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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA
1.1 ACONTECIMENTOS RELEVANTES SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO
NO BRASIL
1.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS
1.2.1 O Pioneirismo Inglês
1.2.2 Avanços da Tecnologia
1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia
1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas
1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial
1.2.6 O Ludismo e o Cartismo
2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES
2.1 O AMBIENTE
2.1.1 Pesquisa na Área
2.2 AS DOENÇAS
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE
TRAJETO
3.1 DIFERENÇA ENTRE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DOENÇAS DO
TRABALHO
3.1.1 Doenças profissionais ou tecnopatias
3.1.2 Doenças do trabalho ou mesopatias

MÓDULO II
4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
4.1 AÇÕES PRÓ-ATIVAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
5 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO
5.1 TREINAMENTO

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5.2 MOTIVAÇÃO
5.3 CONTROLE
6 ENTENDENDO AS SIGLAS: SESMT – PPRA – PCMSO
6.1 SESMT
6.1.1 Composição do SESMT
6.1.2 Dimensionamento do SESMT
6.1.3 Relações do SESMT
6.2 PPRA
6.3 PCMSO

MÓDULO III
7 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA
7.1 VERIFICAÇÕES INTERNAS
7.2 VERIFICAÇÕES OFICIAIS
7.3 VERIFICAÇÕES ESPECIAIS
7.4 MODELOS DE VERIFICAÇÃO
7.4.1 Modelo Inicial
7.4.2 Modelo Integrado
8 OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO
9 MAPEAMENTO DE RISCOS
9.1 A elaboração do Mapeamento de Riscos
I - ETAPA
II - ETAPA
III - ETAPA
IV – ETAPA
V – ETAPA
VI – ETAPA

MÓDULO IV
10 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO
10.1 ACIDENTES DE TRABALHO

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11 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
11.1 MÉTODO DA ÁRVORE DE CAUSAS
11.1.1 Fases que Antecedem a Elaboração da Árvore de Causas
11.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas
12 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS
12.1 AS CAUSAS
12.2 VANTAGENS DO MÉTODO
12.3 DESVANTAGENS DO MÉTODO
12.4 ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA
13 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA

Historicamente a segurança do trabalho no Brasil tem efetivado seu


desenvolvimento atrelado em dois aspectos fundamentais:
 Por meio dos diplomas legais que servem de base para sua
efetivação.
 Seguindo as transformações do cenário econômico vivenciado pelo
país.

Pesquisadores e estudiosos no assunto alegam que esses dois aspectos


citados proporcionaram o desenvolvimento de um ambiente reativo, ou melhor, pró-
ativo na área. Com isso se pontua que se proporcionou uma grande vulnerabilidade
e carência de estratégias capazes de vislumbrarem o seu futuro (SALEM & SALEM,
2001).
Pode-se dizer que o cenário brasileiro no qual nasce a legislação atual era
uma demonstração de construção de obras espetaculares que se configuravam
como dependentes de recursos financeiros internacionais.

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O Brasil encontrava-se diante de relevantes mudanças na Consolidação das
Leis Trabalhistas. E, é possível descrever o cenário brasileiro da época como sendo
o seguinte:
Na década de 70 a população do país viveu o chamado “Milagre Brasileiro”,
diante de um regime altamente autoritário, com recursos sendo disponíveis por meio
do exterior, embasado pela grande necessidade de investimento financeiro para o
país.
Ocorreu uma consistente pressão dos organismos de mercados financeiros
internacionais para que o Brasil adotasse algumas ações. Dentro dessas ações,
amplo destaque é direcionado para a aprovação da legislação específica
direcionada à segurança e à medicina do trabalho.
Inicialmente essa legislação foi elaborada configurando-se como uma cópia
fiel da legislação de segurança do trabalho dos países norte-americanos. Com isso,
ocorreu uma formação totalmente inadequada dos responsáveis, profissionalmente,
ou seja:
o Engenheiros de segurança do trabalho;
o Médicos do trabalho;
o Demais profissionais da área.
A implementação dessas ações focalizava para um conjunto especial de
resultados a serem alcançados, destacando-se a liberação de financiamentos
internacionais que viabilizassem obras, por exemplo:
 Hidrelétrica de Itaipú;
 Transamazônica;
 Ponte Rio-Niterói.
Muitos especialistas denominam a origem da segurança do trabalho no
Brasil como sendo uma reação contra a realidade econômica vivenciada na época,
mais especificamente, entre os períodos de 1964 a 1985. A realidade em questão é
reconhecida por não privilegiar o social, gerando grande aumento das necessidades
básicas populacionais e da pobreza (CARVALHO, 2000).
Foi no ano de 1977, mais especificamente no dia 22 de dezembro do
referido ano, que surgiu a Lei nº 6514, que por meio da Portaria n 3214 de junho de
1978 apresentou as Normas Regulamentadoras ao cenário legislativo brasileiro.

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Atualmente essas mesmas normas continuam vigentes, porém foram
implementadas algumas alterações essenciais para a readaptação ao novo contexto
econômico, cultural e social do país.

FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


1.1 Acontecimentos relevantes sobre a Segurança do Trabalho no Brasil
<http://4.bp.blogspot.com/_FWc1tpchMs8/SLc0sQjtchI/AAAAAAAADmg/9B_NcLng2f4/s400/m
osaico.jpg>. Acesso em 30 abr. 2010.

1.1 ACONTECIMENTOS RELEVANTES SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO


NO BRASIL

É unânime o entendimento de que o desenvolvimento e regulamentação da


CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes foi à primeira manifestação
conjunta. Isso tanto pelas autoridades governamentais como pelos empresários
dedicados à prática da segurança do trabalho.

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Desse modo, se reconhece a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
como sendo a grande desencadeadora do período institucional de busca pela
Prevenção de Acidentes.
Porém, nesse contexto a Consolidação das Leis Trabalhistas não
contemplava, em sua versão original, nenhum dispositivo direcionado ao Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho nas
Organizações.
O referido serviço foi implantado por meio do Decreto-Lei n 229 datado de
28 de Fevereiro de 1967.
O Ministério do Trabalho dispôs sobre o desenvolvimento e implementação
do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho nas
Organizações por meio da criação da Portaria n 3237, datada de 27 de julho de
1972.
Seguindo a evolução histórica, em 31 de dezembro de 1975 a Portaria n
3237 foi substituída pela Portaria n 3460, que permaneceu vigente até 08 de Junho
de 1978, período no qual entrou em vigor a atual legislação sobre o assunto.
As Normas Regulamentares (NR´s) tiveram seu surgimento por meio da Lei
n 6514, datada de 22 de Dezembro de 1977, por meio da portaria n 3214, que
proporcionou a modificação do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis
Trabalhistas, ocorrida em 08 de junho de 1978.
Dentre as Normas Regulamentadoras (NR´s) é possível destacar a NR-4
(Norma Regulamentadora -4):
NR-4 – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho, que teve seu conteúdo disponibilizado pela Portaria n 33 de 27 de Outubro
de 1983, da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho (SSMT) – Ministério
do Trabalho.

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FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.toodariovellozo.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/27/2790/48/arquivos/Image/s
eg.jpg>. Acesso em 30 abr. 2010.

1.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Ao iniciar o século XVIII, na Inglaterra, iniciou-se a Revolução Industrial,


desenvolvendo a mecanização das formas de produção. A evolução pontuou uma
diferença significativa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
 Idade Média: a maneira de produção mais utilizada e conhecida era o
Artesanato.
 Idade Moderna: gerou sistema mecânico da produção.
Como se deu esse desenvolvimento?
Duas fortes vertentes contribuíram para a Revolução Industrial: a burguesia
e sociedade.
Burguesia:
Na época, a classe social burguesa encontrava-se sedenta por lucros mais
elevados, custos menores, ao lado de uma grande aceleração na produção. Isso a

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impulsionou a buscar novas alternativas que viabilizassem a produção de
mercadorias.
Sociedade:
A sociedade contribuiu com a Revolução Industrial em virtude da explosão
de crescimento populacional da época, que gerou um contingente enorme de mão
de obra barata e necessitada de emprego. Ao mesmo tempo, com a ampliação do
número de pessoas, ampliou-se também a demanda por produtos e mercadorias,
exigindo o aumento da produção.

FIGURA: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em:


<http://www.anossaescola.com/cr/AdvHTML_Upload/mostra_imagem_anonima.jpg>. Acesso em 30
abr. 2010.

1.2.1 O Pioneirismo Inglês

O Processo de Revolução Industrial iniciou na Inglaterra, transformando-a no


país pioneiro nos grandes aperfeiçoamentos da produção. Esse pioneirismo inglês
tem suas explicações baseadas em diversos motivos:

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Em primeiro lugar, a Inglaterra possuía em seu subsolo, na época,
quantidades significativas de carvão mineral. Esse material era considerado a
principal fonte de energia daquele período, pois era utilizado na movimentação das
máquinas e também nas locomotivas a vapor.
Outro fator que muito contribuiu com o surgimento da Revolução Industrial
primeiramente na Inglaterra foi à existência de grandes reservas de minério de ferro
no solo inglês, que era considerado na época, a principal matéria-prima para
produção.
Em relação à sociedade, ressalta-se o grande aumento populacional, que
desencadeou uma significativa quantidade de mão de obra barata que se
encontrava disponível, em busca de trabalho, no século XVIII. Se junta a
necessidade de emprego, a ampliação do mercado consumidor que desencadeou a
necessidade de maior número de mercadorias produzidas, em tempo menor
(OLIVEIRA, 2003).
Esses aspectos foram fundamentais para o surgimento e desenvolvimento
da Revolução Industrial na Inglaterra.

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1.2.2 Avanços da Tecnologia

Considera-se que o século XVIII tenha sido um marco no desenvolvimento


global em função do amplo salto tecnológico que desencadeou tanto nas máquinas
como também nos transportes.
É sabido que a grande necessidade de aumento da produção, baseada em
uma estrutura completa que disponibilizava todos os meios necessários para isso,
ocorreu à grande revolução do modo de produzir. Principalmente em relação à
máquina a vapor, os grandes teares que vieram a substituir muito consideravelmente
a ação do homem, porém a mão de obra em abundância não pôde ser aproveitada
sem o conhecimento das máquinas, gerando-se uma gama enorme de pessoas
desempregadas.
Mas ao mesmo tempo, também se conseguiu baixar significativamente o
preço das mercadorias, já que a produção em massa aumentou a quantidade de
produtos disponíveis no mercado. Possibilitando que mais pessoas tivessem acesso
à rotina de comercialização, acelerando e dando continuidade ao processo de
produção.
Em relação aos transportes, destaca-se o surgimento da locomotiva a vapor,
que também é conhecida nos dias de hoje, como Maria Fumaça; e os trens a vapor.

1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia

Com o surgimento da locomotiva a vapor, juntamente com os trens a vapor


ampliou-se a possibilidade de transportar um número maior, tanto de pessoas como
também, de mercadorias. E, essa dinâmica passou a ser realizada dentro de um
período mais curto de tempo, com dispêndio consideravelmente reduzido de custos.

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FIGURA: LOCOMOTIVA

FONTE: Disponível em: <http://guaranesiamemorias.files.wordpress.com/2008/06/trem1.gif>. Acesso


em 30 abr. 2010.

1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas

É reconhecido nos dias de hoje que, no início da Revolução Industrial o


ambiente de trabalho dentro das fábricas era bastante precário. Delineia-se um
cenário com pouca iluminação, pouca ventilação, o que o deixava muito abafado e
rodeado de muita sujeira.
Em virtude da abundância de mão de obra, os salários oferecidos aos
trabalhadores eram extremamente baixos. Ressaltando-se que durante essa fase,
contrariando as leis atuais, as mulheres e crianças também faziam parte do grupo de
funcionários trabalhando nas condições precárias acima descritas.
A jornada de trabalho poderia chegar a dezoito horas diárias, desenvolvidas
com frequentes castigos físicos e outras formas punitivas pelos patrões. Os direitos
trabalhistas eram inexistentes, sendo assim alguns dos benefícios gozados hoje
pelos trabalhadores eram desconhecidos dos funcionários da época, como por
exemplo:
¥ Férias.
¥ 13 salário.
¥ Auxílio doença.
¥ Auxílio maternidade.
¥ Descanso semanal remunerado.

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¥ Seguro-desemprego.

1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial

Diante da precariedade dos ambientes de trabalho e da enorme falta de


condições humanas, sociais e de saúde no mesmo, vários grupos de trabalhadores
das muitas regiões da Europa começaram a se organizar visando a luta por
melhores condições de trabalho.
Os funcionários das fábricas uniram-se formando as TRADE UNIONS,
reconhecidas como uma espécie de sindicato, tendo por intuito a melhoria das
condições trabalhistas de todos os empregados. Nesse contexto, ocorreram vários
eventos com violência profunda, como por exemplo, o ludismo.

FIGURA: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso
em: 30 abr. 2010.

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1.2.6 O Ludismo e o Cartismo

Os ludistas eram também chamados de “Quebradores de Máquinas”, pois se


caracterizavam pela invasão das fábricas destruindo os equipamentos existentes
como uma forma de protesto contra a situação dos empregados no ambiente de
trabalho.
Já o Cartismo, se pronunciava de maneira mais tênue, tendo seu
direcionamento focado na política, por meio da qual conseguiu conquistar diversos
direitos políticos para o grupo de trabalhadores.
Dessa forma, percebe-se que a grande importância da Revolução Industrial
foi tornar os métodos de produção consideravelmente mais eficientes que os
conhecidos na época. As mercadorias tiveram seu valor reduzido em virtude de
serem produzidas mais rapidamente, o que estimulou muito o consumo (MICHEL,
2000).
O número de desempregados aumentou significativamente, em decorrência
da inserção das máquinas no ambiente de trabalho que substituía até quatro
trabalhadores por cada uma das máquinas.
Aumentou também a poluição ambiental e sonora, assim como também o
êxodo rural, que gerou o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos.
Em meio a esse contexto, até hoje a busca pelo oferecimento de um número
maior de vagas de emprego é uma das maiores preocupações dos governantes, já
que o desemprego encontra-se entre os maiores problemas dos países em
desenvolvimento.
A troca dos empregados menos qualificados por robôs é constante nos dias
atuais e as empresas buscam profissionais qualificados que tenham criatividade e
múltiplas capacidades. O desemprego vem sendo uma preocupação grande também
dos países desenvolvidos.

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2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES

Historicamente a Segurança do Trabalho era conhecida como uma atividade


vinculada somente com a importância e obrigatoriedade dos equipamentos de
proteção individual contra acidentes, entre eles destacam-se:
 Capacetes.
 Botas.
 Cinto de segurança.
 Protetor auricular.

FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.ksdesktop.com.br/imagens//eqp%20de%20seg%20no%20t
rab.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.

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Porém, a grande evolução tecnológica trouxe o desenvolvimento de novos
ambientes de trabalho, paralelamente, gerou também maiores riscos profissionais
associados.
Na verdade, a grande maioria dos riscos não é conhecida pela população,
exigindo ainda muitas pesquisas que apresentam seus resultados somente após
uma longa exposição dos funcionários aos ambientes nocivos. Os resultados são
direcionados à saúde e a integridade física, ameaçadoramente comprometida.
No contexto mercadológico atual, percebe-se o novo setor de segurança do
trabalho, que se configura de forma interdisciplinar e o objetivo principal é a
prevenção dos riscos profissionais.
Hoje é possível visualizar um grande número de pessoas que já
compreendem as doenças profissionais como consequências de acidentes de
trabalho
Na dinâmica relacional existente entre o ser humano e as máquinas
configuram-se também muitos benefícios em prol de toda a sociedade, porém, ao
mesmo tempo, desencadeou um enorme montante de vítimas, que se tornaram
portadoras de doenças incapacitantes ou que tiveram sua integridade física afetada
(MICHEL, 2000).
A evolução trouxe uma nova geração de máquinas para serem usadas pelo
homem e nesse contexto, os computadores pessoais destacam-se pela sua
presença constante nas rotinas do sujeito, tendo em vista que jamais na história se
teve uma máquina tão presente (tão próxima) da vida profissional de tantos
trabalhadores. Percebe-se que a relação homem-máquina está ainda mais próxima.

2.1 O AMBIENTE

Antes de aprofundar o estudo do conteúdo, faz-se necessário compreender


o que se determina como saúde nos dias atuais.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS):

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SAÚDE
Não significa apenas ausência de
doença ou dor, mas também, um
ótimo estado de bem-estar físico,
mental e social.

A interação do homem com o meio ambiente em que vive é a base para o


desenvolvimento da saúde. Dessa forma, o ambiente do trabalho, reconhecidamente
relevante por ser o local onde o sujeito passa a maior parte de seu dia, merece a
atenção de todos visando contemplar o conceito abrangente de saúde.
A saúde no ambiente de trabalho dependerá, principalmente, da salubridade
do mesmo.
Como já foi pontuado anteriormente, o avanço tecnológico acelerado atingiu
praticamente todas as atividades laborais humanas. Com isso, trouxe várias
vantagens socioeconômicas, mas, em contrapartida, desenvolveram vários
subprodutos inadequados para a saúde, inclusive efeitos nocivos à qualidade de
vida, à segurança individual e coletiva.
É possível descrever como exemplo desses subprodutos da tecnologia,
nocivos à qualidade de vida, o ruído amplificado e a utilização cada vez mais
descontrolada de compostos químicos (GONÇALVES, 2000).
Pesquisas e estudos estão dedicando máxima atenção aos efeitos das
exposições diretas ou indiretas, no ambiente de trabalho, a:
 Agentes físicos.
 Agentes químicos.
 Agentes biológicos.
 Agentes sociais.
 Agentes organizacionais.
Faz-se necessário destacar dentre todas as atividades nocivas, a potencial
interação entre produtos químicos e os ruídos elevados. Essa relação pode
ocasionar perdas auditivas nos trabalhadores que estão expostos durante o período

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de suas atividades laborais. E dentre todas as doenças relacionadas ao trabalho, a
perda auditiva encontra-se em lugar de destaque.
Durante muito tempo a perda auditiva foi justificada exclusivamente em
função da exposição ocupacional ao ruído. Porém, ressalta-se que a referida perda
é muito semelhante à perda auditiva por ototoxicidade.
Sendo assim, considera-se que ambas as perdas sejam neurosensoriais,
irreversíveis, apresentam lesões cocleares, acometem inicialmente altas frequências
e geralmente são bilaterais.
A grande semelhança entre as duas perdas pode ter sido o principal motivo
para que se tenha postergado os estudos direcionados para os efeitos nocivos da
exposição laboral a produtos químicos.
É possível destacar, entre os produtos químicos:
 Solventes = álcool, estireno, xileno, dissulfeto de carbono, hexano,
tricloroetileno, tolueno e misturas.
 Metais = cobalto, chumbo, manganês e arsênico.
 Asfixiantes = nitrato de butila, cianeto e monóxido de carbono.
Para o melhor entendimento dos tipos de produtos químicos exemplificados,
sabe-se que o solvente é o mais utilizado pela indústria, mais especificamente, o
tolueno, que está presente em colas, vernizes, latas, óleos e outros. Para se
alcançar a real avaliação dos níveis de tolueno no ambiente ocupacional, é preciso
realizar o monitoramento biológico por meio do ácido hipúrico, considerado
bioindicador urinário para o tolueno.
É essencial a realização periódica do monitoramento ambiental e biológico
como forma de viabilizar avaliações periódicas do potencial de contaminação do
ambiente de trabalho. Isso visando que o profissional de segurança do trabalho
tenha condições de desenvolver medidas que sejam efetivas para proteger a saúde
do trabalhador.
Destaca-se que para que seja possível a realização do monitoramento faz-
se extremamente necessário haver o prévio conhecimento das diversas condições
relacionadas tanto aos trabalhadores como ao ambiente. Por exemplo:
o Movimentação dos funcionários.
o Condições de ventilação.
o Atividades ou funções desempenhadas.

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o Avaliação dos equipamentos em relação ao impacto com o meio.

FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://50minutos.files.wordpress.com/2008/12/epi.jpg>. Acesso em: 30 abr.


2010.

IMPORTANTE:
O uso de protetores auriculares deve ser temporário, nunca definitivo. E sua
utilização deve ser efetivada quando todas as demais formas de controle estiverem
esgotadas. A orientação sempre deve se dar no sentido de aderir para uma solução
de proteção coletiva, pois seus resultados direcionam-se para a qualidade de vida
do grupo todo de trabalhadores.

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2.1.1 Pequisa na Área

Realizou-se um estudo sobre dano auditivo em


trabalhadores expostos a ruído e solvente em uma fábrica de
calçados. Esse trabalho foi realizado pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul conjuntamente com outras Instituições. Foram
efetuadas análise dos níveis de ruído e solventes aos quais os
trabalhadores estavam expostos durante a jornada de trabalho de 8
horas diárias/cinco dias semana, e seus efeitos sobre a audição
dos trabalhadores. Nesse trabalho observou-se que, mesmo os
operários não estando expostos a níveis de ruído superiores ao
limitado pela Norma Regulamentadora do país, 85 dBA/8h (NR-15
MT/BR) e que a exposição ao tolueno seja menor do que a
estabelecida por esta norma (78 ppm), um elevado número de
trabalhadores apresentaram acentuada perda auditiva no grupo de
trabalhadores expostos ao solvente e ruído, o que sugere que a
exposição a esses agentes, mesmo dentro dos limites
estabelecidos, pode aumentar a ocorrência de perdas auditivas.
Esse dado é preocupante tendo em vista que os trabalhadores
permanecem em jornada de 8 horas de trabalho expostos a esses
agentes, muitas vezes sem a proteção adequada.

Considera-se extremamente importante o investimento em pesquisas e


estudos que visem analisar a interação de agentes tóxicos, ruídos ou outros agentes
causadores de doenças porque eles podem servir de ferramenta para amplos
debates e discussões das normas vigentes. Isso porque os limites estabelecidos

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pelos órgãos nacionais e internacionais ao considerarem as condições seguras para
a realização do trabalho desconsideram os efeitos interativos da exposição a mais
de um agente tóxicos (GONÇALVES, 2000).

2.2 AS DOENÇAS

FONTE: Disponível em:


<http://galeria.colorir.com/images/painted/088d6572486342d161b33f8a8ea28c7b.png>. Acesso em
30 abr. 2010.

Somente na atualidade houve o despertar do interesse em estudos mais


aprofundados sobre a influência do sistema de trabalho no desenvolvimento de
doenças. Essa realidade se faz presente mesmo com a constatação de que são
antigos os efeitos nocivos da exposição humana a substâncias químicas presentes
no local de trabalho.
É de suma importância a criação de protocolos que possam identificar
condições de trabalho que tendem a desenvolver doenças, pois ainda existem
muitos médicos que não reconhecem certas patologias como estando ligadas à
ocupação laboral.

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Destaca-se que se torna impossível determinar um fator único que seja
gerador das doenças do trabalho, sendo assim, ainda que se esteja diante de um
evento agudo, é difícil estabelecer associações diretas com as doenças vinculadas
às atividades laborais.
O ser humano passa a maior parte do tempo exercendo atividades laborais.
E, os efeitos do trabalho atingem o organismo de forma cumulativa, podendo, assim,
desencadear doenças crônicas, dificultando muito o estabelecimento de qualquer
relação entre a patologia e o trabalho.
É possível descrever alguns aspectos de saúde que podem ser afetados
pelo trabalho. Por exemplo, o sistema endócrino, que é um elo entre a carga
genética do sujeito e o ambiente, pode ser gravemente afetado pelas condições
laborais às quais ele estará exposto.
As taxas elevadas de colesterol já são reconhecidas como consequência da
capacidade decisória, exaustão física e do ruído excessivo. Também a obesidade
vincula-se a esse grupo de doenças, pois se associa ao alto índice de estresse,
sendo mais comum nas profissões de baixo status social. Em relação à obesidade,
entende-se que pode ser resultado também da busca por refeições saborosas que
gerem compensação pelos conflitos vivenciados no ambiente de trabalho.
Existe uma forte vinculação dos distúrbios do sono e distúrbios alimentares
com a jornada noturna de trabalho. E, o ambiente que preconiza o contato do
trabalhador (de alguma forma) com a irradiação pode desencadear tumores que
ficam em período de latência por vários anos no organismo, dificultando ainda mais
a associação com o trabalho.
A redução da densidade óssea, problema muito comum capaz de
desencadear dores crônicas, associa-se com profissões que determinam a posição
sentada por muito tempo. E, a redução significativa da produção de
espermatozoides, comprovadamente pode estar vinculada ao ambiente que oferece
calor excessivo, exposição a agrotóxicos, metais ou outros agentes químicos.
Diante da vasta associação entre o ambiente de trabalho e doenças
desencadeadas pelo mesmo, torna-se fundamental a revisão das relações
profissionais. Isso quer dizer retomar a conduta exigida pelo empregador e a
vulnerabilidade do empregado. Nesse sentido, preconiza-se que não são os
trabalhadores que devem ser forçadamente adaptados às rotinas de trabalho, ou às

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necessidades da empresa e sim o contrário. Considera-se que a organização é
quem deve oferecer um sistema de trabalho que seja compatível com as
possibilidades do indivíduo.

FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://4.bp.blogspot.com/_T6h8bTzR518/SNG0ueFDFgI/AAAAAAAAAEs/itN-
X9xLxfA/s320/trabnoturno.JPG>. Acesso em 30 abr. 2010.

Em se tratando particularmente do trabalho noturno, por exemplo, não se


pode tolerar que o ritmo exigido pelo funcionário seja o mesmo apresentado pelo
trabalhador que efetua suas atividades diurnamente. Isso porque o ser humano é
naturalmente uma espécie diurna e somente o fato de estar desenvolvendo alguma
atividade noturna já representa certa quantidade de sobrecarga.
Desse modo, percebe-se a grande importância do acompanhamento médico
a ser realizado de forma sistemática para qualquer trabalhador, sem riscos de
exclusão.

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ATENÇÃO
É necessário estar atento durante as avaliações de saúde do trabalhador,
pois se ao avaliar um grupo de funcionários não for detectada nenhuma alteração da
saúde, encontrando-se somente pessoas bem condicionadas no ambiente laboral,
torna-se imprescindível uma observação mais cautelosa para verificar se isso não
está ocorrendo porque os trabalhadores que apresentavam alterações de saúde,
doenças laborais, foram dispensados.

3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE


TRAJETO

A empresa empregadora não pode ser responsabilizada civilmente, porém, a


lei é garantidora do emprego ao colaborador que acidentar-se no percurso do
trabalho, por se equiparar esse acontecimento ao acidente de trabalho
(GONÇALVES, 2000).
A compreensão unânime é da 5 Câmara do Tribunal Regional do Trabalho
da 15 Região (Campinas/SP).

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26
CASE
Uma trabalhadora da Indústria de Subprodutos de Origem Animal Lopesco
foi demitida após sofrer acidente durante o caminho do trabalho até sua casa.
Ela entrou com reclamação trabalhista alegando que teve ferimentos no
tornozelo e no pé que a incapacitaram para o trabalho de julho a outubro de 2003,
mas a empresa não forneceu documentação para que fosse requerido o auxílio-
doença junto ao INSS. Para a trabalhadora, mesmo que ela tenha sido a causadora
do acidente, isso não excluiu sua garantia de emprego. A Vara de Trabalho de Tatuí
não aceitou recurso da trabalhadora, que recorreu ao TRT.
Segundo o relator, juiz Lorival Ferreira dos Santos, ficou comprovado que o
acidente ocorreu durante o trajeto percorrido pela funcionária entre seu trabalho até
a residência. Para o juiz, a Lei 8.213/91 prevê que se equipara ao acidente do
trabalho o acidente sofrido pelo segurado no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive
veículo de propriedade do segurado. "Portanto, segundo a legislação previdenciária,
o acidente de percurso é equiparável ao acidente do trabalho", fundamentou Ferreira
dos Santos.
Segundo o relator, a emissão da documentação para que o trabalhador
solicite o auxílio-doença por acidente no INSS em casos de acidente do trabalho é
muitas vezes evitado pelo empregador para impedir a garantia legal de emprego.
"Demonstrada à negligência do empregador pela falta de percepção de
auxílio previdenciário na modalidade acidentária, é certo o direito da trabalhadora à
garantia do emprego prevista no artigo 118 da Lei 8.213/91", disse Ferreira dos
Santos. Mesmo que a funcionária tenha dado causa ao acidente, esse fato exclui
qualquer responsabilidade civil do empregador, mas não a garantia de emprego
prevista na lei.
"Ante a impossibilidade de reintegração no emprego pelo vencimento do
prazo estabilitário, condeno a empresa ao pagamento de indenização
correspondente aos salários e vantagens relativos ao período de 12 meses a contar
da cessação do auxílio previdenciário, acrescidos do FGTS, férias e 13 salário desse
período", conclui o julgador, que estipulou o valor da condenação em R$ 12 mil.

FONTE: Disponível. em: <www.conjur.com.br/.../acidente_trajeto_trabalho_acidente_trabalho>.


Acesso em 30 abr. 2010.

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27
3.1 DIFERENÇA ENTRE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DOENÇAS DO
TRABALHO

Compreende-se a doença ocupacional como a denominação de diversas


doenças que são causadoras de alterações na saúde da pessoa trabalhadora
provocadas por determinantes relacionados com o ambiente de trabalho.
As doenças ocupacionais podem ser divididas em:

 Doenças profissionas ou
tecnopatias.

 Doenças do trabalho ou
mesopatias.

3.1.1 Doenças Profissionais ou Tecnopatias

São o grupo de doenças que se caracteriza por serem sempre causadas


pela atividade ocupacional

Documento não controlado - AN03FREV001

28
3.1.2 Doenças do Trabalho ou Mesopatias

São doenças que podem ou não serem desencadeadas em função da


atividade laboral.
Considera-se que as doenças mais comuns são as do sistema respiratório e
cutâneo.
Como cuidados principais, se preconiza a prevenção, já que se compreende
que as doenças ocupacionais são, na grande maioria dos casos, de difícil
tratamento.
EXEMPLOS
 Silicose.
 Câncer de pele (ocupacional).
 Dermatite de contato.
 Asbestose.
Ressalta-se que, via de regra, a doença ocupacional é adquirida no
momento em que um colaborador é exposto aos agentes químicos, físicos,
radiotivos ou biológicos, a índices acima do limite permitido por lei, sem proteção
compatível com o risco envolvido.
Quando se enfatiza a prevenção, destaca-se que ela deve ser efetuada na
forma de:

Equipamento de proteção coletiva (EPC).

Equipamento de proteção individual (EPI).

Medidas administrativas também podem ser capazes de reduzir alguns


riscos.

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29
IMPORTANTE:

No Brasil:
A doença ocupacional é equiparada ao acidente de
trabalho, gerando os mesmos direitos e benefícios.

----------FIM DO MÓDULO I----------

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30
CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO II

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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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31
MÓDULO II

4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

4.1 AÇÕES PRÓ-ATIVAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A CIPA deve realizar ações em termos de prevenção de acidentes. Essas


ações são descritas como:
 Identificar os riscos do processo de trabalho e construir o mapa de
riscos, com a participação abrangente de grande parte dos trabalhadores.
 Elaborar plano de trabalho que viabilize o estabelecimento das
medidas e ações preventivas necessárias.
 Realizar, periodicamente, as verificações nos ambientes de trabalho,
bem como das suas condições de uso.
 Participar de forma colaborativa do desenvolvimento e implementação
do:
1. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
2. Programa de Prevenção de Riscos de Acidentes (PPRA).
 Propor treinamento adequado a cada trabalhador, visando seu
conhecimento sobre os riscos e perigos existentes em suas atividades ocupacionais.
 Sugerir reciclagem periódica desse conhecimento.
 Participar ativamente de campanhas direcionadas à saúde, mesmo que
focadas em outros aspectos, tais como HIV, vacinação, outros.
 Comunicar a todos os trabalhadores sobre os riscos ambientes a que
estão espostos, frisando que eles podem afetar a segurança e a saúde.

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32
A figura a seguir demonstra o esquema das ações pró-ativas:

Modificações no Equilíbrio físico,


TRABALHO meio ambiente mental e social

MECÂNICAS
FÍSICAS
QUÍMICAS
BIOLÓGICAS
PSICOLÓGICAS
SOCIAIS
MORAIS

PREVENÇÃO
EFEITOS

MINIMIZAR

FAVORECER

NEGATIVOS
POSITIVOS

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33
5 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO

Entende-se que os acidentes de trabalho, ou mesmo as situações


consideradas de risco são os pontos vulneráveis de uma organização. E esses
pontos vulneráveis tendem a desenvolver perdas e danos bastantes amplos
(OLIVEIRA, 2003).
Na tentativa de equacionar os problemas e minimizar suas consequências, a
empresa terá que manter um programa de prevenção, tendo por base três aspectos
fundamentais:
 Treinamento.
 Motivação.
 Controle.

5.1 TREINAMENTO

O treinamento deve ser desenvolvido focalizando-se em questões


importantes para o funcionário, sua atividade e segurança, como por exemplo:
 Conhecimento por meio de práticas seguras = no momento do
aprendizado de uma determinada tarefa, é imprescindível o reconhecimento dos
riscos e perigos existentes.
 Habilidade para evitar acidentes.
Alguns passos são essenciais para o sucesso do treinamento:
 Estabelecimento de normas de procedimentos por escrito.
 Permissão ao trabalhador para acesso a todas as informações.
 Manter reciclagens periódicas.

Documento não controlado - AN03FREV001

34
NOTA:

A CIPA deve prestigiar de forma integral tudo o que estiver


previsto no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

5.2 MOTIVAÇÃO

Entende-se que para o trabalho ser realizado com eficácia e eficiência é


necessário que seja conjugado: a motivação e a habilidade.
Isso porque, enquanto a habilidade depende profundamente da capacitação
do profissional, a motivação é considerada a base de sua decisão de realizar um
trabalho.
Ou seja, quando um sujeito encontra-se motivado, quer e pode realizar uma
tarefa, seu desempenho é eficiente e sua atenção/concentração é totalmente focada
em seu objetivo. Já no caso contrário, quando não há motivação ela é precária, o
desempenho passa a ser suscetível a erros, potencializando a ocorrência de
acidentes (OLIVEIRA, 2003).

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35
A partir desse entendimento, é possível compreender a importância do
trabalhador ser elogiado pela sua motivação e desempenho, sendo fundamental o
recebimento de recompensas que o auxiliem a manter sua autoestima elevada.
Considera-se que, uma estrutura empresarial que valorize advertências,
ameaças, repreensões e suspensões é tida como um terreno fértil para a ocorrência
de acidentes.
Existem algumas ferramentas da motivação que produzem efeitos
duradouros e abrangentes no ambiente organizacional, como por exemplo:
 Bolsas de estudo.
 Promoções.
 Prêmios.
 Estímulo à ideias.
 Concursos para trabalhadores e seus familiares.
 Eventos relacionados à segurança e saúde.
 Visita dos familiares dos empregados à empresa.

Porém, é possível detectar algumas variáveis que independem do processo


motivacional, como as apresentadas no quadro abaixo:

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36
VARIÁVEIS DE REFERÊNCIA DO VARIÁVEIS DE REFERÊNCIA
MEIO AMBIENTE PESSOAL
Condições de Trabalho Do Indivíduo
Salário. Idade.
Limpesa dos setores de trabalho. Sexo.
Relações humanas. Nível profissonal.
Interesse pelo trabalho. Atitudes.
Ritmo do trabalho. Formação.
Iniciativa e promoção. Tolerância ao estresse.
Características da Empresa Do Meio
Dimensão. Mercado de trabalho.
Prestígio. Normas e valores.
Nível tecnológico. Concepções de trabalho.
Estilo empresarial. Importância atribuida ao salário e ao
lazer.
Nível sociocultural.
FONTE: (CAMPOS, 2002)

Após a realização da indicação de variáveis, é necessário a elaboração de


um balanço entre o esperado e o que foi conquistado, entre o ser e o possuir
(SALEM & SALEM, 2001).
Como resultado, será possível obter a satisfação ou a insatisfação.
Em caso do resultado apontar para a insatisfação, poderá ocorrer as
seguintes alterações:
Na saúde:
 Irritabilidade.
 Estresse.
 Alterações psicossomáticas.

Na conduta:
 Falta ao trabalho.

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37
 Atrasos.
 Problemas de relacionamento.
 Baixa produtividade.

De acordo com Campos (2002), existem diversas técnicas direcionadas ao


aumento da motivação de funcionários. Destaca-se a técnica do “HELP”, explicada
no quadro a seguir:

TÓPICOS COMENTÁRIO
H Descontrair o funcionário sem
(Humor – Humor) exageros, com jogos de palavras,
piadas ou comentários cômicos, tendo
por finalidade “quebrar o gelo”.
E Reforçar a autoestima do funcionário,
(Esteem – Estimar) ressaltar sua importância na equipe,
manter o otimismo e mostrar que ele
faz a diferença.
L Saber ouvir. Quando necessário,
(listen – Escutar) deixar que o funcionário desabafe.
Falar, e ser ouvido, pode ajudá-lo a
vencer os obstáculos.
P Elogiar, ressaltando que está no
(Praise – Elogiar) caminho certo, destacar práticas
seguras, dizer que ele faz parte de um
grande time.

5.3 CONTROLE

Considera-se o controle o grande gerenciador de todo o programa, o


tratamento de risco (CAMPOS, 2002).

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38
CONTROLE
Verificação sistemática, objetiva e periódica dos ambientes de
trabalho, o que permite fortalecer as diretrizes da atuação em
prol da segurança e da saúde ocupacional.

Algumas estratégias são usadas para se desenvolver o controle, dentre elas


destacam-se:

 Avaliações de expectativas e envolvimento de funcionários.

 Implementação de normas e procedimentos, como por exemplo:


 Programa de Prevenção de riscos Ambientais – PPRA.
 Programa de Controle Médico de saúde Ocupacional – PCMSO.
 Programa de Conservação Auditiva – PCA.
 Programa de Proteção Respiratória – PPR.
 Programa de Segurança Química – PSQ.
 Programa de Dermatozes Ocupacionais – PDO.
 Programa de Ação Ergonômica – PAE.

 Planejamento para otimização de condições seguras.

 Reforço por meio de práticas seguras.

 Atribuições de resonsabilidades específicas.

 Sistemas de observação de comportamento.

 Acompanhamento de desempenho.

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39
Sabe-se que é a partir do momento em que práticas seguras forem
responsabilidade de todos, que a organização alcançará um grande alicerce e os
controles serão apenas uma rotina a ser cumprida.

A figura a seguir representa a estrutura do acidente de trabalho, que retoma


os valores como base da pirâmide:

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40
ACIDEN-
TES

INCIDENTES

COMPORTAMENTO

CONTROLE

VALORES

FONTE: (CAMPOS, 2002)

6 ENTENDENDO AS SIGLAS: SESMT – PPRA – PCMSO

6.1 SESMT

É o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do


Trabalho.
O serviço deve ser acessado pelo membra da CIPA que, no decorrer do
desempenho de suas funções dentro da organização, não souber como enfrentar
determinadas situações. Sua composição varia conforme a empresa (MICHEL,
2000).

Documento não controlado - AN03FREV001

41
6.1.1 Composição do SESMT

O Serviço terá o seu quadro de funcionários completo, quando fizer parte


dele os seguintes profissionais:
o Engenheiro de segurança do trabalho (EST).
o Técnico de segurança do trabalho (TST).
o Médico do trabalho (MT).
o Enfermeira do trabalho (ET).
o Técnico de enfermagem do trabalho (TED).

6.1.2 Dimensionamento do SESMT

Conforme a NR-4, o dimensionamento do SESMT depende basicamente de


dois aspectos:
o Número de empregados da empresa.
o Nível de risco da atividade desenvolvida pela organização.
No intuito de conseguir determinar o grau de risco de uma atividade, faz-se
necessário:
1- seja procurado no cartão de CGC (MF) o código do ramo de atividade.
2- consulta-se a NR-4 para verificar o que é estabelecido por ela para
esse código em questão.
3- Por meio do encontro das duas variáveis, torna-se possível
dimensionar o serviço.

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42
6.1.3 Relações do SESMT

Tratando-se de inter-relações, percebe-se uma grande interface entre o que


cabe ao SESMT realizar e o que é direcionado como tarefa para a CIPA.
Desse modo, a sintonia entre o SESMT e a CIPA deve ser ampla. Isso
porque ela irá evitar o desenvolvimento de trabalhos paralelos, assim como
viabilizará que os dois organismos realizem uma divisão de trabalho, no intuito de
não haver sobrecarga para nenhum de seus compontentes (OLIVEIRA, 2003).
Ressalta-se que:

 A letra “b” do item 6.4 da NR- 6 - Equipamento de Proteção Individual,


Portaria n 3.214/78, prevê que:

Não havendo SESMT, caberá à CIPA


a “recomendação do equipamento de
proteção individual adequado ao
risco”.

 A letra “e” do item 4.12 da NR- 4, Portaria n 11/90, dispõe que:

O SESMT, deve manter permanente


relacionamento com a CIPA, valendo-
se ao máximo de suas observações,
além de apoiá-la e atendê-la,
conforme dispõe a NR- 5.

Algumas relações do SESMT 9NR- 4) possuem interface com a CIPA, são


elas:

Documento não controlado - AN03FREV001

43
Desenvolver no ambiente de trabalho a todos os seus componentes, os
conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, visando
reduzir, até a eliminação total, os riscos existentes à saúde do trabalhador
(CARVALHO, 2000).
A partir do esgotamento de todos os meios conhecidos para a eliminaçao do
risco e esse persistir, deve-se determinar a utilização de equipamentos de proteção
individual (EPI´s) pelo trabalhador, ainda que esteja reduzido o risco, conforme
determinação da NR- 6, desde que a concentração, a intensidade ou a característica
do agente assim o exijam.
Elaboração e implementação pelo SESMT dos Programas de Controle
Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO e Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA. Particularmente, a CIPA, tem sua colaboração direcionada
somente para o desenvolvimento e para a implementação.
O SESMT assessora a CIPA diretamente no âmbito da elaboração de mapa
de riscos (GONÇALVES, 2000).
CIPA e SESMT participam conjuntamente da análise das causas das
doenças e acidentes ocupacionais.
Informar e conscientizar os funcionários sobre acidentes e doenças do
trabalho, estimulando-os a prevenção.
Promover constantemente atividades de conscientização, educação e
orientação dos colaboradores visando a prevenção de acidentes e/ou doenças
ocupacionais. Para isso, fazer uso de campanhas pontuais ou programas de
duração permanente.

6.2 PPRA

A sigla significa: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.


O referido programa foi definido pela Portaria n 25, de n 29 de dezembro de
1994, que alterou a NR- 9 prevendo:

Documento não controlado - AN03FREV001

44
“A obrigatoriedade da elaboração e implementação,
por parte dos empregadores, assim como das
instituições que admitam trabalhadores como
empregados, de um programa que preserve a
saúde e a integridade desses trabalhadores,
mediante a antecipação, o reconhecimento, a
avaliação e o controle dos riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho.”

O PPR é responsável pelo monitoramento de:


Agentes Físicos:
¥ Ruído.
¥ Vibrações.
¥ Umidade.
¥ Calor.
¥ Frio.
¥ Radiações.
¥ Pressões anormais.

Agentes Químicos:
¥ Gases.
¥ Vapores.
¥ Fumos.
¥ Poeira.
¥ Névoas.
¥ Neblinas.

Documento não controlado - AN03FREV001

45
Agentes Biológicos
¥ Vírus.
¥ Bacilos.
¥ Bactérias.
¥ Protozoários.
¥ Parasitas.
¥ Fungos.

Anualmente é necessário realizar a análise global do programa tendo por


finalidade o estabelecimento dos reajustes necessários e a definição de novas
metas, assim como de novas prioridades (OLIVEIRA, 2003).
A apresentação dos resultados encontrados com o PPR deve ser efetuada
nas reuniões da CIPA e anexadas ao Livro de Atas dessa mesma Comissão.

ATENÇÃO:
A elaboração, a implementação, o acompanhamento e a avaliação do
PPRA poderão ser efetuados por meio do SESMT ou por meio de pessoa ou
equipe de pessoas que, a critério do empregador, tenham capacidade de
desenvolver o disposto nesta Norma Regulamentadora.

Levando-se em consideração o item 9.3.1.1 da NR- 9 – PPRA, a Portaria n 8


de 23 de fevereiro de 1999, a qual é responsável pela alteração da CIPA, prevê
como atribuição dessa:

“Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e do


PPRA e de outros programas relacionados à segurança do
trabalho”.

Ressalta-se que o PPRA engloba quatro pontos distintos que são a base de
suas ações. Sendo eles;
1. Antecipação dos riscos.

Documento não controlado - AN03FREV001

46
2. Reconhecimento dos riscos.
3. Avaliação dos riscos.
4. Controle dos riscos.

Antecipação dos Riscos

A antecipação dos riscos é compreendida como um conjunto de medidas de


caráter preventivo, também denominadas de “Bloqueios”, que possuem a tarefa de
evitar que o risco se instale efetivamente, mediante o uso de um mecanismo de
controle (CAMPOS, 2002).
EXEMPLO:
Impor a limitação do nível de pressão sonora de um equipamento já no
momento da compra.
Nos casos onde não houver condições de evitar os riscos, a organização
deverá disponibilizar protetores auriculares às pessoas que irão trabalhar com os
referidos equipamentos.
Destaca-se que, qualquer ampliação, reforma ou mudança de processo
deverá ser precedido de uma Análise Preliminar de Risco – APR. Essa análise
considera a opinião dos membros do SESMT e procura evitar que se criem
desnecessariamente novos riscos.

Reconhecimento dos Riscos

O Reconhecimento dos Riscos engloba alguns pontos fundamentais, entre


eles:
 Identificação dos riscos.
 Localização das fontes de risco, de trajetórias e dos meios de
propagação.
 Levantamento da quantidade e das funções dos trabalhadores que
encontram-se expostos.
 Caracterização das atividades e do tipo de exposição.
 Doenças ocupacionais já diagnosticadas.
 Literatura científica e técnica sobre os agentes.

Documento não controlado - AN03FREV001

47
 Medidas de controle já instauradas.
DICA!
Exemplo de roteiro para uma Análise Preliminar de Risco:

EMPRESA APR n
Fase: ( ) Projeto ( ) Operação Elaborada por:
Setor: N de Pessoas:
( ) por turno
( ) horário administrativo
Função Agente Fonte Efeito Medidas Obs.
de controle

DESCRIÇÃO SUCINTA DAS FUNÇÕES


Função 1
Função 2
Função 3
Função 4
LEGENDA
AGENTE: Físico, químico ou biológico.
FONTE: Especifica de onde se origina o agente.
EFEITO: Depende das informações da literatura técnica ou científica.
Inclui danos à saúde, toxologia do produto, efeitos agudos ou crônicos,
etc.
MEDIDAS DE CONTROLE: Especifica os controles já existentes.
OBS.: Qualquer detalhe que considere relevante ser informado.
FONTE: (CAMPOS, 2002)

Avaliação dos Riscos

A avaliação dos riscos deve ser efetuada na forma quantitativa ou


qualitattiva. Caso a opção seja pela forma quantitativa, faz-se necessário a

Documento não controlado - AN03FREV001

48
comprovação do controle da exposição ou a inexistência do risco, assim como o
dimensionamento da exposição dos trabalhadores e a ação de subsidiar o
equacionamento das medidas de controle.

Controle dos Riscos

Logo ao término da identificação do risco, inicia-se a implantação das


medidas de controle. Considera-se como prioridade os controles:
 Na fonte.
 Na trajetória.
O passo seguinte é descrito como a estratégia para implementação dos
equipamentos de proteção individuais para os trabalhadores. Porém, é preciso frisar
que:

Os EPI´s devem ser usados somente em:

 serviços de curta duração.


 em situações de emergência.
 quando não for possível instalar um
equipamento de proteção coletiva.
 enquanto estiver sendo fabricado o
equipamento de proteção coletiva.

É preciso que o controle médico do PCMSO – Programa de Controle Médico


de Saúde Ocupacional deve direcionar o nexo causal.

NEXO CAUSAL

Atividade realizada X Agente agressivo

Documento não controlado - AN03FREV001

49
O controle também é efetuado por meio do treinamento dos colaboradores, a
fim de que conheçam os riscos e as diversas maneiras de evitar exposições
desnecessárias (CAMPOS, 2002).
Inicia-se o controle sempre que os limites de tolerância da Norma
Regulamentadora n 15 e da American Conference Governmental Industrial
Higienistys – ACGIH forem ultrapassados.
Assim como também, quando os limites estabelecidos em negociação
coletiva forem ultrapassados.

Estrutura e Desenvolvimento do PPRA

Devem ser envolvidos pelo PPRA:


 Planejamento (com metas, prioridades e cronograma).
 Avaliação ambiental geral.
 Avaliações ambientais parciais.
 Treinamentos.
 Auditorias.
 Análise crítica do programa.
 Forma do registro.
 Divulgação dos dados.

EXEMPLO DE CRONOGRAMA
CRONOGRAMA MESES
ANO XX
FASES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Formação de equipe
do PPRA
Inquérito preliminar
Análise preliminar de
risco
Elaboração do plano
de ação

Documento não controlado - AN03FREV001

50
Elaboração do
documento-base
Aprovação do
documento-base
Implementação do
PPRA
Implementação de
medidas de controle
Programa de
treinamento
Avaliação ambiental
Auditoria
Análise crítica
periódica

6.3 PCMSO

A sigla faz referência ao Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional, criado pela Portaria n 24 de 29 de dezembro de 1994, que alterou a
NR- 9, prevendo:

A obrigatoriedade da elaboração e
implementação do PCMSO, por parte dos
empregadores e organizações que
admitam trabalhadores como empregados,
com o objetivo de promover e preservar a
saúde do conjunto de seus colaboradores.

Documento não controlado - AN03FREV001

51
Anualmente é preciso emitir o relatório que apresente todas as ações de
saúde executadas no referido período de tempo (OLIVEIRA, 2003). No mesmo,
deverá estar discriminado:
o os setores da organização.
o a quantidade de exames médicos.
o a natureza dos exames médicos.
Deve-se incluir também:
 avaliações clínicas e exames complementares,
 estatísticas de resultados anormais
 planejamento para o ano seguinte.
O relatório será apresentado e discutido em reunião da CIPA, e uma cópia
do mesmo deverá ser anexada em Livro de Atas da Comissão.

Modelo de relatório – quadro III da NR-7


RESPONSÁVEL: ASSINATURA:
DATA:
Setor Natureza N de N de N de N de
do exame exames resulados resultados exames
realizados anormais anormais/N para o ano
anualmente de exames seguinte
realizados
anualmente

IMPORTANTE:

O item 7.2.3 da NR- 7 especifica que o PCMSO deverá ter, em relação aos
agravos à saúde relacionados ao trabalho, caráter de:

Documento não controlado - AN03FREV001

52
 Prevenção.
 Rastreamento.
 Diagnóstico precoce.
Inclusive para os agravos de natureza subclínica e da constatação da
existência de casos de doenças ocupacionais ou danos irreversíveis à saúde dos
colaboradores (SALEM & SALEM, 2001).
Ressalta-se que o PCMSO deverá desenvolver duas ações consideradas
fundamentais:

PCMSO

PROMOÇÃO DA PREVENÇÃO
SAÚDE DE DOENÇAS

Promoção da Saúde:
Visando a promoção da saúde utiliza-se mais frequentemente as seguintes
técnicas:
 Exibição de filmes de cunho educativo.
 Reuniões de grupo do tipo “pergunte ao seu médico”.
 Distribuição de folders sobre temas previamente escolhidos.
 Palestras sobre temas polêmicos.

Prevenção de Doenças:
Conforme orientação do PCMSO voltada para a prevenção de doenças, é
obrigatória a realização de exames médicos específicos, sendo eles:
 Admissional:
Para funcionários novos.
Documento não controlado - AN03FREV001

53
 Periódico:
Para manutenção da exposição.

 Retorno ao trabalho:
No retorno do funcionário após um período de afastamento.

 Mudança de função:
Sempre que os riscos forem diferentes daqueles inerentes à função anterior.

 Demissional:
No momento de saída do funcionário da empresa.

Além dos referidos exames, algumas empresas também realizam


campanhas de vacinação.
Todas as ações e exames são definidos pelo coordenador do PCMSO.

EM DESTAQUE:

ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Deverá ser emitido pelo médico a cada


novo exame médico realizado.

(Conforme o item 7.4.4 da NR- 7)

----------FIM DO MÓDULO II----------

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54
CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO III

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55
MÓDULO III

7 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA

A manutenção das verificações regulares nos ambientes de trabalho é


considerada a mais mportante ferramenta de atuação da CIPA.
Como principais objetivos dessas verificações destaca-se a vigilância e o
controle das condições de segurança do ambiente de trabalho, tendo por intuito a
identificação das situações de risco que sejam consideradas ameaçadoras à
segurança dos trabalhadores e possam desencadear acidentes (CAMPOS, 2002).
É possível a realização das verificações por meio de um número par de
“CIPEIROS”, visando evitar a tomada de decisões tendenciosas e, ao mesmo
tempo, dificultar um consenso, nos momentos em que é preciso determinar as
providências que serão tomadas em relação ao assunto em questão.
Considera-se que o foco dessa atuação podem estar:
 Nos postos de trabalho.
 Nas condições ambientais.
 Nas proteções contra incêndios.
 Nos métodos de trabalho desenvolvidos.
 Nas ações dos trabalhadores.
Classifica-se as verificações em:
 Internas.
 Oficiais.
 Especiais.

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56
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://boasaude.uol.com.br/images/articlesimg/acidente_trabalho.jpg>. Acesso
em 30 abr. 2010.

7.1 VERIFICAÇÕES INTERNAS

As verificações internas são subdividas em:


 Gerais.
 Parciais.
 Periódicas.
 Por denúncia
 Cíclica.
 De Rotina.

Documento não controlado - AN03FREV001

57
Verificações Gerais:

Sua realização deve ser efetuada em todos os setores da organização


anualmente, no mínimo. Os profissionais do SESMT devem apoiar a CIPA para a
realização dessa verificação (OLIVEIRA, 2003).
Existem algumas empresas que já instituiram essa verificação sob a
denominação de “Auditoria”, em virtude de se tratar de uma verificação que envolve
os funcionários da área a qual a CIPA está atuando, e caracteriza-se por ser:
o Sistemática.
o Documentada.
o Objetiva.

FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/0D0D60527A29D05141FC0D13
38FFC0EBD402_acidentes.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.

Documento não controlado - AN03FREV001

58
Verificações Parciais:

Realiza-se verificações parciais em setores que são previamente escolhidos.


De modo geral, essa escolha é aleatória. Nos casos em que são utilizados critérios,
esses são relacionados com o nível de risco e as características do trabalho
desenvolvido nas áreas verificadas.
Considera-se que as verificações parciais sejam as mais comuns, por
contemplar a legislação e admitirem sua realização pelo cipeiro no seu próprio local
de trabalho.
Destaca-se que é sugerido que se obtenha dois pareceres, no mínimo, com
essa verificação.

Verificações Periódicas:

Os profissionais optam pelas verificações periódicas quando objetivam


manter certa regularidade para firmar a atuação da CIPA, visando rastrear possíveis
incidentes ou quando se almeja a realização de um estudo complementar mais
abrangente.
Destaca-se que essas verificações são interligadas ao acompanhamento
das medidas de controle sugeridas para combater os riscos existentes no local
(CARVALHO, 2000).
As verificações periódicas são muito direcionadas aos setores de produção e
manutenção, porém, alguns escritórios podem apresentar a necessidade muito
maior de aderirem a elas em virtude de demonstrarem ter mais condições de tolerar
os riscos.

Verificações por Denúncia:

Ocorrem a partir de uma denúncia.


É importante frisar que qualquer colaborador tem o direito de denunciar
irregularidades que estejam ocorrendo em sua organização. Para isso, basta
solicitar a um cipeiro a verificação do local.

Documento não controlado - AN03FREV001

59
A CIPA deverá realizar um levantamento minucioso de informações que
permitam descobrir o que está acontecendo, buscando dados adicionais com
fornecedores, com o SESMT e com o chefe da área (SALEM & SALEM, 2001).
A partir do momento que se detecta o problema, caberá a CIPA propor uma
medida de controle e acompanhar a sua efetiva implementação.

Verificações Cíclicas:

São reconhecidas como Cíclicas por ocorrerem em tempos definidos, já que


há um parâmetro para nortear esse intervalo de tempo.
Como exemplo cita-se as verificações realizadas nas áreas de produção
durante o verão, quando os funcionários se queixam do calor excessivo; ou no
inverno, quando aumentam as incidências de doenças respiratórias.

Verificações de Rotina:

Caracterizam-se por sua realização ocorrem diretamente em setores onde


ocorreram ou ainda ocorrem incidentes/acidentes de trabalho.
Neste sentido, a CIPA deverá estar constantemente em alerta para os riscos
existentes, conscientizando os colaboradores dos referidos setores para que
respeitem completamente as medidas de controle, de modo que os níveis de
incidentes/acidentes reduzam.
Entende-se que é importante ter a presença contínua dos profissionais da
CIPA nos setores em questão, já que sua figura representa a luta pela redução dos
índices negativos referentes aos acidentes ou incidentes ocupacionais e também
porque geram uma expectativa positiva no funcionário, destacando que existem
pessoas que se preocupam com ele (MICHEL, 2000).
Porém, a verificação contínua não caracteriza-se como duradoura. Isso
porque à medida que os problemas vão sendo resolvidos, os intervalos de
realização das verificações vai aumentando, até que as mesmas se tornem
periódicas.

Documento não controlado - AN03FREV001

60
Ressalta-se que é de suma importância que o funcionário não se acostume
com a presença contínua dos cipeiros, pra não ter a falsa ideia de que esta é a única
condição para resolver o problema.

7.2 VERIFICAÇÕES OFICIAIS

Conforme o próprio nome indica, essas verificações estão diretamente


relacionadas com ações de órgãos oficiais, como por exemplo, citam-se as
verificações realizadas:
 Na Delegacia Regional do trabalho –DRT.
 No Ministério do Trabalho.
 Pelos fiscais das Secretarias estaduais de saúde, do trabalho e da
vigilância sanitária.
 Pelos fiscais das Secretarias municipais da saúde e do meio ambiente.
 Pelas vistorias oficiais do Corpo de Bombeiros.
Ressalta-se que as verificações realizadas pelos profissionais das empresas
de seguro também se configuram como verificações oficiais.

7.3 VERIFICAÇÕES ESPECIAIS

Geralmente realizadas pelos profissionais do SESMT, por empresas


especializadas ou por consultor autônomo. Caracterizam-se por ocorrerem em áreas
de risco.
Tornou-se necessário efetivar o monitoramento dos setores após a
implementação do PPRA, por meio da utilização de técnicas de higiene ocupacional
(GONÇALVES, 2000).
Considera-se esses serviços como verdadeiras verificações formais, em
virtude de levarem em conta:
 as condições operacionais normais ou habituais.

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61
 o ritmo de trabalho.
 a existência de fatores contribuintes habituais para o processo, em
termos de vestimentas e equipamento de proteção individual utilizado.

7.4 MODELOS DE VERIFICAÇÃO

Para a realização da verificação, os profissionais contam com a existência


de dois modelos distintos:
 Modelo Inicial.
 Modelo Integrado.

1.4.1 Modelo Inicial

Refere-se a um modelo considerado “Básico”, que constitui-se em um


questionário que permite avaliar se as situações observadas oferecem condições de
segurança ou não (CAMPOS, 2002).
Ressalta-se que cada um dos ambientes deve ser observado em todas as
suas particularidades, porém, há alguns itens que são comuns como por exemplo:
 Iluminação.
 Ventilação.
 Piso.
 Uso de EPI.
 Falta de sinalização.
 Layout.
 Armazenamento.

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EXEMPLO do modelo inicial:
TRATORES BERG LTDA Número do documento
(Nome da empresa) CINSP 16837

VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA CIPA/98 Data: 30 de agosto de 1998.

Área/Setor: Escritório Jornada de trabalho:


N funcionários: 16
Homens = 6 (X) administrativo
Mulheres = 10 ( ) 1 e 2 turnos
( ) 1, 2 e 3 turnos
Item SITUAÇÃO A SER OBSERVADA Sim Não OBS
1 Há carpetes descolados que podem
causar tropeços?
2 Há vidros em cima das mesas? Na mesa do
chefe do
departamento de
administração
3 Usa-se bejamim nas tomadas? Proibido uso de
benjamins
4 Existe fiação elétrica na qual se pode Fio do telefone da
tropeçar? mesa 1
5 Há lâmpadas queimadas nas
luminárias?
6 Os extintores estão em condições de
uso?
7 O local é bem ventilado?
8 O monitor do computador está a
altura dos olhos
9 As cadeiras possuem regulagem de
altura?

Documento não controlado - AN03FREV001

63
10 As cadeiras possuem regulagem de
encosto?
11 As cadeiras possuem borda frontal
arredondada?
12 Sob mesas, existe apoio regulável
para os pés?
AÇÕES COMPLEMENTARES:
1 – Os lápis encontram-se armazenados dentro de copos plásticos, com a
ponta virada para cima, sobre a mesa.
2 – As lâmpadas estão bastante sujas.
Preenchido por:
Responsável pela área:
Próxima verificação:
FONTE: (CAMPOS, 2002)

7.4.2 Modelo Integrado

Esse modelo é utilizado quando a empresa tem um modelo de segurança


efetiva instaurado, uma gestão de riscos compartilhada, ou seja, integrada ao PPRA.
É necessário frisar que , para fazer uso deste modelo, os membros da CIPA
devem estar bem treinados e muito conscientizados das situações que representam
riscos.

Documento não controlado - AN03FREV001

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8. OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO

1 Passo
Setorizar a empresa e visitar todos os ambientes, realizando uma análise
dos riscos exitentes. Para auxiliar o trabalho, é permitido fazer uma Análise
Preliminar de Risco – APR ou um Mapeamento de Riscos Ambientais.

2 Passo
Preparo de uma folha de verificação para cada área ou setor, com todos os
itens a serem observados.

3 Passo
Realizar a verificação anotando na folha de dados se o requisito está ou não
contemplado. Qualquer informação adicional, que denuncie riscos de acidentes,
deve ser registrada.

4 Passo
Levar todos os dados registrados para serem discutidos em reunião da CIPA
e propor medidas de controle para os itens que não estão em conformidade com o
que é exigido. Considera-se o que é prioritário.

5 Passo
Enviar correspondência para o SESMT e para as chefias dos setores onde
se detectaram as falhas, com a indicação da CIPA para contornar o problema.

6 Passo
Cobrar soluções e realizar o acompanhamento da implementação das
medidas de controle. Alterar a folha de verificação, inserindo este item para novas
verificações.

Documento não controlado - AN03FREV001

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7 Passo
Manter a periodicidade das verificações, a partir do 3 passo.

9 MAPEAMENTO DE RISCOS

Com a finalidade de realizar um estudo aprofundaddo dos riscos existentes


nos ambientes ocupacionais, torna-se imprescindível antes de iniciar as ações
necessárias, o conhecimento e a familiarização com os termos utilizados e o
entendimento do seu significado, pois existe muita controvérsia a respeito
(CAMPOS, 2002).

FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3
.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.

Diferença entre Risco, Perigo e Dano


Geralmente, quando se fala em mapeamento de riscos, ou em estudos afins,
os termos mais utilizados são risco, perigo e dano.

Documento não controlado - AN03FREV001

66
a. Risco
Compreende-se como sendo risco, uma ou mais condições de uma situação
(variável) que apresenta potencial para causar danos. Os referidos danos podem ser
entendidos como:
 Lesões a pessoas.
 Avarias em equipamentos ou estruturas.
 Perda de material em processo de produção.
 Redução da capacidade de desempenho em função pre-determinada.
Na existência de qualquer risco, sempre haverá grande possibilidade de
ocorrerem efeitos adversos danosos (MICHEL, 2000).

b. Perigo
O perigo é a expressão da exposição a um risco que tende a causar danos.

c. Dano
Refere-se à gravidade da lesão ou à perda física, funcional ou econômica,
que podem resultar da perda de controle sobre determinado risco.

Objetivos do Mapeamento de Riscos:


Delinea-se dois objeivos básicos de mapeamento de riscos:
 Reunir as informações necessárias para a elaboração do diagnóstico
da situação de segurança e saúde do trabalho nas organizações.
 Gerar a possibilidade de troca e divulgação de dados sobre os riscos
ambientais entre os colaboradores, bem como estimular a participação dos mesmos
em medidas preventivas.
Desse modo, percebe-se que o mapeamento de risco é uma ferramenta de
suma importância para o plano de trabalho da CIPA e não deve ser apenas mais um
cartaz a ser fixado em murais da empresa.
As informações apresentadas pelo mapeamento, devem ser geradoras de
medidas de prevenção e demonstrar suficiente repercussão entre os funcionários,
de tal modo que possa mantê-los alertas para a convivência com os riscos
existentes (CAMPOS, 2002).

Documento não controlado - AN03FREV001

67
9.1 A elaboração do Mapemanento de Riscos

O mapeamento de riscos é reconhecidamente um atividade desenvolvida em


seis etapas distintas, sendo elas:
I. Conhecer o processo de trabalho.
II. Identificar os riscos ambientais existentes.
III. Identificar as medidas de controle existentes.
IV. Identificar os indicadores de saúde.
V. Conhecer os levantamentos ambientais
VI. Elaboração do mapeamento de riscos ambientais.
Todas as etapas serão explicadas a seguir.

FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://jornalcidade.uol.com.br/fotos/Empregos/fotos_05031401.jpg>.
Acesso em: 30 abr. 2010.

Documento não controlado - AN03FREV001

68
I – ETAPA

Conhecer o Processo de Trabalho

Com a finalidade de conhecer o processo de trabalho, os profissionais da


CIPA, também denominados de cipeiros, deverão realizar observações no setor,
baseados em quatro elementos básicos:
 Elemento humano = os trabalhadores.
o Quem são?
o Quantos são?
o Idade.
o Sexo.
o Jornada de trabalho.
o Treinamentos profissionais realizados.
o Treinamentos de segurança e saúde realizados.

 Elemento trabalho = atividades exercidas.


Determinar as atividades ou tarefas que são realizadas na área de trabalho
em questão:
o As mais frequentes.
o As mais eventuais.

 Elemento material = instrumentos e materiais de trabalho.


o Máquinas e equipamentos do setor.
o Matérias-primas e insumos utilizados.
o Estado de conservação dos equipamentos.

 Elemento meio ambiente = ambiente de trabalho.


o Condições de trabalho.
o Organização do trabalho.
o Arranjo físico (layout) das instalações.
o Relações interpessoais no trabalho.

Documento não controlado - AN03FREV001

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II – ETAPA

Identificar os Riscos Ambientais Existentes

Considera-se que para cada um dos setores organizacionais que será


analisado, o profissional da CIPA deverá utilizar um roteiro de abordagem, visando
relatar os riscos ambientais encontrados (CAMPOS, 2002).

ATENÇÃO:
SETOR DE SERVIÇO
É a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo
estabelecimento. (NR- 1, item 1.6, alínea “a”)

Classificam-se os principais riscos ocupacionais por meio de grupos,


conforme sua natureza e padronização de cores, conforme demonstrado no quadro
a seguir:
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Ruído Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico
Vibrações Fumos Bactérias intenso inadequado
Calor Névoas Protozoários Levantamento Máquinas e
Frio Nebrlina Fungos e transporte equipamentos
Umidade Gases Parasitas manual de sem proteção
Radiações Vapores Bacilos peso Ferramentas
não Produtos Exigências de inadequadas ou
ionizantes químicos em posturas defeituosas
Radiações geral inadequadas Iluminação
ionizantes Controle rígido inadequada
Pressões de Eletricidade
anormais produtividade Probabilidade de

Documento não controlado - AN03FREV001

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Imposição de incêndio ou
ritmos explosão
excessivos Armazenamento
Trabalho em inadequado
turnos e Animais
trabalho peçonhentos
noturno outras
Jornadas de
trabalho
prolongadas
Monotonia e
repetitividade
Causadores
de estresse
físico e ou
psíquico

 Riscos Físicos
Os riscos físicos remetem diretamente a noção de energia.
Os riscos listados no Grupo 1 do quadro anterior, configurado na cor verde,
tem chances de provocar um quadro específico de problemas de saúde nos
colaboradores, como os apresentados a seguir:

Ruído
Apesar da população das grandes cidades acostumar-se com o volume
elevado presente nas ruas, sabe-se que a pessoa exposta permententemente a
fontes de ruído no próprio ambiente ocupacional, apresentará dificuldades de
concentração e poderá sofrer danos irreversíveis na saúde (MICHEL, 2000).
Os danos podem ser:
 Aumento do ritmo cardíaco.
 Constrição dos vasos sanguíneos periféricos.
 Aceleração do ritmo respiratório.
 Diminuição da atividade dos órgãos da digestão.

Documento não controlado - AN03FREV001

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 Cansaço.
 Irritabilidade.
 Insônia.
 Dor de cabeça.
 Redução da audição.
 Aumento da pressão arterial.
 Redução da atividade cerebral.
 Diminuição da atenção.
Diante dessa grave constatação, é de suma importância a detecção das
fontes mais ruidosas de cada setor organizacional.
O ruído é reconhecido como o problema mais grave em termos de saúde
ocupacional no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho, tanto que o mesmo alterou,
em 1998 a NR- 7 – PCMSO, inserindo no quadro II: “ As diretrizes e parâmetros
mínimos para avaliação e acompanhamento da audição em trabalhadores expostos
a níveis de pressão sonora elevados.”
O Ministério da Previdência Social também interviu, por meio da Norma
Técnica sobre a Perda Auditiva Neurossensorial por exposição continuada a Níveis
elevados de Pressão Sonora de origem Ocupacional.

Vibrações
Compreende-se que os efeitos de qualquer vibração deverão ser entendidos
como uma consequência da transferência de energia para o corpo humano, que
atua como receptor de energia mecânica.
Dessa forma, o efeito da vibração pode ser representado por:
 Cansaço.
 Irritabilidade.
 Dor de ouvido.
 Dor nas mãos.
 Dor nos braços.
 Dor na coluna.
 Artrite.
 Problemas nas articulações.
 Lesões ósseas.

Documento não controlado - AN03FREV001

72
 Lesões respiratórias.

Calor e Frio
Reconhece-se a influência da umidade na troca térmica entre o corpo
humano e o ambiente, por meio do mecanismo de evaporação.
Tem-se como suas principais consequências as doenças do aparelho
respiratório.

Radiações Não Ionizantes


Inclui-se na referida categoria:
 Microondas.
 Radiações ultravioletas.
 Radiações infravermelhas.
 Radiofrequências.
 Laser.
Pode-se dizer que os efeitos das radiações são variáveis, de acordo com o
tipo, a intensidade e a duração dessas radiações, assim como também, as
condições de absorção e de reflexão do local e do equipamento de trabalho.
Geralmente provocam riscos de queimadura, em diferentes graus, e lesões
oculares distintas.

Radiações Ionizantes
Podem ser reconhecidas como tendo precedentes naturais ou artificiais.
Considera-se radiações ionizantes:
 Raios X.
 Raios alfa, beta e gama.
 Nêutrons.
Em relação aos efeitos possíveis, eles são divididos em: de curto ou de
longo prazo.
Efeitos a curto prazo = vômitos, alterações no sangue, infecções,
queimaduras e hemorragias.
Efeitos a longo prazo = podem produzir alterações irreversíveis nos lipídios e
nas células, catarata, leucemia e câncer.

Documento não controlado - AN03FREV001

73
Pressões Anormais
Determinam-se de pressões anormais aquelas que encontram-se abaixo ou
acima da pressão atmosférica. Os problemas vinculam-se às áreas de alta pressão e
são descritos como:
 Ruptura do tímpano.
 Irritação dos pulmões.
 Dores abdominais.
 Dor de dente.
 Exoftalmia.
 Obstrução dos vasos sanguíneos.
 Embolia traumática pelo ar.
 Embriaguez das profundidades.
 Intoxicação por oxigênio e gás carbônico.
 Doença descompressiva.

 Riscos Químicos
Pesquisas descrevem os contaminantes químicos como sendo substâncias
constituídas por matéria que pode ser encontrada no ar, sob a forma de moléculas
individuais (gases ou vapores) ou mesmo de grupos de moléculas unidas
(aerodispersóides ou névoas) (CARVALHO, 2000).
Reconhece-se como sendo vias de entrada desses contaminantes no
organismo:
• A via respiratória.
• A via dérmica ou cutânea (pele).
• A via digestiva.
• A via parental (por meio de feridas).
Sugere-se o acompanhamento permanente para os trabalhadores e
ambientes expostos a agentes químicos, tanto em termos da medição da
concentração dos indicadores biológicos listados pela ACGIH e na NR- 7: PCMSO,
como também, pela higiene pessoal, hábitos, uso de drogas e medicamentos.
A preocupação direcionada a essa questão é constante, tanto que o
Ministério da Previdência Social, por meio das Ordens de Serviço 607 e 609, de 5 de

Documento não controlado - AN03FREV001

74
agosto de 1998, apresentou as Normas Técnicas sobre Intoxicação Ocupacional
pelo Benzeno e Pneumoconioses, respectivamente.
Considera-se que os gases, os vapores e a névoa podem gerar efeitos:
o Irritantes.
o Asfixiantes.
o Anestésicos.

Efeitos Irritantes
Alguns gases podem provocar sérias irritações nas vias aéreas superiores,
dentre eles destacam-se:
 Ácido clorídrico.
 Ácido sulfúrico.
 Amônia.
 Soda cáustica.
 Cloro.

Efeitos Asfixiantes
Determinados gases tendem a causar efeitos asfixiantes, que geralmente
aparecem acompanhados por dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsão, ou
em casos mais graves, à morte. Entre os gases que ocasionam efeitos asfixiantes,
os mais comuns são:
 Hidrogênio.
 Nitrogênio.
 Hélio.
 Metano.
 Acetileno.
 Dióxido de carbono.
 Monóxido de carbono.

Efeitos Anestésicos
Os efeitos anestésicos, geralmente ocasionados por solventes orgânicos
desencadeiam ação depressiva no sistema nervoso central, com grandes chances

Documento não controlado - AN03FREV001

75
de causar danos a diversos órgãos do corpo humano. Como exemplo dos solventes
orgânicos mais importantes, citam-se:
 Butano.
 Propano.
 Acetona.
 Benzeno.
 Xileno.
 Tolueno.
 Óxido nitroso.

Os Aerodispersoides permanecem suspensos no ar do ambiente de


trabalho, apresentando chances elevadas de causar diversos tipo de doenças nos
trabalhadores. Considera-se aerodispersoides as(os):
 Poeiras minerais.
 Poeiras vegetais.
 Poeiras alcalinas.
 Poeiras incômodas.
 Fumos metálicos.

Poeiras Minerais
Constituem-se de diversos materiais, como: sílica, asbesto e carvão mineral.
A inalação dessas poeiras pode gerar vários tipos de pneumoconiose, como a
calicose ou silicose, doença causada pela inalação de pó de sílica.

Poeiras Vegetais
Sua produção é uma consequência do tratamento industrial de substâncias
vegetais, como o bagaço da cana-de-açucar e o algodão. Reconhece-se que a sua
inalação desencadeia, respectivamente: doenças como bagaçose e bissinose
(CAMPOS, 2002).

Poeiras Alcalinas
São advindas, especialmente, do calcário. São causadoras de doenças
pulmonares obstrutivas crônicas, como por exemplo, enfisema pulmonar.

Documento não controlado - AN03FREV001

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Poeiras Incômodas
As poeiras incômodas tendem a se unir a diversos outros materiais
agressivos presentes no ambiente de trabalho, tornando-os muito mais nocivos para
a saúde do colaborador.

Fumos Metálicos
São provenientes do uso industrial da soldagem de metais e podem causar
doenças pulmonares obstrutivas crônicas, febre e intoxicações.

A seguir, apresenta-se uma tabela contemplando as consequências da ação


de substâncias químicas no organismo humano.

Substância Pele Sistema Olhos Sistema Sistema Sangue


Respiratório Nervoso Cardiovascular
Central
Acetileno
Amianto
Amônia
Benzeno
Cloro
Dióxido de
carbono
Dióxido de
nitrogênio
Dióxido
sulfúrico
Fosgênio
GLP (gás
de
cozinha)
Monóxido
de

Documento não controlado - AN03FREV001

77
carbono
Ozônio
Sílica
Tolueno
OBS.:
Amianto e Benezo são substâncias cancerígenas.
FONTE: NIOSH – National Institute Occupational Safety and Health

 Riscos Biológicos
Os riscos biológicos referem-se aqueles constituídos por seres vivos, que
possuem elevada capacidade de afetar a saúde do trabalhador. Os microorganismos
são os principais exemplos dessa categoria, mais especificamente:
 Vírus.
 Bactérias.
 Bacilos.
 Fungos.
Sabe-se que esses microorganismos podem causar doenças de natureza
distinta, que, geralmente, são transmitidas de outros animais para os homens, como,
por exemplo, as zoonoses (CAMPOS, 2002).
Considera-se que, na maioria das vezes os maiores riscos biológicos estão
ligados:
 À cria e ao cuidado de animais.
 À manipulação de produtos de origem animal.
 Serviços de limpeza pública.
 Serviços de exumação de corpos em cemitérios.
 Trabalhos em laboratórios biológicos e clínicos.
 Em hospitais.
 Esgotos.

Ressalta-se que as medidas de prevenção contra esses microorganismos


são:
 Vacinação.
 Esterilização.

Documento não controlado - AN03FREV001

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 Higiene pessoal.
 Uso de equipamento de proteção individual – EPI.
 Ventilação adequada.
 Controle médico.

 Riscos Ergonômicos
Consideram-se riscos ergonômicos aqueles determinados pela falta de
adaptação das condições ocupacionais às características e demandas
psicofisiológicas do trabalhador.

A LER – Lesões por Esforço Repetitivo


A expressão ganhou dimensão após as Resoluções n 180 e 197, de 1992,
da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Isso porque, na época, a situação
apresentava-se incontrolável, em virtude do crescente atendimento aos estágios
evolutivos das LER.
Desse modo, em 1993, o Ministério da Previdência Social elaborou a Norma
Técnica sobre Lesões por Esforços Repetitivos, desenvolvendo procedimentos
administrativos e periciais para a prevenção, a caracterização e a reabilitação
profissional (OLIVEIRA, 2003).
Destaca-se que alguns profissionais e especialistas, na contemporaneidade,
estão substituindo a terminologia LER pelo termo: “DORT – Doenças
Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho”, que incorpora dimensões
ergonômicas e psicossociais, indicando a grande necessidade de reflexão sobre as
novas formas de trabalho.
O Ministério da Previdência e Assistência Social elaborou, por meio do
Instituto Nacional do Seguro Social, uma Norma Técnica sobre Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT.
Essa norma denomina-se Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade
para fins de benefícios previdenciários. Ela contém 14 (quatorze) exemplos, de
trabalhos e patologias, destacando-se:
1. Lesões bursite do cotovelo – apoiar cotovelo em mesas.
2. Contratura de fáscia palmar – operar compressores pneumáticos.
3. Dedo em gatilho – apertar alicates e tesouras.

Documento não controlado - AN03FREV001

79
4. Epicondilites do cotovelo – apertar parafusos, jogar tênis, desencapar
fios, tricotar, operar motosserra.
5. Síndrome do canal cubital – apoiar cotovelo em mesas.
6. Síndrome do canal de Guyon – carimbar.
7. Síndrome do desfiladeiro torácico – realizar trabalhos manuais
(curvado) em veículos, trocar lâmpadas, pintar paredes, lavar vidraças, apoiar
telefones entre o ombro e a cabeça.
8. Síndrome do interósseo anterior – carregar objetos pesados apoiados
no antebraço.
9. Síndrome do pronador redondo – carregar pesos, praticar musculação,
apertar parafusos.
10. Síndrome do túnel do carpo – digitar, fazer montagens industriais,
empacotar.
11. Tendinite da porção longa do bíceps – carregar pesos.
12. Tendinite do supraespinhoso – carregar pesos sobre o ombro, jogar
vôlei ou peteca.
13. Tenossinovite de DeQuervain – torcer roupas, apertar botão com o
polegar.
14. Tenossinovite dos extensores dos dedos – digitar, operar mouse.

Sintomas da LER
Como principais sintomas da LER, a pesquisa científica aponta:
¥ Calor localizado.
¥ Choques.
¥ Dor.
¥ Dormência.
¥ Formigamento.
¥ Fisgadas.
¥ Inchações.
¥ Pele avermelhada.
¥ Perda de força muscular.

Documento não controlado - AN03FREV001

80
FIGURA: RISCOS LER

FONTE: Disponível em: <http://www.areaseg.com/ler/ler1.jpg>. Acesso


em: 30 abr. 2010.

Fatores de Proteção para LER


Existem vários fatores de prevenção, porém, cabe ressaltar alguns
considerados imprescindíveis para a saúde do trabalhador:
a) Organização do Trabalho.
b) Conteúdo do Trabalho.
c) Posto de Trabalho.

a) A Organização do Trabalho
A familiarização com as atividades que lhe são exigidas é apenas um dos
pontos importantes para o trabalhador, pois ele dever também ter a liberdade
adequada de movimentos para executá-las. Dessa forma ele terá condições de

Documento não controlado - AN03FREV001

81
respeitar seus limites, evitando a repetição de um mesmo movimento durante um
longo período de tempo (CAMPOS, 2002).
É preciso perceber e levar em consideração as características individuais de
cada colaborador, já que as pessoas são diferentes e nem todas apresentam as
mesmas habilidades e dificuldades.
Uma boa dica é o estabelecimento de várias pausas durante a jornada de
trabalho, visando promover:
o Alongamento e o relaxamento do corpo.
o Permitir a livre movimentação do corpo.
o Estabelecer rodízios nas tarefas mais críticas.
o Manter treinamentos visando reciclar o conteúdo das tarefas e seus
riscos potenciais.

b) Conteúdo do Trabalho
É obrigatório o oferecimento dos recursos necessários para a execução das
atividades pela empresa, assim como também de um ambiente de trabalho que
viabilize ao funcionário o desenvolvimento de suas habilidades, com certo grau de
criatividade, visando sua realização profissional.
Apontam-se como indicadores:
o Percepção do trabalhador em relação às condições ambientais.
o Complexidade da tarefa.
o Monotonia.

c) Posto de Trabalho
Deve haver uma profunda adaptação do mobiliário e dos
equipamentos/ferramentas para adequarem-se às características físicas do
trabalhador, assim como também à natureza das atividades executadas, permitindo
ampla liberdade de movimentação.
Os indicadores para o uso dos equipamentos são:
o Qualidade dos equipamentos e ferramentas.
o Manutenção dos mesmos.
o Necessidade de emprego de força decorrente de
equipamento/ferramenta imprópria.

Documento não controlado - AN03FREV001

82
o Desvios posturais impostos pelo equipamento/ferramenta.
o Necessidade de repetição da tarefa por falha do equipamento.
Os indicadores para mobiliário são:
o Qualidade e manutenção.
o Frequência de reposição.
o Adaptação dos postos de trabalho à introdução de novos processos.
o Desvios posturais impostos pelo mobiliário.

Destaca-se que os riscos ergonômicos podem ser divididos em dois


subgrupos:
Fatores que produzem carga física = esforço físico, levantamento e
transporte manual de peso, exigência de posturas inadequadas e repetitividade.
Fatores que produzem carga psíquica = ritmo excessivo, trabalho em turnos
e trabalho noturno, jornadas de trabalho prolongadas, controle rígido de
produtividade, monotonia.
FIGURA: RISCOS LER

FONTE: Disponível em: <http://www.areaseg.com/ler/ler1.jpg>. Acesso


em: 30 abr. 2010.

 Riscos de Acidentes
Consideram-se riscos de acidentes como sendo armadilhas, ou deficiências,
presentes nas instalações ou em máquinas e equipamentos.

Documento não controlado - AN03FREV001

83
Quando um, ou mais, elementos citados como uns dos principais riscos
ocupacionais estiverem contidos como deficiente, insuficiente, inadequado ou
obstruírem a livre circulação, certamente constituirão riscos potenciais para a saúde
e integridade física do trabalhador.
Em pesquisas recentes, apontam-se como sendo as principais situações de
riscos encontradas nas organizações:
 Arranjo físico inadequado.
 Máquinas e equipamentos sem proteção.
 Ferramentas inadequadas ou defeituosas.
 Iluminação inadequada.
 Eletricidade.
 Probabilidade de incêndio ou explosão.
 Armazenamento inadequado.
 Animais peçonhentos.
E, além destas, a própria legislação prevê outras situações de riscos de
acidentes, destacando-se:
 EPI inadequado.
 Problemas em edificações.
 Falta de sinalização.

Documento não controlado - AN03FREV001

84
III - ETAPA

Identificar as Medidas de Controle Existentes

São identificados quatro tipos principais de medidas preventivas, são elas as


de:
 Proteção coletiva.
 Organização do trabalho.
 Proteção individual.
 Higiene e conforto.

 Medidas de Proteção Coletiva


Reconhecidas como sendo as medidas mais importantes, tendo em vista
que com elas, todo um grupo homogêneo de trabalhadores, expostos a um mesmo
agente ambiental, fica protegido (CAMPOS, 2002).
Geralmente, empregam-se quatro submedidas, dependendo da natureza do
risco:
 Substituição de matérias-primas e insumos.
 Alteração no processo de trabalho.
 Isolamento da fonte de risco.
 Instalação de sistemas de ventilação.

 Substituição de Matérias-Primas e Insumos


É preciso substituir todas as matérias-primas e os insumos que sejam
prejudiciais para a saúde dos trabalhadores, sempre que for possível.

 Alteração no Processo de trabalho


No caso de processos de trabalho que sejam deficientes e representem
situações de risco, faz-se extremamente necessário a empregabilidade de novas
tecnologias.

Documento não controlado - AN03FREV001

85
 Isolamento da Fonte de Risco
Diante da impossibilidade de substituição de uma fonte de risco, é preciso
ter o cuidado de isolar a referida fonte, pois dessa forma, os trabalhadores estarão
menos expostos a ela.

 Sistemas de Ventilação
Considerados uma ferramenta eficaz no controle de operações, processos e
equipamentos, que emanam contaminantes, os sistemas de ventilação, tanto de
exaustão como de insuflamento, são importantes para evitar a dispersão de
contaminantes no ambiente industrial. Acrescenta-se aos seus benefícios, a
capacidade de diluírem as concentrações de poluentes e oferecerem conforto
térmico.

 Medidas de Organização do Trabalho

Os profissionais da CIPA devem estar atentos ao modo como se desenvolve


o trabalho, ou seja, para particularidades como:

 Se há rodízios e pausas na execução de tarefas.


 Se o trabalho é fragmentado.
 Se é dividido equitativamente.
 Se existem cobranças excessivas.
 Se o relacionamento “chefe X empregados” é saudável.
 O nível de responsabilidade exigido.
 Se os funcionários têm estabilidade ou não.
 O estilo de atuação da chefia.
 As relações interpessoais.
 O excesso ou a falta de cobrança pela chefia.
 Se o funcionário é reconhecido.
 As condições de trabalho.

A finalidade das Medidas de Organização do Trabalho é de gerar ambientes


mais cooperativos e motivadores, procurando evitar sacrifícios desnecessários por

Documento não controlado - AN03FREV001

86
parte dos trabalhadores (CAMPOS, 2002). As submedidas configuram-se como
sendo:
 Método de trabalho.
 Estrutura organizacional.
 Participação dos funcionários.
 Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos.

FIGURA: ACIDENTE NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>.
Acesso em: 30 abr. 2010.

a) Mudança de Método de Trabalho


Considera-se que os métodos simples ou altamente repetitivos apresentam
desvantagem devido causar fadiga. Sendo assim, tornar mais flexível a maneira de
operação de determinada tarefa, adaptando-a as capacidades psicofisiológicas dos
trabalhadores é uma das medidas que podem ser tomadas para minimizar as
situações de risco.

b) Reestrutura organizacional
Constata-se que, uma rigidez excessiva na organização do trabalho tem
grandes probabilidades de deixar os trabalhadores mais suscetíveis às doenças.
Sendo assim, torna-se relevante a adequação do ritmo de trabalho às capacidades

Documento não controlado - AN03FREV001

87
psicofisiológicas dos trabalhadores, já que essa pode melhorar seu estado de
espírito e aumentar sua capacidade intelectual, além de impedir e reduzir um
desgaste prematuro.

c) Participação dos funcionários


É fundamental que a equipe de funcionários participe da organização do
trabalho, pois desse modo, eles terão uma noção de seu “limite subjetivo”, ou seja,
terão conhecimento de até onde podem ir. Nesse contexto, eles devem ser
estimulados a dar sugestões.

d) Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos


Nos ambientes onde for impossível a aplicação de técnicas para
minimização dos agentes agressivos, é adequado que se tente estabelecer um
rodízio entre os trabalhadores para reduzir o tempo de exposição aos riscos
(CARVALHO, 2000).

 Medidas de Proteção Individual

Destaca-se como um dos mais importantes controles da exposição a


agentes ambientais o uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s., que é
uma medida definida pelo PPRA.

Conforme a NR- 6, considera-se EPI:

Todo o dispositivo de uso


individual, de fabricação nacional
ou estrangeira, destinado a
proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador.

Documento não controlado - AN03FREV001

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Ressalta-se que o EPI não evita acidentes, tendo em vista que o agente de
risco irá permanecer. Isso quer dizer que seu uso representa apenas a possibilidade
de reduzir o dano (CAMPOS, 2002).
É preciso lembrar que as medidas de proteção individual contra a agressão
dos riscos ambientais só devem ser indicadas em casos específicos, tais como:
 Em todos os momentos nos quais as medidas de proteção coletiva
forem tecnicamente inviáveis, ou não disponibilizarem completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais.
 Durante o período em que as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo providenciadas e implementadas.
 Em situações de emergência.
 Em tarefas de curta duração.

 Medidas de Higiene e Conforto

Consideram-se medidas de higiene e conforto como sendo medidas


extremamente indispensáveis em uma organização, principalmente quando há
ambientes insalubres. Dessa forma, torna-se importante que sejam observadas
permanentemente, e não apenas nos momentos onde se realizarão os
levantamentos de riscos.
Define-se como condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho,
conforme a NR- 24:
a) Higiene Pessoal
A boa higiene pessoal proporciona prevenção de doenças do trabalho e
evitam a transmissão de doenças contagiosas. Nesse sentido, os trabalhadores que
estiverem expostos a agentes agressivos devem receber informações detalhadas
sobre as medidas de higiene pessoal.

b) Banheiros e Lavatórios
Devem ser separados para homens e mulheres, ser higienizados, limpos e
desprovidos de odores desagradáveis. Deve ter um chuveiro para cada 10
funcionários que se ocupam de atividades consideradas insalubres. Os pisos devem

Documento não controlado - AN03FREV001

89
ser impermeáveis e deve ter disponível uma torneira para cada grupo de 20
trabalhadores.

c) Vestiários e Armários
Devem estar em bom estado de conservação, organizados individualmente e
por sexo.

d) Bebedouros
Devem ser instalados em pontos estratégicos, de fácil acesso para os
funcionários, principalmente onde existam fontes de calor. O uso de recipientes
coletivos deve ser proibido e o suprimento de água potavel em frasco deve estar em
quantidade superior a ¼ de litro por homem/horas de trabalho.

e) Alimentos
Os funcionários devem ser proibidos de levarem comida para o setor de
trabalho, evitando contaminação.

f) Cozinha
Deve ter um lavatório com água corrente, sabão e toalhas, para uso do
pessoal do serviço de alimentação.

g) Lixo
O tratamento dado ao lixo da cozinha deve estar de acordo com as normas
locais do serviço de saúde pública.

h) Áreas de Lazer
Considera-se que o trabalho, o lazer e o sono sejam etapas sequenciais nas
atividades humanas. O período dedicado ao lazer adquire um papel relaxante,
buscando aliviar as tensões do trabalho e facilitar o sono.

Documento não controlado - AN03FREV001

90
IV – ETAPA

Identificar os Índices de Saúde

Por meio do mapeamento de riscos é possível que os profissionais da CIPA


estejam mais atentos às alterações no desenvolvimetno do trabalho. Assim, torna-se
relevante a efetivação de uma reavaliação periódica das medidas preventivas
adotadas, para que não percam a eficiência com o tempo.
O monitoramento contínuo dos cipeiros é uma medida considerada de
proteção, fundamental para a saúde dos funcionários (CAMPOS, 2002).
É preciso que os profissionais da CIPA avaliem com os funcionários se a
empresa está realizando os exames médicos previstos no PCMSO. Após a
constatação, é necessário identificar:
 As queixas mais frequentes.
 Os acidentes de trabalho ocorridos.
 As doenças profissionais diagnosticadas.
 Os casos de absenteísmo.

Todos os itens apresentados acima são considerados indicadores de saúde.

Queixas mais Frequentes


No momento do questionamento é preciso que o profissional da CIPA
busque as principais queixas em relação à saúde, tendo em vista que nessa etapa o
que interessa é saber se existem sinais clínicos que evidenciem um risco de evoluir
para uma enfermidade.
Deve-se acompanhar constantemente os setores que apresentarem agentes
agressivos à saúde dos trabalhadroes, principalmente se houverem queixas
frequentes dos trabalhadores sobre o mesmo sintoma. Nesse caso, será necessário
acelerar a implementação das medidas preventivas.
Como queixas mais frequentes são reconhecidas:
• Dor de cabeça constante.
• Perda de peso.
• Gripes contantes.

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91
• Tosse incessante.
• Fisgadas.
• Formigamento.
• Insônia.
• Dificuldade para respirar.
• Dores lombares

FIGURA: DORES DE CABEÇA

FONTE: Disponível em:


<http://singrandohorizontes.files.wordpress.com/2010/01/dor-de-cabeca.jpg>.
Acesso em 30 abr. 2010.

Acidentes de Trabalho Ocorridos


É preciso fazer um levantamento onde constem, no mínimo, os acidentes
ocorridos nos últimos doze meses no setor analisado, visando estabelecer nexo com
a presença de agentes agressivos no local.

Documento não controlado - AN03FREV001

92
Após ser estabelecido o nexo causal “Dano X Agente”, a graduação do risco
aumenta, o que requer uma ação preventiva da CIPA, visando o não retorno da
repetição do fato (CAMPOS, 2002).
É possível realimentar o plano de trabalho da CIPA por meio das
informações mais detalhadas, que indiquem a natureza da lesão e a parte do corpo
atingida.

FIGURA: ACIDENTES DE TRABALHO

FONTE: Disponível
em:<http://www.paulinas.org.br/diafeliz/images/comemoracao/AcidenteTrabalho.gif>
. Acesso em 30 abr. 2010.

Doenças Profissionais Diagnosticadas


Referem-se à existência de um levantamento passivo ocupacional da
organização. Para isso, basta procurar nas Comunicações de Acidentes de Trabalho
– CAT, as situações de doenças profissionais já diagnosticadas.
Caso tenha sido constatada a existência de doenças, é importante verificar
se a empresa adotou medidas preventivas e se essas medidas foram eficazes.

Documento não controlado - AN03FREV001

93
Absenteísmo
A ausência do empregado ao trabalho raramente é levada em consideração
quando ocorre por questões de saúde. A falta do funcionário pode ter diversas
razões, mas o que interessa no Mapeamento de Riscos é a falta ao serviço por
problemas gerados por agentes ambientais.
Assim, é relevante que os cipeiros considerem o motivo da ausência do
trabalhador, relacionando os fatos, analisando-os com atenção e criando estratégias
de ação.
O PPRA irá ser aperfeiçoado com essas ações.
Os dados para investigar as questões devem ser obtidos no Departamento
de Administração de Pessoal da organização em questão.

FIGURA: ACIDENTES DE TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://www.blogbrasil.com.br/wp-


content/uploads/2008/12/acidente-de-trabalho.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.

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94
V – ETAPA

Conhecer os Levantamentos Ambientais

É extremamente importante e necessário que os profissionais da CIPA


conheçam quais foram os levantamentos ambientais já realizados pela empresa e
seus resultados. É o que preconiza também a Portaria n 25/94, na letra “e”, do item
2 do Mapeamento de Riscos (CAMPOS, 2002).
Nesse contexto, faz-se necessário compreender os conceitos e expressões
que envolvem a problemática de riscos ambientais:

 Insalubre
É uma palavra latina, que representa aquilo que origina doença, o que é
doentio. Caracteriza-se a insalubridade baseando-se em valores nos quais o limite
de tolerância foi ultrapassado.

 Higiene do Trabalho
É compreendida como a ciência e a arte dedicada à (ao):
 Reconhecimento.
 Avaliação.
 Controle.
Essas funções são direcionadas aos fatores ambientais e aos agentes
“tensores” originados no local de trabalho, tendo grandes probabilidades de
ocasionar doenças, prejuízos à saúde e bem-estar, um desconforto significativo e
ineficiência entre o grupo de funcionários ou entre a comunidade.

 Monitoramento Ambiental
Refere-se ao levantamento e a avaliação dos agentes de riscos existentes
no ambiente ocupacional. Incluindo-se as medidas de controle adotadas para
combatê-los. O PPRA prevê sua periodicidade.

Documento não controlado - AN03FREV001

95
 Limite de Tolerância
Corresponde à intensidade / concentração máxima ou mínima, relacionada
com a natureza do agente de risco, assim como o tempo de exposição a ele, o que
provoca danos à saúde do trabalhador, durante o exercício de suas funções
laborais.

 Indicador Biológico de Exposição


Trata-se da substância, elemento químico ou atividade orgânica, cuja
concentração ou ação em um fluído biológico apresenta relação com a exposição
ambiental. Os exames médicos do PCMSO revelam esse indicador.

Avaliação Ambiental
O PPRA, em seu cronograma já prevê a avaliação ambiental. Essa consiste
na medição dos riscos ambientais, e na sequência é realizado um registro, também
chamado de laudo, contendo todos os dados obtidos (SALEM & SALEM, 2001).
Os profissionais da CIPA, ao analisarem o laudo ambiental, devem estar
atentos a alguns aspectos importantes, dentre eles destacam-se:
 Agentes que foram monitorados = ruído, gases, vapores, calor,
iluminação, poeiras, etc.
 Metodologia usada para a detecção de cada um dos agentes =
seguindo as normas técnicas da Fundacentro do Brasil, do National Institute
Occupational Safety and Health (NIOSH) e da Occupational Safety and Health
Administration dos Estados Unidos.
 Equipamentos utilizados para quantificar os agentes = monitor de
estresse térmico, medidor de nível de pressão sonora, luxímetros, bomba de
detecção de gases, árvore de termômetros, anenômetros, bombas de amostragem,
etc.
 Tabelas com os resultados das medições realizadas, destacando-se os
níveis de intensidade/concentração e do tempo de exposição dos trabalhadores aos
agentes.
 Setores e pontos nos quais foram ultrapassados os limites de
tolerância
 Observância ou não, das medidas de controle propostas

Documento não controlado - AN03FREV001

96
A verificação desses pontos permite a avaliação dos indicadores de saúde, a
elaboração de estatísticas das doenças adquiridas pelos trabalhadores e serve
como informações adicionais para o plano de trabalho da CIPA.

VI – ETAPA

Elaboração dos Riscos Ambientais

Critérios Utilizados
Após a realização das análises, dos relatórios e da validação dos riscos, a
CIPA terá as informações necessárias para elaborar o mapeamento. Os riscos
devem ser representados por área, dentro de um arranjo físico (layout) organizado
em círculos, tendo as seguintes características:

 Utilização de uma cor padrão para identificar cada grupo de risco:


¥ Riscos físicos : verde.
¥ Riscos químicos: vermelho.
¥ Riscos biológicos: marrom.
¥ Riscos ergonômicos: amarelo.
¥ Riscos de acidentes: azul.

 A quantidade de funcionários, expostos aos riscos, anotada no interior


do círculo correspondente.

 Especificação do agente também deve ser anotada no interior do


círculo correspondente.

 A descrição dos diâmetros deverá ter medida proporcional à


intensidade do risco, conforme a percepção dos funcionários, ou seja, quanto maior
o círculo, maior o risco.

Documento não controlado - AN03FREV001

97
A afixação do mapeamento, após sua conclusão, deverá ser feita nos
setores analisados, de forma bem visível e em local de fácil acesso para todos os
trabalhadores (GONÇALVES, 2000).
É importante que cada setor analisado deva ter seu próprio número de
identificação, que deverá ser o mesmo constante no relatório de levantamento dos
riscos do setor.
FIGURA: ACIDENTES DE TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://www.marimar.com.br/boletins/Acidente_trabalho.jpg>.


Acesso em: 30 abr. 2010.

----------FIM DO MÓDULO III----------

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98
CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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99
MÓDULO IV

10 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO

Os profissionais da CIPA devem estudar as doenças e os acidentes do


trabalho, apontando todas as situações que, combinadas desencadearam a sua
ocorrência e, se eliminadas a tempo, poderiam ter impedido o acidente ou
minimizado suas consequências.
A identificação e eliminação de tais situações, assim como a sua eliminação,
são medidas fundamentais para evitar que acidentes semelhantes venham a
ocorrer, em função das mesmas causas (OLIVEIRA, 2003).
É fundamental o estudo aprofundado de todos os acidentes e doenças
detectadas. Porém alguns casos necessitam ser tratados com maior vigor, por
exemplo, as situações que:
 Tenham ocasionado lesões ou danos graves.
 Tenham gerado afastamento do trabalho superior a quinze dias.
 Se repitam com frequência.
 Os profissionais da CIPA considerarem importantes, em função da
quantidade de variáveis envolvidas.
Em grande parte das empresas, não é destinado um espaço reservado para
a CIPA guardar seu acervo, sua documentação particular. Assim, todos os
documentos, dados e informações estão disponíveis no SESMT, desde que não
tenham sido perdidos no decorrer dos anos. A Ata é o único documento deixado
pela CIPA. E essa falta de documentação e registro impede que os cipeiros
reconheçam uma situação já vivida e identificada, levando-os a demorar mais tempo
em sua investigação e análise do que deveriam.

Documento não controlado - AN03FREV001

100
10.1 ACIDENTES DE TRABALHO

A Constituição Brasileira, apresenta o conceito de acidente de trabalho por


meio da Lei n 8213 de 1991, no seu artigo 19, que diz:
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do
artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
morte ou a perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho (CAMPOS, 2002).
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso em: 30
abr. 2010.

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101
Considera-se acidente de trabalho, para efeito dos Benefícios da
Previdência Social, as seguintes entidades mórbidas, presentes no artigo 20 da Lei n
8213:

Item I
A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.
Comentário I
Exemplos:
o Extração de minérios: exposição à sílica livre.
o Fabricação de tintas: exposição ao mercúrio.
o Indústria metalúrgica: exposição à vibrações.
o Soldagem: exposição ao cádmio.
o Siderurgia: exposição ao flúor.

Item II
A doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, desde que constante da relação mencionada no inciso I.
Comentário II
Exemplos:
o Contaminação acidental com cloreto de metileno.
o Trabalhador exercendo atividade temporária com exposição a raios X.

Documento não controlado - AN03FREV001

102
EM DESTAQUE:

§ 1º Não serão consideradas como doenças do trabalho:

a) A doença degenerativa.
b) A doença inerente a grupos etários.
c) A doença que não produz incapacidade laborativa.
d) A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de
que resultou de exposição ou contato direto determinado
pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença


não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condições especiais em que o trabalho é executado
e com ele se relaciona diretamente, a Previdência social deve
considerá-la acidente de trabalho.

O artigo 21 da Lei 8213/91 equipara ainda ao acidente de trabalho:


I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido causa
única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou
redução de sua capacidade laboral, ou produzindo lesão que exija atenção médica
para sua recuperação.

II. O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de


trabalho, em consequência de:
a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou por
companheiro de trabalho.
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa no
trabalho.

Documento não controlado - AN03FREV001

103
c) Ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho.
d) Ato da pessoa privada do uso da razão.
e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes
de força maior.
DIFERENCIAÇÕES:

IMPRUDÊNCIA = é agir sem cautela, sem pensar no perigo.

NEGLIGÊNCIA = é agir com descuido, é fingir não ver uma


situação de risco.

IMPERÍCIA = está relacionada com a incompetência, o não


saber, a inabilidade.

III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado


durante o exercício de sua atividade.

IV. O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:


a) Na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade
da empresa.
b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe
evitar prejuízo ou proporcionar proveito.
c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando
financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra,
independente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado.
d) No percurso da residência para o local de trabalho, ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado, desde que não haja alteração ou interrupção por meio alheio ao trabalho.

Documento não controlado - AN03FREV001

104
NOTA:

Este é o chamado ACIDENTE DE TRAJETO,


que para ser caracterizado é importante que o
trabalhador mantenha seu endereço atualizado no
Departamento de Administração da empresa.

§ 1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este,
o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a
lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências do anterior.

Em casos de doenças, conforme artigo 23 da Lei n 8213/91:


Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do
trabalho:
 A data do início da incapacidade laborativa para o exercício da
atividade habitual.
 O dia da segregação compulsória.
 O dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o
que ocorrer em primeiro lugar.

Documento não controlado - AN03FREV001

105
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso
em: 30 abr. 2010.

11 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

Primeiramente, torna-se importante frisar que no percurso de uma


investigação de acidentes, não se deve buscar culpados, pois existe uma grande
probabilidade de o mesmo tipo de acidente tornar a acontecer sendo ainda mais
grave (CAMPOS, 2002).

Documento não controlado - AN03FREV001

106
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso
em: 30 abr. 2010.

Para isso, é relevante que no processo investigativo a vítima “não tenha


rosto” e que se trabalhe com a função exercida, sem fazer referência ao nome das
pessoas.
Visando contemplar os requisitos acima citados, destacam-se dois métodos
de investigação de acidentes:
 Método da Árvore de Causas.
 Método do Diagrama de Causas e Efeitos.

Documento não controlado - AN03FREV001

107
11.1 MÉTODO DA ÁRVORE DE CAUSAS

O método refere-se a uma metodologia prática de investigação de


acidentes/incidentes no trabalho, que ajuda a compreendê-los melhor e a encontrar
uma forma mais adequada de lutar contra eles.
No âmbito internacional, o método da Árvore de Causas é considerado um
instrumento de trabalho eficaz, sendo bastante utilizado pelos diversos institutos de
pesquisa e consultoria da área (GONÇALVES, 2000).
Define-se a Árvore de Causas como sendo:

A representação gráfica do encadeamento lógico


dos fatos que provocaram o acidente/incidente,
elaborada a partir de um caso real.

Destaca-se que o levantamento dos fatos que desencadearam um acidente


é um grande auxílio para propor medidas que visem à minimização dos riscos.

Princípios da Elaboração da Árvore de Causas


A elaboração da Árvore de Causas de maneira eficiente exige a observação
de alguns princípios fundamentais:

 Basear as ações e estratégias em fatos concretos, ou seja, que


comprovadamente ocorreram.
 Não utilizar o método de maneira tendenciosa, visando contemplar
suas próprias ideias. O método foi desenvolvido para ser explorado de forma grupal.
 Para não ser contestada, a Árvore de Causas necessita ser bem
elaborada e transparente.
 Não é permitido haver hierarquia dentro do grupo destinado a avaliar a
Árvore de Causas, todos devem estar em igualdade de condições.

Documento não controlado - AN03FREV001

108
 As causas básicas são foco da construção da Árvore de Causas e não
possíveis culpados.
 Busca-se a identificação de diversas causas, não somente de uma.

11.1.1 Fases que antecedem a elaboração da Árvore de causas

1ª FASE: Análise da Situação


O processo tem seu início a partir da ocorrência de um acidente ou de um
incidente (CAMPOS, 2002).
A coleta das informações deve ser realizada de maneira objetiva e levando-
se em consideração os aspectos a seguir:
1. Iniciar a investigação imediatamente após a ocorrência do acidente ou
incidente, visando captar o que realmente aconteceu. Enriquece o material se
houver o depoimento da vítima e/ou das testemunhas, sem policiamento, censura ou
pressão.
2. Reconstituir o acidente no local de sua ocorrência, reunindo evidências
que possam ser usadas para construção da Árvore. Para isso é importante o
conhecimento das tarefas realizadas no ambiente que está sendo investigado, assim
como também, os tipos de equipamentos existentes no local e a maneira como
estão distribuídos.
3. Deve-se estar atento para reconhecer as informações imprecisas ou
deturpadas, lembrando-se de que o intervalo de tempo entre o momento do acidente
ou incidente e o início da investigação pode deixar no esquecimento detalhes
relevantes.
4. Selecionar as pessoas mais capacitadas a fornecer o máximo de
informações para a elucidação do caso. Se possível, envolver o acidentado no grupo
de análise, na medida em que ele constitui uma das peças-chave para a construção
da Árvore.
5. Registrar todas as informações obtidas, para utilizá-las sempre que
necessário. Considerar as condições materiais, a organização do trabalho e o
comportamento humano.

Documento não controlado - AN03FREV001

109
6. Pesquisar prioritariamente os antecedentes que não fazem parte do
cotidiano.
7. Os elementos fundamentais para a investigação são:

Trabalho
Tarefa que o indivíduo
executava quando ocorreu
o acidente ou incidente.

Material Meio de Trabalho


As matérias-primas As condições
Os produtos Ambiente físico
As máquinas Ambiente social
Meios de produção Do posto de trabalho no
Usados na hora do momento do acidente ou
acidente ou incidente. incidente.

Retroagir o máximo possível, a partir do momento em que se consumou a


lesão, ou seja, voltar às condições anteriores ao acidente.

LEMBRETE:
A qualidade da investigação depende da quantidade
de informações recebidas. Desse modo, todo o trabalho
poderá ficar comprometido, se não for feito um
levantamento correto e preciso.

Documento não controlado - AN03FREV001

110
2ª FASE: Detalhes da Representação Gráfica
A Árvore, enquanto um diagrama de fatores do acidente irá evidenciar as
relações entre os fatos que contribuíram para a sua ocorrência, também chamados
de encadeamento lógico. Isso quer dizer que não levará em conta somente a
sequência dos acontecimentos no tempo, também reconhecida como encadeamento
cronológico.
Desse modo, é possível, por meio desse método, evidenciar relações entre
fatos ocorridos em momentos remotos que poderiam passar despercebidos
(CAMPOS, 2002).
O ponto de partida para a construção da Árvore de Causas será o acidente
ou incidente, considerado último fato e, a partir dele irão ser definidos os
antecedentes imediatos. Visando dar conformação à Árvore, é preciso remontar
sistematicamente cada uma das ações, respondendo às seguintes perguntas:
O que ocorreu para que esse fato fosse produzido?
Isso foi suficiente e necessário?

Dessa forma conclui-se que:

No levantamento de dados,
cada fato tem, pelo menos,
um antecedente.

Situações de Encadeamento
É possível reconhecer situações, durante o levantamento, que possibilitam o
estabelecimento de três tipos de nexo:

1ª situação:
O fato tem um único antecedente.

2ª situação
O fato tem dois ou mais antecedentes.

3ª situação:

Documento não controlado - AN03FREV001

111
Vários fatos apresentam apenas um único antecedente.

4ª situação:
Não há relação entre os fatos: eles são independentes.

11.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas

1ª Etapa: ANÁLISE DA SITUAÇÃO


Nessa fase, reconhecidamente de investigação, é preciso levantar o maior
número possível de elementos e trabalhar com os seguintes aspectos:

a) Declaração do acidente.
b) Pesquisa inicial.
c) Complementação da pesquisa pelo processo de investigação.

2ª Etapa: EXPLORAÇÃO DOS FATOS GERADOS


A referida etapa ocorre à inclusão de quatro tópicos importantes:
I. Grupo de Participantes da Elaboração da Árvore de Causas
Esse grupo não poderá ser rígido, fixo. Deve ter uma composição variada,
conforme o caso a ser estipulado (CAMPOS, 2002).
Os possíveis componentes de um grupo são:
 A vítima, quando possível.
 As testemunhas do acidente ou incidente.
 Os responsáveis hierarquicamente superiores.
 Os profissionais da CIPA.
 Os membros do SESMT.

II. Importância da Análise Preliminar dos Riscos


São dois os fatores a serem trabalhados nessa fase:
 O isolamento das configurações e das características dos riscos.
 Os fatores potenciais de acidentes.

Documento não controlado - AN03FREV001

112
Quando bem executada, essa tarefa reduz significativamente a ocorrência
de acidentes e incidentes ocupacionais.
Por outro lado, caso esses fatores não sejam bem trabalhados existe grande
probabilidade de ocorrem os acidentes. A árvore de Causas comprova muito bem
isso. Sendo assim, torna-se fundamental que as causas sinalizadas na Árvore
desenvolvam ações de controle, para que acidentes ou incidentes semelhantes não
se repitam (MICHEL, 2000).
Esse método é diferenciado porque, além de proporcionar o estabelecimento
do diálogo entre as pessoas, ele permite tirar uma lição construtiva de uma situação
indesejável.

III. Escolha e Definição das Medidas de Prevenção


A experiência e a sabedoria devem estar presentes na execução da tarefa
de escolha e definição de medidas de prevenção. A experiência de quem domina as
técnicas conhece cientificamente o problema e, por isso, tem condições de sugerir
medidas concretas para minimizá-lo.
Sabedoria de quem, embora não tenha conhecimento técnico mais
aprofundado, aprendeu com a experiência, podendo com muita propriedade, opinar
e fazer propostas para amenizar ou resolver a situação.

LEMBRE-SE:

A não atuação sobre os riscos implica


em futuros acidentes.

IV. Garantia e Acompanhamento das Ações de Prevenção


Depois de referenciadas pelos empregados e pela direção da organização,
as medidas preventivas passam a ser recomendadas. Será responsabilidade da
CIPA o acompanhamento e implementação dessas medidas, o que é realizado em
dois tempos, sendo um de registro e outro de controle.
1º Tempo: Registro

Documento não controlado - AN03FREV001

113
Nesse momento torna-se relevante que todos os itens significativos fiquem
registrados, como por exemplo:
¥ Ordem de serviço.
¥ Medida proposta.
¥ Início dos trabalhos.
¥ Final dos trabalhos.
¥ Responsável.
¥ Custo previsível.
2º Tempo: Controle
O controle deverá ser executado no período de execução do serviço e
depois do mesmo. Tudo o que for observado nas visitas de controle deve ser
comentado nas reuniões da CIPA, uma vez que os membros da comissão devem
estar sempre atualizados e bem informados (CARVALHO, 2000).
As observações podem ser registradas contendo as seguintes informações:
¥ Data.
¥ Situação.
¥ Observações.
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://media.photobucket.com/image/ACIDENTE%20NO%20TRABALHO/tmaneca/g2_
7.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.

Documento não controlado - AN03FREV001

114
12 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS

Esse diagrama é representado na forma de um peixe, o que facilita não só a


visualização do problema, como também a interpretação das causas que o
originaram.
Conhecido também como:
 Diagrama de Ishikawa.
 Diagrama Espinha de Peixe.

FONTE: Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta99/silvino/figuras/Image945.gif>.


Acesso em: 30 abr. 2010.

O referido diagrama parte do pressuposto de que o acidente não ocorre em


virtude de uma única causa, mas por um conjunto de fatores que desencadeiam
todo o processo.

Documento não controlado - AN03FREV001

115
Além disso, ele envolve um trabalho extremamente coletivo, já que as
pessoas participam opinando sobre as prováveis causas que teriam gerado o
acidente.

12.1 AS CAUSAS

O acidente é registrado na cabeça do peixe e as causas, uma em cada


espinha.
Geralmente, quando se trata de acidentes, a investigação baseia-se em
quatro diferentes causas:
 Ambiente de trabalho.
 Agentes materiais.
 Características pessoais.
 Organização do trabalho.

O Diagrama de Causas e Efeitos faz uso de 6M´s, (mão medidas), que é


outra opção.
Cabe ao investigador encontrar a melhor opção para a investigação de cada
situação, visando sempre optar pelos fatores mais simples, para que não confundam
as pessoas (CARVALHO, 2000).
O objetivo principal do trabalho é minimizar os riscos.
No quadro a seguir apresenta-se cada “espinha” com seus respectivos
tópicos específicos.

QUATRO FATORES SEIS “M”

1 - AGENTES MATERIAIS 1 – MÃO DE OBRA


 Ferramentas  Treinamento
 Instalações  Morivação
 Máquinas  Habilidade
 Objetos 2 - MÉTODOS

Documento não controlado - AN03FREV001

116
 Substâncias perigosas  Procedimentos
2 - AMBIENTE DE TRABALHO  Manuais
 Iluminação  Instruções de trabalho
 Ruído 3 - MÁQUINAS
 Radiações  Manutenção
 Ordenação  Proteções
 Limpeza  Condições inseguras
3 - CARACTERÍSTICAS PESSOAIS 4 - MEIO AMBIENTE
 Conhecimento  Relações interpessoais
 Atitudes  Clima
 Habilidades  Sujeira
4 - ORGANIZAÇÃO 5 - MATERIAIS
 Formação  Especificações
 Sistemas de comunicação  Fornecedores
 Métodos  Toxicidade
 Procedimentos 6 - MEDIDAS
 Verificação
 instrumentos

12.2 VANTAGENS DO MÉTODO

¥ Apresenta todas as variáveis que podem reproduzir um acidente.


¥ Leva todos os envolvidos no processo a se comprometerem com os
resultados.
¥ Pode ser usado como ferramenta estatística para o Controle da
Qualidade Total de Produtos.
¥ É ideal para quem está fazendo ou já fez um Sistema de Gestão
Ambiental
¥ Organiza as ideias geradas em uma tempestade de ideias, técnica
usada para motivar a participação de todos os envolvidos no processo.

Documento não controlado - AN03FREV001

117
12.3 DESVANTAGENS DO MÉTODO

¥ Exige uma estrutura organizacional favorável para ser aplicado com


sucesso, pois se trata de uma metodologia diferente da tradicional.
¥ Deve ser utilizado, preferencialmente, por pessoas com vivência em
PDCA, que significa:
PLAN – Planejar.
DO – fazer.
CHECK – verificar.
ACTION – atuar corretamente.
¥ Precisa de pessoas que tenham percepção
¥ Não sinaliza se o problema é grave ou não.

12.4 ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA

1º Passo
Efetuar o levantamento dos fatos, imediatamente após a ocorrência do
acidente ou do incidente.

2º Passo
Organizar os fatos de acordo com as “espinhas” do diagrama.

3º Passo
Traçar uma linha horizontal em um papel adequado, que pode ser cartolina,
quadro magnético ou de giz, simulando o formato de um peixe e colocando o
acidente na região da cabeça.

4º Passo

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118
Registrar nas espinhas do peixe os quatro fatores ou os seis M´s que
determinaram o acidente.

5º Passo
Inserir em cada uma das espinhas a contribuição pessoal do investigador
para o esclarecimento do acidente .

6º Passo
Finalizar o diagrama depois que todos os envolvidos tiverem concordado
com a representação gráfica ou inserido o que ainda estava faltando.

7º Passo
Fixar o diagrama em local visível para anexar as contribuições voluntárias.

8º Passo
Ao lado do diagrama, deixar etiquetas autoadesivas e canetas para que o
funcionário registre sua contribuição voluntária na espinha de peixe correspondente.

9º Passo
Após a finalização do tempo preestabelecido, realizar o levantamento das
contribuições em uma tempestade de ideias (brainstorming), o que viabilizará ao
comitê investigativo formular ações corretivas para o enfrentamento do problema.

10º Passo
Implementar uma verificação de Follow Up com periodicidade definida,
para que os membros da CIPA possam acompanhar a implementação e a
manutenção das medidas de controle.

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119
13 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO

A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e


artigo 7º, incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõe, especificamente, sobre
segurança e saúde dos trabalhadores.
A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à
Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514,
de 22 de dezembro de 1977.
O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho
de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras - NR - previstas no Capítulo V da
CLT. Essa mesma Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR
seriam determinadas pela Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do
atual Ministério do Trabalho e Emprego.
A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica por meio da
Lei nº 5.889, de 5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais - NRR
- foram aprovadas pela Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo
essa portaria foi revogada e a regulamentação do trabalho rural está concentrada
em uma norma regulamentadora específica, que é a NR-31.
Incorporam-se às leis brasileiras, as Convenções da OIT - Organização
Internacional do Trabalho, quando promulgadas por Decretos Presidenciais. As
Convenções Internacionais são promulgadas após submetidas e aprovadas pelo
Congresso Nacional.

NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS
Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83.
Portaria SSMT n.º 03, de 07 de fevereiro de 1988 10/03/88.
Portaria SSST n.º 13, de 17 de setembro de 1993 21/09/93.

Documento não controlado - AN03FREV001

120
Portaria SIT n.º 84, de 04 de março de 2009 12/03/09.

1.1 As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do


trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos
órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83).
1.1.1 As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras – NR aplicam-
se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes
tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias
profissionais. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.2 A observância das Normas Regulamentadoras - NR não desobriga as
empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam
incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou
Municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.3 A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de
âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as
atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a
Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o
Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho em todo o território nacional. (Alteração dada pela Portaria n.º 13, de
17/09/93).
1.3.1 Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho -
SSST conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das
decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de
segurança e saúde no trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 13, de 17/09/93).
1.4 A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é
o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a
segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção
dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador -

Documento não controlado - AN03FREV001

121
PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 13, de
17/09/93).
1.4.1 Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à
Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição: (Alteração
dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de
obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;
d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou
neutralização de insalubridade;
e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança
e medicina do trabalho nas localidades onde não houver Médico do Trabalho ou
Engenheiro de Segurança do Trabalho registrado no MTb.
1.5 Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais,
mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização
e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (Alteração dada pela
Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.6 Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR, considera-
se: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
a) empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos,
que admitem trabalhadores como empregados;
b) empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual
a empregador, sob a dependência deste e mediante salário;

Documento não controlado - AN03FREV001

122
c) empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros
de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização
de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos;
d) estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em
lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina,
depósito, laboratório;
e) setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional
compreendida no mesmo estabelecimento;
f) canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se
desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de
uma obra;
g) frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se
desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de
uma obra;
h) local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.
1.6.1 Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de
outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade
econômica, serão, para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR,
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.6.2 Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra
de engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será
considerada como um estabelecimento, a menos que se disponha, de forma
diferente, em NR específica. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.7 Cabe ao empregador: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho;
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando
ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; (Alteração
dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)
Obs.: Com a alteração dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09, todos os
incisos (I, II, III, IV, V e VI) desta alínea foram revogados.

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123
c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de
07/02/88)
I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;
II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela
empresa;
III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de
trabalho.
d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a
fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho; (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)
e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente
ou doença relacionada ao trabalho. (Inserção dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)
1.8 Cabe ao empregado: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde
do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; (Alteração
dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)
b) usar o EPI fornecido pelo empregador;
c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas
Regulamentadoras - NR;
d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras -
NR;
1.8.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao
cumprimento do disposto no item anterior. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83)
1.9 O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das
penalidades previstas na legislação pertinente. (Alteração dada pela Portaria n.º 06
de 09/03/83)
1.10 As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das
Normas Regulamentadoras – NR, serão decididos pela Secretaria de Segurança e
Medicina do Trabalho - SSMT. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

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124
NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83.
Portaria SSMT n.º 34, de 20 de dezembro de 1983 29/12/83.
Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987 16/12/87.
Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990 20/09/90.
Portaria DSST n.º 04, de 08 de outubro de 1991 10/10/91.
Portaria SNT n.º 04, de 06 de fevereiro de 1992 10/02/92.
Portaria SSST n.º 08, de 01 de junho de 1993 03/06/93.
Portaria SSST n.º 01, de 12 de maio de 1995 25/05/95.
Portaria SIT n.º 17, de 01 de agosto de 2007 02/08/07.
Portaria SIT n.º 76, de 21 de novembro de 2008 25/11/08.
Portaria SIT n.º 128, de 11 de dezembro de 2009 14/12/09.

4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração


direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente,
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho,
com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no
local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade
principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos
Quadros I e II, anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.1 Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de
trabalho com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado,
território ou Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas
como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá

Documento não controlado - AN03FREV001

125
organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.1.1 Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos
do trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.1.2 Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de
enfermagem do trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou
frente de trabalho, conforme o Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º
34, de 11 de dezembro de 1987)
4.2.2 As empresas que possuam mais de 50% (cinquenta por cento) de seus
empregados em estabelecimentos ou setor com atividade cuja gradação de risco
seja de grau superior ao da atividade principal deverão dimensionar os Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, em
função do maior grau de risco, obedecido o disposto no Quadro II desta NR.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.3 A empresa poderá constituir Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho centralizado para atender a um conjunto de
estabelecimentos pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre
aquele em que se situa o serviço e cada um dos demais não ultrapasse a 5.000
(cinco mil metros), dimensionando-o em função do total de empregados e do risco,
de acordo com o Quadro II, anexo, e o subitem 4.2.2. (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.4 Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no
Quadro II, desta NR, e outro(s) que não se enquadre(m), a assistência a este(s) será
feita pelos serviços especializados daquele(s), dimensionados conforme os subitens
4.2.5.1 e 4.2.5.2 e desde que localizados no mesmo Estado, Território ou Distrito
Federal. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 20 de dezembro de 1983)
4.2.5 Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que,
isoladamente, não se enquadrem no Quadro II, anexo, o cumprimento desta NR
será feito por meio de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho centralizados em cada estado, território ou Distrito Federal,
desde que o total de empregados dos estabelecimentos no estado, território ou

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126
Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II, anexo, aplicado o disposto
no subitem 4.2.2. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.5.1 Para as empresas enquadradas no grau de risco 1 o
dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá ao Quadro II,
anexo, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados
existentes no estabelecimento que possua o maior número e a média aritmética do
número de empregados dos demais estabelecimentos, devendo todos os
profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho, assim constituídos, cumprirem tempo integral. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.5.2 Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4, o
dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá o Quadro II,
anexo, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados
de todos os estabelecimentos. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de
outubro de 1983)
4.3 As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e
que possuam outros serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes
serviços com os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho constituindo um serviço único de engenharia e medicina.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.1 As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e
medicina ficam obrigadas a elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de
Segurança e Medicina do Trabalho, até o dia 30 de março, um programa bienal de
segurança e medicina do trabalho a ser desenvolvido. (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.1.1 As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de
cada exercício poderão constituir o serviço único de que trata o subitem 4.3.1 e
elaborar o programa respectivo a ser submetido à Secretaria de Segurança e
Medicina do Trabalho, no prazo de 90 (noventa) dias a contar de sua instalação.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.1.2 As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já
possuam serviço único, poderão ser assistidas pelo referido serviço, após

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127
comunicação à DRT. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)
4.3.2 À Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho fica reservado o
direito de controlar a execução do programa e aferir a sua eficácia. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.3 O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os
profissionais especializados previstos no Quadro II, anexo, sendo permitido aos
demais engenheiros e médicos exercerem Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho, desde que habilitados e registrados conforme estabelece a NR-27.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.4 O dimensionamento do serviço único de engenharia e medicina deverá
obedecer ao disposto no Quadro II desta NR, no tocante aos profissionais
especializados. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.4 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho deverão ser integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro
de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do
Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, obedecido o Quadro II, anexo.
(Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.4.1 Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços
Especializados em engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão
exigir dos profissionais que os integram comprovação de que satisfazem os
seguintes requisitos: (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de
1990)
a) Engenheiro de Segurança do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador
de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação; (Alterado pela Portaria DSST
n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
b) Médico do Trabalho - médico portador de certificado de conclusão de
curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou
portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do
trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de
Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade

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128
ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina; (Alterado pela
Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão
de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-
graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de
graduação em enfermagem; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro
de 1990)
d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico
de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de
auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada
reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação; (Alterado pela Portaria DSST
n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de
Registro Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho. (Alterado pela Portaria
SSST n.º 8, de 1o de junho de 1983)
4.4.1.1 Em relação às Categorias mencionadas nas alíneas "a" e "c",
observar-se-á o disposto na Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. (Alterado
pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.4.2 Os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser empregados da
empresa, salvo os casos previstos nos itens 4.14 e 4.15. (Alterado pela Portaria
DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.5 A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em
estabelecimentos enquadrados no Quadro II, anexo, deverá estender a assistência
de seus Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho aos empregados da(s) contratada(s), sempre que o número de
empregados desta(s), exercendo atividade naqueles estabelecimentos, não alcançar
os limites previstos no Quadro II, devendo, ainda, a contratada cumprir o disposto no
subitem 4.2.5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.5.1 Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas não se
enquadrarem no Quadro II, anexo, mas que pelo número total de empregados de
ambos, no estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro,
deverá ser constituído um serviço especializado em Engenharia de Segurança e em

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129
Medicina do Trabalho comum, nos moldes do item 4.14. (Alterado pela Portaria
SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.5.2 Quando a empresa contratada não se enquadrar no Quadro II, anexo,
mesmo considerando-se o total de empregados nos estabelecimentos, a contratante
deve estender aos empregados da contratada a assistência de seus Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, sejam
estes centralizados ou por estabelecimento. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)
4.5.3 A empresa que contratar outras para prestar serviços em seu
estabelecimento pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados
das contratadas, sob gestão própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo
Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.5.3.1 O dimensionamento do SESMT organizado na forma prevista no
subitem 4.5.3 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a
atividade econômica do estabelecimento da contratante. (Aprovado pela Portaria SIT
n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.5.3.2 No caso previsto no item 4.5.3, o número de empregados da
empresa contratada no estabelecimento da contratante, assistidos pelo SESMT
comum, não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT da
empresa contratada. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.5.3.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.5.3 deve ter seu
funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes
da empresa contratante, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do
Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo
de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.6 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho das empresas que operem em regime sazonal deverão ser
dimensionados, tomando-se por base a média aritmética do número de
trabalhadores do ano civil anterior e obedecidos os Quadros I e II anexos. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.7 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho deverão ser chefiados por profissional qualificado, segundo os

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130
requisitos especificados no subitem 4.4.1 desta Norma Regulamentadora. (Alterado
pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.8 O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do
trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia para as atividades dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo
com o estabelecido no Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11
de dezembro de 1987)
4.9 O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o
enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou
6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo
com o estabelecido no Quadro II, anexo, respeitada a legislação pertinente em vigor.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.10 Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do
Trabalho é vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário
de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)
4.11 Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da
instalação e manutenção dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)
4.12 Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do
trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à
saúde do trabalhador;
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a
eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador,
de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR

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131
6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o
exija;
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas
instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na
alínea "a";
d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento
do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus
estabelecimentos;
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo
de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR
5;
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e
orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, tanto por meio de campanhas quanto de programas de duração
permanente;
g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;
h) analisar e registrar em documento (s) específico (s) todos os acidentes
ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de
doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da
doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as
condições do (s) indivíduo(s) portador (es) de doença ocupacional ou acidentado (s);
i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho,
doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os
quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI,
devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos
dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro,
por meio do órgão regional do MTb;
j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou
facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o
método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições
de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados

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132
somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas "h" e "i" por um
período não inferior a 5 (cinco) anos;
l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente
prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se
tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao
salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de
acidente estão incluídos em suas atividades.
4.13 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho deverão manter entrosamento permanente com a CIPA, dela
valendo-se como agente multiplicador, e deverão estudar suas observações e
solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas, conforme o disposto no
subitem 5.14.1. da NR 5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)
4.14 As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II,
anexo a esta NR, poderão dar assistência na área de segurança e medicina do
trabalho a seus empregados por meio de Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho comuns, organizados pelo sindicato ou
associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas
interessadas. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.14.1 A manutenção desses Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho deverá ser feita pelas empresas usuárias,
que participarão das despesas em proporção ao número de empregados de cada
uma. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.14.2 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho previstos no item 4.14 deverão ser dimensionados em função
do somatório dos empregados das empresas participantes, obedecendo ao disposto
nos Quadros I e II e no subitem 4.2, desta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33,
de 27 de outubro de 1983)
4.14.3 As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um
mesmo município, ou em municípios limítrofes, cujos estabelecimentos se
enquadrem no Quadro II, podem constituir SESMT comum, organizado pelo

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133
sindicato patronal correspondente ou pelas próprias empresas interessadas, desde
que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.3.1 O SESMT comum pode ser estendido a empresas cujos
estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II, desde que atendidos os demais
requisitos do subitem 4.14.3. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de
2007)
4.14.3.2 O dimensionamento do SESMT organizado na forma do subitem
4.14.3 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.3.3 No caso previsto no item 4.14.3, o número de empregados
assistidos pelo SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento
do SESMT das empresas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de
2007)
4.14.3.4 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.3 deve ter seu
funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes
das empresas, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho,
ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de
Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.4.As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo
industrial ou comercial podem constituir SESMT comum, organizado pelas próprias
empresas interessadas, desde que previsto nas Convenções ou Acordos Coletivos
de Trabalho das categorias envolvidas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de
agosto de 2007)
4.14.4.1 O dimensionamento do SESMT comum organizado na forma do
subitem 4.14.4 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a
atividade econômica que empregue o maior número entre os trabalhadores
assistidos. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.4.2 No caso previsto no item 4.14.4, o número de empregados
assistidos pelo SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento
do SESMT das empresas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de
2007)

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134
4.14.4.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.4 deve ter seu
funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes
das empresas, dos sindicatos de trabalhadores e da Delegacia Regional do
Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas nas Convenções ou Acordos
Coletivos de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.15 As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho de
instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às empresas o
custeio das despesas, na forma prevista no subitem 4.14.1. (Alterado pela Portaria
SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.16 As empresas cujos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho não possuam médico do trabalho e/ou
engenheiro de segurança do trabalho, de acordo com o Quadro II desta NR, poderão
se utilizar dos serviços destes profissionais existentes nos Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho mencionados no item 4.14
e subitem 4.14.1 ou no item 4.15, para atendimento do disposto nas Normas
Regulamentadoras. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.16.1 O ônus decorrente dessa utilização caberá à empresa solicitante.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.17 Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho de que trata esta NR deverão ser registrados no órgão
regional do MTb. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.17.1 O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão
regional do MTb e o requerimento deverá conter os seguintes dados: (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho;
b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e
Medicina do Trabalho do MTb;
c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por
estabelecimento;
d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;

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135
e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
4.18 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho, já constituídos, deverão ser redimensionados nos termos
desta NR e a empresa terá 90 (noventa) dias de prazo, a partir da publicação desta
Norma, para efetuar o redimensionamento e o registro referido no item 4.17.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.19 A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo
assegurar, como um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício
profissional dos componentes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho. O impedimento do referido exercício
profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio de funções
constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se
devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na
NR-28. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.20 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que os
seus empregados estiverem exercendo suas atividades. (Alterado pela Portaria
SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83.
Portaria SSST n.º 25, de 29 de dezembro de 1994 Rep. 15/12/95.
Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999 Retf. 10/05/99.
Portaria SSST n.º 15, de 26 de fevereiro de 1999 01/03/99.
Portaria SSST n.º 24, de 27 de maio de 1999 28/05/99.
Portaria SSST n.º 25, de 27 de maio de 1999 28/05/99.
Portaria SSST n.º 16, de 10 de maio de 2001 11/05/01.
Portaria SIT n.º 14, de 21 de junho de 2007 26/06/07.
(Texto dado pela Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999).

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136
DO OBJETIVO
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.
DA CONSTITUIÇÃO
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.
5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos
trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as
disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos
específicos.
5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais
estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados,
conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde
no trabalho.
5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão,
por meio de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com
objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar
com a participação da administração do mesmo.
DA ORGANIZAÇÃO
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR,
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores
econômicos específicos.
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por
eles designados.

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137
5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos
em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.
5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no
Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de
setores econômicos específicos.
5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser
adotados mecanismos de participação dos empregados, por meio de negociação
coletiva.
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição.
5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito
para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência
para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos
parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.
5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a
representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de
questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.
5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da
CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-
presidente.
5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no
primeiro dia útil após o término do mandato anterior.
5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um
secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste
caso necessária a concordância do empregador.

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138
5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em
até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas
de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.
5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem
como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de
seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa,
exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
DAS ATRIBUIÇÕES
5.16 A CIPA terá por atribuição:
 Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do
SESMT, onde houver;
 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução
de problemas de segurança e saúde no trabalho;
 Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas
de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos
locais de trabalho;
 Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de
trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores;
 Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde
no trabalho;
 Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas
pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
 Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores;
 Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e
de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

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139
 Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras,
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à
segurança e saúde no trabalho;
 Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o
empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor
medidas de solução dos problemas identificados;
 Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões
que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
 Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
 Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
 Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas
de Prevenção da AIDS.
5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios
necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a
realização das tarefas constantes do plano de trabalho.
5.18 Cabe aos empregados:
 Participar da eleição de seus representantes;
 Colaborar com a gestão da CIPA;
 Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e
apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho;
 Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto
à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:
 Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
 Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao
SESMT, quando houver, as decisões da comissão;
 Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
 Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
 Delegar atribuições ao Vice-Presidente;
5.20 Cabe ao Vice-Presidente:
 Executar atribuições que lhe forem delegadas;

Documento não controlado - AN03FREV001

140
 Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários;
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as
seguintes atribuições:
 Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
 Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os
objetivos propostos sejam alcançados;
 Delegar atribuições aos membros da CIPA;
 Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
 Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento;
 Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
 Constituir a comissão eleitoral.
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:
 Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as
para aprovação e assinatura dos membros presentes;
 Preparar as correspondências; e
 Outras que lhe forem conferidas.
DO FUNCIONAMENTO
5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente
normal da empresa e em local apropriado.
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com
encaminhamento de cópias para todos os membros.
5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da
Inspeção do Trabalho - AIT.
5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
 Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine
aplicação de medidas corretivas de emergência;
 Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
 Houver solicitação expressa de uma das representações.

