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BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 44
8 LEITURA COMPLEMENTAR.................................................................... 49
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1 INTRODUÇÃO AO DIREITO DE FAMÍLIA
Fonte: www.ttp://tempestade12d.blogspot.com.br
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entidades familiares, grande discussão surgiu entre os doutrinadores acerca de essas
hipóteses serem exemplificativas ou taxativas.
Em uma visão mais moderna, Flávio Tartuce (2012) considera que o texto
constitucional reconheceu a formação das famílias plurais compostas por núcleos
afetivos, que, portanto, merecem o reconhecimento como entidades familiares. O
principal fator do núcleo familiar passa a ser o afeto.
O Código Civil de 2002 ampliou o conceito de família do Código revogado para
abarcar também a união estável. Seguindo a Constituição Federal, reafirmou a
igualdade entre os filhos (art. 227, § 6º, CF/88 e art. 1.596 Código Civil) e entre os
cônjuges (art. 226, § 5º, da CF/88 e art. 1.511 do Código Civil).
Flávio Tartuce (2012) entende que essa igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges deve estar presente na união estável, também reconhecida como entidade
familiar pela Constituição Federal.
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3 PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA
Fonte: www.advocaciaclaudialima.adv.br
Como sabemos, não podemos aplicar a norma seca sem olharmos para as
vontades da sociedade. O princípio da dignidade humana trouxe a valorização da
própria pessoa dentro da família, protegendo-a por si só; preza o indivíduo pelo ser
pessoa, ou seja, deve sempre proteger a vida e a integridade dos membros de uma
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família, levando em conta o respeito à pessoa e assegurando os seus direitos de
personalidade.
Sendo esse princípio como fundamento da República, a Constituição
Brasileira deu maior valor à proteção da pessoa humana, garantindo o exercício e o
reconhecimento de sua condição, sem nenhuma discriminação na sociedade em que
vive. Ressalta Ingo Sarlet, ao expressar a noção de pessoa, como sujeito de direito e
obrigações:
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A mulher passa a ser independente do marido, fazendo com que a família se
reúna com base no afeto, na vontade de formar um conjunto, distanciando daquele
casamento subordinado, onde a mulher casava-se por questões econômicas e de
sobrevivências.
Para Rolf Madaleno:
O afeto é a mola propulsora dos laços familiares para dar sentido e dignidade
à existência humana. Nos vínculos de filiação e parentesco a afetividade deve
estar sempre presente, pois os vínculos consanguíneos não se sobrepõem
aos liames afetivos, ao contrário, a afetividade pode sobrepor-se aos laços
consanguíneos.
Hoje já não mais se aceita o Direito de Família sem o afeto, pois o mesmo
permeou as divisas do direito e rompeu antigos paradigmas, alicerçando o conceito
de família.
Fonte: www.masola.org
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na constituição e manutenção das famílias, capaz de gerar vínculos jurídicos como a
paternidade socioafetiva2.
e afetivo de uma relação entre um homem e uma criança como se fossem pai e filho.
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3.4 Princípio do Pluralismo Familiar
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A igualdade deste princípio abrange todos os outros modelos de família, onde
o tratamento igualitário aplica-se as pessoas visando à isonomia constitucional em
defesa da dignidade da pessoa humana.
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3.7 Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente
Rodrigo da Cunha Pereira inclui este princípio juntamente aos outros. Ele é
chamado também como Princípio da Plena Proteção das Crianças e Adolescentes,
sendo enraizado nas mudanças ocorridas na família. Esse princípio busca proteger
as pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidades, como na faze de
amadurecimento de uma criança a uma formação da personalidade de um
adolescente, sendo praticamente total a sua ligação com os direitos e garantias
fundamentais da criança e do adolescente.
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A proteção à dignidade da criança e do adolescente e a liberdade de expressar
sua vontade, permite a construção pela convivência de relação afetiva do menor com
aqueles que se considera como pais, mesmo não existindo consanguinidade,
autorizando o reconhecimento jurídico da paternidade socioafetiva.
