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@patriciaqmadeira

✓ Não inventar dados

✓ Não escrever fora do local indicado

✓ Não rasurar

✓ Letra legível

✓ NÃO ASSINE A PEÇA

✓ Pratique peças escrevendo (pelo menos duas)


ENUNCIADO

Em 29 de janeiro de 2019, Alexandre de Andrade proferiu ofensas contra Geisa Hart, conhecida
influenciadora digital, por meio de postagens em seu twitter. Na data mencionada, por volta das 23h15,
Alexandre postou, publicamente, que Geisa seria “ladra” e “estelionatária”, como parte de todo um
discurso a respeito de sua personalidade, sempre de forma a denegri-la.
Diante disso, munida das provas de tais postagens, Geisa procurou um advogado, o qual, mediante
procuração específica, ofereceu queixa-crime contra Alexandre ao juízo competente, detalhando em sua
petição inicial todo o ocorrido e juntando os respectivos documentos.
Todavia, o juízo competente rejeitou a inicial acusatória, com fundamento no artigo 395 do
Código de Processo Penal, entendendo pela ausência de prova cabal do dolo do agente, o que
impediria o recebimento da queixa-crime no caso concreto, independentemente das provas
que seriam produzidas ao longo da instrução.

Na qualidade de advogado(a) de Geisa Hart, intimado(a) da decisão em 20 de maio de 2019,


elabore a medida judicial cabível, expondo todas as teses cabíveis e os respectivos pedidos e
datando-a do último dia do prazo.
Vamos elaborar o esqueleto?

Cliente – Geisa Hart (objetivo de fazer com que a peça seja recebida)

Crime/Pena – Injúria (art. 140 do CP) – pena de 1 a 6 meses, com causa de aumento de pena de

1/3 (art. 141, III do CP).

Vamos relembrar a diferença entre injúria, calúnia e difamação?

Ação Penal – Privada. Como identificar? Previsão expressa na lei. ( Art. 145 - Nos crimes previstos neste
Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal).

Rito – Sumaríssimo: trata-se de crime de menor potencial ofensivo (art. 394, § 1.º, III, do
CPP, e art. 61 da Lei 9099/95).

Suspensão condicional do processo/ANPP – Sim, pena mínima é de 1 mês.


(...) Geisa seria “ladra” e “estelionatária”, como parte de todo um discurso a respeito de sua
personalidade, sempre de forma a denegri-la.
Injúria Calúnia Difamação
Honra subjetiva Honra objetiva Honra objetiva
É a atribuição de uma Atribuir falsamente crime Imputa fato ofensivo à
qualidade negativa. É o a alguém reputação (que não é
famoso xingamento. crime).
Não é necessário narrar Necessário narrar um fato Também é necessário
fato, basta a atribuição da (ex. Fulano furtou a bolsa narrar fato (Fulano não
qualidade (ex. canalha, da colega de trabalho; paga as suas dívidas,
mentiroso, traidor, etc) Beltrano bateu na sua fulano trai a
mulher etc) esposa/marido)
Não admite exceção da Admite exceção da Em regra não admite
verdade verdade exceção da verdade
(exceção é servidor público
se o fato tiver relação com
a função)
Momento processual – A queixa-crime foi rejeitada. Atenção para o rito (artigo 82 da Lei
9099/95, com prazo de 10 dias)

Competência - Interposição: Juiz de Direito do Juizado Especial Criminal da Comarca de __


(recebimento e processamento do recurso, com remessa dos autos à Turma Recursal).

Teses: Há dolo de injuriar e incide causa de aumento do artigo 141,III do CP.

E o artigo 141, §2º do CP? Atenção ao enunciado! Os fatos ocorreram em 29/01/2019. O


artigo 141, §2º entrou em vigor posteriormente (2021) em razão de veto na Lei Anticrime. Lei
penal não retroage em prejuízo do réu. Se os fatos ocorressem agora seria aplicada a pena
em triplo.

Pedidos: Que o recurso seja conhecido e provido para que a queixa-crime seja recebida.

Prazo: A intimação da decisão de rejeição da queixa-crime ocorreu em 20/05/2019.


O art.82, §1º da Lei 9099/95 diz que o prazo de interposição da apelação é de 10
dias. Assim, sabendo que a peça deve ser datada no último dia do prazo, e que a
contagem se inicia no dia seguinte ao da intimação (21/05/2019– art. 798, §1º
CPP), o prazo final será dia 30/05/2019.

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