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141
5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação
direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a
ocorrência na ata da reunião.
5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante
requerimento justificado.
5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima
reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente
efetivar os encaminhamentos necessários.
5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será
suprida por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na
ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do
Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.
5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador
indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da
CIPA.
5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros
titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus
titulares, em dois dias úteis.
DO TREINAMENTO
5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA,
titulares e suplentes, antes da posse.
5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo
máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.
5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão
anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do
objetivo desta NR.
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes
itens:
 Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;

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142
 Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do
trabalho;
 Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de
exposição aos riscos existentes na empresa;
 Noções sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida – aids, e
medidas de prevenção;
 Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à
segurança e saúde no trabalho;
 Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos
riscos;
 Organização da cipa e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da comissão.
5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no
máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa,
entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua
conhecimentos sobre os temas ministrados.
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive
quanto à entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em
ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o
treinamento.
5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens
relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, determinará a complementação ou a realização de outro, que será
efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa
sobre a decisão.
DO PROCESSO ELEITORAL
5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos
representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias
antes do término do mandato em curso.
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do
processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

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143
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus
membros, no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do
mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela
organização e acompanhamento do processo eleitoral.
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral
será constituída pela empresa.
5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:
 Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e
visualização, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do
mandato em curso;
 Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para
inscrição será de quinze dias;
 Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
 Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
 Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do
término do mandato da cipa, quando houver;
 Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os
horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos
empregados.
 Voto secreto;
 Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com
acompanhamento de representante do empregador e dos empregados, em número
a ser definido pela comissão eleitoral;
 Faculdade de eleição por meios eletrônicos;
 Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição,
por um período mínimo de cinco anos.
5.41 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na
votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar
outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

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144
5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na
unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos
membros da CIPA.
5.42.1 Compete à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua
correção ou proceder à anulação quando for o caso.
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de
cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.
5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA,
ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.
5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos
mais votados.
5.44 Em caso de empate assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço
no estabelecimento.
5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de
eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação
posterior, em caso de vacância de suplentes.
DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS
5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus
empregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto
com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e
de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA
existentes no estabelecimento.
5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo
estabelecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção
de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a
garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os
trabalhadores do estabelecimento

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145
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados
naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos
ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu
estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.
DISPOSIÇÕES FINAIS
5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos
de portaria específica.

NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI


Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 05, de 07 de maio de 1982 17/05/82.
Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83.
Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91.
Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92.
Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92.
Portaria DNSST n.º 06, de 19 de agosto de 1992 20/08/92.
Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94.
Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01.
Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003 28/03/04.
Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004 10/12/04.
Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006 06/12/06.
Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006 22/12/06.
Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009 27/08/09.
Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009 13/11/09.
(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001).
6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR,
considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto,

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146
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual,
todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado
contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou
importada, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado
de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
e,
c) para atender a situações de emergência.
6.4. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado
o disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI
adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I desta NR.
6.4.1. As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados no
ANEXO I, desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as propostas para
reexame daqueles ora elencados, deverão ser avaliadas por comissão tripartite a ser
constituída pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, após ouvida a CTPP, sendo as conclusões submetidas àquele órgão do
Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.
6.5. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador
o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

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147
6.5.1. Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado,
mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI
adequado à proteção do trabalhador.
6.6. Cabe ao empregador
6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI :
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de
2009)
6.7. Cabe ao empregado
6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
6.8. Cabe ao fabricante e ao importador
6.8.1. O fabricante nacional ou o importador deverá:
a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;
c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando vencido o
prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde do trabalho;

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148
d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver alteração
das especificações do equipamento aprovado;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem
ao Certificado de Aprovação - CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso.
6.9. Certificado de Aprovação - CA
6.9.1. Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que
não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso;
c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação
desta Norma, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,
oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios,
sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação
e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de
fabricação, podendo ser renovado até 2007, quando se expirarão os prazos
concedidos; e,
(Alterada pela Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006).
d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos
após a data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas
nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado
para realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante

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149
apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação
técnica de fabricação.
6.9.2. O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer prazos
diversos daqueles dispostos no subitem 6.9.1.
6.9.3. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis,
o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou,
no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número
do CA.
6.9.3.1. Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3, o órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar
forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador,
devendo esta constar do CA.
6.10. Restauração, lavagem e higienização de EPI
6.10.1. Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão
definidos pela comissão tripartite constituída, na forma do disposto no item 6.4.1,
desta NR, devendo manter as características de proteção original.
6.11. Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / MTE
6.11.1. Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho:
a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios
de EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,
g) cancelar o CA.
6.11.1.1. Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de EPI,
identificadas com o nome do fabricante e o número de referência, além de outros
requisitos.
6.11.2. Cabe ao órgão regional do MTE:

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150
a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;
b) recolher amostras de EPI; e,
c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento desta NR.
6.12 e Subitens
(Revogados pela Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009)
ANEXO I
(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001)
LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA
A.1 - Capacete
a) capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o
crânio;
b) capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;
c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos
provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio.
A.2 - Capuz
a) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de
origem térmica;
b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos
de produtos químicos.
B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE
B.1 - Óculos
a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de
partículas volantes;
b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade
intensa;
c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;
d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação
infravermelha;
e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de
produtos químicos.
B.2 - Protetor facial

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151
a) protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de
partículas volantes;
b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de
produtos químicos;
c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação
infravermelha;
d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade
intensa.
B.3 - Máscara de Solda
a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
impactos de partículas volantes;
b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
radiação ultravioleta;
c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
radiação infravermelha;
d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
luminosidade intensa.
C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA
C.1 - Protetor auditivo
a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.
D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
D.1 - Respirador purificador de ar
a) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras e névoas;
b) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas e fumos;
c) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;

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152
d) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50
ppm (parte por milhão);
e) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
gases emanados de produtos químicos;
f) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
partículas e gases emanados de produtos químicos;
g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias
respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos.
D.2 - Respirador de adução de ar
a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das
vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida
e à Saúde e em ambientes confinados;
b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias
respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à
Saúde e em ambientes confinados;
D.3 - Respirador de fuga
a) respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes
químicos em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e
à Saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume.
E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO
E.1 - Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra
riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade
proveniente de operações com uso de água.
E.2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem
portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica.
(Incluído pela Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006)

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES


F.1 - Luva
a) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e
escoriantes;

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153
b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e
perfurantes;
c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;
d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;
e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;
f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes químicos;
g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;
h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações ionizantes.
F.2 - Creme protetor
a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores
contra agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST n.º 26, de 29/12/1994.
F.3 - Manga
a) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
choques elétricos;
b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
agentes abrasivos e escoriantes;
c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
agentes cortantes e perfurantes.
d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
umidade proveniente de operações com uso de água;
e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
agentes térmicos.
F.4 - Braçadeira
a) braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes
cortantes.
F.5 - Dedeira
a) dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos
e escoriantes.
G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
G.1 - Calçado
a) calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de
objetos sobre os artelhos;
b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;

Documento não controlado - AN03FREV001

154
c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;
d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e
escoriantes;
e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade
proveniente de operações com uso de água;
f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de
produtos químicos.
G.2 - Meia
a) meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.
G.3 - Perneira
a) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e
escoriantes;
b) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos;
c) perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de
produtos químicos;
d) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes cortantes e
perfurantes;
e) perneira de segurança para proteção da perna contra umidade
proveniente de operações com uso de água.
G.4 - Calça
a) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes abrasivos e
escoriantes;
b) calça de segurança para proteção das pernas contra respingos de
produtos químicos;
c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes térmicos;
d) calça de segurança para proteção das pernas contra umidade proveniente
de operações com uso de água.
H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO
H.1 - Macacão
a) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra chamas;
b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra agentes térmicos;

Documento não controlado - AN03FREV001

155
c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra respingos de produtos químicos;
d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água.
H.2 - Conjunto
a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de
produtos químicos;
c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade
proveniente de operações com uso de água;
d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas.
H.3 - Vestimenta de corpo inteiro
a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos
de produtos químicos;
b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra umidade
proveniente de operações com água;
c) vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o corpo contra
choques elétricos. (Incluída pela Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004)
I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE
NÍVEL
I.1 - Dispositivo trava queda
a) dispositivo trava queda de segurança para proteção do usuário contra
quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado
com cinturão de segurança para proteção contra quedas.
I.2 - Cinturão
a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda
em trabalhos em altura;
b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no
posicionamento em trabalhos em altura.

Documento não controlado - AN03FREV001

156
Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser
expedida pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, após observado o disposto no subitem 6.4.1.
ANEXO II
(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001).
1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras será feito
mediante a apresentação de formulário único, conforme o modelo disposto no
ANEXO III, desta NR, devidamente preenchido e acompanhado de requerimento
dirigido ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho.
1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, deverá requerer
junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a
aprovação do EPI.
1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou
importado deverá ser formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e
instruído com os seguintes documentos:
a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento
no ANEXO I desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na sua
fabricação, uso a que se destina e suas restrições;
b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório
credenciado pelo órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho
ou do documento que comprove que o produto teve sua conformidade avaliada no
âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso de não haver laboratório credenciado
capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo de Responsabilidade Técnica,
assinado pelo fabricante ou importador, e por um técnico registrado em Conselho
Regional da Categoria;
c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do
estabelecimento, e,
d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante
estrangeiro autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar o
produto no Brasil, quando se tratar de EPI importado.

FIM DO MÓDULO IV

Documento não controlado - AN03FREV001

157
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Armando. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma


nova abordagem. São Paulo: SENAC, 2002.

CARVALHO, Cleiton. Revista CIPA, Periódico. São Paulo, 2000. Disponível em:
<www.cipanet.com.br>. Acesso em 30 abr. 2010.

GONÇALVES, Edwar. Manual de segurança do trabalho. São Paulo: Letras, 2000.

MICHEL, Oswaldo. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. São Paulo:


Letras, 2000.

OLIVEIRA, João. Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida.


v.17 n.2 Abr./Jun.. São Paulo Perspec, 2003.

SALEM, Luciano; SALEM, Diná. Acidentes do trabalho. Campinas: Millennium, 2001.

FIM DO CURSO
Documento não controlado - AN03FREV001

158
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159
DOCÊNCIA EM
SAÚDE
SEGURANÇA NO TRABALHO
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P842s Segurança no trabalho / Portal Educação. - Campo Grande: Portal


Educação, 2013.

160p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-698-3

1. Segurança no trabalho - legislação. I. Portal Educação. II. Título.

CDD 363.11
SUMÁRIO

1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA ...............................................5

1.1 ACONTECIMENTOS RELEVANTES SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO NO


BRASIL ................................................................................................................................................7
2
1.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQÜÊNCIAS ....................................................9

1.2.1 O Pioneirismo Inglês..................................................................................................................10

1.2.2 Avanços da Tecnologia .............................................................................................................12

1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia .........................................................12

1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas ........................................................................................13

1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial .................................................................................14

1.2.6 O Ludismo e o Cartismo ............................................................................................................15

2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES ........................15

2.1 O Ambiente ..............................................................................................................................17

2.1.1 Pequisa na área ........................................................................................................................21

2.2 As Doenças ..............................................................................................................................22

3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE


TRAJETO ............................................................................................................................................25

3.1 Diferença entre Doenças Profissionais e Doenças do Trabalho .........................................26

3.1.1 Doenças profissionais ou tecnopatias .......................................................................................27

3.1.2 Doenças do trabalho ou mesopatias .........................................................................................27

4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES .....................................................28

4.1 AÇÕES PRÓ-ATIVAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES .......................................................28

5 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO .............................................................................................30

5.1 TREINAMENTO ........................................................................................................................30

5.2 MOTIVAÇÃO .............................................................................................................................31


5.3 CONTROLE...............................................................................................................................34

6 ENTENDENDO AS SIGLAS: SESMT – PPRA – PCMSO ........................................................37

6.1 SESMT ......................................................................................................................................37

6.1.1 Composição do SESMT ............................................................................................................38

6.1.2 Dimensionamento do SESMT ...................................................................................................38 3

6.1.3 Relações do SESMT .................................................................................................................38

6.2 PPRA .........................................................................................................................................40

6.3 PCMSO ......................................................................................................................................48

7 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA........................................................................................53

7.1 VERIFICAÇÕES INTERNAS...................................................................................................54

7.2 VERIFICAÇÕES OFICIAIS........................................................................................................58

7.3 VERIFICAÇÕES ESPECIAIS ......................................................................................................59

7.4 MODELOS DE VERIFICAÇÃO .................................................................................................59

7.4.1 Modelo Inicial.............................................................................................................................59

7.4.2 Modelo Integrado .......................................................................................................................62

8 OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO .....................................................................................62

9 MAPEAMENTO DE RISCOS ....................................................................................................64

9.1 A ELABORAÇÃO DO MAPEAMENTO DE RISCOS .................................................................66

10 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO ...................................................101

10.1 ACIDENTES DE TRABALHO ...................................................................................................101

11 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES .....................................................................107

11.1 MÉTODO DA ÁRVORE DE CAUSAS........................................................................................108

11.1.1 Fases que Antecedem a Elaboração da Árvore de Causas .....................................................109

11.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas............................................................................112

12 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS ..............................................................116


12.1 AS CAUSAS .............................................................................................................................117

12.2 VANTAGENS DO MÉTODO ......................................................................................................119

12.3 DESVANTAGENS DO MÉTODO ...............................................................................................120

12.4 ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA ................................................................................................120

13 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO....................................................122 4


REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................165
1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA

Historicamente a segurança do trabalho no Brasil tem efetivado seu desenvolvimento


atrelado em dois aspectos fundamentais:

 Por meio dos diplomas legais que servem de base para sua efetivação. 5
 Seguindo as transformações do cenário econômico vivenciado pelo país.

FIGURA 1 – SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:

< http://www.mundosindical.com.br/sindicalismo/noticias/noticia.asp?id=10513> Acesso


em: 05 jun. 2013.

Pesquisadores e estudiosos no assunto alegam que esses dois aspectos citados


proporcionaram o desenvolvimento de um ambiente reativo, ou melhor, proativo na área. Com
isso, pontua-se que se proporcionou uma grande vulnerabilidade e carência de estratégias
capazes de vislumbrarem o seu futuro (SALEM & SALEM, 2001).
Pode-se dizer que o cenário brasileiro no qual nasce à legislação atual era uma
demonstração de construção de obras espetaculares que se configuravam como dependentes
de recursos financeiros internacionais.

O Brasil encontrava-se diante de relevantes mudanças na Consolidação das Leis


Trabalhistas. E, é possível descrever o cenário brasileiro da época como sendo o seguinte:
6
Na década de 70 a população do país viveu o chamado “Milagre Brasileiro”, diante de
um regime altamente autoritário, com recursos sendo disponíveis por meio do exterior,
embasado pela grande necessidade de investimento financeiro para o país.

Ocorreu uma consistente pressão dos organismos de mercados financeiros


internacionais para que o Brasil adotasse algumas ações. Dentro dessas ações, amplo destaque
é direcionado para a aprovação da legislação específica direcionada à segurança e à medicina
do trabalho.

Inicialmente essa legislação foi elaborada configurando-se como uma cópia fiel da
legislação de segurança do trabalho dos países norte-americanos. Com isso, ocorreu uma
formação totalmente inadequada dos responsáveis, profissionalmente, ou seja:

o Engenheiros de segurança do trabalho;


o Médicos do trabalho;
o Demais profissionais da área.
A implementação dessas ações focalizava para um conjunto especial de resultados a
serem alcançados, destacando-se a liberação de financiamentos internacionais que
viabilizassem obras, por exemplo:

 Hidrelétrica de Itaipu;
 Transamazônica;
 Ponte Rio-Niterói.
Muitos especialistas denominam a origem da segurança do trabalho no Brasil como
sendo uma reação contra a realidade econômica vivenciada na época, mais especificamente,
entre os períodos de 1964 a 1985. A realidade em questão é reconhecida por não privilegiar o
social, gerando grande aumento das necessidades básicas populacionais e da pobreza
(CARVALHO, 2000).
Foi no ano de 1977, mais especificamente no dia 22 de dezembro do referido ano, que
surgiu a Lei nº 6514, que por meio da Portaria n 3214 de junho de 1978 apresentou as Normas
Regulamentadoras ao cenário legislativo brasileiro.

Atualmente essas mesmas normas continuam vigentes, porém foram implementadas


algumas alterações essenciais para a readaptação ao novo contexto econômico, cultural e social
7
do país.

FIGURA 2: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://4.bp.blogspot.com/_FWc1tpchMs8/SLc0sQjtchI/AAAAAAAADmg/9B_NcLng2f4/s400/m
osaico.jpg>. Acesso em: 05 jun.2013.

1.1 ACONTECIMENTOS RELEVANTES SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO NO


BRASIL

É unânime o entendimento de que o desenvolvimento e regulamentação da CIPA –


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes foi à primeira manifestação conjunta. Isso tanto
pelas autoridades governamentais como pelos empresários dedicados à prática da segurança do
trabalho.

Desse modo, reconhece-se a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes como


sendo a grande desencadeadora do período institucional de busca pela Prevenção de Acidentes.

Porém, nesse contexto a Consolidação das Leis Trabalhistas não contemplava, em sua 8
versão original, nenhum dispositivo direcionado ao Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho nas Organizações.

O referido serviço foi implantado por meio do Decreto-Lei n. 229 datado de 28 de


fevereiro de 1967.

O Ministério do Trabalho dispôs sobre o desenvolvimento e implementação do Serviço


Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho nas Organizações por meio
da criação da Portaria n 3237, datada de 27 de julho de 1972.

Seguindo a evolução histórica, em 31 de dezembro de 1975 a Portaria n. 3237 foi


substituída pela Portaria n. 3460, que permaneceu vigente até 08 de junho de 1978, período no
qual entrou em vigor a atual legislação sobre o assunto.

As Normas Regulamentares (NR´s) tiveram seu surgimento por meio da Lei n. 6514,
datada de 22 de Dezembro de 1977, por meio da portaria n 3214, que proporcionou a
modificação do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis Trabalhistas, ocorrida em 08 de
junho de 1978.

Dentre as Normas Regulamentadoras (NR´s) é possível destacar a NR-4 (Norma


Regulamentadora -4):

NR-4 – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho,


que teve seu conteúdo disponibilizado pela Portaria n 33 de 27 de outubro de 1983, da
Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho (SSMT) – Ministério do Trabalho.
FIGURA 3 - SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.toodariovellozo.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/27/2790/48/arquivos/Image/s
eg.jpg>. Acesso em: 05 jun. 2013.

1.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Ao iniciar o século XVIII, na Inglaterra, iniciou-se a Revolução Industrial,


desenvolvendo a mecanização das formas de produção. A evolução pontuou uma diferença
significativa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

 Idade Média: a maneira de produção mais utilizada e conhecida era o


Artesanato.
 Idade Moderna: gerou sistema mecânico da produção.
Como se deu esse desenvolvimento?

Duas fortes vertentes contribuíram para a Revolução Industrial: a burguesia e


sociedade.

Burguesia:
Na época, a classe social burguesa encontrava-se sedenta por lucros mais elevados,
custos menores, ao lado de uma grande aceleração na produção. Isso a impulsionou a buscar
novas alternativas que viabilizassem a produção de mercadorias.

Sociedade:

A sociedade contribuiu com a Revolução Industrial em virtude da explosão de 10


crescimento populacional da época, que gerou um contingente enorme de mão de obra barata e
necessitada de emprego. Ao mesmo tempo, com a ampliação do número de pessoas, ampliou-
se também a demanda por produtos e mercadorias, exigindo o aumento da produção.

FIGURA 4 - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em:


<http://www.anossaescola.com/cr/AdvHTML_Upload/mostra_imagem_anonima.jpg>. Acesso em:
05 jun. 2013.

1.2.1 O Pioneirismo Inglês


O Processo de Revolução Industrial iniciou na Inglaterra, transformando-a no país
pioneiro nos grandes aperfeiçoamentos da produção. Esse pioneirismo inglês tem suas
explicações baseadas em diversos motivos:

Em primeiro lugar, a Inglaterra possuía em seu subsolo, na época, quantidades


significativas de carvão mineral. Esse material era considerado a principal fonte de energia
11
daquele período, pois era utilizado na movimentação das máquinas e também nas locomotivas a
vapor.

Outro fator que muito contribuiu com o surgimento da Revolução Industrial


primeiramente na Inglaterra foi à existência de grandes reservas de minério de ferro no solo
inglês, que era considerado na época, a principal matéria-prima para produção.

Em relação à sociedade, ressalta-se o grande aumento populacional, que


desencadeou uma significativa quantidade de mão de obra barata que se encontrava disponível,
em busca de trabalho, no século XVIII. Se junta a necessidade de emprego, a ampliação do
mercado consumidor que desencadeou a necessidade de maior número de mercadorias
produzidas, em tempo menor (OLIVEIRA, 2003).

Esses aspectos foram fundamentais para o surgimento e desenvolvimento da


Revolução Industrial na Inglaterra.

FIGURA 5 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em: < http://www.atrativoweb.com/revolucao-industrial-transformacao-do-


mundo/> Acesso em: 05 jun. 2013.
1.2.2 Avanços da Tecnologia

Considera-se que o século XVIII tenha sido um marco no desenvolvimento global em


função do amplo salto tecnológico que desencadeou tanto nas máquinas como também nos
transportes. 12

É sabido que a grande necessidade de aumento da produção, baseada em uma


estrutura completa que disponibilizava todos os meios necessários para isso, ocorreu à grande
revolução do modo de produzir. Principalmente em relação à máquina a vapor, os grandes
teares que vieram a substituir muito consideravelmente a ação do homem, porém a mão de obra
em abundância não pôde ser aproveitada sem o conhecimento das máquinas, gerando-se uma
gama enorme de pessoas desempregadas.

Mas ao mesmo tempo, também se conseguiu baixar significativamente o preço das


mercadorias, já que a produção em massa aumentou a quantidade de produtos disponíveis no
mercado. Possibilitando que mais pessoas tivessem acesso à rotina de comercialização,
acelerando e dando continuidade ao processo de produção.

Em relação aos transportes, destaca-se o surgimento da locomotiva a vapor, que


também é conhecida nos dias de hoje, como Maria Fumaça; e os trens a vapor.

1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia

Com o surgimento da locomotiva a vapor, juntamente com os trens a vapor ampliou-se


a possibilidade de transportar um número maior, tanto de pessoas como também, de
mercadorias. E, essa dinâmica passou a ser realizada dentro de um período mais curto de
tempo, com dispêndio consideravelmente reduzido de custos.
FIGURA 6 - LOCOMOTIVA

13

FONTE: Disponível em: <http://guaranesiamemorias.files.wordpress.com/2008/06/trem1.gif>.


Acesso em: 05 jun. 2013.

1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas

É reconhecido nos dias de hoje que, no início da Revolução Industrial o ambiente de


trabalho dentro das fábricas era bastante precário. Delineia-se um cenário com pouca
iluminação, pouca ventilação, o que o deixava muito abafado e rodeado de muita sujeira.

Em virtude da abundância de mão de obra, os salários oferecidos aos trabalhadores


eram extremamente baixos. Ressaltando-se que durante essa fase, contrariando as leis atuais,
as mulheres e crianças também faziam parte do grupo de funcionários trabalhando nas
condições precárias acima descritas.

A jornada de trabalho poderia chegar a dezoito horas diárias, desenvolvidas com


frequentes castigos físicos e outras formas punitivas pelos patrões. Os direitos trabalhistas eram
inexistentes, sendo assim alguns dos benefícios gozados hoje pelos trabalhadores eram
desconhecidos dos funcionários da época, como por exemplo:

¥ Férias;
¥ 13 salário;
¥ Auxílio doença;
¥ Auxílio maternidade;
¥ Descanso semanal remunerado;
¥ Seguro-desemprego.
14

1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial

Diante da precariedade dos ambientes de trabalho e da enorme falta de condições


humanas, sociais e de saúde no mesmo, vários grupos de trabalhadores das muitas regiões da
Europa começaram a se organizar visando a luta por melhores condições de trabalho.

Os funcionários das fábricas uniram-se formando as TRADE UNIONS, reconhecidas


como uma espécie de sindicato, tendo por intuito a melhoria das condições trabalhistas de todos
os empregados. Nesse contexto, ocorreram vários eventos com violência profunda, como por
exemplo, o ludismo.

FIGURA 7 - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em: < http://revistea.com/historia/todo-sobre-la-


revolucion-industrial/ >. Acesso em: 05 jun. 2013.
1.2.6 O Ludismo e o Cartismo

Os ludistas eram também chamados de “Quebradores de Máquinas”, pois se


caracterizavam pela invasão das fábricas, destruindo os equipamentos existentes como uma
forma de protesto contra a situação dos empregados no ambiente de trabalho.

15
Já o Cartismo, se pronunciava de maneira mais tênue, tendo seu direcionamento
focado na política, por meio da qual conseguiu conquistar diversos direitos políticos para o grupo
de trabalhadores.

Dessa forma, percebe-se que a grande importância da Revolução Industrial foi tornar
os métodos de produção consideravelmente mais eficientes que os conhecidos na época. As
mercadorias tiveram seu valor reduzido em virtude de serem produzidas mais rapidamente, o
que estimulou muito o consumo (MICHEL, 2000).

O número de desempregados aumentou significativamente, em decorrência da


inserção das máquinas no ambiente de trabalho que substituía até quatro trabalhadores por cada
uma das máquinas.

Aumentou também a poluição ambiental e sonora, assim como também o êxodo rural,
que gerou o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos.

Em meio a esse contexto, até hoje a busca pelo oferecimento de um número maior de
vagas de emprego é uma das maiores preocupações dos governantes, já que o desemprego
encontra-se entre os maiores problemas dos países em desenvolvimento.

A troca dos empregados menos qualificados por robôs é constante nos dias atuais e as
empresas buscam profissionais qualificados que tenham criatividade e múltiplas capacidades. O
desemprego vem sendo uma preocupação grande também dos países desenvolvidos.

2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES


Historicamente a Segurança do Trabalho era conhecida como uma atividade vinculada
somente com a importância e obrigatoriedade dos equipamentos de proteção individual contra
acidentes, entre eles destacam-se:
 Capacetes;
 Botas;
 Cinto de segurança;
 Protetor auricular.

FIGURA 8 - SEGURANÇA NO TRABALHO 16

FONTE: Disponível em:


<http://www.ksdesktop.com.br/imagens//eqp%20de%20seg%20no%20t
rab.jpg>. Acesso em: 05 jun. 2013.

Porém, a grande evolução tecnológica trouxe o desenvolvimento de novos ambientes


de trabalho, paralelamente, gerou também maiores riscos profissionais associados.

Na verdade, a grande maioria dos riscos não é conhecida pela população, exigindo
ainda muitas pesquisas que apresentam seus resultados somente após uma longa exposição
dos funcionários aos ambientes nocivos. Os resultados são direcionados à saúde e a integridade
física, ameaçadoramente comprometida.
No contexto mercadológico atual, percebe-se o novo setor de segurança do trabalho,
que se configura de forma interdisciplinar e o objetivo principal é a prevenção dos riscos
profissionais.

Hoje é possível visualizar um grande número de pessoas que já compreendem as


doenças profissionais como consequências de acidentes de trabalho.
17
Na dinâmica relacional existente entre o ser humano e as máquinas configuram-se
também muitos benefícios em prol de toda a sociedade, porém, ao mesmo tempo, desencadeou
um enorme montante de vítimas, que se tornaram portadoras de doenças incapacitantes ou que
tiveram sua integridade física afetada (MICHEL, 2000).

A evolução trouxe uma nova geração de máquinas para serem usadas pelo homem e
nesse contexto, os computadores pessoais destacam-se pela sua presença constante nas
rotinas do sujeito, tendo em vista que jamais na história se teve uma máquina tão presente (tão
próxima) da vida profissional de tantos trabalhadores. Percebe-se que a relação homem-
máquina está ainda mais próxima.

2.1 O AMBIENTE

Antes de aprofundar o estudo do conteúdo, faz-se necessário compreender o que se


determina como saúde nos dias atuais.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS):

SAÚDE

Não significa apenas ausência de doença ou


dor, mas também, um ótimo estado de bem-
estar físico, mental e social.
A interação do homem com o meio ambiente em que vive é a base para o
desenvolvimento da saúde. Dessa forma, o ambiente do trabalho, reconhecidamente relevante
por ser o local onde o sujeito passa a maior parte de seu dia, merece a atenção de todos visando
contemplar o conceito abrangente de saúde.
A saúde no ambiente de trabalho dependerá, principalmente, da salubridade do
mesmo. 18
Como já foi pontuado anteriormente, o avanço tecnológico acelerado atingiu
praticamente todas as atividades laborais humanas. Com isso, trouxe várias vantagens
socioeconômicas, mas, em contrapartida, desenvolveram vários subprodutos inadequados para
a saúde, inclusive efeitos nocivos à qualidade de vida, à segurança individual e coletiva.
É possível descrever como exemplo desses subprodutos da tecnologia, nocivos à
qualidade de vida, o ruído amplificado e a utilização cada vez mais descontrolada de compostos
químicos (GONÇALVES, 2000).
Pesquisas e estudos estão dedicando máxima atenção aos efeitos das exposições
diretas ou indiretas, no ambiente de trabalho, a:
 Agentes físicos;
 Agentes químicos;
 Agentes biológicos;
 Agentes sociais;
 Agentes organizacionais.
Faz-se necessário destacar dentre todas as atividades nocivas, a potencial interação
entre produtos químicos e os ruídos elevados. Essa relação pode ocasionar perdas auditivas nos
trabalhadores que estão expostos durante o período de suas atividades laborais. E dentre todas
as doenças relacionadas ao trabalho, a perda auditiva encontra-se em lugar de destaque.
Durante muito tempo a perda auditiva foi justificada exclusivamente em função da
exposição ocupacional ao ruído. Porém, ressalta-se que a referida perda é muito semelhante à
perda auditiva por ototoxicidade.
Sendo assim, considera-se que ambas as perdas sejam neurossensoriais,
irreversíveis, apresentam lesões cocleares, acometem inicialmente altas frequências e
geralmente são bilaterais.
A grande semelhança entre as duas perdas pode ter sido o principal motivo para que
se tenha postergado os estudos direcionados para os efeitos nocivos da exposição laboral a
produtos químicos.

É possível destacar, entre os produtos químicos:


 Solventes = álcool, estireno, xileno, dissulfeto de carbono, hexano, 19
tricloroetileno, tolueno e misturas.
 Metais = cobalto, chumbo, manganês e arsênico.
 Asfixiantes = nitrato de butila, cianeto e monóxido de carbono.
Para o melhor entendimento dos tipos de produtos químicos exemplificados, sabe-se
que o solvente é o mais utilizado pela indústria, mais especificamente, o tolueno, que está
presente em colas, vernizes, latas, óleos e outros. Para se alcançar a real avaliação dos níveis
de tolueno no ambiente ocupacional, é preciso realizar o monitoramento biológico por meio do
ácido hipúrico, considerado bioindicador urinário para o tolueno.
É essencial a realização periódica do monitoramento ambiental e biológico como forma
de viabilizar avaliações periódicas do potencial de contaminação do ambiente de trabalho. Isso
visando que o profissional de segurança do trabalho tenha condições de desenvolver medidas
que sejam efetivas para proteger a saúde do trabalhador.
Destaca-se que para que seja possível a realização do monitoramento faz-se
extremamente necessário haver o prévio conhecimento das diversas condições relacionadas
tanto aos trabalhadores como ao ambiente. Por exemplo:
o Movimentação dos funcionários;
o Condições de ventilação;
o Atividades ou funções desempenhadas;
o Avaliação dos equipamentos em relação ao impacto com o meio.
FIGURA 9 - SEGURANÇA NO TRABALHO

20

FONTE: Disponível em: <http://50minutos.files.wordpress.com/2008/12/epi.jpg>. Acesso em: 05


jun. 2013.

IMPORTANTE!!

O uso de protetores auriculares deve ser temporário,


nunca definitivo. E sua utilização deve ser efetivada
quando todas as demais formas de controle estiverem
esgotadas. A orientação sempre deve se dar no sentido
de aderir para uma solução de proteção coletiva, pois
seus resultados direcionam-se para a qualidade de vida
do grupo todo de trabalhadores.
2.1.1 Pesquisa na Área

Realizou-se um estudo sobre dano auditivo em trabalhadores expostos a


ruído e solvente em uma fábrica de calçados. Esse trabalho foi realizado pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul conjuntamente com outras
21
Instituições. Foram efetuadas análise dos níveis de ruído e solventes aos quais os
trabalhadores estavam expostos durante a jornada de trabalho de 8 horas
diárias/cinco dias semana, e seus efeitos sobre a audição dos trabalhadores.
Nesse trabalho observou-se que, mesmo os operários não estando expostos a
níveis de ruído superiores ao limitado pela Norma Regulamentadora do país, 85
dBA/8h (NR-15 MT/BR) e que a exposição ao tolueno seja menor do que a
estabelecida por esta norma (78 ppm), um elevado número de trabalhadores
apresentaram acentuada perda auditiva no grupo de trabalhadores expostos ao
solvente e ruído, o que sugere que a exposição a esses agentes, mesmo dentro
dos limites estabelecidos, pode aumentar a ocorrência de perdas auditivas. Esse
dado é preocupante tendo em vista que os trabalhadores permanecem em jornada
de 8 horas de trabalho expostos a esses agentes, muitas vezes, sem a proteção
adequada.

Considera-se extremamente importante o investimento em pesquisas e estudos que


visem analisar a interação de agentes tóxicos, ruídos ou outros agentes causadores de doenças
porque eles podem servir de ferramenta para amplos debates e discussões das normas
vigentes. Isso porque os limites estabelecidos pelos órgãos nacionais e internacionais ao
considerarem as condições seguras para a realização do trabalho desconsideram os efeitos
interativos da exposição a mais de um agente tóxico (GONÇALVES, 2000).
2.2 AS DOENÇAS

FIGURA 10 – FALTA DE PROTEÇÃO

22

FONTE: Disponível em:


<http://galeria.colorir.com/images/painted/088d6572486342d161b33f8a8ea28c7b.png>. Acesso
em 05 jun. 2013.

Somente na atualidade houve o despertar do interesse em estudos mais aprofundados


sobre a influência do sistema de trabalho no desenvolvimento de doenças. Essa realidade se faz
presente mesmo com a constatação de que são antigos os efeitos nocivos da exposição humana
a substâncias químicas presentes no local de trabalho.

É de suma importância a criação de protocolos que possam identificar condições de


trabalho que tendem a desenvolver doenças, pois ainda existem muitos médicos que não
reconhecem certas patologias como estando ligadas à ocupação laboral.

Destaca-se que se torna impossível determinar um fator único que seja gerador das
doenças do trabalho, sendo assim, ainda que se esteja diante de um evento agudo, é difícil
estabelecer associações diretas com as doenças vinculadas às atividades laborais.
O ser humano passa a maior parte do tempo exercendo atividades laborais. E, os
efeitos do trabalho atingem o organismo de forma cumulativa, podendo, assim, desencadear
doenças crônicas, dificultando muito o estabelecimento de qualquer relação entre a patologia e o
trabalho.

É possível descrever alguns aspectos de saúde que podem ser afetados pelo trabalho.
23
Por exemplo, o sistema endócrino, que é um elo entre a carga genética do sujeito e o ambiente,
pode ser gravemente afetado pelas condições laborais às quais ele estará exposto.

As taxas elevadas de colesterol já são reconhecidas como consequência da


capacidade decisória, exaustão física e do ruído excessivo. Também a obesidade vincula-se a
esse grupo de doenças, pois se associa ao alto índice de estresse, sendo mais comum nas
profissões de baixo status social. Em relação à obesidade, entende-se que pode ser resultado
também da busca por refeições saborosas que gerem compensação pelos conflitos vivenciados
no ambiente de trabalho.

Há uma forte vinculação dos distúrbios do sono e distúrbios alimentares com a jornada
noturna de trabalho. E, o ambiente que preconiza o contato do trabalhador (de alguma forma)
com a irradiação pode desencadear tumores que ficam em período de latência por vários anos
no organismo, dificultando ainda mais a associação com o trabalho.

A redução da densidade óssea, problema muito comum capaz de desencadear dores


crônicas, associa-se com profissões que determinam a posição sentada por muito tempo. E, a
redução significativa da produção de espermatozoides, comprovadamente pode estar vinculada
ao ambiente que oferece calor excessivo, exposição a agrotóxicos, metais ou outros agentes
químicos.

Diante da vasta associação entre o ambiente de trabalho e doenças desencadeadas


pelo mesmo, torna-se fundamental a revisão das relações profissionais. Isso quer dizer retomar
a conduta exigida pelo empregador e a vulnerabilidade do empregado. Nesse sentido, preconiza-
se que não são os trabalhadores que devem ser forçadamente adaptados às rotinas de trabalho,
ou às necessidades da empresa e sim o contrário. Considera-se que a organização é quem deve
oferecer um sistema de trabalho que seja compatível com as possibilidades do indivíduo.
FIGURA 11 - SEGURANÇA NO TRABALHO

24

FONTE: Disponível em:


<http://4.bp.blogspot.com/_T6h8bTzR518/SNG0ueFDFgI/AAAAAAAAAEs/itN-
X9xLxfA/s320/trabnoturno.JPG>. Acesso em 05 jun. 2013.

Em se tratando particularmente do trabalho noturno, por exemplo, não se pode tolerar


que o ritmo exigido pelo funcionário seja o mesmo apresentado pelo trabalhador que efetua suas
atividades diurnamente. Isso porque o ser humano é naturalmente uma espécie diurna e
somente o fato de estar desenvolvendo alguma atividade noturna já representa certa quantidade
de sobrecarga.

Desse modo, percebe-se a grande importância do acompanhamento médico a ser


realizado de forma sistemática para qualquer trabalhador, sem riscos de exclusão.

ATENÇÃO!!!
É necessário estar atento durante as avaliações de saúde do trabalhador, pois se ao
avaliar um grupo de funcionários não for detectada nenhuma alteração da saúde, encontrando-
se somente pessoas bem condicionadas no ambiente laboral, torna-se imprescindível uma
observação mais cautelosa para verificar se isso não está ocorrendo porque os trabalhadores
que apresentavam alterações de saúde, doenças laborais, foram dispensados.
25

3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE TRAJETO

A empresa empregadora não pode ser responsabilizada civilmente, porém, a lei é


garantidora do emprego ao colaborador que se acidentar no percurso do trabalho, por se
equiparar esse acontecimento ao acidente de trabalho (GONÇALVES, 2000).

A compreensão unânime é da 5ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região (Campinas/SP).

CASE

Uma trabalhadora da Indústria de Subprodutos de Origem Animal Lopesco foi demitida


após sofrer acidente durante o caminho do trabalho até sua casa.

Ela entrou com reclamação trabalhista alegando que teve ferimentos no tornozelo e no
pé que a incapacitaram para o trabalho de julho a outubro de 2003, mas a empresa não forneceu
documentação para que fosse requerido o auxílio-doença junto ao INSS. Para a trabalhadora,
mesmo que ela tenha sido a causadora do acidente, isso não excluiu sua garantia de emprego.
A Vara de Trabalho de Tatuí não aceitou recurso da trabalhadora, que recorreu ao TRT.

Segundo o relator, juiz Lorival Ferreira dos Santos, ficou comprovado que o acidente
ocorreu durante o trajeto percorrido pela funcionária entre seu trabalho até a residência. Para o
juiz, a Lei 8.213/91 prevê que se equipara ao acidente do trabalho o acidente sofrido pelo
segurado no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. "Portanto, segundo a
legislação previdenciária, o acidente de percurso é equiparável ao acidente do trabalho",
fundamentou Ferreira dos Santos.
Segundo o relator, a emissão da documentação para que o trabalhador solicite o
auxílio-doença por acidente no INSS em casos de acidente do trabalho é muitas vezes evitado
pelo empregador para impedir a garantia legal de emprego.

"Demonstrada à negligência do empregador pela falta de percepção de auxílio


previdenciário na modalidade acidentária, é certo o direito da trabalhadora à garantia do
26
emprego prevista no artigo 118 da Lei 8.213/91", disse Ferreira dos Santos. Mesmo que a
funcionária tenha dado causa ao acidente, esse fato exclui qualquer responsabilidade civil do
empregador, mas não a garantia de emprego prevista na lei.

"Ante a impossibilidade de reintegração no emprego pelo vencimento do prazo


estabilitário, condeno a empresa ao pagamento de indenização correspondente aos salários e
vantagens relativos ao período de 12 meses a contar da cessação do auxílio previdenciário,
acrescidos do FGTS, férias e 13 salário desse período", conclui o julgador, que estipulou o valor
da condenação em R$ 12 mil.

FONTE: Disponível. em: <www.conjur.com.br/.../acidente_trajeto_trabalho_acidente_trabalho>.


Acesso em 30 abr. 2010.

3.1 DIFERENÇA ENTRE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DOENÇAS DO TRABALHO

Compreende-se a doença ocupacional como a denominação de diversas doenças que


são causadoras de alterações na saúde da pessoa trabalhadora provocadas por determinantes
relacionados com o ambiente de trabalho.
As doenças ocupacionais podem ser divididas em:

 Doenças profissionas ou tecnopatias.

 Doenças do trabalho ou mesopatias.


3.1.1 Doenças Profissionais ou Tecnopatias

É o grupo de doenças que se caracteriza por serem sempre causadas pela atividade
ocupacional.

3.1.2 Doenças do Trabalho ou Mesopatias 27

São doenças que podem ou não serem desencadeadas em função da atividade


laboral.
Considera-se que as doenças mais comuns são as do sistema respiratório e cutâneo.
Como cuidados principais, preconiza-se a prevenção, já que se compreende que as
doenças ocupacionais são, na grande maioria dos casos, de difícil tratamento.

EXEMPLOS:
 Silicose;
 Câncer de pele (ocupacional);
 Dermatite de contato;
 Asbestose.

Ressalta-se que, de regra, a doença ocupacional é adquirida no momento em que um


colaborador é exposto aos agentes químicos, físicos, radiotivos ou biológicos, a índices acima do
limite permitido por lei, sem proteção compatível com o risco envolvido.
Quando se enfatiza a prevenção, destaca-se que ela deve ser efetuada na forma de:

 Equipamento de proteção coletiva (EPC).


 Equipamento de proteção individual (EPI).

Medidas administrativas também podem ser capazes de reduzir alguns riscos.


IMPORTANTE!!!

No Brasil:

A doença ocupacional é equiparada ao acidente de trabalho, gerando


os mesmos direitos e benefícios.
28

4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

4.1 AÇÕES PROATIVAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A CIPA deve realizar ações em termos de prevenção de acidentes. Essas ações são
descritas como:
 Identificar os riscos do processo de trabalho e construir o mapa de riscos, com a
participação de grande parte dos trabalhadores.
 Elaborar plano de trabalho que viabilize o estabelecimento das medidas e ações
preventivas necessárias.
 Realizar, periodicamente, as verificações nos ambientes de trabalho, bem como
das suas condições de uso.
 Participar de forma colaborativa do desenvolvimento e implementação do:
1. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
2. Programa de Prevenção de Riscos de Acidentes (PPRA).
 Propor treinamento adequado a cada trabalhador, visando seu conhecimento
sobre os riscos e perigos existentes em suas atividades ocupacionais.
 Sugerir reciclagem periódica desse conhecimento.
 Participar ativamente de campanhas direcionadas à saúde, mesmo que focadas
em outros aspectos, tais como HIV, vacinação, outros.
 Comunicar a todos os trabalhadores sobre os riscos ambientes a que estão
espostos, frisando que eles podem afetar a segurança e a saúde.

A figura a seguir demonstra o esquema das ações proativas:


29

Modificações no Equilíbrio físico,


meio ambiente mental e social
TRABALHO

MECÂNICAS

FÍSICAS

QUÍMICAS

BIOLÓGICAS

PSICOLÓGICAS

SOCIAIS

PREVENÇÃO
EFEITOS

MINIMIZAR

FAVORECER

NEGATIVOS

POSITIVOS
5 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO

Entende-se que os acidentes de trabalho, ou mesmo as situações consideradas de


risco são os pontos vulneráveis de uma organização. E esses pontos vulneráveis tendem a
desenvolver perdas e danos bastante amplos (OLIVEIRA, 2003). 30
Na tentativa de equacionar os problemas e minimizar suas consequências, a empresa
terá que manter um programa de prevenção, tendo por base três aspectos fundamentais:
 Treinamento;
 Motivação;
 Controle.

5.1 TREINAMENTO

O treinamento deve ser desenvolvido focalizando-se em questões importantes para o


funcionário, sua atividade e segurança, como por exemplo:
 Conhecimento por meio de práticas seguras = no momento do aprendizado de
uma determinada tarefa é imprescindível o reconhecimento dos riscos e perigos existentes.
 Habilidade para evitar acidentes.
Alguns passos são essenciais para o sucesso do treinamento:
 Estabelecimento de normas de procedimentos por escrito.
 Permissão ao trabalhador para acesso a todas as informações.
 Manter reciclagens periódicas.

NOTA:

A CIPA deve prestigiar de forma integral tudo o que estiver previsto no


Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
FIGURA 12 – COMBATENDO ACIDENTES

31

FONTE: Disponível em: http://limaandreia.wordpress.com/category/seguranca-do-trabalho/


Acesso em: 05 jun. 2013.

5.2 MOTIVAÇÃO

Apreende-se que para o trabalho ser realizado com eficácia e eficiência é necessário
que seja conjugado: a motivação e a habilidade.
Isso porque, enquanto a habilidade depende profundamente da capacitação do
profissional, a motivação é considerada a base de sua decisão de realizar um trabalho.
Ou seja, quando um sujeito encontra-se motivado, quer e pode realizar uma tarefa, seu
desempenho é eficiente e sua atenção/concentração é totalmente focada em seu objetivo. Já no
caso contrário, quando não há motivação ela é precária, o desempenho passa a ser suscetível a
erros, potencializando a ocorrência de acidentes (OLIVEIRA, 2003).
A partir desse entendimento, é possível compreender a importância de o trabalhador
ser elogiado pela sua motivação e desempenho, sendo fundamental o recebimento de
recompensas que o auxiliem a manter sua autoestima elevada.
Considera-se que, uma estrutura empresarial que valorize advertências, ameaças,
repreensões e suspensões são tidas como um terreno fértil para a ocorrência de acidentes.
Há algumas ferramentas da motivação que produzem efeitos duradouros e 32
abrangentes no ambiente organizacional, como por exemplo:
 Bolsas de estudo;
 Promoções;
 Prêmios;
 Estímulo às ideias;
 Concursos para trabalhadores e seus familiares;
 Eventos relacionados à segurança e saúde;
 Visita dos familiares dos empregados à empresa.

FIGURA 13 - SEGURANÇA

FONTE: Disponível em:< http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAxsQAA/comissao-


interna-prevencao-acidentes> Acesso em: 05 jun. 2013.

Porém, é possível detectar algumas variáveis que independem do processo


motivacional, como as apresentadas no quadro abaixo:
VARIÁVEIS DE REFERÊNCIA DO MEIO VARIÁVEIS DE REFERÊNCIA PESSOAL
AMBIENTE
Condições de Trabalho Do Indivíduo
Salário. Idade.
Limpeza dos setores de trabalho. Sexo.
Relações humanas. Nível profissonal. 33
Interesse pelo trabalho. Atitudes.
Ritmo do trabalho. Formação.
Iniciativa e promoção. Tolerância ao estresse.
Características da Empresa Do Meio
Dimensão. Mercado de trabalho.
Prestígio. Normas e valores.
Nível tecnológico. Concepções de trabalho.
Estilo empresarial. Importância atribuida ao salário e ao lazer.
Nível sociocultural.
FONTE: (CAMPOS, 2002)

Após a realização da indicação de variáveis, é necessária a elaboração de um balanço


entre o esperado e o que foi conquistado, entre o ser e o possuir (SALEM & SALEM, 2001).
Como resultado, será possível obter a satisfação ou a insatisfação.
Em caso do resultado apontar para a insatisfação, poderá ocorrer as seguintes
alterações:
Na saúde:
 Irritabilidade;
 Estresse;
 Alterações psicossomáticas.

Na conduta:

 Falta ao trabalho;
 Atrasos;
 Problemas de relacionamento;
 Baixa produtividade.

De acordo com Campos (2002), existem diversas técnicas direcionadas ao aumento da


34
motivação de funcionários. Destaca-se a técnica do “HELP”, explicada no quadro a seguir:

TÓPICOS COMENTÁRIO

H Descontrair o funcionário sem exageros, com


jogos de palavras, piadas ou comentários
(Humor – Humor)
cômicos, tendo por finalidade “quebrar o gelo”.

E Reforçar a autoestima do funcionário, ressaltar


sua importância na equipe, manter o otimismo
(Esteem – Estimar)
e mostrar que ele faz a diferença.

L Saber ouvir. Quando necessário, deixar que o


funcionário desabafe. Falar, e ser ouvido,
(listen – Escutar)
pode ajudá-lo a vencer os obstáculos.

P Elogiar, ressaltando que está no caminho


certo, destacar práticas seguras, dizer que ele
(Praise – Elogiar)
faz parte de um grande time.

5.3 CONTROLE

Considera-se o controle o grande gerenciador de todo o programa, o tratamento de


risco (CAMPOS, 2002).
CONTROLE

Verificação sistemática, objetiva e periódica dos ambientes de trabalho, o que


permite fortalecer as diretrizes da atuação em prol da segurança e da saúde
ocupacional. 35

Algumas estratégias são usadas para se desenvolver o controle, dentre elas destacam-
se:

 Avaliações de expectativas e envolvimento de funcionários.


 Implementação de normas e procedimentos, como por exemplo:
 Programa de Prevenção de riscos Ambientais – PPRA.
 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
 Programa de Conservação Auditiva – PCA.
 Programa de Proteção Respiratória – PPR.
 Programa de Segurança Química – PSQ.
 Programa de Dermatozes Ocupacionais – PDO.
 Programa de Ação Ergonômica – PAE.

 Planejamento para otimização de condições seguras.


 Reforço por meio de práticas seguras.
 Atribuições de resonsabilidades específicas.
 Sistemas de observação de comportamento.
 Acompanhamento de desempenho.

Sabe-se que é a partir do momento em que práticas seguras forem responsabilidade


de todos, que a organização alcançará um grande alicerce e os controles serão apenas uma
rotina a ser cumprida.
FIGURA 14 - CAPACETE

36

FONTE: Disponível em: < http://superpet2010.blogspot.com.br/2010/06/enquete-


rapida-com-relacao-saude-do.html> Acesso em: 05 jun. 2013.

A figura a seguir representa a estrutura do acidente de trabalho, que retoma os valores


como base da pirâmide:
ACIDEN-

TES 37

INCIDENTES

COMPORTAMENTO

CONTROLE

VALORES

FONTE: (CAMPOS, 2002)

6 ENTENDENDO AS SIGLAS: SESMT – PPRA – PCMSO

6.1 SESMT

É o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.

O serviço deve ser acessado pelo membro da CIPA que, no decorrer do desempenho
de suas funções na organização, não souber como enfrentar determinadas situações. Sua
composição varia conforme a empresa (MICHEL, 2000).
6.1.1 Composição do SESMT

O Serviço terá o seu quadro de funcionários completo, quando fizer parte dele os
seguintes profissionais:

38
o Engenheiro de segurança do trabalho (EST);
o Técnico de segurança do trabalho (TST);
o Médico do trabalho (MT);
o Enfermeira do trabalho (ET);
o Técnico de enfermagem do trabalho (TED).

6.1.2 Dimensionamento do SESMT

Conforme a NR-4, o dimensionamento do SESMT depende basicamente de dois


aspectos:

o Número de empregados da empresa;


o Nível de risco da atividade desenvolvida pela organização.
No intuito de conseguir determinar o grau de risco de uma atividade, faz-se necessário:

1- Seja procurado no cartão de CGC (MF) o código do ramo de atividade.


2- Consulta-se a NR-4 para verificar o que é estabelecido por ela para esse código
em questão.
3- Por meio do encontro das duas variáveis, torna-se possível dimensionar o
serviço.

6.1.3 Relações do SESMT

Tratando-se de inter-relações, percebe-se uma grande interface entre o que cabe ao


SESMT realizar e o que é direcionado como tarefa para a CIPA.
Desse modo, a sintonia entre o SESMT e a CIPA deve ser ampla. Isso porque ela irá
evitar o desenvolvimento de trabalhos paralelos, assim como viabilizará que os dois organismos
realizem uma divisão de trabalho, no intuito de não haver sobrecarga para nenhum de seus
compontentes (OLIVEIRA, 2003).

Ressalta-se que:
39

 A letra “b” do item 6.4 da NR- 6 - Equipamento de Proteção Individual, Portaria n


3.214/78, prevê que:

Não havendo SESMT, caberá à CIPA a


“recomendação do equipamento de proteção
individual adequado ao risco”.

 A letra “e” do item 4.12 da NR- 4 da Portaria n. 11/90, dispõe que:

O SESMT deve manter permanente


relacionamento com a CIPA, valendo-se ao
máximo de suas observações, além de apoiá-
la e atendê-la, conforme dispõe a NR- 5.
Algumas relações do SESMT 9NR- 4 possuem interface com a CIPA, são elas:

Desenvolver no ambiente de trabalho a todos os seus componentes, os conhecimentos


de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, visando reduzir, até a eliminação total, os
riscos existentes à saúde do trabalhador (CARVALHO, 2000).

A partir do esgotamento de todos os meios conhecidos para a eliminaçao do risco e 40


esse persistir, deve-se determinar a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI´s)
pelo trabalhador, ainda que esteja reduzido o risco, conforme determinação da NR- 6, desde que
a concentração, a intensidade ou a característica do agente assim o exijam.

Elaboração e implementação pelo SESMT dos Programas de Controle Médico de


Saúde Ocupacional – PCMSO e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
Particularmente, a CIPA, tem sua colaboração direcionada somente para o desenvolvimento e
para a implementação.

O SESMT assessora a CIPA diretamente no âmbito da elaboração de mapa de riscos


(GONÇALVES, 2000).

CIPA e SESMT participam conjuntamente da análise das causas das doenças e


acidentes ocupacionais.

Informar e conscientizar os funcionários sobre acidentes e doenças do trabalho,


estimulando-os a prevenção.

Promover constantemente atividades de conscientização, educação e orientação dos


colaboradores visando à prevenção de acidentes e/ou doenças ocupacionais. Para isso, fazer
uso de campanhas pontuais ou programas de duração permanente.

6.2 PPRA

A sigla significa: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

O referido programa foi definido pela Portaria n 25, de n 29 de dezembro de 1994, que
alterou a NR- 9 prevendo
“A obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos
empregadores, assim como das instituições que admitam
trabalhadores como empregados, de um programa que preserve a 41
saúde e a integridade desses trabalhadores, mediante a
antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente
de trabalho.”

O PPR é responsável pelo monitoramento de:

Agentes Físicos:

¥ Ruído.
¥ Vibrações.
¥ Umidade.
¥ Calor.
¥ Frio.
¥ Radiações.
¥ Pressões anormais.

Agentes Químicos:

¥ Gases.
¥ Vapores.
¥ Fumos.
¥ Poeira.
¥ Névoas.
¥ Neblinas.

Agentes Biológicos
42
¥ Vírus.
¥ Bacilos.
¥ Bactérias.
¥ Protozoários.
¥ Parasitas.
¥ Fungos.

Anualmente é necessário realizar a análise global do programa tendo por finalidade o


estabelecimento dos reajustes necessários e a definição de novas metas, assim como de novas
prioridades (OLIVEIRA, 2003).

A apresentação dos resultados encontrados com o PPR deve ser efetuada nas
reuniões da CIPA e, anexadas ao Livro de Atas dessa mesma Comissão.

ATENÇÃO!!!

A elaboração, a implementação, o acompanhamento


e a avaliação do PPRA poderão ser efetuados por
meio do SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas
que, a critério do empregador, tenham capacidade de
desenvolver o disposto nesta Norma
Regulamentadora.
Levando-se em consideração o item 9.3.1.1 da NR- 9 – PPRA, a Portaria n 8 de 23 de
fevereiro de 1999, a qual é responsável pela alteração da CIPA, prevê como atribuição dessa:

“Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e do PPRA e


de outros programas relacionados à segurança do trabalho”. 43

Ressalta-se que o PPRA engloba quatro pontos distintos que são à base de suas
ações. Sendo eles;
1. Antecipação dos riscos;
2. Reconhecimento dos riscos;
3. Avaliação dos riscos;
4. Controle dos riscos.

Antecipação dos Riscos

A antecipação dos riscos é compreendida como um conjunto de medidas de caráter


preventivo, também denominadas de “Bloqueios”, que possuem a tarefa de evitar que o risco se
instale efetivamente, mediante o uso de um mecanismo de controle (CAMPOS, 2002).

EXEMPLO:

Impor a limitação do nível de pressão sonora de um equipamento já no momento da


compra.

Nos casos em que não houver condições de evitar os riscos, a organização deverá
disponibilizar protetores auriculares às pessoas que irão trabalhar com os referidos
equipamentos.

Destaca-se que, qualquer ampliação, reforma ou mudança de processo deverá ser


precedido de uma Análise Preliminar de Risco – APR. Essa análise considera a opinião dos
membros do SESMT e procura evitar que se criem desnecessariamente novos riscos.
Reconhecimento dos Riscos

O Reconhecimento dos Riscos engloba alguns pontos fundamentais, entre eles:

 Identificação dos riscos;


44
 Localização das fontes de risco, de trajetórias e dos meios de propagação;
 Levantamento da quantidade e das funções dos trabalhadores que se
encontram expostos;
 Caracterização das atividades e do tipo de exposição;
 Doenças ocupacionais já diagnosticadas;
 Literatura científica e técnica sobre os agentes;
 Medidas de controle já instauradas.

DICA!!

Exemplo de roteiro para uma Análise Preliminar de Risco:

EMPRESA APR n

Fase: ( ) Projeto ( ) Operação Elaborada por:

Setor: N de Pessoas:

( ) por turno

( ) horário administrativo

Função Agente Fonte Efeito Medidas de Obs.


controle
DESCRIÇÃO SUCINTA DAS FUNÇÕES

Função 1

Função 2
45
Função 3

Função 4

LEGENDA

AGENTE: Físico, químico ou biológico.

FONTE: Especifica de onde se origina o agente.

EFEITO: Depende das informações da literatura técnica ou científica. Inclui danos à


saúde, toxologia do produto, efeitos agudos ou crônicos, etc.

MEDIDAS DE CONTROLE: Especifica os controles já existentes.

OBS.: Qualquer detalhe que considere relevante ser informado.

FONTE: (CAMPOS, 2002)

Avaliação dos Riscos

A avaliação dos riscos deve ser efetuada na forma quantitativa ou qualitattiva. Caso a
opção seja pela forma quantitativa, faz-se necessário a comprovação do controle da exposição
ou a inexistência do risco, assim como o dimensionamento da exposição dos trabalhadores e a
ação de subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

Controle dos Riscos


Logo ao término da identificação do risco, inicia-se a implantação das medidas de
controle. Consideram-se como prioridade os controles:

 Na fonte;
 Na trajetória.
O passo seguinte é descrito como a estratégia para implementação dos equipamentos
46
de proteção individuais para os trabalhadores. Porém, é preciso frisar que:

Os EPI´s devem ser usados somente em:

 Serviços de curta duração.


 Em situações de emergência.
 Quando não for possível instalar um equipamento de
proteção coletiva.
 Enquanto estiver sendo fabricado o equipamento de
proteção coletiva.

É preciso que o controle médico do PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional deve direcionar o nexo causal.

NEXO CAUSAL

Atividade realizada X Agente agressivo


O controle também é efetuado por meio do treinamento dos colaboradores, a fim de
que conheçam os riscos e as diversas maneiras de evitar exposições desnecessárias (CAMPOS,
2002).

Inicia-se o controle sempre que os limites de tolerância da Norma Regulamentadora n


15 e da American Conference Governmental Industrial Higienistys – ACGIH forem ultrapassados.
47
Assim como também, quando os limites estabelecidos em negociação coletiva forem
ultrapassados.

Estrutura e Desenvolvimento do PPRA

Devem ser envolvidos pelo PPRA:

 Planejamento (com metas, prioridades e cronograma).


 Avaliação ambiental geral.
 Avaliações ambientais parciais.
 Treinamentos.
 Auditorias.
 Análise crítica do programa.
 Forma do registro.
 Divulgação dos dados.

EXEMPLO DE CRONOGRAMA

CRONOGRAMA MESES

ANO XX

FASES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Formação de equipe do
PPRA

Inquérito preliminar

Análise preliminar de
risco
48
Elaboração do plano de
ação

Elaboração do
documento-base

Aprovação do
documento-base

Implementação do PPRA

Implementação de
medidas de controle

Programa de treinamento

Avaliação ambiental

Auditoria

Análise crítica periódica

6.3 PCMSO

A sigla faz referência ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, criado


pela Portaria n 24 de 29 de dezembro de 1994, que alterou a NR- 9, prevendo:
A obrigatoriedade da elaboração e
implementação do PCMSO, por parte dos
49
empregadores e organizações que admitam
trabalhadores como empregados, com o objetivo de
promover e preservar a saúde do conjunto de seus
colaboradores.

Anualmente é preciso emitir o relatório que apresente todas as ações de saúde


executadas no referido período de tempo (OLIVEIRA, 2003). No mesmo, deverá estar
discriminado:

o Os setores da organização;
o A quantidade de exames médicos;
o A natureza dos exames médicos.
Deve-se incluir também:

 Avaliações clínicas e exames complementares;


 Estatísticas de resultados anormais;
 Planejamento para o ano seguinte.
O relatório será apresentado e discutido em reunião da CIPA, e uma cópia do mesmo
deverá ser anexada em Livro de Atas da Comissão.

Modelo de relatório – quadro III da NR-7

RESPONSÁVEL: ASSINATURA:
DATA:

Setor Natureza do N. de exames N. de N. de resultados N. de exames


exame realizados resulados anormais/N de para o ano
anualmente anormais exames seguinte
realizados
50
anualmente

IMPORTANTE:

O item 7.2.3 da NR- 7 especifica que o PCMSO deverá ter em relação aos agravos à
saúde relacionados ao trabalho, caráter de:

 Prevenção;
 Rastreamento;
 Diagnóstico precoce.
Inclusive para os agravos de natureza subclínica e da constatação da existência de
casos de doenças ocupacionais ou danos irreversíveis à saúde dos colaboradores (SALEM &
SALEM, 2001).

Ressalta-se que o PCMSO deverá desenvolver duas ações consideradas


fundamentais:
PCMSO

51

PROMOÇÃO DA PREVENÇÃO DE
SAÚDE DOENÇAS

Promoção da Saúde:

Visando a promoção da saúde utilizam-se mais frequentemente as seguintes técnicas:

 Exibição de filmes de cunho educativo;


 Reuniões de grupo do tipo “pergunte ao seu médico”;
 Distribuição de folders sobre temas previamente escolhidos;
 Palestras sobre temas polêmicos.

Prevenção de Doenças:

Conforme orientação do PCMSO voltada para a prevenção de doenças, é obrigatória a


realização de exames médicos específicos, sendo eles:

 Admissional:
Para funcionários novos.

 Periódico:
Para manutenção da exposição.

52
 Retorno ao trabalho:
No retorno do funcionário após um período de afastamento.

 Mudança de função:
Sempre que os riscos forem diferentes daqueles inerentes à função anterior.

 Demissional:
No momento de saída do funcionário da empresa.

Além dos referidos exames, algumas empresas também realizam campanhas de


vacinação.

Todas as ações e exames são definidos pelo coordenador do PCMSO.

EM DESTAQUE:

ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL

----------FIM
Deverá DOpelo
ser emitido MÓDULO
médicoII----------
a cada novo
exame médico realizado.

(Conforme o item 7.4.4 da NR- 7)


7 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA

A manutenção das verificações regulares nos ambientes de trabalho é considerada a


mais importante ferramenta de atuação da CIPA.

Como principais objetivos dessas verificações destacam-se a vigilância e o controle 53


das condições de segurança do ambiente de trabalho, tendo por intuito a identificação das
situações de risco que sejam consideradas ameaçadoras à segurança dos trabalhadores e
possam desencadear acidentes (CAMPOS, 2002).

É possível a realização das verificações por meio de um número par de “CIPEIROS”,


visando evitar a tomada de decisões tendenciosas e, ao mesmo tempo, dificultar um consenso,
nos momentos em que é preciso determinar as providências que serão tomadas em relação ao
assunto em questão.

Considera-se que o foco dessa atuação pode estar:

 Nos postos de trabalho;


 Nas condições ambientais;
 Nas proteções contra incêndios;
 Nos métodos de trabalho desenvolvidos;
 Nas ações dos trabalhadores.

Classificam-se as verificações em:

 Internas;
 Oficiais;
 Especiais.
FIGURA 15 – FALTA DE SEGURANÇA NO TRABALHO

54

FONTE: Disponível em: < http://www.redefonte.com/2011/10/01/operarios-sao-


maiores-vitimas-de-acidentes-de-trabalho/>. Acesso em 05 jun. 2013.

7.1 VERIFICAÇÕES INTERNAS

As verificações internas são subdividas em:

 Gerais;
 Parciais;
 Periódicas;
 Por denúncia;
 Cíclica;
 De Rotina.
Verificações Gerais

Sua realização deve ser efetuada em todos os setores da organização anualmente, no


mínimo. Os profissionais do SESMT devem apoiar a CIPA para a realização dessa verificação
(OLIVEIRA, 2003).

Há algumas empresas que já instituiram essa verificação sob a denominação de 55


“Auditoria”, em virtude de se tratar de uma verificação que envolve os funcionários da área a qual
a CIPA está atuando, e caracteriza-se por ser:

o Sistemática;
o Documentada;
o Objetiva.

FIGURA 16 - ACIDENTE

FONTE: Disponível em:


<http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/0D0D60527A29D05141FC0D13
38FFC0EBD402_acidentes.jpg>. Acesso em: 05 jun. 2013.
Verificações Parciais:

Realizam-se verificações parciais em setores que são previamente escolhidos. De


modo geral, essa escolha é aleatória. Nos casos em que são utilizados critérios, esses são
relacionados com o nível de risco e as características do trabalho desenvolvido nas áreas
verificadas.
56
Considera-se que as verificações parciais sejam as mais comuns, por contemplar a
legislação e admitirem sua realização pelo cipeiro no seu próprio local de trabalho.

Destaca-se que é sugerido que se obtenha dois pareceres, no mínimo, com essa
verificação.

Verificações Periódicas:

Os profissionais optam pelas verificações periódicas quando objetivam manter certa


regularidade para firmar a atuação da CIPA, visando rastrear possíveis incidentes ou quando se
almeja a realização de um estudo complementar mais abrangente.

Destaca-se que essas verificações são interligadas ao acompanhamento das medidas


de controle sugeridas para combater os riscos existentes no local (CARVALHO, 2000).

As verificações periódicas são muito direcionadas aos setores de produção e


manutenção, porém, alguns escritórios podem apresentar a necessidade muito maior de
aderirem a elas em virtude de demonstrarem ter mais condições de tolerar os riscos.

Verificações por Denúncia:

Ocorrem a partir de uma denúncia.


É importante frisar que qualquer colaborador tem o direito de denunciar irregularidades
que estejam ocorrendo em sua organização. Para isso, basta solicitar a um cipeiro a verificação
do local.

A CIPA deverá realizar um levantamento minucioso de informações que permitam


descobrir o que está acontecendo, buscando dados adicionais com fornecedores, com o SESMT
57
e com o chefe da área (SALEM & SALEM, 2001).

A partir do momento que se detecta o problema, caberá a CIPA propor uma medida de
controle e acompanhar a sua efetiva implementação.

Verificações Cíclicas:

São reconhecidas como Cíclicas por ocorrerem em tempos definidos, já que há um


parâmetro para nortear esse intervalo de tempo.

Como exemplo cita-se as verificações realizadas nas áreas de produção durante o


verão, quando os funcionários se queixam do calor excessivo; ou no inverno, quando aumentam
as incidências de doenças respiratórias.

Verificações de Rotina:

Caracterizam-se por sua realização ocorrerem diretamente em setores em que


ocorreram ou ainda ocorrem incidentes/acidentes de trabalho.

Nesse sentido, a CIPA deverá estar constantemente em alerta para os riscos


existentes, conscientizando os colaboradores dos referidos setores para que respeitem
completamente as medidas de controle, de modo que os níveis de incidentes/acidentes
reduzam.
Entende-se que é importante ter a presença contínua dos profissionais da CIPA nos
setores em questão, já que sua figura representa a luta pela redução dos índices negativos
referentes aos acidentes ou incidentes ocupacionais e também porque geram uma expectativa
positiva no funcionário, destacando que existem pessoas que se preocupam com ele (MICHEL,
2000).

58
Porém, a verificação contínua não se caracteriza como duradoura. Isso porque à
medida que os problemas vão sendo resolvidos, os intervalos de realização das verificações vai
aumentando, até que as mesmas se tornem periódicas.

Ressalta-se que é de suma importância que o funcionário não se acostume com a


presença contínua dos cipeiros, para não ter a falsa ideia de que essa é a única condição para
resolver o problema.

7.2 VERIFICAÇÕES OFICIAIS

Conforme o próprio nome indica, essas verificações estão diretamente relacionadas


com ações de órgãos oficiais, como por exemplo, citam-se as verificações realizadas:

 Na Delegacia Regional do trabalho –DRT.


 No Ministério do Trabalho.
 Pelos fiscais das Secretarias estaduais de saúde, do trabalho e da vigilância
sanitária.
 Pelos fiscais das Secretarias municipais da saúde e do meio ambiente.
 Pelas vistorias oficiais do Corpo de Bombeiros.
Ressalta-se que as verificações realizadas pelos profissionais das empresas de seguro
também se configuram como verificações oficiais.
7.3 VERIFICAÇÕES ESPECIAIS

Geralmente realizadas pelos profissionais do SESMT, por empresas especializadas ou


por consultor autônomo. Caracterizam-se por ocorrerem em áreas de risco.

59
Tornou-se necessário efetivar o monitoramento dos setores após a implementação do
PPRA, por meio da utilização de técnicas de higiene ocupacional (GONÇALVES, 2000).

Consideram-se esses serviços como verdadeiras verificações formais, em virtude de


levarem em conta:

 As condições operacionais normais ou habituais;


 O ritmo de trabalho;
 A existência de fatores contribuintes habituais para o processo, em termos de
vestimentas e equipamento de proteção individual utilizado.

7.4 MODELOS DE VERIFICAÇÃO

Para a realização da verificação, os profissionais contam com a existência de dois


modelos distintos:

 Modelo Inicial;
 Modelo Integrado.

7.4.1 Modelo Inicial


Refere-se a um modelo considerado “Básico”, que se constitui em um questionário que
permite avaliar se as situações observadas oferecem condições de segurança ou não
(CAMPOS, 2002).

Ressalta-se que cada um dos ambientes deve ser observado em todas as suas
particularidades, porém, há alguns itens que são comuns como, por exemplo:
60
 Iluminação;
 Ventilação;
 Piso;
 Uso de EPI;
 Falta de sinalização;
 Layout;
 Armazenamento.

EXEMPLO do modelo inicial:

TRATORES BERG LTDA Número do documento

(Nome da empresa) CINSP 16837

VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA CIPA/98 Data: 30 de agosto de 1998.

Área/Setor: Escritório Jornada de trabalho:

N funcionários: 16

Homens = 6 (X) administrativo

Mulheres = 10 ( ) 1 e 2 turnos
( ) 1, 2 e 3 turnos

Item SITUAÇÃO A SER OBSERVADA Sim Não OBS

1 Há carpetes descolados que podem causar


tropeços?
61
2 Há vidros em cima das mesas? Na mesa do chefe do
departamento de
administração

3 Usa-se bejamim nas tomadas? Proibido uso de


benjamins

4 Existe fiação elétrica na qual se pode Fio do telefone da


tropeçar? mesa 1

5 Há lâmpadas queimadas nas luminárias?

6 Os extintores estão em condições de uso?

7 O local é bem ventilado?

8 O monitor do computador está à altura dos


olhos

9 As cadeiras possuem regulagem de altura?

10 As cadeiras possuem regulagem de encosto?

11 As cadeiras possuem borda frontal


arredondada?

12 Sob mesas, existe apoio regulável para os


pés?
AÇÕES COMPLEMENTARES:

1 – Os lápis encontram-se armazenados dentro de copos plásticos, com a ponta virada para
cima, sobre a mesa.

2 – As lâmpadas estão bastante sujas.


62
Preenchido por:

Responsável pela área:

Próxima verificação:

FONTE: (CAMPOS, 2002)

7.4.2 Modelo Integrado

Esse modelo é utilizado quando a empresa tem um modelo de segurança efetiva


instaurado, uma gestão de riscos compartilhada, ou seja, integrada ao PPRA.

É necessário frisar que, para fazer uso deste modelo, os membros da CIPA devem
estar bem treinados e muito conscientizados das situações que representam riscos.

8 OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO

1º Passo

Setorizar a empresa e visitar todos os ambientes, realizando uma análise dos riscos
exitentes. Para auxiliar o trabalho, é permitido fazer uma Análise Preliminar de Risco – APR ou
um Mapeamento de Riscos Ambientais.

2 ºPasso
Preparo de uma folha de verificação para cada área ou setor, com todos os itens a
serem observados.

3º Passo

63
Realizar a verificação anotando na folha de dados se o requisito está ou não
contemplado. Qualquer informação adicional, que denuncie riscos de acidentes, deve ser
registrada.

4º Passo

Levar todos os dados registrados para serem discutidos em reunião da CIPA e propor
medidas de controle para os itens que não estão em conformidade com o que é exigido.
Considera-se o que é prioritário.

5º Passo

Enviar correspondência para o SESMT e para as chefias dos setores em que se


detectaram as falhas, com a indicação da CIPA para contornar o problema.

6º Passo

Cobrar soluções e realizar o acompanhamento da implementação das medidas de


controle. Alterar a folha de verificação, inserindo este item para novas verificações.

7º Passo

Manter a periodicidade das verificações, a partir do 3º passo.


9 MAPEAMENTO DE RISCOS

Com a finalidade de realizar um estudo aprofundado dos riscos existentes nos


ambientes ocupacionais, torna-se imprescindível antes de iniciar as ações necessárias, o
conhecimento e a familiarização com os termos utilizados e o entendimento do seu significado,
64
pois existe muita controvérsia a respeito (CAMPOS, 2002).

FIGURA 17 – GARANTINDO A SEGURANÇA

FONTE: Disponível em: < http://tshst.wordpress.com/ >. Acesso em:


05 jun. 2013.

Diferença entre Risco, Perigo e Dano

Geralmente, quando se fala em mapeamento de riscos, ou em estudos afins, os termos


mais utilizados são risco, perigo e dano.
a. Risco
Compreende-se como sendo risco, uma ou mais condições de uma situação (variável)
que apresenta potencial para causar danos. Os referidos danos podem ser entendidos como:

 Lesões a pessoas;
 Avarias em equipamentos ou estruturas;
65
 Perda de material em processo de produção;
 Redução da capacidade de desempenho em função predeterminada;
Na existência de qualquer risco, sempre haverá grande possibilidade de ocorrerem
efeitos adversos danosos (MICHEL, 2000).

b. Perigo
O perigo é a expressão da exposição a um risco que tende a causar danos.

c. Dano
Refere-se à gravidade da lesão ou à perda física, funcional ou econômica, que podem
resultar da perda de controle sobre determinado risco.

Objetivos do Mapeamento de Riscos:

Delinea-se dois objetivos básicos de mapeamento de riscos:

 Reunir as informações necessárias para a elaboração do diagnóstico da


situação de segurança e saúde do trabalho nas organizações.
 Gerar a possibilidade de troca e divulgação de dados sobre os riscos ambientais
entre os colaboradores, bem como estimular a participação dos mesmos em medidas
preventivas.
Desse modo, percebe-se que o mapeamento de risco é uma ferramenta de suma
importância para o plano de trabalho da CIPA e não deve ser apenas mais um cartaz a ser
fixado em murais da empresa.
As informações apresentadas pelo mapeamento devem ser geradoras de medidas de
prevenção e demonstrar suficiente repercussão entre os funcionários, de tal modo que possa
mantê-los alertas para a convivência com os riscos existentes (CAMPOS, 2002).

66

9.1 A ELABORAÇÃO DO MAPEMANENTO DE RISCOS

O mapeamento de riscos é reconhecidamente uma atividade desenvolvida em seis


etapas distintas, sendo elas:

I. Conhecer o processo de trabalho;


II. Identificar os riscos ambientais existentes;
III. Identificar as medidas de controle existentes;
IV. Identificar os indicadores de saúde;
V. Conhecer os levantamentos ambientais;
VI. Elaboração do mapeamento de riscos ambientais.
Todas as etapas serão explicadas a seguir.

FIGURA 18 - ANÁLISE DA SEGURANÇA

FONTE: Disponível em:


<http://jornalcidade.uol.com.br/fotos/Empregos/fotos_05031401.jpg>.
Acesso em: 05 jun. 2013.
I – ETAPA

Conhecer o Processo de Trabalho

Com a finalidade de conhecer o processo de trabalho, os profissionais da CIPA,


também denominados de cipeiros, deverão realizar observações no setor, baseados em quatro
67
elementos básicos:

 Elemento humano = os trabalhadores.

o Quem são?
o Quantos são?
o Idade.
o Sexo.
o Jornada de trabalho.
o Treinamentos profissionais realizados.
o Treinamentos de segurança e saúde realizados.

 Elemento trabalho = atividades exercidas.

Determinar as atividades ou tarefas que são realizadas na área de trabalho em


questão:

o As mais frequentes.
o As mais eventuais.

 Elemento material = instrumentos e materiais de trabalho.

o Máquinas e equipamentos do setor.


o Matérias-primas e insumos utilizados.
o Estado de conservação dos equipamentos.

 Elemento meio ambiente = ambiente de trabalho.

68
o Condições de trabalho.
o Organização do trabalho.
o Arranjo físico (layout) das instalações.
o Relações interpessoais no trabalho.

II – ETAPA

Identificar os Riscos Ambientais Existentes

Considera-se que para cada um dos setores organizacionais que será analisado, o
profissional da CIPA deverá utilizar um roteiro de abordagem, visando relatar os riscos
ambientais encontrados (CAMPOS, 2002).

ATENÇÃO:

SETOR DE SERVIÇO

É a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo


estabelecimento. (NR- 1, item 1.6, alínea “a”)

Classificam-se os principais riscos ocupacionais por meio de grupos, conforme sua


natureza e padronização de cores, conforme demonstrado no quadro a seguir:

GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5


MARROM AMARELO
VERDE VERMELHO AZUL

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes

Ruído Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico


intenso inadequado 69
Vibrações Fumos Bactérias
Levantamento e Máquinas e
Calor Névoas Protozoários
transporte manual equipamentos sem
Frio Nebrlina Fungos de peso proteção

Umidade Gases Parasitas Exigências de Ferramentas


posturas inadequadas ou
Radiações Vapores Bacilos
inadequadas defeituosas
não
Produtos
ionizantes Controle rígido de Iluminação
químicos em
produtividade inadequada
Radiações geral
ionizantes Imposição de Eletricidade
ritmos excessivos
Pressões Probabilidade de
anormais Trabalho em incêndio ou explosão
turnos e trabalho
Armazenamento
noturno
inadequado
Jornadas de
Animais
trabalho
peçonhentos
prolongadas
outras
Monotonia e
repetitividade

Causadores de
estresse físico e
ou psíquico
 Riscos Físicos
Os riscos físicos remetem diretamente a noção de energia.

Os riscos listados no Grupo 1 do quadro anterior, configurado na cor verde, tem


chances de provocar um quadro específico de problemas de saúde nos colaboradores, como os 70
apresentados a seguir:

Ruído

Apesar da população das grandes cidades se acostumarem com o volume elevado


presente nas ruas, sabe-se que a pessoa exposta permententemente a fontes de ruído no
próprio ambiente ocupacional, apresentará dificuldades de concentração e poderá sofrer danos
irreversíveis na saúde (MICHEL, 2000).

Os danos podem ser:

 Aumento do ritmo cardíaco;


 Constrição dos vasos sanguíneos periféricos;
 Aceleração do ritmo respiratório;
 Diminuição da atividade dos órgãos da digestão;
 Cansaço;
 Irritabilidade;
 Insônia;
 Dor de cabeça;
 Redução da audição;
 Aumento da pressão arterial;
 Redução da atividade cerebral;
 Diminuição da atenção.
Diante dessa grave constatação, é de suma importância a detecção das fontes mais
ruidosas de cada setor organizacional.
O ruído é reconhecido como o problema mais grave em termos de saúde ocupacional
no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho, tanto que o mesmo alterou, em 1998 a NR- 7 –
PCMSO, inserindo no quadro II: “ As diretrizes e parâmetros mínimos para avaliação e
acompanhamento da audição em trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados.”

O Ministério da Previdência Social também interviu, por meio da Norma Técnica sobre
71
a Perda Auditiva Neurossensorial por exposição continuada a Níveis elevados de Pressão
Sonora de origem Ocupacional.

Vibrações

Compreende-se que os efeitos de qualquer vibração deverão ser entendidos como


uma consequência da transferência de energia para o corpo humano, que atua como receptor de
energia mecânica.

Dessa forma, o efeito da vibração pode ser representado por:

 Cansaço.
 Irritabilidade.
 Dor de ouvido.
 Dor nas mãos.
 Dor nos braços.
 Dor na coluna.
 Artrite.
 Problemas nas articulações.
 Lesões ósseas.
 Lesões respiratórias.

Calor e Frio

Reconhece-se a influência da umidade na troca térmica entre o corpo humano e o


ambiente, por meio do mecanismo de evaporação.
Suas principais consequências são as doenças do aparelho respiratório.

Radiações Não Ionizantes

Inclui-se na referida categoria:


72
 Microondas;
 Radiações ultravioletas;
 Radiações infravermelhas;
 Radiofrequências;
 Laser.
Pode-se dizer que os efeitos das radiações são variáveis, de acordo com o tipo, a
intensidade e a duração dessas radiações, assim como também, as condições de absorção e de
reflexão do local e do equipamento de trabalho.

Geralmente provocam riscos de queimadura, em diferentes graus, e lesões oculares


distintas.

Radiações Ionizantes

Podem ser reconhecidas como tendo precedentes naturais ou artificiais. Considera-se


radiações ionizantes:

 Raios X.
 Raios alfa, beta e gama.
 Nêutrons.
Em relação aos efeitos possíveis, eles são divididos em: de curto ou de longo prazo.

Efeitos a curto prazo = vômitos, alterações no sangue, infecções, queimaduras e


hemorragias.

Efeitos a longo prazo = podem produzir alterações irreversíveis nos lipídios e nas
células, catarata, leucemia e câncer.
Pressões Anormais

Determina-se por pressões anormais aquelas que se encontram abaixo ou acima da


pressão atmosférica. Os problemas vinculam-se às áreas de alta pressão e são descritos como:

 Ruptura do tímpano.
 Irritação dos pulmões. 73
 Dores abdominais.
 Dor de dente.
 Exoftalmia.
 Obstrução dos vasos sanguíneos.
 Embolia traumática pelo ar.
 Embriaguez das profundidades.
 Intoxicação por oxigênio e gás carbônico.
 Doença descompressiva.

 Riscos Químicos
Pesquisas descrevem os contaminantes químicos como sendo substâncias
constituídas por matéria que pode ser encontrada no ar, sob a forma de moléculas individuais
(gases ou vapores) ou mesmo de grupos de moléculas unidas (aerodispersoides ou névoas)
(CARVALHO, 2000).

Reconhece-se como sendo vias de entrada desses contaminantes no organismo:

• A via respiratória.
• A via dérmica ou cutânea (pele).
• A via digestiva.
• A via parental (por meio de feridas).
Sugere-se o acompanhamento permanente para os trabalhadores e ambientes
expostos a agentes químicos, tanto em termos da medição da concentração dos indicadores
biológicos listados pela ACGIH e na NR- 7: PCMSO, como também, pela higiene pessoal,
hábitos, uso de drogas e medicamentos.
A preocupação direcionada a essa questão é constante, tanto que o Ministério da
Previdência Social, por meio das Ordens de Serviço 607 e 609, de 5 de agosto de 1998,
apresentou as Normas Técnicas sobre Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno e
Pneumoconioses, respectivamente.

Considera-se que os gases, os vapores e a névoa podem gerar efeitos:


74
o Irritantes.
o Asfixiantes.
o Anestésicos.

Efeitos Irritantes

Alguns gases podem provocar sérias irritações nas vias aéreas superiores, dentre eles
destacam-se:

 Ácido clorídrico.
 Ácido sulfúrico.
 Amônia.
 Soda cáustica.
 Cloro.

Efeitos Asfixiantes

Determinados gases tendem a causar efeitos asfixiantes, que geralmente aparecem


acompanhados por dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsão, ou em casos mais graves,
à morte. Entre os gases que ocasionam efeitos asfixiantes, os mais comuns são:

 Hidrogênio.
 Nitrogênio.
 Hélio.
 Metano.
 Acetileno.
 Dióxido de carbono.
 Monóxido de carbono.

Efeitos Anestésicos

Os efeitos anestésicos, geralmente ocasionados por solventes orgânicos


desencadeiam ação depressiva no sistema nervoso central, com grandes chances de causar 75
danos a diversos órgãos do corpo humano. Como exemplo dos solventes orgânicos mais
importantes, citam-se:

 Butano.
 Propano.
 Acetona.
 Benzeno.
 Xileno.
 Tolueno.
 Óxido nitroso.

Os Aerodispersoides permanecem suspensos no ar do ambiente de trabalho,


apresentando chances elevadas de causar diversos tipos de doenças nos trabalhadores.
Consideram-se aerodispersoides as(os):

 Poeiras minerais.
 Poeiras vegetais.
 Poeiras alcalinas.
 Poeiras incômodas.
 Fumos metálicos.

Poeiras Minerais

Constituem-se de diversos materiais, como: sílica, asbesto e carvão mineral. A


inalação dessas poeiras pode gerar vários tipos de pneumoconiose, como a calicose ou silicose,
doença causada pela inalação de pó de sílica.
Poeiras Vegetais

Sua produção é uma consequência do tratamento industrial de substâncias vegetais,


como o bagaço da cana-de-açucar e o algodão. Reconhece-se que a sua inalação desencadeia,
respectivamente: doenças como bagaçose e bissinose (CAMPOS, 2002).

76

Poeiras Alcalinas

São advindas, especialmente, do calcário. São causadoras de doenças pulmonares


obstrutivas crônicas, como por exemplo, enfisema pulmonar.

Poeiras Incômodas

As poeiras incômodas tendem a se unir a diversos outros materiais agressivos


presentes no ambiente de trabalho, tornando-os muito mais nocivos para a saúde do
colaborador.

Fumos Metálicos

São provenientes do uso industrial da soldagem de metais e podem causar doenças


pulmonares obstrutivas crônicas, febre e intoxicações.

A seguir, apresenta-se uma tabela contemplando as consequências da ação de


substâncias químicas no organismo humano.

Substância Pele Sistema Olhos Sistema Sistema Sangue


Respiratório Nervoso Cardiovascular
Central

Acetileno
Amianto

Amônia

Benzeno

Cloro
77
Dióxido de
carbono

Dióxido de
nitrogênio

Dióxido
sulfúrico

Fosgênio

GLP (gás de
cozinha)

Monóxido de
carbono

Ozônio

Sílica

Tolueno

OBS.:

Amianto e Benezo são substâncias cancerígenas.

FONTE: NIOSH – National Institute Occupational Safety and Health

 Riscos Biológicos
Os riscos biológicos referem-se aqueles constituídos por seres vivos, que possuem
elevada capacidade de afetar a saúde do trabalhador. Os micro-organismos são os principais
exemplos dessa categoria, mais especificamente:

 Vírus.
 Bactérias.
78
 Bacilos.
 Fungos.
Sabe-se que esses micro-organismos podem causar doenças de natureza distinta,
que, geralmente, são transmitidas de outros animais para os homens, como, por exemplo, as
zoonoses (CAMPOS, 2002).

Considera-se que, na maioria das vezes os maiores riscos biológicos estão ligados:

 À cria e ao cuidado de animais.


 À manipulação de produtos de origem animal.
 Serviços de limpeza pública.
 Serviços de exumação de corpos em cemitérios.
 Trabalhos em laboratórios biológicos e clínicos.
 Em hospitais.
 Esgotos.

Ressalta-se que as medidas de prevenção contra esses micro-organismos são:

 Vacinação.
 Esterilização.
 Higiene pessoal.
 Uso de equipamento de proteção individual – EPI.
 Ventilação adequada.
 Controle médico.
 Riscos Ergonômicos
Consideram-se riscos ergonômicos aqueles determinados pela falta de adaptação das
condições ocupacionais às características e demandas psicofisiológicas do trabalhador.
A LER – Lesões por Esforço Repetitivo

A expressão ganhou dimensão após as Resoluções n 180 e 197, de 1992, da


Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Isso porque, na época, a situação apresentava-se
incontrolável, em virtude do crescente atendimento aos estágios evolutivos das LER.

Desse modo, em 1993, o Ministério da Previdência Social elaborou a Norma Técnica 79


sobre Lesões por Esforços Repetitivos, desenvolvendo procedimentos administrativos e periciais
para a prevenção, a caracterização e a reabilitação profissional (OLIVEIRA, 2003).

Destaca-se que alguns profissionais e especialistas, na contemporaneidade, estão


substituindo a terminologia LER pelo termo: “DORT – Doenças Osteomusculares Relacionadas
com o Trabalho”, que incorpora dimensões ergonômicas e psicossociais, indicando a grande
necessidade de reflexão sobre as novas formas de trabalho.

O Ministério da Previdência e Assistência Social elaborou, por meio do Instituto


Nacional do Seguro Social, uma Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho – DORT.

Essa norma denomina-se Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade para fins de


benefícios previdenciários. Ela contém 14 (quatorze) exemplos, de trabalhos e patologias,
destacando-se:

1. Lesões bursite do cotovelo – apoiar cotovelo em mesas.


2. Contratura de fáscia palmar – operar compressores pneumáticos.
3. Dedo em gatilho – apertar alicates e tesouras.
4. Epicondilites do cotovelo – apertar parafusos, jogar tênis, desencapar fios,
tricotar, operar motosserra.
5. Síndrome do canal cubital – apoiar cotovelo em mesas.
6. Síndrome do canal de Guyon – carimbar.
7. Síndrome do desfiladeiro torácico – realizar trabalhos manuais (curvado) em
veículos, trocar lâmpadas, pintar paredes, lavar vidraças, apoiar telefones entre o ombro e a
cabeça.
8. Síndrome do interósseo anterior – carregar objetos pesados apoiados no
antebraço.
9. Síndrome do pronador redondo – carregar pesos, praticar musculação, apertar
parafusos.
10. Síndrome do túnel do carpo – digitar, fazer montagens industriais, empacotar.
11. Tendinite da porção longa do bíceps – carregar pesos.
12. Tendinite do supraespinhoso – carregar pesos sobre o ombro, jogar vôlei ou
peteca. 80
13. Tenossinovite de DeQuervain – torcer roupas, apertar botão com o polegar.
14. Tenossinovite dos extensores dos dedos – digitar, operar mouse.

Sintomas da LER

Como principais sintomas da LER, a pesquisa científica aponta:

¥ Calor localizado.
¥ Choques.
¥ Dor.
¥ Dormência.
¥ Formigamento.
¥ Fisgadas.
¥ Inchações.
¥ Pele avermelhada.
¥ Perda de força muscular.
FIGURA 19 - RISCOS DE LER

81

FONTE: Disponível em: <http://www.areaseg.com/ler/ler1.jpg>. Acesso


em: 30 abr. 2010.

Fatores de Proteção para LER

Existem vários fatores de prevenção, porém, cabe ressaltar alguns considerados


imprescindíveis para a saúde do trabalhador:

a) Organização do Trabalho.
b) Conteúdo do Trabalho.
c) Posto de Trabalho.

a) A Organização do Trabalho
A familiarização com as atividades que lhe são exigidas é apenas um dos pontos
importantes para o trabalhador, pois ele deve também ter a liberdade adequada de movimentos
para executá-las. Dessa forma, ele terá condições de respeitar seus limites, evitando a repetição
de um mesmo movimento durante um longo período de tempo (CAMPOS, 2002).

É preciso perceber e levar em consideração as características individuais de cada


82
colaborador, já que as pessoas são diferentes e nem todas apresentam as mesmas habilidades
e dificuldades.

Uma boa dica é o estabelecimento de várias pausas durante a jornada de trabalho,


visando promover:

o Alongamento e o relaxamento do corpo.


o Permitir a livre movimentação do corpo.
o Estabelecer rodízios nas tarefas mais críticas.
o Manter treinamentos visando reciclar o conteúdo das tarefas e seus riscos
potenciais.

b) Conteúdo do Trabalho
É obrigatório o oferecimento dos recursos necessários para a execução das atividades
pela empresa, assim como também de um ambiente de trabalho que viabilize ao funcionário o
desenvolvimento de suas habilidades, com certo grau de criatividade, visando sua realização
profissional.

Apontam-se como indicadores:

o Percepção do trabalhador em relação às condições ambientais.


o Complexidade da tarefa.
o Monotonia.

c) Posto de Trabalho
Deve haver uma profunda adaptação do mobiliário e dos equipamentos/ferramentas
para adequarem-se às características físicas do trabalhador, assim como também à natureza
das atividades executadas, permitindo ampla liberdade de movimentação.

Os indicadores para o uso dos equipamentos são:

o Qualidade dos equipamentos e ferramentas. 83


o Manutenção dos mesmos.
o Necessidade de emprego de força decorrente de equipamento/ferramenta
imprópria.
o Desvios posturais impostos pelo equipamento/ferramenta.
o Necessidade de repetição da tarefa por falha do equipamento.
Os indicadores para mobiliário são:

o Qualidade e manutenção.
o Frequência de reposição.
o Adaptação dos postos de trabalho à introdução de novos processos.
o Desvios posturais impostos pelo mobiliário.

Destaca-se que os riscos ergonômicos podem ser divididos em dois subgrupos:

Fatores que produzem carga física = esforço físico, levantamento e transporte manual
de peso, exigência de posturas inadequadas e repetitividade.

Fatores que produzem carga psíquica = ritmo excessivo, trabalho em turnos e trabalho
noturno, jornadas de trabalho prolongadas, controle rígido de produtividade, monotonia.
FIGURA 20 - DIGITANDO

84

FONTE: Disponível em:


<http://www.fachiniadvogados.com.br/conteudo/0,2859_santander-
consegue-reducao-de-indenizacao-a-bancaria-com-ler >. Acesso em:
05 jun. 2013.

 Riscos de Acidentes
Consideram-se riscos de acidentes como sendo armadilhas, ou deficiências, presentes
nas instalações ou em máquinas e equipamentos.

Quando um, ou mais, elementos citados como uns dos principais riscos ocupacionais
estiverem contidos como deficiente, insuficiente, inadequado ou obstruírem a livre circulação,
certamente constituirão riscos potenciais para a saúde e integridade física do trabalhador.

Em pesquisas recentes, apontam-se como sendo as principais situações de riscos


encontradas nas organizações:

 Arranjo físico inadequado.


 Máquinas e equipamentos sem proteção.
 Ferramentas inadequadas ou defeituosas.
 Iluminação inadequada.
 Eletricidade.
 Probabilidade de incêndio ou explosão.
 Armazenamento inadequado.
 Animais peçonhentos.
E, além destas, a própria legislação prevê outras situações de riscos de acidentes,
destacando-se:

 EPI inadequado.
 Problemas em edificações.
 Falta de sinalização.
85

FIGURA 21 – ACIDENTE DE TRABALHO

FONTE: Disponível em: < http://www.diamantinocravo.com.br/news/?p=165> Acesso


em: 05 jun. 2013.

III - ETAPA

Identificar as Medidas de Controle Existentes

São identificados quatro tipos principais de medidas preventivas, são elas as de:

 Proteção coletiva.
 Organização do trabalho.
 Proteção individual.
 Higiene e conforto.

 Medidas de Proteção Coletiva


Reconhecidas como sendo as medidas mais importantes, tendo em vista que com
86
elas, todo um grupo homogêneo de trabalhadores, expostos a um mesmo agente ambiental, fica
protegido (CAMPOS, 2002).

Geralmente, empregam-se quatro submedidas, dependendo da natureza do risco:

 Substituição de matérias-primas e insumos.


 Alteração no processo de trabalho.
 Isolamento da fonte de risco.
 Instalação de sistemas de ventilação.

 Substituição de Matérias-primas e Insumos


É preciso substituir todas as matérias-primas e os insumos que sejam prejudiciais para
a saúde dos trabalhadores, sempre que for possível.

 Alteração no Processo de Trabalho


No caso de processos de trabalho que sejam deficientes e representem situações de
risco, faz-se extremamente necessário a empregabilidade de novas tecnologias.

 Isolamento da Fonte de Risco


Diante da impossibilidade de substituição de uma fonte de risco, é preciso ter o
cuidado de isolar a referida fonte, pois dessa forma, os trabalhadores estarão menos expostos a
ela.

 Sistemas de Ventilação
Considerados uma ferramenta eficaz no controle de operações, processos e
equipamentos, que emanam contaminantes, os sistemas de ventilação, tanto de exaustão como
de insuflamento, são importantes para evitar a dispersão de contaminantes no ambiente
industrial. Acrescenta-se aos seus benefícios, a capacidade de diluírem as concentrações de
poluentes e oferecerem conforto térmico.

 Medidas de Organização do Trabalho

87

Os profissionais da CIPA devem estar atentos ao modo como se desenvolve o


trabalho, ou seja, para particularidades como:

 Se há rodízios e pausas na execução de tarefas.


 Se o trabalho é fragmentado.
 Se é dividido equitativamente.
 Se existem cobranças excessivas.
 Se o relacionamento “chefe X empregados” é saudável.
 O nível de responsabilidade exigido.
 Se os funcionários têm estabilidade ou não.
 O estilo de atuação da chefia.
 As relações interpessoais.
 O excesso ou a falta de cobrança pela chefia.
 Se o funcionário é reconhecido.
 As condições de trabalho.

A finalidade das Medidas de Organização do Trabalho é de gerar ambientes mais


cooperativos e motivadores, procurando evitar sacrifícios desnecessários por parte dos
trabalhadores (CAMPOS, 2002). As submedidas configuram-se como sendo:

 Método de trabalho;
 Estrutura organizacional;
 Participação dos funcionários;
 Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos.
FIGURA 22 - ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE

88

FONTE: Disponível em: < http://www.pdsc.com.br/news/direito-e-


aposentadoria/inss-entra-com-acoes-de-regresso-contra-particulares-empresas-
sao-condenadas-a-ressarcir-a-previdencia>. Acesso em: 05 jun. 2013.

a) Mudança de Método de Trabalho

Considera-se que os métodos simples ou altamente repetitivos apresentam


desvantagem devido causar fadiga. Sendo assim, tornar mais flexível a maneira de operação de
determinada tarefa, adaptando-a as capacidades psicofisiológicas dos trabalhadores é uma das
medidas que podem ser tomadas para minimizar as situações de risco.

b) Reestrutura organizacional

Constata-se que, uma rigidez excessiva na organização do trabalho tem grandes


probabilidades de deixar os trabalhadores mais suscetíveis às doenças. Sendo assim, torna-se
relevante a adequação do ritmo de trabalho às capacidades psicofisiológicas dos trabalhadores,
já que essa pode melhorar seu estado de espírito e aumentar sua capacidade intelectual, além
de impedir e reduzir um desgaste prematuro.
c) Participação dos funcionários

É fundamental que a equipe de funcionários participe da organização do trabalho, pois


desse modo, eles terão uma noção de seu “limite subjetivo”, ou seja, terão conhecimento de até
aonde podem ir. Nesse contexto, eles devem ser estimulados a dar sugestões.

89

d) Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos

Nos ambientes onde for impossível a aplicação de técnicas para minimização dos
agentes agressivos, é adequado que se tente estabelecer um rodízio entre os trabalhadores para
reduzir o tempo de exposição aos riscos (CARVALHO, 2000).

 Medidas de Proteção Individual

Destaca-se como um dos mais importantes controles da exposição a agentes


ambientais o uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s., que é uma medida definida
pelo PPRA.

Conforme a NR- 6, considera-se EPI:

Todo o dispositivo de uso individual, de


fabricação nacional ou estrangeira, destinado a
proteger a saúde e a integridade física do
trabalhador.
Ressalta-se que o EPI não evita acidentes, tendo em vista que o agente de risco irá
permanecer. Isso quer dizer que seu uso representa apenas a possibilidade de reduzir o dano
(CAMPOS, 2002).

É preciso lembrar que as medidas de proteção individual contra a agressão dos riscos
ambientais só devem ser indicadas em casos específicos, tais como:
90
 Em todos os momentos nos quais as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente inviáveis, ou não disponibilizarem completa proteção contra os riscos de acidentes
do trabalho e/ou doenças profissionais.
 Durante o período em que as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
providenciadas e implementadas.
 Em situações de emergência.
 Em tarefas de curta duração.

 Medidas de Higiene e Conforto

Consideram-se medidas de higiene e conforto como sendo medidas extremamente


indispensáveis em uma organização, principalmente quando há ambientes insalubres. Dessa
forma, torna-se importante que sejam observadas permanentemente, e não apenas nos
momentos em que se realizarão os levantamentos de riscos.

Define-se como condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, conforme a


NR- 24:

a) Higiene Pessoal

A boa higiene pessoal proporciona prevenção de doenças do trabalho e evitam a


transmissão de doenças contagiosas. Nesse sentido, os trabalhadores que estiverem expostos a
agentes agressivos devem receber informações detalhadas sobre as medidas de higiene
pessoal.
b) Banheiros e Lavatórios

Devem ser separados para homens e mulheres, ser higienizados, limpos e desprovidos
de odores desagradáveis. Deve ter um chuveiro para cada 10 funcionários que se ocupam de
atividades consideradas insalubres. Os pisos devem ser impermeáveis e deve ter disponível uma
torneira para cada grupo de 20 trabalhadores.
91

c) Vestiários e Armários

Devem estar em bom estado de conservação, organizados individualmente e por sexo.

d) Bebedouros

Devem ser instalados em pontos estratégicos, de fácil acesso para os funcionários,


principalmente onde existam fontes de calor. O uso de recipientes coletivos deve ser proibido e o
suprimento de água potável em frasco, deve estar em quantidade superior a ¼ de litro por
homem/horas de trabalho.

e) Alimentos

Os funcionários devem ser proibidos de levarem comida para o setor de trabalho,


evitando contaminação.

f) Cozinha

Deve ter um lavatório com água corrente, sabão e toalhas, para uso do pessoal do
serviço de alimentação.

g) Lixo
O tratamento dado ao lixo da cozinha deve estar de acordo com as normas locais do
serviço de saúde pública.

h) Áreas de Lazer

92
Considera-se que o trabalho, o lazer e o sono sejam etapas sequenciais nas atividades
humanas. O período dedicado ao lazer adquire um papel relaxante, buscando aliviar as tensões
do trabalho e facilitar o sono.

IV – ETAPA

Identificar os Índices de Saúde

Por meio do mapeamento de riscos é possível que os profissionais da CIPA estejam


mais atentos às alterações no desenvolvimetno do trabalho. Assim, torna-se relevante a
efetivação de uma reavaliação periódica das medidas preventivas adotadas, para que não
percam a eficiência com o tempo.

O monitoramento contínuo dos cipeiros é uma medida considerada de proteção,


fundamental para a saúde dos funcionários (CAMPOS, 2002).

É preciso que os profissionais da CIPA avaliem com os funcionários se a empresa está


realizando os exames médicos previstos no PCMSO. Após a constatação, é necessário
identificar:

 As queixas mais frequentes;


 Os acidentes de trabalho ocorridos;
 As doenças profissionais diagnosticadas;
 Os casos de absenteísmo.
Todos os itens apresentados acima são considerados indicadores de saúde.

Queixas mais Frequentes

No momento do questionamento é preciso que o profissional da CIPA busque as


93
principais queixas em relação à saúde, tendo em vista que nessa etapa o que interessa é saber
se existem sinais clínicos que evidenciem um risco de evoluir para uma enfermidade.

Deve-se acompanhar constantemente os setores que apresentarem agentes


agressivos à saúde dos trabalhadroes, principalmente se houverem queixas frequentes dos
trabalhadores sobre o mesmo sintoma. Nesse caso, será necessário acelerar a implementação
das medidas preventivas.

Como queixas mais frequentes são reconhecidas:

• Dor de cabeça constante;


• Perda de peso;
• Gripes contantes;
• Tosse incessante;
• Fisgadas;
• Formigamento;
• Insônia;
• Dificuldade para respirar;
• Dores lombares.
FIGURA 23 - DORES DE CABEÇA

94

FONTE: Disponível em: < http://blog.artstones.com.br/cuidados-e-dicas/como-


amenizar-dor-de-cabeca-com-cristais/ >. Acesso em 05 jun. 2013.

Acidentes de Trabalho Ocorridos

É preciso fazer um levantamento onde constem, no mínimo, os acidentes ocorridos nos


últimos doze meses no setor analisado, visando estabelecer nexo com a presença de agentes
agressivos no local.

Após ser estabelecido o nexo causal “Dano X Agente”, a graduação do risco aumenta,
o que requer uma ação preventiva da CIPA, visando o não retorno da repetição do fato
(CAMPOS, 2002).

É possível realimentar o plano de trabalho da CIPA por meio das informações mais
detalhadas, que indiquem a natureza da lesão e a parte do corpo atingida.
FIGURA 24 - COLEGA DE TRABALHO MACHUCADO

95

FONTE: Disponível em:


<http://www.paulinas.org.br/diafeliz/images/comemoracao/AcidenteTrabalho.gif>.
Acesso em 05 jun. 2013.

Doenças Profissionais Diagnosticadas

Referem-se à existência de um levantamento passivo ocupacional da organização.


Para isso, basta procurar nas Comunicações de Acidentes de Trabalho – CAT, as situações de
doenças profissionais já diagnosticadas.

Caso tenha sido constatada a existência de doenças, é importante verificar se a


empresa adotou medidas preventivas e se essas medidas foram eficazes.

Absenteísmo

A ausência do empregado ao trabalho raramente é levada em consideração quando


ocorre por questões de saúde. A falta do funcionário pode ter diversas razões, mas o que
interessa no Mapeamento de Riscos é a falta ao serviço por problemas gerados por agentes
ambientais.
Assim, é relevante que os cipeiros considerem o motivo da ausência do trabalhador,
relacionando os fatos, analisando-os com atenção e criando estratégias de ação.

O PPRA irá ser aperfeiçoado com essas ações.

Os dados para investigar as questões devem ser obtidos no Departamento de


Administração de Pessoal da organização em questão. 96

FIGURA 25 - TRABALHADOR ACIDENTADO

FONTE: Disponível em: <http://www.blogbrasil.com.br/wp-


content/uploads/2008/12/acidente-de-trabalho.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.
V – ETAPA

Conhecer os Levantamentos Ambientais

É extremamente importante e necessário que os profissionais da CIPA conheçam 97


quais foram os levantamentos ambientais já realizados pela empresa e seus resultados. É o que
preconiza também a Portaria n 25/94, na letra “e”, do item 2 do Mapeamento de Riscos
(CAMPOS, 2002).

Nesse contexto, faz-se necessário compreender os conceitos e expressões que


envolvem a problemática de riscos ambientais:

 Insalubre
É uma palavra latina, que representa aquilo que origina doença, o que é doentio.
Caracteriza-se a insalubridade baseando-se em valores nos quais o limite de tolerância foi
ultrapassado.

 Higiene do Trabalho
É compreendida como a ciência e a arte dedicada à (ao):

 Reconhecimento;
 Avaliação;
 Controle.
Essas funções são direcionadas aos fatores ambientais e aos agentes “tensores”
originados no local de trabalho, tendo grandes probabilidades de ocasionar doenças, prejuízos à
saúde e bem-estar, um desconforto significativo e ineficiência entre o grupo de funcionários ou
entre a comunidade.

 Monitoramento Ambiental
Refere-se ao levantamento e a avaliação dos agentes de riscos existentes no ambiente
ocupacional. Incluindo-se as medidas de controle adotadas para combatê-los. O PPRA prevê
sua periodicidade.

 Limite de Tolerância
Corresponde à intensidade / concentração máxima ou mínima, relacionada com a
98
natureza do agente de risco, assim como o tempo de exposição a ele, o que provoca danos à
saúde do trabalhador, durante o exercício de suas funções laborais.

 Indicador Biológico de Exposição


Trata-se da substância, elemento químico ou atividade orgânica, cuja concentração ou
ação em um fluído biológico apresenta relação com a exposição ambiental. Os exames médicos
do PCMSO revelam esse indicador.

Avaliação Ambiental

O PPRA, em seu cronograma já prevê a avaliação ambiental. Essa consiste na


medição dos riscos ambientais, e na sequência é realizado um registro, também chamado de
laudo, contendo todos os dados obtidos (SALEM & SALEM, 2001).

Os profissionais da CIPA, ao analisarem o laudo ambiental, devem estar atentos a


alguns aspectos importantes, dentre eles destacam-se:

 Agentes que foram monitorados = ruído, gases, vapores, calor, iluminação,


poeiras, etc.
 Metodologia usada para a detecção de cada um dos agentes = seguindo as
normas técnicas da Fundacentro do Brasil, do National Institute Occupational Safety and Health
(NIOSH) e da Occupational Safety and Health Administration dos Estados Unidos.
 Equipamentos utilizados para quantificar os agentes = monitor de estresse
térmico, medidor de nível de pressão sonora, luxímetros, bomba de detecção de gases, árvore
de termômetros, anenômetros, bombas de amostragem, etc.
 Tabelas com os resultados das medições realizadas, destacando-se os níveis de
intensidade/concentração e do tempo de exposição dos trabalhadores aos agentes.
 Setores e pontos nos quais foram ultrapassados os limites de tolerância
 Observância ou não, das medidas de controle propostas
A verificação desses pontos permite a avaliação dos indicadores de saúde, a
elaboração de estatísticas das doenças adquiridas pelos trabalhadores e serve como 99
informações adicionais para o plano de trabalho da CIPA.

VI – ETAPA

Elaboração dos Riscos Ambientais

Critérios Utilizados

Após a realização das análises, dos relatórios e da validação dos riscos, a CIPA terá
as informações necessárias para elaborar o mapeamento. Os riscos devem ser representados
por área, dentro de um arranjo físico (layout) organizado em círculos, tendo as seguintes
características:

 Utilização de uma cor padrão para identificar cada grupo de risco:


¥ Riscos físicos : verde.
¥ Riscos químicos: vermelho.
¥ Riscos biológicos: marrom.
¥ Riscos ergonômicos: amarelo.
¥ Riscos de acidentes: azul.

 A quantidade de funcionários, expostos aos riscos, anotada no interior do círculo


correspondente.
 Especificação do agente também deve ser anotada no interior do círculo
correspondente.

 A descrição dos diâmetros deverá ter medida proporcional à intensidade do


risco, conforme a percepção dos funcionários, ou seja, quanto maior o círculo, maior o risco.
100

A afixação do mapeamento, após sua conclusão, deverá ser feita nos setores
analisados, de forma bem visível e em local de fácil acesso para todos os trabalhadores
(GONÇALVES, 2000).

É importante que cada setor analisado deva ter seu próprio número de identificação,
que deverá ser o mesmo constante no relatório de levantamento dos riscos do setor.

FIGURA 26 - DOR NAS COSTAS

FONTE: Disponível em: <http://myweb.tiscali.co.uk/michaelmcmillan1986/mh.html>. Acesso


em: 05 jun.2013.
10 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO

Os profissionais da CIPA devem estudar as doenças e os acidentes do trabalho,


apontando todas as situações que, combinadas desencadearam a sua ocorrência e, se
eliminadas a tempo, poderiam ter impedido o acidente ou minimizado suas consequências.

101
A identificação e eliminação de tais situações, assim como a sua eliminação, são
medidas fundamentais para evitar que acidentes semelhantes venham a ocorrer, em função das
mesmas causas (OLIVEIRA, 2003).

É fundamental o estudo aprofundado de todos os acidentes e doenças detectadas.


Porém alguns casos necessitam ser tratados com maior vigor, por exemplo, as situações que:

 Tenham ocasionado lesões ou danos graves.


 Tenham gerado afastamento do trabalho superior a quinze dias.
 Se repitam com frequência.
 Os profissionais da CIPA considerarem importantes, em função da quantidade
de variáveis envolvidas.
Em grande parte das empresas, não é destinado um espaço reservado para a CIPA
guardar seu acervo, sua documentação particular. Assim, todos os documentos, dados e
informações estão disponíveis no SESMT, desde que não tenham sido perdidos no decorrer dos
anos. A Ata é o único documento deixado pela CIPA. E essa falta de documentação e registro
impede que os cipeiros reconheçam uma situação já vivida e identificada, levando a demora na
sua investigação e análise do que deveriam.

10.1 ACIDENTES DE TRABALHO

A Constituição Brasileira apresenta o conceito de acidente de trabalho por meio da Lei


n. 8213 de 1991, no seu artigo 19, que diz:

Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou


pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou a perda ou redução
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (CAMPOS, 2002).

FIGURA 27 - MÉDICO E TRABALHADOR

102

FONTE: Disponível em: < http://www.pacontas.pt/blog/20121/o-que-e-considerado-


acidente-de-trabalho.aspx>. Acesso em: 06 jun. 2013.

Considera-se acidente de trabalho, para efeito dos Benefícios da Previdência Social,


as seguintes entidades mórbidas, presentes no artigo 20 da Lei n. 8213:

Item I

A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício


do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério da Previdência Social.

Comentário I

Exemplos:
o Extração de minérios: exposição à sílica livre.
o Fabricação de tintas: exposição ao mercúrio.
o Indústria metalúrgica: exposição a vibrações.
o Soldagem: exposição ao cádmio.
o Siderurgia: exposição ao flúor.

103

Item II

A doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde
que constante da relação mencionada no inciso I.

Comentário II

Exemplos:

o Contaminação acidental com cloreto de metileno.


o Trabalhador exercendo atividade temporária com exposição a raios X.
o
EM DESTAQUE:

§ 1º Não serão consideradas como doenças do trabalho:

a) A doença degenerativa.
b) A doença inerente a grupos etários.
c) A doença que não produz incapacidade laborativa.
d) A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em
que ela se desenvolva, salvo comprovação de que resultou de
exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída


na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições
especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a
Previdência social deve considerá-la acidente de trabalho.
O artigo 21 da Lei 8213/91 equipara ainda ao acidente de trabalho:

I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou redução de sua capacidade
laboral, ou produzindo lesão que exija atenção médica para sua recuperação. 104

II. O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em


consequência de:
a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou por
companheiro de trabalho.
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa no trabalho.
c) Ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho.
d) Ato da pessoa privada do uso da razão.
e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força
maior.

DIFERENCIAÇÕES:

IMPRUDÊNCIA = é agir sem cautela, sem pensar no perigo.

NEGLIGÊNCIA = é agir com descuido, é fingir não ver uma situação de


risco.

IMPERÍCIA = está relacionada com a incompetência, o não saber, a


inabilidade.
III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado durante o
exercício de sua atividade.

IV. O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho: 105
a) Na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da
empresa.
b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo
ou proporcionar proveito.
c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por
esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado.
d) No percurso da residência para o local de trabalho, ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, desde
que não haja alteração ou interrupção por meio alheio ao trabalho.

NOTA:

Este é o chamado ACIDENTE DE TRAJETO, que para ser


caracterizado é importante que o trabalhador mantenha seu
endereço atualizado no Departamento de Administração da
empresa.

§ 1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião


da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho
ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do


trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se
associe ou se superponha às consequências do anterior.
Em casos de doenças, conforme artigo 23 da Lei n. 8213/91:

Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho:

 A data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade


habitual.
 O dia da segregação compulsória. 106
 O dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer
em primeiro lugar.

FIGURA 28 - SEGURANÇA DO TRABALHADOR

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso
em: 06 jun. 2013.
11 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

Primeiramente, torna-se importante frisar que no percurso de uma investigação de


acidentes, não se deve buscar culpados, pois existe uma grande probabilidade de o mesmo tipo
de acidente tornar a acontecer sendo ainda mais grave (CAMPOS, 2002).

107

FIGURA 29 - ACIDENTE

FONTE: Disponível em: <http://www.dicasgratisbrasil.com/como-agir-apos-um-


acidente-de-trabalho/>. Acesso em: 06 jun. 2013.

Para isso, é relevante que no processo investigativo a vítima “não tenha rosto” e que
se trabalhe com a função exercida, sem fazer referência ao nome das pessoas.

Visando contemplar os requisitos acima citados, destacam-se dois métodos de


investigação de acidentes:

 Método da Árvore de Causas.


 Método do Diagrama de Causas e Efeitos.
11.1 MÉTODO DA ÁRVORE DE CAUSAS

O método refere-se a uma metodologia prática de investigação de acidentes/incidentes


no trabalho, que ajuda a compreendê-los melhor e a encontrar uma forma mais adequada de 108
lutar contra eles.

No âmbito internacional, o método da Árvore de Causas é considerado um instrumento


de trabalho eficaz, sendo bastante utilizado pelos diversos institutos de pesquisa e consultoria da
área (GONÇALVES, 2000).

Define-se a Árvore de Causas como sendo:

A representação gráfica do encadeamento lógico dos fatos


que provocaram o acidente/incidente, elaborada a partir de
um caso real.

Destaca-se que o levantamento dos fatos que desencadearam um acidente é um


grande auxílio para propor medidas que visem à minimização dos riscos.

Princípios da Elaboração da Árvore de Causas

A elaboração da Árvore de Causas de maneira eficiente exige a observação de alguns


princípios fundamentais:

 Basear as ações e estratégias em fatos concretos, ou seja, que


comprovadamente ocorreram.
 Não utilizar o método de maneira tendenciosa, visando contemplar suas próprias
ideias. O método foi desenvolvido para ser explorado de forma grupal.
 Para não ser contestada, a Árvore de Causas necessita ser bem elaborada e
transparente.
 Não é permitido haver hierarquia dentro do grupo destinado a avaliar a Árvore
de Causas, todos devem estar em igualdade de condições.
 As causas básicas são foco da construção da Árvore de Causas e não possíveis
culpados. 109
 Busca-se a identificação de diversas causas, não somente de uma.

11.1.1 Fases que antecedem a elaboração da Árvore de causas

1ª FASE: Análise da Situação

O processo tem seu início a partir da ocorrência de um acidente ou de um incidente


(CAMPOS, 2002).

A coleta das informações deve ser realizada de maneira objetiva e levando-se em


consideração os aspectos a seguir:

1. Iniciar a investigação imediatamente após a ocorrência do acidente ou incidente,


visando captar o que realmente aconteceu. Enriquece o material se houver o depoimento da
vítima e/ou das testemunhas, sem policiamento, censura ou pressão.
2. Reconstituir o acidente no local de sua ocorrência, reunindo evidências que
possam ser usadas para construção da Árvore. Para isso é importante o conhecimento das
tarefas realizadas no ambiente que está sendo investigado, assim como também os tipos de
equipamentos existentes no local e a maneira como estão distribuídos.
3. Deve-se estar atento para reconhecer as informações imprecisas ou deturpadas,
lembrando-se de que o intervalo de tempo entre o momento do acidente ou incidente e o início
da investigação pode deixar no esquecimento detalhes relevantes.
4. Selecionar as pessoas mais capacitadas a fornecer o máximo de informações
para a elucidação do caso. Se possível, envolver o acidentado no grupo de análise, na medida
em que ele constitui uma das peças-chave para a construção da Árvore.
5. Registrar todas as informações obtidas, para utilizá-las sempre que necessário.
Considerar as condições materiais, a organização do trabalho e o comportamento humano.
6. Pesquisar prioritariamente os antecedentes que não fazem parte do cotidiano. 110
7. Os elementos fundamentais para a investigação são:

Trabalho

Tarefa que o indivíduo executava


quando ocorreu o acidente ou
incidente.

Material Meio de Trabalho

As matérias-primas As condições

Os produtos Ambiente físico

As máquinas Ambiente social

Meios de produção Do posto de trabalho no momento


do acidente ou incidente.
Usados na hora do acidente ou
incidente.
Retroagir o máximo possível, a partir do momento em que se consumou a lesão, ou
seja, voltar às condições anteriores ao acidente.

LEMBRETE:
A qualidade da investigação depende da quantidade de
informações recebidas. Desse modo, todo o trabalho poderá ficar
111
comprometido, se não for feito um levantamento correto e preciso.

2ª FASE: Detalhes da Representação Gráfica

A Árvore, enquanto um diagrama de fatores do acidente irá evidenciar as relações


entre os fatos que contribuíram para a sua ocorrência, também chamados de encadeamento
lógico. Isso quer dizer que não levará em conta somente a sequência dos acontecimentos no
tempo, também reconhecida como encadeamento cronológico.

Desse modo, é possível, por meio desse método, evidenciar relações entre fatos
ocorridos em momentos remotos que poderiam passar despercebidos (CAMPOS, 2002).

O ponto de partida para a construção da Árvore de Causas será o acidente ou


incidente, considerado último fato e, a partir dele irão ser definidos os antecedentes imediatos.
Visando dar conformação à Árvore, é preciso remontar sistematicamente cada uma das ações,
respondendo às seguintes perguntas:

O que ocorreu para que esse fato fosse produzido?

Isso foi suficiente e necessário?

Dessa forma conclui-se que:

No levantamento de dados,

cada fato tem, pelo menos,

um antecedente.
Situações de Encadeamento

É possível reconhecer situações, durante o levantamento, que possibilitam o


estabelecimento de três tipos de nexo:

112
1ª situação:

O fato tem um único antecedente.

2ª situação

O fato tem dois ou mais antecedentes.

3ª situação:

Vários fatos apresentam apenas um único antecedente.

4ª situação:

Não há relação entre os fatos: eles são independentes.

11.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas

1ª Etapa: ANÁLISE DA SITUAÇÃO

Nessa fase, reconhecidamente de investigação, é preciso levantar o maior número


possível de elementos e trabalhar com os seguintes aspectos:
a) Declaração do acidente.
b) Pesquisa inicial.
c) Complementação da pesquisa pelo processo de investigação.

113
2ª Etapa: EXPLORAÇÃO DOS FATOS GERADOS

A referida etapa ocorre à inclusão de quatro tópicos importantes:

I. Grupo de Participantes da Elaboração da Árvore de Causas


Esse grupo não poderá ser rígido, fixo. Deve ter uma composição variada, conforme o
caso a ser estipulado (CAMPOS, 2002).

Os possíveis componentes de um grupo são:

 A vítima, quando possível.


 As testemunhas do acidente ou incidente.
 Os responsáveis hierarquicamente superiores.
 Os profissionais da CIPA.
 Os membros do SESMT.

II. Importância da Análise Preliminar dos Riscos


São dois os fatores a serem trabalhados nessa fase:

 O isolamento das configurações e das características dos riscos.


 Os fatores potenciais de acidentes.
Quando bem executada, essa tarefa reduz significativamente a ocorrência de
acidentes e incidentes ocupacionais.

Por outro lado, caso esses fatores não sejam bem trabalhados existe grande
probabilidade de ocorrem os acidentes. A árvore de Causas comprova muito bem isso. Sendo
assim, torna-se fundamental que as causas sinalizadas na Árvore desenvolvam ações de
controle, para que acidentes ou incidentes semelhantes não se repitam (MICHEL, 2000).
Esse método é diferenciado porque, além de proporcionar o estabelecimento do
diálogo entre as pessoas, ele permite tirar uma lição construtiva de uma situação indesejável.

III. Escolha e Definição das Medidas de Prevenção


A experiência e a sabedoria devem estar presentes na execução da tarefa de escolha 114
e definição de medidas de prevenção. A experiência de quem domina as técnicas conhece
cientificamente o problema e, por isso, tem condições de sugerir medidas concretas para
minimizá-lo.

Sabedoria de quem, embora não tenha conhecimento técnico mais aprofundado,


aprendeu com a experiência, podendo com muita propriedade, opinar e fazer propostas para
amenizar ou resolver a situação.

LEMBRE-SE:

A não atuação sobre os riscos implica futuros


acidentes.

IV. Garantia e Acompanhamento das Ações de Prevenção

Depois de referenciadas pelos empregados e pela direção da organização, as medidas


preventivas passam a ser recomendadas. Será responsabilidade da CIPA o acompanhamento e
implementação dessas medidas, o que é realizado em dois tempos, sendo um de registro e outro
de controle.

1º Tempo: Registro
Nesse momento torna-se relevante que todos os itens significativos fiquem registrados,
como por exemplo:

¥ Ordem de serviço.
¥ Medida proposta.
¥ Início dos trabalhos.
115
¥ Final dos trabalhos.
¥ Responsável.
¥ Custo previsível.

2º Tempo: Controle

O controle deverá ser executado no período de execução do serviço e depois do


mesmo. Tudo o que for observado nas visitas de controle deve ser comentado nas reuniões da
CIPA, uma vez que os membros da comissão devem estar sempre atualizados e bem
informados (CARVALHO, 2000).

As observações podem ser registradas contendo as seguintes informações:

¥ Data.
¥ Situação.
¥ Observações.
FIGURA 30 - RISCO DE ACIDENTE

116

FONTE: Disponível em:


<http://media.photobucket.com/image/ACIDENTE%20NO%20TRABALHO/tmaneca/g2_
7.jpg>. Acesso em: 06 jun. 2013.

12 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS

Esse diagrama é representado na forma de um peixe, o que facilita não só a


visualização do problema, como também a interpretação das causas que o originaram.

Conhecido também como:

 Diagrama de Ishikawa.
 Diagrama Espinha de Peixe.
117

FONTE: Disponível em:


<http://www.eps.ufsc.br/disserta99/silvino/figuras/Image945.gif>. Acesso em: 06 jun. 2013.

O referido diagrama parte do pressuposto de que o acidente não ocorre em virtude de


uma única causa, mas por um conjunto de fatores que desencadeiam todo o processo.

Além disso, ele envolve um trabalho extremamente coletivo, já que as pessoas


participam opinando sobre as prováveis causas que teriam gerado o acidente.

12.1 AS CAUSAS

O acidente é registrado na cabeça do peixe e as causas, uma em cada espinha.

Geralmente, quando se trata de acidentes, a investigação baseia-se em quatro


diferentes causas:
 Ambiente de trabalho.
 Agentes materiais.
 Características pessoais.
 Organização do trabalho.

118
O Diagrama de Causas e Efeitos faz uso de 6M´s, (mão medidas), que é outra opção.

Cabe ao investigador encontrar a melhor opção para a investigação de cada situação,


visando sempre optar pelos fatores mais simples, para que não confundam as pessoas
(CARVALHO, 2000).

O objetivo principal do trabalho é minimizar os riscos.

No quadro a seguir apresenta-se cada “espinha” com seus respectivos tópicos


específicos.

QUATRO FATORES SEIS “M”

1 - AGENTES MATERIAIS 1 – MÃO DE OBRA

 Ferramentas  Treinamento
 Instalações  Motivação
 Máquinas  Habilidade
 Objetos 2 - MÉTODOS
 Substâncias perigosas
 Procedimentos
2 - AMBIENTE DE TRABALHO
 Manuais
 Iluminação  Instruções de trabalho
 Ruído 3 - MÁQUINAS
 Radiações
 Manutenção
 Ordenação
 Proteções
 Limpeza  Condições inseguras
3 - CARACTERÍSTICAS PESSOAIS 4 - MEIO AMBIENTE

 Conhecimento  Relações interpessoais


 Atitudes  Clima
 Habilidades  Sujeira
119
4 - ORGANIZAÇÃO 5 - MATERIAIS

 Formação  Especificações
 Sistemas de comunicação  Fornecedores
 Métodos  Toxicidade
 Procedimentos 6 - MEDIDAS

 Verificação
 Instrumentos

12.2 VANTAGENS DO MÉTODO

¥ Apresenta todas as variáveis que podem reproduzir um acidente.


¥ Leva todos os envolvidos no processo a se comprometerem com os resultados.
¥ Pode ser usado como ferramenta estatística para o Controle da Qualidade Total
de Produtos.
¥ É ideal para quem está fazendo ou já fez um Sistema de Gestão Ambiental
¥ Organiza as ideias geradas em uma tempestade de ideias, técnica usada para
motivar a participação de todos os envolvidos no processo.
12.3 DESVANTAGENS DO MÉTODO

¥ Exige uma estrutura organizacional favorável para ser aplicado com sucesso,
pois se trata de uma metodologia diferente da tradicional. 120
¥ Deve ser utilizado, preferencialmente, por pessoas com vivência em PDCA, que
significa:
PLAN – Planejar.

DO – fazer.

CHECK – verificar.

ACTION – atuar corretamente.

¥ Precisa de pessoas que tenham percepção


¥ Não sinaliza se o problema é grave ou não.

12.4 ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA

1º Passo

Efetuar o levantamento dos fatos, imediatamente após a ocorrência do acidente ou do


incidente.

2º Passo

Organizar os fatos de acordo com as “espinhas” do diagrama.


3º Passo

Traçar uma linha horizontal em um papel adequado, que pode ser cartolina, quadro
magnético ou de giz, simulando o formato de um peixe colocando o acidente na região da
cabeça. 121

4º Passo

Registrar nas espinhas do peixe os quatro fatores ou os seis M´s que determinaram o
acidente.

5º Passo

Inserir em cada uma das espinhas a contribuição pessoal do investigador para o


esclarecimento do acidente.

6º Passo

Finalizar o diagrama depois que todos os envolvidos tiverem concordado com a


representação gráfica ou inserido o que ainda estava faltando.

7º Passo

Fixar o diagrama em local visível para anexar as contribuições voluntárias.

8º Passo
Ao lado do diagrama, deixar etiquetas autoadesivas e canetas para que o funcionário
registre sua contribuição voluntária na espinha de peixe correspondente.

9º Passo

122
Após a finalização do tempo preestabelecido, realizar o levantamento das
contribuições em uma tempestade de ideias (brainstorming), o que viabilizará ao comitê
investigativo formular ações corretivas para o enfrentamento do problema.

10º Passo

Implementar uma verificação de Follow Up com periodicidade definida, para que os


membros da CIPA possam acompanhar a implementação e a manutenção das medidas de
controle.

13 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO

A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e artigo 7º,
incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõe, especificamente, sobre segurança e saúde dos
trabalhadores.

A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à Segurança e


Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514, de 22 de dezembro de
1977.
O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978,
aprovou as Normas Regulamentadoras - NR - previstas no Capítulo V da CLT. Essa mesma
Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR fossem determinadas pela Secretaria
de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do atual Ministério do Trabalho e Emprego.
A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica por meio da Lei nº 5.889,
de 5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais - NRR - foram aprovadas pela
Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo essa portaria foi revogada e a
regulamentação do trabalho rural está concentrada em uma norma regulamentadora específica,
que é a NR-31.
Incorporam-se às leis brasileiras, as Convenções da OIT - Organização Internacional 123
do Trabalho, quando promulgadas por Decretos Presidenciais. As Convenções Internacionais
são promulgadas depois de submetidas e aprovadas pelo Congresso Nacional.

NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.

Atualizações D.O.U.

Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83.

Portaria SSMT n.º 03, de 07 de fevereiro de 1988 10/03/88.

Portaria SSST n.º 13, de 17 de setembro de 1993 21/09/93.

Portaria SIT n.º 84, de 04 de março de 2009 12/03/09.

1.1 As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho,


são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (Alteração dada
pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).

1.1.1 As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras – NR aplicam-se, no que


couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos
sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais. (Alteração dada pela Portaria
n.º 06, de 09/03/83).

1.2 A observância das Normas Regulamentadoras - NR não desobriga as empresas do


cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de
obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas de convenções
124
e acordos coletivos de trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).

1.3 A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de âmbito


nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades
relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador -
PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho em todo o território nacional. (Alteração dada pela Portaria n.º
13, de 17/09/93).

1.3.1 Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST


conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas
pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho.
(Alteração dada pela Portaria n.º 13, de 17/09/93).

1.4 A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é o órgão
regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do
trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o
Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (Alteração dada pela
Portaria n.º 13, de 17/09/93).

1.4.1 Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do


Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83)

a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e


regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente


de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de 125


insalubridade;

e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina


do trabalho nas localidades onde não houver Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança
do Trabalho registrado no MTb.

1.5 Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais, mediante
convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às
empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e
medicina do trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).

1.6 Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR, considera-se:


(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).

a) empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade


econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao
empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas
ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados;

b) empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a


empregador, sob a dependência deste e mediante salário;

c) empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra,


frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o
empregador para atingir seus objetivos;

d) estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares


diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório;
e) setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no
mesmo estabelecimento;

f) canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem


operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

g) frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem 126


operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

h) local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.

1.6.1 Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra,
constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para
efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, solidariamente responsáveis a
empresa principal e cada uma das subordinadas. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83).

1.6.2 Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra de


engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será considerada
como um estabelecimento, a menos que se disponha, de forma diferente, em NR específica.
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).

1.7 Cabe ao empregador: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e


medicina do trabalho;

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos
empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; (Alteração dada pela Portaria n.º
84, de 04/03/09)

Obs.: Com a alteração dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09, todos os incisos (I, II, III,
IV, V e VI) desta alínea foram revogados.

c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)
I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;

III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico


aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;

127
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.

d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos


preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (Alteração dada pela
Portaria n.º 03, de 07/02/88)

e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença


relacionada ao trabalho. (Inserção dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)

1.8 Cabe ao empregado: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; (Alteração dada pela
Portaria n.º 84, de 04/03/09)

b) usar o EPI fornecido pelo empregador;

c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR;

d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR;

1.8.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do


disposto no item anterior. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

1.9 O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e


medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na
legislação pertinente. (Alteração dada pela Portaria n.º 06 de 09/03/83)

1.10 As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das Normas


Regulamentadoras – NR, serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho
- SSMT. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALHO

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.

Alterações/Atualizações D.O.U. 128

Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83.

Portaria SSMT n.º 34, de 20 de dezembro de 1983 29/12/83.

Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987 16/12/87.

Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990 20/09/90.

Portaria DSST n.º 04, de 08 de outubro de 1991 10/10/91.

Portaria SNT n.º 04, de 06 de fevereiro de 1992 10/02/92.

Portaria SSST n.º 08, de 01 de junho de 1993 03/06/93.

Portaria SSST n.º 01, de 12 de maio de 1995 25/05/95.

Portaria SIT n.º 17, de 01 de agosto de 2007 02/08/07.

Portaria SIT n.º 76, de 21 de novembro de 2008 25/11/08.

Portaria SIT n.º 128, de 11 de dezembro de 2009 14/12/09.

4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e


indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total
de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as
exceções previstas nesta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.2.1 Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho


129
com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal
não serão considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de
engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)

4.2.1.1 Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho


e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)

4.2.1.2 Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do


trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o
Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987)

4.2.2 As empresas que possuam mais de 50% (cinquenta por cento) de seus
empregados em estabelecimentos ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau
superior ao da atividade principal deverão dimensionar os Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, em função do maior grau de risco,
obedecido o disposto no Quadro II desta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de
outubro de 1983)

4.2.3 A empresa poderá constituir Serviço Especializado em Engenharia de Segurança


e em Medicina do Trabalho centralizado para atender a um conjunto de estabelecimentos
pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele em que se situa o
serviço e cada um dos demais não ultrapasse a 5.000 (cinco mil metros), dimensionando-o em
função do total de empregados e do risco, de acordo com o Quadro II, anexo, e o subitem 4.2.2.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.4 Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Quadro II,
desta NR, e outro(s) que não se enquadre(m), a assistência a este(s) será feita pelos serviços
especializados daquele(s), dimensionados conforme os subitens 4.2.5.1 e 4.2.5.2 e desde que
localizados no mesmo Estado, Território ou Distrito Federal. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34,
de 20 de dezembro de 1983)

130
4.2.5 Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não
se enquadrem no Quadro II, anexo, o cumprimento desta NR será feito por meio de Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho centralizados em cada
estado, território ou Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos no
estado, território ou Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II, anexo, aplicado o
disposto no subitem 4.2.2. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.2.5.1 Para as empresas enquadradas no grau de risco 1 o dimensionamento dos


serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá ao Quadro II, anexo, considerando-se como
número de empregados o somatório dos empregados existentes no estabelecimento que possua
o maior número e a média aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos,
devendo todos os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, assim constituídos, cumprirem tempo integral. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.2.5.2 Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4, o


dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá o Quadro II, anexo,
considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados de todos os
estabelecimentos. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.3 As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir Serviços


Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e que possuam outros
serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes serviços com os Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho constituindo um
serviço único de engenharia e medicina. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)
4.3.1 As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e medicina ficam
obrigadas a elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de Segurança e Medicina do
Trabalho, até o dia 30 de março, um programa bienal de segurança e medicina do trabalho a ser
desenvolvido. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.3.1.1 As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de cada


131
exercício poderão constituir o serviço único de que trata o subitem 4.3.1 e elaborar o programa
respectivo a ser submetido à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, no prazo de 90
(noventa) dias a contar de sua instalação. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)

4.3.1.2 As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já possuam


serviço único, poderão ser assistidas pelo referido serviço, após comunicação à DRT. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.3.2 À Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho fica reservado o direito de


controlar a execução do programa e aferir a sua eficácia. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)

4.3.3 O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os profissionais


especializados previstos no Quadro II, anexo, sendo permitido aos demais engenheiros e
médicos exercerem Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, desde que habilitados e
registrados conforme estabelece a NR-27. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)

4.3.4 O dimensionamento do serviço único de engenharia e medicina deverá obedecer


ao disposto no Quadro II desta NR, no tocante aos profissionais especializados. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.4 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho deverão ser integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem
do Trabalho, obedecido o Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de
setembro de 1990)
4.4.1 Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados
em engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão exigir dos profissionais que os
integram comprovação de que satisfazem os seguintes requisitos: (Alterado pela Portaria DSST
n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador de


132
certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho,
em nível de pós-graduação; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

b) Médico do Trabalho - médico portador de certificado de conclusão de curso de


especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado
de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação
equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da
Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação
em Medicina; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso


de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por
universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem; (Alterado pela
Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico de


enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de
enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo
Ministério da Educação; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de Registro


Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSST n.º 8, de 1o de
junho de 1983)

4.4.1.1 Em relação às Categorias mencionadas nas alíneas "a" e "c", observar-se-á o


disposto na Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de
17 de setembro de 1990)
4.4.2 Os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser empregados da empresa, salvo os casos
previstos nos itens 4.14 e 4.15. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

4.5 A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em estabelecimentos


enquadrados no Quadro II, anexo, deverá estender a assistência de seus Serviços
133
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho aos empregados da(s)
contratada(s), sempre que o número de empregados desta(s), exercendo atividade naqueles
estabelecimentos, não alcançar os limites previstos no Quadro II, devendo, ainda, a contratada
cumprir o disposto no subitem 4.2.5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)

4.5.1 Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas não se


enquadrarem no Quadro II, anexo, mas que pelo número total de empregados de ambos, no
estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro, deverá ser constituído um
serviço especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho comum, nos
moldes do item 4.14. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.5.2 Quando a empresa contratada não se enquadrar no Quadro II, anexo, mesmo
considerando-se o total de empregados nos estabelecimentos, a contratante deve estender aos
empregados da contratada a assistência de seus Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, sejam estes centralizados ou por estabelecimento.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.5.3 A empresa que contratar outras para prestar serviços em seu estabelecimento
pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão
própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.5.3.1 O dimensionamento do SESMT organizado na forma prevista no subitem 4.5.3


deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica do
estabelecimento da contratante. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.5.3.2 No caso previsto no item 4.5.3, o número de empregados da empresa


contratada no estabelecimento da contratante, assistidos pelo SESMT comum, não integra a
base de cálculo para dimensionamento do SESMT da empresa contratada. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.5.3.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.5.3 deve ter seu funcionamento
avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes da empresa contratante,
do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade
134
previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de
1o de agosto de 2007)

4.6 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho das empresas que operem em regime sazonal deverão ser dimensionados, tomando-
se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior e obedecidos os
Quadros I e II anexos. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.7 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho deverão ser chefiados por profissional qualificado, segundo os requisitos especificados
no subitem 4.4.1 desta Norma Regulamentadora. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de
setembro de 1990)

4.8 O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho


deverão dedicar 8 (oito) horas por dia para as atividades dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo com o estabelecido no Quadro
II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987)

4.9 O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do


trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo
integral) por dia para as atividades dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho, de acordo com o estabelecido no Quadro II, anexo, respeitada a
legislação pertinente em vigor. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.10 Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é vedado


o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. (Alterado pela Portaria
SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.11 Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da instalação e
manutenção dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.12 Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
135
27 de outubro de 1983)

a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao


ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de
modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;

b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do


risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de
Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a
intensidade ou característica do agente assim o exija;

c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações


físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea "a";

d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do


disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;

e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas


observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;

f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos


trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto por
meio de campanhas quanto de programas de duração permanente;

g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças


ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;

h) analisar e registrar em documento (s) específico (s) todos os acidentes ocorridos na


empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional,
descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores
ambientais, as características do agente e as condições do (s) indivíduo(s) portador (es) de
doença ocupacional ou acidentado (s);

i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças


ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos
modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo a empresa encaminhar um
136
mapa contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do
Trabalho até o dia 31 de janeiro, por meio do órgão regional do MTb;

j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente
alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e
recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento
de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes
às alíneas "h" e "i" por um período não inferior a 5 (cinco) anos;

l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas,
embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto,
a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que
visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de
qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades.