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Fonte: www.mpro.mp.br (2014)
3 Texto extraído do Livro Direito Civil Brasileiro – Direito de Família (Carlos Roberto Gonçalves)
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direitos das obrigações, pois caracterizam-se pelo fim ético e social. Embora sejam
também direitos relativos, não visam uma certa atividade do devedor, mas envolvem
a inteira pessoa do sujeito passivo. A infração aos direitos obrigacionais resolve-se
em perdas e danos, enquanto a violação dos direitos de família tem sanções bem
diversas: suspensão ou extinção do poder familiar, dissolução da sociedade conjugal,
perda de direito a alimentos etc4.
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Conforme sua finalidade ou o seu objetivo, as normas do direito de família ora
regulam as relações pessoais entre os cônjuges, ou entre os ascendentes e os
descendentes ou entre os parentes fora da linha reta; ora disciplinam as relações
patrimoniais que se desenvolvem no seio da família, compreendendo as que se
passam entre os cônjuges, entre pais e filhos, entre tutor e pupilo. Ora finalmente
assumem a direção das relações assistenciais, e novamente têm em vista os cônjuges
entre si, os filhos perante os pais, o tutelado em face do tutor, o interdito diante do seu
curador. Relações pessoais, patrimoniais e assistenciais são, portanto, os três setores
em que o direito e família atua6.
O Código Civil de 2002 destina o Livro IV da Parte Especial ao direito de família.
Trata, em primeiro lugar, sob o título “Do direito pessoal”, das regras sobre o
casamento, sua celebração, validade e causas de dissolução, bem como da proteção
da pessoa dos filhos. Em seguida, dispõe sobre as relações de parentesco,
enfatizando a igualdade plena entre os filhos consolidada pela Constituição Federal
de 1988.
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dos bens de filhos menores, bem como o bem de família, que foi deslocado da Parte
Geral, Livro II, concernente aos bens, onde se situava no Código de 1916.
O Título III é dedicado à união estável e seus efeitos, como inovação e
consequência de seu reconhecimento como entidade familiar pela Constituição
Federal (art.226, §3º). Em cinco artigos o novo diploma incorporou os princípios
básicos da Lei nº 8.971/94 e 9.278/96, que agora têm caráter subsidiário. Trata,
nesses dispositivos, dos aspectos pessoais e patrimoniais, deixando para o direito das
sucessões o efeito patrimonial sucessório. Em face da equiparação do referido
instituto ao casamento, aplicam-se lhes os mesmos princípios e normas atinentes a
alimentos entre os cônjuges.
Por fim, no Título IV, o Código Civil de 2002 normatiza os institutos protetivos
da tutela e da curatela, a exemplo do Código de 1916. A ausência, que neste último
diploma situava-se no livro “Do direito de família”, foi todavia deslocada para a Parte
Geral do novo, onde encontra sua sede natural.
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de família, sendo estudado em todos os seus aspectos, desde as formalidades
preliminares e as de sua celebração, os seus efeitos nas relações entre os cônjuges,
com a imposição de direitos e deveres recíprocos, e não as de caráter patrimonial,
com o estabelecimento do regime de bens, até a sua invalidade por falta de
pressupostos fáticos, nulidade e anulabilidade, além da questão de dissolução da
sociedade conjugal, com a separação judicial e o divórcio7.
A condição jurídica dos filhos assume também significativo relevo no direito de
família. O instituto da filiação sofreu profunda modificação com a nova ordem
constitucional, que equiparou, de forma absoluta, em todos os direitos e qualificações,
os filhos havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, proibindo qualquer
designação discriminatória (CF, art.227, §6º). A qualificação dos filhos envolve
questões de suma importância, ligadas à contestação da paternidade e à investigação
da paternidade e da maternidade.
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Código, com a denominação “Do Usufruto e da Administração dos Bens de Filhos
Menores” (Subtítulo II). Trata-se, todavia, de matéria relativa ao poder familiar.
Os institutos de proteção ou assistência desdobram-se em tutela dos menores
que se sujeitam à autoridade de pessoas que não são os seus genitores, e curatela,
que, embora não se relacione com o instituto da filiação, é regulada no direito de
família pela semelhança com o sistema assistencial dos menores.
