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Centro Federal de Educação

Tecnológica de Minas Gerais

Departamento de Ciência
e Tecnologia Ambiental
Disciplina: Drenagem Pluvial
Código: DEAM 016

Aulas 4 e 5 – Microdrenagem: Conceitos


Gerais, Sarjetas, Princípios Básicos
Dimensionamento
Professor: André Luiz Marques Rocha
Engo Agrícola e Ambiental
MSc. Engenharia Agrícola
Recursos Hídricos e Ambientais
Drenagem Urbana
“Conjunto de medidas que têm como finalidade a
minimização dos riscos aos quais a sociedade está
sujeita e a diminuição dos prejuízos causados pelas
inundações, possibilitando o desenvolvimento urbano da
forma mais harmônica possível, articulado com as
outras atividades urbanas.”

DAEE/CETESB, 1980

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Drenagem Urbana

Lei Federal n°11445/2007 – Lei do Saneamento Básico

Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais: Conjunto de


atividades de infraestrutura e instalações operacionais de
Drenurb de Águas Pluviais, de transporte, detenção ou
retenção para o amortecimento de vazões de cheias,
tratamento e disposição final das águas drenadas nas áreas
urbanas.

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Drenagem Urbana

Lei Federal n°11445/2007 – Lei do Saneamento Básico

Drenagem Urbana: Serviço que deve ser prestado


considerando como princípios básicos: a universalização
do acesso e sua integração com os demais serviços de
saneamento (Sistema de Abastecimento de Água, Sist.
Esgotamento Sanitário, Sist. Limpeza Urbana e
Gerenciamento de Resíduos Sólidos).

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Drenagem Urbana
Lei Federal n°11445/2007 – Lei do Saneamento Básico

Drenagem Urbana: universalização do acesso e integração com os


demais serviços de saneamento

Lembrar também da integração com


os demais serviços de infraestrutura
e Saneamento (SAA, SES, SLU, RSU,
Transporte, Gás, Telefonia)

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Sistemas de Drenagem
Sistemas de Drenagem
• O sistema de drenagem deve ser entendido como o
conjunto da infraestrutura existente em uma cidade para
realizar a coleta, o transporte e o lançamento final das
águas superficiais, incluindo a hidrografia e os
talvegues.

• É constituído por uma série de medidas que visam a


minimizar os riscos a que estão expostas as populações,
diminuindo os prejuízos causados pelas inundações e
possibilitando o desenvolvimento urbano de forma
harmônica, articulada e ambientalmente sustentável.

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Sistemas de Drenagem
Sistemas de Drenagem
Os sistemas de drenagem são definidos como drenagem na fonte,
microdrenagem e macrodrenagem.

• A drenagem na fonte é definida pelo sistema de coleta e


condução do escoamento que ocorre no lote, condomínio ou
empreendimento individualizado, estacionamentos, área comercial,
parques e passeios.

•Cabe ressaltar a importância de se trabalhar com técnicas de


controle do escoamento gerado na fonte, a fim de se reduzir
problemas causados por sobrecargas nos sistemas de drenagem
seguintes.

•Normalmente essa técnicas de controle de drenagem pluvial na


fonte são denominadas de Tecnologias Alternativas (Ambientais).

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Sistemas de Drenagem
Instalações prediais de águas pluviais e o Controle na Fonte

Alternativas de controle utilizando o


armazenamento ou infiltração da água no
lote.
Sistemas de Drenagem
Sistemas de Drenagem
• A microdrenagem é definida pelo sistema de condutos pluviais ou
canais em um loteamento ou de rede primária urbana. Este tipo de
sistema de drenagem é projetado para atender a drenagem de
precipitações com risco moderado.

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Sistemas de Drenagem
Sistemas de Drenagem
• O sistema de macrodrenagem envolve os sistemas coletores de
diferentes sistemas de microdrenagem.