4.13 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho deverão manter entrosamento permanente com a CIPA, dela valendo-se como agente
multiplicador, e deverão estudar suas observações e solicitações, propondo soluções corretivas
e preventivas, conforme o disposto no subitem 5.14.1. da NR 5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º
33, de 27 de outubro de 1983)

4.14 As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II, anexo a


esta NR, poderão dar assistência na área de segurança e medicina do trabalho a seus
empregados por meio de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho comuns, organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica
correspondente ou pelas próprias empresas interessadas. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33,
de 27 de outubro de 1983)

4.14.1 A manutenção desses Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e


em Medicina do Trabalho deverá ser feita pelas empresas usuárias, que participarão das
despesas em proporção ao número de empregados de cada uma. (Alterado pela Portaria SSMT
137
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.14.2 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho previstos no item 4.14 deverão ser dimensionados em função do somatório dos
empregados das empresas participantes, obedecendo ao disposto nos Quadros I e II e no
subitem 4.2, desta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.14.3 As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo


município, ou em municípios limítrofes, cujos estabelecimentos se enquadrem no Quadro II,
podem constituir SESMT comum, organizado pelo sindicato patronal correspondente ou pelas
próprias empresas interessadas, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de
Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.3.1 O SESMT comum pode ser estendido a empresas cujos estabelecimentos não
se enquadrem no Quadro II, desde que atendidos os demais requisitos do subitem 4.14.3.
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.3.2 O dimensionamento do SESMT organizado na forma do subitem 4.14.3 deve


considerar o somatório dos trabalhadores assistidos. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o
de agosto de 2007)

4.14.3.3 No caso previsto no item 4.14.3, o número de empregados assistidos pelo


SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.3.4 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.3 deve ter seu funcionamento
avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes das empresas, do
sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade
previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de
1o de agosto de 2007)

4.14.4.As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo industrial


ou comercial podem constituir SESMT comum, organizado pelas próprias empresas
interessadas, desde que previsto nas Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho das
138
categorias envolvidas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.4.1 O dimensionamento do SESMT comum organizado na forma do subitem


4.14.4 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica que
empregue o maior número entre os trabalhadores assistidos. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17,
de 1o de agosto de 2007)

4.14.4.2 No caso previsto no item 4.14.4, o número de empregados assistidos pelo


SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.4.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.4 deve ter seu funcionamento
avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes das empresas, dos
sindicatos de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade
previstas nas Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17,
de 1o de agosto de 2007)

4.15 As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho de instituição oficial ou instituição
privada de utilidade pública, cabendo às empresas o custeio das despesas, na forma prevista no
subitem 4.14.1. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.16 As empresas cujos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho não possuam médico do trabalho e/ou engenheiro de segurança do
trabalho, de acordo com o Quadro II desta NR, poderão se utilizar dos serviços destes
profissionais existentes nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho mencionados no item 4.14 e subitem 4.14.1 ou no item 4.15, para
atendimento do disposto nas Normas Regulamentadoras. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33,
de 27 de outubro de 1983)
4.16.1 O ônus decorrente dessa utilização caberá à empresa solicitante. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.17 Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho de que trata esta NR deverão ser registrados no órgão regional do MTb. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
139
4.17.1 O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão regional do MTb
e o requerimento deverá conter os seguintes dados: (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27
de outubro de 1983)

a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho;

b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do


Trabalho do MTb;

c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por


estabelecimento;

d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;

e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho.

4.18 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho, já constituídos, deverão ser redimensionados nos termos desta NR e a empresa terá
90 (noventa) dias de prazo, a partir da publicação desta Norma, para efetuar o
redimensionamento e o registro referido no item 4.17. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27
de outubro de 1983)

4.19 A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, como um


dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional dos componentes dos
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. O
impedimento do referido exercício profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio
de funções constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se
devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na NR-28.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.20 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços considera-


se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que os seus empregados
estiverem exercendo suas atividades. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
140
1983)

NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.


Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83.

Portaria SSST n.º 25, de 29 de dezembro de 1994 Rep. 15/12/95.

Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999 Retf. 10/05/99.

Portaria SSST n.º 15, de 26 de fevereiro de 1999 01/03/99.

Portaria SSST n.º 24, de 27 de maio de 1999 28/05/99.


Portaria SSST n.º 25, de 27 de maio de 1999 28/05/99.
Portaria SSST n.º 16, de 10 de maio de 2001 11/05/01.
Portaria SIT n.º 14, de 21 de junho de 2007 26/06/07.
(Texto dado pela Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999).
DO OBJETIVO
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
DA CONSTITUIÇÃO
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento
as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta
e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.
5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores
avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em
Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos.
5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, 141
deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de
harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.
5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, por meio
de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o
desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e
instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo.
DA ORGANIZAÇÃO
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de
acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações
disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles
designados.
5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.
5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem
decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR,
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específicos.
5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará
um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos
de participação dos empregados, por meio de negociação coletiva.
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição.
5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo
de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas
atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a
sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.
5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação
necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e
saúde no trabalho analisadas na CIPA. 142
5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.
5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no primeiro dia
útil após o término do mandato anterior.
5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu
substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a
concordância do empregador.
5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez
dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de
posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.
5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a
CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser
desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja
redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das
atividades do estabelecimento.
DAS ATRIBUIÇÕES
5.16 A CIPA terá por atribuição:
 Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a
participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;
 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho;
 Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
 Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho
visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;
 Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no
trabalho;
 Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho 143
relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
 Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores;
 Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
 Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como
cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no
trabalho;
 Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da
análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos
problemas identificados;
 Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham
interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
 Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
 Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
 Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
Prevenção da AIDS.
5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários
ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas
constantes do plano de trabalho.
5.18 Cabe aos empregados:
 Participar da eleição de seus representantes;
 Colaborar com a gestão da CIPA;
 Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar
sugestões para melhoria das condições de trabalho;
 Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:
 Convocar os membros para as reuniões da CIPA; 144
 Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão;
 Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
 Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
 Delegar atribuições ao Vice-Presidente;
5.20 Cabe ao Vice-Presidente:
 Executar atribuições que lhe forem delegadas;
 Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários;
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes
atribuições:
 Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
 Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos
propostos sejam alcançados;
 Delegar atribuições aos membros da CIPA;
 Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
 Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
 Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
 Constituir a comissão eleitoral.
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:
 Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para
aprovação e assinatura dos membros presentes;
 Preparar as correspondências; e
 Outras que lhe forem conferidas.
DO FUNCIONAMENTO
5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da
empresa e em local apropriado.
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento
de cópias para todos os membros. 145
5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do
Trabalho - AIT.
5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
 Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação
de medidas corretivas de emergência;
 Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
 Houver solicitação expressa de uma das representações.
5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com
mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento
justificado.
5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião
ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os
encaminhamentos necessários.
5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando
faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por
suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o
empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as
alterações e justificar os motivos.
5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o
substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.
5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da
representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.
DO TREINAMENTO
5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e
suplentes, antes da posse.
5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo
de trinta dias, contados a partir da data da posse.
5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente
treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR. 146
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:
 Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;
 Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
 Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa;
 Noções sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida – aids, e medidas de
prevenção;
 Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e
saúde no trabalho;
 Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;
 Organização da cipa e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições
da comissão.
5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito
horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal,
entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas
ministrados.
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à
entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à
empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.
5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao
treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a
complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias,
contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.
DO PROCESSO ELEITORAL
5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos
empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em
curso.
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo
eleitoral ao sindicato da categoria profissional.
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no 147
prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão
Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo
eleitoral.
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será
constituída pela empresa.
5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:
 Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no
prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;
 Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será
de quinze dias;
 Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;
 Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
 Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do
mandato da CIPA, quando houver;
 Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de
turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
 Voto secreto;
 Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão
eleitoral;
 Faculdade de eleição por meios eletrônicos;
 Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um
período mínimo de cinco anos.
5.41 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na votação,
não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação, que
ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade
descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.
5.42.1 Compete à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, 148
confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder à
anulação quando for o caso.
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco
dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.
5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do
processo eleitoral.
5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais
votados.
5.44 Em caso de empate assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.
5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e
apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de
vacância de suplentes.
DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS
5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços considera-
se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus empregados
estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a
CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou
com os designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os
trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.
5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, deverão
implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho,
decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de
segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas
contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele
estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho,
bem como sobre as medidas de proteção adequadas.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o
cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de 149
segurança e saúde no trabalho.
DISPOSIÇÕES FINAIS
5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria
específica.

NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.

Alterações/Atualizações D.O.U.

Portaria SSMT n.º 05, de 07 de maio de 1982 17/05/82.

Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83.

Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91.

Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92.

Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92.

Portaria DNSST n.º 06, de 19 de agosto de 1992 20/08/92.

Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94.

Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01.

Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003 28/03/04.


Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004 10/12/04.

Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006 06/12/06.

Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006 22/12/06.

Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009 27/08/09.


150
Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009 13/11/09.

(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001).

6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se


Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho.

6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele


composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que
possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.

6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importada, só


poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA,
expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do
Ministério do Trabalho e Emprego.

6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado


ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,

c) para atender a situações de emergência.


6.4. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado o disposto
no item 6.3, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o
disposto no ANEXO I desta NR.

6.4.1. As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados no ANEXO I,
desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as propostas para reexame daqueles ora
151
elencados, deverão ser avaliadas por comissão tripartite a ser constituída pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após ouvida a CTPP, sendo as
conclusões submetidas àquele órgão do Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.

6.5. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas
desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco
existente em determinada atividade.

6.5.1. Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante


orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do
trabalhador.

6.6. Cabe ao empregador

6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI :

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em


matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.


h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009)

6.7. Cabe ao empregado

6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:

152
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

6.8. Cabe ao fabricante e ao importador

6.8.1. O fabricante nacional ou o importador deverá:

a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacional competente em matéria


de segurança e saúde no trabalho;

b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;

c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando vencido o prazo de


validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do
trabalho;

d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver alteração das
especificações do equipamento aprovado;

e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao


Certificado de Aprovação - CA;

f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;

g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no


trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua
utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;

i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,

j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando


for o caso. 153

6.9. Certificado de Aprovação - CA

6.9.1. Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não
tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;

b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando


for o caso;

c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação desta Norma,
quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas,
ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua
aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,
mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação
técnica de fabricação, podendo ser renovado até 2007, quando se expirarão os prazos
concedidos; e,

(Alterada pela Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006).

d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos após a
data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,
oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, caso em que
os EPI serão aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da
especificação técnica de fabricação.
6.9.2. O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,
quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer prazos diversos daqueles
dispostos no subitem 6.9.1.

6.9.3. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome
comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI
154
importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

6.9.3.1. Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3, o órgão nacional


competente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar forma alternativa de
gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador, devendo esta constar do CA.

6.10. Restauração, lavagem e higienização de EPI

6.10.1. Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão definidos pela


comissão tripartite constituída, na forma do disposto no item 6.4.1, desta NR, devendo manter as
características de proteção original.

6.11. Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / MTE

6.11.1. Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no


trabalho:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;

b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;

c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;

d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;

e) fiscalizar a qualidade do EPI;

f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,

g) cancelar o CA.
6.11.1.1. Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome do
fabricante e o número de referência, além de outros requisitos.

6.11.2. Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI; 155

b) recolher amostras de EPI; e,

c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo


descumprimento desta NR.

6.12 e Subitens

(Revogados pela Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009)

ANEXO I

(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001)

LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA

A.1 - Capacete

a) capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio;

b) capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;

c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos provenientes de


fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio.

A.2 - Capuz

a) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem


térmica;
b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos de
produtos químicos.

B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE

B.1 - Óculos

156
a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de partículas
volantes;

b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;

c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;

d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação infravermelha;

e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de produtos


químicos.

B.2 - Protetor facial

a) protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de partículas


volantes;

b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de produtos


químicos;

c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação infravermelha;

d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa.

B.3 - Máscara de Solda

a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra impactos de
partículas volantes;

b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação
ultravioleta;
c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação
infravermelha;

d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra luminosidade
intensa.

C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA 157

C.1 - Protetor auditivo

a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de


pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de


pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

c) protetor auditivo semiauricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de


pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.

D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

D.1 - Respirador purificador de ar

a) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras e


névoas;

b) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras,


névoas e fumos;

c) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras,


névoas, fumos e radionuclídeos;

d) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra vapores


orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão);

e) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra gases


emanados de produtos químicos;
f) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra partículas e
gases emanados de produtos químicos;

g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias contra


poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos.

D.2 - Respirador de adução de ar 158

a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das vias


respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em
ambientes confinados;

b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias


respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em
ambientes confinados;

D.3 - Respirador de fuga

a) respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em
condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde ou com
concentração de oxigênio menor que 18 % em volume.

E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

E.1 - Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de


origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de
operações com uso de água.

E.2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando
arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. (Incluído pela Portaria
SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006)

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

F.1 - Luva
a) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes;

b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes;

c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;

d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;


159
e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;

f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes químicos;

g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;

h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações ionizantes.

F.2 - Creme protetor

a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes
químicos, de acordo com a Portaria SSST n.º 26, de 29/12/1994.

F.3 - Manga

a) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra choques


elétricos;

b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes


abrasivos e escoriantes;

c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes


cortantes e perfurantes.

d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra umidade


proveniente de operações com uso de água;

e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes


térmicos.

F.4 - Braçadeira
a) braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes cortantes.

F.5 - Dedeira

a) dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e


escoriantes.

160
G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

G.1 - Calçado

a) calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os


artelhos;

b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;

c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;

d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e


escoriantes;

e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente
de operações com uso de água;

f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos
químicos.

G.2 - Meia

a) meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

G.3 - Perneira

a) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e


escoriantes;

b) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos;

c) perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de produtos


químicos;
d) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes cortantes e
perfurantes;

e) perneira de segurança para proteção da perna contra umidade proveniente de


operações com uso de água.

G.4 - Calça 161

a) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes abrasivos e


escoriantes;

b) calça de segurança para proteção das pernas contra respingos de produtos


químicos;

c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes térmicos;

d) calça de segurança para proteção das pernas contra umidade proveniente de


operações com uso de água.

H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO

H.1 - Macacão

a) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra chamas;

b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra agentes térmicos;

c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra respingos de produtos químicos;

d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra umidade proveniente de operações com uso de água.

H.2 - Conjunto

a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para


proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para
proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;

c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para


proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações
com uso de água;
162
d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para
proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas.

H.3 - Vestimenta de corpo inteiro

a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos de


produtos químicos;

b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra umidade proveniente


de operações com água;

c) vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o corpo contra choques


elétricos. (Incluída pela Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004)

I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

I.1 - Dispositivo trava queda

a) dispositivo trava queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em


operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de
segurança para proteção contra quedas.

I.2 - Cinturão

a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em


trabalhos em altura;

b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no


posicionamento em trabalhos em altura.
Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser expedida
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após observado
o disposto no subitem 6.4.1.

ANEXO II

(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001). 163

1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras será feito mediante a


apresentação de formulário único, conforme o modelo disposto no ANEXO III, desta NR,
devidamente preenchido e acompanhado de requerimento dirigido ao órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho.

1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, deverá requerer junto ao
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a aprovação do EPI.

1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou importado


deverá ser formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e instruído com os seguintes
documentos:

a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento no ANEXO I


desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na sua fabricação, uso a que se
destina e suas restrições;

b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório credenciado pelo


órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho ou do documento que
comprove que o produto teve sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no
caso de não haver laboratório credenciado capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo de
Responsabilidade Técnica, assinado pelo fabricante ou importador, e por um técnico registrado
em Conselho Regional da Categoria;

c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do estabelecimento,


e,
d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante estrangeiro
autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar o produto no Brasil, quando se
tratar de EPI importado.

164
REFERÊNCIAS

CAMPOS, Armando (2002). CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma nova
abordagem. São Paulo: SENAC.
165
CARVALHO, Cleiton (2000). Revista CIPA, Periódico. São Paulo. www.cipanet.com.br

GONÇALVES, Edwar. (2000). Manual de segurança do trabalho. São Paulo: Letras.

MICHEL, Oswaldo. (2000). Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. São Paulo: Letras.

OLIVEIRA, João. (2003). Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida. São
Paulo Perspec. Vol.17 nº2 São Paulo Apr./June.

SALEM, Luciano; SALEM, Diná. (2001). Acidentes do trabalho. Campinas: Millennium.


PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO A SAÚDE OCUPACIONAL


2 DOENÇAS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
3 DORT E LER
3.1 INCIDÊNCIA
3.2 SINTOMATOLOGIA
3.3 DIAGNÓSTICO
3.4 TRATAMENTO
4 SEGURANÇA NO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL
5 COMO PREVENIR AS DOENÇAS OCUPACIONAIS

MÓDULO II

6 SEGURANÇA NO TRABALHO
7 ACIDENTE DE TRABALHO
7.1 SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO
8 CIPA
9 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
10 RISCO BIOLÓGICO
11 RISCO QUÍMICO
12 RISCO FÍSICO
12.1 TEMPERATURAS EXTREMAS - FRIO, CALOR E UMIDADE
12.2 VIBRAÇÕES
13 RISCO ERGONÔMICO E MECÂNICO
14 MAPA DE RISCO

MÓDULO III

15 SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL- OHSAS


16 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL-PCMSO
17 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS- PPRA

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3
18 NORMA REGULAMENTADORA 17
19 ERGONOMIA
20 BIOSSEGURANÇA
21 NORMA REGULAMENTADORA 32
22 NORMA REGULAMENTADORA 5

MÓDULO IV

23 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
24 PROTEÇÃO INDIVIDUAL
25 PROTEÇÃO COLETIVA
26 REDE NACIONAL DE ATENÇÃO A SAÚDE DO TRABALHADOR- RENAST
27 CENTROS DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR- CEREST
28 REDE SENTINELA
ANEXOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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4
MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO A SAÚDE OCUPACIONAL

Se andarmos pelas empresas e perguntarmos aos funcionários o que é


Saúde Ocupacional, qual sua finalidade ou qual é sua real função poucos saberão
responder.
Alguns irão dizer que é um exame de admissão ou demissão que o
funcionário realiza quando entra ou é desligado da empresa e pior ainda são
aqueles que consideram apenas como um documento que deve ser arquivado para
caso ocorra à fiscalização do Ministério do Trabalho.
Saúde Ocupacional é uma obrigatoriedade que o Ministério do Trabalho
impôs a todas as empresas, visando observar e resguardar a qualidade de vida dos
trabalhadores.
A Saúde Ocupacional é um benefício tanto para o empregado, quanto para o
empregador, pois proporciona aos trabalhadores de uma empresa um ambiente
qualificado e sadio para a realização de suas tarefas, a empresa recebe um
funcionário que estará mais motivado a produzir, e em seu trabalho não haverá
influências ambientais para interromper sua produção.
Podemos ainda dizer que a saúde ocupacional consiste na promoção de
condições laborais que garantam o mais elevado grau de qualidade de vida no
trabalho, protegendo a saúde dos trabalhadores, promovendo o bem-estar físico,
mental e social, prevenindo e controlando os acidentes e as doenças por meio da
redução das condições de risco.
Com uma avaliação sistematizada da saúde do trabalhador, é possível
constatar se o candidato à vaga tem condições para exercer as funções que se
dispõe, ou se após um período de afastamento o funcionário está realmente apto a
voltar às atividades.
Pode-se ainda verificar se o candidato tem condições físicas e emocionais
para exercer novas funções ou se as condições de saúde do trabalhador, continua
da mesma forma com a qual foi contratado.

AN02FREV001/REV 4.0

5
Toda essa avaliação serve para acompanhar a saúde dos trabalhadores e
para resguardar a empresa em eventuais solicitações legais.
Todos os empregadores devem observar atentamente o ambiente físico de
suas instalações, tomando sempre medidas necessárias para colocar seus
empregados o mais distante possível de riscos físicos, químicos, biológicos e
ergonômicos.
Para saber quais são os riscos ocupacionais, deve-se realizar uma vistoria
com profissionais especializados em Segurança do Trabalho. Esses profissionais
realizarão o levantamento dos riscos existentes em todos os ambientes da empresa,
e indicarão ações a serem tomadas para evitar a ocorrência de acidentes.
Essas ações devem ser elaboradas por Técnicos de Segurança do Trabalho,
inscritos nas DRT de sua região e Engenheiros de Segurança do Trabalho filiados
ao CREA.
A saúde ocupacional não se limita apenas a cuidar das condições físicas do
trabalhador, já que também trata da questão psicológica. Para os empregadores, a
saúde ocupacional supõe um apoio ao aperfeiçoamento do funcionário e à
conservação da sua capacidade de trabalho.
Os problemas mais frequentes apresentados pelos profissionais que lidam
com a saúde ocupacional são:

 Fraturas;
 Ferimentos contusos (cortes);
 Distensões por acidentes no trabalho;
 Distúrbios por movimentos repetitivos;
 Problemas visuais;
 Problemas auditivos;
 Doenças causadas pela exposição a substâncias que causam
alergias;
 Stress causado pelo trabalho ou pelas relações de trabalho.

Vale ressaltar que a saúde ocupacional é um tema importante para os


governos, os quais devem garantir o bem-estar dos trabalhadores e o cumprimento
das normas no âmbito do trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

6
Para tal, é hábito realizarem inspeções periódicas de modo a determinar as
condições mediante as quais são desenvolvidos os vários tipos de atividades
laborais.
De forma mais abrangente podemos definir a saúde ocupacional como a
promoção e preservação da integridade física do trabalhador, por meio da detecção
dos fatores que interfiram na sua saúde, tais como os riscos inerentes ao seu
ambiente laboral.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.
Quando surgiu a entidade Organização Mundial da Saúde logo após o fim da
Segunda Guerra Mundial, houve uma preocupação em estabelecer uma definição
extremamente positiva de saúde.
Essa nova definição iria incluir os seguintes fatores:

 Alimentação;
 Atividade física;
 Acesso aos sistemas de saúde.

O "bem-estar social" relacionado na definição estabelecida pela OMS veio


da preocupação com a imensa devastação causada pela Segunda Guerra Mundial,
assim como seguida do otimismo em relação à paz mundial.
A OMS foi ainda à primeira organização internacional de saúde a considerar-
se responsável pela saúde mental, e não apenas pela saúde do corpo. A definição
adotada pela OMS tem sido alvo de inúmeras críticas desde a divulgação desse
conceito.
A intenção de definir a saúde como um estado de completo bem-estar faz
com que a saúde seja algo excelente, fora da normalidade, portanto de difícil
alcance pelos países ou até mesmo pelos serviços de saúde.
Existem ainda aqueles que afirmam que essa definição possibilitou uma
medicalização da existência humana, assim como abusos por parte do Estado a
título de promoção de saúde.

AN02FREV001/REV 4.0

7
Por outro lado, a definição utópica do estado de saúde é importante como
um objetivo a ser alcançado pelas unidades de saúde por estimular a priorização
das ações que levam os profissionais a tratarem as pessoas doentes.
A visão funcional da saúde interessa muito aos profissionais de saúde
pública, incluindo-se aí os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais
profissionais da área da saúde, pois é uma forma de melhorar a equidade dos
serviços de saúde e de saneamento básico provendo cuidados de acordo com as
necessidades de cada indivíduo ou grupo.
Ainda neste contexto devemos definir o que seria o trabalhador, pois assim
poderemos unir os conceitos e definir o que seria a saúde do trabalhador.
Trabalhador é um termo amplo e muito utilizado hoje que inclui toda aquela
pessoa que vive do seu trabalho, ou seja, isto inclui o escravo, o servo, o artesão e o
proletário.
Atualmente o trabalhador é considerado legalmente e formalmente como
todo aquele que realiza tarefas baseadas em contratos, com salários acordados e
direitos estabelecidos pela lei.
Quando o trabalho é voluntário, trabalha-se em instituições sem fins
lucrativos, não sendo, portanto, remunerados.
Já o profissional é aquele que é remunerado regularmente pelo trabalho que
desempenha ou pela atividade que exerce. Também pode ser definido como aquele
que tem conhecimentos da sua profissão, ou seja, um especialista.
A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 196 traz também a
definição de saúde, como podemos verificar a seguir:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas


sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros
agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação.

Apresentamos algumas definições que têm sido aceitas sobre Saúde do


Trabalhador.
No capítulo primeiro da Lei 8080, artigo sexto, parágrafo terceiro,
encontramos a seguinte definição:

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8
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto
de atividades que se destina, através das ações de vigilância
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho, [...].

Esse conceito abrange também questões relacionadas à:

I. Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou


portador de doença profissional e do trabalho;

II. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de


Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de
trabalho;

III. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de


Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das
condições de produção, extração, armazenamento, transporte,
distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas
e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do
trabalhador;

IV. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;

V. Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e


às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença
profissional e do trabalho, bem como os resultados de
fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de
admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da
ética profissional;

VI. Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços


de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e
privadas;

VII. Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no


processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das
entidades sindicais; e

VIII. Garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão


competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de
todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco
iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

Em uma dimensão mais abrangente, trabalhador é todo homem e mulher


que exerce atividade para o próprio sustento e/ou de seus dependentes,
independente da forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou
informais da economia (BRASIL, 2001).

AN02FREV001/REV 4.0

9
Segundo a Política de Saúde e Segurança do Trabalhador entende-se por
trabalhadores homens ou mulheres que exercem atividades para sustento próprio
e/ou de seus dependentes, sejam no mercado de trabalho formal ou informal da
economia.
Inclusive os que trabalham ou trabalharam como assalariados, domésticos,
avulsos, rurais, autônomos, temporários, servidores públicos, cooperativados e
empregadores, proprietários de micro e pequenas unidades de produção e serviços,
entre outros.
Podemos considerar também trabalhador a pessoa não remunerada que
trabalha no domicílio, o aprendiz ou estagiário e aqueles que estão afastados
temporariamente ou definitivamente do mercado de trabalho por doença,
aposentadoria ou desemprego.
No Brasil diversas estratégias e programas buscam melhorar a saúde da
população, mas a grande extensão territorial e as diferenças socioeconômicas e
sociais impedem um desenvolvimento igualitário de todo o país.
A política de saúde do trabalhador no Brasil começa a ser estruturada após
a promulgação da Constituição Federal de 1988 no artigo 196, como citada
anteriormente, que coloca que a saúde é um direito de todos, e dever do Estado
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco da
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Em 2002, com a publicação da Portaria nº. 1679 que instituiu a Rede
Nacional de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador com a articulação entre o
Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde dos Estados e Secretarias Municipais de
Saúde.
São criados também os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
que tem como objeto o estudo e intervenção nas relações entre trabalho e saúde.
Seu objetivo é realizar a prevenção, a promoção e a recuperação da Saúde do
Trabalhador urbano ou rural, do setor formal ou informal de trabalho.
Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são
considerados sujeitos e participantes das ações de saúde, as quais incluem: o
estudo das condições de trabalho, a identificação de mecanismos de intervenção

AN02FREV001/REV 4.0

10
técnica para sua melhoria e adequação e o controle dos serviços de saúde
prestados (BRASIL, 2001).
Segundo NARDI (1997), entende-se por saúde do trabalhador o conjunto de
conhecimentos oriundos de diversas disciplinas, como Medicina Social, Saúde
Pública, Saúde Coletiva, Clínica Médica, Medicina do Trabalho, Sociologia,
Epidemiologia Social, Engenharia, Psicologia, entre tantas outras, que – aliado ao
saber do trabalhador sobre seu ambiente de trabalho e suas vivências das situações
de desgaste e reprodução – estabelece uma nova forma de compreensão das
relações entre saúde e trabalho e propõe uma nova prática de atenção à saúde dos
trabalhadores e intervenção nos ambientes de trabalho.
O termo surge no Brasil no bojo do Movimento pela Reforma Sanitária, que
se intensificou no país a partir da década de 1980, tendo, na Reforma Sanitária
Italiana, seu exemplo inspirador (Teixeira, 1989).
A união dos esforços de técnicos de saúde ligados às universidades e ao
Ministério da Saúde com os trabalhadores, dentro da emergência do Novo
Sindicalismo, estabeleceu as bases desse conjunto de saberes e práticas
denominadas Saúde do Trabalhador.
Ela nasce como contraponto aos modelos hegemônicos das práticas de
intervenção e regulação das relações saúde-trabalho da Medicina do Trabalho,
Engenharia de Segurança e Saúde Ocupacional.
A modificação da terminologia dos serviços de atenção à saúde de Serviços
de Medicina do Trabalho e/ou Saúde Ocupacional para Serviços de Saúde do
Trabalhador segue uma tendência mundial nos países que passaram por
movimentos semelhantes, como nos aponta Parmeggiani(1987).
O momento culminante de mobilização popular pela saúde do trabalhador no
Brasil dá-se na VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e na I Conferência
Nacional de Saúde do Trabalhador, também em 1986.
A afirmação do movimento dentro do campo institucional acontece na IX
Conferência Nacional de Saúde e na II Conferência Nacional de Saúde do
Trabalhador em 1994 (Dias, 1994).
Consolida-se, dessa forma, como conceito dentro dos textos legais da
Constituição de 1988 e na Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080) de 1990.

AN02FREV001/REV 4.0

11
Segundo NARDI (1997), a característica que diferencia a Saúde do
Trabalhador, em seu modelo teórico, é a afirmação do trabalhador como sujeito ativo
do processo de saúde-doença incluindo aí a participação efetiva nas ações de saúde
e, não simplesmente, como objeto da atenção à saúde, tal como é tomado pela
Saúde Ocupacional e pela Medicina do Trabalho.
Além desse fato, trata-se da construção de um saber e de uma prática
interdisciplinar que se diferenciem de más ações centradas no conhecimento médico
e nos saberes divididos em compartimentos (Engenharia, Psicologia, Medicina,
Enfermagem, Serviço Social, etc.) na forma de uma equipe de técnicos das várias
profissões que não estabelece uma interlocução como, tradicionalmente, tem-se
dado na Medicina do Trabalho e na Saúde Ocupacional, respectivamente.

FIGURA 1 – SAÚDE DO TRABALHADOR

FONTE: Disponível em: <http://www.medicinadotrabalhonatal.com.br/photos/saude.jpg>. Acesso em:


11 dez. 2011.

Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS 2009) podemos


destacar as seguintes informações quantitativas:

 Em 2009 foram registrados 723.452 acidentes e doenças do trabalho,


entre os trabalhadores assegurados da Previdência Social. Este número, que já é
alarmante, não inclui os trabalhadores autônomos, ou seja, contribuintes individuais

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12
e as empregadas domésticas. Esses eventos provocam enorme impacto social,
econômico e sobre a saúde pública no Brasil. Entre esses registros contabilizou-se
17.693 doenças relacionadas ao trabalho, e parte destes acidentes e doenças
tiveram como consequência o afastamento das atividades de 623.026 trabalhadores
devido à incapacidade temporária (302.648 até 15 dias e 320.378 com tempo de
afastamento superior a 15 dias), 13.047 trabalhadores por incapacidade
permanente, e o óbito de 2.496 cidadãos.

 Para termos uma noção da importância do tema saúde e segurança


ocupacional basta observar que no Brasil, em 2009, ocorreu cerca de uma morte a
cada 3,5 horas, motivada pelo risco decorrente dos fatores ambientais do trabalho e
ainda aproximadamente 83 acidentes e doenças do trabalho reconhecidos a cada 1
hora na jornada diária. Em 2009 observamos uma média de 43 trabalhadores/dia
que não mais retornaram ao trabalho devido à invalidez ou morte.

 Se considerarmos exclusivamente o pagamento, pelo INSS, dos


benefícios devido a acidentes e doenças do trabalho somado ao pagamento das
aposentadorias especiais decorrentes das condições ambientais do trabalho em
2009, encontraremos um valor da ordem de R$ 14,20 bilhões/ano. Se adicionarmos
despesas como o custo operacional do INSS mais as despesas na área da saúde e
afins o custo - Brasil atinge valor da ordem de R$ 56,80 bilhões (Fonte: Previsão
MPS). A dimensão dessas cifras apresenta a premência na adoção de políticas
públicas voltadas à prevenção e proteção contra os riscos relativos às atividades
laborais. Muito além dos valores pagos, a quantidade de casos, assim como a
gravidade geralmente apresentada como consequência dos acidentes do trabalho e
doenças profissionais, ratificam a necessidade emergencial de construção de
políticas públicas e implementação de ações para alterar esse cenário.

A prevenção e proteção contra os riscos oriundos dos ambientes do trabalho


e aspectos relacionados à saúde do trabalhador ganham a cada dia uma maior
visibilidade no cenário mundial e o Governo Brasileiro valorizando este aspecto.

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13
2 DOENÇAS OCUPACIONAIS NO TRABALHO

As doenças do trabalho ou doenças ocupacionais são aquelas decorrentes


da exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de
acidentes.
As doenças ocupacionais são decorrentes da exposição do trabalhador aos
riscos da atividade que desenvolve. Podem causar afastamentos temporários,
repetitivos e até definitivos.
A maior incidência destas doenças ocorre na faixa dos 30 aos 40 anos,
prejudicando a produtividade do trabalhador e podendo interromper sua carreira e
desestabilizar a sua vida. As doenças ocupacionais são causadas ou agravadas por
determinadas atividades.
Elas se caracterizam quando se estabelece o nexo causal entre os danos
observados na saúde do trabalhador e a exposição a determinados riscos
relacionados ao trabalho.
Assim, se o risco ocupacional está presente, uma consequência é a atuação
sobre o organismo humano exposto, alterando sua qualidade de vida. Essa
alteração pode ocorrer de diversas formas, dependendo dos agentes atuantes, do
tempo de exposição, das condições inerentes a cada indivíduo e de fatores do meio
em que se vive.
Ela pode evitar que tanto os trabalhadores como os empregadores se
prejudiquem com as consequências das doenças ocupacionais. A recuperação pode
ser demorada e custar muito dinheiro tanto para o empregador quanto para o INSS.

As possíveis causas das doenças ocupacionais são:

 Agentes físicos: Ruído, temperatura, vibrações e radiações;


 Agentes químicos: Utilizados nas indústrias, podem causar danos à
saúde;
 Agentes biológicos: Micro-organismos como bactérias, vírus e fungos.

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As doenças ocupacionais mais comuns são:

 Doenças das vias aéreas: Alguns exemplos são as pneumoconioses


causadas pela poeira da sílica (silicose) e do asbesto (asbestose),
além da asma ocupacional. Substâncias agressivas inaladas no
ambiente de trabalho se depositam nos pulmões, provocando falta de
ar, tosse, chiadeira no peito, espirros e lacrimejamento.

 Perda auditiva relacionada ao trabalho (PAIR): Diminuição gradual da


audição decorrente da exposição contínua a níveis elevados de
ruídos. Além da perda auditiva, outras alterações importantes podem
prejudicar a qualidade de vida do trabalhador.

 Intoxicações exógenas causadas por agrotóxicos como os pesticidas


que provocam grandes danos à saúde e ao meio ambiente; o chumbo
(saturnismo); mercúrio (hidrargirismo) e solventes orgânicos
(benzenismo).

 LER E DORT - lesão por esforço repetitivo e distúrbio osteomuscular


relacionado ao trabalho: Conjunto de doenças que atingem
principalmente os músculos, tendões e nervos. O problema é
decorrente do trabalho com movimentos repetitivos, esforço
excessivo, má postura e estresse, entre outros.

 Dermatoses ocupacionais: Também conhecidas como dermatites de


contato, são alterações da pele e das mucosas causadas, mantidas
ou agravadas, direta ou indiretamente, por determinadas atividades
profissionais. São provocadas por agentes químicos e podem
ocasionar irritação ou até mesmo alergia.

 O estresse e o excesso de trabalho podem variar desde mudanças no


humor, ansiedade, irritabilidade e descontrole emocional até doenças
psíquicas. Geralmente, o estresse é causado por sobrecarga de

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tarefas e ausência de pausas para descanso e exercícios físicos.
Ativar os músculos com exercícios diários, mesmo os de relaxamento,
é um bom começo para se livrar do estresse. Durante os exercícios,
inspire o ar pelo nariz e solte pela boca, sentindo o oxigênio descer e
o gás carbônico subir.

Ainda como definições podem citar que a doença ocupacional é a


designação de várias doenças que causam alterações na saúde do trabalhador,
provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho.
Elas podem ser divididas em:

 Doenças profissionais ou tecnopatias: São aquelas causadas por


fatores inerentes à atividade laboral;
 Doenças do trabalho ou mesopatias: São aquelas causadas pelas
circunstâncias do trabalho.

Uma doença relacionada ao trabalho normalmente é adquirida quando um


trabalhador é exposto acima do limite permitido por lei a agentes químicos, físicos,
biológicos ou radioativos, sem proteção compatível com o risco envolvido.
Essa proteção pode ser na forma de equipamento de proteção coletiva
(EPC) ou equipamento de proteção individual (EPI). Existem também medidas
administrativas e organizacionais capazes de reduzir os riscos. No Brasil, a doença
ocupacional é equiparada ao acidente de trabalho, gerando os mesmos direitos e
benefícios.

Caso o trabalhador apresente uma doença ocupacional grave, ele tem direito
a pedir afastamento do INSS pelo auxílio-doença. Para isso, deve passar por uma
perícia médica, que fará a avaliação do quadro da doença.
É necessária também a comprovação que a doença está relacionada ao seu
emprego atual e, além disso, deve ter um mínimo de 12 meses de contribuição ao
INSS.

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16
Todos devem aprender a identificar os sinais do seu corpo para perceber o
início de qualquer desconforto, procurando, assim, adaptar as técnicas da
ergonomia ao seu local de trabalho.
Os sintomas mais comuns de uma doença ocupacional, e que requerem a
procura por um médico:

 Cansaço excessivo;
 Desconforto após a jornada de trabalho;
 Inchaço;
 Formigamento dos pés e das mãos;
 Sensação de choque nas mãos;
 Dor nas mãos;
 Perda dos movimentos da mão.

Para manter a qualidade de vida, é essencial que o trabalhador procure


manter um equilíbrio entre corpo e mente. Realizar exercícios físicos pelo menos
quatro vezes por semana é uma ótima forma de prevenção de doenças
ocupacionais, além de uma dieta balanceada e saudável, sem esquecer o lazer, pois
assim o estresse do dia a dia poderá ser diminuído.
Para acessar o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde sobre
as Doenças Relacionadas ao Trabalho do Ministério da Saúde e da Organização
Pan-Americana de Saúde acesse o link:
http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/02_0388_M1.pdf

3 DORT E LER

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Doenças Osteomusculares


Relacionados ao Trabalho (DORT) ou Afecções Musculoesquelético Relacionadas
ao Trabalho (AMERT) são definidas como um conjunto de doenças do trabalho, que
acometem tendões, sinovias, músculos, nervos, fáscias e ligamentos, de forma
isolada ou associadamente, com ou sem degeneração de tecidos, atingindo não

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17
somente os membros superiores, mas principalmente a região escapular e o
pescoço.
Essas doenças são típicas do trabalho intenso e repetitivo e são causadas
por diversos tipos de pressões existentes no trabalho, que atacam as pessoas tanto
física quanto psicologicamente.
Na idade média era conhecida como a "Doença dos Escribas", que nada
mais era do que uma tenossinovite, praticamente desaparecendo depois da
invenção da imprensa por Gutemberg.
Ramazzini (o pai da medicina do trabalho), em 1700, também descreve a
doença dos escribas e notórios. Em 1895 o cirurgião suíço Fritz de Quervain
descrevia o "Entorse das Lavadeiras", atualmente conhecida como Tenossinovite de
DeQuervian, um tipo de doença causada por esforço repetitivo. Mais tarde aparece
como "doença das tecelãs" (1920) ou "doença das lavadeiras" (1965).
O problema se amplia a partir da década de 80, quando a doença torna-se
um fenômeno mundial, devido a grande evolução do trabalho humano e o aumento
do ritmo na vida diária. A LER, entretanto, acentuou-se demasiadamente na década
de 1990, com a popularização dos computadores pessoais.
Atualmente, a síndrome que é mais associada ao trabalho informatizado, já
representa quase 70% do conjunto das doenças profissionais registradas no Brasil.
A prevenção foi e continua sendo a melhor forma de combate a este tipo de
patologia, pois a adoção de posturas e ritmos de trabalho mais adequados são
fundamentais.
Quando existe uma suspeita de lesão, o acompanhamento de um
profissional torna-se primordial para a correta avaliação e tratamento do funcionário.
A LER também é conhecida como lesão por trauma cumulativo (LTC).
Podemos ainda defini-la como um conjunto de doenças que atingem principalmente
os membros superiores, atacam músculos, nervos e tendões provocando irritações e
inflamação dos mesmos.
A LER é geralmente causada por movimentos repetidos e contínuos com
consequente sobrecarga do sistema musculoesquelético. O esforço excessivo, má
postura, stress e más condições de trabalho também contribuem para aparecimento
da LER.

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Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de
movimentos. A LER inclui várias doenças entre as quais podemos citar:

 Tenossinovite;
 Tendinites;
 Epicondilite;
 Síndrome do túnel do carpo;
 Bursite;
 Dedo em gatilho;
 Síndrome do desfiladeiro torácico;
 Síndrome do pronador redondo.

Dentre os mais importantes fatores no desenvolvimento da patologia,


observam-se:

 A prolongada posição de segmentos corporais em tensão estática;


 A manutenção de postura inadequada;
 A pressão desencadeada pelo processo de trabalho;
 Uso de ferramentas inadequadas;
 Pausas inadequadas e horas extras de trabalho.

Há diversos relatos que relacionam também lesões em membros superiores


com esforços continuados e repetitivos empregados em uma série de tarefas
executadas nas indústrias de alimentação, montagens de aparelhos
eletroeletrônicos, automóveis, nas empresas de serviços controlados por terminais
computadorizados, operadores de telemarketing, entre outros.
Esta doença é a maior e incontrolada fonte de incapacidade na indústria e
no comércio e tem consequências sociais e econômicas consideráveis. O custo total
do tratamento e afastamento de um caso de LER sem complicações é estimado em
US$ 500, e quando há tratamento cirúrgico, em US$ 24.48, sendo que na ocorrência
de incapacidade funcional crônica, o custo eleva-se para US$ 80 a 100 mil (YENG,
TEIXEIRA e BARBOSA, 1998).

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19
Nos EUA custam bilhões de dólares anualmente. É uma das principais
doenças do trabalho. Os americanos chegaram à conclusão de que a solução,
também para estes casos, é a prevenção, muito mais “barata” para todos.
Se compararmos a produtividade de um trabalhador estressado, com
ambiente de trabalho inadequado, sem conforto, com má postura, que toma duas a
três conduções diárias, sem pausas, sem exercícios físicos com um trabalhador em
condições opostas veremos que esse último rende muito mais no trabalho.
Segundo estudos da FUNDACENTRO (1991), um de cada três acidentes do
trabalho localiza-se nas mãos, sendo responsável por ¼ das jornadas perdidas de
trabalho; um de cada dez acidentes na mão conduz à invalidez parcial,
representando 1/3 das indenizações de invalidez.
Isso gera um enorme prejuízo ao país, especialmente se adicionarmos à
diminuição da produtividade, o pagamento mensal de salários a partir de 160 dias de
inatividade por incapacidade total temporária, e os gastos com exames
complementares, medicamentos e outros.
Dos pacientes diagnosticados como portadores de LER, a grande maioria é
representada por quadros indeterminados de dor regional ou difusa, sendo que
apenas uma pequena parcela dos casos apresenta alguma evidência histopatológica
de “lesão tecidual’’.
Os termos “esforço” e “repetitivo” pressupõem que uma possível lesão foi
causada por forças mecânicas repetitivas aplicadas aos tecidos. Entretanto, não
existe uma base convincente para afirmar que os fatores mecânicos compõem a
causa primária dos quadros dolorosos e evidenciados, nem existe informação
suficiente a respeito da frequência, duração, velocidade, magnitude, ou outras
características dessas supostas forças que comprovem sua nocividade.
De acordo com o Código Internacional de Doenças - CID, a doença
ocupacional LER, codificada como 727.0/2 pela revisão de 1975, é classificada
como Sinovite e tenossinovite, ou seja, inflamação de tecidos sinoviais, termo de
ampla abrangência, aplicável a todo e qualquer local do corpo, com ou sem
degeneração tecidual.
O diagnóstico não é simples e deve ser investigado o processo de trabalho
que resulta no desenvolvimento de tal patologia. Para maior parte dos casos, o
termo LER contraria princípios básicos de taxionomia, a ciência das classificações,

AN02FREV001/REV 4.0

20
pois existem situações em que não existem quaisquer alterações morfológicas,
bioquímicas ou eletrofisiológicas detectáveis.
Alguns profissionais da saúde parecem acreditar que os pacientes estejam
simulando a doença para obter ganhos secundários. Para empresários, até pouco
tempo, LER era algo a ser negado por todos os meios possíveis, mas para os
sindicatos de trabalhadores, as doenças evidenciam-se como algo a ser explorado
com o objetivo de forçar mudanças que melhorem a qualidade de vida dos
trabalhadores.
Alguns sociólogos e psicólogos acreditam que LER é a manifestação
somática das angústias do nosso tempo, uma espécie de histeria coletiva
desencadeada pela organização do trabalho moderno, em pessoas com perfil
emocional suscetível (NICOLETTI, 1996).
Para a maioria dos trabalhadores, LER continua sendo fonte de dor e
sofrimento, de angústia e de medo sobre o presente e sobre o futuro de sua
capacidade de ganhar o seu salário. Considerando, portanto, a importância que essa
manifestação patológica apresenta na situação atual, torna-se vital ter uma melhor
compreensão de tal ocorrência.
As principais vítimas são digitadores, publicitários, jornalistas, bancários e
todos os profissionais que têm o computador como companheiro de trabalho. Ela
não é uma doença contagiosa, pois não é causada por bactérias, fungos ou vírus,
mas sim por movimentos repetitivos.
Portanto, relembrando a LER é a designação de qualquer doença causada
por esforço repetitivo enquanto DORT é o nome dado as doenças causadas pelo
trabalho. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar LER por
DORT ou ainda LER/DORT.
As possíveis causas são:

 Posto de trabalho inadequado e ambiente de trabalho desconfortável;


 Atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos;
 Posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações;
 Repetição de um mesmo padrão de movimento;
 Tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos;
 Jornada dupla ocasionada pelos serviços domésticos;

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 Atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores;
 Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores;
 Ritmo intenso de trabalho;
 Pressão do chefe sobre o empregado;
 Metas de produção crescente e preestabelecidas;
 Jornada de trabalho prolongada;
 Falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes;
 Falta de orientação de profissional de segurança e ou medicina do trabalho;
 Mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado;
 Postura fixa por tempo prolongado;
 Tensão excessiva e repetitiva provocada por alguns tipos de esportes;
 Desconhecimento do trabalhador e ou empregador sobre o assunto.

3.1 INCIDÊNCIA

A LER, como na maioria das doenças musculoesquelético, atingem mais às


mulheres, por não possuírem o mesmo potencial de desenvolvimento muscular dos
homens.
A mulher possui menor número de fibras musculares e menor capacidade de
armazenar e converter o glicogênio em energia útil, e seus ossos também tendem a
ser mais leves e mais curtos, com áreas de junção mais reduzidas.
A incidência de prevalência da LER entre as mulheres parece ainda
influenciada por outros fatores como uso de anticoncepcionais e a execução de
trabalhos domésticos após uma jornada de trabalho em que inúmeras funções
industriais repetitivas são geralmente designadas às mulheres, devido à maior
habilidade para estas tarefas (BARNARD,1982).
Em relação à idade, a literatura mostra que o assunto é variável, pois se leva
em consideração muito mais a idade média da população empregada do país, do
que outros fatores.
Em um estudo realizado em Belo Horizonte, constatou-se uma maior
incidência de LER na faixa de 30 a 39 anos (54,5%), seguindo-se pela faixa de 20 a

AN02FREV001/REV 4.0

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29 anos (36,3%), sendo que os dois grupos representam 90,8% do total de
ocorrência e, neste grupo a média das idades foi de 35 anos. Vê-se assim, que a
doença incidiu e incapacitou predominantemente o grupo de maior potencial de
trabalho (OLIVEIRA, 1991).
Os grupos de maior risco estão entre aqueles trabalhadores que têm
funções com limitadas variações de movimentos e que executam tarefa em rápida
frequência e com uso de força.
Assim, estão entre as atividades mais sujeitas ao risco, os descarnadores
em frigoríficos, empacotadores em fábricas de alimentos, processadores de dados,
microfilmadores, montadores de peças em linha de montagem automática e outros
(OLIVEIRA, 1991).
Estatísticas de 1987 e 1988 mostram que os digitadores representavam 81%
dos portadores de LER. Em 1989, entre 125 casos de LER, os digitadores
representaram 60%, ficando os outros 40% distribuídos entre outras profissões.
Estudos internacionais mostram que 20% dos digitadores poderão
desenvolver tenossinovite se trabalharem a 18.000 toques/hora (5 movimentos por
segundo). Geralmente, o digitador faz de 10 a 15.000 toques por hora, e sabe-se
que os tendões não toleram mais de 2.000 toques/hora. Esse excesso causa uma
inflamação traumática abaixo dos tendões (OLIVEIRA 1991).
A NR 17, de 1991 limita o número de toques em 8.000, que é abaixo
daquele geralmente exigido como condição mínima para o trabalhador admitido.
Devido à situação econômico-financeira, boa parte dos digitadores tem duplas
jornadas de trabalho, ou fazem muitas horas extras, aumentando os riscos de
microtraumas.
Couto (1997) evidencia que, no que se refere à etiologia, o acúmulo de ácido
lático pode predispor a lesões no indivíduo tenso. Assim, a intercorrência de fatores
pessoais de contexto organizacional e psicossocial, acaba aumentando as tensões e
favorecendo a incidência de LER.
Contudo, sem a presença de fatores biomecânicos, não ocorrerá à instalação
de quadro verdadeiro de LER, embora possam ser observadas manifestações, como
dores musculares, distúrbios gastrintestinais e outros.

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Porém, mesmo na ausência dos elementos citados, a continuidade da ação
de fatores biomecânicos repetitivos, a exemplo da postura incorreta, pode levar a um
quadro de LER.
Os principais fatores biomecânicos tidos como responsáveis por LER e outras
alterações de membros superiores são: força excessiva exercida com as mãos,
postura inadequada, repetitividade e compressão mecânica de estruturas delicadas.
Em termos de contexto profissional, o trabalhador pode apresentar
dificuldades em relação a seu ambiente de trabalho ou até mesmo ser afetado por
diferentes fatores organizacionais e psicossociais, gerando um estado de tensão
exagerada e podendo contribuir para o agravamento das lesões por esforços
repetitivos.

3.2 SINTOMATOLOGIA

Os sintomas iniciais são sensação de fadiga e desconforto, que se recuperam


com curtos períodos de repouso, sendo que formigamento e parestesia são também
frequentes (OLIVEIRA 1991).
A dor pode ser localizada, referida ou generalizada, superficial ou profunda,
de origem somática, neuropática ou psicogênica. Quando resultante de
acometimento de estruturas musculoesquelético profundas, é vaga, podendo ser
referida em estruturas distantes daquelas comprometidas.
A dor neuropática é descrita quando a lesão neural é insidiosa, persistente ou
progressiva. A dor psicogênica raramente se manifesta nos doentes de LER,
entretanto, anormalidades psicoafetivas contribuem significativamente para o
agravamento e manutenção da dor (YENG et al, 1998).
A sede mais frequente da sensação dolorosa apresenta-se no antebraço, em
seu terço proximal, seguido pelo punho. Justifica-se esta sede, pois os músculos
extensores e flexores dos dedos, punhos e os responsáveis pela pronação, inserem-
se no 1/3 proximal dos ossos do antebraço e epicôndilos (FERGUSON, 1984).
A intensidade da dor é inicialmente leve ou moderada e sempre
correlacionada à execução de movimentos. Assim, ocorre com mais intensidade no

AN02FREV001/REV 4.0

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final da jornada de trabalho ou decorrentes de trabalhos domésticos, e com a
evolução da doença, a dor torna-se mais intensa.
Aparecem exacerbações mesmo quando fora do trabalho. Uma das queixas
mais frequentes neste estágio é a dor noturna, às vezes, com caráter agudo e de
remissão demorada, o que prejudica o sono e promove significativo desgaste
psíquico (OLIVEIRA, 1991).
Um dos primeiros sinais clínicos é a hipertonia, apresentando-se com um
aumento do volume dos músculos extensores e flexores dos dedos e punho, mais
notado no 1/3 proximal, onde a palpação desencadeia dor. A imobilidade gerada
pela dor pode provocar hipotrofias por desuso, especialmente na face palmar das
mãos e dedos, que mostram aspecto de “dedos em fuso.”

3.3 DIAGNÓSTICO

Segundo Mattar (1995), a prática mostra que, no diagnóstico desta afecção,


nem sempre se consegue identificar uma causa de base anatômica para explicar o
quadro doloroso e/ou inflamatório, presente no caso.
A anamnese bem feita e o exame físico meticuloso podem oferecer subsídios
fundamentais para o esclarecimento de boa parte dos casos.
Existem situações, no entanto, em que o quadro clínico se mostra
absolutamente inespecífico, dificultando o raciocínio. Para esses casos existe a
necessidade de estudos complementares, tais como:

 Raio-X;
 Ultrassonografia;
 Eletromiografia;
 Ressonância magnética;
 Cintilografia.

As síndromes dolorosas mais comuns são:

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 Tenossinovite: constitui em inflamações dos tecidos sinoviais que
envolvem os tendões em suas passagens por túneis osteofibrosos.
 Dedo em gatilho: é a constrição inflamatória da bainha tendinosa, com
formação de nódulo no tendão acometido, que se localiza na superfície palmar das
articulações metacarpo-falangeanas.
 Doença de Quervain: é decorrente do espessamento do ligamento
anular do carpo no compartimento dos extensores, por onde trafegam o tendão
longo abdutor e o tendão extensor curto do polegar, causando distúrbios de
sensibilidade e impotência funcional desse dedo.
 Síndrome do Túnel do Carpo: é decorrente da compressão do nervo
mediano no nível do Carpo, pelo ligamento anular, que se apresenta muito
espessado e enrijecido pelo processo inflamatório, esse processo inflamatório
produz dor, parestesia e impotência funcional que atingem primordialmente a face
flexora do 1º, 2º e 3º dedos.
 Síndrome do Túnel Ulnar: decorrente da compressão do nervo ulnar,
quando ele passa pelo canal de Guyon ou Túnel Ulnar. Leva ao quadro de dor e
impotência funcional, além de atrofia, e atinge a face flexora e extensora do 4º e 5º
dedos e região hipotenar.
 Epicondilite: ocorre devido a rupturas ou estiramentos dos pontos de
inserção dos músculos flexores ou extensores do carpo no cotovelo, ocasionando
processo inflamatório local que atinge tendões, fáscias, músculos e tecidos
senoviais. Causa dor difusa, atingindo o terço proximal do antebraço e pode irradiar-
se para o ombro e a mão, com hipertonia da musculatura.
 Bursite: apresenta como localização mais importante os ombros.
Decorrente de processos inflamatórios que acometem as bursas (pequenas bolsas
de paredes finas, constituídas de fibras de colágeno e revestidas de membranas
sinoviais, encontradas em regiões onde os tecidos são submetidos à fricção,
geralmente próximas a inserções tendinosas e articulações), provoca dores intensas
nos ombros, principalmente na realização de movimentos de abdução, rotação
externa e elevação do membro superior.
 Miosite e polimiosite: Inflamação do tecido próprio dos músculos, com
ou sem degeneração de suas fibras por esforços ou fadiga. Termo aplicável a todo e

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qualquer processo inflamatório que acometa músculo em qualquer local do corpo.
Provoca dor, fraqueza muscular e desconforto muscular.
 Síndrome cervicobraquial: decorre da degeneração do disco cervical e
compressão das raízes nervosas, provocando hipoestesia, fraqueza muscular, dor,
limitação à movimentação.
 Síndrome do ombro doloroso: esta decorre de processo inflamatório
dos músculos do ombro particularmente o supraespinhoso, que realiza o movimento
frequente de levantar o ombro.

3.4 TRATAMENTO

É necessário, sempre que possível, identificar as estruturas anatômicas


acometidas por ocasião do diagnóstico, dado facilitador para o planejamento da
conduta. A maioria dos casos teria bom prognóstico, caso o diagnóstico fosse
realizado precocemente.
Cada caso deverá ser avaliado individualmente e tratado por uma equipe
multiprofissional (médico, fisioterapeuta, enfermeiros, terapeuta ocupacional e
psicólogo). O afastamento temporário do trabalho e o repouso são essenciais para a
recuperação.

Entre os tratamentos podemos citar:

 Tratamento medicamentoso e fisioterápico;


 Tratamento cirúrgico;
 Tratamento psicoterápico.

A maioria das empresas descobriu que a prevenção é o melhor caminho,


pois o trabalhador produz mais e melhor e com isso estão investindo em
treinamentos e produtos ergonômicos.

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Poucas empresas investem na ergonomia, pois acreditam que ela seja
sinônimo de gastos e com isso acabam mantendo ambientes e rotinas inadequadas
à saúde dos funcionários.

4 SEGURANÇA NO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas


que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do
trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como podemos citar:

 Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho;


 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e
Instalações;
 Psicologia na Engenharia de Segurança;
 Comunicação e Treinamento;
 Administração aplicada à Engenharia de Segurança;
 O Ambiente e as Doenças do Trabalho;
 Higiene do Trabalho;
 Metodologia de Pesquisa;
 Legislação;
 Normas Técnicas;
 Responsabilidade Civil e Criminal;
 Perícias;
 Proteção do Meio Ambiente;
 Ergonomia e Iluminação;
 Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos.

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O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma
equipe multidisciplinar composta por:

 Técnico de Segurança do Trabalho;


 Engenheiro de Segurança do Trabalho;
 Médico do Trabalho;
 Enfermeiro do Trabalho.

Esses profissionais formam o chamado Serviço Especializado em


Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, ou simplesmente SESMT. Os
empregados da empresa constituem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a
Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras,
leis complementares, como portarias e decretos e também as convenções
Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
Toda a empresa deve constituir a equipe de Segurança no Trabalho, pois é
uma exigência da lei. Por outro lado, a Segurança do Trabalho faz com que a
empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos,
melhorando as relações humanas no trabalho.
O acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo
causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.
É caracterizado pelo ato inseguro, pela condição insegura. Eliminando-se as
condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir os acidentes e as
doenças ocupacionais. Esse é o papel da Segurança do Trabalho. Sobre esse
assunto falaremos mais no módulo II do seu curso.
O profissional de Segurança do Trabalho tem uma área de atuação bastante
ampla. Ele atua em todas as esferas da sociedade onde houver trabalhadores. Em
geral ele atua em fábricas de alimentos, construção civil, hospitais, empresas

AN02FREV001/REV 4.0

29
comerciais e industriais, grandes empresas estatais, mineradoras e de extração.
Também pode atuar na área rural em empresas agroindustriais.
O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação, ou
seja, ele pode ser um médico, técnico ou auxiliar de enfermagem, enfermeiro ou
engenheiro.
Em geral o engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas
organizando programas de prevenção de acidentes, orientando a CIPA, os
trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, elaborando
planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspeção de segurança, laudos
técnicos e ainda organizando e dando palestras e treinamento.
Muitas vezes esse profissional também é responsável pela implementação
de programas de meio ambiente e ecologia na empresa.
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde
ocupacional, prevenindo doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos,
ministrando vacinas, fazendo exames de admissão e periódicos nos empregados.
A seguir realizaremos a descrição das atividades dos profissionais de Saúde
e Segurança do Trabalho, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações -
CBO.

ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO - CBO 0-28.40

 Assessora empresas industriais e de outro gênero em assuntos


relativos à segurança e higiene do trabalho, examinando locais e condições de
trabalho, instalações em geral e material, métodos e processos de fabricação
adotados pelo trabalhador, para determinar as necessidades dessas empresas no
campo da prevenção de acidentes;

 Inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gênero,


verificando se existem riscos de incêndios, desmoronamentos ou outros perigos,
para fornecer indicações quanto às precauções a serem tomadas;

AN02FREV001/REV 4.0

30
 Promove a aplicação de dispositivos especiais de segurança, como
óculos de proteção, cintos de segurança, vestuário especial, máscara e outros,
determinando aspectos técnicos funcionais e demais características, para prevenir
ou diminuir a possibilidade de acidentes;

 Adapta os recursos técnicos e humanos, estudando a adequação da


máquina ao homem e do homem à máquina, para proporcionar maior segurança ao
trabalhador;

 Executa campanhas educativas sobre prevenção de acidentes,


organizando palestras e divulgações nos meios de comunicação, distribuindo
publicações e outro material informativo, para conscientizar os trabalhadores e o
público, em geral;

 Estuda as ocupações encontradas em um estabelecimento fabril,


comercial ou de outro gênero, analisando suas características, para avaliar a
insalubridade ou periculosidade de tarefas ou operações ligadas à execução do
trabalho;

 Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais,


consultando técnicos de diversos campos, bibliografia especializada, visitando
fábricas e outros estabelecimentos, para determinar as causas desses acidentes e
elaborar recomendações de segurança.

TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO - CBO 0-39.45

 Inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa,


observando as condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes;
estabelece normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais modificações
nos equipamentos e instalações, verificando sua observância, para prevenir
acidentes;

AN02FREV001/REV 4.0

31
 Inspeciona os postos de combate a incêndios, examinando as
mangueiras, hidrantes, extintores e equipamentos de proteção contra incêndios,
para certificar-se de suas perfeitas condições de funcionamento;

 Comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para


propor a reparação ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e outras
medidas de segurança;

 Investiga acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência,


para identificar suas causas e propor as providências cabíveis;

 Mantém contatos com os serviços médico e social da empresa ou de


outra instituição, utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o
atendimento necessário aos acidentados;

 Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários


próprios e elaborando estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à
melhoria das medidas de segurança;

 Instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança,


combate a incêndios e demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando
palestras e treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de
emergência;

 Coordena a publicação de matéria sobre segurança no trabalho,


preparando instruções e orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar
e desenvolver hábitos de prevenção de acidentes;

 Participa de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados


relativos ao assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade de medidas
de segurança propostas, para aperfeiçoar o sistema existente.

AN02FREV001/REV 4.0

32
MÉDICO DO TRABALHO - CBO - 0-61.22

 Executa exames periódicos de todos os empregados ou em especial


daqueles expostos a maior risco de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais, fazendo o exame clínico e/ou interpretando os resultados de exames
complementares, para controlar as condições de saúde dos mesmos a assegurar a
continuidade operacional e a produtividade;

 Executa exames médicos especiais em trabalhadores do sexo


feminino, menores, idosos ou portadores de subnormalidades, fazendo anamnese,
exame clínico e/ou interpretando os resultados de exames complementares, para
detectar prováveis danos à saúde em decorrência do trabalho que executam e
instruir a administração da empresa para possíveis mudanças de atividades;

 Faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho ou


alterações agudas da saúde, orientando e/ou executando a terapêutica adequada,
para prevenir consequências mais graves ao trabalhador;

 Avalia, juntamente com outros profissionais, condições de insegurança,


visitando periodicamente os locais de trabalho, para sugerir à direção da empresa
medidas destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes;

 Participa, juntamente com outros profissionais, da elaboração e


execução de programas de proteção à saúde dos trabalhadores, analisando em
conjunto os riscos, as condições de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e
outros, para obter a redução de absenteísmo e a renovação da mão de obra;

 Participa do planejamento e execução dos programas de treinamento


das equipes de atendimento de emergências, avaliando as necessidades e
ministrando aulas, para capacitar o pessoal incumbido de prestar primeiros socorros
em casos de acidentes graves e catástrofes;

AN02FREV001/REV 4.0

33
 Participa de inquéritos sanitários, levantamentos de doenças
profissionais, lesões traumáticas e estudos epidemiológicos, elaborando e/ou
preenchendo formulários próprios e estudando os dados estatísticos, para
estabelecer medidas destinadas a reduzir a morbidade e mortalidade decorrentes de
acidentes do trabalho, doenças profissionais e doenças de natureza não
ocupacional;

 Participa de atividades de prevenção de acidentes, comparecendo a


reuniões e assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrências de
acidentes do trabalho;

 Participa dos programas de vacinação, orientando a seleção da


população trabalhadora e o tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir moléstias
transmissíveis;

 Participa de estudos das atividades realizadas pela empresa,


analisando as exigências psicossomáticas de cada atividade, para elaboração das
análises profissiográficas;

 Procede aos exames médicos destinados à seleção ou orientação de


candidatos a emprego em ocupações definidas, baseando-se nas exigências
psicossomáticas das mesmas, para possibilitar o aproveitamento dos mais aptos;

 Participa da inspeção das instalações destinadas ao bem-estar dos


trabalhadores, visitando, juntamente com o nutricionista, em geral (0-68.10), e o
enfermeiro de higiene do trabalho (0-71.40) e/ou outros profissionais indicados, o
restaurante, a cozinha, a creche e as instalações sanitárias, para observar as
condições de higiene e orientar a correção das possíveis falhas existentes. Podem
participar do planejamento, instalação e funcionamento dos serviços médicos da
empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre acidentes do trabalho, doenças
profissionais e condições de insalubridade. Pode participar de reuniões de órgãos
comunitários governamentais ou privados, interessados na saúde e bem-estar dos

AN02FREV001/REV 4.0

34
trabalhadores. Pode participar de congressos médicos ou de prevenção de
acidentes e divulgar pesquisas sobre saúde ocupacional.

ENFERMEIRO DO TRABALHO CBO - 0-71.40

 Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa,


efetuando observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para
identificar as necessidades no campo da segurança, higiene e melhoria do trabalho;

 Elabora e executa planos e programas de proteção à saúde dos


empregados, participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as
causas de absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões
traumáticas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos de
morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações com as
atividades funcionais, para obter a continuidade operacional e aumento da
produtividade;

 Executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças


profissionais ou não profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher, para
propiciar a preservação de integridade física e mental do trabalhador;

 Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou


doença, fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos
e tratamentos e providenciando o posterior atendimento médico adequado, para
atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao paciente;

 Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistência


de enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial,
no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos,
curativos, instalações e teses, coletando material para exame laboratorial,

AN02FREV001/REV 4.0

35
vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo profissional; organiza e
administra o setor de enfermagem da empresa, provendo pessoal e material
necessários, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem do trabalho,
atendentes e outros, para promover o atendimento adequado às necessidades de
saúde do trabalhador;

 Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material


adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes;

 Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando


conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças
profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para
subsídios processuais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de
prevenção de doenças profissionais.

AUXILIAR DE ENFERMAGEM DO TRABALHO

 Desempenha tarefas similares às que realiza o auxiliar de enfermagem,


em geral (5-72.10), porém atua em dependências de fábricas, indústrias ou outros
estabelecimentos que justifiquem sua presença.
A melhor maneira de minimizar os custos da empresa é investir na
prevenção de acidentes. Muitos empresários têm a ideia errônea que devem
diminuir seus investimentos em equipamentos de proteção individual, contratação de
pessoal de segurança do trabalho e medidas de segurança. O custo de um acidente
pode trazer inúmeros prejuízos à empresa.
O acidente leva a encargos com advogados, perdas de tempo e materiais e
na produção. Sabem-se casos de empresas que tiveram que fechar suas portas
devido à indenização por acidentes de trabalho. Com certeza seria muito mais
simples investir em prevenção e em regularização da segurança nesta empresa,
evitando futuras complicações legais.

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36
Investir em segurança também vai aumentar o grau de conscientização dos
empregados. Fazer treinamento de segurança vai melhorar o relacionamento entre
eles.
Em uma campanha de segurança da empresa toda a diretoria deve estar
envolvida. De nada adianta treinar os funcionários, fazer campanhas, se a diretoria,
a maior responsável pela empresa, não estiver envolvida e engajada com a
Segurança do Trabalho.
Se isso acontecer à empresa fica sendo acéfala, isto é, sem cabeça, sem
coordenação, perdendo-se tudo o que foi feito, caindo a Segurança do Trabalho no
esquecimento em poucos meses.

5 COMO PREVENIR AS DOENÇAS OCUPACIONAIS

As doenças ocupacionais podem ser prevenidas com as seguintes ações:

 A cada hora de digitação, saia de sua cadeira e movimente-se. Se


possível, faça exercícios de alongamento. Pausas durante a realização das tarefas
permite um alívio dos músculos mais ativos.

 Beba água regularmente ao longo do dia. Uma boa opção é sempre ter
uma garrafinha perto do seu local de trabalho.

 Tenha postura adequada: ombros relaxados, pulsos retos, costas


apoiadas na cadeira.

 As cadeiras devem ter altura para que sejam sempre mantidas as


plantas dos pés totalmente apoiadas no chão.

 Mantenha um ângulo reto entre suas costas e o assento de sua


cadeira. A cadeira deve ter formato anatômico para o quadril e encosto ajustável.

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37
 Não utilize o apoio do pulso durante a digitação.

 O monitor deve estar a uma distância mínima de 50 cm e máxima de


70 cm do usuário. A regulagem da altura da tela deve situar-se entre 15 e 30 graus
abaixo de sua linha reta de visão.

 Evite posicionar o computador perto de janelas e use luminárias com


proteção adequada.

 As máquinas devem estar posicionadas de forma que você não tenha


que se curvar ou torcer o tronco para pegar ou utilizar ferramentas com frequência.

 Como regra geral, temperaturas confortáveis para ambientes


informatizados são entre 20 e 22ºC, no verão, e entre 25 e 26ºC no inverno.

 Sempre que possível, humanize o ambiente (plantas, quadros e,


dependendo do tipo de trabalho, som ambiente).

 Estimule a convivência social entre funcionários.

 Conforto é essencial para a prevenção.

 As operações de trabalho devem estar ao alcance das mãos.

 As máquinas devem se posicionar de forma que a pessoa não tenha


que se curvar ou torcer o tronco para pegar ou utilizar ferramentas com frequência.

 A mesa deve estar posicionada de acordo com a altura de cada pessoa


e ter espaço para a movimentação das pernas.

 As cadeiras devem ter altura para que haja apoio dos pés, formato
anatômico para o quadril e encosto ajustável.

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38
 Pausas durante a realização das tarefas permite um alívio para os
músculos mais ativos. Durante estas pausas, se levante e caminhe um pouco. Se
possível, faça exercícios de alongamento.

 Na digitação procure se movimentar a cada 60 minutos, fazendo


exercícios de alongamento; as pausas durante a realização das tarefas permitem um
alívio dos músculos mais ativos; não utilize apoio do pulso.

 Manter os ombros relaxados, os pulsos retos e as costas apoiadas na


cadeira.

 A cadeira deve estar sempre com uma altura que mantenha as plantas
dos pés totalmente apoiadas no chão; mantenha um ângulo reto entre as costas e o
assento;

 O monitor deve estar a uma distância mínima de 50 cm e máxima de


70 cm e a regulagem da altura da tela deve ficar entre 15 e 30 graus abaixo da linha
reta de visão do usuário.

FIM DO MÓDULO I

AN02FREV001/REV 4.0

39
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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40
CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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41
MÓDULO II

6 SEGURANÇA NO TRABALHO

Segurança do trabalho ou segurança laboral é um conjunto de ciências e


tecnologias que têm o objetivo de promover a proteção do trabalhador no seu local
de trabalho, visando à redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
É uma área de engenharia e de medicina do trabalho cujo objetivo é
identificar, avaliar e controlar situações de risco, proporcionando um ambiente de
trabalho mais seguro e saudável para as pessoas.
No Brasil, um dos instrumentos de gestão da segurança do trabalho é o
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT).
Esse serviço está previsto na legislação trabalhista brasileira e
regulamentado em uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, por
intermédio da Norma Regulamentadora nº 4 (NR-4).
As atividades humanas produzem bens, serviços e conhecimentos, porém
muitas dessas atividades oferecem riscos à saúde ou a vida do trabalhador. A
segurança do trabalho visa o estudo e a implantação de medidas para proteger o
trabalhador dos riscos inerentes a sua atividade ocupacional.
Vários profissionais contribuem para assegurar a segurança do trabalho e a
saúde e integridade do trabalhador. A medicina do trabalho, a engenharia de
segurança do trabalho, o técnico de segurança do trabalho e outros profissionais
trabalham em conjunto visando tornar os processos mais seguros e a vida do
trabalhador mais saudável.
As empresas devem obedecer à legislação brasileira de segurança do
trabalho e manter em seus quadros uma equipe encarregada do setor. Dessa equipe
fazem parte o médico e o enfermeiro do trabalho, o engenheiro de segurança do
trabalho e o técnico de segurança do trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

42
Também é necessária a formação de uma Comissão Interna de Prevenção a
Acidentes (CIPA). O Brasil possui uma extensa legislação sobre o setor, além de
participar como signatário em diversas convenções internacionais da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), devendo seguir e implantar também as normas
internacionais assinadas.
Tanta preocupação se justifica, pois danos à saúde e acidentes de trabalho
podem ser devastadores e incapacitantes para o trabalhador, causando sofrimento
pessoal, problemas sociais e perdas econômicas para o país.
É considerado acidente de trabalho todo acidente que ocorre na execução
do trabalho, a serviço da empresa, por ordem da empresa, em viagem a serviço da
empresa, no trajeto de e para a empresa.
O acidente de trabalho pode causar morte, ou lesão incapacitante para o
trabalho. A lesão pode ser parcial ou total, permanente ou temporária. As doenças
ocupacionais também devem ser parte de um programa de prevenção, proteção e
tratamento por parte das empresas.
Doenças ocupacionais diferem-se em doenças profissionais causadas pelo
tipo de trabalho e as doenças do trabalho causadas pelas condições de trabalho,
portanto, os profissionais envolvidos na segurança de trabalho atuam de modo
multidisciplinar para prevenir, evitar e corrigir os problemas surgidos.
Recordando o que vimos no módulo anterior, o engenheiro e o técnico de
segurança do trabalho planejam, coordenam e implantam programas de prevenção
de acidentes, levando em conta riscos ambientais, equipamentos de uso individual
necessários, inspecionando e fazendo laudos técnicos, entre outras atividades.
Já a medicina do trabalho irá se concentrar em prevenir e tratar doenças
ocupacionais, além de fazerem exames de admissão e de controle periódico dos
funcionários.
O portal do ministério do trabalho e emprego tem a disposição todas às
normas de segurança de trabalho. Os arquivos podem ser visualizados ou baixados
no formato de PDF diretamente do site do ministério.
Os documentos especificam as normas de segurança do trabalho em seus
diversos níveis, como por exemplo, normas para inspeção, embargo e interdição,
formação da CIPA, equipamentos de proteção individual, saúde ocupacional, riscos
ambientais e eletricidade, normas para transporte, armazenagem e manuseio de

AN02FREV001/REV 4.0

43
materiais, máquinas, equipamentos, ergonomia, produtos químicos e outras
condições e categorias de trabalho.
São no total 33 normas reguladoras com a legislação para diversas
categorias e cinco documentos com as normas de segurança de trabalho para a
atividade rural.

7 ACIDENTE DE TRABALHO

É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo


exercício do trabalho dos segurados previdenciários, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.
Acidente do trabalho é aquele que ocorre no exercício de atividade a serviço
da empresa e provoca lesão corporal ou perturbação funcional, que pode causar a
morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho.
Consideram-se acidente do trabalho:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho peculiar a determinada atividade constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em


função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da
Previdência Social.

Não são consideradas como doença do trabalho:

a) doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;

AN02FREV001/REV 4.0

44
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que
ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato
direto determinado pela natureza do trabalho.

Equiparam-se ao acidente do trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a
sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes
de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no


exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de


trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da


empresa;

AN02FREV001/REV 4.0

45
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada
por estar dentro de seus planos para melhorar capacitação da mão de obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado;

V - nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este,
o empregado é considerado no exercício do trabalho;

Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a


lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências do anterior.
Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do
trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o
diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite
máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências.
Da comunicação de acidente do trabalho receberão cópia fiel o acidentado
ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. Na
falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o
assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo o prazo previsto de um
dia.

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46
A empresa não se exime de sua responsabilidade pela comunicação do
acidente feita pelos terceiros acima citados. Os sindicatos e as entidades de classe
poderão acompanhar a cobrança das multas, pela Previdência Social.
O acidente do trabalho pode ser caracterizado:

a) administrativamente, pelo Setor de benefício do INSS;


b) tecnicamente, pela perícia médica do INSS, que estabelecerá o nexo de
causa e efeito entre: o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; a causa mortis e o
acidente.

O auxílio-doença será devido ao segurado que, cumprido o período de


carência exigido pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.
Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da
atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado
empregado o seu salário integral.
A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a
seu cargo o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros
quinze dias, devendo encaminhar o segurado empregado à perícia médica da
Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar os quinze dias.
O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para
sua atividade habitual, deverá submeter-se a processos de reabilitação profissional
para o exercício de outra atividade.
Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o
desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não recuperável, for aposentado por invalidez. O segurado empregado
em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa como licenciado.
O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando,
após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia.

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O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do
auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento
auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de
aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.
A Previdência Social prevê que a perda da audição, em qualquer grau,
somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do
reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar,
comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho, que
habitualmente exercia.
A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
nesta condição.
A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação
mediante exame médico pericial a cargo da Previdência Social, podendo o
segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e
definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida ao segurado
empregado, a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, ou a partir da
entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento
decorrer mais de trinta dias.
Durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de
invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário. O aposentado
por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria
automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por
invalidez, será observado o seguinte procedimento:

I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data


do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a anteceda sem
interrupção, o benefício cessará de imediato para o segurado empregado que tiver

AN02FREV001/REV 4.0

48
direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na
forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado
de capacidade fornecido pela Previdência Social.

II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer dentro de 5 (cinco) anos,


contados da data da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a
anteceda sem interrupção, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o
exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será
mantida, sem prejuízo da volta à atividade.

A pensão por morte, seja por acidente típico, seja por doença ocupacional, é
devida aos dependentes do segurado.
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo de
doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de
auxílio-acidente.
Em se tratando de contrato por prazo determinado, a rescisão contratual
poderá ser efetuada no término do prazo ajustado, não havendo que se falar em
estabilidade.
Ressalte-se que, se o empregado se afasta apenas por até 15 (quinze) dias
da empresa, não há concessão do auxílio-doença e não haverá garantia de
emprego.
A garantia de emprego de doze meses só é assegurada após a cessação do
auxílio-doença. Caso o empregado se afaste com periodicidade para tratamento
médico, com percepção de auxílio-doença acidentário, será computada a garantia
de doze meses a partir do retorno do empregado ao trabalho, isto é, quando da
cessação definitiva do auxílio-doença acidentário.
Destaque-se, também, que o contrato de trabalho do empregado encontra-
se interrompido até o décimo quinto dia e suspenso a partir do décimo sexto dia ao
do acidente.

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7.1 SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO

O Seguro Acidente do Trabalho - SAT tem sua base constitucional estampada


no inciso XXVIII do art. 7º, Inciso I do art. 195 e inciso I do art. 201, todos da Carta
Magna de 1988, garantindo ao empregado um seguro contra acidente do trabalho,
às expensas do empregador, mediante pagamento de um adicional sobre a folha de
salários, com administração atribuída à Previdência Social.
A base infraconstitucional da exação é a Lei nº 8.212/91, que estabelece em
seu art. 22, II: “Art.22 – A contribuição a cargo da empresa destinada à Seguridade
Social, além do disposto no art. 23, é de:

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei 8.213/91, de


24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total
das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de


acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado grave.

A atividade preponderante da empresa, para fins de enquadramento na


alíquota de grau de risco destinada a arrecadar recursos para custear o
financiamento dos benefícios concedidos em razão de maior incidência de
incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais, é aquela que ocupa, na
empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos.

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O enquadramento das atividades da empresa é de responsabilidade da
própria empresa como, também, estabelece o Decreto nº 3.048/99, em seu art.202,
§ 4º, que a empresa o faça de acordo com a Relação de Atividades Preponderantes
e correspondentes graus de risco, prevista em seu Anexo V, obedecidas as
seguintes disposições:

a) a empresa com estabelecimento único e uma única atividade enquadrar-se-á na


respectiva atividade;
b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade econômica para
enquadrar-se simulará o enquadramento em cada uma delas, prevalecendo como
preponderante aquela que tenha o maior número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos;
b1) para fins de enquadramento não serão considerados os empregados que
prestam serviços em atividades meio, assim entendidas aquelas atividades que
auxiliam ou complementam indistintamente as diversas atividades econômicas da
empresa, como, por exemplo, administração geral, recepção, faturamento, cobrança,
etc.;
c) a empresa com mais de um estabelecimento e diversas atividades econômicas
procederá da seguinte forma:
c1) enquadrar-se-á, inicialmente, por estabelecimento, em cada uma das atividades
econômicas existentes, prevalecendo como preponderante aquela que tenha o
maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos e, em seguida,
comparará os enquadramentos dos estabelecimentos para definir o enquadramento
da empresa, cuja atividade econômica preponderante será aquela que tenha o maior
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, apurada dentre todos
os seus estabelecimentos;
c2) na ocorrência de atividade econômica preponderante idêntica (mesmo CNAE),
em estabelecimentos distintos, o número de segurados empregados e trabalhadores
avulsos dessas atividades serão totalizados para definição da atividade econômica
preponderante da empresa;
d) apurando-se, no estabelecimento, na empresa ou no órgão do poder público, o
mesmo número de segurados empregados e trabalhadores avulsos em atividades

AN02FREV001/REV 4.0

51
econômicas distintas, será considerado como preponderante aquela que
corresponder ao maior grau de risco.

É importante frisar que, para o financiamento dos benefícios de


aposentadoria especial, segundo a Lei nº 9.732/98 (DOU de 14.12.98), com vigência
a partir da competência de abril/99, as alíquotas (1%, 2% ou 3%) serão acrescidas
de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade, exercida pelo
segurado a serviço da empresa, que permita a concessão desse benefício após
quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.
O acréscimo incide exclusivamente sobre o total das remunerações pagas
ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos sujeitos a condições especiais.
Com relação aos demais empregados da empresa, que não estiverem
expostos a agente nocivo e, consequentemente, não fizerem jus à aposentadoria
especial, não haverá qualquer acréscimo na alíquota destinada ao SAT.
Cabe destacar que, com a revogação do § 9º, do art. 202 do Regulamento
da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 pelo art. 4º do Decreto nº
3.265/99, a microempresa e a empresa de pequeno porte não optantes pelo
SIMPLES, que recolhiam a contribuição sobre o percentual mínimo de 1% para o
financiamento das aposentadorias especiais, ficam sujeitas às alíquotas normais de
1%, 2% ou 3%, conforme o enquadramento.
Havendo agente nocivo, que propicie ao empregado o benefício de
aposentadoria especial, deverá ser observada a majoração de alíquota contida na
Lei nº 9.732/98.
Ressalte-se que a Medida Provisória nº 83, de 12.12.2002, publicada no
DOU de 13.12.02, que dispõe sobre a concessão da aposentadoria especial ao
cooperado de cooperativa de trabalho e de produção, em seu § 1º do art. 1º, criou
para as empresas tomadoras de serviços de cooperado, que labore em condições
especiais, contribuições adicionais de 9%, 7% e 5%, incidentes sobre o valor bruto
da nota fiscal ou sobre a fatura de prestação de serviços.
A Medida, em seu art. 6º, majorou para 4%, 3% e 2% os percentuais de
retenção do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços relativos a
serviços prestados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de

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52
trabalho temporário, por segurado empregado, cuja atividade permita a concessão
de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição.
A MP também criou, em seu art. 4º, para as empresas a obrigação de
arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço,
descontando-a da respectiva remuneração, e recolher o valor arrecadado
juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia 02 do mês seguinte ao da
competência.
No caso do contratado não ser inscrito no INSS, a empresa deverá inscrevê-
lo no INSS como contribuinte individual.
Em seu art. 10, a MP disciplinou que a alíquota de um, dois ou três por
cento, destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou
daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta
por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento,
em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica,
apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de
frequência, gravidade e custo, calculados segundo a metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social.
A Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação, ou seja,
13.12.02, produzindo seus efeitos, quanto aos §§ 1º e 2º do art. 1º e aos arts. 4º a 6
e 9º, a partir do dia primeiro ao nonagésimo dia da sua publicação.
A aposentadoria especial, uma vez cumprida à carência exigida pela
Previdência Social, será devida ao segurado que tenha trabalhado durante 15
(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme o caso, sujeito a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A concessão da
aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, do tempo de trabalho permanente, não
ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, durante o período mínimo fixado.

AN02FREV001/REV 4.0

53
Considera-se para esse fim:

I - trabalho permanente aquele em que o segurado, no exercício de todas as suas


funções, esteve efetivamente exposto à agentes nocivos físicos, químicos,
biológicos ou associação de agentes;

II - trabalho não ocasional nem intermitente aquele em que, na jornada de trabalho,


não houve interrupção ou suspensão do exercício de atividade de exposição aos
agentes nocivos, ou seja, não foi exercida de forma alternada, atividade comum e
especial.
Entende-se por agentes nocivos aqueles que possam trazer ou ocasionar
danos à saúde ou à integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em
função de natureza, concentração, intensidade e fator de exposição, considerando-
se:

a) físicos: os ruídos, as vibrações, o calor, as pressões anormais, as radiações


ionizantes, etc.;
b) químicos: os manifestados por névoas, neblinas, poeiras, fumos, gazes, vapores
de substâncias nocivas presentes no ambiente de trabalho, absorvidos pela via
respiratória, bem como aqueles que forem passíveis de absorção por meio de outras
vias;
c) biológicos: os micro-organismos como bactérias, fungos, parasitas, bacilos, vírus
e ricketesias dentre outros.
O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos
agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais
à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a
concessão do benefício.
O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham
a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a
respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo

AN02FREV001/REV 4.0

54
critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para
efeito de concessão de qualquer benefício.

8 CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é um instrumento


que os trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho,
das condições do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua
saúde e segurança.
CIPA é a sigla para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que visa à
prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, buscando conciliar o
trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde de todos os
trabalhadores.
A CIPA é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos
artigos 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na portaria
3.214 de 08.06.78 baixada pelo Ministério do Trabalho.
A constituição de órgãos dessa natureza dentro das empresas foi
determinada pela ocorrência significativa e crescente de acidentes e doenças típicas
do trabalho em todos os países que se industrializaram.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho visa à proteção
da saúde dos trabalhadores dentro das empresas. A constituição de órgãos dessa
natureza dentro das empresas foi determinada pela ocorrência significativa e
crescente de acidentes e doenças típicas do trabalho em todos os países que se
industrializaram.
A participação dos trabalhadores nesses órgãos depende do nível de
democracia e da organização, força e poder de representação da classe
trabalhadora em cada país.
A CIPA é composta de representantes do empregador e dos empregados,
de acordo com o dimensionamento previsto, ressalvadas as alterações disciplinadas
em atos normativos para setores econômicos específicos.

AN02FREV001/REV 4.0

55
No Brasil, esta participação, prevista na CLT, se restringe a CIPA, onde os
trabalhadores formalmente ocupam metade de sua composição após eleições
diretas e anuais.
A CIPA não foi inventada no Brasil. Este instrumento de prevenção surgiu a
partir de uma sugestão de trabalhadores de diversos países reunidos na
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Eles recomendaram a criação dos Comitês de Seguridade para grupos de
20 trabalhadores. Nos mais de 150 países atualmente filiados à OIT existem órgãos
com diferentes nomes, mas com uma só função: preservar a integridade do
trabalhador.
Aos trabalhadores da empresa compete indicar à CIPA situações de risco,
apresentar sugestões e observar as recomendações quanto à prevenção de
acidentes, utilizando os equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção
coletiva fornecidos pelo empregador, bem como submeter-se a exames médicos
previstos em Normas Regulamentadoras, quando aplicável.
Ressalto que a CIPA não trabalha sozinha, pois seu papel mais importante é
o de estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e
participativa, entre gerentes e colaboradores em relação à forma como os trabalhos
são realizados, objetivando sempre melhorar as condições de trabalho, visando a
humanização do trabalho.

9 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de


acordo com a Portaria n. 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Esta
Portaria contém uma série de normas regulamentadoras que consolidam a
legislação trabalhista, relativas à segurança e medicina do trabalho.
Encontramos a classificação dos riscos na sua Norma Regulamentadora n°
5 (NR-5):

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56
 Os riscos profissionais são os que decorrem das condições precárias
inerentes ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas atividades
profissionais. São, portanto, as condições ambientes de insegurança do trabalho,
capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador.

 As condições ambientes relativas ao processo operacional, como por


exemplo, máquinas desprotegidas, ferramentas inadequadas, matérias-primas, etc.,
são chamadas de riscos de acidente.

 As condições ambientes relativas ao ambiente de trabalho, como por


exemplo, a presença de gases, vapores, ruído, calor, etc., são chamadas de riscos
ambientais.

A proposta é compreender os riscos existentes no ambiente de trabalho,


pois tal conhecimento representará uma ferramenta na atuação para modificar a
realidade dos locais de trabalho, dessa forma faz-se necessário aprofundar o
conhecimento quanto ao tema risco e prevenção.
Para Porto (2000), é recomendável relacionar ao risco as diferentes
significações já que na aplicabilidade isso representa diferença de compreensão, o
qual interfere no modo de organizar e implementar as ações de prevenção.
A primeira define o risco como o produto de um dano - acidente ou doença
versus a probabilidade deste dano ocorrer, isso poderá ser calculado por meio de
taxas de séries históricas dos eventos similares ou de estimativas das taxas de
falhas técnicas ou humanas, as quais ocasionaram vítimas.
Entretanto, outro conceito do risco é quando se referir aos diferentes
agentes presentes nos ambientes que podem ocasionar algum dano.
É necessário distinguir entre situação de risco e o evento de risco:

 Situação de risco: varia em função das dimensões técnicas,


influenciado pelo local de trabalho e de quais pessoas estão expostas.
 Evento de risco: representa o momento em que uma determinada
situação de risco se transforma em dano observável.

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57
Para maiores esclarecimentos sobre o tema risco, com base no material
elaborado de Análise de risco nos locais de trabalho (PORTO, 2000), apresentam-se
a seguir um quadro com as principais significações, vantagens e limites:

QUADRO 1 - ANÁLISE DE RISCOS NOS LOCAIS DE TRABALHO

Termo Significações Vantagens e Limites


Favorecimento da monetização
Representa os riscos para saúde ou
do risco, por aceitação de que
Risco para vida dos trabalhadores no
algumas profissões e empresas
Ocupacional ambiente de trabalho. Utilizado pelos
estão inerentes a riscos
profissionais da segurança do trabalho.
preexistentes.
Classificação com facilidade.
São considerados os agentes físicos,
Agente de mecânicos, químicos, biológicos, Limite em relação à tendência
risco ergonômicos e psicossociais presentes de menosprezar os riscos
nos ambientes. relacionados ao processo do
trabalho e aspectos qualitativos.
Possibilidade de caracterizar
Similar ao conceito de agente, mas grupo populacional propenso a
pode incluir características pessoais apresentar problemas de saúde.
Fator de
como sexo, se a pessoa é tabagista. Conceito relaciona o risco de
risco
Utilizado com frequência pelos forma estática sem considerar
profissionais da saúde pública. os diferentes processos e
contextos.
Avaliar se um risco é aceitável e
Utilizado para quantificar o risco em como parâmetro de
Risco como
determinado projeto, tecnologia ou comparação.
probabilidade
situação de trabalho. Difícil compreensão e às vezes
não são confiáveis.
Característica potencialmente danosa à
vida do trabalhador. A possibilidade de avaliar
Risco como
indevidamente determinados
perigo Semelhante ao conceito de agente de agentes ou situações de risco.
risco, mas a ideia é destacar um risco.
Situação e Importante na análise e
Momento latente ou potencial e o
evento de gerenciamento de riscos por
momento da geração do dano.
risco separá-los em duas fases.
Utilizada pelo TEM e a
Previdência. Observação:
Tipologia em escala crescente para diferentes empresas pagam o
Grau de risco classificar os riscos presentes nos mesmo valor de seguro,
diferentes ramos econômicos. independente se geram muitos
acidentes ou se investem em
prevenção.
FONTE: Porto, 2000.

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58
Estudos científicos atuais expressam a importância de ampliar a visão do
conceito de risco, visto sempre como produtos de “azar” ou “fatalidade” e fortalecer o
entendimento de que acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são resultantes
de riscos existentes no processo de trabalho desenvolvido (MENDES, 2005),
considerando também a organização do trabalho e os aspectos gerenciais, como a
ocorrência do treinamento, a terceirização, redução do efetivo, a cobrança de
produtividade, os mecanismos de punição e coerção.
Na linha tecnológica, o reconhecimento do risco ocorrerá a partir do
levantamento detalhado de informações e de dados quanto ao processo de trabalho,
ambiente de trabalho e dados relacionados ao trabalhador (CARVALHO, 2001).
Expondo de forma didática, dividiremos os itens que comporão os itens descritos
acima.
 Processo de trabalho: identificar a tecnologia de produção,
fluxogramas utilizados, como está organizado o processo de produção, quais os
equipamentos utilizados, as propriedades físico-químicas da matéria-prima utilizada;
 Ambiente de Trabalho: identificar as dimensões dos locais de
trabalho, uma identificação das condições climáticas, direção e intensidade de
correntes de ar, temperatura, umidade, pressão atmosférica, fontes potenciais de
contaminantes, circunstâncias que podem gerar condições potencialmente
perigosas;
 Informações relacionadas ao trabalhador: as atividades
desenvolvidas, tipo de exposição, número de trabalhadores que executam as
atividades posicionamentos dos trabalhadores, as exigências físicas do trabalho
efetuado, o tipo de jornada de trabalho, os programas de prevenção existentes.

Segundo Machado, Porto (2000), os condicionantes e determinantes da


situação de risco vão além dos aspectos técnicos, devem-se considerar os
condicionantes políticos, econômicos e culturais que caracterizam a empresa.
Representa entender as situações de risco na perspectiva da Análise
Interdisciplinar e Participativa de Acidente como esquematiza a próxima figura.
Os princípios para Análise e Gerenciamento dos riscos, baseados nessa
visão abrangente e moderna, segundo Porto (2000):

AN02FREV001/REV 4.0

59
 Os riscos devem ser eliminados seguindo padrões técnicos de
qualidade o mais elevado possível;
 Os trabalhadores devem ser considerados agentes ativos na análise e
controle dos riscos;
 Os riscos existentes na empresa precisam ser considerados na gestão
integrada das empresas;
 A constante análise, revisão dos riscos no local de trabalho,
principalmente quando consideradas as mudanças tecnológicas ou organizacionais.
É importante lembrar que são várias as ciências que estudam o risco,
inclusive o risco ocupacional e ambiental, como a psicologia, antropologia e as
ciências sociais.
Considerar também as especificidades das áreas ou categorias profissionais
colabora com a descrição dos possíveis riscos existentes, assim como a observação
da região de localidade da empresa.
O conceito de prevenção, no campo da Saúde Pública, possui o enfoque à
prevenção de doenças, incluindo o controle dos fatores de risco e o diagnóstico
precoce das doenças.
Já no campo das ciências ambientais e nas áreas que estudam o risco, a
prevenção consiste nas estratégias e ações determinadas para evitar a ocorrência
dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho.
Segundo Porto (2000), a definição de prevenção condiz com o conjunto de
medidas para evitar danos à saúde do trabalhador, sendo desenvolvidas por meio
de políticas públicas, legislação, e a partir da atuação de instituições públicas e da
ação organizada dos trabalhadores envolvidos.
Os profissionais envolvidos na prevenção e controle dos riscos devem se
utilizar de instrumentos para quantificar as exposições, por meio de normas que
regulamentam tais exposições, e da abordagem sistemática por meio de medidas
das áreas administrativas, engenharia e com foco nas relações interpessoais.
Segundo estudos sobre o assunto, a prevenção será desenvolvida
eliminando qualquer agente ou situação de risco, ou mesmo redução máxima,
considerando medidas preventivas que modifiquem o processo de trabalho no
ambiente laboral.

AN02FREV001/REV 4.0

60
Afirmam ainda que a importância de considerar o processo de trabalho,
valorizando a comunicação e a educação dos riscos aos trabalhadores, fortalecendo
práticas adequadas de trabalho, aplicando a vigilância contínua e estimulando o uso
dos equipamentos de proteção individual (EPI), abordando a higiene pessoal.
Quer dizer apontando níveis de ações preventivas envolvendo desde o
trabalhador enquanto indivíduo, o posto ou setor de trabalho, perpassando para o
nível coletivo da empresa e também os aspectos ambientais em geral.
De acordo com o Manual de diretrizes do risco na saúde ocupacional, existe
uma classificação de prevenção atendendo a alguns princípios.
Na prevenção primária de riscos ocupacionais a ideia primordial é que as
medidas e técnicas favoreçam a eliminação ou redução dos riscos, atuando na
fonte.
A partir de princípios como evitar e reduzir:

 Utilização de materiais, equipamentos e processos de risco;


 Formação de agentes ou fatores de risco no ambiente;
 Liberação de agentes de risco no ambiente e que os trabalhadores sejam
atingidos.

A outra classificação é a Ação Preventiva Antecipada com o enfoque na


higiene e segurança no planejamento do processo organizacional da empresa
pensando nos equipamentos, máquinas e locais de trabalho.
Reforçando a questão de que economias em curto prazo podem significar
gastos importantes em longo prazo.
Os princípios deste tipo de ação são:

 Avaliação do impacto ocupacional e ambiental do processo do trabalho;


 Escolha de tecnologia, processos e máquinas, os quais produzam a
menor exposição aos poluentes e com possibilidade de fácil manipulação do pessoal
da limpeza e manutenção;
 Inclusão no projeto organizacional da forma de tratamento dos
efluentes e resíduos tóxicos diminuindo o impacto ambiental;

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61
 Treinamento dos envolvidos na operação e manutenção de
equipamentos e máquinas com sistema de controle e avaliação e também
preparação de toda a equipe frente à situação de emergência.

Ao desenvolver a atuação de colaborar com a Higiene e Segurança do


trabalho, os profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, avaliarão quais
são as situações que poderão ocorrer em cada etapa de trabalho e responder a
partir das seguintes ações:

 Observação do trabalho desenvolvido;


 Conversando com o operador;
 Analisando acidentes ocorridos.

Segue algumas perguntas e reflexões para colaborar no desempenho desse


papel:

 Quais são as exposições a riscos ou acidentes no ambiente?


 Existem possíveis problemas incluindo produção e qualidade?

No momento de planejar uma estratégia de controle:

 Quais são os riscos potenciais, suas fontes e sua localização?


 Por que ocorrem os riscos?
 O que se pode fazer no contexto em questão?
 É possível organizar o processo de trabalho para que a exposição de
risco seja a menor possível?
 É possível prevenir ou reduzir a quantidade de agente que entra em
contato com os trabalhadores?

Em relação à situação de risco:

 Por que tal tarefa é executada?

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62
 Por que tal tarefa é executada da maneira que está sendo
desenvolvida?
 Por que tal produto é utilizado e de tal maneira?
 Algo pode ser mudado para modificar a situação de risco?

10 RISCO BIOLÓGICO

Considerados riscos a partir de contato com formas vivas ou produtos e


substâncias derivadas de animais, plantas, vírus, bactérias, fungos e protozoários.
(CARVALHO, 2001).
Citamos o documento “Classificação de Risco dos Agentes Biológicos”,
elaborado pelo Ministério da Saúde, que utilizamos como referência para exposição
quanto às classes de risco biológico, como destacamos abaixo:

 Classe de risco 1 (baixo risco individual e para coletividade): inclui


os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou
animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillussp e Bacillussubtilis.

 Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para


a comunidade): grupo composto por agentes biológicos que provocam infecções no
homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de
disseminação no meio ambiente é limitado e para os quais existem medidas
terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplos: bactérias, incluindo clamídias e
riquétsias (Acinetobacter spp.Chlamydiapneumoniae); fungos (Candidaalbicans);
helmintos (Ascaris lumbricoides); protozoários(Leishmaniaamazonensis) e Vírus
(Hepatite B e C).

 Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a


comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão
por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais potencialmente
letais e para as quais existem medidas de tratamento e/ou de prevenção.

AN02FREV001/REV 4.0

63
Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo
se propagar de pessoa para pessoa. Exemplo: bactérias, clamídiase riquétsias-
Bacillusanthracis, Clostridium botulinum; fungos-Coccidioidesimmitis; vírus e príons
(Retrovírus HIV 1 e 2).

 Classe de risco 4 (alto risco individual e alto risco para a


comunidade: inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade
por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há
nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por
tais agentes. Eles causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta
capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Exemplo: Vírus e
Príons – Filovirus: Ebola e Poxvirus: vírus da Varíola.

Devemos ressaltar que diversas áreas de trabalho podem apresentar esses


agentes, em indústrias de transformação, na agricultura, indústria de alimentos, nos
espaços hospitalares, laboratórios com os diferentes meios potencializadores para o
desenvolvimento do risco biológico.
Apesar da diversidade dos locais, as principais medidas de segurança são
higiene, proteção específica, descontaminação, redução de aerossóis e poeiras,
sistema de ventilação e filtros adequados.

11 RISCO QUÍMICO

As substâncias químicas fazem parte da natureza e os exemplos de


produtos químicos são diversos, presentes constantemente na vida dos indivíduos.
Eles podem apresentar-se como particulados ou aerodispersoides em forma de
poeiras, gases, fumos, vapores, névoas e neblinas.
Assim é comum a exposição a esses agentes, a dificuldade é quantificar o
potencial de dano do agente químico, reconhecer as condições ambientais e de
trabalho que proporcionam e aumentam o risco à saúde.

AN02FREV001/REV 4.0

64
Além da complexa tarefa de quantificar as concentrações dos produtos, o
limite de tolerância é identificar a variabilidade das reações da interação agente e
corpo humano (BRASIL, 2010). Relembrando que as possibilidades de penetração
ocorrerão por várias vias como oral, ocular, nasal, pulmonar e no contato direto via
pele.
Já foram catalogadas aproximadamente cem mil substâncias químicas
(Brasil, 2010), há livros, textos e manuais que contemplam parte dessas
substâncias, assim seguem alguns exemplos de maior prevalência e incidência no
processo de trabalho no campo industrial:
 Ácido acrílico: líquido incolor, com odor picante e acre. Utilizado na
produção de resinas, polímeros e emulsões acrílicas. Os polímeros são agentes na
fabricação de papel e açúcar e em filtros para tratamento de água. O ácido também
é utilizado como revestimento de couro na síntese de plástico e adesivo e outros. O
contato em geral é via pele ou inalado, mas é metabolizado rapidamente pelo
organismo com baixa toxicidade sistêmica. Efeitos tóxicos são irritação nos olhos,
pele e às vezes vias aéreas superiores.

 Ácido Clorídrico: é um gás incolor e na forma líquida também é


incolor, odor pungente, formado na decomposição térmica do PVC. Utilizado na
fabricação de substâncias cloradas, produção de corante, fabricação do plástico e é
utilizado como agente dissolvedor de rocha calcária e outros agentes. Devido ao alto
poder de corrosão, poderá causar lesões por contato direto na pele, nas vias
respiratórias, gerando tosse, sensação de queimação e dependendo da
concentração pode causar espasmo da laringe.

 Ácido Fluorídrico: Encontrado como gás ou líquido incolor, muito


solúvel em água. Utilizado na produção da gasolina de aviação, na produção de
plásticos, na indústria petroquímica como catalisadores, na indústria de bebidas, nos
processos de soldagem e como inseticida. O flúor e seus compostos tóxicos após
contato pela via respiratória, pele e mucosas poderão resultar em lesões de leve
irritação a queimaduras graves, devido ao alto poder de corrosão e possibilidade de
formação de complexos que prejudicam função celular com consequente necrose e
morte das células. Diversos são os agravos relacionados à exposição a essa

AN02FREV001/REV 4.0

65
substância, sempre considerando concentração e exposição, dentre os principais
estão conjuntivite, rinite crônica, pneumonite, dermatite de contato, intoxicação
aguda, edema pulmonar agudo e problemas de desminerilização óssea.

 Ácido Nítrico: líquido incolor pode tornar-se amarelado quando na


presença de dióxido de nitrogênio, seu odor é sufocante. Utilizado na fabricação de
fertilizantes, explosivos, tintas, na gravação do aço, no tratamento de superfícies e
como reagente de laboratório. Causa lesão pelo alto poder de corrosão provocando
queimaduras em pele, nos olhos e superfícies mucosas. Quando inalado,
principalmente na forma de subproduto óxido de nitrogênio, pode resultar em
irritação brônquica, pneumonite, e edema agudo de pulmão.

 Asbesto e Amianto: nome comercial de um grupo heterogêneo de


minerais separáveis em fibras, essas têm usos e classificações variadas de um
mineral para outro, são encontrados como minerais essenciais ou acessórios em
rochas magmáticas e metamórficas. Segundo material do Collegium Ramazzini
todas as formas de asbesto causam a doença fibrótica progressiva pulmonar, a
asbestose. Outro fato reconhecido por agências internacionais de pesquisa são os
efeitos sobre a saúde do indivíduo, dessa substância em relação ao potencial
carcinogênico.

 Gás Butano: gás incolor, derivado do gás natural ou do petróleo.


Utilizado em sínteses orgânicas como solventes, agente refrigerante, na produção
de borracha sintética, dentre outras possibilidades. O limite de tolerância, segundo
NR 15, é de 470 partes por milhão - ppm, caso ocorra exposição de 10.000 ppm em
10 minutos, pode produzir sonolência, cefaleia, tonturas, confusão mental e outros
sinais e sintomas devido à depressão do sistema nervoso central. A queimadura
pelo frio também pode ocorrer pelo contato da pele com o gás liquefeito.

 Cianeto de hidrogênio: é gás incolor se liquefaz a 26ºC, possui odor


de amêndoas amargas, há pessoas que não sentem. Utilizado como inseticida, na
produção de fibras sintéticas, no polimento de metais, em processos metalúrgicos e

AN02FREV001/REV 4.0

66
fotográficos, na produção de EDTA, na extração de ouro e prata. O cianeto pode
causar morte pela asfixia metabólica, sua absorção é rápida e a contaminação
ocorrerá por qualquer via. A explicação fisiológica é devida à ligação do cianeto ao
íon férrico no sistema mitocondrial, inibindo tal enzima ao utilizar o oxigênio, isso
resulta em metabolismo anaeróbio, redução de ATP, produção de ácido lático e
aparecimento de acidose metabólica com hiato aniônico elevado, afetando os
órgãos vitais com utilização alta de oxigênio. Os primeiros sinais e sintomas da
intoxicação aguda são ansiedade, cefaleia, taquicardia, palpitações, pressão arterial
elevada e outros. Tal efeito, segundo estudos, ocorrerá quando o nível sanguíneo do
ácido fica entre 1,0g/ml a 3,0 mg/dl e a concentração fatal para humano é estimada
em 270ppm.

 Hidróxido de Sódio: a soda cáustica é um sólido branco, utilizada na


produção de sabão, papel, alumínio e produtos do petróleo, serve como limpador de
metais, na extração eletrolítica do zinco, na galvanização de estanho e no
revestimento de óxido. Na forma sólida a irritação de pele ocorrerá quando a
concentração chega entre 25% a 50%, assim de acordo com a concentração, as
consequências são feridas no epitélio corneano e opacificação de córnea. Outra
forma de contato é através da inalação de névoa ou poeira do hidróxido, podendo
causar irritação das narinas, dependendo da concentração, pneumonite. A ingestão
produzirá corrosão nos órgãos do trato digestivo. Há relato da possibilidade de
desenvolvimento de carcinoma após ingestão, devido à destruição tecidual.

 Hidrocarbonetos aromáticos (Benzeno): líquido incolor, um dos


produtos da destilação do petróleo e nafta, ou do carvão mineral, está presente
como contaminante em refinarias de petróleo, a maior parte da produção do
benzeno é utilizada na indústria química e petroquímica. As possibilidades de
exposição poderão ocorrer nas formas agudas, com poucas repercussões ao
organismo humano de acordo com a concentração. Entretanto, as alterações mais
graves ocorrem na exposição aguda, principalmente os efeitos hematológicos.
Vários estudos descrevem a relação dessa exposição com leucemia, púrpura e

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outras manifestações hemorrágicas, mas também pode ocasionar efeitos no sistema
nervoso e/ou dermatite de contato.

 Sílica: encontrada em forma livre como quartzo, areia e forma


combinada com óxidos formando silicatos. A exposição ocupacional com
repercussões adversas está com maior frequência em relação à substância livre.
Possibilidades encontradas na extração de minério, no trabalho em pedreiras, na
fabricação de vidros, foscamentos com jatos de areia; encontrada também no
processo de limpeza e acabamento das peças, na fabricação de lixas, sabões
abrasivos, pós e pastas. Os principais agravos estão sobre o aparelho respiratório
no formato de cor pulmonale, silicose, pneumoconiose. Para tais repercussões os
efeitos ocorrerão a partir da consideração da concentração de poeira no ar, o nº de
partículas respiráveis em suspensão, tamanho dessas, tempo de exposição e os
fatores de predisposição do indivíduo. Fatores esses como o tabagismo, idade,
doenças broncopulmonares preexistentes, tipo de respiração e suscetibilidade
individual.

12 RISCO FÍSICO

São riscos ambientais que se apresentam em forma de energia como os


ruídos, temperaturas extremas, vibrações, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade.
Todos os itens citados são encontrados, na maioria dos ambientes de
trabalho, seja ele industrial, empresarial, dentre outros. Sendo assim, o objeto é
compreender o significado dessas condições para delimitar padrões de normalidade
e potencialidade de riscos.
Dentre os riscos físicos, há os mais comuns como os ruídos e aqueles com
menor prevalência, mas com especificidades e de graves repercussões quando
negligenciadas.
Assim, inicia-se uma doença frequente entre os trabalhadores, a diminuição
da capacidade de ouvir, não representa doença grave e letal, entretanto interfere na

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capacidade de executar atividades cotidianas refletindo na qualidade de vida
pessoal ou em família (SANTOS e SANTOS 2000; CARVALHO 2001; MENDES,
2005).
É importante entendermos a diferença entre o som e o ruído, que segundo
Smith & Peters, (1992 apud MENDES, 2005), “som representa Uma sensação
auditiva provocada por variações de pressão geradas por alguma fonte de vibração”
e o ruído é descrito como um som desagradável ou incômodo produzido por
máquinas, instrumentos, e esse é identificado com frequência no ambiente industrial
(CARVALHO, 2001).
Entretanto, faz-se importante sinalizar que som ou ruídos elevados
provocam danos à audição (SANTOS e SANTOS, 2000).
Segundo Mendes (2005), há uma diferença entre tipos de ruídos:

 Ruído contínuo: pode ser encontrado em fábricas têxteis e apresenta


flutuações pequenas;
 Ruído intermediário: possui intervalos de níveis sonoros relativamente
baixos, significa uma previsibilidade em relação ao som;
 Ruído variável: encontrado em indústrias do ramo metal-mecânico onde é
realizado lixamento, esmerilhamento, etc.

Essa classificação será importante no momento da avaliação do ruído para


colaborar na implementação das ações preventivas.
Para Santos e Santos (2000), ao avaliar os níveis de ruído ambiental, alguns
procedimentos devem ser considerados como:

 Realizar um mapeamento sonoro. Avaliação realizada por toda a área


de trabalho por meio de um medidor de pressão sonora;
 Atentar para os níveis atingidos acima de 80 decibéis, exceto em
momentos como manutenção, pois poderão elevar tal valor;
 Níveis acima de 85 decibéis podem representar sinal de exposição,
sendo necessária uma avaliação mais detalhada;
 O tipo de ruído, considerando o limite de exposição ocupacional;
 Utilizando materiais específicos para dosar os ruídos;

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 Atentar para uma amostragem adequada em relação ao tempo de
exposição, preferencialmente uma jornada de trabalho;
 O ambiente e atividade de trabalho devem ser o habitualmente
vivenciado pelo trabalhador;
 Atentar para cuidados com os dosímetros e seu posicionamento,
obedecendo às orientações do fabricante para o uso;
 Na identificação de diferenças entre os níveis de pressão sonora que
atingem os dois ouvidos, devem ser considerados as de maior nível;
 Envolver os trabalhadores quanto ao objetivo da avaliação e a
sequência do procedimento.

Segundo Mendes (2005), os procedimentos citados devem-se acrescer


ainda etapas como a apresentação dos dados e registro desses adequadamente
para transformar em informações e representar alteração no ambiente de trabalho.
Todos os riscos físicos podem acarretar perda ou redução da capacidade
auditiva, nervosismo, estresse, cefaleia, câncer, dentre outros agravos. (IWAMOTO
et al., 2008).

12.1 TEMPERATURAS EXTREMAS - FRIO, CALOR E UMIDADE

Temperaturas extremas serão encontradas em locais de trabalho, seja em


espaços externos seja em ambientes internos. Esses desconfortos térmicos são
riscos potenciais para os trabalhadores.
As principais alterações fisiológicas são:

 Alterações na frequência cardíaca;


 Aumento da temperatura do corpo;
 Síncope do calor e desequilíbrio hídrico e de eletrólitos, nas situações
de calor.

AN02FREV001/REV 4.0

70
Quanto ao frio, às principais consequências agudas são problemas
dermatológicos, problemas nas extremidades dos membros superiores e inferiores e
hipotermia, mas também poderão ocorrer problemas crônicos.
Os principais exemplos de exposição ao frio são trabalhadores que realizam
atividades em câmaras frigoríficas, com alimentos que necessitem de alta
temperatura para conservação e operação portuária (PAIVA, 2007).
As medidas de controle para condições excessivas de calor são as
limitações do tempo de exposição, aclimatação do ambiente, equipamentos de
proteção adequados ao calor, reposição de água e eletrólitos, educação e
treinamento aos trabalhos quanto às principais complicações.
Em relação aos ambientes frios, o raciocínio será o de controle da exposição
por meio de roupas de trabalho que assegurem o isolamento térmico, aclimatização
e também ações de conforto como oferecimento de alimentos quentes, local de
isolamento, educação e treinamento quanto aos riscos e medidas de proteção
(CARVALHO, 2001).

12.2 VIBRAÇÕES

Segundo Carvalho (2001), vibrações são movimentos oscilatórios do corpo


em relação à posição de equilíbrio ou referência, esse efeito da exposição à
vibração depende da frequência que apresentam.
Agora, de acordo com Sebastião, Marzialle e Robazzi (2007), vale ressaltar
que há estudos que apontam que a exposição a baixas frequências é fator perigoso
relacionado ao de alta frequência.
A unidade de medida utilizada é o hertz e os valores considerados de baixa
frequência são 5 a 20 Hz. As vibrações ainda são descritas como:

 Livres;
 Aleatórias
 Periódicas;

AN02FREV001/REV 4.0

71
 Vibrações em processos de transformação ou pelo funcionamento de
máquinas, devido a problemas em máquinas ou equipamentos.

Portanto, a vibração pode ser considerada risco ocupacional, tal movimento


pode ser do corpo inteiro ou de partes localizadas do corpo, como mãos e braços.
Os exemplos de trabalhadores expostos são os envolvidos com transporte,
no caso do corpo inteiro, e para as partes localizadas são os trabalhadores que
utilizam equipamentos ou materiais que desenvolvem tal energia vibratória, assim a
possibilidade está em diversas áreas como indústria, agricultura, mineradora, nos
serviços como os profissionais odontólogos e trabalhadores da construção civil.
Para correlacionar exposição e o efeito ocupacional, devem se considerar os
seguintes aspectos:

 Limite de tolerância;
 Tempo de exposição;
 Intensidade;
 Direção;
 Ponto de penetração;
 Forma de vibração diária.

Baseadas em estudos internacionais, as autoras do artigo “Uma revisão


sobre efeitos adversos ocasionados na saúde de trabalhadores expostos à vibração”
afirmam que as principais sequelas resultantes da ação da vibração são descritas
como sequelas diretas na coluna vertebral e lesão muscular, resultando em geral no
decréscimo da forma da preensão palmar, diminuição da sensibilidade tátil e
formigamento.
Existem outras repercussões das vibrações aos indivíduos expostos. Cita
que os principais danos serão no equilíbrio, sistema cardíaco, gastrointestinal, visão
e no músculo:

 Perda do equilíbrio;
 Lentidão de reflexos;
 Aumento da frequência cardíaca;

AN02FREV001/REV 4.0

72
 Falta de concentração para o trabalho;
 Apresentação de distúrbios visuais, como visão turva;
 Efeitos no sistema gastrointestinal, com sintomas desde enjoo até
gastrites e ulcerações, náuseas, vômitos e mal-estar geral;
 Degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso com repercussões
popularmente conhecida como dedo branco, causando perda da capacidade
manipulativa e o tato nas mãos e dedos, dificultando o controle motor.
Como medidas de controle, são citadas aquelas que afetam a fonte ou nos
materiais que possam ajudar a reduzir propagação da vibração por meio de
tratamento da máquina, evitando contato com ferramenta.
A NR 15 dispõe sobre as Atividades e Operações Insalubres, assim é a
referência legal quanto à abordagem dos limites de tolerância para ruídos,
vibrações, da exposição ao calor, quanto às radiações ionizantes e não ionizantes e
trabalhos sob condições pressóricas diferenciadas.

13 RISCO ERGONÔMICO E MECÂNICO

Esses riscos foram incluídos mais recentemente dentre os riscos ambientais


e, segundo Iwamoto et al. (2008), sua existência está relacionada com a forma como
o trabalhador desenvolve sua atuação no ambiente de trabalho.

O risco ergonômico é proveniente do esforço físico intenso, levantamento e


transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, trabalho em
turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e
repetitividade, imposição de ritmo excessivo, controle rígido de
produtividade e outras situações causadoras de estresse físico e/ou
psíquico.

Quanto ao risco mecânico, as principais fontes estão relacionadas às quedas


de altura, lesões provocadas na operação de máquinas, às vezes, em consequência
do mau estado de conservação e processos de manutenção inadequados.
De acordo com a legislação, o trabalho desenvolvido em locais com risco de
queda de altura necessitará de instalações de proteção coletiva adequada, redução
do tempo de exposição e eliminação na organização do trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

73
Com o objetivo de prevenir esses acidentes por meio de implementação de
medidas como a construção de proteção sólida, a partir de material resistente,
adequadamente fixada nas áreas de trabalho ou de circulação de pessoas e
materiais, uso de redes de proteção e de equipamentos de proteção.
Segundo estudos demonstrados no trabalho de Mendes (2001), problemas
com equipamentos mecânicos são motivo de acidentes traumáticos ocasionando
fatalidade, ou minimamente fraturas e/ou amputações.
Os principais motivos desencadeadores dos problemas com equipamentos
mecânicos são:

 Falta de manutenção da máquina;


 Falta de dispositivos de proteção;
 Falta de treinamento para manipular equipamentos representam os
principais motivos desencadeadores dos problemas.

Para alguns estudiosos, máquinas como serras, cilindros, calandras,


guilhotina, máquinas para madeira ou de costura, e algumas consideradas
inespecíficas, estão nas listas das mais perigosas.
Na Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho, capítulo 5 e na norma regulamentadora nº 12, estão descritas
regulamentações quanto às condições das máquinas e equipamentos e abordam
também as condições de segurança desses equipamentos, como deverá ocorrer a
manutenção e a responsabilização das instituições governamentais.

Art. 184. Consolidação das Leis Trabalhistas - As máquinas e os


equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e
outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do
trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.
Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e
o uso de máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto neste
artigo.

Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados


com as máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à
realização do ajuste.

Art. 186. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre


proteção e medidas de segurança na operação de máquinas e
equipamentos, especialmente quanto à proteção das partes móveis,
distância entre elas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de

AN02FREV001/REV 4.0

74
grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas de
proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.

A NR aborda assuntos relacionados às maquinas e equipamentos citando


em seus diversos parágrafos aspectos quanto às instalações e áreas de trabalho
delimitando dimensionamento da área onde manter as máquinas e as condições do
piso.

NR 12
12.1 Instalações e Áreas de Trabalho.
12.1.2 As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e
equipamentos devem ser dimensionados de forma que o material,
os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam
movimentar-se com segurança.

Relaciona os aspectos normativos de entrada de equipamentos, e a proteção


desses instrumentos:

12.3 Normas sobre Proteção de Máquinas e Equipamentos.


12.3.3 As Máquinas e os equipamentos que ofereçam risco de
ruptura de suas partes, projeção de peças ou partes destas, devem
ter os seus movimentos, alternados ou rotativos, protegidos.
12.3.5 As máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem
energia elétrica devem ser aterrados eletricamente, conforme
previsto na NR-10.
12.3.6 Os materiais a serem empregados nos protetores devem ser
suficientemente resistentes, de forma a oferecer proteção efetiva.

Assim como os aspectos da relação fabricação, venda, locação e


manutenção de máquinas e equipamentos de forma a proporcionar adequação e
segurança ao trabalhador.
12.5 Fabricação, Importação, Venda e Locação de Máquinas e
Equipamentos.
12.5.1 É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o
uso de máquinas e equipamentos que não atendam às disposições
contidas nos itens
12.6 Manutenção e Operação.
12.6.1 Os reparos, a limpeza, os ajustes e a inspeção somente
podem ser executados com as máquinas paradas, salvo se o
movimento for indispensável à sua realização.
12.6.3 A manutenção e inspeção das máquinas e dos equipamentos
devem ser feitas de acordo com as instruções fornecidas pelo
fabricante e/ou de acordo com as normas técnicas oficiais vigentes
no País.
12.6.6 Nas paradas temporárias ou prolongadas, os operadores
devem colocar os controles em posição neutra, acionar os freios e
adotar outras medidas, com o objetivo de eliminar riscos
provenientes de deslocamentos.

AN02FREV001/REV 4.0

75
14 MAPA DE RISCO

Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores


presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos
trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.
O Diário Oficial da União de 20 de agosto de 1992 publicou uma portaria do
Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (DNSST)
implantando a obrigatoriedade da elaboração de mapas de riscos pelas Comissões
Internas de Prevenção de Acidentes nas empresas.
O mapa é um levantamento dos pontos de risco nos diferentes setores das
empresas. Trata-se de identificar situações e locais potencialmente perigosos. A
partir de uma planta baixa de cada seção são levantados todos os tipos de riscos,
classificando-os por grau de perigo.
Estes tipos são agrupados em cinco grupos classificados pelas cores
vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de
agente: químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico.
A ideia é que os funcionários de uma seção façam a seleção apontando aos
membros da CIPA os principais problemas da respectiva unidade. Na planta da
seção, exatamente no local onde se encontra o risco deve ser colocado o círculo no
tamanho avaliado pela CIPA e na cor correspondente ao grau de risco.
O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos
trabalhadores sobre os perigos existentes naquela área. Os riscos serão
simbolizados por círculos de três tamanhos distintos: pequeno, com diâmetro de 2,5
cm; médio, com diâmetro de 5 cm; e grande, com diâmetro de 10 cm.
A empresa receberá o levantamento e terá 30 dias para analisar e negociar
com os membros da CIPA ou do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), se houver, prazos para providenciar
as alterações propostas. Caso estes prazos sejam descumpridos, a CIPA deverá
comunicar a Delegacia Regional do Trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

76
FIGURA 2 - MAPA DE RISCO

FONTE: Disponível em: <http://www.uff.br/enfermagemdotrabalho/tabolas.gif>.


Acesso em: 12 dez. 2011.

FIGURA 3 - MODELO DO MAPA DE RISCO

FONTE: Disponível em:


<http://biossegurancaemfoco.com/wpcontent/uploads/2009/10/mapaderisco.jpg>. Acesso em: 12 dez.
2011.

FIM DO MÓDULO II

AN02FREV001/REV 4.0

77
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

78
CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

79
MÓDULO III

15 SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL- OHSAS

A Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional pode ser definida como um


conjunto de regras, ferramentas e procedimentos que visam eliminar, neutralizar ou
reduzir a lesão e os danos decorrentes das atividades.
A OHSAS 18001 consiste em um Sistema de Gestão, assim como a ISO
9000 e ISO 14000, porém com o foco voltado para a saúde e segurança
ocupacional. Em outras palavras, a OHSAS 18001 é uma ferramenta que permite
uma empresa atingir e sistematicamente controlar e melhorar o nível do
desempenho da Saúde e Segurança do Trabalho por ela mesma estabelecido.
OHSAS é uma sigla em inglês para Occupational Health and Safety
Assessment Services, cuja tradução é Serviços de Avaliação de Saúde e Segurança
Ocupacional.
Assim como os Sistemas de Gerenciamento Ambiental e de Qualidade, o
Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional também possui objetivos,
indicadores, metas e planos de ação.
Uma das principais ferramentas dessa gestão denomina-se Gestão de
Riscos, a qual atua no reconhecimento dos Perigos e da classificação dos Riscos
(Risco Puro). Normalmente a Gestão de SSO faz parte de um Sistema de Gestão
(Gestão da Qualidade).
Atualmente, os Sistemas de Gestão de SSO estão baseados em normas
internacionais, tais como OHSAS 18001 e BS-8800.

AN02FREV001/REV 4.0

80
A implantação da OHSAS 18001 retrata a preocupação da empresa com a
integridade física de seus colaboradores e parceiros. O envolvimento e a
participação de cada funcionário no processo de implantação do sistema de
qualidade são de fundamental importância.
Cada vez mais as organizações se mostram preocupadas em demonstrar o
seu compromisso (OHSAS) com a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. Esta é
a grande preocupação que afeta a imagem corporativa, envolvendo colaboradores,
clientes, bem como outras partes interessadas.
As empresas estão cada vez mais preocupadas em alcançar e evidenciar
um sólido e constante desempenho em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho
(SST), por meio do controle dos respectivos riscos de natureza ocupacional,
consistente com a sua política e objetivos da SST.
As organizações fazem-no num contexto de exigências legais cada vez mais
restritivas, de desenvolvimento de políticas econômicas e de outras medidas
indutoras de boas práticas de SST e da crescente preocupação pelas partes
interessadas nas questões da SST.
Muitas organizações estão implementando um Sistema de Gestão de Saúde
e de Segurança Ocupacional (SGSSO) como parte de sua estratégia de gestão de
riscos para lidar com mudanças na legislação e proteger seus colaboradores.
Um SGSSO promove um ambiente de trabalho seguro e saudável por meio
de uma estrutura que permite à sua organização identificar e controlar
consistentemente seus riscos à saúde e segurança, reduzir o potencial de acidentes,
auxiliar na conformidade legislativa e melhorar o desempenho geral.
A OHSAS 18001 é uma especificação de auditoria internacionalmente
reconhecida para sistemas de gestão de saúde ocupacional e segurança. Foi
desenvolvida por um conjunto de organismos comerciais líderes, organismos
internacionais de normas e certificação com foco em uma lacuna para a qual não
existe uma norma internacional para realização da certificação.
A OHSAS 18001 foi desenvolvida com compatibilidade com a ISO 9001 e a
ISO 14001, para ajudar a sua organização a cumprir com suas obrigações de saúde
e segurança de um modo eficiente.
A exigente legislação determina que as Organizações demonstrem um
compromisso claro e prático com a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

81
Clientes e colaboradores querem esta informação antecipadamente, de
forma a assegurar que a sua Organização continuará a satisfazer as suas
necessidades a curto e médio prazo. É um desafio, mas também uma oportunidade
para as Organizações reduzirem riscos e assegurarem um ambiente de trabalho
mais seguro.
A certificação OHSAS 18001 permite-lhe demonstrar o seu compromisso
com a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, bem como melhorar continuamente
a sua imagem corporativa.
As empresas que demonstram o seu compromisso com a Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho permitem uma melhora nas operações internas e com
isso conseguem reduzir acidentes.
A segurança do colaborador e a qualidade do ambiente de trabalho são
melhoradas porque os objetivos e as responsabilidades são definidos, e todos os
colaboradores são preparados para lidar de forma eficaz com quaisquer riscos
futuros.
Paralelo a isso, a especificação OHSAS 18001 assegura a conformidade
com os atuais requisitos legais, reduzindo o risco de sanções e ações judiciais.
As áreas chave citadas abaixo são enfocadas pela OHSAS 18001:

 Planejamento da identificação de perigos, avaliação de riscos e


controle dos riscos;
 Estrutura e responsabilidade;
 Treinamento, conscientização e competência;
 Consulta e comunicação;
 Controle operacional;
 Prontidão e resposta a emergências;
 Medição de desempenho, monitoramento e melhoria.

A OHSAS 18001 pode ser adotada por qualquer organização que deseja
implementar um procedimento formal para redução dos riscos associados com
saúde e segurança no ambiente de trabalho para os colaboradores, clientes e o
público em geral.

AN02FREV001/REV 4.0

82
Muitas organizações realizam auditorias para avaliar o desempenho em
Segurança e Saúde no Trabalho. Essas auditorias podem, por si só, não ser
suficientes para dar à organização a garantia que o respectivo desempenho não só
cumpre como continuará a cumprir os correspondentes requisitos legais, técnicos e
de política.
Para serem eficazes têm de ser realizados no quadro de um Sistema de
Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho - SGSST, que poderá ser estruturado e
integrado na organização.
Um sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho oferece
organização eficaz que poderá ser integrado com outros requisitos de gestão e irão
auxiliar as mesmas organizações a alcançar objetivos de Segurança e Saúde no
Trabalho e econômicos.
Ela não se destina a ser usada para criar barreiras ou entraves comerciais,
nem para ampliar ou alterar as obrigações legais de uma organização.
Tem como finalidade permitir a uma organização desenvolver e executar
uma política e os objetivos que têm em conta os requisitos legais e informação sobre
os riscos da SST.
Pretende-se que seja aplicável a todos os tipos e dimensões das
organizações, sendo consideradas diversas circunstâncias, desde as geográficas,
até as culturais e sociais.
Esta Norma baseia-se no modelo de sistema de gestão do tipo
Planejamento, Execução, verificação e Ação - PEVA, dentro de um processo de
melhoria contínua.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) deve ser a forma
principal de Participação dos Trabalhadores, com a assistência do Serviço
Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT onde existir,
conforme exigência legal.
A participação do Trabalhador não hierarquizada deve ser constante no nível
em questão, em prol da melhoria contínua dos ambientes de condições de trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

83
16 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL-PCMSO

O PCMSO é um programa que especifica procedimentos e condutas a


serem adotados pelas empresas em função dos riscos aos quais os empregados se
expõem no ambiente de trabalho.
Trata-se do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, previsto
pela Norma Regulamentadora 07(NR 07) - Portaria do Ministério do Trabalho
número 3214 de 08/06/78, que determina que todos os empregadores ou instituições
que admitam trabalhadores como empregados regidos pela CLT, elaborem e
implementem tal programa.
O PCMSO irá estabelecer o controle de saúde físico e mental do
trabalhador, em função de suas atividades, e obriga a realização de exames
médicos admissionais, de mudança de função e de retorno ao trabalho,
estabelecendo ainda a obrigatoriedade de um exame médico periódico.
As empresas ou condomínios com até 25 empregados, não estão obrigadas
a manter um médico coordenador do PCMSO, estando ainda desobrigadas de
elaborar o relatório anual.
Porém, como essas empresas estão obrigadas à realização dos exames
médicos acima mencionados, a obrigação poderá ser cumprida mediante convênio
com empresas especializadas/credenciadas em medicina do trabalho.
Seu objetivo é prevenir, detectar precocemente, monitorar e controlar
possíveis danos à saúde do empregado.
Implementar o PCMSO é importante sobretudo para cumprir a legislação em
vigor. Além disso, você pode estar prevenindo possíveis consequências jurídicas
decorrentes do aparecimento de doenças ocupacionais, como processos civis,
criminais e previdenciários.
O médico do trabalho fará o reconhecimento prévio dos riscos ocupacionais
existentes na empresa em função das atividades desenvolvidas. O PCMSO deve
estar articulado com todas as normas regulamentadoras, principalmente a NR-9
(PPRA).

AN02FREV001/REV 4.0

84
Todas as empresas que possuam empregados, independente do tamanho e
grau de risco, desde que regidos pela CLT são obrigadas a implantar o PCMSO.
Excluem-se desta obrigatoriedade de indicar médico coordenador deste
Programa as Empresas:

 Grau de Risco 1 e 2 (conforme NR-04) que possuam até 25 (vinte e


cinco) funcionários.

 Grau de Risco 3 e 4 com até 10 funcionários.

 Empresas de Grau de Risco 1 e 2 que possuam 25 (vinte e cinco) a


50(cinquenta) funcionários, poderão estar desobrigadas de indicar Médico
Coordenador, desde que essa deliberação seja concedida por meio de negociação
coletiva.

 Empresas de Grau de Risco 3 e 4 que possuam 10(dez) a 20(vinte)


funcionários poderão estar desobrigados de indicar médico coordenador, desde que
essa deliberação seja concedida por meio de negociação coletiva.

O Ministério do Trabalho por meio da Secretaria de Segurança e Saúde no


Trabalho entende que "todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de
acordo com os riscos a que estão expostos.
Além de ser uma exigência legal prevista no artigo 168 da CLT, está
respaldada na convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho - OIT,
respeitando princípios éticos morais e técnicos".
A responsabilidade pela implementação desse Programa é única e total do
Empregador, devendo ainda zelar pela sua eficácia e custear despesas, além de
indicar médico do trabalho para coordenar a execução do mesmo.
No caso dos trabalhadores temporários o empregador responsável pelo
PCMSO é a Empresa contratada para fornecer mão de obra temporária.
Descreveremos abaixo alguns itens importantes da norma.
Do objeto:

AN02FREV001/REV 4.0

85
1.1.1 - Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores com empregados, do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

1.1.2 - Esta NR estabelece os parâmetros mínimos diretrizes gerais a serem


observados na execução do PCMSO, podendo os mesmos ser ampliados
mediante negociação coletiva de trabalho.

1.1.3 - Caberá à empresa contratante de mão de obra prestadora de


serviços, informar a empresa contratada, os riscos existentes e auxiliar na
elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os
serviços estão sendo prestados.

Das diretrizes:

1.2.1 - O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas


da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar
articulado com o disposto nas demais NR.

1.2.2 - O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o


indivíduo a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental
clínico - epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o
trabalho.

1.2.3 - O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e


diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho,
inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de
casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos
trabalhadores.

1.2.4 - O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à
saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações
previstas nas demais NR.

Das responsabilidades:

1.3.1 - Compete ao empregador:


a) garantir a elaboração efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar
pela sua eficácia;

b) custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos


relacionados ao PCMSO;

c) indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia


de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, da empresa, um
coordenador responsável pela execução do PCMSO;

d) no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho,


de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho,
empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;

AN02FREV001/REV 4.0

86
e) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá
contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

1.3.1.1 - Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as empresas


do grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4, com até 25 (vinte e
cinco) empregados e aquelas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da
NR-4, com até 10 (dez) empregados .

1.3.1.1.1 - As empresas com mais de 25 (vinte e cinco) empregados e até


50 (cinquenta) empregados, enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo
o Quadro I da NR-4, poderão estar desobrigadas de indicar médico
coordenador em decorrência de negociação coletiva.