No tocante aos alimentos, o Código Civil de 2002 traça regras que abrangem
os devidos em razão do parentesco, do casamento e também da união estável,
trazendo, como inovação, a transmissibilidade da obrigação aos herdeiros (art. 1.700),
dispondo de forma diversa do art. 402 do diploma de 1916. A obrigação alimentar
alcança todos os parentes na linha reta. Na linha colateral, porém, limita-se aos
irmãos, assim germanos como unilaterais (artigos 1696 e 1697).
A união estável mereceu destaque especial, sendo disciplinada em título
próprio (Título III), em seus aspectos pessoais e patrimoniais. O direito a alimentos e
os direitos sucessórios dos companheiros são tratados, todavia, respectivamente, no
subtítulo concernente aos alimentos e no Livro V, concernente ao “Direito das
sucessões”.
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O direito de família recebe proteção especial do Estado, como se observa no
artigo 226 da Constituição Federal, que se refere à família como “base da sociedade”.
O ordenamento visa estabelecer um regime de certeza e estabilidade das relações
jurídicas familiares.
Embora em alguns casos a lei conceda liberdade de escolha e decisão aos
familiares, a disponibilidade é relativa, limitada, como sucede também nos alimentos,
não considerando válidas as cláusulas que estabelecem a renúncia definitiva de
alimentos, quando menores ou incapazes são os envolvidos. Em razão da importância
social, predominam no direito de família, as normas de ordem pública, impondo antes
deveres do que direitos.
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6 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DE FAMÍLIA8
8 Texto extraído do artigo: A Instituição familiar na legislação brasileira: conceitos e evolução histórica.
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legislações. Outras vezes, porém, designam-se, por família, somente os
cônjuges e a respectiva progênie.
O Código Civil de 1916, editado numa época com estreita visão da entidade
família, limitando-a ao grupo originário do casamento, impedindo sua
dissolução, distinguindo seus membros e apondo qualificações
desabonadoras às pessoas unidas sem casamento e aos filhos havidos
dessa relação, já deu a sua contribuição, era preciso inovar o ordenamento.
Assim, reuniu-se grupo de jurista a fim de “preservar, sempre que possível”,
a lei do início do século, modificando-a para atender aos novos tempos.
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Sobre as questões descritas no Código Civil brasileiro de 1916, percebeu-se
que foram feitas pouquíssimas referências ao concubinato, em que suas disposições,
na maioria das vezes, condenavam à clandestinidade e à marginalidade legal aqueles
que optavam por uniões livres, tendo como finalidade, simplesmente o amparo da
“família legítima”. Em complemento a essa temática, Ribeiro (2013, p. 1) menciona
que:
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Dessa forma, Gomes (2003) entende que o Código Civil conserva-se fiel as
tradições, bem como ao estado social, mantendo a qualidade de indissolúvel da união,
o regime de comunhão universal, além da sua legitimidade.
Na vigência dessa lei, prevalecia a supremacia do homem, ou seja, este era
considerado como o responsável financeiro do lar. A qual pode ser percebida em
vários dispositivos, como no art. 233, o qual descrevia que cabia ao marido a chefia
da sociedade conjugal, sendo o papel da mulher cooperar com o seu cônjuge, sendo
seu dever cuidar do bem material e moral (art. 240).
Para o casamento do indivíduo menor de 21 anos, Gomes (2003, p. 15) diz que
este “necessitava do consentimento de ambos os pais, mas em havendo discordância
prevalecia a vontade paterna. Posição privilegiada, por isso, da figura masculina na
sociedade conjugal”.
Vale ressaltar que uma das regras mais amplas em termos de discriminação
da mulher referia-se à percepção que dela se tinha, considerando-a relativamente
incapaz, sendo nesse sentido dado margem ao entendimento de que o objetivo no art.
6º, II, era deixar a mulher sob o controle do homem. Dall’Alba (2004, p. 2) acrescenta
essa temática, afirmando “de modo que muitas mulheres sequer chegaram a ser
capazes durante toda sua vida, pois como poderiam casar-se a partir dos dezesseis
anos e só adquiririam a capacidade aos 21 anos, aquelas que casaram antes dessa
idade não chegaram a possuir a capacidade plena”.
