáveis para iniciar o
tratamento da lesão, contribuindo para a evolução desfavorável do quadro do autor - Laudo
aponta inclusive que a UTI semi-intensiva do hospital não conta com assistência médica própria
e adequada - Falha na prestação de serviços dos prepostos do hospital réu - Culpa dos
prepostos dos réus configurada, que gera responsabilidade do hospital - Responsabilidade civil
pelos danos sofridos pelo autor - Danos morais configurados - Indenização arbitrada na
sentença em quinze mil reais que merece ser majorada para oitenta mil reais, adequada às
circunstâncias do caso concreto e da gravidade da lesão - Termo inicial da correção monetária
e dos juros de mora dos danos morais arbitrados em sentença considerados adequados, em
atenção às Súmulas 362 e 54 do Superior Tribunal de Justiça - Admissível a condenação a
indenizar danos materiais advindos do erro médico, ainda que pendentes de quantificação em
liquidação - Recurso do autor provido - Recurso do hospital réu não provido. (Apelação Cível n.
1127735-05.2014.8.26.0100 - São Paulo - 1ª Câmara de Direito Privado - Relator: Francisco
Eduardo Loureiro - 02/12/2021 - 39576 - Unânime)

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1010609-11.2021.8.26.0577 - CONTRATO - Plano de Saúde - Tratamento médico-hospitalar


- Internação psiquiátrica - Clínica não credenciada - Custeio integral inviável - Existência de
estabelecimento conveniado - Escolha do autor por rede particular - Inviabilidade - Recusa
legítima - Pacto de contratualidade plena - Sentença mantida - Recurso não provido. (Apelação
Cível n. 1010609-11.2021.8.26.0577 - São José dos Campos - 2ª Câmara de Direito Privado
- Relator: Giffoni Ferreira - 15/12/2021 - 34657 - Unânime)

1001954-03.2018.8.26.0271 - ASSOCIAÇÃO - Loteamento - Taxas de Manutenção - Novo


julgamento à luz de determinação do Supremo Tribunal Federal - Aplicação do Tema 492 da
Repercussão Geral - Inviabilidade da cobrança - Aquisição do imóvel antes da Lei n.
13.465/2017 - Adquirente que não aderiu à associação - Feito improcedente - Sentença
confirmada - Recurso não provido. (Apelação Cível n. 1001954-03.2018.8.26.0271 - Itapevi -
2ª Câmara de Direito Privado - Relator: Giffoni Ferreira - 02/12/2021 - 34413 - Unânime)

1002151-05.2021.8.26.0577 - ALIMENTOS - Revisional - Pretensão do autor a fim de ver


reduzido o quantum das prestações alimentícias de 20% (vinte por cento) para 15% (quinze por
cento) do valor de seu benefício e de 35% (trinta e cinco por cento) para 25% (vinte e cinco por
cento) do salário mínimo na hipótese de desemprego - Inadmissibilidade - Valor estabelecido na
sentença atende o binômio necessidade/possibilidade - Ausência de provas que comprovassem
a necessidade de nova redução em grau recursal - Sentença de parcial procedência mantida -
Ratificação dos fundamentos do "decisum" - Aplicação do artigo 252 do RITJSP/2009 - Recurso
improvido. (Apelação Cível n. 1002151-05.2021.8.26.0577 - São José dos Campos - 2ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Alvaro Passos - 01/12/2021 - 36267 - Unânime)

1110193-61.2020.8.26.0100 - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA - Bem Imóvel - Ação


de rescisão contratual - Inadimplemento contratual - Reclamado desinteresse do comprador
na preservação da avença - Pretendida sujeição do vínculo à Lei Federal nº 13.786/18 -
Existência, porém, de cobrança dos valores em patamar superior ao pactuado - Circunstância a
autorizar a resolução do contrato por culpa da vendedora, apartando-se a retenção ou forma de
devolução do saldo devedor prevista na mencionada legislação - Restituição integral e imediata
decorrente do enunciado pela Súmula 543 do Superior Tribunal de Justiça - Juros de mora -
Correta incidência a contar da citação - Entendimento trazido no Tema 1002, Superior Tribunal
de Justiça, referente à discussão sobre a cláusula penal, particularidade que não cuida a
presente demanda - Apelo desprovido. (Apelação Cível n. 1110193-61.2020.8.26.0100 - São
Paulo - 3ª Câmara de Direito Privado - Relator: Donegá Morandini - 16/12/2021 - 52521 -
Unânime)

1006551-69.2021.8.26.0704 - AÇÃO DE EXIGIR CONTAS - Insurgência da Autora quanto ao


indeferimento da inicial - Interesse de agir presente - Interdição não decretada e curador ainda
não nomeado, mas situação indicada que aponta para o gerenciamento de valores da genitora
da Autora, pelos Réus - Sentença de extinção reformada - Recurso provido, para afastar o
decreto de extinção e determinar o processamento da ação. (Apelação Cível n. 1006551-
69.2021.8.26.0704 - São Paulo - 3ª Câmara de Direito Privado - Relator: João Pazine Neto -
06/12/2021 - 30168 - Unânime)

1056218-90.2021.8.26.0100 - REGISTRO CIVIL - Assento de Nascimento - Retificação de


grupo familiar para obtenção de cidadania italiana - Sentença de improcedência -
Inconformismo - Rejeição da matéria preliminar - Possibilidade de retificação, fundada na
necessidade de exibir documentação hábil a demonstrar a cadeia registral de seus
antepassados, sem incorreções, notadamente para alteração do sobrenome "Lapenda" para
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"Lapenta" - Ausência de prejuízo que possa resultar das alterações pleiteadas, pois o apelante
não busca qualquer mudança em seu próprio registro, mas tão somente nos assentos de seus
ascendentes - Caso em que o autor pretende manter o sobrenome de registro ("Lapenda"), sob
o argumento de que assim é conhecido em sua profissão - Circunstância que não obstaculiza a
retificação requerida, preserva a identidade do autor e não difere de modo substancial do
sobrenome correto de seus ascendentes - Sentença reformada - Recurso provido. (Apelação
Cível n. 1056218-90.2021.8.26.0100 - São Paulo - 4ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Enio Zuliani - 14/12/2021 - 84087 - Unânime)

1025149-32.2020.8.26.0114 - ASSOCIAÇÃO - Moradores - Taxa de Manutenção - Ação


monitória - Cobrança de taxa de manutenção exigida pela associação de moradores de
proprietário de imóvel em loteamento - Sentença de improcedência - Inconformismo da autora -
Descabimento - Matéria pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça quando do julgamento do
REsp 1.280.871-SP e do REsp 1.439.163-SP, apreciados sob a sistemática dos recursos
repetitivos (Tema 882) e pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento do RE
695.911/SP (Tema 492) - Ausência de comprovação de que os réus são associadas ou anuíram
com a cobrança - Sentença mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1025149-
32.2020.8.26.0114 - Campinas - 4ª Câmara de Direito Privado - Relator: Fábio Quadros -
03/12/2021 - 44260 - Unânime)

1001798-57.2021.8.26.0320 - PENHORA - Bem de Família - Embargos à penhora - Sentença


de improcedência - Apelam os embargantes sustentando a impenhorabilidade por ser o imóvel
bem de família - Descabimento - Arguição de Impenhorabilidade - Insubsistência - Crédito da
execução decorre de descumprimento contratual do compromisso de venda e compra referente
ao próprio imóvel - Exceção à impenhorabilidade do bem de família - Inteligência do artigo 3º, II,
da Lei Federal nº 8.009/90 - Precedentes do Superior Tribunal de Justiça - Recurso improvido.
(Apelação Cível n. 1001798-57.2021.8.26.0320 - Limeira - 5ª Câmara de Direito Privado -
Relator: James Siano - 03/12/2021 - 40249 - Unânime)

1014796-03.2019.8.26.0005 - ALIMENTOS - Revisional - Sentença de improcedência -


Insurgência do alimentante - Não acolhimento - Não comprovação da impossibilidade de arcar
com o montante devido ou redução de seus rendimentos - Recurso a que se nega provimento.
(Apelação Cível n. 1014796-03.2019.8.26.0005 - São Paulo - 5ª Câmara de Direito Privado -
Relator: A.C.Mathias Coltro - 03/12/2021 - 47339 - Unânime)

1002116-45.2021.8.26.0189 - MENOR - Regulamentação de Visitas - Ação julgada


procedente com a fixação de regime de visitas em favor do genitor - Insurgência da genitora -
Pedido para que as visitas sejam reduzidas nos finais de semana e fixadas às quartas feiras -
Prova pericial não apontou qualquer fato impeditivo ao convívio do genitor com a menor -
Convívio que deve ser estimulado - No entanto, deve-se atentar para a tenra idade da menor e
para o fato de sua amamentação ser natural - Visitas que devem ser parcialmente alteradas -
Visitas fixadas quinzenalmente, aos sábado e domingos, das 13h às 20h e todas as quartas
feiras, das 18h às 21h - Após o desmame, as visitas serão realizadas quinzenalmente, aos
sábados e domingos, das 9h às 20h e todas as quartas feiras, das 18h às 21h - Recurso
parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1002116-45.2021.8.26.0189 - Fernandópolis - 6ª
Câmara de Direito Privado - Relator: José Carlos Costa Netto - 14/12/2021 - 14594 -
Unânime)

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1005067-54.2020.8.26.0348 - AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE - Magistrado "a quo" que


concluiu pela procedência do pedido formulado pelo proprietário tabular do bem em face dos
atuais ocupantes - Irrelevância da propositura de ação de usucapião, uma vez que inexistente
relação de prejudicialidade entre as demandas - Precedentes desta corte - Ações nitidamente
distintas, sendo que, na ação de imissão de posse, busca-se a obtenção da posse, pelo "ius
possidendi", ao passo que na ação de usucapião se pleiteia o reconhecimento da aquisição
originária da propriedade do bem - Sentença de procedência mantida, pois que provada a
propriedade da autora - Parte ré, ademais, que não demonstrou qualquer causa jurídica para
manutenção de sua posse - Sentença de procedência mantida - Recurso desprovido.
(Apelação Cível n. 1005067-54.2020.8.26.0348 - Mauá - 6ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Vito Guglielmi - 06/12/2021 - 52042 - Unânime)

1038614-33.2019.8.26.0506 - EMBARGOS À EXECUÇÃO - Extinção do processo -


Execução de título extrajudicial - Taxa Associativa - Inexistência de condomínio
regularmente constituído - Caracterização de associação de moradores - Loteamento fechado -
Sentença de acolhimento dos embargos com extinção da execução - Irresignação da
associação embargada - Direito fundamental à liberdade de associação se sobrepõe ao
princípio da vedação ao enriquecimento ilícito - Tese firmada pelo rito repetitivo previsto no
artigo 1.036 do Código de Processo Civil (artigo 543-C do Código de Processo Civil de 1973) -
Cobrança não pode recair sobre proprietário de imóvel que não anuiu com a instituição do
encargo - Sentença de extinção da execução mantida - Recurso não provido. (Apelação Cível
n. 1038614-33.2019.8.26.0506 - Ribeirão Preto - 7ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Rômolo Russo Júnior - 15/12/2021 - 34344 - Unânime)

1094794-36.2013.8.26.0100 - JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO - Cerceamento de


defesa - Ocorrência - Alegação de fio de aço denso cortante inserido em esponja de lavar a
louça, que provocou lesão na autora - Erro na apreciação da prova que não considerou que a
autora entregou o produto a preposto da ré e julgou antecipadamente a lide, com prejuízo à
instrução - Provas relevantes pleiteadas pela autora - Necessidade de nulidade da sentença
para a produção - Julgamento seguro que deve ser prestigiado - Recurso provido para anular a
sentença. (Apelação Cível n. 1094794-36.2013.8.26.0100 - São Paulo - 7ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Luis Mario Galbetti - 03/12/2021 - 32239 - Unânime)

1001679-04.2018.8.26.0126 - MENOR - Guarda - Ação ajuizada pela avó materna da menor


em face dos genitores - Extinção decretada, homologada a desistência - Insurgência da
genitora postulando a apreciação do pleito reconvencional em que requer a guarda unilateral da
criança - Descabimento - Alteração do pedido e da causa de pedir da reconvenção,
originariamente formulada por ambos os genitores em face da avó - Pedido reconvencional
alterado no curso da demanda para guarda unilateral em favor da genitora que deve ser objeto
de ação autônoma em face do pai, que aqui figurou como réu - Inaplicabilidade do artigo 343, §
3º, do Código de Processo Civil - Sentença mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n.
1001679-04.2018.8.26.0126 - Caraguatatuba - 8ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Salles Rossi - 15/12/2021 - 48923 - Unânime)

1004357-84.2021.8.26.0320 - CONTRATO - Prestação de Serviços - Plano de Saúde -


Recusa de cobertura de exame "PET SCAN" oncológico - Os elementos coligidos aos autos
indicam que o exame indicado por médico se faz necessário para o correto diagnóstico de
câncer - Abusividade da negativa de cobertura - Inteligência da Súmula 96 desta Corte -
Precedentes - Resoluções administrativas da ANS não podem limitar direitos concedidos por lei
e pelo contrato - Sentença mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1004357-
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84.2021.8.26.0320 - Limeira - 8ª Câmara de Direito Privado - Relator: Theodureto Camargo


- 02/12/2021 - 31508 - Unânime)

1036230-80.2017.8.26.0114 - COMPETÊNCIA RECURSAL - Pretensão Regressiva - Contrato


de seguro residencial - Sub-rogação proveniente do pagamento da indenização ao segurado -
Falha na prestação dos serviços de fornecimento de energia elétrica - Competência disciplinada
no artigo 5°, § 1º, da Resolução nº 623/2013 do Órgão Especial do Egrégio Tribunal de Justiça -
Redistribuição a uma das Colendas 11ª a 38ª Câmaras de Direito Privado - Precedentes
jurisprudenciais - Prevenção que não se sobrepõe às normas de competência em razão da
matéria - Súmula nº 158 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - Recurso não
conhecido. (Apelação Cível n. 1036230-80.2017.8.26.0114 - Campinas - 9ª Câmara de
Direito Privado - Relator: César Santos Peixoto - 16/12/2021 - 21754 - Unânime)

1006113-97.2021.8.26.0007 - RESCISÓRIA - Sentença - Ação Declaratória de Nulidade -


Pleito fundado em nulidade da citação em processo anterior proposto em face do ora autor -
Rejeição da petição inicial por aventada impossibilidade da via eleita, por tratar-se de hipótese
prevista no artigo 966, III, V e VIII, Código de Processo Civil, ou seja, apontando a via da ação
rescisória, como correta - Inconformismo do autor aduzindo que não há menção expressa sobre
a nulidade de citação nas hipóteses de interposição de ação rescisória prevista no artigo 966 do
Código de Processo Civil - Acolhimento - Nulidade de citação que impede a formação da coisa
julgada e a discussão pela via rescisória sendo adequada a ação ora proposta - Pretensão que
deve ser deduzida por meio de "querela nullitatis", perante o juízo de primeiro grau - Sentença
cassada - Recebimento da petição inicial, para regular prosseguimento - Apelo provido.
(Apelação Cível n. 1006113-97.2021.8.26.0007 - São Paulo - 9ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Galdino Toledo Júnior - 03/12/2021 - 32256 - Unânime)

1007498-19.2017.8.26.0590 - UNIÃO ESTÁVEL - Reconhecimento e Dissolução -


Reconhecimento pos mortem - Procedência parcial - Período compreendido entre 1989 a
1999 - Inconformismo da autora que buscava o reconhecimento de 1989 até a data do
falecimento ocorrida em 09/06/2017 - Inviabilidade - Elementos constantes dos autos não
viabilizam o reconhecimento da união por todo o período, falecido que tinha outro
relacionamento robustamente demonstrado - Inocorrência de união estável putativa - Prova dos
autos bem apreciada - Sentença mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1007498-
19.2017.8.26.0590 - São Vicente - 10ª Câmara de Direito Privado - Relator: Coelho Mendes
- 06/12/2021 - 30650 - Unânime)

1054291-89.2021.8.26.0100 - ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA - Requisitos - Aquisição do


imóvel mediante regular compromisso de compra e venda - Declaração expressa de quitação -
Alegação de negócio simulado - Não comprovação - Presentes os requisitos essenciais da ação
- Procedência da ação - Sentença confirmada - Aplicação do disposto no artigo 252 do
Regimento Interno do Tribunal de Justiça - Verba honorária majorada, em atendimento ao artigo
85, parágrafo 11º do Código de Processo Civil - Recurso não provido. (Apelação Cível n.
1054291-89.2021.8.26.0100 - São Paulo - 10ª Câmara de Direito Privado - Relator: Elcio
Trujillo - 06/12/2021 - 41585 - Unânime)

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11ª a 24ª Câmaras

1018990-36.2020.8.26.0482 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Indenizatória -


Alegação de recebimento de inúmeras mensagens e ligações do réu em razão de cobrança em
nome de terceiro - Danos morais não configurados - Aborrecimento cotidiano, sem repercussão
negativa na vida social ou ao nome - Sentença de improcedência mantida - Recurso improvido,
com majoração da verba honorária. (Apelação Cível n. 1018990-36.2020.8.26.0482 -
Presidente Prudente - 11ª Câmara de Direito Privado - Relator: Gil Ernesto Gomes Coelho
- 10/12/2021 - 37375 - Unânime)

1064703-53.2019.8.26.0002 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Falha na prestação


de serviços de internet - Sentença que julgou improcedente a demanda - Inconformismo do
autor - Descabimento - Inexistência de prova de que o requerente tenha suportado graves
afrontas à sua intimidade - Ausência de comprovação de abalo moral ou psíquico - Hipótese em
que houve mero aborrecimento em razão do inadimplemento da ré, que descumpriu a
obrigação de aumentar a velocidade do serviço de internet oferecido ao autor - Sentença
mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1064703-53.2019.8.26.0002 - São Paulo -
11ª Câmara de Direito Privado - Relator: Renato Rangel Desinano - 03/12/2021 - 31278 -
Unânime)

1009260-65.2019.8.26.0084 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Telefonia -


