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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA
1º ANO - II SEMESTRE DE 2020
REGIME LABORAL
DISCIPLINA: Testagem da Psicologia

Tema: Teste de Figura Complexa de Rey

Discentes:

 Camila Luzia
 Diane Esrael Seba
 Ester Malia
 Nilza Maló
 Zaquia Sumail

Docente: Dr.Rómulo Muthemba

Dr Alcidio Cumbe

Maputo, Julho de 2021


Índice

1. Introdução............................................................................................................................3
2. Metodologia.........................................................................................................................4
3.Objectivos.................................................................................................................................5
3.1. Objectivo geral:.................................................................................................................5
 Compreender o teste de Figura Complexa de Rey...........................................................5
3.2. Objectivos específicos.......................................................................................................5
4. Breve Historial da Figura Complexa de Rey.......................................................................6
4.1. Figura Complexa de Rey.................................................................................................6
4.2. Dimensões avaliadas pela Figura Complexa de Rey...................................................8
4.2.1. Material Utilizado.............................................................................................8
4.2.2. Condições de Aplicação do teste......................................................................9
5. Aplicação do teste da Figura A.............................................................................................9
5.1. Tempo de intervalo...................................................................................................10
5.2. Reprodução por Memória Imediata...........................................................................11
5.3. Reprodução por Memória Tardia..............................................................................11
5.4. Pontuação e correção do teste...................................................................................11
6. Aplicação da figura B........................................................................................................13
6.1. Correção e pontuação da figura B.............................................................................14
7. Análise dos resultados........................................................................................................17
8. Relatório dos resultados.....................................................................................................18
9. Fidedignidade do teste de FCR...........................................................................................18
10. Validação......................................................................................................................19
11. Vantagens......................................................................................................................19
12. Desvantagens.................................................................................................................19
13. Países que utilizam o teste Complexo de Rey................................................................19
14. Importância do teste de FCR.........................................................................................20
15. Conclusão......................................................................................................................21
16. Referências....................................................................................................................22

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1. Introdução

O presente trabalho é elaborado no âmbito da disciplina de Testagem da Psicologia ,


aborda assuntos inerentes ao tema Teste de Figuras Complexas de Rey, que é de
relevante importância para melhor compreensão da disciplina, e para o requisito de
avaliação, enquadrada no curso de licenciatura em Psicologia Social e Comunitária
leccionada na Universidade Eduardo Mondlane, que visa incutir na mente dos
estudantes o espírito investigativo, como actividade central da formação.

A Figura Complexa de Rey é um dos testes neuropsicológicos mais clássicos e, ainda


hoje, amplamente utilizado no campo da Neuropsicologia. A Figura Complexa de Rey
pode ser utilizada para avaliar memória visual, habilidade viso-espacial e algumas
funções de planejamento e execução de ações (Lezak, 1995; Oliveira, Rigoni, Andretta
e Moraes, 2004).

O planejamento é considerado uma das mais importantes funções executivas. O termo


funções executivas é definido no dicionário da International Neuropsychological
Society como "as habilidades cognitivas necessárias para realizar comportamentos
complexos dirigidos para determinado objetivo e a capacidade adaptativa às diversas
demandas e mudanças ambientais" (Loring, 1999, p. 64). O planejamento compreende a
capacidade de traçar mentalmente um trajeto do ponto A ao ponto B, sem que o
indivíduo precise de fato lançar-se ao mundo real (Souza, Ignácio, Cunha, Oliveira e
Moll, 2000). Além do planejamento, outra função executiva relevante neste estudo é a
memória operacional (ou memória de trabalho). A teoria da memória operacional foi
descrita por Baddeley e Hitch em 1974. A memória operacional é definida como um
sistema que visa a manutenção temporária e manipulação de informação durante o
desempenho de uma série de tarefas cognitivas, como compreensão, aprendizagem e
raciocínio (Baddeley, 2000).

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2. Metodologia

O presente trabalho de pesquisa terá como sujeito os alunos de curso de Psicologia, da


Universidade Eduardo Mondlane.

Para a elaboração do trabalho o grupo recorreu a técnica documental, que consiste na


recolha de dados por meio de informações em livros ou documentos oficiais e uma
intensa pesquisa no uso de internet.

3.