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No que se refere aos filhos, existia uma distinção entre filhos legítimos e
ilegítimos, bem como também entre aqueles naturais e adotivos. Como exemplo,
Dall’Alba (2004, p. 2) cita que:
Vale ressaltar a existência de vários outros artigos que dispunha sobre os filhos,
tais como, os arts. 355, 356, 357, 358, 377, 378, 379, 185, todos esses artigos traziam
os termos legítimos e ilegítimos, distinguindo os filhos. Essa distinção deixou de existir
com o advento da Constituição Federal de 1988, que além de acabar com a distinção
entre os filhos considerados legítimos e ilegítimos, acabou com a desigualdade de
direitos e deveres entre homem e mulher, reconhecendo a união estável como
unidade familiar, entre outras mudanças.
Ao longo dos anos, observou-se que a família brasileira passou por expressivas
modificações conceituais, bem como estruturais no transcorrer do século XX, sendo
todas essas modificações absorvidas pela Constituição da República de 1988.
Período este em que se promoveu o Estado democrático de Direito no país, elegendo
assim o princípio da dignidade da pessoa humana, como principal base, os
fundamentos apresentados pela República Federativa do Brasil. Nessa linha, na
percepção de Brandão (2010, p. 1), entende-se que:
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O novo Texto Constitucional provocou verdadeira revolução no Direito
brasileiro. Com ele inaugurou-se um novo Direito de Família no país. Seu art.
226 ampliou o conceito de família, ao reconhecer outras formas de
constituição familiar, como a união estável e a família monoparental,
garantindo a elas a proteção do Estado.
Segundo Dias (2009), a família, de um modo geral, sempre foi vista como sendo
o centro da sociedade, a qual vem desenvolvendo sua função de acordo com a
realidade de cada período, como pode ser visto pelos ensinamentos dos
doutrinadores.
Diante de tantas modificações, a principal aconteceu com a promulgação da
Constituição Federal de 1988, a qual foi responsável por inserir no conceito de família,
assim como no tratamento ao instituto, importantes alterações, as quais são
consideradas o alicerce da sociedade. Sobre essa temática Faro (2002, p. 1) diz que:
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e taxativo, pois o Código Civil de 1916 somente conferira o status familiae àqueles
agrupamentos originados do instituto do matrimônio”.
Vale ressaltar que o modelo de família, citado pelo autor referido, se
caracterizava como sendo fechado, onde se percebia que a satisfação, assim como a
felicidade de permanecer junto de seus membros, era considerada de menor
importância em relação à manutenção do patrimônio familiar. Diante de tantas
mudanças, Giudice (2008, p. 1) explica que:
Em decorrência dos novos momentos constitucionais foram editadas leis
especiais garantidoras dos direitos, que promoveram a atualização do texto da lei
6516/77, relativa à separação judicial e ao divórcio, a edição do Eca. Estatuto da
Criança e do Adolescente, Lei nº 8069/90, a normatização do reconhecimento dos
filhos havidos fora do casamento, Lei nº 8560/92, as leis da União Estável 8971/94 e
9278/96, conferindo aos companheiros direitos de alimentos e a meação e a herança.
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Imperava no Brasil até a Constituição da República de 1988 o modelo de
família patriarcal e da consanguinidade. A Carta Constitucional promulgada
em 1988 apresentou uma nova roupagem à família e ao Direito de Família
com seu artigo 226 e 227, § 6º. No artigo 226, a família é taxada como alicerce
da sociedade e merece amparo especial do Estado e inovou reconhecendo
outras formas de famílias reconhecidas pelo Estado em seus parágrafos 3º e
4º, como a União Estável e a Família Monoparental. No artigo 227, § 6º da
CF/1988 revolucionou o Direito de Família pátrio ao proibir expressamente de
haver qualquer tipo de classificação ou discriminação dos filhos, sejam eles
havidos ou não na constância do casamento e adotivos ou não.
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Em complemento a esta concepção, Gonçalves (2005, p. 6) diz que “as
alterações introduzidas visam preservar a coesão familiar e os valores culturais,
conferindo-se à família moderna um tratamento mais consentâneo à realidade social
atendendo-se às necessidades da prole e de afeição entre os cônjuges e os
companheiros e aos elevados interesses da sociedade”.
Destaca-se que as mudanças implantadas no Código Civil de 2002 foram uma
consequência natural das primeiras transformações trazidas pela Constituição
Federal de 1988, mas, em caráter complementar e mais abrangente, buscando
contemplar os direitos fundamentais, consagrando as exigências de justiça e valores
éticos, objetivando a preservação da harmonia do Poder Judiciário nacional, posto
que fosse capaz de modernizá-lo aos novos arranjos familiares.
