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DOSSIÊ DO PROFESSOR O CAMINHO DAS PALAVRAS 10

AVALIAÇÃO

FICHA DE AVALIAÇÃO 4

GRUPO I

A. Lê o seguinte poema.

Enquanto quis Fortuna que tivesse


esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse


minha escritura a algum juízo isento,
escureceu-me o engenho co tormento,
para que seus enganos não dissesse.

Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos


a diversas vontades! Quando lerdes
num breve livro casos tão diversos,

verdades puras são, e não defeitos…


E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
Luís de Camões, Lírica Completa – II, Lisboa: IN-CM, 1994, p. 25.

1. Seleciona, no poema, marcas da presença do sujeito poético e da sua evolução psicológica, justificando com
elementos do texto.
2. Caracteriza a relação que se estabelece no poema entre o sujeito e a Fortuna e o Amor. Seleciona
expressões comprovativas.
3. Atenta nos vocábulos maiúsculados e explicita o seu efeito estilístico.
4. Explicita o caráter apelativo do poema, fundamentando com expressões comprovativas.
B. Lê o seguinte poema.
mote:
Descalça vai pera a fonte
Leanor, pela verdura;
vai formosa e não segura.

voltas:
Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
saínho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai fermosa, e não segura.

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AVALIAÇÃO

Descobre a touca a garganta,


cabelos d’ ouro o trançado,
fita de cor de encarnado…
Tão linda que o mundo espanta!
Chove nela graça tanta
que dá graça a fermosura;
vai fermosa, e não segura.
Luís de Camões, Lírica Completa – II, Lisboa: IN-CM, 1994, p. 83.

5. Indica a função dos elementos do texto que podem ser representados como cenário.
6. Caracteriza a figura feminina e verifica o seu relevo no texto.
7. Explicita a variedade de cores sugerida no poema e justifica com expressões textuais
GRUPO II
Regresso
O visitante ocidental que pela primeira vez chega a Goa e Cochim enfrentará provavelmente a
vertigem do caos à sua volta e dentro de si. Quando começa a familiarizar-se com a estonteante
exuberância e com as contradições coexistentes, quando julga começar a entender a complexidade
das castas, dos cultos e costumes tão diferentes, quando começa a fixar nomes, imagens, atributos
dos deuses, tudo lhe foge de súbito, tudo se torna de novo confuso, como se o véu de Maia voltasse
a cobrir a indecifrável irrealidade da Índia real.
Quem regressa de uma terra tão diversa traz fragmentos de caras, casas, ruas, cheiros, quartos,
uma carga de imagens que, na alfândega-roleta do lembrar e esquecer, deveria pagar excesso de
bagagem. Vim carregado de cores e de cansaço mas inteiro e em estado razoável, bem melhor dos
que outrora, contentes por regressarem, contavam

Lá vos digo que há fadigas


tantas mortes, tantas brigas
e perigos descompassados
que assim vimos destroçados
pelados como formigas.

Vim ainda carregado de algo mais: um outro modo de olhar, a certeza de não pertencer àquele
tipo de viajante que não fala do que vê, mas do que imagina ou deseja ver. Trouxe comigo um
bloco confusamente escrevinhado, uma curiosidade acrescentada, uma crescente descrença na
elegância da descrença. E tornei-me mais atento à infindável memória do mundo, mais capaz de
escutar o incansável murmúrio do mundo.
Almeida Faria, O Murmúrio do Mundo: A Índia revisitada, Lisboa: Tinta-da-China., 2012, pp. 142-143.

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1.1. O texto evidencia marcas de género específicas
A. características do relato de viagem.
B. próprias de uma apreciação crítica.
C. características de uma exposição sobre um tema.
D. próprias do artigo de divulgação científica.
1.2. O texto apresenta
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A. explicitação das fontes.


B. um discurso pessoal com prevalência da primeira pessoa.
C. uma descrição objetiva de um objeto, acompanhada de comentário crítico.
D. um discurso pessoal com prevalência da 3.ª pessoa.
1.3. O texto tem como tema
A. a partida para uma viagem a Goa e a Cochim.
B. as peripécias de uma viagem à Índia.
C. as aventuras de um português na Índia.
D. o regresso de uma viagem ao Oriente.
1.4. Os itálicos presentes no texto
A. assinalam citações de autor.
B. são formas de destaque de expressões conhecidas.
C. assinalam frases em sentido subjetivo.
D. realçam comentários do narrador.
1.5. A frase: «Quem regressa de uma terra tão diversa traz fragmentos de caras, casas, ruas, cheiros, quartos,
uma carga de imagens que, na alfândega-roleta do lembrar e esquecer, deveria pagar excesso de bagagem.» (ll. 7-
9) significa que
A. quem regressa de uma viagem, traz sempre muita bagagem e tem de pagar o excesso.
B. quem regressa de uma viagem ao Oriente, traz sempre memórias inesquecíveis.
C. quem regressa de uma viagem enriquecedora deveria pagar excesso de bagagem e imposto à
entrada no país de origem.
D. quem regressa de um país fora da União Europeia, ao entrar em Portugal, tem de declarar os
produtos que adquiriu.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.


2.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada na frase «Quando começa a
familiarizar-se com a estonteante exuberância» (ll. 2-3).
2.2. Classifica a oração sublinhada e indica a sua função sintática: «Quem regressa de uma terra tão diversa
traz fragmentos de caras» (l. 7).
2.3. Na frase «O visitante ocidental que pela primeira vez chega a Goa e Cochim enfrentará provavelmente a
vertigem do caos à sua volta e dentro de si.» (ll. 1-2), divide e classifica as orações.

GRUPO III
«O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa apenas leem uma
página.» Agostinho de Hipona.
Tendo em conta o comentário apresentado, num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de
150 palavras, apresenta uma exposição sobre as experiências e aprendizagens que as viagens possibilitam.

FICHA DE AVALIAÇÃO 4
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO

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GRUPO I.......................................................................100 pontos


EDUCAÇÃO LITERÁRIA
A....................................................................................70 pontos
1........................................................................................15 pontos
Todo o poema apresenta uma tonalidade confessional, onde o sujeito poético se autoanalisa e interpreta o seu percurso amoroso: «o gosto de um suave
pensamento/me fez que seus efeitos escrevesse». O eu demarca duas fases sucessivas na sua história de amor: a fase da esperança, fundada no «suave
pensamento» quando a Fortuna lhe permitia o canto; e a fase do desengano causado pelo Amor que o impede de cantar, pois o seu canto poderia
constituir um aviso para as suas potenciais vítimas.

2........................................................................................20 pontos
Entre o sujeito poético e a Fortuna e o Amor há uma relação de oposição. As entidades mitológicas surgem, no poema, em conflito com o eu como é
visível nos seguintes versos: «Enquanto quis Fortuna que tivesse/Esperança de algum contentamento» e «Porém, temendo Amor que aviso
desse/minha escritura a algum juízo isento,/escureceu-me o engenho co tormento». Assim, a Fortuna e o Amor são entidades nefastas que
conjuntamente se organizaram para retirar a liberdade ao eu poético.

3........................................................................................15 pontos

As palavras Amor e Fortuna surgem no poema com maiúscula. Estas entidades recuperadas da mitologia clássica aparecem personificadas e adquirem
um grande protagonismo no soneto, surgindo dotadas de uma vontade e de uma atitude negativa em relação ao eu poético. O sujeito relaciona-as
intimamente com a sua vida pessoal e considera-as determinantes para o entendimento da sua mensagem pelos seus interlocutores. Na realidade, a vida
do eu foi marcada pela Fortuna e pelo Amor, mas o sujeito faz depender, também, o entendimento dos seus versos da própria experiência amorosa dos
destinatários do poema, ou seja, de acordo com o que a Fortuna e o Amor também lhes permitiu vivenciar, assim interpretarão os seus versos.
4........................................................................................20 pontos
O poema apresenta um caráter apelativo pela presença de um vocativo que implica uma intenção direta de comunicar com os leitores: «Ó vós». O apelo
explicita-se, ainda, através da afirmação da veracidade de tudo o que se narra, dependendo a sua capacidade de compreensão da experiência amorosa
que se tiver acumulado: «segundo o amor tiverdes,/ tereis o entendimento de meus versos».

B.......................................................................................30 pontos
5........................................................................................10 pontos
Cenário de resposta
Neste poema, são escassos os elementos relativos ao cenário. Há uma referência à «verdura» e «à ida para fonte» o que evidencia tratar-se de um
cenário natural e rural característico da primavera. Neste texto o cenário assume uma função secundária.

6........................................................................................10 pontos
A figura feminina assume a centralidade do texto. Leonor é descrita pormenorizadamente em aspetos como o vestuário: «cinta de fina escarlata,
/saínho de chamalote;/ traz a vasquinha de cote» e as partes do corpo. Na indicação de partes do corpo à vista há uma ténue sugestão de sensualidade,
sobretudo no verso: «Descobre a touca a garganta».