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3.Objectivos
3.1. Objectivo geral:

 Compreender o teste de Figura Complexa de Rey

3.2. Objectivos específicos


 Conhecer o historial do teste;
 Saber aplicar o teste da figura A e B:
 Ter capacidade de avaliar e corrigir e interpretar o teste;

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4. Características Gerais
4.1. Ficha Técnica
Nome Original: Teste de Cópia de Figuras Complexas

Autor: André Rey

Procedência: Centro de Psicologia Aplicada (París)

Administração: Individual

Duração : Variável , entre 5 a 25 minutos

Aplicação: Crianças e Adultos

Objectivo: Estudo da actividade perceptiva é da memória visual

Normalização: Notas Percentílicas por idade , a partir dos 5 anos

Âmbito de Aplicação: Clínico

4.2. Material
É necessário o seguinte material : lâminas da prova, papel branco, lápis de cor., lápis preto é
cronômetro.

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5. Breve Historial da Figura Complexa de Rey

A Figura Complexa de Rey, também denominada de Rey-Osterrieth Complex Figure


Test (ROCF), Rey Complex Figure Test (RCTF), Complex Figure Test (CFT) e Rey
Figure (RF) (Strauss et al., 2006).

Foi criado por Rey em 1941 e desenvolvido por Osterrrieth em 1944.

A Figura Complexa de Rey foi originalmente desenvolvida por André Rey (1941) com
o objetivo de avaliar a atividade percetiva e a memória visual em pacientes com lesões
cerebrais. Três anos mais tarde em 1944, Paul Osterrieth procedeu os estudos ,
construindo um sistema de cotação e apresentando dados normativos para o teste com
base num estudo conduzido com 230 crianças e 60 adultos (Boone, 2000; Lezak et al.,
2012; Strauss et al., 2006).

Num estudo realizado por Boone (2000), a Figura Complexa de Rey foi identificada
como o teste neuropsicológico mais usado pelos investigadores, sendo referenciado em
mais de 200 publicações na época. O estudo relata ainda que a Figura Complexa de Rey
se encontra classificada como o 21o teste mais utilizado na neuropsicologia forense.
Mais recentemente, um estudo de Rabin e colaboradores (2005) com 747
neuropsicólogos clínicos, sugere que o uso da Figura Complexa de Rey permanece
elevado, sendo classificado como o 8o teste, num total de 40 instrumentos
neuropsicológicos, mais utilizados pelos investigadores clínicos, e o 2o teste entre 40
instrumentos de medida do funcionamento executivo.

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5.1. Figura Complexa de Rey
Este teste, permite avaliar as capacidades de organização visuo-espacial (percepção) e o
planeamento e desenvolvimento de estratégias relacionadas.

Seu objetivo central é verificar o modo como o sujeito apreende os dados


perceptivos que lhe são apresentados e o que foi conservado espontaneamente
pela memória.

Trata-se de um instrumento composto de uma figura complexa, geométrica e abstrata


composta por várias partes.

O objetivo do autor foi desenvolver uma figura geométrica sem significação evidente,
de realização gráfica fácil, e com uma estrutura de conjunto complicada com o objetivo
de solicitar uma atividade perceptiva analítica e organizadora. Para Hamby (citado por
Spreen e Strauss, 1998), as Figuras Complexas de Rey parecem ter uma estrutura
organizacional mais complexa e não se permitem prontamente a uma estratégia verbal.
Nesse sentido, segundo Rey (1999), o objetivo do teste é avaliar a atividade perceptiva e
a memória visual, verificando o modo como o examinando apreende os dados
perceptivos que lhe são apresentados e o que foi conservado espontaneamente pela
memória.
As Figuras Complexas de Rey possuem duas formas:
A forma “A” e a forma “ B “.
 A forma “A” , figura é direcionada à avaliação de pessoas com idade entre 5 e
88.
 A forma “B” pode ser utilizada na avaliação de crianças pequenas, com idade
entre 4 a 7 anos, adultos com suspeita grave de degradação mental (Rey, 1999).

Figura1. Figura complexa de Rey de forma A

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Figura2. Figura complexa de Rey de forma B

5.2. Dimensões avaliadas pela Figura Complexa de Rey

Uma das principais razões da Figura Complexa de Rey ser altamente considerada deve-
se ao facto do teste permitir avaliar um conjunto diversificado de processos cognitivos,
tais como:
 a memória visual;
 as capacidades visuo-percetivas e visuo- espaciais construtivas;
 aspetos do funcionamento executivo como, o planeamento, a organização e a
resolução de problemas.