1.3.1.1.2 - As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com até 20


(vinte) empregados, enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o
Quadro I da NR-4, poderão estar desobrigadas de indicar médico do
trabalho coordenador em decorrência de negociação coletiva, assistida por
profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no
trabalho.

1.3.1.1.3 - Por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base


no parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em
matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de
negociação coletiva, as empresas previstas no item 1.3.1.1 e subitens
anteriores poderão ter a obrigatoriedade de indicação de médico
coordenador, quando suas condições representarem potencial de risco
grave aos trabalhadores.

1.3.2 - Compete ao médico coordenador:

a) realizar os exames médicos previstos no item 1.4.1, ou encarregar os


mesmos a profissional médico familiarizado com os princípios da patologia
ocupacional e suas causas, bem como o ambiente, as condições de
trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da
empresa a ser examinada;

b) encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e


anexos desta NR, profissionais e/ou entidades devidamente capacitados,
equipados e qualificados.

Do Desenvolvimento do PCMS:

1.4.1 - O PCMS o deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos


exames médicos:

a) admissional;
b) periódico;
c) de retomo ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.

1.4.2 - Os exames de que trata o item 1.4.1 compreendem:

a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e


mental;

AN02FREV001/REV 4.0

87
b) exames complementares, realizados de acordo com os termos
especificados nesta NR, e seus anexos.

1.4.2.1 - Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos


discriminados nos quadros I e lI desta NR, os exames médicos
complementares deverão ser executados e interpretados com base nos
critérios constantes dos referidos quadros e seus anexos. A periodicidade
de avaliação dos indicadores biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo,
semestral, podendo ser reduzida a critério do médico coordenador, ou por
notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou mediante
negociação coletiva de trabalho.

1.4.2.2 - Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não


constantes dos quadros I e II, outros indicadores biológicos poderão ser
monitorizados, dependendo de estudo prévio dos aspectos de validade
toxicológica, analítica e de interpretação desses indicadores.

1.4.2.3 - Outros exames complementares usados normalmente em


patologia clínica para avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas
orgânicos podem ser realizados, a critério do médico coordenador ou
encarregado, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho,
ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.

1.4.3 - A avaliação clínica referida no item 1.4.2, alínea "a", como parte
integrante dos exames médicos constantes no item 1.4.1, deverá obedecer
aos prazos e à Periodicidade conforme previstos nos subitens abaixo
relacionados:

1.4.3.1 no exame médico admissional, deverá ser realizada antes que o


trabalhador assuma suas atividades;

1.4.3.2 - no exame médico periódico, de acordo com os intervalos mínimos


de tempo abaixo discriminados:

a) para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que


impliquem no desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional,
ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os
exames deverão ser repetidos:

a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado,


ou se notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda,
como resultado de negociação coletiva de trabalho;

a.2) de acordo com a periodicidade especificada no anexo no 6 da NR 15,


para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas;

b) para os demais trabalhadores:

b.1) anual, quando menores de dezoito anos e maiores de quarenta e cinco


anos de idade;

b.2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre dezoito anos e quarenta
e cinco anos de idade;

1.4.3.3 - no exame médico de retomo ao trabalho, deverá ser realizada


obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador
ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de
doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

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88
1.4.3.4 - no exame médico de mudança de função, será obrigatoriamente
realizada antes da data de mudança.

1.4.3.4.1 - Para fins desta NR, entende-se por mudança de função toda e
qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique
na exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto
antes da mudança.

1.4.3.5 - No exame médico demissional, será obrigatoriamente realizada até


a data da homologação, desde que o último exame médico ocupacional
tenha sido realizado há mais de:

- 135 (cento e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2,


segundo o Quadro I da NR 4;

- 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o


Quadro I da NR 4.

1.4.3.5.1 - As empresas enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o


Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo de dispensa da realização do
exame demissional em até mais 135 (cento e trinta e cinco) dias, em
decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional indicado de
comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão regional
competente em segurança e saúde no trabalho.

1.4.3.5.2 - As empresas enquadrada no grau de risco 3 ou 4, segundo o


Quadro I da NR 4, poderão ampliar o prazo de dispense da realização do
externa demissional em até mais 90 (noventa) dias, em decorrência de
negociação coletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo
entre as partes ou por profissional do órgão regional competente em
segurança e saúde no trabalho.

1.4.3.5.3 - Por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base


em parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em
matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de
negociação coletiva, as empresas poderão ser abrigadas a realizar o exame
médico demissional independentemente da época de realização de
qualquer outro exame, quando suas condições representarem potencial de
risco grave aos trabalhadores.

1.4.4 - Para cada exame médico realizado, previsto no item 1.4.1, o médico
emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em duas vias.

1.4.4.1 - A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do


trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição
da fiscalização do trabalho.

1.4.4.2 - A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao


trabalhador, mediante recibo na primeira via.

1.4.4.3 - O ASO deverá conter no mínimo:

a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade, e


sua função;

b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência delas, na


atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST;

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89
c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador,
incluindo os exames complementares e a data em que forem realizados;

d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;

e) definição de apto ou inapto para a função específica que o malhador vai


exercer, exerce ou exerceu;

f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;

g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo


seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

1.4.5 - Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e


exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão
ser registrados em prontuário clínico individual, que ficará sob a
responsabilidade do médico coordenador do PCMSO.

1.4.5.1 - Os registros a que se refere o item 1.4.5 deverão ser mantidos por
período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador.

1.4.5.2 - Havendo substituição do médico a que se refere o item 1.4.5 os


arquivos deverão ser transferidos para seu sucessor.

1.4.6 - O PCMSO deverá obedecer a um planejamento em que estejam


previstas as ações de saúde a serem executadas durante o ano, devendo
estas ser objeto de relatório anual.

1.4.6.1 - O relatório anual deverá discriminar, pormenores da empresa, o


número a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e
exames complementares, estatísticas de resultados considerados anormais,
assim como o planejamento para o próximo ano, tomando como base o
modelo proposto no Quadro III desta NR.

1.4.6.2 - O relatório anual deverá ser apresentado discutido na CIPA,


quando existente na empresa, de acordo com a NR-5, sendo sua cópia
anexada no livro de atas daquela Comissão.

1.4.6.3 - O relatório anual do PCMSO poderá ser armazenado na forma de


arquivo informatizado, desde que este seja mantido de modo a proporcionar
o imediato acesso por parte do agente da inspeção do trabalho.

1.4.6.4 - As empresas desobrigadas de indicarem médico coordenador.


ficam dispensadas de elaborar o relatório anual.

1.4.7 - Sendo verificada por meio da avaliação clínica do trabalhador e/ou


dos exames constantes do Quadro I da presente NR, apenas exposição
excessiva (EE ou SC+) ao risco, mesmo sem qualquer sintomatologia ou
sinal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do local de trabalho, ou do
risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de exposição e as
medidas de controle nos ambientes de trabalho tenham sido adoradas.

1.4.8 - Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças


profissionais, por meio de exames médicos que incluam os definidos nesta
NR; ou sendo verificadas alterações que revelam qualquer tipo de disfunção
de órgão ou sistema biológico, por meio dos exames constantes dos
quadros I (apenas aqueles com interpretação SC) e II, e do Item 7.4.2.3 da

AN02FREV001/REV 4.0

90
presente NR, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico coordenador
ou encarregado:

a) solicitar à empresa a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho -


CAT;

b) indicar, quando necessário, o afaste do trabalhador da exposição ao


risco, ou do trabalho;

c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de


nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta
previdenciária em relação ao trabalho.

d) orientar o empregador quanto à necessidade - adoção de medidas de


controle no ambiente de trabalho.

Em relação aos primeiros socorros estabelece:

1.5.1 - Todo estabelecimento deverá estar equipado com material


necessário à prestação de primeiros socorros, considerando-se as
características da afinidade desenvolvida; manter esse material guardado
em local adequado, e aos cuidados de pessoa treinada pare esse fim.

17 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS- PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Norma


Regulamentadora (NR 09) visa à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais.
Portanto, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA é um
programa estabelecido pela Norma Regulamentadora NR-9, da Secretaria de
Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho.
Seu objetivo é definir uma metodologia de ação que garanta a preservação
da saúde e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos ambientes
de trabalho.
O objetivo primordial e final é evitar acidentes que possam vir a causar
danos à saúde do trabalhador, entretanto existem objetivos intermediários que
assegurarão a consecução da meta final.

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Os objetivos intermediários são:

 Criar mentalidade preventiva em trabalhadores e empresários;


 Reduzir ou eliminar improvisações;
 Promover a conscientização em relação a riscos e agentes existentes
no ambiente do trabalho;
 Desenvolver uma metodologia de abordagem e análise das diferentes
situações do ambiente do trabalho;
 Treinar e educar trabalhadores para a utilização da metodologia.

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes


etapas:

 Antecipação e reconhecimento dos riscos;


 Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
 Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
 Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
 Monitoramento da exposição aos riscos;
 Registro e divulgação dos dados;
 Obrigatoriedade da implementação do PPRA.

A Legislação é muito ampla em relação ao PPRA, as atividades e o número


de estabelecimentos sujeitos a implementação deste programa são tão grandes que
torna impossível a ação da fiscalização e em decorrência disso muitas empresas
simplesmente ignoram a obrigatoriedade do mesmo.
A lei define que todos empregadores e instituições que admitem
trabalhadores como empregados são obrigadas a implementar o PPRA, ou seja,
isso significa que praticamente toda atividade laboral onde haja vínculo empregatício
está obrigada a implementar o programa.

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Aqueles que não cumprirem as exigências desta norma estarão sujeitos a
penalidades que variam de multas e até interdições. O PPRA tem de ser
desenvolvido especificamente para cada tipo de atividade, sendo assim, torna-se
claro que o programa de uma drogaria deve diferir do programa de uma indústria
química.
De acordo com seus princípios básicos, o PPRA visa preservar a saúde e a
integridade dos trabalhadores por meio da prevenção de riscos, e isto significa
antecipar, reconhecer, avaliar e controlar riscos existentes e que venham a ser
introduzidos no ambiente do trabalho.
As opções para elaboração, desenvolvimento, implementação do PPRA são:

 Empresas que possuem SESMT: neste caso o pessoal especializado


do SESMT será responsável pelas diversas etapas do programa em conjunto com a
direção da empresa.
 Empresas que não possuem SESMT: nesta situação a empresa deverá
contratar uma firma especializada ou um Engenheiro de Segurança do Trabalho
para desenvolvimento das diversas etapas do programa em conjunto com a direção
da empresa.
A principal preocupação é evitar que o programa transforme-se no principal
objetivo e a proteção ao trabalhador transforme-se em um objetivo secundário.
Diversas empresas conseguem medir a presença de algum agente em
partes por bilhão (PPB) e utilizam sofisticados programas de computador para
reportar tais medidas, entretanto não evitam e não conseguem evitar que seus
trabalhadores sofram danos a saúde.
Empresas de pequeno e médio porte, não possuindo pessoas
especializadas em seus quadros, contratam serviços de terceiros que aproveitam a
oportunidade para vender sofisticações tecnológicas úteis para algumas situações e
absolutamente desnecessárias para outras.
Essas ações devem ser desenvolvidas sob a responsabilidade do
empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e
profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de
controle. A escuta e a efetiva participação dos trabalhadores com deficiência nessas

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ações é de primordial importância para a eficácia desse programa e de sua
adequada inclusão na empresa.
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do
trabalhador.
Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano,
uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização
dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.

18 NORMA REGULAMENTADORA 17

A Norma Regulamentadora 17 relativa à Ergonomia visa a estabelecer


parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente.
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições
ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de
trabalho, conforme estabelecido nesta matéria. Seguem alguns itens importantes
desta norma reguladora.
Sobre o levantamento, transporte e descarga individual de materiais:

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:

17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o


peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador,
compreendendo o levantamento e a deposição da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade


realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua,
o transporte manual de cargas.

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94
17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a
dezoito anos e maior de quatorze anos.

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de


cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua
saúde ou sua segurança.

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de


cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções
satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas
a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas


deverão ser usados meios técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o


transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser
nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer
a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração


de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho
mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado
pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não
comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento


mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço
físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de
força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

Relacionado ao mobiliário dos postos de trabalho.

17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o


posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.

17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as
bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao
trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem
atender aos seguintes requisitos mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o


tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho
e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e
movimentação adequados dos segmentos corporais.

17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além
dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais
comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e
dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados
entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das
características e peculiaridades do trabalho a ser executado.

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95
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos
seguintes requisitos mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função


exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da
região lombar.

17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados


sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido
suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do
trabalhador.

17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé,


devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam
ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.

Relacionados aos equipamentos dos postos de trabalho:

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem


estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado.

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,


datilografia ou mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando
movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo
vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que
provoque ofuscamento.
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados
com terminais de vídeo devem observar o seguinte:

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do


equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de
maneira que as distâncias olho-tela, olho teclado e olho-documento sejam
aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados


com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser
dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a
natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise
ergonômica do trabalho.

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Relacionadas às condições ambientais de trabalho:

17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às


características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho
a ser executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam
solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle,
laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos,
dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma


brasileira registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três
graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no


subitem

17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas


relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de
conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor
não superior a 60 dB.

17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos


nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à
zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,


natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da
atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada


de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes
excessivos.

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos


locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR
5413, norma brasileira registrada no INMETRO.

17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem


17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual,
utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do
olho humano e em função do ângulo de incidência.

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no


subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco
centímetros) do piso.

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Relacionados a organização do trabalho:

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em


consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou


dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a
partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de
remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração
as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um
retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao
afastamento.

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se,


salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o
seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos
trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número
individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito
de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve
ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real,
para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o
limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante
da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o
disposto no art.468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não
exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa
de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada
normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao
número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo
estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.

Para ler a Norma Regulamentadora 17 na íntegra, acesse o link:


http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pd
f

AN02FREV001/REV 4.0

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19 ERGONOMIA

A ergonomia pode ser aplicada nos mais diversos setores da atividade


produtiva. Em princípio, sua maior aplicação se deu na agricultura, mineração e,
sobretudo, na indústria. Mais recentemente, a ergonomia tem sido aplicada no
emergente setor de serviços e, também, na vida cotidiana das pessoas, nas
atividades domésticas e de lazer.
A primeira definição conhecida de trabalho está escrita nas Sagradas
Escrituras em Gênesis 3, 17b - 19 " Disse, pois, o Senhor Deus ao ser humano:
maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.
Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste
tomado; pois és pó, e ao pó tornarás". Podemos deduzir, então, que o trabalho está
relacionado à noção geral de sofrimento e pena.
Segundo o dicionário Larousse de Língua Portuguesa (1992), dá as
seguintes definições para trabalho:

Palavra derivada do latim tripaluim, que significa instrumento de tortura


composto de três paus: sofrimento; esforço; luta; atividade humana aplicada
à produção, à criação ou ao entretenimento; produto dessa atividade; obra,
atividade profissional regular e remunerada, exercício de uma atividade
profissional; lugar onde essa atividade é exercida.

Montmollin (1990) define condições de trabalho como tudo o que caracteriza


uma situação de trabalho e permite ou impede a atividade dos trabalhadores,
diferentemente das anteriores citadas. Desse modo, distinguem-se as condições:

- Físicas: características dos instrumentos, máquinas, ambiente do posto de


trabalho (ruído, calor, poeiras, perigos diversos);
- Temporais: em especial os horários de trabalho;
- Organizacionais: procedimentos prescritos, ritmos impostos, de um modo
geral, "conteúdo" do trabalho;
- As condições subjetivas características do operador: saúde, idade,
formação;
- E as condições sociais: remuneração, qualificação, vantagens sociais,
segurança de emprego, em certos casos condições de alojamento e de
transporte, relações com a hierarquia, etc.

AN02FREV001/REV 4.0

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Segundo Sell (1995), entende-se por trabalho "tudo o que a pessoa faz para
manter-se e desenvolver-se e para manter e desenvolver a sociedade, dentro de
limites estabelecidos por esta sociedade. Diz ainda que para a melhoria das
condições de trabalho é necessário avaliar o trabalho humano existente, por critérios
bem definidos, aceitos e que obedeçam a uma hierarquia de níveis de valoração
relacionados com o trabalhador.
Assim o trabalho deve ser realizado dentro das limitações de cada ser
humano, isto é, as cargas advindas da tarefa e da situação de trabalho não podem
ultrapassar os limites individuais de cada trabalhador.
O mesmo deve ser suportável ou inofensivo ao longo do tempo, ou seja,
quem o executa deve poder fazê-lo pelo tempo necessário, diariamente, e se for o
caso, durante toda uma vida profissional, sem acarretar danos.
Embora o trabalho deva trazer satisfação para o trabalhador, é importante
lembrar a possibilidade de uma falsa satisfação do trabalhador, simplesmente pelo
mesmo ter-se acostumado à ideia de que seu trabalho não pode ser modificado.
A ergonomia estuda o trabalho humano, pois parte das considerações gerais
sobre trabalho e suas condições de execução acima citadas.
O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo polonês W.
JASTRZEBOWSKI, que publicou um "ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho
baseada nas leis objetivas da ciência da natureza".
Quase cem anos mais tarde, a ergonomia veio a se desenvolver como uma
área de conhecimento humano, quando, durante a II Guerra Mundial, pela primeira
vez, houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências
humanas e biológicas.
Em 1949, um engenheiro inglês chamado MURREL, criou na Inglaterra, na
Universidade de Oxford, a primeira sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomics
Research Society. Em 1959, foi organizada a Associação Internacional de
Ergonomia, em Estocolmo.
No final da década de 50, a recomendação no 112, da Organização
Internacional do Trabalho- OIT, dedica-se aos serviços de saúde ocupacional,
definidos como serviços médicos instalados em um local de trabalho ou suas
proximidades, com as seguintes finalidades:

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- Proteger o trabalhador contra qualquer risco à sua saúde e que decorra do
trabalho ou das condições em que ele é cumprido;
- Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a suas
atividades na empresa, por meio da adaptação do trabalho ao ser humano e
pela colocação deste em setor que atenda às suas aptidões;
- Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto grau
possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores (SAAD, 1993).

Já no início da década de 60, a OIT define ergonomia como a "aplicação das


ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para lograr o
ótimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente,
eficiência e bem-estar” (MIRANDA, 1980).
Em 31 de agosto de 1983, foi criada no Brasil a Associação Brasileira de
Ergonomia. Em 1989, foi implantado no Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, o primeiro
mestrado na área do país.
É importante ressaltar que no Brasil, o Ministério do Trabalho e Previdência
Social instituiu a Portaria n. 3.751 em 23/11/90 que baixou a Norma
Regulamentadora - NR17, que trata especificamente da ergonomia.
O uso constante da ergonomia no meio empresarial nos Estados Unidos da
América se efetivou, a partir de 1970, quando a Agência de Segurança e Saúde
Ocupacional deste país - Occupational Health andSafetyAgency- OSHA, criou
regulamentos exigindo das empresas um ambiente livre de acidentes, saudável e
seguro.
A partir desta época, a ergonomia tem evoluído de forma significativa e,
atualmente, pode ser considerada como um estudo científico interdisciplinar do ser
humano e da sua relação com o ambiente de trabalho, estendendo-se aos
ambientes informatizados e seu entorno, incluindo usuários e tarefas (SANTOS,
2010).
Os níveis de exigências da ergonomia são:
- as exigências tecnológicas: relativas ao aparecimento de novas técnicas
de produção que impõem novas formas de organização do trabalho;

- as exigências organizacionais: relativas a uma gestão mais participativa,


trabalho em times e produção enxuta em células que impõem uma maior
capacitação e polivalência profissional;

- as exigências econômicas: relativas à qualidade e ao custo da produção


que impõem novas condicionantes às atividades de trabalho, como zero
defeito, zero desperdício, zero estoque, etc.;

AN02FREV001/REV 4.0

101
- as exigências sociais: relativas à melhoria das condições de trabalho e,
também, do meio ambiente (SANTOS, 2010).

Segundo Thibodeau (1995), "a ergonomia contribui no projeto e modificação


nos ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto aponta as melhores
condições de saúde e bem-estar para os que atuam nesses ambientes".
A evolução da ergonomia e áreas relacionadas afins, que têm motivado
estudos por parte dos diversos grupos de pesquisa, repercute nas abordagens
teóricas, nas técnicas, na terminologia e nas discussões na literatura, enfatizando a
importância dessas áreas emergentes.
Além disso, a ergonomia é direcionada a atividades específicas e
caracterizadas por constantes modificações e inovações, como é o caso das
tecnologias relacionadas à gestão de sistemas de informação e de conhecimento
(SANTOS, 2010).
O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e
nomos (regras). Na Grécia antiga o trabalho tinha um duplo sentido: ponos que
designava o trabalho escravo de sofrimento e sem nenhuma criatividade e, ergon
que designava o trabalho arte de criação, satisfação e motivação. Tal é o objetivo da
ergonomia, transformar o trabalho ponosem trabalho ergon.
A Ergonomics Research Society do Reino Unido define ergonomia como "o
estudo do relacionamento entre o ser humano o seu trabalho, equipamento e
ambiente, e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia
e psicologia, na solução de problemas surgidos neste relacionamento".
A International Ergonomics Association (IEA) define ergonomia como:

O estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e


espaços de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de
diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos
que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma melhor
adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho
e de vida.

A Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO define ergonomia “como o


estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser
humano”.
A ergonomia aborda assuntos como:

AN02FREV001/REV 4.0

102
 As características materiais do trabalho, como o peso dos
instrumentos, a resistência dos comandos, a dimensão do posto de trabalho;

 O meio ambiente físico (o ruído, iluminação, vibrações, ambiente


térmico);

 A duração da tarefa, os horários, as pausas no trabalho;

 O modelo de treinamento e aprendizagem;

 As lideranças e ordens dadas.

A ergonomia realiza análises das atividades físicas e cognitivas de trabalho;


das informações e do processo de tratamento das informações.
Para Santos (2010), a ergonomia foge da linguagem simples das aptidões
que definem apenas as qualidades exigidas do operador para a execução do
trabalho, procurando informações mais amplas a respeito das condições materiais
necessárias para executá-lo.
Para aumentar a eficácia do sistema de produção, a ergonomia procura
estabelecer melhores condições de trabalho possíveis, indo além de apenas evitar
que os trabalhadores ocupem postos de trabalhos maçantes e/ou nocivos. Constata-
se que os conceitos formulados dentro da ergonomia vão ao encontro dos aspectos
humanos do trabalho, independente da maneira como este é realizado.
O ser humano é a base da ergonomia, esta faz um resgate do respeito ao
ser humano no trabalho, almejando além do aumento da produtividade, uma melhor
qualidade de vida no trabalho.
Uma das metodologias mais utilizadas na atualidade, em especial nas
escolas de linha francesa, é a de Análise Ergonômica do Trabalho - AET, que
procura estudar o trabalho não só na sua dimensão explícita (tarefa), conforme
definido pela engenharia de métodos, mas, sobretudo, na sua dimensão implícita
(atividades), característica do conhecimento tácito do pessoal de nível operacional
(SANTOS, 2010).

AN02FREV001/REV 4.0

103
A prática da ergonomia, segundo Santos e Fialho (1997),
Consiste em emitir juízos de valor sobre o desempenho global de
determinados sistemas ser humano(s)-tarefa(s). Como tais sistemas
normalmente são complexos, envolvendo expectativas relativamente
numerosas, procura-se facilitar a avaliação sobre o desempenho global
apoiando-se no princípio da análise/síntese.

Atualmente, dentro da ergonomia estuda-se também a macroergonomia, que


surgiu a partir dos estudos de Hendrick (1994). Segundo o autor, a ergonomia já
passou por duas gerações e encontra-se na terceira:
A primeira geração concentrou-se no projeto de trabalhos específicos,
interfaces ser humano-máquinas, incluindo controles, painéis, arranjo do
espaço e ambientes de trabalho. A maioria das pesquisas referia-se à
antropometria e a outras características físicas do ser humano. Esta
aplicação continua a ser um aspecto extremamente importante para a
prática da ergonomia em termos de contribuições para a segurança
industrial e para a melhoria geral da qualidade de vida.
A segunda geração da ergonomia se inicia com a ênfase na natureza
cognitiva do trabalho. Tal ocorreu em função das inovações tecnológicas e,
em particular, do desenvolvimento de sistemas informatizados (ergonomia
de software).
A terceira geração da ergonomia resulta do aumento progressivo da
automação de sistemas em fábricas e escritórios, do surgimento da
robótica. Esta geração da ergonomia privilegia a macroergonomia, ou seja,
a organização global em termos de máquina/sistema, e se concentra no
desenvolvimento para auxiliar os controladores de processo a decidir sobre
a adoção de cursos de ação que atendam aos múltiplos objetivos do
mesmo.

SANTOS (2010) classifica a ergonomia de três maneiras:

 Quanto à abrangência:
 Quanto à contribuição:
 Quanto à interdisciplinaridade:
A ergonomia iniciou-se na agricultura, na mineração, destacando-se na
indústria e pode ser aplicada nos mais variados setores da atividade produtiva. Hoje
em dia, além do setor de serviços, a ergonomia avança no cotidiano das pessoas,
seja em seus afazeres domésticos ou em seu momento de lazer.
Podemos dizer que a ergonomia na indústria vem melhorar os sistemas de
afazeres humanos, suas condições de trabalho e de organização do trabalho.
Se analisarmos a ergonomia dentro da agricultura e da mineração,
remetemos a melhores projetos de máquinas agrícolas e de mineração,

AN02FREV001/REV 4.0

104
consequentemente qualidade das tarefas de colheita, transporte e armazenagem;
além de estudos sobre os efeitos dos agrotóxicos.
E por fim, as recomendações ergonômicas na concepção de objetos e
equipamentos eletrodomésticos têm contribuído para melhoria do cotidiano e da vida
diária.
A base teórica da ergonomia inclui várias disciplinas científicas, em particular
a matemática, as ciências físicas, as ciências biológicas e as ciências humanas,
contudo, as que mais somaram para o desenvolvimento científico da ergonomia
foram à psicologia e a fisiologia do trabalho.

20 BIOSSEGURANÇA

Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam evitar ou


controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, agentes físicos e
agentes biológicos à biodiversidade.
A biossegurança no Brasil está formatada legalmente para os processos
envolvendo organismos geneticamente modificados e questões relativas a
pesquisas científicas com células-tronco embrionárias, de acordo com a Lei de
Biossegurança - N.11.105 de 24 de Março de 2005.
O foco de atenção dessa Lei são os riscos relativos às técnicas de
manipulação de organismos geneticamente modificados. O órgão regulador dessa
Lei é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), integrada por
profissionais de diversos ministérios e indústrias biotecnológicas.
Um exemplo típico de discussão legal da biossegurança são os alimentos
transgênicos, produtos da engenharia genética.
Por outro lado, a palavra biossegurança, também aparece em ambientes
onde a moderna biotecnologia não está presente, como, indústrias, hospitais,
laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, hemocentros,
universidades, etc.

AN02FREV001/REV 4.0

105
Seu foco está na prevenção dos riscos gerados pelos agentes químicos,
físicos e ergonômicos, envolvidos em processos onde o risco biológico se faz
presente ou não.
Esta é a vertente da biossegurança, que na realidade, se confunde com a
engenharia de segurança, a medicina do trabalho, a saúde do trabalhador, a higiene
industrial, a engenharia clínica e a infecção hospitalar (Costa & Costa, 2002; Costa,
1999; 1998).
Podemos destacar ainda que a biossegurança é um conjunto de ações
voltadas para a prevenção, e proteção do trabalhador, minimização de riscos
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico
e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do
meio ambiente e a qualidade dos resultados.
Outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da
medicina do trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece "conjunto de
medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas,
empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos". Está centrada
na prevenção de acidentes em ambientes ocupacionais.
Essas definições mostram que a biossegurança envolve as relações
tecnologia, o risco e o homem. O risco biológico será sempre uma resultante de
diversos fatores e, portanto, seu controle depende de ações em várias áreas,
priorizando-se o desenvolvimento e divulgação de informações além da adoção de
procedimentos correspondentes às boas práticas de segurança para profissionais,
pacientes e meio ambiente.

21 NORMA REGULAMENTADORA 32

A NR 32 refere-se à Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos


de Assistência à Saúde. Essa norma foi criada com o objetivo de diminuir riscos e
proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo a saúde dos
trabalhadores ligados à área.
É uma legislação do Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece

AN02FREV001/REV 4.0

106
medidas para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores de saúde em
qualquer serviço de saúde inclusive os que trabalham nas escolas, ensinando ou
pesquisando.
Refere-se aos riscos biológicos e químicos, radiações ionizantes, resíduos,
conforto, lavanderia, limpeza, conservação do ambiente e capacitação profissional.
Busca também orientar os profissionais sobre os riscos diários e a prevenção de
acidentes do trabalho, por meio da capacitação inicial, contínua e sempre que
houver mudança do local de trabalho.
Seu objetivo é prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho
nos profissionais da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco
presentes nos Serviços de Saúde.
Podemos dizer também que o principal objetivo é eliminar o risco de
acidentes do trabalho. E se o risco não puder ser eliminado, deve ser controlado,
avaliado e administrado.
Ela recomenda para cada situação de risco a adoção de medidas
preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro. Esta norma
não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação
à matéria, sejam incluídas em códigos ou regulamentos sanitários dos Estados,
Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de convenções e acordos
coletivos de trabalho, ou constantes nas demais NR’s e legislação federal pertinente
à matéria.
Aprovada por unanimidade pela Comissão Tripartite Permanente, a NR 32 é
fruto da conjugação do pensamento e reivindicações das três esferas mais
interessadas no assunto, ou seja, o governo, empregadores e empregados.
Concluiu-se que é necessário investir em prevenção, treinamento, conscientização e
capacitação.
A NR32 pode ser resumida numa palavra - prevenção. Para tanto, ela
estabelece vários prazos mensais para que as mudanças sejam implantadas. O
investimento compensa e evita prejuízos futuros, permitindo o surgimento de uma
geração de trabalhadores mais saudáveis.
A observância às regras da NR32 não dispensa, contudo, o cumprimento de
outras normas sobre o assunto. O descumprimento de normas de segurança e
medicina do trabalho poderá ensejar a aplicação e o pagamento de multa imposta

AN02FREV001/REV 4.0

107
por fiscais do trabalho.
Há que se levar em conta que o risco no ambiente de trabalho se multiplica
quando as normas de segurança não são observadas. Por isso, a NR32 se
preocupa com a correta realização do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) e do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA),
instrumentos necessários à prevenção de riscos e acidentes nas empresas, que
devem ser realizados periodicamente, e atualizados, na medida em que a empresa
adota medidas recomendadas pelos programas.
A definição de serviço de saúde incorpora o conceito de edificação, assim,
todos os trabalhadores que exerçam atividades nestas edificações, relacionadas ou
não com a promoção e assistência à saúde, são abrangidos pela NR 32.
Podemos citar como exemplo, atividade de limpeza, lavanderia, reforma e
manutenção. Importante para a sua aplicação é a participação dos trabalhadores,
por meio das Comissões Institucionais de caráter legal e técnico, entre as quais,
descrevemos abaixo:

 CIPA em instituições privadas;


 COMSAT’S em instituições públicas:
 Serviço Especializado em Engenharia e Segurança do Trabalho
(SESMT);
 Comissão de Controle e Infecção Hospitalar (CCIH);
 Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT’s).

Os impactos trabalhistas e previdenciários da NR32 podem ser resumidos


na redução:
 No número de acidentes;
 No número de doenças;
 No número de concessão de benefícios previdenciários;
 De uma maior disponibilidade de recursos orçamentários para outras
áreas;
 Redução da carga tributária.

Estabelecimentos que se adaptarem às exigências legais poderão ser

AN02FREV001/REV 4.0

108
beneficiados com redução no pagamento do Seguro contra Acidentes do Trabalho
(SAT).
O descumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho poderá
provocar a aplicação e o pagamento de multa imposta por auditores fiscais do
trabalho e da vigilância sanitária do trabalho.
Isso porque a Lei nº 10.666/03 possibilita ao INSS uma variação das
alíquotas do Seguro contra Acidentes do Trabalho para mais (até 100% a mais) ou
para menos (até 50% menos), avaliando-se, anualmente, os estabelecimentos em
razão da incidência do grau de incapacidade laborativa, proporcionando a distinção
entre empresas da mesma classificação nacional de atividades econômicas (CNAE),
de acordo com incidência de acidentes de trabalho, o que antes não era possível.
Atualmente, o Seguro contra Acidentes do Trabalho fica entre 1% e 3%,
dependendo da maior ou menor propensão à ocorrência de acidentes de trabalho.
Esse tipo de enquadramento é apurado com base nas informações prestadas pela
empresa ao CNAE. Destaca-se que hoje, o Fator Acidentário Previdenciário (FAP) é
igual para todas as empresas do mesmo CNAE.
Essa redução das alíquotas, contudo, depende de regulamentação para fixar
os critérios de reclassificação das empresas, levando em conta o quanto foi
investido em segurança, a frequência dos acidentes do trabalho, sua gravidade e o
valor gasto pelo INSS com o pagamento de benefícios.
Reduzindo as alíquotas do Seguro contra Acidentes do Trabalho, a empresa
poderá economizar até metade do que gasta com o seu pagamento dará mais
segurança aos trabalhadores, aumentará a produtividade e diminuirá o número de
afastamentos por acidentes do trabalho.
Com investimentos em equipamentos e observância das normas de
segurança, busca-se a redução do número de doentes na área da saúde, gerando a
redução do número de afastamentos e o aumento no grau de produtividade desses
trabalhadores.
É uma norma que pode ser aplicada em estabelecimentos de assistência à
saúde, ou qualquer instituição que presta assistência à saúde da população, em
qualquer nível de complexidade, em regime de internação ou não.

AN02FREV001/REV 4.0

109
As orientações aos trabalhadores devem ser fornecidas por escrito e, se
necessário, devem ser fixados cartazes nos murais sobre os procedimentos a serem
adotados em caso de acidente ou incidente grave.
Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos existentes na sua
atividade laboral, as suas causas e as medidas preventivas que devem ser
adotadas.
Caso o trabalhador esteja exposto a condições que ponham em risco a sua
saúde ou integridade física, o empregador deve garantir o seu afastamento.
A NR 32 atinge não só os empregados próprios do Serviço de Saúde como
também os empregados das empresas terceirizadas, cooperativas, prestadoras de
serviço, enfim a todos os que trabalham na área de saúde.
Dispõe ainda, que a responsabilidade é solidária, ou seja, compartilhada
entre a instituição contratante e os contratados quanto ao seu cumprimento.
Portanto é importante que representantes da empresa contratante se reúnam com
os contratados para estabelecer que as normas de segurança sejam explicadas,
executadas e cumpridas.
A NR-32 abrange as situações de exposição aos diversos agentes de risco
presentes no ambiente de trabalho, tais como:
 Os agentes de risco biológico;
 Os agentes de risco químico;
 Os agentes de risco físico com destaque para as radiações
ionizantes;
 Os agentes de risco ergonômico.

A NR-32 abrange ainda a questão da obrigatoriedade da vacinação do


profissional de saúde com reforços e sorologia de controle pertinente, conforme
recomendação do Ministério da Saúde, devidamente registrada em prontuário
funcional com comprovante ao trabalhador.
O profissional de saúde deve atender a convocação para receber as
vacinas, elas são importantes para a prevenção de doenças infecciosas que
poderão estar presentes no ambiente de trabalho.
A NR 32 considera como risco biológico a probabilidade da exposição
ocupacional a agentes biológicos, como por exemplo:

AN02FREV001/REV 4.0

110
 Microrganismos, geneticamente modificados ou não;
 Culturas de células;
 Parasitas;
 Toxinas;
 Príons.

Uma questão muito preocupante é em relação aos acidentes com materiais


perfurocortantes, pois muitos profissionais de saúde estão expostos a esses riscos,
principalmente médicos e profissionais da área de enfermagem.
Esse risco aumentado à exposição ocorre principalmente com os
profissionais de enfermagem devido aos seguintes fatores:

 Realizam a assistência diretamente aos pacientes com diversas


enfermidades;
 É considerada a maior categoria entre os profissionais de saúde;
 Realizam as tarefas com uma frequência maior que os demais
profissionais de saúde.

A gravidade dos acidentes com materiais perfurocortante está diretamente


relacionada com a porta de entrada de doenças infecciosas graves e letais como a
Hepatite B e C e a AIDS.
Por conta desta exposição, o artigo 32.2.4.15 veda o reencape e a
desconexão manual de agulhas. O objetivo deste item é o de diminuir a ocorrência
dos acidentes com agulhas.
Estatísticas nacionais e internacionais relatam que práticas de risco são
responsáveis por parte significativa da ocorrência de acidentes de trabalho com
materiais perfurocortantes.
Nesses estudos, a prática de reencapar agulhas foi responsável por 15 a
35%desses acidentes. Um estudo realizado em um hospital universitário da cidade
de São Paulo evidenciou que o reencape manual de agulhas foi responsável por
13,7%dos acidentes com agulhas.
As lesões com perfurocortantes estão primariamente associados à
transmissão ocupacional dos vírus da hepatite B (HBV), hepatite C (HCV) e HIV.

AN02FREV001/REV 4.0

111
Após um acidente com agulha contaminada com o agente, estima-se que o
risco de contaminação com o vírus da hepatite B (HBV) é de 6 a 30%, com o vírus
da hepatite C (HCV) é de 0,5 a 2%, e como vírus da AIDS (HIV) é de 0,3 a 0,4%.
A frequência de exposições é maior entre, auxiliares e técnicos de
enfermagem, quando comparado aos profissionais de nível superior. Isso ocorre
devido à realização de mais procedimentos diretos com os pacientes em relação aos
profissionais de nível superior que permanecem mais tempo na organização e
supervisão dos profissionais de nível técnico.
Entre 30 a 35% dos casos das exposições percutâneas estão associados à
retirada de sangue ou de punção venosa periférica. Entre 60 e 80% das exposições
ocorrem após a realização do procedimento e podem ser evitadas com as práticas
de precauções padrão e com o uso sistemático de dispositivos de segurança.
A NR-32 determina em seu artigo 32.2.4.4 que os trabalhadores com feridas
ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação
médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho.
Em seu artigo 32.2.4.5 diz que o empregador deve vedar:

 A utilização de pias de trabalho para fins diversos do previsto;


 O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato
nos postos de trabalho, o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
 A guarda de alimentos em locais não determinados para esse fim;
 Uso de calçados abertos.

É importante entender que os postos de trabalho são os locais onde o


trabalhador efetivamente realiza suas atividades. O empregador pode disponibilizar
ambientes próximos aos postos de trabalho, para a realização de refeições
complementares.
A proibição do uso de adornos (aneis, pulseiras, relógios, colares, etc) deve
ser observada para todo trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que
exercem atividades de promoção e assistência à saúde exposto ao agente biológico,
independente da sua função.
O Programa de Prevenção e Riscos Ambientais (PPRA) deve descrever as
funções e os locais de trabalho onde haja exposição ao agente biológico, conforme

AN02FREV001/REV 4.0

112
previsto no item 32.2.2.1.
Entende-se por calçado aberto aquele que proporciona exposição da região
do calcanhar, do peito ou das laterais do pé. Esta proibição aplica-se aos
trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de
promoção e assistência à saúde potencialmente expostos, conforme definido no
PPRA.
Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes
biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de
conforto.
A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado. As
vestimentas são os trajes de trabalho, que devem ser fornecidos pelo empregador,
podendo compreender o traje completo ou algumas peças, como por exemplo,
aventais, jalecos e capotes.
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), descartáveis ou não,
deverão estar sempre à disposição, em número suficiente, nos postos de trabalho,
de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição.
São pontos importantes que devem ser observados pelos profissionais de
saúde:

 Comunique qualquer acidente de trabalho exigindo a abertura da


comunicação de acidente de trabalho – CAT, por menor que seja o acidente, mesmo
não havendo afastamento do trabalho;
 Pratique as precauções padrão, use sempre os equipamentos de
proteção;
 Para atendimento às doenças infecciosas ou lesões com secreção
abundante pratique as precauções adicionais indicadas, peça orientação a CCIH;
 As máscaras de proteção devem ser individuais e específicas aos
agentes presentes.

Em relação aos riscos químicos, ou seja, a exposição aos agentes químicos


presentes no local de trabalho, a NR 32 diz que deve ser mantida a rotulagem do
fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de
saúde.

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113
Afirma ainda que todo recipiente contendo produto químico manipulado ou
fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do
produto, composição química, sua concentração, data de envasamento e de
validade e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. É vedado o
procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos.
É importante lembrar que agentes químicos são substâncias, compostos ou
produtos químicos sem suas diversas formas de apresentação, ou seja, líquida,
sólida, plasma, vapor, poeira, névoa, neblina, gasosa e fumo.
As principais vias de entrada do agente químico no organismo são:

 Digestiva;
 Respiratória;
 Mucosa;
 Parenteral;
 Cutânea.

A NR-32 dedicou especial atenção ao tratamento de resíduos, por suas


implicações na biossegurança pessoal e no meio ambiente. É Importante ressaltar
que a NR-32 não desobriga o cumprimento da Resolução ANVISA RDC nº 306, de 7
de Dezembro de 2004 e Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005.
Essas resoluções dispõem sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde (PGRSS) e sobre a necessidade da designação de profissional,
com registro ativo junto ao seu conselho de classe, com apresentação de Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART), ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou
documento similar, quando couber, para exercer a função de responsável pela
elaboração e implantação do PGRSS.
Diz ainda que quando a formação profissional não abranger os
conhecimentos necessários, esse poderá ser assessorado por equipe de trabalho
que detenha as qualificações correspondentes.
É importante saber que os sacos plásticos utilizados no acondicionamento
dos resíduos de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser:
 Preenchidos até 2/3 da sua capacidade;
 Fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento,

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114
mesmo que virados com a abertura para baixo;
 Retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e
fechamento;
 Mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo.

Comentamos alguns itens importantes da NR 32 e lembramos que essa


norma pode ser lida na íntegra acessando o link: http://mesm.uncisal.edu.br/wp-
content/uploads/2009/11/nr_32.pdf.

22 NORMA REGULAMENTADORA 5

A Norma Regulamentadora número 5 refere-se à Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes, ou seja, a conhecida CIPA. Essa comissão tem como
objetivo principal trabalhar na prevenção de acidentes de trabalho e na promoção da
saúde do trabalhador.
Sua última atualização foi publicada no Diário Oficial no dia 14/07/2011. As
mudanças não são significativas, mas devemos verificar essas alterações para que
possamos repassá-las aos colaboradores e empregadores.

Veja a íntegra da Portaria 247 SIT/2011.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições


conferidas pelo Art. 14, inciso II, do Anexo I do Decreto n.º 5.063, de 3 de maio de
2004, e em face do disposto nos Art. 155 e 200 da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto n.º 5.452, de 1º de maio de 1943 e no Art. 2º
da Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, resolve:

Art. 1º A Norma Regulamentadora n.º 5 - Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes - CIPA, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"..........................................................

AN02FREV001/REV 4.0

115
5.14 A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as
atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve ficar
no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e
Emprego.

5.14.1 A documentação indicada no item 5.14 deve ser encaminhada ao


Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada.

5.14.2 O empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos
membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo.

5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem
como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de
seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa,
exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
.............................................................

5.26 As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do


Ministério do Trabalho e Emprego.
..............................................................

5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será


suprida por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na
ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião.
..............................................................

5.31.3 Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o empregador
deve realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as exigências estabelecidas
para o processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, que devem ser reduzidos pela
metade.

5.31.3.1 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário

AN02FREV001/REV 4.0

116
deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão.

5.31.3.2 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve


ser realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.
............................................................"

Art. 2º Revogar os itens 5.4 e 5.52 da Norma Regulamentadora n.º 5.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

VERA LÚCIA RIBEIRO DE ALBUQUERQUE

Essas alterações representam uma ótima oportunidade para a


desburocratização de procedimentos junto ao Ministério do Trabalho. Anteriormente
essas exigências representavam um grande transtorno para as empresas, tendo que
chegar ao Ministério e aguardar atendimento para esse protocolo.
No Ministério do Trabalho, ficavam diversas pastas de várias comissões que
acabavam nunca sendo utilizadas, visto que as ações da Auditoria Fiscal obedecem
a um planejamento e essas pastas tornavam-se absolutamente inúteis.
Portanto, a própria burocracia do Ministério do Trabalho impedia a utilização
dos documentos arquivados nessas pastas. Outro fator determinante para essa
alteração era que durante a Auditoria Fiscal o Auditor já solicitava os documentos da
CIPA, não havendo necessidade de que esses documentos ficassem arquivados no
Ministério do Trabalho.
Na normatização anterior, o Ministério do Trabalho poderia pesquisar os
calendários e fazer inspeções aleatórias para verificar se as empresas estavam
cumprindo mesmo as reuniões da CIPA.
Em muitas dessas inspeções, o auditor chegava à empresa na data e hora
da reunião ordinária e verificava que não havia reunião nenhuma, ou seja, era mais
uma evidência de que muitas CIPAs existiam e ainda existem mesmo só para
cumprir a burocracia legal.
Quando o Auditor verificava que a reunião estava agendada, mas não

AN02FREV001/REV 4.0

117
estava sendo realizada, o resultado era um Auto de Infração, que, aliás, representa
um elevado custo fiscal para a empresa.
Agora, os documentos devem apenas ficar à disposição da fiscalização,
representando uma desburocratização para a empresa e para o Ministério.
Você verá no item 5.14.1 que agora a documentação da CIPA deve ser
encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada e
poderá observar também no item 5.14.2 que a regra agora é o empregador fornecer
cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares e suplentes da CIPA,
mediante recibo.
Essa nova regra determina que os documentos da CIPA devem ficar à
disposição do Ministério do Trabalho e também que as cópias desses documentos
devem ser fornecidas aos membros titulares e suplentes, mediante recibo.
Essa providência é muito importante, pois esses documentos garantem aos
titulares e suplentes a autenticação de sua participação na CIPA, sem risco de que
possa haver qualquer fraude por parte da empresa.
Além disso, o Sindicato da classe deve também receber uma cópia desses
documentos,quando solicitado por ele, e isso sem dúvida amplia a legitimidade e o
controle externo da CIPA.

FIM DO MÓDULO III

AN02FREV001/REV 4.0

118
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

119
CURSO DE
SAÚDE OCUPACIONAL

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

120
MÓDULO IV

23 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Os equipamentos de segurança são artigos que tem por finalidade proteger


o trabalhador na sua individualidade ou na sua coletividade. Por isso eles são
divididos em:

 Equipamentos de proteção individual (EPI);


 Equipamentos de proteção coletiva (EPC).

Equipamentos de Proteção Individual são quaisquer meios ou dispositivos


destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da
sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade.
Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários
meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou
vários riscos simultâneos.
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser contemplado quando não for
possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se
desenvolve a atividade.
Os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos utilizados no
ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos
inerentes aos processos, tais como:

 Enclausuramento acústico de fontes de ruído;


 Ventilação dos locais de trabalho;
 Proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos;
 Sinalização de segurança.

AN02FREV001/REV 4.0

121
Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas
finalidades, esse tem maior preferência pela utilização do EPI, já que colabora no
processo minimizando os efeitos negativos de um ambiente de trabalho que
apresenta diversos riscos ao trabalhador.
Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos
completamente ou se oferecer proteção parcialmente.

24 PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto,


de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos
capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for possível
tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve
a atividade, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis,
eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos e não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e
do trabalho.
Conforme dispõe a Norma Regulamentadora 6 (NR-6), a empresa é
obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em
perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa


proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do
trabalho;

b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo


implantadas;

c) Para atender as situações de emergência.

AN02FREV001/REV 4.0

122
Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA) nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao
empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.
Os tipos de equipamentos de proteção individual utilizados podem variar
dependendo do tipo de atividade ou de riscos que poderão ameaçar a segurança e a
saúde do trabalhador e da parte do corpo que se pretende proteger, tais como:

 Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares;

 Proteção respiratória: máscaras e filtro;

 Proteção visual e facial: óculos e viseiras;

 Proteção da cabeça: capacetes;

 Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;

 Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;

 Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.

O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado


só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
Dentre as atribuições exigidas pela NR-6, cabe ao empregador as seguintes
obrigações:

 Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

 Exigir seu uso;

AN02FREV001/REV 4.0

123
 Fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo órgão,
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

 Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e


conservação;

 Substituir imediatamente o EPI, quando danificado ou extraviado;

 Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e

 Comunicar o MTE qualquer irregularidade observada;

O empregado também terá que observar as seguintes obrigações:

 Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina;

 Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio ao


uso; e

 Cumprir as determinações do empregador sob o uso pessoal;

Os Equipamentos de Proteção Individual além de essenciais à proteção do


trabalhador, visando à manutenção de sua saúde física e proteção contra os riscos
de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho, podem
também proporcionar a redução de custos ao empregador.
É o caso de empresas que desenvolvem atividades insalubres e que o nível
de ruído, por exemplo, está acima dos limites de tolerância previstos na NR-15.
Nesse caso, a empresa deveria pagar o adicional de insalubridade de acordo com o
grau de enquadramento, podendo ser de 10%, 20% ou 40%.

AN02FREV001/REV 4.0

124
Com a utilização do EPI a empresa poderá eliminar ou neutralizar o nível do
ruído já que, com a utilização adequada do equipamento, o dano que o ruído poderia
causar à audição do empregado será eliminado.
A eliminação do ruído ou a neutralização em nível abaixo do limite de
tolerância isenta a empresa do pagamento do adicional, além de evitar quaisquer
possibilidades futuras de pagamento de indenização de danos morais ou materiais
em função da falta de utilização do EPI.
Entretanto, é importante ressaltar que não basta o fornecimento do EPI ao
empregado por parte do empregador, pois é obrigação deste fiscalizar o empregado
de modo a garantir que o equipamento esteja sendo utilizado.
São muitos os casos de empregados que, com desculpas de que não se
acostumam ou que o EPI o incomoda no exercício da função deixa de utilizá-lo e
consequentemente, passam a sofrer as consequências de um ambiente de trabalho
insalubre.
Nesses casos o empregador deve utilizar-se de seu poder diretivo e obrigar
o empregado a utilizar o equipamento, sob pena de advertência e suspensão num
primeiro momento e, havendo reincidências, sofrer punições mais severas como a
demissão por justa causa.
Para a Justiça do Trabalho o fato de comprovar que o empregado recebeu o
equipamento (por meio de ficha de entrega de EPI), por exemplo, não exime o
empregador do pagamento de uma eventual indenização, pois a norma estabelece
que o empregador deva garantir o seu uso, o que se faz por meio de fiscalização e
de medidas coercitivas, se for o caso.
No Brasil, a legislação básica sobre EPI é a Norma Regulamentadora N° 6
(Equipamento de proteção individual), aprovada pela Portaria GM n.º 3.214, de 08
de junho de 1978 06/07/78 e atualizada pelas portarias:

 Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83;


 Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91;
 Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92;
 Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92;
 Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94;
 Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01;

AN02FREV001/REV 4.0

125
 Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003 28/03/03;
 Portaria SIT n.º 108, de dezembro de 2004 10/12/04;
 Portaria Nº 194, de 22/12/2006 22/12/06;
 Portaria Nº 121, de 30 de Setembro de 2009;
 Portaria Nº 145, de Janeiro de 2010;

Segundo a NR 06, a definição de Equipamento de Proteção Individual é:

6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR,


considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Sobre as responsabilidades da empresa a NR 06 dispõe:

6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI


adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento,
nas seguintes circunstâncias:

a/) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa


proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho; (206.002-7/I4)

b/) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;


e, (206.003-5 /I4)

c/) para atender as situações de emergência. (206.004-3 /I4)

O SESMT e a CIPA, segundo a NR 06 cabe:

6.5 Competem ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e


em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT,
recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em
determinada atividade.

6.5.1 Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado,


mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o
EPI adequado à proteção do trabalhador.

AN02FREV001/REV 4.0

126
São responsabilidades do empregador quanto ao equipamento de proteção
individual:

a/) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; (206.005-1 /I3);

b/) exigir seu uso; (206.006-0 /I3)

c/) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional


competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; (206.007-8/I3)

d/) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e


conservação; (206.008-6 /I3)

e/) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; (206.009-4


/I3)

f/) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,


(206.010-8 /I1)

g/) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. (206.011-6 /I1)

São responsabilidades do empregado quanto ao equipamento de proteção


individual:

a/) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b/) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c/) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para


uso; e,

d/) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

São responsabilidades do Ministério do Trabalho e Emprego:

a/) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;


b/) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c/) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios
de EPI;
d/) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e/) fiscalizar a qualidade do EPI;
f/) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,
g/) cancelar o CA.

AN02FREV001/REV 4.0

127
São responsabilidades do órgão regional do Ministério do Trabalho e
Emprego:

a/) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;

b/) recolher amostras de EPI; e,

c/) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo


descumprimento desta NR.

Para ler a NR 06 na íntegra acesse o link:


http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm

25 PROTEÇÃO COLETIVA

Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são equipamentos utilizados para


proteção de segurança enquanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa
ou atividade.
Esses equipamentos não são necessariamente de proteção de um coletivo,
muitas vezes, são apenas de uso coletivo, como por exemplo, uma máscara de
solda ou um cinto de segurança para alturas.
Como o próprio nome diz, os equipamentos de proteção coletiva (EPC)
dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a
determinado risco.
Poderá ser um dispositivo, um sistema, ou um meio, fixo ou móvel, diferente
do EPI, que serve para proteger somente quem está usando, como por exemplo,
luvas, capacete, óculos etc.
O equipamento de proteção coletiva protege todos ao mesmo tempo, pois
todos observam, usam ou são beneficiados. São exemplos de equipamentos de
proteção coletiva:

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128
 Enclausuramento acústico de fontes de ruído;

 Ventilação dos locais de trabalho;

 Proteção de partes móveis de máquinas;

 Exaustores para gases e vapores;

 Tela / grade para proteção de polias, peças ou engrenagens móveis;

 Ar-condicionado/aquecedor para locais frios;

 Placas sinalizadoras;

 Avisos, Sinalizações;

 Sensores de máquinas;

 Corrimão;

 Fitas antiderrapantes de degrau de escada;

 Ventiladores;

 Iluminação;

 Piso antiderrapante.

 Barreiras de proteção contra luminosidade e radiação;

 Guarda-corpos;

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 Protetores de maquinas;

 Sirene de alarme incêndio;

 Cabines para pintura;

 Purificadores de ar/água;

 Chuveiro e lava olhos de emergência.

É importante lembrar que os equipamentos de proteção coletiva devem ser


usados com responsabilidade, portanto seguem algumas dicas importantes:

 Usá-los apenas para a finalidade que se destina.


 Responsabiliza-se por sua guarda e conservação.
 Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para o uso.
 Adquirir o tipo adequado a atividade do empregado.
 Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado.
 Tornar obrigatório seu uso.
 Substituí-lo quando danificado ou extraviado.

26 REDE NACIONAL DE ATENÇÃO A SAÚDE DO TRABALHADOR- RENAST

A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador é composta


por 178 Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde do Trabalhador
(CEREST) e por uma rede sentinela de 1.000 serviços médicos e ambulatoriais de
média e alta complexidade responsáveis por diagnosticar os acidentes e doenças
relacionados ao trabalho e por registrá-los no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN-NET).

AN02FREV001/REV 4.0

130
Uma das diretrizes da Política Nacional de Saúde do Trabalhador do
Ministério da Saúde, a RENAST responde pela execução de ações curativas,
preventivas, de promoção e de reabilitação à saúde do trabalhador brasileiro.
A RENAST (Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador) é
uma rede desenvolvida de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que tem
como estratégia a garantia da atenção integral à saúde dos trabalhadores.
Ela é composta por Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde
do Trabalhador (CEREST) - ao todo, até setembro de 2008, 173 unidades
espalhadas por todo o País - e por uma rede de 500 serviços sentinela de média e
alta complexidade capaz de diagnosticar os agravos à saúde que têm relação com o
trabalho e de registrá-los no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN).
A RENAST é uma das diretrizes da Política Nacional de Saúde do
Trabalhador do Ministério da Saúde e tem como objetivo integrar a rede de serviços
do SUS, voltados à assistência e à vigilância, para o desenvolvimento das ações de
Saúde do Trabalhador.
É composta por Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde do
Trabalhador que desempenham, na sua área de abrangência, função de suporte
técnico, de educação permanente, de coordenação de projetos de assistência,
promoção e vigilância à saúde dos trabalhadores.
A RENAST prevê a organização da Rede de Serviços Sentinela em Saúde
do trabalhador, considerando a importância da produção, sistematização, análise e
disseminação da informação em Saúde do trabalhador.
O termo sentinela é utilizado para designar os serviços assistenciais de
retaguarda de média e alta complexidade já instalados na rede, são qualificados
para garantir informação e viabilizar a vigilância em saúde.

AN02FREV001/REV 4.0

131
27 CENTROS DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR- CEREST

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador é uma unidade regional


especializada do Sistema Único de Saúde (SUS), que visa atender a questões
relativas à saúde dos trabalhadores.
Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) promovem
ações para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador
por meio da prevenção e vigilância.
Existem dois tipos de CEREST:

 Estaduais;
 Regionais.

Cabe ao CEREST regionais as seguintes funções:

 Capacitar à rede de serviços de saúde;


 Apoiar as investigações de maior complexidade;
 Assessorar a realização de convênios de cooperação técnica;
 Subsidiar a formulação de políticas públicas;
 Apoiar a estruturação da assistência de média e alta complexidade
para atender aos acidentes de trabalho e agravos contidos na Lista de Doenças
Relacionadas ao Trabalho e aos agravos de notificação compulsória citados na
Portaria GM/MS nº 777 de 28 de abril de 2004.

Já os CEREST estaduais têm como funções:

 Elaborar e executar a Política Estadual de Saúde do Trabalhador;


 Acompanhar os planos de ação dos CERESTS regionais;
 Participação da pactuação para definição da rede sentinela;

AN02FREV001/REV 4.0

132
 Contribuição para as ações de vigilância em saúde.

De acordo com a Portaria GM/MS nº 2.437 de 7 de dezembro de 2005, a


equipe de profissionais dos CEREST regionais é composta por:

 Quatro profissionais de nível médio, sendo dois auxiliares de


enfermagem;
 Seis profissionais de nível universitário, sendo dois médicos e um
enfermeiro.

No caso dos CERESTS estaduais, a equipe é integrada por cinco


profissionais de nível médio (sendo dois auxiliares de enfermagem) e 10
profissionais de nível superior (sendo dois médicos e um enfermeiro).
Podemos destacar outras atividades:

 Presta atendimento especializado aos trabalhadores acometidos por


doenças e/ou agravos relacionados ao trabalho;
 Realiza promoção e proteção dos trabalhadores;
 Investiga as condições do ambiente laboral, utilizando dados
epidemiológicos obtidos por meio dos atendimentos clínicos e das notificações e
comunicações de acidente do trabalho (NAT e CAT), bem como informações
provenientes das visitas aos locais de trabalho, em conjunto com as Vigilâncias:
Epidemiológica, Sanitária e Ambiental (Vigilância em Saúde do Trabalhador).

As atividades dos CERESTS devem estar articuladas com os demais


serviços da rede do SUS e outros setores de governo, que devem orientar e fornecer
retaguarda, a fim de que os agravos à saúde relacionados ao trabalho possam ser
atendidos em todos os níveis de atenção, de forma integral e hierarquizada.
Esse suporte deve se traduzir pela função de inteligência, acompanhamento
e práticas conjuntas de intervenção especializada, incluindo ações de vigilância e
formação de recursos humanos.

AN02FREV001/REV 4.0

133
Ao CEREST Regional, enquanto unidade especializada de retaguarda para
as ações de Saúde do Trabalhador no SUS compete:

1. Atuar como agente facilitador na descentralização das ações intra e


intersetorial de Saúde do Trabalhador;

2. Realizar e auxiliar na capacitação da rede de serviços de saúde,


mediante organização e planejamento de ações em saúde do trabalhador em nível
local e regional;

3. Ser referência técnica para as investigações de maior complexidade, a


serem desenvolvidas por equipe interdisciplinar e, quando necessário, em conjunto
com técnicos do Cerest estadual de outros Setores (Municipal – Secretarias e
Procuradoria, Estadual - CEREST e Federal – Ministérios: Saúde, Trabalho,
Previdência e Meio Ambiente);

4. Dispor de delegação formal da vigilância sanitária nos casos em que a saúde


do trabalhador não estiver na estrutura da vigilância em saúde ou da
vigilância sanitária;

5. Propor e assessorar a realização de convênios de cooperação técnica com os


órgãos de ensino, pesquisa e instituições públicas com responsabilidade na
área de saúde do trabalhador, de defesa do consumidor e do meio ambientes;

6. Realizar intercâmbios com instituições que promovam o aprimoramento dos


técnicos dos CEREST para que estes se tornem agentes multiplicadores;

7. Subsidiar a formulação de políticas públicas e assessorar o planejamento de


ações junto aos Municípios;

8. Assessorar o poder legislativo em questões de interesse público;

AN02FREV001/REV 4.0

134
9. Contribuir no planejamento e na execução da proposta de formação
profissional da rede do SUS e nos polos de capacitação;

10. Facilitar o desenvolvimento de estágios, trabalho e pesquisa com as


universidades locais, as escolas e os sindicatos, entre outros;

11. Contribuir nos projetos das demais assessorias técnicas municipais;

12. Fomentar as relações interinstitucionais;

13. Articular a vigilância em saúde do trabalhador com ações de promoção


como proposta de Municípios saudáveis;

14. Apoiar a organização e a estruturação da assistência de média e alta


complexidade, no âmbito local e regional, para dar atenção aos acidentes de
trabalho e aos agravos contidos na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho, que
constam na Portaria nº 1339/GM, de 18 de novembro de 1999, e aos agravos de
notificação compulsória citados na Portaria GM nº 777, de 28 de abril de 2004:

a) Acidente de trabalho fatal;


b) Acidentes de trabalho com mutilações;
c) Acidente com exposição a material biológico;
d) Acidentes do trabalho com crianças e adolescentes;
e) Dermatoses ocupacionais;
f) Intoxicações exógenas, por substâncias químicas, incluindo
agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados;
g) Lesões por esforços repetitivos (LER), distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT);
h) Pneumoconioses;
i) Perda auditiva induzida por ruído (PAIR);
j) Transtornos mentais relacionados ao trabalho; e
k) Câncer relacionado ao trabalho.

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135
15. Prover subsídios para o fortalecimento do controle social na região e
nos municípios do seu território de abrangência;

16. Estabelecer os fluxos de referência e contrarreferência com


encaminhamentos para níveis de complexidade diferenciada;

17. Desenvolver práticas de aplicação e de treinamento regional para a


utilização dos Protocolos em Saúde do Trabalhador, visando à consolidação dos
CEREST´S como referências de diagnóstico e de estabelecimento da relação entre
o quadro clínico e o trabalho;

18. Fornecer subsídios para a pactuação das ações em Saúde do


Trabalhador nas agendas municipais de saúde em sua área de cobertura, assim
como na Programação Pactuada e Integrada - PPI, em conjunto com o setor de
planejamento, controle e avaliação;

19. Prover suporte técnico especializado para a rede de serviços do SUS


efetuar o registro, a notificação e os relatórios sobre os casos atendidos e o
encaminhamento dessas informações aos órgãos competentes, visando às ações de
vigilância e proteção à saúde;

20. Desenvolver ações de promoção à Saúde do Trabalhador, incluindo


ações integradas com outros setores e instituições, tais como Ministério do Trabalho,
da Previdência Social e Ministério Público, entre outros;

21. Prover suporte técnico às ações de vigilância, de média e alta


complexidade, de intervenções em ambientes de trabalho, de forma integrada às
equipes e aos serviços de vigilância municipal e/ou estadual;

22. Prover retaguarda técnica aos serviços de vigilância epidemiológica


para processamento e análise de indicadores de agravos à saúde relacionados com
o trabalho em sua área de abrangência;

AN02FREV001/REV 4.0

136
23. Participar, no âmbito do seu território de abrangência, do treinamento e
da capacitação de profissionais relacionados com o desenvolvimento de ações no
campo da Saúde do Trabalhador, em todos os níveis de atenção.

São atendidos nos CEREST os trabalhadores encaminhados pela Rede


Básica de Saúde, trabalhador formal dos setores privados e públicos, trabalho
autônomo, trabalhador informal, trabalhador desempregado acometido de doença
relacionada ao trabalho.
O atendimento é realizado por uma equipe de profissionais qualificados faz
um diagnóstico do estado de saúde do usuário. Constatada a relação da doença
com o trabalho, ele é atendido no ambulatório de saúde do trabalhador ou é
encaminhado a outros serviços especializados da rede SUS.
Os seguintes documentos devem ser levados no momento do atendimento:

 Carteira de identidade;
 Carteira Profissional;
 Exames; Laudos;
 Atestados médicos relacionados com a doença ou o acidente de
trabalho;
 Comprovante de endereço.

O CEREST não realiza os seguintes atendimentos:

 Emergência;
 Exames admissionais, demissionais, periódicos e de mudança de
função;
 Atestado de saúde física ou mental e/ou processos de insalubridade ou
periculosidade.

AN02FREV001/REV 4.0

137
28 REDE SENTINELA

A Rede Sentinela é composta por unidades de saúde (chamadas de


unidades sentinela) que identificam, investigam e notificam, quando confirmados, os
casos de doenças, agravos e/ou acidentes relacionados ao trabalho.
O “serviço sentinela” é responsável pelo diagnóstico, tratamento e
notificação, que subsidiarão ações de prevenção, vigilância e intervenção em Saúde
do trabalhador.
O Ministro da Saúde, no art. 2º da Portaria GM/777, de 2004, criou a Rede
Sentinela de Notificação Compulsória de Acidentes e Doenças Relacionados ao
Trabalho.
A rede Sentinela é composta pelos:

 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador; Programa de Saúde


do Trabalhador.

 Hospitais de referência para o atendimento de urgência e emergência e


ou atenção de média e alta complexidade, credenciados como sentinela; e

 Serviços de atenção básica e de média complexidade credenciados


como sentinelas, por critérios a serem definidos em instrumento próprio.

As unidades sentinelas são aquelas unidades de saúde que realizam a


notificação no Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN). O SINAN
é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e
agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória
(Portaria GM/MS Nº 2325 de 08 de dezembro de 2003), mas é facultado a estados e
municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região.
Essas notificações permitem a realização do diagnóstico dinâmico da
ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para

AN02FREV001/REV 4.0

138
explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar
riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação
da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.
O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a
democratização da informação, permitindo que todos os profissionais de saúde
tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade.
O SINAN pode ser operacionalizado no nível administrativo mais periférico,
ou seja, nas unidades de saúde, seguindo a orientação de descentralização do SUS.
A Ficha Individual de Notificação (FIN) deve ser preenchida pelas unidades
assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de problema de
saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal.
Esse instrumento deve ser encaminhado aos serviços responsáveis pela
informação e/ou vigilância epidemiológica das Secretarias Municipais, que precisam
repassar semanalmente os arquivos para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES).
Caso não ocorra nenhuma suspeita de doença, as unidades precisam
preencher o formulário de notificação negativa, que tem os mesmos prazos de
entrega. Essa é uma estratégia criada para demonstrar que os profissionais e o
sistema de vigilância da área estão alerta para a ocorrência de tais eventos e evitar
a subnotificação.
Se os municípios não alimentarem o banco de dados do SINAN, por dois
meses consecutivos, são suspensos os recursos do Piso de Assistência Básica
(PAB), conforme Portaria N.º 1882/GM de 16/12/1997.
A notificação é compulsória, sendo um instrumento indispensável para o
planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja
avaliado o impacto das intervenções. Deixar de notificar pode gerar a perpetuação
de situações graves (acidentes e doenças decorrentes do trabalho).
Está prevista no Código Penal Brasileiro: Decreto-Lei nº 2.848, de 7/12/40.
Sua parte geral foi posteriormente alterada pela Lei n° 7.209, de 1/7/84. Parte
Especial – Título VIII – Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública – Capítulo III –
Dos Crimes Contra a Saúde Pública.
No Art. 269, a omissão de notificação de doença (deixar de denunciar à
autoridade pública doença cuja notificação é compulsória): Pena – detenção, de 6
(seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

AN02FREV001/REV 4.0

139
FIM DO MÓDULO IV

AN02FREV001/REV 4.0

140
ANEXOS

ANEXO I
LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA

A.1 - Capacete

a) capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio;


b) capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;
c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos provenientes de fontes
geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio.

A.2 - Capuz

a) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica;
b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos de produtos químicos;
c) capuz de segurança para proteção do crânio em trabalhos onde haja risco de contato com partes
giratórias ou móveis de máquinas.

B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE

B.1 - Óculos

a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes;
b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;
c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;
d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação infravermelha;
e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de produtos químicos.

B.2 - Protetor facial

a) protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de partículas volantes;
b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de produtos químicos;
c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação infravermelha;
d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa.

B.3 - Máscara de Solda

a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas
volantes;
b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação ultravioleta;
c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação infravermelha;
d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra luminosidade intensa.

C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA

C.1 - Protetor auditivo

a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão
sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora
superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

AN02FREV001/REV 4.0

141
c) protetor auditivo semiauricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora
superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.

D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

D.1 - Respirador purificador de ar

a) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas;
b) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos;
c) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e
radionuclídeos;
d) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra vapores orgânicos ou gases
ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão);
e) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra gases emanados de
produtos químicos;
f) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra partículas e gases
emanados de produtos químicos;
g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas,
fumos e radionuclídeos.

D.2 - Respirador de adução de ar

a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das vias respiratórias em
atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confinados;
b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias respiratórias em
atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confinados;

D.3 - Respirador de fuga

a) respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em condições de
escape de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde ou com concentração de oxigênio
menor que 18 % em volume.

E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

E.1 - Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica,
mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de
água.

E.2 Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo,
para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. (Incluído pela PORTARIA MTE/SIT/DSST Nº
191/2006)

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

F.1 - Luva
a) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes;
b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes;
c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;
d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;
e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;
f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes químicos;
g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;
h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações ionizantes.

F.2 - Creme protetor

a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes químicos, de
acordo com a Portaria SSST nº 26, de 29/12/1994.

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142
F.3 - Manga

a) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos;


b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes abrasivos e
escoriantes;
c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes cortantes e
perfurantes;
d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra umidade proveniente de
operações com uso de água;
e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes térmicos.

F.4 - Braçadeira

a) braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes cortantes.

F.5 - Dedeira

a) dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes.

G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

G.1 - Calçado

a) calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos;
b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;
c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;
d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e escoriantes;
e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de operações
com uso de água;
f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos químicos.

G.2 - Meia

a) meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

G.3 - Perneira

a) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes;


b) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos;
c) perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de produtos químicos;
d) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes cortantes e perfurantes;
e) perneira de segurança para proteção da perna contra umidade proveniente de operações com uso
de água.

G.4 - Calça

a) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes;
b) calça de segurança para proteção das pernas contra respingos de produtos químicos;
c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes térmicos;
d) calça de segurança para proteção das pernas contra umidade proveniente de operações com uso
de água.

H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO

H.1 - Macacão

a) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas;
b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes
térmicos;

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143
c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra
respingos de produtos químicos;
d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade
proveniente de operações com uso de água.

H.2 - Conjunto

a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e
membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e
membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;
c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e
membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água;
d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e
membros superiores e inferiores contra chamas.

H.3 - Vestimenta de corpo inteiro

a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos de produtos químicos;
b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra umidade proveniente de operações
com água.

I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

I.1 - Dispositivo trava-queda

a) dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com
movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção
contra quedas.

I.2 - Cinturão

a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura;
b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no posicionamento em
trabalhos em altura.

Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser expedido pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, depois de observado o disposto
no subitem 6.4.1.

ANEXO II

1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras será feito mediante a apresentação
de formulário único, conforme o modelo disposto no ANEXO III, desta NR, devidamente preenchido e
acompanhado de requerimento dirigido ao órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho.

1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, deverá requerer junto ao órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a aprovação do EPI.

1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou importado deverá ser
formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e instruído com os seguintes documentos:

a///) a/) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento no ANEXO I


desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na sua fabricação, uso a que
se destina e suas restrições;
b///) b/) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório credenciado pelo órgão
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho ou do documento que comprove

AN02FREV001/REV 4.0

144
que o produto teve sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso
de não haver laboratório credenciado capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo de
Responsabilidade Técnica, assinado pelo fabricante ou importador, e por um técnico
registrado em Conselho Regional da Categoria;
c///) c/) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do estabelecimento, e,
d///) d/) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante estrangeiro
autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar o produto no Brasil, quando
se tratar de EPI importado.

ANEXO III

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO


SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

FORMULÁRIO ÚNICO PARA CADASTRAMENTO DE EMPRESA FABRICANTE OU


IMPORTADORA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

- Identificação do fabricante ou importador de EPI:

Fabricante: Importador: Fabricante e Importador:


Razão Social:
Nome Fantasia: CNPJ/MF:
Inscrição Estadual - IE: Inscrição Municipal - IM:
Endereço: Bairro: CEP:
Cidade: Estado:
Telefone: Fax:
E-mail: Ramo de Atividade:
CNAE (Fabricante): CCI da SRF/MF (Importador):

2 - Responsável perante o DSST / SIT:

a) Diretores:

Nome N.º da Identidade Cargo na Empresa


1
2
3

b) Departamento Técnico:

Nome Nº do Registro Prof. Conselho


Prof./Estado
1

3 - Lista de EPI fabricados:

4 - Observações:

a) Este formulário único deverá ser preenchido e atualizado, sempre que houver alteração,
acompanhado de requerimento ao DSST / SIT / MTE;

AN02FREV001/REV 4.0

145
b) Cópia autenticada do Contrato Social onde conste dentre os objetivos sociais da empresa, a
fabricação e/ou importação de EPI.

Nota: As declarações anteriormente prestadas são de inteira responsabilidade do fabricante ou


importador, passíveis de verificação e eventuais penalidades, facultadas em Lei.

_________________,_____ de ____________ de ______

_______________________________________________
Diretor ou Representante Legal

PORTARIA N.- 2.728, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009

Dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador


(RENAST) e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o


inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando o disposto nos arts. 198 e 200 da Constituição;


Considerando o art. 6º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990;
Considerando a Portaria nº 777/GM, de 28 de abril de 2004, que estabelece os
procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à Saúde do
Trabalhador em rede de serviços sentinela específica no Sistema Único de Saúde
(SUS);
Considerando a Portaria nº 1.172/GM, de 21 de junho de 2004, que define
competências e financiamento na área de vigilância em saúde;
Considerando a necessidade de adequação da Portaria nº 2.437/GM, de 7 de
dezembro de 2005, que dispõe sobre a ampliação e o fortalecimento da Rede
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST no Sistema Único
de Saúde - SUS, aos mecanismos de gestão do Pacto pela Saúde;
Considerando a Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006, que define as
responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal na gestão de seus sistemas
de saúde e na organização e execução das ações de atenção básica;

AN02FREV001/REV 4.0

146
Considerando a Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que divulga e
aprova as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006;
Considerando a Portaria nº 699/GM, de 30 de março de 2006, que aprova o
Regulamento do Pacto pela Vida e de Gestão;
Considerando a Portaria nº 3.085/GM, de 1º de dezembro de 2006, que regulamenta
o Sistema de Planejamento do SUS;
Considerando a Portaria nº 3.332/GM, de 28 de dezembro de 2006, que aprova
orientações gerais relativas aos instrumentos do Sistema de Planejamento do SUS;
Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o
financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços
de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e
controle;
Considerando a Portaria nº 1.956/GM, de 14 de agosto de 2007, que define que a
gestão e a coordenação das ações relativas à Saúde do Trabalhador, no âmbito do
Ministério da Saúde, sejam exercidas pela Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS/MS); e Considerando a Portaria nº 3.176/GM, de 24 de dezembro de 2008,
que aprova orientações acerca da elaboração, da aplicação e do fluxo do Relatório
Anual de Gestão, resolve:

Art. 1º Dispor sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador


(RENAST), que deverá ser implementada de forma articulada entre o Ministério da
Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
com o envolvimento de órgãos de outros setores dessas esferas, executores de
ações relacionadas com a Saúde do Trabalhador, além de instituições
colaboradoras nessa área.
§ 1º As ações em Saúde do Trabalhador deverão ser desenvolvidas, de forma
descentralizada e hierarquizada, em todos os níveis de atenção do SUS, incluindo
as de promoção, preventivas, curativas e de reabilitação.
§ 2º A RENAST integra a rede de serviços do SUS, voltados à promoção, à
assistência e à vigilância, para o desenvolvimento das ações de Saúde do
Trabalhador.
§ 3º A implementação da RENAST dar-se-á do seguinte modo:

AN02FREV001/REV 4.0

147
I - estruturação da rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
(CEREST);
II - inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica, por meio da
definição de protocolos, estabelecimento de linhas de cuidado e outros instrumentos
que favoreçam a integralidade;
III - implementação das ações de promoção e vigilância em saúde do trabalhador;
IV - instituição e indicação de serviços de Saúde do Trabalhador de retaguarda, de
média e alta complexidade já instalados, aqui chamados de Rede de Serviços
Sentinela em Saúde do Trabalhador; e
V - caracterização de Municípios Sentinela em Saúde do Trabalhador.
§ 4º A orientação para o desenvolvimento da Rede de Serviços Sentinela em Saúde
do Trabalhador está estabelecida nos Anexos a esta Portaria.
Art. 2º Os Municípios Sentinela serão definidos a partir de dados epidemiológicos,
previdenciários e econômicos, que indiquem fatores de riscos significativos à saúde
do trabalhador, oriundos de processos de trabalho em seus territórios.
§ 1º Os Municípios Sentinela devem desenvolver políticas de promoção da saúde,
de forma a garantir o acesso do trabalhador às ações integradas de vigilância e de
assistência, em todos os níveis de atenção do SUS.
§ 2º Os critérios de definição dos Municípios Sentinela serão objeto de ato normativo
do Ministério da Saúde, a ser expedido após pactuação por meio da Comissão
Intergestores Tripartite (CIT) do SUS.
Art. 3º Compete à Secretaria de Vigilância em Saúde a gestão federal da RENAST,
com a participação dos níveis estadual, distrital e municipal de gestão do SUS.
Art. 4º Compete à Coordenação-Geral de Saúde do Trabalhador do Ministério da
Saúde a coordenação técnica da RENAST.
Art. 5º As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
devem adotar as providências necessárias à implementação de ações em Saúde do
Trabalhador, em todos os níveis da atenção da rede pública de saúde.
Parágrafo único. Deverão ser consideradas como estratégias de cumprimento do
disposto neste artigo a criação de mecanismos para o fortalecimento da capacidade
de gestão do SUS e a atualização dos critérios de habilitação e certificação dos
serviços e atividades que vierem a integrá-lo, bem como as diretrizes operacionais
contidas nos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão.

AN02FREV001/REV 4.0

148
Art. 6º As ações em Saúde do Trabalhador deverão estar inseridas expressamente
nos Planos de Saúde nacional, estaduais, distrital e municipais e nas respectivas
Programações Anuais.
Parágrafo único. Deverão ser consideradas nos Planos de Saúde e nas respectivas
Programações Anuais, na forma do caput, ações e indicadores para:
I - organização de ações de atenção integral à saúde do trabalhador,
compreendendo promoção, vigilância, atenção básica e serviços de média e alta
complexidade;
II - inserção das ações de atenção integral à saúde do trabalhador nas redes de
atenção à saúde, locais e regionais;
III - qualificação em Saúde do Trabalhador, incluindo diretrizes de formação para
representantes do controle social, como por exemplo, representantes de Conselhos
de Saúde, sindicatos de trabalhadores e outros; e
IV - promoção da Saúde do Trabalhador por meio de articulação intra e intersetorial.
Art. 7º O CEREST tem por função dar subsídio técnico para o SUS, nas ações de
promoção, prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde
dos trabalhadores urbanos e rurais.
§ 1º Poderão ser implantados CERESTs, de abrangência estadual, regional e
municipal.
§ 2º A implantação de CERESTs de abrangência municipal está condicionada a uma
população superior a 500 mil habitantes.
§ 3º Os CERESTs habilitados de abrangência regional somente poderão alterar sua
área de abrangência mediante prévia aprovação da Comissão Intergestores Bipartite
(CIB).
§ 4º Os CERESTs não poderão assumir as funções ou atribuições correspondentes
aos Serviços Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) ou
similar, tanto do setor público quanto do privado.
Art. 8º Definir que o controle social nos serviços que compõem a RENAST, com a
participação de organizações de trabalhadores e empregadores, se dê por
intermédio das Conferências de Saúde e dos Conselhos de Saúde, previstos na Lei
nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, bem como por meio das Comissões
Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST) vinculadas aos respectivos
Conselhos.

AN02FREV001/REV 4.0

149
Art. 9º Estabelecer que, após o cumprimento dos procedimentos para habilitação
dos novos CERESTs, de acordo com a Portaria nº 598/GM, de 23 de março de
2006, deva ser encaminhada à SVS, por meio de ofício do Gestor, cópia da
publicação da resolução da CIB que aprovou a implantação do CEREST.
§ 1º A implantação do serviço deverá ser atestada pelo gestor estadual do SUS, por
meio de visita técnica, pela inscrição no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES) e pela alimentação do Sistema de Informações Ambulatoriais do
Sistema Único de Saúde (SIA/SUS), no prazo de noventa 90 (noventa) dias após o
recebimento do recurso.
§ 2º No Distrito Federal, a implantação do serviço deverá ser atestada pelo gestor
distrital do SUS.
Art. 10 Estabelecer que o incentivo de implantação, voltado para a estruturação do
CEREST, e os repasses mensais corram por conta do Programa de Trabalho
10.302.1220.8585, do orçamento do Ministério da Saúde.
§ 1º O incentivo de implantação no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) será
pago em uma só vez no ato da habilitação.
§ 2º Os recursos deverão ser repassados do Fundo Nacional de Saúde para os
Fundos de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no bloco de
gestão do SUS e no bloco de financiamento da média e alta complexidade,
conforme o caso, e serão aplicados pelas Secretarias de Saúde e fiscalizados pelo
Conselho de Saúde.
§ 3º Os recursos destinam-se ao custeio das ações de promoção, prevenção,
proteção e vigilância desenvolvidas pelos CERESTs, sendo vedada a utilização
destes recursos nos casos especificados na Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de
2007.
§ 4º A destinação dos recursos deverá constar nos Planos de Saúde nacional,
estaduais, distrital, municipais e respectivas Programações Anuais.
Art. 11 Classificar os CERESTs a serem habilitados, segundo os valores de
manutenção abaixo:
I - municipais e regionais, sob gestão estadual ou municipal, R$ 30.000,00 (trinta mil
reais) mensais; e
II - estaduais, R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) mensais.

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150
Art. 12. Caberá à SVS publicar portaria constando os CEREST que foram
habilitados.
Art. 13. Verificado o descumprimento do prazo para implantação do CEREST, a SVS
adotará as seguintes providências:
I - oficiará ao gestor do SUS responsável e à CIB, para justificar o fato, no prazo de
30 (trinta) dias do recebimento da correspondência;
II - manifestará, em 30 (trinta) dias, seu entendimento sobre a justificativa
apresentada;
III - não enviada a justificativa ou não aceita, a SVS solicitará ao Fundo Nacional de
Saúde a suspensão do repasse mensal das parcelas subsequentes e comunicará a
decisão aos responsáveis; e
IV - verificada a adequação, serão retomados os repasses.
Art. 14. A comprovação da aplicação do incentivo e aos repasses mensais deverá
constar do Relatório Anual de Gestão, apresentando os resultados na forma da
regulamentação específica do SUS.
Art. 15. Os critérios de acompanhamento do funcionamento da RENAST, bem como
o fluxo da informação, serão instituídos em ato normativo específico e pactuados na
CIT.
Art. 16. Caberá à Secretaria de Vigilância em Saúde expedir os atos normativos
específicos relativos a esta Portaria.
Art. 17. As atribuições e a composição de pessoal dos CERESTs serão explicitadas
no Manual da RENAST, a ser elaborado em 90 (noventa) dias a partir da publicação
desta Portaria.
Art. 18. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 19. Fica revogada a Portaria nº 2.437/GM, de 7 de dezembro de 2005, publicada
no Diário Oficial da União 236, de 9 de dezembro de 2005, Seção 1, página 78.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO I
Funções do Ministério da Saúde na gestão da RENAST O Ministério da Saúde, na
gestão nacional da RENAST, deve atuar na definição das diretrizes, na regulação e
pactuação das ações e no apoio político, financeiro e técnico, com as seguintes

AN02FREV001/REV 4.0

151
incumbências:
I - elaborar a Política Nacional de Saúde do Trabalhador para o SUS, aprovada pelo
Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pactuada pela CIT;
II - coordenar a RENAST com a participação das esferas estaduais e municipais de
gestão do SUS;
III - elaboração de projetos de lei e normas técnicas pertinentes à área, com a
participação de outros atores sociais como entidades representativas dos
trabalhadores, universidades e organizações não governamentais;
IV - inserir as ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Básica,
Urgência/Emergência, Rede Hospitalar, Vigilância Sanitária, Epidemiológica e
Ambiental;
V - assessorar os Estados na realização de ações de alta complexidade, quando
solicitados;
VI - definir acordos e cooperação técnica com instituições afins com a Saúde do
Trabalhador para capacitação e apoio à pesquisa na área;
VII - definir rede de laboratórios de análises químicas e toxicológicas como
referências regionais ou estaduais;
VIII - definir a Rede Sentinela e os Municípios Sentinela em Saúde do Trabalhador
no âmbito nacional;
IX - definir o financiamento federal para as ações de Saúde do Trabalhador,
garantindo repasses regulares fundo a fundo;
X - realizar estudos e pesquisas definidos a partir de critérios de prioridade,
considerando a aplicação estratégica dos recursos e conforme a demanda social; e
XI - promover a articulação intersetorial com os Ministérios do Trabalho e Emprego,
da Previdência Social, do Meio Ambiente e outros, com vistas a fortalecer o modelo
de atenção integral a saúde dos trabalhadores.

ANEXO II

Funções das Secretarias de Saúde Estaduais e do Distrito Federal na gestão da


RENAST.

AN02FREV001/REV 4.0

152
As Secretarias de Saúde Estaduais e do Distrito Federal devem definir diretrizes,
regular e pactuar ações de Saúde do Trabalhador no seu âmbito respectivo e,
quando necessário, atuar de forma integrada ou complementar aos Municípios e aos
serviços de referências regionais, na qualidade de instância gestora, técnica e
política da área de saúde do Trabalhador na região, com as seguintes
competências:
I - elaborar a Política de Saúde do Trabalhador, definir o financiamento, pactuar na
CIB e submeter à aprovação do Conselho de Saúde, em seu âmbito respectivo;
II - conduzir as negociações nas instâncias do SUS no sentido de inserir as ações e
indicadores de Saúde do Trabalhador no Plano de Saúde e na Programação Anual
de Saúde, bem como seu financiamento no seu âmbito respectivo;
III - contribuir na elaboração de projetos de lei e normas técnicas pertinentes à área,
com outros atores sociais como entidades representativas dos trabalhadores,
universidades e organizações não governamentais;
IV - inserir as ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Básica,
Urgência/Emergência e Rede Hospitalar, por meio da definição de protocolos,
estabelecimento de linhas de cuidado e outros instrumentos que favoreçam a
integralidade;
V - executar ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental voltadas à
Saúde do Trabalhador no seu âmbito respectivo;
VI - implementar as ações de atenção de média e alta complexidade, definidas em
conjunto com a CIB;
VII - assessorar os CERESTs, os serviços e as instâncias regionais e municipais na
realização de ações de Saúde do Trabalhador, no seu âmbito respectivo;
VIII - definir e executar projetos especiais em questões de interesse próprio com
repercussão local, em conjunto com as equipes municipais, quando e onde couber;
IX - realizar estudos e pesquisas definidos a partir de critérios de prioridade,
considerando a aplicação estratégica dos recursos e conforme a demanda social;
X - articular e capacitar, em parceria com os Municípios e com os Centros de
Referência em Saúde do Trabalhador, os profissionais de saúde do SUS, em
especial as equipes dos centros regionais, da atenção básica e de outras vigilâncias
e manter a educação continuada e a supervisão em serviço, respeitadas as

AN02FREV001/REV 4.0

153
diretrizes para implementação da Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde;
XI - implementar estratégias de comunicação e de educação permanente em saúde
dirigidas à sociedade em geral, aos trabalhadores e a seus representantes, aos
profissionais de saúde e às autoridades públicas;
XII - estabelecer e definir fluxo de trabalho integrado com a rede de serviços de
apoio diagnóstico e terapêutico, incluindo, entre outros, exames radiológicos, de
anatomia patológica, de patologia clínica, de toxicologia e retaguarda de reabilitação;
XIII - estabelecer e definir fluxo de trabalho integrado com a rede de laboratórios de
análises para avaliações de amostras de contaminantes ambientais e produtos de
interesse à Saúde do Trabalhador;
XIV - pactuar na CIB a Rede Sentinela e os Municípios Sentinela em Saúde do
Trabalhador no seu âmbito respectivo;
XV - propor as linhas de cuidado para todos os agravos de notificação compulsória
dispostos na Portaria nº 777/GM, de 28 de abril de 2004, a ser seguidas para a
atenção integral dos trabalhadores usuários do SUS, a ser aprovada pela CIB;
XVI - propor os fluxos de referência e contrarreferência de cada linha de cuidado de
atenção integral à Saúde do Trabalhador, a ser aprovado na CIB;
XVII - propor normas relativas a diagnóstico, tratamento e reabilitação de pacientes
portadores de agravos à saúde decorrentes do trabalho, a ser aprovada na CIB; e
XVIII - participar nas instâncias de definições políticas de desenvolvimento
econômico e social junto às demais Secretarias do Estado e Distrito Federal.

ANEXO III

Funções das Secretarias Municipais de Saúde na gestão da RENAST


As Secretarias Municipais de Saúde devem definir diretrizes, regular, pactuar e
executar as ações de Saúde do Trabalhador no âmbito do respectivo Município, de
forma pactuada regionalmente, com as seguintes competências:
I - realizar a pactuação, o planejamento e a hierarquização de suas ações, que
devem ser organizadas em seu território a partir da identificação de problemas e
prioridades, e incluídas no Plano Municipal de Saúde;

AN02FREV001/REV 4.0

154
II - atuar e orientar no desenvolvimento de protocolos de investigação e de pesquisa
clínica e de intervenção, juntamente ou não, com as universidades ou órgãos
governamentais locais ou da rede do SUS;
III - articular com outros Municípios quando da identificação de problemas e
prioridades comuns;
IV - informar a sociedade, em especial os trabalhadores, as CIPAs e os respectivos
sindicatos sobre os riscos e danos à saúde no exercício da atividade laborativa e
nos ambientes de trabalho;
V - capacitar, em parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde e com os
CERESTs, os profissionais e as equipes de saúde para identificar e atuar nas
situações de riscos à saúde relacionados ao trabalho, assim como para o
diagnóstico dos agravos à saúde relacionados com o trabalho, respeitadas as
diretrizes para implementação da Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde.
VI - inserir as ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Básica,
Urgência/Emergência e Rede Hospitalar, por meio da definição de protocolos,
estabelecimento de linhas de cuidado e outros instrumentos que favoreçam a
integralidade;
VII - executar ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental;
VIII - definir a Rede Sentinela em Saúde do Trabalhador no âmbito do Município;
IX - tornar público o desenvolvimento e os resultados das ações de vigilância em
Saúde do Trabalhador, sobretudo as inspeções sanitárias nos ambientes de trabalho
e sobre os processos produtivos para garantir a transparência na condução dos
processos administrativos no âmbito do direito sanitário;
X - estabelecer e definir fluxo de trabalho integrado com a rede de serviços de apoio
diagnóstico e terapêutico, incluindo, entre outros, exames radiológicos, de anatomia
patológica, de patologia clínica, de toxicologia e retaguarda de reabilitação;
XI - propor os fluxos de referência e contrarreferência de cada linha de cuidado de
atenção integral à Saúde do Trabalhador, a ser aprovado no nível municipal;
XII - realizar estudos e pesquisas definidos a partir de critérios de prioridade,
considerando a aplicação estratégica dos recursos e conforme a demanda social; e
XIII - participar nas instâncias de definições políticas de desenvolvimento econômico
e social junto às demais Secretarias do Município.

AN02FREV001/REV 4.0

155
(*) A ampliação por Estados e Distrito Federal dar-se-á mediante o pleito pactuado
nas CIBs, aprovados pelo Ministério da Saúde, com destaque para a capacidade
instalada no Município e na região da implantação dos novos serviços.

AN02FREV001/REV 4.0

156
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AN02FREV001/REV 4.0

157
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Notificação de acidentes do trabalho fatais,
graves e com crianças e adolescentes / Ministério da Saúde, Secretaria de
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AN02FREV001/REV 4.0

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______ Política Nacional de Saúde do Trabalhador. Brasília: Ministério da Saúde.
Documento em elaboração 2004.

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criação da lista de Doenças relacionadas ao Trabalho, a ser adotada como
referência dos agravos originados no processo de trabalho no Sistema Único de
Saúde, para uso clínico e epidemiológico.

______Portaria GM/MS n°1679: Set/ 2002. Dispõe sobre a estruturação da rede


nacional de atenção integral à saúde do trabalhador no SUS e dá outras
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Gestão e Gerenciamento. Secretaria de Atenção à Saúde – SAS Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas – DAPE Área Técnica de Saúde do Trabalhador –
COSAT 2006

______ Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador Manual de


Gestão e Gerenciamento. Secretaria de Atenção à Saúde – SAS Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas – DAPE Área Técnica de Saúde do Trabalhador –
COSAT 2006.

______ Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas


Estratégicas. Legislação em saúde: caderno de legislação em saúde do trabalhador /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – 2. ed. rev. e ampl. – Brasília: Ministério da Saúde,
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______Portaria GM/MS n°1679: Set/ 2002. Dispõe sobre a estruturação da rede


nacional de atenção integral à saúde do trabalhador no SUS e dá outras
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SANCHEZ, M.O. et al. Atuação do CEREST nas Ações de Vigilância em Saúde


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Dissertação de Mestrado Pós-Graduação em Saúde Pública da Universidade de
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VASCONCELOS, A F. Qualidade de vida no trabalho: Origem evolução e


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VELOSO, E. F. R; SCHIRMEISTER, R; LIMONGI-FRANÇA, A.C.A. Influência da
Qualidade de Vida em situações de Transição Profissional: um estudo de caso
sobre desligamento voluntário. Revista Administração e Diálogo, v. 9, n. 1, 2007.

VILELA, R. A. G. et al. Acidente do trabalho investigado pelo CEREST


Piracicaba: confrontando a abordagem tradicional da segurança do trabalho.
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 32 (115): 29-40, 2007 29.

WISNER, Alain. A Inteligência no Trabalho, Textos selecionados de ergonomia.


São Paulo: UNESP, 1994.

FIM DO CURSO!

AN02FREV001/REV 4.0

162
DOCÊNCIA EM
PRIMEIROS SOCORROS
SAÚDE
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1. Primeiros socorros. I. Portal Educação. II. Título.

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SUMÁRIO

1 CONCEITOS BÁSICOS EM PRIMEIROS SOCORROS ............................................................9

2 ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA .....................................................11 2

3 SINAIS VITAIS ..........................................................................................................................14

3.1 PULSO ......................................................................................................................................14

3.2 RESPIRAÇÃO ...........................................................................................................................15

3.3 PRESSÃO ARTERIAL ...............................................................................................................16

3.4 TEMPERATURA .......................................................................................................................18

4 ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR.......................................................................................21

4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR.......................................22

4.2 NORMATIZAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DO SAMU .............................................................24

4.3 O SOCORRISTA .......................................................................................................................26

4.3.1 Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas .....................................................................27

5 AVALIAÇÃO DA CENA ............................................................................................................30

6 CINEMÁTICA DO TRAUMA .....................................................................................................34

6.1 ENERGIA E LEIS FÍSICAS .......................................................................................................37

6.2 CAVITAÇÃO ..............................................................................................................................39

6.3 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA .............................................................................................41

6.3.1 Densidade .................................................................................................................................42

6.3.2 Área de superfície .....................................................................................................................42


7 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ...........................................................................................................44

7.1 CIRCULAÇÃO ...........................................................................................................................46

7.2 VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL ....................................................50

7.3 DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS....................................................................................54

7.4 MANOBRA DE HEIMLICH ........................................................................................................55 3

7.5 RESPIRAÇÃO ...........................................................................................................................59

7.6 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA ...................................................................................................60

7.7 EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA...........................................................................................................63

7.8 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS ............................................................64

7.8.1 Vítima com capacete .................................................................................................................64

7.8.2 Vítima presa em ferragem .........................................................................................................65

8 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA ....................................................................................................67

8.1 CABEÇA ....................................................................................................................................70

8.2 PESCOÇO.................................................................................................................................71

8.3 OLHOS ......................................................................................................................................71

8.4 ORELHA E NARIZ .....................................................................................................................71

8.5 BOCA ........................................................................................................................................72

8.6 TÓRAX ......................................................................................................................................72

8.7 ABDÔMEN ................................................................................................................................73

8.8 DORSO .....................................................................................................................................74

8.9 PELVE .......................................................................................................................................75

8.10 MEMBROS INFERIORES .........................................................................................................75


8.11 MEMBROS SUPERIORES ........................................................................................................77

9 RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL ...............................................79

9.1 RECONHECENDO A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA .....................................................82

10 SUPORTE BÁSICO DE VIDA ...................................................................................................84

11 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA ............................................................................................87 4

12 DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO ..........................................................................88

13 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .....................................................................90

14 FRATURAS ...............................................................................................................................92

15 ENTORSE ................................................................................................................................95

16 LUXAÇÃO .................................................................................................................................96

17 CONTUSÃO .............................................................................................................................97

18 AMPUTAÇÕES .........................................................................................................................98

19 QUEIMADURAS.......................................................................................................................100

20 ASFIXIA ...................................................................................................................................106

21 HEMORRAGIA .........................................................................................................................111

21.1 CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS .................................................................................112

21.1.1 Hemorragias Externas ..............................................................................................................112

21.1.2 Hemorragias Internas ...............................................................................................................112

21.2 CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS ..............................................................................113

21.3 RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS ...........................................................................114

21.4 ABORDAGEM DA VÍTIMA E CONDUTAS NAS HEMORRAGIAS EXTERNAS .......................115

21.5 CONTROLE DAS HEMORRAGIAS INTERNAS.......................................................................117


22 CHOQUE ..................................................................................................................................118

22.1 CHOQUE HIPOVOLÊMICO .....................................................................................................118

22.2 CHOQUE CARDIOGÊNICO .....................................................................................................119

22.3 CHOQUE ANAFILÁTICO ........................................................................................................120

22.4 CHOQUE NEUROGÊNICO ......................................................................................................121 5

22.5 CHOQUE SÉPTICO .................................................................................................................122

22.6 TRATAMENTO DO CHOQUE ..................................................................................................123

23 EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO ....................................................124

23.1 INSOLAÇÃO.............................................................................................................................124

23.2 INTERMAÇÃO ..........................................................................................................................125

24 CONVULSÕES ........................................................................................................................127

24.1 ABORDAGEM E CONDUTA ....................................................................................................129

25 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .................................................................................131

25.1 CAUSAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .............................................................131

25.2 FATORES DE RISCO ..............................................................................................................132

25.3 SINAIS E SINTOMAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .........................................132

25.4 ABORDAGEM E CONDUTA ....................................................................................................134

26 ANGINA DE PEITO ..................................................................................................................136

27 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ......................................................................................137

27.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS..................................................................................................137

27.2 ABORDAGEM E CONDUTA ....................................................................................................138

28 INTOXICAÇÕES ......................................................................................................................140
28.1 INTOXICAÇÃO POR INGESTÃO .............................................................................................142

28.2 INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO .............................................................................................143

28.3 INTOXICAÇÃO POR ABSORÇÃO ...........................................................................................144

29 AFOGAMENTOS ....................................................................................................................145

29.1 CLASSIFICAÇÕES DO AFOGADO .........................................................................................146 6

29.2 ABORDAGEM E CONDUTA ....................................................................................................147

30 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO ...............................................................................148

30.1 LESÕES NO COURO CABELUDO .........................................................................................148

30.2 FRATURAS DE CRÂNIO .........................................................................................................149

30.3 LESÕES CEREBRAIS..............................................................................................................150

30.4 AVALIAÇÃO E ABORDAGEM DA VÍTIMA ...............................................................................152

30.5 ESCALA DE COMA DE GLASGOW ........................................................................................152

31 DESMAIO .................................................................................................................................154

32 CHOQUE ELÉTRICO ...............................................................................................................158

32.1 ELETROCUSSÃO ....................................................................................................................158

32.2 CAUSAS DO CHOQUE ELÉTRICO .........................................................................................159

32.3 QUEIMADURAS .......................................................................................................................159

32.4 QUEDA DE ALTURA ................................................................................................................160

32.5 PRIMEIROS SOCORROS .......................................................................................................160

33 FERIMENTOS NO TÓRAX ......................................................................................................163

33.1 FRATURA DE COSTELA .........................................................................................................163

33.2 TÓRAX INSTÁVEL ...................................................................................................................164


33.3 CONTUSÃO PULMONAR ........................................................................................................165

33.4 PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO ..........................................................................................166

33.5 PNEUMOTÓRAX ABERTO ......................................................................................................167

33.6 CONTUSÃO CARDÍACA ..........................................................................................................167

33.7 TRATAMENTO E CONDUTA ...................................................................................................168 7

34 FERIMENTOS NO ABDÔMEN ................................................................................................169

34.1 TRAUMATISMOS FECHADOS ................................................................................................169

34.2 TRAUMATISMOS PENETRANTES .........................................................................................170

34.3 PRIMEIROS SOCORROS........................................................................................................171

35 FERIMENTOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS .....................................................................173

35.1 ENVENENAMENTO OFÍDICO .................................................................................................173

35.1.1 Micrurus (Corais) ......................................................................................................................173

35.1.2 Crotalus (Cascavéis) ................................................................................................................174

35.1.3 Bothops (Jararacas) .................................................................................................................176

35.1.4 Lachesis (Surucucus) ...............................................................................................................177

35.1.5 Conduta ....................................................................................................................................178

35.2 ACIDENTES COM ARANHAS..................................................................................................179

35.3 ACIDENTES COM ESCORPIÃO..............................................................................................180

35.3.1 Reconhecimento .......................................................................................................................180

36 FERIMENTOS NOS OLHOS ....................................................................................................182

37 CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS .....................................................................................185

38 CORPOS ESTRANHOS...........................................................................................................187
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................192

8
1 CONCEITOS BÁSICOS EM PRIMEIROS SOCORROS

Primeiros socorros são cuidados realizados imediatamente a uma pessoa cujo estado
físico coloca em perigo a sua saúde ou até mesmo a sua vida, com o objetivo de manter as suas
funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que seja prestada uma assistência
9
médica qualificada e especializada.

Como o próprio nome refere, são os procedimentos de emergência que devem ser
aplicados a uma pessoa em perigo de vida, com o objetivo de manter os sinais vitais e evitar o
agravamento, até que ela receba assistência definitiva.

Podemos ainda considerar comouma série de procedimentos simples com o intuito de


salvar e manter vidas em situações de urgência e emergência, realizadas por pessoas comuns
com esses conhecimentos, até a chegada de atendimento médico especializado.

Os primeiros socorros também podem ser definidos como medidas que se aplicam
imediatamente ao acidentado, enquanto se aguarda assistência médica.

Devem limitar-se aos procedimentos mínimos, que não prejudiquem a vítima e a


coloquem em situação de manter os seus sinais vitais estáveis.

Essas medidas se resumem basicamente em:

 Retirar a vítima do local;


 Mantê-la em posição adequada, de preferência em decúbito dorsal;
 Identificar as lesões;
 Adotar medidas de urgência;
 Transportar a vítima se houver condições para isso.
Diversas situações podem necessitar de primeiros socorros. As situações mais comuns
que observamos no dia a dia são:

 Atendimento de vítimas de acidentes automobilísticos;


 Atropelamentos;
 Incêndios; 10

 Aglomeração de pessoas;
 Afogamentos;
 Catástrofes naturais;
 Acidentes em indústrias;
 Emergências clínicas, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral;
 Ataques epilépticos;
 Convulsões.

Tão importante quanto o próprio atendimento a vítima é providenciar o atendimento


especializado, ou seja, entrar em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), o Corpo de Bombeiros ou a Polícia. Não se esquecer deinformaro local correto da
ocorrência, o número de vítimas e as condições destas vítimas.

FIGURA 1 – PRIMEIROS SOCORROS

FONTE: Disponível em: <http://vidasaudavel.powerminas.com/wp-content/uploads/2010/05/Primeiros-socorros-


1.jpg>.Acesso em: 25 ago. 2011.
2 ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA

Quando falamos em aspectos legais do atendimento de urgência não podemos deixar


de citar o artigo 135 do Código Penal Brasileiro, que trata da omissão de socorro: 11

Art.135:Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à


criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou
em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pública.

Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão


corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte.

Só o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui
um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência
de omissão de socorro.

É importante saber também que a vítima pode se recusar a receber o atendimento,


portanto nestes casos o socorrista deve respeitar a vontade da vítima.Quando o paciente é
adulto, esse direito existe quando ele estiver consciente e com clareza de pensamento.

Essa situação pode ocorrer por vários motivos, tais como crenças religiosas ou até
mesmo falta de confiança no socorrista que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima
não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o
socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a
sua confiança por meio do diálogo.

Caso a vítima não possa falar em decorrência do acidente, como um trauma na boca,
por exemplo, mas consegue demonstrar por meio de sinais que não aceita o atendimento,
fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do socorrista, é importante proceder
da seguinte forma:

 Nunca discuta com a vítima;


 Nunca questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças
religiosas; 12

 Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos;
 Tente conversar com a vítima, informando a ela que você sabe realizar o
atendimento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o
atendimento, mas que você é treinado e pode prestar uma assistência de
qualidade, enquanto o atendimento médico especializado não chega;
 É importante que testemunhas provem que o atendimento foi recusado por parte da
vítima, portanto você pode reunir os dados destas testemunhas.

Quando a vítima for uma criança, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela
mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do
socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se possível, arrolar testemunhas que
comprovem o fato.

O consentimento da vítima para que se possa realizar o atendimento de primeiros


socorros pode ser formal, quando esta fala ou sinaliza que concorda com o atendimento e após
o socorrista ter se identificado e informado à vítima de que possui treinamento específico em
primeiros socorros.

Pode ser tambémimplícitoquando esta vítima estiver inconsciente, confusa ou ferida


gravemente, a ponto de não poder falar ou sinalizar consentindo com o atendimento.

A legislação nesses casos conclui que a vítima daria o consentimento, caso tivesse
condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.

O consentimento implícito pode ser adotado também nos casos de acidentes


envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a
legislação conclui que o consentimento seria dado pelos pais ou responsáveis, caso estivessem
presentes no local.

13
3 SINAIS VITAIS

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do nosso organismo e podem
orientar o diagnóstico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico de uma vítima. 14

São considerados também como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que suas
funções vitais estão normais e que qualquer alteração indica uma anormalidade.

Os sinais vitais são:

 Pulso;
 Respiração;
 Pressão arterial;
 Temperatura.

3.1 PULSO

É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma contração do
coração. Nada mais é que a pressão exercida pelo sangue contra a parede arterial em cada
batimento cardíaco.

O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um osso. Os
locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida, radial, femoral e braquial.

Pode ainda ser verificado por meio da ausculta cardíaca com o auxílio de um
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar a sua
frequência, ritmo e volume.

TABELA 1 – ÍNDICES NORMAIS DE PULSO

ÍNDICES NORMAIS DE PULSO

15
Homem 60 a 70 bpm

Mulher 65 a 85 bpm

Criança 80 a 120 bpm

Bebê 100 a 160 bpm

3.2 RESPIRAÇÃO

A respiração refere-se à entrada de oxigênio na inspiração e a eliminação de dióxido


de carbono pela expiração. É a sucessão rítmica de movimentos de expansão e de retração
pulmonar com a finalidade de efetuar trocas gasosas entre a corrente sanguínea e o ar nos
pulmões.

Para avaliar a respiração devemos verificar seu caráter, se ela é superficial ou


profunda, seu ritmo que pode ser regular e irregular e por último sua frequência, ou seja, a
quantidade de movimentos respiratórios por minuto.
TABELA 2 – ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO

ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO

Homem 15 a 20 movimentos respiratórios por minuto

Mulher 18 a 20 movimentos respiratórios por minuto


16
Criança 20 a 25 movimentos respiratórios por minuto

Lactente 30 a 40 movimentos respiratórios por minuto

Outros fatores podem alterar os valores normais da respiração como exercícios físicos,
medicamentos, fatores emocionais, portanto, é importante que o socorrista saiba reconhecer
estas alterações.

São empregados termos específicos para definir as alterações dos padrões


respiratórios, tais como:

 Eupneia: respiração normal, com movimentos regulares, sem dificuldades;


 Apneia: é a ausência dos movimentos respiratórios;
 Dispneia: dificuldade na execução dos movimentos respiratórios;
 Bradipneia: diminuição da frequência respiratória;
 Taquipneia: aumento da frequência respiratória.

3.3 PRESSÃO ARTERIAL


É a força exercida pelo sangue contra a parede interna das artérias quando este é
impulsionado pela contração cardíaca. Pode variar de acordo com a idade do paciente, devido
ao aumento da atividade física, situações que levam ao estresse e ao medo e por alterações
cardíacas.

A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo volume
circulante. A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do coração é 17
denominado diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração, enquanto a pressão
diastólica é a pressão mínima do coração.

FIGURA 2 – PRESSÃO ARTERIAL

FONTE:Disponível em:<http://nickmartins.com.br/atualidades/wp-content/uploads/2011/01/perigo-pressao-
baixa.jpg>. Acesso em: 16 set. 2011.

São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
pressão arterial, são eles:
 Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial;
 Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial;
 Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial.

TABELA 3 – VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL

VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL 18

4 anos 85/60 mmHg

6 anos 95 x 62 mmHg

12 anos 108 x 67 mmHg

Adulto 120 x 80 mmHg

3.4 TEMPERATURA

É o nível de calor que chega a um determinado corpo, ou seja, é a diferença entre o


calor perdido e o calor produzido pelo organismo. É influenciada por meios físicos e químicos e
seu controle é realizado por meio da estimulação do sistema nervoso central.

A temperatura corporal reflete o balanceamento entre o calor produzido e o calor


perdido pelo corpo e pode ser verificada nas regiões axilar, oral e retal. É medida por meio do
termômetro clínico e possui uma graduação que varia de 34ºC a 42ºC, sendo que raramente o
ser humano sobrevive com sua temperatura acima ou abaixo destes parâmetros.
FIGURA 3 –TEMPERATURA

19

FONTE:Disponível em:<http://www.atmosferafeminina.com.br/content/user/images/febre_materia.jpg>.

Acesso em: 13set. 2011.

Veja na tabela abaixo, os parâmetros normais da temperatura corporal em adultos e


crianças:

TABELA 4 – PARÂMETROS NORMAIS DA TEMPERATURA

Pontos de aferição Adulto Criança

Oral 37ºC 37,4ºC

Retal 37,5ºC 37,8ºC

Axilar 36,7ºC 37,2ºC


Variações de 0,3ºC a 0,6ºC da temperatura são consideradas normais e pode se elevar
em situações como:

 Infecção.
 Medo.
 Ansiedade. 20

São causas da diminuição da temperatura corporal:

 Exposição ao frio.
 Estado de choque.
 Hemorragias.

São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
temperatura, são eles:

 Afebril: temperatura corporal normal.


 Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal.
 Hipertermia: temperatura corporal acima do normal.
4 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

O atendimento pré-hospitalar (APH) é aquele atendimento emergencial prestado a


vítimas no ambiente externo ao hospital. Pertence a um dos elos da cadeia de atendimento a 21
vítimas sendo também conhecida como segundo socorro ou resgate.

FIGURA 4 – CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

FONTE: Disponível em:


<http://www.inem.pt/files/2/multimedias/Thumbnail.axd?WM_FICHEIRO=/files/2/multimedias/2010052409065785283
1.jpg&WM_WIDTH=500&WM_HEIGHT=147>.

Acesso em: 13 set. 2011.

O atendimento pré-hospitalar é destinado às vítimas de trauma, violência urbana, mal


súbito e distúrbios psiquiátricos visando a sua estabilização clínica e remoção para uma unidade
hospitalar adequada. Este atendimento é realizado por profissionais de saúde treinados, como
socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos.

No Brasil, os serviços de atendimento pré-hospitalar são realizados por: Corpo de


Bombeiros dos estados, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou por profissionais
treinados de empresas particulares.
Os objetivos das manobras de salvamento são retirar a vítima de uma situação hostil,
como por exemplo, um incêndio, um ambiente confinado realizando a remoção da mesma para
uma área adequada possibilitando o atendimento de suporte básico de vida (SBV) ou do suporte
avançado de vida (SAV).

Há diversos protocolos e modelos de atendimento pré-hospitalar, onde podemos


destacar o Protocolo Norte-Americano e o Protocolo Francês. NoProtocolo Norte-Americano 22
aplica-se o conceito de chegar à vítima no menor tempo possível, realizar manobras essenciais
para estabilizá-la e removê-la o mais rápido possível a um hospital adequado. No protocolo
Francês adota-se o princípio de ofertar o atendimento médico no local até a estabilização da
vítima.

Atualmente no Brasil, o sistema adotado é o misto, em que se estabeleceram unidades


de suporte básico, que são tripuladas por socorristas treinados em atendimento pré-hospitalar e
por unidades de suporte avançado, com a presença domédico.

A emergência ocorre quando há uma situação crítica ou algo iminente, com a ocorrência de
perigo, ou seja, um incidente ou imprevisto. Considerando a área médica, é uma situação que exige uma
intervenção médica imediatamente.
A urgência é quando existe uma situação que não pode ser adiada, mas que deve ser
resolvida rapidamente, pois se houver uma demora, haverá para a vítima um risco de morte. Na
medicina, estas situações necessitam de um tratamento médico com um caráter menor que a
emergência, ou seja, menos imediatista.

4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Em 1792, houve a primeira tentativa de organização de auxílio médico de urgência,


realizada pelo médico cirurgião Dominique Larrey. Esses cuidados eram realizados com vítimas
de guerras no período de Napoleão, ainda no campo de batalha, com o objetivo de prevenir
complicações.

Com base nessas informações podemos considerar que as guerras contribuíram de


forma benéfica para o desenvolvimento do atendimento pré-hospitalar. Na prática civil, os
médicos demoraram a se mobilizar, mesmo com o aumento crescente e progressivo das perdas
de vidas humanas por traumas originados de acidentes automobilísticos.

Essa demora fez com que as autoridades sanitárias delegassem essas atividades aos 23

profissionais responsáveis pelos resgates, principalmente os soldados do Corpo de Bombeiros.

Em 1955, na França, foram criadas as primeiras equipes móveis de reanimação, com a


obrigação inicial de prestar assistência médica a vítimas de acidentes de trânsito e a
manutenção da vida das vítimas submetidas a transferências entre as unidades hospitalares.

O SAMU francês iniciou-se por volta da década de 60, quando os médicos começaram
a detectar que havia uma desproporção considerável entre os meios disponíveis para tratar
vítimas nos hospitais e os meios ultrapassados que eram utilizados no atendimento pré-
hospitalar.

Dessa forma, constatou-se a necessidade da realização de um treinamento específico


para as equipes de resgate e a importância da presença e atuação do médico no local da
ocorrência, com o objetivo de aumentar as chances de sobrevivência das vítimas, iniciando
imediatamente os cuidados básico e avançado, restaurando a ventilação, respiração e circulação
das vítimas.

No ano de 1965, foram criados oficialmente os Serviços Móveis de Urgência e


Emergência (SMUR) e, em 1968, foi criado o SAMU com o objetivo de controlar as atividades do
SMUR.

No Brasil, o SAMU teve início por meio de um acordo assinado entre os governos
brasileiro e francês, por meio de uma solicitação do Ministério da Saúde, quando se optou pelo
modelo de atendimento francês, em que as viaturas de suporte avançado possuem
obrigatoriamente a participação do médico, diferente do modelo americano em que as atividades
de resgate são exercidas primariamente por paramédicos.
4.2 NORMATIZAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DO SAMU

O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil surgiu sem muito sucesso, mas hoje é considerado um
serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para a sociedade. A Portaria nº 2048/MS,
24
em 5 de novembro de 2002, normatiza a implantação do SAMU e considera que a área de Urgência e
Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde.
E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo ser utilizado pelas
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios na implantação dos Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência, com ou sem vínculo com a prestação de serviços aos usuários do
Sistema Único de Saúde.

FIGURA 5 – VIATURA DO SAMU

FONTE: Disponível em: <http://www.esmeraldanoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/samu.jpg>. Acesso em:


13 set. 2011.
Como descreve a Portaria citada acima, a área de urgência e emergência constitui-se em um
importante componente da assistência à saúde. A expansão de serviços nesta área nos últimos anos tem
contribuído decisivamente para a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados
para o atendimento da população, conforme ressalta o Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e em parcerias com as Secretarias de
Saúde dos estados e municípios, tem contribuído para reversão deste quadro amplamente desfavorável à
assistência da população.
O sistema estadual de urgência e emergência deve se estruturar a partir da leitura ordenada 25
das necessidades sociais em saúde e sob o imperativo das necessidades humanas nas urgências.
O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito a partir da observação e da avaliação dos
territórios sociais com seus diferentes grupos humanos, da utilização de dados de morbidade e
mortalidade disponíveis e da observação das doenças emergentes.
Para sanar a necessidade do atendimento emergencial foi implantado pelo governo federal o
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), um serviço de socorro pré-hospitalar móvel que
chega rapidamente às pessoas, em qualquer lugar para atender qualquer problema de saúde urgente que
possa levar ao sofrimento ou até mesmo à morte.
São feitos atendimentos por equipes de profissionais de saúde, que recebem as chamadas
gratuitas, feitas pelo telefone, e como resposta envia uma ambulância, com técnico de enfermagem ou
com enfermeiro e médico, ou mesmo uma simples orientação.
O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de urgência e emergência,
aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos.
Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar à deficiência física ou mesmo
à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado e transporte a um hospital
devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde.
A equipe de atendimento pré-hospitalar realiza os seguintes procedimentos:

 Reanimação cardiorrespiratória;
 Oxigenoterapia;
 Contenção de hemorragias;
 Imobilizações;

 Intubação orotraqueal;
 Punção venosa com reposição de volume e medicação;
 Transporte de pacientes.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser composto por uma equipe
multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador do serviço, responsável técnico um
médico, o responsável de enfermagem um enfermeiro, médicos reguladores, médicos intervencionistas,
enfermeiros assistenciais, auxiliares e técnicos de enfermagem.
Além dessa equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas com as
causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação integrada com
outros profissionais, com bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros.
Essa equipe deve trabalhar em conjunto, em busca de um só objetivo, ou seja, o atendimento
sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e asua família. 26
A portaria 824/99, adaptada pelo Ministério da Saúde, define que o sistema de atendimento
pré-hospitalar é um serviço médico, sua coordenação, regulação e supervisão direta é a distância e deve
ser efetuada unicamente por médico, tem na Central de Regulação Médica o elemento ordenado e
orientador da atenção pré-hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em
torno dos pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis.
Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos por organizações
médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que desde julho de 1999 define as
“Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo do Miocárdio”. E, ainda, aborda em parte o atendimento
pré-hospitalar no infarto agudo do miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de
atendimento pré-hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, a assistência via
telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a conscientização da população possivelmente
reduzirão os números de óbito por mal súbito.

4.3 O SOCORRISTA

O socorrista é uma pessoa que foi treinada para prestar o primeiro atendimento e
auxiliar os profissionais do atendimento pré-hospitalar, no local da emergência.
FIGURA 6 – SOCORRISTA

27

FONTE: Disponível em: <http://www.fiocruz.br/ccs/media/cpqam_samu2.jpg>.

Acesso em: 13 set. 2011.

É geralmente a primeira pessoa treinada a entrar em contato com o paciente. Nos


Estados Unidos foi criado um programa de treinamento de socorristas, onde centenas de
pessoas completaram os cursos formais e auxiliam na assistência às emergências e à
manutenção da vida.

Em quase todas as regiões dos EUA, os socorristas tornaram-se parte importante do


sistema de saúde e os cuidados, por eles prestados, reduziram o sofrimento, diminuíram
sequelas adicionais e salvaram muitas vidas. No Brasil, existem diversos cursos de primeiros
socorros para treinamento de socorristas, realizados tanto por instituições privadas quanto
públicas.

4.3.1 Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas


A primeira atribuição do socorrista, no local da emergência, é com relação à segurança
pessoal. O desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de atendimento pode favorecer o
esquecimento dos riscos no local. O socorrista deve ter segurança ao aproximar-se da vítima e
permanecer em segurança enquanto presta o atendimento.

Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança pessoal está relacionada
com a própria proteção contra as doenças infecciosas. Ao avaliar ou prestar atendimento a 28
vítimas, deve evitar contato direto com o sangue do paciente, fluidos corpóreos, mucosas,
ferimentos e queimaduras. O socorrista tem quatro deveres relacionados aos pacientes, que
devem ser cumpridos no local da emergência. Estes deveres são:

 Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos manuais, quando


necessário;
 Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a assistência de
emergência necessária;
 Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e realizar tal
procedimento sem ocasionar lesões adicionais;
 Transferir o paciente e as informações pertinentes para os profissionais do serviço
de emergência.

As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o cumprimento das

seguintes atividades:

 Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, ao paciente e


prevenir outros acidentes;
 Ter certeza de que a central do sistema de emergência foi notificada, permitindo a
chegada dos profissionais no local da ocorrência, com o menor tempo possível;
 Identificar o que está errado com o paciente, utilizando-se das informações obtidas
no local e pelo exame físico do paciente;
 Fazer o melhor possível, dentro de sua capacidade;
 Obter ajuda do pessoal presente no local da emergência e controlar suas
atividades;
 Transferir as informações pertinentes, sobre a ocorrência, para os profissionais do
serviço de emergência;
 Auxiliar os profissionais do serviço de emergência no local da ocorrência e trabalhar 29
segundo sua orientação.
5 AVALIAÇÃO DA CENA

Devemos sempre avaliar a cena de um acidente, pois assim a abordagem da vítima


poderá ser mais eficiente e segura para quem está prestando o socorro, e com isso a vítima terá 30
um atendimento satisfatório. Esse procedimento pode muitas vezes salvar vidas.

No primeiro momento,o socorrista deverá ter ideia do contexto geral da situação, pois
apenas com uma pré-avaliação do local é que ele pode conhecer o tipo de vítima com que está
lidando.

O socorrista na sua pré-avaliação deverá classificar a cena de forma simples em:

 Emergência clínica: Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, mal


súbito ou outras afecções clínicas.
 Trauma: Acidentes automobilísticos, fraturas, quedas, queimaduras, etc.

FIGURA 7 – AVALIANDO A CENA

FONTE: Disponível em: <http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7B0485B56F-CCBB-4212-


8698-25859A854E69%7D_acidente_Chapada_carro_600.jpg>. Acesso em: 13 set. 2011.
A avaliação da cena também é importante para que o socorrista possa dimensionar os
riscos potenciais existentes na cena, prevenindo assim que a pessoa que for realizar o primeiro
atendimento não se torne mais uma vítima da ocorrência.

Cinco etapas na fase de avaliação da cena devem ser verificadas, com o objetivo de
diminuir os riscos e promover um socorro eficiente até a chegada do socorro especializado.São
elas: 31

 Segurança: É necessário avaliar se a cena é segura para que as vítimas possam


ser abordadas, e assim procurar tornar o ambiente adequado para o atendimento.
Por exemplo, no caso de acidentes automobilísticos, deve-se sinalizar o local
evitando assim que ocorra um atropelamento da equipe de resgate.

 Cinemática: Verificar como o acidente ocorreu ou no caso de uma emergência


clínica verificar o que aconteceu com a vítima, perguntando a ela, se estiver
plenamente consciente, ou a pessoas próximas que testemunharam o mal súbito.
Caso não consiga colher essas informações iniciais deve-se adotar procedimentos
de primeiros socorros.

 Bioproteção: Devemos evitar possíveis infecções por meio do contato direto com
os fluidos corporais das vítimas, usando equipamentos de proteção individual, como
por exemplo, luvas de procedimentos e máscaras. Se não existem equipamentos
de proteção individual, devemos abortar os primeiros socorros, realizando apenas
procedimentos seguros.

 Apoio: Devemos procurar auxílio de pessoas próximas da cena, para que estas
possamajudarna organização do espaço necessário para o atendimento a vítimas,
chamando o socorro médico especializado, orientando o trânsito de veículos,
mantendo a ordem e a calma entre as outras pessoas. Se não houver pessoas por
perto, o atendimento deve serrealizadocom o máximo de agilidade e tranquilidade.

 Triagem: Realizada com o objetivo de calcular a quantidade de vítimas envolvidas


na ocorrência e o estado clínico de cada uma.

O dimensionamento da cena poderá ser iniciado mesmo antes da chegada da equipe 32


de resgate no local da ocorrência. Os socorristas poderão antecipar as prováveis condições da
vítima por meio das informações repassadas pelocentro de comunicações.

É importante que seja repassada à equipe de resgate informações como:

 A localização exata da emergência;


 A natureza da emergência;
 O número de pessoas envolvidas;
 A existência de perigos no local da ocorrência.
Após identificar os perigos potenciais do local, o socorrista deverá iniciar o
gerenciamento dos riscos presentes e o controle destes riscos. Esta tarefa inclui medidas já
comentadas anteriormente, mas que são muito importantes, tais como:sinalização do local,
isolamento, estabilização de veículos, controle de tráfego, desligamento de cabos elétricos
energizados, desligamento de motores automotivos, desativação de sistemas de air bags,
remoção de vítimas em situação de risco iminente, entre outros.

É importante que o socorrista seja capaz de estabelecer uma associação entre o


cenário do acidente e o padrão de lesões produzidas por ele. A capacidade de avaliar o cenário
de um acidente, identificando os mecanismos físicos ou as forças que atuaram na produção de
lesões, constitui uma habilidade importante para qualquer socorrista, pois propiciará que ele
identifique lesões potenciais, associadas ao padrão de transferência de energia em
determinadas situações, mesmo que a vítima não apresente sinais externos evidentes de
trauma.

Para isso, o socorrista deverá conhecer os conceitos básicos da mecânica aplicada ao


trauma, ou seja, do processo de avaliação da cena de um acidente para determinar as lesões
que provavelmente estão presentes, com base na força e no movimento envolvido no trauma.

FIGURA 8 – AVALIAÇÃO DA CENA

33

FONTE: Disponível em: <http://www.servesisma.com.br/resg.JPG>. Acesso em: 13 set. 2011.


6 CINEMÁTICA DO TRAUMA

A equipe de resgate que atende uma vítima politraumatizada deve ter dois tipos de
lesões em mente quando se deparar com a ocorrência. O primeiro tipo de lesão é aquele 34
identificado facilmente no exame físico, permitindo tratamento precoce, como por exemplo, uma
hemorragia externa, uma fratura exposta. O segundo tipo de lesão é aquele identificado como
potencial, ou seja, não identificado facilmente no exame físico, mas pode estar presente pelo
mecanismo de trauma sofrido pelo paciente.

Dependendo do grau de suspeita destas lesões pela equipe de resgate, danos menos
aparentes podem passar despercebidos, sendo tratados tardiamente, e trazendo problemas
graves e por muitas vezes irreversíveis à vítima.

Deste modo, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente. Quando


bem acurada e interpretada pela equipe, tem-se a suspeita de mais de 90% das lesões antes de
ter contato direto com o paciente.

Podemos dizer que a história no trauma divide-se em três fases:

 Pré-impacto: São aqueles eventos que precedem o acidente, tais como ingestão
de álcool e/ou drogas, doenças preexistentes da vítima ou idade. Estes dados terão
influência significativa no resultado final da ocorrência.
 Impacto: Avalia-se o tipo de evento traumático, como por exemplo, um acidente
automobilístico, atropelamento, queda ou perfuração por arma de fogo ou arma
branca. Deve-se estimar a quantidade de energia trocada, ou seja, a velocidade do
veículo, a altura da queda ou o calibre da arma.
 Pós-impacto: Essa fase inicia-se após a vítima ter absorvido a energia do impacto.
As informações levantadas nas fases de pré-impacto e impacto são utilizadas para
conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A ameaça à vida pode
ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas nesta fase pela
equipe de resgate.

Por exemplo, as informações coletadas pela equipe de resgate a respeito dos danos
externos e internos de um veículo constituem-se em pistas para as lesões sofridas pelos seus
ocupantes. Com esta análise, a identificação das lesões de difícil diagnóstico ou aquelas ocultas
são facilitadas, permitindo tratamento mais precoce reduzindo-se a morbimortalidade das
vítimas. 35

Algumas observações são muito comuns, são fáceis de ser identificadas, tais como:

 Deformidades do volante de direção: Sugere um trauma torácico.

FIGURA 9 – TRAUMA TORÁCICO

FONTE: Disponível em: <http://www.tecnocaronline.com.br/img/dicas_feriado-02.jpg>.

Acesso em: 13 set. 2011.

 Quebra com abaulamento circular do para-brisa: Indica o impacto da cabeça, o que


sugere lesão cervical e craniana.

FIGURA 10 – TRAUMATISMO CRANIANO

36

FONTE: Disponível em: <http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-


aksnc1/6215_106329806877_53662206877_2056170_1867475_n.jpg. Acesso em: 13 set. 2011.

 Deformidades baixas do painel do carro: Sugere luxação do joelho, quadril ou


fratura de fêmur.

FIGURA 11 – LUXAÇÃO DO JOELHO, QUADRIL OU FRATURA DE FÊMUR

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_FO02u2K5S5Q/SjAK-


8C2fVI/AAAAAAAAAHE/ei7_Vf6jENE/s1600/painel+II.001.jpg>. Acesso em: 13 set. 2011.
6.1 ENERGIA E LEIS FÍSICAS

Para que possamos entender e interpretar as informações obtidas na cena do acidente


faz-se necessário considerar algumas leis da física, como por exemplo, a primeira Lei de 37
Newton, que diz que um corpo em movimento ou em repouso tende a ficar neste estado até que
uma energia externa atue sobre ele.

Um corpo em movimento, sendo este movimento retilíneo e uniforme, irá continuar no


seu movimento, com a mesma velocidade, até que haja uma força que o faça alterar o seu
movimento.

Ainda com relação a esta lei podemos acrescentar que a tendência que um objeto tem
para resistir a alterações no seu movimento chama-se inércia e que a massa é a propriedade do
corpo que nos vai permitir especificar qual é a resistência que este oferece à alteração de seu
movimento.

É nesta lei que se baseia o princípio dos cintos de segurança, para evitar que num
acidente os passageiros sejam projetados para fora do veículo devido à inércia.

FIGURA 12 – LEI DA INÉRCIA

FONTE: Disponível em: <http://fikolars.pbworks.com/f/colisao_cinto.jpg>.

Acesso em: 13 set. 2011.


A Lei da conservação da energia afirma que a energia não é criada ou destruída, mas
sim, pode mudar de forma. As formas mais comuns são:

 Mecânica;
 Térmica;
 Elétrica; 38

 Química.

A energia cinética é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade, dividido


por dois.

FIGURA 13 – FÓRMULA DA ENERGIA CINÉTICA

FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_DASlMWE-


Pxw/TFYD_hIUfHI/AAAAAAAAACs/FHE7UpAtcKQ/s320/cin%C3%A9tica+1.png>.

Acesso em: 13 set. 2011.

Portanto, a velocidade é o fator gerador de energia cinética mais importanteque a


massa, ou seja,a energia trocada em um acidente em alta velocidade é muito maior do que uma
em baixa velocidade. Já a diferença da massa dos ocupantes do veículo pouco interfere na
energia de colisão. Uma força é igual ao produto da massa pela sua aceleração ou
desaceleração.
Outro fator que devemos considerar em um acidente é a distância de parada, pois
antes da colisão, o veículo e o passageiro viajam numa mesma velocidade. Durante o impacto,
os dois sofrem uma brusca desaceleração e chegam até a parar. Portanto, quanto maior a
distância de parada, menor será a força de desaceleração sobre o veículo e seus passageiros.

A compressibilidade do material também exerce influência na distância de parada e


consequentemente na força de desaceleração sofrida pelo veículo. Assim que ocorre a 39
compressão do material, há um aumento na distância de parada, absorvendo parte da energia,
impedindo que o corpo absorva toda a energia, diminuindo as lesões no mesmo.

FIGURA 14 – COMPRESSIBILIDADE

FONTE: Disponível em: <http://pitstopbrasil.files.wordpress.com/2009/09/bel-air_malibu_7_640x408.jpg>. Acesso


em: 13 set. 2011.

6.2 CAVITAÇÃO

É o deslocamento violento dos tecidos do corpo humano para longe do local do


impacto, devido à transmissão de energia. Este rápido movimento de fuga dos tecidos a partir da
região do impacto leva a uma lesão por compressão tecidual e também a distância, pela
expansão da cavidade e estiramento dos tecidos.

Este fenômeno gera dois tipos de cavidades ou deformações, são elas:

40
 Cavidade temporária: São formadas no momento do impacto, sendo que os
tecidos retornam a sua posição prévia após o impacto. A cavidade temporária pode
ser encontrada em traumas fechados e em traumas penetrantes, como por
exemplo, ferimento por arma de fogo. Por ser uma cavidade temporária, essa não
está visível quando o socorrista examina a vítima, portanto, avaliar as energias
envolvidas no evento e correlacionar com possíveis lesões são passos
fundamentais na avaliação da biomecânica.

FIGURA 15 – CAVIDADE TEMPORÁRIA

FONTE: Disponível em: <http://0.tqn.com/f/p/440/graphics/images/en/15818.jpg>.

Acesso em: 13 set. 2011.


 Cavidade permanente: São causadas pelo impacto e compressão dos tecidos e
podem ser vistas após o trauma. A diferença básica entre os dois tipos de
cavidades é a elasticidade dos tecidos envolvidos. Quando um motoqueiro bate sua
cabeça contra um obstáculogeram-se múltiplas fraturas de crânio, não permitindo o
retorno dos ossos às suas posições originais, causando um afundamento de crânio.
Isto forma uma cavidade permanente que é facilmente identificável no exame.

41

FIGURA 16 – CAVIDADE PERMANENTE

FONTE: Disponível em: <http://www.chuckhawks.com/energy_transfer_12ga.jpg>.

Acesso em: 13 set. 2011.

6.3 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA

Transferência de energia é a modificação do tipo de energia, como por exemplo, a


fricção (energia mecânica) contra algum objeto gera calor (energia térmica), ou também apenas
a transferência de energia para um corpo diferente, por meio da primeira lei de Newton.

Para avaliarmos melhor a transferência de energia, temos que estudar dois fatores que
influenciam em sua transferência, a densidade e a área de superfície.

42

6.3.1 Densidade

Quanto mais denso o tecido, maior o número de partículas atingidas, portanto,


poderemos encontrar lesões mais extensas.

Quanto menor a densidade do tecido, menor o número de partículas atingidas, mas


isso não representa diretamente lesões menos extensas, mas menos aparentes. Podemos
encontrar tecidos pouco densos, mas com lesões graves, entretanto, com apresentações
diferentes.

6.3.2 Área de superfície

Quando há transferência de energia, tanto para um tecido muito denso quanto para um
tecido pouco denso, a área de superfície de impacto é determinante para o tamanho da lesão,
contudo, não existirá influência direta na gravidade da lesão.

Por exemplo, um ferimento proveniente de uma lâmina em que sua área de contato
com a pele não é muito grande. No entanto, a trajetória da lâmina pode lesionar grandes vasos,
ocasionando ferimentos com risco de morte.
O conhecimento da ocorrência da transferência de energia e de suas variáveis pela
equipe de resgate tem grande importância prática. Isto pode ser confirmado quando se compara
duas equipes que atendem um motorista que se chocou violentamente contra o volante.

A que conhece cinemática do trauma, mesmo não reconhecendo lesões externas,


saberá que ocorreu uma cavitação temporária e uma grande desaceleração suspeitando de
lesões de órgãos intratorácicos. Com isso, a conduta será mais agressiva, minimizando a 43
morbimortalidade dos pacientes.

Já a equipe que não possui estes conhecimentos, não suspeitará de lesões de órgãos
intratorácicos, retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, influenciando diretamente na
sobrevida dos pacientes.
7 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que ameaçam a vida
desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua posição inicial, com exceção dos 44
casos em que haja necessidade de intervir em alguns passos, como por exemplo, na
desobstrução das vias aéreas.

Para avaliar o nível de consciência devemos chamar a vítima ou dando-lhe um


comando vigoroso, em voz alta, tocando-a pelos ombros com cuidado, dizer: "ei, você está
bem?", "o que aconteceu?" ou "abra seus olhos!".

Se a vítima responder, emitindo som, gemido, pronunciando palavras ou obedecendo


ao comando, significa que as vias aéreas estão livres, a respiração e circulação estão presentes.

FIGURA 17 – AVALIANDO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_OFTzR8CWOqI/S_wWr4vQ-


_I/AAAAAAAAAEE/kQDHbwA66kc/s1600/10.jpg>. Acesso em: 13 set. 2011.

Caso não responda, evidenciando a inconsciência, é necessário solicitar AJUDA de um


serviçode atendimento móvel de urgência (SAMU) e um Desfibrilador Externo Automático (DEA).
FIGURA 18 – DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

45

FONTE: Disponível em:


<http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg>.
Acesso em: 13 set. 2011.

O momento do pedido de ajuda dependerá do tipo de ocorrência, quando o socorrista


estiver sozinho. Em caso desubmersão ou afogamento, trauma, overdose de drogas e parada
respiratória, o socorrista deve iniciar os procedimentos de ressuscitação durante dois minutos
antes de solicitar ajuda.