7........................................................................................10 pontos

No poema, são sugeridas algumas cores, nomeadamente o verde da paisagem, a brancura da pele de Leonor: «mais branca que a neve pura» e o
vermelho das peças do vestuário da jovem: «fita de cor d’ encarnado».

GRUPO II........................................................................50 pontos


LEITURA / GRAMÁTICA
Item Versão 1 Versão 2

1.1. A

1.2. B

1.3. D

1.4. A

1.5. C

2.1. Modificador do nome restritivo.

2.2. Oração subordinada substantiva relativa que desempenha a função de sujeito.

Oração subordinante: «O visitante ocidental enfrentará provavelmente a vertigem do caos à sua volta e dentro de si».
2.3.
Oração subordinada adjetiva relativa restritiva: «que pela primeira vez chega a Goa e Cochim».

GRUPO I (100 PONTOS)

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Lê o texto a seguir transcrito. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

Cantiga
a este moto:

Quem ora soubesse


onde o Amor nace,
que o semeasse!

Voltas
D’Amor e seus danos
5 me fiz lavrador;
semeava amor
e colhia enganos;
não vi, em meus anos,
homem que apanhasse
10 o que semeasse.

Vi terra florida
de lindos abrolhos1,
lindos para os olhos,
duros para a vida;
15 mas a rês2 perdida
que tal erva pace
em forte hora nace.

Com quanto perdi,


trabalhava em vão;
20 se semeei grão,
grande dor colhi.
Amor nunca vi
que muito durasse,
que não magoasse.
Luís de Camões, Rimas, texto estabelecido e prefaciado por
Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 1994 [pp. 88-89]

1. abrolhos: plantas espinhosas; dificuldades. 2. rês: ovelha.

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifica o tema da cantiga, fundamentando a tua resposta. (20 PONTOS)

2. Identifica os dois sentimentos que dominam o sujeito poético, exemplificando


a tua resposta com elementos textuais. (20 PONTOS)

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3. Refere um dos valores expressivos das antíteses presentes no excerto. (20 PONTOS)

4. Mostra de que forma a construção do campo lexical de agricultura contribui para (20 PONTOS)
a construção do sentido global da cantiga.

5. Analisa formalmente a cantiga, tendo em conta a sua estrutura estrófica, métrica e


rimática. (20 PONTOS)

GRUPO (50 PONTOS)

II

Lê o texto seguinte.

A floresta Camões desbravada


LUÍS MIGUEL QUEIRÓS
20/08/2010

Na Caminho, a obra de referên-


cia que faltava aos estudos camo-
nianos: o Dicionário de Luís de Ca-
mões vem preencher uma lacuna
5 histórica.
Há muito que se fazia sentir a
falta de uma obra de referência que
fornecesse uma súmula atualizada
do vasto e diversificado território dos
10 estudos camonianos. Mais de quatro
séculos decorridos sobre a morte do autor de Os Lusíadas, o Dicionário de Luís de Camões,
que a Caminho pretende publicar ainda este ano, vem colmatar esta notória lacuna. Coor-
denado por um camonista de incontroversa autoridade, Vítor Aguiar e Silva, o volume terá
mais de um milhar de páginas e incluirá a colaboração de cerca de 60 especialistas portu-
15 gueses e estrangeiros.
Autor de várias obras fundamentais sobre o poeta e respetiva obra – incluindo Camões,
Labirintos e Fascínios (1994), A Lira Dourada e a Tuba Canora: Novos Ensaios Camonianos
(2008) ou o recente Jorge de Sena e Camões, além dos muitos estudos que, há décadas, vem
dedicando aos problemas relacionados com a fixação do cânone da lírica camoniana –,
20 Aguiar e Silva está convencido de que este dicionário “irá permanecer durante muitos anos
como um marco nos estudos camonianos”.
Se o núcleo do volume é, naturalmente, a própria obra de Camões, incluindo a lírica, a
épica, o teatro e a epistolografia, a planificação concebida por Aguiar e Silva dá também
grande importância ao campo literário português da época em que Camões viveu – autores
25 como Sá de Miranda ou António Ferreira, entre outros, tiveram direito a verbetes indivi-
duais –, bem como aos grandes movimentos culturais do tempo: o Maneirismo, o Renascimento,
o Humanismo.
Outro tópico que o coordenador privilegiou foi a receção de Camões nas principais li-
teraturas, como a espanhola, a galega (que mereceu tratamento autónomo), a francesa, a
30 inglesa, a alemã ou a russa. Já a presença de Camões na literatura portuguesa foi extensiva-

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mente considerada, desde o século XVI aos vários modernismos, com entradas próprias
para o modo como cada uma das sucessivas épocas lidou com a herança camoniana.
Entre muitos outros temas, é ainda dado particular relevo à relação de Camões e da sua
obra com outras artes, como a música, a pintura ou a escultura. E os camonistas atuais que
35 colaboraram no volume não esqueceram os seus mais ilustres predecessores, dedicando
artigos a figuras como Wilhelm Storck, Carolina Michaëlis, Teófilo Braga, Costa Pimpão,
José Maria Rodrigues ou Hernâni Cidade. […]
A pertinência de um dicionário como este é tão evidente que o que causa mais estra-
nheza é que só agora venha a ser publicado, tanto mais que a Caminho já editara obras
40 congéneres dedicadas a autores como Camilo, Eça ou Fernando Pessoa. Aguiar e Silva
avança uma possível explicação para este atraso, que atribui à própria complexidade das
questões que o poeta e a sua obra colocam. “Penso que é o problema mais complexo da li-
teratura portuguesa, aquele que requer maior especialização”, diz o ensaísta, lembrando
que os estudos camonianos “existem desde o final do século XVI”, que se foram “acumu-
45 lando muitas interpretações” e que “Camões é uma floresta muito mais intrincada do que
Pessoa”.
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-floresta-camoes-desbravada-263708
[Consult. 21-01-2014, com supressões]

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a opção correta.
Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.
1.1. Este texto tem como principal intencionalidade comunicativa expor informação sobre (5 PONTOS)
a. Aguiar e Silva.
b. a lírica camoniana.
c. o Dicionário de Luís de Camões.
d. Wilhelm Storck, Carolina Michaëlis, Teófilo Braga, Costa Pimpão, José Maria Rodrigues e
Hernâni Cidade.
1.2. O título do texto remete para (5 PONTOS)
a. a complexidade da obra camoniana.
b. a multiplicidade de interpretações possíveis da obra camoniana.
c. a opinião dos especialistas que colaboraram na produção da obra.
d. a opinião de Luís Miguel Queirós.
1.3. Nos dois parágrafos iniciais do texto, o Dicionário de Camões é encarado
como uma obra (5 PONTOS)
a. carecente de rigor histórico.
b. destinada apenas a investigadores na área dos estudos camonianos.
c. com uma dimensão excessiva (mais de um milhar de páginas).
d. de carácter abrangente e fidedigno.

1.4. No desenvolvimento do texto, são abordados sequencialmente os seguintes


subtemas: (5 PONTOS)
a. biografia dos colaboradores da obra, temas abordados na obra, repercussão da obra
camoniana na literatura e em outras artes.
b. dados sobre o coordenador da obra, temas abordados na obra, repercussão da obra
camoniana na literatura e em outras artes.
c. temas abordados na obra, repercussão da obra camoniana na literatura e em outras
artes, dados sobre o coordenador da obra.
d. temas abordados na obra, dados sobre o coordenador da obra.
1.5. Um aspeto criticado na obra Dicionário de Camões é (5 PONTOS)
a. o formalismo da linguagem.
b. o carácter demasiado especializado da informação transmitida.
c. o atraso na publicação.
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d. a subjetividade da informação transmitida.


1.6. Na linha 35, o possuidor a que o determinante possessivo “seus” se refere é (5 PONTOS)
a. “muitos outros temas” (l. 33).
b. “Camões” (l. 33).
c. “os camonistas atuais que colaboraram no volume” (ll. 34-35).
d. “figuras como Wilhelm Storck, Carolina Michaëlis, Teófilo Braga, Costa Pimpão,
José Maria Rodrigues ou Hernâni Cidade” (ll. 36-37).
1.7. Na expressão “Camões é uma floresta muito mais intrincada do que Pessoa” (ll. 45-46)
está presente (5 PONTOS)
a. uma personificação e uma comparação.
b. uma comparação e uma hipérbole.
c. uma metáfora e uma comparação.
d. uma hipérbole e um eufemismo.
2. Responde aos itens apresentados.
2.1. Classifica a oração “que fornecesse uma súmula atualizada do vasto e
diversificado território dos estudos camonianos” (ll. 7-10). (5 PONTOS)

2.2. Indica a função sintática desempenhada pelo constituinte frásico “de Camões” (l. 22). (5 PONTOS)

2.3. Identifica o antecedente do pronome relativo sublinhado na frase abaixo: (5 PONTOS)

“Aguiar e Silva avança uma possível explicação para este atraso, que
atribui à própria complexidade das questões que o poeta e a sua obra
colocam.” (ll. 40-42)

GRUPOIII (50 PONTOS)

Faz uma apreciação crítica do anúncio publicitário abaixo, descrevendo-o sucintamente e


acompanhando a descrição de um comentário crítico.
A tua apreciação crítica deverá conter um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
palavras.