Contratação fraudulenta - Devolução recursal limitada ao "quantum" reparatório - A despeito
da contratação fraudulenta, a Apelante não teve o seu nome negativado, nem sofreu cobrança
vexatória por parte da Apelada - Ausência de danos extraordinários que justifiquem a elevação
da condenação, fixada na origem em R$ 1.500,00 - Razoabilidade do valor, que deve ser
mantido, conforme peculiaridades do caso concreto - Sentença mantida na íntegra - Recurso
não provido. (Apelação Cível n. 1009260-65.2019.8.26.0084 - Campinas - 12ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Tasso Duarte de Melo - 16/12/2021 - 35166 - Unânime)

1006842-31.2021.8.26.0361 - CONTRATO BANCÁRIO - Financiamento de veículo - Revisão


- Questionamento acerca da cobrança das tarifas de registro de contrato, tarifa de avaliação de
bem, seguro prestamista, seguro auto, seguro auto casco e título de capitalização - Sentença
de parcial procedência que determinou a restituição à autora, de forma simples, das tarifas
relativas aos seguros e ao título de capitalização - Insurgência da instituição financeira - Não
acolhimento - Seguro prestamista, "seguro auto" e "seguro auto casco" - Entendimento
consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp nº 1.639.320/SP e REsp
nº 1.639.259/SP, sob o rito dos recursos repetitivos - Inexistência de prova de que foi
oportunizada ao consumidor a liberdade na escolha da seguradora - Venda casada configurada
- Abusividade reconhecida - Cobrança "Cap Parc. Premiável" (capitalização de parcela
premiável) - Abusividade - Contratação conjunta de título de capitalização com o financiamento
do veículo - Inexistência de qualquer similitude entre tais serviços - Venda casada configurada -
Prática ilegal - Inteligência do artigo 39, I, do Código de Defesa do Consumidor - Sentença de
parcial procedência mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1006842-
31.2021.8.26.0361 - Mogi das Cruzes - 12ª Câmara de Direito Privado - Relator: José Jacob
Valente - 03/12/2021 - 33387 - Unânime)

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1022011-95.2020.8.26.0554 - CONTRATO - Consórcio - Bem móvel - Ação de obrigação de


fazer cumulada com danos morais e materiais - Autor contemplado em assembleia, não teve a
carta de crédito liberada pela administradora do consórcio - Evidência de exercício abusivo do
direito da ré - Recusa de pagamento da carta de crédito sem apontar os motivos que impediram
a disponibilização do crédito - Recusa injustificada em manifesto exercício abusivo de direito,
inviabilizando a adoção de providências necessárias para a liberação da carta de crédito -
Liberação da carta de crédito corretamente determinada - Danos morais - Recusa injustificada
da ré na liberação da carta de crédito do autor frustrou justa expectativa de aquisição do
veículo, acarretando transtornos que desbordam os limites do mero aborrecimento - Danos
morais caracterizados - Indenização fixada em patamar consentâneo com os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade - Danos materiais - Valores comprovadamente pagos pelo
autor, em razão da recusa injustificada em liberar a carta de crédito - Sentença de parcial
procedência mantida - Recurso negado. (Apelação Cível n. 1022011-95.2020.8.26.0554 -
Santo André - 13ª Câmara de Direito Privado - Relator: Francisco Giaquinto - 14/12/2021 -
36244 - Unânime)

1000819-38.2021.8.26.0048 - EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL - Instrumento


particular de confissão de dívida e outras avenças - Embargos à execução rejeitados -
Cerceamento de defesa - Inocorrência - Prova pericial desnecessária - Controvérsia restrita à
regularidade das disposições contratuais - Capitalização - Admissibilidade a partir de março de
2.000 - Juros remuneratórios - Não verificada abusividade - Taxas expressamente previstas na
pactuação - Ausente cumulação de comissão de permanência com outros encargos da mora -
Honorários advocatícios fixados por equidade, com observância dos critérios de razoabilidade e
proporcionalidade - Manutenção da r. sentença - Recurso não provido. (Apelação Cível n.
1000819-38.2021.8.26.0048 - Atibaia - 13ª Câmara de Direito Privado - Relator: Carlos
Eduardo Cauduro Padin - 01/12/2021 - 33137 - Unânime)

1001326-47.2020.8.26.0108 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - Sucumbência -


Reciprocidade - Ação de cobrança - Sentença de parcial procedência - Recurso - Acolhimento
de cerca de um terço do pedido inicial - Sucumbência recíproca caracterizada, não se cogitando
de condenação do réu ao pagamento integral das verbas da derrota - Distribuição proporcional
que é de rigor - Artigo 86 do Código de Processo Civil - Recurso provido. (Apelação Cível n.
1001326-47.2020.8.26.0108 - Cajamar - 14ª Câmara de Direito Privado - Relator: Carlos
Henrique Abrão - 02/12/2021 - 54897 - Unânime)

1033603-23.2019.8.26.0506 - CONTRATO - Prestação de serviços - Água e esgoto - Ação


declaratória de inexigibilidade de débito - Sentença de procedência - Problemas de medição -
Código de Defesa do Consumidor - Responsabilidade objetiva do concessionário de serviço
público - Regularidade das medições e cobrança dos meses questionados não comprovada -
Sentença mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1033603-23.2019.8.26.0506 -
Ribeirão Preto - 14ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luis Fernando Camargo de
Barros Vidal - 01/12/2021 - 20747 - Unânime)

1006139-64.2021.8.26.0664 - RECURSO - Apelação - Alegada ausência de pressupostos


processuais - Situação não verificada - Observância dos limites da impugnação apresentada,
atendendo o recurso, suficientemente, às normas do artigo 1010, incisos II e III do Código de
Processo Civil - Recurso conhecido. (Apelação Cível n. 1006139-64.2021.8.26.0664 -
Votuporanga - 15ª Câmara de Direito Privado - Relator: Edison Vicentini Barroso -
14/12/2021 - 28048 - Unânime)
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1006139-64.2021.8.26.0664 - PROVA - Produção - Prescindibilidade - Ação revisional de


contrato bancário - Cerceamento de defesa - Situação não ocorrente - Fatos e documentos
acostados aos autos que denotam a falta de proveito da produção de outras provas - Incidência
do artigo 370 do Código de Processo Civil, anotado que a prova se destina ao Juiz, não às
partes - Questão exclusivamente de direito em face da evidência documental - Possibilidade de
julgamento do mérito. (Apelação Cível n. 1006139-64.2021.8.26.0664 - Votuporanga - 15ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Edison Vicentini Barroso - 14/12/2021 - 28048 -
Unânime)

1006139-64.2021.8.26.0664 - CONTRATO BANCÁRIO - Empréstimo pessoal - Juros


remuneratórios - Ação revisional - Limitação da taxa de juros - Cabimento, nas especiais
circunstâncias - Taxas exigidas que se apresentaram abusivas - Necessidade de observância
da taxa média de mercado divulgada pelo BACEN na época da contratação - Devolução de
forma simples de valores, se o caso, não dobrada, ausente má-fé da instituição financeira -
Dano moral - Ausência de prejuízo à honra do autor - Indenização descabida - Recurso
parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1006139-64.2021.8.26.0664 - Votuporanga - 15ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Edison Vicentini Barroso - 14/12/2021 - 28048 -
Unânime)

1001450-78.2020.8.26.0383 - CONTRATO BANCÁRIO - Cartão de crédito consignado


(RMC) - Ação declaratória com indenização - Comprovação por perícia grafotécnica que a
assinatura lançada no contrato não é autêntica - Fraude configurada - Sentença de
procedência, declarando a inexistência da contratação, condenando o réu na restituição em
dobro e indenização - Recurso do réu - Pretensão em ser afastada a condenação imposta, visto
que não houve qualquer desconto no benefício previdenciário do autor - Acolhimento - Conjunto
probatório dos autos que demonstram efetivamente que não houve qualquer desconto no
benefício previdenciário do autor, havendo apenas a reserva - Ausência de comprovação de
qualquer crédito na conta do autor ou realização de saque pelo cartão de crédito que pudesse
gerar qualquer contraprestação - Artigo 6º, § 5º da Lei Federal nº 10.820 que prevê a
possibilidade de ser efetuada apenas retenção - Mera anotação em benefício previdenciário -
Ausência de desconto - Dano material não caracterizado - Impossibilidade de se falar de
restituição de valores - Dano moral - Inocorrência - Mera reserva da margem consignável que
não se mostra suficiente à caracterização de prejuízo moral - Hipótese que se caracteriza como
mero aborrecimento, sem o potencial de causar danos à honra e à imagem - Precedentes -
Restituição em dobro e indenização por danos morais afastadas - Sucumbência alterada -
Sentença reformada - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1001450-78.2020.8.26.0383 -
Nhandeara - 15ª Câmara de Direito Privado - Relator: Achile Mario Alesina Junior -
08/12/2021 - 22902 - Unânime)

1073758-88.2020.8.26.0100 - SEGURO - Responsabilidade civil - Prestação de serviços de


energia elétrica - Comprovada contratação do seguro e nexo de causalidade com o sinistro
indenizado - Ação regressiva - Pretensão da seguradora autora ao ressarcimento de valor pago
ao seu segurado em decorrência de avarias nos equipamentos elétricos - Alegação de que
foram causadas por oscilação / sobretensão na rede elétrica pertencente à ré - Sentença de
procedência - Inconformismo - Cabimento - Apesar de se tratar de responsabilidade objetiva,
indispensável a demonstração do nexo causal - Inicial instruída apenas com orçamentos
genéricos - Inadmissibilidade - Laudo de vistoria "in loco" inconclusivo, sem fazer a devida
análise das condições das instalações elétricas do estabelecimento da segurada - Ausência de
elementos demonstrando a plausabilidade dos fatos - Sentença reformada - Recurso da ré
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provido. (Apelação Cível n. 1073758-88.2020.8.26.0100 - São Paulo - 16ª Câmara de Direito


Privado - Relator: Jovino de Sylos Neto - 03/12/2021 - 40366 - Unânime)

1000674-66.2021.8.26.0311 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Ato ilícito - Não caracterização -


Prova - Ônus do autor - Não Desincumbência, nos termos do artigo 373, inciso I, do
Código de Processo Civil - Contrato bancário - Empréstimo consignado - Comprovação nos
autos do depósito dos valores na conta corrente da autora que não se desincumbiu do ônus de
prova acerca da ilegitimidade da cobrança - Cobrança exigível - Licitude dos atos praticados
pela instituição financeira eis que amparados pelo exercício regular de seu direito - Sentença de
improcedência mantida - Sucumbência recursal - Majoração da verba honorária nos termos do
artigo 85, § 11º, do Código de Processo Civil - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1000674-
66.2021.8.26.0311 - Junqueirópolis - 16ª Câmara de Direito Privado - Relator: Mauro Conti
Machado - 03/12/2021 - 48012 - Unânime)

1003088-73.2021.8.26.0008 - CONTRATO - Consórcio - Bem móvel - Ação de rescisão


contratual cumulada com restituição de valores - Autor que foi contemplado, mas teve
negada a carta de crédito - Ré que justifica a negativa no fato da pessoa jurídica da qual o autor
é sócio possuir pendências financeiras - Exigência que não encontra amparo legal, nem
contratual - Rescisão do contrato por culpa exclusiva do consórcio - Devolução de valores de
imediato sem descontos e multa - Dano moral configurado - Indenização devida - Quantum
fixado em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) que não se mostra abusivo - Sentença de
parcial procedência mantida - Recurso desprovido com majoração dos honorários nos termos
do artigo 85, § 11º do Código de Processo Civil. (Apelação Cível n. 1003088-
73.2021.8.26.0008 - São Paulo - 17ª Câmara de Direito Privado - Relator: Irineu Fava -
07/12/2021 - 46400 - Unânime)

1001784-29.2020.8.26.0346 - DANO MORAL - Banco de dados - Inscrição indevida nos


cadastros de proteção ao crédito - Contrato de empréstimo consignado em folha de
pagamento - Ação declaratória de inexigibilidade de débito cumulada com indenização por
danos morais - Parcelas descontadas diretamente da remuneração do autor - Inexistência de
débito pendente - Caso em que evidenciada a má prestação de serviços da parte ré, uma vez
que optou por negativar o nome do autor por um débito ao qual este não deu causa - Dever de
indenizar configurado -Responsabilidade inafastável - "Quantum" indenizatório - Elevação -
Necessidade - Redução - Impossibilidade - Honorários advocatícios - Majoração, conforme
artigo 85, §1º e §11, do Código de Processo Civil - Recurso do réu improvido e provida a
apelação do autor. (Apelação Cível n. 1001784-29.2020.8.26.0346 - Martinópolis - 17ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Souza Lopes - 01/12/2021 - 41836 - Unânime)

1002428-05.2017.8.26.0369 - EXTINÇÃO DO PROCESSO - Execução individual - Interesses


transindividuais - Julgamento da impugnação ao cumprimento da sentença - Ocorrência do
trânsito em julgado - Conferência dos cálculos pela contadoria judicial - Planilha homologada foi
elaborada de acordo com o título exequendo e com os parâmetros fixados nos autos -
Satisfação da obrigação configurada - Cabimento da extinção da execução, nos moldes do
inciso II, do artigo 924 do novo Código de Processo Civil - Recurso improvido, com observação.
(Apelação Cível n. 1002428-05.2017.8.26.0369 - Monte Aprazível - 18ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Carlos Alberto Lopes - 03/12/2021 - 119117 - Unânime)

1062327-60.2020.8.26.0002 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Ação declaratória de


inexistência de débito cumulado com indenização - Autor que teve seus dados pessoais
violados e utilizados para uma contratação fraudulenta, com anuência da ré - Julgado que
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declarou a inexigibilidade de débito indicado na inicial, condenando a ré no pagamento de R$


4.000,00 (quatro mil reais), a título de danos morais - Majoração para R$ 5.000,00 (cinco mil
reais), atendendo aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade para o caso concreto -
Verba honorária fixada em 20% (vinte por cento) sobre o valor atualizado da condenação -
Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1062327-60.2020.8.26.0002 - São Paulo -
18ª Câmara de Direito Privado - Relator: Roque Antonio Mesquita de Oliveira - 01/12/2021
- 41567 - Unânime)

1008140-43.2020.8.26.0248 - TARIFA - Serviços bancários - Cadastro - Legalidade - Ação


revisional de contrato bancário - Inteligência da Resolução do Conselho Monetário Nacional
(CMN) nº 3.518/2007 e Circular do Banco Central (Bacen) nº 3.371/2007 - Possibilidade de
cobrança - Matéria pacificada pelo REsp nº 1.251.331/RS, que deu origem à Súmula 566 do
Superior Tribunal de Justiça - Abusividade não reconhecida - Recurso parcialmente provido.
(Apelação Cível n. 1008140-43.2020.8.26.0248 - Indaiatuba - 19ª Câmara de Direito Privado
- Relator: Nuncio Theophilo Neto - 13/12/2021 - 19626 - Unânime)

1008140-43.2020.8.26.0248 - TARIFA - Serviços bancários - Registro de contrato - Ação


revisional de contrato bancário - Possibilidade de cobrança caso comprovada a prestação do
serviço, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo
(REsp Nº 1.578.553/SP) - Instituição financeira que comprovou a efetiva prestação do serviço -
Abusividade não reconhecida - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1008140-
43.2020.8.26.0248 - Indaiatuba - 19ª Câmara de Direito Privado - Relator: Nuncio Theophilo
Neto - 13/12/2021 - 19626 - Unânime)

1008140-43.2020.8.26.0248 - TARIFA - Serviços bancários - Avaliação - Ação revisional de


contrato bancário - Possibilidade de cobrança caso comprovada a prestação do serviço,
conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo (REsp nº
1.578.553/SP) - Instituição financeira que não comprovou a prestação do serviço - Abusividade
reconhecida - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1008140-43.2020.8.26.0248 -
Indaiatuba - 19ª Câmara de Direito Privado - Relator: Nuncio Theophilo Neto - 13/12/2021 -
19626 - Unânime)

1008140-43.2020.8.26.0248 - TARIFA - Serviços bancários - Seguro de proteção financeira


- Ação revisional de contrato bancário - Contratação de seguradora imposta pela instituição
financeira - Entendimento do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp nº 1.639.320-
SP aplicável ao caso - Abusividade reconhecida - Recurso parcialmente provido. (Apelação
Cível n. 1008140-43.2020.8.26.0248 - Indaiatuba - 19ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Nuncio Theophilo Neto - 13/12/2021 - 19626 - Unânime)

1008140-43.2020.8.26.0248 - IMPOSTO - Operações financeiras (IOF) - Ação revisional de


contrato bancário - Possibilidade de cobrança prevista no artigo 2º do Decreto nº 6.306/2007 -
Matéria pacificada pelo REsp nº 1.251.331/RS - Abusividade não reconhecida - Recurso
parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1008140-43.2020.8.26.0248 - Indaiatuba - 19ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Nuncio Theophilo Neto - 13/12/2021 - 19626 -
Unânime)

1008140-43.2020.8.26.0248 - JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA - Ação revisional de


contrato bancário - Determinada a devolução do valor da tarifa de avaliação do bem e do
seguro de proteção financeira, de forma simples, montante acrescido de juros de 1% (um por
cento) ao mês desde a citação, nos termos do no artigo 405 do Código Civil, e correção
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monetária desde o desembolso, nos termos da Súmula nº 43 do Superior Tribunal de Justiça,


de acordo com a Tabela Prática deste Tribunal de Justiça, autorizada a compensação do
crédito e débito existentes, abatendo-se do saldo devedor os valores indevidamente cobrados -
Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1008140-43.2020.8.26.0248 - Indaiatuba -
19ª Câmara de Direito Privado - Relator: Nuncio Theophilo Neto - 13/12/2021 - 19626 -
Unânime)

1008140-43.2020.8.26.0248 - SUCUMBÊNCIA - Reciprocidade - Tendo em vista do


provimento parcial da apelação e da procedência em parte dos pedidos formulados na inicial,
considerando a sucumbência recíproca, cada parte arcará com metade das custas e despesas
processuais e com os honorários advocatícios ao patrono da parte adversa fixados em 10%
(dez por cento) sobre o valor da causa, vedada a compensação - Recurso parcialmente
provido. (Apelação Cível n. 1008140-43.2020.8.26.0248 - Indaiatuba - 19ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Nuncio Theophilo Neto - 13/12/2021 - 19626 - Unânime)