Excetuando-se os casos citados acima, o socorrista deve chamar ajuda


imediatamente. Os números de telefone utilizados são:

 193: Serviço de Resgatedo Corpo de Bombeiros;


 192: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Após a avaliação do nível de consciência, ésempre realizado um processo que segue


uma sequência fixa e padronizada, sendo que o socorrista só pode passar para o passo seguinte
após a completa resolução do passo anterior. Na prática, alguns passos podem ser avaliados
simultaneamente.

A sequência padronizada no exame primário é a seguinte:

 C- Circulação; 46
 A- Vias aéreas com controle da coluna cervical;
 B- Respiração;
 D- Avaliação neurológica;
 E- Exposição da vítima.

7.1 CIRCULAÇÃO

Definimos por circulação artificial a compressão torácica externa, ou seja, a massagem


cardíaca. A reanimação cardiopulmonar deverá ser realizada logo que o socorrista identificar que
a vítima não apresenta pulso, caracterizando assim a parada cardíaca.

Quando realizada a avaliação primária, a abordagem busca sinais, entre estes, a


frequência cardíaca denota a parada cardíaca. Em um adulto, é feita pela constatação da
ausência de pulso na artéria carótida ou, na artéria femoral associada à perda de consciência e a
outros sinais periféricos, como palidez, cianose e pele pegajosa.
FIGURA 19 – VERIFICANDO PULSO NA REGIÃO DO PESCOÇO

47

FONTE: Disponível em:<http://www.coracaosaudavel.com/images/abcressu05.jpg>. Acesso em: 13 set. 2011.

A verificação do pulso não deve ultrapassar mais do que cinco ou dez segundos pela
possibilidade dele ser lento, pela sua irregularidade ou por sua amplitude reduzida.

Se existe pulso, porém a respiração é ausente, após as duas ventilações iniciais, elas
devem ser continuadas na frequência de uma ventilação a cada cinco segundos.

Se caracterizada a parada cardíaca, deve-se imediatamente chamar por auxílio de


"socorro especializado" sem abandono da vítima e prontamente iniciar a compressão torácica
externa.

O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal, apoiado numa superfície rígida
como o solo, uma tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado, interposta entre o
doente e o leito.
FIGURA 20 – LOCAL CORRETO PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA

48

FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm> Acesso em: 13 set. 2011.

 O socorrista posiciona a vítima em decúbito dorsal (deitada de costas);


 Encontre a posição na metade inferior do esterno, entre os mamilos;
 Coloque a palma de uma mão (com os dedos estendidos) sobre esse local;
 Coloque a palma da outra mão (com os dedos estendidos) em cima da primeira.

FIGURA 21– POSIÇÃO DAS MÃOS PARA REALIZAÇÃO DA

MASSAGEM CARDÍACA

FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm>.Acesso em: 13 set. 2011.


 Posicione seu corpo diretamente sobre suas mãos. Os ombros devem ficar
“olhando” para as mãos;
 Inicie as compressões;
 Pelo menos trinta compressões para cada duas ventilações;
 Realize o ciclo de compressões e ventilações por pelo menos cinco ciclos
ininterruptos ou até que o resgate especializado chegue ao local do atendimento.
49

FIGURA 22– MASSAGEM CARDÍACA

FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm>. Acesso em: 13 set. 2011.

Os braços do socorrista devem permanecer em extensão com as articulações dos


cotovelos fixas, transmitindo ao esterno da vítima a pressão exercida pelo peso dos seus ombros
e tronco, reduzindo a fadiga. A pressão aplicada deve ser suficiente para deprimir o esterno em
de cinco centímetros no adulto.

Ao realizar as compressões elas deverão ser rítmicas e regulares, seguindo-se


imediatamente o relaxamento de igual duração, aliviando totalmente a pressão, permitindo ao
tórax retornar a sua posição normal, sem, entretanto, retirar as mãos.

Tal movimento permite o enchimento das câmaras cardíacas para redistribuição do


sangue pelo organismo, atingindo enfim as perspectivas das manobras de RCP.

A sequência destas manobras não deve ser interrompida. A respiração artificial e a


massagem cardíaca externa devem ser associadas, para uma reanimação efetiva.
50
Caso atenda sozinho à vítima, serão trinta compressões para cada duas ventilações.
Em dois socorristas a ideia é a mesma, mas não há a necessidade de parar a massagem para
realizar as ventilações.

Após quatro ou cinco ciclos de compressão e ventilação, que deve durar


aproximadamente um minuto, aconselha-se a reavaliação de presença de pulso e de respiração
espontânea, repetindo-se as reavaliações a cada três minutos.

Durante a parada cardíaca, a massagem cardíaca realizada de modo apropriado pode


produzir uma onda de pressão sistólica próximo a 100 mmHg, entretanto, a pressão diastólica é
ao redor de zero, resultando, assim, uma pressão média de 40mmHg que irá representar a
pressão de perfusão em grandes vasos, ou seja, 1/3 a 1/4 do normal.

Essa situação de fluxo em nível crítico impõe ao socorrista uma eficiência e exige uma
constância nas compressões.

7.2 VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL

A causa mais comum de obstrução de vias aéreas em pacientes inconscientes é o


relaxamento da musculatura da língua, que se projeta para o fundo da garganta ou orofaringe
impedindo a passagem de ar nas vias aéreas superiores e inferiores.

Para restabelecer a permeabilidade das vias aéreas superiores, devemos


simplesmente remover corpos estranhos ou realizar a elevação da mandíbula. A possibilidade de
lesão na coluna cervical deve ser sempre considerada, portanto, movimentos bruscos,
excessivos ou aplicados com uma força desproporcional poderá causar lesões neurológicas
irreversíveis na coluna cervical, como por exemplo, uma tetraplegia.

A cabeça e o pescoço da vítima nunca devem ser hiperestendidos ou mesmo fletidos


para manter ou estabelecer uma via aérea permeável. Para que possamos verificar se esta via
aérea não está obstruída devemos solicitar à vítima que ela fale. Caso a vítima não consiga falar, 51
observamos que esta vítima possui uma alteração do nível de consciência. Caso a vítima
atenda a solicitação, podemos considerar que esta via aérea está livre, com a ventilação e
perfusão cerebral mantidas, devido à passagem de ar por esta via aérea.

Se a vítima apresentar rouquidão ou falta de voz significa que deve haver um


comprometimento das vias aéreas superiores, ou seja, uma obstrução.Avaliar e controlar as vias
aéreas são condutas rápidas e simples, não necessitando inicialmente de nenhum equipamento,
portanto estas técnicas manuais de desobstrução e controle ou estabilização da coluna cervical
não devem ser retardadas a espera do socorro especializado.

A obstrução das vias aéreas pode ser causada por:

 Objetos sólidos;
 Queda da língua;
 Líquidos.

Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias aéreas são:

 Tosse;
 Respiração ruidosa;
 Movimentos respiratórios alterados;
 Cianose (extremidades roxas).

Para realizarmos o controle das vias aéreas podemos realizar as seguintes técnicas:
 Manobra tríplice ou elevação da mandíbula.

FIGURA 23– ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA

52

FONTE: Disponível em:<http://www.sbp.com.br/img/cursos/curso_suporte/fig02-05.gif>.

Acesso em: Acesso em: 13 set. 2011.

 Manobra de tração da mandíbula.


FIGURA 24 – TRAÇÃO DA MANDÍBULA

53

FONTE: Disponível em:<http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-mandibula-jaw.html


>. Acesso em: Acesso em: 13 set. 2011.

 Inserção de uma cânula orofaríngea.

FIGURA 25 – INSERÇÃO DA CÂNULA DE GUEDEL

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_P-


MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula+guedel.JPG>. Acesso em: 13 set. 2011.
Uma vez realizado o controle ou a estabilização da coluna cervical, não podemos em
hipótese alguma liberá-la, até que esta seja imobilizada definitivamente com o colar cervical ou
com outro dispositivo que evite o movimento tanto lateral, como de flexão da cabeça.

54
7.3 DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS

O reconhecimento rápido da obstrução das vias aéreas determinará se esta vítima será
socorrida rapidamente ou se ela evoluirá para o óbito. A obstrução poderá ser parcial, quando
não há a completa interrupção do fluxo de ar, ou total, quando há uma completa interrupção do
fluxo de ar das vias aéreas superiores para as vias aéreas inferiores, estabelecendo assim, as
trocas gasosas.

A troca ineficiente de ar é indicada pela presença de:

 Tosse ineficaz e fraca;


 Ruídos respiratórios gementes ou estridentes;
 Dificuldade respiratória;
 Cianose.

Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de objeto
que está causando a obstrução. Caso a vítima apresente uma obstrução das vias aéreas por
sólidos, devemos realizar:

 Remoção manual do objeto;


 Compressões torácicas.

Caso ocorra a obstrução por líquidos, devemos realizar:


 Aspiração das vias aéreas;
 Rolamento 90º para que o líquido seja retirado pela boca evitando assim sua
aspiração para os pulmões.

7.4 MANOBRA DE HEIMLICH 55

A manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução das vias


aéreas superiores por um corpo estranho. Esta manobra foi descrita pela primeira vez pelo
médico Henry Heimlich, em 1974, que induz uma tosse artificial, que vai expelir o objeto da
traqueia da vítima.

Uma pessoa sozinha consegue realizar a técnica correta e desobstruir a via aérea,
posicionando suas mãos na região abdominal e exercendo uma pressão sobre o final do
diafragma, comprimindo indiretamente a base dos pulmões e expelindo o objeto causador da
obstrução.

As compressões abdominais devem ser realizadas da seguinte forma:

Vítima em pé:

 Ficar atrás da vítima;


FIGURA 26 – MANOBRA DE HEIMLICH

56

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 13 set. 2011.

 Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima, servindo de base caso
ela desmaie;
 Colocar o braço em volta da cintura da mesma;

FIGURA 27– POSIÇÃO DAS MÃOS

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 13 set. 2011.


 Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdômen da vítima entre a
cicatriz umbilical e o apêndice xifoide;

FIGURA 28– POSIÇÃO DAS MÃOS

57

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 13 set. 2011.

 Com a outra mão envolver a mão fechada e pressionar o abdômen da vítima;

FIGURA 29– POSIÇÃO DAS MÃOS

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 13 set. 2011.


 Puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para cima e para
dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do pulmão,
expulsando o ar e movimentando o objeto causador da obstrução;
 Realizar cinco vezes a manobra com uma compressão firme e vigorosa, suficiente
para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas;
 Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e deve-se
iniciar a reanimação cardiorrespiratória. 58

Se a vítima estiver deitada ou inconsciente:

 A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas no chão;
 Ajoelhar-se por cima da coxa da vítima ou posicionar-se lateralmente a ela;
 Colocar a segunda mão diretamente sobre a primeira e realizar a compressão
abdominal;

FIGURA 30 – COMPRESSÃO ABDOMINAL

FONTE: Disponível em: <http://csaudeesp.blogspot.com/>. Acesso em: 13 set. 2011.


 Observar se o objeto foi expulso.

Em vítimas obesas ou grávidas devemos realizar os seguintes procedimentos:

 Posicionar-se atrás do paciente; 59


 Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima;
 Posicionar as mãos acima do apêndice xifoide;
 Realizar as compressões abdominais;
 Verificar se o objeto foi expulso.

A desobstrução de vias aéreas em crianças menores que um ano deve ser realizada
da seguinte forma:

 Deitar a criança de bruços sobre o braço;


 Apoiá-la na palma da mão, de cabeça para baixo;
 Bater nas costas com as mãos em concha;
 Verificar se o objeto foi expulso.

7.5 RESPIRAÇÃO

Anteriormente havia uma recomendação para que os movimentos respiratórios fossem


avaliados pelo procedimento ver, ouvir e sentir, porém não há mais esta necessidade.

O socorrista deve priorizar a qualidade da massagem cardíaca, ou seja, realizar o ciclo


com trinta compressões e abrir a via aérea e aplicar duas ventilações.
A respiração boca a boca só deve ser realizada nas seguintes situações:

 Em situações de afogamento;
 Traumatismos;
 Em crianças e bebês.
60

Existem estudos comprovando que a massagem cardíaca realizada corretamente e


ritmada é suficiente para manter a vítima viva até a chegada de socorro profissional sem a
utilização da respiração boca a boca.

No caso de crianças e bebês, afogamento ou traumatismos, a massagem cardíaca se


faz em sintonia com a respiração bocaaboca, porém em situações de parada cardíaca em
adultos apenas a massagem cardíaca deve ser feita, até que os socorristas cheguem para levar
a vítima ao hospital.

7.6 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA

Na avaliação neurológica, o socorrista deve avaliar o estado de consciência da vítima.


Pode-se usar a sequência AVDS, como descrito a seguir:

 A: Alerta;
 V: Responde a estímulos verbais;
 D: Responde a estímulos dolorosos;
 S: Sem resposta.

Se a vítima estiver consciente, pergunte nome, telefone paracontato e endereço. Faça


também perguntas que você possaavaliar se ela está respondendo com coerência.

Por exemplo: Que dia é hoje? É dia ou é noite? Converse com ela, procure acalmá-la e
pergunte onde sentedores e em caso de suspeita de fratura da coluna, pergunte seestá sentindo
os braços e as pernas.

Se ela não se comunicar, veja se reage ao estímulo verbal e se não houver resposta,
veja se a vítima reage ao um estímulo tátil oudoloroso.Caso esteja inconsciente, abra os olhos 61

dela e verifique aspupilas.O estado das pupilas pode significar:

 Normais: normalmente não há lesões neurológicas aparentes e oxigenação está


presente.
 Pupilas diferentes: uma normal e a outra dilatada significa presença de lesão
neurológica. O socorrista deve intensificar a avaliação, pois pode haver parada
cardiorrespiratória.
 Se as duas pupilas estiverem dilatadas: significa parada cardiorrespiratória há
mais de um minuto. Também pode haver lesão neurológica.

Nesse caso, o socorrista deve iniciar imediatamente as manobras de ressuscitação.


Sempre que a vítima estiver inconsciente, deve-se desconfiarde fratura da coluna vertebral ou de
parada cardiorrespiratória. Nesse caso, movimente a vítima o mínimo possível,
protegendosempre a coluna

A escala de coma de Glasgow deve ser usada. Lembrando que esta é uma escala
neurológica que constitui um método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de
uma pessoa para avaliação inicial e contínua após um traumatismo craniano.

Seu valor também é utilizado no prognóstico do paciente e é de grande utilidade na


previsão de eventuais sequelas. Segue abaixo a escala completa:
TABELA 5 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW

VARIÁVEIS ESCORE
Abertura ocular Espontânea 4
À voz 3
À dor 2
Nenhuma 1 62
Resposta verbal Orientada 5
Confusa 4
Palavras inapropriadas
Palavras 3
incompreensivas
Nenhuma 2
1
Resposta motora Obedece aos comandos
Localiza dor 6
Movimento de retirada 5
Flexão anormal
Extensão anormal 4
Nenhuma 3
2
1

O escore máximo permitido pela escala é quinze pontos e o mínimo de três pontos. Se
o paciente apresentar uma pontuação de oito pontos ou menos, a intubação orotraqueal está
indicada.

Pontuação total: de 3 a 15

3 = Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo);


4 = Coma profundo;

7 = Coma intermediário;

11 = Coma superficial;

15 = Normalidade.

63

Classificação do trauma cranioencefálico:

3-8 = Grave (necessidade de intubação imediata);

9-12 = Moderado;

13-15 = Leve.

7.7 EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA

Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja realizado, é
preconizado que dentre o C-A-B-D-E dos primeiros socorros, o “E” refere-se à exposição da
vítima.

Quando estabilizadas respiração e circulação, iniciamos a exposição da vítima para


verificar se existem outros ferimentos, complicações e situações a serem resolvidas.

Lembre-se que tal procedimento deverá ser realizado com cautela e precaução a fim
de evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento realizado, principalmente se em
pós-trauma, deverá atender normas de manipulação assegurando a assistência prestada.

A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira assistência
salvar a vida da vítima.

Em primeiros socorros, chamamos de “a hora de ouro” a primeira hora de atendimento,


portanto, se o socorrista fizer o seu melhor, a probabilidade desta vítima ter sua vida prolongada
é grande.

64

7.8 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

7.8.1 Vítima com capacete

A retirada do capacete deve ser realizada por dois socorristas treinados. O primeiro
passo é posicionar a vítima em decúbito dorsal, ou seja, posição supina, por meio do rolamento
em bloco.

Um socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, abre a viseira e segura cada


lado do capacete com os dedos estabilizando a mandíbula. O outro socorrista mantém a
estabilização da coluna cervical, colocando os dedos polegar no ângulo da mandíbula de um dos
lados e o indicador e médio no outro lado. A outra mão mantém a imobilização do pescoço,
apoiando a região cervical.

A seguir, o socorrista que segura o capacete pelas laterais, força a sua abertura
liberando as orelhas e traciona-o delicadamente, enquanto o outro socorrista mantém a
estabilização do pescoço para evitar a inclinação da cabeça.

Após a retirada do capacete, os socorristas devem manter a imobilização da coluna


cervical manualmente até obter dispositivo que o faça.
FIGURA 31– RETIRANDO O CAPACETE DE FORMA CORRETA

65

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-


u1Xw93nGPj8/TdfrQRgx9oI/AAAAAAAAAJU/CMpOSNXQQxk/s400/capacete5.gif.

Acesso em: 13 set. 2011.

7.8.2 Vítima presa em ferragem

Em caso de acidente automobilístico com vítima presa entre as ferragens, não


movimente o acidentado, pois isso poderá agravar seu estado. Sinalize o local para evitar novos
acidentes e solicite ajuda imediatamente a um serviço móvel de urgência.
FIGURA 32– VÍTIMA PRESA NAS FERRAGENS

66

FONTE: Disponível em: < http://2.bp.blogspot.com/_XNH-


UIyc1zU/TEFVDmH8q0I/AAAAAAAACoU/oaQspTh_7ng/s1600/moto_ferragens.jpg. Acesso em: 13 set. 2011.
8 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

É o exame realizado após o exame primário, ou seja, após o C-A-B-D-E e tem por
finalidade examinar todo o corpo por meio da palpação e inspeção. Esta avaliação é composta 67
pela avaliação objetiva, ou seja, o exame físico da cabeça aos pés, controle dos sinais vitais e
avaliação subjetiva caracterizada pela entrevista. É realizada somente após o término da
avaliação primária ou das manobras de ressuscitação cardiopulmonar, quando instituídas e
obtido sucesso.

Tem por objetivo a detecção de lesões que embora graves não impliquem risco
iminente de morte. Ao iniciá-la em vítimas com história de trauma, é necessária a manutenção
da estabilização da coluna cervical por meio manual ou com dispositivos durante todo o
procedimento.

Para iniciar essa avaliação, o socorrista deverá expor a vítima somente o necessário,
respeitando sua intimidade e protegendo-a contra os efeitos da hipotermia.

As informações levantadas no exame da cabeça aos pés, associadas ao mecanismo


do trauma auxiliam o socorrista na detecção ou suspeita de situações graves como, por
exemplo, uma hemorragia interna. Deve-se olhar para a vítima, buscando sinais ou lesões
aparentes.

A vítima poderá assumir uma posição que demonstre que ela está com dor, segurando
ou apontando para determinado membro ou região do corpo ou ainda permanecendo sentada
com o objetivo de melhorar a respiração.

A entrevista é feita simultaneamente, levantando informações obtidas junto ao próprio


paciente ou às testemunhas que se encontram no local. Com essas informações podem-se obter
detalhes da história ou do mecanismo de trauma, queixas e sintomas que o paciente relata.

Em vítimas conscientes, o socorrista deve identificar-se explicando os procedimentos


que irá realizar com a vítima. Após esse primeiro contato, o socorrista deve perguntar o nome da
vítima, tratando-a sempre pelo seu nome. Segue a avaliação perguntando idade, endereço, data
e com isso avaliando se as respostas estão corretas, demonstrando que a vítima apresenta um
nível de consciência e oxigenação cerebral adequada.

Entretanto, a vítima poderá estar confusa sendo necessária uma abordagem mais
detalhada indicando ao socorrista possíveis lesões e situações graves. A entrevista com a vítima 68
deve ser rápida e direcionada, devendo-se questionar a vítima quanto à:

 Presença de dor;
 Sensação de formigamento;
 Calor ou perda da sensibilidade em alguma parte do corpo;
 Doença;
 Uso de medicamentos;
 Alergias a remédios ou a algum tipo de alimento;
 Quando foi a última refeição;
 Uso de substâncias como álcool ou drogas ilícitas.

Todas estas informações são importantes para a agilidade no tratamento da vítima e


para que o socorrista possa priorizar suas atitudes. Na vítima de acidente, além dos
questionamentos anteriores é de grande importância a determinação do mecanismo de trauma,
tentando estabelecer a intensidade de impacto sofrido.

Algumas situações devem ser avaliadas rapidamente, determinando as possíveis


lesões, são eles:

 Capotamento;
 Ejeção da vítima do veículo;
 Uso de cinto de segurança;
 Uso de capacete;
 Posição no veículo;
 Deformidade do veículo.
Estas informações a respeito do evento são importantes na condução do atendimento,
partindo sempre da queixa principal, direcionando a entrevista e a assistência que deverão ser
feitas simultaneamente, durante a avaliação da vítima.

Na inspeção devem ser pesquisados:

69

 A cor da pele;
 Simetria;
 Alinhamento;
 Deformidade;
 Sangramento.

Na palpação deverá ser pesquisado:

 Deformidade;
 Rigidez;
 Flacidez.

O exame secundário deve ser realizado obedecendo à seguinte sequência:

 Cabeça;
 Pescoço;
 Olhos;
 Orelhas e nariz;
 Boca;
 Tórax;
 Abdômen;
 Cintura pélvica;
 Membros inferiores;
 Membros superiores;
 Dorso.

8.1 CABEÇA 70

Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos procurando
por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas, contraídas ou desiguais.

Normalmente apresentam o mesmo diâmetro, ou seja, devem estar do mesmo


tamanho.

FIGURA 33 – EXAME DO CRÂNIO

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_YQ-


op14RPUo/TTQz1T0XW2I/AAAAAAAAB_c/sYtxHs2Tg9s/s1600/9-A.JPG>. Acesso em: 13 set. 2011.
8.2 PESCOÇO

A coluna cervical deve ser mantida imobilizada manualmente ou por utilização de colar
cervical durante todo o exame. Realizar a palpação na coluna cervical verificando o seu 71
alinhamento. Verificar na região anterior se há desvio de traqueia, lesões ou sangramentos.

8.3 OLHOS

Verifica-se a presença de cortes, queimadura de pálpebras e cílios ou objeto


encravado. Atentará coloração ao redor dos olhos, como presença de hematoma, pois indica
possível trauma craniano.

Nesse momento, as pupilas são avaliadas quanto ao tamanho, simetria e reação à luz.
Normalmente, são do mesmo tamanho e reagem com contração na presença de luz.

Quando se apresentam do mesmo tamanho, são denominadas isocóricas. Quando são


desiguais são chamadas de anisocóricas, situação que pode ocorrer no traumatismo craniano
encefálico ou no acidente vascular cerebral.

As pupilas poderão estar contraídas ou dilatadas por ação de drogas, iluminação ou


ausência de oxigenação cerebral. São denominadas mióticas quando estão contraídas e
midriáticas quando estão dilatadas.

8.4 ORELHA E NARIZ


Inspecionar quanto à saída de sangue ou líquido cefalorraquidiano por essas
estruturas. Se positivo, indica possível fratura de ossos do crânio. Verifica-se ainda a simetria,
presença de lesões e edema.

O líquido cefalorraquidiano é um líquido transparente que circula entre as meninges


aracnoide e pia-máter, e sua principal função é proteger o cérebro, agindo como amortecedor de
choques mecânicos aplicados principalmente na cabeça. 72

8.5 BOCA

Promove-se a abertura da boca, a fim de identificar e remover corpos estranhos que


poderão obstruir as vias aéreas como sangue, secreções, próteses dentárias, dentes soltos ou
restos alimentares. Os lábios, gengivas e língua devem ser observados quanto à coloração e
presença de edema e ferimentos.

8.6 TÓRAX

Com a mão espalmada e com os dedos entrelaçados, realizar a palpação a procura de


lesões nos arcos costais, procurar ferimentos e reação à dor. Deve-se inspecioná-lo em busca
de edema, assimetria, ferimentos, deformidades, retrações, objetos encravados ou fraturas.

Observar, também, se a expansão do tórax durante a respiração ocorre da mesma


forma em ambos os lados, palpar as clavículas e costelas buscando deformidades, crepitações
ósseas, áreas dolorosas ou mesmo ferimentos com fraturas expostas e enfisema subcutâneo.

8.7 ABDÔMEN

73

Realizar a palpação com a espalmada e com os dedos entrelaçados, buscando áreas


de sensibilidade, flacidez e rigidez. Devem ser examinados os quatro quadrantes do abdômen
em busca de hematomas, equimoses, abrasões, ferimentos abertos ou objetos encravados.

Procura-se distensão, rigidez ou dor à palpação superficial, delimitando qual o


quadrante abdominal acometido. Este dado é importante, pois auxilia o socorrista a suspeitar de
hemorragia interna, caso a vítima esteja apresentando sinais de choque hemorrágico,
associando os achados do exame físico aos sinais vitais apresentados com o mecanismo do
trauma.

Os quadrantes nos quais pode ser dividido o abdômen são:

 QSD: Quadrante superior direito;


 QSE: Quadrante superior esquerdo;
 QID: Quadrante inferior direito;
 QIE: Quadrante inferior esquerdo.

O quadrante superior direito contém órgãos como o fígado, a vesícula biliar, parte do
intestino grosso e o rim direito. No quadrante superior esquerdo há o estômago, o baço, o
pâncreas, parte do intestino grosso e o rim esquerdo.

O ovário direito e parte do útero em mulheres, o apêndice vermiforme, parte do


intestino grosso, o ureter direito e a bexiga urinária estão contidos no quadrante inferior direito.
No quadrante inferior esquerdo estão localizados parte do intestino grosso, o ovário esquerdo e
parte do útero e da bexiga urinária.

Deve-se observar se a vítima assume posição que demonstre que ela esteja com dor,
sendo assim, o socorrista poderá aliviar a dor abdominal, orientando a vítima a flexionar os
joelhos e quadril, mantendo-a aquecida.

Vítimas com história de trauma deverão permanecer em posição supina sem flexionar 74

as pernas, mantendo o alinhamento de toda coluna vertebral e a imobilidade da coluna cervical.

8.8 DORSO

Realizar manobras de rolamento para examinar as costas. Observar o alinhamento da


coluna cervical se há deformidades ou ferimentos. Palpar a coluna em busca de edema,
hematoma ou crepitação.

Após realizar o exame secundário, realize todos os curativos, imobilizações e outros


procedimentos, antes de remover a vítima. Durante todo o exame mantenha-se atento aos
passos do exame primário.

O socorrista deve palpar com delicadeza a coluna vertebral por intermédio da curvatura
natural da cintura até onde a mão alcançar sem movimentar a vítima. Pesquisar regiões
dolorosas, com edema, afundamentos ou deformidades ósseas, hematomas e ferimentos. É
difícil determinar fraturas da coluna vertebral, pois muitas vezes os sintomas se confundem, e a
queixa de dor da vítima é em outra região.
8.9 PELVE

Busca-se por alterações que, com frequência, estão relacionadas com fraturas da
pelve como hematomas, deformidade articular no quadril, sangramento pelo ânus, vagina ou 75
uretra.

O exame é feito palpando-se levemente as cristas ilíacas, enquanto se investiga a


ocorrência de crepitação óssea, dor ao procedimento ou instabilidade da cintura pélvica.

A crista ilíaca faz parte do osso do quadril denominado ílio e é a extremidade superior
expandida e pode ser palpada em toda sua extensão, bilateralmente. A ocorrência de
incontinência urinária ou fecal e priapismo, em homens, são sinais sugestivosde lesão na medula
espinhal, decorrente de fratura ou deslocamento da coluna vertebral. O priapismo é
caracterizado por ereção peniana prolongada, sem estimulação sexual, frequentemente,
causada por lesão medular.

8.10 MEMBROS INFERIORES

Inspecionar e palpar a coxa até os pés, observando o alinhamento, deformidade e


rigidez, buscando lesões e ferimentos. Devem ser pesquisados também:

 Hematomas;
 Sangramentos;
 Deformidades;
 Espículas ósseas.
Palpar toda a extensão do membro, buscando deformidades como:

 Angulações;

 Encurtamentos;
 Edema; 76

 Espasmo muscular;
 Crepitação óssea;
 Aumento de volume,
 Abrasões;
 Palidez;
 Cianose nas extremidades.

A cianose é caracterizada por um tom azulado da pele ou mucosas, manifestada por


tecido com baixa oxigenação, em razão da diminuição de irrigação sanguínea ou da oxigenação.
O socorrista deve avaliar a circulação distal à lesão, verificando a temperatura, cor da pele,
enchimento capilar, e pulso da extremidade lesada.

Para verificar o enchimento capilar deve-se comprimir e soltar rapidamente o leito das
unhas e polpas digitais. Quando há circulação normal, o retorno sanguíneo é de um e meio a
dois segundos, se estiver retardado, ou seja, maior que dois segundos, indicando que a
circulação está lenta.

Se a circulação estiver ausente, esses locais permanecem descorados após a


compressão. A avaliação da artéria tibial posterior é importante nos casos em que pode haver
fratura nos membros inferiores.

Esta artéria é o maior ramo terminal da artéria poplítea e sua porção inferior pode ser
palpada posteriormente ao maléolo medial, exercendo leve pressão contra a proeminência óssea
da extremidade inferomedial da tíbia.

Testar movimentos e sensibilidade solicitando à vítima que faça movimentos com os


dedos dos pés, e que empurre a mão do socorrista com o pé, aplicando um estímulo na região
plantar de um dos pés e solicitando que a vítima identifique qual pé foi estimulado, alternando-
os.

FIGURA 34 – PALPAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

77

FONTE: Disponível em:


<http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400/palpa%C3%A7%C3%
A3o+tibial.JPG>. Acesso em: 13 set. 2011.

8.11 MEMBROS SUPERIORES

Inspecionar e palpar dos ombros até as mãos, observando o alinhamento, deformidade


e rigidez. Buscar lesões e ferimentos. Inicia-se inspecionando e palpando a partir dos ombros até
os dedos das mãos, pesquisando:

 Presença de abrasões;
 Hematomas;
 Ferimentos;
 Espículas ósseas;
 Aumento de volume;
 Deformidades;
 Palidez;
 Cianose de extremidades. 78

O socorrista deve avaliar a circulação, investigando os seguintes eventos:

 Temperatura;
 Cor da pele;
 Enchimento capilar;
 Presença de pulso radial bilateralmente, atentando-se à simetria e amplitude do
pulso.

Devemos avaliar também os movimentos e sensibilidade, solicitando à vítima que faça


movimentos com as mãos e os dedos ou que lhe aperte a mão. A sensibilidade é testada
solicitando que a vítima identifique a região que está sendo estimulada.

Relembrando que na avaliação primária o socorrista deve avaliar e corrigir as situações


que coloquem em risco imediato a vida da vítima, ou seja, situações que afetam diretamente as
funções vitais das vítimas.

Já na avaliação secundária o socorrista deve avaliar e corrigir situações que não


colocam a vítima em perigo imediato de vida, mas que podem agravar o estado da vítima se não
forem corrigidas.
9 RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL

O termo Reanimação Cardiorrespiratória e Cerebral (RCRC) vem sendo inserido na


prática profissional, em substituição ao termo Reanimação Cardiopulmonar (RCP). 79
A ressuscitação cardiorrespiratória e cerebral é um conjunto de medidas utilizadas no
atendimento a vítima de parada cardiorrespiratória. O atendimento correto exige, na maioria dos
casos, o emprego de técnicas adequadas para o suporte das funções respiratórias e
circulatórias.
É uma técnica desenvolvida em casos de urgência e emergência e qualquer
interrupção ou suspensão da respiração espontânea constitui uma ameaça à vida da vítima.
A aplicação imediata das medidas de ressuscitação cardiorrespiratória e cerebral é
uma das atividades que exige conhecimento, treinamento e sua execução deve ser feita com
técnica, seriedade e disposição.
A probabilidade de execução da ressuscitação cardiorrespiratória e cerebral é bem
pequena, exceto quando trabalhamos em hospitais, serviços de resgate e clínicas, porém o
socorrista ou qualquer profissional de saúde deve estar pronto e treinado para atender uma
vítima, pois isso fará a diferença entre a vida e a morte do paciente.
A parada cardíaca é definida como a interrupção repentina da função de bombeamento
cardíaco, que pode ser constatada pela falta de batimentos cardíacos da vítima e quando houver
dilatação das pupilas, e que, se não revertida, poderá levar a vítima à morte. Já a parada
respiratória é a interrupção total da respiração, devido à falta de oxigênio e excesso de gás
carbônico no sangue.
Independente da forma que ocorreu e de onde a parada cardíaca ocorreu, os objetivos
da equipe de ressuscitação consistem em restaurar espontaneamente a circulação e respiração,
preservando as funções vitais durante todo o processo de ressuscitação.
A doença cardíaca ainda é a causa mais frequente de morte nos países
industrializados seguido das emergências traumáticas caracterizada em muitas cidades pelos
acidentes automobilísticos.
Por estes motivos, os conceitos de reanimação cardiorrespiratória e cerebral tendem a
concentrar-se na isquemia miocárdica como causa primária de parada cardiorrespiratória.
A reanimação cardiorrespiratória e cerebral é uma terapia sintomática, que auxilia a
manutenção da função do nosso organismo até o restabelecimento da função cardíaca normal.
A causa básica da parada cardiorrespiratória deve ser identificada e tratada
rapidamente, sem que isso interrompa ou retarde ainda mais o início das manobras de
reanimação.
As principais causas de parada cardiorrespiratória são:

80
 Infarto agudo do miocárdio;
 Traumas;
 Arritmias cardíacas;
 Drogas;
 Hipotermia;
 Hipóxia;
 Afogamento;
 Distúrbios metabólicos.

Nas causas primárias, a parada cardíaca ocorre devido a uma disfunção do próprio
coração, que pode causar uma arritmia cardíaca, sendo a mais comum a fibrilação ventricular,
resultando em uma isquemia miocárdica.

As arritmias cardíacas e a isquemia miocárdica são as principais causas primárias


relacionadas com a parada cardíaca em adultos que não sofreram traumatismos.

Já nas causas secundárias, o problema do coração é causado por uma disfunção


respiratória ou por uma causa externa. São as principais causas de parada cardiorrespiratória
em vítimas de traumatismos.

Podemos considerar a oxigenação deficiente devido à obstrução de vias aéreas ou


doenças pulmonares como câncer de pulmão, transporte inadequado de oxigênio consequente
de hemorragia grave, estado de choque, intoxicação por monóxido de carbono ou ainda devido à
ação de fatores externos sobre o coração, como por exemplo, drogas e descargas elétricas.
O atendimento de uma parada cardiorrespiratória deve ser realizado por manobras de
ressuscitação com o objetivo de recuperar e manter, artificialmente, as funções circulatórias e
respiratórias.

Para que a equipe de socorristas tenha êxito em seu atendimento, fatores como
condição clínica do paciente antes da parada cardiorrespiratória, as causas, a qualidade nas
manobras aplicadas, o tempo decorrido entre a parada cardiorrespiratória e a realização das 81
manobras de reanimação, são determinantes para que esta condição seja revertida.

A probabilidade de sobrevida de uma vítima de parada cardiorrespiratória diminui


drasticamente a cada minuto perdido durante a ressuscitação cardiorrespiratória e cerebral.

A parada cardiorrespiratória constitui emergência médica extrema, pois interrompe o


aporte de oxigênio ao organismo, causando uma anóxia tecidual, exigindo que as manobras de
ressuscitação sejam realizadas. As repercussões da anóxia são diferentes nos vários tecidos e
exercem seu efeito nocivo mais rapidamente no músculo cardíaco e tecido cerebral.

Qualquer que seja a causa originária da parada cardiorrespiratória, o paciente perde a


consciência em dez segundos. Nos próximos dois a quatro minutos, ocorre a depleção da
adenosina trifosfato no cérebro. Este tempo representa, portanto, o limite entre a vida e a morte
do paciente ou a instalação de graves sequelas neurológicas se o paciente se recuperar.

FIGURA 35 – REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL

FONTE: Disponível em: <http://www.resgatetatico.com.br/imagens/imagens%20geral1/First_Responder.jpg>.


Acesso em: 13 set. 2011.
9.1 RECONHECENDO A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

A identificação da parada cardiorrespiratória e o atendimento inicial devem ser


iniciados dentro de no máximo quatro minutos a partir da intercorrência, pois as funções vitais do
82
sistema nervoso ainda estão preservadas, mas a partir deste período as possibilidades de
recuperação tornam-se inviáveis.

A eficácia da reanimação em caso de parada cardíaca depende do tempo em que o


atendimento for iniciado, pois ainda grande parte do organismo permanece biologicamente vivo,
durante algum tempo.

Se a parada cardiorrespiratória for precedida de déficit de oxigenação, este tempo é


ainda menor. A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação dos órgãos e com
isso em alguns minutos as células mais sensíveis começam a morrer.

Os órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio são o cérebro e o coração. A lesão


cerebral irreversível ocorre geralmente entre quatro e seis minutos, ou seja, o paciente estará em
morte cerebral. As vítimas submetidas à hipotermia podem suportar períodos mais longos sem
oxigênio, pois o consumo de oxigênio pelo cérebro é menor.

No atendimento de primeiros socorros, o socorrista deve observar sinais como


imobilidade e palidez. Esses sinais identificarão efetivamente uma parada cardiorrespiratória,
para que as manobras de reanimação possam ser iniciadas.

Ao iniciar o atendimento, o socorrista deve verificar o nível de consciência, tentando


observar as respostas do acidentado aos estímulos verbais. Contudo, se o acidentado não
responder, o socorrista deve comunicar imediatamente ao atendimento especializado e iniciar as
manobras de reanimação.

É importante que o socorrista observe os seguintes eventos na determinação da


parada cardiorrespiratória:

 Ausência de pulso numa grande artéria;


 Apneia ou dificuldade respiratória;
 Espasmo laríngeo;
 Cianose de extremidades e das mucosas;
 Inconsciência;
 Dilatação pupilar.

A partir desse momento, o suporte básico de vida deve ser iniciado com o objetivo de
restabelecer as funções vitais da vítima até a chegada do suporte avançado de vida. 83
10 SUPORTE BÁSICO DE VIDA

O suporte básico de vida (SBV) é o conjunto de medidas e procedimentos técnicos que


objetivam o suporte de vida à vítima, até a chegada do serviço médico especializado, que 84
realizará o transporte dessa vítima até o hospital, traçando um padrão para atendimento com a
finalidade de prevenir agravamentos e evitar o surgimento de outras lesões.

Podemos ainda defini-lo como manobras de socorro às vítimas em situação de risco de


morte, com o objetivo de manter a via aérea livre e suporte ventilatório e circulatório sem
equipamentos ou com o mínimo de recursos possíveis. Envolve também o acesso precoce ao
serviço de emergência médico de urgência especializado, ao atendimento avançado e à
desfibrilação elétrica.

Todas essas manobras podem ser desenvolvidas por profissionais da saúde ou leigos,
treinados ou não, no ambiente hospitalar ou pré-hospitalar, e estão estreitamente relacionadas
com a sobrevida dessa vítima.

Para um único socorrista o suporte básico de vida obedece a uma sequência, mas
para uma equipe completa, as manobras são concomitantes.

Devido à importância destas medidas, a cada cinco anos, são publicadas diretrizes
mundiais de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) baseadas em estudos científicos e de
reconhecida evidência e relevância para as boas práticas do SBV.

No ano de 2010, no mês de outubro, foram publicadas as novas resoluções para


atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR), que é uma condição súbita e inesperada de
deficiência da oxigenação corporal.

A principal ênfase das novas diretrizes está no diagnóstico rápido e adequado da


situação, ou seja, o reconhecimento da inconsciência e da qualidade da respiração.
É importante ressaltar que a respiração agônica ou gasping pode ser observada com
grande frequência nos minutos iniciais da parada cardiorrespiratória e nesses casos a vítima
apresenta um ritmo e a expansão respiratória inadequados.

O serviço médico especializado deve ser comunicado urgentemente, enquanto se


avalia a vítima buscando a identificação da parada cardiorrespiratória. Relembrando que em
adultos as principais causas de parada cardiorrespiratória são cardíacas. 85

Nas paradas cardíacas primárias, o fluxo arterial fica estagnado e a saturação de


oxigênio começa a se reduzir, portanto a ressuscitação cardiopulmonar e cerebral iniciada
precocemente mantém o fluxo de oxigênio adequado para os órgãos vitais.

Portanto, o diagnóstico deve ser rápido e, em caso de dúvida no reconhecimento da


respiração, devem-se iniciar rapidamente as manobras de reanimação.

Com a finalidade de tornar o início das manobras de reanimação mais veloz, a


pulsação em grandes artérias deve ser procurada apenas por profissionais da saúde e não deve
demorar mais que dez segundos.

As compressões torácicas externas devem ser iniciadas imediatamente, ou seja, nas


novas diretrizes da American Heart Association (AHA), a sequência do suporte básico de vida foi
invertida do A – B - C para C – A– B.

A compressão torácica de alta qualidade deve ser realizada no meio do tórax da vítima
em decúbito dorsal horizontal sobre superfície rígida e plana. Deve-se comprimir o tórax cerca de
cinco centímetros, com a região hipotenar da mão dominante, permitindo o retorno do mesmo
entre as compressões e evitar as interrupções.

A outra mão do socorrista deve estar posicionada sobre a primeira com os dedos
entrelaçados ou estendidos, de maneira a evitar a aplicação de força sobre as costelas. A
frequência das compressões deve ser de cem vezes por minuto, no mínimo, mas não deve
ultrapassar 120 compressões por minuto.

Se o socorrista não for treinado ou houver situação que impossibilite a realização da


ventilação artificial, deve ser realizada a compressão torácica sem interrupções até a chegada do
socorro especializado, fadiga do socorrista ou retorno da consciência da vítima.
Caso seja realizada a ventilação artificial, esta deve ser feita na proporção de trinta
compressões para duas ventilações, de forma assincrônica à compressão e gerando elevação
visível do tórax.

É importante lembrar que antes de iniciar o atendimento, deve-se verificar se o


ambiente não oferece risco ao socorrista e/ou à vítima. O uso de equipamento de proteção
individual (EPI) também é importante, pois a emergência não justifica a sua não utilização. 86

Na possibilidade de ocorrência de desfibrilação elétrica, esta deve ser feita


precocemente, até o terceiro minuto de fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sem
pulso (TVSP).

Após o choque, a CTE deve ser reiniciada o mais breve possível. Assistolia e atividade
elétrica sem pulso (AESP) não são ritmos chocáveis, mas devem receber RCP. Após a
desfibrilação e a retomada do ritmo cardíaco normal, deve-se manter a compressão torácica até
que a contração mecânica do coração seja útil e eficiente.

As manobras do suporte básico de vida são fundamentais para sistematizar a ação


durante um atendimento de emergência, facilitando o raciocínio e a tomada de decisão.
11 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA

O suporte avançado de vida são manobras médicas invasivas, como por exemplo,
procedimentos cirúrgicos, administração de medicamentos, punção venosa, dentre outros 87
realizados na vítima com o objetivo de estabilizar clinicamente este paciente. Pode ser realizada
tanto no atendimento pré-hospitalar quanto no atendimento hospitalar.

O suporte avançado de vida consiste na ressuscitação com uso de equipamentos


adicionais ao usado no suporte básico de vida. Para aplicação dessas técnicas, é necessária a
presença de médicos, enfermeiros ou profissionais treinados, pois são procedimentos
específicos.

São procedimentos realizados no suporte avançado de vida:

 Obtenção das vias aéreas;


 Ventilação;
 Obtenção de um acesso venoso periférico ou central;
 Administração de medicamentos;
 Cuidados pós-ressuscitação;
 Intubação orotraqueal;
 Cricotireoidotomia;
 Alinhamento de fraturas;
 Redução de luxações;
 Drenagem torácica.

No suporte avançado de vida os profissionais possuem mais recursos técnicos e


materiais para atender uma vítima, portanto é um atendimento que deve ser treinado
exaustivamente por toda a equipe que trabalha na emergência.
12 DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, utilizando um


desfibrilador, um equipamento eletrônico cuja função é reverter um quadro de fibrilação atrial ou 88
ventricular.

A reversão ou cardioversão se dá mediante a aplicação de descargas elétricas no


paciente, graduadas de acordo com a necessidade. Os choques elétricos em geral são aplicados
diretamente ou por meio de eletrodos colocados na parede torácica do paciente.

Além dos desfibriladores tradicionais, em que um médico verifica a situação presente e


ajusta o aparelho conforme a necessidade há também o desfibrilador automático externo, com a
capacidade de fazer uma avaliação das condições cardíacas do paciente e informar o utilizador
se um choque deve ser dado ou não.

O Desfibrilador Automático Externo ou simplesmente DEA é um aparelho eletrônico


portátil que diagnostica automaticamente as arritmias cardíacas, tais como, a fibrilação
ventricular e taquicardia ventricular em um paciente.

O DEA pode diagnosticar e tratar as arritmias, por meio da desfibrilação, ou seja, uma
aplicação de corrente elétrica que é aplicada na vítima para que o coração retome o ciclo
cardíaco normal.

É utilizado em paradas cardiorrespiratórias e tem como objetivo identificar o ritmo


cardíaco chamado de fibrilação ventricular, pois esse ritmo está presente em aproximadamente
90% das paradas cardíacas.

Ele efetua a leitura automática do ritmo cardíaco por meio de pás adesivas no tórax.
Tem o propósito de ser utilizado por pessoas leigas, com recomendação que o socorrista tenha
realizado o curso e treinamento específico de suporte básico em parada cardíaca.

Suas descargas devem ser divididas conforme a idade da vítima são elas:
 Adultos: 200 J (bifásico) e 360 J (monofásico) em adultos;
 Crianças, acima de oito anos: 100 J(redutor). Não há consenso na utilização de
crianças com menos de 30 kg.

Hoje, são utilizados equipamentos em unidades de emergências e em unidades de


terapia intensiva, com cargas monofásicas que variam de 0 a 360 Joules ou Bifásicas de 0 a 89
200J.

Ele pode também efetuar a desfibrilação com leitura automática do ritmo cardíaco,
permitindo que uma pessoa que não tenha conhecimento prévio seja o operador do aparelho. A
utilização do DEA vem sendo difundida em vários países, pois ele pode salvar muitas vidas.

São razões importantes que devem ser consideradas e que facilitam na utilização:

 É um equipamento autoinstrutivo;
 Quando instalado na vítima, age inteligentemente;
 Aplica a descarga elétrica apenas quando o ritmo cardíaco for chocável.

FIGURA 36 – DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

FONTE: Disponível em: < http://www.solostocks.pt/img/desfibrilhador-externo-automatico-331821z0.jpg >. Acesso


em: 13 set. 2011.
13 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O crescente número de vítimas que apresentam infecção pelo vírus da


imunodeficiência humana aumenta o risco do socorrista ao se expor a sangue e outras 90
secreções orgânicas procedentes de acidentados infectados.

Os socorristas devem considerar potencialmente infectadas todas as vítimas que ele


atender. Por isso, deve empregar, durante todo o socorro, as regras de segurança individual, ou
seja, as precauções universais para minimizarem os riscos de exposição.

No atendimento pré-hospitalar, equipamento de proteção individual é definido como um


dispositivo destinado à proteção da integridade física do socorrista, durante a realização de
atividades que possam oferecer riscos potenciais a sua pessoa.

Os principais equipamentos de proteção individual são:

 Luvas de procedimentos;
 Luvas estéreis;
 Máscaras descartáveis;
 Óculos;
 As próprias roupas do socorrista.

Além dos equipamentos de proteção individual, o socorrista deve preparar também


materiais básicos de atendimento, que devem ser limpos e higienizados a cada atendimento,
pois podem transmitir doenças entre os pacientes. São eles:

 Tesoura;
 Esfigmomanômetro;
 Estetoscópio;
 Lanterna para o exame pupilar;
 Colar cervical;
 Prancha rígida, dentre outros.

Recomenda-se no atendimento inicial, que o socorrista execute rotinas de segurança,


dentre as quais podemos destacar:
91

 Use sempre os equipamentos de proteção individual;


 Cheque constantemente as condições de funcionamento de seus materiais de
trabalho;
 Higienize todos os equipamentos de proteção individual e materiais básicos após
seu uso, para evitar a contaminação;
 Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água e sabão.
14 FRATURAS

A fratura é definida como uma lesão ou quebra de um osso, causada por uma
pancada, queda ou pela aplicação de força. Pode ainda ser definida como a quebra da 92
continuidade do osso e ocorre quando o osso é submetido a estresse maior do que ele pode
suportar.

As fraturas podem ser causadas por:

 Uma pancada direta;


 Um impacto violento;
 Um movimento de rotação repentina;
 Contração muscular extrema.

Apesar de o osso ser afetado, outras estruturas adjacentes também são atingidas,
resultando em um edema de tecidos moles, hemorragia no músculo e articulações, luxações
articulares, ruptura de tendões, nervos rompidos e vasos sanguíneos danificados.

Os órgãos corporais podem ser lesados pela força que causa a fratura ou pelos
fragmentos da fratura, e por esse motivo, imediatamente após um trauma, a pessoa pode ficar
em estado de confusão, não ter consciência da fratura e tentar caminhar com perna fraturada.

Por esse motivo quando se suspeita de fratura, é importante imobilizar a parte do corpo
afetada imediatamente antes do paciente ser movimentado. O movimento de fragmentos de
fratura causara dor adicional, danos de tecidos moles e sangramentos. As fraturas são mais
comuns nos membros, podendo ser únicas ou múltiplas.

As fraturas são divididas em dois tipos:

 Fechadas: que apesar do choque, deixam a pele intacta.


 Expostas ou abertas: quando o osso fere a pele, ficando exposto.
FIGURA 37 – FRATURA EXPOSTA

93

FONTE: Disponível em: <http://www.tvcanal13.com.br/fotos/idosa%20atropelada.jpg>.

Acesso em: 17 set. 2011.

São sinais indicadores:

 Dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação;


 Incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou
formigamento da região;
 Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente do membro
machucado.

Os primeiros socorros em fraturas são:

 Atentar para perfusão do membro atingido;


 Manter a vítima aquecida;
 Imobilizar o osso, ou articulação, atingido com uma tala;
 Manter o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e aplique
compressas de gelo ou resfriadas para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do
hematoma;
 As fraturas expostas exigem cuidados especiais, como a cobertura do local com um
pano limpo ou gaze e encaminhamento para serviço hospitalar especializado.

94

FIGURA 38 – FRATURA FECHADA

FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_ePcEtAaRqy8/Sj1nZ7KPhUI/AAAAAAAAAm0/-


KxPdCl40TE/s400/maior_0903085744fracture-types-2%5B1%5D.JPG>. Acesso em: 17 set. 2011.
15 ENTORSE

É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos, ou seja, estrutura que
sustenta as articulações. Os cuidados são semelhantes aos abordados nas fraturas. 95

FIGURA 39 – ENTORSE

FONTE: Disponível em:<http://www.clinicadeckers.com.br/imagens/orientacoes/34_ent_tornozelo.jpg>.

Acesso em: 17 set. 2011.


16 LUXAÇÃO

É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na


articulação. Os primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura fechada. Lembre-se 96
de que não se deve fazer massagens na região, nem tentar recolocar o osso no lugar.

São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma articulação é
deslocada de seu lugar. O dano a tecido mole pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos,
nervos e a cápsula articular.

FIGURA 40– LUXAÇÕES

FONTE: Disponível em: <http://www.clifisio.com/editor/userfiles/image/4012591424_b2d5ca0d32.jpg>.

Acesso em: 17 set. 2011.


17 CONTUSÃO

É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode
apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de 97
que houve hemorragia sob a pele, ou seja, um hematoma.
18 AMPUTAÇÕES

O trauma está entre as causas mais comuns de amputação dos membros inferiores e
superiores. A preocupação inicial do socorrista deverá ser sempre com a vida da vítima, e depois 98
com as suas necessidades cirúrgicas.

FIGURA 41 - LESÃO PROVOCADA POR ACIDENTE DE TRABALHO

COM SERRA CIRCULAR

FONTE: Disponível em: <http://www.eutrabalhoseguro.com/>. Acesso em: 17 set. 2011.


Neste contexto, o mais importante é a pessoa e não o membro amputado, e nessa
linha torna-se imprescindível uma abordagem global do paciente, de forma a assegurar o
máximo de suas potencialidades físicas e psicológicas.

De qualquer forma, deve ficar claro que os procedimentos para amputação de


membros inferiores ou superiores buscam a restauração de um órgão enfermo e não uma
mutilação. 99

Nessa conjuntura, é fundamental um trabalho integrado dos diversos tipos de


profissionais envolvidos na reabilitação do paciente para estimular e valorizar a capacidade
residual da pessoa atingida e assim buscar uma recuperação total.

No diagnóstico médico a amputação é considerada como um diagnóstico secundário,


pois a enfermidade ou trauma recebe o rótulo de diagnóstico primário. E, posteriormente, se
surgirem complicações, quanto mais cedo forem identificadas as causas, mais rápido poderá ser
o controle e cura, o que possibilitará um melhor desempenho do paciente na fase da reabilitação.

Já as causas traumáticas atingem também um número expressivo da população por


acidentes de trânsito, de trabalho ou, em número menor, em razão de outra etiologia. Dentre os
citados, os acidentes de trabalho tendem a culminar em amputações dos membros superiores
(dedos, mão e braço).
19 QUEIMADURAS

Como maior órgão do corpo humano, a pele é composta por três camadas; são elas:

 Epiderme; 100

 Derme;
 Tecido subcutâneo.

Exerce a importante função de formar uma barreira protetora contra o ambiente


externo. Previne infecções, a perda de fluidos corporais, auxilia na regulação corpórea, é repleta
de terminações nervosas.

Assim, quando uma lesão térmica acontece, uma ou muitas dessas estruturas e/ou
funções citadas são lesadas e têm sua atividade comprometida.

As queimaduras podem acontecer por contato com:

 Chama, brasa ou fogo;


 Vapores quentes;
 Líquidos ferventes;
 Sólidos superaquecidos ou incandescentes;
 Substâncias químicas;
 Emanações radioativas;
 Radiações infravermelhas e ultravioletas;
 Eletricidade;
 Frio;
 Outros.

As prioridades no cuidado às vitimas de queimaduras seguem os mesmos princípios e


prioridades que para qualquer vítima de trauma:

 Pare o processo de queimadura (térmica ou química);


 Realize o exame primário para avaliação e tratamento;
 Providencie os cuidados específicos para lesões isoladas.
101

Ainda entre as vítimas de queimaduras, existem os que sofrem lesões pulmonares por
inalarem subprodutos tóxicos da combustão. Deve-se considerar que houve a inalação se
reclusa em local fechado com presença de fumaça, atentando para cuidados respiratórios além
dos visíveis. A probabilidade da presença de monóxido de carbono em níveis alarmantes para
desencadear problemas sistêmicos e pulmonares requer atenção especial.

Quanto à avaliação das queimaduras, sete fatores devem ser observados para que
entre os pacientes queimados se determine quais são os mais críticos:

1) Profundidade da queimadura;

2) Área da superfície corpórea envolvida;

3) Idade do paciente;

4) Lesões pulmonares:
a) Inalação de fumaça;
b) Inalação de subprodutos tóxicos.

5) Lesões associadas:
a) Queimaduras de vias aéreas.
6) Situações especiais:
a) Queimaduras químicas;
b) Queimaduras elétricas;
c) Intoxicação por monóxido de carbono.

7) Doença preexistente. 102

Quanto à profundidade, a primeira avaliação será visual. Esta será apenas uma
estimativa, já que a extensão e a profundidade real da lesão podem não ser aparentes por vários
dias.

Queimaduras de primeiro grau, superficiais:

 Lesão apenas da epiderme;


 Vermelhidão, inflamação e dor na pele.

FIGURA 42 – QUEIMADURA DE PRIMEIRO GRAU

FONTE: Disponível em: <http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html>.

Acesso em: 17 set. 2011.


Queimaduras de segundo grau, espessura superficial:

 Lesão tanto da epiderme quanto da derme;


 Pele com áreas avermelhadas, bolhas íntegras ou rotas mostrando uma ferida
secretante;
 Queixas de muita dor; 103

 Perdas significativas de líquidos, que podem ocorrer levando ao choque.

FIGURA 43 – QUEIMADURA DE SEGUNDO GRAU

FONTE: Disponível em: <http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html>

Acesso em: 17 set. 2011.

Queimaduras de terceiro grau, espessura total:

 Trauma da epiderme, derme e tecido celular subcutâneo (possivelmente lesões


mais profundas);
 Pele com aparência chamuscada ou de couro, e que pode estar sangrando;
 Nenhuma dor (entretanto, queimaduras de segundo grau associadas provocam
dor);
 Reenchimento capilar ausente.

FIGURA 44 – QUEIMADURA DE TERCEIRO GRAU 104

FONTE: Disponível em: <http://www.gmvarginha.com.br/primeiros_sorrro/queimadura/queimaduras.htm>.

Acesso em: 17 set. 2011.

São necessários cuidados especiais no ferimento a fim de evitar maiores danos e


proliferações infecciosas. As roupas ao redor das lesões devem ser removidas com muita
cautela, principalmente para não retirar as que estiverem aderidas à pele queimada.
No atendimento pré-hospitalar, o paciente deverá ser envolvido em lençol limpo e seco,
ou até mesmo estéril. Tecidos que soltem fragmentos ou partículas no ferimento e quaisquer
pomadas ou soluções não devem ser utilizadas.

Toda a extensão queimada deve ser coberta com compressas secas. O socorrista não
deve romper bolhas, pois elas são um mecanismo de proteção. O desbridamento não deve ser
realizado na cena do incidente. 105

Anéis, joias, relógios devem ser retirados uma vez que os metais retêm calor e os
membros acometidos com a movimentação dos fluidos corpóreos irão edemaciar.
20 ASFIXIA

A asfixia, também chamada de sufocação ou engasgo é o espasmo da tosse e


expectoração que se apresentam em consequência da penetração de líquidos ou sólidos nas 106
vias aéreas. As causas da asfixia são:

 Afogamento;
 Grande traumatismo do tórax;
 Envenenamento por drogas ou gases;
 Enforcamento;
 Choque elétrico;
 Qualquer bloqueio das vias respiratórias.

O reflexo da tosse da vítima expulsará o líquido aspirado da traqueia em dez a trinta


segundos. A obstrução completa se apresenta quando algum alimento sólido ou algum objeto
estranho se aloja na laringe.

Dependendo da gravidade da asfixia, os sintomas podem incluir:

 Agitação;
 Palidez;
 Dilatação das pupilas;
 Respiração ruidosa;
 Tosse;
 Inconsciência com parada respiratória;
 Cianose da face e extremidades.
Geralmente, as pessoas que se engasgam estão conversando enquanto mastigam
algum tipo de alimento. As dentaduras podem provocar asfixia, pois interferem na sensibilidade
da boca em relação aos alimentos que estão sendo mastigados. O alimento não consegue ser
tão bem mastigado com uma dentadura quanto com dentes naturais, porque a dentadura exerce
uma menor pressão.

Se algum alimento seguir o canal errado, o reflexo de tossir resolve o problema. Na 107
verdade, a pessoa não está engasgando se conseguir tossir livremente, tiver coloração normal e
conseguir falar. Se a tosse for mais como uma respiração entrecortada e a pessoa estiver
ficando azul, é bem provável que esteja engasgando.

Se houver dúvida, verifique se ela consegue falar. Em caso afirmativo, a traqueia não
está completamente obstruída e o oxigênio está chegando aos pulmões. Uma pessoa
engasgada não consegue se comunicar, a não ser por gestos.

O sinal universal de engasgo é uma das mãos segurando a garganta, com os dedos
estendidos. Uma pessoa que exiba este sinal requer tratamento imediato e não pode ser deixada
sem atendimento

FIGURA 45 – SINAL UNIVERSAL DO ENGASGO

FONTE: Disponível em: < http://www.saudeeforca.com/wp-content/uploads/2010/09/asfixia_thumb.gif>. Acesso em:


17 set. 2011.
Se o objeto está preso no nariz, o socorrista deve:

 Peça para que a pessoa respire pela boca;


 Observe a localização do objeto e se ele não tiver sido introduzido até o fundo,
tente pressionar a base do nariz e empurrar o objeto para baixo;
 Se isso não funcionar ou o objeto estiver alojado no fundo, procure atendimento 108

médico. Não tente forçar, pois você pode machucar a pessoa ou, pior, pressionar o
objeto ainda mais para dentro.

Se a pessoa engasgou e respira sem dificuldades, o socorrista deve:

o Esperar a pessoa tossir, pois a própria pressão do ar pode expulsar a comida para
fora.
o Você pode ajudar a vítima a expelir o objeto realizando a tapotagem nas costas.
Coloque-se atrás dela e faça a pessoa se curvar para frente e inicie as manobras. É
importante medir a força aplicada.
o Uma manobra de compressão também pode ajudar. Coloque-se por trás e junte
suas mãos entre a cintura e fim das costelas do engasgado. Aplique pressão rápida
e seguidamente.
o Não tente virar a pessoa de cabeça para baixo para forçar a saída do objeto (uma
bala engolida por uma criança, por exemplo). Isso pode piorar o engasgo,
especialmente se ocorrer vômito.

Se a pessoa engasgou e não consegue respirar, o socorrista deve:

o Observar se a vítima apresenta falta de ar. Ela ficará desesperada e começará a


ficar cianótica. Se isso acontecer, o caso é grave, pois o objeto está obstruindo a
passagem de ar.
o Se o objeto for pontiagudo, não se deve fazer nada, apenas chamar o socorro
médico imediatamente.
o Em outro caso, a solução é provocar o vômito, forçando com isso a saída do objeto.
Isto é conseguido colocando seu dedo na garganta da vítima, mas se mesmo assim
não funcionar, procure socorro médico imediatamente.

Em caso de asfixia em bebês, o socorrista deve proceder da seguinte forma: 109

 Coloque a criança no colo ou deitada de costas, e posicione os dedos indicador e


médio de ambas as mãos no final do osso esterno, próximo ao abdômen;
 Empurre o abdômen contra o diafragma, comprimindo-o de maneira súbita e
vigorosa;
 Posicione a vítima "a cavaleiro", estendida, com a cabeça mais baixa que o tronco;
 A cabeça deve ser sustentada com a mão, em torno do queixo e tórax. O ideal é
que o socorrista descanse o braço sobre sua própria coxa;
 Golpeie quatro vezes, rapidamente, com a outra mão, entre os ombros;
 Em seguida, ponha a mão livre nas costas da criança, de modo que fique entre as
duas mãos, uma sustentando o tórax, pescoço e queixo, e a outra apoiando o
dorso;
 Então vire a criança de uma vez e coloque-a sobre a coxa com a cabeça mais baixa
que o tronco;
 Faça quatro compressões seguidas no esterno.
FIGURA 46 – ENGASGO EM LACTENTES

110

FONTE: Disponível em: <http://www.hospitalgeral.com.br/1_com/pri_socorros/img/asfix2.jpg>. Acesso em: 17 set.


2011.
21 HEMORRAGIA

O sangue é responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes para as células do


corpo humano e pela retirada de gás carbônico e outras excretas para os órgãos de eliminação. 111

O corpo humano possui um volume sanguíneo de aproximadamente 70 ml/Kg de peso


corporal para adultos e 80ml/Kg para crianças, ou seja, um indivíduo com 70ml/Kg possui
aproximadamente 4.900ml de sangue.

Hemorragia é definida como a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso


sanguíneo. Quanto maior a quantidade perdida de sangue, mais grave será a hemorragia.

Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada por meio
da avaliação do paciente e dos sinais de choque. Quanto mais rápida a hemorragia, menos
eficientes são os mecanismos compensatórios do organismo.

Um indivíduo pode suportar a perda de um litro de sangue, que ocorre em um período


de horas, mas não tolera esta mesma perda se ela ocorrer em minutos.

Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são as


contrações da parede dos vasos sanguíneos, diminuindo o tamanho da abertura por onde o
sangue está drenando e a coagulação do sangue, que é uma sequência complexa de reações
químicas que resultam na formação de um coágulo de fibrina, impedindo assim a drenagem do
sangue pelo orifício de vaso lesado.

Estes mecanismos têm como objetivo a hemostasia, ou seja, o controle do


sangramento pelo organismo isoladamente, defendendo-o, ou em associações com técnicas
básicas e avançadas de tratamento médico.

Os pacientes com distúrbios no mecanismo de coagulação, por exemplo, os


hemofílicos, podem apresentar hemorragias graves por traumas banais.
21.1 CLASSIFICAÇÃODAS HEMORRAGIAS

21.1.1 Hemorragias Externas

112

Sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do sangue. Podem ser


controladas utilizando técnicas básicas de primeiros-socorros. As hemorragias podem ser:
arterial, venosa e capilar.

FIGURA 47 – HEMORRAGIAS EXTERNAS

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/hemo.gif>.

Acesso em: 19 set. 2011.

21.1.2 Hemorragias Internas


É o extravasamento de sangue para o interior do corpo. O sangramento de estruturas
profundas pode ser oculto ou se exteriorizar como, por exemplo, hemorragia do estômago com
hematêmese.

As medidas básicas de socorro não funcionam, pois é necessário um atendimento


especializado realizado em uma unidade hospitalar.

113

21.2 CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS

As hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de


choque. As hemorragias lentas e crônicas causadas por uma úlcera, por exemplo, causam
anemia, ou seja, a diminuição dos níveis de hemoglobina no sangue circulante.

O quadro clínico varia de acordo com a quantidade perdida de sangue, velocidade do


sangramento, estado prévio de saúde e idade da vítima.

Perdas de até 15% do volume sanguíneo (750 ml em adultos) geralmente não causam
alterações. São totalmente compensadas pelo corpo com, por exemplo, doação de sangue.
Perdas maiores que 15% e menores que 30% (entre 750 a 1.500 ml) geralmente causam estado
de choque sem hipotensão arterial.

Os sinais e sintomas são:

 Ansiedade;
 Sede;
 Taquicardia;
 Pulso radial fraco;
 Pele fria;
 Palidez cutânea;
 Suor frio;
 Taquipneia;
 Enchimento capilar lento.

Perdas acima de 30% (maiores que 1.500) levam ao choque descompensado com 114

hipotensão. Os sinais e sintomas são:

 Alterações das funções mentais;


 Agitação;
 Confusão ou inconsciência;
 Sede intensa;
 Pele fria;
 Palidez cutânea;
 Suor frio;
 Taquicardia;
 Pulso radial ausente;
 Taquipneia importante;
 Enchimento capilar lento.

A perda de mais de 50% do volume sanguíneo leva o indivíduo a óbito.

21.3 RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS


As hemorragias externas podem muitas vezes ser reconhecidas durante a inspeção. O
sangue pode ser absorvido pelas vestes da vítima, pelo solo ou tapetes, dificultando a avaliação
pelo profissional de emergência.

Os pacientes politraumatizados com sinais de choque e lesões externas pouco


importantes provavelmente apresentam lesão interna. Os locais mais frequentes de hemorragia
interna são o tórax e o abdômen. Observar presença de lesões perfurantes, equimoses ou 115
contusões na pele sobre estruturas vitais.

Os órgãos abdominais que frequentemente produzem sangramentos graves são o


fígado e o baço. Algumas fraturas, especialmente de quadril e fêmur, podem produzir
hemorragias internas graves.

Observar extremidades com deformidade, dor e instabilidade pélvica. A distensão


abdominal com dor após traumatismo sugere hemorragia interna.

Algumas hemorragias internas podem se exteriorizar, por vezes, no tórax produzindo


hemoptise, que é a expectoração sanguínea ou sanguinolenta por meio da tosse, proveniente de
hemorragia na árvore respiratória.

O sangramento do esôfago, estômago e duodeno podem se exteriorizar por meio da


hematêmese, que é a saída de sangue pela boca com origem no sistema gastrointestinal.

O sangue eliminado pode ser vermelho vivo ou com aparência de borra de café,
caracterizando a digestão deste sangue. Neste caso, o socorrista pouco pode fazer no
atendimento pré-hospitalar para controlar a hemorragia. As condutas visam ao suporte da vida,
principalmente à manutenção da permeabilidade das vias aéreas e respiração, até a chegada ao
hospital.

21.4 ABORDAGEM DA VÍTIMA E CONDUTAS NAS HEMORRAGIAS EXTERNAS


 Realizar a avaliação primária;
 Desobstruir vias aéreas e efetuar assistência ventilatória, se necessário.
Suplementar oxigênio em alta concentração, utilizando máscara com reservatório e
fluxo de 12L/min.;
 Elevar extremidades com sangramento acima do nível do coração;
 Colocar compressa sobre o ferimento, efetuando a compressão direta da lesão,
com a mão enluvada. Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque 116

novas compressas secas sem retirar a primeira. O objetivo é não retirar o coágulo;
 Fixar a compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não disponha de
bandagem, manter a compressão manual;
 Se houver persistência da hemorragia, ocluir a artéria próxima ao ferimento, para
diminuir a circulação no local.

A compressão direta e a elevação do membro são os principais métodos para deter


uma hemorragia, pois não diminuem a irrigação sanguínea em outros locais.

FIGURA 48 – ABORDAGEM E CONDUTA

FONTE: Disponível em: <http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/jpgs/12_1.jpg>.

Acesso em: 19 set. 2011.


21.5 CONTROLE DAS HEMORRAGIAS INTERNAS

O controle pré-hospitalar de hemorragias internas é impossível, o tratamento é


cirúrgico. Pacientes com hemorragias internas devem ser removidos rapidamente para o 117
hospital, mantendo os cuidados de suporte básico de vida. Em focos de fratura é possível reduzir
a perda sanguínea por meio de manipulação adequada e imobilização.
22 CHOQUE

Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade de o sistema circulatório


fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos de forma a atender as suas necessidades 118
metabólicas.

A insuficiência circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos, que podem
tornar-se irreversíveis se o choque não for rapidamente corrigido. Não se deve definir choque
com base apenas na pressão arterial, já que existem condições em que pode haver hipotensão
sem choque com oferta e consumo adequados de oxigênio.

O conceito atual de choque e toda sua fisiopatologia envolvem um desequilíbrio entre a


oferta e a demanda celular de oxigênio. Para que as necessidades metabólicas celulares sejam
atendidas, deve haver uma adequada oferta de oxigênio.

Esta oferta é a quantidade total de oxigênio transportada aos tecidos, e é dependente


de três fatores: a concentração de hemoglobina, o débito cardíaco e o conteúdo de oxigênio no
sangue arterial.

Após o estabelecimento do quadro de choque, vários mecanismos compensatórios


ocorrem para preservar o suprimento de oxigênio a órgãos vitais como o coração e o cérebro,
atuando para restaurar pelo menos parcialmente o volume intravascular efetivo e aumentar o
débito cardíaco.

A moderna classificação do choque foi proposta por Weil, em 1972, utilizando quatro
categorias, baseadas na causa primária da anormalidade perfusional. Estas categorias, contudo,
não são isoladas entre si, havendo considerável superposição entre os diversos tipos.

22.1 CHOQUE HIPOVOLÊMICO


No choque hipovolêmico o desarranjo inicial é a perda de volume circulante, com
redução do retorno venoso e diminuição do débito cardíaco e da oferta de oxigênio.

A pressão arterial isoladamente não é um bom indicador da severidade do choque


hipovolêmico, pois pode ser mantida em níveis próximos da normalidade devido à
vasoconstrição intensa, especialmente em pacientes jovens e sem patologia prévia, devendo ser
analisada em conjunto com outros parâmetros na avaliação da gravidade do choque. 119

Nas fases iniciais o choque hipovolêmico é rapidamente reversível pela restauração


apropriada do volume intravascular. Contudo, se a perfusão tissular e a oferta de oxigênio
permanecem severamente diminuídas, dano celular irreversível pode ocorrer.

O choque hipovolêmico pode ser classificado em hemorrágico e não hemorrágico. O


choque hipovolêmico hemorrágico caracteriza-se por baixas pressões de enchimento ventricular
e pressão capilar pulmonar associada a níveis reduzidos de hemoglobina e hematócrito.

Pode ocorrer por perdas sanguíneas externas ou por sangramentos ocultos, não
exteriorizados. O choque hipovolêmico não hemorrágico é resultante de perda apenas do
componente líquido do compartimento intravascular.

Geralmente estes casos são devido à perda excessiva de líquidos pelos tratos
gastrointestinal ou urinário. Também pode ser resultado de transudação para o meio
extravascular, como ocorre nas queimaduras, traumatismos extensos em partes moles,
peritonites, pancreatites e obstrução intestinal.

Achados que suportam o diagnóstico de choque hipovolêmico não hemorrágico


incluem baixas pressões de enchimento e hematócrito normal ou elevado.

22.2 CHOQUE CARDIOGÊNICO


Choque cardiogênico pode ser definido como uma incapacidade primária do coração
de fornecer um débito cardíaco suficiente para as necessidades metabólicas, na presença de um
volume circulante adequado.

Pode ser encontrado em diversas situações clínicas, porém, sua principal causa é a
perda súbita de massa muscular por infarto agudo do miocárdio (IAM).

O choque cardiogênico ocorre em cerca de 7 a 10% dos casos de IAM, com 120

mortalidade de 70 a 90%, sendo geralmente associado à perda superior a 40% da massa


muscular do ventrículo esquerdo. Esta perda pode ocorrer em consequência de um grande
infarto ou com infartos menores sucessivos.

O resultado do tratamento clínico no choque cardiogênico é extremamente


desfavorável. A mortalidade é alta e os sobreviventes apresentam baixa expectativa de vida
devido ao avançado grau de insuficiência cardíaca que se estabelece.

A infusão de drogas inotrópicas deve ser iniciada imediatamente. Vasodilatadores


como a nitroglicerina ou nitroprussiato de sódio podem ser benéficos, pois diminuem a pré e pós-
carga, reduzindo a congestão pulmonar e facilitando o esvaziamento ventricular.

O uso de dispositivos de assistência circulatória mecânica, o balão intra-aórtico, pode


ser uma alternativa terapêutica nos casos de grande perda de massa ventricular.

22.3 CHOQUE ANAFILÁTICO

As reações alérgicas do tipo I, ou anafiláticas, são mediadas por anticorpos da classe


IgE. Como parte da reação ao antígeno, os anticorpos são gerados e ligados a receptores de
superfície nos mastócitos e basófilos com alta afinidade por sua porção Fc.
Se a porção Fab dos anticorpos se ligarem a um antígeno, ocorre a ativação de
múltiplos sistemas enzimáticos intracelulares, levando à produção e liberação de vários
mediadores químicos vasoativos como a histamina, prostaglandinas e leucotrienos, causando
vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e inflamação.

A reação que ocorre pouco tempo após a exposição ao antígeno é caracterizada por
sensação de sufocamento, broncoespasmo, edema laríngeo, angiodema, respiração ruidosa, 121
transudação pulmonar e alterações cutâneas agudas urticariformes.

As seguintes alterações hemodinâmicas são encontradas:

 Baixas pressões de enchimento ventricular;


 Débito cardíaco baixo;
 Resistência vascular sistêmica reduzida;
 Hematócrito elevado.

22.4 CHOQUE NEUROGÊNICO

A insuficiência circulatória periférica aguda de causa neurogênica acontece nos casos


de sofrimento intenso do tronco cerebral, precedendo a morte encefálica, com falência
hemodinâmica e vasodilatação generalizada por perda do tônus vasomotor simpático ou em
lesões da medula espinhal alta, caracterizando o “choque medular”.

Este último inclui hipotensão arterial secundária a vasodilatação periférica pela


deficiente atividade autonômica simpática e pela hipotonia e paralisia musculares.
A diminuição da inervação simpática resulta em redução do débito cardíaco, pois
provoca redução da contratilidade miocárdica e do retorno venoso pelo aumento do volume
sanguíneo no sistema capacitância venosa secundária e venodilatação.

Finalmente, reflexos cardíacos em nível espinal também estão abolidos, pois as lesões
de T1 a T4 levam à perda de inervação simpática cardíaca, facilitando a bradicardia uma vez que
a inervação vagal parassimpática permanece preservada. 122

22.5 CHOQUE SÉPTICO

Este termo refere-se ao estágio avançado de uma síndrome progressiva, denominada


sepse. Termos como sepse, septicemia, bacteriemia, síndrome séptica, choque endotóxico,
choque séptico são usados como sinônimos, dando margem a confusões e um conhecimento
impreciso da fisiopatologia.

Choque séptico pode ser causado por uma variedade de microrganismos. Os mais
frequentemente envolvidos são as bactérias gram-negativas (50% dos casos) e gram-positivas
(30 a 35% dos casos).

O restante abrange bactérias menos comuns, fungos, vírus e até protozoários. Apesar
de a sepse poder afetar qualquer faixa etária, o risco maior é para pessoas acima dos 65 anos,
pois a defesa contra infecções requer uma complexa interdependência de diversos sistemas que
podem ser comprometidos pela idade avançada e pela presença de condições comórbidas que
aumentam a suscetibilidade às infecções.

Fatores que predispõem à sepse por qualquer agente incluem desnutrição, alcoolismo,
diabetes mellitus, neoplasias, AIDS, doenças leucoproliferativas, cirrose hepática, queimaduras,
tratamento com imunossupressores e procedimentos invasivos.
O processo, na sepse, começa com a proliferação do microrganismo no foco da
infecção. O organismo pode invadir a corrente sanguínea diretamente, levando as hemoculturas
positivas, ou pode proliferar apenas localmente e liberar várias substâncias na circulação.

O choque séptico é caracterizado inicialmente por débito cardíaco reduzido, devido à


hipovolemia e ao baixo retorno venoso que existe na maior parte dos casos.

Diversos fatores contribuem para a diminuição do volume intravascular: 123

 Desidratação produzida por febre, taquipneia, redução da ingestão de líquidos e


eventualmente vômitos, diarreia, poliúria, sangramentos e sequestração em
cavidades;
 Aumento da permeabilidade vascular e transudação para o espaço extravascular;
 Aumento da capacitância venosa por venodilatação;
 Síntese proteica redirecionada para a produção de diversas proteínas da fase
inflamatória aguda em detrimento da síntese de albumina, com redução da pressão
coloidosmótica intravascular.

Após a adequada reposição volêmica, os achados típicos do choque séptico são:


débito cardíaco elevado e resistência vascular reduzida, com tendência ao aumento progressivo
da resistência vascular pulmonar.

22.6 TRATAMENTO DO CHOQUE

A maior parte dos casos de choque requer administração de volume intravascular. O


maior desafio neste ponto é restaurar rapidamente as pressões de enchimento ventricular a um
nível ótimo sem comprometer secundariamente a função respiratória por sobrecarga hídrica.
23 EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO

Emergências podem resultar de exposição excessiva ao calor. O corpo é incapaz de


livrar-se sozinho do calor excessivo por meio dos mecanismos naturais de radiação, transpiração 124
e expiração.

23.1 INSOLAÇÃO

A maior parte dos relatos dessas emergências diz respeito a uma produção prolongada
de calor corporal interno. O calor externo, que o paciente está exposto, não precisa ser maior
que a temperatura ambiental normal. Com a transpiração contínua, água e sais minerais são
perdidos pelo corpo, ocasionando cãibras musculares dolorosas ou cãibras produzidas pelo
calor.

Os sinais e sintomas são: severas cãibras musculares, esgotamento, vertigem,


fraqueza e perda da consciência, pulso fraco e respiração rápida e superficial, sudorese intensa.

FIGURA 49– INSOLAÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/a/b/4B6FA.jpg>. Acesso em: 19 set. 2011.


São condutas importantes em primeiros socorros:

 Realizar a avaliação primária;


 Conduzir o paciente para um local fresco e colocá-lo em posição confortável;
 Afrouxar ou remover as roupas em excesso;
 Providenciar oxigênio; 125

 Fornecer água se o paciente estiver consciente;


 Aplicar compressas úmidas sobre a pele para resfriá-la;
 Se necessário, transporte para um hospital, para realizar reposição volêmica.

23.2 INTERMAÇÃO

Quando uma pessoa é exposta ao calor excessivo, os mecanismos termorreguladores


do organismo falham. A emergência, com risco de vida, é conhecida por choque pelo calor, pode
estar se desenvolvendo.

A pele apresenta-se quente e usualmente a pessoa para de transpirar. Muitos casos de


intermação são relatados em dias quentes e úmidos. Entretanto, decorrem da exposição ao calor
seco, por exemplo, uma pessoa que trabalha em caldeiras com altas temperaturas.

Essa é uma real emergência, requerendo resfriamento do paciente e seu transporte


para um hospital. Os sinais e sintomas incluem: respiração profunda, seguida de superficial,
pulso rápido e forte, seguido de pulso fraco, fraqueza, escassez ou ausência de transpiração,
pupilas dilatadas, inconsciência, convulsões ou contrações musculares podem ser observadas.

Condutas:
 Realizar a avaliação primária;
 Conduzir o paciente para um local fresco e colocá-lo em posição confortável;
 Resfrie o paciente de qualquer maneira, retire suas roupas em excesso, molhe-o. A
temperatura do corpo deve ser abaixada rapidamente ou o paciente corre risco de
morrer;
 Bolsas de gelo, se possível, devem ser colocadas nas axilas, punhos, tornozelos,
virilhas e pescoço do paciente ou imergir o paciente em água fria; 126

 Monitorar os sinais vitais;


 Providenciar oxigênio;
 Transporte para um hospital.
24 CONVULSÕES

Convulsão ou crise convulsiva é a atividade elétrica desorganizada e descontrolada


que envia impulsos intermitentes para o organismo. Pode-se manifestar por movimentos 127
repetidos, hipertonia, taquicardia e inconsciência.

Em algumas, a pessoa mantém-se consciente. Aquelas em que a pessoa, mesmo com


os olhos abertos não responde a estímulos dolorosos e fica se debatendo são as mais graves.

A crise pode durar minutos e ceder espontaneamente. Caso se prolongue por mais de
trinta minutos, ou se repita neste período sem que a pessoa recupere a consciência entre uma
crise e outra, recebe o nome de status epilépticus.

O status epilépticus é uma emergência médica. O prolongamento das crises leva a


uma atividade cerebral intensa, sem que o fluxo sanguíneo atenda às suas necessidades. Assim,
sem a chegada de oxigênio e glicose suficientes, ocorre sofrimento cerebral, podendo resultar
em graves sequelas neurológicas ou em morte.

A principal causa de convulsão é a epilepsia, porém existem tipos de epilepsia que não
estão associados a convulsões e existem convulsões por outras condições diferentes da
epilepsia. A crise convulsiva tipo grande pode ser precedida dos casos que duram alguns
segundos e envolvem sensações como alucinações visuais ou gustativas.

Geralmente as convulsões são de curta duração, cessando espontaneamente sem


necessidades de medicação.

Divide-se em duas fases distintas:

 Fase Tônica: dura de quinze a vinte segundos e se caracteriza por perda da


consciência e contração muscular contínua, inclusive do diafragma. No início desta
fase a contração da musculatura abdominal força o ar pela laringe fechada, produzindo
um grito.

 Fase Clônica: tem geralmente entre trinta e sessenta segundos de duração. Ocorre
alternância entre contrações musculares intensas e relaxamento em rápida
sucessão. Pode haver parada respiratória e perda do controle esfincteriano.
Caracteristicamente, ocorre salivação excessiva (sialorreia). 128

Após a cessação das convulsões segue-se o estado pós-comicial, quando ocorre o


embotamento, ou seja, o estado de sonolência e desorientação, após um episódio convulsivo
que dura de cinco minutos a algumas horas.

As epilepsias constituem um conjunto de síndromes caracterizadas por crises


epilépticas periodicamente recorrentes e com manifestação eletroencefálica característica.

Há certa polêmica quanto à sua classificação como doença. Independente disto, o


termo “epilepsia” refere-se a um grupo maior compreendendo tanto os quadros idiopáticos,
sintomáticos, criptogênicos, primários ou secundários.

O quadro clínico, aliado ao eletroencefalograma, determina a melhor terapêutica a ser


empregada. Daí a importância da caracterização e classificação das crises epilépticas.

Considera-se como epiléptico o indivíduo que passa por dois episódios de crises não
provocadas com intervalo de tempo de pelo menos 24 horas. Esta definição determina que
mesmo um surto de várias crises consecutivas dentro de 24 horas ou um estado de mal
epiléptico não caracterizam uma epilepsia, pois podem ser decorrentes de fatores causais
externos e não de epilepsia propriamente dita. É importante conseguir uma descrição
pormenorizada do evento, com testemunhas.

Deve pesquisar ativamente sinais podrômicos, o momento do início da perda de


contato, presença de movimentos automáticos, abalos, torções da face ou dos olhos, tempo de
duração do fenômeno, liberação esfincteriana e eventuais traumatismos e ferimentos
decorrentes.
As crises podem ser parciais ou generalizadas. As crises parciais caracterizam-se por
descargas epilépticas que acometem um lobo ou um hemisfério.

Se o paciente preserva a plenitude cognitiva são chamadas de crises parciais simples.


Se a crise parcial atinge o complexo amígdalo-hipocampal, o paciente apresenta perda da
plenitude cognitiva. Nesta situação teremos uma crise parcial complexa, que pode ser
acompanhada de movimentos automáticos ou não. 129

As crises generalizadas caracterizam-se por alterações eletroencefalográficas de início


simétrico e síncrono em ambos os hemisférios cerebrais. Quando estas crises apresentam
manifestação motora, elas acometem os dois lados do corpo.

24.1 ABORDAGEM E CONDUTA

 Avaliar a cena;
 Procurar sinais de consumo de drogas ou envenenamentos;
 Uso de equipamentos de proteção individual;
 Realizar a avaliação primária;
 Verificar o nível de consciência da vítima e se a mesma ainda apresenta
convulsões;
 Solicitar auxílio;
 Tranquilizar pacientes lúcidos;
 Não tentar introduzir objetos na boca do paciente durante a convulsão;
 Não tentar conter a vítima;
 Proteger a cabeça do paciente colocando um apoio;
 Afastar do paciente de objetos perigosos;
 Aguarde a crise seguir sua evolução natural;
 Em caso de convulsão em criança febril, resfriá-la com toalhas molhadas com água
em temperatura ambiente;
 Abrir a via aérea com manobras manuais após a cessação das convulsões;
 Assistir a ventilação, caso esta não retorne após a convulsão;
 Preparar para a ocorrência de novo episódio convulsivo, se a vítima não recupera a
consciência nos primeiros dez minutos;
 Caso a vítima apresente vários episódios de crises convulsivas sem recuperar a
consciência, o profissional de emergência estará diante de um estado de grande
mal epiléptico, devendo providenciar transporte imediato para um centro de saúde
de referência. Esta é uma emergência médica. 130
25 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

O acidente vascular encefálico (AVE) é uma condição frequente, que representa uma
das causas mais comuns de óbito. Há também o potencial de produzir sequelas graves nos 131
sobreviventes.

O acidente vascular encefálico ocorre quando a circulação cerebral é interrompida por


coágulos sanguíneos ou hemorragias, causando em algum tempo a necrose da área do cérebro
suprida pelos vasos obstruídos.

25.1 CAUSAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

O acidente vascular encefálico é produzido pela oclusão ou ruptura de um vaso


sanguíneo que irriga o cérebro.

Existem dois tipos básicos de acidente vascular encefálico:

 Acidente vascular encefálico isquêmico: é o tipo mais comum, deriva da oclusão


de um vaso sanguíneo por coágulo, que pode se originar do próprio vaso obstruído
(trombo) ou do coração ou de outro vaso (êmbolo), condição esta menos comum
que a primeira.
 Acidente vascular encefálico hemorrágico: secundário à ruptura de um vaso
sanguíneo cerebral. O sangramento pode ocorrer em um vaso adjacente ao cérebro
(hemorragia subaracnoide) ou dentro da substância cerebral (hemorragia
intracerebral);
25.2 FATORES DE RISCO

O melhor tratamento para acidente vascular encefálico é o preventivo, assim, as


pessoas com fatores de riscos devem ser identificadas e educadas para reconhecer os sinais de 132
acidente vascular encefálico.

Estes pacientes têm que ser acompanhados permanentemente por um médico. Os


pacientes com doenças cardíacas, diabéticos e hipertensos têm mais chances de sofrer um
acidente vascular encefálico.

Geralmente as vítimas de acidente vascular encefálico são idosas – mais de 70% das
vítimas têm mais de 65 anos –, porém jovens tambémpodem apresentar esta condição.

Os fatores de risco que podem ser controlados são:

 Hipertensão;
 Colesterol elevado;
 Diabetes;
 Tabagismo;
 Doença cardíaca.

25.3 SINAIS E SINTOMAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

O acidente vascular encefálico deve ser suspeitado em qualquer paciente com perda
súbita de função neurológica ou alteração no nível de consciência.
Os sinais e sintomas mais comuns, que podem ocorrer isolados ou em combinação,
são:

 Alteração do nível de consciência (sonolência, torpor ou coma);


 Cefaleia (dor de cabeça) intensa de início súbito. Qualquer cefaleia associada à
alteração do nível de consciência e dor cervical; 133

 Fala incoerente ou dificuldade de entender a fala;


 Paralisia ou fraqueza facial. Pedir ao paciente que sorria para tornar este sinal mais
evidente;
 Incoordenação, fraqueza, paralisia ou perda sensorial em um membro ou diminuída
(metade) do corpo;
 Perda do equilíbrio;
 Perda da visão;
 Convulsões.

Os sinais e sintomas podem atingir o máximo de severidade desde o início, piorar


gradativamente ou flutuar. Por vezes, é impossível distinguir o acidente vascular encefálico
isquêmico do hemorrágico, mas a cefaleia acompanhada de náuseas e vômitos são mais
proeminentes com as hemorragias. A perda da consciência é mais frequente no acidente
vascular encefálico hemorrágico.

Muitos pacientes apresentam sintomas de um acidente vascular encefálico com


duração menor que 24 horas, são os chamados ataques isquêmicos transitórios. Estes ataques
muitas vezes precedem o acidente vascular encefálico, devendo servir como um alerta para o
risco.

Os profissionais de emergência não devem tentar diferenciar um acidente vascular


encefálico de um ataque transitório e o paciente deve ser levado para o hospital de referência
mais próximo.
25.4 ABORDAGEM E CONDUTA

Até pouco tempo não havia tratamento hospitalar específico para o acidente vascular
encefálico, os pacientes eram colocados em um protocolo geral de “Alteração do Nível de 134
Consciência”.

Porém, com o desenvolvimento de novos tratamentos à base de drogas, que dissolvem


coágulos, tornou-se importante que estes pacientes sejam removidos rapidamente para o
hospital, mesmo que aparentemente sua situação não seja crítica, pois três horas após o início
do quadro este tratamento não é mais eficaz.

O profissional de emergência deve ter a seguinte conduta:

 Avaliar a cena;
 Realizar exame primário;
 Observar cuidados com a coluna cervical em situações nas quais se suspeita que o
paciente possa ter sofrido algum traumatismo (em caso de queda);
 Abrir as vias aéreas é prioridade caso o paciente esteja inconsciente ou sonolento;
 Iniciar a ventilação pulmonar, caso necessário. A respiração inadequada piora ainda
mais as condições cerebrais e pode aumentar a área de necrose;
 Administrar oxigênio sob máscara em todos os casos e manter a oximetria
monitorizada acima de 92%;
 Prevenir a broncoaspiração, colocando o paciente em decúbito lateral, caso
ocorram vômitos;
 Caso o paciente apresente sinais de choque, iniciar o tratamento;
 As alterações dos sinais vitais são comuns após o acidente vascular encefálico,
particularmente a pressão arterial;
 Exame secundário com avaliação neurológica: escala de coma de Glasgow e
escala de Cincinatti;
 Transportar para um centro de saúde de referência.

Na alteração súbita no nível de consciência e paralisia podem preceder a obstrução de


vias aéreas ou a aspiração de vômito. Muitos pacientes com acidente vascular encefálico não
podem falar, mas podem entender o que é falado. 135

As complicações do acidente vascular encefálico podem ser:

 Coma;
 Obstrução de vias aéreas por queda de língua;
 Broncoaspiração;
 Distúrbio respiratório;
 Hipertensão arterial;
 Convulsões.
26 ANGINA DE PEITO

Angina é a dor ou desconforto que surge no tórax, causado pela chegada de


quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao miocárdio. É descrita como uma sensação de 136
peso intenso ou aperto, mas pode ser do tipo queimação.

Um fato importante é que a dor pode estender-se e irradiar para o braço esquerdo,
com caráter de dor ou formigamento, ou para o lado esquerdo do pescoço ou até para a
mandíbula.

A angina é causada pela obstrução parcial das coronárias por uma placa de gordura,
que limita a capacidade do coração de aumentar a chegada de sangue oxigenado em resposta a
um aumento de consumo de oxigênio.

Pode ser desencadeada por um aumento das necessidades de oxigênio do coração,


ou que não pode ser atendida pelas coronárias obstruídas devido a exercícios físicos, febre,
emoções fortes e traumatismos.

Nos casos em que a dor dura até cinco minutos e pode ser aliviada pelo repouso ou
por medicamentos específicos, ela pode ser considerada menos grave. Se a dor não
desaparecer em menos de cinco minutos ou se não for aliviada completamente por medicação, o
paciente deverá ser levado o mais precocemente possível para avaliação médica. Deve ser
evitado qualquer tipo de esforço físico por parte da vítima, inclusive andar até em carro.

Quando a dor for prolongada, podemos ter duas situações: ou o paciente tem uma
angina grave, chamada de angina instável, ou um infarto agudo do miocárdio. Ambas são
consideradas emergências; e o paciente deve ser transportado imediatamente para o hospital.
27 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

O infarto agudo do miocárdio (IAM) refere-se ao processo pelo qual áreas de células
miocárdicas no coração são destruídas de maneira permanente.
137
Como a angina instável, o infarto agudo do miocárdio é usualmente causado por fluxo
sanguíneo reduzido em uma artéria coronária devido à aterosclerose e oclusão de uma artéria
por um êmbolo ou trombo.

As outras etiologias do infarto agudo do miocárdio incluem:

 Vasoespasmo (constrição ou estreitamento súbito) de uma artéria coronária;


 Suprimento de oxigênio diminuído (em razão da perda sanguínea aguda);
 Demanda aumentada de oxigênio (em razão de uma frequência cardíaca rápida ou
ingestão de cocaína).

Oclusão coronariana, ataque cardíaco e infarto agudo do miocárdio são termos usados
como sinônimos. A área de infarto leva tempo para se desenvolver. À medida que as células são
privadas de oxigênio, a isquemia se desenvolve, ocorre a lesão celular e, com o passar do
tempo, a falta de oxigênio resulta em infarto ou morte das células, que não pode mais ser
revertida.

A expressão “tempo é músculo” reflete a urgência do tratamento apropriado para


melhorar os resultados do paciente.

27.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


A dor torácica que ocorre de forma repentina e contínua, apesar do repouso e
medicamento, é o sintoma apresentado na maioria dos pacientes com um infarto agudo do
miocárdio.

Esta dor pode irradiar para os braços (principalmente o esquerdo), ou pescoço. Alguns
pacientes podem apresentar dor epigástrica, dorsal, no membro superior direito e nos ombros. A
dor pode associar-se a vômitos, sudorese, ansiedade, inquietação e falta de ar. 138

Geralmente os sintomas se iniciam em repouso, pioram gradualmente e duram horas


caso não haja tratamento. Os sinais vitais são inespecíficos, pois podem estar dentro dos
parâmetros normais.

As complicações do infarto agudo do miocárdio são classificadas como elétricas, como


por exemplo, as arritmias; e mecânicas, como a falência cardíaca.

A fibrilação ventricular é a principal causa de óbito por arritmias em pacientes


infartados. A maioria das mortes ocorre nas primeiras 24 horas, especialmente na primeira hora
(50% dos óbitos). O profissional de saúde pode atuar com eficácia utilizando o desfibrilador
semiautomático e transportando a vítima rapidamente ao hospital.

27.2 ABORDAGEM E CONDUTA

 Realizar a avaliação primária e colher informações;


 Perguntar sobre outros episódios de dor, diagnósticos prévios e uso de
medicações;
 Todo paciente adulto com dor torácica aguda e de forte intensidade deve ser
considerado como vítima de infarto agudo do miocárdio, até que se prove o
contrário;
 Manter a vítima em repouso absoluto;
 Tranquilizar pacientes lúcidos;
 Caso o paciente se torne inconsciente, abrir as vias aéreas e assistir a respiração;
 Administrar oxigênio suplementar sob máscara em todos os casos;
 Caso o paciente já tenha o diagnóstico de angina de peito, faça o uso de medicação
prescrita por médico e tenha o medicamento em seu poder;
 O transporte rápido é fundamental, pois quanto mais rápido o paciente chegar a um
centro de saúde de referência, maiores são as possibilidades de reduzir a área de 139
infarto;
 Obter acesso venoso periférico em membro superior, mantendo-o com solução
glicosada 5%, desde que prescrito pelo médico;
 Reavaliar frequentemente o paciente;
 Preparar para complicações súbitas como parada cardíaca, choque ou edema
pulmonar agudo.
28 INTOXICAÇÕES

Um tóxico é qualquer substância que, quando ingerida, inalada, absorvida, aplicada à


pele ou produzida dentro do organismo em quantidades relativamente pequenas, lesiona o corpo 140
por sua ação química.

A intoxicação por inalação e ingestão de materiais tóxicos, tanto intencional quanto


inadvertida, constitui um perigo importante para a saúde e é uma situação de emergência. Os
tóxicos apresentam variado grau de morbimortalidade para o homem, daí a importância da
abordagem bibliográfica entre os temas de emergências clínicas.

A constituição química do toxicante, quantidade utilizada, início da intervenção


terapêutica, uso de substâncias simultâneas, presença de comorbidades, suscetibilidade
individual, entre outros fatores, influenciam a evolução clínica dos casos de intoxicação por
esses “agentes externos”.

O estímulo às medidas de prevenção e a suspeita clínica imediata são a chave para o


sucesso do prognóstico nesse tipo de patologia. Medidas simples como o armazenamento de
produtos químicos para uso doméstico em embalagens resistentes, associado ao hábito de
armazená-lo em local seguro, fora do alcance de crianças e/ou idosos demenciados reduzem de
modo comprovado os altos índices de intoxicações acidentais registrados nos centros de
toxicologia.

A orientação da população sobre os riscos das intoxicações por medicamentos de uso


comum, assim como dos familiares de crianças e indivíduos com antecedentes de tentativa de
suicídio, são alternativas para reduzir a frequência de intoxicações nos prontos-socorros.

As informações obtidas dos acompanhantes do paciente, em uma anamnese


detalhada e um exame físico minucioso (logo que a estabilidade hemodinâmica do intoxicado
assim o permita), na maioria das vezes, serão suficientes para dar origem a um diagnóstico
sindrômico até que um diagnóstico definitivo seja estabelecido.
Durante a história clínica sobre a etiologia do quadro do paciente é importante tentar
obter receituários antigos, embalagens, os produtos encontrados próximos à vítima, determinar o
tempo entre a ingestão ou inalação do produto e a chegada ao serviço médico, os antecedentes
patológicos pregressos (história de tratamento psiquiátrico, uso de lítio, antidepressivo cíclico,
neurolépticos, analgésicos, opioides, digitálicos, anticonvulsivantes, dependência de drogas,
etc.).
141
Aos dados de exame físico como o grau de orientação são associados: suas condições
de fornecer ou não informações adequadas, hálito, presença de picadas ou manchas na pele,
reflexo pupilar, alterações motoras e/ou hemodinâmicas. Fatores que permitirão ao médico
socorrista elaborar um diagnóstico e, ao mesmo tempo, muitas vezes, inferir a etiologia.

Intoxicação por droga(s) adentra no diagnóstico diferencial de qualquer paciente com


alteração do estado mental. Entra no diagnóstico de quaisquer sinais ou sintomas inexplicados
em crianças menores de cinco anos ou adultos jovens.

As intoxicações geralmente não requerem análises toxicológicas, embora o suporte de


departamento de bioquímica e hematologia seja necessário. As maiores finalidades que
justificam esse procedimento são a necessidade de um tratamento específico e do uso de
antídoto para a droga suspeitada.

Compostos como lítio, acetaminofen e metanol são exemplos de poucas substâncias


que devem ser avaliadas qualitativa e quantitativamente, para melhor eficácia da assistência ao
paciente vítima de intoxicação por elas.

De acordo com a epidemiologia das intoxicações no Brasil, por tipo de agente, os


medicamentos lideram as estatísticas (ácido acetilsalicílico, barbitúricos, antidepressivos cíclicos,
neurolépticos, benzodiazepínicos, digoxina, lítio, codeína), seguidos pelos produtos de limpeza
de uso doméstico (saneantes); desengordurantes (destilados do petróleo: querosene, gasolina,
tíner) e cáusticos (soda cáustica).

Os produtos químicos industriais, como por exemplo, sulfeto de hidrogênio, CO,


tolueno, xileno são citados mais frequentemente em medicina ocupacional. Em quarto lugar
encontramos os praguicidas (raticidas, principalmente), seguidos pelos agrotóxicos de uso
doméstico (inseticidas do grupo dos clorados, fosforados, carbamatos e, com menor toxidade, os
piretos) e em sexto lugar aparecem as drogas como cocaína, maconha, opioides, isto é, drogas
de abuso.

Os envenenamentos ou intoxicações predominam em crianças (menores de doze


anos), principalmente entre um e quatro anos. Geralmente, por supervisão inadequada dos pais,
ou pela acessibilidade de produtos caseiros com potencial tóxico. Os adultos entre quinze e
quarenta anos são os mais afetados, a maioria do sexo feminino e de modo intencional. 142

28.1 INTOXICAÇÃO POR INGESTÃO

No caso provável de intoxicação por ingestão, devem-se obter informações


rapidamente. Se possível, levantar a história enquanto faz o exame físico; ver se há vômitos;
conferir se há qualquer substância nas roupas da vítima.

A cena pode estar associada a algum tipo específico de envenenamento. Os sinais e


sintomas de intoxicação por ingestão podem ser identificados durante a avaliação da vítima. Eles
podem incluir:

 Queimadura ou mancha ao redor da boca da vítima;


 Odores incomuns da respiração, no corpo, nas roupas do paciente ou no ambiente;
 Respiração anormal;
 Pulsação com frequência e características anormais;
 Sudorese;
 Pupilas dilatadas ou contraídas;
 Produção excessiva de saliva ou presença de espuma na boca;
 Dores na garganta ou na boca ou deglutição dolorosa;
 Dor no estômago ou abdominal;
 Convulsões;
 Estado alterado de consciência.

Na maioria dos casos o cuidado de emergência consistirá em:

 Realizar a avaliação primária; 143

 Diluir a substância no estômago da vítima;


 Administrar o carvão ativado para absorvê-la;
 Nunca tente provocar vômito se a vítima estiver inconsciente.

28.2 INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO

Obtenha o máximo de informações e o mais depressa possível da vítima e das


pessoas presentes no local. Procure identificar a substância inalada. As possíveis fontes podem
ser os escapamentos dos automóveis, fogões a gás, solventes industriais e latas de spray.

Os sinais e sintomas de intoxicação por substâncias inaladas variam e dependem do


tipo de substância. A reação do organismo para casos de intoxicação por gases tóxicos
frequentemente pode demorar.

Respiração rápida e tosse são indicadores característicos. A frequência do pulso é


normalmente muito rápida e/ou muito lenta. Provavelmente poderá perceber a irritação dos olhos
e danos das vias aéreas.

Irritações de pele e olhos podem ser tratadas com água corrente. A prioridade do
profissional de emergência deve ser cuidar dos danos às vias aéreas da vítima.

Em caso de inalação de fumaça deve-se ter as seguintes condutas:


 Remover a vítima com segurança para áreas livres de fumaça;
 Executar avaliação inicial e medidas de suporte básico de vida, e de acordo com a
necessidade (CAB);
 Se a vítima estiver consciente e sem sinais de lesão no pescoço ou coluna,
coloque-a em posição sentada ou semissentada. Esta posição facilita a respiração;
 Monitorar a vítima e preparar para uma perda de consciência;
 Proporcione cuidados para o choque; 144

 Transporte para um centro de saúde de referência.

28.3 INTOXICAÇÃO POR ABSORÇÃO

As intoxicações por absorção normalmente irritam a pele e os olhos. Porém, há casos


raros em que a substância é absorvida com mínimo ou nenhum dano à pele. Os sinais e
sintomas de intoxicação por absorção incluem uma ou todas as seguintes reações:

 Reação cutânea: irritações moderadas de queimaduras por substâncias químicas;


 Prurido;
 Irritação nos olhos;
 Cefaleia;
 Temperatura da pele aumentada;
 Choque por alergia (choque anafilático).

Os cuidados de emergência para intoxicações por absorção incluem remover a vítima


da fonte da substância e lavar imediatamente com água corrente todas as áreas expostas.

Depois desta conduta inicial, removaas vestes contaminadas e lave as áreas afetadas
da pele da vítima com água e sabão, continue banhando abundantemente com água corrente.

Transporte para o hospital.


29 AFOGAMENTOS

Afogamento é todo acidente por submersão em que a vítima morre dentro das
primeiras 24 horas. Quase afogamento é todo acidente por submersão em que a vítima 145
sobrevive no mínimo por 24 horas, independentemente do resultado final.

O afogamento é uma causa comum de morte acidental em crianças e adultos jovens. A


prevenção é o principal instrumento para redução nos casos de afogamento, por intermédio da
educação da população e do aumento do número de guarda-vidas nas praias.

Os tipos de afogamentos são:

 Afogado molhado: associado à aspiração de líquido, tem pior prognóstico e


representa 85% dos afogamentos fatais.
 Afogado seco: não apresenta aspiração pulmonar de líquido devido ao espasmo
da musculatura da laringe. Cerca de 10% dos óbitos por afogamento ocorrem por
asfixia verdadeira. As vítimas que não aspiram líquidos geralmente respondem
melhor ao tratamento, quando resgatadas a tempo.

Do ponto de vista prático o quadro dos pacientes que se afogam em água doce ou
salgada é idêntico, devido à pequena quantidade de fluido que normalmente é aspirada.

É necessário que o profissional de emergência informe ao médico se o atendimento


ocorreu em água poluída ou contaminada por produtos químicos e qual era a temperatura da
água, pela possibilidade de a hipotermia coexistir com o afogamento.

A maioria dos afogamentos segue um padrão comum, após um período de pânico, a


vítima tenta se manter em apneia enquanto luta para emergir. É frequente a deglutição de água
que causa distensão do estômago e vômitos.
Com a queda da oxigenação, ocorrem respirações involuntárias durante a submersão
e aspirações de quantidade variáveis de água.A passagem de líquido pela laringe causa, nas
fases iniciais, um intenso laringoespasmo (oclusão da glote devido à contração dos músculos
laríngeos) que previne a aspiração de maiores quantidades de água.

146

29.1 CLASSIFICAÇÕES DO AFOGADO

 Resgate: Paciente tem tosse e falta de ar.


 Grau I: Paciente lúcido, apresentando tosse seca. Inicialmente o paciente está
taquicárdico e taquipneico, mas melhora rapidamente à medida que se acalma. Não
há aspiração pulmonar significativa.Tratamento na cena: repouso, aquecimento e
oxigênio.
 Grau II: Lucidez ou agitação: elevação moderada das frequências respiratória e
cardíaca, taquipneia, sem grande dificuldade respiratória. Há presença de tosse
seca e vômitos. Existe pequena quantidade de espuma na boca e no nariz. Óbito
em 0,6% dos casos.
 Grau III: Paciente agitado e pouco colaborativo devido à falta de oxigênio. As
frequências cardíaca e respiratória estão elevadas e o paciente apresenta grave
dificuldade respiratória, muitas vezes, com cianose. Ocorre tosse com espuma
esbranquiçada ou rósea em quantidade. A mortalidade é elevada neste grupo.
Óbito em 5,2% dos casos.
 Grau IV: Semelhante ao grau III, porém o pulso radial está fraco ou ausente,
indicando sinais de choque. Óbito em 19,4% dos casos.
 Grau V: Presença de parada respiratória. Óbito em 44% dos casos.
 Grau VI: Presença de PCR. Óbito em 93% dos casos.

Obs.: É importante lembrar que esta classificação não tem caráter evolutivo.
29.2 ABORDAGEM E CONDUTA

 Remover a vítima da água o mais rápido possível (resgate geralmente realizado por
bombeiros e não profissionais de saúde). 147
 Avaliar a segurança do local.
 Manter o paciente na horizontal em paralelo à água e executar a avaliação primária
(CAB).
 Iniciar RCP na ausência de pulso carotídeo mesmo em indivíduos que ficaram
submersos por longos períodos, pois a água fria protege o indivíduo da morte
cerebral. Caso a ambulância esteja equipada com desfibrilador semiautomático,
deve ser realizada a rotina de análise do ritmo. As compressões torácicas só devem
ser iniciadas após a retirada da vítima da água.
 Abrir as vias aéreas é a prioridade por meio de técnicas usuais. Observar cuidados
com a coluna cervical se houver evidência de trauma.
 Iniciar ventilação pulmonar se houver indicação, utilizando oxigênio suplementar.
 Administrar oxigênio sob máscara em pacientes, ventilando espontaneamente com
fluxo de 12L/min.
 Não tentar retirar a água dos pulmões ou do estômago. A utilização da manobra de
Heimlich para esvaziar o estômago distendido só aumenta o risco de aspiração
pulmonar. A manobra só deve se utilizada se houver suspeita de obstrução de vias
aéreas por corpos estranhos.
 Caso o paciente inconsciente apresente vômitos, coloque-o em posição lateral de
segurança.
 Não colocar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo.
 Aquecer os pacientes, secando-os e cobrindo-os com cobertores.
 Prevenir a aspiração pulmonar em vítimas com respiração espontânea, colocando o
paciente em decúbito lateral esquerdo (posição lateral de segurança).
 Todas as vítimas de submersão, mesmo as que só necessitaram de mínima
reanimação, devem ser submetidas à avaliação médica, pois, às vezes, a lesão
pulmonar ocorre horas após o episódio de submersão.
30 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO

O trauma de crânio é responsável por 50% das mortes em pacientes traumatizados.


São as principais causas de óbito nas vítimas de acidentes automobilísticos. A maioria das 148
vítimas está na faixa etária entre quinze e 24 anos.

E mesmo quando não causa a morte, pode ocasionar sequelas graves, incompatíveis
com uma vida produtiva. O tratamento adequado é eficaz para diminuir essas complicações. Os
traumatismos da cabeça podem envolver, isoladamente ou em qualquer combinação, o couro
cabeludo, crânio e encéfalo.

30.1 LESÕES NO COURO CABELUDO

Podem causar hemorragias importantes devido à sua intensa vascularização. Nos


adultos, os hematomas subgaliais (galos) são úteis para determinar a força do traumatismo. Os
sangramentos devem ser controlados com compressão. Na presença de fratura com depressão,
efetuar a compressão na margem da lesão para evitar agravamento.
FIGURA 50 – LESÕES NO COURO CABELUDO

149

FONTE: Disponível em: <http://www.malthus.com.br/mg_02045/02051_b.jpg>.

Acesso em: 19 set. 2011.

30.2 FRATURAS DE CRÂNIO

As fraturas de crânio não implicam, necessariamente, presença de lesão encefálica,


mas indicam a severidade do trauma e maior probabilidade de ocorrer lesão intracraniana.

Podem ser classificadas em:

 Fraturas, linear ou simples: representam 80% das fraturas de crânio, são lineares
e sem desvio.
 Fraturas abertas: localizam-se sob lesões do couro cabeludo e têm maior potencial
para infecção.
 Fraturas deprimidas: ocorrem geralmente após lesão de baixa velocidade com
impactos de pequenos objetos. Têm maior potencial para causar lesão cerebral,
pois fragmentos ósseos penetram na massa encefálica.
 Fraturas de base de crânio: a presença de sangramento pelo nariz (rinorragia) ou
pelo ouvido (otorragia) indica a possibilidade desta lesão. A equimose periorbitária
(olhos de guaxinim) surge algumas horas após o trauma. A equimose de mastoide é
um sinal tardio (mais de 24 horas após a lesão). 150

FIGURA 51 – FRATURAS DE CRÂNIO

FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_jttoLB3SPIM/SU6iAm-otkI/AAAAAAAAABo/6s3FUvXe-


s0/s400/Imag007.jpg>. Acesso em: 19 set. 2011.

30.3 LESÕES CEREBRAIS

 Concussão: episódio de alteração do nível de consciência após um violento


choque, com retorno rápido ao normal. Não há lesão cerebral definida. O quadro
clínico é a perda da consciência por alguns segundos ou minutos, confusão, amnésia e
vômitos.
 Contusão cerebral: ocorre geralmente nas áreas em que o cérebro entra em
contato com protuberâncias ósseas, caracteriza-se por áreas de hemorragia no
cérebro. Pode causar déficits permanentes ou se resolver totalmente. As lacerações
cerebrais podem ocorrer nas mesmas situações das contusões cerebrais.
 Hematomas intracranianos: existem três tipos de hematomas (epidurais, 151
subdurais e intracerebrais).
 Hematomas epidurais: ocorrem em quase todos os casos de fratura de crânio,
não ocasionando sequelas graves. Criam um aumento da pressão intracraniana em
poucas horas. São responsáveis por 5 a 10% dos óbitos por TCE.
 Hematomas subdurais: ocorre quando o sangramento está presente entre a dura-
máter e a aracnoide. Geralmente de natureza venosa, tendo uma velocidade de
expansão menor. Podem ser classificados de acordo com a apresentação clínica
em agudos, subagudos e crônicos.
 Hematomas intracerebrais: são causados por dano vascular no momento do
impacto. O quadro clínico depende da região do cérebro que foi afetada.

FIGURA 52 – LESÕES CEREBRAIS

FONTE: Disponível em: <http://hon.nucleusinc.com/imagescooked/28392W.jpg>.

Acesso em: 19 set. 2011.


30.4 AVALIAÇÃO E ABORDAGEM DA VÍTIMA

 Avaliar a cena;
 Realizar a sequência CAB; 152
 Realizar miniexame neurológico (escala de coma de Glasgow);
 Avaliar pupilas (tamanho, simetria, responsividade à luz);
 Movimentos das extremidades (comparar a simetria entre o lado direito e esquerdo
do corpo);
 Transportar rapidamente para o serviço apropriado para reduzir a gravidade das
lesõese diminuir a mortalidade das vítimas.

30.5 ESCALA DE COMA DE GLASGOW

É utilizada para avaliação e comparações repetidas no nível de consciência em


intervalos frequentes. São atribuídos valores numéricos às seguintes respostas da vítima:
abertura ocular, respostas motora e verbal.

A pontuação obtida é somada e reflete o status neurológico da vítima de TCE. A


pontuação mínima é três, a máxima é quinze, pontuações menores ou iguais a oito são
compatíveis com o estado de coma. Segue novamente a Escala de Coma de Glasgow para
fixação.
TABELA 6 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW

Abertura Ocular Espontânea 4

Ao comando verbal 3

153
À dor 2

Ausente 1

Resposta Motora Obedece a comandos 6

Localização à dor 5

Flexão inespecífica (retirada) 4

Flexão hipertônica 3

Extensão hipertônica 2

Sem resposta 1

Resposta Verbal Orientado e conversando 5

Desorientado e conversando 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1
31 DESMAIO

Síncope ou desmaio é a perda temporária, súbita e breve da consciência e


consequentemente da postura, devido à isquemia cerebral transitória generalizada, 154
caracterizada por redução na irrigação de sangue para o cérebro.

Síncopes simulam crises de ausência simples ou crises parciais complexas com perda
da consciência desde o início. A abordagem inicial de pacientes com síncope envolve diversos
passos, como por exemplo, o suporte básico de vida antes da suspeita de uma crise epiléptica.
Verificação da condição hemodinâmica, pesquisa de distúrbios metabólicos ou hipóxia fazem
parte desta rotina.

A síncope é um problema frequente, sendo responsável por 1 a 6% de todas as


admissões hospitalares. Cerca de 30% das pessoas têm pelo menos uma síncope nas suas
vidas, em 40% existe recidiva, sobretudo após os primeiros doze meses após o primeiro
episódio.

As causas principais são as alterações vasovagais, ou seja, uma hipersensibilidade do


reflexo vasovagal, ocasionando dor intensa, estresse, emoção. Ou secundária a fatores
cardíacos, como por exemplo, arritmia cardíaca e/ou cardiopatia obstrutiva ou mais
frequentemente devido à alteração da resposta neuromediada do sistema nervoso autônomo
que controla a pressão arterial e a frequência cardíaca.

As outras causas são devido à hipotensão postural, após mudança rápida para posição
de pé e medicamentos como anti-hipertensivos, antiarrítmicos e antidepressivos, que são os
fármacos normalmente associados à perda de consciência.

Na síncope, nem sempre existe uma diferenciação tão clara e os achados de exames
diagnósticos podem ser inespecíficos.
FIGURA 53 - SÍNCOPE

155

FONTE: Disponível em: <http://www.bibliomed.com.br/images/articlesimg/sincope.gif>.

Acesso em: 19 set. 2011.

O diagnóstico é baseado na história clínica, no exame clínico e neurológico; estes itens


são necessários para equacionar corretamente o episódio deinconsciência.

São necessários, quando pertinente, diversos exames que vão desde um simples
hemograma e dosagens de glicose até, nos casos mais graves, uma ressonância magnética.

Casos mais graves, especialmente doenças de origem cardíaca, requerem uma


atenção maior. Enquanto o paciente estiver desmaiado deve ser acomodado deitado, a cabeça
sem angulações e as pernas elevadas.

Há algumas medidas que podem ser realizadas com o objetivo de evitar que uma
pessoa possa desmaiar, são elas:

 Se você acha que vai desmaiar, procure deitar-se com as pernas mais elevadas
que a cabeça.
 Se não for possível deitar-se, sente-se e abaixe a cabeça até o nível dos joelhos,
pois com este procedimento você consegue aumentar o fluxo de sangue para seu
cérebro.
 Procure não se levantar bruscamente, faça-o lentamente, para que sua frequência
cardíaca e pressão sanguínea tenham mais tempo para se ajustar à posição
vertical.
 Se você começou a tomar alguma medicação nova e acha que seu desmaio foi 156
ocasionado pela medicação, procure seu médico, pois pode ser necessário ajustar
a dosagem.
 Em épocas de altas temperaturas, como verão, passar por muito calor e umidade,
ter sensação de abafamento, ingerir pouco líquido, ficar em pé por um longo tempo,
fazer exercícios e desidratar-se são condições propícias para ocorrer um desmaio.

Os primeiros socorros para casos de desmaio devem ser tomados até que seja
possível o atendimento especializado. Podemos destacar:

 Afastar a vítima de local que proporcione perigo, como por exemplo, escadas,
janelas;
 Deitá-la de barriga para cima e elevar as pernas acima do tórax, para que a cabeça
fique mais baixa em relação ao restante do corpo;
 Manter a cabeça de lado para facilitar a respiração e evitar aspiração de secreções;
 Afrouxar as roupas;
 Manter o local arejado;
 Após recobrar a consciência, deve permanecer pelo menos dez minutos sentada,
antes de ficar em pé, pois isso pode favorecer o aparecimento de um novo
desmaio;
 Transportar a vítima para atendimento médico.

São atitudes importantes que o socorrista não deve fazer:


 Não jogar água fria no rosto, para despertar;
 Não oferecer álcool ou amoníaco para cheirar;
 Não sacudir a vítima.

157
32 CHOQUE ELÉTRICO

O choque elétrico pode ser definido como a passagem de uma corrente elétrica através
do corpo, utilizando-o como um condutor. Esta passagem de corrente pode causar um susto, 158
porém também pode causar queimaduras, fibrilação cardíaca ou até mesmo a morte.

Por esse motivo deve-se ter muito cuidado na manipulação com tomadas, fios
desencapados e até mesmo a rede elétrica de distribuição de energia, pois são muito perigosos
e com alto poder para eletrocutar uma pessoa.

Costuma-se associar a lesão que o choque pode causar com o nível de tensão, porém
o correto é que depende da intensidade da corrente elétrica que atravessa o corpo da pessoa
durante o choque e do caminho da corrente elétrica pelo corpo.

Certamente que quanto maior for a tensão, maior é a probabilidade de ocorrer um dano
físico à pessoa, tendo em vista que pela lei de Ohm o aumento da corrente é diretamente
proporcional ao da tensão e inversamente proporcional ao da resistência elétrica

As lesões provocadas pelo choque elétrico podem ser de quatro naturezas, são elas:

 Eletrocussão;
 Choque elétrico;
 Queimaduras;
 Quedas provocadas pelo choque.

32.1 ELETROCUSSÃO
A eletrocussão é definida como a morte provocada pela exposição do corpo a uma
carga letal de energia elétrica. Os raios e os fios de alta tensão, geralmente com a voltagem
superior a 600 volts, costumam provocar esse tipo de acidente. Também pode ocorrer a
eletrocussão com baixa voltagem, ou seja, com voltagem inferior a 600 volts, se houver a
presença de: poças d'água, roupas molhadas, umidade elevada ou suor.

159

32.2 CAUSAS DO CHOQUE ELÉTRICO

O choque elétrico é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo
humano ou de um animal qualquer. O pior choque é aquele que se origina quando uma corrente
elétrica entra pela mão da pessoa e sai pela outra.

Nesse caso, atravessando o tórax, ela tem grande chance de afetar o coração e a
respiração. Se fizerem parte do circuito elétrico o dedo polegar e o dedo indicador de uma mão,
ou uma mão e um pé, o risco é menor.

O valor mínimo de corrente que uma pessoa pode perceber é 1mA. Com uma corrente
de 10 mA, a pessoa perde o controle dos músculos, sendo difícil abrir as mãos para se livrar do
contato. O valor mortal está compreendido entre 10 mA e 3 A.

32.3 QUEIMADURAS

A pele humana é um bom isolante e apresenta, quando seca, uma resistência à


passagem da corrente elétrica de 100.000 Ohms. Quando molhada, porém, essa resistência cai
para apenas 1.000 Ohms. A energia elétrica de alta voltagem, rapidamente rompe a pele,
reduzindo a resistência do corpo para apenas 500 Ohms.

Além da intensidade da corrente elétrica, o caminho percorrido pela eletricidade ao


longo do corpo, ou seja, do ponto onde entra até o ponto onde ela sai e a duração do choque
são os responsáveis pela extensão e gravidade das lesões. 160

32.4 QUEDA DE ALTURA

Os acidentes com eletricidade ocorrem de várias maneiras. Os riscos resultam de


danos causados aos isolantes dos fios elétricos devido a roedores, envelhecimento, fiação
imprópria, diâmetro ou material do fio inadequado, corrosão dos contatos, rompimento da linha
por queda de galhos, falta de aterramento do equipamento elétrico. Quando o profissional sobe
para consertar certa estrutura ou linha, pode ocorrer a descarga elétrica e com isso ocasionar a
queda de altura.

32.5 PRIMEIROS SOCORROS

O socorrista deve interromper imediatamente o contato da vítima com a corrente


elétrica, realizando os seguintes procedimentos:
 Desligar o interruptor ou chave elétrica;
 Afastar o fio ou condutor elétrico com um material não condutor bem seco, pedaço
de pau, cabo de vassoura, pano grosso;
 Puxar a vítima pelo pé ou pela mão, sem lhe a tocar a pele, usando material não
condutor;
 É importante não pisar no chão molhado, se não estiver com botas de borracha.
161

Os procedimentos de Suporte Básico de Vida devem ser iniciados, são eles:

 Inicie as compressões torácicas no caso da vítima apresentar parada


cardiorrespiratória;
 Solicite auxílio do socorro especializado;
 Após certificar-se da normalização da respiração e dos batimentos cardíacos
mantenha-se alerta, para reiniciar o socorro, se a vítima continuar inconsciente;
 Imobilize os locais da fratura se houver;
 Proteja as áreas queimadas;
 Controle as hemorragias se houver;
 Transporte a vítima para o hospital, o quanto antes, mantendo a respiração e
massagem cardíaca se necessário.

Ao atender uma vítima de choque elétrico é necessário cuidar para não ficar na mesma
situação, portanto deve-se desligar a energia elétrica antes, ou usar alguma forma de isolamento
elétrico, como por exemplo, botas de borracha.

Estando a vítima fora de uma área eletrificada, observa-se se existe algum objeto
obstruindo a passagem do ar pela boca ou nariz, como próteses dentárias ou alimentos, que
devem imediatamente ser retirados.

As queimaduras elétricas geralmente são mais graves do que aparentam, mesmo


aquelas em que o paciente procura ajuda especializada pessoalmente.O corpo, no choque
elétrico, serve como condutor da energia e ao mesmo tempo de resistência elétrica, causando os
danos ao organismo.

Quando internado, é recomendável a passagem de uma sonda vesical para monitorar


a urina, ao mesmo tempo em que ela é estimulada pela hidratação venosa agressiva com soro
fisiológico para proteger o rim, mantendo uma diurese de pelo menos 100 ml por hora.

162
33 FERIMENTOS NO TÓRAX

Os ferimentos no tórax causam aproximadamente 25% das mortes nos pacientes que
sofreram politraumatismos. Cerca de 60% das vítimas politraumatizadas que evoluem para o 163
óbito apresentam lesões torácicas.

Os ferimentos podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da integridade da


parede torácica. Os fechados podem ser por compressão dos órgãos torácicos ou por
aceleração-desaceleração e são mais frequentes que os penetrantes.

Os ferimentos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de fogo. São
mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada, determinando o local de
lesões em órgãos. As lesões específicas no traumatismo de tórax serão abordadas a seguir.

33.1 FRATURA DE COSTELA

As fraturas mais comuns são as laterais entre a terceira e oitava costelas. Elas são
longas, finas e pouco protegidas. Fraturas simples isoladas quase nunca trazem risco de morte.

Podem ser detectadas por dor ao movimento ou palpação e, às vezes, crepitação local.
As fraturas de costelas mais baixas podem ser associadas a lesões do fígado (à direita) e baço
(à esquerda).
FIGURA 54 – FRATURA DE COSTELA

164

FONTE: Disponível em: <http://www.clinicadeckers.com.br/imagens/orientacoes/14_costela_lesionada.jpg>.

Acesso em: 19 set. 2011.

33.2 TÓRAX INSTÁVEL

O tórax instável é causado geralmente por um impacto no esterno ou na parede lateral


com fraturas de duas ou mais costelas adjacentes em dois ou mais pontos, deixando uma parte
da parede “solta”.

Esta porção perde o suporte ósseo e passa a fazer movimento contrário ao resto do
tórax em cada respiração. É uma lesão grave e pode levar à hipóxia e à morte, se associada à
contusão pulmonar e não tratada adequadamente. O tratamento consiste em medicação para
dor e, em alguns casos, suporte ventilatório por aparelhos.
33.3 CONTUSÃO PULMONAR

A compressão do pulmão pode produzir hemorragia dentro dos alvéolos, reduzindo a


capacidade do pulmão de transferir oxigênio para o sangue. Deve-se suspeitar se houver sinais 165
de trauma importante do tórax, como fraturas de várias costelas, tórax instável e equimoses.

Crianças podem apresentar contusões graves sem qualquer sinal de lesão externa ou
fratura de costela. O tratamento específico somente será realizado em ambiente hospitalar ou
por unidade de suporte avançado.

FIGURA 55 – CONTUSÃO PULMONAR

FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_VMFYTb5Xd00/S-


bQtliz4ZI/AAAAAAAAAC0/mV0TKoBIUFg/s1600/trauma+perfurocortante+t%C3%B3rax+3.jpg>. Acesso em: 19set.
2011.
33.4 PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO

Pneumotórax significa a presença de ar no espaço entre pleuras. Pode ser resultante


de lesão aberta no tórax, como por exemplo, uma facada, ou lesão do próprio pulmão após ser 166
atingido por um fragmento de costela quebrada, por exemplo, ou ambos.

À medida que o ar entra para o espaço pleural ele impede o pulmão de expandir-se e
de realizar as trocas gasosas. Se o ar estiver entrando em um mecanismo de válvula, haverá
compressão total do pulmão do mesmo lado com desvio do mediastino para o lado oposto,
levando à redução do retorno de sangue para o coração e ao choque.

Normalmente, há grande dificuldade respiratória, taquicardia, hipotensão arterial e


distensão do lado do tórax afetado. Nessa situação, o ar pode escapar para debaixo da pele,
podendo ser detectado pela palpação e sendo chamado enfisema subcutâneo. O pneumotórax
hipertensivo poderá matar a vítima em poucos minutos, se não for detectado.

Tratamento específico só em ambiente hospitalar, ou por equipe de suporte avançado


de vida. Consiste na drenagem do ar, permitindo expansão pulmonar.

FIGURA 56– PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO

FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_3TLnErjyzOc/Sh84GwPdZpI/AAAAAAAAAKI/4BduH-


_cM3U/s400/pneumotorax.jpg>. Acesso em: 19 set. 2011.
33.5 PNEUMOTÓRAX ABERTO

É produzido quando um ferimento penetrante conecta o espaço pleural com a


atmosfera. Quando maior que 2/3 do diâmetro da traqueia torna o paciente incapaz de encher os 167
pulmões durante a inspiração, pois o ar tende a entrar pela ferida e não pelas vias aéreas.

33.6 CONTUSÃO CARDÍACA

A contusão cardíaca pode produzir lesão miocárdica. Devem-se suspeitar quando a


vítima apresenta contusão ou fratura esternal. Devido a sua posição anterior e subesternal o
ventrículo direito é mais afetado que o esquerdo. Tem como complicações as arritmias,
hipotensão e rupturas de miocárdio ou válvulas.

FIGURA 57– CONTUSÃO CARDÍACA

FONTE: Disponível em:<http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2007/05/traumacard.JPG>.


Acesso em: 19set. 2011.
33.7 TRATAMENTO E CONDUTA

 Avaliação da cena;
 Realizar a sequência CAB; 168
 Conter hemorragias;
 Contato com o serviço de resgate;
 Transporte imediato para centro de saúde de referência.
34 FERIMENTOS NO ABDÔMEN

Os ferimentos de abdômen ocorrem em 20 a 40% dos pacientes que sofreram


politraumatismos, causando 50% das mortes evitáveis por trauma. A mortalidade elevada é 169
explicada pelo fato de que, frequentemente, o paciente não é diagnosticado na avaliação inicial,
na emergência.

O óbito pode ocorrer devido à hemorragia extensa proveniente de lesão aberta, como
por exemplo, um trauma abdominal penetrante ou lesão fechada, que consideramos como
trauma abdominal contuso.

Complicações tardias também podem surgir se lesões pequenas passarem


despercebidas, principalmente quando confia no aspecto externo da vítima e não valoriza o
potencial de dano causado pelo acidente, sobretudo no trauma contuso.

A completa ausência de sintomas e sinais locais não descarta a possibilidade de


trauma abdominal. Os traumatismos podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da
integridade da parede abdominal.

34.1 TRAUMATISMOS FECHADOS

Os traumatismos fechados podem ocorrer por compressão dos órgãos abdominais ou


por aceleração-desaceleração e são cinco vezes mais frequentes que os penetrantes. As vítimas
podem não ter dor ou evidências de trauma ao exame.
FIGURA 58– TRAUMATISMOS FECHADOS

170

FONTE: Disponível em:


<http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=102&g2_serialNumber=2>.
Acesso em: 19 set. 2011.

34.2 TRAUMATISMOS PENETRANTES

Os traumatismos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de fogo.
São mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada, determinando o local
de lesões em órgãos. A mortalidade é bem mais elevada em ferimentos por arma de fogo, pois
as lesões aos órgãos abdominais são bem mais frequentes.
FIGURA 59 – TRAUMATISMOS PENETRANTES

171

FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_wj8si01CvYk/Sogkkir9hhI/AAAAAAAAAOE/-


v9h91icly4/s400/DSC00665.JPG>. Acesso em: 19set. 2011.

34.3 PRIMEIROS SOCORROS

 Avaliar a cena;
 Realizar a sequência CAB;
 Administração de oxigênio;
 Imobilização rápida;
 Acesso venoso e infuso de soro (somente com supervisão e/ou orientação médica);
 Transporte imediato para o centro de saúde de referência.

A avaliação e o tratamento cirúrgico são os elementos básicos para a redução da


mortalidade dessas vítimas. Por isso, qualquer medida que retarde a chegada da vítima até esse
recurso deve ser bem justificada. O tempo de chegada ao centro de saúde de referência é
crucial.

172
35 FERIMENTOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

São acidentes causados por ofídios, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas e algumas
formas marinhas de vida animal que se constitui em um tipo de envenenamento, cujo veículo de 173
introdução, no corpo humano, se faz por meio de presas, ferrões, etc.

A toxidade do veneno varia em função do tamanho e estado de nutrição do animal


agressor, a quantidade de veneno inoculada, o peso e estado de saúde da vítima.

Como profissional de emergência, não é necessário ser capaz de classificar insetos,


aranhas, artrópodes e ofídios, porém, deve saber o mínimo indispensável sobre estes animais,
para que seja possível utilizar a técnica adequada a cada situação.

35.1 ENVENENAMENTO OFÍDICO

O acidente por picada de cobra venenosa é denominado ofidismo. O Brasil é o país


que possui a mais rica variedade de ofídios do mundo. As cobras não venenosas são maioria.
Podemos classificar as serpentes venenosas, no Brasil, em quatro grandes gêneros, que
descreveremos a seguir.

35.1.1 Micrurus (Corais)


Conhecidas vulgarmente como Corais. São encontradas nas regiões Centro-Oeste, Sul
e Nordeste. A ação do veneno das Corais no organismo é muito rápida, de grande potência e
mortal, se não for cuidado a tempo. Por isso, os sintomas e sinais aparecem em questão de
minutos. São eles:

 Dificuldade em abrir os olhos; 174

 “Cara de bêbado”;
 Falta de ar;
 Dificuldade em engolir;
 “Formigamento” e “adormecimento”;
 Insuficiência respiratória aguda.

FIGURA 60– CORAL

FONTE: Disponível em:


<http://www.zoopets.com.br/serpentes/Advertencia_Micrurus%20decoratus_1_Otavio%20Marques.jpg>. Acesso em:
19jul. 2011.

35.1.2 Crotalus (Cascavéis)


São as famosas cascavéis, facilmente reconhecidas pelo “guizo” existente na ponta da
cauda. Ocorrem nas regiões Sul e Centro. A ação do veneno limita-se a um pequeno e discreto
inchaço, ao redor do ferimento, que pode passar despercebido.

Entretanto, o veneno das cascavéis é de muita potência, sendo os acidentes


provocados por essas cobras muito graves, levando à morte, caso não sejam tomadas
providências. 175

São alguns sinais e sintomas de envenenamento:

 Dificuldade de abrir os olhos;


 “Cara de bêbado”;
 Visão dupla;
 Visão turva;
 Dor muscular;
 Sensação de formigamento no membro afetado;
 Dificuldade para falar.

Após seis a doze horas:

 Escurecimento da urina.

FIGURA 61– CASCAVEL

FONTE: Disponível em: <http://s190.photobucket.com/albums/z257/americanwildlife/Reptile/Crotalus_enyo.jpg>.

Acesso em: 19jul. 2011.


35.1.3 Bothops (Jararacas)

São as mais comuns e as mais numerosas, vulgarmente chamadas de Jararacas.


Estas serpentes são responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos do Brasil e são 176
encontradas em todo território nacional. O seu veneno provoca hemorragia.

A ação do veneno no organismo apresenta as seguintes manifestações locais:

 Dor imediata;
 Inchaço (edema);
 Calor e rubor no local da picada;
 Hemorragia no local da picada ou distante dele.

As complicações que podem surgir:

 Bolhas;
 Gangrenas;
 Abscesso;
 Insuficiência renal aguda.
FIGURA 62– JARARACA

177

FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_r8CAcPTrVU8/Sd_0deOoM4I/AAAAAAAABk4/pURnF-


e6sgY/s1600/c_jararaca1.jpg>. Acesso em: 19 jul. 2011.

35.1.4 Lachesis (Surucucus)

São serpentes pouco conhecidas, chamadas de Surucucu ou Surucutinga, sendo


encontradas na região Amazônica e Zona da Mata Nordestina. Os acidentes com Surucucus são
muito raros no Brasil. O seu veneno no organismo do acidentado provoca reações semelhantes
ao veneno das Jararacas. São eles:

 Inchaço no local da picada;


 Diarreia;
 Hemorragia.
FIGURA 63 - SURUCUCU

178

FONTE: Disponível em: <http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/gif_animal/cobras.gif/surucucu1.jpg>.

Acesso em: 19 jul. 2011.

35.1.5 Conduta

 Realize o exame primário;


 Procure identificar o animal agressor, porém não perca tempo em fazer isto, se o
capturar, leve-o morto para o hospital;
 Avalie os sinais vitais;
 Limpe o local da picada com água;
 Administre oxigênio;
 Mantenha o paciente deitado;
 Em caso de acidente com Botrópico (Jararaca), e se a vítima estiver com edemas
no membro, eleve o membro para aliviar o edema;
 É importante que se faça um círculo em volta do local da picada com uma caneta, a
fim de marcar o local da inoculação do veneno;
 Trate o choque, caso necessário;
 Transporte para um centro de saúde de referência.
35.2 ACIDENTES COM ARANHAS

Acidentes leves e benignos causados por Armadeiras e Viúvas-Negras causam apenas


dor discreta no local da picada, enquanto os provocados pela Tarântula e Aranha-Marron 179
provocam equimose local ou pequena necrose.

Nos casos graves originados pelas aranhas Armadeira e Viúva-Negra, a dor é bem
mais interna, e a vítima apresenta sudorese, náuseas, vômitos, hipertermia e hipertensão,
evoluindo para coma e choque.

Nos casos graves originados por picadas de Aranha-Marrom há dor forte no local da
picada, náuseas, vômitos, hipertermia e grandes equimoses no membro afetado, geralmente
acompanhados por flictenas hemorrágicas.

As condutas a serem realizadas em casos de acidentes com aranhas são as mesmas


realizadas com acidentes ofídicos.

FIGURA 64– ARANHAS

FONTE: Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/aranha_loxosceles_gaucho1.jpg>.