Notas:
Before it’s too late – Antes que seja tarde demais
WWF – World Wide Fund for Nature

GRUPO I
Item Cotação Cenário de resposta
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1. 20 pontos • Tema: amor


• Poema desenvolvido em torno da reflexão sobre o amor por parte do sujeito poético
2. 20 pontos • Amor, associado ao sonho e à ilusão (vv. 3-4)
• Desengano / desilusão amorosa / mágoa (vv. 6-7, 18-24)
3. 20 pontos • Oposição entre o carácter positivo do amor sentido / manifestado e as consequências nefastas deste
(desengano, desilusão, sofrimento)
· “semeava” / “colhia” (vv. 6-7)
· “apanhasse” / “semeasse” (vv. 9-10)
· “lindos” / “duros” (vv. 13-14)
· “semeei” / “colhi” (vv. 20-21)
4. 20 pontos • Campo lexical de agricultura: lavrador (v. 5), nascer
(vv. 2, 17), semear (vv. 3, 6, 10, 20), colher (vv. 7, 21),
apanhar (v. 9), terra (v. 11), grão (v. 20)
• Campo lexical com valor metafórico, ao serviço da
reflexão sobre o amor (sujeito poético – “lavrador”)
5. 20 pontos • Mote com três versos, seguido de três voltas com sete
versos cada
• Redondilha menor (Quem/ o/ra/ sou/be[sse])
• Esquema rimático: abb/ cddccbb/ effeebb/ ghhggbb
• Rima emparelhada e interpolada

GRUPO II (50 PONTOS)


Item Cotação Cenário de resposta
1.1. 5 pontos c. 1.2 a 1.3 d 1.4 b 1.5 c 1.6 c 1.7 c
2.1. 5 pontos Oração subordinada adjetiva relativa restritiva
2.2. 5 pontos Complemento do nome
2.3. 5 pontos “este atraso”

GRUPO III
Cenário de resposta

Descrição sucinta da imagem


• Fotografia aérea de uma paisagem florestal
• Imagem organizada em planos
– Primeiro plano: árvores em forma de pulmões humanos, em contraste com vegetação rasteira; a parte inferior do
pulmão direito encontra-se desflorestada (árvores arrancadas)
– Segundo plano: contraste entre zonas com árvores e zonas com vegetação rasteira (efeito de continuidade
relativamente ao primeiro plano)
– Plano de fundo: contraste entre céu (nuvens cinzentas) e terra (floresta)
• Contraste de cores
– verde escuro (árvores) vs. verde claro (vegetação rasteira)
– verde (vegetação) vs. castanho (terra sem vegetação)
– verde (vegetação) vs. cinzento (céu)
• Valor simbólico da imagem: floresta / pulmão da Terra / pulmão humano / vida
• Anúncio publicitário em que predomina a componente
icónica
• Carácter apelativo do slogan: Before it’s too late [Antes que seja tarde demais]
• Papel social da marca: WWF (World Wide Fund for Nature – organização não governamental dedicada à conservação da
natureza)
Comentário crítico (tendo em conta aspetos de carácter estético, pragmático (cf. poder sugestivo e eficácia
argumentativa, etc.)

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TESTE 5 Poesia Lírica de Camões Unidade 4


sequência 3
TEXTO 1

O Sonho da Beleza Ideal


Atualmente, assistimos a uma sobrevalorização da beleza
exterior, consubstanciada na submissão a um rígido padrão estético
que dita medidas, penteados, cor dos cabelos e olhos, roupas e
acessórios. Propõe (e muitas vezes impõe) artifícios para a
obtenção de um «corpo perfeito», tão diversos como cosméticos,
suplementos alimentares, dietas, aparelhos e programas de
exercícios, cirurgias plásticas. Abrange tanto mulheres como
homens, afetando igualmente adolescentes e crianças, que
aprendem, desde cedo, a sobrevalorizar a aparência física, em
detrimento das qualidades interiores.
A busca do belo não é novidade ao nível do
comportamento humano, desde a Antiguidade que se valoriza a aparência estética. O culto da beleza
está atestado em esculturas, pinturas e na literatura, contudo, sempre em equilíbrio com as outras
qualidades e virtudes humanas. A beleza física, aliada a qualidades interiores e capacidades
intelectuais, era vista como dádiva divina a seres perfeitos e angelicais, por isso a nobreza e pessoas de
fortuna utilizavam adereços e substâncias aromáticas como forma de mascarar as suas imperfeições e
criar uma imagem de sublimidade, beleza e até de semelhança a(os) deus(es).
Contudo, com a ascensão da burguesia, a preocupação com a estética começou a distanciar-se do
padrão divino, para se tornar objeto de consumo. O comércio de vestuário, joias, adereços e cosméticos
vindos das colónias representava importante fonte de rendimento para a economia europeia. A
sociedade industrial veio, pois, a intensificar a produção de produtos ligados à beleza, agora aliando-se
a um novo fator: a propaganda promocional. De facto, com a criação e expansão dos media, a partir da
segunda metade do século XX, houve uma disseminação dos padrões estéticos, que passaram, em
grande parte, a ser ditados pela indústria. De entre estes padrões, destaca-se um novo perfil de beleza
feminina baseado, principalmente, na imagem das estrelas do cinema e da música, e propagado pelos
meios de comunicação. Surgiram produtos, tidos como segredos de beleza de grandes ícones, que
prometiam ser a chave para a beleza exuberante das celebridades. Começou a construir-se uma nova
imagem da mulher e, com ela, um novo ideal de beleza.
Hoje, a busca do ideal de beleza é cada vez mais intensa, sendo o seu alcance facilitado pela
evolução e maior acessibilidade à tecnologia e à medicina, ao serviço dos tratamentos estéticos. Por
outro lado, a tolerância com os ditos «pequenos defeitos e imperfeições» diminuiu e a indústria e os
media reafirmam insistentemente a obrigação da boa aparência, das medidas perfeitas, da eterna
juventude.
Esta pressão, aliada à omissão dos riscos de muitos procedimentos cirúrgicos, mostra-se tão
eficiente na criação do desejo e do sonho, que banaliza a seriedade desses procedimentos e descarta
totalmente os maus resultados. O que vemos nos anúncios de propaganda de clínicas e produtos é que
a perfeição física, a beleza estética é um sonho possível, fundamental para a felicidade, e ao alcance de
todos. Entretanto, pelo caminho, vão ficando as angústias, as frustrações e os traumas daquelas (e
daqueles) que não se sentem à altura do padrão que lhes é imposto. Para não falar dos milhares que
morrem, vítimas de anorexia e de outros distúrbios comportamentais.
Imprensa digital, maio, 2009

GRUPO I
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LEITURA
Para cada um dos itens que se seguem, indica a letra correspondente à alternativa correta, de acordo com o
sentido do texto:
1. O autor defende a tese de que, na sociedade atual, os padrões estéticos
A. se impõem às pessoas sem que elas se apercebam.
B. submetem-se às pessoas que adotam a moda.
C. correspondem à sobrevalorização da beleza exterior e desvalorização da beleza interior.
D. recorrem a artifícios para cativar as pessoas.

2. Segundo o autor, em épocas mais remotas,


A. o culto da beleza manifestava-se, sobretudo, na cultura, na pintura e na literatura.
B. os mais privilegiados mascaravam-se para encobrir as suas imperfeições.
C. a beleza era uma dádiva dos deuses só para alguns.
D. beleza exterior e interior eram entendidas como um todo.

3. O 3.º parágrafo
A. é iniciado por um conector que introduz uma ideia de contradição relativamente ao parágrafo anterior.
B. apresenta uma progressão de natureza temporal, relativamente ao parágrafo anterior.
C. apresenta um assunto marginal ao tema em análise.
D. é iniciado por um conector que reitera a ideia anteriormente apresentada.

4. No século XX, surgiu um novo ideal de beleza feminina


A. criado artificialmente pela publicidade ao serviço da indústria.
B. propiciado pelos novos produtos cosméticos.
C. baseado nos ícones do cinema e veiculado pelos media.
D. motivado pela sociedade de consumo.

5. Atualmente, a beleza é um desejo, um sonho e uma obrigação


A. que está ao alcance de todos.
B. que pode provocar vítimas.
C. cujos riscos são irrelevantes.
D. que provoca distúrbios comportamentais.

6. A exposição é o género dominante no texto


A. devido ao encadeamento lógico dos tópicos tratados.
B. devido ao seu caráter demonstrativo e à fundamentação das ideias que contém.
C. pela apresentação de informação, acompanhada de comentário crítico.
D. pelo predomínio de um discurso pessoal.