•O sistema de macrodrenagem deve ser projetado com capacidade


superior ao de microdrenagem, com riscos de acordo com os
prejuízos humanos e materiais potenciais.

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Sistemas de Drenagem
Visão Geral do Sistema de Drenagem

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Sistemas de Drenagem

Sistemas de Drenagem

• A metodologia usada para a determinação da vazão de projeto,


é que tem caracterizado essa diferença.

• Normalmente para o dimensionamento das Estruturas da


Microdrenagem, utiliza-se o Método Racional (bacias até 2 km2).

• Para o dimensionamento de estruturas de Macrodrenagem, tem-


se utilizado Modelos Hidrológicos que determinam o hidrograma
de escoamento.

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Sistemas de Drenagem

Fonte: Manual de Drenagem Urbana – FEAM (2006)

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Microdrenagem
Microdrenagem

Sistema de condutos
pluviais no loteamento ou na
rede primária urbana.

Fonte: BOTELHO (2011).14


Microdrenagem
Funções/Objetivos

• Coletar águas de chuva no meio físico urbano


• Retirar águas de chuva dos pavimentos das vias públicas
• Oferecer segurança
• Reduzir danos
• Evitar erosão do terreno e erosão do pavimento
• Impedir alagamentos da calha viária
• Eliminar pontos baixos sem escoamento
• Controlar aporte de águas aos cursos d’água receptores

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Microdrenagem
Componentes do Sistema de Microdrenagem

• Avenidas, Ruas, Calçadas e Meio-fio


• Sarjetas e Sarjetões
• Caixas Coletoras (Bocas de Lobo), Tubos de Ligação
• Caixas de Ligação e Poços de Visita
• Galerias (Condutos Livres)
• Condutos Forçados ???
• Estações Elevatórias???

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Microdrenagem
Visão Geral de Dimensionamento
• subdivisão da área e traçado;
• determinação das vazões que afluem à
rede de condutos;
• dimensionamento da rede de condutos.

Fonte: BOTELHO (2011)


Fonte: SEMASA – Sto. André – SP
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Eng°. Alexandre Perri de Moraes
Microdrenagem
Visão Geral de Dimensionamento – Interferências da Urbanização

Situação 1: Topografia natural da bacia – antes da


ocupação

Situação 2: Traçado urbanístico das ruas com


liberação do fundo do vale – escoamento superficial
pelas calhas das ruas.

Situação 3: Ocupação bloqueando o fundo do vale –


necessária a introdução de BL’s e galerias
subterrâneas.
Ponto B (mais baixo) – tendência de ocorrer
empoçamento – necessidade de interferências

Fonte: BOTELHO (2011)

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Microdrenagem
Interferência entre a drenagem das ruas e o tráfego

Ruas e Avenidas
• A função primordial das ruas é de permitir o tráfego de veículos e
pedestres.

• Porém, as ruas apresentam-se como importantes elementos de drenagem,


já que são responsáveis pela condução do escoamento superficial gerado
nas mesmas para as sarjetas, e posteriormente, para as galerias.

• De acordo com a característica da via pode-se determinar o escoamento


superficial na mesma, definindo o alagamento temporário do pavimento
em uma ou mais faixas de trânsito.

• Cada um desses tipos de ocorrência deve ser controlado, dentro de


limites aceitáveis, de forma que a função principal das ruas como meio de
escoamento do tráfego, não seja restringida ou prejudicada.
Fonte: Diretrizes de projeto para
escoamento nas ruas e sarjetas de São Paulo
(1999).
Microdrenagem
Interferência entre a drenagem das ruas e o tráfego pode
ocorrer quando existe água nas ruas, resultante dos seguintes
fatos:

• Escoamento superficial, transversal ao pavimento e em direção às sarjetas,


decorrente da chuva que incide diretamente sobre o pavimento;

• Escoamento adjacente à guia, pelas sarjetas, podendo invadir uma parte da


pista;

• Poças de água em depressões;

• Escoamento transversal à pista proveniente de fontes externas (distintas


da água da chuva caindo diretamente sobre o pavimento);

• Espirro de água sobre os pedestres.