1037043-27.2019.8.26.0506 - CONTRATO BANCÁRIO - Cartão de crédito - Ação declaratória


de inexigibilidade de débito - Sentença de parcial procedência - Relação de consumo - Súmula
297 do Superior Tribunal de Justiça - Seguro de Proteção Financeira - Termo de adesão que
não faz prova quanto à possibilidade de ajuste com empresa diversa - Hipótese de venda
casada configurada - Inteligência do artigo 39, I, do Código de Defesa do Consumidor - Tema
objeto do Recurso Especial Repetitivo nº 1.578.553/SP - Exigência corretamente afastada -
Sentença mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1037043-27.2019.8.26.0506 -
Ribeirão Preto - 19ª Câmara de Direito Privado - Relator: Cláudia Grieco Tabosa Pessoa -
03/12/2021 - 25699 - Unânime)

1000466-88.2020.8.26.0288 - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - Telecomunicações - TV por


assinatura - Canais abertos - Sinal digital - Ação de obrigação de fazer c.c. indenização por
dano moral - Alegada cobrança indevida de mensalidade pela utilização do plano denominado
"Sky Livre", contratado pelo autor junto à ré, a qual se comprometeu, no ato da contratação, a
cobrar tão somente o valor referente aos equipamentos, instalação e habilitação do produto e
fornecer gratuitamente os canais abertos de televisão - Com a substituição da tecnologia
analógica pela digital (artigo 10 do Decreto Federal nº 5.820/2006, Decreto Federal nº
8.061/2013 e Decreto Federal nº 8.753/2016), a distribuição de canais abertos somente é
possível por meio da tecnologia digital, não havendo na legislação de regência (artigo 32, inciso
I e § 12, da Lei nº 12.485/2011) qualquer imposição de distribuição obrigatória e gratuita de
canais abertos digitais aos consumidores, posto que, agora, a distribuição gratuita depende de
autorização de cada emissora de canal aberto - Se a ré tem custo adicional para adquirir das
emissoras a transmissão dos canais abertos em tecnologia digital e a legislação de regência
não impõe a ela a obrigação de disponibilizar gratuitamente aos consumidores de seus
produtos e serviços, os canais abertos digitais, não há qualquer ilicitude na conduta da ré de
exigir do autor o pagamento pelo acesso aos aludidos canais - Precedentes deste E. Sodalício -
Improcedência mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1000466-88.2020.8.26.0288 -
Ituverava - 20ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Correia Lima - 28/12/2021 - 45418
- Unânime)

1024381-09.2020.8.26.0405 - CONTRATO BANCÁRIO - Financiamento - Teoria da


Imprevisão - Pandemia - Aquisição de veículo utilizado no exercício da atividade da requerente
de transporte escolar - Ação revisional - Pedido de suspensão do pagamento das parcelas -
Impactos financeiros em razão das restrições impostas em decorrência da pandemia de Covid-
19 - Suspensão das aulas presenciais - Aplicabilidade da Teoria de Imprevisão - Suspensão da
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cobrança das parcelas enquanto perdurar a situação de calamidade pública, e que deverão ser
cobradas ao final do contrato sem juros e correção monetária - Sentença de procedência
mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1024381-09.2020.8.26.0405 - Osasco - 20ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Luis Carlos de Barros - 13/12/2021 - 48401 -
Unânime)

2219254-09.2021.8.26.0000 - REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES - Execução de Título


Extrajudicial - Dificuldade de satisfação do crédito inadimplido - Pesquisa de ativos
financeiros via eletrônica - Inconformismo contra decisão que indeferiu pedido de expedição
de ofícios à CNSEG/SUSEP (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais,
Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização) a fim de obter informações
sobre eventual existência de planos de previdência privada em nome da parte executada -
Direito da parte de obter informações que sejam necessárias à consecução do objetivo do
processo e que são protegidas por sigilo, nos termos do artigo 1º da Lei Complementar
105/2001 - Possibilidade da expedição de ofícios na forma pretendida - Decisão reformada -
Recurso provido. (Agravo de Instrumento n. 2219254-09.2021.8.26.0000 - São Paulo - 21ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Décio Luiz José Rodrigues - 17/12/2021 - 12994 -
Unânime)

2073954-16.2021.8.26.0000 - PENHORA - Cumprimento de sentença homologatória de


acordo - Incidência sobre percentual de faturamento da empresa executada - Possibilidade
da adoção da medida excepcional - Diligências que não lograram êxito em localizar bens
passiveis de constrição suficientes para a satisfação do débito - Devedora que se mantém
inerte - Presunção de encerramento irregular das atividades que não pode servir de óbice para
o exercício do direito do credor - Decisão reformada - Recurso provido. (Agravo de
Instrumento n. 2073954-16.2021.8.26.0000 - São Caetano do Sul - 21ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Wellington Maia da Rocha - 07/12/2021 - 41707 - Unânime)

1025620-14.2021.8.26.0114 - NOTIFICAÇÃO JUDICIAL - Utilização para obtenção de dados e


documentos comuns, ante a anotação do nome em órgão de proteção ao crédito -
Inadmissibilidade - Interesse de agir, ademais, não configurado - Necessidade de comprovação
de prévio pedido administrativo, sem atendimento em prazo razoável, e pagamento do custo do
serviço - Orientação consolidada na 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça nos termos do
artigo 543-C do Código de Processo Civil - Requisitos não preenchidos - Extinção liminar do
processo sem exame do mérito - Decisão mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n.
1025620-14.2021.8.26.0114 - Campinas - 22ª Câmara de Direito Privado - Relator: Manuel
Matheus Fontes - 01/12/2021 - 51998 - Unânime)

1009053-46.2021.8.26.0068 - SEGURO - Responsabilidade civil - Prestação de serviços -


Fornecimento de energia elétrica - Ação de regresso fundada no pagamento de indenização
para a cobertura de prejuízos sofridos pelo segurado da autora, em decorrência de oscilações
elétricas - Análise do caso concreto que conclui pela inexistência de relação de causa e efeito
entre o defeito ou oscilação de tensão originada da rede de transmissão da concessionária e a
danificação do aparelho - Ausência de comprovação de que o segurado tenha ao menos
tomado algumas das medidas de precaução contra descargas atmosféricas que tenham
ocorrido nas suas edificações - Não preservação do aparelho danificado, o que seria
imprescindível para eventual perícia e apuração da causa dos danos ocasionados - Sentença
reformada para julgar a ação improcedente - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1009053-
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46.2021.8.26.0068 - Barueri - 22ª Câmara de Direito Privado - Relator: Alberto Gosson


Jorge Junior - 01/12/2021 - 21758 - Unânime)

1008242-59.2021.8.26.0562 - CITAÇÃO - Via postal - Pessoa jurídica - Nulidade -


Inocorrência - Ação de cobrança - Devolução de contêiner - Sobreestadia - Citação recebida
no endereço da empresa por funcionária, sem oposição ou ressalvas - Desnecessidade de
poderes de representação processual - Citação válida - Inteligência do artigo 248, § 2º, do
Código de Processo Civil/15 - Preliminar afastada. (Apelação Cível n. 1008242-
59.2021.8.26.0562 - Santos - 23ª Câmara de Direito Privado - Relator: Virgilio de Oliveira
Junior - 15/12/2021 - 50455 - Unânime)

1008242-59.2021.8.26.0562 - COMPETÊNCIA - Ação de cobrança - Devolução de contêiner


- Sobreestadia - Competência do Juízo da Comarca de Santos - Foro de eleição - Negócio que
decorreu da livre vontade das partes - Ausência de dificuldade de acesso ao Judiciário - Súmula
335, STF - Abusividade fragilizada com o implemento do processo eletrônico, que permite a
prática de atos processuais à distância - Precedentes do TJSP - Preliminar de incompetência
territorial afastada. (Apelação Cível n. 1008242-59.2021.8.26.0562 - Santos - 23ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Virgilio de Oliveira Junior - 15/12/2021 - 50455 - Unânime)

1008242-59.2021.8.26.0562 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Contrato de transporte


marítimo - Devolução de contêiner - Sobreestadia - Sentença de improcedência - Cobrança
da 'demurrage' que decorre dos usos e costumes - Direito consuetudinário marítimo que deve
ser observado - Precedentes do TJSP - Conhecimento marítimo no qual a ré figura como
consignatária. Instrumento de compromisso de devolução de contêineres firmado entre as
partes, prevendo o 'free time' e as taxas de sobreestadia. Responsabilidade da consignatária
sobre a carga - Ausência de elementos que poderiam afastar sua responsabilidade ou justificar
a demora na devolução do container - Sobreestadias devidas até a devolução - Conversão da
moeda estrangeira deve ser realizada na data do efetivo pagamento - Precedentes
jurisprudenciais do TJSP e do STJ - Sentença reformada em parte mínima - Sucumbência
mantida - Recurso acolhido em parte. (Apelação Cível n. 1008242-59.2021.8.26.0562 - Santos
- 23ª Câmara de Direito Privado - Relator: Virgilio de Oliveira Junior - 15/12/2021 - 50455 -
Unânime)

1002127-21.2019.8.26.0197 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Transporte ferroviário de


passageiros - Ação de indenização por danos morais e estéticos - Sentença que julgou o
pedido inicial improcedente - Condenação da autora a arcar com os ônus sucumbenciais, com a
ressalva da gratuidade de justiça a que faz jus - Insurgência da autora - Transporte de pessoas
- Responsabilidade do transportador que é objetiva e independe de prova de culpa, nos termos
do artigo 734, "caput", do Código Civil e do artigo 14, "caput" e parágrafo 3º, inciso II, do Código
de Defesa do Consumidor - Requerente empurrada por outros passageiros na plataforma de
embarque - Narrativa autoral e conjunto probatório indicativos da culpa exclusiva de terceiros
que, em aglomerado e no afã de conseguir um lugar para viajar sentados no trem que se
aproximava, acabaram por empurrar a apelante - Excludente de responsabilidade da recorrida,
nos termos do artigo 14, § 3º, inciso II, do Diploma Consumerista - Ausente, ademais, omissão,
conivência ou negligência por parte da fornecedora de transporte, configurado o rompimento do
nexo causal entre os serviços por ela prestados e os efetivos danos sofridos pela autora -
Afastamento do dever de indenizar - Sentença preservada - Recurso improvido. (Apelação
Cível n. 1002127-21.2019.8.26.0197 - Francisco Morato - 23ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Marcos Gozzo - 09/12/2021 - 13116 - Unânime)

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1015537-70.2020.8.26.0405 - CONTRATO - Prestação de serviços bancários - Ação


declaratória cumulada com restituição de valores e de indenização por danos morais - Cartão
de crédito enviado sem solicitação e cobrança de valores indevidos - Sentença de procedência
em parte para o fim de condenar o réu ao cumprimento da obrigação de se abster de enviar
para autora cartão e fatura de cartão, sem prévio requerimento, cancelar o cartão "sub judice" e
eventuais faturas a eles correspondentes, declarando a inexistência de dívidas oriundas do
recebimento deste cartão, devolvendo, de forma simples, o que recebeu a título de anuidade, e
condenar o réu ao pagamento da indenização por danos morais no valor de R$ 8.000,00 -
Irresignação da parte ré - Cabimento em parte - Parte ré que não comprovou a celebração do
contrato de cartão de crédito "sub judice" e a regularidade das cobranças realizadas em virtude
dessa contratação - Inexigibilidade do débito e condenação à restituição de valores que devem
ser mantidas - Envio de cartão de crédito sem solicitação do consumidor que constitui prática
abusiva - Inteligência do artigo 39, III, do Código de Defesa do Consumidor, e da Súmula 532
do Colendo Superior Tribunal de Justiça - Dano moral configurado - Dano "in re ipsa" -
"Quantum" indenizatório que merece, porém, redução para o valor R$ 5.000,00 - Montante que
se apresenta mais consentâneo com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade -
Sucumbência mantida - Incabível a majoração de honorários em favor da parte apelada prevista
pelo § 11 do artigo 85 do Código de Processo Civil ante o provimento parcial do recurso da
parte sucumbente - Recurso provido em parte. (Apelação Cível n. 1015537-70.2020.8.26.0405
- Osasco - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator: Walter Rocha Barone - 06/12/2021 -
26408 - Unânime)

1000858-42.2021.8.26.0369 - JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO - Cerceamento de


defesa - Prova pericial - Desnecessidade - Sentença de improcedência em autos de
embargos à execução - Recurso do embargante - Estando os autos devidamente instruídos,
cabível o julgamento antecipado da lide, sendo desnecessária a realização de prova pericial -
Inteligência do artigo 355, I, do Novo Código de Processo Civil - Inocorrência de cerceamento
de defesa - Precedentes do Egrégio Tribunal de Justiça - Preliminar afastada. (Apelação Cível
n. 1000858-42.2021.8.26.0369 - Monte Aprazível - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Luiz Augusto de Salles Vieira - 02/12/2021 - 40703 - Unânime)

1000858-42.2021.8.26.0369 - SENTENÇA - Alegada ausência de fundamentação -


Inocorrência - A Constituição não exige que a sentença ou a decisão dos embargos de
declaração seja extensamente fundamentada, mas que o juiz ou o tribunal dê as razões de seu
convencimento - Hipótese em que o juiz fundamentou sua decisão de forma clara - Ausência de
afronta aos artigos 93, IX, da Constituição Federal, e 489, § 1º, II, do Novo Código de Processo
Civil - Preliminar afastada. (Apelação Cível n. 1000858-42.2021.8.26.0369 - Monte Aprazível -
24ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Augusto de Salles Vieira - 02/12/2021 - 40703
- Unânime)

1000858-42.2021.8.26.0369 - CONTRATO - Prestação de serviços bancários - Cédula de


crédito bancário - Embargos à execução - Veículo automotor - Conversão da ação de busca e
apreensão em ação de execução - Possibilidade - Ação de busca e apreensão posteriormente
convertida em ação de execução - Partes que firmaram cédula de crédito bancário para a
aquisição de veículo automotor, o qual foi alienado fiduciariamente - Muito embora localizado o
bem alienado fiduciariamente, este foi encontrado em péssimo estado de conservação - Credor
fiduciário que, na hipótese de não localização do bem, pode requerer a conversão do pedido de
busca e apreensão em ação executiva - Precário estado de conservação do veículo que se
equipara à sua não localização ante a ausência de expressão econômica, tornando inócua sua
apreensão para cumprimento do contrato - Credor fiduciário, ademais, que pode ingressar
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diretamente com ação de execução - Inteligência dos artigos 4º e 5º do Decreto-Lei Federal n.


911/69 - Precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça e deste Egrégio Tribunal de
Justiça - Sentença mantida - Apelo improvido. (Apelação Cível n. 1000858-42.2021.8.26.0369 -
Monte Aprazível - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Augusto de Salles Vieira -
02/12/2021 - 40703 - Unânime)

1000858-42.2021.8.26.0369 - JUROS CONTRATUAIS - Cédula de crédito bancário -


Capitalização de juros - Abusividade - É vedada a capitalização de juros, ainda que
expressamente convencionada - A única exceção que se abre está na capitalização mensal que
se admite nas cédulas previstas em leis especiais, ou nos contratos celebrados após a entrada
em vigor da Medida Provisória n. 1963-17/2000, de 30/03/2000, e suas reedições, desde que
expressamente pactuada - Contrato firmado após a aludida Medida Provisória - Existência de
previsão em contrato da capitalização de juros - Licitude da referida prática reconhecida -
Sentença mantida - Apelo improvido. (Apelação Cível n. 1000858-42.2021.8.26.0369 - Monte
Aprazível - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Augusto de Salles Vieira -
02/12/2021 - 40703 - Unânime)

1000858-42.2021.8.26.0369 - CONTRATO - Prestação de serviços bancários - Comissão de


permanência - Não há, no contrato em discussão, previsão de incidência de comissão de
permanência em período de inadimplência, tampouco prova de sua efetiva cobrança nos autos -
Sentença mantida - Apelo improvido. (Apelação Cível n. 1000858-42.2021.8.26.0369 - Monte
Aprazível - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Augusto de Salles Vieira -
02/12/2021 - 40703 - Unânime)

1000858-42.2021.8.26.0369 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - Majoração - Apelo do


embargante em face da sentença de improcedência proferida em autos de embargos à
execução - Em razão do trabalho adicional realizado em grau de recurso, com base no artigo
85, § 11, do Novo Código de Processo Civil, majoram-se os honorários advocatícios para 15%
(quinze por cento) sobre o valor atualizado da causa, observada a gratuidade processual do
apelante. (Apelação Cível n. 1000858-42.2021.8.26.0369 - Monte Aprazível - 24ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Luiz Augusto de Salles Vieira - 02/12/2021 - 40703 - Unânime)

25ª a 38ª Câmaras

1001697-20.2020.8.26.0008 - COMISSÃO - Corretagem - Cobrança - Procedência -


Cerceamento ao direito de defesa afastado - Corretora que aproximou as partes interessadas
na compra e venda de bem imóvel - Contrato estabelecido entre as partes ajustando
corretagem de forma expressa - Cláusula de corretagem não abusiva - Concordância dos réus
em pagar à autora quantia a título de comissão de corretagem - Aplicabilidade da tese firmada
em recurso repetitivo n. 1.599.511/SP, quanto a validade de cláusula contratual que transfere
ao promitente comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem nos contratos de
promessa de venda e compra de unidade autônoma em regime de incorporação imobiliária -
Exigência da comissão com fundamento no artigo 725 do Código Civil - Comissão de
corretagem devida - Sentença mantida - Sucumbência recursal, nos termos do artigo 85, § 11,
do Código de Processo Civil - Recurso desprovido, nos termos do acórdão. (Apelação Cível n.
1001697-20.2020.8.26.0008 - São Paulo - 25ª Câmara de Direito Privado - Relator: Claudio
Hamilton Barbosa - 06/12/2021 - 26521 - Unânime)

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0006764-90.2020.8.26.0037 - CONTRATO - Seguro de vida prestamista - Recusa no


pagamento sob argumento de doença preexistente - Ausência de exame médico prévio -
Alegação da ré de que, após o falecimento do segurado, teria recebido a informação de que já
estava doente quando da celebração do contrato - Inadmissibilidade - Entendimento
sedimentado no Colendo Superior de Justiça e nesta Câmara no sentido de que, na ausência
do exame ao efetuar o contrato, não há como argumentar doença preexistente - Pagamento
que deve ser efetuado direto à autora diante da consolidação do imóvel nas mãos da promitente
vendedora - Apelo improvido. (Apelação Cível n. 0006764-90.2020.8.26.0037 - Araraquara -
25ª Câmara de Direito Privado - Relator: Antonio de Almeida Sampaio - 06/12/2021 - 52187
- Unânime)