GRUPO II
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA

TEXTO 2

Dizei, Senhora, da Beleza ideia1:


Para fazerdes esse áureo crino2,
Onde fostes buscar esse ouro fino?
De que escondida mina ou de que veia?
Dos vossos olhos essa luz Febeia3,
Esse respeito, de um império dino4?
Se o alcançastes com saber divino
Se com encantamentos de Medeia5?

De que escondidas conchas escolhestes


As perlas6 preciosas orientais
Que, falando, mostrais no doce riso?
Pois vos formastes tal como quisestes,
O Nascimento de Vénus (pormenor), pintura de Sandro Botticelli (1484-86).
Vigiai-vos de vós, não vos vejais;
Fugi das fontes: Lembre-vos Narciso7.

Luís de Camões
_________________________
1. paradigma, ideal, 2. cabeleira loura, 3. solar (de Febo, deus romano do Sol), 4. digno, 5. feiticeira da mitologia grega, 6. pérolas,
7. figura mitológica, símbolo da beleza, apaixonou-se por si próprio, ao olhar o reflexo do seu rosto nas águas.

LEITURA / ESCRITA

1. Faz a análise da estrutura formal do poema.


2. Identifica os elementos físicos que compõem o retrato e explica de que forma cada um deles é valorizado, nomeadamente através
da utilização de recursos expressivos.
3. Transcreve as palavras/expressões sugestivas de características psicológicas, explicitando o seu sentido.
4. Transcreve e interpreta a expressão que, na primeira estrofe, sintetiza o retrato «pintado».
5. Explicita e interpreta a advertência que, no último terceto, o poeta faz à mulher retratada.

GRAMÁTICA
6. Identifica as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F).

A. «Senhora» é o sujeito nulo subentendido que devemos associar aos verbos «Dizei», «fazerdes”, «fostes» (est. 1).
B. O adjetivo «áureo» (v. 2) é um latinismo.
C. A palavra «pérola» (v. 10), proveniente do étimo latino perla(m), sofreu um processo de adição de segmento, a prótese.
D. O conector «Pois» (2.º terceto, v. 1) introduz uma ideia de consequência.

GRUPO III
Numa exposição de 120 a 150 palavras, refere os dois temas da lírica de Camões que consideres fundamentais.

Grupo I
1. C; 2. D; 3. A; 4. A; 5. D; 6. B.

12
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AVALIAÇÃO

Grupo II
I
1. O poema é um soneto: é constituído por duas quadras e dois tercetos, decassilábicos, como exemplifica o primeiro verso – Di-zei-se-nho-ra-da-be-le-za i-dei. O
esquema rimático é característico deste género literário – abbba, abba, cde, cde.
2. O primeiro elemento referido é o cabelo loiro, valorizado, em primeiro lugar, pelo uso de um vocabulário erudito, elevado, «áureo crino», de acordo com a
«Senhora» retratada. A sucessão de metáforas – «ouro fino», «escondida mina ou de que veia» – contida na interrogação retórica, realça o seu caráter precioso e
raro. O brilho e a expressão do olhar são enaltecidos de novo pela interrogação retórica, na qual se incluem alusões mitológicas (Febo, Medeia), bem como a
antítese entre a origem divina (cristã) ou pagã do seu olhar único, ainda destacado pela hipérbole, «de um império dino». Os dentes são pérolas preciosas, numa
metáfora reforçada pela adjetivação – «escondidas», «preciosas orientais».
3. «Esse respeito» e o «doce riso» aludem, respetivamente, à perfeição moral, que infunde respeito em quem a olha, e a suavidade, a gentileza do seu sorriso.
4. «da Beleza ideia» é a expressão que sintetiza o retrato, ao designar o ideal de beleza, a perfeição, que a senhora materializa.
5. O sujeito poético adverte a Senhora de que ela, pois «se fez» tão perfeita, corre o perigo de ter o destino de Narciso, que, ao ver nas águas o reflexo da sua
beleza, se apaixonou pela própria imagem e assim morreu.

II
a. F; b. V; c. F; d. F.

Grupo II
Qualquer dos temas estudados pode, obviamente, ser escolhido: a representação da amada, a representação da Natureza, a experiência amorosa e a reflexão sobre o
Amor, a reflexão sobre a vida pessoal, o desconcerto, a mudança.

TESTE DE
4 SEQUÊNCIA 4 – Luís de Camões, Rimas
AVALIAÇÃO
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AVALIAÇÃO

GRUPO I
A
Lê, atentamente, a seguinte composição poética.
a este moto alheio:

Verdes são os campos


de côr do limão:
assi são os olhos
do meu coração.

VOLTAS
5 Campo, que te estendes
com verdura bela;
ovelhas, que nela
vosso pasto tendes;
d' ervas vos mantendes
10
que traz o Verão,
e eu das lembranças
do meu coração.

Gados, que paceis1,


co contentamento
15
vosso mantimento
não no entendeis:
isso que comeis
não são ervas, não:
são graças dos olhos
20
do meu coração.
Luís de Camões, Rimas.
Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro Júlio da Costa Pimpão. 2005
Coimbra: Edições Almedina.

Glossário:
1. paceis: apascentar; pastar.

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Identifica os elementos da natureza interpelados pelo sujeito poético, fundamentado a tua resposta com as marcas linguísticas.
2. Relaciona a interpelação aos interlocutores com o assunto da cantiga.
3. Avalia o efeito de sentido da substituição da comparação que surge no mote do poema pela metáfora final.

14
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AVALIAÇÃO

GRUPO II
Lê, atentamente, o texto seguinte.

Ao outro dia atravesso de novo os Flamengos pela estrada municipal, entre casebres e
rocas de hércules de floração amarela. A estrada sobe e do alto vejo melhor o côncavo
recolhido e verde, Farrobo, Santo Amaro, o largo vale da Praia e Chão Frio, dividido entre
talhões de milho e centeio – nota de abundância e de paz dum verde sempre fresco e viçoso,
5 sob um céu muito azul, o céu esmaltado dos Açores. […]
Subo até à ermida de S. João. O mato é severo, encostas revestidas de mofedos 1, de junco
de vassoura, de rapa2, que dá uma flor roxa, de trevo bravo, de rosmaninho cheio de bagas
vermelhas… Tenho diante de mim, dum lado a cratera, com duas léguas de circunferência e
trezentos metros de fundo; ao outro, o amplo panorama – mar e terra, montes e vales – o mar
10 e o Pico, um Pico estranho, suspenso no céu e pousado num oceano de nuvens brancas. Só o
cume, mas o cume é uma montanha enorme e esguia, porque, à medida que fomos subindo, o
Pico foi crescendo também. Volto-me e a meus pés abre-se o enorme buraco verde-negro
revestido de cedros e de urze até ao lado de água choca e lama esverdeada, donde irrompe um
cabeço com outra cratera minúscula dum tom acastanhado. O espetáculo é sombrio e belo. Só
15 a caldeira mais pequena, perfeita como miniatura, é uma nota de ternura neste isolamento:
parece filha da outra. Está ali a criá-la, sabe Deus para que destinos, naquele buraco ao
mesmo tempo poético e feroz. Se arranco os olhos da cratera, encontro a amplidão infinita, o
altar majestoso do Pico, as nuvens que ele apanha no céu e a que dá formas imprevistas, e o
mar liso até ao horizonte, fechado pela barra roxa de S. Jorge e pela mancha desvanecida da
20
Graciosa. Violeta das águas imóveis, verde-pálido da terra, céu de esmalte por cima…
Despeço-me do abismo solitário
Raul Brandão. As Ilhas desconhecidas: notas e paisagens. 2013. Lisboa: Quetzal.

Glossário:
1. mofedos: excesso de vegetação; 2. rapa: espécie de carqueja.

1. Para responderes a cada um dos itens, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.
Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Este texto é um relato de viagem, porque o autor


(A) demonstra a especificidade da paisagem da ilha do Pico.
(B) narra a sua viagem e descreve as paisagens com que se vai deparando.
(C) expõe informação seletiva e rigorosa sobre a paisagem vulcânica do Pico.
(D) descreve sucintamente os Açores, acompanhando a sua descrição com comentários críticos.

1.2. No contexto em que ocorre a afirmação “o altar majestoso do Pico, as nuvens que ele apanha no céu e a que dá formas imprevistas,”
(ll. 17-18), o autor destaca
(A) o caráter sagrado desta paisagem única e divina.
(B) a personificação do Pico e a sua influência na paisagem dos Açores.
(C) o fascínio pela paisagem aérea vista do Pico.
(D) o culto pela ilha do Pico e o caráter irrepetível da paisagem a ele associada.

15
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AVALIAÇÃO

1.3. O adjetivo “viçoso” (l. 4) significa


(A) inesperado. (C) cheio de vigor.
(B) com diferentes tonalidades. (D) suave.

1.4. Com a afirmação “mar e terra, montes e vales” (l. 9) o autor recorre a duas
(A) antíteses. (C) apóstrofes.
(B) enumerações. (D) hipérboles.