Figura3. Dimensões avaliadas pela figura complexa de Rey

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5.2.1. Material Utilizado

 Alguns lápis de cores diferentes (lápis de minas bem afiadas, 6 bastam);


 Duas folhas de papel brancoA4;
 Folha do Modelo da Figura;
 Folha de Cotação da Figura ;
 Manual (para proceder às cotações e cálculo dos percentis);
 Cronómetro para medir os tempos de execução.
É preferível utilizar os lápis de cor em vez de canetas de pontas de feltro, já que estes
permitem ainda conhecer aspectos como a tonicidade e a tensão corporal postas no
movimento ao realizar o traçado.

5.2.2. Condições de Aplicação do teste.

 Superfície lisa e local livre de ruídos;


 Local ausente de objectos ou sons entre outras coisas que tirem a
concentração do examinando;
 Luminosidade adequada.
 Unicamente na presença do(s) examinadore(s)

6. Aplicação do teste da Figura A


A aplicação é preferencialmente individual (embora possa ser aplicado coletivamente ,
segundo Osterrieth).
A aplicação do teste é simples, mas a avaliação e a interpretação de resultados é um
pouco mais complexa.
Não há limite de tempo, nem para a cópia nem para a reprodução de memória. Deve-se
contudo cronometrar e registar o tempo gasto. O próprio examinando dirá quando
terminou.
A aplicação é constituída por dois momentos: no primeiro deles pede-se ao sujeito que
copie a figura com o maior número de detalhes possíveis. Posteriormente, após alguns
minutos(dependendo do tipo da memória avaliada), pede-se ao sujeito que desenhe a
mesma figura sem o estímulo, isto é, as partes que consegue lembrar do que realizou
anteriormente.

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O examinando é solicitado a copiar a figura e depois, sem aviso prévio, é solicitado a
reproduzi-la de memória, sem ver a figura.
O modelo da figura a apresentar ao sujeito examinado está impresso numa folha de
papel de formato A4, que deve ser colocada horizontalmente, sobre a mesa, em frente
do sujeito. O sujeito poderá, caso queira, mover a sua folha de papel, mas não pode
mover a folha do modelo.
Tanto memória imediata (a que se refere à eventos que ocorreram a segundos atrás)
como a memória tardia ( a que se refere eventos que ocorreram a minutos atrás) podem
ser avaliadas. Alguns autores utilizam tanto a tarefa de memória imediata como a de
memória tardia da figura, enquanto outros consideram apenas a memória tardia.
Assim que ele começa a desenhar começa-se a contar o tempo.
Os autores preferem a utilização de lápis de cores diferentes para a cópia da figura,
indicando a troca de cor de lápis de acordo com a sequência dos elementos copiados.
Muda-se o lápis de cor cada vez que o sujeito desenha cada uma das estruturas gráficas
que compõem a figura. Faz-se isto estendendo-lhe o novo lápis e retirando activamente
o anterior, e evita-se qualquer tipo de conversa pois o tempo está a ser cronometrado.
Cada vez que se retira um lápis, deve colocar-se à parte, conservando a ordem pela qual
foram retirados. Cada lápis usado não se volta a dar ao sujeito. O objectivo disto é o de
se poder identificar a sequência de cores usadas, ou seja, por onde este começou o seu
desenho, o que desenhou primeiro, a seguir, etc, para podermos depois caracterizar o
tipo de Execução.
Se, usados os lápis de que se dispõe, o examinado ainda não tiver concluído a figura,
não se retira o último lápis, permitindo-se que conclua o seu desenho com essa mesma
cor.
Escreve-se nessa folha a palavra ‘Cópia’, para se poder diferençar da execução seguinte.
Anota-se também o nome do sujeito e a idade (é útil que a data de nascimento seja já
um dado conhecido antes da realização das entrevistas iniciais). Coloca-se a data em
que a prova está a ser realizada.
Após o término da cópia solicita-se ao examinando que reproduza de memória, mas
nesta etapa não há necessidade de uso de cores diferentes. O examinador deve estar
atento para não utilizar outros testes com memorização de figuras no intervalo entre
memória imediata e memória tardia .
A cópia dá-nos indicações sobre a apreensão e representação gráfica dos dados visuais -
supõe portanto uma visão correcta, certo nível de estruturação da actividade perceptiva

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e a capacidade de atenção suficiente. A reprodução de memória faz apelo à memória
imediata - exige uma capacidade mnésica suficiente e sem perturbações.