1013938-91.2016.8.26.0161 - SEGURO - Obrigatório (DPVAT) - Invalidez permanente -


Reconhecimento - Graduação do "quantum" da incapacitação relegada para a subsequente
fase de liquidação de sentença - Determinação de complementação da perícia médica -
Imprescindível o diagnóstico do percentual de comprometimento físico do autor, conforme o
prejuízo funcional apontado no laudo, visando estabelecer o "quantum" indenizatório -
Comprovada a obrigação pleiteada pelo autor na fase cognitiva ("an debeatur"), é possível a
apuração de sua extensão ("quantum debeatur") em sede de liquidação de sentença, ou seja,
admite-se a prolação de condenação ilíquida, desde que reconhecido o direito invocado pelo
demandante - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1013938-91.2016.8.26.0161 -
Diadema - 26ª Câmara de Direito Privado - Relator: Renato Sandreschi Sartorelli -
06/12/2021 - 33918 - Unânime)

0013847-97.2009.8.26.0020 - COMPRA E VENDA - Rescisão - Bem imóvel - Moradia


popular - Se, pelos elementos dos autos, resta evidenciado o estado de necessidade da parte,
deve o juiz conceder o benefício da assistência judiciária - Se a sentença está suficientemente
motivada, de rigor a adoção integral dos fundamentos nela deduzidos - Inteligência do artigo
252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça - Sentença que preenche os requisitos do
artigo 489 do Código de Processo Civil, inexistente qualquer nulidade - Demonstrado que os
apelantes transferiram o imóvel a terceiro, em afronta ao contrato que haviam firmado com a
CDHU, é de rigor a rescisão pleiteada - Dadas as circunstâncias do caso, com a inadimplência
por longa data, o valor das prestações pagas, bem como a transferência do imóvel a terceiro,
sem qualquer tipo de autorização da CDHU, os valores já pagos devem ser utilizados como
forma de compensação pelo uso do bem - Recurso provido apenas para conceder o benefício
da gratuidade processual aqui pleiteado. (Apelação Cível n. 0013847-97.2009.8.26.0020 - São
Paulo - 26ª Câmara de Direito Privado - Relator: Reinaldo Felipe Ferreira - 02/12/2021 -
50345 - Unânime)

1004560-61.2019.8.26.0079 - TARIFA - Prestação de serviços - Fornecimento de água e


coleta de esgoto - Ação de declaratória cumulada com restituição de valores - Sentença de
procedência - Apelo da requerida pleiteando a nulidade da respeitável sentença por
cerceamento de defesa - Desnecessidade de produção de outras provas, conforme os artigos
355 e 370, ambos do Código de Processo Civil - Cobrança adicional do fator de carga poluidora
(fator K) - Descabimento - Natureza comercial e não industrial da atividade desenvolvida pela
autora bem configurada - Classificação estabelecida pelo IBGE - Comissão Nacional de
Classificação, com inserção da autora na classe "padaria e confeitaria com predominância de
revenda" - Aplicação do artigo 3º, inciso II, do Regulamento do Sistema Tarifário da Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP, a que se refere o Decreto Estadual
n. 41446, de 16 de dezembro de 1996, bem ainda do item 9.1.2. da própria Norma Técnica
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SABESP n. 217 - Ausência de estudo prévio para legitimar a cobrança do adicional de poluição
- Cobrança indevida, devolução simples - Precedentes desta Colenda 27ª Câmara de Direito
Privado - Sentença mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1004560-
61.2019.8.26.0079 - Botucatu - 27ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luís Roberto
Reuter Torro - 01/12/2021 - 391 - Unânime)

1005467-59.2018.8.26.0309 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Ofensas em rede


social - Sentença que julgou procedente, em parte, a ação, para o efeito de condenar a ré a
retirar, definitivamente, a referida postagem em seu perfil no "Facebook", sob pena de multa
diária de R$ 300,00 (trezentos reais), limitada a 30 (trinta) dias, bem como a pagar a quantia já
atualizada de R$ 3.000,00 (três mil reais) ao autor, a título de indenização por dano moral, com
correção e juros legais desde a publicação, tornando definitiva a liminar concedida e, ainda, no
prazo de 10 (dez) dias, apresentar retratação veiculada da mesma forma como foi feita a
postagem do integral da sentença, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais),
até o teto de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) - Inconformismo da parte ré - Adoção dos
fundamentos da sentença, em razão do permissivo do artigo 252 do Regimento Interno desta
Egrégia Corte - Sentença mantida - Recurso não provido. (Apelação Cível n. 1005467-
59.2018.8.26.0309 - Jundiaí - 27ª Câmara de Direito Privado - Relator: Rogério Murillo
Pereira Cimino - 01/12/2021 - 5790 - Unânime)

1033326-30.2020.8.26.0196 - CONTRATO - Prestação de serviços - Telefonia - Relação de


consumo - Ação declaratória de inexigibilidade de débito cumulada com rescisão contratual,
repetição de indébito e indenização por danos morais - Sentença de parcial procedência -
Incidência do Código de Defesa do Consumidor que não isenta o autor de demonstrar, mesmo
que minimamente, os fatos constitutivos do seu direito - Autor que permaneceu 22 meses
usufruindo dos serviços prestados pela ré e se sujeitou à cobrança das tarifas relativas ao
fornecimento de "modem" sem qualquer insurgência ou pedido de cancelamento - Cabe
destacar, por oportuno, que da mera consulta ao sistema informatizado deste Egrégio Tribunal
de Justiça, verifica-se que o requerente propôs outra demanda em face da mesma ré para
discutir os termos de uma nova contratação que inclui outros serviços além daqueles já
prestados - Não obstante, vê-se que o patrono do requerente já distribuiu diversas ações dessa
mesma natureza - Circunstâncias que exigem a cautela na apreciação da lide, a teor do
Comunicado CG n. 02/2017 do NUMOPEDE - "In casu", a discussão acerca da exigibilidade da
tarifa referente ao "modem" encontra óbice no princípio "venire contra factum proprium" -
Ausência de demonstração da suposta queda de sinal e oscilação da velocidade da internet -
Não constatada a falha na prestação dos serviços, tampouco a cobrança de valores superiores
ao ajustado na renegociação ocorrida em 20/07/2020 - Por corolário lógico, afasta-se o pedido
de repetição de indébito e de resolução do contrato por culpa da ré - Danos morais não
comprovados - Diante desse cenário, mostra-se de rigor a improcedência da demanda e a
inversão do ônus da sucumbência - Cabível a majoração dos honorários advocatícios devidos
pelo autor, a teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil - Sentença reformada -
Recurso do autor desprovido, e apelo da ré, acolhido. (Apelação Cível n. 1033326-
30.2020.8.26.0196 - Franca - 28ª Câmara de Direito Privado - Relator: Cesar Luiz de
Almeida - 06/12/2021 - 18591 - Unânime)

1000008-30.2021.8.26.0161 - FRAUDE À EXECUÇÃO - Requisitos - Autor que apela da


respeitável sentença que lhe rejeitou os embargos de terceiro - Caracterização da fraude à
execução que pressupõe a alienação na pendência de demanda com citação, insolvência do
devedor, registro da execução ou da penhora, e má-fé do adquirente, presumida ou
demonstrada - Ausência da averbação da penhora e da execução, o que afasta a fraude e a
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má-fé presumidas - Ausente averbação da penhora e da execução, não se presume fraude à


execução, mas é preciso facultar ao credor, réu nos embargos de terceiro, produção de prova
da má-fé do adquirente, que o julgamento antecipado impediu - Em consequência, anula-se de
ofício a sentença - Apelo prejudicado. (Apelação Cível n. 1000008-30.2021.8.26.0161 -
Diadema - 28ª Câmara de Direito Privado - Relator: Celso José Pimentel - 03/12/2021 -
45530 - Unânime)

1035265-19.2018.8.26.0001 - CONDOMÍNIO - Despesas condominiais - Título executivo -


Execução de título extrajudicial - Embargos à execução - Ausência de interesse do réu em
parte da pretensão executória, porque compreende valor quitado. - Falta de comprovação
documental de que os valores das taxas condominiais foram aprovados em assembleia geral -
A execução depende da existência de título e limita-se ao que dele resulta - Vinculada sempre à
estrita legalidade, execução não há sem título certo, líquido e exigível, o que determina a
rejeição da pretensão de executar sem título e a extinção da execução. - Configurada a
exigência de dívida já paga, a impor a condenação do exequente ao pagamento do valor em
dobro, nos termos do artigo 940 do Código Civil e da Súmula 159 do Supremo Tribunal Federal
- Recurso provido. (Apelação Cível n. 1035265-19.2018.8.26.0001 - São Paulo - 29ª Câmara
de Direito Privado - Relator: Silvia Rocha - 15/12/2021 - 34087 - Unânime)

1043420-97.2021.8.26.0100 - SEGURO - Responsabilidade civil - Prestação de serviços -


Fornecimento de energia elétrica - Danos a equipamento eletrônico por oscilação na rede -
Pagamento de indenização a segurado - Ação de regresso da seguradora contra a
concessionária de serviço público, fornecedora de energia elétrica - Sentença de improcedência
- Apelo da autora - Ônus da autora de provar que os danos causados decorreram de oscilação
na rede elétrica - Laudo unilateral - Desinteresse pela produção de prova técnica - Nexo de
causalidade não comprovado - Muito embora, nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição
Federal, a responsabilidade da concessionária de serviço de fornecimento de energia elétrica
seja objetiva e independa da demonstração de culpa, cabia à autora a demonstração do evento
danoso, do nexo de causalidade e do dano -.Honorários advocatícios - Majorada a verba
honorária devida pela apelante - Sentença mantida - Apelação desprovida. (Apelação Cível n.
1043420-97.2021.8.26.0100 - São Paulo - 29ª Câmara de Direito Privado - Relator: Carlos
Henrique Miguel Trevisan - 06/12/2021 - 19702 - Unânime)

1010913-36.2016.8.26.0625 - NEGÓCIO JURÍDICO - Contrato - Vício de vontade -


Existência - Execução de título extrajudicial de termo de acordo cumulado com confissão de
dívida - Executado que contesta o título sob o fundamento de que assinou o documento em
uma fase em que utilizava drogas e álcool - Vício de validade do título de crédito firmado que
deve se sobrepor à tese da legalidade formal - Em que pese a execução tenha por escopo o
"Acordo Extrajudicial cumulado com Termo de Confissão de Dívida", assinado pelas partes e
por duas testemunhas, com firma reconhecida, não podem ser ignorados os documentos
juntados e a prova oral produzida, que demonstram que o executado é dependente químico -
Dado provimento ao recurso para julgar procedentes os embargos à execução, declarando a
existência de vício de vontade no termo de acordo extrajudicial cumulado com confissão de
dívida firmado e, em consequência, nulo o título executivo e extinta a execução com resolução
do mérito. (Apelação Cível n. 1010913-36.2016.8.26.0625 - Taubaté - 30ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Maria Lúcia Pizzotti - 03/12/2021 - 30897 - Unânime)

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1042470-68.2020.8.26.0506 - CONTRATO - Prestação de serviços - Intermediação digital


para transporte de passageiros (UBER) - Ação de obrigação de fazer com pleito cumulado de
indenização por danos materiais, morais e lucros cessantes - Demanda de motorista
profissional em face de empresa prestadora - Sentença de improcedência - Manutenção do
julgado - Cabimento - Regime legal e contratual que permite à empresa autora rescindir
unilateralmente o contrato, independentemente de pagamento de indenização ou outros
encargos, desde que notifique previamente o motorista - Danos materiais e morais não
configurados - Apelo do autor desprovido. (Apelação Cível n. 1042470-68.2020.8.26.0506 -
Ribeirão Preto - 30ª Câmara de Direito Privado - Relator: Marcos Antonio de Oliveira
Ramos - 03/12/2021 - 46027 - Maioria de votos com voto declarado)

1000446-09.2021.8.26.0597 - CONTRATO - Promessa de compra e venda - Bem imóvel -


Ação de rescisão contratual cumulada com restituição de valores - Desistência por iniciativa do
comprador - Percentual de retenção - Orientação da jurisprudência do Colendo Superior
Tribunal de Justiça - Nova fixação efetuada - Taxa de fruição - Lote - Ausência de
demonstração de edificação ou construção - Inadmissibilidade - Responsabilidade do
adquirente por taxas condominiais e tributos no período de posse do bem - Juros de mora -
Termo inicial - Trânsito em julgado - 1. Restou incontroverso que a rescisão do contrato ocorreu
por intenção do comprador autor - 2. No que tange ao percentual de retenção, o Colendo
Superior Tribunal de Justiça adotou em recente decisão a taxa de 25% (vinte e cinco por cento),
independentemente da ocupação da unidade imobiliária - Assim, de acordo com a orientação
da jurisprudência, a que adere esta Turma Julgadora, eleva-se o percentual de retenção para
25% (vinte e cinco por cento) - 3. No que diz respeito ao pedido de indenização pela fruição do
imóvel, observa-se que se trata da compra de um lote, um terreno sem edificação - Com efeito,
a ré não demonstrou que o demandante tenha iniciado qualquer tipo de construção no local, o
que afasta a pretendida reparação - 4. A responsabilidade do adquirente pelas despesas
condominiais tem início com a imissão na posse, conforme entendimento adotado pela 2ª
Seção do Colendo Superior Tribunal de Justiça, com caráter repetitivo - Assim, eventuais taxas
em aberto no período compreendido entre a imissão na posse e a restituição do bem são de
responsabilidade dos adquirentes - 5. De igual modo, cabe ao autor a responsabilidade pelos
tributos incidentes sobre o imóvel a partir da data da imissão na posse até a efetiva devolução
do bem à demandada - 6. Tratando-se de resolução de compromisso de compra e venda por
culpa do promitente comprador, os juros de mora devem incidir a partir da data do trânsito em
julgado da decisão, posto que inexiste mora anterior da promitente vendedora, matéria que
inclusive já foi decidida em âmbito de recurso repetitivo pelo Superior Tribunal de Justiça, Tema
1.002 - Recurso da ré parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1000446-09.2021.8.26.0597 -
Sertãozinho - 31ª Câmara de Direito Privado - Relator: Antonio Rigolin - 02/12/2021 -
49234 - Unânime)

1000446-09.2021.8.26.0597 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - Sucumbência -


Reciprocidade - Não ocorrência - Promessa de compra e venda - Bem imóvel - Ação de
rescisão contratual cumulada com restituição de valores - Fixação da verba honorária em
percentual sobre o valor da causa - Não prevalecimento - Adoção do valor da condenação
como base de cálculo - Elevação da verba honorária sucumbencial - Sucumbimento mínimo do
autor - Verificando-se que não houve pedido de indenização por benfeitorias, concluiu-se que o
autor decaiu em parte mínima de seus pedidos, o que justifica a aplicação do disposto no artigo
86, parágrafo único do Código de Processo Civil - Tratando-se de preceito condenatório ao
pagamento de quantia, a verba honorária deve ser fixada em percentual sobre o respectivo
valor, na forma do artigo 85, § 2º, do Código de Processo Civil - Assim, comporta acolhimento o
inconformismo da ré, para se determinar essa correção, pois não encontra respaldo a adoção
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do valor da causa como base de cálculo nessa hipótese - Recursos providos, com observação.
(Apelação Cível n. 1000446-09.2021.8.26.0597 - Sertãozinho - 31ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Antonio Rigolin - 02/12/2021 - 49234 - Unânime)

1000190-15.2021.8.26.0323 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - Bem móvel - Busca e apreensão -


Alegação da ré de dificuldades financeiras em razão das medidas de isolamento impostas pelo
Poder Público para combate do coronavírus - Lei Federal n. 14010/2020 que não realizou
alterações em relação aos contratos garantidos por alienação fiduciária - A alegação de
dificuldade financeira é matéria de cunho humanitário - Entretanto, tal arrazoado, conquanto
relevante sobre o prisma social e humano, não tem suporte jurídico para obstar a pretensão da
autora - O inadimplemento é incontroverso e a mora foi comprovada através da notificação
extrajudicial - Mesmo consideradas as dificuldades financeiras enfrentadas pela apelante em
razão das medidas restritivas para enfrentamento da pandemia de COVID-19, tal circunstância
não tem o condão de eximi-la do dever de pagamento - Não há regramento legal que impeça a
retomada de bens alienados fiduciariamente durante a pandemia - Ainda que a Lei Federal n.
14010/2020 tenha estabelecido regime jurídico especial para as relações privadas no período
da pandemia, não foram realizadas alterações em relação aos contratos garantidos por
alienação fiduciária - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1000190-15.2021.8.26.0323 -
Lorena - 31ª Câmara de Direito Privado - Relator: Adilson de Araujo - 02/12/2021 - 34992 -
Unânime)

1007040-09.2016.8.26.0114 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Promessa de compra e venda


de imóvel - Ação de indenização por danos materiais e morais - Atraso na entrega da obra por
parte da construtora - Impossibilidade de se aceitar cláusula que condiciona a entrega à
assinatura do contrato dos adquirentes com a instituição financeira - Exegese do disposto no
artigo 39, XII, do Código de Defesa do Consumidor - Autores que não tinham poder de liberar o
financiamento quando desejassem - Necessidade de que a documentação do imóvel estivesse
em ordem - Validade da cláusula de tolerância de 180 dias - Imóvel que deveria ser entregue
em 1/4/2013, o que só ocorreu em 16/1/2014 - Taxa de evolução da obra que deve ser
suportada pela ré no período de 2/4/2013 até 15/1/2014 - Lucros cessantes devidos - Autores
que tiveram de alugar outro imóvel no período mencionado - Comprovação documental dos
gastos - Despesas condominiais do imóvel locado que não constituíam danos emergentes -
Aumento do valor do imóvel - Índice do INCC que deve ser aplicado até março de 2013,
considerando que em abril de 2013 o imóvel deveria ter sido entregue - Valor pleiteado que
admitiu como prazo final outubro de 2012 - Montante a esse título que será calculado na fase de
liquidação - Questões debatidas que já foram decididas, em sua maioria, no IRDR n. 0023203-
35.2016.8.26.0000 - Existência também de Súmulas deste Tribunal de Justiça a respeito -
Sentença alterada em parte - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1007040-
09.2016.8.26.0114 - Campinas - 32ª Câmara de Direito Privado - Relator: Caio Marcelo
Mendes de Oliveira - 02/12/2021 - 17714 - Unânime)