1.5. O sujeito da frase “e a meus pés abre-se o enorme buraco verde-negro revestido de cedros e de urze até ao lado de água choca e lama
esverdeada” (ll. 12-13) é
(A) nulo subentendido. (C) “o enorme buraco verde-negro revestido de cedros e
de urze”.
(B) nulo indeterminado.
(D) “a meus pés”.

1.6. O segmento “poético e feroz” da frase “naquele buraco ao mesmo tempo poético e feroz” (l. 16) desempenha a função sintática de

(A) complemento do adjetivo. (C) complemento do nome.


(B) predicativo do complemento direto. (D) modificador do nome restritivo.

1.7. A conjunção subordinativa presente na frase “Se arranco os olhos da cratera, encontro a amplidão infinita” (ll. 16-17), pode ser
substituída por
(A) embora. (C) visto que.
(B) caso. (D) dado que.

2. Responde aos itens apresentados.


2.1. Indica a função sintática do segmento “de bagas vermelhas” (ll. 7-8).
2.2. Atenta na frase “Volto-me e a meus pés abre-se o enorme buraco verde-negro” (l. 12) e constrói um campo semântico composto por
quatro ocorrências da palavra “pé”.
2.3. Transcreve a oração subordinada adverbial condicional da seguinte frase “Se arranco os olhos da cratera, encontro a amplidão
infinita, o altar majestoso do Pico, as nuvens que ele apanha no céu e a que dá formas imprevistas, e o mar liso até ao horizonte, fechado
pela barra roxa de S. Jorge e pela mancha desvanecida da Graciosa.” (ll. 16-19).

GRUPO III
“A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância.”
Mahatma Gandhi

Considerando as palavras de Mahatma Gandhi, acima transcritas, redige uma exposição, devidamente estruturada, sobre o papel do
homem na defesa da terra, num texto de cento e oitenta a duzentas e cinquenta palavras.

TESTE DE
5 SEQUÊNCIA 4 – Luís de Camões, Rimas 16
AVALIAÇÃO
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AVALIAÇÃO

GRUPO I
A
Lê, atentamente, a seguinte composição poética.
Leda serenidade deleitosa1,
que representa em terra um paraíso;
entre rubis e perlas doce riso,
debaixo d' ouro e neve, cor-de-rosa;

5 presença moderada e graciosa,


onde ensinando estão despejo2 e siso3
que se pode por arte4 e por aviso5,
como por natureza, ser fermosa;

fala de quem a morte e a vida pende,


10
rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
repouso nela alegre e comedido6;

estas as armas são com que me rende


e me cativa Amor; mas não que possa
despojar-me7 da glória de rendido.

Luís de Camões, Rimas.


Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro Júlio da Costa Pimpão. 2005.
Coimbra: Edições Almedina.

Glossário:
1. deleitosa: agradável; 2. despejo: desenvoltura; 3. siso: bom senso; 4. arte: habilidade; 5. aviso: discrição;
6. comedido: moderado, ponderado; 7. despojar-me: privar-me da posse.

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Caracteriza a figura feminina descrita pelo sujeito poético, fundamentando a tua resposta com expressões textuais.
2. Identifica, na primeira quadra, dois recursos expressivos e avalia o seu contributo para a caracterização da mulher amada.
3. Tendo em conta o último terceto, explicita o motivo pelo qual o sujeito poético diz à “Senhora” sentir-se “nela alegre e comedido” (v.
11).

GRUPO II
Lê, atentamente, o texto seguinte.

CIENTISTAS MERGULHAM À PROCURA DOS


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AVALIAÇÃO

SEGREDOS DAS GRUTAS DE SAGRES


Biólogos da Universidade do Algarve estão a explorar a biodiversidade e a geologia das
cavernas marinhas. […] Têm em vista a conservação destes habitats.

Biodiversidade
Marisa Soares

Na Catedral não se reza. Mergulha-se de lanterna em punho à procura de corais, esponjas,


crustáceos e peixes, e tiram-se medidas às rochas, numa espécie de raio-x subaquático. Nesta
gruta da costa de Sagres ainda se escondem muitos segredos e há um grupo de investigadores
da Universidade do Algarve (UAlg) que quer desvendá-los.
5 João Rodrigues é um dos responsáveis por esta “caça ao tesouro”. O biólogo marinho da
UAlg, especialista em grutas, é o autor do Projeto sobre a Vida nas Grutas Marinhas, que
envolve mais três investigadores. O objetivo é mapear a biodiversidade e a geologia de grutas
marinhas, com vista à conservação destes habitats de difícil acesso, sobre os quais se sabe
ainda muito pouco.
10 Em Sagres vão ser estudadas três grutas: depois da Catedral, os cientistas vão mergulhar na
caverna conhecida como Segredo do Segredo e no Queijo Suíço. Mas o projeto que dura três
anos, prevê também o estudo das grutas marinhas das costas irlandesa e italiana, para comparar
resultados.
Se a maré estiver baixa, a entrada para a Catedral vê-se do barco. Esta é uma gruta
15 escavada no fundo da falésia, com túneis e galerias completamente submersas (com
profundidade máxima de 16 metros e outras em que o teto – de onde escorrem estalactites que
parecem chocolate derretido – está a cerca de 15 metros da superfície da água.
[…]
Com esta exploração, os cientistas da UAlg querem responder a várias perguntas sobre a
20
formação daquele espaço (que terá ocorrido há cerca de 18 mil anos) e as espécies que nele
habitam – algumas eventualmente desconhecidas para a comunidade científica e outras que
usam a gruta como berçário. “Se encontrarmos espécies em vias de extinção, ou cuja
população esteja a decrescer devido a pesca ilegal que continua a fazer-se nesta área
25 protegida, proporemos medidas especiais de conservação”, exemplifica João Rodrigues.
Os cientistas vão também procurar água doce, uma vez que foram já identificadas zonas de
haloclina – nome dado à mistura entre água doce e salgada. A equipa de João Rodrigues ainda não
sabe qual a origem desta água doce, mas acredita que poderá localizar o aquífero durante a
investigação. […]
Público, 11 de julho de 2014.
1. Para responder a cada um dos itens, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.
Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. A finalidade do texto é


(A) apreciar as grutas da costa de Sagres.
(B) explicar a biodiversidade das grutas subaquáticas.
(C) divulgar uma investigação científica.
(D) relatar os procedimentos de exploração subaquática das grutas.

1.2. No contexto em que ocorre a expressão «caça ao tesouro» (l. 5) significa que João Rodrigues é responsável pela
(A) definição de itinerários que conduzem à Catedral.
(B) dinamização de visitas turísticas a Sagres.
18
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DOSSIÊ DO PROFESSOR O CAMINHO DAS PALAVRAS 10
AVALIAÇÃO

(C) pesquisa da fascinante biodiversidade da Catedral.


(D) descoberta de riquezas escondidas na gruta Catedral.

1.3. Relativamente ao conteúdo do texto, o último parágrafo apresenta uma

(A) síntese. (C) explicação.


(B) exemplificação. (D) informação nova.

1.4. Com a afirmação “de onde escorrem estalactites que parecem chocolate derretido” (l. 14) a autora recorre a

19
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PALAVRAS 10

(A) metáfora. (C) personificação.


(B) comparação. (D) ironia.

1.5. Os processos de formação das palavras “biodiversidade” (l. 7) e “berçário” (l. 20) são, respetivamente,
(A) composição e extensão semântica. (C) derivação e amálgama.
(B) derivação e composição. (D) composição e derivação.

1.6. O segmento “daquele espaço” da frase “os cientistas da UAlg querem responder a várias perguntas sobre a formação daquele
espaço” (ll. 16-17) desempenha a função sintática de
(A) complemento oblíquo. (C) complemento do nome.
(B) predicativo do complemento direto. (D) modificador.

1.7. Os sujeitos das duas orações que constituem a frase “proporemos medidas especiais de conservação, exemplifica João Rodrigues” (ll.
21-22) são respetivamente,

20
(A) nulo subentendido e “medidas especiais de conservação”. (C) nulo subentendido e “João Rodrigues”.
(B) nulo subentendido nas duas orações. (D) “medidas especiais de conservação” e “João
Rodrigues”.
PALAVRAS 10

2. Responde aos itens apresentados.


2.1. Com base no primeiro parágrafo (ll. 1-4), constrói o campo lexical relativo a biodiversidade.
2.2. Divide e classifica as orações da seguinte frase “Os cientistas vão também procurar água doce, uma vez que foram já identificadas
zonas de haloclina – nome dado à mistura entre água doce e salgada.” (ll. 23-24).
2.3. Tendo em conta o primeiro e o último parágrafos do texto, dá o exemplo de duas palavras cujo étimo latino é aqua (água),
explicitando o seu significado.

GRUPO III
O papel desempenhado pela mulher na sociedade, ao longo dos tempos, tem sofrido alterações.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e oitenta e um máximo de duzentas e cinquenta palavras, redige uma exposição
sobre o papel desempenhado pela mulher na atualidade.

