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1202017 CObesidade abdominal combinada com perda de orga muscular é importante fator de rsco para mortaldade em idosos Obesidade abdominal combinada com perda de forca muscular é 0 importante fator de risco para mortalidade em idosos Constatagao é fruto de pesquisas conduzidas por docente da UFSCar com idosos brasileiros e ingleses O aumento da expectativa de vida tem garantido mais longevidade para a populagéo mundial. No Brasil ndo é diferente e as pessoas estdo vivendo, em média, 76 anos o que representa um aumento de 30 anos em relagao a expectativa de vida prevista na década de 1940. Diante desse cenério, varias pesquisas buscam a manutengao da qualidade de vida da populagdo idosa. Na Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), estudos se dedicam, por exemplo, a avaliar os riscos que a obesidade abdominal somada as perdas de massa e de forga muscular podem oferecer aos idosos. A sarcopenia (perda de massa muscular) e a dinapenia (perda de forga muscular) séo quadros que podem ocorrer durante o processo de envelhecimento e que demandam atengao no contexto de satide dos idosos, principalmente quando associados a obesidade abdominal. Dois trabalhos realizados pelo professor Tiago da Silva Alexandre, do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, com parceiros canadenses e ingleses, apresentaram resultados importantes que colocam a obesidade dinapénica — gordura abdominal mais perda de forga muscular — como um importante fator de risco para a satide do idoso e até para a mortalidade dessa populagao hitp:'saudemetabotca,com.brnoticiasfobesidade-abdominal-combinada-com-perda-e-forca-muscular-e-importante-ator-de-rsco-pare-moralida.... 1/3, taor017 CObesidade abdominal combinada com perda de forga muscular & important flor de isco para martaldada em idosos O primeiro estudo foi realizado utilizando dados do projeto Saude, Bem estar e Envelhecimento (Sabe) que, desde 2000, é realizado com apoio da Organizacéo Mundial da Satide, Ministério da Satide e da Fundagao de Amparo a Pesquisa do Estado de Sao Paulo (Fapesp). O projeto acompanha idosos da capital paulista a cada cinco anos e retine dados epidemiolégicos dessa populagdo. A partir desses dados, o trabalho na UFSCar constatou que a obesidade abdominal, somada a perda de forca muscular, esto associadas a distuirbios de lip{deos e carboidratos no metabolismo, sindrome metabdlica e doengas cardiacas. O pesquisador explica que o fundamental em relacdo a satide dos idosos é manter a funcionalidade, ou seja, permitir que eles possam realizar as atividades diarias, tenham autonomia ¢, portanto, mais qualidade de vida. Ele avalia que, nesse contexto, “a dinapenia mostrou-se como uma medida mais poderosa que a sarcopenia para investigar desfechos negativos em idosos, como internagées, hospitalizagao precoce, quedas, perda de mobilidade e até mortalidade”. Além disso, ele afirma que a medida que a pessoa envelhece, a massa muscular perdida é substituida por gordura que se distribui para todo o corpo. A concentragao dessa gordura na regio abdominal & mais prejudicial e contribui para a perda de forga. “Isso contraria o que se achava anteriormente, que a pessoa mais ‘gordinha’ era mais forte. Nossos estudos mostram que isso nao é real’, relata Alexandre. A partir dos resultados levantados no primeiro estudo, o docente da UFSCar, durante seu pés- doutorado na University College London, na Inglaterra, iniciou uma segunda pesquisa com dados do proprio Sabe e do English Longitudinal Study of Ageing (Elsa), que faz levantamentos epidemiolégicos com idosos ingleses. O trabalho, apoiado pela Fapesp, reuniu as duas bases para levantar informagdes comparativas e pesquisar a obesidade dinapénica como fator de risco também para a mortalidade. Foram analisados idosos acompanhados durante 10 anos pelo Sabe (entre 2000 e 2010) e pelo Elsa (entre 2002 e 2012) Para realizar essa segunda pesquisa foram isolados outros fatores que também poderiam aumentar o risco de mortalidade entre os idosos pesquisados, como o tabagismo, doencas care facas, situagao socioeconémica, dentre outras. “Excluimos todas as condigdes que poderiam confundir nossos resultados e a obesidade dinapénica se confirmou como fator de risco para a mortalidade”, destaca Alexandre. Outra constatagao importante foi que o indice de Massa Corporal (IMC) nao é o melhor indicador para avaliagao clinica de pacientes, idosos ou nao. “O IMC sé nos da uma relagao entre peso e hitpsisaudemetabotica,com.brnoticias/obesidade-abdominal-combinada-con perda-de-forca-muscular-e-importante-fator-devisco-pare-mortalida,... 2/3 taor017 CObesidade abdominal combinada com pera de fora muscular & importante for de risco para marlaidade em iosos medida, mas ele nao define o que é massa e o que é gordura no corpo. E mais indicado usar a circunferéncia abdominal e a forga das maos para avaliar os riscos de incapacidade e morte”, revela o pesquisador da UFSCar, reforgando que o idoso que tem circunferéncia abdominal alta (maior que 102 cm para homens e 88 cm para mulheres) e pouca forga é um paciente de risco. Tiago Alexandre afirma que os resultados séo muito semelhantes entre os idosos brasileiros ¢ ingleses. “Independente de algumas diferengas na composi¢ao corporal das populagées dos dois paises e questées relacionadas a prevaléncia e controle de doengas, os resultados comprovam que a obesidade dinapénica é um fator de risco para a mortalidade. Isso foi comprovado nas duas pesquisas que fizemos com grandes grupos populacionais tanto no Brasil quanto na Inglaterra’, reforga 0 docente, Nos dois estudos foram acompanhados mais de sete mil idosos. De acordo com o professor, os resultados podem ser aplicados na rede de atengdo basica de satide, jé que a medigo da forga e da circunferéncia abdominal é facil e rapida de se executar e podem ajudar agentes de satide e médicos na triagem dos pacientes e na conduta terapéutica. Alexandre acredita também que essas informagdes podem ser usadas dentro dos consultérios para que os médicos compreendam a evolugao do quadro dos seus pacientes e definam condutas adequadas para o tratamento, Recentemente, dois artigos sobre os estudos realizados pelo docente da UFSCar e parceiros estrangeiros foram publicados em revistas internacionalmente reconhecidas na area de Nutrigao — Journal Clinical Nutrition e The Journal of Nutrition Health anda Aging. “Essas publicagdes reforgam a importancia das nossas pesquisas e das parcerias e nos mostram que estamos no caminho certo, realizando estudos de qualidade e aceitos pela comunidade cientifica”, conclui Tiago Alexandre Junto a essas parcerias, o professor acrescenta que foi estabelecido um convénio entre a UFSCar e a University College London, que prevé o intercdmbio de pés-graduandos para 0 desenvolvimento de pesquisas nas duas instituigdes. FONTE: UFSCAR hitpsIsaudemetabotica,com.brnoticias/obesidade-abdominal-combinada-con-perda-de-forca-muscular-e-mportante-fator-devisco-paremortalida,... 3/3

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