1001796-53.2021.8.26.0008 - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - Turismo - Cruzeiro marítimo -


Pandemia - Cancelamento da viagem - Pedido de restituição da quantia paga - Sentença
de procedência, com aplicação do § 6º, artigo 2º, da Lei Federal n. 14.046/2020 - Pleito recursal
acerca da aplicação do artigo 2º, I e II, da Lei Federal n. 14046/2020 para remarcação ou
crédito em data posterior - Particularidades - Impossibilidade de remarcação e crédito futuro que
é desproporcional e prejudicial à consumidora - Devolução de valores que atende ao § 6º da Lei
Federal n. 14046/2020 - Recurso não provido - Há incidência do Código de Defesa do
Consumidor, sendo comprovado o cancelamento do cruzeiro marítimo adquirido em 09.2020,
com saída prevista para 02.2021, diante da pandemia do Covid-19 - A Lei Federal n.
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14046/2020 não possui a abrangência que pretende a demandada, pois não há prova de
remarcação para 02.2022, tanto que alegada a impossibilidade de utilização, bem como o
crédito futuro se mostra desproporcional e prejudicial à consumidora, sendo correta a devolução
dos valores pagos, com prazo estabelecido de 12 meses após o encerramento do estado
pandêmico, o que se mostra razoável para o equilíbrio da relação contratual, nos termos do §
6º, artigo 2º, da Lei Federal n. 14046/2020 - Negado provimento ao recurso. (Apelação Cível n.
1001796-53.2021.8.26.0008 - São Paulo - 32ª Câmara de Direito Privado - Relator: Kioitsi
Chicuta - 02/12/2021 - 47026 - Unânime)

1008287-76.2021.8.26.0008 - CONDOMÍNIO - Garagem - Multas por infração a regulamento


de condomínio - Estacionamento de veículo em vaga diversa daquela que lhe foi atribuída em
sorteio realizado em assembleia de condôminos autorizado pelo chefe da segurança do
condomínio - Ação de obrigação de fazer - Pedido para anulação das multas e para que o
condomínio réu fosse compelido a disponibilizar ao autor duas vagas grandes - Julgamento
antecipado da lide - Cerceamento de defesa não configurado - Inadimplência do autor em
relação a outras multas por infração, que ensejou que participasse apenas do último sorteio das
vagas remanescentes - Autor que alega ausência de disponibilização do total de vagas ao
sorteio, favorecendo alguns dos condôminos - A constatação de tal irregularidade apenas
poderia ensejar a nulidade da assembleia, o que não foi pleiteado pelo autor - Descabe ao
Judiciário simplesmente determinar o remanejamento das vagas ao autor - Soberania das
deliberações assembleares - Autor que foi contemplado com vaga de difícil acesso e localizada
ao lado da caçamba de lixo - Convenção condominial que demonstra que não há vaga grande
para todos os condôminos, ensejando o sistema de sorteio anual - Eventual dano causado ao
veículo quando da retirada do lixo que deve ser objeto de demanda própria, em caso de efetiva
ocorrência - Mera autorização verbal de um funcionário do condomínio que não se presta a
alterar o sorteio realizado em assembleia geral de condôminos - Multas devidas - Recurso não
provido. (Apelação Cível n. 1008287-76.2021.8.26.0008 - São Paulo - 33ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Ana Lucia Romanhole Martucci - 06/12/2021 - 27276 - Unânime)

1000516-24.2021.8.26.0533 - SEGURO - Vida e acidentes pessoais - Cobertura -


Beneficiários - Condições gerais - Interposição contra sentença que julgou procedentes os
pedidos formulados na ação de cobrança de indenização securitária - Segurado que se
encontrava embriagado quando da ocorrência do sinistro - Diferença entre o seguro de
automóvel e o seguro de vida - Morte de segurado em acidente de trânsito, ainda que
ocasionado pelo estado de embriaguez do referido, não afasta a obrigação à cobertura
securitária em favor dos beneficiários - Circular Susep/Detec/Gab 08/2007 editada pela
Superintendência de Seguros Privados, ademais, que veda a exclusão de cobertura de
acidentes decorrentes de atos do segurado em estado de insanidade mental, de alcoolismo, ou
sob efeito de substâncias tóxicas - Entendimento consagrado do Superior Tribunal de Justiça -
Indenização devida - Apólice prevendo cobertura adicional para o caso de morte acidental -
Indenização securitária devida - Parcial provimento apenas para alterar o termo inicial da
correção monetária, nos termos deste acórdão (a partir da negativa da seguradora) - Sentença
parcialmente reformada - Apelação parcialmente provida. (Apelação Cível n. 1000516-
24.2021.8.26.0533 - Americana - 33ª Câmara de Direito Privado - Relator: Mario A. Silveira
- 06/12/2021 - 47300 - Unânime)

1002432-21.2014.8.26.0604 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Acidente de trânsito - Ação


indenizatória - O conjunto probatório revela que foi a conduta imprudente do réu que deu causa
ao acidente ao atropelar a autora no canteiro central da rodovia após perder o controle do seu
veículo - Ainda que houvesse poças d'água na pista, isso não seria motivo suficiente para
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afastar a responsabilidade do requerido, pois as condições climáticas adversas, bem assim as


recentes obras de duplicação da rodovia, demandavam do condutor que dirigisse com cuidado
redobrado, precisamente pelo maior risco de acidentes - Exegese do artigo 28 do Código de
Trânsito Brasileiro - Inexistência de culpa concorrente, pois o atropelamento não ocorreu na
faixa de rolamento, mas quando a requerente já estava no canteiro central, local que não
poderia ter sido invadido pelo veículo do requerido - Os danos emergentes estão
documentalmente comprovados e totalizam R$ 933,00, ao passo que os pedidos fundados na
alegada incapacidade laborativa dizem respeito a lucros cessantes e pensão mensal,
rechaçados na origem - Danos morais evidenciados em razão da dor física resultante das
lesões - Dano estético que, embora em grau mínimo, foi constatado em perícia, não tendo
havido impugnação ao laudo nesse particular - Manutenção das verbas indenizatórias
extrapatrimoniais fixadas em R$ 10.000,00 e R$ 3.000,00, suficientes para cumprir suas
funções sancionatória e compensatória, sem impor gravame excessivo ao agente, ou gerar
vantagem desproporcional à vítima - Sentença mantida por seus próprios fundamentos -
Aplicação do artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo -
Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1002432-21.2014.8.26.0604 - Sumaré - 34ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Gomes Varjão - 06/12/2021 - 37901 - Unânime)

1068487-98.2020.8.26.0100 - AÇÃO DE EXIGIR CONTAS - Contrato de locação - Sentença


de parcial procedência para julgar parcialmente boas as contas apresentadas pela
locatária/autora, determinando a incidência de juros, correção monetária e da multa contratual
pela rescisão, conforme requerido pelo réu/locador - Insurgência recursal da autora -
Descabimento - Multa contratual, juros de mora e correção monetária devidos - Locatária que
não demonstrou o comprometimento de suas finanças no período da pandemia do COVID-19
que justificasse a intervenção judicial na relação entre particulares, com alegação de
onerosidade excessiva - Intervenção com caráter excepcionalíssimo, sob pena de violação aos
princípios "pacta sunt servanda" e da autonomia da vontade - Precedentes - Rejeitada a
alegação da apelante de impossibilidade de inclusão da multa contratual aplicada em razão da
rescisão do contrato - A existência de outra ação ajuizada pela apelante, na qual se discute
quem deu causa à rescisão do contrato, não altera o resultado da presente demanda - Inviável
a reunião das ações para julgamento conjunto, porque, além de terem sido propostas em juízos
diferentes, encontram-se em fases distintas de processamento - Sentença "ultra petita" -
Inocorrência - O pagamento de multa por rescisão contratual está previsto tanto no contrato,
quanto no termo de rescisão - A ação de prestação de contas tem natureza dúplice e o
magistrado pode, na sentença, declarar a existência de saldo em favor do credor, hipótese na
qual o saldo pode ser cobrado em execução forçada, a favor do autor ou do réu - Inteligência do
artigo 552 do Novo Código de Processo Civil - Sentença mantida - Majoração da verba
honorária (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil) - Recurso não provido. (Apelação
Cível n. 1068487-98.2020.8.26.0100 - São Paulo - 34ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Djalma Lofrano Filho - 02/12/2021 - 21686 - Unânime)

1018463-07.2017.8.26.0477 - LOCAÇÃO - Comercial - Ação renovatória - Pretensão de


manutenção do aluguel apenas da loja da frente do imóvel enquanto o galpão da parte de trás
não for consertado - Não cabimento - Renovação do contrato de locação que deve abranger a
totalidade do imóvel, respeitando o contrato primitivo - Impossibilidade de se inovar a avença -
Valor do aluguel que deve refletir o valor locativo real ao tempo da renovação - Valor do aluguel
apurado por perícia - Manutenção - Laudo pericial que se utilizou de critérios objetivos e
adequados ao caso concreto - Ação parcialmente procedente - Recurso desprovido. (Apelação
Cível n. 1018463-07.2017.8.26.0477 - Praia Grande - 35ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Fernando Melo Bueno Filho - 16/12/2021 - 50474 - Unânime)
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2263804-89.2021.8.26.0000 - TUTELA PROVISÓRIA RECURSAL - Pedido de concessão de


efeito ativo - Apelação - Energia elétrica - Sentença de improcedência - Presentes a relevância
da fundamentação do pedido para a vedação da interrupção do serviço de energia elétrica por
débitos pretéritos e o perigo de dano grave ou de difícil reparação - Ausente a relevância da
fundamentação quanto ao pedido para impedir a cobrança do débito impugnado - Pedido de
concessão de efeito ativo ao recurso parcialmente acolhido para conceder parcialmente a tutela
provisória recursal para que a requerida se abstenha de interromper a prestação do serviço de
energia ao imóvel da autora em decorrência do débito referente ao período de fevereiro de 2016
a janeiro de 2019. (Tutela Provisória n. 2263804-89.2021.8.26.0000 - Sorocaba - 35ª Câmara
de Direito Privado - Relator: Flavio Abramovici - 13/12/2021 - 30023 - Unânime)

1000697-62.2017.8.26.0663 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Compra e venda - Veículo


automotor - Desfazimento do contrato - Apreensão do bem pela autoridade policial por se
cuidar de produto de furto - Quadro fático que autoriza a rescisão do negócio, com consequente
devolução do preço - Boa fé do alienante que não o dispensa de responder perante o
comprador pelo impedimento à aquisição dominial - Danos morais em concreto configurados, já
que o adquirente passou à condição de investigado em inquérito policial - Apelação
parcialmente provida. (Apelação Cível n. 1000697-62.2017.8.26.0663 - Votorantim - 36ª
Câmara de Direito Privado - Relator: José Henrique Arantes Theodoro - 10/12/2021 -
41650 - Unânime)

1014830-76.2021.8.26.0564 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - Bem móvel - Ação de busca e


apreensão - Notificação por telegrama digital recebida no endereço indicado pelo devedor no
contrato - Possibilidade - Mora comprovada - Inteligência do § 2º do artigo 2º do Decreto-lei
Federal n. 911/69, com redação alterada pela Lei Federal n. 13043/14 - Recurso provido.
(Apelação Cível n. 1014830-76.2021.8.26.0564 - São Bernardo do Campo - 36ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Walter Cesar Incontri Exner - 06/12/2021 - 32015 - Unânime)

1011963-69.2020.8.26.0007 - CONTRATO - Consórcio - Ação de restituição de quantias pagas


- Consorciado desistente - Sentença de procedência - Vícios processuais no respeitável julgado
- Anulação de ofício - Incidência da teoria da causa madura (artigo 1013, § 3º, IV, do Código de
Processo Civil) - Apelo do réu - Base de cálculo do montante a ser restituído - Valor que
contempla as quantias pagas em prol do fundo comum e de reserva do grupo - Taxa de
administração e prêmio de seguro - Direito de retenção pela administradora - Todavia, o valor
descontado deve ser proporcional ao tempo em que o consorciado esteve vinculado ao grupo -
Multa contratual - Descabimento - Ausência de prova de que a saída do consorciado ocasionou
prejuízo ao grupo de consórcio - Correção monetária - Incidência desde os respectivos
desembolsos (Súmula 35 do Superior Tribunal de Justiça) - Devido o recálculo do montante,
com restituição de eventual diferença ao autor - Sentença anulada - Recurso parcialmente
provido. (Apelação Cível n. 1011963-69.2020.8.26.0007 - São Paulo - 37ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Ana Catarina Strauch - 06/12/2021 - 18478 - Unânime)

1012164-39.2021.8.26.0003 - CONTRATO BANCÁRIO - Financiamento - Aquisição de


veículo - Ação revisional de contrato cumulada com consignação em pagamento - Juros
capitalizados mensalmente e superiores a 12% (doze por cento) ao ano - Admissibilidade -
Aplicação das Súmulas 539 e 541 do Superior Tribunal de Justiça, e da Medida Provisória n.
2170-36/2001 - Incidência da Tabela Price - Ausência de prova de cobrança de juros fora do
pactuado e superior à média do mercado - Cobrança de tarifa de avaliação e contraprestação
do registro de contrato - Admissibilidade, nos termos do decidido no Recurso Especial n.
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1.578.553-SP, sob o rito dos recursos repetitivos - Permitida a cobrança de seguro de proteção
financeira, conforme Recurso Especial n. 1.639.320/SP, decidido sob o regime do artigo 1040
do Código de Processo Civil de 2015 - Legalidade da incidência do IOF, conforme Recurso
Especial n. 1.251.331/RS - Majoração da verba honorária - Aplicação do § 11 do artigo 85 do
Código de Processo Civil de 2015 - Sentença de improcedência mantida - Recurso desprovido.
(Apelação Cível n. 1012164-39.2021.8.26.0003 - São Paulo - 37ª Câmara de Direito Privado
- Relator: Pedro Yukio Kodama - 06/12/2021 - 23429 - Unânime)

2246494-07.2020.8.26.0000 - SUSPENSÃO DO PROCESSO - Ação indenizatória - Decreto


da falência da corré - Determinação de suspensão do processo - Descabimento - Ação
indenizatória em fase de conhecimento, ainda não se tratando de quantia líquida - Inteligência
do § 1º do artigo 6º da Lei Federal n. 11101/2005 - Decisão reformada - Recurso provido.
(Agravo de Instrumento n. 2246494-07.2020.8.26.0000 - Ilhabela - 38ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Mario Carlos de Oliveira - 14/12/2021 - 35219 - Unânime)

1030822-40.2019.8.26.0405 - SEGURO - Prestamista - Ação de obrigação de fazer cumulada


com indenizatória de dano moral - Seguro de proteção financeira acessório ao contrato de
financiamento de veículo - Óbito do segurado - Manutenção da cobrança das parcelas e
ausência da cobertura securitária - Alegação de ausência de apresentação dos documentos
médicos essenciais com relação à saúde do segurado falecido para a liberação da indenização
- Recusa ilegítima - Decisão de procedência - Aplicação do Código de Defesa do Consumidor -
Previsão de cobertura por morte - Ausência de investigação prévia sobre a saúde do
contratante segurado, bem como de previsão contratual quanto à exclusão em decorrência da
ausência de saúde do segurado - Apresentação dos documentos solicitados - Cabimento do
pagamento da indenização contratual - Dano moral configurado - Verba indenizatória fixada em
R$ 15.000,00 - "Quantum" indenizatório adequado aos critérios de razoabilidade e
proporcionalidade, considerado o contexto do caso - Sentença confirmada nos termos do artigo
252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo - Limitação do pagamento da
indenização do seguro prestamista ao valor previsto contratualmente - Provimento - Recurso
parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1030822-40.2019.8.26.0405 - Osasco - 38ª Câmara
de Direito Privado - Relator: Flávio Cunha da Silva - 03/12/2021 - 42585 - Unânime)

2. CÂMARAS RESERVADAS DE DIREITO EMPRESARIAL

1035184-69.2015.8.26.0100 - SUCUMBÊNCIA - Ônus - Embargos de terceiro - Embargos


acolhidos - Sucumbência dos embargados no caso concreto - Pretensão resistida por parte dos
embargados - Aplicação da tese firmada em sede de recurso repetitivo - Tema 872, do Superior
Tribunal de Justiça - Nos embargos de terceiro cujo pedido foi acolhido para desconstituir a
constrição judicial, os honorários advocatícios serão arbitrados com base no princípio da
causalidade, responsabilizando-se o atual proprietário (embargante), se este não atualizou os
dados cadastrais - Encargos de sucumbência serão suportados pela parte embargada, porém,
na hipótese em que esta, depois de tomar ciência da transmissão do bem, apresentar ou insistir
na impugnação ou recurso para manter a penhora sobre o bem cujo domínio foi transferido para
terceiro - Sentença reformada - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1035184-
69.2015.8.26.0100 - São Paulo - 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial - Relator:
José Benedito Franco de Godoi - 17/12/2021 - 51439 - Unânime)

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1013186-25.2019.8.26.0320 - SOCIEDADE POR QUOTAS (LTDA) - Ação cominatória -


Decreto de improcedência - Aplicação do artigo 322, § 2º do Código de Processo Civil -
Necessidade de interpretar o pedido em conformidade com o conjunto da postulação, em
observância ao princípio da boa-fé - Dever de pagar dívidas anunciadas assumido pelos
apelados, conjugado com a ausência de demonstração do cumprimento da obrigação
assumida, conforme admitido na contestação e nas contrarrazões - Cessão de quotas sociais a
apenas um dos apelados e ausência de fixação de prazo para satisfação de tais dívidas
irrelevantes - Confirmação do exercício da posse do estabelecimento comercial pelos apelados,
mantida gestão totalmente autônoma da universalidade - Subsistência do direito de exigir a
comprovação do pagamento de tais dívidas, até o limite previsto no contrato firmado pelas
partes - Obrigação de fazer reconhecida - Ação procedente - Sentença reformada - Apelo
provido. (Apelação Cível n. 1013186-25.2019.8.26.0320 - Limeira - 1ª Câmara Reservada de
Direito Empresarial - Relator: Fortes Barbosa - 13/12/2021 - 17817 - Unânime)