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO – TESTE 4

GRUPO I.......................................................................100 pontos


EDUCAÇÃO LITERÁRIA
A ......................................................................................60 pontos
1........................................................................................20 pontos
Os elementos da natureza são o “campo” (v. 5), “ovelhas” (v.7) e “gados” (v.13). O vocativo e marcas de discurso de 2.ª pessoa: verbos e pronomes “te
estendes” (v.5) e “vos mantendes” (v. 9).

2........................................................................................20 pontos
2. A interpelação aos elementos da natureza tem como objetivo salientar o verde dos olhos da mulher amada e aproximar a sua beleza à “verdura bela”
do espaço bucólico caracterizado.

3........................................................................................20 pontos
A substituição da comparação “assi são os olhos/do meu coração” (vv. 3-4) pela metáfora “não são ervas não: / são graças dos olhos/ do meu coração”
(vv. 18-20) faz sobressair a cor dos olhos da figura feminina, pois o espaço exterior fica a dever a beleza da sua tonalidade, a sua “verdura bela”, à cor
aos olhos verdes da amada.

GRUPO II........................................................................50 pontos


Chave
Item Alínea
1.1. B
1.2. D
1.3. C
1.4. A
1.5. C
1.6. D
1.7. B
2.1. Complemento do adjetivo
2.2. Pé de meia; a pé firme; ter os pés (bem assentes) na terra; bater o pé; do pé para a mão…
2.3. "Se arranco os olhos da cratera"

GRUPO III......................................................................50 pontos


• Estruturação temática e discursiva (ETD)........................30 pontos
• Correção linguística (CL)................................................20 pontos
Cenário de resposta
Plano

Introdução
A natureza é um bem essencial para o homem, mas está ameaçada e o responsável é o homem.
Será ele capaz de salvar o planeta?

22
PALAVRAS 10

Desenvolvimento
Ameaças e catástrofes:
• aquecimento global – a poluição, a utilização desregrada dos recursos naturais provocam mudança na direção das correntes marítimas e alterações
climatéricas graves;
• falta de água – a quantidade de água potável no mundo é sempre a mesma desde que ele existe, mas a população humana, bem como o desperdício,
aumentam;
• doenças – as grandes epidemias;
• guerras – a guerra nuclear;
• (…)
Medidas a tomar:
• redução do monóxido de carbono lançado na atmosfera;
• investimento em projetos que utilizem fontes renováveis de energia (energia solar e eólica…);
• dessalinização da água do mar;
• políticas de prevenção: cuidados com saúde e higiene;
• investimento na investigação científica;
• (…).

Conclusão
O planeta está constantemente ameaçado por causas naturais ou provocadas pelo homem.
Papel do homem neste processo.
O bom uso das tecnologias.
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO – TESTE 5

GRUPO I.......................................................................100 pontos


EDUCAÇÃO LITERÁRIA
A
1........................................................................................20 pontos
Num primeiro momento, o sujeito poético apresenta uma figura feminina alegre, serena e tão “deleitosa” que parece representar, idealmente, a perfeição
do “paraíso” na terra.
Num plano mais particular, salienta a sua beleza física – o “doce riso” numa boca bonita, a pele clara e os cabelos de “ouro”. A sua “arte” e discrição
fazem com que esta figura feminina tenha uma atitude (“presença”) tranquila e “graciosa”.
Ela é naturalmente “fermosa”.

2........................................................................................20 pontos
Estão presentes a hipérbole (“Que representa em terra um paraíso;”) e a metáfora (“Entre rubis e perlas” e “Debaixo de ouro e neve”). Com o recurso à
hipérbole, o sujeito poético eleva a figura feminina à categoria de um ser divino, porque ela tem o poder de criar na terra o “paraíso”. A metáfora,
construída através da referência às belas pedras preciosas (“rubis”, “pérolas”) e ao ouro, enaltece a beleza extraordinária e rara da mulher amada.

3........................................................................................20 pontos
O sujeito poético sente-se “nela alegre e comedido”, porque o Amor utiliza estas “armas”, que são as qualidades excecionais da figura feminina, para o
dominar (“render”) e para o tornar cativo ("prender”), fazendo-o, portanto, estar apaixonado. No entanto, e apesar de estar vencido pelo Amor, este não
consegue retirar ao sujeito poético o prazer de estar enamorado por uma mulher tão excecionalmente “fermosa”.

GRUPO II........................................................................50 pontos


LEITURA / GRAMÁTICA
Chave
Item Alínea Pontua-
ção
1.1. C 5
1.2. C 5
1.3. D 5
1.4. B 5
1.5. D 5
1.6. C 5
1.7. C 5
2.1. Corais, esponjas, crustáceos, peixes e 5
subaquático.
2.2. Oração subordinante – Os cientistas vão também 5
procurar água doce; oração subordinada adverbial
causal – uma vez que foram já identificadas zonas
de haloclina – nome dado à mistura entre água
doce e salgada.
2.3. Subaquático (l. 3) – debaixo de água; aquífero (l. 5
25) – local que contem água.

23
PALAVRAS 10

GRUPO III......................................................................50 pontos


• Estruturação temática e discursiva (ETD)........................30 pontos
• Correção linguística (CL)................................................20 pontos

Cenário de resposta
Plano
Introdução
– Alteração do papel da mulher na sociedade ao longo dos tempos: grande mudança a partir do séc. XIX, com a Revolução Francesa, mas mais visível
sobretudo a partir dos anos 60.
– Mudanças ocorridas a nível:
• social;
• familiar;
• profissional;
Desenvolvimento
– Papel secundário da mulher numa sociedade patriarcal – a mulher não tinha direito a fazer as suas escolhas (estudos, marido, trabalho, votar…).
– Hoje: papel mais presente e ativo; respeito; competitividade.
– Conquista das mulheres:
• emancipação e reconhecimento do seu valor;
• acesso há instrução;
• independência (a mulher autossustenta-se, já não depende do marido);
• igualdade de direitos entre os sexos: de donas de casa e mães de família passaram a profissionais competentes em diferentes domínios (ciência,
política, economia, literatura…), ocupando, mesmo, lugares de destaque;
• aceitação da mulher em domínios anteriormente apenas masculinos.
– Mudança na relação homem-mulher: partilha de tarefas, companheirismo…

Conclusão
– Mudança irreversível: igualdade de géneros.
– Compreensão e aceitação da mudança como sinal de crescimento/evolução, contribuindo para uma sociedade mais justa e livre.

Sequência 4. Rimas de Camões Ficha 4

Grupo I
Lê atentamente o poema de Luís de Camões que se segue.

Como quando do mar tempestuoso


o marinheiro, lasso1 e trabalhado,
d’ um naufrágio cruel já salvo a nado,
só ouvir falar nele o faz medroso;

5 e jura que em que veja bonançoso2


o violento mar, e sossegado
não entre nele mais, mas vai, forçado
pelo muito interesse cobiçoso3;

assi, Senhora, eu, que da tormenta


1 de vossa vista fujo, por salvar-me,
0
jurando de não mais em outra ver-me;

minh’ alma que de vós nunca se ausenta,


dá-me por preço ver-vos, faz tornar-me
donde fugi tão perto de perder-me.

24
PALAVRAS 10

CAMÕES, Luís de, 1994. Rimas (texto estabelecido, revisto e prefaciado


por Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (p. 138) (1.ª ed.: 1595)

1. cansado; 2. tranquilo; 3. desejoso.

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Indica o tema da composição poética, justificando a tua resposta.


2. Identifica o recurso estilístico que serve de base ao desenvolvimento do poema e esclarece a sua expressividade.
3. Comprova, com recurso a passagens textuais, os efeitos contraditórios do amor sobre o sujeito poético.
4. Explicita a estrutura do texto, delimitando os diferentes momentos da sua organização interna.
5. Descreve formalmente o poema, no que diz respeito a estrofe, métrica e rima.

25
PALAVRAS 10

Grupo II
Lê com atenção o artigo de apreciação crítica que se segue.