6.1. Tempo de intervalo


Quando este acaba de desenhar desliga-se o cronómetro e vê-se o tempo de Execução,
que deve ser anotado na folha em que o sujeito desenhou. Retiram-se imediatamente da
frente do sujeito o modelo e a folha, tendo o cuidado de os guardar não deixando a
figura à vista. Ao mesmo tempo conta-se discretamente 3 minutos pelo relógio (o
objectivo é iniciar ao fim desse tempo a reprodução por memória). Com os lápis que
estão de lado, sempre respeitando a ordem pela qual foram retirados, faz-se um pequeno
risco com cada um num dos cantos dessa folha (para mais tarde se saber a ordem em
que foram usados). Inicia-se então com o sujeito uma pequena conversa adequada ao
preenchimento dos 3 minutos que entretanto estão a ser contados. Muitas vezes esta faz
algum comentário sobre o desenho que realizou, ou sobre as suas capacidades para o
desenho. Deve ter-se em conta que o tipo de conversa a manter nesse momento não
deve prejudicar a interrupção que dali a momentos se vai ter de fazer, evitando por isso
algum assunto mais delicada.

6.2. Reprodução por Memória Imediata

Ao fim dos 3 minutos interrompe-se a conversa, e sem aviso prévio, coloca-se


rapidamente sobre a mesa uma nova folha branco formato A5 (esta deve também ser
posta horizontalmente à frente do sujeito). Pede-se-lhe agora que desenhe a figura que
desenhou há pouco, o melhor que souber e o mais depressa que puder. Se o sujeito
comentar que não se lembra ou não sabe diz-se que faça o melhor que puder. Não se
alimentam conversas de forma a não prolongar mais o tempo de intervalo. Procede-se
não como da primeira vez, a diferença é que agora a folha do modelo já não é mostrada
ao sujeito e ele deve reproduzir a figura conforme se lembrar. Ao entregar os lápis a
ordem pela qual se vão dando as cores não deve ser a mesma que se usou da primeira
vez, para evitar que isso possa auxiliar a memorização. Anotam-se também na folha o
Tempo de Execução e a ordem pela qual as cores foram usadas. Escreve-
se a palavra ‘Memória’, o nome do sujeito e a idade. Coloca-se também a data em que a
prova está a ser realizada.

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6.3. Reprodução por Memória Tardia

Quando a memória tardia também é avaliada, solicita-se ao examinando que reproduza


a figura novamente após 30 minutos. Neste caso o examinador deve estar atento para
não utilizar outros testes com memorização de figuras no intervalo entre a aplicação das
da memória imediata e da memória tardia. O procedimento é idêntico ao anterior,
escrevendo-se agora na folha ‘Memória Tardia’.

6.4. Pontuação e correção do teste


A folha de Registo permite registrar é cotar de forma ordenada os resultados parciais é globais
no processos de correcção e pontuação.

A maioria dos indivíduos normais são atraídos pela forma central, um grande retângulo com
as suas diagonais é bissectrizes . Á volta deste retângulo colocam os detalhes exteriores e os
detalhes interiores cuja ordem não é importante.

O Autor P.A Osterrieth , publicou algumas considerações ao que concerne os diferentes tipos de
copia; estão ordenados do mais racional para o menos racional , considerando os nossos hábitos
intelectuais , a rápidas de cópia e os resultados finais .

I. Construção sobre armação


O sujeito começa o desenho pelo retângulo central que passa a funcionar como a
armação sobre a qual se dispõe os demais elementos da figura.

II. Detalhes englobados na armação


O sujeito começa por um ou outro detalhe contíguo ao grande retângulo ,por exemplo a
cruz da parte superior do lado esquerdo, ou traço o grande retângulo , incluído nele
alguns detalhes.

III. Contorno geral


O sujeito começa o se eu desenho pela reprodução do contorno integral da figura sem
diferenciar nela , explicitadamente , o retângulo central.

IV. Justaposição de detalhes


O sujeito vai desenhando os detalhes uns ao lado dos outros como se estivesse a fazer
um puzzle. Não existe um elemento principal na reprodução.