Microdrenagem
Classificação de Tipos de Vias

Fonte: Prof. Rodolfo Martins, 2011. Adaptado


Microdrenagem
Características de Tipos de Vias – São Paulo

Fonte: BOTELHO, 2011.


Microdrenagem
Interferência entre a drenagem das ruas e o tráfego

Diagrama de configuração de
escoamento no pavimento e na sarjeta

• Critérios relativos ao fluxo de veículos, a


velocidade de tráfego, a preferência de
trânsito, ao estacionamento, entre outros
fatores, são distintos.

• Isto faz com que, o fluxo das águas na


sarjeta, o alagamento temporário do
pavimento em uma ou mais faixas de
trânsito, seja ou não permitido, de acordo
com a importância da via.

Fonte: Diretrizes de projeto para escoamento


nas ruas e sarjetas de São Paulo (1999).
Microdrenagem
Capacidade de Descarga das Vias Públicas

• Segurança de pedestres e veículos;

• Relação com alagamentos máximos nos pavimentos das vias;

• Orientação para necessidade de colocação de pontos de captação


do escoamento (bocas de lobo).

Tipo de Via Alagamentos Máximos

Secundária O escoamento poderá atingir até a crista da rua.


O escoamento deverá preservar, pelo menos, uma faixa de
Principal
trânsito livre.
O escoamento deverá preservar, pelo menos, uma faixa de
Avenida
trânsito livre em cada direção.
Nenhum alagamento é permitido em qualquer faixa de
Via Expressa
trânsito.
Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Um sistema de drenagem de águas pluviais é composto de uma série


de unidades e dispositivos hidráulicos para os quais existe uma
terminologia própria e cujos elementos mais freqüentes são:

• Greide: é uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal


da superfície livre da via pública.

• Guia: também conhecida como meio-fio, é a faixa longitudinal de


separação do passeio com o leito viário.

Fonte: BOTELHO (2011)


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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
• Sarjeta: é o canal longitudinal, em geral triangular, situado
entre a guia e a pista de rolamento, destinado a coletar e
conduzir as águas de escoamento superficial até os pontos de
coleta.

Veja também detalhes de sarjetas em estradas e rodovias (DNIT).

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Sarjeta – Padronização pela SUDECAP - Tipos: “A”,“B”, “C”

Sarjeta S transversal Utilização

uso nas vias com grandes declividades


Tipo A 3,0 %
longitudinais
Tipo B 15,0 % uso obrigatório em vias sanitárias
Tipo C 25,0 % uso obrigatório em vias sanitárias

Espessura da sarjeta = 10 cm
Largura da sarjeta = 50 cm
Material utilizado: concreto Fck ≥ 20 Mpa
“Feature Compression Know” - Resistência
Característica do Concreto à Compressão

Fonte: Caderno de Encargos


da SUDECAP (2019). 27
Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Sarjetão ou Rasgo: canal de seção triangular ou retangular situado


nos pontos baixos ou nos encontros dos leitos viários das vias
públicas, destinados a conectar sarjetas.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Sarjetão ou Rasgo
Opção para levar
escoamento de A para B
pela superfície.

Obs: Ponto “A” é o


ponto baixo do
terreno, mas de cota
superior ao ponto “B”.

Fonte: BOTELHO (2011)

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Sarjetão ou Rasgo

Fonte: BOTELHO (2011) Problema para tráfego de bicicletas,


motocicletas, travessia de cadeiras
de rodas! 30
Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Bocas Coletoras ou Bocas de Lobo (BL): são estruturas


hidráulicas para captação das águas superficiais transportadas
pelas sarjetas, e situam-se geralmente sob o passeio ou sob a
sarjeta. Também existem bocas de lobo dotadas com grades.
Sistema de Coleta de Águas Pluviais

segue para a Galeria

Fonte: Notas de aula - Prof. Carlos Fernandes


de Medeiros Filho – UFCG - Paraíba

Fonte: GRIBBIN, 2016.