Fados da vida
O novo álbum de Camané é um compêndio de corações
destroçados e de amores arrebatados e dramáticos.
Fado para gente vivida.
CAMANÉ DO AMOR E DOS DIAS · EMI

Carlos Vaz Marques já escreve quase tudo quando usa a palavra “decantação 1” para classi-ficar a arte de
Camané. “A cada novo disco”, explica o homem de Pessoal & Transmissível,
“tem vindo a fornecer-nos, gota a gota, fado a fado, palavra a palavra, as sílabas novas com
que poderemos inventar, cada um à sua maneira, um nome futuro e simultaneamente ances-
5 tral2 para o fado”. Isso e mais.
O novo álbum de Camané poderá mesmo intimidar quem nele quiser ouvir as palavras –
de Cesário Verde e Alexandre O’Neill a Fausto Bordalo Dias e Sérgio Godinho, entre outros
– como quem vê espelhos, temendo sempre encontrar o que não deseja. Episódios, sobressal-
tos da vida impressos na memória, momentos em que os sismógrafos do coração registaram
1 abalos em escalas terríveis. O título não foi escolhido simplesmente para o distinguir do ante-rior, Sempre de
0 Mim. Do Amor e dos Dias porque do que o coração sente, vive e sofre e do
tempo que mede as memórias e as feridas. Camané canta para homens e mulheres que têm
vida vivida, histórias e memórias. E por isso é um disco tão forte. “A meu favor”, escreveu
O’Neill e canta Camané, “tenho o verde secreto dos teus olhos / Algumas palavras de ódio algu-mas palavras de
amor”. É tão simples quanto isto: Camané canta a verdade e recorta cada pa-lavra para que não haja dúvidas,
numa
1 dicção séria de quem não se pode dar ao luxo que algo
5
se perca, mesmo as vírgulas que não se cantam, mas que se respiram.
Não há nada de novo em Do Amor e dos Dias. José Mário Branco produz de forma sabe-dora, com mão
invisível, deixando o ar cristalino desprender-se das cordas – as das guitarras,
2 violas e violoncelos e as da garganta de Camané – sem interferências de qualquer espécie. Não
0 é purismo, é inteligência. Porque a voz de Camané contém tudo: vidas, desesperos e tortuosas
paixões, saudades e mágoas que acreditamos serem sempre suas, mesmo reparando na assina-tura dos poemas,
porque este homem não sabe cantar sem sentir. De facto, podemos inventar,
como defende Carlos Marques, um novo nome para o fado. Já se chamou Amália, agora res-ponde a Camané.
ABREU, Rui Miguel, 2010. “Fados da Vida”. Blitz, n.º 52, outubro de 2010 (p. 88)
2
5
1. transvasar (passar de um recipiente para outro) um líquido a fim de o separar do sedimento;
2. antigo, relativo aos antepassados.

26
PALAVRAS 10

Responde aos itens apresentados.


1. Explicita a função do primeiro parágrafo na construção do sentido do texto.
2. Interpreta a metáfora dos “sismógrafos” no contexto em que é utilizada (l. 9).
3. Sintetiza a apreciação crítica que o autor faz do álbum Do Amor e dos Dias e transcreve
duas expressões valorativas que comprovem as tuas afirmações.
4. Para responderes a cada um dos itens de 4.1. a 4.4., seleciona a opção correta.
4.1. O constituinte “gota a gota, fado a fado, palavra a palavra” (l. 3) desempenha, no contexto em que ocorre, a função
sintática de
(A) modificador restritivo do nome.
(B) modificador apositivo do nome.
(C) modificador (do grupo verbal).
(D) complemento direto.
4.2. Na expressão “um nome futuro e simultaneamente ancestral para o fado” (ll. 4-5), o autor
(A) serve-se de um paradoxo para destacar a conjugação de tradição e modernidade
no fado de Camané.
(B) recorre à antítese para colocar em destaque a relevância de Camané no panorama
do fado nacional.
(C) emprega a metonímia para, com a referência a Camané, caracterizar todo o fado
português.
(D) utiliza uma metáfora que associa Camané a fadistas anteriores.
4.3. A oração introduzida por “quem” em “O novo álbum de Camané poderá mesmo intimidar quem nele quiser ouvir
as palavras […] como quem vê espelhos” (ll. 6-8) é
(A) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(B) subordinada substantiva relativa.
(C) subordinada substantiva completiva.
(D) subordinada adverbial comparativa.
4.4. Com o recurso ao conector “De facto” (l. 23), o autor insere um nexo
(A) concessivo.
(B) consecutivo.
(C) causal.
(D) conclusivo.
5. No início do último parágrafo o autor explora o campo semântico de “cordas”. Refere as diferentes aceções da palavra
sugeridas.

Grupo III
Redige uma exposição bem estruturada, de cento e vinte a cento e cinquenta palavras, sobre
o tratamento da temática amorosa na poesia de Camões

27
PALAVRAS 10

Grupo I

1. O amor, uma vez que ao longo do poema o sujeito poético descreve, através de uma comparação, os
efeitos que esse sentimento lhe provoca.
2. Através da comparação, estabelece-se uma aproximação entre o pescador que, salvando-se de um
naufrágio, receia voltar a entrar no mar, e o sujeito poético, que procura evitar ver a mulher amada, dado que
a sua visão é causa de perturbação e sofrimento.
3. O amor provoca sentimentos de natureza contraditória no sujeito poético, uma vez que, se, por um lado, a
visão da mulher amada o perturba (“tormenta / de vossa vista”, vv. 9-10), por outro, é fonte de alegria (“dá-
me por preço ver-vos”, v. 13), motivo pelo qual ele não consegue evitá-la (vv. 13-14).
4. O texto pode ser dividido em duas partes: a primeira corresponde às duas primeiras estrofes, em que o
sujeito poético descreve a situação do pescador, como primeiro termo da comparação; a segunda inclui os
dois tercetos e apresenta o segundo termo da comparação, o “eu” e a sua relação de
afastamento/aproximação da mulher amada.
5. Trata-se de um soneto, constituído por duas quadras e dois tercetos, de versos decassilábicos organizados
segundo o esquema rimático a b b a / a b b a / c d d / c d d. A rima é interpolada e emparelhada.

Grupo II

1. O primeiro parágrafo funciona como introdução do texto. Rui Miguel Abreu serve-se das palavras de
Carlos Vaz Marques para descrever e elogiar a “arte de Camané” (l. 2).
2. A metáfora remete para a diversidade e a intensidade dos sentimentos expressos nas canções de Camané,
como se os mesmos fossem passíveis de medição objetiva e, desse modo, pudessem ser registados por
“sismógrafos do coração” (l. 9) capazes de registar os “sobressaltos” (ll. 8-9) e os “abalos” (l. 10)
sentimentais que o artista canta.
3. O crítico faz uma apreciação positiva do novo álbum do fadista, considerando-o um “disco tão forte” (l.
13), com uma expressão de sentimentos verdadeiramente honesta, em que o cantor respeita as palavras dos
poetas que representa, transmitindo as emoções como se fossem suas (“Camané canta a verdade e recorta
cada palavra para que não haja dúvidas […]”, ll. 15-16). Rui Miguel Abreu afirma que “a voz de Camané
contém tudo” (l. 21) e que o fadista “não sabe cantar sem sentir” (l. 23), realçando a sinceridade da sua
expressão. Ao estabelecer um paralelismo entre Amália, ícone do fado, e Camané, o autor coloca em
evidência a relevância do cantor neste género musical.
4.1. (C)
4.2. (A)
4.3. (B)
4.4. (D)
5. Existe a referência às cordas de instrumentos e às cordas vocais.

28
PALAVRAS 10

2.º Teste – 10º ano


Grupo I

A. Lê o seguinte texto.
No mundo, poucos anos, e cansados
vivi, cheios de vil miséria dura;
foi-me tão cedo a luz do dia escura
que não vi cinco lustros1 acabados.

Corri terras e mares apartados,


5
buscando a vida algum remédio ou cura;
mas aquilo que, enfim, não quer Ventura,
não o alcançam trabalhos arriscados.

Criou-me Portugal na verde e cara


pátria minha Alenquer; mas ar corruto,
que neste meu terreno vaso tinha,
10

me fez manjar de peixes em ti, bruto


mar, que bates na Abássia2 fera3 e avara4,
tão longe da ditosa pátria minha!

Luís de Camões, Lírica Completa – II, Lisboa: IN-CM, 1994, p. 245.

1
lustro – espaço de cinco anos;
2
Abássia – Abissínia (antiga designação da Etiópia);
3
fera – feroz;
4
avara – miserável

1. Explicita, recorrendo a exemplos textuais, como se torna evidente a visão pessimista do sujeito poético em
relação a um percurso autobiográfico, através de:
a) vocábulos com conotação negativa;
b) três recursos expressivos.
2. Mostra a importância do último verso para a determinação do tema do exílio, tão frequente em Camões .

Grupo II (50 pontos)

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.


Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
Leitura | Gramática

A revolução de 1640 acarretou o declínio da burguesia portuguesa. Grande número de


estrangeiros estabeleceu-se em Lisboa. Infligiram golpe mortal nos comerciantes nacionais. A
Inquisição pôde atuar sem peias, conseguindo arruinar bom número de firmas e de homens de negócio,
ao mesmo tempo que impedia ou dificultava iniciativas conjuntas de portugueses vivendo em Portugal e
5 de portugueses exilados no estrangeiro. Apesar de alguns protestos que esta e outras atitudes menos

29
PALAVRAS 10

inteligentes suscitaram (o Padre António Vieira foi um dos que defendeu com calor a política da
tolerância por razões económicas), a burguesia nacional declinou irremediavelmente.
Os artífices da maioria dos mesteres continuavam agrupados em corporações. Em Portugal,
como em Espanha, os laços corporativos desenvolveram-se e fortaleceram-se durante o século XVII,
10 generalizando-se por todo o País as corporações. (…)
O número de escravos importados em Portugal diminuiu durante o século XVII. Ao mesmo
tempo acelerou-se, sobretudo devido a miscigenação, o seu processo integracionista na sociedade
branca. Os escravos tornaram-se caros de mais para simples tarefas domésticas e revelaram-se pouco
necessários na província. Moda e novidade, fatores que em parte haviam determinado a sua importação
15 nos séculos XV e XVI, transformaram-se e passaram. Por outro lado, o tráfico escravo para a América e
as ilhas portuguesas de África tornou-se bem organizado e um dos mais rendosos de todos os tempos.
(…)
No interior das igrejas, surgiu e desenvolveu-se, a partir de finais do século XVI, um tipo de
decoração extremamente rico. Incluía azulejos de cores variegadas e a famosa talha dourada, cobrindo
20
por completo altares, retábulos, molduras, cornijas, coberturas, púlpitos, cadeirais, órgãos. Houve
numerosos casos em que todas as superfícies internas da igreja foram recobertas, quer de azulejos, quer
de talha dourada. Daqui resultaram consequências várias, por exemplo o declínio da pintura religiosa,
preterida pelas novas formas decorativas. Em compensação, pôde desenvolver-se a escultura de
imagens, tanto de madeira como de pedra, a arte tumular, os cadeirais de coro, os altares decorados.
25 A. H. de Oliveira Marques, Breve História de Portugal, Lisboa: Editorial Presença, 1995, pp.272-279.

1. Em 1640, com a revolução, os estrangeiros estabelecidos em Lisboa


A. mataram os comerciantes portugueses.
B. arruinaram definitivamente as firmas portuguesas.
C. ganharam grandes fortunas.
D. enfraqueceram consideravelmente a burguesia portuguesa.
2. “A Inquisição pôde atuar sem peias” (l. 3) significa que
A. a Inquisição atuou de forma limitada.
B. a Inquisição não teve barreiras na sua ação.
C. a Inquisição colaborou com a revolução de 1640.
D. a Inquisição agiu sem limites contra os estrangeiros.

3. No século XVII, a escravatura diminuiu em Portugal


A. e assiste-se a um processo de mestiçagem.
B. pela criação de leis limitadoras da importação de escravos.
C. porque a Inquisição perseguia os escravos.
D. por se privilegiar o trabalho dos artesãos.

4. Entre ”altares, retábulos, molduras, cornijas, coberturas, púlpitos, cadeirais, órgãos” (ll. 23-24) e “igrejas” (l. 20)
estabelece-se uma relação de

30
A. holonímia-meronímia. C. meronímia-holonímia.
B. hiponímia-hiperonímia. D. hiperonímia-hiponímia.

5. A expressão sublinhada em “Grande número de estrangeiros estabeleceu-se em Lisboa” desempenha a


função sintática de
A. modificador.
B. complemento direto.
C. complemento oblíquo.
D. complemento indireto.
Palavras10

6. Refere o valor da expressão temporal “ao mesmo tempo que” (l. 4).
7. Indica a função sintática do pronome relativo presente na frase: “Apesar de alguns protestos que esta e
outras atitudes menos inteligentes suscitaram” (l. 6-7).
8. Classifica a seguinte oração: “que em parte haviam determinado a sua importação nos séculos XV e XVI”
(l. 16).

Grupo III (50 pontos)

O teatro é fundamental na formação global do cidadão.


Tendo em conta a afirmação anterior, redige um texto de opinião sobre a importância do teatro, com
180 a 220 palavras, no qual fundamentes o teu ponto de vista com dois argumentos e com, pelo menos, um
exemplo concreto e significativo para cada um.

2.º Teste – 10.º ano

Grupo I
A.
1. Ao longo do poema, evidencia-se toda uma mundividência pessimista através do predomínio de vocábulos com
uma conotação negativa, tais como “cansados”, “vil miséria dura”, “trabalhos arriscados”, “ar corruto” e “Abássia
fera e avara”. Estão presentes alguns recursos expressivos, como o oximoro “Foi-me […] a luz do dia escura”, a
metáfora “Me fez manjar de peixes”, a apóstrofe “bruto Mar”, a dupla adjetivação “vil miséria dura”.
A presença da primeira pessoa do singular (“vivi”, “vi”) remete para um percurso pessoal, confirmando que parece
tratar-se de uma confissão do “eu”.
2. No último verso do poema, o “eu” deixa transparecer o seu amor à pátria e a saudade que sente dela. Este verso
enfatiza a saudade do eu lírico enquanto consequência do seu afastamento forçado da terra natal. É o próprio “eu”
que confessa esse afastamento quando refere o “ar corruto, / Que neste meu terreno vaso tinha/ Me fez manjar de
peixes em ti, bruto / Mar, que bates na Abássia fera e avara, “.
Grupo II

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
D B A C C Valor de Complemento direto. Oração subordinada
simultaneidade. adjetiva relativa
restritiva.

Grupo III

Tópicos sugeridos:
 corresponde à 5.ª arte, com o intuito de expressar emoções e ideias;
 o teatro desperta os sentimentos e emoções do público, fazendo-os rir ou chorar. (Teatro de revista, tragédia,
comédia…);
 as peças de teatro são momentos de cultura e transmitem conhecimento aos espectadores;
 o teatro mostra a cultura e forma de pensar de determinada época ou contexto social
 nas crianças, o teatro contribui para a formação e para o desenvolvimento, despertando o desejo por conhecimento.
 (…)

32
Palavras10

Lê o soneto “Oh! Como se me alonga de ano em ano”, de Luís de Camões.

Oh! como se me alonga, de ano em ano,


a peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
este meu breve e vão discurso humano!

5 Vai-se gastando a idade e cresce o dano;


perde-se-me um remédio, que inda tinha;
se por experiência se adivinha,
qualquer grande esperança é grande engano.

Corro após este bem que não se alcança;


10 no meio do caminho me falece,
mil vezes caio, e perco a confiança.

Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,


se os olhos ergo a ver se inda parece,
da vista se me perde e da esperança.
CAMÕES, Luís de (2005). Rimas. Coimbra, Almedina, p. 129.

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens seguintes.


4. Nas duas quadras, o sujeito poético reflete sobre os efeitos da passagem do
tempo na sua vida.
4.1. Refere dois dos aspetos que integram essa reflexão. (20 pontos)

5. Explicita o sentido do verso “qualquer grande esperança é grande engano” (v. 8).
(10 pontos)

5.1. Relaciona o verso anterior com os dois tercetos. (10 pontos)

B.

4. Exemplo:
O sujeito poético entende a vida como uma experiência longa e cada vez mais penosa; toma consciência da
aproximação do termo da sua vida.

5. O verso “qualquer grande esperança é grande engano” (v. 8) sugere que, para o sujeito poético, toda a
esperança acaba por se revelar ilusória.

5.1. A ideia transmitida pelo verso concretiza-se nos dois tercetos. O bem desejado é representado como
um objetivo que se persegue, num caminho em que o sujeito cai e se levanta e encontra tantos obstáculos
que o bem desejado se perde de vista e o desânimo vence.

33
Palavras10

Teste de Avaliação de 12.º ano

Lê o soneto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.

34
Palavras10

Está o lascivo e doce passarinho

Está o lascivo1 e doce passarinho


com o biquinho as penas ordenando;
o verso, sem medida, alegre e brando,
espedindo2 no rústico raminho3;

o cruel caçador (que do caminho


se vem calado e manso desviando)
na pronta vista a seta endireitando,
lhe dá no Estígio lago4 eterno ninho.

Destarte5 o coração, que livre andava,


Vocabulário (posto que já de longe destinado)
onde menos temia, foi ferido.
1
alegre, brincalhão; 2 cantando;
3
«rústico raminho» – ramo de uma
árvore no campo; 4 «no Estígio lago» – Porque o Frecheiro cego6 me esperava,
no Inferno; 5 do mesmo modo; 6 «o para que me tomasse descuidado,
Frecheiro cego» – Cupido, Deus do
Amor em vossos claros olhos escondido.

Luís de Camões, Rimas, edição de Álvaro Júlio da Costa Pimpão,


Coimbra, Almedina, 2005, p. 123

1. Divide o soneto em duas partes lógicas, justificando.

2. Refere a função do conector que inicia o último terceto.

4. A primeira parte termina em «eterno ninho» (v. 8);


a segunda é constituída pelo restante texto. Na primeira parte, descreve-se a morte de um passarinho, que, sem o
esperar, foi atingido e morto por um «cruel caçador» (v. 5); na segunda parte, o sujeito poético identifica-se com a
ave morta pois também ele, sem esperar por isso, foi atingido, «ferido»
(v. 11) – pelo amor de uma dama.

5. O conector «Porque» (v. 12) tem a função de estabelecer uma ligação entre os dois tercetos. O último terceto,
iniciado com o conector causal, inicia a apresentação da causa que levou ao ferimento – metafórico – do sujeito
poético: o olhar da mulher.

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