Acesso em: 19 jul. 2011.


35.3 ACIDENTES COM ESCORPIÃO

A incidência real do acidente com escorpiões é ainda pouco conhecida, pois à


semelhança dos acidentes aracnídeos, a maioria dos dados restringe-se àqueles casos em que 180
houve envenenamento e utilização de soro específico.

A maioria dos acidentes ocorre nos meses quentes e chuvosos, mais frequentes de
setembro a novembro, atingindo predominantemente os membros superiores, principalmente as
mãos e os antebraços.

A letalidade situa-se em 0,5 como médias nacional (aproximadamente 35 óbitos/ano no


período de 1990-1993) sendo que a maior proporção é registrada em indivíduos menores de 14
anos.

35.3.1 Reconhecimento

 Procure identificar e capturar o animal agressor, porém não perca tempo neste
trabalho;
 Dor local muito intensa;
 Náuseas e vômitos;
 Dores abdominais;
 Convulsões;
 Entorpecimento e formigamento no membro afetado;
 Espasmo do músculo do maxilar causando dificuldade para abrir a boca;
 Choque;
 Edema.
O tratamento é o mesmo utilizado para ofídicos.

FIGURA 65– ESCORPIÃO

181

FONTE: Disponível em: <http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/imagens/escorp.jpg>.

Acesso em: 19 jul. 2011.


36 FERIMENTOS NOS OLHOS

Ferimentos oculares são mais comuns do que podemos imaginar. Muitos podem até
ser de pouca importância, mas se não forem tratados de forma rápida e adequada podem levar a 182
complicações que ameaçam a visão.

Pode haver lesões sérias, e até mesmo com o cuidado de médicos oftalmologistas, a
visão pode ser perdida.

FIGURA 66 – LESÕES OCULARES

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-


E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg>.

Acesso em: 18 jul. 2011.


A prevenção da cegueira ocasionada por ferimentos oculares requer:

 Prevenção de acidentes;
 Avaliação precoce do paciente;
 Avaliação correta por parte do socorrista que presta o atendimento;
 Encaminhamento imediato de ferimentos sérios que requerem cuidados do 183

oftalmologista.

Os primeiros socorros em caso de substâncias químicas nos olhos são:

 Realizar a lavagem do olho com água em abundância;


 O paciente deve permanecer deitado por quinze minutos durante a administração
abundante de água nos olhos.

A proteção dos olhos é uma necessidade urgente, e imperativa, não apenas pelo
desejo de bem-estar dos indivíduos, mas também por razões de ordens socioeconômicas, como
o aumento da produtividade.

Com o aumento da industrialização e a diminuição das medidas profiláticas, os


acidentes oculares de trabalho têm ocorrido com uma frequência cada vez maior, sendo
necessárias medidas eficazes para preveni-los e evitá-los.

Tais acidentes são responsáveis, muitas vezes, por gerar incapacidade e limitações
nos indivíduos, por provocarem cegueira. Nos Estados Unidos, ocorrem cerca de mil acidentes
oculares de trabalho por dia, apesar de todo um esforço na sua prevenção.

Por ser a visão o sentido mais importante, os olhos são extremamente essenciais para
o operário e lesões mínimas podem impossibilitá-lo para o trabalho.É importante ressaltar que
aproximadamente 98% dos acidentes são evitáveis, ou seja, a cada cem acidentes, apenas dois
deveriam acontecer.
Muitos materiais e produtos são responsáveis por acidentes oculares domésticos.
Dentre eles, podemos citar:

 Produtos de limpeza, como desinfetantes, detergentes e alvejantes;


 Inseticidas;
 Objetos pontiagudos como tesouras, facas, garfos e agulhas; 184

 Líquidos inflamáveis;
 Produtos com temperaturas elevadas, tais como, fósforo, óleo para fritura;
 Plantas domésticas que liberem substâncias (coroa-de-cristo, etc.), entre outros.

Estes produtos provocam desde queimaduras até lesões perfurantes graves do globo
ocular, devendo, portanto, ser evitado o seu manuseio sem os devidos cuidados preventivos. Um
cuidado especial é o de se estocar tais produtos longe do alcance de crianças.

Por fim, cabe ainda lembrar a importância do uso do cinto de segurança nos veículos,
pois pesquisas mundiais demonstram a eficácia deste objeto de segurança na medida em que
diminui em uma percentagem alta o número de acidentes oculares graves, como as perfurações,
que podem gerar perda da função visual.

A primeira e mais importante medida de socorro após um acidente ocular é a lavagem


dos olhos com água limpa em abundância. A única exceção se faz às perfurações oculares, que
devem ser encaminhadas imediatamente ao oftalmologista para os devidos reparos.

É importante evitar-se a compressão do globo ocular até a avaliação da extensão da


lesão provocada pelo acidente. É fundamental a avaliação do médico oftalmologista que possui
os equipamentos necessários para um adequado exame do olho.

O uso de colírio anestesiante para alívio dos sintomas é um procedimento apenas


aceito durante o exame do olho acometido e somente pelo médico oftalmologista. Nunca deve
ser usado como rotina pelo socorrista, uma vez que o seu abuso pode gerar problemas oculares
graves como úlceras e cegueira, sendo inclusive necessária a proibição de sua comercialização
sem prescrição médica oftalmológica.
37 CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS

A caixa de primeiros socorros deve estar sempre completa e acessível para o


socorrista ou para a pessoa que prestará a assistência. Precisa conter materiais que sejam para 185
curativos de emergência, portanto, após os cuidados imediatos, procure orientação médica.

A caixa de primeiros socorros pode ser necessária em casa, durante as férias ou


durante uma excursão ou acampamento. Portanto, o conteúdo deve ser mantido em uma caixa
pequena, que seja portátil. Geralmente não se incluem medicamentos.

A caixa deve conter o seguinte:

 Fitas adesivas;
 Almofadinhas de gaze estéril comum e do tipo sem adesivo;
 Faixas especiais para estancar ferimentos leves;
 Sabão, uma barra pequena, para limpar as feridas;
 Toalhinhas ou compressas com álcool;
 Faixa elástica;
 Faixa triangular;
 Agulha e pinça;
 Tesouras pequenas.

Outros objetos úteis nas excursões ou acampamentos:

 Bússola;
 Apito;
 Lanterna;
 Fósforos.
Em situações especiais, caso o socorrista tenha conhecimentos, alguns medicamentos
podem ser guardados na caixa de primeiros socorros, são eles:

 Analgésicos;
 Anti-inflamatórios;
 Antitérmicos; 186

 Antialérgicos;
 Colírio;
 Remédios para náuseas e vômitos.

FIGURA 67 – CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS

FONTE: Disponível em: <http://www.carajas.com/wiki/images/a/a2/Embox.jpg>.

Acesso em: 18 jul. 2011.


38 CORPOS ESTRANHOS

Corpos estranhos são pequenas partículas de vidro, madeira, poeira, carvão, areia ou
limalha, grãos diversos, sementes, insetos que podem penetrar nos olhos, nariz e ouvidos de 187
uma pessoa.

Crianças pequenas podem, acidentalmente, introduzir objetos nas cavidades do corpo,


em especial no nariz, boca e ouvidos. Estes objetos são, na maioria das vezes, peças de
brinquedos, sementes, moedas, bolinhas de papel e grampos. Se houver asfixia, a vítima
apresentará pele azulada e respiração difícil ou ausente.

FIGURA 68 – CORPO ESTRANHO NOS OLHOS

FONTE: Disponível em: <http://www.saudenoclique.com.br/wp-content/uploads/2010/02/loesoes-olhos2.jpg>.


Acesso em: 18 jul. 2011.
Quando um corpo estranho atinge os olhos, as seguintes providências devem ser
tomadas:

 Piscar os olhos para permitir que as lágrimas lavem e removam pequenas


partículas;
 Não tente retirá-lo; 188

 Não esfregue os olhos com os dedos;


 Coloque pálpebra sobre pálpebra e irrigue o olho com soro fisiológico, água limpa
com conta gotas, ou embaixo de uma torneira (abrir pouco) deixando a água
escorrer sobre o olho atingido;
 Quando o corpo estranho estiver na esclera do olho e for terra ou areia, tentar
retirar delicadamente com um cotonete;
 Se o corpo estranho estiver fixo ao globo ocular não tente retirá-lo, coloque uma
compressa ou pano limpo cobrindo os dois olhos para evitar movimentos
conjugados e leve a vítima ao hospital imediatamente;

 Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra-os e procure ajuda
médica;
 Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel grosso e
procure ajuda médica imediata.
FIGURA 69 – CORPO ESTRANHO NA ESCLERA

189

FONTE: Disponível em: <http://www.saudenoclique.com.br/wp-content/uploads/2010/02/loesoes-olhos2.jpg>.


Acesso em: 18 jul. 2011.

Quando um corpo estranho estiver no nariz, as seguintes providências devem ser


tomadas:

 Tente expelir o ar pela narina com corpo estranho fazendo certa pressão com a
boca fechada e o outro lado comprimido com o dedo;
 Instrua a vítima para que ela respire pela boca;
 Não introduza instrumentos como arames, palitos, grampos ou pinças nas narinas.
FIGURA 70 – CORPO ESTRANHO NO NARIZ

190

FONTE: Disponível em: <http://static.hsw.com.br/gif/human-blockhead-2.jpg>.

Acesso em: 18 jul. 2011.

Quando um corpo estranho estiver nos ouvidos, as seguintes providências devem ser
tomadas:

 Manter o paciente deitado de lado com o ouvido afetado para cima;


 Não introduza nenhum instrumento pequeno;
 Quando o corpo estranho for inseto coloque algumas gotas de óleo caseiro dentro
do ouvido atingido e posicione a cabeça.

Quando um corpo estranho estiver na garganta, as seguintes providências devem ser


tomadas:

 Mantenha-se ao lado da vítima e de forma calma peça para que ela tussa várias
vezes, com a intenção de expelir o corpo estranho;

 Aplique alguns golpes com a mão em concha no meio das costas com o tronco
levemente revertido para frente;
 Tentar Manobra de Heimlich em pé ou se a vítima desmaiar;

 Não obtendo sucesso, realize respiração boca a boca com a vítima deitada em 191

decúbito dorsal até chegada de socorro médico.


 Cuidados: nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para examinar
o seu interior. Deixe a pessoa tossir com força, este é o recurso mais eficiente
quando não há asfixia. Se o objeto tem arestas ou pontas e a pessoa reclamar de
dor, procure um médico. Se a pessoa não consegue tossir com força, falar ou
chorar, é sinal de que o objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que significa
que há asfixia.

FIGURA 71 – CORPO ESTRANHO NO OUVIDO

FONTE: Disponível em:


<http://3.bp.blogspot.com/_3X_vmcDQ1Rc/S7dZoFkJ3oI/AAAAAAAABVQ/JY4rvv9MiJM/s1600/IMG_0092.JPG>.
Acesso em: 18 jul. 2011.
REFERÊNCIAS

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das diretrizes da American Heart


Association 2010 para RCP e ACE. AHA, 2010. 192

ARAUJO, S.;ARAUJO, I.E.M.;CARIELI, M.C.M. Ressuscitação cardiorrespiratória.


RevBrasClíTerap, 2001, 27(2), p. 80-88.

FERREIRA, A.V.S.;GARCIA E. Suporte Básico de vida. RevSocCardiol, São Paulo, 2001, 11(2),
p. 214-225.

KOSTER, R.W. et al.European resuscitation council guidelines for resuscitation 2010.Section


2.Adult basic life support and use of automated external defibrillators.Resuscitation, 2010, 81(1),
p.1277-92.

LOPES,S.L.B; FERNANDES, R.J. Uma breve revisão do atendimento médico pré-hospitalar.


Medicina, Ribeirão Preto, n.32, p.381-387, out./dez. 1999.

PERGOLA, A.M.;ARAUJO, I.E.M. O leigo em situações de emergência. RevEscEnf USP,


2008,42(4), p.769-76.

PERGOLA, A.M.; ARAUJO, I.E.M. O leigo e o suporte básico de vida. RevEscEnf


USP,2009,43(2), p. 335-42.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

2
SUMÁRIO

MÓDULO I
1 SAÚDE DO TRABALHO: DEFINIÇÕES
1.1 CONCEITOS DE SAÚDE E TRABALHO
1.1.1 Saúde
1.1.2 Trabalho
1.1.3 Saúde e trabalho
1.2 O PAPEL DO SUS NA SAÚDE DO TRABALHADOR
1.2.1 A RENAST e a CEREST
1.3 FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
1.3.1 Acidentes de trabalho
1.3.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
1.3.3 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
1.3.4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT)

MÓDULO II
2 SAÚDE DO TRABALHO: PRINCÍPIOS E NORMAS
2.1 LEGISLAÇÃO E NORMAS REGULAMENTADORAS
2.1.1 Previdência Social
2.1.2 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
2.1.3 Normas Regulamentadoras (NRs)
2.2 INTRODUÇÃO À ERGONOMIA
2.2.1 Norma Regulamentadora (NR) 17
2.2.2 Domínios da ergonomia
2.3 PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL
2.3.1 Origem da Ginástica Laboral
2.3.2 Divisões e objetivos da Ginástica Laboral

AN02FREV001/REV 4.0

3
2.3.3 Efeitos da Ginástica Laboral
2.3.4 Quem pode elaborar programas de Ginástica Laboral?
2.3.5 Ginástica Laboral e ergonomia
2.4 PERÍCIA JUDICIAL NO TRABALHO
2.4.1 O que é Perícia Judicial?
2.4.2 Quem pode ser perito judicial?
2.4.3 Função do perito judicial
2.4.4 Conselho Nacional dos Peritos Judiciais (CONPEJ)

MÓDULO III
3 SAÚDE DO TRABALHO: PROFILAXIA E PREVENÇÃO
3.1 FATORES BIOMECÂNICOS E FATORES ANTROPOMÉTRICOS
3.1.1 Movimentos lineares e movimentos angulares
3.1.2 Análise cinemática e análise cinética
3.1.3 Postura estática e postura dinâmica
3.1.4 Levantamento e transporte de cargas
3.1.5 Fatores antropométricos
3.2 A CARGA DE TRABALHO E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
3.3 DOENÇAS OCUPACIONAIS
3.3.1 LER e DORT
3.4 FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS
3.4.1 Risco Ergonômico
3.4.2 Risco Comportamental
3.4.3 Risco Ambiental
3.5 SAÚDE MENTAL E TRABALHO
3.5.1 Substâncias agravantes à saúde mental no trabalho
3.5.2 Transtornos mentais no trabalho
3.5.3 Estresse no trabalho

MÓDULO IV
4 GESTÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AN02FREV001/REV 4.0

4
4.1 ÉTICA PROFISSIONAL
4.2 HIGIENE DO TRABALHO
4.2.1 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
4.2.2 Limite de tolerância e insalubridade
4.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
4.3.1 Qualidade de vida no trabalho e aposentadoria
4.4 GESTÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR
4.4.1 Ferramentas utilizadas na Gestão da Saúde do Trabalhador
4.4.1.1 OHSAS 18001
4.4.1.2 Norma BS 8800
4.4.1.3 Programa 5S
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AN02FREV001/REV 4.0

5
MÓDULO I

1 SAÚDE DO TRABALHO: DEFINIÇÕES

1.1 CONCEITOS DE SAÚDE E TRABALHO

Muito se tem falado sobre a importância da saúde no ambiente de trabalho e


seus impactos em curto e longo prazos na qualidade de vida das pessoas que
exercem alguma função laboral, seja em empresas públicas ou em empresas
privadas. Entretanto, para podermos aprofundar o nosso curso, é necessário
apresentarmos os conceitos de saúde e de trabalho individualmente, de acordo com
as definições formuladas ao longo dos tempos.

FIGURA 1 - A UNIÃO DE SAÚDE E TRABALHO É INDISPENSÁVEL

FONTE: Disponível em: <http://www.pacontas.pt/blog/5.aspx>. Acesso em: 23 set. 2013.

AN02FREV001/REV 4.0

6
1.1.1 Saúde

Apesar de muitos estudiosos buscarem qual seria a melhor definição de


saúde, como a classificação proposta por Boorse, em 1977, onde o mesmo definia a
saúde como ausência de doença ou o bem-estar de um organismo como um todo
(FILHO; JUCA, 2002). A definição mais aceita pela sociedade e demais estudiosos
no assunto destaca a proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS), como
veremos a seguir.
No final da Segunda Guerra Mundial, na metade da década de 40, muitos
civis e militares envolvidos nos episódios apresentavam sequelas graves, além de
doenças típicas de cada país. É neste período que surge a OMS, órgão internacional
que tinha como principal função a preocupação com o estado de saúde física e
mental das pessoas que foram envolvidas nos episódios.

FIGURA 2 - MILITAR SOCORRIDO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

FONTE: Disponível em: <http://chicomiranda.wordpress.com/2011/08/03/dia-d-visto-por-outro-


angulo>. Acesso em: 21 set. 2013.

Essa organização definiu a saúde como um estado de completo bem-estar


físico, mental e social, e não que consistente apenas da ausência de doença ou de
enfermidade. A partir de então, observa-se uma crescente preocupação com a
saúde do homem, antes limitada somente à questão física, ampliando a atenção
para o bem-estar mental e sua interação no meio social.

AN02FREV001/REV 4.0

7
Já não seria um corpo físico são que classificaria a pessoa como saudável,
mas todos os meios que o constituem. Entretanto, essa definição pode sofrer breves
modificações e complementos nos próximos anos. Não como obrigação, mas devido
a outros fatores, conforme a seguir:

Há toda uma tradição e um desenrolar histórico através do senso comum do


que sejam a saúde e a doença. É indiscutível que ambas têm suas raízes
biológicas e não simples fenômenos sociais. Porém, os dados biológicos
têm sido interpretados diferentemente de acordo com as mudanças
religiosas, culturais, ambições, imaginação e os padrões sociais de vida das
pessoas e das coletividades humanas. Esse modo de ver a saúde nos leva
a uma interpretação de que cada período da história da humanidade teve
sua própria maneira de vê-la, o que também pode significar que saúde
perfeita é um ideal muito variável, que nunca será amplamente alcançado,
porque, a cada mudança dos tempos, novos problemas se apresentam
(SOUTO, 2003, p. 14).

Observa-se que a definição de saúde pode variar de acordo com as


características de cada povo e nação, sofrendo interferência da história, sendo que,
provavelmente, novas definições que elucidem o que realmente é a saúde surjam de
acordo com os avanços tecnológicos e científicos dos tempos vindouros e o que é
definido como saúde hoje pode não ser amanhã, ou sofrer algumas
complementações.
Um exemplo disso é que há alguns séculos os estudiosos pensavam que
algumas formas de vida mais simples nasciam em decorrência do meio em que
viviam, principalmente da poeira ou da sujeira, algo que no nosso tempo é
totalmente impensável e inaceitável.
Segundo Marcondes (2005), no Brasil, a evolução da saúde pública dá-se no
início do século XX, período em que surge o médico sanitarista Oswaldo Cruz. Na
época, a então capital do Brasil, Rio de Janeiro, apresentava condições escassas de
saúde pública, onde lixo e sujeira eram comuns de se ver nas ruas, acumulando
presença de ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais na época, tais
como: peste bubônica, febre amarela e varíola.
Doutor Oswaldo Cruz, então diretor da saúde pública, realizou medidas
profiláticas, dentre as quais a vacinação obrigatória, o que não foi bem aceito pela
população, além de outras ações como retirada de animais das ruas como cães e
bois, limpeza constante da cidade e melhoria da qualidade da água, além de
proibição de mendigos que sujassem as ruas e praças.

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FIGURA 3 - CHARGE APRESENTANDO OSWALDO CRUZ NO COMBATE ÀS
PESTES NO RIO DE JANEIRO

FONTE: Disponível em: <http://ceticismo.net/2012/11/10/grandes-nomes-da-ciencia-oswaldo-cruz/>.


Acesso em: 23 set. 2013.

No entanto, somente em 1941 é realizada a 1ª Conferência Nacional de


Saúde, onde havia as seguintes preocupações: defesa sanitária, assistência social,
proteção da maternidade infância e adolescência.
Com o surgimento do Ministério da Saúde, em 1953, deu-se início, em nível
nacional, com a preocupação da saúde pública do povo brasileiro, principalmente as
doenças da época como: malária, leishmaniose, doença de Chagas, peste,
brucelose, febre amarela e outras endemias existentes no país, de acordo com as
conveniências técnicas e administrativas.
Contudo, havia falhas no sistema, fazendo com que a saúde não alcançasse
seu objetivo pré-estabelecido, o que fez com que ocorresse a criação do Sistema
Único de Saúde (SUS), no início da década de 90, por intermédio da Lei Orgânica
da Saúde, pelo Congresso Nacional. Por meio do SUS ocorreram maior alcance e
dinamismo na cobertura nacional da saúde, descentralizando os serviços básicos,
tendo em vista as dificuldades de acesso presentes na época.

AN02FREV001/REV 4.0

9
1.1.2 Trabalho

Segundo o dicionário Aurélio, trabalho é definido por “atividade física ou


intelectual que visa a algum objetivo” (DICIONARIOAURELIO.COM, 2013).
Entretanto, Souto (2007, p. 37), apresenta o trabalho como “todo esforço que o
homem, no exercício de sua capacidade física e mental, executa para atingir seus
objetivos, em consonância com princípios éticos”.
A partir dessas definições, podemos dizer que o trabalho surge com o
aparecimento do homem primitivo na Terra, tendo em vista a necessidade de
sobrevivência e segurança, o que fez com que surgissem as primitivas armas para
caça e proteção, o que configura um processo físico e intelectual.
Partindo do processo de escravidão ocorrido ao longo dos séculos, um dos
principais marcos históricos do desenvolvimento do trabalho no mundo foi a
Revolução Industrial, quando o homem deixou de utilizar produtos artesanais para a
execução de um determinado trabalho mecanizado, passando a empregar máquinas
a vapor, que faziam com que as produções fossem bem mais eficientes e rentáveis.

FIGURA 4 - CRIANÇAS EM UMA LINHA DE PRODUÇÃO


NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em: <http://imagenshistoricas.blogspot.com.br/2012/04/revolucao-industrial.html>.


Acesso em: 23 set. 2013.

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Preocupados apenas com os ganhos decorrentes desses equipamentos, os
proprietários de tais máquinas não se preocupavam com o local, a segurança e o
bem-estar daqueles que realizavam as tarefas. Era comum encontrar crianças e
idosos em ambientes inadequados, sem as mínimas condições de higiene, fator
responsável por traumas como amputações, mortes e doenças.
Somente após o final da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1919, surge a
primeira organização reconhecida internacionalmente, preocupada com os militares
combatentes que haviam sofrido sequelas devido ao evento: a Organização Mundial
do Trabalho (OIT).
Essa organização surgiu como parte do Tratado de Versalhes, que declarou
o término oficial da Primeira Guerra Mundial. A organização torna-se responsável
pelas normas internacionais do trabalho, tais como: redução da jornada de trabalho,
direitos da mulher e idade mínima para o mercado de trabalho.
No Brasil, um fator fundamental que colaborou para a valorização do
trabalhador ocorreu no ano de 1936, quando o presidente da República Getúlio
Vargas fixa o valor dos Salários Mínimos Regionais. No ano seguinte, surge a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tendo como atribuição o respeito aos
direitos do trabalhador.
Contrato, organização sindical, justiça do trabalho, Ministério Público do
Trabalho são alguns temas presentes na CLT, tornando-a, então, a principal norma
legislativa brasileira referente ao Direito do Trabalho e ao Direito Processual do
Trabalho, sendo utilizada até os dias atuais como norteadora dos direitos e garantias
do cidadão trabalhador, principalmente quando ocorre desarmonia entre patrão e
empregado.

AN02FREV001/REV 4.0

11
1.1.3 Saúde e trabalho

Como foi possível observar, as duas guerras mundiais favoreceram o


surgimento da preocupação com a saúde do homem e sua relação como o trabalho.
Infelizmente, para que isso ocorresse, muitas vidas foram exterminadas. Somente
após a criação da Organização Mundial da Saúde e da Organização Mundial do
Trabalho é que os donos das indústrias começaram a se preocupar com a
integração existente entre a saúde e o trabalhador.
Apesar do termo “ergonomia” ter sido citado em 1857, por Jastrezebowisky,
somente em 1949, também após a Segunda Grande Guerra, pesquisadores de
várias áreas do conhecimento se unem para defini-la como ciência, preocupados
com os novos sistemas que as indústrias americanas e europeias do pós-guerra
utilizavam, apesar de avançados para a época. No entanto, não se preocupavam
com as características individuais dos executadores.
Conforme afirma Souto (2007), no ano de 1944 surge a Associação
Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT), que seria o primeiro órgão brasileiro de
caráter associativo criado para estudar os problemas de saúde dos trabalhadores e
a prática da Medicina do Trabalho, em defesa da saúde das pessoas que trabalham.

O objetivo primordial da fundação da ABMT era difundir, entre os


profissionais interessados, conhecimentos sobre requisitos de saúde para o
exercício do trabalho, conhecer e diagnosticar as doenças que acometiam
os trabalhadores e esclarecer a influência das condições ambientais sobre a
execução do trabalho [...]. Como entidade de caráter científico tem, de
maneira marcante, contribuído para que os problemas de saúde/doença dos
trabalhadores sejam considerados como assuntos importantes, éticos e de
muito respeito, e que principalmente, sejam pesquisados e solucionados;
procurando nesse sentido e sempre que possível, manter-se equidistante
dos posicionamentos político e ideológico radical. (ABMT. Disponível em:
<http://www.abmt.org.br/quemsomos.html>. Acesso em: 21 out. 2013.).

No início do século XX, o termo “saúde do trabalhador” passou a ser usado


sem percepção direta da relação entre saúde e trabalho, ou seja, não era a principal
meta para os estudiosos da época. Como exemplo, podemos citar a Organização
Racional do Trabalho (ORT) apresentada por Taylor.

AN02FREV001/REV 4.0

12
Segundo destacou Chiavenato (2004), a ORT apresentava preocupação
com o aumento da produção de maneira organizada, o que indiretamente
influenciava na saúde do trabalhador, onde podemos citar: a análise do movimento e
o tempo em que era executado; atenção com a fadiga humana; competência de um
profissional para exercer uma única função e adequação do ambiente de trabalho.

FIGURA 5 - FREDERICK WINSLOW TAYLOR INTRODUZIU A ADMINISTRAÇÃO


CIENTÍFICA NO MUNDO

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/biografias/frederick-taylor/>.


Acesso em: 23 set. 2013.

Com relação à análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos,


Taylor ainda apresentou suas vantagens, dentre as quais podemos citar:

Eliminação do desperdício de esforço humano e dos movimentos inúteis,


racionalização da seleção e da adaptação dos operários à tarefa, facilidade
no treinamento dos operários e melhoria da eficiência e rendimento da
produção pela especialização das atividades e distribuição uniforme do
trabalho para que não haja períodos de falta ou excesso de trabalho.
(CHIAVENATO, 2004, p. 57).

A preocupação com a função exercida pelo trabalhador passou a ganhar


destaque, como observado anteriormente, onde é possível notarmos uma constante
preocupação com a força que o trabalhador realizava, bem como o movimento, as
tarefas executadas e a adaptação à atividade.

AN02FREV001/REV 4.0

13
Fatores esses que, anos vindouros, iriam servir como critérios para a
execução de programas de ginástica laboral, ergonomia e demais métodos
empregados para proporcionar saúde ao trabalhador, como veremos mais adiante
no presente curso.
Outro fator a ser observado é o chamado Ciclo Econômico de Saúde,
conforme destacado por Souto (2009). Descreve que um cidadão com muitos bens
apresenta boa nutrição e padrão de moradia higiênica, tornando esses os fatores
condicionantes de saúde.
O mesmo autor ainda descreve que a saúde é o princípio essencial para o
crescimento social, ou seja, quanto mais saúde um povo obter, maior será o
crescimento social desse povo. Daí se separa os chamados, Círculo Vicioso da
Doença e o Círculo Virtuoso da Saúde, em que as diferenças salariais irão definir
maior incidência de saúde ou de doença, conforme a figura a seguir.

FIGURA 6 - CÍRCULOS VICIOSO E VIRTUOSO DA DOENÇA

FONTE: Souto (2003, p. 31).

Como é possível observar, o Ciclo Econômico de Saúde interfere


diretamente na saúde do trabalhador, bem como nas políticas públicas para o setor.
Ou seja, o ambiente externo (fora do trabalho) também tem alguma influência na
saúde do trabalhador. Pois, trabalhadores com salários baixos tendem a ficar
insatisfeitos com o trabalho, trabalhando sem estímulos, além de baixa produção e
pouca qualidade no serviço.

AN02FREV001/REV 4.0

14
1.2 O PAPEL DO SUS NA SAÚDE DO TRABALHADOR

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi um marco na história da saúde


brasileira, pois antes de sua criação não havia atendimento gratuito de maneira
integral na saúde para a população, salvos trabalhadores de carteira assinada ou
planos de saúde privados.
Como já informado anteriormente, a criação do SUS ocorreu no início da
década de 90, por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8080/90, aprovada pelo
Congresso Nacional, visando não somente as questões que englobam a saúde em
si, como também fiscalização de alimentos e registro de medicamentos.

FIGURA 7 - SUS, GARANTIA DE SAÚDE À POPULAÇÃO BRASILEIRA

FONTE: Disponível em: <http://tribunadeuruguaiana.blogspot.com.br/2012/09/saude-direito-do-


povo.html> Acesso em: 24 set. 2013.

A presente lei também descreve que, dentre diversos fatores condicionantes


e determinantes da saúde, temos o trabalho, sendo esse, incluído no campo de
atuação do Sistema Único de Saúde.
O próprio SUS definiu o termo “saúde do trabalhador” como:

AN02FREV001/REV 4.0

15
[...] um conjunto de atividades que se destina, através das ações de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da
saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das
condições de trabalho, abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de
doença profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos
potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção,
extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de
substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam
riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às
empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e
do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações
ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
respeitados os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de
saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo
de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades
sindicais;
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo
ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida
ou saúde dos trabalhadores. (JUSBRASIL. Disponível em:
<http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-90>.
Acesso em 24 set. 2013).

Torna-se possível notar, por meio da presente definição, que a preocupação


com a saúde do trabalhador inicia na prevenção e atingi o processo de recuperação,
caso o trabalhador necessite, englobando não somente quem possui uma doença
laboral, como também as vítimas de acidentes de trabalho, além de promover atos
junto às empresas públicas ou privadas, seja por meio de fiscalização ou
normatização do ambiente e das ferramentas de trabalho, favorecendo a redução de
riscos à saúde.
Ressalta-se ainda que a Lei nº 8080/90 descreve que a elaboração de
normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção da
saúde do trabalhador é dever não somente da União, como também dos Estados e
Municípios, em seu âmbito administrativo. Ou seja, a promoção de saúde no
ambiente de trabalho é dever de todas as esferas públicas, independente da
localidade.

AN02FREV001/REV 4.0

16
A execução de suas ações é de competência do SUS, conforme dispõe a
Constituição Federal (artigo 200) e regulamentação da Lei nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990 (artigo 6º), além de diversos dispositivos regulamentares
estaduais e municipais. Em nível federal, foi regulamentada pela Norma Operacional
em Saúde do Trabalhador (NOST), disposta pela Portaria nº 3.908, de 30 de outubro
de 1998.
Para o SUS, a Saúde do Trabalhador também integra ações de Saúde
Pública, observados o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância
correlacionadas e ocorridas no ambiente de trabalho, tornando o trabalhador
detentor de direito universal à saúde, também sendo “regulamentada pela Norma
Operacional em Saúde do Trabalhador, na Portaria nº 3.908, de 30 de outubro de
1998” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 347).
No entanto, a Saúde do Trabalhador passou a ter maior atenção do SUS por
meio da Portaria GM/MS nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, que cria a Política
Nacional de Saúde do Trabalhador, tendo como principal ação: “promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, redução da morbimortalidade, execução de
ações de promoção, vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação
da saúde” (PORTAL SAÚDE. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=30426&janela=1>
Acesso em 23 set. 2013).
Tem como objetivos e estratégias:

[...] o fortalecimento da vigilância em saúde do trabalhador e a integração


com os demais componentes da vigilância em saúde e com a atenção
primária em saúde; a promoção da saúde e de ambientes e processos de
trabalho saudáveis; a garantia da integralidade na atenção à saúde do
trabalhador; a análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos
trabalhadores; o fortalecimento e a ampliação da articulação intersetorial; o
estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle
social; o desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos; e o apoio
ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. (PORTAL SAÚDE. Disponível
em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=30426&ja
nela=1> Acesso em 23 set. 2013).

AN02FREV001/REV 4.0

17
1.2.1 A RENAST e a CEREST

A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) foi


criada por meio da Portaria nº 1.679/GM, de 19 de setembro de 2002, sendo
desenvolvida em conjunto com o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A RENAST é composta pelos Centros Estaduais e Regionais de Referência
em Saúde do Trabalhador (CEREST), presentes em mais de 210 localidades,
elaborando diagnósticos relativos à saúde do trabalhador, bem como registrar esse
tipo de ocorrência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-
NET), além de:

[...] ações de promoção, prevenção, vigilância, assistência e reabilitação em


saúde dos trabalhadores urbanos e rurais, independentemente do vínculo
empregatício e do tipo de inserção no mercado de trabalho. (PORTAL
SAÚDE. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=30426&ja
nela=1> Acesso em 23 set. 2013).

Podemos observar que as ações da RENAST visam englobar ações para a


saúde de trabalhadores de todos os tipos de vínculos empregatícios, ou seja, não
discrimina o cidadão, independente se é um trabalhador urbano ou rural, apesar de
grande demanda oriunda da zona urbana.
Por intermédio desse controle, torna-se possível analisar os indicadores dos
estados e municípios que possuem características peculiares, tais como: sequelas
mais comuns, faixa etária dos trabalhadores vitimados etc. Esse processo faz com
que haja investimentos que visem à redução dos eventos, dada suas características,
favorecendo a promoção e a prevenção, antes que seja necessária a reabilitação.
Os CEREST regionais auxiliam em investigações de casos complexos, de
convênios técnicos e de novas políticas públicas, além de priorizar as assistências
de média e alta complexidades, de acordo com a Lista de Doenças Relacionadas ao
Trabalho. Enquanto os CEREST estaduais atuam na Política de Saúde do
Trabalhador no estado local, auxiliando os centros regionais.

AN02FREV001/REV 4.0

18
FIGURA 8 - CEREST PRESENTE NA CIDADE DE ARARAQUARA, SÃO PAULO

FONTE: Disponível em:


<http://www.araraquara.sp.gov.br/pagina/Default.aspx?IDPagina=2992>. Acesso em: 23 set. 2013.

Apesar da constante atenção com a saúde do trabalhador, o SUS ainda


necessita ampliar a oferta de saúde para esse público. Embora tenhamos diversas
portarias e demais avanços tecnológicos voltados para o trabalhador, muito ainda
precisa ser realizado para que todos possam usufruir do sistema de maneira
satisfatória e com qualidade nos serviços.
Entretanto, é preciso a ajuda, fiscalização e divulgação de todos os
cidadãos, caso queiramos um sistema de saúde eficiente, principalmente no que
tange aos aspectos de saúde dos trabalhadores, sejam eles urbanos ou rurais, de
serviços públicos ou privados.

AN02FREV001/REV 4.0

19
1.3 FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) foi criada


no ano de 2011, tendo como objetivos:

Promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a


prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho
ou que ocorram no curso dele, por meio da eliminação ou redução dos riscos
nos ambientes de trabalho;
Deverá ser implementada por meio da articulação continuada das ações de
governo no campo das relações de trabalho, produção, consumo, ambiente e
saúde, com a participação voluntária das organizações representativas de
trabalhadores e empregadores (Decreto Nº 7.602, de 7 de novembro de 2011).

A Segurança do Trabalho tem como principal foco não somente com os


resultados, como também a qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de
acidentes no trabalho, sendo que, para alcançar esse objetivo, é necessária a
participação de todos os membros que compõe o trabalho: organizações e
sindicatos trabalhistas, trabalhadores, empregadores, governo e sociedade civil.

1.3.1 Acidentes de trabalho

Termo muito utilizado em Segurança e Medicina do Trabalho é “acidentes de


trabalho”. Mas do que se tratam tais doenças? A Lei nº 8.213 de 1991, em seu artigo
19, apresenta os benefícios da Previdência Social e descreve acidente de trabalho o
ocorrido “no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho”.
Para evitar tais eventos, as empresas tornam-se legalmente responsáveis de
informar aos trabalhadores os riscos do trabalho, visando acima à proteção e
segurança da saúde do trabalhador, podendo, em caso de omissão, ser punidas por
multa, função exercida pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social.

AN02FREV001/REV 4.0

20
É de suma importância informar ainda que, são equiparados a acidentes de
trabalho, conforme o artigo 21 da presente lei:

[...]
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no
exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de
trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão
de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive
veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
(Lei nº 8.213 de 1991, art. 21).

Os acidentes de trabalho não significam que o evento tenha ocorrido


somente no ambiente e no horário de trabalho ou que os únicos envolvidos tenham
sido as vítimas ou os equipamentos. Também podem ocorrer por outros
trabalhadores de maneira proposital, atingindo a esfera criminal, eventos da
natureza, em viagem, desde que esteja o trabalhador a serviço da empresa ou em
deslocamento casa-trabalho ou trabalho-casa.

AN02FREV001/REV 4.0

21
GRÁFICO 1 - ACIDENTES DE TRABALHO POR REGIÃO NO BRASIL

FONTE: Anuário Estatístico da Previdência Social, 2011, p. 574.

GRÁFICO 2 - ÓBITOS A CADA 1.000 ACIDENTES DE TRABALHO


POR REGIÃO NO BRASIL

FONTE: Anuário Estatístico da Previdência Social, 2011, p. 574.

AN02FREV001/REV 4.0

22
1.3.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

Segundo More (1997), a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


(CIPA) surgiu a partir da Organização Internacional do Trabalho (OIT), onde foi
realizada em 1921, uma análise da Segurança e Higiene do Trabalho. Sendo a
primeira vez que surgiu a necessidade de prevenir os acidentes de trabalho.

FIGURA 9 - SÍMBOLO NORMALMENTE UTILIZADO PELA CIPA

FONTE: Disponível em: <http://www.guaruja.sp.gov.br/>. Acesso em: 23 set. 2013

No Brasil, no ano de 1941, surge a Associação Brasileira para Prevenção de


Acidentes (ABPA), que tinha como objetivo desenvolver entre os trabalhadores e
empresários políticas de ensino que colaborassem com as ações de prevenção de
acidentes e segurança no trabalho.
No entanto, no de 1978, surge a NR-5, que trata da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), onde o objetivo da mesma é promover ações de
“prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção
da saúde do trabalhador” (PORTALMTE. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D311909DC0131678641482340/nr_05.p
df>. Acesso em: 28 set. 2013).
Para que essa promoção e essa preservação da saúde sejam eficientes, é
preciso seguir alguns parâmetros a serem adotados. Dentre os critérios para se
formar uma CIPA, a empresa deverá ter pessoas que representem tanto o
trabalhador como o empregador, indicadas pelos mesmos.

AN02FREV001/REV 4.0

23
Os representantes CIPA têm as seguintes pertinências:

D1) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde


no trabalhado;
D2) Divulgar e promover o cumprimento das normas regulamentadoras;
D3) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA;
D4) Promover anualmente em conjunto com o SESMT, se houver, a
semana interna de prevenção do trabalho - SIPAT;
D5) As atas de reuniões deverão ficar no estabelecimento a disposição dos
agentes de inspeção do trabalho;
D6) As atas de reuniões deverão ser assinadas pelos presentes com
encaminhamento de cópias para todos os membros.
(PORTALMTE. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D311909DC0131678641482340/
nr_05.pdf>. Acesso em: 28 set. 2013).

Vale ressaltar que, tanto empresas públicas ou privadas, sociedades de


economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes,
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam
trabalhadores como empregados, devem formar CIPAs.

1.3.3 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

O PCMSO encontra-se regulado pela NR 7. Tem como função promover e


manter a saúde do trabalhador, sendo esta ação obrigação da empresa. Sua
implantação deve atingir todos os trabalhadores, independente de grau hierárquico e
função, desde que sejam admitidos na empresa.
O programa deve enfatizar a prevenção, bem como o diagnóstico precoce
de doenças do trabalho, visando evitar o agravamento do quadro clínico e
acometimento de outros trabalhadores. O profissional responsável por coordenar as
ações do PCMSO deve ser um médico que também tenha participação nos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
A NR 7 ainda apresenta os exames médicos que são obrigatórios: exame
admissional, periódico de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional.
No intuito de organizar as ações do PCMSO, antecipadamente, o programa deverá
ter um planejamento que conste as atividades que serão feitas no ano, onde no final
será apresentado um relatório anual constando as metas alcançadas.

AN02FREV001/REV 4.0

24
O relatório deverá informar os setores da empresa, os exames médicos que
foram realizados, anormalidades que foram observadas e o planejamento para o ano
a seguir. A apresentação do relatório deverá ser executada e discutida entre os
membros da CIPA.

TABELA 1 - MODELO DE RELATÓRIO ANUAL UTILIZADO NO PCMSO

FONTE: Ministério do trabalho e emprego, 2011, p.16.

Vale ressaltar que o PCMSO tem como embasamento a presença de riscos


que podem acometer a saúde do trabalhador. Todo o planejamento e ação dos
programas deverão ter como objetivo prevenir e diagnosticar tais riscos. Para isso, é
preciso que o profissional médico utilize outras normas regulamentadoras que
auxiliam na melhor forma de evitá-los ou mantê-los sob controle.

1.3.4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho (SESMT)

A Norma Regulamentadora 4 (NR 4) descreve sobre os Serviços


Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT),
apresentando sua abrangência e importância na saúde do trabalhador, como segue:

AN02FREV001/REV 4.0

25
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração
direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
(PORTALMTE. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A2800001388128376306AD
/NR-04%20(atualizada).pdf>. Acesso em: 22 out.2013).

Observe que a norma descreve como obrigação a presença dos SESMT em


todas as empresas que utilizem a CLT como regimento legal. Entretanto, este
serviço tem algumas funções semelhantes ao PCMSO, principalmente no que tange
a prevenção e o controle dos riscos presentes no ambiente de trabalho.
Porém, a SESMT tem uma maior intervenção multiprofissional, contando não
somente com os médicos do trabalho, como também com profissionais de
engenharia de segurança do trabalho, enfermagem do trabalho, técnico de
segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho.
A integração dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho deverão manter vínculos com a CIPA, onde deverão ser
analisados o que deve ser melhorado no ambiente de trabalho, bem como medidas
corretivas e preventivas que devem ser adotadas.
Dentre as competências dos profissionais envolvidos nos SESMT, podemos
citar: utilizar os conhecimentos de cada área no intuito de reduzir ou eliminar os
riscos à saúde do trabalhador; observar os riscos que podem estar presentes em
máquinas e equipamentos; empregar atividade que enfatizam a prevenção, como a
educação e orientação dos funcionários, controlar mensalmente os números de
acidentes do trabalho, doenças ocupacionais presente no ambiente.

FIM DO MÓDULO I

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26
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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27
CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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28
MÓDULO II

2 SAÚDE DO TRABALHO: PRINCÍPIOS E NORMAS

2.1 LEGISLAÇÃO E NORMAS REGULAMENTADORAS

Muitas foram as conquistas dos trabalhadores, sejam em nível nacional ou


internacional, conforme observado no módulo anterior. Segundo dados da
Previdência Social, no Brasil, as principais conquistas foram: aposentadorias de
caráter especial, por idade, por invalidez e por tempo de contribuição; auxílios
acidente, doença e reclusão; pensões por morte e especial, salário-família e salário-
maternidade.

2.1.1 Previdência Social

A Previdência Social é “um seguro que garante a renda do contribuinte e de


sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice”
(MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/inicial-inscricao-o-que-e/>. Acesso em: 22 out. 2013).
Visa não somente proteção e seguro social às doenças e acidentes de trabalho,
como também intervém financeiramente em situações familiares e judiciais, sendo
necessária uma contribuição financeira do cidadão, de acordo com o seu perfil.
Alguns termos utilizados pelo Regime Geral da Previdência Social devem
ser de conhecimento tanto do trabalhador como também do profissional de saúde do
trabalho, dentre os quais podemos citar: auxílio doença, aposentadoria por invalidez.

AN02FREV001/REV 4.0

29
O auxílio doença ocorre quando o trabalhador apresenta uma incapacidade
temporária, conforme preceitua Santos (2011), sendo a incapacidade comprovada por
perícia médica a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O Plano de
Benefícios da Previdência Social dá ênfase ao auxílio doença nos artigos 59 a 62.

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido,


quando for o caso, o período de carência exigido nesta lei, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais
de 15 (quinze) dias consecutivos.
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do
décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais
segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele
permanecer incapaz.
[...]
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de
recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de
reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o
benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova
atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-
recuperável, for aposentada por invalidez. (DJI. Disponível em:
<http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/1991-008213/059_a_064.htm>.
Acesso em: 21 out. 2013).

É importante destacar que, até o 15º dia, a empresa onde o profissional


exerce sua atividade será responsável por pagar o funcionário. A partir do 16º dia, a
previdência tornar-se-á responsável por repassar o auxílio doença de maneira
provisória, até o retorno do trabalhador ao ambiente de trabalho.
O funcionário que possui o benefício é submetido a um processo de
reabilitação profissional, visando exercer alguma atividade laboral em função distinta
da exercida anteriormente, onde cessa o auxílio, ou ser considerado não
recuperável; neste caso, torna-se aposentado por invalidez.
O auxílio-acidente, como o próprio nome descreve, é um tipo de indenização
paga ao cidadão que sofreu algum acidente fora ou dentro do ambiente de trabalho.
A Previdência Social a define como “benefício pago ao trabalhador que sofre um
acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho”.
(MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/inicial-inscricao-vantagens-oferecidas/>. Acesso em
18 out. 2013).
O auxílio-acidente pode ser recebido junto com outros benefícios dos quais o
trabalhador tenha direito, sendo que, quando o trabalhador se aposenta, cessa-se o
recebimento do mesmo. Ainda que possa exercer algum outro trabalho remunerado,

AN02FREV001/REV 4.0

30
o auxílio doença não deixará de ser liberado ao trabalhador, tendo em vista este
apresentar apenas perda parcial de sua capacidade de trabalho.
A aposentadoria por invalidez ocorre quando o trabalhador não apresenta
condições de retornar ao trabalho em caráter definitivo, sem conseguir exercer sua
função desempenhada, devido a sua incapacidade diagnosticada. Neste caso, não
há prognóstico de que o trabalhador possa melhorar. Entretanto, as doenças ou
lesões preexistentes cujo trabalhador já havia sido acometido antes de contribuir
para a Previdência, não o torna aposentado por invalidez.
Quando ocorre um evento caracterizado por acidente de trabalho, a empresa
deve obrigatoriamente e legalmente informar a ocorrência junto ao INSS, de acordo
com a cartilha de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), disponibilizada no
site da Previdência Social: (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Disponível
em: <http://www.previdencia.gov.br/forms/formularios/form001.html>. Acesso em: 18
out. 2013).
Segundo Santos (2011), a CAT deve ser preenchida no primeiro dia útil ao
de sua ocorrência, principalmente quando o acidente resulta em morte do
trabalhador. Entretanto, havendo omissão por parte da empresa, o trabalhador
acidentado, seus familiares, seu representante sindical ou o médico que lhe atendeu
deverão informar a situação para as autoridades.
A elaboração da CAT é útil não somente para levantamento de indicadores
estatísticos ou epidemiológicos, como também para possíveis processos trabalhista e
social, sendo este um dos possíveis motivos de uma empresa não informar a
ocorrência de acidente de trabalho, podendo ser classificado como crime de omissão.

2.1.2 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada em 1º de maio de


1943, tem como principal objetivo a informação a respeito das legislações
específicas para os trabalhadores de todo o Brasil, apresentando a relação
harmoniosa entre empresa e empregado e seus direitos e deveres, bem como as
relações individuais e coletivas de trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

31
Apesar de tudo, a presente norma visa não somente proteção legal ao
trabalhador, como também a preservação e a manutenção do mesmo em seu
ambiente de trabalho. Com relação à Saúde e Segurança do Trabalhador, algumas
das normas adotadas na presente CLT tratam da obrigatoriedade da empresa em
fornecer equipamento de proteção individual (EPI) aos trabalhadores gratuitamente,
definição e risco das atividades insalubres ou perigosas, apresentação clara e
explicativa dos materiais e substâncias empregadas, manipulados ou transportados
nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, etc.

2.1.3 Normas Regulamentadoras (NRs)

As Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho,


também conhecidas como NRs, têm como função orientar a respeito de
procedimentos que visem a segurança e a saúde, não somente do trabalhador,
como também da empresa.
Dentro de cada norma é possível observar qual o papel da empresa e do
trabalhador, medidas padronizadas que devem ser adotadas, cuidados especiais,
objetivos, responsabilidades, recomendações e diretrizes. Aprovada por meio da
Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, apresentava em seu texto original as
seguintes normas:

Normas Regulamentadoras:
NR-1 - Disposições Gerais;
NR-2 - Inspeção Prévia;
NR-3 - Embargo e Interdição;
NR-4 - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho –
SESMT;
NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa;
NR-6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI;
NR-7 - Exames Médicos;
NR-8 – Edificações;
NR-9 - Riscos Ambientais;
NR-10 - Instalações e Serviços de Eletricidade;
NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais;
NR-12 - Máquinas e Equipamentos;
NR-13 - Vasos Sob Pressão;
NR-14 – Fornos;
NR-15 - Atividades e Operações Insalubres;

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NR-16 - Atividades e Operações Perigosas;
NR-17 – Ergonomia;
NR-18 - Obras de Construção, Demolição, e Reparos;
NR-19 – Explosivos;
NR-20 - Combustíveis Líquidos e Inflamáveis;
NR-21 - Trabalhos a Céu Aberto;
NR-22 - Trabalhos Subterrâneos;
NR-23 - Proteção Contra Incêndios;
NR-24 - Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho;
NR-25 - Resíduos Industriais;
NR-26 - Sinalização de Segurança;
NR-27 - Registro de Profissionais;
NR-28 - Fiscalização e Penalidades.
(EDITORA MAGISTER. Disponível em:
<http://www.editoramagister.com/doc_308880_PORTARIA_N_3214_DE_8_
DE_JUNHO_DE_1978.aspx>. Acesso em: 10 out. 2013).

Entretanto, muitas foram às alterações oriundas de diversas Portarias, às


quais foram sendo acrescentadas outras NRs, no intuito de eliminar possíveis
dúvidas ou redundâncias; como a NR 36, que foi publicada no ano de 2013. A
seguir, as novas NRs, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (2013).

NR-29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho


Portuário;
NR-30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho
Aquaviário;
Anexo I - Pesca Comercial e Industrial;
Anexo II - Plataformas e Instalações de Apoio;
NR-31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura;
NR-32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;
NR-33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados;
NR-34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção e Reparação Naval;
NR-35 - Trabalho em Altura;
NR-36 (NOVO) - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e
Processamento de Carnes e Derivados.
(PORTALMTE.COM. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>.
Acesso em: 10 out. 2013).

As NRs devem ser respeitadas pelas empresas, sejam elas públicas ou


privadas, da administração direta e indireta, pelos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, desde que seus funcionários tenham sido regidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).

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33
FIGURA 10 - AS NRS OBJETIVAM A SAÚDE DO TRABALHADOR NAS
INDÚSTRIAS E EMPRESAS

FONTE: Disponível em: <www.exatasnews.com.br>. Acesso em: 28 set. 2013

Os órgãos públicos que têm função de fiscalizar o cumprimento das citadas


normas são as Delegacias Regionais do Trabalho, amparadas legalmente, sendo
que outros órgãos federais, estaduais ou municipais também poderão exercer essa
função, caso sejam realizados convênios, legalizados e respaldados pelo Ministério
do Trabalho.

2.2 INTRODUÇÃO À ERGONOMIA

Segundo Másculo (2011), o termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez
no ano de 1857, por Jastrzebowski, onde era citada como uma ciência natural, tendo
seu desenvolvimento a partir da 2ª Guerra Mundial, quando profissionais de diversos
ramos da ciência buscavam a melhor maneira de adequar as tecnologias da época
com os militares que a utilizavam. Essa adequação foi um marco na história da
ergonomia sendo empregada no pós-guerra, principalmente nas indústrias (DUL;
WEERDMEESTER, 2004).

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34
A palavra ergonomia deriva dos termos gregos ergon, que significa
“trabalho”, e nomos, “normas, regras, leis”. Conforme o site da Associação Brasileira
de Ergonomia (ABERGO), no ano de 2000, a Associação Internacional de
Ergonomia (IEA) definia ergonomia como uma ciência que visava a melhor interação
“dos homens e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios,
dados e métodos a projetos, otimizando o bem estar humano e o desempenho
global do sistema”.

2.2.1 Norma Regulamentadora (NR) 17

A NR 17, publicada no ano de 1978, destaca a ergonomia, definindo as


normas que devem ser adotadas e as condições de trabalho que proporcionem
conforto, segurança e desempenho eficiente para que o trabalhador execute sua
tarefa, conforme segue:

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que


permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao
levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria
organização do trabalho.
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador
realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no
mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma
Regulamentadora. (PORTALMTE.COM. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD706480
3/nr_17.pdf>. Acesso em: 10 out. 2013).

É possível observar ainda que a presente norma destaca os cuidados com


os manuseios de materiais, mobiliários, equipamentos, ambiente e organização do
ambiente de trabalho. As condições de trabalho, como descrito na presente norma,
devem respeitar as características psicofisiológicas dos trabalhadores, onde a
empresa deverá realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, visando às condições
de trabalho adequadas para o trabalhador, conforme iremos observar mais adiante.

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35
FIGURA 11 - NA ERGONOMIA O MEIO TEM QUE SE ADEQUAR AO HOMEM
E NÃO O INVERSO

FONTE: Disponível em: <qualidadenotrabalho.wordpress.com>. Acesso em: 28 set. 2013

Para a ergonomia, não é o homem que tem que se adequar ao meio ou às


ferramentas, mas estes ao homem, de modo a salvaguarda a saúde, o bem-estar e
os cuidados pertinentes ao ambiente de trabalho. O profissional que trabalha com a
ergonomia é o ergonomista, cuja função é colaborar para o planejamento, projeto e
a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo
a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

2.2.2 Domínios da ergonomia

Como engloba diversos ramos da ciência, a ergonomia apresenta os


seguintes domínios:

Ergonomia física: está relacionada às características da anatomia


humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação com a
atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no
trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios
musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho,
segurança e saúde;

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36
Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como
percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as
interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os
tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de
decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress
e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres
humanos e sistemas;

Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas


sociotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de
processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de
recursos de tripulações, projeto de trabalho, organização temporal do
trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do
trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em
rede, teletrabalho e gestão da qualidade. (ABERGO. Disponível em:
<http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso
em: 5 out. 2013).

Como é possível observar, estas definições tornam a ergonomia uma ciência


interdisciplinar englobando diversas áreas do ensino, tais como: anatomia humana,
antropometria, fisiologia e biomecânica, percepção, memória, raciocínio,
comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações, projeto de trabalho,
organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo etc.
Ou seja, diversos profissionais podem exercer a ergonomia como profissão,
tais como: médicos, engenheiros, fisioterapeutas, administradores, arquitetos,
enfermeiros, etc. Para tanto, é necessário que esses profissionais busquem
capacitação adequada e tenham uma ampla visão do ambiente de trabalho,
trabalhador e ferramenta empregada.
Dentre os fatores a serem observados pelo ergonomista temos a carga de
trabalho, onde podemos citar: a carga física, carga psíquica e a carga cognitiva. As
cargas de trabalho irão influenciar na capacidade do trabalhador executar uma
atividade, tendo em vista que, quando maior for a carga, menor será a eficácia e
eficiência para execução da tarefa.

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FIGURA 12 - A SOBRECARGA FÍSICA COMPROMETE
A POSTURA DO TRABALHADOR

FONTE: Disponível em: <www.prevencaonline.net>. Acesso em: 23 set. 2013

Neste caso, maiores serão os riscos de uma lesão ou transtorno,


ocasionando comprometimento na saúde do trabalhador e gastos para a empresa
em longo prazo, tais como estresse e fadiga, além do desenvolvimento de doenças
musculoesqueléticas.
Para a ergonomia um dos principais causadores do aumento da carga de
trabalho é a organização do trabalho, onde podemos citar empresas que buscam
somente os ganhos e as metas a serem alcançadas, sem se preocupar com o
executador.
Como exemplo de falta de organização cita-se o tempo exacerbado de
trabalho sem intervalo devido à falta de mão de obra trabalhadora, bem como
layouts que sejam compatíveis para a realização do trabalho sem ocasionar uma
sobrecarga física, psíquica ou cognitiva, conforme descreve Filho (2003, p. 120):

Adequação do layout do posto de trabalho para facilitar a movimentação e


permitir ao operador os alcances físicos, com conforto de outros
componentes operacionais no seu entorno (impressora, scanner, plotter,
estantes, arquivos etc.);
Arranjo espacial adequado do ponto de vista de organização funcional dos
layouts e de circulação de pessoas, em especial, para configurações de
ambientes dotados de vários postos.

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O ergonomista poderá ainda elaborar alguns relatórios que descrevam as
condições do ambiente de trabalho, a segurança do trabalhador e os locais que
necessitem de uma intervenção ergonômica com ou sem urgência. Dentre os
relatórios podemos citar: Análise Ergonômica do Trabalho, Mapeamento Ergonômico,
Laudo Ergonômico, Análise de Riscos Ergonômicos, Parecer Técnico Ergonômico etc.
As ferramentas utilizadas na ergonomia têm como função auxiliar o
profissional de ergonomia em diagnosticar a necessidade da intervenção
ergonômica, seja no ambiente, na ferramenta ou no próprio trabalhador.
Dentre as ferramentas para avaliação dos riscos relacionados ao
desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas podemos citar: Avaliação dos
Sintomas Musculoesqueléticos Relacionados ao Trabalho, Avaliação do Índice de
Capacidade para o Trabalho, Avaliação da Qualidade do Sono, Avaliação do
Estresse no Trabalho.
Há ainda a ferramenta conhecida por Equação do National Institute of
Occupational Safety and Health (NIOSH), que é utilizada no intuito de observar a carga
manuseada por um trabalhador, os movimentos normais necessários, força
empreendida para a execução, comprometimento postural, se a carga necessita de um
segundo trabalhador para ser manuseada e os limites de carga para manuseio do peso.
Com relação à postura adotada no ambiente de trabalho, a ergonomia
emprega os protocolos de registros posturais, que têm como função diagnosticar
posturas críticas, presença de sobrecarga, risco de lesão decorrente de posturas
adotadas, etc. Entre os protocolos de registro postural, os mais utilizados são: Rapid
Entire Body Assessment (REBA), Ovako Working Posture Analysing System
(OWAS) e Rapid Upper Limb Assessment (RULA).
Enfim, as condições do trabalho irão interferir nas condições do trabalhador,
sejam elas física, psíquica ou social. O ergonomista precisa estar atento em tudo o
que está ao seu redor e que pode influenciar na qualidade de vida dos
trabalhadores, podendo inclusive reduzir os riscos ergonômicos.
Daí a importância de se ter um ergonomista em uma empresa,
principalmente no intuito da prevenção no trabalho. Infelizmente, grande parte das
empresas só contrata um ergonomista quando a mesma é notificada pelo Ministério
Público do Trabalho ou outros órgãos responsáveis por fiscalizar o ambiente de
trabalho, principalmente por denúncias realizadas pelos próprios trabalhadores.

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39
2.3 PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL

A literatura descreve que a Ginástica Laboral (GL) é uma atividade diária,


realizada no trabalho, incluindo exercícios de compensação para movimentos
repetidos, posturas incorretas no local de trabalho, consistindo em exercícios de
fortalecimento para as musculaturas frágeis, flexibilidade articular, alongamentos e
relaxamentos musculares das estruturas sobrecarregadas (ALBUQUERQUE;
SANTIGO; FUMES 2006).

FIGURA 13 - PRÁTICA DE GL NO TRABALHO

FONTE: Disponível em: <www.semearsaude.com.br>. Acesso em: 28 set. 2013

A GL tem sido um dos principais programas utilizados pelas empresas para


prevenção das lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT), proporcionando maior disposição para execução
das tarefas e melhor integração social entre os trabalhadores. Além de apresentar
um custo benefício reduzido, passando a ser comum nos ambientes de trabalho,
apesar de não existir uma legislação federal que ampare sua prática, diferente com
o que ocorre com a Ergonomia, por meio da NR-17.

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40
2.3.1 Origem da Ginástica Laboral

Conhecida anteriormente como ginástica de pausa, esta prática teve seu


início nas indústrias, proporcionando repouso ativo aos trabalhadores. Segundo
Cañete apud Santos (2003, p. 24), em 1925, na Polônia, surge o primeiro referencial
bibliográfico a respeito do assunto. Na década de 60 torna-se conhecida como
Ginástica Laboral, sendo obrigatória sua execução em países como Alemanha e
Japão.
No Brasil, o primeiro projeto de GL foi elaborado no ano de 1973, por
intermédio da Escola de Educação Física da Federação dos Estabelecimentos de
Ensino de Novo (FEEVALE), da cidade de Hamburgo (RS). Desde então, tornou-se
prática comum nas empresas até os dias atuais, tornando-se uma ferramenta a mais
a ser utilizada no ambiente de trabalho.

2.3.2 Divisões e objetivos da Ginástica Laboral

A Ginástica Laboral pode ser dividida quanto ao momento em que ela é


executada como quanto ao objetivo pretendido. Em relação ao momento, o
programa apresenta três fases: preparatória, compensatória e de relaxamento. A
ginástica preparatória tem duração aproximada de cinco a dez minutos e é realizada
antes ou no início da jornada de trabalho, com a finalidade de despertar o
trabalhador.
A ginástica compensatória ou de pausa tem duração aproximada de dez
minutos e é realizada durante a jornada de trabalho, servindo para interromper a
monotonia operacional, compensando as estruturas sobrecarregadas, os esforços
repetitivos e as posturas solicitadas no ambiente de trabalho. A ginástica de
relaxamento tem duração aproximada de dez minutos, baseado em exercícios de
alongamento e relaxamento muscular, sendo realizado no final do expediente.

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41
Quanto ao seu objetivo, Maciel et al. (2005) classificaram a GL em: ginástica
corretiva ou postural (alongamento dos músculos mais sobrecarregados e
fortalecimento dos músculos em desuso ou em pouco uso) e ginástica de
compensação (previne vícios posturais e a fadiga).
Na prática é comum observamos programas de GL que utilizam apenas
duas ou até mesmo uma das fases descritas, ainda que o ambiente apresente
circunstâncias que propiciem e necessitem de tal prática. Diferente das fases da GL,
os objetivos da mesma é prática mais comum entre os profissionais responsáveis
pela elaboração dos programas.

2.3.3 Efeitos da Ginástica Laboral

Dentre os efeitos decorrentes da GL, podemos citar: interação entre os


trabalhadores, estímulo biopsicossocial para iniciar as atividades e melhor
desenvolvimento do trabalho, da atenção e do raciocínio durante o turno e prevenção
das doenças e lesões relacionadas ao ambiente laboral (OLIVEIRA, 2006).
Os benefícios observados no sistema fisiológico são: diminuição da dor, das
incidências de cistos sinoviais, tendinite, síndromes de Quervain e do Túnel do Carpo,
lombalgias, de atestados médicos relacionados a doenças do trabalho; alívio das
tensões; melhora na postura; e aumento da resistência à fadiga e da força muscular.

FIGURA 14 - ALONGAMENTOS DE DIFERENTES PARTES DO CORPO,


PRESENTES NA GL

FONTE: Junior, 2006, p. 536, 528, 530 e 532.

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42
Os benefícios psicossociais são: redução do estresse, da depressão, da
irritação, da angústia e das mudanças bruscas do humor; melhora da autoimagem,
do relacionamento interpessoal; diminuição dos problemas de relacionamento
familiar e no trabalho; aumento da motivação, da disposição e do desempenho
pessoal para as atividades laborais.
Para Maciel et al. (2005), esses fatores são perceptíveis principalmente
quando a GL é elaborada não como ferramenta isolada, mas em conjunto com
outros programas. Ou seja, a GL torna-se mais efetiva quando ocorre uma
intervenção multidisciplinar de diversos profissionais (médicos, ergonomistas,
engenheiros, fisioterapeutas, nutricionistas etc.).

2.3.4 Quem pode elaborar programas de Ginástica Laboral?

Dentre os profissionais habilitados para realização da Ginástica Laboral,


amparados pelos seus conselhos, temos: o educador físico e o fisioterapeuta.
Enquanto a Resolução do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) nº.
073/2004 descreve que o educador físico possui prerrogativas para administrar um
programa deste tipo, além de atividades esportivas e recreativas dentro e fora do
ambiente de trabalho, a Resolução do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (COFFITO) nº. 385/2011 descreve que o profissional de fisioterapia tem
competência para elaboração de programas de Ginástica Laboral, além de
orientação, prevenção e indução do tratamento.
Entretanto, muitas vezes os programas são realizados por pessoas sem
conhecimento científico para executá-los, fazendo com que a atividade torne-se
desmotivadora e não atinja seu objetivo, podendo inclusive agravar ou iniciar uma
lesão ou doença relacionada ao trabalho. Esse tipo de ação torna a GL um
mecanismo deficiente e sem qualidade.
Outro problema são as empresas que usam a GL como beneficio próprio,
visando a qualquer custo redução dos afastamentos e da invalidez decorrente da
atividade laboral, o que poderia gerar redução dos gastos com tratamento e de
possíveis processos judiciais. Tal situação faz com que o programa perca seu real

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valor, tornando sua atividade monótona, obrigatória e sem objetividade, além de não
ter um tempo mínimo para sua execução.
Existem algumas contravenções quanto a elaboração de alguns programas,
principalmente em relação ao seu real meio de reduzir/prevenir as doenças
ocupacionais. Este fato se deve, provavelmente, devido ao desconhecimento ou
falta de preparo por quem organiza os programas de GL nas empresas, seja o
educador físico ou o fisioterapeuta.

2.3.5 Ginástica Laboral e ergonomia

Outro dado importante é a presença de um comitê de ergonomia para avaliar


as condições ergonômicas de trabalho dos funcionários e a necessidade da
implantação de um programa de GL de acordo com as necessidades de cada setor.
Essa metodologia faz com que a GL seja aplicada de maneira a proporcionar
prevenção de lesões e maior atenção ao realizar uma atividade laboral.
Entretanto, a GL não pode ser utilizada no intuito de tratar lesões, tendo em
vista isso caber ao setor de Saúde do Trabalho, podendo ser realizada em setores
diferentes. Como exemplo, podemos citar os setores onde os trabalhadores utilizam
os membros inferiores em demasia, onde o profissional de GL deverá dar ênfase
para exercícios adequados e para membros superiores.
A Ginástica Laboral também visa a elaboração de exercícios de força
muscular, voltados não para proporcionar hipertrofia ou para que o trabalhador
possa suportar cargas cada vez mais pesadas, mas para que o trabalhador tenha
uma reposta adequada à demanda do serviço, além de que músculos fortalecidos
reduzem as chances de possíveis lesões.
Palestras e folders sobre as doenças ocupacionais e posturas também
podem fazer com que os programas de GL tornem-se dinâmicos e tenham maior
aceitação pelos trabalhadores, além de proporcionar dicas sobre prevenção e riscos
para a saúde.
A apresentação de metas a serem alcançadas por meio de levantamento de
dados estatísticos e outros indicadores que podem colaborar com os programas de

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44
GL são úteis para que o profissional aja de acordo com a necessidade presente,
sendo possível acompanhar o avanço dos programas e seu real impacto na
prevenção de lesões no ambiente de trabalho.

2.4 PERÍCIA JUDICIAL NO TRABALHO

No ambiente laboral, os casos de lesão por esforço repetitivo (LER) e


doença osteomuscular relacionada ao trabalho (DORT) foram grandes responsáveis
pelo afastamento do trabalhador nos países industrializados, dentre os quais o
Brasil. Não é incomum observarmos trabalhadores com essas disfunções sendo
demitidos de maneira injusta, seja por negligência ou incompetência da empresa,
podendo inclusive ser acionada a Justiça do Trabalho.
A Perícia Judicial da qual iremos explanar tem como público-alvo
trabalhadores que sofreram alguma doença, acidentes ou déficits
musculoesqueléticos decorrentes da atividade laboral ou empresas que necessitem
de provas contundentes para comprovar inocência perante a justiça, tudo decorrente
e dependente da ordem de um juiz.
Entretanto, a maioria dos casos que necessitam de um laudo ou parecer de
perito judicial são decorrentes de processos judiciais impetrados por trabalhadores
contra empresas, sendo necessário gerar provas comprobatórias de que o cliente
realmente se lesionou devido ao seu trabalho.

2.4.1 O que é Perícia Judicial?

Brandimiller (1996, p. 25) define perícia como “exame de situações ou fatos


relacionados a coisas e pessoas, praticadas por especialistas na matéria que lhe é
submetida, com o objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos”. O autor
ainda define situação e fatos, conforme segue:

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45
Por situação entendem-se relações entre coisas e/ou pessoas. Exemplo:
uma determinada situação de trabalho e os riscos à saúde, ou de acidentes,
nela implicados. Fatos são ocorrências envolvendo coisa e/ou pessoas; por
exemplo, um acidente de trabalho ou a ocorrência de uma doença
profissional (BRANDIMILLER, 1996, p. 25).

Logo, observa-se que a perícia da saúde do trabalhador pode envolver três


agentes: exames, pessoas e especialista em perícia. Os exames são as coletas de
dados que irão subsidiar a atividade pericial, o que gerou o fato ou a situação, seja
um acidente de trabalho ou uma doença oriunda do trabalhou outros ocorrências de
caráter laboral. Os exames podem ser: laudos anteriores, fotos, vídeos etc. A
pessoa refere-se ao trabalhador sequelado. O especialista em perícia é o
profissional capacitado para exercer a função de perito judicial.

2.4.2 Quem pode ser perito judicial?

Conforme preceitua o artigo 145 do Código de Processo Civil (CPC), o perito


judicial é acionado quando a prova de um fato exigir conhecimento técnico ou
científico para melhor análise. Segundo o mesmo artigo, para ser perito é necessário
possuir nível superior em qualquer área do conhecimento e registro no respectivo
conselho, sendo que o juiz poderá indicar o perito, caso não tenha profissionais com
as devidas qualificações na localidade do fato.
Há casos em que, devido à gravidade ou amplitude do caso, é necessária a
presença de um perito de outra área de conhecimento, para fins de melhor busca
dos dados a serem levantados e elucidação do caso. O artigo 431-b do Código de
Processo Civil classifica esse tipo de caso como Perícia Complexa, onde dois ou
mais profissionais buscam a melhor forma para conclusão de um laudo técnico ou
de um parecer.
O perfil de um perito deve apresentar imparcialidade tanto com relação ao
trabalhador como com a empresa, visando acima de tudo, colaborar para melhor
entendimento do juiz, auxiliando-o para a realização do veredito final. Daí a

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importância do profissional. Caso o perito não dê informações verídicas, com ou sem
intenção, ficará dois anos sem exercer a função de perito.
Vale ressaltar que o profissional perito pode pedir despensa da função,
desde que tenha um motivo legítimo ou não ter conhecimento técnico ou científico
adequado para exercer a função. Nestes casos, cabe ao juiz respeitar a decisão do
profissional que ele havia incumbido.
Dentre os profissionais que contribuem de sobremaneira na atividade de
pericia judicial, temos o fisioterapeuta, que pode ser um importante colaborador da
Justiça do Trabalho, auxiliando na geração e interpretação de provas. Segundo
Veronesi apud Figueiredo et al. (2007):

A função de perito judicial em casos de Justiça de o Trabalho associados às


LER/DORT deve ser exercida por profissionais possuidores de
conhecimentos profundos de biomecânica ocupacional. A ciência que
estuda o movimento e a biomecânica é chamada de cinesiologia, sendo o
fisioterapeuta o único profissional da saúde que tem como base em seus
conhecimentos esta ciência. Deve-se ressaltar que o alvo do fisioterapeuta
é a perícia cinesiológica funcional e não a perícia médica, atribuída
logicamente aos formados em escolas de ciências médicas.

Ou seja, cada profissional deve colaborar com os seus conhecimentos


específicos obtidos, sendo que o fisioterapeuta tem mais facilidade em elaborar
laudos a partir de conhecimentos em cinesiologia, por ser disciplina unicamente
estudada por fisioterapeutas, segundo o autor.
Outros métodos de avaliação também se tornam úteis para maior
detalhamento de uma perícia judicial, onde podemos citar o surgimento do Método
Veronesi para perícias judiciais, onde, segundo o autor “a quantificação da
capacidade funcional pelo presente método auxiliam a justiça a ter parâmetros
matemáticos e uma visão funcional mais crítica sobre a capacidade funcional para o
trabalho” (VERONESI, 2010, p. 348).
Além do mais, esse método auxilia para analisar as condições da doença e
do tratamento, bem como de que maneira o trabalhador poderá retornar ao mercado
de trabalho sem que a função a ser exercida apresente risco de um novo quadro ou
de agravamento da lesão. Ou seja, preocupa-se não somente com o atual quadro do
trabalhador como também com os riscos que podem se tornar presentes.
Para tanto, o fisioterapeuta realizará uma anamnese com este cliente e
utilizará testes específicos entre outros recursos aprendidos no curso, além do seu

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47
conhecimento em biomecânica, análise cinético funcional, entre outras disciplinas,
para elaborar um Laudo Cinesiológico Funcional, que será anexado ao processo e
encaminhado ao juiz que julgará o caso.

2.4.3 Função do perito judicial

Quando apresenta uma doença ou um acidente de trabalho, o trabalhador


será avaliado por um profissional que tenha conhecimento adequado para informar
se essa patologia ou disfunção foi decorrente de função que era realizada na
empresa. Para realizar o presente diagnóstico, o perito irá necessitar de testes
minuciosos que colaborem para tal ação.
Logo após, o mesmo deverá elaborar um parecer onde devem constar o que
foi observado e as ações que devem ser adotadas para que o funcionário não tenha
piora do quadro, ou em casos de processos judiciais, auxiliar o juiz na tomada de
decisão, dependendo de cada caso, bem como da necessidade presente.
O perito, ao final da perícia, apresentará os resultados obtidos por meio de
um parecer, quando necessitar apenas responder um questionário, ou um laudo
técnico, mais amplo que o questionário, onde deverão constar as informações sobre
o caso, como se chegou aos resultados, junto com as respostas do questionário.
Para chegar à conclusão de um parecer ou laudo, o perito deverá elaborar algumas
atividades, tais como:

1. Análise direta de coisas, situações e fatos estabelecidos e


documentados, apresentados a pericia;
2. Observação qualitativa (exame, vistoria, inspeção)
3. Estudo qualitativo, incluindo avaliações, medições, cálculos;
4. Investigação de situações e fatos, voltada para o esclarecimento de
circunstâncias de suas ocorrências e determinadas relações (temporais,
causa-efeito, responsabilidade, etc.). (BRANDIMILLER, 1996, p. 26).

Para desempenhar sua função de maneira eficiente e eficaz, o perito poderá


utilizar de todos os meios necessários para tal, tais como: “[...] ouvindo testemunhas,
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em

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48
repartições públicas, instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias etc.”
(CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, Art. 429).
Para realizar essa ação, o profissional perito poderá adentrar o ambiente em
que o trabalhador realizava suas atividades laborais, carga horária de trabalho,
rotina diária, quantidade de atividades repetitivas, ter acesso a documento da
empresa, seja do setor de recursos humanos ou do setor operacional, analisar
relatório do setor de medicina do trabalho (se houver na empresa) e outras medidas
oportunas e úteis, visando antes de tudo, levantamento de informações que irão
contribuir para a conclusão da perícia, com o mínimo de erros possíveis.

2.4.4 Conselho Nacional dos Peritos Judiciais (CONPEJ)

Fundado em 10 de novembro de 2002, o Conselho Nacional dos Peritos


Judiciais da República Federativa do Brasil (CONPEJ), localizado no estado do Rio
de Janeiro, é composto por profissionais de diversas áreas do conhecimento, tais
como fisioterapeutas, biólogos urbanos, engenheiros, advogados e médicos.
O CONPEJ presta serviços nas mais diversas especialidades, como:
Elaboração de Cálculos Trabalhistas, Elaboração de Cálculos Econômicos, Auditoria
de Fraudes, Análise e Pareceres Ambientais, Desenvolvimento de Estudos e
Projetos. Ou seja, o Conselho não visa somente a Perícia Judicial do Trabalho,
como também demais ramos judiciais presentes no universo da perícia.
Entretanto, a profissão de perito judicial ainda precisa ser divulgada
principalmente no meio judicial, acadêmico e no ambiente laboral, para ampliar o
reconhecimento do profissional, proporcionando fidedignidade acima de tudo, sendo
o “braço direito” do juiz para a decisão final de um processo judicial.

FIM DO MÓDULO II

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49
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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50
CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO III

3 SAÚDE DO TRABALHO: PROFILAXIA E PREVENÇÃO

3.1 FATORES BIOMECÂNICOS E FATORES ANTROPOMÉTRICOS

A postura e o movimento realizado para a execução de uma atividade no


posto e no ambiente de trabalho são um dos principais fatores que influenciam na
saúde física do trabalhador. Músculos e articulações são exigidos para a execução
das demandas físicas, sendo que, quando submetidos a constantes estresses,
apresentam riscos de lesões, dores e comprometimento normal do movimento.
Para analisar as posturas e os movimentos adequados para que o trabalhador
não sofra uma alta demanda com risco à sua saúde, o profissional de saúde deverá
conhecer os princípios básicos que compõem a biomecânica e a antropometria,
visando antes de tudo, o bem-estar, a saúde e a prevenção de lesões.
Segundo Rasch (1991, p. 175), a biomecânica é definida como o estudo da
aplicação dos “princípios de engenharia a sistemas biológicos, ou o estudo das
forças internas e externas geradas por, e atuantes sobre, sistemas biológicos e dos
efeitos dessas forças”. A biomecânica visa analisar os aspectos que compõem o
movimento humano, sua anatomia e fisiologia, de acordo como o ponto de vista das
leis e princípios da mecânica.
A antropometria (dos termos gregos ánthropos, "homem", e métron,
"medida") “é o conjunto de processos ou técnicas de mensuração do corpo humano
e de suas várias partes” (ZILIO, 2005, p. 25). Segundo Dul e Weerdmeester (2004,
p. 10), a antropometria “ocupa-se das dimensões e proporções do corpo humano”.
Na saúde do trabalhador, a antropometria irá adequar as dimensões dos
utensílios de trabalho às características físicas e individuais de cada trabalhador,
respeitando seu peso, altura e habilidades. Ou seja, engloba tanto profissionais da

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saúde como das demais áreas do conhecimento, tais como: engenheiros,
administradores, assistentes sociais etc.

3.1.1 Movimentos lineares e movimentos angulares

Com relação ao movimento, a biomecânica analisa os movimentos lineares


(também conhecidos por movimentos de translação) e os angulares, ambos
podendo ser o movimento de um objeto ou do próprio corpo humano. Hamill (1999)
define movimento linear como o movimento ao longo de uma via curva ou reta.
No ambiente de trabalho podemos citar como exemplo o movimento
realizado pelo trabalhador para levantar uma carga, onde serão analisadas a
direção, trajetória e velocidade do movimento do corpo. Dependendo do movimento
a ser adotado, a postura poderá sofrer uma sobrecarga mecânica, oriunda do peso
da carga levantada, da quantidade de movimento e do tempo para execução.

FIGURA 15 - MOVIMENTO LINEAR REALIZADO PELO TRABALHADOR PARA


LEVANTAR UMA CARGA

FONTE: Disponível em: <http://www.ocupacional.com.br/ocupacional/qual-e-o-peso-maximo-que-um-


empregado-pode-remover-individualmente/>. Acesso em: 07 out. 2013

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O mesmo autor define movimento angular como o que ocorre ao redor de
algum ponto, desde que as diferentes regiões do mesmo segmento corporal ou
objeto não se movimentem pela mesma distância. Como exemplo, podemos
apresentar um trabalhador que, ao levantar uma carga e pô-la sobre uma superfície
sólida como uma mesa, realiza o movimento de rotação da coluna, onde para
realizar tal movimento, há maior estresse do membro superior que se encontra mais
distante da mesa, caso adote uma postura incorreta para realizar o movimento.

FIGURA 16 - MOVIMENTO ANGULAR REALIZADO PELO TRABALHADOR PARA


LEVANTAR UMA CARGA E TRANSPÔ-LA EM UMA MESA

FONTE: Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta96/merino/figuras/fig27.gif>.


Acesso em: 7 out. 2013

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54
3.1.2 Análise cinemática e análise cinética

A análise biomecânica pode ser dirigida por intermédio de duas divisões:


cinemática e cinética.

A análise cinemática relaciona-se com as características do movimento, e


examina o movimento a partir de uma perspectiva espacial e temporal sem
referência com as forças que causam o movimento. Uma análise cinemática
envolve a descrição do movimento para determinar qual a rapidez com que
um objeto está se movendo, qual a altura e a distância que ele atinge.

A análise cinética é a área de estudo que examina as forças que agem


sobre um sistema, como o corpo humano ou qualquer objeto. A área de
análise cinética do movimento tenta definir as forças que provocam um
movimento. (HAMILL, 1999, p. 8).

Como é possível observar, a análise cinemática preocupa-se com o espaço


físico e o tempo em que um objeto é movimentado, constando ainda a altura e a
distância em que ocorre esse movimento. Diferente da análise cinemática, a análise
cinética faz análise das forças atuantes no corpo ou no objeto que são responsáveis
pelo movimento.

FIGURA 17 - EXEMPLO DE ANÁLISE CINEMÁTICA DE UM TRABALHADOR

FONTE: Reis et al. (2005), p. 29.

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55
Com essas análises é possível avaliar tanto as características que compõem
o movimento de uma carga, seu grau de dificuldade e as forças atuantes para a
execução do movimento. Como exemplo, podemos citar trabalhadores que atuam no
setor de produção, onde deverão produzir determinadas peças por hora trabalhada.
Nesse caso a análise cinemática irá verificar as características dos
movimentos do objeto, desde as características físicas do local em que é realizada a
atividade até o tempo necessário para ele ser finalizado. Enquanto a análise cinética
ocupar-se-á das forças necessárias para que os movimentos sejam executados,
tanto a força mecânica ou humana.

3.1.3 Postura estática e postura dinâmica

Dentre as diferentes posturas adotadas no ambiente de trabalho temos a


postura estática e a postura dinâmica, sendo determinadas pela tarefa e pelo posto
de trabalho. Ambas necessitam de grupos musculares e articulações para sua
estabilização e movimento. De maneira simples, podemos dizer que a primeira é
assim chamada por não apresentar constantes movimentos, enquanto que a
segunda realiza movimentos constantes de uma parte do corpo.
Enquanto a postura estática é menos cansativa, a postura dinâmica é útil
quando se pretende realizar movimentos que exigem mais força. Porém,
trabalhadores que permanecem longos períodos na posição estática, como os
digitadores e motoristas, acabam proporcionando maior sobrecarga na região dos
membros superiores e pescoço.
Isso se deve não somente ao movimento para execução da tarefa como
também às forças necessárias para manter a postura, haja vista que a própria
gravidade torna-se um fator a ser vencido pelos músculos, além da atividade
repetitiva.
Dependendo de cada caso, esse tipo de movimento exige alguns cuidados,
tais como: regulagem da cadeira ou assento, adequação do computador com a visão
do trabalhador, proximidade dos objetos que serão utilizados para o trabalho e
intervalos de repouso.

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56
FIGURA 18 - TROCA DE POSTURA ENTRE SENTANDO E EM PÉ

FONTE: Dul e Weerdmeester (2004, p. 21).

Com relação à postura dinâmica, onde podemos citar os trabalhadores que


exercem atividade em pé com deslocamentos constantes, as regiões mais
comumente estressadas são as costas e os membros inferiores. Para evitar tais
acometimentos pode-se adotar algumas regras, como: mudanças de posturas entre
sentado e em pé, uso de um selim para apoiar o corpo, não passar o dia todo na
posição, proximidade dos objetos que serão utilizados para o trabalho e intervalos
de repouso.

FIGURA 19 - MODELO DE SELIM PARA ALÍVO DA POSIÇÃO

FONTE: Dul e Weerdmeester (2004, p. 22).

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57
3.1.4 Levantamento e transporte de cargas

FIGURA 20 - TIPOS DE EQUIPAMENTOS ÚTEIS PARA TRANSPORTE E


LEVANTAMENTO DE CARGAS

FONTE: Dul e Weerdmeester (2004, p. 33).

Todo levantamento envolve diversas partes do corpo, principalmente as


articulações. Dependendo da maneira que o levantamento é realizado, podem ser
ocasionadas várias doenças, principalmente distúrbios musculoesqueléticos. Hoje
em dia existe uma tabela que correlaciona as idades de cada profissional com o
peso que a pessoa pode carregar no ambiente laboral.
Entretanto, não são acometidos somente os profissionais que trabalham
levantando cargas, mas também aqueles que indiretamente realizam o ato, ainda
que não seja rotineiro, tais como: enfermeiros, balconistas, dentistas etc. Em relação
ao transporte de carga, nem todos os métodos são adequados para as pessoas,
haja vista as diferenças físicas e corporais.

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58
Porém, algumas regras podem ser seguidas, tais como: respiração, peso
máximo levantado para o levantamento, levantamento com agachamento, distância
da carga em relação ao corpo, levantamento simétrico, rotação e inclinação do
tronco, localização vertical do objeto (altura). Vale a pena ressaltar que a carga
máxima que um trabalhador pode levantar é de 23 kg.

3.1.5 Fatores antropométricos

Os principais fatores que interferem nas medidas antropométricas são:


idade, sexo, etnia, clima, condições adversas e variações extremas. Quanto mais
idoso o indivíduo, maiores são as chances de sua altura sofrer redução. Ou seja, o
mesmo equipamento ou vestimenta que era utilizado por esta pessoa quando mais
nova podem não lhe servir mais no momento atual.
A etnia de cada região do mundo ou de cada país favorece,
desproporcionalmente, as diferenças entre calçado, roupa, máquinas, equipamentos
etc. Exemplos disso são os tamanhos das roupas fabricadas em países cuja origem
é viking (Noruega e Dinamarca, por exemplo), povos de tamanho considerado bem
superior ao do povo brasileiro. O tamanho P para eles é diferente do tamanho P
para os brasileiros.
Os dados antropométricos poderão interferir diretamente na qualidade do
trabalho, conforme descreveram Dul e Weerdmeester (2004, p. 10):

Os projetistas dos postos de trabalho, máquinas e moveis, devem lembrar-


se sempre que existem diferenças individuais entre os usuários. A altura de
uma cadeira, adequada para um indivíduo médio, pode ser desconfortável
para indivíduos mais altos ou mais baixos. Uma cadeira que tenha ajustes
de altura pode adaptar-se às diferenças individuais desses usuários.

A figura a seguir demonstra o impacto que o posto de trabalho pode


ocasionar na postura do trabalhador. Nas imagens de cima o problema é a cadeira
que não apresenta regulagem adequada, ocasionando desconforto na região do
pesco e do joelho. As imagens de baixo apresentam erros de fabricação do
maquinário, sendo incompatível com as medidas corporais do trabalhador.

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FIGURA 21 - EXEMPLO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS QUEINFLUENCIAM
NA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta97/viera/figuras/img00008.gif>.


Acesso em: 8 out. 2013.

Existem outros fatores que podem influenciar nas medidas antropométricas.


O índice de gordura ou de massa magra pode ser classificado como fator clima,
principalmente em regiões frias ou quentes. Exemplos são os povos que vivem em
regiões próximas do Ártico, onde é preciso ter alto índice de gordura para suportar o
frio, diferente dos povos que vivem nas regiões tropicais, onde o povo precisa ter
baixo índice de gordura. Há também diferenças físicas e sexuais entre homens e
mulheres, tais como quadril largo nas mulheres e massa muscular mais presente
nos homens.

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3.2 A CARGA DE TRABALHO E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Para Antonelli et al. (2011, p. 18), “carga de trabalho é uma medida


quantitativa e/ou qualitativa do nível de atividade motora, fisiológica e mental
necessária à realização de um trabalho”. Ou seja, envolve todos os sistemas
corporais onde as atividades mentais também são inseridas como carga de trabalho.

FIGURA 22 - A CARGA DE TRABALHO DEPENDERÁ


DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://wap.noticias.uol.com.br/cienciaesaude/album/1105_estresse-f2.htm>.


Acesso em: 8 dez. 2013.

As atividades motoras realizadas pelo trabalhador podem predispor as


atividades repetitivas e as doenças e lesões do sistema musculoesquelético como
lesões por esforço repetitivo (LER) e doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (DORT).
O sistema fisiológico pode apresentar alterações cardiovasculares, tais
como: aumento da pressão arterial; liberação do hormônio cortisol, causador do
estresse; aumento dos níveis de adrenalina, gerador de tensão; etc. A carga mental
irá variar em cada trabalhador, podendo torna-se presente: baixa autoestima,
desinteresse pela função, sentimento de inferioridade, tristeza, depressão.

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Baumer (2003, p. 22) descreveu a carga mental de trabalho como “aquela
que não responsabiliza apenas a tarefa como fonte potencial para essa carga, mas
também coloca o indivíduo como fonte da carga”. Esse fator faz com que a carga
esteja sujeita às particularidades de cada indivíduo.
Entretanto, Dejours apud Lazzareschi (2012, p. 55) descreve que as
exigências mentais no ambiente de trabalho não são tão graves como o sentimento
de insatisfação, sendo esta última responsável pelo começo do sofrimento do
trabalhador.

FIGURA 23 - A CARGA MENTAL PODE GERAR INSATISFAÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://arealidadedodireito.blogspot.com.br/2010/10/zero-hora-deve-


indenizar-funcionario.html>. Acesso em: 9 out. 2013

A carga de trabalho também sofre influência das chefias, onde muitas das
vezes, para alcançarem as metas a serem obtidas, exigem dos funcionários mais
rapidez e menos perda de tempo, podendo provocar relacionamento com conflitos
entre chefes e supervisores, o que torna o ambiente de trabalho sinônimo de
“estresse” e até humilhação.

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Para reduzir a carga de trabalho podem-se utilizar as pausas de repouso e
redução do ritmo de trabalho, o que gerará prevenção da fadiga muscular, que,
segundo Guyton (1996, p. 68), é a presença de “contrações fortes e prolongadas de
um músculo”, podendo ser gerada pela ausência de fluxo de sangue no músculo em
contração, o que ocasiona redução dos níveis de oxigênio, que são responsáveis de
manter a nutrição no músculo.
As pausas aplicadas no ambiente laboral pela primeira vez por Taylor
tiveram um importante estudo realizado durante a Primeira Guerra Mundial, onde
cientistas norte-americanos concluíram que cargas de trabalho superiores a 48
horas ocasionavam absenteísmo, aumento de lesões e redução da produção por
homem/hora e que uma carga horária semanal de trabalho de 55 horas apresentava
13% mais produtividade do que uma carga horária de 74 horas (RASCH, 1991).
Com relação à redução do ritmo de trabalho, é preciso observar a velocidade
do movimento individual e em grupo de cada trabalhador, pois “um trabalhador cuja
velocidade de movimento preferida não é compatível com a imposta a ele por seu
trabalho pode ser submetido a tensões que o tornam ineficiente e infeliz” (RASCH,
1991, p. 194).
Ou seja, o ritmo de trabalho deve respeitar as características cognitivas e
proprioceptivas de cada trabalhador, o que normalmente não ocorre. Além destes
fatores, pode-se utilizar outras medidas para evitar uma fadiga decorrente de alta
carga de trabalho, onde o próprio trabalhador pode evitá-la, tais como:

1. Eliminar movimentos desnecessários;


2. Usar a gravidade para realizar trabalho, como debruçar-se sobre uma
manivela para abaixá-la em vez de movê-la com a força dos membros
superiores;
3. [...] evitar execução de trabalhos no ou acima do nível da face, abaixo
dos joelhos ou dentro de um espaço inadequado;
4. Equilibrar o corpo adequadamente. (RASCH, 1991, p. 194).

Um fator importante para trabalhadores que lidam com movimentação de


cargas é acrescentar programas de treinamento voltados para a atividade dos
trabalhadores, conforme observado por Antonelli et al. (2011). Para tanto a empresa
deverá zelar para que seus funcionários não excedam em sua carga de trabalho.
Podemos dizer que empresas que têm carga excessiva de trabalho
apresentam algumas falhas na sua organização, sejam elas: número de

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63
funcionários reduzido e desproporcional à demanda; falta de mão de obra
qualificada para tal função; redução de gastos; melhoria salarial; carga horária
excessiva (horas extras) etc.
A empresa que tem uma boa organização encontra-se buscando oferecer
aos seus funcionários os melhores recursos, para obter melhor produção. Como
exemplo, podemos citar empresas que, no momento de intervalo, disponibilizam
salão de jogos e dormitórios para seus colaboradores, pois acreditam que, quanto
mais o trabalhador estiver disposto, melhor será o aumento da produtividade.
Infelizmente, muitas empresas não oferecem condições de trabalho dignas
aos trabalhadores, tais como: ambiente sem ventilação, falta de higiene,
equipamentos danificados, posto de trabalho sem as mínimas condições de
segurança etc. Fatores que tornam a atividade laboral penosa, desestimulante e
estressante. Sobre a organização do trabalho, descreveram Dul e Weerdmeester
(2004, p. 99) o seguinte:

A organização do trabalho faz junção de vários cargos, de acordo com os


objetivos da empresa. São aspectos relevantes dessa organização as
formas flexíveis de organização, grupos autônomos e estilo gerencial
baseado na liderança [...], convertendo os antigos chefes em líderes,
capazes de estimular os trabalhadores.

A maneira que a empresa forma os antigos chefes em líderes torna o


ambiente de trabalho mais produtivo e com menos risco de conflitos entre os
trabalhadores e a chefia. Sendo importante ressaltar que o termo “organizações
flexíveis” não significa que os funcionários não são obrigados a alcançar metas, mas
sim que todos são responsáveis pelas metas a serem alcançadas em conjunto.

FIGURA 24 - A IMAGEM DE “CHEFE” ÉO INVERSO DA IMAGEM DO “LÍDER”

FONTE: Disponível em: <www.mundosindical.com.br>. Acesso em: 9 out. 2013

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É importante salientarmos que é necessário um líder na empresa, para
desenvolver os trabalhos de maneira organizada, observado também o ambiente de
trabalho, presença de fatores que contribuam para a insatisfação do colaborador e
melhora da relação patrão-funcionário; visando não somente o bem-estar da
empresa, mas também do seu trabalhador.

3.3 DOENÇAS OCUPACIONAIS

Antes de adentrarmos em nosso tema, é preciso categorizar alguns termos,


tais como: doença profissional e doença do trabalho ou relacionada ao trabalho.
Doença profissional é caracterizada quando o trabalhador entra em contato com um
único agente causador, como acontece quando em contato com substâncias
agressivas ao corpo humano, como silicose e asbestose.
Já as doenças do trabalho ou relacionadas ao trabalho são assim
denominadas por vários fatores laborais. Como exemplos, podemos citar as LER e
as DORT (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
Conforme descrito no Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde,
do Ministério da Saúde (2001, p. 54), é importante enfatizarmos que “as doenças
relacionadas ao trabalho, quando enquadradas nos requisitos dos artigos 19 e 20 da
Lei Federal n.º 8.213/1991, são equiparadas a acidentes de trabalho”.

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior,


as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que
ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho. (PLANALTO.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm>.
Acesso em: 09 out. 2013).

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Como preceitua a lei em destaque, uma doença profissional pode ser
considerada acidente de trabalho, desde que esta tenha relação com a função
exercida pelo trabalhador, sendo que para assim ser classificada, segundo a lei, é
preciso que haja incapacidade laborativa, quando o profissional é incapaz de
executar o trabalho devido à presença da doença. Ou seja, se não produziu
incapacidade, não é considerada como doença do trabalho.
O Mistério do Trabalho e Emprego apresentou alguns dados da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), onde fora descrito que os países gastam
aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, cerca de 2,8 trilhões
de dólares, com as doenças profissionais. Dinheiro que poderia ser utilizado com
outras finalidades, como educação e prevenção.
A Portaria nº 1339/GM, do Ministério da Saúde, de 18 de novembro de 1999,
apresenta a lista de doenças relacionadas ao trabalho, a ser adotada como
referência dos agravos originados no processo de trabalho. A referida Portaria
encontra-se no site <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port99/GM/GM-
1339.html>. Trata não somente das doenças do sistema osteomuscular e do tecido
conjuntivo, relacionadas com o trabalho, como também do sistema nervoso, da pele
e do tecido subcutâneo, do sistema respiratório, entre outros.
No ano de 2001, o Ministério da Saúde do Brasil em conjunto com a
Organização Pan-Americana da Saúde, lança no Brasil o livro “Doenças
Relacionadas ao Trabalho – Manual de Procedimentos para os Serviços de
Saúde”, no sentido de cumprir a determinação constitucional de dar atenção à
saúde do trabalhador, tendo como objetivo colaborar com os profissionais dos
serviços de saúde quanto aos procedimentos de assistência, prevenção e
vigilância da saúde dos trabalhadores, auxiliando na caracterização das relações
da doença com o trabalho.

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3.3.1 LER e DORT

Lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbio osteomuscular relacionado ao


trabalho (DORT) são comumente utilizados nas empresas quando um funcionário
apresenta alguma reclamação clínica. Entretanto, como podemos definir esses
termos? Qual o real significado das LER e DORT?
Ambos são lesões e distúrbios que acometem o sistema
musculoesquelético, sendo compostas por doenças com características
semelhantes. Segundo o Ministério da Saúde (2001), são decorrentes de atividades
fixas, sem muito movimento de outras partes do corpo, ou de extrema repetição,
onde a principal parte do corpo acometida são os membros superiores.
Trabalhos com ritmos intensos e falta de intervalo adequado para a
recuperação auxiliam na manifestação e no agravamento das LER e DORT, onde as
principais queixas referem-se à presença de dor, formigamento, dormência e fadiga
precoce.
Esses fatores tendem a piorar quando a empresa não possui ações que
busquem encontrar a presença de tais fatores no ambiente de trabalho, como a
presença de um ergonomista e a formação de outras normas regulamentadoras que
são obrigatórias e adequadas ao serviço do trabalhador, conforme veremos em
outro módulo.
Dentre as doenças que são relacionadas a LER e a DORT, o Ministério da
Saúde (2001, p. 7) descreve: “tendinite, tenossinovite, epicondilite, síndrome do
túnel do carpo, síndrome do desfiladeiro torácico, radiculopatia cervical, síndrome
miofascial, mialgia etc.” Estes são os termos de doenças que o profissional de saúde
do trabalhador ouvirá mais cotidianamente.

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67
3.4 FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS

Neste item iremos descrever os principais fatores que podem contribuir para
que a saúde do trabalhador sofra algum dano ou sequela. Para tanto iremos abordar
os principais riscos ocupacionais que necessitam de atenção por parte do profissional
de saúde do trabalho. Dentre os fatores iremos apresentar: risco ergonômico, risco
comportamental e risco ambiental (agentes químicos, físicos e biológicos).

3.4.1 Risco Ergonômico

São os riscos identificados por meio de um relatório de ergonomia,


denominado Análise Ergonômica do Trabalhado (AET). Ou seja, pode-se dizer que o
risco ergonômico engloba alterações presentes no ambiente de trabalho que
possam ocasionar desconforto e comprometimento da saúde do trabalhador.
Os principais comprometimentos que podem ser observados através do
Risco Ergonômico envolvem: sobrecarga biomecânica, excesso de atividades
repetitivas, alteração postural decorrente de algum movimento executado no
trabalho, movimentação de cargas pesadas além do limite, ritmo em que a atividade
é executada, etc.
O Risco Ergonômico também pode descrever as condições do ambiente de
trabalho, onde podemos apresentar: presença de ruídos sem que o trabalhador
tenha acesso a protetor auricular ou que, ainda assim, excedam os limites
adequados para o homem; iluminação inexistente ou ineficiente, podendo ocasionar
dores de cabeça e risco de acidentes; clima demasiadamente quente ou
demasiadamente frio, etc.

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68
3.4.2 Risco Comportamental

Este tipo de risco é o mais comum e mais difícil de evitar, pois ele descreve
as atitudes comportamentais do trabalhador que podem colaborar para que ocorra
um acidente de trabalhado ou até mesmo um incidente de maiores proporções. Um
exemplo prático acontece quando o trabalhador deve utilizar o equipamento de
proteção individual (EPI), item obrigatório por lei.
Ainda que o mesmo esteja utilizando o EPI, pode ser que o funcionário
esteja utilizando incorretamente o seu equipamento. E o que é pior, de maneira
proposital. É comum observarmos que o equipamento apresenta algumas outras
adulterações decorrentes da falta de cuidado e manutenção por parte do próprio
trabalhador.

FIGURA 25 - O RISCO COMPORTAMENTAL INTERFERE


NO CONTROLE DOS RISCOS

FONTE: Disponível em: <tstsergiobigi.blogspot.com>. Acesso em: 25 out. 2013

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69
O Risco Comportamental torna-se difícil de evitar porque envolve idoneidade
e conscientização do trabalhador, ainda que o mesmo tenha recebido treinamento,
assistido a palestras ou cursos que tratem da importância de se prevenir e controlar
os riscos. Envolve o comportamento da pessoa, algo que se obtém no convívio
social, conforme veremos no Módulo IV do presente curso, na aula que descreve a
ética profissional.

3.4.3 Risco Ambiental

Os Riscos Ambientais encontram sua definição por meio da Norma


Regulamentadora 9, que versa sobre os Programas de Prevenção de Riscos
Ambientais. Eles são classificados em: agentes físicos, químicos e biológicos. Estes
agentes podem ocasionar problemas não somente para a saúde do trabalhador
como também ao ambiente.
A capacidade de ação do agente físico, químico ou biológico, sofre influência
de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição. Tais
características podem se tornar um agravante à saúde, não somente do trabalhador
como também de todas as pessoas próximas do raio de incidência.
Segundo a norma, são classificados como agentes físicos: ruído, vibrações,
pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Os agentes químicos, além de
agredirem a pele, podem ser produtos que tenham capacidade de adentrar no corpo
como: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. Os agentes biológicos
podem ser: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, etc.

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70
3.5 SAÚDE MENTAL E TRABALHO

Como o próprio nome descreve, o termo saúde mental pode ser empregado
para avaliar a capacidade mental do homem em interagir com o meio social (casa,
escola, trabalho, comunidade) sem apresentar algum comprometimento mental. Este
termo também sofre influência da saúde física e mental, conforme preceitua a
definição do termo saúde pela Organização Mundial da Saúde (2008, p. 10): “A
saúde é um estado de bem-estar físico, mental, e social”.

3.5.1 Substâncias agravantes à saúde mental no trabalho

Outro fator que pode agravar a saúde mental do trabalhador e que muitas
vezes são despercebidos pelas autoridades, é a presença de agentes e produtos
químicos no ambiente de trabalho, tais como determinados metais e solventes com
ação tóxica, podendo ocasionar: “irritabilidade, nervosismo, inquietação, distúrbios
da memória e da cognição e, por fim, com evolução crônica, muitas vezes
irreversível e incapacitante” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001. p. 162).
Para evitar tais ocorrências é preciso que as empresas trabalhem com
prevenção, além de vigilância dos agravos à saúde e dos ambientes e condições de
trabalho, empregando ações em conjunto com a equipe de saúde do trabalho, como:
médicos, engenheiros, ergonomista, psicólogos, enfermeiros e técnicos de
segurança do trabalho.
Além do mais, é necessário que o trabalhador também participe desse
processo, informando situações que passam despercebidas pela equipe de saúde.
Dentre as normas técnicas e regulamentos vigentes úteis para evitar o
surgimento e o agravamento da saúde mental do trabalhador, podemos citar:

AN02FREV001/REV 4.0

71
1. Reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam
substâncias químicas, agentes físicos e/ou biológicos e os fatores de risco
decorrentes da organização do trabalho potencialmente causadores de
doença;
2. Identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde,
decorrentes da exposição aos fatores de risco identificados;
3. Identificação e proposição de medidas que devem ser adotadas para a
eliminação ou controle da exposição aos fatores de risco e para proteção
dos trabalhadores;
4. Educação e informação aos trabalhadores e empregadores.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001. p. 162).

Como dito em tópicos anteriores, a organização do trabalho pode auxiliar na


redução dos casos de trabalhadores com agravamento da saúde mental decorrente
de substâncias químicas, agentes físicos e/ou biológicos. Porém, é de grande
relevância prestar informação aos trabalhadores como método de prevenção,
tornando-se necessário ainda a identificação das substâncias e de suas causas,
além de eliminação ou controle dos riscos, quando ocorrer o fato.

3.5.2 Transtornos mentais no trabalho

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) apud


Ministério da Saúde, os transtornos mentais de pequeno porte correspondem a 30%
dos trabalhadores no mundo e outros 10% referem-se a transtornos mentais graves.
O ambiente laboral pode contribuir para manifestação e surgimento das alterações
da saúde mental do trabalhador, onde podemos citar: pontualidade, organização do
trabalho, além da ameaça de perda do emprego.
Os transtornos mentais e do comportamento podem estar divididos em
quatro áreas: limitações em atividades da vida diária, exercício de funções sociais,
concentração, persistência e ritmo e deterioração ou descompensação no trabalho.
Geralmente o trabalhador apresenta problemas em manter as atividades da vida
diária, dos seus desempenhos sociais e a execução de realizara outros afazeres
pessoas.
A deterioração ou descompensação torna-se comumente presente no
trabalho, conforme descreve seu próprio nome.

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72
Deterioração ou descompensação no trabalho: refere-se a falhas
repetidas na adaptação a circunstâncias estressantes. Frente a situações
ou circunstâncias mais estressantes ou de demanda mais elevada, os
indivíduos saem, desaparecem ou manifestam exacerbações dos sinais e
sintomas de seu transtorno mental ou comportamental. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001. p. 163).

Podemos observar que a deterioração no trabalho faz com que o trabalhador


busque isolamento e fuga perante o agente causador de estresse ou que ele
manifeste quadros de irritação explícita, o que deve ser observado de antemão pelos
profissionais de saúde do trabalhador. Podendo se fazer presente em qualquer
trabalhador, independente de cargo e função.
Infelizmente, quando não diagnosticada antecipadamente, a deterioração no
trabalho pode gerar demissão do trabalho, agravando o quadro clínico do
trabalhador demitido, o que gerará sentimentos de incompetência, incapacidade,
inutilidade, isolamento da família e do convívio social e total descontrole emocional.

3.5.3 Estresse no trabalho

Segundo Zanelli et al. (2004), o estresse é ocasionado pela resposta do


nosso organismo contra um agente agressor, decorrente das pressões do meio em
que se encontra, apresentando três fases: a reação de alarme diante de um
agressor, a resistência e a exaustão.
Pode-se considerar um estresse natural as duas primeiras classificações,
como rotinas do dia a dia, sendo o estresse de exaustão o que apresenta maior
gravidade. Segundo Kapczinski et al. (2011), fisiologicamente, na presença de uma
situação causadora de estresse, ocorre uma resposta no organismo, promovendo a
liberação do hormônio cortisol, conhecido como hormônio do estresse.
Entretanto, o problema está quando o hormônio é secretado de maneira
constante, tendo como principal causador desta ação a pressão no trabalho, que
pode variar de pessoa para pessoa:

AN02FREV001/REV 4.0

73
Enquanto para alguns a pressão pode ser impulsionadora e, deste modo,
motivadora, para outros, ao contrário, ela pode ser estressante. A pressão
no trabalho não é determinante no desencadeamento do estresse, se o
fosse todos os trabalhadores na contemporaneidade estariam
obrigatoriamente estressados, e não é isso que se observar (SILVEIRA,
2009, p.12,).

A pressão no trabalho e o estresse irão depender da capacidade de resposta


do trabalhador, que poderá aceitá-los como um desafio a ser vencido ou como uma
forma de ocasionar situações de humilhações e falta de respeito. Como descreve
Silveira (2009), não são todos os trabalhadores que sofrem de estresse. Alguns
possuem grande capacidade em lidar com ele. Enquanto outros agem de maneira
inversa.
Apesar do ponto de vista do autor, as empresas não devem oferecer
constantes situações de pressão e, em decorrência, ocasionar o estresse, devendo
sempre impor limites para que o trabalhador possa exercer sua função sem que isso
venha gerar algum distúrbio em sua saúde mental.
Também não significa que o trabalhador não deve entrar em contato com
situações de estresse não só no trabalho como também no dia a dia, tendo em vista
ser normal e fazer parte da nossa vida certas situações, como atravessar uma
avenida movimentada ou dirigir um veículo. Deve-se medir as ações visando acima
de tudo a pessoa humana, o trabalhador.

FIM DO MÓDULO III

AN02FREV001/REV 4.0

74
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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75
CURSO DE
SAÚDE DO TRABALHADOR

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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76
MÓDULO IV

4 GESTÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR

4.1 ÉTICA PROFISSIONAL

Ética: “[...] é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens na


sociedade. É a ciência da moral, isto é, de uma esfera do comportamento humano,
tendo como objeto o mundo moral” (VASQUEZ apud KAMEYAMA, 2004, p. 151).
Segundo Segre e Cohen (2002), a moralidade trata de valores oriundos de normas
que para uma sociedade são vistas como normais.

FIGURA 26 - SÓCRATES, CONHECIDOS COMO O “PAI” DA ÉTICA

FONTE: Disponível em: <educarparacrescer.abril.com.br>. Acesso em: 21 out. 2013.

Como é possível observar, a ética tem como fundamento o comportamento


do homem perante aquilo que é tido como normal para a sociedade, o que
caracteriza a moral para a coletividade. Entretanto, Teixeira (2004, p. 102)
complementa: “A ética é uma reflexão sobre o sentido da vida, que pergunta pela
razão de ser das ações e comportamentos dos homens”.

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77
A relação existente entre ética e trabalho é apresentada por Gonçalves e
Wyse (1996, p. 24), que descreveram:

A ética no trabalho consiste em entender essa atividade – o trabalho – como


fator fundamental à construção da identidade e da realização pessoal e ao
estabelecimento de uma ordem social, onde prevaleçam relações fundadas
na dignidade, na liberdade e na igualdade entre os homens.

A integração ética-trabalho deve ser respaldada por dignidade, liberdade e


igualdade entre os trabalhadores. Muitas vezes a dignidade do trabalhador não é
respeitada. Podemos citar como exemplo as primeiras fábricas criadas na época da
Revolução Industrial, conforme visto em aulas anteriores, onde os patrões visavam
unicamente o lucro, ainda que seus trabalhadores ficassem doentes, sequelados ou
até mesmo que viessem a óbito decorrente das atividades laborais e da carga
horária em demasia.
Com relação à liberdade, existem muitos trabalhadores em regime de
semiescravidão, sem direito a folga, sendo caracterizado como crime, segundo o
artigo 149 do Código Penal: “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a
condições degradantes de trabalho, quer restringindo [...] sua locomoção”.
Ressaltando a igualdade no ambiente de trabalho, é comum observamos
discriminação por causa de cor, raça, sexo ou religião. Podemos exemplificar as
elevações de cargo de trabalhadores que são promovidos por fazerem parte de
determinado grupo religioso e não por sua competência.
É importante destacarmos que “[...] a igualdade e liberdade entre os homens
são condições próprias da natureza humana, consideradas fatores necessários ao
pleno desenvolvimento da ética do trabalho” (GONÇALVES; WYSE, 1996, p. 25).
Quando essa liberdade é restringida, sem a concessão do trabalhador, pode
caracterizar a escravidão.
Ao definir o termo “saúde do trabalhador”, a Lei Orgânica da Saúde nº.
8080/90, no inciso V do parágrafo 3º, descreve que devem ser utilizados os
preceitos da ética profissional, conforme segue:

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78
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto
de atividades que se destina, através das ações de vigilância
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores [...], abrangendo:
V - informação ao trabalhador [...], respeitados os preceitos da ética
profissional; (JUSBRASIL. Disponível em:
<http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-90>.
Acesso em: 11 out. 2013).

Apesar de transcrita em lei, a matéria não informa como a ética deve ser
empregada no ambiente laboral. Infelizmente isso ocorre porque não há uma
preocupação mais ostensiva com a ética e sua real importância no setor de trabalho,
o que faz com que não ocorra o “respeito aos preceitos éticos”. Fato muito comum
no ambiente laboral, principalmente por parte das empresas.
Entretanto, o termo “ética” não pode ser visto somente na relação patrão-
trabalhador, sendo este termo também utilizado na relação trabalhador-trabalhador,
trabalhador-patrão e trabalhador-sociedade. Ou seja, a ética engloba o convívio com
as pessoas ao redor do trabalhador, que antes de ser trabalhador, também é um
cidadão como qualquer outro.
A falta de ética por parte do trabalhador também é algo a ser observado. Ou
seja, quando o trabalhador desrespeita a moral da empresa em que trabalha. Muitas
empresas trabalham com sigilo de informações, principalmente quando são
informações úteis para outra empresa concorrente. Neste caso, o trabalhador deixa
de ser ético quando repassa essa informação para a concorrente.
A falta de ética tanto por parte do trabalhador como por parte da empresa irá
depender da consciência moral de cada um. Para Gonçalves e Wyse (1996, p. 11),
consciência moral é a “capacidade interna que o indivíduo tem de reagir ao certo e
ao errado, a capacidade de distinguir entre o bem e o mal”.
A consciência moral também caminha em conjunto com a ética. Neste caso
a ética dependerá da decisão entre o que é correto e incorreto, entre o bem e o mal,
onde a pessoa sofre influência do meio em que vive ou viveu, ou seja, aquilo que é
tido como normal para uma sociedade pode não ser normal para outra.
É neste momento que entram as legislações específicas de cada região ou
país, pois elas irão delimitar o que é certo e errado, o aceitável e o inaceitável, tudo
com base na ética, ou seja, no comportamento da sociedade, respeitando sempre a
dignidade, a liberdade e a igualdade entre os homens.

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79
Siqueira (2008, p. 41) descreveu:

[...] qualquer forma de labor deve ser fundamentada em uma ética que
perceba a igual dignidade inerente a todos os seres humanos e a tudo
aquilo que decorre dela, como por exemplo, a proibição do trabalho
escravo, a violência no campo, a superjornada do trabalho, o abuso do
trabalho infantil, a exploração desumana da força de trabalho, as condições
desumanas de trabalho. Trata-se, aqui, de uma ética da condição humana
universal, tão próxima da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do
projeto planetário de cidadania.

A proibição do trabalho escravo, fato que era presente no Brasil do século


XVI, em conjunto com a superjornada do trabalho e a exploração desumana da força
de trabalho, são fatos que privam a liberdade e o direito à folga. Atualmente, pode
acontecer de maneira oculta, quando uma determinada empresa ou setor tem que
alcançar metas, forçando de maneira indireta, o trabalhador a permanecer no local,
informando-o que terá direito a folga, quando a hora da saída for ultrapassada. Fato
que não ocorre.

FIGURA 27 - O TRABALHO ESCRAVO E A VIOLÊNCIA, COMUM NA ÉPOCA DA


ESCRAVIDÃO, AINDA É PRESENTE NO SÉCULO XXI DE OUTRAS FORMAS

FONTE: Disponível em: <www.baudovalentim.net>. Acesso em: 21 out. 2013.

O abuso do trabalho infantil torna-se mais presente em trabalhos informais,


que é o tipo de trabalho em que a pessoa atua por conta própria, sem formalização
legal perante os órgãos competentes (IBGE; SEBRAE, 2005, p.16). Exemplo disso
são as crianças que trabalham no setor comercial, auxiliando os pais ou os patrões,
sem respeito a seus direitos.

AN02FREV001/REV 4.0

80
Outro exemplo que trata da falta de ética no trabalho é a violência e as
condições do trabalho. A violência no trabalho pode ser física, moral ou mental.
Exemplo de violência que engloba estes dois fatores, são os assédios sexuais cujos
autores são membros da chefia, comumente vitimando mulheres, quando em troca
de favores sexuais o patrão promete estabilização ou alguma promoção no ambiente
de trabalho.
Este tipo de crime também pode acontecer entre pares de mesma hierarquia
na empresa, diferente das condições desumanas do ambiente de trabalho, que
ferem os princípios éticos de respeito e moral da pessoa humana, além de
favorecerem riscos de acidentes e doenças do trabalho. Fazendo com que o
trabalho seja realizado sem disposição, submetendo o trabalhador a condições
mortificadoras.

4.2 HIGIENE DO TRABALHO

O termo Higiene do Trabalho, também denominado Higiene Ocupacional,


tem como finalidade realizar medidas preventivas que possam comprometer a saúde
do trabalhador, tais como doenças do trabalho e os riscos oriundos do ambiente,
visando manter as condições de bem estar no trabalho.
A Higiene do Trabalho tende antes de tudo a conter e impedir os riscos
ocupacionais. Como é possível observar, esse termo não se refere à higienização do
trabalhador, seu asseio pessoal, como também veremos mais adiante. A Higiene do
Trabalho visa evitar, prevenir e conter os fatores de risco decorrentes do trabalho, da
função exercida e do ambiente.
Normalmente esses fatores acometem a saúde do trabalhador, como as
doenças ocupacionais, e quando não controlados podem oferecer riscos que podem
extrapolar o local de trabalho, atingindo áreas maiores, como uma rua, um bairro ou
até mesmo, em casos graves, uma cidade, como ocorre com algumas substâncias
tóxicas que podem ser espalhadas pelo ar.
A Higiene do Trabalho evita que ocorram novas manifestações de doenças
ocupacionais, ainda que outros trabalhadores tenham sido diagnosticados pelo

AN02FREV001/REV 4.0

81
médico. Não daremos ênfase nos fatores de risco, tendo em vista que essa aula foi
explicada em módulo anterior a este.
Para que as ações de higiene se tornem eficientes na prevenção dos riscos
é necessário, primeiramente, que haja uma integração entre o profissional de saúde
do trabalhador e a equipe de gestores da empresa. É neste momento que devem ser
discutidos alguns pontos como: tipos de resíduos e substâncias utilizadas no local
de trabalho, armazenamento e eliminação adequados destas substâncias e possível
acometimento na saúde do trabalhador e ao ambiente, ou seja, não somente o
ambiente de trabalho como também ao redor.
Após o contato com a gestão da empresa, devem-se realizar constantes
treinamentos e palestras entre toda a equipe, com a participação indispensável do
trabalhador, para que caso ocorra um evento, a equipe possa ter noção das medidas
que devem ser adotadas e o que deve ser feito para que o evento não tome
proporções maiores e gere mais vítimas.

4.2.1 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

Dentre as NRs que podem auxiliar no trabalho do profissional de Higiene do


Trabalho, podemos destacar a NR 9. A mesma aponta a importância e o uso dos
Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que dispõe sobre os
cuidados e a manutenção da saúde dos trabalhadores, antecipando, reconhecendo,
avaliando e controlando os riscos ambientais.
A antecipação ao risco ocorre por meio de medidas preventivas de proteção
para sua redução ou eliminação (palestras, instruções e treinamentos) junto aos
trabalhadores, evitando com que ocorra um incidente decorrente de um fator de
risco, evitando danos à saúde do trabalhador, ao ambiente e custos à empresa.
O reconhecimento do risco ocorre quando o mesmo é identificado, e se
busca encontrar os fatores que podem gerar a ocorrência, sua localização, possíveis
impactos ambientais, além de possíveis danos à saúde do trabalhador. Nesta fase o
risco não evoluiu para um incidente, a principal medida a ser adotada será de
controlar a situação.

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82
Após avaliar o risco serão empregadas medidas para que esse risco não se
torne um incidente. Ou quando o risco já se tornou um incidente, serão necessárias
medidas para que haja um permanente controle, evitando novos incidentes e o
agravamento do quadro, onde serão adotadas medidas que tenham como finalidade
evitar novas vítimas e redução dos impactos no ambiente, evitando acima de tudo o
descontrole da situação.
É preciso observar que todas as medidas adotadas na PPRA têm suas
responsabilidades, tanto por parte da empresa como por parte do trabalhador:

Do empregador:
I. estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como
atividade permanente da empresa ou instituição.
Dos trabalhadores:
I. colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;
II. seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do
PPRA;
III. informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu
julgamento, possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.
(PORTALMTE.COM. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1CA0393B2
7/nr_09_at.pdf>. Acesso em: 10 out. 2013).

Como visto, cabe ao empregador cumprir com a realização do PPRA junto


aos seus funcionários, cabendo aos funcionários auxiliar na realização e
cumprimento do PPRA, bem como o que deve ser feito para que o programa tenha
uma ação eficiente, descrevendo o que é imperceptível pelo empregador.
Um exemplo prático da falta de um PPRA foi o impacto do acidente nuclear
na usina de Chernobyl, na Ucrânia, no ano de 1986, onde devido a erros da equipe
técnica, ocorreu a explosão e o vazamento de algumas substâncias químicas e
radioativas, gerando danos de imensa proporção, tanto no ambiente quanto na
saúde das pessoas afetadas.

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83
FIGURA 28 - JORNAL INFORMANDO ACIDENTE NUCLEAR NA USINA DE
CHERNOBYL, NA UCRÂNIA, EM 1986

FONTE: Disponível em: <http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=26591>.


Acesso em: 21 out. 2013.

4.2.2 Limite de tolerância e insalubridade

Segundo a NR 15, limite de tolerância é “a concentração ou intensidade


máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral” (em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DF396CA012E0017BB3208E8/NR15%
20(atualizada_2011).pdf>. Acesso em: 20 out. 2013).
Apesar dos cuidados necessários para que um determinado risco não se
torne uma ocorrência, ainda assim o trabalhador pode entrar em contato com
alguma substância perigosa e de risco à saúde e ao ambiente, desde que esta seja
necessária ao andamento do serviço. Isto caracteriza o limite de tolerância.
Nesse caso, devem-se considerar dois fatores: concentração ou intensidade
máxima ou mínima da substância e tempo de exposição ao agente. Certas
substâncias podem apresentar danos à saúde, desde que em concentrações que
possam gerar esse fato ou quando o trabalhador é submetido por longo tempo em
contanto com tal agente.

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84
Como exemplo, podemos citar o manganês, que é uma substância utilizada
na fabricação de ligas metálicas. O limite de tolerância para o manganês, com
exposição a sua poeira, é de até 5mg/m3 no ar, em uma jornada diária de até oito
horas. Acima desse limite a pessoa poderá apresentar algum comprometimento a
sua saúde.
Além dos demais agentes químicos, os limites de tolerância também são
utilizados para: ruídos contínuos ou intermitentes, ruídos de impacto, exposição ao
calor entre outros fatores que possam ocasionar algum dano à saúde ou ao
ambiente.
A insalubridade é um direito do trabalhador quando este se encontra em
uma atividade cuja ação esteja acima dos limites de tolerância. A insalubridade tem
sua definição e amparo conforme descrição presente na Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT):

Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas


que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos.
(PLANALTO. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del5452.htm>. Acesso em: 20 out. 2013).

O artigo 192 da CLT ainda classifica a percepção de adicional, que tem


como base o salário mínimo, classificando o grau de insalubridade ao qual o
trabalhador está exposto, conforme a tabela a seguir. Vale ressaltar que, quando o
trabalhador não tem mais contato com o agente nocivo, a insalubridade deixa de ser
paga.

TABELA 2 - DEMONSTRAÇÃO DE GANHO PROPORCIONAL


POR GRAU DE INSALUBRIDADE
PERCEPÇÃO DE ADICIONAL GRAU DE
SOBRE O SALÁRIO MÍNIMO INSALUBRIDADE
40% Máximo
20% Médio
10% Mínimo
FONTE: Adaptado da CLT, artigo 192.

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85
4.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem como princípio fundamental


humanizar o local de trabalho, tendo como principal alvo dessa humanização, o
trabalhador. Para Taveira (2009), a QVT deve preocupar-se com as necessidades
físicas, sociais e espirituais do trabalhador, tanto no ambiente de trabalho quanto
nos momentos de folga.
Para aprofundarmos o tema QVT, necessitamos comentar alguns conceitos
e critérios, conforme explica Conte (2003, p. 33):

[...] conceito e critérios para a qualidade de vida no trabalho. Podemos


entendê-la como um programa que visa facilitar e satisfazer as
necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na
organização, tendo como ideia básica o fato de que as pessoas são mais
produtivas quanto mais estiverem satisfeitas e envolvidas com o próprio
trabalho.

Antes de tudo, o termo QVT é um tipo de programa criado visando satisfazer


as necessidades do trabalhadores dentro da empresa, tornando-o pessoa capaz de
aumentar a produtividade do trabalho, em decorrência de sua satisfação com o local
em que trabalha. Como é possível observar, a meta da QVT envolve tanto o
trabalhador como a corporação em que ele atua, ou seja, trabalhadores satisfeitos
tornam a empresa mais bem-sucedida.
Essa definição surge da necessidade de que o ambiente laboral é a segunda
casa do trabalhador, onde o mesmo compartilha momento de alegria e tristeza,
alimentação em grupo, sonhos e frustrações. Não raro, alguns trabalhadores
passam mais tempo no ambiente de trabalho do que com suas famílias ou em
momentos de lazer e descontração.
Há determinadas variáveis a serem analisadas na avaliação da QVT, onde
podemos destacar:

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1) Compensação adequada e justa (conceito relativo a salário x experiência
e responsabilidade, e à média de mercado);
2) Condições de segurança e saúde no trabalho (horários, condições
físicas, redução dos riscos);
3) Oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento da
capacidade humana (autonomia, informação, tarefas completas e
planejamento);
4) Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança (carreira,
estabilidade);
5) Integração social na organização de trabalho (ausência de preconceitos e
de estratificação, senso geral de franqueza interpessoal);
6) Constitucionalismo na organização de trabalho (normas que estabelecem
os direitos e deveres dos trabalhadores: direito a privacidade, ao diálogo
livre, tratamento justo em todos os assuntos);
7) O trabalho e o espaço total da vida (equilíbrio necessário entre o trabalho
e os outros níveis da vida do empregado como família e lazer).
8) Relevância social da vida no trabalho (valorização do próprio trabalho e
aumento da autoestima) (WALTON apud VALDISSER, 2010, p. 6).

Para que essas ações aconteçam de forma saudável, é preciso ter respeito
ao trabalhador. A QVT torna-se visível quando a empresa trata todos os
trabalhadores de maneira uniforme e semelhante, dando oportunidades de
crescimento na instituição, sem promover atos ilegais como assédio sexual, dito
anteriormente, ou outras formas de intimidação.
A QVT também abrange e respeita a vida social do trabalhador fora do
ambiente laboral, momentos com a família e de lazer, úteis para que o mesmo esteja
disposto a colaborar com a empresa após esses momentos, o que melhora sua
integração com a sociedade ao seu redor, sua aceitação, sua importância e a
valorização de si mesmo.

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FIGURA 29 - JOGOS DO TRABALHADOR INDUSTRIAL NA CIDADE DE MANAUS

FONTE: Disponível em: <http://www.fieam.org.br/>. Acesso em: 15 out. 2013.

Dentre exemplos de ações de segurança e a saúde no trabalho podemos


citar: programas de prevenção de acidentes (CIPA), presença de serviços de
ergonomia, Medicina do Trabalho, palestras informativas e preventivas, centros de
recreação e jogos, atividades desportivas etc.
Uma observação importante feita por Taveira (2009, p. 6) descreve os
possíveis impactos da QVT na produção da empresa:

A QVT pode estar ligada ou não à produção, pois uma empresa pode ter
uma alta produção e não ter QVT, não há uma relação de causa e efeito.
Contudo, se uma empresa não investir em QVT, fatalmente serão criadas
lacunas que vão interferir a médio ou em longo prazo na produtividade. Por
outro lado, se a empresa investir em QVT, não quer dizer também que a
empresa terá uma produtividade proporcional ao investimento. (TAVEIRA,
2009, p. 6).

Como podemos observar, não há relação entre QVT e maior produção no


trabalho. Entretanto a ausência de programas de qualidade de vida poderá interferir
de maneira negativa na produtividade da empresa, pois o trabalhador irá encontrar-
se sem estímulo para executar suas atribuições.
Porém, quando uma empresa investe em qualidade de vida, esta pode não
obter aumento de sua produtividade, mas significa que a mesma está preocupada,
antes de tudo, com a vida do seu colaborador, tendo a ação como um importante
impacto de social, cuja finalidade é de proporcionar bem-estar do homem.

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88
4.3.1 Qualidade de vida no trabalho e aposentadoria

Algumas empresas também podem oferecer programas de qualidade de


vida voltados para os funcionários que estão prestes a se aposentar, tendo em vista
esta fase ser considerada atípica para o trabalhador, apesar de muitos trabalhadores
que estão ativos quiserem chegar logo ao tempo da aposentadoria.
Para Netto e Netto (2008), esta fase é caracterizada por uma ruptura abrupta
entre a fase ativa de trabalho e sua ausência. Os autores ainda definem esta fase
como “um marco de alteração na dinâmica familiar e social do indivíduo, trazendo
como consequência a mudança dos hábitos de quem se aposenta e daqueles que
com ele convivem, sendo então uma etapa da vida que necessita de preparação”.
(NETTO; NETTO, 2008, p. 1).
Os Programas de Preparação para a Aposentadoria (PPA) têm como função
primordial realizar palestras e outros serviços por intermédio de profissionais de
diversas áreas do conhecimento, objetivando auxiliar o futuro aposentado a lidar
com as mudanças de vida quando estiver aposentado, evitando possíveis
sentimentos de infelicidade, inutilidade e isolamento social.

FIGURA 30 - MODELO DE ACOES EMPREGADAS NO PPA

FONTE: Disponível em: <www.senado.gov.br>. Acesso em: 20 out. 2013.

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89
Dentre os temas a serem abordados durante a realização de um PPA,
podem ser utilizados:

a) mudança na forma de estruturar o tempo;


b) mudança nos modos de relacionarem-se com familiares, colegas,
subordinados, superiores; vizinhos e outros;
c) as implicações legais, biológicas, psicológicas, sociais, familiares;
d) a importância e a forma de se buscarem alternativas de uso de suas
capacidades e talentos;
e) depoimentos de aposentados bem sucedidos;
f) outros assuntos afins. (SILVA et al, 2008, p. 4).

Essas ações devem ser feitas sempre no intuito de proporcionar ao cidadão


trabalhador uma visão diferente do que é a aposentadoria, contando ainda com
profissionais que auxiliem o futuro aposentado em questões jurídicas e
previdenciárias.

4.4 GESTÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR

Antes de iniciarmos este tópico, é de suma importância citarmos uma


importante frase descrita por Welch (2005, p. 101) a respeito da gestão de pessoas:

As empresas que gerenciam bem as pessoas contribuem para que isso


aconteça. Se tiver condições, desenvolverá programas de treinamento
interno, conduzidos por seus próprios executivos, que atuam não como
professores, mas também como modelos.

Para se ter uma boa gerência é necessário a realização de constantes


treinamentos aos seus subordinados, que refletem em palestras, cursos,
aprofundamentos, programas, ferramentas etc. É necessário, antes de tudo, que o
gestor seja o principal modelo a ser adotado pelo trabalhador.

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90
FIGURA 31 - O GESTOR DE SAÚDE DO TRABALHADOR DEVE SER MODELO
PARA O FUNCIONÁRIO

FONTE: Disponível em: <http://br.123rf.com>. Acesso em: 12 out. 2013.

Estas ações não são diferentes quando se aplica a gestão na saúde e na


segurança do trabalho, onde o foco principal é a QVT do trabalhador. Entretanto,
ficam perguntas: Quem pode ser o gestor responsável pela saúde do trabalhador?
Quais os conhecimentos que este profissional dever ter?
A NR 4, Norma Regulamentadora que descreve os Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), descreve os
profissionais que devem fazer parte da Segurança do Trabalho:

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho deverão ser integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do
Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. (DATAPREV. Disponível em:
<http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/4.htm#QUADRO_II>,
Acesso em: 5 out. 2013).

Como é possível observar, o profissional fisioterapeuta ainda não faz parte


da equipe de SESMT. Atualmente, o Senado está estudando uma matéria que tem
como objetivo incluir tal profissional na NR 4, tendo em vista as diversas ações
preventivas e curativas das doenças ocupacionais, além da presença de diversos
especialistas em fisioterapia do trabalho e ergonomia.
Entretanto, o gestor que trata da saúde do trabalhador precisa ser
conhecedor de todos os setores da empresa, os riscos para a saúde, atividades

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91
repetitivas desempenhadas, entre outros fatores que podem ocasionar alguns
distúrbios no bem-estar do trabalhador e no seu ambiente de trabalho.
Algumas perguntas devem ser respondidas pelo gestor, tais como: Em que
momento aplicar práticas de ergonomia? Há necessidade de executar programas de
Ginástica Laboral? Quais as doenças ocupacionais mais comuns presentes em cada
setor, fatores de risco ocupacionais? Todos esses fatores colaboram para a (QVT).
Para Costa (2007), reflexão e ação sistemática e continuada definem a
moderna gestão, onde se avalia, elabora e acompanha. Para o autor, a empresa que
emprega uma gestão estratégica avalia, dá estrutura, trabalha com metas e
desafios, além de adequar os planos de acordo com a realidade da empresa.
Muitas vezes, o gestor busca resolver um determinado problema presente
no trabalho por meio de altos custos financeiros, o que em muitas ocasiões não
surte efeito. É nesse momento que o gestor deve pesquisar a pessoa mais
importante do setor de produção, responsável pela execução da atividade: o
trabalhador.
O ponto principal para se ter uma boa gestão é ouvir, em primeiro lugar, o
trabalhador, pois é ele quem conhece o setor de maneira profunda, as
necessidades, os defeitos e qualidades de seu setor. Para que se tenha controle no
setor, o gestor pode utilizar indicadores estatísticos que servirão de análise para
verificar se há aumento ou redução de determinadas variáveis.
Dentre as variáveis que necessitam de mais acompanhamento podemos
citar as lesões por esforço repetitivo, sobrecarga de trabalho, mudança de layout,
etc. O gestor deve observar e cumprir as legislações, evitando possíveis processos
jurídicos, dentre os quais podemos citar as Normas Regulamentadoras e a CLT.

4.4.1 Ferramentas utilizadas na Gestão da Saúde do Trabalhador

Algumas especificações são úteis para melhor reconhecimento por parte dos
trabalhadores e das exigências do atual mercado competitivo, de uma empresa que
visa ampliar e ter reconhecimento em seus serviços de Gestão em Saúde do

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92
Trabalhador. Podemos citar a OHSAS 18001, a norma BS 8800 e a ferramenta 5S,
reconhecidas não somente no Brasil como também em nível internacional.

4.4.1.1 OHSAS 18001

Para Araújo (2002), a OHSAS 18001 (do inglês Occupational Health and
Safety Assessment Services) é uma especificação que visa subsidiar uma empresa
com relação ao Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, contribuindo
satisfatoriamente no cumprimento das metas de Segurança e Saúde do Trabalho.
Esta especificação pode ser empregada em empresas que desejam:

- Estabelecer um Sistema de Gestão da SST para eliminar ou minimizar


riscos aos funcionários e outras partes interessadas que possam estar
expostas aos riscos de SST associados a suas atividades;
- Implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão da
SST;
- Assegurar-se da sua conformidade com sua política de SST definida;
- Demonstrar tal finalidade a terceiros;
- Buscar certificação/registro do seu Sistema de Gestão da SST por uma
organização externa; ou
- Realizar uma autoavaliação e emitir declaração de conformidades com
esta especificação. (ARAÚJO, 2002, p. 85)
A metodologia utilizada pela OHSAS 18001 versa as políticas de SST e as
ações que a empresa buscar ter para que esta ferramenta seja eficaz. Para isso a
empresa deverá elaborar uma constante fiscalização dos setores por meio de ações
que respondam às metas a serem alcançadas, o que é definido pela própria
empresa.

4.4.1.2 Norma BS 8800

A norma British Standard (BS) 8800 atua diretamente na gestão da Saúde e


Segurança do Trabalho, visando colaborar com a redução dos riscos para os
trabalhadores e sua integração junto à gerência geral. A BS 8800 busca as melhores

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93
formas de integrar a equipe de gestores e as noções de gestão administrativa,
sendo composta pelos seguintes itens:

(a) Objetivos, (b) Referências Informativas, (c) Definições, (d) Elementos do


Sistema de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho (SST) (Introdução;
Política de SST; Planejamento; Implementação e Operação; Verificação e
Ação Corretiva; Análise Crítica pela Administração); (E) Anexos. (MATTOS
et al, 2011, .p. 53).

Na BS 8800 ainda devem constar: Organização, Planejamento e


Implantação, Avaliação de Riscos e Mensuração do Desempenho.
A Organização visa responsabilidades e organização às pessoas, dispondo
uma administração eficaz da SST. A fase de Planejamento e Implantação enfatiza
os procedimentos que devem ser adotados para elaborar ações do Sistema de
Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho (SST).
A Avaliação de Riscos elucida os métodos empregados para avaliar de
maneira eficiente os riscos de SST, bem como sua importância. A Mensuração do
Desempenho esclarece sobre a importância de se analisar o Desempenho da SST
entre outros assuntos relevantes.

4.4.1.3 Programa 5S

O Programa 5S também é muito utilizado em empresas que trabalham com


gestão organizacional. Segundo Costa (2007), este programa teve início no Japão,
no período pós-Segunda Guerra Mundial, tendo como ação básica melhorar a
limpeza das fábricas japonesas, colaborando de maneira simples na organização do
local de trabalho, o que realmente aconteceu, tornando as empresas japonesas
modelo internacional.
Essa ideia surge no Brasil no ano de 1990, quando empresas japonesas
propõem esta prática nas fábricas nacionais, visando adoção de atos que poderiam

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94
contribuir para a qualidade de vida dos trabalhadores, principalmente os que
trabalhavam no setor operacional.
Na época, havia uma grande expectativa em torno do programa, o que
contribuiu para sua difusão na maioria das fábricas residentes no Brasil. Costa
(2007, p. 357) descreve que o Programa 5S tem como objetivo “diminuir
desperdícios, reduzir custos, aumentar a produtividade, além de criar e manter um
ambiente de trabalho saudável”.
Entretanto, para melhor compreendermos como estes objetivos são
aplicados na empresa, é preciso apresentarmos o significado da letra “S” presente
no programa, observável na tabela a seguir.