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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Bocas de Lobo (BL)

A locação das bocas de lobo deve seguir as seguintes considerações:

•serão locadas nos pontos baixos das quadras;

•Quando for ultrapassada sua capacidade de engolimento, ou houver


saturação da sarjeta, deve haver bocas de lobo em ambos os lados da via;

•Não se recomenda colocar bocas de lobo nas esquinas, pois os pedestres


teriam de saltar a torrente em um trecho de descarga superficial máxima
para atravessar a rua, além de ser um ponto onde duas torrentes
convergentes se encontram.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Bocas de Lobo (BL)

•Caso não se disponha de dados


sobre a capacidade de
escoamento das sarjetas,
recomenda-se um espaçamento
máximo de 60 m entre as
bocas de lobo;

• A melhor localização das bocas


de lobo é em pontos um pouco à
montante das esquinas;

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
• Bocas de lobo – detalhes construtivos

Fonte: BOTELHO (2011)

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Bocas de lobo – detalhes construtivos

Fonte: BOTELHO (2011)

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Bocas de lobo – Padrão SUDECAP

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
BL GUIA BL GRELHA BL COMBINADA

BL GRELHA BL COMBINADA
BL PADRÃO SUDECAP

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Bocas de Lobo Obstruídas/Entupidas com Resíduos
1) Qual a massa (ou
volume) de resíduo
sólido chega até os
sistemas de drenagem
de águas pluviais?

2) Qual é o custo para


limpeza, desobstrução,
e destinação final
adequada desses
resíduos?

3) Será que a
alternativa é
trabalhar com bocas
de lobo “ecológicas,
ïnteligentes”, ou
temos que evitar que
esses resíduos
cheguem até as bocas
de lobo?

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Boca de Lobo Inteligente, Ecológica, Sustentável

Exemplos utilizados em diversos municípios para facilitar a limpeza de resíduos sólidos.


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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
• Caixas de ligação (CL): também denominadas de caixas mortas,
são caixas de alvenaria subterrâneas não visitáveis, com finalidade
de reunir condutos de ligação ou estes à galeria.

•São utilizadas quando se faz necessária a locação de bocas de lobo


intermediárias ou para se evitar a chegada em um mesmo poço de
visita de mais de quatro tubulações.
• Visa evitar quantidade
excessiva de PV (reduzir
custos) e evitar ligação de
número excessivo de condutos
a um PV

•Função similar à do PV, porém


a CL não é visitável.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Caixas de Ligação
• coleta de máximo de 2 BL por CL
• indicação de máximo de 1 CL entre dois PVs

Formas de
redução do
número
de condutos
ligados ao PV

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Caixas de ligação – 2 bocas de lobo ao PV

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Caixas de ligação de alvenaria e poço de visita

Caixas de ligação múltipla

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Poços de Visita (PV):são câmaras visitáveis situadas em


pontos previamente determinados, destinadas a permitir a
inspeção e limpeza dos condutos subterrâneos.

•Tem como função primordial permitir o acesso às canalizações


para limpeza e inspeção, de modo que se possa mantê-las em bom
estado de funcionamento.

• Sua locação é sugerida nos pontos de mudanças de direção,


cruzamento de ruas (reunião de vários coletores), mudanças de
declividade e mudanças de diâmetro.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Poços de Visita (PV) construído em Alvenaria

Fonte: BOTELHO, 2011.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Poços de Visita (PV)

Fonte: Caderno de Encargos do Departamento


de Esgotos Pluviais – DEP – Porto Alegre, 2005.
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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Poços de Visita (PV)

•O afastamento entre poços de visita consecutivos, por critérios


econômicos, deve ser o máximo possível.

