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Microeconomia II - 2020.

Oligopólio

Marcos Puccioni de Oliveira Lyra


marcosplyra@gmail.com
14 e 15 de abril de 2021
Anteriormente...

 O modelo de concorrência perfeita representa uma


estrutura de mercado em que muitos vendedores, de
modo que nenhum pode influenciar individualmente o
preço: firmas são tomadoras de preço
 Já o modelo de monopólio puro representa uma
situação em que há apenas um produtor (cobrando um
preço único). O monopolista têm influência sobre o
preço e, logo, é formador de preço
 Os dois modelos representam situação extremas: muitas
firmas e apenas uma firma.
 Condição Geral de Maximização de Lucro: 𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔
Objetivos

 Discutir modelos não-cooperativos de oligopólio que


diferenciam quanto à variável estratégica e tomada de
decisão, bem como modelo cooperativo e comparar com
outras estruturas de mercado
Estrutura da Aula

 1) Oligopólio – conceitos básicos


 2) Introdução aos Modelos Clássicos de Oligopólio
 3) Modelo de Cournot
 4) Modelo de Stackelberg
 5) Comparando Modelos de Concorrência em Quantidade
 6) Modelo de Bertrand
 7) Liderança de Preços
 8) Colusão
 9) Resumo
Oligopólio – conceitos
básicos
 Em aulas anteriores, estudamos estruturas de mercados
opostas quanto à concentração: a concorrência perfeita
e o monopólio
 O oligopólio é uma estrutura de mercado em que
apenas algumas empresas competem entre si e há
barreiras à entrada para novos concorrentes
 Oligopólios podem ser caracterizados por produtos
homogêneos (como aço, alumínio e borracha) ou
diferenciados (como automóveis, refrigerantes e
achocolatados)
 Em oligopólio, há barreiras à entrada estruturais e
ações estratégicas para desestimular a entrada
 Barreiras estruturais (ou naturais) à entrada:
 Economias de Escala
 Patentes ou outra forma de restrição do acesso à
tecnologia
 Necessidade de gasto para tornar marca conhecida e
rivalizar com marca estabelecida
 Vantagem Absoluta de Custos
 Requerimento inicial de capital
 Ações estratégicas para desestimular a entrada:
 Instalação de excesso de capacidade produtiva (torna
crível uma ameaça de aumentar quantidade produzida
como resposta à entrada)
 Investimento em custos irrecuperáveis
 Controle de insumos essenciais e de canais de distribuição
 Se no caso do monopólio não há outros concorrentes no
mercado e na concorrência perfeita o produtor é
atomizado e a concorrência é impessoal, no oligopólio a
concorrência se dá de forma “pessoal”
 As decisões de cada produtor afetam diretamente o seu
lucro e de suas concorrentes
 Os processo de tomada de decisão revelam a
interdependência estratégica entre concorrentes
 Desta forma, as decisões de produção das firmas
oligopolistas se dá considerando as possíveis respostas dos
seus concorrentes
 Há dois grupos de modelos de oligopólio, os modelos não-
cooperativos e os cooperativos.
 No caso dos não-cooperativos, as firmas atuam de modo a
maximizar seus próprios lucros de curto prazo considerando
as possíveis ações de seus concorrentes
 Logo, o conceito de Equilíbrio de Nash ganha importância
para avaliar as decisões das firmas em oligopólio:
 O Equilíbrio de Nash é um conjunto de estratégias ou ações em
que cada empresa faz o melhor que pode em função do que as
concorrentes estão fazendo
 No caso dos modelos cooperativos, há coordenação
entre os produtores, que pode ser explícita (como no
caso dos cartéis) ou implícita. Diferentemente do caso
dos não-cooperativos, as firmas maximizam seus lucros
de forma conjunta e não seus lucros individualmente
 Para fins de simplificação, iremos estudar casos de
duopólio, isto é, oligopólios em que há apenas duas
firmas no mercado
 Estudaremos modelos não-cooperativos de
concorrência, também são conhecidos como os modelos
clássicos de oligopólio
 Ao final, veremos também um modelo não-cooperativo
de colusão entre oligopolistas
Introdução aos Modelos
Clássicos de Oligopólio
 Como o próprio termo já diz, quando estudamos
modelos não-cooperativos, pressupomos que as
empresas maximizam seus lucros individualmente,
sem nenhuma forma de cooperação
 O processo de maximização é feito considerando a
tomada de decisão da firma concorrente como fixo e
partir desse processo, obtemos a curva de reação (ou de
resposta)
 Curva de Reação: a relação entre o nível de produção
que maximiza os lucros de uma empresa e a quantidade
que ela imagina que os concorrentes produzirão
 Fornece a melhor resposta possível da firma em questão
para as ações de seus concorrentes
 A solução de equilíbrio ocorre a partir da interação
estratégicas entre as firmas rivais, representado pelo
Equilíbrio de Nash

