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UNIDADE DE CONSERVACAO principal marca no processo de transigao conservadora no pats. No entan- to, vale lembrar que esse processo foi relativamente efémero, uma vez que, pouco tempo apés a promulgagao da nova Constituigio, a UDR veria sua lideranga abalada pela criagao, por parte dos grandes empresérios agroin- dustriais, da Abag (Associago Brasileira de Agribusiness), em 1993, A pré- pria legislatura de Caiado junto 4 Camara dos Deputados, nos anos 1990, passaria “em brancas nuvens” quanto a sua relevancia politica. [ver Plano Nacional de Reforma Agraria, Sociedade Nacional de Agricultura, Sociedade Rural Brasileira] Indicagées bibliograficas: BRUNO, Regina. Senhores da terra, senhores da guerra. Rio de Janeiro: Forense Universitaria/UFRRJ, 1997. DREIFUuss, R. O jogo da direita na nova Repiiblica. Petrépolis: Vozes, 1989. PILATTI, Adriano, Marchas de uma contramarcha: transigéo, UDR e Constituinte. 1988. Dis- serta¢ao (Mestrado), Ciéncias Juridicas/PUC, Sao Paulo. RAMOS, Marilia Pata, O “novo” eo “velho” ruralismo no Rio Grande do Sul — Um estudo sobre os integrantes da UDR, Santa Cruz do Sul: Unisc, 1995. SILVA, José Graziano da. “As representagdes empresariais da agricultura brasileira moderna: dis- putas na transi¢ao para a democracia”. Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural. Brasilia, pp. 261-285, 1991. MENDONGA, Sonia Regina de. UDR: classe dominante agraria, representagdo de interesses e Estado na transigdo brasileira, Relatorio de Pesquisa ao CNPq, 2001. > Sonia Mendonga UNIDADE DE CONSE RVAG AO. As Unidades de Conservaco (UC), que se constituem em Porgées do territério nacional, em seus termos juridicos (leis e artigos), representam os principais instrumentos da Politica Nacional do Meio Ambiente, que visa centralmente a trés aspectos basicos: 1) conservar os sistemas de sustentacao da vida fornecida pela natureza; 2) conservar a diversidade da vida no planeta; 3) assegurar sustentabilidade do uso dos recursos naturais renovaveis. Em geral, para serem definidas e im- Plantadas, devem ser observadas as caracteristicas naturais e estabelecidos 486 Nacionais, Estacao Ecolégica, Reserv Bick ; pein ya Florestal, Area de Protegdo Ambi yante Interesse Ecoldgico, entre outras, send. imei j y sy 0 a prim it Parque Nacional de Ttatiaia, em 1937, aerate Na Constituigio brasileira de 1988, o objeto da tutela juridica € “a qua- da qualidade de vida”, tendo como pre- ceito a idéia de preservacio ecoldgica que se definiriana Pratica pela “gestio da utilizagao da biosfera pelo ser humano, de tal sorte que produza o maior beneficio sustentado para geragées atuais, mas que mantenha sua potencialidade para satisfazer as necessidades e aspiracoes das geragGes fu- turas”. Mesmo constando na Constituigao, 0 artigo que prevé que “todos tém direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso co- mum do povo e essencial coletividade, o dever de defendé-lo e preserva- lo as presentes e futuras geraces”, foi criado o Sistema Nacional de Unidades de Conservacio (SNUC), que tem com instrumento legal de protecao e pre- servacio do “bem piiblico” os “espacos protegidos”. © SNUC é também a instancia juridica que estabelece critérios e normas para a criagdo, implanta- G40 e gestdo desses “espacos protegidos”. De 1974 a 1984, expandiu-se o ntimero de unidades de conservagao no pais e, paradoxalmente, foi também o perfodo de expansao das fronteiras econémicas internas do pais. O modelo desenvolvimentista previa, como forma de amenizar os impactos ambientais causados por suas indistrias, estradas, barragens, extrativismos, entre outros, a criagao de areas destina- das A conservacio ambiental. O mesmo Estado que promovia o progresso, Promovia a conservagao da natureza. Entretanto, esses processos que oor vergem em um mesmo modelo civilizatério ocasionaram também au sio de populagées tradicionais, comunidades indfgenas, peatereaee) camponeses, posseiros, trabalhadores rurais de toda sorte, para imp! - i f izacai € 0 caso do estado do Rio de Ja $40 ou de projetos de colonizagao (como ai é 6nia brasileira). neiro) ou de unidades de conservacao (como é 0 caso da Amaz6nia br: ) Partindo de uma nogdo importada dos pafses desenvolvidos, a idéia urbana e liidica da floresta, do rural e do que seja 0 meio ambiente, um paraiso into- cado e intoc4vel, destinado a contemplagao ¢ a0 lazer humano, o conserva- 487 usucaPlAO cionismo foi pano de fundo ideolégico das principais iniciativas apresenta. das para preservagao do meio ambiente. Ease modelo de preservacio acaboy criando verdadeiras “ilhas de conservag40 do meio natural, Sem conside. rar quest6es sociais concretas no momento de sua delimitagao, abrindo espago para que os conflitos de ordem fundidria (e muitos outros) emergissem, No final do século XX e infcio do XXI, iniciativas relacionadas ao mei ambiente e sua preservagao se intensificaram e diversificaram: por um lado, percebem-se 0 ecoturismo e as Reservas Particulares de Patriménio Natural (RPPN), ow ainda as unidades de protecdo integral, que simbolizam uma concepgio conservacionista da questao ambiental (mantendo a dicotomia homem x natureza), por outro, iniciativas no sentido de rever os modelos e a forma de constituigdo e manutengao de UC, considerando as comunidades locais os principais agentes da preservagao do meio ambiente. Sendo essa uma perspectiva de preservagao que visa a trabalhar para além do perime- tro de cada unidade de conservacio, mas também nas suas interfaces, ou seja, no seu entorno. [ver meio ambiente, politica ambiental] IndicagGes bibliograficas: BARRETO FILHO, Henyo. “Utopias Tecnolégicas, Distopias Ecolégicas e Contrapontos Romanticos: ‘populacées tradicionais’ ¢ dreas protegidas nos trépicos”. Sexta-Feira — Antropologia, Artes e Hu- manidades, 2001. MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasi- leiro. S40 Paulo: Malheiros Editores, 1982. CAPOBIANCO, Jodo P R. et al. (orgs.). Biodiversidade amazonica — Avaliagdo e agées prioritdrias para a conservagdo, uso sustentdvel e reparticao de beneficios. Sao Paulo: Instituto Socioambiental, 2001. > Janaina Seva USUCAPIA O. Usucapiao, também admitida a forma usocapido (menos usual, contudo), denominado também prescrigéo aquisitiva ou prescria0 Positiva. O vocdbulo usucapido provém do latim usucapio, onis, ques POF Sua vez, vem de usucapere (usus + capere), ou seja, adquirir pelo uso, pela Posse, ou tomar pelo uso; adquirir por longo uso; adquirir por usucapia0 488

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