•O espaçamento máximo recomendado para os poços de visita é


apresentado em normas específicas (termos de referência, instruções
técnicas municipais).

• Espaçamento recomendado entre PV’s:50m

•Quando a diferença de nível entre o tubo afluente e o efluente for


superior a 0,70 m o poço de visita será denominado de queda.
haf - hef > 0,7 m Tubo de Queda

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Poço de Visita Típico Poço de Queda

haf - hef > 0,7 m


Fonte: Notas de aula - Prof. Carlos Fernandes Necessidade de inserir um anteparo para
de Medeiros Filho – UFCG - Paraíba evitar erosão /desgaste de paredes 48
Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Poços de Visita (PV)

Espaçamento máximo recomendado Espaçamentos conforme SUDECAP


entre PV’s para não limitar
manutenção (IPH)

Material: concreto pré-moldado;


concreto armado no local; alvenaria

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

• Galerias de Águas Pluviais (GAP): são condutos destinados ao


transporte das águas captadas nas bocas coletoras até os pontos de
lançamento.

• Tecnicamente denominada de galerias tendo em vista serem


construídas com diâmetro mínimo de 300 mm (Circulares).

• SUDECAP: Dmínimo = 500 mm

• Os diâmetros comerciais correntes são: 0,30; 0,40; 0,50; 0,60;


0,80; 1,00; 1,20 e 1,50m (Diâmetro Máximo para a
Microdrenagem).

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Galerias Circulares - Concreto

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Galerias Circulares - Concreto


Içamento
Berço Radier do Muro Ala

Berço de Concreto

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Galerias Circulares – Tubo PEAD (Polietileno Alta Densidade)

Fonte: Catálogos Técnicos das empresas TIGRE – ADS e Kanaflex


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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Galerias Circulares – Tubo PEAD (Polietileno Alta Densidade)
• Vida útil prolongada (75 a 100 anos - menor desgaste à corrosão e
reações químicas, inclusive em solos ácidos)
• Versatilidade, rigidez, boa flexibilidade, baixo peso – facilidade de
transporte, armazenamento e montagem
• União ponta-bolsa com anéis de vedação – facilidade na montagem e
garantia de estanqueidade
• Comprimento: 6m ; Diâmetros = 100 mm a 1500 mm

Fonte: Catálogo Técnico TIGRE – ADS


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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
Aduelas ou Galerias Celulares

Fonte: http://tuboscopel.com.br 55
Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Galerias de Águas Pluviais (GAP)

• As galerias pluviais devem ser projetadas para funcionarem a


seção plena com a vazão de projeto.

•A velocidade máxima admissível é determinada em função do


material a ser empregado na rede.

**tubo de concreto: a velocidade máxima admissível é de 5,0 m/s e


a velocidade mínima 0,60 m/s;

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Galerias de Águas Pluviais (GAP)

•O recobrimento mínimo da rede deve ser de 1,0 m, quando forem


empregados tubulações sem estruturas especiais.

**Quando, por condições topográficas, forem utilizados


recobrimentos menores, as canalizações deverão ser projetadas do
ponto de vista estrutural.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Galerias de Águas Pluviais (GAP)


• Nas mudanças de diâmetro os tubos deverão ser alinhados pela
geratriz superior.

Degrau = d2 – d1

Fonte: IPH, 2005.

Fonte: GRIBBIN, 2016.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas

Galerias de Águas Pluviais (GAP)

•O traçado das GAP’s deve ser desenvolvido simultaneamente com


o projeto das vias públicas e parques, para evitar imposições ao
sistema de drenagem que geralmente conduzem a soluções mais
onerosas.

• Deve haver homogeneidade na distribuição das galerias para que


o sistema possa proporcionar condições adequadas de drenagem a
todas as áreas da bacia.