Em termo do Código Civil de 2002, o direito de família foi reforçado a partir dos
princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade jurídica entre os cônjuges,
da igualdade jurídica de todos os filhos. Além do pluralismo familiar, da liberdade de
construir uma comunhão de vida familiar, da consagração do poder familiar, do
superior interesse da criança e do adolescente, da afetividade e da solidariedade
familiar.
Quando se fala em princípio da dignidade da pessoa humana, em termos de
Direito da família, objetiva-se consagrar o pleno desenvolvido de cada indivíduo
enquanto membro da instituição familiar, assim como um direito constitucional trazido
pelo art. 1º, inciso III da atual CF. Antes da Carta Magna de 1988 existiam muitas
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discussões acerca da aplicação deste princípio no cenário familiar, mas de nada
adiantava, pois não havia sua consagração em uma legislação própria e o tema perdia
em importância.
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Com este princípio, homem e mulher, enquanto cônjuges ou companheiros,
ficarem em “pé de igualdade”, destituindo o poder absoluto anteriormente existente
do pater famílias, reconhecendo que a família evoluiu, tendo novas configurações,
direitos e deveres que devem ser colocados em prática, a fim de possibilitar aos seus
filhos o máximo de bem estar e os demais direitos mencionados pela CF/88. Neste
diapasão, pode-se mencionar o art. 1.511 do CC/2002 ao dizer que “o casamento
estabelece a comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres
dos cônjuges”. Nada mais é do que o respeito ao princípio da igualdade que também
já foi consagrado em jurisprudências e por teóricos não somente em termos do
casamento, mas da união estável também.
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Quanto ao princípio da consagração do poder familiar, novamente ele reforça
a evolução que a instituição familiar sofreu ao longo dos anos, assumindo diferentes
arranjos familiares, conforme demonstra os artigos 1.630 1 1.638. Diniz (2008, p. 23),
sobre este princípio, diz que substituí “o marital e o paterno, no seio da família, é
atualmente considerado poder-dever de dirigir a família e exercido conjuntamente por
ambos os genitores”. Em tempos atuais, esta colocação parece bastante simples, mas
quando se lembra do abordado pelo CC/1916 pode-se verificar a efetiva consagração
da igualdade entre homens e mulheres em seus papéis familiares.
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6.4 Novos arranjos familiares
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Fonte: www.almanaquezine.com
Nessa linha, Rodrigues (2002, p. 1) destaca que “a família evolui à medida que
a sociedade muda e cria novas estruturas adaptadas às novas necessidades,
decorrentes de novas realidades sociais, políticas e econômicas. O Direito deve
acompanhar as mudanças às quais sofre a família”. O autor sobre o mesmo tema
afirma que:
Segundo alguns juristas, dentre eles Gomes (2003), a família como era vista
antes da Constituição Federal de 1988 está longe de suprir as necessidades da
sociedade atual, pois não se observa as sutilezas nem a subjetividade que envolve tal
assunto. Dessa forma, sendo necessário para os dias atuais um conceito que analise
a interdisciplinaridade, de modo a se obter um conceito mais próximo das famílias do
século XIX. Na percepção de Lacan (1990 apud RODRIGUES, 2002, p. 1), a família
é analisada como sendo:
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Um grupo cultural e não natural, surgindo primeiramente como uma
estruturação psíquica, onde cada membro desenvolve e representa seu papel
funcional – pai, mãe e filho – sem haver, necessariamente, laços sanguíneos
entre eles. É exatamente esta estruturação psíquica que permite o êxito do
instituto da adoção. A família é a responsável pela transmissão da primeira
educação, repressão dos instintos, aquisição da língua, desenvolvimento
psíquico e comportamental.
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como de responsabilidade, que, segundo Lobo (2003, p. 97), “onde houver uma
relação, ou comunidade, mantida por laços de afetividade, sendo estes suas causas
originárias e finais, haverá família”.
Em relação ao princípio da afetividade, pode-se dizer que este se encontra na
Constituição Federal de 1988, por meio de uma sistemática interpretação da isonomia
da filiação, sendo uma previsão de outras maneiras de se constituir a família, além do
casamento.