2200125-86.2019.8.26.0000 - RECUPERAÇÃO DE EMPRESA - Judicial - Agravo de


instrumento - Habilitação de crédito trabalhista - Indeferimento - Manutenção - Verbas
decorrentes da rescisão do contrato de trabalho, o que ocorreu após o pedido de recuperação -
Relação trabalhista posterior ao pedido de recuperação - Créditos de natureza extraconcursal,
nos termos do artigo 49, "caput", da Lei Federal nº 11.101/05 - Plano de recuperação que afasta
a possibilidade de habilitação desses créditos - Retorno dos autos para reanálise da questão
relativa à tese firmada em sede de Recursos Repetitivos (Tema 1.051) - Artigo 1.030, II, do
Novo Código de Processo Civil - Hipótese de manutenção do acórdão, que está em
conformidade com a tese firmada pelo Superior Tribunal de Justiça - Manutenção do acórdão
para negar provimento ao agravo de instrumento. (Agravo de Instrumento n. 2200125-
86.2019.8.26.0000 - São Paulo - 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial - Relator:
Alexandre Lazzarini - 10/12/2021 - 26766 - Unânime)

2061857-81.2021.8.26.0000 - TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA - Propriedade industrial


- Marca - Ação de obrigação de não fazer cumulada com indenização por danos materiais e
morais - Utilização de elemento nominativo de marca mista da autora através da ferramenta de
busca "Adwords", cuja pesquisa conduz ao site da empresa corré - Possibilidade de desvio de
clientela e prática de concorrência desleal - Elementos existentes nos autos que autorizam a
concessão da tutela de urgência - Recurso não provido. (Agravo de Instrumento n. 2061857-
81.2021.8.26.0000 - São Paulo - 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial - Relator:
Alexandre Lazzarini - 01/12/2021 - 26304 - Unânime)

2047072-17.2021.8.26.0000 - RECUPERAÇÃO DE EMPRESA - Judicial - Habilitação de


crédito - Pretensão, da credora, de atualizar o crédito além da data da distribuição da
recuperação judicial da devedora - Descabimento - Pretensão contrária a expresso texto de lei
(artigo 9º, inciso II, da Lei Federal nº 11.101/05) - Conduta desidiosa do administrador judicial,
que não se manifestou na origem e, mesmo intimado pessoalmente nesta instância,
permaneceu inerte - Recomendação para que se avalie, em primeira instância, possível
destituição dele, na forma do artigo 31 da LRF (Lei de Recuperação e Falência), além de
providências para ultimar o processo, que, pelo visto, caminha há mais de 6 (seis) anos sem
que se decida pela concessão da recuperação ou pela falência - Decisão mantida - Recurso
desprovido, com recomendações. (Agravo de Instrumento n. 2047072-17.2021.8.26.0000 -
Novo Horizonte - 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial - Relator: Araldo Telles -
17/12/2021 - 46331 - Unânime)

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1002300-95.2017.8.26.0009 - AÇÃO DE EXIGIR CONTAS - Cooperativa de transportes -


Sentença de extinção, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, VI, do Código de
Processo Civil - Inconformismo - Não acolhimento - Impugnação à justiça gratuita deferida ao
autor, apresentada em contrarrazões - Rejeição - Autor, ex-cooperado da ré, que ajuizou a
presente ação de exigir contas visando a apuração do valor que integralizou, bem como das
sobras e outros créditos que tem direito e, ainda, a prestação das contas do resultado
econômico da cooperativa de todo o período que participou como cooperado - Prestação de
contas da cooperativa realizada e aprovada em Assembleia Geral - Autor que carece de
interesse de agir para a propositura, individualmente, da ação de exigir contas, nos termos do
artigo 485, VI, do Código de Processo Civil - Ação de exigir contas que não se mostra o
procedimento adequado para discutir o valor que foi oferecido ao autor referente à sua cota
parte - Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e das CCRDE - Sentença mantida -
Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1002300-95.2017.8.26.0009 - São Paulo - 2ª Câmara
Reservada de Direito Empresarial - Relator: Grava Brazil - 16/12/2021 - 34775 - Unânime)

1009406-83.2018.8.26.0006 - PRESTAÇÃO DE CONTAS - Ação declaratória de


reconhecimento e extinção de obrigação do objeto do contrato - Sentença de improcedência -
Inconformismo - Acolhimento em parte - Compra e venda de estabelecimento comercial ("pet
shop") - Autores que ajuizaram a presente ação para que fosse reconhecida a quitação de
débito, referente ao contrato de compra e venda de estabelecimento comercial, celebrado com
a ré - Alegação autoral no sentido de que parcela do débito foi adimplida através do pagamento
de dívidas da empresa, fornecedores e compra de produtos para o estabelecimento comercial -
Provas dos autos que não demonstram que o pagamento dos valores apontados na inicial era
destinado para a quitação do preço ajustado com a ré, em relação ao contrato de compra e
venda do estabelecimento comercial - Pagamentos realizados pelos autores que, ao que tudo
indica, foram destinados à movimentação empresarial do estabelecimento e não ao pagamento
do preço ajustado pela alienação do "pet shop" - Autores que não se desincumbiram do ônus de
provar os fatos constitutivos de seu direito, nos termos do artigo 373, I, do Código de Processo
Civil - Manutenção do decreto de improcedência - Honorários advocatícios fixados em 20%
(vinte por cento) do valor atualizado da causa - Pleito de redução - Minoração da verba
honorária que se impõe, à luz do artigo 85, § 2º, I, II, III e IV, do Código de Processo Civil -
Reforma da sentença apenas para reduzir o valor arbitrado a título de honorários de
sucumbência, mantido o decreto de improcedência - Recurso parcialmente provido. (Apelação
Cível n. 1009406-83.2018.8.26.0006 - São Paulo - 2ª Câmara Reservada de Direito
Empresarial - Relator: Grava Brazil - 16/12/2021 - 34780 - Unânime)

0002144-69.2011.8.26.0451 - SOCIEDADE POR QUOTAS (LTDA) - Dissolução - Ação


cumulada com apuração de haveres - Sociedade formada pelas partes, tendo por objeto obras
e terraplanagem, além do comércio de material para construção - Perda da "affectio societatis" -
Desinteresse dos réus na continuidade da sociedade, manifestação que se mostra suficiente
para a extinção da sociedade com a apuração dos haveres - Cálculo dos haveres já realizados,
em observância ao laudo pericial apresentado - Perícia que se mostra escorreita, ao apurar o
valor a ser pago pelo autor aos demais réus, na proporção do capital social por eles mantidos -
Sentença de parcial procedência mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 0002144-
69.2011.8.26.0451 - Piracicaba - 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial - Relator:
Sérgio Seiji Shimura - 03/12/2021 - 28348 - Unânime)

1052164-79.2019.8.26.0576 - CONTRATO - Franquia - Ação de rescisão contratual cumulada


com danos materiais - Contrato de franquia para lojas de "cookies and coffee" - Pretensão de
anulação do contrato fundada na veiculação de dados enganosos na Circular de Oferta de
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Franquia (COF) - Enunciado nº IV do Grupo de Câmaras de Direito Empresarial deste Tribunal


de Justiça - Comprovação da alegada inconsistência das informações da COF, bem como do
descumprimento do lapso temporal necessário entre a entrega do documento e a efetiva
assinatura do contrato, e de efetivos prejuízos advindos ao franqueado - Provas que favorecem
a versão da autora - Devolução dos valores pagos por ela a título de taxa de franquia e
"royalties", despesas comprovadas com o contrato de locação, devidamente corrigidos -
Sentença mantida - Honorários recursais cabíveis - Recurso desprovido. (Apelação Cível n.
1052164-79.2019.8.26.0576 - São José do Rio Preto - 2ª Câmara Reservada de Direito
Empresarial - Relator: Maurício Pessoa - 01/12/2021 - 16806 - Unânime)

STJ

STJ - Informativo de Jurisprudência nº 720


6 de dezembro de 2021.

RECURSOS REPETITIVOS

REsp 1.846.649-MA - Vulnerabilidade do consumidor. Contrato de empréstimo.


Impugnação de autenticidade de assinatura. Ônus da prova. Instituição Financeira. Tema
1061.

Na hipótese em que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura


constante em contrato bancário juntado ao processo pela instituição financeira, caberá a
esta o ônus de provar a autenticidade (CPC, arts. 6º, 369 e 429, II ).

Inicialmente cumpre salientar que para a resolução desta controvérsia deve-se limitar a
discussão aos casos em que há contestação da assinatura do contrato, pois, diversamente da
hipótese em que se contesta a veracidade do próprio documento (art. 429, I, do CPC/2015),
aqui se impugna apenas parte dele, isto é, a aposição da assinatura (art. 429, II, do CPC/2015).

Segundo a doutrina, "o ônus da prova da falsidade documental compete à parte que a arguiu
(art. 429, I, CPC), mas se a falsidade apontada disser respeito à assinatura lançada no
documento, o ônus da prova caberá a quem o produziu (art. 429, II, CPC)".

Assim, a parte que produz o documento é aquela por conta de quem se elaborou, porquanto
responsável pela formação do contrato, sendo quem possui a capacidade de justificar ou
comprovar a presença da pessoa que o assinou.

Dessa maneira, vê-se que a própria lei criou uma exceção à regra geral de distribuição do ônus
probatório, disposta no art. 373 do CPC/2015, imputando o ônus a quem produziu o documento
se houver impugnação de sua autenticidade.

Assim, aqui não se cuida de inversão do ônus probatório com a imposição de a casa bancária
arcar com os custos da perícia, mas sim quanto à imposição legal de a parte que produziu o
documento suportar o ônus de demonstrar a veracidade da assinatura constante no contrato e
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oportunamente impugnada pelo mutuário, o que abrange a produção da perícia grafotécnica.

Oportuno ressaltar, ainda, que não se está a afirmar que o fornecedor, nas relações
consumeristas, deverá arcar com a produção da prova pericial em toda e qualquer hipótese,
mas apenas que será ônus seu, em regra, demonstrar a veracidade da assinatura aposta no
contrato.

Além disso, deve-se atentar ao fato de que as ações repetitivas que justificaram a admissão do
IRDR na origem envolviam consumidores pessoas idosas, aposentadas, de baixa renda e
analfabetas, os quais, em sua maioria, foram vítimas de fraudes ou práticas abusivas
perpetradas por correspondentes bancários. Portanto, a hipótese em apreço não impõe a
produção de uma prova diabólica, haja vista que o próprio consumidor, que supostamente teria
assinado o contrato, impugna a autenticidade da assinatura e poderá facilmente fornecer o
material necessário para a perícia grafotécnica.

Ademais, o Poder Judiciário não pode fechar os olhos para as circunstâncias fáticas que
gravitam ao redor da questão jurídica, porquanto tais demandas envolvem, via de regra,
pessoas hipervulneráveis, que não possuem condições de arcar com os custos de uma prova
pericial complexa, devendo ser imputado tal ônus àquela parte da relação jurídica que detém
maiores condições para sua produção.

Por fim, não se olvide que o art. 6º do CPC/2015 prevê expressamente o dever de cooperação
entre os sujeitos do processo para que se obtenha uma solução com efetividade, devendo as
partes trazer aos autos as alegações e provas capazes de auxiliar, de forma efetiva, na
formação do convencimento do Magistrado para o deferimento da produção das provas
necessárias.

Logo, havendo impugnação da autenticidade da assinatura constante de contrato bancário por


parte do consumidor, caberá à instituição financeira o ônus de provar sua autenticidade,
mediante perícia grafotécnica ou outro meio de prova.

REsp 1.846.649-MA, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por unanimidade,
julgado em 24/11/2021. Tema 1061.

TERCEIRA TURMA

REsp 1.767.456-MG - Alimentos. Alimentante que não detenha a guarda. Ação de


prestação de contas. Ausência de interesse de agir.

O alimentante não possui interesse processual em exigir contas da detentora da guarda


do alimentando.

Conforme estabelecido nos arts. 1.583, § 5º, e 1.589, do CC de 2002, ao genitor que não detém
a guarda do filho é garantido o direito de fiscalizar o cumprimento, pelo outro genitor, dos
aspectos pessoais e econômicos da guarda, como a educação, a saúde física e psicológica, o
lazer e o desenvolvimento de modo geral do filho, o que refoge ao verdadeiro objeto da ação de
prestação de contas.

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A possibilidade de se buscar informações a respeito do bem-estar do filho e da boa aplicação


dos recursos devidos a título de alimentos em nada se comunica com o dever de entregar uma
planilha aritmética de gastos ao alimentante, que não é credor de nada.

O procedimento especial da ação de prestação de contas está previsto nos artigos 914 a 919
do Código de Processo Civil de 1973 e nos arts. 550 a 553 do Código de Processo Civil de
2015, que preveem, nesse caso, apenas a ação de exigir contas. Tal rito faculta àquele que
detiver o direito de exigir contas de terceiro ou, ainda, a obrigação de prestá-las, a utilização do
rito específico para averiguação de eventual crédito ou até mesmo de débito. Em outras
palavras, a referida ação pode ser proposta por quem deveria receber um balanço da
administração de bens alheios, mas não a recebeu, bem como por aquele que as deveria
prestar a outrem, porém se negou a fazê-lo.

A ação de alimentos apresenta peculiariedades que se dissociam da lógica da ação de


prestação de contas. A verba alimentar, uma vez transferida ao alimentante, ingressa
definitivamente no patrimônio do alimentando. O detentor da guarda tem, indubitavelmente, o
dever de utilizar o montante da melhor forma possível em favor do beneficiário. Contudo, ainda
que se discorde da aplicação dos recursos, não há falar em devolução da quantia utilizada pelo
credor, ante o princípio da irrepetibilidade que norteia as regras do direito de família, em
especial, com relação aos alimentos.

Por outro lado, o suposto direito de exigir o adequado emprego dos valores repassados
pressuporia a análise da utilização matemática da pensão alimentícia, o que não é plausível.
Ademais, seria imprescindível analisar todas as circunstâncias fáticas acerca da qualidade de
vida do alimentando, consoante a condição social e econômica da família de forma global, o
que não se coaduna com os fundamentos lógicos e jurídicos da ação de prestação de contas.

Há presunção de que as verbas recebidas tenham sido utilizadas para a manutenção da


comunidade familiar, abrangendo o custeio de alimentação, saúde, vestuário, educação, lazer,
entre outros. Excepcionalmente, admite-se o ajuizamento de ação revisional ou ação de
modificação da guarda ou suspensão do poder familiar, quando presente a suspeita de abuso
de direito no exercício desse poder.

Não se está a negar a possibilidade do abuso do direito (art. 187 do Código Civil de 2002) no
Direito de Família, especialmente no que tange ao desvio ou má gestão da verba alimentar
destinada à prole. Todavia, existindo a intenção de prejudicar os filhos por meio de temerária
administração dos alimentos é necessário que se acione o judiciário para a avaliação concreta
do melhor interesse da criança ou adolescente, num contexto global. Permitir ações de
prestação de contas significaria incentivar ações infindáveis e muitas vezes infundadas acerca
de possível malversação dos alimentos, alternativa não plausível e pouco eficaz no Direito de
Família.

Dessa forma, eventual desconfiança sobre tais informações, em especial do destino dos
alimentos que paga, não se resolve por meio de planilha ou balancetes pormenorizadamente
postos, de forma matemática e objetiva, mas com ampla análise de quem subjetivamente detém
melhores condições para manter e criar uma criança em um ambiente saudável, seguro e feliz,
garantindo-lhe a dignidade tão essencial no ambiente familiar.

REsp 1.767.456-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 25/11/2021.
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REsp 1.884.483-PR - Condomínio edilício residencial. Locações realizadas por intermédio


de plataformas digitais. Uso diverso daquele previsto em convenção. Impossibilidade.

O condomínio que possui destinação exclusivamente residencial pode proibir a locação


de unidade autônoma por curto período de tempo.

Inicialmente cumpre salientar que a disponibilização de imóveis para uso de terceiros por meio
de plataformas digitais de hospedagem, a depender do caso concreto, pode ser enquadrada
nas mais variadas hipóteses existentes no ordenamento jurídico, sobretudo em função da
constante expansão das atividades desenvolvidas por empresas do gênero, sempre em busca
de maiores lucros e maiores condições de sobrevivência no mercado mundial.

Nessa medida, somente a partir dos elementos fáticos delineados em cada hipótese submetida
à apreciação judicial - considerados aspectos relativos ao tempo de hospedagem, ao grau de
profissionalismo da atividade, à destinação exclusiva do imóvel ao ocupante ou o seu
compartilhamento com o proprietário, à destinação da área em que ele está inserido (se
residencial ou comercial), à prestação ou não de outros serviços periféricos, entre outros - é que
se afigura possível enquadrar determinada atividade em alguma das hipóteses legais, se isso
se mostrar relevante para a solução do litígio.

Diversa é a hipótese em que o conflito se verifica na relação entre o proprietário do imóvel que
o disponibiliza para uso de terceiros e o próprio condomínio no qual o imóvel está inserido,
atingindo diretamente os interesses dos demais condôminos. Nessa específica hipótese, impõe-
se observar as regras relativas ao condomínio edilício, previstas no Código Civil.

O art. 19 da Lei n. 4.591/1964 assegura aos condôminos o direito de usar e fruir, com
exclusividade, de sua unidade autônoma, segundo suas conveniências e interesses,
condicionado às normas de boa vizinhança, podendo usar as partes e coisas comuns de
maneira a não causar dano ou incômodo aos demais moradores, nem obstáculo ou embaraço
ao bom uso das mesmas partes por todos.

O art. 1.336, IV, do CC/2002, por seu turno, prescreve ser dever do condômino dar à sua parte
exclusiva a mesma destinação que tem a edificação, utilizando-a de maneira a preservar o
sossego, a salubridade, a segurança e os bons costumes.

Assim, chega-se à conclusão de que a exploração econômica de unidades autônomas


mediante locação por curto ou curtíssimo prazo, caracterizadas pela eventualidade e pela
transitoriedade, não se compatibiliza com a destinação exclusivamente residencial atribuída ao
condomínio.