V. Detalhes sobre o fundo confuso


O sujeito desenha um grafismo , pouco ou nada estruturado , no qual não é possível
identificar o modelo , mas é reconhecível alguns detalhes.

VI. Redução a um esquema familiar


O sujeito transforma a figura num esquema que lhe é familiar e que pode por vezes
recordar vagamente a forma geral do modelo.

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VII. Garatujas
O sujeito faz simplesmente umas garantias mas quais é impossível reconhecer
qualquer dos elementos do modelo é tão pouco a sua forma global.

6.4.1. Quanto a Riqueza e Exatidão da Cópia


Osterrieth deu o mesmo valor a cada uma das unidades ou elementos da figura , sejam
simples ou complexas. Porém como podem ser correctamente reproduzidas ou
ligeiramente deformadas, bem colocadas na figura central ou mal situadas , propôs a
seguinte pontuação
Por cada unidade/ elemento da figura :

 Correcta : Bem Situada = 2 pontos ; Mal Situada = 1 ponto

 Deformada ou incompleta (mas reconhecível ) : Bem Situada = 1ponto ;


Mal Situada = 1/2 ponto

 Irreconhecível ou ausente = 0 pontos


Durante o processo de correcção assinalam-se as diversas unidades reproduzidas pontuam-se
segundo os critérios já citados somam -se as pontuações obtidas. A pontuação máxima é de
36 pontos.

6.4.2. Quanto ao Tempo


O tempo é contado a partir do momento em que os sujeito começa a trabalhar e pára-se
quando está terminada a prova. O tempo é arredondado sempre para o minuto seguinte , os
tempos 2 minutos e 15 segundos e 2 minutos e 50 segundos arredondam-se em ambos os
casos para 3 minutos e este valor lê-se entre dois e três minutos.

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Figura5. Folha de registo da figura A

7. Aplicação da figura B

É suficiente comparar as as duas A e B para verificar que não são intermutáveis, ou seja,
uma não pode substituir a outra. Com a figura B, a partir dos 7 anos, os progressos são
insignificantes, por esta razão, a aferição realizada compreende as idade entre os 4 e os
8 anos.
A figura B só poderá ser aplicada a adultos nos quais se suspeita de grande deterioração
mental.
Para a aplicação da figura B:
Apresenta-se a criança a figura B, com o quadrado para baixo e entrega-se uma folha de
papel, ao mesmo tempo que se lhe pede para copiar com um lápis.

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Quando tiver terminado anota-se o tempo e retira-se a cópia e o modelo. Após uma
pausa de três minutos pede se para voltar a fazer o desenho de memória numa nova
folha.

7.1. Correção e pontuação da figura B

Corrige-se, separadamente, a cópia e a reprodução de memória, utilizando os seguintes


critérios:
a) O número de elementos do desenho.
A figura B é composta por 11 elementos, divididos em duas partes, elementos
principais e Secundários.

Figura6: Figura complexa de Rey de forma B

ELEMENTOS
Elementos Principais Copia Memória
1. Círculo
2. Quadrado
3. Rectângulo
4. Triângulo

Elementos Secundários Cópia Memória


5. Dois pontos (dentro e fora)
6. Cruz( dentro do triângulo)
7. Semicírculo (dentro dó rectângulo)
8. 2 ou mais linhas (dentro do semicírculo)
9. Diagonal do quadrado
10. Ponto (dentro do quadrado)
11. Sinal =

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TOTAL(max=11 pontos)

Pontuação dos elementos :


 1 ponto por cada elemento
 ½ ponto se o elemento é reconhecível
 ½ ponto pela cruz desenhará como uma superfície (não com traços simples)
 ½ ponto pelos dois pontos traçados em forma de círculo.
Pontuação máxima : 11 pontos.