TABELA 3 - SIGNIFICADO DOS “S” DO PROGRAMA 5S

JAPONÊS PORTUGUÊS

Seiri Senso de Utilização


Seiton Senso de Ordenação
Seiso Senso de Limpeza
Seiketsu Senso de Saúde
Shitshuke Senso de Autodisciplina
FONTE: Disponível em: <http://www.programa5s.com.br/>. Acesso em: 25 out. 2013.
O Senso de Utilização analisa a utilidade do material, separando o material
que não é utilizado e eliminando-o, evitando acúmulo inadequado no local. O Senso
de Ordenação organiza cada material em um local específico, evitando com que o
ambiente de trabalho fique desorganizado e que os materiais estejam dispersos em
outros locais, o que significaria perda de tempo e desorganização.

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FIGURA 32 - MODELO DE AMBIENTE DE TRABALHO SEM O PROGRAMA 5S

FONTE: Disponível em: <http://www.programa5s.com.br/galeria/5s-antes-e-depois>.


Acesso em: 18 out. 2013

O Senso de Limpeza trata não somente da higiene do local de trabalho


como também de todo o material que é utilizado para a execução da tarefa, sendo
responsabilidade de todos manterem ambientes e ferramentas limpas e em
condições de uso.
Com relação ao Senso de Saúde, os trabalhadores e gestores deverão
observar os fatores que podem agravar a saúde e evitá-los. Dessa forma, devem
deixar local limpo, equipamento limpo, condições de risco de acidente de trabalho,
vestuário higienizado etc.

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96
FIGURA 33 - MODELO DE AMBIENTE DE TRABALHO APÓS O PROGRAMA 5S

FONTE: Disponível em: <http://www.programa5s.com.br/galeria/5s-antes-e-depois>.


Acesso em: 18 out. 2013

Por último, temos o Senso de Autodisciplina, que tem como atribuição fazer
com que os outros sensos sejam aplicados como rotina no ambiente, com a
participação de todos, da chefia até ao funcionário do setor operacional. Além do
mais, neste último senso também podem ser utilizados treinamentos e cursos que
expliquem a importância de se manter a empresa no padrão 5S.
Como é possível observar, a elaboração de programas de saúde, segurança
e higiene do trabalho visam em primeiro plano, a saúde e a segurança do
trabalhador. Em segundo plano, esses programas servem de estímulo para que as
empresas sejam conhecidas no mercado de trabalho como exemplo de zelo e
competência, principalmente no que tange às doenças e aos acidentes de trabalho.
Esse fator faz com que o nome da empresa reflita seriedade, tornando-a
conhecida pela sua forma virtuosa de gerência, não somente com relação aos
produtos nos quais ela é responsável por produzir, como também na adequação do
local de acordo com normas conhecidas internacionalmente, tendo como principal
objeto o cidadão trabalhador.

FIM DO MÓDULO IV

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FIM DO CURSO

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DOCÊNCIA EM
SAÚDE
SEGURANÇA NO TRABALHO
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Triagem Organização LTDA ME
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P842s Segurança no trabalho / Portal Educação. - Campo Grande: Portal


Educação, 2013.

160p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-698-3

1. Segurança no trabalho - legislação. I. Portal Educação. II. Título.

CDD 363.11
SUMÁRIO

1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA ...............................................4

1.1 Acontecimentos relevantes sobre a Segurança do Trabalho no Brasil...............................7

1.2 A Revolução Industrial e suas consequências ......................................................................8 2

1.2.1 O Pioneirismo Inglês..................................................................................................................10

1.2.2 Avanços da Tecnologia .............................................................................................................11

1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia .........................................................12

1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas ........................................................................................12

1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial .................................................................................13

1.2.6 O Ludismo e o Cartismo ............................................................................................................14

2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES ........................16

2.1 O Ambiente ..............................................................................................................................17

2.1.1 Pequisa na área ........................................................................................................................21

2.2 As Doenças ..............................................................................................................................23

3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE


TRAJETO ............................................................................................................................................27

3.1 Diferença entre Doenças Profissionais e Doenças do Trabalho .........................................28

3.1.1 Doenças profissionais ou tecnopatias .......................................................................................29

3.1.2 Doenças do trabalho ou mesopatias .........................................................................................29

4 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA ..........................................................................................31

4.1 Verificações internas...............................................................................................................32

4.2 Verificações oficiais ................................................................................................................36

4.3 Verificações especiais ............................................................................................................36

4.4 Modelos de verificação ...........................................................................................................37

4.4.1 Modelo Inicial.............................................................................................................................37


4.4.2 Modelo Integrado .......................................................................................................................40

5 OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO .....................................................................................41

6 MAPEAMENTO DE RISCOS ....................................................................................................43

6.1 A elaboração do Mapeamento de Riscos ..............................................................................45

7 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO ............................................86 3

7.1 Acidentes de trabalho .............................................................................................................87

8 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES .....................................................................93

8.1 Método da árvore de causas ..................................................................................................94

8.1.1 Fases que antecedem a elaboração da Árvore de causas ........................................................95

8.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas .............................................................................99

9 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS .............................................................104

9.1 As Causas ...............................................................................................................................105

9.2 Vantagens do Método ............................................................................................................107

9.3 Desvantagens do Método .....................................................................................................107

9.4 Elaboração do Diagrama........................................................................................................108

10 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO ......................................................111

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................159
1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA

Historicamente a segurança do trabalho no Brasil tem efetivado seu desenvolvimento


atrelado em dois aspectos fundamentais:
4
 Através dos diplomas legais que servem de base para sua efetivação;
 Seguindo as transformações do cenário econômico vivenciado pelo país.

Pesquisadores e estudiosos no assunto alegam que esses dois aspectos citados


proporcionaram o desenvolvimento de um ambiente reativo, ou melhor, proativo na área. Com
isso se pontua que proporcionou-se uma grande vulnerabilidade e carência de estratégias
capazes de vislumbrarem o seu futuro (SALEM & SALEM, 2001).

Pode-se dizer que o cenário brasileiro no qual nasce a legislação atual era uma
demonstração de construção de obras espetaculares que configuravam-se como dependentes
de recursos financeiros internacionais.

Brasil encontrava-se diante de relevantes mudanças na Consolidação das Leis


Trabalhistas. E, é possível descrever o cenário brasileiro da época como sendo o seguinte:
Na década de 70 a população do país viveu o chamado “Milagre Brasileiro”, diante de
um regime altamente autoritário, com recursos sendo disponíveis através do exterior, embasado
pela grande necessidade de investimento financeiro para o país.

Ocorreu uma consistente pressão dos organismos de mercados financeiros


internacionais para que o Brasil adotasse algumas ações. Dentro dessas ações, amplo destaque
5
é direcionado para a aprovação da legislação específica direcionada à segurança e à medicina
do trabalho.

Inicialmente essa legislação foi elaborada configurando-se como uma cópia fiel da
legislação de segurança do trabalho dos países norte-americanos. Com isso, ocorreu uma
formação totalmente inadequada dos responsáveis, profissionalmente, ou seja:

o Engenheiros de segurança do trabalho;

o Médicos do trabalho;

o Demais profissionais da área.

A implementação dessas ações focalizava para um conjunto especial de resultados a


serem alcançados, destacando-se a liberação de financiamentos internacionais que
viabilizassem obras, por exemplo:

 Hidrelétrica de Itaipú;

 Transamazônica;

 Ponte Rio-Niterói.

Muitos especialistas denominam a origem da segurança do trabalho no Brasil como


sendo uma reação contra a realidade econômica vivenciada na época, mais especificamente,
entre os períodos de 1964 e 1985. A realidade em questão é reconhecida por não privilegiar o
social, gerando grande aumento das necessidades básicas populacionais e da pobreza
(CARVALHO, 2000).

Foi no ano de 1977, mais especificamente no dia 22 de dezembro do referido ano, que
surgiu a Lei nº 6514, que através da Portaria nº 3214 de junho de 1978 apresentou as Normas
Regulamentadoras ao cenário legislativo brasileiro.
6

Atualmente essas mesmas normas continuam vigentes, porém foram implementadas


algumas alterações essenciais para a readaptação ao novo contexto econômico, cultural e social
do país.

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_FWc1tpchMs8/SLc0sQjtchI/AAAAAAAADmg/9B_NcLng2f4/s400/mosaico.jpg
1.1 Acontecimentos relevantes sobre a Segurança do Trabalho no Brasil

É unânime o entendimento de que o desenvolvimento e regulamentação da CIPA –


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, foi a primeira manifestação conjunta. Isso tanto 7

pelas autoridades governamentais como pelos empresários dedicados à prática da segurança do


trabalho.

Desse modo, se reconhece a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes como


sendo a grande desencadeador do período institucional de busca pela Prevenção de Acidentes.

Porém, nesse contexto a Consolidação das Leis Trabalhistas não contemplava, em sua
versão original, nenhum dispositivo direcionado ao Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho nas Organizações.

O referido serviço foi implantado através do Decreto-Lei nº 229 datado de 28 de


Fevereiro de 1967.

O Ministério do Trabalho dispôs sobre o desenvolvimento e implementação do Serviço


Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho nas Organizações através
da criação da Portaria nº 3237, datada de 27 de julho de 1972.

Seguindo a evolução histórica, em 31 de dezembro de 1975 a Portaria nº 3237 foi


substituída pela Portaria nº 3460, que permaneceu vigente até 08 de Junho de 1978, período no
qual entrou em vigor a atual legislação sobre o assunto.

As Normas Regulamentares (NR´s) tiveram seu surgimento através da Lei nº 6514,


datada de 22 de Dezembro de 1977, através da portaria nº 3214, que proporcionou a
modificação do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis Trabalhistas, ocorrida em 08 de
junho de 1978.
Dentre as Normas Regulamentadoras (NR´s) é possível destacar a NR-4 (Norma
Regulamentadora -4):

NR-4 – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Medicina


do Trabalho, que teve seu conteúdo disponibilizado pela Portaria nº 33 de 27 de Outubro de
1983, da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho (SSMT) – Ministério do Trabalho.
8

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://www.toodariovellozo.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/27/2790/48/arquivos/Image/seg.jpg

1.2 A Revolução Industrial e suas consequências

Ao iniciar o século XVIII, na Inglaterra, iniciou-se a Revolução Industrial,


desenvolvendo a mecanização das formas de produção. A evolução pontuou uma diferença
significativa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

 Idade Média: a maneira de produção mais utilizada e conhecida


era o Artesanato.
 Idade Moderna: gerou sistema mecânico da produção.

Como se deu esse desenvolvimento?

Duas fortes vertentes contribuíram para a Revolução Industrial: a burguesia e 9


sociedade.

Burguesia:

Na época, a classe social burguesa encontrava-se sedenta por lucros mais elevados,
custos menores, ao lado de uma grande aceleração na produção. Isso a impulsionou a buscar
novas alternativas que viabilizassem a produção de mercadorias.

Sociedade:

A sociedade contribuiu com a Revolução Industrial em virtude da explosão de


crescimento populacional da época, que gerou um contingente enorme de mão-de-obra barata e
necessitada de emprego. Ao mesmo tempo, com a ampliação do número de pessoas, ampliou-
se também a demanda por produtos e mercadorias, exigindo o aumento da produção.

Figura: Revolução Industrial

Fonte: http://www.anossaescola.com/cr/AdvHTML_Upload/mostra_imagem_anonima.jpg
1.2.1 O Pioneirismo Inglês

O Processo de Revolução Industrial iniciou na Inglaterra, transformando-a no país


pioneiro nos grandes aperfeiçoamentos da produção. Esse pioneirismo inglês tem suas
explicações baseadas em diversos motivos:
10

Em primeiro lugar, a Inglaterra possuía em seu subsolo, na época, quantidades


significativas de carvão mineral. Esse material era considerado a principal fonte de energia
daquele período, pois era utilizado na movimentação das máquinas e também nas locomotivas à
vapor.

Outro fator que muito contribuiu com o surgimento da Revolução Industrial


primeiramente na Inglaterra foi a existência de grandes reservas de minério de ferra no solo
inglês, que era considerado na época, a principal matéria-prima para produção.

Em relação à sociedade, ressalta-se o grande aumento populacional, que


desencadeou uma significativa quantidade de mão-de-obra barata que encontrava-se disponível,
em busca de trabalho, no século XVIII. Junta-se a necessidade de emprego, a ampliação do
mercado consumidor que desencadeou a necessidade de maior número de mercadorias
produzidas, em tempo menor (OLIVEIRA, 2003).

Esses aspectos foram fundamentais para o surgimento e desenvolvimento da


Revolução Industrial na Inglaterra.
11

1.2.2 Avanços da Tecnologia

Considera-se que o século XVIII tenha sido um marco no desenvolvimento global em


função do amplo salto tecnológico que desencadeou tanto nas máquinas como também nos
transportes.

É sabido que a grande necessidade de aumento da produção, baseada em uma


estrutura completa que disponibilizava todos os meios necessários para isso, ocorreu a grande
revolução do modo de produzir. Principalmente em relação à máquina à vapor, os grandes
teares que vieram a substituir muito consideravelmente a ação do homem, porém a mão-de-obra
em abundância não pode ser aproveitada sem o conhecimento das máquinas, gerando-se uma
gama enorme de pessoas desempregadas.

Mas ao mesmo tempo, também se conseguiu baixar significativamente o preço das


mercadorias, já que a produção em massa aumentou a quantidade de produtos disponíveis no
mercado. Possibilitando que mais pessoas tivessem acesso a rotina de comercialização,
acelerando e dando continuidade ao processo de produção.
Em relação aos transportes, destaca-se o surgimento da locomotiva a vapor, que
também é conhecida nos dias de hoje, como Maria Fumaça; e os trens a vapor.

1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia


12

Com o surgimento da locomotiva a vapor, juntamente com os trens a vapor ampliou-se


a possibilidade de transportar um número maior, tanto de pessoas como também, de
mercadorias. E, essa dinâmica passou a ser realizada dentro de um período mais curto de
tempo, com dispêndio consideravelmente reduzido de custos.

Fonte: http://guaranesiamemorias.files.wordpress.com/2008/06/trem1.gif

1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas

É reconhecido nos dias de hoje que, no início da Revolução Industrial o ambiente de


trabalho dentro das fábricas era bastante precário. Delineia-se um cenário com pouca
iluminação, pouca ventilação, o que o deixava muito abafado e rodeado de muita sujeira.

Em virtude da abundância de mão-de-obra, os salários oferecidos aos trabalhadores


eram extremamente baixos. Ressaltando-se que durante essa fase, contrariando as leis atuais,
as mulheres e crianças também faziam parte do grupo de funcionários trabalhando nas
condições precárias acima descritas.

A jornada de trabalho poderia chegar a dezoito horas diárias, desenvolvidas com


frequentes castigos físicos e outras formas punitivas pelos patrões. Os direitos trabalhistas eram
inexistentes, sendo assim alguns dos benefícios gozados hoje pelos trabalhadores eram
13
desconhecidos dos funcionários da época, como por exemplo:

¥ Férias;

¥ 13º salário;

¥ Auxilio doença;

¥ Auxílio maternidade;

¥ Descanso semanal remunerado;

¥ Seguro desemprego.

1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial

Diante da precariedade dos ambientes de trabalho e da enorme falta de condições


humanas, sociais e de saúde no mesmo, vários grupos de trabalhadores das muitas regiões da
Europa começaram a se organizar visando a luta por melhores condições de trabalho.

Os funcionários das fábricas uniram-se formando as TRADE UNIONS, reconhecidas


como uma espécie de sindicato, tendo por intuito a melhoria das condições trabalhistas de todos
os empregados. Nesse contexto, ocorreram vários eventos com violência profunda, como por
exemplo o ludismo.
14

Figura: Revolução Industrial

Fonte: http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg

1.2.6 O Ludismo e o Cartismo

Os ludistas eram também chamados de “Quebradores de Máquinas”, pois


caracterizavam-se pela invasão das fábricas destruindo os equipamentos existentes como uma
forma de protesto contra a situação dos empregados no ambiente de trabalho.

Já o Cartismo, se pronunciava de maneira mais tênue, tendo seu direcionamento


focado na política, via através da qual conseguiu conquistar diversos direitos políticos para o
grupo de trabalhadores.

Dessa forma, percebe-se que a grande importância da Revolução Industrial foi tornar
os métodos de produção consideravelmente mais eficientes que os conhecidos na época. As
mercadorias tiveram seu valor reduzido em virtude de serem produzidas mais rapidamente, o
que estimulou muito o consumo (MICHEL, 2000).
O número de desempregados aumentou significativamente, em decorrência da
inserção das máquinas no ambiente de trabalho que substituía até quatro trabalhadores por cada
uma das máquinas.

Aumentou também a poluição ambiental e sonora, assim como também o êxodo rural,
que gerou o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos.
15

Em meio esse contexto, até hoje a busca pelo oferecimento de um número maior de
vagas de emprego é uma das maiores preocupações dos governantes, já que o desemprego
encontra-se entre os maiores problemas dos países em desenvolvimento.

A troca dos empregados menos qualificados por robôs é constante nos dias atuais e as
empresas buscam profissionais qualificados que tenham criatividade e múltiplas capacidades. O
desemprego vem sendo uma preocupação grande também dos países desenvolvidos.
2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES

Historicamente a Segurança do Trabalho era conhecida como uma atividade vinculada


somente com a importância e obrigatoriedade dos equipamentos de proteção individual contra 16

acidentes, entre eles destacam-se:

 Capacetes,

 Botas

 Cinto de segurança

 Protetor auricular

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://www.ksdesktop.com.br/imagens//eqp%20de%20seg%20no%20trab.jpg
Porém, a grande evolução tecnológico trouxe o desenvolvimento de novos ambientes
de trabalho, paralelamente, gerou também maiores riscos profissionais associados.

Na verdade, a grande maioria dos riscos não é conhecida pela população, exigindo
ainda muitas pesquisas que apresentam seus resultados somente após uma longa exposição
dos funcionários aos ambientes nocivos. Os resultados são direcionados à saúde e a integridade
17
física, ameaçadoramente comprometida.

No contexto mercadológico atual, percebe-se o novo setor de segurança do trabalho,


que configura-se de forma interdisciplinar e o objetivo principal é a prevenção dos riscos
profissionais.

Hoje é possível visualizar um grande número de pessoas que já compreendem as


doenças profissionais como consequências de acidentes de trabalho

Na dinâmica relacional existente entre o ser humano e as máquinas configuram-se


também muitos benefícios em prol de toda a sociedade, porém, ao mesmo tempo, desencadeou
um enorme montante de vítimas, que tornaram-se portadoras de doenças incapacitantes ou que
tiveram sua integridade física afetada (MICHEL, 2000).

A evolução trouxe uma nova geração de máquinas para serem usadas pelo homem e
nesse contexto, os computadores pessoais destacam-se pela sua presença constante nas
rotinas do sujeito, tendo em vista que jamais na história se teve uma máquina tão presente (tão
próxima) da visa profissional de tantos trabalhadores. Percebe-se que a relação homem-
máquina está ainda mais próxima.

2.1 O Ambiente

Antes de aprofundar o estudo do conteúdo, faz-se necessário compreender o que se


determina como saúde nos dias atuais.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS):

SAÚDE

Não significa apenas ausência de


18
doença ou dor, mas também, um ótimo
estado de bem estar físico, mental e
social.

A interação do homem com o meio ambiente em que vive é a base para o


desenvolvimento da saúde. Dessa forma, o ambiente do trabalho, reconhecidamente relevante
por ser o local onde o sujeito passa a maior parte de seu dia, merece a atenção de todos visando
contemplar o conceito abrangente de saúde.

A saúde no ambiente de trabalho dependerá, principalmente, da salubridade do


mesmo.

Como já foi pontuado anteriormente, o avanço tecnológico acelerado atingiu


praticamente todas as atividades laborais humanas. Com isso, trouxe várias vantagens
socioeconômicas, mas, em contrapartida, desenvolveu vários subprodutos inadequados para a
saúde, inclusive efeitos nocivos à qualidade de vida, à segurança individual e coletiva.

É possível descrever como exemplo desses subprodutos da tecnologia, nocivos à


qualidade de vida, o ruído amplificado e a utilização cada vez mais descontrolada de compostos
químicos (GONÇALVES, 2000).

Pesquisas e estudos estão dedicando máxima atenção aos efeitos das exposições
diretas ou indiretas, no ambiente de trabalho, a:

 Agentes físicos,
 Agentes químicos

 Agentes biológicos

 Agentes sociais

 Agentes organizacionais 19

Faz-se necessário destacar dentre todas as atividades nocivas, a potencial interação


entre produtos químicos e os ruídos elevados. Essa relação pode ocasionar perdas auditivas nos
trabalhadores que estão expostos durante o período de suas atividades laborais. E dentre todas
as doenças relacionadas ao trabalho, a perda auditiva encontra-se em lugar de destaque.

Durante muito tempo a perda auditiva foi justificada exclusivamente em função da


exposição ocupacional ao ruído. Porém, ressalta-se que a referida perda é muito semelhante à
perda auditiva por ototoxicidade.

Sendo assim, considera-se que ambas as perdas sejam neurosensoriais, irreversíveis,


apresentam lesões cocleares, acometem inicialmente altas frequências e geralmente são
bilaterais

A grande semelhança entre as duas perdas pode ter sido o principal motivo para que
se tenha postergado os estudos direcionados para os efeitos nocivos da exposição laboral a
produtos químicos.

É possível destacar, entre os produtos químicos:

 Solventes = álcool, estireno, xileno, dissulfeto de carbono, hexano,


tricloroetileno, tolueno e misturas.

 Metais = cobalto, chumbo, manganês e arsênico


 Asfixiantes = nitrato de butila, cianeto e monóxido de carbono

Para o melhor entendimento dos tipos de produtos químicos exemplificados, sabe-se


que o solvente é o mais utilizado pela industria, mais especificamente, o tolueno, que está
presente em colas, vernizes, latas, óleos e outros. Para se alcançar a real avaliação dos níveis 20

de tolueno no ambiente ocupacional, é preciso realizar o monitoramento biológico por meio do


ácido hipúrico, considerado bioindicador urinário para o tolueno.

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://50minutos.files.wordpress.com/2008/12/epi.jpg

É essencial a realização periódica do monitoramento ambiental e biológico como forma


de viabilizar avaliações periódicas do potencial de contaminação do ambiente de trabalho. Isso
visando que o profissional de segurança do trabalho tenha condições de desenvolver medidas
que sejam efetivas para proteger a saúde do trabalhador.

Destaca-se que para que seja possível a realização do monitoramento faz-se


extremamente necessário haver o prévio conhecimento das diversas condições relacionadas
tanto aos trabalhadores como ao ambiente. Por exemplo:
o Movimentação dos funcionários,

o Condições de ventilação,

o Atividades ou funções desempenhadas,

o Avaliação dos equipamentos em relação ao impacto com o meio. 21

IMPORTANTE:

O uso de protetores auriculares deve ser temporário, nunca definitivo. E sua utilização
deve ser efetivada quando todas as demais formas de controle estiverem esgotadas. A
orientação sempre deve se dar no sentido de aderir para uma solução de proteção coletiva, pois
seus resultados direcionam-se para a qualidade de vida do grupo todo de trabalhadores.

2.1.1 Pequisa na área


Realizou-se um estudo sobre dano auditivo em trabalhadores
expostos a ruído e solvente em uma fábrica de calçados. Este trabalho foi
realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul conjuntamente
com outras Instituições. Foram efetuadas análise dos níveis de ruído e
solventes aos quais os trabalhadores estavam expostos durante a jornada 22
de trabalho de 8 horas diárias/cinco dias semana, e seus efeitos sobre a
audição dos trabalhadores. Neste trabalho observou-se que, mesmo os
operários não estando expostos a níveis de ruído superiores ao limitado
pela Norma Regulamentadora do país, 85 dBA/8h (NR-15 MT/BR) e que a
exposição ao tolueno seja menor do que a estabelecida por esta norma
(78 ppm), um elevado número de trabalhadores apresentaram acentuada
perda auditiva no grupo de trabalhadores expostos ao solvente e ruído, o
sugere que a exposição a estes agentes, mesmo dentro dos limites
estabelecidos, pode aumentar a ocorrência de perdas auditivas. Este
dado é preocupante tendo em vista que os trabalhadores permanecem em
jornada de 8 horas de trabalho expostos a estes agentes, muitas vezes
sem a proteção adequada.

Considera-se extremamente importante o investimento em pesquisas e estudos que


visem analisar a interação de agentes tóxicos, ruídos ou outros agentes causadores de doenças
porque eles podem servir de ferramenta para amplos debates e discussões das normas
vigentes. Isso porque os limites estabelecidos pelos órgãos nacionais e internacionais ao
considerarem as condições seguras para a realização do trabalho desconsideram os efeitos
interativos da exposição a mais de um agente tóxicos (GONÇALVES, 2000).
2.2 As Doenças

23

Fonte: http://galeria.colorir.com/images/painted/088d6572486342d161b33f8a8ea28c7b.png

Somente na atualidade houve o despertar do interesse em estudos mais aprofundados


sobre a influência do sistema de trabalho no desenvolvimento de doenças. Essa realidade se faz
presente mesmo com a constatação de que são antigos os efeitos nocivos da exposição humana
a substâncias químicas presentes no local de trabalho.

É de suma importância a criação de protocolos que possam identificar condições de


trabalho que tendem a desenvolver doenças, pois ainda existem muitos médicos que não
reconhecem certas patologias como estando ligadas à ocupação laboral.
Destaca-se que torna-se impossível determinar um fator único que seja gerador das
doenças do trabalho, sendo assim, ainda que se esteja diante de um evento agudo, é difícil
estabelecer associações diretas com as doenças vinculadas as atividades laborais.

O ser humano passa a maior parte do tempo exercendo atividades laborais. E, os


efeitos do trabalho atingem o organismo de forma cumulativa, podendo, assim, desencadear
doenças crônicas, dificultando muito o estabelecimento de qualquer relação entre a patologia e o 24
trabalho.

É possível descrever alguns aspectos de saúde que podem ser afetados pelo trabalho.
Por exemplo o sistema endócrino, que é um elo de ligação entre a carga genética do sujeito e o
ambiente, pode ser gravemente afetado pelas condições laborais às quais ele estará exposto.

As taxas elevadas de colesterol já são reconhecidas como consequência da


capacidade decisória, exaustão física e do ruído excessivo. Também a obesidade vincula-se a
esse grupo de doenças, pois associa-se ao alto índice de estresse, sendo mais comum nas
profissões de baixo status social. Em relação a obesidade, entende-se que pode ser resultado
também da busca por refeições saborosas que gerem compensação pelos conflitos vivenciados
no ambiente de trabalho.

Existe uma forte vinculação dos distúrbios do sono e distúrbios alimentares com a
jornada noturna de trabalho. E, o ambiente que preconiza o contato do trabalhador (de alguma
forma) com a irradiação pode desencadear tumores que ficam em período de latência por vários
anos no organismo, dificultando ainda mais a associação com o trabalho.

A redução da densidade óssea, problema muito comum capaz de desencadear dores


crônicas, associa-se com profissões que determinam a posição sentada por muito tempo. E, a
redução significativa da produção de espermatozóides, comprovadamente pode estar vinculada
ao ambiente que oferece calor excessivo, exposição a agrotóxicos, metais ou outros agentes
químicos.

Diante da vasta associação entre o ambiente de trabalho e doenças desencadeadas


pelo mesmo, torna-se fundamental a revisão das relações profissionais. Isso quer dizer retomar
a conduta exigida pelo empregador e a vulnerabilidade do empregado. Nesse sentido, preconiza-
se que não são os trabalhadores que devem ser forçadamente adaptados às rotinas de trabalho,
ou às necessidades da empresa e sim o contrário. Considera-se que a organização é quem deve
oferecer um sistema de trabalho que seja compatível com as possibilidades do indivíduo.

25

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_T6h8bTzR518/SNG0ueFDFgI/AAAAAAAAAEs/itN-
X9xLxfA/s320/trabnoturno.JPG

Em tratando-se particularmente do trabalho noturno, por exemplo, não se pode tolerar


que o ritmo exigido pelo funcionário seja o mesmo apresentado pelo trabalhador que efetua suas
atividades diurnamente. Isso porque o ser humano é naturalmente uma espécie diurna e
somente o fato de estar desenvolvendo alguma atividade noturna já representa uma certa
quantidade de sobrecarga.

Desse modo, percebe-se a grande importância do acompanhamento médico a ser


realizado de forma sistemática para qualquer trabalhador, sem riscos de exclusão.
ATENÇÃO

É necessário estar atento durante as avaliações de saúde do trabalhador, pois se ao


avaliar um grupo de funcionários não for detectada nenhuma alteração da saúde, encontrando-
se somente pessoas bem condicionadas no ambiente laboral, torna-se imprescindível uma
observação mais cautelosa para verificar se isso não está ocorrendo porque os trabalhadores
que apresentavam alterações de saúde, doenças laborais, foram dispensados. 26
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE TRAJETO

A empresa empregadora não pode ser responsabilizada civilmente, porém, a lei é


garantidora do emprego ao colaborador que acidentar-se no percurso do trabalho, por se
equiparar este acontecimento ao acidente de trabalho (GONÇALVES, 2000). 27

A compreensão unânime é da 5ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região (Campinas – SP).

CASE

Uma trabalhadora da Indústria de Subprodutos de Origem Animal Lopesco foi demitida


após sofrer acidente durante o caminho do trabalho até sua casa.

Ela entrou com reclamação trabalhista alegando que teve ferimentos no tornozelo e no
pé que a incapacitaram para o trabalho de julho a outubro de 2003, mas a empresa não forneceu
documentação para que fosse requerido o auxílio-doença junto ao INSS. Para a trabalhadora,
mesmo que ela tenha sido a causadora do acidente, isso não excluiu sua garantia de emprego.
A Vara de Trabalho de Tatuí não aceitou recurso da trabalhadora, que recorreu ao TRT.

Segundo o relator, juiz Lorival Ferreira dos Santos, ficou comprovado que o acidente
ocorreu durante o trajeto percorrido pela funcionária entre seu trabalho até a residência. Para o
juiz, a Lei 8.213/91 prevê que se equipara ao acidente do trabalho o acidente sofrido pelo
segurado no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. "Portanto, segundo a
legislação previdenciária, o acidente de percurso é equiparável ao acidente do trabalho",
fundamentou Ferreira dos Santos.

Segundo o relator, a emissão da documentação para que o trabalhador solicite o


auxílio-doença por acidente no INSS em casos de acidente do trabalho é muitas vezes evitado
pelo empregador para impedir a garantia legal de emprego.
"Demonstrada a negligência do empregador pela falta de percepção de auxílio
previdenciário na modalidade acidentária, é certo o direito da trabalhadora à garantia do
emprego prevista no artigo 118 da Lei 8.213/91", disse Ferreira dos Santos. Mesmo que a
funcionária tenha dado causa ao acidente, esse fato exclui qualquer responsabilidade civil do
empregador, mas não a garantia de emprego prevista na lei.
28
"Ante a impossibilidade de reintegração no emprego pelo vencimento do prazo
estabilitário, condeno a empresa ao pagamento de indenização correspondente aos salários e
vantagens relativos ao período de 12 meses a contar da cessação do auxílio previdenciário,
acrescidos do FGTS, férias e 13º salário deste período", conclui o julgador, que estipulou o valor
da condenação em R$ 12 mil.

Fonte: www.conjur.com.br/.../acidente_trajeto_trabalho_acidente_trabalho

3.1 Diferença entre Doenças Profissionais e Doenças do Trabalho

Compreende-se a doença ocupacional como a denominação de diverças doenças que


são causadoras de alterações na saúde da pessoa trabalhadora provocadas por determinantes
relacionados com o ambiente de trabalho.

As doenças ocupacionais podem ser divididas em:


 Doenças profissionas ou
tecnopatias

 Doenças do trabalho ou 29

mesopatias

3.1.1 Doenças profissionais ou tecnopatias

São o grupo de doenças que se caracteriza por serem sempre causadas pela
atividade ocupacional

3.1.2 Doenças do trabalho ou mesopatias

São doenças que podem ou não serem desencadeadas em função da atividade


laboral.

Considera-se que as doenças mais comuns são as do sistema respiratório e cutâneo.

Como cuidados principais, se preconiza a prevenção, já que compreende-se que as


doenças ocupacionais são, na grande maioria dos casos, de difícil tratamento.
EXEMPLOS

 Silicose
 Cancer de pele (ocupacional)
 Dermatite de contato
 Asbestose
30

Ressalta-se que, via de regra, a doença ocupacional é adquirida nomomento em que


um colaborador é exposto à agentes químicos, físicos, radiotivos ou biológicos, a índices acima
do limite permitido por lei, sem proteção compatível com o risco envolvido.

Quando se enfatiza a prevenção, destaca-se que ela deve ser efetuada na forma de:

Equipamento de proteção coletiva (EPC)

Equipamento de proteção individual (EPI)

Medidas administrativas também podem ser capazes de reduzir alguns riscos.

IMPORTANTE:

No Brasil:

A doença ocupacional é equiparada ao acidente de trabalho,


gerando os mesmos direitos e benefícios.
4 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA

A manutenção das verificações regulares nos ambientes de trabalho é considerada a


mais mportante ferramenta de atuação da CIPA. 31

Como principais objetivos dessas verificações destaca-se a vigilância e o controle das


condições de segurança do ambiente de trabalho, tendo por intuito a identificação das situações
de risco que sejam consideradas ameaçadoras à segurança dos trabalhadores e possam
desencadear acidentes (CAMPOS, 2002).

É possível a realização das verificações através de um número par de “CIPEIROS”,


visando evitar a tomada de decisões tendenciosas e, ao mesmo tempo, dificultar um consenso,
nos momentos em que é preciso determinar as providências que serão tomadas em relação ao
assunto em questão.

Considera-se que o foco dessa atuação podem estar:

 Nos postos de trabalho

 Nas condições ambientais

 Nas proteções contra incêndios

 Nos métodos de trabalho desenvolvidos

 Nas ações dos trabalhadores.

Classifica-se as verificações em:

 Internas
 Oficiais

 Especiais

32

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://boasaude.uol.com.br/images/articlesimg/acidente_trabalho.jpg

4.1 Verificações internas

As verificações internas são subdividas em:

 Gerais

 Parciais

 Periódicas

 Por denúncia Cíclica

 De Rotina
 Verificações Gerais

Sua realização deve ser efetuada em todos os setores da organização anualmente, no


mínimo. Os profissionais do SESMT devem apoiar a CIPA para a realização dessa verificação
(OLIVEIRA, 2003).

Existem algumas empresas que já instituiram essa verificação sob a denominação de 33

“Auditoria”, em virtude de se tratar de uma verificação que envolve os funcionários da área a qual
a CIPA está atuando, e caracteriza-se por ser:

o Sistemática

o Documentada

o Objetiva

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte:
http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/0D0D60527A29D05141FC0D1338FFC0EBD402_acide
ntes.jpg

 Verificações Parciais
Realiza-se verificações parciais em setores que são previamente escolhidas. De modo
geral, essa escolha é aleatória. Nos casos em que são utilizados critérios, estes são
relacionados com o nível de risco e as características do trabalho desenvolvido nas áreas
verificadas.

Considera-se que as verificações parciais sejam as mais comuns, por contemplar a


34
legislação e admitirem sua realização pelo cipeiro no seu próprio local de trabalho.

Destaca-se que é sugerido que se obtenha dois pareceres, no mínimo, com essa
verificação.

 Verificações Periódicas

Os profissionais optam pelas verificações periódicas quando objetivam manter certa


regularidade para firmar a atuação da CIPA, visando rastrear possíveis incidentes ou quando se
almeja a realização de um estudo complementar mais abrangente.

Detaca-se que essas verificações são interligadas ao acompanhamento das medidas


de controle sugeridas para combater os riscos existentes no local (CARVALHO, 2000).

As verificações periódicas são muito direcionadas aos setores de produção e


manutenção, porém, alguns escritórios podem apresentar a necessidade muito maior de
aderirem a elas em virtude de demonstrarem ter mais condições de tolerar os riscos.

 Verificações por Denúncia

Ocorrem a partir de uma denúncia.

É importante frisar que qualquer colaborador tem o direito de denunciar irregularidades


que estejam ocorrendo em sua organização. Para isso, basta solicitar a um cipeiro a verificação
do local.
A CIPA deverá realizar um levantamento minucioso de informações que permitam
descobrir o que está acontecendo, buscando dados adicionais com fornecedores, com o SESMT
e com o chefe da área (SALEM & SALEM, 2001).

A partir do momento que se detecta o problema, caberá a CIPA propor uma medida de
controle e acompanhar a sua efetiva emplementação.
35

 Verificações Cíclicas

São reconhecidas como Cíclicas por ocorrerem em tempos definidos, já que há um


parâmetro para nortear esse intervalo de tempo.

Como exemplo cita-se as verificações realizadas nas áreas de produção durante o


verão, quando os funcionários se queixam do calor excessivo; ou no inverno, quando aumentam
as incidências de doenças respiratórias.

 Verificações de Rotina

Caracterizam-se por sua realização ocorrem diretamente em setores onde ocorreram


ou ainda ocorrem incidentes/acidentes de trabalho.

Neste sentido, a CIPA deverá estar constantemente em alerta para os riscos


existentes, conscientzando os colaboradores dos referidos setores para que respeitem
completamente as medidas de controle, de modo que os níveis de incidentes/acidentes reduzam

Entende-se que é importante ter a presença contínua dos profissionais da CIPA nos
setores em questão, já que sua figura representa a luta pela redução dos índices negativos
referentes aos acidentes ou incidentes ocupacionais e também porque geram uma expectativa
positiva no funcionário, destacando que existem pessoas que se preocupam com ele (MICHEL,
2000).
.Porém, a verificação contínua não caracteriza-se como duradoura. Isso porque à
medida que os problemas vão sendo resolvidos, os intervalos de realização das verificações vai
aumentando, até que as mesmas se tornem periódicas.

Ressalta-se que é de suma importância que o funcionário não se acostume com a


presença con´tinua dos cipeiros, pra não ter a falsa idéia de que esta é a única condição para
36
resolver o problema.

4.2 Verifivações oficiais

Conforme o próprio nome indica, essas verificações estão diretamente relacionadas


com ações de órgãos oficiais, como por exemplo, citam-se as verificações realizadas:

 Na Delegacia Regional do trabalho –DRT

 No Ministério do Trabalho

 Pelos fiscais das Secretarias estaduais de saúde, do trabalho e da vigilância


sanitária

 Pelos fiscais das Secretarias municipais da saúde e do meio ambiente

 Pelas vistorias oficiais do Corpo de Bombeiros

Ressalta-se que as verificações realizadas pelos profissionais das empresas de seguro


também se configuram como verificações oficiais.

4.3 Verificações especiais


Geralmente realizadas pelos profissionais do SESMT, por empresas especializadas ou
por consultor autônomo. Caracterizam-se por ocorrerem em áreas de risco.

Tornou-se necessário efetivar o monitoramento dos setores após a implementação do


PPRA, através da utilização de técnicas de higiene ocupacional (GONÇALVES, 2000).

Considera-se esses serviços como verdadeiras verificações formais, em virtude de 37

levarem em conta:

 as condições operacionais normais ou habituais

 o ritmo de trabalho

 a existência de fatores contribuintes habituais para o processo, em termos de


vestimentas e equipamento de proteção individual utilizado

4.4 Modelos de verificação

Para a realização da verificação, os profissionais contam com a existência de dois


modelos distintos:

 Modelo Inicial

 Modelo Integrado

4.4.1 Modelo Inicial


Refere-se a um modelo considerado “Básico”, que constitui-se em um questionário que
permite avaliar se as situações observadas oferecem condições de segurança ou não
(CAMPOS, 2002).

Ressalta-se que cada um dos ambientes deve ser observado em todas as suas
particularidades, porém, há alguns itens que são comuns como por exemplo:
38

 Iluminação

 Ventilação

 Piso

 Uso de EPI

 Falta de sinalização

 Layout

 armazenamento

EXEMPLO do modelo inicial

TRATORES BERG LTDA Número doo documento

(Nome da empresa) CINSP 16837

VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA CIPA/98 Data: 39 de agosto de 1998

Área/Setor: Escritório Jornada de trabalho:

Nº funcionários: 16

Homens = 6 (X) administrativo


Mulheres = 10 ( ) 1º e 2º turnos

( ) 1º, 2º e 3º turnos

Item SITUAÇÃO A SER OBSERVADA Sim Não OBS

1 Há carpetes descolados que podem causar


tropeços? 39

2 Há vidros em cima das mesas? Na mesa do chefe do


departamento de
administração

3 Usa-se bejamim nas tomadas? Proibido uso de


benjamins

4 Existe fiação elétrica na qual se pode Fio do telefone da


tropeçar? mesa 1

5 Há lâmpadas queimadas nas luminárias?

6 Os extintores estão em condições de uso?

7 O local é bem ventilado?

8 O monitor do computador está a altura dos


olhos

9 As cadeiras possuem regulagem de altura?

10 As cadeiras possuem regulagem de encosto?

11 As cadeiras possuem borda frontal


arredondada?

12 Sob mesas, exise apoio regulável para os


pés?

AÇÕES COMPLEMENTARES:

1 – Os lápis encontram-se armazenados dentro de copos plásticos, com a ponta virada para
cima, sobre a mesa.

2 – As lâmpadas estão bastante sujas.


Preenchido por:

Responsável pela área:

Próxima verificação:

Fonte: (CAMPOS, 2002)


40

4.4.2 Modelo Integrado

Esse modelo é utilizado quando a empresa tem um modelo de segurança efetiva


instaurado, uma gestão de riscos compartilhada, ou seja, integrada ao PPRA.

É necessário frisar que , para fazer uso deste modelo, os membros da CIPA devem
estar bem treinados e muito conscientizados das situações que representam riscos.
5 OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO

1º Passo

Setorizar a empresa e visitar todos os ambientes, realizando uma análise dos riscos
41
exitentes. Para auxiliar o trabalho, é permitido fazer uma Análise Preliminar de Risco – APR ou
um Mapeamento de Riscos Ambientais.

2º Passo

Preparo de uma folha de verificação para cada área ou setor, com todos os intes a
serem observados.

3º Passo

Realizar a verificação anotando na folha de dados se o requisito está ou não


contemplado. Qualquer informação adicional, que denuncie riscos de acidentes, deve ser
registrada.

4º Passo

Levar todos os dados para registrados para serem discutidos em reunião da CIPA e
propor medidas de controle para os itens que não estão em conformidade com o que é exigido.
Considera-se o que é prioritário.

5º Passo
Enviar correspondência para o SESMT e para as chefias dos setores onde se
detectaram as falhas, com a indicação da CIPA para contornar o problema.

6º Passo
42
Cobrar soluções e realizar o acompanhamento da implementação das medidas de
controle. Alterar a folha de verificação, inserindo este item para novas verificações.

7º Passo

Manter a periodicidade das verificações, à partir do 3º passo.


6 MAPEAMENTO DE RISCOS

Com a finalidade de realizar um estudo aprofundaddo dos riscos existentes nos


ambientes ocupacionais, torna-se imprescindivel antes de iniciar as ações necessárias, o 43

conhecimento e familiarização com os termos utilizados e o entendimento do seu significado,m


pois existe muita controvérsia a respeito (CAMPOS, 2002).

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg

Diferença entre Risco, Perigo e Dano

Geralmente, quando se fala em mapeamento de riscos, ou em estudos afins, os termos


mais utilizados são risco, perigo e dano.
a. Risco

Compreende-se como sendo risco, uma ou mais condições de uma situação (variável)
que apresenta potencial para causar danos. Os referidos danos podem ser entendidos como:

 Lesões a pessoas
44
 Avarias em equipamentos ou estruturas

 Perda de material em processo de produção

 Redução da capacidade de desempenho em função pre-determinada.

Na existência de qualquer risco, sempre haverá grande possibilidade de ocorrerem efeitos


adversos danosos (MICHEL, 2000).

b. Perigo

O perigo é a expressão da exposição a um risco que tende a causar danos.

c. Dano

Refere-se à gravidade da lesão ou à perda física, funcional ou econômica, que podem


resultar da perda de controle sobre determinado risco.

Objetivos do Mapeamento de Riscos

Delinea-se dois objeivos básicos de mapeamento de riscos:

 Reunir as informações necessárias para a elaboração do diagnóstico da


situação de segurança e saúde do trabalho nas organizações.
 Gerar a possibilidade de troca e divulgação de dados sobre os riscos
ambientais entre os colaboradores, bem como estimular a participação dos
mesmos em medidas preventivas.

Desse modo, percebe-se que o mapeamento de risco é uma ferramenta de suma 45

importância para o plano de trabalho da CIPA e não deve ser apenas mais um cartaz a ser
fixado em murais da empresa.

As informações apresentadas pelo mapeamento, devem ser geradoras de medidas de


prevenção e demonstrar suficiente repercussão entre os funcionários, de tal modo que possa
mantê-los alertas para a convivência com os riscos existentes (CAMPOS, 2002).

6.1 A elaboração do Mapemanento de Riscos

O mapeamento de riscos é reconhecidamente um atividade desenvolvida em seis


etapas distintas, sendo elas:

I. Conhecer o processo de trabalho

II. Identificar os riscos ambientais existentes

III. Identificar as medidas de controle existentes

IV. Identificar os indicadores de saúde

V. Conhecer os levantamentos ambientais

VI. Elaboração do mapeamento de riscos ambientais

Todas as etapas serão explicadas a seguir.


46

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://jornalcidade.uol.com.br/fotos/Empregos/fotos_05031401.jpg

I - ETAPA
Conhecer o Processo de Trabalho

Com a finalidade de conhecer o processo de trabalho, os profissionais da CIPA,


também denominados de cipeiros, deverão realizar observações no setor, baseados em quatro
elementos básicos:

 Elemento humano = os trabalhadores

o Quem são

o Quantos são

o Idade

o Sexo

o Jornada de trabalho
o Treinamentos profissionais realizados

o Treinamentos de segurança e saúde realizados

 Elemento trabalho = atividades exercidas 47

Determinar as atividades ou tarefas que são realizadas na área de trabalho em


questão:

o As mais frequentes

o As mais eventuais.

 Elemento material = instrumentos e materiais de trabalho

o Máquinas e equipamentos do setor

o Matérias-primas e insumos utilizados

o Estado de conservação dos equipamentos

 Elemento meio ambiente = ambiente de trabalho

o Condições de trabalho

o Organização do trabalho

o Arranjo físico (layout) das instalações

o Relações interpessoais no trabalho

II - ETAPA
Identificar os Riscos Ambientais Existentes

Considera-se que para cada um dos setores organizacionais que será analisado, o
profissional da CIPA deverá utilizar um roteiro de abordagem, visando relatar os riscos
ambientais encontrados (CAMPOS, 2002).

48
ATENÇÃO:

SETOR DE SERVIÇO

É a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo


estabelecimento. (NR- 1, item 1.6, alínea “a”)

Classificam-se os principais riscos ocupacionais através de grupos, conforme sua


natureza e padronização de cores, conforme demonstrado no quadro a seguir:

GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5


MARROM AMARELO
VERDE VERMELHO AZUL

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes

Arranjo físico
Ruído Poeiras Vírus Esforço físico
intenso inadequado
Vibrações Fumos Bactérias
Levantamento e Máquinas e
Calor Névoas Protozoários
transporte manual equipamentos sem
Frio Nebrlina Fungos de peso proteção
Umidade Gases Parasitas Exigências de
posturas Ferramentas
Radiações Vapores Bacilos
inadequadas inadequadas ou
não- Produtos defeituosas
ionizantes Controle rígido de
químicos em
Radiações geral produtividade Iluminação
ionizantes Imposição de ritmos inadequada
Pressões excessivos
anormais Trabalho em turnos Eletricidade
e trabalho noturno
Jornadas de Probabilidade de
trabalho incêndio ou explosão
prolongadas
Armazenamento
Monotonia e inadequado
repetitividade 49
Causadores de Animais
estresse físico e ou peçonhentos
psíquico
outras

 Riscos Físicos

Os riscos físicos remetem diretamente a noção de energia.

Os riscos listados no Grupo 1 do quadro anterior, configurado na cor verde, tem


chances de provocar um quadro específico de problemas de saúde nos colaboradores, como os
apresentados a seguir:

Ruído

Apesar da população das grandes cidades acostumar-se com o volume elevado


presente nas ruas, sabe-se que a pessoa exposta permententemente a fontes de ruido no
próprio ambiente ocupacional, apresentará dificuldades de concentração e poderá sofrer danos
irreversíveism na saúde (MICHEL, 2000).

Os danos podem ser:

 Aumento do ritmo cardíaco

 Constrição dos vasos sanguíneos periféricos


 Aceleração do ritmo respiratório

 Diminuição da atividade dos órgãos da digestão

 Cansaço

 Irritabilidade 50

 Insônia

 Dor de cabeça

 Redução da audição

 Aumento da pressão arterial

 Redução da atividade cerebral

 Diminuição da atenção

Diante dessa grave constatação, é de suma importância a detecção das fontes mais
ruidosas de cada setor organizacional.

O ruído é reconhecido como o problema mais grave em termos de saúde ocupacional


no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho, tanto que o mesmo alterou, em 1998 a NR- 7 –
PCMSO, inserindo no quadro II: “ As diretrizes e parâmetros mínimos para avaliação e
acompanhamento da audição em trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados.”

O Ministério da Previdência Social também interviu, através da Norma Técnica sobre a


Perda Auditiva Neurossensorial por exposição continuada a Níveis elevados de Pressão Sonora
de origem Ocupacional.

Vibrações
Compreende-se que os efeitos de qualquer vibração deverãos ser entendidos como
uma consequência da transferência de energia para o corpo humano, que atua como receptor de
energia mecânica.

Dessa forma, o efeito da vibração pode ser representado por;

 Cansaço 51

 Irritabilidade

 Dor de ouvido

 Dor nas mãos

 Dor nos braços

 Dor na coluna

 Artrite

 Problemas nas articulações

 Lesões ósseas

 Lesões respiratórias

Calor e Frio

Reconhece-se a influência da umidade na troca térmica entre o corpo humano e o


ambiente, por meio do mecanismo de evaporação.

Tem-se como suas principais consequências as doenças do aparelho respiratório.


Radiações Não-Ionizantes

Inclui-se na referida categoria, as:

 Microondas

 Radiações ultravioletas 52

 Radiações infravermelhas

 Radiofrequências

 Laser

Pode-se dizer que os efeitos das radiações são variáveis, de acordo com o tipo, a
intensidade e a duração dessas radiações, assim como também, as condições de absorção e de
reflexão do local e do equipamento de trabalho.

Geralmente provocam riscos de queimadura, em diferentes graus, e lesões oculares


distintas.

Radiações Ionizantes

Podem ser reconhecidas como tendo precedentes naturais ou artificiais. Considera-se


radiações ionizantes:

 Raios X

 Raios alfa, beta e gama

 Nêutrons

Em relação aos efeitos possíveis, eles são divididos em: de curto ou de longo prazo.
Efeitos a curto prazo = vômitos, alterações no sangue, infecções, queimaduras e
hemorragias.

Efeitos a longo prazo = podem produzir alterações irreversíveis nos lipídios e nas
células, catarata, leucemia e câncer.

53

Pressões Anormais

Determinam-se de pressões anormais aquelas que encontram-se abaixo ou acima da


pressão atmosférica. Os problemas vinculam-se às áreas de alta pressão e são descritos como:

 Ruptura do tímpano

 Irritação dos pulmões

 Dores abdominais

 Dor de dente

 Exoftalmia

 Obstrução dos vasos sanguíneos

 Embolia traumática pelo ar

 Embriaguez das profundidades

 Intoxicação por oxigênio e gás carbônico

 Doença descompressiva

 Riscos Químicos
Pesquisas descrevem os contaminantes químicos como sendo substâncias
constituídas por matéria que pode ser encontrada no ar, sob a forma de moléculas individuais
(gases ou vapores) ou mesmo de grupos de moléculas unidas (aerodispersóides ou névoas)
(CARVALHO, 2000).

Reconhece-se como sendo vias de entrada desses contaminantes no organismo:


54

• A via respiratória

• A via dérmica ou cutãnea (pele)

• A via digestiva

• A via parental (através de feridas)

Sugere-se o acompanhamento permanente para os trabalhadores e ambientes


expostos a agentes químicos, tanto em termos da medição da concentração o agente, dos
indicadores biológicos listados pela ACGIH e na NR- 7: PCMSO, como também, pela higiene
pessoal, hábitos, uso de drogas e medicamentos.

A preocupação direcionada a essa questão é constanto, tanto que o Ministério da


Previdência Social, por meio das Ordens de Serviço 607 e 609, de 5 de agosto de 1998,
apresentou as Normas Técnicas sobre Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno e
Pneumoconioses, respectivamente.

Considera-se que os gases, os vapores e a névoa podem gerar efeitos:

o Irritantes

o Asfixiantes

o Anestésicos

Efeitos Irritantes
Alguns gases podem provocar sérias irritações nas vias aéreas superiores, dentre eles
destacam-se:

 Ácido clorídrico

 Ácido sulfúrico
55
 Amônia

 Soda cáustica

 Cloro

Efeitos Asfixiantes

Determinados gases tendem a causar efeitos asfixiantes, que geralmente aparecem


acompanhados por dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsão, ou em casos mais graves,
à morte. Entre os gases que ocasionam efeitos asfixiantes, os mais comuns são:

 Hidrogênio

 Nitrogênio

 Hélio

 Metano

 Acetileno

 Dióxido de carbono

 Monóxido de carbono
Efeitos Anestésicos

Os efeitos anestésicos, geralmente ocasionados por solventes orgânicos


desencadeiam ação depressiva no sistema nervoso central, com grandes chances de causar
danos à diversos órgãos do corpo humano. Como exemplo dos solventes orgânicos mais
importantes, citam-se:
56

 Butano

 Propano

 Acetona

 Benzeno

 Xileno

 Tolueno

 Óxido nitroso

Os Aerodispersóides permanecem suspensos no ar do ambiente de trabalho,


apresentando chances elevadas de causar diversos tipo de doenças nos trabalhadores.
Considera-se aerodispersóides as(os):

 Poeiras minerais

 Poeiras vegetais

 Poeiras alcalinas

 Poeiras Incômodas

 Fumos metálicos
 Poeiras Minerais

Constituem-se de diversos materiais, como:sílica, asbesto e carvão mineral.A inalação


dessas poeiras pode gerar vários tipos de pneumoconiose, como a calicose ou silicose, doença
causada pela inalação de pó de sílica.

57

 Poeiras Vegetais

Sua produção é uma consequencia do tratamento industrial de substâncias vegeais,


como o bagaço da cana-de-açucar e o algodão. Reconhece-se que a sua inalação desencadeia,
respectivamente: doenças como bagaçose e bissinose (CAMPOS, 2002).

 Poeiras Alcalinas

São advindas, especialmente, do calcário. São causadoras de doenças pulmonares


obstrutivas crônicas, como por exemplo, enfisema pulmonar.

 Poeiras Incômodas

As poeiras incômodas tendem a se unir a diversos outros materiais agressivos


presentes no ambiente de trabalho, tornando-os muito mais nocivos para a saúde do
colaborador.

 Fumos Metálicos

São provenientes do uso industrial da soldagem de metais e podem causar doenças


pulmonares obstrutivas crônicas, febre e intoxicações.
A seguir, apresenta-se uma tabela com contemplandoas consequê ncias da ação de
substâncias químicas no organismo humano.

Substância Pele Sistema Olhos Sistema Sistema Sangue


Respiratório Nervoso Cardiovascular
58
Central

Acetileno

Amianto

Amônia

Benzeno

Cloro

Dióxido de
carbono

Dióxido de
nitrogênio

Dióxido
sulfúrico

Fosgênio

GLP (gás de
cozinha)

Monóxido
de carbono

Ozônio

Sílica

Tolueno

OBS:

Amianto e Benezo são substâncias cancerígenas.


Fonte: NIOSH – National Institute Occupational Safety and Health

 Riscos Biológicos

Os riscos biológicos referem-se aqueles constituídos por seres vivos, que possuem
elevada capacidade de afetar a saúde do trabalhador. Os microorganismos são os principais 59

exemplos dessa categoria, mais especificamente:

 Vírus

 Bactérias

 Bacilos

 fungos

Sabe-se que estes microorganismos podem causar doenças de natureza distinta, que,
geralmente, são transmitidas de outros animais para os homens, como, por exemplo, as
zoonoses (CAMPOS, 2002).

Considera-se que, na maioria das vezes os maiores riscos biológicos estão ligados:

 À cria e ao cuidado de animais

 À manipulação de produtos de origem animal

 Serviços de limpeza pública

 Serviços de exumação de corpos em cemitérios

 Trabalhos em laboratórios biológicos e clínicos

 Em hospitais

 Esgotos
Ressalta-se que as medidas de prevenção contra esses microorganismos são :

 Vacinação

 Esterilização

 Higiene pessoal 60

 Uso de equipamento de proteção individual – EPI

 Ventilação adequada

 Controle médico

 Riscos Ergonômicos

Consideram-se riscos biológicos aqueles determinados pela falta de adaptação das


condições ocupacionais às características e demandas psicofisiológicas do trabalhador.

A LER – Lesões por Esforço Repetitivo

A expressão ganhou dimensão após as Resoluções nº180 e 197, de 1992, da


Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Isso porque, na época, a situação apresentava-se
incontrolável, em virtude do crescente atendimento aos estágios evolutivos das LER.

Desse modo, em 1993, o Ministério da Previdência Social elaborou a Norma Técnica


sobre Lesões por Esforços Repetitivos, desenvolvendo procedimentos administrativos e periciais
para a prevenção, a caracterização e a reabilitação profissional (OLIVEIRA, 2003).

Destaca-se que alguns profissionais e especialistas, na contemporaneidade, estão


substituindo a terminologia LER pelo termo: “DORT – Doenças Osteomusculares Relacionadas
com o Trabalho, que incorpora dimensões ergonômicas e psicossociais, indicando a grande
necessidade de reflexão sobre as novas formas de trabalho.
O Ministério da Previdência e Assistência Social, elaborou , através do Instituto
Nacional do Seguro Social, uma Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho – DORT.

Essa norma denomina-se Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade para fins de


benefícios previdenciários. Ela contém 14 (quatorze) exemplos, de trabalhos e patologias,
61
destacando-se:

1. Lesões bursite do cotovelo – apoiar cotovelo em mesas

2. Contratura de fáscia palmar – operar compressores pneumáticos

3. Dedo em gatilho – apertar alicates e tesouras

4. Epicondilites do cotovelo – apertar parafusos, jogar tênis, desencapar fios,


tricotar, operar motosserra

5. Síndrome do canal cubital – apoiar cotovelo em mesas

6. Síndrome do canal de Guyon – carimbar

7. Síndrome do desfiladeiro torácico – realizar trabalhos manuais (curvado) em


veículos, trocar lâmpadas, pintar paredes, lavar vidraças, apoiar telefones
entre o ombro e a cabeça

8. Síndrome do interósseo anterior – carregar objetos pesados apoiados no


antebraço

9. Síndrome do pronador redondo – carregar pesos, praticar musculação, apertar


parafusos

10. Síndrome do túnel do carpo – digitar, fazer montagens industriais, empacotar

11. Tendinite da porção longa do bíceps – carregar pesos


12. Tendinite do supra-espinhoso – carregar pesos sobre o ombro, jogar vôlei ou
peteca

13. Tenossinovite de DeQuervain – torcer roupas, apertar botão com o polegar

14. Tenossinovite dos extensores dos dedos – digitar, operar mouse.


62

Sintomas da LER

Como principais sintomas da LER, a pesquisa científica aponta:

¥ Calor localizado

¥ Choques

¥ Dor

¥ Dormência

¥ Formigamento

¥ Fisgadas

¥ Inchações

¥ Pele avermelhada

¥ Perda de força muscular


63

Figura: Riscos LER

Fonte: http://www.areaseg.com/ler/ler1.jpg

Fatores de Proteção para LER

Existem vários fatores de prevenção, porém, cabe ressaltar alguns considerados


imprescindíveis para a saúde do trabalhador:

a) Organização do Trabalho

b) Conteúdo do Trabalho

c) Posto de Trabalho
a) A Organização do Trabalho

A familiarização com as atividades que lhe são exigidas é apenas um dos pontos
importantes para o trabalhador, pois ele dever também ter a liberdade adequada de movimentos
para executá-las. Dessa forma ele terá condições de respeitar seus limites, evitando a repetição
de um mesmo movimento durante um longo período de tempo (CAMPOS, 2002).
64

É preciso perceber e levar em consideração as características individuais de cada


colaborador, já que as possas são diferentes e nem todas apresentam as mesmas habilidades e
dificuldades.

Uma boa dica é o estabelecimento de várias pausas durante a jornada de trabalho,


visando promover:

o Alongamento e o relaxamento do corpo

o Permitir a livre movimentação do corpo

o Estabelecer rodízios nas tarefas mais críticas

o Manter treinamentos visando reciclar o conteúdo das tarefas e seus riscos


potenciais.

b) Conteúdo do Trabalho

É obrigatório o oferecimento dos recursos necessários para a execução das atividades


pela empresa, assim como também de um ambiente de trabalho que viabilize ao funcionário o
desenvolvimento de suas habilidades, com certo grau de criatividade, visando sua realização
profissional.

o Apontam-se como indicadores:

o Percepção do trabalhador em relação às condições ambientais


o Complexidade da tarefa

o Monotonia

c) Posto de Trabalho 65

Deve haver uma profunda adaptação do mobiliário e dos equipamentos/ferramentas


para adequarem-se às características físicas do trabalhador, assim como também à natureza
das atividades executadas, permitindo ampla liberdade de movimentação.

Os indicadores para o uso dos equipamentos são:

o Qualidade dos equipamentos e ferramentas

o Manutenção dos mesmos

o Necessidade de emprego de força decorrente de equipamento/ferramenta


imprópria

o Desvios posturais impostos pelo equipamento/ferramenta

o Necessidade de repetição da tarefa por falha do equipamento

Os indicadores para mobiliário são:

o Qualidade e manutenção

o Frequência de reposição

o Adaptação dos postos de trabalho à introdução de novos processos

o Desvios posturais impostos pelo mobiliário


Destaca-se que os riscos ergonômicos podem ser divididos em dois subgrupos:

Fatores que produzem carga física = esforço físico, levantamento e transporte manual
de peso, exigência de posturas inadequadas e repetitividade

Fatores que produzem carga psíquica = ritmo excessivo, trabalho em turnos e trabalho
noturno, jornadas de trabalho prolongadas, controle rígido de produtividade, monotonia. 66

Figura: Riscos LER

Fonte: http://www.areaseg.com/ler/ler1.jpg

 Riscos de Acidentes

Consideram-se riscos de acidentes como sendo armadilhas, ou deficiências, presentes


nas instalações ou em máquinas e equipamentos.

No momento onde um, ou mais, elementos citados, no quadro de classificação dos


principais riscos ocupacionais, estiver contido como deficiente, insuficiente, inadequado ou
obstruírem a livre circulação, certamente constituirão riscos potenciais para a saúde e
integridade física do trabalhador.

Em pesquisas recentes, apontam-se como sendo as principais situações de risco


encontradas nas organizações:
 Arranjo físico inadequado

 Máquinas e equipamentos sem proteção

 Ferramentas inadequadas ou defeituosas

 Iluminação inadequada 67

 Eletricidade

 Probabilidade de incêndio ou explosão

 Armazenamento inadequado

 Animais peçonhentos

E, além destas, a própria legislação prevê outras situações de riscos de acidentes,


destacando-se:

 EPI inadequado

 Problemas em edificações

 Falta de sinalização
68

III - ETAPA

Identificar as Medidas de Controle Existentes

São identificados quatro tipos principais de medidas preventivas, são elas, as de:

 Proteção coletiva

 Organização do trabalho

 Proteção individual

 Higiene e conforto

 Medidas de Proteção Coletiva


Reconhecidas como sendo as medidas mais importantes, tendo em vista que com
elas, todo um grupo homogêneo de trabalhadores, expostos a um mesmo agente ambiental, fica
protegido (CAMPOS, 2002).

Geralmente, empregam-se quatro submedidas, dependendo da natureza do riso:

 Substituição de matérias-primas e insumos 69

 Alteração no processo de trabalho

 Isolamento da fonte de risco

 Instalação de sistemas de ventilação.

 Substituição de Matérias-Primas e Insumos

É preciso substituir todas as matérias-primas e os insumos que sejam prejudiciais para


a saúde dos trabalhadores, sempre que for possível.

 Alteração no Processo de trabalho

No caso de processos de trabalho que sejam deficientes e representem situações de


risco, faz-se extremamente necessário a empregabilidade de novas tecnologias.

 Isolamento da Fonte de Risco

Diante da impossibilidade de substituição de uma fonte de risco, é preciso ter o


cuidado de isolar a referida fonte, pois dessa forma, os trabalhadores estarão menos expostos a
ela.
 Sistemas de Ventilação

Considerados uma ferramenta eficaz no controle de operações, processos e


equipamentos, que emanam contaminantes, os sistemas de ventilação, tanto de exaustão como
de insuflamento, são importantes para evitar a dispersão de contaminantes no ambiente
industrial. Acrescenta-se aos seus benefícios, a capacidade de diluírem as concentrações de
70
poluentes e oferecerem conforto térmico.

 Medidas de Organização do Trabalho

Os profissionais da CIPA devem estar atentos ao modo como se desenvolve o


trabalho, ou seja, para particularidades como:

 Se há rodízios e pausas na execução de tarefas

 Se o trabalho é fragmentado

 Se é dividido equitativamente

 Se existem cobranças excessivas

 Se o relacionamento “chefe X empregados” é saudável

 O nível de responsabilidade exigido

 Se os funcionários têm estabilidade ou não

 O estilo de atuação da chefia

 As relações interpessoais
 O excesso ou a falta de cobrança pela chefia

 Se o funcionário é reconhecido

 As condições de trabalho

71

A finalidade das Medidas de Organização do Trabalho é de gerar ambientes mais


cooperativos e motivadores, procurando evitar sacrifícios desnecessários por parte dos
trabalhadores (CAMPOS, 2002). As submedidas configuram-se como sendo:

 Método de trabalho

 Estrutura organizacional

 Participação dos funcionários

 Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos

Figura: Acidente no Trabalho

Fonte: http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg

a) Mudança de Método de Trabalho


Considera-se que os métodos simples ou altamente repetitivos apresentam
desvantagem de causar fadiga. Sendo assim, tornar mais flexível a maneira de operação de
determinada tarefa, adaptando-a às capacidades psicofisiológicas dos trabalhadores é uma das
medidas que podem ser tomadas para minimizar as situações de risco.

72

b) Reestrutura organizacional

Constata-se que, uma rigidez excessiva na organização do trabalho tem grandes


probabilidades de deixar os trabalhadores mais suscetíveis às doenças. Sendo assim, torna-se
relevante a adequação do ritmo de trabalho às capacidades psicofisiológicas dos trabalhadores,
já que esta pode melhorar seu estado de espírito e aumentar sua capacidade intelectual, além
de impedir e reduzir um desgaste prematuro

c) Participação dos funcionários

É fundamental que a equipe de funcionários participe da organização do trabalho, pois


desse modo, eles terão uma noção de seu “limite subjetivo”, ou seja, terão conhecimento de até
onde podem ir. Nesse contexto, eles devem ser estimulados a dar sugestões.

d) Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos

Nos ambientes onde for impossível a aplicação de técnicas para minimização dos
agentes agressivos, é adequado que se tente estabelecer um rodízio entre os trabalhadores para
reduzir o tempo de exposição aos riscos (CARVALHO, 2000).

 Medidas de Proteção Individual


Destaca-se como um dos mais importantes controles da exposição a agentes
ambientais o uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s., que é uma medida definida
pelo PPRA.

Conforme a nr- 6, considera-se EPI:

73

Todo o dispositivo de uso


individual, de fabricação
nacional ou estrangeira,
destinado a proteger a saúde e a
integridade física do
trabalhador.

Ressalta-se que o EPI não evita acidentes, tendo em vista que o agente de risco irá
permanecer. Isso quer dizer que seu uso representa apenas a possibilidade de reduzir o dano
(CAMPOS, 2002).

É preciso lembrar que as medidas de proteção individual contra a agressão dos riscos
ambientais só devem ser indicadas em casos específicos, tais como:

 Em todos os momentos nos quais as medidas de proteção coletiva


forem tecnicamente inviáveis, ou não disponibilizarem completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais.
 Durante o período em que as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo providenciadas e implementadas.
 Em situações de emergência.
 Em tarefas de curta duração.

 Medidas de Higiene e Conforto


Consideram-se medidas de higiene e conforto como sendo medidas extremamente
indispensáveis em uma organização, principalmente quando há ambientes insalubres. Dessa
forma, torna-se importante que sejam observadas permanentemente, e não apenas nos
momentos onde se realizarão os levantamentos de riscos.

Define-se como condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, conforme a


74
NR- 24:

a) Higiene Pessoal

A boa higiene pessoal proporciona prevenção de doenças do trabalho e evitam a


transmissão de doenças contagiosas. Nesse sentido, os trabalhadores que estiverem expostos a
agentes agressivos devem receber informações detalhadas sobre as medidas de higiene
pessoal.

b) Banheiros e Lavatórios

Devem ser separados para homens e mulheres, ser higienizados, limpos e desprovidos
de odores desagradáveis. Deve ter um chuveiro para cada 10 funcionários que se ocupam de
atividades consideradas insalubres. Os pisos devem ser impermeáveis e deve ter disponível uma
torneira para cada grupo de 20 trabalhadores.

c) Vestiários e Armários

Devem estar em bom estado de conservação, organizados individualmente e por sexo.

d) Bebedouros
Devem ser instalados em pontos estratégicos, de facil acesso para os funcionários,
principalmente onde existam fontes de calor. O uso de recipientes coletivos deve ser proibido e o
suprimento de água potavel em frasco deve estar em quantidade superior a ¼ de litro por
homem/horas de trabalho.

e) Alimentos
75

Os funcionários devem ser proibidos de levarem comida para o setor de trabalho,


evitando contaminação.

f) Cozinha

Deve ter um lavatório com água corrente, sabão e toalhas, para uso do pessoal do
serviço de alimentação.

g) Lixo

O tratamento dado ao lixo da cozinha deve estar de acordo com as normas locais do
serviço de saúde pública.

h) Áreas de Lazer

Considera-se que o trabalho, o lazer e o sono sejam etapas sequenciais nas atividades
humanas. O período dedicado ao lazer adquire um papel relaxante, buscando aliviar as tensões
do trabalho e facilitar o sono.
IV – ETAPA

Identificar os Índices de Saúde

Através do mapeamento de riscos é possível que os profissionais da CIPA estejam


mais atentos às alterações no desenvolvimetno do trabalho. Assim, torna-se relevante a
76
efetivação de uma reavaliação periódica das medidas preventivas adotadas, para que não
percam a eficiência com o tempo.

O monitoramento contínuo dos cipeiros é uma medida considerada de proteção,


fundamental para a saúde dos funcionários (CAMPOS, 2002).

É preciso que os profissionais da CIPA avaliem com os funcionários se a empresa está


realizando os exames médicos previstos no PCMSO. Após a constatação, é necessário
identificar:

 As queixas mais frequentes

 Os acidentes de trabalho ocorridos

 As doenças profissionais diagnosticadas

 Os casos de absenteísmo

Todos os itens apresentados acima são considerados indicadores de saúde

Queixas mais Frequentes

No momento do questionamento é preciso que o profissional da CIPA busque as


principais queixas em relação à saúde, tendo em vista que nessa etapa o que interessa é saber
se existem sinais clínicos que evidenciem um risco de evoluir para uma enfermidade.
Deve-se acompanhar constantemente os setores que apresentarem agentes
agressivos à saúde dos trabalhadroes, principalmente se houverem queixas frequentes dos
trabalhadores sobre o mesmo sintoma. Neste caso, será necessário acelerar as medidas
preventivas de implementação.ipes constantes

Como queixas mais frequententes são reconhecidas:


77

• Dor de cabeça constante

• Perda de peso

• Gripes contantes

• Tosse incessante

• Fisgadas

• Formigamento

• Insônia

• Dificuldade para respirar

• Dores lombares
78

Figura: Dores de Cabeça

Fonte: http://singrandohorizontes.files.wordpress.com/2010/01/dor-de-cabeca.jpg

Acidentes de Trabalho Ocorridos

É preciso fazer um levantamento onde conste, no mínimo, os acidentes ocorridos nos


últimos doze meses no setor analisado, visando estabelecer nexo com a presença de agentes
agressivos no local.

Após ser estabelecido o nexo causal “Dano X Agente”, a graduação do risco aumenta,
o que requer uma ação preventiva da CIPA, visando o não retorno da repetição do fato
(CAMPOS, 2002).
É possível realimentar o plano de trabalho da CIPA por meio das informações mais
detalhadas, que indiquem a natureza da lesão e a parte do corpo atingida.

79

Figura: Acidentes de Trabalho

Fonte:
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/images/comemoracao/AcidenteTrabalho.gif

Doenças Profissionais Diagnosticadas

Referem-se a existência de um levantamento passivo ocupacional da organização.


Para isso, basta procurar nas Comunicações de Acidentes de Trabalho – CAT, as situações de
doenças profissionais já diagnosticadas.

Caso tenha sido constatada a existência de doenças, é importante verificar se a


empresa adotou medidas preventivas e se essas medidas foram eficazes.
Absenteísmo

A ausência do empregado ao trabalho raramente é levada em consideração quando


ocorre por questões de saúde. A falta do funcionário pode ter diversas razões, mas o que
interessa no Mapeamento de Riscos é a falta ao serviço por problemas gerados por agentes
ambientais.
80

Assim, é relevante que os cipeiros considerem o motivo da ausência do trabalhador,


relacionando os fatos, analisando-os com atenção e criando estratégias de ação.

O PPRA irá ser aperfeiçoado com essas ações.

Os dados para investigar as questões devem ser obtidos no Departamento de


Administração de Pessoal da organização em questão.

Figura: Acidentes de Trabalho

Fonte: http://www.blogbrasil.com.br/wp-content/uploads/2008/12/acidente-de-trabalho.jpg
V – ETAPA

Conhecer os Levantamentos Ambientais

É extremamente importante e necessário que os profissionais dário que os


profissionais da CIPA conheçam quais foram os levvantamentos ambientais já realizados pela
81
empresa e seus resultados. É o que preconiza também a Portaria nº25/94, na letra “e”, do item 2
do Mapeamento de Riscos (CAMPOS, 2002).

Nesse contexto, faz-se necessário compreender os conceitos e expressões que


envolvem a problemática de riscos ambientais:

 Insalubre

É uma palavra latina, que representa aquilo que origina doença, o que é doentio.
Caracteriza-se a insalubridade baseando-se em valores nos quais o limite de tolerância foi
ultrapassado.

 Higiene do Trabalho

É compreendida como a ciência e a arte dedicada à(ao):

 Reconhecimento

 Avaliação

 Controle

Essas funções são direcionadas aos fatores ambientais e aos agentes “tensores”
originados no ou do local de trabalho, tendo grandes probabilidades de ocasionar doenças,
prejuízos à saúde e bem-estar, um desconforto significativo e ineficiência entre o grupo de
funcionários ou entre a comunidade.

 Monitoramento Ambiental
82
Refere-se ao levantamento e a avaliação dos agentes de risco existentes no ambiente
ocupacional. Incluindo-se as medidas de controle adotadas para combatê-los. O PPRA prevê
sua periodicidade.

 Limite de Tolerância

Corresponde à intensidade / concentração máxima ou mínima, relacionada com a


natureza do agente de risco, assim como o tempo de exposição a ele, que provoca danos à
saúde do trabalhador, durante o exercício de suas funções laborais.

 Indicador Biológico de Exposição

Trata-se da substância, elemento químico ou atividade orgânica, cuja concentração ou


ação em um fluido biológico apresenta relação com a exposição ambiental. Os exames médicos
do PCMSO revelam esse indicador.

Avaliação Ambiental

O PPRA, em seu cronograma já prevê a avaliação ambiental. Esta consiste na


medição dos riscos ambientais, e na sequencia é realizado um registro, também chamado de
laudo, contendo todos os dados obtidos (SALEM & SALEM, 2001).
Os profissionais da CIPA, ao analisarem o laudo ambiental, devem estar atentos a
alguns aspectos importantes, dentre eles destacam-se:

 Agentes que foram monitorados = ruido, gases, vapores, calor, iluminação,


poeiras, etc.

 Metodologia usada para a detecção de cada um dos agentes = seguindo as 83

normas técnicas da Fundacentro do Brasil, do National Institute Occupational


Safety and Health (NIOSH) e da Occupational Safety and Health
Administration dos Estados Unidos.

 Equipamentos utilizados para quantificas os agentes = monitor de estresse


térmico, medidor de nível de pressão sonora, luxímetros, bomba de detexção
de gases, árvore de termômetros, anenômetros, bombas de amostragem, etc.

 Tabelas com os resultados das medições realizadas, destacando-se os níveis


de intensidade/concentração e do tempo de exposição dos trabalhadores aos
agentes.

 Setores e pontos nos quais foramultrapassados os limites de tolerância

 Observância ou não, das medidas de conrole propostas

A verificação desses pontos permite a avaliação dos indicadores de saúde, a


elaboração de estatísticas das doenças adquiridas pelos trabalhadores e serve como
informações adicionais para o plano de trabalho da CIPA.
VI – ETAPA

Elaboração dos Riscos Ambientais

Critérios Utilizados 84

Após a realização das análises dos relatórios e da validação dos riscos, a CIPA terá as
informações necessárias pra elaborar o mapeamento. Os riscos devem ser representados por
área, dentro de um arranjo físico (layout) organizado em círculos, tendo as seguintes
características:

 Utilização de uma cor padrão para identificar cada grupo de risco:

¥ Riscos físicos : verde;

¥ Riscos químicos: vermelho;

¥ Riscos biológicos: marrom;

¥ Riscos ergonômicos: amarelo

¥ Riscos de acidentes: azul

 A quantidade de funcionários, expostos aos riscos, anotada no interior do


círculo correspondente.

 Especificação do agente também deve ser anotada no interior do círculo


correspondente
 A descrição dos diâmetros deverá ter medida proporcional à intensidade do
risco, conforme a percepção dos funcionários, ou seja, quanto maior o círculo,
maior o risco.

A afixação do mapeamento, após sua conclusão, deverá ser feita nos setores 85

analisados, de forma bem visível e em local de fácil acesso para todos os trabalhadores
(GONÇALVES, 2000).

É importante que cada setor analisado deverá ter seu próprio número de identificação,
que deverá ser o mesmo constante no relatório de levantamento dos riscos do setor.

Figura: Acidentes de Trabalho

Fonte: http://www.marimar.com.br/boletins/Acidente_trabalho.jpg
7 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO

Os profissionais da CIPA devem estudar as doenças e os acidentes do trabalho,


apontando todas as situações que, combinadas desencadearam a sua ocorrência e, se
eliminadas a tempo, poderiam ter impedido o acidente ou minimizado suas consequências. 86

A identificação e eliminação de tais situações, assim como a sua eliminação, são


medidas fundamentais pra evitar que acidentes semelhantes venham a ocorrer, em função das
mesmas causas (OLIVEIRA, 2003).

É fundamental o estudo aprofundado de todos os acidentes e doenças detectadas.


Porém alguns casos necessitam ser tratados com maior vigor, por exemplo as situações que:

 Tenham ocasionado lesões ou danos graves

 Tenham gerado afastamento do trabalho superior a quinze dias

 Se repitam com frequência

 Os profissionais da CIPA considerarem importantes, em função da quantidade


de variáveis envolvidas.

Em grande parte das empresas, não é destinado um espaço reservado para a CIPA
guardar seu acervo, sua documentação particular. Assim, todos os documentos, dados e
informações estão disponíveis no SESMT, desde que não tenham sido perdidos no decorrer dos
anos. A Ata é o único documento deixado pela CIPA. E essa falta de documentação e registro
impede que os cipeiros reconheçam uma situação já vivida e identificada, levando-os a demorar
mais tempo em sua investigação e análise do que deveriam.
7.1 Acidentes de trabalho

A Constituição Brasileira, apresenta o conceito de acidente de trabalho através da Lei


nº 8213 de 1991, no seu artigo 19, que diz:
87

Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou


pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou a perda ou redução
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (CAMPOS, 2002).

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg

Considera-se acidentes de trabalho, para efeito dos Benefícios da Previdência Social,


as seguintes entidades mórbidas, presentes no artigo 20 da Lei nº 8213:
Item I

A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício


do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério da Previdência Social

Comentário I 88

Exemplos:

o Extração de minérios: exposição à sílica livre

o Fabricação de tintas: exposição ao mercúrio

o Indústria metalúrgica: exposição a vibrações

o Soldagem: exposição ao cádmio

o Siderurgia: exposição ao flúor

Item II

A doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde
que constante da relação mencionada no inciso I.

Comentário II

Exemplos:

o Contaminação acidental com cloreto de metileno

o Trabalhador exercendo atividade temporária com exposição a raios X

EM DESTAQUE:
§ 1º Não serão consideradas como doenças do trabalho:

a) A doença degenerativa
b) A doença inerente a grupos etários
c) A doença que não produz incapacidade laborativa
89
d) A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que
resultou de exposição ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não


incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das
condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência social deve considerá-la acidente
de trabalho.

O artigo 21 s Lei 8213/91 equipara ainda ao acidente de trabalho:

I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou
redução de sua capacidade laboral, ou produzindo lesão que exija atenção
médica para sua recuperação.

II. O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em


consequência de:

a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou por


companheiro de trabalho;
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa no
trabalho;
c) Ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho.
d) Ato da pessoa privada do uso da razão.
e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de 90
força maior.

DIFERENCIAÇÕES:

IMPRUDÊNCIA = é agir sem cautela, sem pensar no perigo.

NEGLIGÊNCIA = é agir com descuido, é fingir não ver uma situação


de risco

IMPERÍCIA = está relacionada com a incompetência, o não-saber, a


inabilidade

III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado durante


o exercício de sua atividade.

IV. O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) Na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da


empresa;
b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada
por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade
do segurado.
d) No percurso da residência para o local de trabalho, ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado, desde que não haja alteração ou interrupção por meio alheio ao
trabalho. 91

NOTA:

Este é o chamado ACIDENTE DE TRAJETO, que para ser


caracterizado é importante que o trabalhador mantenha
seu endereço atualizado no Departamento de
Administração da empresa

§ 1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de


outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão


que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do
anterior.

Em casos de doenças, conforme artigo 23 da Lei nº 8213/91:

Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho:

 A data do início da incapacidade laborativa parra o exercício da atividade


habitual

 O dia da segregação compulsória


 O dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o que
ocorrer em primeiro lugar.

92

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg
8 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

Primeiramente, torna-se importante frisar que no percurso de uma investigação de


acidentes, não se deve buscar culpados, pois existe uma grande probabilidade de o mesmo tipo
de acidente tornar a acontecer sendo ainda mais grave (CAMPOS, 2002). 93

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg

Para isso, é relevante que no processo investigativo a vítima “não tenha rosto” e que
se trabalhe com a função exercida, sem fazer referência ao nome das pessoas.

Visando contemplar os requisitos acima citados, destacam-se dois métodos de


investigação de acidentes:
 Método da Árvore de Causas
 Método do Diagrama de Causas e Efeitos

8.1 Método da árvore de causas

94

O método refere-se a uma metodologia prática de investigação de acidentes/incidentes


no trabalho, que ajuda a compreendê-los melhor e a encontrar uma forma mais adequada de
lutar contra eles.

No âmbito internacional, o método da Árvore de Causas é considerado um instrumento


de trabalho eficaz, sendo bastante utilizado pelos diversos institutos de pesquisa e consultoria da
área (GONÇALVES, 2000).

Define-se a Árvore de Causas como sendo:

A representação gráfica do encadeamento lógico dos


fatos que provocaram o acidente/incidente, elaborada
a partir de um caso real.

Destaca-se que o levantamento dos fatos que desencadearam um acidente é um


grande auxílio para propor medidas que visem a minimização dos riscos.

Princípios da Elaboração da Árvore de Causas.


A elaboração da Árvore de Causas de maneira eficiente exige a observação de alguns
princípios fundamentais:

 Basear as ações e estratégias em fatos concretos, ou seja, que


comprovadamente ocorreram 95

 Não utilizar o método de maneira tendenciosa, visando contemplar suas


próprias ideias. O método foi desenvolvido para ser explorado de forma grupal.
 Para não ser contestada, a Árvore de Causas necessita ser bem elaborada e
transparente.
 Não é permitido haver hierarquia dentro do grupo destinado a avaliar a Árvore
de Causas, todos devem estar em igualdade de condições.
 As causas básicas são foco da construção da Árvore de Causas e não
possíveis culpados.
 Busca-se a identificação de diversas causas, não somente de uma.

8.1.1 Fases que antecedem a elaboração da Árvore de causas

1ª FASE: Análise da Situação

O processo tem seu início a partir da ocorrência de um acidente ou de um incidente


(CAMPOS, 2002).

A coleta das informações deve ser realizada de maneira objetiva e levando-se em


consideração os aspectos a seguir:

1. Iniciar a investigação imediatamente após a ocorrência do acidente ou


incidente, visando captar o que realmente aconteceu. Enriquece o material se
houver o depoimento da vítima e/ou das testemunhas, sem policiamento,
censura ou pressão.

2. Reconstituir o acidente no local de sua ocorrência, reunindo evidências que


possam ser usadas para construção da Árvore. Para isso é importante o
conhecimento das tarefas realizadas no ambiente que está sendo investigado,
assim como também, os tipos de equipamentos existentes no local e a 96
maneira como estão distribuídos.

3. Deve-se estar atento para reconhecer as informações imprecisas ou


deturpadas, lembrando-se de que o intervalo de tempo entre o momento do
acidente ou incidente e o início da investigação pode deixar no esquecimento
detalhes relevantes.

4. Selecionar as pessoas mais capacitadas a fornecer o máximo de informações


para a elucidação do caso. Se possível, envolver o acidentado no grupo de
análise, na medida em que ele constitui uma das peças-chave para a
construção da Árvore.

5. Registrar todas as informações obtidas, para utilizá-las sempre que


necessário. Considerar as condições materiais, a organização do trabalho e o
comportamento humano.

6. Pesquisar prioritariamente os antecedentes que não fazem parte do cotidiano.

7. Os elementos fundamentais para a investigação são:


Trabalho

Tarefa que o indivíduo


executava quando ocorreu o
acidente ou incidente.

97

Material Meio de Trabalho

As matérias-primas As condições

Os produtos Ambiente físico

As máquinas Ambiente social

Meios de produção Do posto de trabalho no


momento do acidente ou
Usados na hora do acidente incidente.
ou incidente.

Retroagir o máximo possível, a partir do momento em que se consumou a lesão, ou


seja, voltar às condições anteriores ao acidente.

LEMBRETE:
A qualidade da investigação depende da quantidade de
informações recebidas. Desse modo, todo o trabalho poderá
ficar comprometido, se não for feito um levantamento correto e
preciso.

98

2ª FASE: Detalhes da Representação Gráfica

A Árvore, enquanto um diagrama de fatores do acidente irá evidenciar as relações


entre os fatos que contribuíram para a sua ocorrência, também chamados de encadeamento
lógico. Isso quer dizer que não levará em conta somente a sequência dos acontecimentos no
tempo, também reconhecida como encadeamento cronológico.

Desse modo, é possível, através desse método, evidenciar relações entre fatos
ocorridos em momentos remotos que poderiam passar despercebidos (CAMPOS, 2002).

O ponto de partida para a construção da Árvore de Causas será o acidente ou


incidente, considerado último fato e, a partir dele irão ser definidos os antecedentes imediatos.
Visando dar conformação à Árvore, é preciso remontar sistematicamente cada uma das ações,
respondendo às seguintes perguntas:

O que ocorreu para que este fato fosse produzido?

Isso foi suficiente e necessário?

Dessa forma conclui-se que:

No levantamento de dados,

cada fato tem, pelo menos,

um antecedente.
Situações de Encadeamento

É possível reconhecer situações, durante o levantamento, que possibilitam o


estabelecimento de três tipos de nexo:

99
1ª situação:

O fato tem um único antecedente

2ª situação

O fato tem dois ou mais antecedentes.

3ª situação:

Vários fatos apresentam apenas um único antecedente.

4ª situação:

Não há relação entre os fatos: eles são independentes.

8.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas

1ª Etapa: ANÁLISE DA SITUAÇÃO

Nessa fase, reconhecidamente de investigação, é preciso levantar o maior número


possível de elementos e trabalhar com os seguintes aspectos:
Declaração do acidente

a) Pesquisa inicial

100
b) Complementação da pesquisa pelo processo de investigação.

2ª Etapa: EXPLORAÇÃO DOS FATOS GERADOS

A referida etapa ocorre a inclusão de quatro tópicos importantes:

I. Grupo de Participantes da Elaboração da Árvore de Causas

Esse grupo não poderá ser rígido, fixo. Deve ter uma composição variada, conforme o
caso a ser estipulado (CAMPOS, 2002).

Os possíveis componentes de um grupo são:

 A vítima, quando possível

 As testemunhas do acidente ou incidente

 Os responsáveis hierarquicamente superiores

 Os profissionais da CIPA

 Os membros do SESMT

II. Importância da Análise Preliminar dos Riscos

São dois os fatores a serem trabalhados nessa fase:

 O isolamento das configurações e das características dos riscos


 Os fatores potenciais de acidentes

Quando bem executada, essa tarefa reduz significativamente a ocorrência de


acidentes e incidentes ocupacionais.

Por outro lado, caso esses fatores não sejam bem trabalhados existe grande
probabilidade de ocorrem os acidentes. A árvore de Causas comprova muito bem isso. Sendo 101

assim, torna-se fundamental que as causas sinalizadas na Árvore desenvolvam ações de


controle, para que acidentes ou incidentes semelhantes não se repitam (MICHEL, 2000).

Esse método é diferenciado porque, além de proporcionar o estabelecimento do


diálogo entre as pessoas, ele permite tirar uma lição construtiva de uma situação indesejável.

III. Escolha e Definição das Medidas de Prevenção

A experiência e a sabedoria devem estar presentes na execução da tarefa de escolha


e definição de medidas de prevenção. A experiência de quem domina as técnicas conhece
cientificamente o problema e, por isso, tem condições de sugerir medidas concretas para
minimizá-lo.

Sabedoria de quem, embora não tenha conhecimento técnico mais aprofundado,


aprendeu com a experiência, podendo com muita propriedade, opinar e fazer propostas para
amenizar ou resolver a situação.

LEMBRE-SE:

A não atuação sobre os riscos implica em


futuros acidentes

IV. Garantia e Acompanhamento das Ações de Prevenção


Depois de referenciadas pelos empregados e pela direção da organização, as
medidas preventivas passam a ser recomendadas. Será responsabilidade da CIPA o
acompanhamento e implementação dessas medidas, o que é realizado em dois tempos, sendo
um de registro e outro de controle.

1º Tempo: Registro
102

Nesse momento torna-se relevante que todos os itens significativos fiquem


registrados, como por exemplo:

¥ Ordem de serviço

¥ Medida proposta

¥ Início dos trabalhos

¥ Final dos trabalhos

¥ Responsável

¥ Custo previsível.

2º Tempo: Controle

O controle deverá ser executado no período de execução do serviço e depois do


mesmo. Tudo o que for observado nas visitas de controle deve ser comentado nas reuniões da
CIPA, uma vez que os membros da comissão devem estar sempre atualizados e bem
informados (CARVALHO, 2000).

As observações podem ser registradas contendo as seguintes informações:

¥ Data

¥ Situação

¥ Observações
103

Figura: Segurança no Trabalho

Fonte: http://media.photobucket.com/image/ACIDENTE%20NO%20TRABALHO/tmaneca/g2_7.jpg
9 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS

Esse diagrama sua representação na forma de um peixe, o que facilita não só a


visualização do problema, como também a interpretação das causas que o originaram.
104
Conhecido também como:

 Diagrama de Ishikawa
 Diagrama Espinha de Peixe

Fonte: http://www.eps.ufsc.br/disserta99/silvino/figuras/Image945.gif

O referido diagrama parte do pressuposto de que o acidente não ocorre em virtude de


uma única causa, mas por um conjunto de fatores que desencadeiam todo o processo.
Além disso, ele envolve um trabalho extremamente coletivo, já que as pessoas
participam opinando sobre as prováveis causas que teriam gerado o acidente.

9.1 As Causas
105

O acidente é registrado na cabeça do peixe e as causas, uma em cada espinha.

Geralmente, quando se trata de acidentes, a investigação baseia-se em quatro


diferentes causas:

 Ambiente de trabalho
 Agentes materiais
 Características pessoais
 Organização do trabalho

O Diagrama de Causas e Efeitos faz uso de 6M´s, (mão-medidas), que é outra opção.

Cabe ao investigador encontrar a melhor opção para a investigação de cada situação,


visando sempre optar pelos fatores mais simples, para que não confundam as pessoas
(CARVALHO, 2000).

O objetivo principal do trabalho é minimizar os riscos.

No quadro a seguir apresenta-se cada “espinha” com seus respectivos tópicos


específicos.
QUATRO FATORES SEIS “M”

1 - AGENTES MATERIAIS 1 - MÃO-DE-OBRA

 Ferramentas  Treinamento
 Instalações  Motivação
 Máquinas  Habilidade 106
 Objetos
 Substâncias perigosas 2 - MÉTODOS

2 - AMBIENTE DE TRABALHO  Procedimentos


 Manuais
 Iluminação  Instruções de trabalho
 Ruído
 Radiações 3 - MÁQUINAS
 Ordenação
 Limpeza  Manutenção
 Proteções
3 - CARACTERÍSTICAS PESSOAIS  Condições inseguras

 Conhecimento 4 - MEIO AMBIENTE


 Atitudes
 Habilidades  Relações interpessoais
 Clima
4 - ORGANIZAÇÃO  Sujeira

 Formação 5 - MATERIAIS
 Sistemas de comunicação
 Métodos  Especificações
 Procedimentos  Fornecedores
 Toxicidade

6 - MEDIDAS

 Verificação
 instrumentos
9.2 Vantagens do Método

¥ Apresenta todas as variáveis que podem reproduzir um acidente

¥ Leva todos os envolvidos no processo a se comprometerem com os resultados 107


¥ Pode ser usado como ferramenta estatística para o Controle da Qualidade Total
de Produtos.

¥ É ideal para quem está fazendo ou já fez um Sistema de Gestão Ambiental

¥ Organiza as ideias geradas em uma tempestade de ideias, técnica usada para


motivar a participação de todos os envolvidos no processo.

9.3 Desvantagens do Método

¥ Exige uma estrutura organizacional favorável para ser aplicado com sucesso,
pois se trata de uma metodologia diferente da tradicional

¥ Deve ser utilizado, preferencialmente, por pessoas com vivência em PDCA,


que significa:

PLAN – Planejar

DO – fazer

CHECK – verificar

ACTION – atuar corretamente

¥ Precisa de pessoas que tenham percepção


¥ Não sinaliza se o problema é grave ou não

9.4 Elaboração do Diagrama

108

1º Passo

Efetuar o levantamento dos fatos, imediatamente após a ocorrência do acidente ou do


incidente.

2º Passo

Organizar os fatos de acordo com as “espinhas” do diagrama.

3º Passo

Traçar uma linha horizontal em um papel adequado, que pode ser cartolina, quadro
magnético ou de giz, simulando o formato de um peixe e colocando o acidente na região da
cabeça

4º Passo

Registrar nas espinhas do peixe os quatro fatores ou os seis M´s que determinaram o
acidente

5º Passo
Inserir em cada uma das espinhas a contribuição pessoal do investigador para o
esclarecimento do acidente

6º Passo
109
Finalizar o diagrama depois que todos os envolvidos tiverem concordado com a
representação gráfica ou inserido o que ainda estava faltando.

7º Passo

Fixar o diagrama em local visível para anexar as contribuições voluntárias.

8º Passo

Ao lado do diagrama, deixar etiquetas autoadesivas e canetas para que o funcionário


registre sua contribuição voluntária na espinha de peixe correspondente.

9º Passo

Após a finalização do tempo preestabelecido, realizar o levantamento das


contribuições em uma tempestade de ideias (brainstorming), o que viabilizará ao comitê
investigativo formular ações corretivas para o enfrentamento do problema.

10º Passo
Implementar uma Verificação de Follow Up com periodicidade definida, para que os
membros da CIPA possam acompanhar a implementação e a manutenção das medidas de
controle.

110
10 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO

A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e artigo 7º,
incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõe, especificamente, sobre segurança e saúde dos 111

trabalhadores.

A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à Segurança e


Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514, de 22 de dezembro de
1977.

O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978,


aprovou as Normas Regulamentadoras - NR - previstas no Capítulo V da CLT. Esta mesma
Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR seriam determinadas pela Secretaria
de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do atual Ministério do Trabalho e Emprego.

A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica através da Lei nº 5.889,


de 5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais - NRR - foram aprovadas pela
Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo essa portaria foi revogada e a
regulamentação do trabalho rural está concentrada em uma norma regulamentadora específica,
que é a NR-31.

Incorporam-se às leis brasileiras, as Convenções da OIT - Organização Internacional


do Trabalho, quando promulgadas por Decretos Presidenciais. As Convenções Internacionais
são promulgadas após submetidas e aprovadas pelo Congresso Nacional.

NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78


Atualizações D.O.U.

Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83

Portaria SSMT n.º 03, de 07 de fevereiro de 1988 10/03/88

Portaria SSST n.º 13, de 17 de setembro de 1993 21/09/93 112

Portaria SIT n.º 84, de 04 de março de 2009 12/03/09

1.1 As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho,


são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (Alteração dada
pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

1.1.1 As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras – NR aplicam-se, no


que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e
aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais. (Alteração dada pela
Portaria n.º 06, de 09/03/83)

1.2 A observância das Normas Regulamentadoras - NR não desobriga as empresas


do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos
de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas de
convenções e acordos coletivos de trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

1.3 A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de âmbito


nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades
relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador -
PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho em todo o território nacional. (Alteração dada pela Portaria n.º
13, de 17/09/93)

1.3.1 Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST


conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas
pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho.
113
(Alteração dada pela Portaria n.º 13, de 17/09/93)

1.4 A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é o órgão
regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do
trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o
Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (Alteração dada pela
Portaria n.º 13, de 17/09/93)

1.4.1 Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do


Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83)

a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e


regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e


regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente


de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de


insalubridade;

e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e


medicina do trabalho nas localidades onde não houver Médico do Trabalho ou Engenheiro de
Segurança do Trabalho registrado no MTb.
1.5 Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais, mediante
convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às
empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e
medicina do trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

1.6 Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR, considera-se:


114
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

a) empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da


atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se
ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como
empregados;

b) empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a


empregador, sob a dependência deste e mediante salário;

c) empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra,


frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o
empregador para atingir seus objetivos;

d) estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares


diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório;

e) setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no


mesmo estabelecimento;

f) canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem


operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

g) frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem


operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

h) local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.


1.6.1 Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra,
constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para
efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, solidariamente responsáveis a
empresa principal e cada uma das subordinadas. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83) 115

1.6.2 Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra de


engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será considerada
como um estabelecimento, a menos que se disponha, de forma diferente, em NR específica.
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

1.7 Cabe ao empregador: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e


medicina do trabalho;

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos
empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; (Alteração dada pela Portaria n.º
84, de 04/03/09)

Obs.: Com a alteração dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09, todos os incisos (I, II, III,
IV, V e VI) desta alínea foram revogados.

c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)

I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;

III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico


aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;

IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.


d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (Alteração dada pela
Portaria n.º 03, de 07/02/88)

e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença


relacionada ao trabalho. (Inserção dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)
116

1.8 Cabe ao empregado: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; (Alteração dada pela
Portaria n.º 84, de 04/03/09)

b) usar o EPI fornecido pelo empregador;

c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR;

d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR;

1.8.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do


disposto no item anterior. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

1.9 O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e


medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na
legislação pertinente. (Alteração dada pela Portaria n.º 06 de 09/03/83)

1.10 As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das Normas


Regulamentadoras – NR, serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho
- SSMT. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA
DO TRABALHO

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78


117
Alterações/Atualizações D.O.U.

Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83

Portaria SSMT n.º 34, de 20 de dezembro de 1983 29/12/83

Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987 16/12/87

Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990 20/09/90

Portaria DSST n.º 04, de 08 de outubro de 1991 10/10/91

Portaria SNT n.º 04, de 06 de fevereiro de 1992 10/02/92

Portaria SSST n.º 08, de 01 de junho de 1993 03/06/93

Portaria SSST n.º 01, de 12 de maio de 1995 25/05/95

Portaria SIT n.º 17, de 01 de agosto de 2007 02/08/07

Portaria SIT n.º 76, de 21 de novembro de 2008 25/11/08

Portaria SIT n.º 128, de 11 de dezembro de 2009 14/12/09

4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e


indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total
de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as
exceções previstas nesta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.2.1 Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho


118
com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal
não serão considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de
engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)

4.2.1.1 Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho


e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)

4.2.1.2 Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do


trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o
Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987)

4.2.2 As empresas que possuam mais de 50% (cinquenta por cento) de seus
empregados em estabelecimentos ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau
superior ao da atividade principal deverão dimensionar os Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, em função do maior grau de risco,
obedecido o disposto no Quadro II desta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de
outubro de 1983)

4.2.3 A empresa poderá constituir Serviço Especializado em Engenharia de Segurança


e em Medicina do Trabalho centralizado para atender a um conjunto de estabelecimentos
pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele em que se situa o
serviço e cada um dos demais não ultrapasse a 5.000 (cinco mil metros), dimensionando-o em
função do total de empregados e do risco, de acordo com o Quadro II, anexo, e o subitem 4.2.2.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.4 Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Quadro II,
desta NR, e outro(s) que não se enquadre(m), a assistência a este(s) será feita pelos serviços
especializados daquele(s), dimensionados conforme os subitens 4.2.5.1 e 4.2.5.2 e desde que
localizados no mesmo Estado, Território ou Distrito Federal. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34,
de 20 de dezembro de 1983)

119
4.2.5 Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não
se enquadrem no Quadro II, anexo, o cumprimento desta NR será feito através de Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho centralizados em cada
estado, território ou Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos no
estado, território ou Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II, anexo, aplicado o
disposto no subitem 4.2.2. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.2.5.1 Para as empresas enquadradas no grau de risco 1 o dimensionamento dos


serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá ao Quadro II, anexo, considerando-se como
número de empregados o somatório dos empregados existentes no estabelecimento que possua
o maior número e a média aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos,
devendo todos os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, assim constituídos, cumprirem tempo integral. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.2.5.2 Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4, o


dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá o Quadro II, anexo,
considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados de todos os
estabelecimentos. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.3 As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir Serviços


Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e que possuam outros
serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes serviços com os Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho constituindo um
serviço único de engenharia e medicina. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)
4.3.1 As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e medicina ficam
obrigadas a elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de Segurança e Medicina do
Trabalho, até o dia 30 de março, um programa bienal de segurança e medicina do trabalho a ser
desenvolvido. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.3.1.1 As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de cada


120
exercício poderão constituir o serviço único de que trata o subitem 4.3.1 e elaborar o programa
respectivo a ser submetido à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, no prazo de 90
(noventa) dias a contar de sua instalação. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)

4.3.1.2 As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já possuam


serviço único, poderão ser assistidas pelo referido serviço, após comunicação à DRT. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.3.2 À Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho fica reservado o direito de


controlar a execução do programa e aferir a sua eficácia. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)

4.3.3 O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os profissionais


especializados previstos no Quadro II, anexo, sendo permitido aos demais engenheiros e
médicos exercerem Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, desde que habilitados e
registrados conforme estabelece a NR-27. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)

4.3.4 O dimensionamento do serviço único de engenharia e medicina deverá obedecer


ao disposto no Quadro II desta NR, no tocante aos profissionais especializados. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.4 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho deverão ser integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem
do Trabalho, obedecido o Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de
setembro de 1990)

4.4.1 Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados
em engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão exigir dos profissionais que os
integram comprovação de que satisfazem os seguintes requisitos: (Alterado pela Portaria DSST
121
n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador de


certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho,
em nível de pós-graduação; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

b) Médico do Trabalho - médico portador de certificado de conclusão de curso de


especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado
de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação
equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da
Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação
em Medicina; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso


de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por
universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem; (Alterado pela
Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico de


enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de
enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo
Ministério da Educação; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de Registro


Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSST n.º 8, de 1o de
junho de 1983)
4.4.1.1 Em relação às Categorias mencionadas nas alíneas "a" e "c", observar-se-á o
disposto na Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de
17 de setembro de 1990)

4.4.2 Os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser empregados da empresa, salvo os casos
122
previstos nos itens 4.14 e 4.15. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)

4.5 A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em estabelecimentos


enquadrados no Quadro II, anexo, deverá estender a assistência de seus Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho aos empregados da(s)
contratada(s), sempre que o número de empregados desta(s), exercendo atividade naqueles
estabelecimentos, não alcançar os limites previstos no Quadro II, devendo, ainda, a contratada
cumprir o disposto no subitem 4.2.5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)

4.5.1 Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas não se


enquadrarem no Quadro II, anexo, mas que pelo número total de empregados de ambos, no
estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro, deverá ser constituído um
serviço especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho comum, nos
moldes do item 4.14. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.5.2 Quando a empresa contratada não se enquadrar no Quadro II, anexo, mesmo
considerando-se o total de empregados nos estabelecimentos, a contratante deve estender aos
empregados da contratada a assistência de seus Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, sejam estes centralizados ou por estabelecimento.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.5.3 A empresa que contratar outras para prestar serviços em seu estabelecimento
pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão
própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.5.3.1 O dimensionamento do SESMT organizado na forma prevista no subitem 4.5.3
deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica do
estabelecimento da contratante. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.5.3.2 No caso previsto no item 4.5.3, o número de empregados da empresa


contratada no estabelecimento da contratante, assistidos pelo SESMT comum, não integra a
123
base de cálculo para dimensionamento do SESMT da empresa contratada. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.5.3.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.5.3 deve ter seu funcionamento
avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes da empresa contratante,
do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade
previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de
1o de agosto de 2007)

4.6 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho das empresas que operem em regime sazonal deverão ser dimensionados, tomando-
se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior e obedecidos os
Quadros I e II anexos. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.7 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho deverão ser chefiados por profissional qualificado, segundo os requisitos especificados
no subitem 4.4.1 desta Norma Regulamentadora. (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de
setembro de 1990)

4.8 O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho


deverão dedicar 8 (oito) horas por dia para as atividades dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo com o estabelecido no Quadro
II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987)

4.9 O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do


trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo
integral) por dia para as atividades dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho, de acordo com o estabelecido no Quadro II, anexo, respeitada a
legislação pertinente em vigor. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.10 Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é


vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. (Alterado
124
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.11 Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da instalação e
manutenção dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.12 Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)

a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho


ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos,
de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;

b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do


risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de
Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a
intensidade ou característica do agente assim o exija;

c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações


físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea "a";

d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do


disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;

e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas


observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos
trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através
de campanhas quanto de programas de duração permanente;

g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças


ocupacionais, estimulando os em favor da prevenção;
125

h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na


empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional,
descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores
ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de
doença ocupacional ou acidentado(s);

i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças


ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos
modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo a empresa encaminhar um
mapa contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do
Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do órgão regional do MTb;

j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente
alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e
recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento
de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes
às alíneas "h" e "i" por um período não inferior a 5 (cinco) anos;

l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas,
embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto,
a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que
visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de
qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades.
4.13 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho deverão manter entrosamento permanente com a CIPA, dela valendo-se como agente
multiplicador, e deverão estudar suas observações e solicitações, propondo soluções corretivas
e preventivas, conforme o disposto no subitem 5.14.1. da NR 5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º
33, de 27 de outubro de 1983)

126
4.14 As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II, anexo a
esta NR, poderão dar assistência na área de segurança e medicina do trabalho a seus
empregados através de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho comuns, organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica
correspondente ou pelas próprias empresas interessadas. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33,
de 27 de outubro de 1983)

4.14.1 A manutenção desses Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e


em Medicina do Trabalho deverá ser feita pelas empresas usuárias, que participarão das
despesas em proporção ao número de empregados de cada uma. (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.14.2 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho previstos no item 4.14 deverão ser dimensionados em função do somatório dos
empregados das empresas participantes, obedecendo ao disposto nos Quadros I e II e no
subitem 4.2, desta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.14.3 As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo


município, ou em municípios limítrofes, cujos estabelecimentos se enquadrem no Quadro II,
podem constituir SESMT comum, organizado pelo sindicato patronal correspondente ou pelas
próprias empresas interessadas, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de
Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.3.1 O SESMT comum pode ser estendido a empresas cujos estabelecimentos


não se enquadrem no Quadro II, desde que atendidos os demais requisitos do subitem 4.14.3.
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.3.2 O dimensionamento do SESMT organizado na forma do subitem 4.14.3 deve
considerar o somatório dos trabalhadores assistidos. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o
de agosto de 2007)

4.14.3.3 No caso previsto no item 4.14.3, o número de empregados assistidos pelo


SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
127
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.3.4 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.3 deve ter seu funcionamento
avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes das empresas, do
sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade
previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de
1o de agosto de 2007)

4.14.4.As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo industrial


ou comercial podem constituir SESMT comum, organizado pelas próprias empresas
interessadas, desde que previsto nas Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho das
categorias envolvidas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.4.1 O dimensionamento do SESMT comum organizado na forma do subitem


4.14.4 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica que
empregue o maior número entre os trabalhadores assistidos. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17,
de 1o de agosto de 2007)

4.14.4.2 No caso previsto no item 4.14.4, o número de empregados assistidos pelo


SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)

4.14.4.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.4 deve ter seu funcionamento
avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes das empresas, dos
sindicatos de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade
previstas nas Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17,
de 1o de agosto de 2007)
4.15 As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho de instituição oficial ou instituição
privada de utilidade pública, cabendo às empresas o custeio das despesas, na forma prevista no
subitem 4.14.1. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.16 As empresas cujos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


128
Medicina do Trabalho não possuam médico do trabalho e/ou engenheiro de segurança do
trabalho, de acordo com o Quadro II desta NR, poderão se utilizar dos serviços destes
profissionais existentes nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho mencionados no item 4.14 e subitem 4.14.1 ou no item 4.15, para
atendimento do disposto nas Normas Regulamentadoras. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33,
de 27 de outubro de 1983)

4.16.1 O ônus decorrente dessa utilização caberá à empresa solicitante. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.17 Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho de que trata esta NR deverão ser registrados no órgão regional do MTb. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.17.1 O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão regional do MTb
e o requerimento deverá conter os seguintes dados: (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27
de outubro de 1983)

a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho;

b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do


Trabalho do MTb;

c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por


estabelecimento;

d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;


e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho.

4.18 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho, já constituídos, deverão ser redimensionados nos termos desta NR e a empresa terá
90 (noventa) dias de prazo, a partir da publicação desta Norma, para efetuar o
129
redimensionamento e o registro referido no item 4.17. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27
de outubro de 1983)

4.19 A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, como


um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional dos componentes
dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. O
impedimento do referido exercício profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio
de funções constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se
devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na NR-28.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

4.20 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,


considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que os seus
empregados estiverem exercendo suas atividades. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27
de outubro de 1983)

NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78


Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83

Portaria SSST n.º 25, de 29 de dezembro de 1994 Rep. 15/12/95

Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999 Retf. 10/05/99


Portaria SSST n.º 15, de 26 de fevereiro de 1999 01/03/99

Portaria SSST n.º 24, de 27 de maio de 1999 28/05/99


Portaria SSST n.º 25, de 27 de maio de 1999 28/05/99
Portaria SSST n.º 16, de 10 de maio de 2001 11/05/01
Portaria SIT n.º 14, de 21 de junho de 2007 26/06/07
130
(Texto dado pela Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999)

DO OBJETIVO

5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a


prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

DA CONSTITUIÇÃO

5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento


as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta
e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.

5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores


avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em
Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos.

5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos,


deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de
harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.

5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através


de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o
desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e
instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo.
DA ORGANIZAÇÃO

5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de


acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações
disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.

5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles 131

designados.

5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em


escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.

5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem


decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR,
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específicos.

5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará


um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos
de participação dos empregados, através de negociação coletiva.

5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida
uma reeleição.

5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo
de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato.

5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas
atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a
sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.
5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação
necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e
saúde no trabalho analisadas na CIPA.

5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os


representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.
132

5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no primeiro dia


útil após o término do mandato anterior.

5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu
substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a
concordância do empregador.

5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez


dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de
posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,


a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser
desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja
redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das
atividades do estabelecimento.

DAS ATRIBUIÇÕES

5.16 A CIPA terá por atribuição:

 Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a


participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de


segurança e saúde no trabalho;
 Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

 Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a


identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;
133

 Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de
trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

 Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para
avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à
segurança e saúde dos trabalhadores;

 Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor


onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

 Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas


relacionados à segurança e saúde no trabalho;

 Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de


acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

 Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das
causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas
identificados;

 Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido


na segurança e saúde dos trabalhadores;

 Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;


 Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

 Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

134
5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários
ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas
constantes do plano de trabalho.

5.18 Cabe aos empregados:

 Participar da eleição de seus representantes;

 Colaborar com a gestão da CIPA;

 Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões


para melhoria das condições de trabalho;

 Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de


acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:

 Convocar os membros para as reuniões da CIPA;

 Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando


houver, as decisões da comissão;

 Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

 Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;


 Delegar atribuições ao Vice-Presidente;

5.20 Cabe ao Vice-Presidente:

 Executar atribuições que lhe forem delegadas; 135

 Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos


temporários;

5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes


atribuições:

 Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de


seus trabalhos;

 Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos


sejam alcançados;

 Delegar atribuições aos membros da CIPA;

 Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;

 Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;

 Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;

 Constituir a comissão eleitoral.

5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:


 Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovação e
assinatura dos membros presentes;

 Preparar as correspondências; e

 Outras que lhe forem conferidas.


136

DO FUNCIONAMENTO

5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário


preestabelecido.

5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da


empresa e em local apropriado.

5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento
de cópias para todos os membros.

5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do


Trabalho - AIT.

5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

 Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas
corretivas de emergência;

 Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

 Houver solicitação expressa de uma das representações.

5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.


5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com
mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.

5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento


justificado.

5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião 137

ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os


encaminhamentos necessários.

5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando
faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por
suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o
empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as
alterações e justificar os motivos.

5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o


substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da


representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.

DO TREINAMENTO

5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e


suplentes, antes da posse.

5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo


de trinta dias, contados a partir da data da posse.

5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente


treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

 Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo;

 Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;


138
 Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos
existentes na empresa;

 Noções sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida – aids, e medidas de prevenção;

 Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no


trabalho;

 Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

 Organização da cipa e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da


comissão.

5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito
horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.

5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal,
entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas
ministrados.
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à
entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à
empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.

5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao


treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a
139
complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias,
contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

DO PROCESSO ELEITORAL

5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos
empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em
curso.

5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo


eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no


prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão
Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo
eleitoral.

5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será
constituída pela empresa.

5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:

 Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo


de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;

 Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze
dias;
 Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente
de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;

 Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

 Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da


cipa, quando houver; 140

 Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em


horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.

 Voto secreto;

 Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante


do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral;

 Faculdade de eleição por meios eletrônicos;

 Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período


mínimo de cinco anos.

5.41 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na votação,
não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação, que
ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade


descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.

5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,


confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a
anulação quando for o caso.
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco
dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.

5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do
processo eleitoral.
141

5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais


votados.

5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.

5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e


apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de
vacância de suplentes.

DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS

5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,


considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus
empregados estiverem exercendo suas atividades.

5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a


CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou
com os designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os
trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.

5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento,


deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do
trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em
matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas
contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele
estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho,
bem como sobre as medidas de proteção adequadas.

5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o


142
cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de
segurança e saúde no trabalho.

DISPOSIÇÕES FINAIS

5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria
específica.

NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

Publicação D.O.U.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78

Alterações/Atualizações D.O.U.

Portaria SSMT n.º 05, de 07 de maio de 1982 17/05/82

Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83

Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91

Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92

Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92

Portaria DNSST n.º 06, de 19 de agosto de 1992 20/08/92


Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94

Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01

Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003 28/03/04

Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004 10/12/04 143

Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006 06/12/06

Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006 22/12/06

Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009 27/08/09

Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009 13/11/09

(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001)

6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se


Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho.

6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele


composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que
possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.

6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só


poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA,
expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do
Ministério do Trabalho e Emprego.

6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado


ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,

c) para atender a situações de emergência.


144
6.4. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado o
disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de
acordo com o disposto no ANEXO I desta NR.

6.4.1. As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados no ANEXO
I, desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as propostas para reexame daqueles ora
elencados, deverão ser avaliadas por comissão tripartite a ser constituída pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após ouvida a CTPP, sendo as
conclusões submetidas àquele órgão do Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.

6.5. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas
desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco
existente em determinada atividade.

6.5.1. Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante


orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do
trabalhador.

6.6. Cabe ao empregador

6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI :

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;


c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;


145
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou


sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009)

6.7. Cabe ao empregado

6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

6.8. Cabe ao fabricante e ao importador

6.8.1. O fabricante nacional ou o importador deverá:

a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacional competente em matéria


de segurança e saúde no trabalho;

b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;


c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando vencido o prazo de
validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do
trabalho;

d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver alteração das
especificações do equipamento aprovado;
146

e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao


Certificado de Aprovação - CA;

f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;

g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no


trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;

h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua


utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;

i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,

j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando


for o caso.

6.9. Certificado de Aprovação - CA

6.9.1. Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não
tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;

b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando


for o caso;

c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação desta Norma,
quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas,
ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua
aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,
mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação
técnica de fabricação, podendo ser renovado até 2007, quando se expirarão os prazos
concedidos; e,

147
(Alterada pela Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006)

d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos após a
data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,
oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, caso em que
os EPI serão aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da
especificação técnica de fabricação.

6.9.2. O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,


quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer prazos diversos daqueles
dispostos no subitem 6.9.1.

6.9.3. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome
comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI
importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

6.9.3.1. Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3, o órgão nacional


competente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar forma alternativa de
gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador, devendo esta constar do CA.

6.10. Restauração, lavagem e higienização de EPI

6.10.1. Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão definidos pela


comissão tripartite constituída, na forma do disposto no item 6.4.1, desta NR, devendo manter as
características de proteção original.

6.11. Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / MTE


6.11.1. Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;

b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;


148
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;

d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;

e) fiscalizar a qualidade do EPI;

f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,

g) cancelar o CA.

6.11.1.1. Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em matéria de


segurança e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome do
fabricante e o número de referência, além de outros requisitos.

6.11.2. Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;

b) recolher amostras de EPI; e,

c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo


descumprimento desta NR.

6.12 e Subitens

(Revogados pela Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009)

ANEXO I

(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001)


LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA

A.1 - Capacete

a) capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio; 149

b) capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;

c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos provenientes


de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio.

A.2 - Capuz

a) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem


térmica;

b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos de


produtos químicos.

B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE

B.1 - Óculos

a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de partículas


volantes;

b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;

c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;

d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação infravermelha;

e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de produtos


químicos.
B.2 - Protetor facial

a) protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de partículas


volantes;

b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de produtos


químicos; 150

c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação infravermelha;

d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa.

B.3 - Máscara de Solda

a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra impactos de
partículas volantes;

b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação
ultravioleta;

c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação
infravermelha;

d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra


luminosidade intensa.

C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA

C.1 - Protetor auditivo

a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de


pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de


pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de
pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.

D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

D.1 - Respirador purificador de ar


151
a) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras e
névoas;

b) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras,


névoas e fumos;

c) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras,


névoas, fumos e radionuclídeos;

d) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra vapores


orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão);

e) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra gases


emanados de produtos químicos;

f) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra partículas e


gases emanados de produtos químicos;

g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias contra


poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos.

D.2 - Respirador de adução de ar

a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das vias


respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em
ambientes confinados;
b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias
respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em
ambientes confinados;

D.3 - Respirador de fuga

a) respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em 152

condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde ou com


concentração de oxigênio menor que 18 % em volume.

E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

E.1 - Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de


origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de
operações com uso de água.

E.2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando
arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. (Incluído pela Portaria
SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006)

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

F.1 - Luva

a) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes;

b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes;

c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;

d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;

e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;


f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes químicos;

g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;

h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações ionizantes.

F.2 - Creme protetor 153

a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes
químicos, de acordo com a Portaria SSST n.º 26, de 29/12/1994.

F.3 - Manga

a) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra choques


elétricos;

b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes


abrasivos e escoriantes;

c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes


cortantes e perfurantes.

d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra umidade


proveniente de operações com uso de água;

e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes


térmicos.

F.4 - Braçadeira

a) braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes cortantes.

F.5 - Dedeira

a) dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e


escoriantes.
G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

G.1 - Calçado

a) calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre


os artelhos;
154
b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;

c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;

d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e


escoriantes;

e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente
de operações com uso de água;

f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos
químicos.

G.2 - Meia

a) meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

G.3 - Perneira

a) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e


escoriantes;

b) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos;

c) perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de produtos


químicos;

d) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes cortantes e


perfurantes;
e) perneira de segurança para proteção da perna contra umidade proveniente de
operações com uso de água.

G.4 - Calça

a) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes abrasivos e


escoriantes; 155

b) calça de segurança para proteção das pernas contra respingos de produtos


químicos;

c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes térmicos;

d) calça de segurança para proteção das pernas contra umidade proveniente de


operações com uso de água.

H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO

H.1 - Macacão

a) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra chamas;

b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra agentes térmicos;

c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra respingos de produtos químicos;

d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra umidade proveniente de operações com uso de água.

H.2 - Conjunto

a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para


proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para
proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;

c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para


proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações
com uso de água;
156

d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para


proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas.

H.3 - Vestimenta de corpo inteiro

a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos de


produtos químicos;

b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra umidade


proveniente de operações com água;

c) vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o corpo contra choques


elétricos. (Incluída pela Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004)

I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

I.1 - Dispositivo trava-queda

a) dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em


operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de
segurança para proteção contra quedas.

I.2 - Cinturão

a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em


trabalhos em altura;
b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no
posicionamento em trabalhos em altura.

Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser expedida
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após observado
o disposto no subitem 6.4.1.
157

ANEXO II

(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001)

1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras, será feito mediante


a apresentação de formulário único, conforme o modelo disposto no ANEXO III, desta NR,
devidamente preenchido e acompanhado de requerimento dirigido ao órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho.

1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, deverá requerer junto ao
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a aprovação do EPI.

1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou importado


deverá ser formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e instruído com os seguintes
documentos:

a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento no ANEXO I


desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na sua fabricação, uso a que se
destina e suas restrições;

b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório credenciado pelo


órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho ou do documento que
comprove que o produto teve sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no
caso de não haver laboratório credenciado capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo de
Responsabilidade Técnica, assinado pelo fabricante ou importador, e por um técnico registrado
em Conselho Regional da Categoria;
c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do estabelecimento,
e,

d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante estrangeiro


autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar o produto no Brasil, quando se
tratar de EPI importado.
158
REFERÊNCIAS

CAMPOS, Armando (2002). CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma nova
abordagem. São Paulo: SENAC.
159
CARVALHO, Cleiton (2000). Revista CIPA, Periódico. São Paulo. www.cipanet.com.br

GONÇALVES, Edwar. (2000). Manual de segurança do trabalho. São Paulo: Letras.

MICHEL, Oswaldo. (2000). Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. São Paulo: Letras.

OLIVEIRA, João. (2003). Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida. São
Paulo Perspec. Vol.17 nº2 São Paulo Apr./June.

SALEM, Luciano; SALEM, Diná. (2001). Acidentes do trabalho. Campinas: Millennium.


PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

2
SUMÁRIO

MÓDULO I
1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA
1.1 ACONTECIMENTOS RELEVANTES SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO
NO BRASIL
1.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS
1.2.1 O Pioneirismo Inglês
1.2.2 Avanços da Tecnologia
1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia
1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas
1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial
1.2.6 O Ludismo e o Cartismo
2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES
2.1 O AMBIENTE
2.1.1 Pesquisa na Área
2.2 AS DOENÇAS
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE
TRAJETO
3.1 DIFERENÇA ENTRE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DOENÇAS DO
TRABALHO
3.1.1 Doenças profissionais ou tecnopatias
3.1.2 Doenças do trabalho ou mesopatias

MÓDULO II
4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
4.1 AÇÕES PRÓ-ATIVAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
5 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO
5.1 TREINAMENTO
5.2 MOTIVAÇÃO

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3
5.3 CONTROLE
6 ENTENDENDO AS SIGLAS: SESMT – PPRA – PCMSO
6.1 SESMT
6.1.1 Composição do SESMT
6.1.2 Dimensionamento do SESMT
6.1.3 Relações do SESMT
6.2 PPRA
6.3 PCMSO

MÓDULO III
7 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA
7.1 VERIFICAÇÕES INTERNAS
7.2 VERIFICAÇÕES OFICIAIS
7.3 VERIFICAÇÕES ESPECIAIS
7.4 MODELOS DE VERIFICAÇÃO
7.4.1 Modelo Inicial
7.4.2 Modelo Integrado
8 OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO
9 MAPEAMENTO DE RISCOS
9.1 A ELABORAÇÃO DO MAPEAMENTO DE RISCOS

MÓDULO IV
10 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO
10.1 ACIDENTES DE TRABALHO
11 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
11.1 MÉTODO DA ÁRVORE DE CAUSAS
11.1.1 Fases que Antecedem a Elaboração da Árvore de Causas
11.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas
12 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS
12.1 AS CAUSAS
12.2 VANTAGENS DO MÉTODO

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4
12.3 DESVANTAGENS DO MÉTODO
12.4 ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA
13 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5
MÓDULO I

1 HISTÓRICO, CONCEITOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA

Historicamente a segurança do trabalho no Brasil tem efetivado seu


desenvolvimento atrelado em dois aspectos fundamentais:
 Por meio dos diplomas legais que servem de base para sua
efetivação.
 Seguindo as transformações do cenário econômico vivenciado pelo
país.

FIGURA 1 – SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


< http://www.mundosindical.com.br/sindicalismo/noticias/noticia.asp?id=10513> Acesso em:
05 jun. 2013.

Pesquisadores e estudiosos no assunto alegam que esses dois aspectos


citados proporcionaram o desenvolvimento de um ambiente reativo, ou melhor,
proativo na área. Com isso, pontua-se que se proporcionou uma grande

AN02FREV001/REV 4.0

6
vulnerabilidade e carência de estratégias capazes de vislumbrarem o seu futuro
(SALEM & SALEM, 2001).
Pode-se dizer que o cenário brasileiro no qual nasce à legislação atual era
uma demonstração de construção de obras espetaculares que se configuravam
como dependentes de recursos financeiros internacionais.
O Brasil encontrava-se diante de relevantes mudanças na Consolidação das
Leis Trabalhistas. E, é possível descrever o cenário brasileiro da época como sendo
o seguinte:
Na década de 70 a população do país viveu o chamado “Milagre Brasileiro”,
diante de um regime altamente autoritário, com recursos sendo disponíveis por meio
do exterior, embasado pela grande necessidade de investimento financeiro para o
país.
Ocorreu uma consistente pressão dos organismos de mercados financeiros
internacionais para que o Brasil adotasse algumas ações. Dentro dessas ações,
amplo destaque é direcionado para a aprovação da legislação específica
direcionada à segurança e à medicina do trabalho.
Inicialmente essa legislação foi elaborada configurando-se como uma cópia
fiel da legislação de segurança do trabalho dos países norte-americanos. Com isso,
ocorreu uma formação totalmente inadequada dos responsáveis, profissionalmente,
ou seja:
o Engenheiros de segurança do trabalho;
o Médicos do trabalho;
o Demais profissionais da área.
A implementação dessas ações focalizava para um conjunto especial de
resultados a serem alcançados, destacando-se a liberação de financiamentos
internacionais que viabilizassem obras, por exemplo:
 Hidrelétrica de Itaipu;
 Transamazônica;
 Ponte Rio-Niterói.
Muitos especialistas denominam a origem da segurança do trabalho no
Brasil como sendo uma reação contra a realidade econômica vivenciada na época,
mais especificamente, entre os períodos de 1964 a 1985. A realidade em questão é

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7
reconhecida por não privilegiar o social, gerando grande aumento das necessidades
básicas populacionais e da pobreza (CARVALHO, 2000).
Foi no ano de 1977, mais especificamente no dia 22 de dezembro do
referido ano, que surgiu a Lei nº 6514, que por meio da Portaria n 3214 de junho de
1978 apresentou as Normas Regulamentadoras ao cenário legislativo brasileiro.
Atualmente essas mesmas normas continuam vigentes, porém foram
implementadas algumas alterações essenciais para a readaptação ao novo contexto
econômico, cultural e social do país.

FIGURA 2: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


1.1 Acontecimentos relevantes sobre a Segurança do Trabalho no Brasil
<http://4.bp.blogspot.com/_FWc1tpchMs8/SLc0sQjtchI/AAAAAAAADmg/9B_NcLng2f4/s400/m
osaico.jpg>. Acesso em: 05 jun.2013.

1.1 ACONTECIMENTOS RELEVANTES SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO


NO BRASIL

É unânime o entendimento de que o desenvolvimento e regulamentação da


CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes foi à primeira manifestação

AN02FREV001/REV 4.0

8
conjunta. Isso tanto pelas autoridades governamentais como pelos empresários
dedicados à prática da segurança do trabalho.
Desse modo, reconhece-se a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
como sendo a grande desencadeadora do período institucional de busca pela
Prevenção de Acidentes.
Porém, nesse contexto a Consolidação das Leis Trabalhistas não
contemplava, em sua versão original, nenhum dispositivo direcionado ao Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho nas
Organizações.
O referido serviço foi implantado por meio do Decreto-Lei n. 229 datado de
28 de fevereiro de 1967.
O Ministério do Trabalho dispôs sobre o desenvolvimento e implementação
do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho nas
Organizações por meio da criação da Portaria n 3237, datada de 27 de julho de
1972.
Seguindo a evolução histórica, em 31 de dezembro de 1975 a Portaria n.
3237 foi substituída pela Portaria n. 3460, que permaneceu vigente até 08 de junho
de 1978, período no qual entrou em vigor a atual legislação sobre o assunto.
As Normas Regulamentares (NR´s) tiveram seu surgimento por meio da Lei
n. 6514, datada de 22 de Dezembro de 1977, por meio da portaria n 3214, que
proporcionou a modificação do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis
Trabalhistas, ocorrida em 08 de junho de 1978.
Dentre as Normas Regulamentadoras (NR´s) é possível destacar a NR-4
(Norma Regulamentadora -4):
NR-4 – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho, que teve seu conteúdo disponibilizado pela Portaria n 33 de 27 de outubro
de 1983, da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho (SSMT) – Ministério
do Trabalho.

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9
FIGURA 3 - SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.toodariovellozo.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/27/2790/48/arquivos/Image/s
eg.jpg>. Acesso em: 05 jun. 2013.

1.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Ao iniciar o século XVIII, na Inglaterra, iniciou-se a Revolução Industrial,


desenvolvendo a mecanização das formas de produção. A evolução pontuou uma
diferença significativa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
 Idade Média: a maneira de produção mais utilizada e conhecida era o
Artesanato.
 Idade Moderna: gerou sistema mecânico da produção.
Como se deu esse desenvolvimento?
Duas fortes vertentes contribuíram para a Revolução Industrial: a burguesia
e sociedade.
Burguesia:
Na época, a classe social burguesa encontrava-se sedenta por lucros mais
elevados, custos menores, ao lado de uma grande aceleração na produção. Isso a

AN02FREV001/REV 4.0

10
impulsionou a buscar novas alternativas que viabilizassem a produção de
mercadorias.
Sociedade:
A sociedade contribuiu com a Revolução Industrial em virtude da explosão
de crescimento populacional da época, que gerou um contingente enorme de mão
de obra barata e necessitada de emprego. Ao mesmo tempo, com a ampliação do
número de pessoas, ampliou-se também a demanda por produtos e mercadorias,
exigindo o aumento da produção.

FIGURA 4 - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em:


<http://www.anossaescola.com/cr/AdvHTML_Upload/mostra_imagem_anonima.jpg>. Acesso em:
05 jun. 2013.

1.2.1 O Pioneirismo Inglês

O Processo de Revolução Industrial iniciou na Inglaterra, transformando-a no


país pioneiro nos grandes aperfeiçoamentos da produção. Esse pioneirismo inglês
tem suas explicações baseadas em diversos motivos:

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11
Em primeiro lugar, a Inglaterra possuía em seu subsolo, na época,
quantidades significativas de carvão mineral. Esse material era considerado a
principal fonte de energia daquele período, pois era utilizado na movimentação das
máquinas e também nas locomotivas a vapor.
Outro fator que muito contribuiu com o surgimento da Revolução Industrial
primeiramente na Inglaterra foi à existência de grandes reservas de minério de ferro
no solo inglês, que era considerado na época, a principal matéria-prima para
produção.
Em relação à sociedade, ressalta-se o grande aumento populacional, que
desencadeou uma significativa quantidade de mão de obra barata que se
encontrava disponível, em busca de trabalho, no século XVIII. Se junta a
necessidade de emprego, a ampliação do mercado consumidor que desencadeou a
necessidade de maior número de mercadorias produzidas, em tempo menor
(OLIVEIRA, 2003).
Esses aspectos foram fundamentais para o surgimento e desenvolvimento
da Revolução Industrial na Inglaterra.

FIGURA 5 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em: < http://www.atrativoweb.com/revolucao-industrial-transformacao-do-mundo/>


Acesso em: 05 jun. 2013.

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12
1.2.2 Avanços da Tecnologia

Considera-se que o século XVIII tenha sido um marco no desenvolvimento


global em função do amplo salto tecnológico que desencadeou tanto nas máquinas
como também nos transportes.
É sabido que a grande necessidade de aumento da produção, baseada em
uma estrutura completa que disponibilizava todos os meios necessários para isso,
ocorreu à grande revolução do modo de produzir. Principalmente em relação à
máquina a vapor, os grandes teares que vieram a substituir muito consideravelmente
a ação do homem, porém a mão de obra em abundância não pôde ser aproveitada
sem o conhecimento das máquinas, gerando-se uma gama enorme de pessoas
desempregadas.
Mas ao mesmo tempo, também se conseguiu baixar significativamente o
preço das mercadorias, já que a produção em massa aumentou a quantidade de
produtos disponíveis no mercado. Possibilitando que mais pessoas tivessem acesso
à rotina de comercialização, acelerando e dando continuidade ao processo de
produção.
Em relação aos transportes, destaca-se o surgimento da locomotiva a vapor,
que também é conhecida nos dias de hoje, como Maria Fumaça; e os trens a vapor.

1.2.3 Locomotiva: os transportes avançando com a tecnologia

Com o surgimento da locomotiva a vapor, juntamente com os trens a vapor


ampliou-se a possibilidade de transportar um número maior, tanto de pessoas como
também, de mercadorias. E, essa dinâmica passou a ser realizada dentro de um
período mais curto de tempo, com dispêndio consideravelmente reduzido de custos.

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13
FIGURA 6 - LOCOMOTIVA

FONTE: Disponível em: <http://guaranesiamemorias.files.wordpress.com/2008/06/trem1.gif>. Acesso


em: 05 jun. 2013.

1.2.4 A Revolução Industrial e as Fábricas

É reconhecido nos dias de hoje que, no início da Revolução Industrial o


ambiente de trabalho dentro das fábricas era bastante precário. Delineia-se um
cenário com pouca iluminação, pouca ventilação, o que o deixava muito abafado e
rodeado de muita sujeira.
Em virtude da abundância de mão de obra, os salários oferecidos aos
trabalhadores eram extremamente baixos. Ressaltando-se que durante essa fase,
contrariando as leis atuais, as mulheres e crianças também faziam parte do grupo de
funcionários trabalhando nas condições precárias acima descritas.
A jornada de trabalho poderia chegar a dezoito horas diárias, desenvolvidas
com frequentes castigos físicos e outras formas punitivas pelos patrões. Os direitos
trabalhistas eram inexistentes, sendo assim alguns dos benefícios gozados hoje
pelos trabalhadores eram desconhecidos dos funcionários da época, como por
exemplo:
¥ Férias;

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14
¥ 13 salário;
¥ Auxílio doença;
¥ Auxílio maternidade;
¥ Descanso semanal remunerado;
¥ Seguro-desemprego.

1.2.5 Os trabalhadores na Revolução Industrial

Diante da precariedade dos ambientes de trabalho e da enorme falta de


condições humanas, sociais e de saúde no mesmo, vários grupos de trabalhadores
das muitas regiões da Europa começaram a se organizar visando a luta por
melhores condições de trabalho.
Os funcionários das fábricas uniram-se formando as TRADE UNIONS,
reconhecidas como uma espécie de sindicato, tendo por intuito a melhoria das
condições trabalhistas de todos os empregados. Nesse contexto, ocorreram vários
eventos com violência profunda, como por exemplo, o ludismo.

FIGURA 7 - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em: < http://revistea.com/historia/todo-sobre-la-


revolucion-industrial/ >. Acesso em: 05 jun. 2013.