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Microdrenagem
Terminologia Básica, Detalhes Construtivos, Recomendações Técnicas
GAP’s e Rede Coletora

Hipóteses para a locação da rede coletora de águas pluviais:

(i) sob a guia (meio-fio) (MAIS UTILIZADA);


(ii) sob o eixo da via pública (MENOS UTILIZADA).

O recobrimento mínimo deve ser de 1 metro sobre a geratriz superior do


tubo, e deve possibilitar a ligação das canalizações de escoamento das bocas
de lobo (recobrimento mínimo dos tubos de ligação de 0,60 m) .

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Microdrenagem
Elementos Físicos de Projeto
Principais dados necessários à elaboração de um projeto de
rede pluvial de microdrenagem são:

a) Plantas
Planta de situação e localização da bacia dentro do Estado;
Planta geral da Bacia Contribuinte: Escalas 1:5.000 ou 1: 10.000.
Planta planialtimétrica da bacia: Escalas 1: 1.000 ou 1: 2.000,
constando as cotas das esquinas ou outros pontos importantes.

b) Levantamento topográfico
Nivelamento geométrico em todas as esquinas, mudanças de
direção e mudanças de greides nas vias públicas;

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Microdrenagem
Elementos Físicos de Projeto

c) Cadastro
De redes de esgotos pluviais ou de outros serviços que possam
interferir na área de projeto;

d) Urbanização
Deve-se selecionar elementos relativos à urbanização da bacia
contribuinte, nas situações atual e previstas no plano diretor, tais
como:

• tipo de ocupação das áreas (residências, comércios, praças, etc);


• porcentagem de ocupação dos lotes;
•ocupação e recobrimento do solo nas áreas não urbanizadas
pertencentes a bacia.

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Microdrenagem

Elementos Físicos de Projeto


e) Dados relativos ao curso de água receptor

• indicações sobre o nível de água máxima do rio que irá receber o


lançamento final;

• levantamento topográfico do local de descarga final.

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Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Capacidade hidráulica de ruas e sarjetas


•As águas, ao caírem nas áreas urbanas, escoam, inicialmente,
pelos terrenos até chegarem às ruas. Sendo as ruas abauladas
(declividade transversal) e tendo inclinação longitudinal, as águas
escoarão rapidamente para as sarjetas e, destas, ruas abaixo.

•Se a vazão for excessiva poderão ocorrer: (i) alagamento das


ruas e seus reflexos; (ii) inundação de calçadas; (iii) velocidades
exageradas, com erosão do pavimento.

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Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

• precipitação sobre as ruas e calçadas


• escoamento conduzido pelos terrenos e lotes

Fonte: PAZ, 2014.

65
Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Fonte: PAZ, 2014.

Fonte: BOTELHO (2011)

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Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas
Capacidade hidráulica de ruas e sarjetas
A capacidade de condução da rua ou da sarjeta pode ser calculada a
partir de duas hipóteses:

• Hipótese 1: a água escoando por toda a calha da rua


• Hipótese 2: a água escoando somente pelas sarjetas
Para a hipótese 1, admite-se a declividade da
rua (seção transversal) de 3% e altura de
água na sarjeta h1 = 0,15 m.

Para a hipótese 2, admite-se declividade da


rua (seção transversal) de 3% e altura de
água na sarjeta h2= 0,10 m.
Lembrando que essa é uma sugestão do IPH
(2005), em virtude de valores padronizados de
dimensões das vias públicas, sarjetas, meio-fio !!!