Não há, portanto, nenhuma ilegalidade ou falta de razoabilidade na restrição imposta pelo
condomínio, a quem cabe decidir acerca da conveniência ou não de permitir a locação das
unidades autônomas por curto período, tendo como embasamento legal o art. 1.336, IV, do
CC/2002, observada a destinação prevista na convenção condominial.

REsp 1.884.483-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 23/11/2021.

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REsp 1.874.632-AL - Usucapião. Bem público. Imóvel Abandonado. Sistema Financeiro da


Habitação - SFH. Prescrição aquisitiva. Impossibilidade.

Não é possível usucapião de imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação, ainda


que em situação de abandono.

A doutrina e a jurisprudência, seguindo o disposto no § 3º do art. 183 e no parágrafo único do


art. 191 da Constituição Federal de 1988, bem como no art. 102 do Código Civil e no enunciado
da Súmula n. 340 do Supremo Tribunal Federal, entendem pela absoluta impossibilidade de
usucapião de bens públicos.

O imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação, porque afetado à prestação de serviço


público, deve ser tratado como bem público, sendo, pois, imprescritível.

Na eventual colisão de direitos fundamentais, como o de moradia e o da supremacia do


interesse público, deve prevalecer, em regra, este último, norteador do sistema jurídico
brasileiro, porquanto a prevalência dos direitos da coletividade sobre os interesses particulares
é pressuposto lógico de qualquer ordem social estável.

Mesmo o eventual abandono de imóvel público não possui o condão de alterar a natureza
jurídica que o permeia, pois não é possível confundir a usucapião de bem público com a
responsabilidade da Administração pelo abandono de bem público. Com efeito, regra geral, o
bem público é indisponível.

No caso, é possível depreender que o imóvel foi adquirido com recursos públicos pertencentes
ao Sistema Financeiro Habitacional, com capital 100% (cem por cento) público, destinado à
resolução do problema habitacional no país, não sendo admitida, portanto, a prescrição
aquisitiva.

Eventual inércia dos gestores públicos, ao longo do tempo, não pode servir de justificativa para
perpetuar a ocupação ilícita de área pública, sob pena de se chancelar ilegais situações de
invasão de terras.

Por fim, não se pode olvidar, ainda, que os imóveis públicos, mesmo desocupados, possuem
finalidade específica (atender a eventuais necessidades da Administração Pública) ou genérica
(realizar o planejamento urbano ou a reforma agrária). Significa dizer que, aceitar a usucapião
de imóveis públicos, com fundamento na dignidade humana do usucapiente, é esquecer-se da
dignidade dos destinatários da reforma agrária, do planejamento urbano ou de eventuais
beneficiários da utilização do imóvel, segundo as necessidades da Administração Pública.

REsp 1.874.632-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado
em 25/11/2021, DJe 29/11/2021.

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REsp 1.796.737-DF - Desfiliação partidária no curso do mandato. Multa prevista no


estatuto do partido político. Aquiescência do candidato. Documento assinado.
Imprescindibilidade.

A multa estatutária por desfiliação partidária não decorre automaticamente da filiação e


da consequente submissão às regras do estatuto, sendo imprescindível o documento de
aquiescência assinado pelo candidato.

A Constituição Federal, em seu art. 17, § 1º, assegura aos partidos políticos "autonomia para
definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento [...], devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária".

A esse respeito, dispõe a Lei n. 9.096/1995 (regente dos partidos políticos) que, observadas as
disposições constitucionais e da respectiva lei, a agremiação é livre "para estabelecer, em seu
estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento" (art. 14), podendo conter, no
estatuto, normas sobre "fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das
infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de defesa" (art. 15, V).

Nessa linha de intelecção, ressai incontestável a legitimidade da previsão estatutária de


incidência de multa por desfiliação partidária no curso do mandato, tal como previsto no art. 85,
X, do Estatuto do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro - PRTB, como uma medida de
desestímulo à infidelidade partidária.

Da leitura dessa norma, extrai-se que a penalidade pecuniária consistente no pagamento de


valor correspondente a 12 (doze) meses do salário do candidato eleito possui dois requisitos, a
saber: i) a aquiescência expressa do candidato com a cobrança da penalidade, mediante a
assinatura do mencionado formulário; e ii) a sua desfiliação do partido no curso do respectivo
mandato.

É incontroverso, na espécie, que: a) não foi juntado "documento que comprove a concordância
expressa do Réu com o pagamento da multa em questão"; e b) "o Réu era, ao tempo da sua
eleição para o cargo de Deputado Federal, bem como que, no curso do seu mandato eletivo,
"requereu a desfiliação do referido partido político, conforme comprova o pedido de desfiliação.

Segundo a exegese desse dispositivo estatutário, é da concordância incontestável do candidato


a mandato eletivo que surge o vínculo obrigacional do pagamento da penalidade, não
decorrendo automaticamente da filiação e da consequente submissão do candidato às regras
do estatuto.

Nesse contexto, afigura-se imprescindível. ao acolhimento do pedido de cobrança em voga, a


prova incontestável da anuência com o pagamento da multa pelo candidato a mandato eletivo,
revelando-se descabida a presunção de prova nesse sentido.

Em tal linha argumentativa, sobressai que o documento devidamente assinado não é conditio
sine qua non ao registro da candidatura de filiado ao PRTB e à sua efetiva participação nas
eleições gerais, de forma que a disputa eleitoral, embora possa ser considerada um indício, é
insuficiente a evidenciar, indene de dúvida, a totalidade do fato probando.

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Portanto, estando ausente a prova inequívoca do direito alegado pelo partido político de
incidência da multa por desfiliação partidária estabelecida no art. 85, X, do Estatuto do PRTB,
de rigor a improcedência da tutela condenatória, em observância ao disposto nos arts. 373, I, e
434 do CPC/2015.

REsp 1.796.737-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 25/11/2021.

REsp 1.953.180-SP - Crédito garantido por alienação fiduciária. Bens alienados


pertencentes ao avalizado. Avalista em recuperação judicial. Expropriação de bens do
avalista. Impossibilidade.

Não pertencendo os bens alienados em garantia ao avalista em recuperação judicial, não


podem ser expropriados outros bens de sua titularidade, pois devem servir ao
pagamento de todos os credores.

Conforme consignado no julgamento do REsp 1.677.939/SP, "O aval apresenta 2 (duas)


características principais, a autonomia e a equivalência. A autonomia significa que a existência,
validade e eficácia do aval não estão condicionadas à da obrigação principal. A equivalência
torna o avalista devedor do título da mesma forma que a pessoa por ele avalizada. (...) Disso
decorre que o credor pode exigir o pagamento tanto do devedor principal quanto do avalista,
que não pode apresentar exceções pessoais que aproveitariam o avalizado, nem invocar
benefício de ordem."

Desse modo, se o avalizado for devedor principal, o avalista será tratado como se devedor
principal fosse.

Assim, caso os bens alienados em garantia fossem dos avalistas, poderiam ser perseguidos
pelo credor fora da recuperação judicial, já que a extraconcursalidade do crédito está
diretamente ligada à propriedade fiduciária.

No entanto, sendo os bens alienados em garantia de propriedade do devedor principal, o crédito


em relação aos avalistas em recuperação judicial não pode ser satisfeito com outros bens de
sua propriedade, que estão submetidos ao pagamento de todos os demais credores.

REsp 1.953.180-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 25/11/2021, DJe 01/12/2021.

REsp 1.953.180-SP - Recuperação judicial. Crédito garantido por alienação fiduciária.


Extraconcursalidade. Limites. Montante alcançado pelos bens alienados.

Os credores fiduciários estão excluídos dos efeitos da recuperação judicial somente em


relação ao montante alcançado pelos bens alienados em garantia.

A alienação fiduciária em garantia implica a transferência da propriedade de coisa material ao


credor com a finalidade de garantir a obrigação principal. A transferência da propriedade,
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porém, é resolúvel. Satisfeita a obrigação principal, o bem retorna automaticamente à


propriedade do devedor. Na hipótese de inadimplemento, no entanto, o credor poderá retomar a
posse do bem para efetivar sua liquidação e saldar a dívida.

Nos termos do artigo 49, § 3º, da Lei n. 11.101/2005, tratando-se de credor titular da posição de
proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, seu crédito não se submeterá aos efeitos da
recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições
contratuais, observada a legislação respectiva.

Contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, não será
permitida a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a
sua atividade empresarial. Como se observa da redação do dispositivo legal, busca-se tutelar o
direito de propriedade do credor, que poderá retomar a posse do bem, sem se submeter aos
efeitos da recuperação judicial, salvo algumas restrições que podem lhe ser impostas se os
bens forem essenciais à atividade.

Diante disso, é possível concluir que o que diferencia o credor garantido por alienação fiduciária
dos demais credores é a propriedade do bem alienado em garantia. Assim, é o objeto da
garantia que traça os limites da extraconcursalidade do crédito.

Em outras palavras, se a alienação do bem dado em garantia for suficiente para quitar o débito,
extingue-se a obrigação. Por outro lado, se o valor apurado com a venda do bem não for
bastante para extinguir a obrigação, o restante do crédito em aberto não mais poderá ser
exigido fora da recuperação judicial do devedor, pois não mais existirá a característica que
diferenciava o credor titular da posição de proprietário fiduciário dos demais.

Portanto, o crédito do titular da posição de credor fiduciário será extraconcursal no limite do


bem dado em garantia, sobre o qual se estabelece a propriedade resolúvel.

REsp 1.953.180-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 25/11/2021, DJe 01/12/2021.

QUARTA TURMA

REsp 1.914.596-RJ - Provedores de conexão à internet. Divulgação de ofensas a pessoa


falecida. Responsabilização dos usuários. Pedido de fornecimento dos dados cadastrais.
Cabimento. Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.790/2018). Quebra de sigilo.
Possibilidade.

Os provedores de conexão à internet devem fornecer os dados cadastrais (nome,


endereço, RG e CPF) dos usuários responsáveis por publicação de vídeos no Youtube
com ofensas à memória de pessoa falecida.

A resolução da controvérsia passa pela análise primeira dos conceitos apresentados na Lei n.
12.965/2014 (Marco Civil da Internet - MCI), notadamente quanto ao dever de guarda dos
dados pelos provedores de internet - provedores de aplicação e de conexão ou acesso - e a
responsabilidade pela guarda dos referidos dados.

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Tendo em vista as distinções entres as modalidades de provedores de internet, ou seja,


provedores de aplicação, e os provedores de conexão, cumpre analisar a responsabilidade
atribuída a cada modalidade.

O STJ consagrou entendimento de que aos provedores de aplicação é exigida a guarda dos
dados de conexão (nestes incluído o respectivo IP), enquanto aos provedores de conexão
cumpre a guarda de dados pessoais do usuário.

No caso, os pedidos formulados traduzem a finalidade do provimento judicial, qual seja, a


preservação da honra e memória da falecida, mediante a retirada de vídeos ou matérias
ofensivas do ar, bem como a obtenção de dados para futura (e eventual) responsabilização
pessoal dos usuários responsáveis pela divulgação dos fatos ofensivos e inverídicos,
circunstâncias que se encontram demonstradas pelas razões apresentadas na petição inicial.

Estando presentes indícios de ilicitude na conduta dos usuários que inseriram os vídeos na rede
mundial de computadores e, ainda, por ser o pedido específico, voltado tão apenas a obtenção
dos dados dos referidos usuários - a partir dos IPs apresentados -, a privacidade do usuário, no
caso concreto, não prevalece.

Nessa linha de intelecção, considerando o regramento aplicável à matéria, a natureza dos


elementos pretendidos - restritos, frise-se, ao fornecimento dos dados cadastrais dos usuários
(nome, endereço, identidade) -, assim como o entendimento recente desta Corte que reconhece
a obrigação do provedor de acesso à internet de fornecer os dados cadastrais dos usuários de
atos ilícitos, conclui-se pela possibilidade de que os provedores de conexão ou provedores de
acesso forneçam os dados pleiteados, ainda que não tenham integrado a relação processual
em que formulado o requerimento.

É oportuno ainda destacar que as medidas em debate não confrontam com as determinações
visando à proteção do sigilo trazida pela Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD (Lei n.
13.790/2018).

A doutrina ressalta a inafastabilidade da apreciação pelo Poder Judiciário nas hipóteses em que
os dados pessoais possam servir como elemento para o exercício de direitos em demandas em
geral (judiciais, administrativos e arbitrais). Assim, a LGPD não exclui a possibilidade da quebra
de sigilo.

Por fim, a prestação das informações pelas respectivas concessionárias de serviço público
(provedores de conexão de internet) deverá observar estritamente ao regramento previsto pela
lei referida, nos termos dos arts. 23 e seguintes.

REsp 1.914.596-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por unanimidade,
julgado em 23/11/2021.

REsp 1.966.030-SP - Alienação fiduciária. Propriedade consolidada do credor fiduciário.


Imóvel objeto de locação. Taxa de ocupação. Art. 37-A da Lei n. 9.514/1997. Ilegitimidade
passiva do locatário.

O locatário do imóvel cuja propriedade foi consolidada nas mãos do credor fiduciário
diante da inadimplência do devedor fiduciante (antigo locador do bem) não é parte
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legítima para responder pela taxa de ocupação, prevista no art. 37-A da Lei n. 9.514/1997.

A controvérsia cinge-se em saber se o locatário do imóvel, objeto de alienação fiduciária


celebrada entre o banco (autor da ação de cobrança) e terceiros, como garantia das obrigações
decorrentes de cédula de crédito bancário, é parte legítima para responder pela taxa de
ocupação prevista no art. 37-A da Lei n. 9.514/1997 (com a redação dada pela Lei n.
10.931/2004), exigida pela instituição financeira em razão da ocupação indevida do bem após a
consolidação da propriedade para si e a notificação para que o locador procedesse à devolução
do imóvel, no prazo que estipulou.

A taxa de ocupação tem por fundamento a posse injusta exercida pelo devedor fiduciante a
partir do momento em que consolidada a propriedade no patrimônio do credor, sendo sua
finalidade compensar o legítimo proprietário do imóvel - o credor fiduciário, ou quem vier a
sucedê-lo - pela ocupação ilegítima.

Nesse contexto, observa-se que os sujeitos da relação jurídica apta a ensejar a cobrança da
taxa de ocupação prevista no art. 37-A da Lei n. 9.514/1997 estão expressos na norma e são
apenas os sujeitos originários do ajuste - fiduciante e fiduciário -, ou aqueles que sucederam o
credor na relação contratual.

No caso, a parte consolidou a propriedade do imóvel para si e, após a realização de dois leilões
infrutíferos, concedeu ao devedor a quitação integral da dívida, tornando-se proprietário pleno
do bem. Em seguida, ao tentar investir-se na posse do imóvel, tomou ciência de que, em razão
de um contrato de locação firmado com o então devedor-fiduciante, o bem estava sendo
ocupado por um terceiro.

No entanto, cabe anotar que a cessão da posse do imóvel objeto de alienação fiduciária, por
meio da celebração de contrato de locação com terceiros, é uma faculdade assegurada ao
devedor fiduciante, pois a lei lhe confere, "enquanto adimplente, a livre utilização por sua conta
e risco do imóvel objeto da alienação fiduciária" (art. 24, V, da Lei n. 9.514/1997).

Assim, havendo anuência do credor fiduciário, a locação deve ser respeitada, passando o
credor a figurar na relação locatícia como sucessor do locador, e os valores que o credor
poderá cobrar do ocupante do imóvel, após a consolidação da propriedade são aqueles
decorrentes do contrato de locação.

Por outro lado, não havendo essa anuência, inexiste qualquer vínculo entre o locatário e o
credor fiduciário, que poderá, apenas, denunciar a locação, nos termos do disposto nos arts. 27,
§ 7º, da Lei n. 9.514/1997.

Desse modo, o locatário do imóvel cuja propriedade foi consolidada nas mãos do credor
fiduciário diante da inadimplência do devedor fiduciante (antigo locador do bem) não é parte
legítima para responder pela taxa de ocupação, prevista no art. 37-A da Lei n. 9.514/1997, por
não fazer parte da relação jurídica que fundamenta a cobrança da taxa em questão.

REsp 1.966.030-SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade,
julgado em 23/11/2021, DJe 30/11/2021.

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STJ - Informativo de Jurisprudência nº 721


13 de dezembro de 2021.

RECURSOS REPETITIVOS

REsp 1.881.453-RS - Alienação fiduciária. Baixa de gravame do veículo. Atraso por parte
da instituição financeira. Dano moral in re ipsa. Não configuração. Tema 1078.

O atraso, por parte de instituição financeira, na baixa de gravame de alienação fiduciária


no registro de veículo não caracteriza, por si só, dano moral in re ipsa.

Para a jurisprudência desta Corte Superior, o dano moral pode ser definido como lesões a
atributos da pessoa, enquanto ente ético e social que participa da vida em sociedade,
estabelecendo relações intersubjetivas em uma ou mais comunidades, ou, em outras palavras,
são atentados à parte afetiva e à parte social da personalidade (REsp n. 1.426.710/RS,
Relatora a Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 25/10/2016, DJe 09/11/2016).

Por outro lado, segundo o ordenamento jurídico, para haver a reparação por danos morais,
devem estar preenchidos os três pressupostos de responsabilidade civil em geral, quais sejam:
a ação, o dano e o nexo de causalidade entre eles. Apenas nessa hipótese, surgirá a obrigação
de indenizar.

Assim, a regra é de que o ofendido que pretende a reparação por danos morais deve provar o
prejuízo que sofreu. Em algumas situações, todavia, o dano moral pode ser presumido (ou in re
ipsa).

O dano moral, nesses casos, deriva necessariamente do próprio fato ofensivo, de maneira que,
comprovada a ofensa, ipso facto, surge a necessidade de reparação, dispensando a análise de
elementos subjetivos do agente causador e a prova de prejuízo.

Quanto ao caso em análise (atraso na baixa do gravame registrado), o atual entendimento de


ambas as Turmas da Segunda Seção desta Corte é no sentido de afastar o dano dano moral
presumido, entendendo ser necessária a comprovação de situação fática que ultrapasse os
aborrecimentos normais do descumprimento do prazo pactuado entre as partes.

Não se desconhece que o CONTRAN, por meio da Resolução n. 689, de 27/09/2017,


estabeleceu o prazo de 10 (dez) dias para as instituições credoras informarem ao órgão de
trânsito acerca da quitação do contrato.