AN02FREV001/REV 4.0

15
1.2.6 O Ludismo e o Cartismo

Os ludistas eram também chamados de “Quebradores de Máquinas”, pois se


caracterizavam pela invasão das fábricas, destruindo os equipamentos existentes
como uma forma de protesto contra a situação dos empregados no ambiente de
trabalho.
Já o Cartismo, se pronunciava de maneira mais tênue, tendo seu
direcionamento focado na política, por meio da qual conseguiu conquistar diversos
direitos políticos para o grupo de trabalhadores.
Dessa forma, percebe-se que a grande importância da Revolução Industrial
foi tornar os métodos de produção consideravelmente mais eficientes que os
conhecidos na época. As mercadorias tiveram seu valor reduzido em virtude de
serem produzidas mais rapidamente, o que estimulou muito o consumo (MICHEL,
2000).
O número de desempregados aumentou significativamente, em decorrência
da inserção das máquinas no ambiente de trabalho que substituía até quatro
trabalhadores por cada uma das máquinas.
Aumentou também a poluição ambiental e sonora, assim como também o
êxodo rural, que gerou o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos.
Em meio a esse contexto, até hoje a busca pelo oferecimento de um número
maior de vagas de emprego é uma das maiores preocupações dos governantes, já
que o desemprego encontra-se entre os maiores problemas dos países em
desenvolvimento.
A troca dos empregados menos qualificados por robôs é constante nos dias
atuais e as empresas buscam profissionais qualificados que tenham criatividade e
múltiplas capacidades. O desemprego vem sendo uma preocupação grande também
dos países desenvolvidos.

AN02FREV001/REV 4.0

16
2 HISTÓRICO DOS AMBIENTES DE TRABALHO, DOENÇAS E ACIDENTES

Historicamente a Segurança do Trabalho era conhecida como uma atividade


vinculada somente com a importância e obrigatoriedade dos equipamentos de
proteção individual contra acidentes, entre eles destacam-se:
 Capacetes;
 Botas;
 Cinto de segurança;
 Protetor auricular.

FIGURA 8 - SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.ksdesktop.com.br/imagens//eqp%20de%20seg%20no%20t
rab.jpg>. Acesso em: 05 jun. 2013.

AN02FREV001/REV 4.0

17
Porém, a grande evolução tecnológica trouxe o desenvolvimento de novos
ambientes de trabalho, paralelamente, gerou também maiores riscos profissionais
associados.
Na verdade, a grande maioria dos riscos não é conhecida pela população,
exigindo ainda muitas pesquisas que apresentam seus resultados somente após
uma longa exposição dos funcionários aos ambientes nocivos. Os resultados são
direcionados à saúde e a integridade física, ameaçadoramente comprometida.
No contexto mercadológico atual, percebe-se o novo setor de segurança do
trabalho, que se configura de forma interdisciplinar e o objetivo principal é a
prevenção dos riscos profissionais.
Hoje é possível visualizar um grande número de pessoas que já
compreendem as doenças profissionais como consequências de acidentes de
trabalho.
Na dinâmica relacional existente entre o ser humano e as máquinas
configuram-se também muitos benefícios em prol de toda a sociedade, porém, ao
mesmo tempo, desencadeou um enorme montante de vítimas, que se tornaram
portadoras de doenças incapacitantes ou que tiveram sua integridade física afetada
(MICHEL, 2000).
A evolução trouxe uma nova geração de máquinas para serem usadas pelo
homem e nesse contexto, os computadores pessoais destacam-se pela sua
presença constante nas rotinas do sujeito, tendo em vista que jamais na história se
teve uma máquina tão presente (tão próxima) da vida profissional de tantos
trabalhadores. Percebe-se que a relação homem-máquina está ainda mais próxima.

2.1 O AMBIENTE

Antes de aprofundar o estudo do conteúdo, faz-se necessário compreender


o que se determina como saúde nos dias atuais.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS):

AN02FREV001/REV 4.0

18
SAÚDE
Não significa apenas ausência de
doença ou dor, mas também, um
ótimo estado de bem-estar físico,
mental e social.

A interação do homem com o meio ambiente em que vive é a base para o


desenvolvimento da saúde. Dessa forma, o ambiente do trabalho, reconhecidamente
relevante por ser o local onde o sujeito passa a maior parte de seu dia, merece a
atenção de todos visando contemplar o conceito abrangente de saúde.
A saúde no ambiente de trabalho dependerá, principalmente, da salubridade
do mesmo.
Como já foi pontuado anteriormente, o avanço tecnológico acelerado atingiu
praticamente todas as atividades laborais humanas. Com isso, trouxe várias
vantagens socioeconômicas, mas, em contrapartida, desenvolveram vários
subprodutos inadequados para a saúde, inclusive efeitos nocivos à qualidade de
vida, à segurança individual e coletiva.
É possível descrever como exemplo desses subprodutos da tecnologia,
nocivos à qualidade de vida, o ruído amplificado e a utilização cada vez mais
descontrolada de compostos químicos (GONÇALVES, 2000).
Pesquisas e estudos estão dedicando máxima atenção aos efeitos das
exposições diretas ou indiretas, no ambiente de trabalho, a:
 Agentes físicos;
 Agentes químicos;
 Agentes biológicos;
 Agentes sociais;
 Agentes organizacionais.
Faz-se necessário destacar dentre todas as atividades nocivas, a potencial
interação entre produtos químicos e os ruídos elevados. Essa relação pode
ocasionar perdas auditivas nos trabalhadores que estão expostos durante o período

AN02FREV001/REV 4.0

19
de suas atividades laborais. E dentre todas as doenças relacionadas ao trabalho, a
perda auditiva encontra-se em lugar de destaque.
Durante muito tempo a perda auditiva foi justificada exclusivamente em
função da exposição ocupacional ao ruído. Porém, ressalta-se que a referida perda
é muito semelhante à perda auditiva por ototoxicidade.
Sendo assim, considera-se que ambas as perdas sejam neurossensoriais,
irreversíveis, apresentam lesões cocleares, acometem inicialmente altas frequências
e geralmente são bilaterais.
A grande semelhança entre as duas perdas pode ter sido o principal motivo
para que se tenha postergado os estudos direcionados para os efeitos nocivos da
exposição laboral a produtos químicos.

É possível destacar, entre os produtos químicos:


 Solventes = álcool, estireno, xileno, dissulfeto de carbono, hexano,
tricloroetileno, tolueno e misturas.
 Metais = cobalto, chumbo, manganês e arsênico.
 Asfixiantes = nitrato de butila, cianeto e monóxido de carbono.
Para o melhor entendimento dos tipos de produtos químicos exemplificados,
sabe-se que o solvente é o mais utilizado pela indústria, mais especificamente, o
tolueno, que está presente em colas, vernizes, latas, óleos e outros. Para se
alcançar a real avaliação dos níveis de tolueno no ambiente ocupacional, é preciso
realizar o monitoramento biológico por meio do ácido hipúrico, considerado
bioindicador urinário para o tolueno.
É essencial a realização periódica do monitoramento ambiental e biológico
como forma de viabilizar avaliações periódicas do potencial de contaminação do
ambiente de trabalho. Isso visando que o profissional de segurança do trabalho
tenha condições de desenvolver medidas que sejam efetivas para proteger a saúde
do trabalhador.
Destaca-se que para que seja possível a realização do monitoramento faz-
se extremamente necessário haver o prévio conhecimento das diversas condições
relacionadas tanto aos trabalhadores como ao ambiente. Por exemplo:
o Movimentação dos funcionários;
o Condições de ventilação;

AN02FREV001/REV 4.0

20
o Atividades ou funções desempenhadas;
o Avaliação dos equipamentos em relação ao impacto com o meio.

FIGURA 9 - SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://50minutos.files.wordpress.com/2008/12/epi.jpg>. Acesso em: 05 jun.


2013.

IMPORTANTE!!
O uso de protetores auriculares deve ser temporário,
nunca definitivo. E sua utilização deve ser efetivada
quando todas as demais formas de controle
estiverem esgotadas. A orientação sempre deve se
dar no sentido de aderir para uma solução de
proteção coletiva, pois seus resultados direcionam-se
para a qualidade de vida do grupo todo de
trabalhadores.

AN02FREV001/REV 4.0

21
2.1.1 Pesquisa na Área

Realizou-se um estudo sobre dano auditivo em


trabalhadores expostos a ruído e solvente em uma fábrica de
calçados. Esse trabalho foi realizado pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul conjuntamente com outras Instituições. Foram
efetuadas análise dos níveis de ruído e solventes aos quais os
trabalhadores estavam expostos durante a jornada de trabalho de
8 horas diárias/cinco dias semana, e seus efeitos sobre a audição
dos trabalhadores. Nesse trabalho observou-se que, mesmo os
operários não estando expostos a níveis de ruído superiores ao
limitado pela Norma Regulamentadora do país, 85 dBA/8h (NR-15
MT/BR) e que a exposição ao tolueno seja menor do que a
estabelecida por esta norma (78 ppm), um elevado número de
trabalhadores apresentaram acentuada perda auditiva no grupo de
trabalhadores expostos ao solvente e ruído, o que sugere que a
exposição a esses agentes, mesmo dentro dos limites
estabelecidos, pode aumentar a ocorrência de perdas auditivas.
Esse dado é preocupante tendo em vista que os trabalhadores
permanecem em jornada de 8 horas de trabalho expostos a esses
agentes, muitas vezes, sem a proteção adequada.

Considera-se extremamente importante o investimento em pesquisas e


estudos que visem analisar a interação de agentes tóxicos, ruídos ou outros agentes
causadores de doenças porque eles podem servir de ferramenta para amplos
debates e discussões das normas vigentes. Isso porque os limites estabelecidos
pelos órgãos nacionais e internacionais ao considerarem as condições seguras para

AN02FREV001/REV 4.0

22
a realização do trabalho desconsideram os efeitos interativos da exposição a mais
de um agente tóxico (GONÇALVES, 2000).

2.2 AS DOENÇAS

FIGURA 10 – FALTA DE PROTEÇÃO

FONTE: Disponível em:


<http://galeria.colorir.com/images/painted/088d6572486342d161b33f8a8ea28c7b.png>. Acesso em
05 jun. 2013.

Somente na atualidade houve o despertar do interesse em estudos mais


aprofundados sobre a influência do sistema de trabalho no desenvolvimento de
doenças. Essa realidade se faz presente mesmo com a constatação de que são
antigos os efeitos nocivos da exposição humana a substâncias químicas presentes
no local de trabalho.
É de suma importância a criação de protocolos que possam identificar
condições de trabalho que tendem a desenvolver doenças, pois ainda existem

AN02FREV001/REV 4.0

23
muitos médicos que não reconhecem certas patologias como estando ligadas à
ocupação laboral.
Destaca-se que se torna impossível determinar um fator único que seja
gerador das doenças do trabalho, sendo assim, ainda que se esteja diante de um
evento agudo, é difícil estabelecer associações diretas com as doenças vinculadas
às atividades laborais.
O ser humano passa a maior parte do tempo exercendo atividades laborais.
E, os efeitos do trabalho atingem o organismo de forma cumulativa, podendo, assim,
desencadear doenças crônicas, dificultando muito o estabelecimento de qualquer
relação entre a patologia e o trabalho.
É possível descrever alguns aspectos de saúde que podem ser afetados
pelo trabalho. Por exemplo, o sistema endócrino, que é um elo entre a carga
genética do sujeito e o ambiente, pode ser gravemente afetado pelas condições
laborais às quais ele estará exposto.
As taxas elevadas de colesterol já são reconhecidas como consequência da
capacidade decisória, exaustão física e do ruído excessivo. Também a obesidade
vincula-se a esse grupo de doenças, pois se associa ao alto índice de estresse,
sendo mais comum nas profissões de baixo status social. Em relação à obesidade,
entende-se que pode ser resultado também da busca por refeições saborosas que
gerem compensação pelos conflitos vivenciados no ambiente de trabalho.
Há uma forte vinculação dos distúrbios do sono e distúrbios alimentares com
a jornada noturna de trabalho. E, o ambiente que preconiza o contato do trabalhador
(de alguma forma) com a irradiação pode desencadear tumores que ficam em
período de latência por vários anos no organismo, dificultando ainda mais a
associação com o trabalho.
A redução da densidade óssea, problema muito comum capaz de
desencadear dores crônicas, associa-se com profissões que determinam a posição
sentada por muito tempo. E, a redução significativa da produção de
espermatozoides, comprovadamente pode estar vinculada ao ambiente que oferece
calor excessivo, exposição a agrotóxicos, metais ou outros agentes químicos.
Diante da vasta associação entre o ambiente de trabalho e doenças
desencadeadas pelo mesmo, torna-se fundamental a revisão das relações
profissionais. Isso quer dizer retomar a conduta exigida pelo empregador e a

AN02FREV001/REV 4.0

24
vulnerabilidade do empregado. Nesse sentido, preconiza-se que não são os
trabalhadores que devem ser forçadamente adaptados às rotinas de trabalho, ou às
necessidades da empresa e sim o contrário. Considera-se que a organização é
quem deve oferecer um sistema de trabalho que seja compatível com as
possibilidades do indivíduo.

FIGURA 11 - SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://4.bp.blogspot.com/_T6h8bTzR518/SNG0ueFDFgI/AAAAAAAAAEs/itN-
X9xLxfA/s320/trabnoturno.JPG>. Acesso em 05 jun. 2013.

Em se tratando particularmente do trabalho noturno, por exemplo, não se


pode tolerar que o ritmo exigido pelo funcionário seja o mesmo apresentado pelo
trabalhador que efetua suas atividades diurnamente. Isso porque o ser humano é
naturalmente uma espécie diurna e somente o fato de estar desenvolvendo alguma
atividade noturna já representa certa quantidade de sobrecarga.

AN02FREV001/REV 4.0

25
Desse modo, percebe-se a grande importância do acompanhamento médico
a ser realizado de forma sistemática para qualquer trabalhador, sem riscos de
exclusão.

ATENÇÃO!!!
É necessário estar atento durante as avaliações de saúde do trabalhador,
pois se ao avaliar um grupo de funcionários não for detectada nenhuma alteração da
saúde, encontrando-se somente pessoas bem condicionadas no ambiente laboral,
torna-se imprescindível uma observação mais cautelosa para verificar se isso não
está ocorrendo porque os trabalhadores que apresentavam alterações de saúde,
doenças laborais, foram dispensados.

3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS: ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE


TRAJETO

A empresa empregadora não pode ser responsabilizada civilmente, porém, a


lei é garantidora do emprego ao colaborador que se acidentar no percurso do
trabalho, por se equiparar esse acontecimento ao acidente de trabalho
(GONÇALVES, 2000).
A compreensão unânime é da 5ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho
da 15ª Região (Campinas/SP).

AN02FREV001/REV 4.0

26
CASE
Uma trabalhadora da Indústria de Subprodutos de Origem Animal Lopesco
foi demitida após sofrer acidente durante o caminho do trabalho até sua casa.
Ela entrou com reclamação trabalhista alegando que teve ferimentos no
tornozelo e no pé que a incapacitaram para o trabalho de julho a outubro de 2003,
mas a empresa não forneceu documentação para que fosse requerido o auxílio-
doença junto ao INSS. Para a trabalhadora, mesmo que ela tenha sido a causadora
do acidente, isso não excluiu sua garantia de emprego. A Vara de Trabalho de Tatuí
não aceitou recurso da trabalhadora, que recorreu ao TRT.
Segundo o relator, juiz Lorival Ferreira dos Santos, ficou comprovado que o
acidente ocorreu durante o trajeto percorrido pela funcionária entre seu trabalho até
a residência. Para o juiz, a Lei 8.213/91 prevê que se equipara ao acidente do
trabalho o acidente sofrido pelo segurado no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive
veículo de propriedade do segurado. "Portanto, segundo a legislação previdenciária,
o acidente de percurso é equiparável ao acidente do trabalho", fundamentou Ferreira
dos Santos.
Segundo o relator, a emissão da documentação para que o trabalhador
solicite o auxílio-doença por acidente no INSS em casos de acidente do trabalho é
muitas vezes evitado pelo empregador para impedir a garantia legal de emprego.
"Demonstrada à negligência do empregador pela falta de percepção de
auxílio previdenciário na modalidade acidentária, é certo o direito da trabalhadora à
garantia do emprego prevista no artigo 118 da Lei 8.213/91", disse Ferreira dos
Santos. Mesmo que a funcionária tenha dado causa ao acidente, esse fato exclui
qualquer responsabilidade civil do empregador, mas não a garantia de emprego
prevista na lei.
"Ante a impossibilidade de reintegração no emprego pelo vencimento do
prazo estabilitário, condeno a empresa ao pagamento de indenização
correspondente aos salários e vantagens relativos ao período de 12 meses a contar
da cessação do auxílio previdenciário, acrescidos do FGTS, férias e 13 salário desse
período", conclui o julgador, que estipulou o valor da condenação em R$ 12 mil.

AN02FREV001/REV 4.0

27
FONTE: Disponível. em: <www.conjur.com.br/.../acidente_trajeto_trabalho_acidente_trabalho>.
Acesso em 30 abr. 2010.

3.1 DIFERENÇA ENTRE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DOENÇAS DO


TRABALHO

Compreende-se a doença ocupacional como a denominação de diversas


doenças que são causadoras de alterações na saúde da pessoa trabalhadora
provocadas por determinantes relacionados com o ambiente de trabalho.
As doenças ocupacionais podem ser divididas em:

 Doenças profissionas ou
tecnopatias.

 Doenças do trabalho ou
mesopatias.

3.1.1 Doenças Profissionais ou Tecnopatias

É o grupo de doenças que se caracteriza por serem sempre causadas pela


atividade ocupacional.

AN02FREV001/REV 4.0

28
3.1.2 Doenças do Trabalho ou Mesopatias

São doenças que podem ou não serem desencadeadas em função da


atividade laboral.
Considera-se que as doenças mais comuns são as do sistema respiratório e
cutâneo.
Como cuidados principais, preconiza-se a prevenção, já que se compreende
que as doenças ocupacionais são, na grande maioria dos casos, de difícil
tratamento.

EXEMPLOS:
 Silicose;
 Câncer de pele (ocupacional);
 Dermatite de contato;
 Asbestose.

Ressalta-se que, de regra, a doença ocupacional é adquirida no momento


em que um colaborador é exposto aos agentes químicos, físicos, radiotivos ou
biológicos, a índices acima do limite permitido por lei, sem proteção compatível com
o risco envolvido.
Quando se enfatiza a prevenção, destaca-se que ela deve ser efetuada na
forma de:

 Equipamento de proteção coletiva


(EPC).
 Equipamento de proteção individual
(EPI).

Medidas administrativas também podem ser capazes de reduzir alguns


riscos.

AN02FREV001/REV 4.0

29
IMPORTANTE!!!

No Brasil:
A doença ocupacional é equiparada ao acidente de
trabalho, gerando os mesmos direitos e benefícios.
FIM DO MÓDULO I

FIM DO MÓDULO I

AN02FREV001/REV 4.0

30
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

32
CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

33
MÓDULO II

4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

4.1 AÇÕES PROATIVAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A CIPA deve realizar ações em termos de prevenção de acidentes. Essas


ações são descritas como:
 Identificar os riscos do processo de trabalho e construir o mapa de
riscos, com a participação de grande parte dos trabalhadores.
 Elaborar plano de trabalho que viabilize o estabelecimento das
medidas e ações preventivas necessárias.
 Realizar, periodicamente, as verificações nos ambientes de trabalho,
bem como das suas condições de uso.
 Participar de forma colaborativa do desenvolvimento e implementação
do:
1. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
2. Programa de Prevenção de Riscos de Acidentes (PPRA).
 Propor treinamento adequado a cada trabalhador, visando seu
conhecimento sobre os riscos e perigos existentes em suas atividades ocupacionais.
 Sugerir reciclagem periódica desse conhecimento.
 Participar ativamente de campanhas direcionadas à saúde, mesmo que
focadas em outros aspectos, tais como HIV, vacinação, outros.
 Comunicar a todos os trabalhadores sobre os riscos ambientes a que
estão espostos, frisando que eles podem afetar a segurança e a saúde.

A figura a seguir demonstra o esquema das ações proativas:

AN02FREV001/REV 4.0

34
Modificações no Equilíbrio físico,
TRABALHO meio ambiente mental e social

MECÂNICAS
FÍSICAS
QUÍMICAS
BIOLÓGICAS
PSICOLÓGICAS
SOCIAIS
MORAIS

PREVENÇÃO
EFEITOS

MINIMIZAR

FAVORECER

NEGATIVOS
POSITIVOS

AN02FREV001/REV 4.0

35
5 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO

Entende-se que os acidentes de trabalho, ou mesmo as situações


consideradas de risco são os pontos vulneráveis de uma organização. E esses
pontos vulneráveis tendem a desenvolver perdas e danos bastante amplos
(OLIVEIRA, 2003).
Na tentativa de equacionar os problemas e minimizar suas consequências, a
empresa terá que manter um programa de prevenção, tendo por base três aspectos
fundamentais:
 Treinamento;
 Motivação;
 Controle.

5.1 TREINAMENTO

O treinamento deve ser desenvolvido focalizando-se em questões


importantes para o funcionário, sua atividade e segurança, como por exemplo:
 Conhecimento por meio de práticas seguras = no momento do
aprendizado de uma determinada tarefa é imprescindível o reconhecimento dos
riscos e perigos existentes.
 Habilidade para evitar acidentes.
Alguns passos são essenciais para o sucesso do treinamento:
 Estabelecimento de normas de procedimentos por escrito.
 Permissão ao trabalhador para acesso a todas as informações.
 Manter reciclagens periódicas.

AN02FREV001/REV 4.0

36
NOTA:

A CIPA deve prestigiar de forma integral tudo o que estiver


previsto no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

FIGURA 12 – COMBATENDO ACIDENTES

FONTE: Disponível em: http://limaandreia.wordpress.com/category/seguranca-do-trabalho/ Acesso


em: 05 jun. 2013.

5.2 MOTIVAÇÃO

Apreende-se que para o trabalho ser realizado com eficácia e eficiência é


necessário que seja conjugado: a motivação e a habilidade.
Isso porque, enquanto a habilidade depende profundamente da capacitação
do profissional, a motivação é considerada a base de sua decisão de realizar um
trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

37
Ou seja, quando um sujeito encontra-se motivado, quer e pode realizar uma
tarefa, seu desempenho é eficiente e sua atenção/concentração é totalmente focada
em seu objetivo. Já no caso contrário, quando não há motivação ela é precária, o
desempenho passa a ser suscetível a erros, potencializando a ocorrência de
acidentes (OLIVEIRA, 2003).
A partir desse entendimento, é possível compreender a importância de o
trabalhador ser elogiado pela sua motivação e desempenho, sendo fundamental o
recebimento de recompensas que o auxiliem a manter sua autoestima elevada.
Considera-se que, uma estrutura empresarial que valorize advertências,
ameaças, repreensões e suspensões são tidas como um terreno fértil para a
ocorrência de acidentes.
Há algumas ferramentas da motivação que produzem efeitos duradouros e
abrangentes no ambiente organizacional, como por exemplo:
 Bolsas de estudo;
 Promoções;
 Prêmios;
 Estímulo às ideias;
 Concursos para trabalhadores e seus familiares;
 Eventos relacionados à segurança e saúde;
 Visita dos familiares dos empregados à empresa.

FIGURA 13 - SEGURANÇA

FONTE: Disponível em:< http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAxsQAA/comissao-interna-


prevencao-acidentes> Acesso em: 05 jun. 2013.

AN02FREV001/REV 4.0

38
Porém, é possível detectar algumas variáveis que independem do processo
motivacional, como as apresentadas no quadro abaixo:

VARIÁVEIS DE REFERÊNCIA DO VARIÁVEIS DE REFERÊNCIA


MEIO AMBIENTE PESSOAL
Condições de Trabalho Do Indivíduo
Salário. Idade.
Limpeza dos setores de trabalho. Sexo.
Relações humanas. Nível profissonal.
Interesse pelo trabalho. Atitudes.
Ritmo do trabalho. Formação.
Iniciativa e promoção. Tolerância ao estresse.
Características da Empresa Do Meio
Dimensão. Mercado de trabalho.
Prestígio. Normas e valores.
Nível tecnológico. Concepções de trabalho.
Estilo empresarial. Importância atribuida ao salário e ao
lazer.
Nível sociocultural.
FONTE: (CAMPOS, 2002)

Após a realização da indicação de variáveis, é necessária a elaboração de


um balanço entre o esperado e o que foi conquistado, entre o ser e o possuir
(SALEM & SALEM, 2001).
Como resultado, será possível obter a satisfação ou a insatisfação.
Em caso do resultado apontar para a insatisfação, poderá ocorrer as
seguintes alterações:
Na saúde:
 Irritabilidade;
 Estresse;
 Alterações psicossomáticas.

AN02FREV001/REV 4.0

39
Na conduta:
 Falta ao trabalho;
 Atrasos;
 Problemas de relacionamento;
 Baixa produtividade.

De acordo com Campos (2002), existem diversas técnicas direcionadas ao


aumento da motivação de funcionários. Destaca-se a técnica do “HELP”, explicada
no quadro a seguir:

TÓPICOS COMENTÁRIO
H Descontrair o funcionário sem
(Humor – Humor) exageros, com jogos de palavras,
piadas ou comentários cômicos, tendo
por finalidade “quebrar o gelo”.
E Reforçar a autoestima do funcionário,
(Esteem – Estimar) ressaltar sua importância na equipe,
manter o otimismo e mostrar que ele
faz a diferença.
L Saber ouvir. Quando necessário,
(listen – Escutar) deixar que o funcionário desabafe.
Falar, e ser ouvido, pode ajudá-lo a
vencer os obstáculos.
P Elogiar, ressaltando que está no
(Praise – Elogiar) caminho certo, destacar práticas
seguras, dizer que ele faz parte de um
grande time.

AN02FREV001/REV 4.0

40
5.3 CONTROLE

Considera-se o controle o grande gerenciador de todo o programa, o


tratamento de risco (CAMPOS, 2002).

CONTROLE
Verificação sistemática, objetiva e periódica dos ambientes de
trabalho, o que permite fortalecer as diretrizes da atuação em
prol da segurança e da saúde ocupacional.

Algumas estratégias são usadas para se desenvolver o controle, dentre elas


destacam-se:

 Avaliações de expectativas e envolvimento de funcionários.

 Implementação de normas e procedimentos, como por exemplo:


 Programa de Prevenção de riscos Ambientais – PPRA.
 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
 Programa de Conservação Auditiva – PCA.
 Programa de Proteção Respiratória – PPR.
 Programa de Segurança Química – PSQ.
 Programa de Dermatozes Ocupacionais – PDO.
 Programa de Ação Ergonômica – PAE.

 Planejamento para otimização de condições seguras.

 Reforço por meio de práticas seguras.

AN02FREV001/REV 4.0

41
 Atribuições de resonsabilidades específicas.

 Sistemas de observação de comportamento.

 Acompanhamento de desempenho.

Sabe-se que é a partir do momento em que práticas seguras forem


responsabilidade de todos, que a organização alcançará um grande alicerce e os
controles serão apenas uma rotina a ser cumprida.

FIGURA 14 - CAPACETE

FONTE: Disponível em: < http://superpet2010.blogspot.com.br/2010/06/enquete-rapida-


com-relacao-saude-do.html> Acesso em: 05 jun. 2013.

AN02FREV001/REV 4.0

42
A figura a seguir representa a estrutura do acidente de trabalho, que retoma
os valores como base da pirâmide:

ACIDEN-
TES

INCIDENTES

COMPORTAMENTO

CONTROLE

VALORES

FONTE: (CAMPOS, 2002)

6 ENTENDENDO AS SIGLAS: SESMT – PPRA – PCMSO

6.1 SESMT

É o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do


Trabalho.

AN02FREV001/REV 4.0

43
O serviço deve ser acessado pelo membro da CIPA que, no decorrer do
desempenho de suas funções na organização, não souber como enfrentar
determinadas situações. Sua composição varia conforme a empresa (MICHEL,
2000).

6.1.1 Composição do SESMT

O Serviço terá o seu quadro de funcionários completo, quando fizer parte


dele os seguintes profissionais:
o Engenheiro de segurança do trabalho (EST);
o Técnico de segurança do trabalho (TST);
o Médico do trabalho (MT);
o Enfermeira do trabalho (ET);
o Técnico de enfermagem do trabalho (TED).

6.1.2 Dimensionamento do SESMT

Conforme a NR-4, o dimensionamento do SESMT depende basicamente de


dois aspectos:
o Número de empregados da empresa;
o Nível de risco da atividade desenvolvida pela organização.
No intuito de conseguir determinar o grau de risco de uma atividade, faz-se
necessário:
1- Seja procurado no cartão de CGC (MF) o código do ramo de atividade.
2- Consulta-se a NR-4 para verificar o que é estabelecido por ela para
esse código em questão.
3- Por meio do encontro das duas variáveis, torna-se possível
dimensionar o serviço.

AN02FREV001/REV 4.0

44
6.1.3 Relações do SESMT

Tratando-se de inter-relações, percebe-se uma grande interface entre o que


cabe ao SESMT realizar e o que é direcionado como tarefa para a CIPA.
Desse modo, a sintonia entre o SESMT e a CIPA deve ser ampla. Isso
porque ela irá evitar o desenvolvimento de trabalhos paralelos, assim como
viabilizará que os dois organismos realizem uma divisão de trabalho, no intuito de
não haver sobrecarga para nenhum de seus compontentes (OLIVEIRA, 2003).
Ressalta-se que:

 A letra “b” do item 6.4 da NR- 6 - Equipamento de Proteção Individual,


Portaria n 3.214/78, prevê que:

Não havendo SESMT, caberá à CIPA


a “recomendação do equipamento de
proteção individual adequado ao
risco”.

 A letra “e” do item 4.12 da NR- 4 da Portaria n. 11/90, dispõe que:

O SESMT deve manter permanente


relacionamento com a CIPA,
valendo-se ao máximo de suas
observações, além de apoiá-la e
atendê-la, conforme dispõe a NR- 5.

AN02FREV001/REV 4.0

45
Algumas relações do SESMT 9NR- 4 possuem interface com a CIPA, são
elas:
Desenvolver no ambiente de trabalho a todos os seus componentes, os
conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, visando
reduzir, até a eliminação total, os riscos existentes à saúde do trabalhador
(CARVALHO, 2000).
A partir do esgotamento de todos os meios conhecidos para a eliminaçao do
risco e esse persistir, deve-se determinar a utilização de equipamentos de proteção
individual (EPI´s) pelo trabalhador, ainda que esteja reduzido o risco, conforme
determinação da NR- 6, desde que a concentração, a intensidade ou a característica
do agente assim o exijam.
Elaboração e implementação pelo SESMT dos Programas de Controle
Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO e Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA. Particularmente, a CIPA, tem sua colaboração direcionada
somente para o desenvolvimento e para a implementação.
O SESMT assessora a CIPA diretamente no âmbito da elaboração de mapa
de riscos (GONÇALVES, 2000).
CIPA e SESMT participam conjuntamente da análise das causas das
doenças e acidentes ocupacionais.
Informar e conscientizar os funcionários sobre acidentes e doenças do
trabalho, estimulando-os a prevenção.
Promover constantemente atividades de conscientização, educação e
orientação dos colaboradores visando à prevenção de acidentes e/ou doenças
ocupacionais. Para isso, fazer uso de campanhas pontuais ou programas de
duração permanente.

6.2 PPRA

A sigla significa: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.


O referido programa foi definido pela Portaria n 25, de n 29 de dezembro de
1994, que alterou a NR- 9 prevendo:

AN02FREV001/REV 4.0

46
“A obrigatoriedade da elaboração e implementação,
por parte dos empregadores, assim como das
instituições que admitam trabalhadores como
empregados, de um programa que preserve a saúde e
a integridade desses trabalhadores, mediante a
antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o
controle dos riscos ambientais existentes ou que
venham a existir no ambiente de trabalho.”

O PPR é responsável pelo monitoramento de:


Agentes Físicos:
¥ Ruído.
¥ Vibrações.
¥ Umidade.
¥ Calor.
¥ Frio.
¥ Radiações.
¥ Pressões anormais.

Agentes Químicos:
¥ Gases.
¥ Vapores.
¥ Fumos.
¥ Poeira.
¥ Névoas.
¥ Neblinas.

AN02FREV001/REV 4.0

47
Agentes Biológicos
¥ Vírus.
¥ Bacilos.
¥ Bactérias.
¥ Protozoários.
¥ Parasitas.
¥ Fungos.

Anualmente é necessário realizar a análise global do programa tendo por


finalidade o estabelecimento dos reajustes necessários e a definição de novas
metas, assim como de novas prioridades (OLIVEIRA, 2003).
A apresentação dos resultados encontrados com o PPR deve ser efetuada
nas reuniões da CIPA e, anexadas ao Livro de Atas dessa mesma Comissão.

ATENÇÃO!!!
A elaboração, a implementação, o
acompanhamento e a avaliação do PPRA
poderão ser efetuados por meio do SESMT ou
por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério
do empregador, tenham capacidade de
desenvolver o disposto nesta Norma
Regulamentadora.

Levando-se em consideração o item 9.3.1.1 da NR- 9 – PPRA, a Portaria n 8


de 23 de fevereiro de 1999, a qual é responsável pela alteração da CIPA, prevê
como atribuição dessa:

AN02FREV001/REV 4.0

48
“Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e do
PPRA e de outros programas relacionados à segurança do trabalho”.

Ressalta-se que o PPRA engloba quatro pontos distintos que são à base de
suas ações. Sendo eles;
1. Antecipação dos riscos;
2. Reconhecimento dos riscos;
3. Avaliação dos riscos;
4. Controle dos riscos.

Antecipação dos Riscos

A antecipação dos riscos é compreendida como um conjunto de medidas de


caráter preventivo, também denominadas de “Bloqueios”, que possuem a tarefa de
evitar que o risco se instale efetivamente, mediante o uso de um mecanismo de
controle (CAMPOS, 2002).
EXEMPLO:
Impor a limitação do nível de pressão sonora de um equipamento já no
momento da compra.
Nos casos em que não houver condições de evitar os riscos, a organização
deverá disponibilizar protetores auriculares às pessoas que irão trabalhar com os
referidos equipamentos.
Destaca-se que, qualquer ampliação, reforma ou mudança de processo
deverá ser precedido de uma Análise Preliminar de Risco – APR. Essa análise
considera a opinião dos membros do SESMT e procura evitar que se criem
desnecessariamente novos riscos.

AN02FREV001/REV 4.0

49
Reconhecimento dos Riscos

O Reconhecimento dos Riscos engloba alguns pontos fundamentais, entre


eles:
 Identificação dos riscos;
 Localização das fontes de risco, de trajetórias e dos meios de
propagação;
 Levantamento da quantidade e das funções dos trabalhadores que se
encontram expostos;
 Caracterização das atividades e do tipo de exposição;
 Doenças ocupacionais já diagnosticadas;
 Literatura científica e técnica sobre os agentes;
 Medidas de controle já instauradas.

DICA!!

Exemplo de roteiro para uma Análise Preliminar de Risco:

EMPRESA APR n
Fase: ( ) Projeto ( ) Operação Elaborada por:
Setor: N de Pessoas:
( ) por turno
( ) horário administrativo
Função Agente Fonte Efeito Medidas Obs.
de controle

DESCRIÇÃO SUCINTA DAS FUNÇÕES


Função 1
Função 2
Função 3
Função 4

AN02FREV001/REV 4.0

50
LEGENDA
AGENTE: Físico, químico ou biológico.
FONTE: Especifica de onde se origina o agente.
EFEITO: Depende das informações da literatura técnica ou científica.
Inclui danos à saúde, toxologia do produto, efeitos agudos ou crônicos,
etc.
MEDIDAS DE CONTROLE: Especifica os controles já existentes.
OBS.: Qualquer detalhe que considere relevante ser informado.
FONTE: (CAMPOS, 2002)

Avaliação dos Riscos

A avaliação dos riscos deve ser efetuada na forma quantitativa ou


qualitattiva. Caso a opção seja pela forma quantitativa, faz-se necessário a
comprovação do controle da exposição ou a inexistência do risco, assim como o
dimensionamento da exposição dos trabalhadores e a ação de subsidiar o
equacionamento das medidas de controle.

Controle dos Riscos

Logo ao término da identificação do risco, inicia-se a implantação das


medidas de controle. Consideram-se como prioridade os controles:
 Na fonte;
 Na trajetória.
O passo seguinte é descrito como a estratégia para implementação dos
equipamentos de proteção individuais para os trabalhadores. Porém, é preciso frisar
que:

AN02FREV001/REV 4.0

51
Os EPI´s devem ser usados somente em:

 Serviços de curta duração.


 Em situações de emergência.
 Quando não for possível instalar um
equipamento de proteção coletiva.
 Enquanto estiver sendo fabricado o
equipamento de proteção coletiva.

É preciso que o controle médico do PCMSO – Programa de Controle Médico


de Saúde Ocupacional deve direcionar o nexo causal.

NEXO CAUSAL

Atividade realizada X Agente agressivo

O controle também é efetuado por meio do treinamento dos colaboradores, a


fim de que conheçam os riscos e as diversas maneiras de evitar exposições
desnecessárias (CAMPOS, 2002).
Inicia-se o controle sempre que os limites de tolerância da Norma
Regulamentadora n 15 e da American Conference Governmental Industrial
Higienistys – ACGIH forem ultrapassados.
Assim como também, quando os limites estabelecidos em negociação
coletiva forem ultrapassados.

AN02FREV001/REV 4.0

52
Estrutura e Desenvolvimento do PPRA

Devem ser envolvidos pelo PPRA:


 Planejamento (com metas, prioridades e cronograma).
 Avaliação ambiental geral.
 Avaliações ambientais parciais.
 Treinamentos.
 Auditorias.
 Análise crítica do programa.
 Forma do registro.
 Divulgação dos dados.

EXEMPLO DE CRONOGRAMA
CRONOGRAMA MESES
ANO XX
FASES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Formação de equipe
do PPRA
Inquérito preliminar
Análise preliminar de
risco
Elaboração do plano
de ação
Elaboração do
documento-base
Aprovação do
documento-base
Implementação do
PPRA
Implementação de
medidas de controle
Programa de

AN02FREV001/REV 4.0

53
treinamento
Avaliação ambiental
Auditoria
Análise crítica
periódica

6.3 PCMSO

A sigla faz referência ao Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional, criado pela Portaria n 24 de 29 de dezembro de 1994, que alterou a
NR- 9, prevendo:

A obrigatoriedade da elaboração e
implementação do PCMSO, por parte dos
empregadores e organizações que
admitam trabalhadores como empregados,
com o objetivo de promover e preservar a
saúde do conjunto de seus colaboradores.

Anualmente é preciso emitir o relatório que apresente todas as ações de


saúde executadas no referido período de tempo (OLIVEIRA, 2003). No mesmo,
deverá estar discriminado:
o Os setores da organização;
o A quantidade de exames médicos;
o A natureza dos exames médicos.
Deve-se incluir também:
 Avaliações clínicas e exames complementares;

AN02FREV001/REV 4.0

54
 Estatísticas de resultados anormais;
 Planejamento para o ano seguinte.
O relatório será apresentado e discutido em reunião da CIPA, e uma cópia
do mesmo deverá ser anexada em Livro de Atas da Comissão.

Modelo de relatório – quadro III da NR-7


RESPONSÁVEL: ASSINATURA:
DATA:
Setor Natureza N. de N. de N. de N. de
do exame exames resulados resultados exames
realizados anormais anormais/N para o ano
anualmente de exames seguinte
realizados
anualmente

IMPORTANTE:

O item 7.2.3 da NR- 7 especifica que o PCMSO deverá ter em relação aos
agravos à saúde relacionados ao trabalho, caráter de:

 Prevenção;
 Rastreamento;
 Diagnóstico precoce.
Inclusive para os agravos de natureza subclínica e da constatação da
existência de casos de doenças ocupacionais ou danos irreversíveis à saúde dos
colaboradores (SALEM & SALEM, 2001).
Ressalta-se que o PCMSO deverá desenvolver duas ações consideradas
fundamentais:

AN02FREV001/REV 4.0

55
PCMSO

PROMOÇÃO PREVENÇÃO
DA SAÚDE DE DOENÇAS

Promoção da Saúde:

Visando a promoção da saúde utilizam-se mais frequentemente as seguintes


técnicas:
 Exibição de filmes de cunho educativo;
 Reuniões de grupo do tipo “pergunte ao seu médico”;
 Distribuição de folders sobre temas previamente escolhidos;
 Palestras sobre temas polêmicos.

Prevenção de Doenças:

Conforme orientação do PCMSO voltada para a prevenção de doenças, é


obrigatória a realização de exames médicos específicos, sendo eles:
 Admissional:
Para funcionários novos.
 Periódico:
Para manutenção da exposição.

 Retorno ao trabalho:
No retorno do funcionário após um período de afastamento.

AN02FREV001/REV 4.0

56
 Mudança de função:
Sempre que os riscos forem diferentes daqueles inerentes à função anterior.

 Demissional:
No momento de saída do funcionário da empresa.

Além dos referidos exames, algumas empresas também realizam


campanhas de vacinação.
Todas as ações e exames são definidos pelo coordenador do PCMSO.

EM DESTAQUE:

ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL


----------FIM
Deverá DO pelo
ser emitido MÓDULO II----------
médico a cada
novo exame médico realizado.

(Conforme o item 7.4.4 da NR- 7)

FIM DO MÓDULO II

AN02FREV001/REV 4.0

57
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

59
CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

60
MÓDULO III

7 VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA

A manutenção das verificações regulares nos ambientes de trabalho é


considerada a mais importante ferramenta de atuação da CIPA.
Como principais objetivos dessas verificações destacam-se a vigilância e o
controle das condições de segurança do ambiente de trabalho, tendo por intuito a
identificação das situações de risco que sejam consideradas ameaçadoras à
segurança dos trabalhadores e possam desencadear acidentes (CAMPOS, 2002).
É possível a realização das verificações por meio de um número par de
“CIPEIROS”, visando evitar a tomada de decisões tendenciosas e, ao mesmo
tempo, dificultar um consenso, nos momentos em que é preciso determinar as
providências que serão tomadas em relação ao assunto em questão.

Considera-se que o foco dessa atuação pode estar:

 Nos postos de trabalho;


 Nas condições ambientais;
 Nas proteções contra incêndios;
 Nos métodos de trabalho desenvolvidos;
 Nas ações dos trabalhadores.

Classificam-se as verificações em:

 Internas;
 Oficiais;
 Especiais.

AN02FREV001/REV 4.0

61
FIGURA 15 – FALTA DE SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em: < http://www.redefonte.com/2011/10/01/operarios-sao-


maiores-vitimas-de-acidentes-de-trabalho/>. Acesso em 05 jun. 2013.

7.1 VERIFICAÇÕES INTERNAS

As verificações internas são subdividas em:


 Gerais;
 Parciais;
 Periódicas;
 Por denúncia;
 Cíclica;
 De Rotina.

AN02FREV001/REV 4.0

62
Verificações Gerais:

Sua realização deve ser efetuada em todos os setores da organização


anualmente, no mínimo. Os profissionais do SESMT devem apoiar a CIPA para a
realização dessa verificação (OLIVEIRA, 2003).
Há algumas empresas que já instituiram essa verificação sob a
denominação de “Auditoria”, em virtude de se tratar de uma verificação que envolve
os funcionários da área a qual a CIPA está atuando, e caracteriza-se por ser:

o Sistemática;
o Documentada;
o Objetiva.

FIGURA 16 - ACIDENTE

FONTE: Disponível em:


<http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/0D0D60527A29D05141FC0D13
38FFC0EBD402_acidentes.jpg>. Acesso em: 05 jun. 2013.

AN02FREV001/REV 4.0

63
Verificações Parciais:

Realizam-se verificações parciais em setores que são previamente


escolhidos. De modo geral, essa escolha é aleatória. Nos casos em que são
utilizados critérios, esses são relacionados com o nível de risco e as características
do trabalho desenvolvido nas áreas verificadas.
Considera-se que as verificações parciais sejam as mais comuns, por
contemplar a legislação e admitirem sua realização pelo cipeiro no seu próprio local
de trabalho.
Destaca-se que é sugerido que se obtenha dois pareceres, no mínimo, com
essa verificação.

Verificações Periódicas:

Os profissionais optam pelas verificações periódicas quando objetivam


manter certa regularidade para firmar a atuação da CIPA, visando rastrear possíveis
incidentes ou quando se almeja a realização de um estudo complementar mais
abrangente.
Destaca-se que essas verificações são interligadas ao acompanhamento
das medidas de controle sugeridas para combater os riscos existentes no local
(CARVALHO, 2000).
As verificações periódicas são muito direcionadas aos setores de produção e
manutenção, porém, alguns escritórios podem apresentar a necessidade muito
maior de aderirem a elas em virtude de demonstrarem ter mais condições de tolerar
os riscos.

Verificações por Denúncia:

Ocorrem a partir de uma denúncia.

AN02FREV001/REV 4.0

64
É importante frisar que qualquer colaborador tem o direito de denunciar
irregularidades que estejam ocorrendo em sua organização. Para isso, basta
solicitar a um cipeiro a verificação do local.
A CIPA deverá realizar um levantamento minucioso de informações que
permitam descobrir o que está acontecendo, buscando dados adicionais com
fornecedores, com o SESMT e com o chefe da área (SALEM & SALEM, 2001).
A partir do momento que se detecta o problema, caberá a CIPA propor uma
medida de controle e acompanhar a sua efetiva implementação.

Verificações Cíclicas:

São reconhecidas como Cíclicas por ocorrerem em tempos definidos, já que


há um parâmetro para nortear esse intervalo de tempo.
Como exemplo cita-se as verificações realizadas nas áreas de produção
durante o verão, quando os funcionários se queixam do calor excessivo; ou no
inverno, quando aumentam as incidências de doenças respiratórias.

Verificações de Rotina:

Caracterizam-se por sua realização ocorrerem diretamente em setores em


que ocorreram ou ainda ocorrem incidentes/acidentes de trabalho.
Nesse sentido, a CIPA deverá estar constantemente em alerta para os riscos
existentes, conscientizando os colaboradores dos referidos setores para que
respeitem completamente as medidas de controle, de modo que os níveis de
incidentes/acidentes reduzam.
Entende-se que é importante ter a presença contínua dos profissionais da
CIPA nos setores em questão, já que sua figura representa a luta pela redução dos
índices negativos referentes aos acidentes ou incidentes ocupacionais e também
porque geram uma expectativa positiva no funcionário, destacando que existem
pessoas que se preocupam com ele (MICHEL, 2000).
Porém, a verificação contínua não se caracteriza como duradoura. Isso
porque à medida que os problemas vão sendo resolvidos, os intervalos de

AN02FREV001/REV 4.0

65
realização das verificações vai aumentando, até que as mesmas se tornem
periódicas.
Ressalta-se que é de suma importância que o funcionário não se acostume
com a presença contínua dos cipeiros, para não ter a falsa ideia de que essa é a
única condição para resolver o problema.

7.2 VERIFICAÇÕES OFICIAIS

Conforme o próprio nome indica, essas verificações estão diretamente


relacionadas com ações de órgãos oficiais, como por exemplo, citam-se as
verificações realizadas:
 Na Delegacia Regional do trabalho –DRT.
 No Ministério do Trabalho.
 Pelos fiscais das Secretarias estaduais de saúde, do trabalho e da
vigilância sanitária.
 Pelos fiscais das Secretarias municipais da saúde e do meio ambiente.
 Pelas vistorias oficiais do Corpo de Bombeiros.
Ressalta-se que as verificações realizadas pelos profissionais das empresas
de seguro também se configuram como verificações oficiais.

7.3 VERIFICAÇÕES ESPECIAIS

Geralmente realizadas pelos profissionais do SESMT, por empresas


especializadas ou por consultor autônomo. Caracterizam-se por ocorrerem em áreas
de risco.
Tornou-se necessário efetivar o monitoramento dos setores após a
implementação do PPRA, por meio da utilização de técnicas de higiene ocupacional
(GONÇALVES, 2000).

AN02FREV001/REV 4.0

66
Consideram-se esses serviços como verdadeiras verificações formais, em
virtude de levarem em conta:
 As condições operacionais normais ou habituais;
 O ritmo de trabalho;
 A existência de fatores contribuintes habituais para o processo, em
termos de vestimentas e equipamento de proteção individual utilizado.

7.4 MODELOS DE VERIFICAÇÃO

Para a realização da verificação, os profissionais contam com a existência


de dois modelos distintos:
 Modelo Inicial;
 Modelo Integrado.

7.4.1 Modelo Inicial

Refere-se a um modelo considerado “Básico”, que se constitui em um


questionário que permite avaliar se as situações observadas oferecem condições de
segurança ou não (CAMPOS, 2002).
Ressalta-se que cada um dos ambientes deve ser observado em todas as
suas particularidades, porém, há alguns itens que são comuns como, por exemplo:
 Iluminação;
 Ventilação;
 Piso;
 Uso de EPI;
 Falta de sinalização;
 Layout;
 Armazenamento.

AN02FREV001/REV 4.0

67
EXEMPLO do modelo inicial:
TRATORES BERG LTDA Número do documento
(Nome da empresa) CINSP 16837

VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA CIPA/98 Data: 30 de agosto de 1998.

Área/Setor: Escritório Jornada de trabalho:


N funcionários: 16
Homens = 6 (X) administrativo
Mulheres = 10 ( ) 1 e 2 turnos
( ) 1, 2 e 3 turnos
Item SITUAÇÃO A SER OBSERVADA Sim Não OBS
1 Há carpetes descolados que podem
causar tropeços?
2 Há vidros em cima das mesas? Na mesa do
chefe do
departamento de
administração
3 Usa-se bejamim nas tomadas? Proibido uso de
benjamins
4 Existe fiação elétrica na qual se pode Fio do telefone da
tropeçar? mesa 1
5 Há lâmpadas queimadas nas
luminárias?
6 Os extintores estão em condições de
uso?
7 O local é bem ventilado?
8 O monitor do computador está à
altura dos olhos

AN02FREV001/REV 4.0

68
9 As cadeiras possuem regulagem de
altura?
10 As cadeiras possuem regulagem de
encosto?
11 As cadeiras possuem borda frontal
arredondada?
12 Sob mesas, existe apoio regulável
para os pés?
AÇÕES COMPLEMENTARES:
1 – Os lápis encontram-se armazenados dentro de copos plásticos, com a
ponta virada para cima, sobre a mesa.
2 – As lâmpadas estão bastante sujas.
Preenchido por:
Responsável pela área:
Próxima verificação:
FONTE: (CAMPOS, 2002)

7.4.2 Modelo Integrado

Esse modelo é utilizado quando a empresa tem um modelo de segurança


efetiva instaurado, uma gestão de riscos compartilhada, ou seja, integrada ao PPRA.
É necessário frisar que, para fazer uso deste modelo, os membros da CIPA
devem estar bem treinados e muito conscientizados das situações que representam
riscos.

AN02FREV001/REV 4.0

69
8 OS PASSOS DE UMA VERIFICAÇÃO

1º Passo
Setorizar a empresa e visitar todos os ambientes, realizando uma análise
dos riscos exitentes. Para auxiliar o trabalho, é permitido fazer uma Análise
Preliminar de Risco – APR ou um Mapeamento de Riscos Ambientais.

2 ºPasso
Preparo de uma folha de verificação para cada área ou setor, com todos os
itens a serem observados.

3º Passo
Realizar a verificação anotando na folha de dados se o requisito está ou não
contemplado. Qualquer informação adicional, que denuncie riscos de acidentes,
deve ser registrada.

4º Passo
Levar todos os dados registrados para serem discutidos em reunião da CIPA
e propor medidas de controle para os itens que não estão em conformidade com o
que é exigido. Considera-se o que é prioritário.

5º Passo
Enviar correspondência para o SESMT e para as chefias dos setores em
que se detectaram as falhas, com a indicação da CIPA para contornar o problema.

6º Passo
Cobrar soluções e realizar o acompanhamento da implementação das
medidas de controle. Alterar a folha de verificação, inserindo este item para novas
verificações.

AN02FREV001/REV 4.0

70
7º Passo
Manter a periodicidade das verificações, a partir do 3º passo.

9 MAPEAMENTO DE RISCOS

Com a finalidade de realizar um estudo aprofundado dos riscos existentes


nos ambientes ocupacionais, torna-se imprescindível antes de iniciar as ações
necessárias, o conhecimento e a familiarização com os termos utilizados e o
entendimento do seu significado, pois existe muita controvérsia a respeito
(CAMPOS, 2002).

FIGURA 17 – GARANTINDO A SEGURANÇA

FONTE: Disponível em: < http://tshst.wordpress.com/ >. Acesso em:


05 jun. 2013.

Diferença entre Risco, Perigo e Dano


Geralmente, quando se fala em mapeamento de riscos, ou em estudos afins,
os termos mais utilizados são risco, perigo e dano.

AN02FREV001/REV 4.0

71
a. Risco
Compreende-se como sendo risco, uma ou mais condições de uma situação
(variável) que apresenta potencial para causar danos. Os referidos danos podem ser
entendidos como:
 Lesões a pessoas;
 Avarias em equipamentos ou estruturas;
 Perda de material em processo de produção;
 Redução da capacidade de desempenho em função predeterminada;
Na existência de qualquer risco, sempre haverá grande possibilidade de
ocorrerem efeitos adversos danosos (MICHEL, 2000).

b. Perigo
O perigo é a expressão da exposição a um risco que tende a causar danos.

c. Dano
Refere-se à gravidade da lesão ou à perda física, funcional ou econômica,
que podem resultar da perda de controle sobre determinado risco.

Objetivos do Mapeamento de Riscos:


Delinea-se dois objetivos básicos de mapeamento de riscos:
 Reunir as informações necessárias para a elaboração do diagnóstico
da situação de segurança e saúde do trabalho nas organizações.
 Gerar a possibilidade de troca e divulgação de dados sobre os riscos
ambientais entre os colaboradores, bem como estimular a participação dos mesmos
em medidas preventivas.
Desse modo, percebe-se que o mapeamento de risco é uma ferramenta de
suma importância para o plano de trabalho da CIPA e não deve ser apenas mais um
cartaz a ser fixado em murais da empresa.
As informações apresentadas pelo mapeamento devem ser geradoras de
medidas de prevenção e demonstrar suficiente repercussão entre os funcionários,
de tal modo que possa mantê-los alertas para a convivência com os riscos
existentes (CAMPOS, 2002).

AN02FREV001/REV 4.0

72
9.1 A ELABORAÇÃO DO MAPEMANENTO DE RISCOS

O mapeamento de riscos é reconhecidamente uma atividade desenvolvida


em seis etapas distintas, sendo elas:
I. Conhecer o processo de trabalho;
II. Identificar os riscos ambientais existentes;
III. Identificar as medidas de controle existentes;
IV. Identificar os indicadores de saúde;
V. Conhecer os levantamentos ambientais;
VI. Elaboração do mapeamento de riscos ambientais.
Todas as etapas serão explicadas a seguir.

FIGURA 18 - ANÁLISE DA SEGURANÇA

FONTE: Disponível em:


<http://jornalcidade.uol.com.br/fotos/Empregos/fotos_05031401.jpg>.
Acesso em: 05 jun. 2013.

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I – ETAPA

Conhecer o Processo de Trabalho

Com a finalidade de conhecer o processo de trabalho, os profissionais da


CIPA, também denominados de cipeiros, deverão realizar observações no setor,
baseados em quatro elementos básicos:

 Elemento humano = os trabalhadores.

o Quem são?
o Quantos são?
o Idade.
o Sexo.
o Jornada de trabalho.
o Treinamentos profissionais realizados.
o Treinamentos de segurança e saúde realizados.

 Elemento trabalho = atividades exercidas.

Determinar as atividades ou tarefas que são realizadas na área de trabalho


em questão:
o As mais frequentes.
o As mais eventuais.

 Elemento material = instrumentos e materiais de trabalho.

o Máquinas e equipamentos do setor.


o Matérias-primas e insumos utilizados.
o Estado de conservação dos equipamentos.

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 Elemento meio ambiente = ambiente de trabalho.

o Condições de trabalho.
o Organização do trabalho.
o Arranjo físico (layout) das instalações.
o Relações interpessoais no trabalho.

II – ETAPA

Identificar os Riscos Ambientais Existentes

Considera-se que para cada um dos setores organizacionais que será


analisado, o profissional da CIPA deverá utilizar um roteiro de abordagem, visando
relatar os riscos ambientais encontrados (CAMPOS, 2002).

ATENÇÃO:
SETOR DE SERVIÇO
É a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo
estabelecimento. (NR- 1, item 1.6, alínea “a”)

Classificam-se os principais riscos ocupacionais por meio de grupos,


conforme sua natureza e padronização de cores, conforme demonstrado no quadro
a seguir:
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Ruído Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico
Vibrações Fumos Bactérias intenso inadequado
Calor Névoas Protozoários Levantamento Máquinas e
Frio Nebrlina Fungos e transporte equipamentos
Umidade Gases Parasitas manual de sem proteção

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Radiações Vapores Bacilos peso Ferramentas
não Produtos Exigências de inadequadas ou
ionizantes químicos em posturas defeituosas
Radiações geral inadequadas Iluminação
ionizantes Controle rígido inadequada
Pressões de Eletricidade
anormais produtividade Probabilidade de
Imposição de incêndio ou
ritmos explosão
excessivos Armazenamento
Trabalho em inadequado
turnos e Animais
trabalho peçonhentos
noturno outras
Jornadas de
trabalho
prolongadas
Monotonia e
repetitividade
Causadores
de estresse
físico e ou
psíquico

 Riscos Físicos
Os riscos físicos remetem diretamente a noção de energia.
Os riscos listados no Grupo 1 do quadro anterior, configurado na cor verde,
tem chances de provocar um quadro específico de problemas de saúde nos
colaboradores, como os apresentados a seguir:

Ruído
Apesar da população das grandes cidades se acostumarem com o volume
elevado presente nas ruas, sabe-se que a pessoa exposta permententemente a

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fontes de ruído no próprio ambiente ocupacional, apresentará dificuldades de
concentração e poderá sofrer danos irreversíveis na saúde (MICHEL, 2000).
Os danos podem ser:
 Aumento do ritmo cardíaco;
 Constrição dos vasos sanguíneos periféricos;
 Aceleração do ritmo respiratório;
 Diminuição da atividade dos órgãos da digestão;
 Cansaço;
 Irritabilidade;
 Insônia;
 Dor de cabeça;
 Redução da audição;
 Aumento da pressão arterial;
 Redução da atividade cerebral;
 Diminuição da atenção.
Diante dessa grave constatação, é de suma importância a detecção das
fontes mais ruidosas de cada setor organizacional.
O ruído é reconhecido como o problema mais grave em termos de saúde
ocupacional no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho, tanto que o mesmo alterou,
em 1998 a NR- 7 – PCMSO, inserindo no quadro II: “ As diretrizes e parâmetros
mínimos para avaliação e acompanhamento da audição em trabalhadores expostos
a níveis de pressão sonora elevados.”
O Ministério da Previdência Social também interviu, por meio da Norma
Técnica sobre a Perda Auditiva Neurossensorial por exposição continuada a Níveis
elevados de Pressão Sonora de origem Ocupacional.

Vibrações
Compreende-se que os efeitos de qualquer vibração deverão ser entendidos
como uma consequência da transferência de energia para o corpo humano, que
atua como receptor de energia mecânica.
Dessa forma, o efeito da vibração pode ser representado por:
 Cansaço.
 Irritabilidade.

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 Dor de ouvido.
 Dor nas mãos.
 Dor nos braços.
 Dor na coluna.
 Artrite.
 Problemas nas articulações.
 Lesões ósseas.
 Lesões respiratórias.

Calor e Frio
Reconhece-se a influência da umidade na troca térmica entre o corpo
humano e o ambiente, por meio do mecanismo de evaporação.
Suas principais consequências são as doenças do aparelho respiratório.

Radiações Não Ionizantes


Inclui-se na referida categoria:
 Microondas;
 Radiações ultravioletas;
 Radiações infravermelhas;
 Radiofrequências;
 Laser.
Pode-se dizer que os efeitos das radiações são variáveis, de acordo com o
tipo, a intensidade e a duração dessas radiações, assim como também, as
condições de absorção e de reflexão do local e do equipamento de trabalho.
Geralmente provocam riscos de queimadura, em diferentes graus, e lesões
oculares distintas.

Radiações Ionizantes
Podem ser reconhecidas como tendo precedentes naturais ou artificiais.
Considera-se radiações ionizantes:
 Raios X.
 Raios alfa, beta e gama.
 Nêutrons.

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Em relação aos efeitos possíveis, eles são divididos em: de curto ou de
longo prazo.
Efeitos a curto prazo = vômitos, alterações no sangue, infecções,
queimaduras e hemorragias.
Efeitos a longo prazo = podem produzir alterações irreversíveis nos lipídios e
nas células, catarata, leucemia e câncer.
Pressões Anormais
Determina-se por pressões anormais aquelas que se encontram abaixo ou
acima da pressão atmosférica. Os problemas vinculam-se às áreas de alta pressão e
são descritos como:
 Ruptura do tímpano.
 Irritação dos pulmões.
 Dores abdominais.
 Dor de dente.
 Exoftalmia.
 Obstrução dos vasos sanguíneos.
 Embolia traumática pelo ar.
 Embriaguez das profundidades.
 Intoxicação por oxigênio e gás carbônico.
 Doença descompressiva.

 Riscos Químicos
Pesquisas descrevem os contaminantes químicos como sendo substâncias
constituídas por matéria que pode ser encontrada no ar, sob a forma de moléculas
individuais (gases ou vapores) ou mesmo de grupos de moléculas unidas
(aerodispersoides ou névoas) (CARVALHO, 2000).
Reconhece-se como sendo vias de entrada desses contaminantes no
organismo:
• A via respiratória.
• A via dérmica ou cutânea (pele).
• A via digestiva.
• A via parental (por meio de feridas).

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Sugere-se o acompanhamento permanente para os trabalhadores e
ambientes expostos a agentes químicos, tanto em termos da medição da
concentração dos indicadores biológicos listados pela ACGIH e na NR- 7: PCMSO,
como também, pela higiene pessoal, hábitos, uso de drogas e medicamentos.
A preocupação direcionada a essa questão é constante, tanto que o
Ministério da Previdência Social, por meio das Ordens de Serviço 607 e 609, de 5 de
agosto de 1998, apresentou as Normas Técnicas sobre Intoxicação Ocupacional
pelo Benzeno e Pneumoconioses, respectivamente.
Considera-se que os gases, os vapores e a névoa podem gerar efeitos:
o Irritantes.
o Asfixiantes.
o Anestésicos.

Efeitos Irritantes
Alguns gases podem provocar sérias irritações nas vias aéreas superiores,
dentre eles destacam-se:
 Ácido clorídrico.
 Ácido sulfúrico.
 Amônia.
 Soda cáustica.
 Cloro.

Efeitos Asfixiantes
Determinados gases tendem a causar efeitos asfixiantes, que geralmente
aparecem acompanhados por dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsão, ou
em casos mais graves, à morte. Entre os gases que ocasionam efeitos asfixiantes,
os mais comuns são:
 Hidrogênio.
 Nitrogênio.
 Hélio.
 Metano.
 Acetileno.
 Dióxido de carbono.

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80
 Monóxido de carbono.

Efeitos Anestésicos
Os efeitos anestésicos, geralmente ocasionados por solventes orgânicos
desencadeiam ação depressiva no sistema nervoso central, com grandes chances
de causar danos a diversos órgãos do corpo humano. Como exemplo dos solventes
orgânicos mais importantes, citam-se:
 Butano.
 Propano.
 Acetona.
 Benzeno.
 Xileno.
 Tolueno.
 Óxido nitroso.

Os Aerodispersoides permanecem suspensos no ar do ambiente de


trabalho, apresentando chances elevadas de causar diversos tipos de doenças nos
trabalhadores. Consideram-se aerodispersoides as(os):
 Poeiras minerais.
 Poeiras vegetais.
 Poeiras alcalinas.
 Poeiras incômodas.
 Fumos metálicos.

Poeiras Minerais
Constituem-se de diversos materiais, como: sílica, asbesto e carvão mineral.
A inalação dessas poeiras pode gerar vários tipos de pneumoconiose, como a
calicose ou silicose, doença causada pela inalação de pó de sílica.

Poeiras Vegetais
Sua produção é uma consequência do tratamento industrial de substâncias
vegetais, como o bagaço da cana-de-açucar e o algodão. Reconhece-se que a sua

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inalação desencadeia, respectivamente: doenças como bagaçose e bissinose
(CAMPOS, 2002).

Poeiras Alcalinas
São advindas, especialmente, do calcário. São causadoras de doenças
pulmonares obstrutivas crônicas, como por exemplo, enfisema pulmonar.
Poeiras Incômodas
As poeiras incômodas tendem a se unir a diversos outros materiais
agressivos presentes no ambiente de trabalho, tornando-os muito mais nocivos para
a saúde do colaborador.

Fumos Metálicos
São provenientes do uso industrial da soldagem de metais e podem causar
doenças pulmonares obstrutivas crônicas, febre e intoxicações.

A seguir, apresenta-se uma tabela contemplando as consequências da ação


de substâncias químicas no organismo humano.

Substância Pele Sistema Olhos Sistema Sistema Sangue


Respiratório Nervoso Cardiovascular
Central
Acetileno
Amianto
Amônia
Benzeno
Cloro
Dióxido de
carbono
Dióxido de
nitrogênio
Dióxido
sulfúrico
Fosgênio

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GLP (gás
de
cozinha)
Monóxido
de
carbono
Ozônio
Sílica
Tolueno
OBS.:
Amianto e Benezo são substâncias cancerígenas.
FONTE: NIOSH – National Institute Occupational Safety and Health

 Riscos Biológicos
Os riscos biológicos referem-se aqueles constituídos por seres vivos, que
possuem elevada capacidade de afetar a saúde do trabalhador. Os micro-
organismos são os principais exemplos dessa categoria, mais especificamente:
 Vírus.
 Bactérias.
 Bacilos.
 Fungos.
Sabe-se que esses micro-organismos podem causar doenças de natureza
distinta, que, geralmente, são transmitidas de outros animais para os homens, como,
por exemplo, as zoonoses (CAMPOS, 2002).
Considera-se que, na maioria das vezes os maiores riscos biológicos estão
ligados:
 À cria e ao cuidado de animais.
 À manipulação de produtos de origem animal.
 Serviços de limpeza pública.
 Serviços de exumação de corpos em cemitérios.
 Trabalhos em laboratórios biológicos e clínicos.
 Em hospitais.
 Esgotos.

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Ressalta-se que as medidas de prevenção contra esses micro-organismos
são:
 Vacinação.
 Esterilização.
 Higiene pessoal.
 Uso de equipamento de proteção individual – EPI.
 Ventilação adequada.
 Controle médico.
 Riscos Ergonômicos
Consideram-se riscos ergonômicos aqueles determinados pela falta de
adaptação das condições ocupacionais às características e demandas
psicofisiológicas do trabalhador.

A LER – Lesões por Esforço Repetitivo


A expressão ganhou dimensão após as Resoluções n 180 e 197, de 1992,
da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Isso porque, na época, a situação
apresentava-se incontrolável, em virtude do crescente atendimento aos estágios
evolutivos das LER.
Desse modo, em 1993, o Ministério da Previdência Social elaborou a Norma
Técnica sobre Lesões por Esforços Repetitivos, desenvolvendo procedimentos
administrativos e periciais para a prevenção, a caracterização e a reabilitação
profissional (OLIVEIRA, 2003).
Destaca-se que alguns profissionais e especialistas, na contemporaneidade,
estão substituindo a terminologia LER pelo termo: “DORT – Doenças
Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho”, que incorpora dimensões
ergonômicas e psicossociais, indicando a grande necessidade de reflexão sobre as
novas formas de trabalho.
O Ministério da Previdência e Assistência Social elaborou, por meio do
Instituto Nacional do Seguro Social, uma Norma Técnica sobre Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT.

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Essa norma denomina-se Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade
para fins de benefícios previdenciários. Ela contém 14 (quatorze) exemplos, de
trabalhos e patologias, destacando-se:
1. Lesões bursite do cotovelo – apoiar cotovelo em mesas.
2. Contratura de fáscia palmar – operar compressores pneumáticos.
3. Dedo em gatilho – apertar alicates e tesouras.
4. Epicondilites do cotovelo – apertar parafusos, jogar tênis, desencapar
fios, tricotar, operar motosserra.
5. Síndrome do canal cubital – apoiar cotovelo em mesas.
6. Síndrome do canal de Guyon – carimbar.
7. Síndrome do desfiladeiro torácico – realizar trabalhos manuais
(curvado) em veículos, trocar lâmpadas, pintar paredes, lavar vidraças, apoiar
telefones entre o ombro e a cabeça.
8. Síndrome do interósseo anterior – carregar objetos pesados apoiados
no antebraço.
9. Síndrome do pronador redondo – carregar pesos, praticar musculação,
apertar parafusos.
10. Síndrome do túnel do carpo – digitar, fazer montagens industriais,
empacotar.
11. Tendinite da porção longa do bíceps – carregar pesos.
12. Tendinite do supraespinhoso – carregar pesos sobre o ombro, jogar
vôlei ou peteca.
13. Tenossinovite de DeQuervain – torcer roupas, apertar botão com o
polegar.
14. Tenossinovite dos extensores dos dedos – digitar, operar mouse.

Sintomas da LER
Como principais sintomas da LER, a pesquisa científica aponta:
¥ Calor localizado.
¥ Choques.
¥ Dor.
¥ Dormência.
¥ Formigamento.

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85
¥ Fisgadas.
¥ Inchações.
¥ Pele avermelhada.
¥ Perda de força muscular.

FIGURA 19 - RISCOS DE LER

FONTE: Disponível em: <http://www.areaseg.com/ler/ler1.jpg>. Acesso


em: 30 abr. 2010.

Fatores de Proteção para LER


Existem vários fatores de prevenção, porém, cabe ressaltar alguns
considerados imprescindíveis para a saúde do trabalhador:
a) Organização do Trabalho.
b) Conteúdo do Trabalho.
c) Posto de Trabalho.

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86
a) A Organização do Trabalho
A familiarização com as atividades que lhe são exigidas é apenas um dos
pontos importantes para o trabalhador, pois ele deve também ter a liberdade
adequada de movimentos para executá-las. Dessa forma, ele terá condições de
respeitar seus limites, evitando a repetição de um mesmo movimento durante um
longo período de tempo (CAMPOS, 2002).
É preciso perceber e levar em consideração as características individuais de
cada colaborador, já que as pessoas são diferentes e nem todas apresentam as
mesmas habilidades e dificuldades.
Uma boa dica é o estabelecimento de várias pausas durante a jornada de
trabalho, visando promover:
o Alongamento e o relaxamento do corpo.
o Permitir a livre movimentação do corpo.
o Estabelecer rodízios nas tarefas mais críticas.
o Manter treinamentos visando reciclar o conteúdo das tarefas e seus
riscos potenciais.

b) Conteúdo do Trabalho
É obrigatório o oferecimento dos recursos necessários para a execução das
atividades pela empresa, assim como também de um ambiente de trabalho que
viabilize ao funcionário o desenvolvimento de suas habilidades, com certo grau de
criatividade, visando sua realização profissional.
Apontam-se como indicadores:
o Percepção do trabalhador em relação às condições ambientais.
o Complexidade da tarefa.
o Monotonia.

c) Posto de Trabalho
Deve haver uma profunda adaptação do mobiliário e dos
equipamentos/ferramentas para adequarem-se às características físicas do
trabalhador, assim como também à natureza das atividades executadas, permitindo
ampla liberdade de movimentação.
Os indicadores para o uso dos equipamentos são:

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87
o Qualidade dos equipamentos e ferramentas.
o Manutenção dos mesmos.
o Necessidade de emprego de força decorrente de
equipamento/ferramenta imprópria.
o Desvios posturais impostos pelo equipamento/ferramenta.
o Necessidade de repetição da tarefa por falha do equipamento.
Os indicadores para mobiliário são:
o Qualidade e manutenção.
o Frequência de reposição.
o Adaptação dos postos de trabalho à introdução de novos processos.
o Desvios posturais impostos pelo mobiliário.

Destaca-se que os riscos ergonômicos podem ser divididos em dois


subgrupos:
Fatores que produzem carga física = esforço físico, levantamento e
transporte manual de peso, exigência de posturas inadequadas e repetitividade.
Fatores que produzem carga psíquica = ritmo excessivo, trabalho em turnos
e trabalho noturno, jornadas de trabalho prolongadas, controle rígido de
produtividade, monotonia.

FIGURA 20 - DIGITANDO

FONTE: Disponível em:


<http://www.fachiniadvogados.com.br/conteudo/0,2859_santander-
consegue-reducao-de-indenizacao-a-bancaria-com-ler >. Acesso em:
05 jun. 2013.

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 Riscos de Acidentes
Consideram-se riscos de acidentes como sendo armadilhas, ou deficiências,
presentes nas instalações ou em máquinas e equipamentos.
Quando um, ou mais, elementos citados como uns dos principais riscos
ocupacionais estiverem contidos como deficiente, insuficiente, inadequado ou
obstruírem a livre circulação, certamente constituirão riscos potenciais para a saúde
e integridade física do trabalhador.
Em pesquisas recentes, apontam-se como sendo as principais situações de
riscos encontradas nas organizações:
 Arranjo físico inadequado.
 Máquinas e equipamentos sem proteção.
 Ferramentas inadequadas ou defeituosas.
 Iluminação inadequada.
 Eletricidade.
 Probabilidade de incêndio ou explosão.
 Armazenamento inadequado.
 Animais peçonhentos.
E, além destas, a própria legislação prevê outras situações de riscos de
acidentes, destacando-se:
 EPI inadequado.
 Problemas em edificações.
 Falta de sinalização.

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89
FIGURA 21 – ACIDENTE DE TRABALHO

FONTE: Disponível em: < http://www.diamantinocravo.com.br/news/?p=165> Acesso em: 05


jun. 2013.

III - ETAPA

Identificar as Medidas de Controle Existentes

São identificados quatro tipos principais de medidas preventivas, são elas as


de:
 Proteção coletiva.
 Organização do trabalho.
 Proteção individual.
 Higiene e conforto.

 Medidas de Proteção Coletiva


Reconhecidas como sendo as medidas mais importantes, tendo em vista
que com elas, todo um grupo homogêneo de trabalhadores, expostos a um mesmo
agente ambiental, fica protegido (CAMPOS, 2002).

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90
Geralmente, empregam-se quatro submedidas, dependendo da natureza do
risco:
 Substituição de matérias-primas e insumos.
 Alteração no processo de trabalho.
 Isolamento da fonte de risco.
 Instalação de sistemas de ventilação.

 Substituição de Matérias-primas e Insumos


É preciso substituir todas as matérias-primas e os insumos que sejam
prejudiciais para a saúde dos trabalhadores, sempre que for possível.

 Alteração no Processo de Trabalho


No caso de processos de trabalho que sejam deficientes e representem
situações de risco, faz-se extremamente necessário a empregabilidade de novas
tecnologias.

 Isolamento da Fonte de Risco


Diante da impossibilidade de substituição de uma fonte de risco, é preciso
ter o cuidado de isolar a referida fonte, pois dessa forma, os trabalhadores estarão
menos expostos a ela.

 Sistemas de Ventilação
Considerados uma ferramenta eficaz no controle de operações, processos e
equipamentos, que emanam contaminantes, os sistemas de ventilação, tanto de
exaustão como de insuflamento, são importantes para evitar a dispersão de
contaminantes no ambiente industrial. Acrescenta-se aos seus benefícios, a
capacidade de diluírem as concentrações de poluentes e oferecerem conforto
térmico.

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91
 Medidas de Organização do Trabalho

Os profissionais da CIPA devem estar atentos ao modo como se desenvolve


o trabalho, ou seja, para particularidades como:

 Se há rodízios e pausas na execução de tarefas.


 Se o trabalho é fragmentado.
 Se é dividido equitativamente.
 Se existem cobranças excessivas.
 Se o relacionamento “chefe X empregados” é saudável.
 O nível de responsabilidade exigido.
 Se os funcionários têm estabilidade ou não.
 O estilo de atuação da chefia.
 As relações interpessoais.
 O excesso ou a falta de cobrança pela chefia.
 Se o funcionário é reconhecido.
 As condições de trabalho.

A finalidade das Medidas de Organização do Trabalho é de gerar ambientes


mais cooperativos e motivadores, procurando evitar sacrifícios desnecessários por
parte dos trabalhadores (CAMPOS, 2002). As submedidas configuram-se como
sendo:
 Método de trabalho;
 Estrutura organizacional;
 Participação dos funcionários;
 Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos.

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92
FIGURA 22 - ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE

FONTE: Disponível em: < http://www.pdsc.com.br/news/direito-e-


aposentadoria/inss-entra-com-acoes-de-regresso-contra-particulares-empresas-
sao-condenadas-a-ressarcir-a-previdencia>. Acesso em: 05 jun. 2013.

a) Mudança de Método de Trabalho


Considera-se que os métodos simples ou altamente repetitivos apresentam
desvantagem devido causar fadiga. Sendo assim, tornar mais flexível a maneira de
operação de determinada tarefa, adaptando-a as capacidades psicofisiológicas dos
trabalhadores é uma das medidas que podem ser tomadas para minimizar as
situações de risco.

b) Reestrutura organizacional
Constata-se que, uma rigidez excessiva na organização do trabalho tem
grandes probabilidades de deixar os trabalhadores mais suscetíveis às doenças.
Sendo assim, torna-se relevante a adequação do ritmo de trabalho às capacidades
psicofisiológicas dos trabalhadores, já que essa pode melhorar seu estado de
espírito e aumentar sua capacidade intelectual, além de impedir e reduzir um
desgaste prematuro.

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93
c) Participação dos funcionários
É fundamental que a equipe de funcionários participe da organização do
trabalho, pois desse modo, eles terão uma noção de seu “limite subjetivo”, ou seja,
terão conhecimento de até aonde podem ir. Nesse contexto, eles devem ser
estimulados a dar sugestões.

d) Redução do tempo de exposição dos trabalhadores aos riscos


Nos ambientes onde for impossível a aplicação de técnicas para
minimização dos agentes agressivos, é adequado que se tente estabelecer um
rodízio entre os trabalhadores para reduzir o tempo de exposição aos riscos
(CARVALHO, 2000).

 Medidas de Proteção Individual

Destaca-se como um dos mais importantes controles da exposição a


agentes ambientais o uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s., que é
uma medida definida pelo PPRA.

Conforme a NR- 6, considera-se EPI:

Todo o dispositivo de uso individual,


de fabricação nacional ou estrangeira,
destinado a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador.

Ressalta-se que o EPI não evita acidentes, tendo em vista que o agente de
risco irá permanecer. Isso quer dizer que seu uso representa apenas a possibilidade
de reduzir o dano (CAMPOS, 2002).
É preciso lembrar que as medidas de proteção individual contra a agressão
dos riscos ambientais só devem ser indicadas em casos específicos, tais como:

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94
 Em todos os momentos nos quais as medidas de proteção coletiva
forem tecnicamente inviáveis, ou não disponibilizarem completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais.
 Durante o período em que as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo providenciadas e implementadas.
 Em situações de emergência.
 Em tarefas de curta duração.

 Medidas de Higiene e Conforto

Consideram-se medidas de higiene e conforto como sendo medidas


extremamente indispensáveis em uma organização, principalmente quando há
ambientes insalubres. Dessa forma, torna-se importante que sejam observadas
permanentemente, e não apenas nos momentos em que se realizarão os
levantamentos de riscos.
Define-se como condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho,
conforme a NR- 24:
a) Higiene Pessoal
A boa higiene pessoal proporciona prevenção de doenças do trabalho e
evitam a transmissão de doenças contagiosas. Nesse sentido, os trabalhadores que
estiverem expostos a agentes agressivos devem receber informações detalhadas
sobre as medidas de higiene pessoal.

b) Banheiros e Lavatórios
Devem ser separados para homens e mulheres, ser higienizados, limpos e
desprovidos de odores desagradáveis. Deve ter um chuveiro para cada 10
funcionários que se ocupam de atividades consideradas insalubres. Os pisos devem
ser impermeáveis e deve ter disponível uma torneira para cada grupo de 20
trabalhadores.

c) Vestiários e Armários
Devem estar em bom estado de conservação, organizados individualmente e
por sexo.

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d) Bebedouros
Devem ser instalados em pontos estratégicos, de fácil acesso para os
funcionários, principalmente onde existam fontes de calor. O uso de recipientes
coletivos deve ser proibido e o suprimento de água potável em frasco, deve estar em
quantidade superior a ¼ de litro por homem/horas de trabalho.

e) Alimentos
Os funcionários devem ser proibidos de levarem comida para o setor de
trabalho, evitando contaminação.

f) Cozinha
Deve ter um lavatório com água corrente, sabão e toalhas, para uso do
pessoal do serviço de alimentação.

g) Lixo
O tratamento dado ao lixo da cozinha deve estar de acordo com as normas
locais do serviço de saúde pública.

h) Áreas de Lazer
Considera-se que o trabalho, o lazer e o sono sejam etapas sequenciais nas
atividades humanas. O período dedicado ao lazer adquire um papel relaxante,
buscando aliviar as tensões do trabalho e facilitar o sono.

IV – ETAPA

Identificar os Índices de Saúde

Por meio do mapeamento de riscos é possível que os profissionais da CIPA


estejam mais atentos às alterações no desenvolvimetno do trabalho. Assim, torna-se
relevante a efetivação de uma reavaliação periódica das medidas preventivas
adotadas, para que não percam a eficiência com o tempo.

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O monitoramento contínuo dos cipeiros é uma medida considerada de
proteção, fundamental para a saúde dos funcionários (CAMPOS, 2002).
É preciso que os profissionais da CIPA avaliem com os funcionários se a
empresa está realizando os exames médicos previstos no PCMSO. Após a
constatação, é necessário identificar:
 As queixas mais frequentes;
 Os acidentes de trabalho ocorridos;
 As doenças profissionais diagnosticadas;
 Os casos de absenteísmo.

Todos os itens apresentados acima são considerados indicadores de saúde.

Queixas mais Frequentes


No momento do questionamento é preciso que o profissional da CIPA
busque as principais queixas em relação à saúde, tendo em vista que nessa etapa o
que interessa é saber se existem sinais clínicos que evidenciem um risco de evoluir
para uma enfermidade.
Deve-se acompanhar constantemente os setores que apresentarem agentes
agressivos à saúde dos trabalhadroes, principalmente se houverem queixas
frequentes dos trabalhadores sobre o mesmo sintoma. Nesse caso, será necessário
acelerar a implementação das medidas preventivas.
Como queixas mais frequentes são reconhecidas:
• Dor de cabeça constante;
• Perda de peso;
• Gripes contantes;
• Tosse incessante;
• Fisgadas;
• Formigamento;
• Insônia;
• Dificuldade para respirar;
• Dores lombares.

AN02FREV001/REV 4.0

97
FIGURA 23 - DORES DE CABEÇA

FONTE: Disponível em: < http://blog.artstones.com.br/cuidados-e-dicas/como-


amenizar-dor-de-cabeca-com-cristais/ >. Acesso em 05 jun. 2013.

Acidentes de Trabalho Ocorridos


É preciso fazer um levantamento onde constem, no mínimo, os acidentes
ocorridos nos últimos doze meses no setor analisado, visando estabelecer nexo com
a presença de agentes agressivos no local.
Após ser estabelecido o nexo causal “Dano X Agente”, a graduação do risco
aumenta, o que requer uma ação preventiva da CIPA, visando o não retorno da
repetição do fato (CAMPOS, 2002).

AN02FREV001/REV 4.0

98
É possível realimentar o plano de trabalho da CIPA por meio das
informações mais detalhadas, que indiquem a natureza da lesão e a parte do corpo
atingida.

FIGURA 24 - COLEGA DE TRABALHO MACHUCADO

FONTE: Disponível em:


<http://www.paulinas.org.br/diafeliz/images/comemoracao/AcidenteTrabalho.gif>.
Acesso em 05 jun. 2013.

Doenças Profissionais Diagnosticadas


Referem-se à existência de um levantamento passivo ocupacional da
organização. Para isso, basta procurar nas Comunicações de Acidentes de Trabalho
– CAT, as situações de doenças profissionais já diagnosticadas.
Caso tenha sido constatada a existência de doenças, é importante verificar
se a empresa adotou medidas preventivas e se essas medidas foram eficazes.
Absenteísmo

AN02FREV001/REV 4.0

99
A ausência do empregado ao trabalho raramente é levada em consideração
quando ocorre por questões de saúde. A falta do funcionário pode ter diversas
razões, mas o que interessa no Mapeamento de Riscos é a falta ao serviço por
problemas gerados por agentes ambientais.
Assim, é relevante que os cipeiros considerem o motivo da ausência do
trabalhador, relacionando os fatos, analisando-os com atenção e criando estratégias
de ação.
O PPRA irá ser aperfeiçoado com essas ações.
Os dados para investigar as questões devem ser obtidos no Departamento
de Administração de Pessoal da organização em questão.

FIGURA 25 - TRABALHADOR ACIDENTADO

FONTE: Disponível em: <http://www.blogbrasil.com.br/wp-


content/uploads/2008/12/acidente-de-trabalho.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.

AN02FREV001/REV 4.0

100
V – ETAPA

Conhecer os Levantamentos Ambientais

É extremamente importante e necessário que os profissionais da CIPA


conheçam quais foram os levantamentos ambientais já realizados pela empresa e
seus resultados. É o que preconiza também a Portaria n 25/94, na letra “e”, do item
2 do Mapeamento de Riscos (CAMPOS, 2002).
Nesse contexto, faz-se necessário compreender os conceitos e expressões
que envolvem a problemática de riscos ambientais:

 Insalubre
É uma palavra latina, que representa aquilo que origina doença, o que é
doentio. Caracteriza-se a insalubridade baseando-se em valores nos quais o limite
de tolerância foi ultrapassado.

 Higiene do Trabalho
É compreendida como a ciência e a arte dedicada à (ao):
 Reconhecimento;
 Avaliação;
 Controle.
Essas funções são direcionadas aos fatores ambientais e aos agentes
“tensores” originados no local de trabalho, tendo grandes probabilidades de
ocasionar doenças, prejuízos à saúde e bem-estar, um desconforto significativo e
ineficiência entre o grupo de funcionários ou entre a comunidade.

 Monitoramento Ambiental
Refere-se ao levantamento e a avaliação dos agentes de riscos existentes
no ambiente ocupacional. Incluindo-se as medidas de controle adotadas para
combatê-los. O PPRA prevê sua periodicidade.

AN02FREV001/REV 4.0

101
 Limite de Tolerância
Corresponde à intensidade / concentração máxima ou mínima, relacionada
com a natureza do agente de risco, assim como o tempo de exposição a ele, o que
provoca danos à saúde do trabalhador, durante o exercício de suas funções
laborais.

 Indicador Biológico de Exposição


Trata-se da substância, elemento químico ou atividade orgânica, cuja
concentração ou ação em um fluído biológico apresenta relação com a exposição
ambiental. Os exames médicos do PCMSO revelam esse indicador.

Avaliação Ambiental
O PPRA, em seu cronograma já prevê a avaliação ambiental. Essa consiste
na medição dos riscos ambientais, e na sequência é realizado um registro, também
chamado de laudo, contendo todos os dados obtidos (SALEM & SALEM, 2001).
Os profissionais da CIPA, ao analisarem o laudo ambiental, devem estar
atentos a alguns aspectos importantes, dentre eles destacam-se:
 Agentes que foram monitorados = ruído, gases, vapores, calor,
iluminação, poeiras, etc.
 Metodologia usada para a detecção de cada um dos agentes =
seguindo as normas técnicas da Fundacentro do Brasil, do National Institute
Occupational Safety and Health (NIOSH) e da Occupational Safety and Health
Administration dos Estados Unidos.
 Equipamentos utilizados para quantificar os agentes = monitor de
estresse térmico, medidor de nível de pressão sonora, luxímetros, bomba de
detecção de gases, árvore de termômetros, anenômetros, bombas de amostragem,
etc.
 Tabelas com os resultados das medições realizadas, destacando-se os
níveis de intensidade/concentração e do tempo de exposição dos trabalhadores aos
agentes.

AN02FREV001/REV 4.0

102
 Setores e pontos nos quais foram ultrapassados os limites de
tolerância
 Observância ou não, das medidas de controle propostas
A verificação desses pontos permite a avaliação dos indicadores de saúde, a
elaboração de estatísticas das doenças adquiridas pelos trabalhadores e serve
como informações adicionais para o plano de trabalho da CIPA.

VI – ETAPA

Elaboração dos Riscos Ambientais

Critérios Utilizados
Após a realização das análises, dos relatórios e da validação dos riscos, a
CIPA terá as informações necessárias para elaborar o mapeamento. Os riscos
devem ser representados por área, dentro de um arranjo físico (layout) organizado
em círculos, tendo as seguintes características:

 Utilização de uma cor padrão para identificar cada grupo de risco:


¥ Riscos físicos : verde.
¥ Riscos químicos: vermelho.
¥ Riscos biológicos: marrom.
¥ Riscos ergonômicos: amarelo.
¥ Riscos de acidentes: azul.

 A quantidade de funcionários, expostos aos riscos, anotada no interior


do círculo correspondente.

 Especificação do agente também deve ser anotada no interior do


círculo correspondente.

 A descrição dos diâmetros deverá ter medida proporcional à


intensidade do risco, conforme a percepção dos funcionários, ou seja, quanto maior
o círculo, maior o risco.

AN02FREV001/REV 4.0

103
A afixação do mapeamento, após sua conclusão, deverá ser feita nos
setores analisados, de forma bem visível e em local de fácil acesso para todos os
trabalhadores (GONÇALVES, 2000).
É importante que cada setor analisado deva ter seu próprio número de
identificação, que deverá ser o mesmo constante no relatório de levantamento dos
riscos do setor.

FIGURA 26 - DOR NAS COSTAS

FONTE: Disponível em: <http://myweb.tiscali.co.uk/michaelmcmillan1986/mh.html>. Acesso


em: 05 jun.2013.

FIM DO MÓDULO III

AN02FREV001/REV 4.0

104
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

Documento não controlado - AN03FREV001

1
CURSO DE
SEGURANÇA NO TRABALHO

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

Documento não controlado - AN03FREV001

99
MÓDULO IV

10 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO

Os profissionais da CIPA devem estudar as doenças e os acidentes do


trabalho, apontando todas as situações que, combinadas desencadearam a sua
ocorrência e, se eliminadas a tempo, poderiam ter impedido o acidente ou
minimizado suas consequências.
A identificação e eliminação de tais situações, assim como a sua eliminação,
são medidas fundamentais para evitar que acidentes semelhantes venham a
ocorrer, em função das mesmas causas (OLIVEIRA, 2003).
É fundamental o estudo aprofundado de todos os acidentes e doenças
detectadas. Porém alguns casos necessitam ser tratados com maior vigor, por
exemplo, as situações que:
 Tenham ocasionado lesões ou danos graves.
 Tenham gerado afastamento do trabalho superior a quinze dias.
 Se repitam com frequência.
 Os profissionais da CIPA considerarem importantes, em função da
quantidade de variáveis envolvidas.
Em grande parte das empresas, não é destinado um espaço reservado para
a CIPA guardar seu acervo, sua documentação particular. Assim, todos os
documentos, dados e informações estão disponíveis no SESMT, desde que não
tenham sido perdidos no decorrer dos anos. A Ata é o único documento deixado
pela CIPA. E essa falta de documentação e registro impede que os cipeiros
reconheçam uma situação já vivida e identificada, levando-os a demorar mais tempo
em sua investigação e análise do que deveriam.

Documento não controlado - AN03FREV001

100
10.1 ACIDENTES DE TRABALHO

A Constituição Brasileira, apresenta o conceito de acidente de trabalho por


meio da Lei n 8213 de 1991, no seu artigo 19, que diz:
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do
artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
morte ou a perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho (CAMPOS, 2002).
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso em: 30
abr. 2010.

Documento não controlado - AN03FREV001

101
Considera-se acidente de trabalho, para efeito dos Benefícios da
Previdência Social, as seguintes entidades mórbidas, presentes no artigo 20 da Lei n
8213:

Item I
A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.
Comentário I
Exemplos:
o Extração de minérios: exposição à sílica livre.
o Fabricação de tintas: exposição ao mercúrio.
o Indústria metalúrgica: exposição à vibrações.
o Soldagem: exposição ao cádmio.
o Siderurgia: exposição ao flúor.

Item II
A doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, desde que constante da relação mencionada no inciso I.
Comentário II
Exemplos:
o Contaminação acidental com cloreto de metileno.
o Trabalhador exercendo atividade temporária com exposição a raios X.

Documento não controlado - AN03FREV001

102
EM DESTAQUE:

§ 1º Não serão consideradas como doenças do trabalho:

a) A doença degenerativa.
b) A doença inerente a grupos etários.
c) A doença que não produz incapacidade laborativa.
d) A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de
que resultou de exposição ou contato direto determinado
pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença


não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condições especiais em que o trabalho é executado
e com ele se relaciona diretamente, a Previdência social deve
considerá-la acidente de trabalho.

O artigo 21 da Lei 8213/91 equipara ainda ao acidente de trabalho:


I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido causa
única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou
redução de sua capacidade laboral, ou produzindo lesão que exija atenção médica
para sua recuperação.

II. O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de


trabalho, em consequência de:
a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou por
companheiro de trabalho.
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa no
trabalho.

Documento não controlado - AN03FREV001

103
c) Ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho.
d) Ato da pessoa privada do uso da razão.
e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes
de força maior.
DIFERENCIAÇÕES:

IMPRUDÊNCIA = é agir sem cautela, sem pensar no perigo.

NEGLIGÊNCIA = é agir com descuido, é fingir não ver uma


situação de risco.

IMPERÍCIA = está relacionada com a incompetência, o não


saber, a inabilidade.

III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado


durante o exercício de sua atividade.

IV. O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:


a) Na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade
da empresa.
b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe
evitar prejuízo ou proporcionar proveito.
c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando
financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra,
independente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado.
d) No percurso da residência para o local de trabalho, ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado, desde que não haja alteração ou interrupção por meio alheio ao trabalho.

Documento não controlado - AN03FREV001

104
NOTA:

Este é o chamado ACIDENTE DE TRAJETO,


que para ser caracterizado é importante que o
trabalhador mantenha seu endereço atualizado no
Departamento de Administração da empresa.

§ 1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este,
o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a
lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências do anterior.

Em casos de doenças, conforme artigo 23 da Lei n 8213/91:


Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do
trabalho:
 A data do início da incapacidade laborativa para o exercício da
atividade habitual.
 O dia da segregação compulsória.
 O dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o
que ocorrer em primeiro lugar.

Documento não controlado - AN03FREV001

105
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso
em: 30 abr. 2010.

11 MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

Primeiramente, torna-se importante frisar que no percurso de uma


investigação de acidentes, não se deve buscar culpados, pois existe uma grande
probabilidade de o mesmo tipo de acidente tornar a acontecer sendo ainda mais
grave (CAMPOS, 2002).

Documento não controlado - AN03FREV001

106
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://www.bancariospel.com.br/admin/uploads/noticias/61cb3f12a3.jpg>. Acesso
em: 30 abr. 2010.

Para isso, é relevante que no processo investigativo a vítima “não tenha


rosto” e que se trabalhe com a função exercida, sem fazer referência ao nome das
pessoas.
Visando contemplar os requisitos acima citados, destacam-se dois métodos
de investigação de acidentes:
 Método da Árvore de Causas.
 Método do Diagrama de Causas e Efeitos.

Documento não controlado - AN03FREV001

107
11.1 MÉTODO DA ÁRVORE DE CAUSAS

O método refere-se a uma metodologia prática de investigação de


acidentes/incidentes no trabalho, que ajuda a compreendê-los melhor e a encontrar
uma forma mais adequada de lutar contra eles.
No âmbito internacional, o método da Árvore de Causas é considerado um
instrumento de trabalho eficaz, sendo bastante utilizado pelos diversos institutos de
pesquisa e consultoria da área (GONÇALVES, 2000).
Define-se a Árvore de Causas como sendo:

A representação gráfica do encadeamento lógico


dos fatos que provocaram o acidente/incidente,
elaborada a partir de um caso real.

Destaca-se que o levantamento dos fatos que desencadearam um acidente


é um grande auxílio para propor medidas que visem à minimização dos riscos.

Princípios da Elaboração da Árvore de Causas


A elaboração da Árvore de Causas de maneira eficiente exige a observação
de alguns princípios fundamentais:

 Basear as ações e estratégias em fatos concretos, ou seja, que


comprovadamente ocorreram.
 Não utilizar o método de maneira tendenciosa, visando contemplar
suas próprias ideias. O método foi desenvolvido para ser explorado de forma grupal.
 Para não ser contestada, a Árvore de Causas necessita ser bem
elaborada e transparente.
 Não é permitido haver hierarquia dentro do grupo destinado a avaliar a
Árvore de Causas, todos devem estar em igualdade de condições.

Documento não controlado - AN03FREV001

108
 As causas básicas são foco da construção da Árvore de Causas e não
possíveis culpados.
 Busca-se a identificação de diversas causas, não somente de uma.

11.1.1 Fases que antecedem a elaboração da Árvore de causas

1ª FASE: Análise da Situação


O processo tem seu início a partir da ocorrência de um acidente ou de um
incidente (CAMPOS, 2002).
A coleta das informações deve ser realizada de maneira objetiva e levando-
se em consideração os aspectos a seguir:
1. Iniciar a investigação imediatamente após a ocorrência do acidente ou
incidente, visando captar o que realmente aconteceu. Enriquece o material se
houver o depoimento da vítima e/ou das testemunhas, sem policiamento, censura ou
pressão.
2. Reconstituir o acidente no local de sua ocorrência, reunindo evidências
que possam ser usadas para construção da Árvore. Para isso é importante o
conhecimento das tarefas realizadas no ambiente que está sendo investigado, assim
como também, os tipos de equipamentos existentes no local e a maneira como
estão distribuídos.
3. Deve-se estar atento para reconhecer as informações imprecisas ou
deturpadas, lembrando-se de que o intervalo de tempo entre o momento do acidente
ou incidente e o início da investigação pode deixar no esquecimento detalhes
relevantes.
4. Selecionar as pessoas mais capacitadas a fornecer o máximo de
informações para a elucidação do caso. Se possível, envolver o acidentado no grupo
de análise, na medida em que ele constitui uma das peças-chave para a construção
da Árvore.
5. Registrar todas as informações obtidas, para utilizá-las sempre que
necessário. Considerar as condições materiais, a organização do trabalho e o
comportamento humano.

Documento não controlado - AN03FREV001

109
6. Pesquisar prioritariamente os antecedentes que não fazem parte do
cotidiano.
7. Os elementos fundamentais para a investigação são:

Trabalho
Tarefa que o indivíduo
executava quando ocorreu
o acidente ou incidente.

Material Meio de Trabalho


As matérias-primas As condições
Os produtos Ambiente físico
As máquinas Ambiente social
Meios de produção Do posto de trabalho no
Usados na hora do momento do acidente ou
acidente ou incidente. incidente.

Retroagir o máximo possível, a partir do momento em que se consumou a


lesão, ou seja, voltar às condições anteriores ao acidente.

LEMBRETE:
A qualidade da investigação depende da quantidade
de informações recebidas. Desse modo, todo o trabalho
poderá ficar comprometido, se não for feito um
levantamento correto e preciso.

Documento não controlado - AN03FREV001

110
2ª FASE: Detalhes da Representação Gráfica
A Árvore, enquanto um diagrama de fatores do acidente irá evidenciar as
relações entre os fatos que contribuíram para a sua ocorrência, também chamados
de encadeamento lógico. Isso quer dizer que não levará em conta somente a
sequência dos acontecimentos no tempo, também reconhecida como encadeamento
cronológico.
Desse modo, é possível, por meio desse método, evidenciar relações entre
fatos ocorridos em momentos remotos que poderiam passar despercebidos
(CAMPOS, 2002).
O ponto de partida para a construção da Árvore de Causas será o acidente
ou incidente, considerado último fato e, a partir dele irão ser definidos os
antecedentes imediatos. Visando dar conformação à Árvore, é preciso remontar
sistematicamente cada uma das ações, respondendo às seguintes perguntas:
O que ocorreu para que esse fato fosse produzido?
Isso foi suficiente e necessário?

Dessa forma conclui-se que:

No levantamento de dados,
cada fato tem, pelo menos,
um antecedente.

Situações de Encadeamento
É possível reconhecer situações, durante o levantamento, que possibilitam o
estabelecimento de três tipos de nexo:

1ª situação:
O fato tem um único antecedente.

2ª situação
O fato tem dois ou mais antecedentes.

3ª situação:

Documento não controlado - AN03FREV001

111
Vários fatos apresentam apenas um único antecedente.

4ª situação:
Não há relação entre os fatos: eles são independentes.

11.1.2 Etapas da Construção da Árvore de Causas

1ª Etapa: ANÁLISE DA SITUAÇÃO


Nessa fase, reconhecidamente de investigação, é preciso levantar o maior
número possível de elementos e trabalhar com os seguintes aspectos:

a) Declaração do acidente.
b) Pesquisa inicial.
c) Complementação da pesquisa pelo processo de investigação.

2ª Etapa: EXPLORAÇÃO DOS FATOS GERADOS


A referida etapa ocorre à inclusão de quatro tópicos importantes:
I. Grupo de Participantes da Elaboração da Árvore de Causas
Esse grupo não poderá ser rígido, fixo. Deve ter uma composição variada,
conforme o caso a ser estipulado (CAMPOS, 2002).
Os possíveis componentes de um grupo são:
 A vítima, quando possível.
 As testemunhas do acidente ou incidente.
 Os responsáveis hierarquicamente superiores.
 Os profissionais da CIPA.
 Os membros do SESMT.

II. Importância da Análise Preliminar dos Riscos


São dois os fatores a serem trabalhados nessa fase:
 O isolamento das configurações e das características dos riscos.
 Os fatores potenciais de acidentes.

Documento não controlado - AN03FREV001

112
Quando bem executada, essa tarefa reduz significativamente a ocorrência
de acidentes e incidentes ocupacionais.
Por outro lado, caso esses fatores não sejam bem trabalhados existe grande
probabilidade de ocorrem os acidentes. A árvore de Causas comprova muito bem
isso. Sendo assim, torna-se fundamental que as causas sinalizadas na Árvore
desenvolvam ações de controle, para que acidentes ou incidentes semelhantes não
se repitam (MICHEL, 2000).
Esse método é diferenciado porque, além de proporcionar o estabelecimento
do diálogo entre as pessoas, ele permite tirar uma lição construtiva de uma situação
indesejável.

III. Escolha e Definição das Medidas de Prevenção


A experiência e a sabedoria devem estar presentes na execução da tarefa
de escolha e definição de medidas de prevenção. A experiência de quem domina as
técnicas conhece cientificamente o problema e, por isso, tem condições de sugerir
medidas concretas para minimizá-lo.
Sabedoria de quem, embora não tenha conhecimento técnico mais
aprofundado, aprendeu com a experiência, podendo com muita propriedade, opinar
e fazer propostas para amenizar ou resolver a situação.

LEMBRE-SE:

A não atuação sobre os riscos implica


em futuros acidentes.

IV. Garantia e Acompanhamento das Ações de Prevenção


Depois de referenciadas pelos empregados e pela direção da organização,
as medidas preventivas passam a ser recomendadas. Será responsabilidade da
CIPA o acompanhamento e implementação dessas medidas, o que é realizado em
dois tempos, sendo um de registro e outro de controle.
1º Tempo: Registro

Documento não controlado - AN03FREV001

113
Nesse momento torna-se relevante que todos os itens significativos fiquem
registrados, como por exemplo:
¥ Ordem de serviço.
¥ Medida proposta.
¥ Início dos trabalhos.
¥ Final dos trabalhos.
¥ Responsável.
¥ Custo previsível.
2º Tempo: Controle
O controle deverá ser executado no período de execução do serviço e
depois do mesmo. Tudo o que for observado nas visitas de controle deve ser
comentado nas reuniões da CIPA, uma vez que os membros da comissão devem
estar sempre atualizados e bem informados (CARVALHO, 2000).
As observações podem ser registradas contendo as seguintes informações:
¥ Data.
¥ Situação.
¥ Observações.
FIGURA: SEGURANÇA NO TRABALHO

FONTE: Disponível em:


<http://media.photobucket.com/image/ACIDENTE%20NO%20TRABALHO/tmaneca/g2_
7.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010.

Documento não controlado - AN03FREV001

114
12 MÉTODO DO DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS

Esse diagrama é representado na forma de um peixe, o que facilita não só a


visualização do problema, como também a interpretação das causas que o
originaram.
Conhecido também como:
 Diagrama de Ishikawa.
 Diagrama Espinha de Peixe.

FONTE: Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta99/silvino/figuras/Image945.gif>.


Acesso em: 30 abr. 2010.

O referido diagrama parte do pressuposto de que o acidente não ocorre em


virtude de uma única causa, mas por um conjunto de fatores que desencadeiam
todo o processo.

Documento não controlado - AN03FREV001

115
Além disso, ele envolve um trabalho extremamente coletivo, já que as
pessoas participam opinando sobre as prováveis causas que teriam gerado o
acidente.

12.1 AS CAUSAS

O acidente é registrado na cabeça do peixe e as causas, uma em cada


espinha.
Geralmente, quando se trata de acidentes, a investigação baseia-se em
quatro diferentes causas:
 Ambiente de trabalho.
 Agentes materiais.
 Características pessoais.
 Organização do trabalho.

O Diagrama de Causas e Efeitos faz uso de 6M´s, (mão medidas), que é


outra opção.
Cabe ao investigador encontrar a melhor opção para a investigação de cada
situação, visando sempre optar pelos fatores mais simples, para que não confundam
as pessoas (CARVALHO, 2000).
O objetivo principal do trabalho é minimizar os riscos.
No quadro a seguir apresenta-se cada “espinha” com seus respectivos
tópicos específicos.

QUATRO FATORES SEIS “M”

1 - AGENTES MATERIAIS 1 – MÃO DE OBRA


 Ferramentas  Treinamento
 Instalações  Morivação
 Máquinas  Habilidade
 Objetos 2 - MÉTODOS

Documento não controlado - AN03FREV001

116
 Substâncias perigosas  Procedimentos
2 - AMBIENTE DE TRABALHO  Manuais
 Iluminação  Instruções de trabalho
 Ruído 3 - MÁQUINAS
 Radiações  Manutenção
 Ordenação  Proteções
 Limpeza  Condições inseguras
3 - CARACTERÍSTICAS PESSOAIS 4 - MEIO AMBIENTE
 Conhecimento  Relações interpessoais
 Atitudes  Clima
 Habilidades  Sujeira
4 - ORGANIZAÇÃO 5 - MATERIAIS
 Formação  Especificações
 Sistemas de comunicação  Fornecedores
 Métodos  Toxicidade
 Procedimentos 6 - MEDIDAS
 Verificação
 instrumentos

12.2 VANTAGENS DO MÉTODO

¥ Apresenta todas as variáveis que podem reproduzir um acidente.


¥ Leva todos os envolvidos no processo a se comprometerem com os
resultados.
¥ Pode ser usado como ferramenta estatística para o Controle da
Qualidade Total de Produtos.
¥ É ideal para quem está fazendo ou já fez um Sistema de Gestão
Ambiental
¥ Organiza as ideias geradas em uma tempestade de ideias, técnica
usada para motivar a participação de todos os envolvidos no processo.

Documento não controlado - AN03FREV001

117
12.3 DESVANTAGENS DO MÉTODO

¥ Exige uma estrutura organizacional favorável para ser aplicado com


sucesso, pois se trata de uma metodologia diferente da tradicional.
¥ Deve ser utilizado, preferencialmente, por pessoas com vivência em
PDCA, que significa:
PLAN – Planejar.
DO – fazer.
CHECK – verificar.
ACTION – atuar corretamente.
¥ Precisa de pessoas que tenham percepção
¥ Não sinaliza se o problema é grave ou não.

12.4 ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA

1º Passo
Efetuar o levantamento dos fatos, imediatamente após a ocorrência do
acidente ou do incidente.

2º Passo
Organizar os fatos de acordo com as “espinhas” do diagrama.

3º Passo
Traçar uma linha horizontal em um papel adequado, que pode ser cartolina,
quadro magnético ou de giz, simulando o formato de um peixe e colocando o
acidente na região da cabeça.

4º Passo

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118
Registrar nas espinhas do peixe os quatro fatores ou os seis M´s que
determinaram o acidente.

5º Passo
Inserir em cada uma das espinhas a contribuição pessoal do investigador
para o esclarecimento do acidente .

6º Passo
Finalizar o diagrama depois que todos os envolvidos tiverem concordado
com a representação gráfica ou inserido o que ainda estava faltando.

7º Passo
Fixar o diagrama em local visível para anexar as contribuições voluntárias.

8º Passo
Ao lado do diagrama, deixar etiquetas autoadesivas e canetas para que o
funcionário registre sua contribuição voluntária na espinha de peixe correspondente.

9º Passo
Após a finalização do tempo preestabelecido, realizar o levantamento das
contribuições em uma tempestade de ideias (brainstorming), o que viabilizará ao
comitê investigativo formular ações corretivas para o enfrentamento do problema.

10º Passo
Implementar uma verificação de Follow Up com periodicidade definida,
para que os membros da CIPA possam acompanhar a implementação e a
manutenção das medidas de controle.

Documento não controlado - AN03FREV001

119
13 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEGISLAÇÃO

A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e


artigo 7º, incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõe, especificamente, sobre
segurança e saúde dos trabalhadores.
A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à
Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514,
de 22 de dezembro de 1977.
O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho
de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras - NR - previstas no Capítulo V da
CLT. Essa mesma Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR
seriam determinadas pela Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do
atual Ministério do Trabalho e Emprego.
A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica por meio da
Lei nº 5.889, de 5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais - NRR
- foram aprovadas pela Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo
essa portaria foi revogada e a regulamentação do trabalho rural está concentrada
em uma norma regulamentadora específica, que é a NR-31.
Incorporam-se às leis brasileiras, as Convenções da OIT - Organização
Internacional do Trabalho, quando promulgadas por Decretos Presidenciais. As
Convenções Internacionais são promulgadas após submetidas e aprovadas pelo
Congresso Nacional.

NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS
Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83.
Portaria SSMT n.º 03, de 07 de fevereiro de 1988 10/03/88.
Portaria SSST n.º 13, de 17 de setembro de 1993 21/09/93.

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120
Portaria SIT n.º 84, de 04 de março de 2009 12/03/09.

1.1 As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do


trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos
órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83).
1.1.1 As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras – NR aplicam-
se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes
tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias
profissionais. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.2 A observância das Normas Regulamentadoras - NR não desobriga as
empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam
incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou
Municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.3 A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de
âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as
atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a
Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o
Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho em todo o território nacional. (Alteração dada pela Portaria n.º 13, de
17/09/93).
1.3.1 Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho -
SSST conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das
decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de
segurança e saúde no trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 13, de 17/09/93).
1.4 A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é
o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a
segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção
dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador -

Documento não controlado - AN03FREV001

121
PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho. (Alteração dada pela Portaria n.º 13, de
17/09/93).
1.4.1 Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à
Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição: (Alteração
dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de
obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;
d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou
neutralização de insalubridade;
e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança
e medicina do trabalho nas localidades onde não houver Médico do Trabalho ou
Engenheiro de Segurança do Trabalho registrado no MTb.
1.5 Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais,
mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização
e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (Alteração dada pela
Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.6 Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR, considera-
se: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
a) empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos,
que admitem trabalhadores como empregados;
b) empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual
a empregador, sob a dependência deste e mediante salário;

Documento não controlado - AN03FREV001

122
c) empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros
de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização
de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos;
d) estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em
lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina,
depósito, laboratório;
e) setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional
compreendida no mesmo estabelecimento;
f) canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se
desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de
uma obra;
g) frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se
desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de
uma obra;
h) local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.
1.6.1 Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de
outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade
econômica, serão, para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR,
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.6.2 Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra
de engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será
considerada como um estabelecimento, a menos que se disponha, de forma
diferente, em NR específica. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).
1.7 Cabe ao empregador: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho;
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando
ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; (Alteração
dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)
Obs.: Com a alteração dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09, todos os
incisos (I, II, III, IV, V e VI) desta alínea foram revogados.

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123
c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de
07/02/88)
I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;
II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela
empresa;
III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de
trabalho.
d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a
fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho; (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)
e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente
ou doença relacionada ao trabalho. (Inserção dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)
1.8 Cabe ao empregado: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde
do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; (Alteração
dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)
b) usar o EPI fornecido pelo empregador;
c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas
Regulamentadoras - NR;
d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras -
NR;
1.8.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao
cumprimento do disposto no item anterior. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de
09/03/83)
1.9 O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das
penalidades previstas na legislação pertinente. (Alteração dada pela Portaria n.º 06
de 09/03/83)
1.10 As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das
Normas Regulamentadoras – NR, serão decididos pela Secretaria de Segurança e
Medicina do Trabalho - SSMT. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

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124
NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83.
Portaria SSMT n.º 34, de 20 de dezembro de 1983 29/12/83.
Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987 16/12/87.
Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990 20/09/90.
Portaria DSST n.º 04, de 08 de outubro de 1991 10/10/91.
Portaria SNT n.º 04, de 06 de fevereiro de 1992 10/02/92.
Portaria SSST n.º 08, de 01 de junho de 1993 03/06/93.
Portaria SSST n.º 01, de 12 de maio de 1995 25/05/95.
Portaria SIT n.º 17, de 01 de agosto de 2007 02/08/07.
Portaria SIT n.º 76, de 21 de novembro de 2008 25/11/08.
Portaria SIT n.º 128, de 11 de dezembro de 2009 14/12/09.

4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração


direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente,
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho,
com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no
local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade
principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos
Quadros I e II, anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.1 Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de
trabalho com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado,
território ou Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas
como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá

Documento não controlado - AN03FREV001

125
organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.1.1 Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos
do trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.1.2 Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de
enfermagem do trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou
frente de trabalho, conforme o Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º
34, de 11 de dezembro de 1987)
4.2.2 As empresas que possuam mais de 50% (cinquenta por cento) de seus
empregados em estabelecimentos ou setor com atividade cuja gradação de risco
seja de grau superior ao da atividade principal deverão dimensionar os Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, em
função do maior grau de risco, obedecido o disposto no Quadro II desta NR.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.3 A empresa poderá constituir Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho centralizado para atender a um conjunto de
estabelecimentos pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre
aquele em que se situa o serviço e cada um dos demais não ultrapasse a 5.000
(cinco mil metros), dimensionando-o em função do total de empregados e do risco,
de acordo com o Quadro II, anexo, e o subitem 4.2.2. (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.4 Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no
Quadro II, desta NR, e outro(s) que não se enquadre(m), a assistência a este(s) será
feita pelos serviços especializados daquele(s), dimensionados conforme os subitens
4.2.5.1 e 4.2.5.2 e desde que localizados no mesmo Estado, Território ou Distrito
Federal. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 20 de dezembro de 1983)
4.2.5 Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que,
isoladamente, não se enquadrem no Quadro II, anexo, o cumprimento desta NR
será feito por meio de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho centralizados em cada estado, território ou Distrito Federal,
desde que o total de empregados dos estabelecimentos no estado, território ou

Documento não controlado - AN03FREV001

126
Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II, anexo, aplicado o disposto
no subitem 4.2.2. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.5.1 Para as empresas enquadradas no grau de risco 1 o
dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá ao Quadro II,
anexo, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados
existentes no estabelecimento que possua o maior número e a média aritmética do
número de empregados dos demais estabelecimentos, devendo todos os
profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho, assim constituídos, cumprirem tempo integral. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.2.5.2 Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4, o
dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá o Quadro II,
anexo, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados
de todos os estabelecimentos. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de
outubro de 1983)
4.3 As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e
que possuam outros serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes
serviços com os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho constituindo um serviço único de engenharia e medicina.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.1 As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e
medicina ficam obrigadas a elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de
Segurança e Medicina do Trabalho, até o dia 30 de março, um programa bienal de
segurança e medicina do trabalho a ser desenvolvido. (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.1.1 As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de
cada exercício poderão constituir o serviço único de que trata o subitem 4.3.1 e
elaborar o programa respectivo a ser submetido à Secretaria de Segurança e
Medicina do Trabalho, no prazo de 90 (noventa) dias a contar de sua instalação.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.1.2 As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já
possuam serviço único, poderão ser assistidas pelo referido serviço, após

Documento não controlado - AN03FREV001

127
comunicação à DRT. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)
4.3.2 À Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho fica reservado o
direito de controlar a execução do programa e aferir a sua eficácia. (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.3 O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os
profissionais especializados previstos no Quadro II, anexo, sendo permitido aos
demais engenheiros e médicos exercerem Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho, desde que habilitados e registrados conforme estabelece a NR-27.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.3.4 O dimensionamento do serviço único de engenharia e medicina deverá
obedecer ao disposto no Quadro II desta NR, no tocante aos profissionais
especializados. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.4 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho deverão ser integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro
de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do
Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, obedecido o Quadro II, anexo.
(Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.4.1 Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços
Especializados em engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão
exigir dos profissionais que os integram comprovação de que satisfazem os
seguintes requisitos: (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de
1990)
a) Engenheiro de Segurança do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador
de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação; (Alterado pela Portaria DSST
n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
b) Médico do Trabalho - médico portador de certificado de conclusão de
curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou
portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do
trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de
Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade

Documento não controlado - AN03FREV001

128
ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina; (Alterado pela
Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão
de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-
graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de
graduação em enfermagem; (Alterado pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro
de 1990)
d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico
de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de
auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada
reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação; (Alterado pela Portaria DSST
n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de
Registro Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho. (Alterado pela Portaria
SSST n.º 8, de 1o de junho de 1983)
4.4.1.1 Em relação às Categorias mencionadas nas alíneas "a" e "c",
observar-se-á o disposto na Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. (Alterado
pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.4.2 Os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser empregados da
empresa, salvo os casos previstos nos itens 4.14 e 4.15. (Alterado pela Portaria
DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.5 A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em
estabelecimentos enquadrados no Quadro II, anexo, deverá estender a assistência
de seus Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho aos empregados da(s) contratada(s), sempre que o número de
empregados desta(s), exercendo atividade naqueles estabelecimentos, não alcançar
os limites previstos no Quadro II, devendo, ainda, a contratada cumprir o disposto no
subitem 4.2.5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.5.1 Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas não se
enquadrarem no Quadro II, anexo, mas que pelo número total de empregados de
ambos, no estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro,
deverá ser constituído um serviço especializado em Engenharia de Segurança e em

Documento não controlado - AN03FREV001

129
Medicina do Trabalho comum, nos moldes do item 4.14. (Alterado pela Portaria
SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.5.2 Quando a empresa contratada não se enquadrar no Quadro II, anexo,
mesmo considerando-se o total de empregados nos estabelecimentos, a contratante
deve estender aos empregados da contratada a assistência de seus Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, sejam
estes centralizados ou por estabelecimento. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de
27 de outubro de 1983)
4.5.3 A empresa que contratar outras para prestar serviços em seu
estabelecimento pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados
das contratadas, sob gestão própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo
Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.5.3.1 O dimensionamento do SESMT organizado na forma prevista no
subitem 4.5.3 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a
atividade econômica do estabelecimento da contratante. (Aprovado pela Portaria SIT
n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.5.3.2 No caso previsto no item 4.5.3, o número de empregados da
empresa contratada no estabelecimento da contratante, assistidos pelo SESMT
comum, não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT da
empresa contratada. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.5.3.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.5.3 deve ter seu
funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes
da empresa contratante, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do
Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo
de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.6 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho das empresas que operem em regime sazonal deverão ser
dimensionados, tomando-se por base a média aritmética do número de
trabalhadores do ano civil anterior e obedecidos os Quadros I e II anexos. (Alterado
pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.7 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho deverão ser chefiados por profissional qualificado, segundo os

Documento não controlado - AN03FREV001

130
requisitos especificados no subitem 4.4.1 desta Norma Regulamentadora. (Alterado
pela Portaria DSST n.º 11, de 17 de setembro de 1990)
4.8 O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do
trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia para as atividades dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo
com o estabelecido no Quadro II, anexo. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11
de dezembro de 1987)
4.9 O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o
enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou
6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo
com o estabelecido no Quadro II, anexo, respeitada a legislação pertinente em vigor.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.10 Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do
Trabalho é vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário
de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)
4.11 Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da
instalação e manutenção dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro
de 1983)
4.12 Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: (Alterado pela Portaria SSMT
n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do
trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à
saúde do trabalhador;
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a
eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador,
de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR

Documento não controlado - AN03FREV001

131
6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o
exija;
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas
instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na
alínea "a";
d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento
do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus
estabelecimentos;
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo
de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR
5;
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e
orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, tanto por meio de campanhas quanto de programas de duração
permanente;
g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;
h) analisar e registrar em documento (s) específico (s) todos os acidentes
ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de
doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da
doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as
condições do (s) indivíduo(s) portador (es) de doença ocupacional ou acidentado (s);
i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho,
doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os
quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI,
devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos
dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro,
por meio do órgão regional do MTb;
j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou
facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o
método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições
de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados

Documento não controlado - AN03FREV001

132
somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas "h" e "i" por um
período não inferior a 5 (cinco) anos;
l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente
prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se
tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao
salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de
acidente estão incluídos em suas atividades.
4.13 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho deverão manter entrosamento permanente com a CIPA, dela
valendo-se como agente multiplicador, e deverão estudar suas observações e
solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas, conforme o disposto no
subitem 5.14.1. da NR 5. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983)
4.14 As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II,
anexo a esta NR, poderão dar assistência na área de segurança e medicina do
trabalho a seus empregados por meio de Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho comuns, organizados pelo sindicato ou
associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas
interessadas. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.14.1 A manutenção desses Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho deverá ser feita pelas empresas usuárias,
que participarão das despesas em proporção ao número de empregados de cada
uma. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.14.2 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho previstos no item 4.14 deverão ser dimensionados em função
do somatório dos empregados das empresas participantes, obedecendo ao disposto
nos Quadros I e II e no subitem 4.2, desta NR. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33,
de 27 de outubro de 1983)
4.14.3 As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um
mesmo município, ou em municípios limítrofes, cujos estabelecimentos se
enquadrem no Quadro II, podem constituir SESMT comum, organizado pelo

Documento não controlado - AN03FREV001

133
sindicato patronal correspondente ou pelas próprias empresas interessadas, desde
que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.3.1 O SESMT comum pode ser estendido a empresas cujos
estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II, desde que atendidos os demais
requisitos do subitem 4.14.3. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de
2007)
4.14.3.2 O dimensionamento do SESMT organizado na forma do subitem
4.14.3 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos. (Aprovado pela
Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.3.3 No caso previsto no item 4.14.3, o número de empregados
assistidos pelo SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento
do SESMT das empresas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de
2007)
4.14.3.4 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.3 deve ter seu
funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes
das empresas, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho,
ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de
Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.4.As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo
industrial ou comercial podem constituir SESMT comum, organizado pelas próprias
empresas interessadas, desde que previsto nas Convenções ou Acordos Coletivos
de Trabalho das categorias envolvidas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de
agosto de 2007)
4.14.4.1 O dimensionamento do SESMT comum organizado na forma do
subitem 4.14.4 deve considerar o somatório dos trabalhadores assistidos e a
atividade econômica que empregue o maior número entre os trabalhadores
assistidos. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.14.4.2 No caso previsto no item 4.14.4, o número de empregados
assistidos pelo SESMT comum não integra a base de cálculo para dimensionamento
do SESMT das empresas. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de
2007)

Documento não controlado - AN03FREV001

134
4.14.4.3 O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.4 deve ter seu
funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão composta de representantes
das empresas, dos sindicatos de trabalhadores e da Delegacia Regional do
Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas nas Convenções ou Acordos
Coletivos de Trabalho. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 17, de 1o de agosto de 2007)
4.15 As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho de
instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às empresas o
custeio das despesas, na forma prevista no subitem 4.14.1. (Alterado pela Portaria
SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.16 As empresas cujos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho não possuam médico do trabalho e/ou
engenheiro de segurança do trabalho, de acordo com o Quadro II desta NR, poderão
se utilizar dos serviços destes profissionais existentes nos Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho mencionados no item 4.14
e subitem 4.14.1 ou no item 4.15, para atendimento do disposto nas Normas
Regulamentadoras. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.16.1 O ônus decorrente dessa utilização caberá à empresa solicitante.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.17 Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho de que trata esta NR deverão ser registrados no órgão
regional do MTb. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.17.1 O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão
regional do MTb e o requerimento deverá conter os seguintes dados: (Alterado pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho;
b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e
Medicina do Trabalho do MTb;
c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por
estabelecimento;
d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;

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135
e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
4.18 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho, já constituídos, deverão ser redimensionados nos termos
desta NR e a empresa terá 90 (noventa) dias de prazo, a partir da publicação desta
Norma, para efetuar o redimensionamento e o registro referido no item 4.17.
(Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.19 A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo
assegurar, como um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício
profissional dos componentes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho. O impedimento do referido exercício
profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio de funções
constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se
devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na
NR-28. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
4.20 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que os
seus empregados estiverem exercendo suas atividades. (Alterado pela Portaria
SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983)

NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83.
Portaria SSST n.º 25, de 29 de dezembro de 1994 Rep. 15/12/95.
Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999 Retf. 10/05/99.
Portaria SSST n.º 15, de 26 de fevereiro de 1999 01/03/99.
Portaria SSST n.º 24, de 27 de maio de 1999 28/05/99.
Portaria SSST n.º 25, de 27 de maio de 1999 28/05/99.
Portaria SSST n.º 16, de 10 de maio de 2001 11/05/01.
Portaria SIT n.º 14, de 21 de junho de 2007 26/06/07.
(Texto dado pela Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999).

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136
DO OBJETIVO
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.
DA CONSTITUIÇÃO
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.
5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos
trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as
disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos
específicos.
5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais
estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados,
conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde
no trabalho.
5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão,
por meio de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com
objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar
com a participação da administração do mesmo.
DA ORGANIZAÇÃO
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR,
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores
econômicos específicos.
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por
eles designados.

Documento não controlado - AN03FREV001

137
5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos
em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.
5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no
Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de
setores econômicos específicos.
5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser
adotados mecanismos de participação dos empregados, por meio de negociação
coletiva.
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição.
5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito
para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência
para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos
parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.
5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a
representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de
questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.
5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da
CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-
presidente.
5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no
primeiro dia útil após o término do mandato anterior.
5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um
secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste
caso necessária a concordância do empregador.

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138
5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em
até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas
de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.
5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem
como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de
seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa,
exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
DAS ATRIBUIÇÕES
5.16 A CIPA terá por atribuição:
 Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do
SESMT, onde houver;
 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução
de problemas de segurança e saúde no trabalho;
 Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas
de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos
locais de trabalho;
 Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de
trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores;
 Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde
no trabalho;
 Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas
pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
 Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores;
 Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e
de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

Documento não controlado - AN03FREV001

139
 Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras,
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à
segurança e saúde no trabalho;
 Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o
empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor
medidas de solução dos problemas identificados;
 Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões
que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
 Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
 Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
 Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas
de Prevenção da AIDS.
5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios
necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a
realização das tarefas constantes do plano de trabalho.
5.18 Cabe aos empregados:
 Participar da eleição de seus representantes;
 Colaborar com a gestão da CIPA;
 Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e
apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho;
 Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto
à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:
 Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
 Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao
SESMT, quando houver, as decisões da comissão;
 Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
 Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
 Delegar atribuições ao Vice-Presidente;
5.20 Cabe ao Vice-Presidente:
 Executar atribuições que lhe forem delegadas;

Documento não controlado - AN03FREV001

140
 Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários;
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as
seguintes atribuições:
 Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
 Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os
objetivos propostos sejam alcançados;
 Delegar atribuições aos membros da CIPA;
 Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
 Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento;
 Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
 Constituir a comissão eleitoral.
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:
 Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as
para aprovação e assinatura dos membros presentes;
 Preparar as correspondências; e
 Outras que lhe forem conferidas.
DO FUNCIONAMENTO
5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente
normal da empresa e em local apropriado.
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com
encaminhamento de cópias para todos os membros.
5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da
Inspeção do Trabalho - AIT.
5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
 Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine
aplicação de medidas corretivas de emergência;
 Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
 Houver solicitação expressa de uma das representações.

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141
5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação
direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a
ocorrência na ata da reunião.
5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante
requerimento justificado.
5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima
reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente
efetivar os encaminhamentos necessários.
5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será
suprida por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na
ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do
Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.
5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador
indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da
CIPA.
5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros
titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus
titulares, em dois dias úteis.
DO TREINAMENTO
5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA,
titulares e suplentes, antes da posse.
5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo
máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.
5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão
anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do
objetivo desta NR.
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes
itens:
 Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;

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142
 Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do
trabalho;
 Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de
exposição aos riscos existentes na empresa;
 Noções sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida – aids, e
medidas de prevenção;
 Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à
segurança e saúde no trabalho;
 Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos
riscos;
 Organização da cipa e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da comissão.
5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no
máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa,
entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua
conhecimentos sobre os temas ministrados.
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive
quanto à entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em
ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o
treinamento.
5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens
relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, determinará a complementação ou a realização de outro, que será
efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa
sobre a decisão.
DO PROCESSO ELEITORAL
5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos
representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias
antes do término do mandato em curso.
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do
processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

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143
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus
membros, no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do
mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela
organização e acompanhamento do processo eleitoral.
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral
será constituída pela empresa.
5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:
 Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e
visualização, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do
mandato em curso;
 Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para
inscrição será de quinze dias;
 Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
 Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
 Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do
término do mandato da cipa, quando houver;
 Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os
horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos
empregados.
 Voto secreto;
 Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com
acompanhamento de representante do empregador e dos empregados, em número
a ser definido pela comissão eleitoral;
 Faculdade de eleição por meios eletrônicos;
 Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição,
por um período mínimo de cinco anos.
5.41 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na
votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar
outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

Documento não controlado - AN03FREV001

144
5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na
unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos
membros da CIPA.
5.42.1 Compete à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua
correção ou proceder à anulação quando for o caso.
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de
cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.
5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA,
ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.
5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos
mais votados.
5.44 Em caso de empate assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço
no estabelecimento.
5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de
eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação
posterior, em caso de vacância de suplentes.
DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS
5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus
empregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto
com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e
de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA
existentes no estabelecimento.
5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo
estabelecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção
de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a
garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os
trabalhadores do estabelecimento

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145
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados
naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos
ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu
estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.
DISPOSIÇÕES FINAIS
5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos
de portaria específica.

NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI


Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78.
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 05, de 07 de maio de 1982 17/05/82.
Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83.
Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91.
Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92.
Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92.
Portaria DNSST n.º 06, de 19 de agosto de 1992 20/08/92.
Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94.
Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01.
Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003 28/03/04.
Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004 10/12/04.
Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006 06/12/06.
Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006 22/12/06.
Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009 27/08/09.
Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009 13/11/09.
(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001).
6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR,
considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto,

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146
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual,
todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado
contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou
importada, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado
de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
e,
c) para atender a situações de emergência.
6.4. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado
o disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI
adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I desta NR.
6.4.1. As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados no
ANEXO I, desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as propostas para
reexame daqueles ora elencados, deverão ser avaliadas por comissão tripartite a ser
constituída pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, após ouvida a CTPP, sendo as conclusões submetidas àquele órgão do
Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.
6.5. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador
o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

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147
6.5.1. Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado,
mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI
adequado à proteção do trabalhador.
6.6. Cabe ao empregador
6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI :
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de
2009)
6.7. Cabe ao empregado
6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
6.8. Cabe ao fabricante e ao importador
6.8.1. O fabricante nacional ou o importador deverá:
a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;
c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando vencido o
prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde do trabalho;

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d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver alteração
das especificações do equipamento aprovado;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem
ao Certificado de Aprovação - CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso.
6.9. Certificado de Aprovação - CA
6.9.1. Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que
não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso;
c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação
desta Norma, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,
oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios,
sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação
e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de
fabricação, podendo ser renovado até 2007, quando se expirarão os prazos
concedidos; e,
(Alterada pela Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006).
d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos
após a data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas
nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado
para realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante

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149
apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação
técnica de fabricação.
6.9.2. O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer prazos
diversos daqueles dispostos no subitem 6.9.1.
6.9.3. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis,
o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou,
no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número
do CA.
6.9.3.1. Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3, o órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar
forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador,
devendo esta constar do CA.
6.10. Restauração, lavagem e higienização de EPI
6.10.1. Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão
definidos pela comissão tripartite constituída, na forma do disposto no item 6.4.1,
desta NR, devendo manter as características de proteção original.
6.11. Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / MTE
6.11.1. Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho:
a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios
de EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,
g) cancelar o CA.
6.11.1.1. Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de EPI,
identificadas com o nome do fabricante e o número de referência, além de outros
requisitos.
6.11.2. Cabe ao órgão regional do MTE:

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a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;
b) recolher amostras de EPI; e,
c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento desta NR.
6.12 e Subitens
(Revogados pela Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009)
ANEXO I
(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001)
LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA
A.1 - Capacete
a) capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o
crânio;
b) capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;
c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos
provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio.
A.2 - Capuz
a) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de
origem térmica;
b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos
de produtos químicos.
B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE
B.1 - Óculos
a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de
partículas volantes;
b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade
intensa;
c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;
d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação
infravermelha;
e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de
produtos químicos.
B.2 - Protetor facial

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a) protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de
partículas volantes;
b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de
produtos químicos;
c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação
infravermelha;
d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade
intensa.
B.3 - Máscara de Solda
a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
impactos de partículas volantes;
b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
radiação ultravioleta;
c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
radiação infravermelha;
d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
luminosidade intensa.
C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA
C.1 - Protetor auditivo
a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.
D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
D.1 - Respirador purificador de ar
a) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras e névoas;
b) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas e fumos;
c) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;

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d) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50
ppm (parte por milhão);
e) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
gases emanados de produtos químicos;
f) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
partículas e gases emanados de produtos químicos;
g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias
respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos.
D.2 - Respirador de adução de ar
a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das
vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida
e à Saúde e em ambientes confinados;
b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias
respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à
Saúde e em ambientes confinados;
D.3 - Respirador de fuga
a) respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes
químicos em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e
à Saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume.
E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO
E.1 - Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra
riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade
proveniente de operações com uso de água.
E.2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem
portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica.
(Incluído pela Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006)

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES


F.1 - Luva
a) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e
escoriantes;

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b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e
perfurantes;
c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;
d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;
e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;
f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes químicos;
g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;
h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações ionizantes.
F.2 - Creme protetor
a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores
contra agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST n.º 26, de 29/12/1994.
F.3 - Manga
a) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
choques elétricos;
b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
agentes abrasivos e escoriantes;
c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
agentes cortantes e perfurantes.
d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
umidade proveniente de operações com uso de água;
e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
agentes térmicos.
F.4 - Braçadeira
a) braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes
cortantes.
F.5 - Dedeira
a) dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos
e escoriantes.
G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
G.1 - Calçado
a) calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de
objetos sobre os artelhos;
b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;

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c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;
d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e
escoriantes;
e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade
proveniente de operações com uso de água;
f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de
produtos químicos.
G.2 - Meia
a) meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.
G.3 - Perneira
a) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e
escoriantes;
b) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos;
c) perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de
produtos químicos;
d) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes cortantes e
perfurantes;
e) perneira de segurança para proteção da perna contra umidade
proveniente de operações com uso de água.
G.4 - Calça
a) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes abrasivos e
escoriantes;
b) calça de segurança para proteção das pernas contra respingos de
produtos químicos;
c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes térmicos;
d) calça de segurança para proteção das pernas contra umidade proveniente
de operações com uso de água.
H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO
H.1 - Macacão
a) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra chamas;
b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra agentes térmicos;

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c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra respingos de produtos químicos;
d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água.
H.2 - Conjunto
a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de
produtos químicos;
c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade
proveniente de operações com uso de água;
d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas.
H.3 - Vestimenta de corpo inteiro
a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos
de produtos químicos;
b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra umidade
proveniente de operações com água;
c) vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o corpo contra
choques elétricos. (Incluída pela Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004)
I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE
NÍVEL
I.1 - Dispositivo trava queda
a) dispositivo trava queda de segurança para proteção do usuário contra
quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado
com cinturão de segurança para proteção contra quedas.
I.2 - Cinturão
a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda
em trabalhos em altura;
b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no
posicionamento em trabalhos em altura.

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Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser
expedida pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, após observado o disposto no subitem 6.4.1.
ANEXO II
(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001).
1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras será feito
mediante a apresentação de formulário único, conforme o modelo disposto no
ANEXO III, desta NR, devidamente preenchido e acompanhado de requerimento
dirigido ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho.
1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, deverá requerer
junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a
aprovação do EPI.
1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou
importado deverá ser formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e
instruído com os seguintes documentos:
a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento
no ANEXO I desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na sua
fabricação, uso a que se destina e suas restrições;
b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório
credenciado pelo órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho
ou do documento que comprove que o produto teve sua conformidade avaliada no
âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso de não haver laboratório credenciado
capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo de Responsabilidade Técnica,
assinado pelo fabricante ou importador, e por um técnico registrado em Conselho
Regional da Categoria;
c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do
estabelecimento, e,
d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante
estrangeiro autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar o
produto no Brasil, quando se tratar de EPI importado.

FIM DO MÓDULO IV

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Armando. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma


nova abordagem. São Paulo: SENAC, 2002.

CARVALHO, Cleiton. Revista CIPA, Periódico. São Paulo, 2000. Disponível em:
<www.cipanet.com.br>. Acesso em 30 abr. 2010.

GONÇALVES, Edwar. Manual de segurança do trabalho. São Paulo: Letras, 2000.

MICHEL, Oswaldo. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. São Paulo:


Letras, 2000.

OLIVEIRA, João. Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida.


v.17 n.2 Abr./Jun.. São Paulo Perspec, 2003.

SALEM, Luciano; SALEM, Diná. Acidentes do trabalho. Campinas: Millennium, 2001.

FIM DO CURSO
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