b) Posição dos elementos Secundários


Pontuação:
À direita
1 ponto se dois pontos do círculo estão bem colocados à direita
½ ponto se estão sobrepostas ou muito afastadas em vez de estarem um anilado do
outro.
À esquerda
1 ponto a cruz colocada à esquerda do triângulo.
Centro da base
1 ponto se o semicírculo for colocado no centro da base do rectângulo;
½ ponto se não está no centro, mas dentro do rectângulo.
4 linhas verticais
1 ponto se o número das linhas verticais do semicírculo é exato, quer dizer, se as linhas
forem 4.
Correcta
1 ponto se a diagonal for corretamente colocada.
Ângulo inferior direito
1 ponto se o ponto do quadrado for colocado no ângulo inteiro direto.
Ponto mais grosso
1 ponto quando este mesmo ponto é claramente mais grosso do que os 2 pontos do
círculo.
Dentro da intercepção
1 ponto se o signo = ( igual) for colocado dentro do quadrado pequeno formado pela
intersecção do retângulo com o quadrado.
½ ponto se este signo corta os lados do quadrado pequeno.
Pontuação Máxima: 8 pontos.

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POSIÇÃO
Posição Cópia Memória
À direita
À esquerda
Centro da base
4 linhas verticais
Correcta
Ângulo inferior direito
Ponto mais grosso
Dentro da intercepção
TOTAL(máx.=8 pontos)

c) Tamanho proporcional dos 4 elementos principais


Pontuação:
1 ponto se o círculo ou triângulo tiver tamanho semelhante.
1 ponto círculo, quadrado e triângulo tiver tamanho semelhante.
1 ponto igualdade entre as alturas do quadrado e do rectângulo.
1 ponto proporcionalidade das 4 formas geométricas.
Pontuação máxima: 4 pontos.

TAMANHO (PROPORCIONALIDADE)
Entre os elementos Cópia Memória
Círculo/ quadrado
Círculo/quadrado/Triângulo
Altura do quadrado/Rectângulo
Proporcionalidade das 4 formas
TOTAL(max=4 pontos)

d) Situação relativa dos 4 elementos principais:


Pontuação:
2pontos sobreposição entre triângulo e círculo ou seus equivalentes reconhecíveis.
2 pontos sobreposição entre triângulo e rectângulo ou seus equivalentes reconhecíveis.
1 pontos sobreposição entre círculo e rectângulo ou seus equivalentes reconhecíveis.

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Pontuação máxima: 8 pontos.

SITUAÇÃO RELATIVA
Sobreposição entre elementos Cópia Memória
Triângulo/ Círculo
Triângulo/Rectângulo
Círculo/Rectângulo
Quadrado/Rectângulo
TOTAL(máx.=8 pontos)

NB: A pontuação máxima da figura B são 31 pontos.

8. Análise dos resultados

A Figura Complexa de Rey pode ser avaliada tanto quantitativamente e


qualitativamente.
Quantitativa:
 Tempo
 Pontuação (Riqueza e Exactidão da prova)
Qualitativa:
 Tipo de Reprodução
 Tipo de Estado

a) Tipos de Reprodução:
I. Construção sobre a armação
O sujeito começa o desenho pelo rectângulo central, que passa a funcionar como
armação, sobre o qual dispõe todos os demais elementos da figura. O rectângulo grande
constitui, pois, a base que serve de referência e de ponto de partida
para a construção da figura.
II. Detalhes englobados na armação
O sujeito começa por um ou outro detalhe contíguo ao grande rectângulo, ou traça o
grande rectângulo, incluindo nele algum dos detalhes, utilizando-o como armação do
seu desenho.
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III. Contorno Geral
O sujeito começa o seu desenho pela reprodução do contorno integral da figura, sem
que seja diferenciado, explicitamente, o rectângulo central.
IV. Justaposição de Detalhes
O sujeito vai desenhando os detalhes uns ao lado dos outros, como se de um puzzle se
tratasse. Não existe um elemento director da reprodução.
V. Detalhes sobre o Fundo Confuso
O sujeito desenha um grafismo, pouco ou nada estruturado, no qual não é possível
identificar o modelo, embora existam certos detalhes reconhecíveis, pelo menos na sua
intenção
VI. Redução a um Esquema Familiar
O sujeito transforma a figura num esquema que lhe é familiar e que pode, por vezes,
recordar vagamente a forma geral do modelo ou de alguns dos seus elementos (ex. casa,
barco, peixe, etc)
VII. Garatujas
O sujeito faz simplesmente uma garatuja, na qual é
impossível reconhecer qualquer dos elementos do modelo e, tão pouco a sua forma
global.