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Para Brandão (2010, on line), “não se pode negar que a nova Lei Civil brasileira
acolheu aspectos essenciais do Direito de Família constitucional, o que não poderia
ser diferente, já que como norma hierárquica inferior deve subsumir os preceitos da
Lei Maior”.
É bem verdade que, o novo Código, envolveu diversas modificações que se
faziam necessárias, além de incluir arranjos de leis especiais, as quais visavam à
regulamentação das normas descritas na Constituição da República de 1988, em seu
art. 226.
No entanto, indo de encontro às expectativas, não se identificou tantas
modificações como se desejava com relação à união estável, o que acabou
representando um verdadeiro retrocesso, principalmente no que diz respeito aos
direitos sucessórios dos cônjuges.
Para Gomes (2003), agora, a forma como é constituída a família, apresenta-se
como sendo assunto de âmbito pessoal, em que o direito está protegido pela liberdade
de dispor de si mesmo, onde seu direito está baseado na responsabilidade, e,
sobretudo, respeitado, dessa forma, as alternativas pessoais que abrangem a
intimidade, assim como a privacidade dos sujeitos.
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Justiça, sendo este o primeiro objetivo da lei. O Código de 2002 trouxe um avanço
para o ordenamento, pois garantiu amparo legal aos indivíduos em união estável, mas
deixou à margem alguns princípios constitucionais.
Nessa linha, Gomes (2003) acredita que a família se apresenta como sendo
um fato social, e não somente uma instituição de âmbito jurídico. Assim,
diferentemente da família patriarcal, hierarquizada e patrimonializada, pode-se dizer
que a família moderna é um local onde imperam os laços de afetividade, bem como
os princípios ligados à liberdade, igualdade, bem como da própria dignidade do
homem. Brandão (2010, p. 3), sobre o tema, explica que:
Gomes (2003) ressalta ainda que as intensas e expressivas alterações por que
passaram, no decorrer do século XX, as famílias do Brasil, as quais foram absorvidas
pela Constituição Federal de 1988, não foram validadas por completo, assim como
pelo legislador do novo Código Civil de 2002. Dessa forma, Brandão (2010, p. 1)
acrescenta que:
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O novo Código, embora tenha dedicado à união estável o capítulo III, do Livro
IV, que trata do Direito de Família, não cuidou de subsumir completamente
os princípios constitucionais da igualdade e da dignidade da pessoa humana.
Isto fica evidente diante das discrepâncias criadas pelo legislador ordinário
entre a posição, muitas vezes, privilegiada do cônjuge, em detrimento da
posição do companheiro. Essas diferenças se tornam mais nítidas, ao serem
analisados os direitos sucessórios de um e de outro; o direito real de
habitação, dado ao cônjuge e tirado do companheiro.
7 FAMÍLIA E CASAMENTO9
9 Texto extraído do Livro Direito Civil Brasileiro – Direito de Família (Carlos Roberto Gonçalves)
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O Código Civil de 1916 proclamava, no artigo 229, que o primeiro e principal
efeito do casamento é a criação da família legítima. A família estabelecida fora do
casamento era considerada ilegítima e só mencionada em alguns dispositivos que
faziam restrições a esse modo de convivência, então chamado de concubinato,
proibindo-se, por exemplo, doações ou benefícios testamentários do homem casado
à concubina, ou a inclusão desta como beneficiária de contrato do seguro de vida.
Os filhos que não procediam de justas núpcias, mas de relações
extramatrimoniais, eram classificados como ilegítimos e não tinham sua filiação
assegurada pela lei, podendo ser naturais e espúrios. Os primeiros eram os que
nasciam de homem e mulher entre os quais não haviam impedimento matrimonial. Os
espúrios eram os nascidos de pais impedidos de se casar entre si e em decorrência
de parentesco, afinidade ou casamento anterior e se dividiam em adulterinos e
incestuosos. Somente os filhos naturais podiam ser reconhecidos, embora apenas os
legitimados pelo casamento dos pais, após as concepção ou nascimento, fossem em
tudo equiparados aos legítimos (art. 352).