Exemplo 1.Calcule a vazão máxima que escoa pela sarjeta e por toda a rua, sabendo-se que a
altura da guia "h" é de 15 cm, a declividade transversal da via pública de 3% e a declividade
longitudinal da via é de 0,005 m/m. Considere a rugosidade da via igual a 0,015.
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Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas
Capacidade hidráulica de ruas e sarjetas
Características da Sarjeta Modelo Simplificado de Sarjeta
Sarjeta Simples: zo = z1

Especificações Dimensões Padronizadas

W: largura da sarjeta Profundidade máxima (h = altura guia) h = 0,15 m


L: largura do escoamento Lâmina d'água máxima ymax = 0,15 m
y0 : lâmina d’água Lâmina d'água p/evitar transbordamento y0= 0,13 m
h: altura do meio-fio Largura da sarjeta W = 0,50 m
z0 : inverso da declividade transversal da sarjeta Declividade transversal mínima St = 0,03 m/m
z1 : inverso da declividade transversal do pavimento Declividade longitudinal mínima S = 0,004 m/m
Velocidade mínima do escoamento vmin = 0,75 m/s
Velocidade máxima do escoamento vmax = 3,50 m/s

68
Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas
Capacidade hidráulica de ruas e sarjetas

O dimensionamento hidráulico da sarjeta pode ser obtido pela


Equação de Manning:

Q*n A * Rh 2 / 3 * S 1/ 2
 A * Rh
2/3
Q
S 1/ 2 n

em que:
Rh 2 / 3 * S 1/ 2
v Q: vazão (m3/s);
n A: área de seção transversal (m2);
Rh: raio hidráulico (m);
S: declividade do fundo (m/m);
n: coeficiente de rugosidade de Manning
(n concreto sarjeta = 0,015 ; n via pública = 0,017);
v: velocidade média do escoamento (m/s).

69
Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas
Capacidade hidráulica de ruas e sarjetas
O dimensionamento hidráulico da sarjeta pode ser obtido pela Equação de
Izzard:
Equação de Izzard: Manning modificada
z Considera o RH = altura do meio fio
QS  0,375 * y 8 / 3 *   * S 1/ 2
n y ymax = h

38
34  Q*n   1 
 S1 2  y  1,445 *  1 2 
14
Q * 3 8 
vs  0,958 *   *   S  z 
 n  z
Em que: Equação de Izzard Simplificada: Q  K * S 1/ 2
Qs: vazão teórica na sarjeta (m3/s);
S: declividade do fundo (m/m); Largura da Via (m) 3,0 5,0 7,0 9,0
Y: lâmina d’água na sarjeta (m);
n: o coeficiente de rugosidade de Manning. Valor de “K” 0,539 0,898 1,257 1,616
(n concreto sarjeta = 0,015 ; n via pública = 0,017)
vs: velocidade teórica do escoamento na
Obs: n concreto sarjeta = 0,015; y = 0,10m
sarjeta (m/s)
z:inverso da declividade transversal da
sarjeta. 70
Microdrenagem

Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Fonte: PAZ, 2014.


71
Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Fonte: PAZ, 2014.


72
Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Fonte: PAZ, 2014. 73


Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Fonte: PAZ, 2014. 74


Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Fonte: PAZ, 2014. 75


Microdrenagem
Capacidade de condução de escoamento pela rua e sarjetas

Fator de Redução da Capacidade Hidráulica das Sarjetas

Obstrução por sedimentos, pneus dos veículos estacionados, resíduos.

Qreal  FR * Qteórica

Fator de
Slongitudinal
Redução (FR)
0,4 % 0,5
1,0 a 3,0 % 0,5
5,0 % 0,5
6,0 % 0,4
8,0 % 0,27
10,0% 0,2

Fonte: DAEE/CETESB, 1980


Microdrenagem
Princípios Básicos do Dimensionamento da Rede de
Microdrenagem

Determinação da Vazão de Projeto(Qmax) - Método Racional


• amplamente utilizado para determinar vazão máxima de projeto para
bacias pequenas (< 2 km²)

Qmax – vazão máxima de projeto (m³/s)


im – intensidade máxima média da chuva (mm/h)
Q max  0, 278 * C * im * A (Curva IDF)
A – área de drenagem (km2)
C – coeficiente de escoamento superficial
(adimensional)

77
Microdrenagem
Determinação da Vazão de Projeto(Qmax) - Método Racional

Determinação da Intensidade de Precipitação (im)

Curva IDF
im = intensidade de máxima média de precipitação(mm/h);
T = tempo de recorrência ou período de retorno (anos);
K .T a
im  tc= tempo de concentração na bacia ou duração da chuva (min.); e
(tc  b) c k, a, b, c = parâmetros a serem determinados para cada região.