9. Relatório dos resultados


Os problemas neurológicos que se pode descobrir após a realização do teste FCR-O
são: alterações a nível frontal ou doenças que afetam o sistema fronto-estriado, como
por exemplo doença de Parkinson ou a perturbação obsessivo-compulsiva, podemos
descobrir também a demência, a esquizofrenia, Alzheimer, Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade.
É frequente a ocorrência de mudança de posição do modelo em crianças pequenas. Mas
em adolescentes e/ou adultos indica uma mentalidade muito rudimentar.
A partir dos 12 anos de idade, os tipos de cópia anteriormente descritos nos grupos V,
VI e VII, são considerados como indícios de provável debilidade mental
A partir dos 12 anos de idade, os tipos de cópia anteriormente descritos nos grupos V,
VI e VII, são considerados como indícios de provável debilidade mental.
Observam-se em psicopatas, geralmente com deterioração mental, acrescentos e
sobrecargas: repetição de elementos, tendência para preencher superfícies ou engrossar
todas as linhas.

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10.Fidedignidade do teste de FCR
Para a fidedignidade deste teste, podem aplicar o método de teste-reteste.

11.Validação
Pode ser aplicada em vários contextos e língua portuguesa.
Verificarmos também que este teste pode ser aplicado na realidade moçambicana.
Consideramos um instrumento válido para realidade moçambicana por apresentar uma
boa consistência interna e de fácil aplicação.

12.Vantagens
 O teste da figura complexa de Rey tem a vantagem de ser facilmente aceite por
indivíduos tímidos, inibidos ou com dificuldades de linguagem;
 o baixo custo, pois é realizada mediante uso apenas de lápis e papel;
 É aferido para a população de língua portuguesa;
 A fácil aplicação.

13.Desvantagens
 A complexidade da figura;
 Não há resultados conclusivas.

14. Países que utilizam o teste Complexo de Rey

Analisando os resultados de uma busca de artigos disponíveis no indexador Bireme


foram encontrados 193 artigos sobre a Figura Complexa de Rey.
Já constatou -se que este teste é utilizado em vários países. O maior número de
publicações concentra-se nos EUA, onde foram localizados 88 artigos.
Os outros 105 artigos foram encontrados em diversos países tais como Canadá,
Espanha, Austrália, entre outros (Jamus e Mader, 2005).

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15.Importância do teste de FCR

Este teste considera-se um instrumento de extrema importância para auxílio na


identificação de dados na percepção visual e na memória mediata e imediata.
O teste de FCR demonstrou ser um teste de fácil aplicação e levantamento, facilitando a
aplicabilidade no projecto clínico.

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16.Conclusão

Foi criado por Rey em 1941 e desenvolvido por Osterrrieth em 1944.


Figura Complexa de Rey é um teste de avaliação neuropsicológica realizado em dois
momentos: a cópia e reprodução por memória na ausência da figura.
Esse teste avalia a habilidade visuoespacial, organização percetiva, aptidão
visuoespacial construtiva, memória visual, atenção, planificação e função motora.
As Figuras Complexas de Rey possuem duas formas: forma “A” e a forma “ B “.
Os materiais necessários à sua aplicação, são a folhas de cotação , duas folhas de papel
brancas e marcadores (até seis cores) para a tarefa de cópia.
A correcção da Figura Complexa de Rey, é feita em função de três variáveis,
válidas para a Reprodução Visual e Reprodução de Memória: tipo de construção, a
precisão e a riqueza da reprodução e a rapidez do trabalho
As pontuações na FCR diferenciam desempenhos de doentes com lesões cerebrais,
demência e doenças mentais.
Cada prova deve ser corrigida sob dois pontos de vista ou critério:
Qualitativo: os tipos de reprodução
Quantitativo: os pontos e o tempo para os quais há duas aferições: cópia e memória.

24
17.Referências

 Andrade, V.M.; Santos, F.H. & Bueno, O.F.A. (2004). Neuropsicologia hoje.
(pp. 125-163). Porto Alegre: Artes Médicas
 Jamus, D & Mader, M. (2005), A Figura Complexa de Rey e seu papel na
Avaliação Neuropsicológica. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology,
11(4), 193-198.
 Rey, A. (1998), Teste de Cópia de Figuras Complexas. Lisboa: CEGOC-TEA.
 https://www.scielo.br/j/jecn/a/BQRwqYQShftn7QxhwFYsjzD/?lang=pt

25
FIGURA A:

26
FIGURA B

27
28

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