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PRÁTICA NO JUIZADO DE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Samer Agi.
Juiz do TJDFT
Mestrando em Ciências Jurídicas (Lisboa, Portugal)
Professor de Direito Penal
AULA 1
PASSO A PASSO DA ATUAÇÃO NO
JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CPP, Art. 41. A denúncia ou queixa conterá:

a) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias;


b) a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo;
c) a classificação do crime; e, quando necessário,
d) o rol das testemunhas.
Representação e retratação da representação.

Lei 11.340/06, art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à


representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e
ouvido o Ministério Público.

CPP, art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a


denúncia.
Lei 11.340/06, Art. 41. Aos crimes praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099/95.

IMPLICAÇÕES:
- Transação penal (art. 76);
- Sursis Processual (art. 89);
- Lesão corporal leve (art. 88).
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP)

INCABÍVEL

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com
pena mínima inferior a 4 anos, o MP poderá propor ANPP, desde que necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime.

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados


contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
CPP, Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

I - for manifestamente inepta;


II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da
ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a
denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-
á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 dias.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá:

a) arguir preliminares;
b) alegar tudo o que interesse à sua defesa;
c) oferecer documentos e justificações;
d) especificar as provas pretendidas;
e) arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e
parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o
acusado quando verificar:

I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;


II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do
agente, salvo inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.
Art. 400. Na AIJ, proceder-se-á à:

- tomada de declarações do ofendido;


- inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa,
nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código
(carta precatória);
- esclarecimentos dos peritos;
- acareações; e
- reconhecimento de pessoas e coisas;
- interrogando-se, em seguida, o acusado.
LEI MARIANA FERRER (LEI 14.245/21)

Art. 400-A. Na AIJ, e, em especial, nas que apurem crimes contra a


dignidade sexual, todas as partes e demais sujeitos processuais
presentes no ato deverão zelar pela integridade física e psicológica
da vítima, sob pena de responsabilização civil, penal e
administrativa, cabendo ao juiz garantir o cumprimento do disposto
neste artigo, vedadas:

I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos


fatos objeto de apuração nos autos;

II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que


ofendam a dignidade da vítima ou de testemunhas.
Lei 11.340/06.

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher


em situação de violência doméstica e familiar deverá estar
acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 (MPU
poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou a pedido
da ofendida).
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 testemunhas
arroladas pela acusação e 8 pela defesa.

§ 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem


compromisso e as referidas.
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o MP, o
querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer
diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos
apurados na instrução.
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo
indeferido, serão oferecidas alegações finais orais.

Prazo: 20 minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa,


prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.

§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa


de cada um será individual.
§ 2o Ao assistente do MP, após a manifestação desse, serão
concedidos 10 minutos, prorrogando-se por igual período o tempo
de manifestação da defesa.

§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o


número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 dias
sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá
o prazo de 10 dias para proferir a sentença.

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