Determinação do Tempo de Concentração (tc)

Fórmula de Kirpich Número da Curva (NCRS – EUA)


0,7
0 , 385  1000  L0,8
L 
3
tc  3,42 *   9 * 0,5
tc  57 *    CN  S
 h 
tc = tempo concentração (minutos)
tc = tempo concentração (minutos) CN = número da curva – metodologia
L = extensão do curso d´água (m); específica de cálculo(adimensional)
∆h = Desnível ou diferença de altitude L= comprimento (m)
ao longo do curso d’água (Km); S = declividade longitudinal (m/m) 78
Microdrenagem
Determinação da Vazão de Projeto(Qmax) - Método Racional
Determinação do Coeficiente de Escoamento (C)

• Determinado conforme características da bacia – solo, cobertura,


intensidade de precipitação, tempo de retorno

Valores de “C” conforme tipo de superfície de revestimento (ASCE, 1969)

79
Microdrenagem
Determinação da Vazão de Projeto(Qmax) - Método Racional
Determinação do Coeficiente de Escoamento (C)

Valores de “C” por tipo de ocupação (Adaptado ASCE, 1969 e Wilken, 1978)

80
Microdrenagem
Determinação da Vazão de Projeto(Qmax) - Método Racional

Determinação do Período de Retorno (Tr)


• Varia de 2 a 10 anos para obras de Microdrenagem
Intervalo Tr Valor usual
Sistema Característica da Área
(anos) (anos)
Microdrenagem Residencial 2,0 – 5,0 2,0

Comercial 2,0 – 5,0 5,0

Áreas de prédios públicos 2,0 – 5,0 5,0

Aeroporto 5,0 – 10,0 5,0


Áreas comerciais e
5,0 – 10,0 10,0
avenidas
Macrodrenagem 10,0 – 25,0 10,0
Zoneamento de
5,0 – 100,0 100,0
áreas ribeirinhas
81
Bibliografia
BOTELHO, M.H.C. Águas de chuva – engenharia das águas pluviais nas cidades. 3ª edição, São
Paulo: Blucher, 297 p., 2011.

Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Companhia Ambiental do Estado de São


Paulo (CETESB). Drenagem Urbana 2a ed. São Paulo. 1980

Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). Prefeitura de Porto Alegre. Caderno de Encargos,


2005.

GRIBBIN, J.E. Introdução à Hidráulica, Hidrologia e Gestão de Águas Pluviais. Cengage


Learning. Tradução da 4ª. Edição norte-americana. Capitulo 12, pag. 249-304, 2016.

IPH, Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Plano Diretor de Drenagem Urbana de Porto Alegre –
Manual de Drenagem Urbana, Porto Alegre: IPH/UFRGS, 223 p., 2005.

PAZ, A.R. Tópicos em Engenharia I - Drenagem de Águas Pluviais. Universidade Federal da


Paraíba. João Pessoa, 2014. Material didático do curso.

RAMOS, C.L.; BARROS, M.T.L.; PALOS, C.R.F. Diretrizes Básicas Para Projetos de Drenagem
Urbana no Município de São Paulo. Prefeitura Municipal de São Paulo. Fundação Centro
Tecnológico de Hidráulica, 289 p., 1999.

TUCCI, C.E.M.; Porto, R.L.L.; Barros, M.T. Drenagem Urbana. Coleção ABRH de Recursos
Hídricos, Porto Alegre: Editora da UFRGS; vol. 5, 428 p., 1995.

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