O art. 358 do mencionado Código Civil de 1916 proibia, no entanto,
expressamente, o reconhecimento dos filhos adulterinos e incestuosos. O aludido
dispositivo só foi revogado em 1989 pela Lei nº 7841, depois que a Constituição
Federal de 1988 proibiu, no art. 227, §6º, qualquer designação discriminatória relativa
à filiação, proclamando a igualdade de direitos e qualificações entre os filhos, havidos
ou não da relação do casamento.
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Antes mesmo da nova Carta, no entanto, aos poucos, a começar pela
legislação previdenciária, alguns direitos da concubina foram sendo reconhecidos,
tendo a jurisprudência admitido outros, como o direito à meação dos bens adquiridos
pelo esforço comum (STF, Súmula 380). As restrições existentes no Código Civil
passaram a ser aplicadas somente aos casos de concubinato adulterino, em que o
homem vivia com a esposa e, concomitantemente, mantinha concubina. Quando,
porém, encontrava-se separado de fato da esposa e estabelecia com a concubina um
relacionamento more uxorio, isto é, de marido e mulher, tais restrições deixavam de
ser aplicadas, e a mulher passava a ser chamada de companheira.
As soluções para os conflitos pessoais e patrimoniais surgidos entre os que
mantinham uma comunhão de vida sem casamento eram encontradas, todavia, fora
do direito de família. A mulher abandonada fazia jus a uma indenização por serviços
prestados, baseada no princípio que veda o enriquecimento sem causa. Muitas
décadas “foram necessárias para que se vencessem os focos de resistência e
prevalecesse uma visão mais socializadora e humana do direito, até se alcançar o
reconhecimento da própria sociedade concubinária como fato apto a gerar direitos,
ainda que fora do âmbito familiar, datando de meados do século passado a
consolidação desse entendimento”10.
Fonte:www.ivonezeger.com.br (2014)
10 Heloísa Helena Barboza, O direito de família brasileiro no final do século XX, in A nova
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Ao longo do século XX, as transformações sociais foram gerando uma
sequência de normas que alteraram, gradativamente, a feição do direito de família
brasileiro, culminando com o advento da Constituição Federal de 1988. Esta alargou
o conceito de família, passando a integrá-lo as relações monoparentais, de um pai
com os seus filhos. Esse redimensionamento, “calcado na realidade que se impôs,
acabou afastando da ideia de família o pressuposto de casamento. Para sua
configuração, deixou-se de exigir a necessidade de existência de um par, o que,
consequentemente, subtraiu de sua finalidade a proliferação”11.
11 Ivone Coelho de Souza e Maria Berenice Dias, Famílias Modernas, cit., v.8, p.65.
12 Famílias monoparentais, p.7-8.
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entre os dois extremos vaga, indefinida, a noção de ‘família monoparental’, ainda
aguardando integral definição, estruturação e limites pela legislação
infraconstitucional”.
Ao reconhecer como família a união estável entre um homem e uma mulher, a
Carta Magna conferiu juridicidade ao relacionamento existente fora do casamento.
Todavia, somente em 29 de dezembro de 1994 é que surgiu a primeira lei (Lei nº
8.971) regulando a previsão constitucional, mas que se revelou tímida. Em 10 de maio
de 1996 surgiu a Lei nº 9.278, com maior campo de abrangência, já que não
quantificou prazo de convivência e albergou as relações entre pessoas somente
separadas de fato, gerando presunção de que os bens adquiridos são frutos do
esforço comum13.
13 Ivone Coelho de Souza e Maria Berenice Dias, Famílias Modernas, cit., v.8, p.66.
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reconhecidas: a constituída pela união estável e a formada por qualquer dos pais e
seus descendentes14.
43
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Dimas Messias de. Direito das Famílias. 4ª ed. Minas Gerais: Saraiva;
2015.
CORREIA, Jadson Dias. União civil entre pessoas do mesmo sexo. (Projeto de Lei
1151/95). Jus Navigandi, Teresina, ano 2, n. 10, 6 abr. 1997. Disponível em:
<http://jus.com.br/artigos/554>. Acesso em 29 de março de 2017,
44
______. Manual de Direito das Famílias. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Direito de família. 17.ed. São
Paulo: Saraiva, 2003.