Com efeito, é certo que a não observância do referido prazo, ou daquele pactuado entre as
partes, configura descumprimento do ordenamento jurídico ou do contrato, todavia, não
comprovado nenhum dano advindo em decorrência desse ato, inexiste direito à reparação por
danos morais.

O possível aborrecimento suportado pelo proprietário que, mesmo após a quitação do contrato,
precisa procurar a instituição credora para providenciar a baixa na alienação fiduciária no
registro do veículo, não passa de mero contratempo, comum à moderna vida em sociedade,
não podendo simples transtorno ser definido como dano moral, sob pena de banalização do
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instituto.

REsp 1.881.453-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por unanimidade,
julgado em 30/11/2021, DJe 07/12/2021. (Tema 1078)

SEGUNDA SEÇÃO

AR 5.869-MS - Honorários advocatícios. Base de cálculo. Condenação. Art. 20, § 3º, do


CPC/1973. Trânsito em julgado. Alteração para proveito econômico. Impossibilidade.
Ofensa à coisa julgada.

A substituição, na fase de cumprimento de sentença, do parâmetro da base de cálculo


dos honorários advocatícios - de valor da condenação para proveito econômico - ofende
a coisa julgada.

É certo que o STJ possui entendimento pacífico no sentido de que o dispositivo da sentença
exequenda pode ser interpretado pelo juízo da liquidação e essa interpretação envolve não
apenas a parte dispositiva da sentença isoladamente, mas, igualmente, a sua fundamentação a
fim de atingir o real sentido e alcance do comando sentencial.

E que, além disso, quando o título judicial se revela ambíguo, dando ensejo a mais de uma
interpretação, deve o órgão julgador escolher aquela que mais se harmoniza com o
ordenamento jurídico, sem que isso implique em ofensa à coisa julgada.

No caso, contudo, o dispositivo da sentença exequenda não apresenta nenhuma ambiguidade.


Ao contrário, foi categórico ao fixar a condenação dos réus "a pagarem honorários em favor do
patrono do autor em percentual de 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação".

Ademais, não é possível extrair da fundamentação nenhuma passagem que revele, ainda que
minimamente, a intenção do magistrado sentenciante de fazer inserir na base de cálculo da
verba honorária o capítulo atinente ao provimento declaratório.

Nesse contexto, não havia margem para substituir o parâmetro adotado pela sentença
exequenda (condenação) por "proveito econômico almejado pela demandante" - conceitos
jurídicos sabidamente distintos -, alterando indevidamente a base de cálculo da verba honorária
após o trânsito em julgado, afastando-se não apenas da legislação de regência (que prevê que
"os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por
cento (20%) sobre o valor da condenação"), mas também do pedido formulado pelo próprio
requerente na sua petição inicial da ação declaratória ("honorários advocatícios de 20% sobre o
valor total da condenação;").

A distinção entre os conceitos de "condenação" e de "proveito econômico" ficou ainda mais


nítida após o advento do Código de Processo Civil de 2015, que, em seu artigo 85, § 2º,
acrescentou dois novos parâmetros de fixação dos honorários, além da condenação: proveito
econômico obtido e valor atualizado da causa: "Os honorários serão fixados entre o mínimo de
dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (...)".

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A doutrina majoritária reconhece que existe uma ordem de preferência desses critérios na
fixação dos honorários advocatícios, de modo que, havendo condenação, devem os percentuais
de 10 a 20% incidir sobre esse montante. Apenas na hipótese de não haver condenação, é que
se cogita do proveito econômico e, por último, não sendo possível mensurar o proveito
econômico, passa-se a considerar o valor atualizado da causa como base de cálculo dos
honorários.

Logo, a determinação contida no acórdão rescindendo de que o cálculo da verba honorária


abrangesse, além do valor da condenação (correspondente à repetição do indébito), outra
parcela, de conteúdo declaratório (consistente no reconhecimento de quitação de dívida), além
de ofender o comando expresso do § 3º do artigo 20 do CPC/1973, viola, ainda, a coisa julgada
formada com o trânsito em julgado da referida sentença exequenda.

A jurisprudência desta Corte encontra-se consolidada no sentido de que os critérios, os


percentuais e a base de cálculo da verba honorária são insuscetíveis de modificação na
execução ou na fase de cumprimento da sentença, sob pena de indevida ofensa à coisa
julgada.

Assim, fixados os honorários, no processo de conhecimento, em percentual sobre determinada


base de cálculo, não pode o juízo, na fase de execução, a pretexto de corrigir erro material ou
eventual injustiça, modificar ou ampliar essa base de cálculo, sob pena de ofensa à coisa
julgada.

AR 5.869-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, por maioria, julgado
em 30/11/2021.

REsp 1.629.470-MS - Cessão fiduciária de direito de crédito. Recuperação judicial. Não


submissão. Cartório de títulos e documentos. Registro para constituição da garantia.
Desnecessidade.

A cessão fiduciária de título de crédito não se submete à recuperação judicial,


independentemente de registro em cartório.

É pacífico na jurisprudência do STJ que os contratos gravados com garantia fiduciária não se
submetem ao regime da recuperação judicial, cuidando-se de bens ou valores extraconcursais,
conforme previsto no art. 49, § 3º, da Lei n. 11.101/2005.

Ademais, a ausência de registro, que é requisito apenas para a preservação de direito de


terceiros, não constitui requisito para perfectibilizar a garantia. Tal formalidade não está prevista
no art. 66-B da Lei n. 4.728/1995, na redação introduzida pela Lei n. 10.931/2004, nem possui
respaldo na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que reconheceu o caráter de
facultatividade do registro (Pleno, RE 611.639/RJ, Rel. Ministro Marco Aurélio, unânime, DJe de
15/4/2016).

Tal convicção decorre de que o Código Civil, art. 1.361, § 1º, e seguintes, cuida exclusivamente
de bens infungíveis, qualidade que não alcança os recebíveis e os direitos de crédito em geral.

Os direitos cedidos fiduciariamente integram o patrimônio do credor fiduciário e não da empresa


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em recuperação. No caso de cessão fiduciária de recebíveis, dada a especificidade da


legislação de regência, até mesmo a posse direta do bem dado em garantia, bem como todos
os direitos e ações a ele concernentes, são transferidos ao credor fiduciário tão logo contratada
a garantia. A necessidade de registro se destina a salvaguardar eventuais direitos de terceiros,
vale dizer, no caso de recebíveis, direitos que possam ser alegados pelos devedores da
empresa em soerguimento, e não pelos seus credores, aos quais é indiferente o destino de bem
que não integra o patrimônio sujeito à recuperação.

Do mesmo modo, não cabe a invocação do princípio da preservação da empresa, com apoio na
parte final do § 3º do art. 49 da LRF, segundo o qual durante o stay period não podem ser
retirados do estabelecimento do devedor "os bens de capital essenciais a sua atividade
empresarial".

Direitos de crédito cedidos fiduciariamente não se encontram sob o abrigo de tal regra, seja por
não estarem no estabelecimento empresarial sob a posse direta da empresa em recuperação,
por força de sua disciplina legal específica, seja por não se constituírem "bem de capital".

Para que o bem se compreenda na ressalva contida no § 3º do art. 49, é imprescindível que se
trate de bem corpóreo, na posse direta do devedor, e, sobretudo, que não seja perecível e nem
consumível, de modo que possa ser entregue ao titular da propriedade fiduciária, caso persista
a inadimplência, ao final do stay period.

Com maior razão ainda não podem ser considerados bens de capital os títulos de crédito dados
em alienação fiduciária. Estes, ao contrário do estoque, sequer estão na posse direta do
devedor e, muito menos, são bens utilizados como insumo de produção. Trata-se patrimônio
alienado pelo devedor, em caráter resolúvel, é certo, para garantia de obrigações por ele
assumidas.

O credor que financia a atividade produtiva, mediante a alienação fiduciária de recebíveis dados
em garantia de CPRs, certamente o faz contando com a segurança da garantia segundo sua
disciplina legal, garantia essa que saberia débil, caso recaísse sobre bens de capital utilizados
na produção, fossem eles móveis ou imóveis.

Considerar que a mera intenção de fazer caixa, mediante a apropriação de recebíveis (de
propriedade resolúvel do credor fiduciário), possa justificar exceção à regra do art. 49, § 3º, da
Lei n. 11.101/2005, implicaria tornar sem substância o regime legal da propriedade fiduciária,
uma vez que recursos financeiros sempre serão essenciais à recuperação de qualquer
empreendimento.

REsp 1.629.470-MS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Segunda Seção, por maioria, julgado
em 30/11/2021.

TERCEIRA TURMA

REsp 1.930.256-SP - Marco Civil da Internet. Imagens de nudez. Fins comerciais.


Divulgação não autorizada. Art. 21 da Lei n. 12.965/2014. Inaplicabilidade.

Não se aplica o art. 21 do Marco Civil da Internet para os casos de divulgação não
autorizada de imagens de nudez produzidas para fins comerciais.
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Inicialmente cumpre salientar que que o caso analisado não retrata a hipótese de divulgação
não autorizada de imagens ou vídeos com cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter
privado, a atrair a exceção à reserva de jurisdição estabelecida no art. 21 do Marco Civil da
Internet.

Tampouco o objeto da demanda, consiste, primordialmente, na proteção de direito


personalíssimo, mas sim, diretamente, no ressarcimento pelos alegados prejuízos decorrentes
da divulgação, por terceiros, sem a sua autorização, das imagens com conteúdo íntimo
licenciadas comercialmente.

De plano, registre-se que o art. 21 do Marco Civil da internet traz exceção à regra de reserva da
jurisdição estabelecida no art. 19 do mesmo diploma legal, a fim de impor ao provedor, de
imediato, a exclusão, em sua plataforma, da chamada "pornografia de vingança" - que, por
definição, ostenta conteúdo produzido em caráter particular -, bem como de toda reprodução de
nudez ou de ato sexual privado, divulgado sem o consentimento da pessoa reproduzida.

Há, dado o caráter absolutamente privado em que este material foi confeccionado
(independentemente do conhecimento ou do consentimento da pessoa ali reproduzida quando
de sua produção), uma exposição profundamente invasiva e lesiva, de modo indelével, à
intimidade da pessoa retratada, o que justifica sua pronta exclusão da plataforma, a
requerimento da pessoa prejudicada, independentemente de determinação judicial para tanto.

Como se constata, o art. 21 do Marco Civil da Internet refere-se especificamente à divulgação


não autorizada de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de
atos sexuais de caráter privado.

Ademais, o dispositivo legal exige, de modo expresso e objetivo, que o conteúdo íntimo,
divulgado sem autorização, seja produzido em "caráter privado", ou seja, de modo
absolutamente reservado, íntimo e privativo, advindo, daí sua natureza particular. É dizer, o
preceito legal tem por propósito proteger/impedir a disponibilização, na rede mundial de
computadores, de conteúdo íntimo produzido em caráter privado, sem autorização da pessoa
reproduzida, independentemente da motivação do agente infrator.

Não é, portanto, a divulgação não autorizada de todo e qualquer material de nudez ou de


conteúdo sexual que atrai a regra do art. 21, mas apenas e necessariamente aquele que
apresenta, intrinsecamente, uma natureza privada, cabendo ao intérprete, nas mais variadas
hipóteses que a vida moderna apresenta, determinar o seu exato alcance.

É indiscutível que a nudez e os atos de conteúdo sexuais são inerentes à intimidade das
pessoas e, justamente por isso, dão-se, em regra e na maioria dos casos, de modo reservado,
particular e privativo. Todavia - e a exceção existe justamente para confirmar a regra - nem
sempre o conteúdo íntimo, reproduzido em fotos, vídeos e outro material, apresenta a referida
natureza privada.

Deste modo, as imagens de nudez, produzidas e cedidas para fins comerciais - absolutamente
lícitos -, não ostentam natureza privada, objeto de resguardo do art. 21 da Lei n. 12.965/2014
(Marco Civil da Internet).

Registra-se que a proteção a essas imagens de nudez, cujo conteúdo íntimo não foi produzido
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em caráter privado, deve se dar segundo os ditames do art. 19, que estabelece a
responsabilização do provedor, caso, após ordem judicial específica, não tomar as providências
para, nos limites técnicos do seu serviço, tornar indisponível o conteúdo apontando.

REsp 1.930.256-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze,
Terceira Turma, por maioria, julgado em 07/12/2021.

REsp 1.961.480-SP - Marco Civil da Internet. Ação de requisição judicial de registros.


Expressões isoladas ou em conjunto. Patrocínio de links em serviço de busca na
internet. Prazo. Termo inicial. Fim do patrocínio.

O provedor de internet deve manter armazenados os registros relativos a patrocínio de


links em serviços de busca pelo período de 6 (seis) meses contados do fim do patrocínio
e não da data da contratação.

Inicialmente cumpre salientar que o art. 22 do Marco Civil da Internet autoriza, com o propósito
de formar conjunto probatório em processo judicial cível ou penal, em caráter incidental ou
autônomo, a requisição judicial de registros de conexão ou de acesso daquele responsável pela
guarda dos referidos dados.

Assim, qualquer indivíduo que tenha sido lesado por ato praticado via internet poderá demandar
o provedor respectivo para obter os referidos dados.

Nessa esteira de intelecção, importa consignar que o fornecimento dos registros pleiteados
deverá respeitar os prazos previstos nos arts. 13 e 15 do Marco Civil da Internet para a guarda
dos referidos dados pelos provedores, isto é, 1 (um) ano para os registros de conexão e 6 (seis)
meses para os registros de acesso a aplicações de internet contados da data do fato ou evento
a que se refere o registro.

Assim, é seguro afirmar que, nas hipóteses em que se pleiteia a obtenção de registros relativos
à determinado período de tempo, não se revela razoável, tampouco lícito, que os provedores,
após o ajuizamento da ação, se desfaçam dos referidos dados, sejam estes anteriores ou
posteriores à demanda.

Em se tratando, especificamente de patrocínio de links em serviços de busca na internet


relacionados à determinada expressão, deve-se ter presente que tal funcionalidade opera em
lógica substancialmente diversa daquela referente às tradicionais postagens em redes sociais.

De fato, observa-se que, na hipótese de patrocínio de links, a contratação do serviço ocorre por
determinado lapso temporal, motivo pelo qual o fato que dá origem ao registro respectivo
protrai-se no tempo.

Em outras palavras, dúvida não há de que, em se tratando de publicações em redes sociais, o


prazo de 6 (seis) meses de guarda do registro é contado da data do fato, isto é, da data da
própria publicação. No entanto, na hipótese de patrocínio de links em serviços de busca, a
contratação da ferramenta ocorre em momento certo e determinado, mas o serviço
disponibilizado pelo provedor estende-se por todo o período contratado, isto é, por dias, meses
ou anos.
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Dessa forma, para resguardar a privacidade dos usuários e, ao mesmo tempo, garantir a
responsabilização por eventuais danos causados a terceiros, os registros relativos ao patrocínio
de links em serviços de busca deverão permanecer armazenados pelo período de 6 (seis)
meses contados do fim do patrocínio - e não da data da contratação -, período em que os que
se sentirem prejudicados poderão pleitear o recebimento dos registros relativos ao serviço para
instruir possíveis demandas em face de eventuais responsáveis.

De fato, se o referido prazo fosse contado da data da contratação, naquelas hipóteses em que o
patrocínio perdurasse por período superior ao prazo de 6 (seis) meses, estaria criada situação
ilógica e desarrazoada em que o patrocínio do link estaria em pleno vigor sem a possibilidade
de se obter os registros a ele relativos por já haver transcorrido o referido prazo de guarda.

Assim, diante da obrigação legal de guarda de registros de conexão e de acesso a aplicações


de internet , não há como afastar, desde que preenchidos os requisitos legais, a possibilidade
jurídica de obrigar os provedores ao fornecimento dos nomes ou domínios das sociedades
empresárias que patrocinam links na ferramenta "Google AdWords" relacionados à determinada
expressão utilizada de forma isolada ou conjunta, pois tal medida representa mero
desdobramento daquelas obrigações.

REsp 1.961.480-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado
em 07/12/2021.

REsp 1.953.667-SP - Penhora. Garantia parcial do débito. Inscrição do nome do


executado em cadastros de inadimplentes. Possibilidade.

Na hipótese de haver garantia parcial do débito, o juiz pode determinar, mediante


requerimento do exequente, a inscrição do nome do executado em cadastros de
inadimplentes.

Dispõe o art. 782, § 3º, do CPC/2015 que, a requerimento da parte, o juiz pode determinar a
inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.

Tal medida aplica-se tanto à execução de título extrajudicial quanto ao cumprimento definitivo
de sentença (art. 782, § 5º, do CPC/2015) e só pode ser determinada se houver prévio pedido
do exequente. E, havendo requerimento, o juiz poderá ou não o deferir "a depender das
circunstâncias do caso concreto" (REsp 1.827.340/RS, Segunda Turma, DJe 11/10/2019). Ou
seja, cuida-se de faculdade atribuída ao juiz.

Acerca do cancelamento da restrição, o art. 782, § 4º, do CPC/2015 estabelece que "a inscrição
será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se
a execução for extinta por qualquer outro motivo".

Consabidamente, na interpretação das normas que regem a execução, deve-se extrair a maior
efetividade possível ao procedimento executório. A doutrina processualista alerta para a
necessidade de a interpretação dar prevalência, tanto quando possível, ao princípio da
efetividade da execução. Vale dizer, deve-se sempre propiciar a pronta e integral satisfação do
crédito exequendo.
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Não se ignora que o art. 805 do CPC consagra o princípio da menor onerosidade da execução,
segundo o qual, "quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado". Entretanto, a jurisprudência
do STJ é no sentido de que a menor onerosidade da execução não se sobrepõe à sua
efetividade.

Com assento nessas premissas, sopesando os direitos fundamentais em conflito - de um lado o


direito fundamental do credor à tutela executiva e, de outro, os direitos de personalidade do
executado -, deve prevalecer o direito do credor à integral satisfação da obrigação. Isso significa
que, se o débito for garantido apenas parcialmente, não há óbice à determinação judicial de
inclusão do nome do executado em cadastro de inadimplentes, mediante prévio requerimento
do exequente.

REsp 1.953.667-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado
em 07/12/2021.

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