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VENOSA, Sílvio Sálvio. Direito Civil - direito de família. São Paulo: Atlas, 2005, v.
5.
48
8 LEITURA COMPLEMENTAR
STJ publica decisão que significa grande retrocesso para o Direito das
Famílias no Brasil
50
ser averiguada frente à Constituição que estava em vigor no momento da elaboração
e edição dessa norma jurídica. O argumento finalístico é que a Constituição da
República extirpou totalmente de seu corpo normativo a única referência que se fazia
à separação judicial. Portanto, ela não apenas retirou os prazos, mas também o
requisito obrigatório ou voluntário da prévia separação judicial ao divórcio por
conversão.
O divórcio surgiu no ordenamento jurídico brasileiro em 1977, com a
promulgação da Lei n° 6.515/77 (Lei do Divórcio). Antes disso, a única solução era o
desquite, que mantinha os cônjuges presos ao vínculo contratual, mas colocava fim
ao regime matrimonial de bens e aos deveres de coabitação e fidelidade recíprocas.
Porém, não disponibilizava aos desquitados a contratação de novo casamento,
levando as uniões à margem da Lei.
Desta maneira, o Divórcio só era possível se atendesse a três requisitos
básicos: separação de fato há mais de cinco anos, ter este prazo sido implementado
antes da alteração constitucional, ser comprovada a causa da separação.
Posteriormente, a Constituição Federal de 1988 reduziu os prazos: um ano de
separação judicial para o Divórcio por Conversão, e dois anos da separação de fato
para o Divórcio.
No caso em tela, o juízo de primeiro grau, por entender que a Emenda
Constitucional 66 aboliu a figura da separação, concedeu prazo de dez dias para
adequação do pedido, e o Tribunal de Justiça manteve a decisão. No STJ, a relatora
do recurso, Ministra Isabel Gallotti, entendeu pela reforma do acórdão. Segundo ela,
a única alteração ocorrida com a emenda citada foi a supressão do requisito temporal
e do sistema bifásico para que o casamento possa ser dissolvido pelo divórcio. “A
Emenda 66/10 acabou com esta farsa, tornando-se um ótimo exemplo de que a boa
lei é aquela que consagra uma prática social. Trata-se de um instituto ultrapassado,
retrógrado e sem serventia prática, vez que o divorciado pode casar-se com qualquer
pessoa, inclusive com aquela da qual se separou e se arrependeu, ao passo que o
separado era impedido de se casar, indo engrossar as estatísticas da união estável”,
esclarece Sérgio Barradas.
De acordo com o STJ, a Ministra Isabel Gallotti disse que a separação é uma
modalidade de extinção da sociedade conjugal que põe fim aos deveres de
coabitação, fidelidade e ao regime de bens. Já o divórcio extingue o casamento e
reflete diretamente sobre o estado civil da pessoa. “A separação é uma medida
51
temporária e de escolha pessoal dos envolvidos, que podem optar, a qualquer tempo,
por restabelecer a sociedade conjugal ou pela sua conversão definitiva em divórcio
para dissolução do casamento”, disse a relatora.
Em contrapartida, o presidente nacional do IBDFAM levanta um
questionamento sobre a decisão: “Qual seria o objetivo de se manter vigente a
separação judicial se ela não pode mais ser convertida em divórcio? Não há nenhuma
razão prática e lógica para sua manutenção. Se alguém insistir em se separar
judicialmente, após a Emenda Constitucional n. 66/2010, não poderá transformar tal
separação em divórcio, se o quiser, terá de propor o divórcio direto. Não podemos
perder o contexto, a história e o fim social da anterior redação do § 6º do artigo 226:
converter em divórcio a separação judicial. E, se não se pode mais convertê-la em
divórcio, ela perde sua razão lógica de existência.”
Para Rodrigo da Cunha Pereira, “é preciso separar o 'joio do trigo', ou seja, é
preciso separarmos as razões jurídicas das razões e motivações religiosas, para que
possamos enxergar que não faz sentido a manutenção do instituto de separação
judicial em nosso ordenamento jurídico. Ela significa mais gastos financeiros, mais
desgastes emocionais e contribui para o emperramento do Judiciário, na medida em
que significa mais processos desnecessários. Portanto, esta decisão é um verdadeiro
retrocesso”.
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