 Os modelos clássicos variam quanto ao processo de


tomada de decisão (simultaneamente ou em sequência)
e quanto à variável estratégia (quantidades ou preços).
Modelos de Clássicos de
Oligopólio
Modelo Variável Tomada de
Estratégica Decisão
Cournot Quantidades Simultânea
Bertrand Preços Simultânea
Stackelberg Quantidades Sequencial
Liderança de Preços Sequencial
Preços
Modelo de Cournot
 Nome faz referência à Antoine Augustin Cournot (1801-
1877) que publicou um estudo em 1838 descrevendo a
concorrência entre duopolistas ofertantes de água
 Hipóteses:
 Firmas competem pelo volume de produção, isto é, pela
quantidade produzida
 As firmas tomam suas decisões simultaneamente
 Os produtos vendidos neste mercado são homogêneos
Decisão de Produção da
Empresa 1 Se a Empresa 1 acredita que a Empresa 2 não
produzirá nada, a sua curva de demanda,
P1 D1(0) D1(0), é a curva de demanda do mercado.

Se a Empresa 1 acredita que a Empresa 2 produzirá


50 unidades, a sua curva de demanda se desloca
para a esquerda nessa magnitude (D1 (50)).

Se a Empresa 1 acredita que a Empresa 2


produzirá 75 unidades, a sua curva
RMg1(0) de demanda se desloca
D1(75) para a esquerda nessa magnitude.

RMg1(75)
CMg1

RMg1(50) D1(50)

12,5 25 50 Q1
Curvas de Reação e Equilíbrio
A curva de reação da Empresa 1 mostra
q1 quanto ela produzirá em função do nível de
produção esperado da Empresa 2. Os eixos
correspondem ao exemplo anterior.
100
A curva de reação da Empresa 2 mostra quanto
ela produzirá em função do nível de produção
75 esperado da Empresa 1.
Curva de reação
da Empresa 2

No equilíbrio de Cournot, cada


50 x empresa estima corretamente
Equilíbrio de
Cournot quanto sua rival produzirá
e, portanto, maximiza seu lucro.

25 Curva de reação
da Empresa 1

x
25 50 75 100 q2
Duopólio de Cournot com
curva de demanda linear
 Supondo uma curva de demanda linear inversa, dada
por: 𝑝 𝑞1 , 𝑞2 = 𝑎 − 𝑏 𝑞1 + 𝑞2 , custos marginais iguais
para as duas firmas e que não há custos fixos, podemos
especificar as funções lucro das firmas 1 e 2 da seguinte
forma:

𝜋1 = 𝑅 𝑞1 , 𝑞2 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2 = 𝑝 𝑞1 , 𝑞2 𝑞1 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2
𝜋1 = 𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑏𝑞2 𝑞1 − 𝑐𝑞1

𝜋2 = 𝑅 𝑞1 , 𝑞2 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2 = 𝑝 𝑞1 , 𝑞2 𝑞2 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2
𝜋2 = 𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑏𝑞2 𝑞2 − 𝑐𝑞2
Duopólio de Cournot com
curva de demanda linear
 A partir da maximização de lucro, podemos encontrar as
condições de primeira ordem (considerando 𝑐 o custo
marginal de cada firma)

 Maximizando o lucro da firma 1:


𝜕𝜋1
= 𝑎 − 2𝑏𝑞1 − 𝑏𝑞2 − 𝑐 = 0
𝜕𝑞1
𝑎 − 𝑏𝑞2 − 𝑐
𝑞1 =
2𝑏
 𝑞1 é a curva de reação da firma 1, representa a melhor
resposta da firma 1 para uma determinada decisão de
produção da firma 2
Duopólio de Cournot com
curva de demanda linear
 Maximizando o lucro da firma 2:
𝜕𝜋2
= 𝑎 − 2𝑏𝑞2 − 𝑏𝑞1 − 𝑐 = 0
𝜕𝑞2
𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑐
𝑞2 =
2𝑏
 𝑞2 é a curva de reação da firma 2, representa a melhor
resposta da firma 2 para uma determinada decisão de
produção da firma 1
 Substituindo 𝑞1 em 𝑞2 , podemos obter 𝑞1∗ e 𝑞2∗ de
equilíbrio:

𝑎−𝑐
𝑞1 =
3𝑏
𝑎 −𝑐
𝑞2∗ =
3𝑏
Duopólio de Cournot com
curva de demanda linear
 O par ordenado 𝑞1∗ , 𝑞2∗ representa um Equilíbrio de
Nash, visto que são um conjunto de estratégias em que
cada empresa faz o melhor para si dada a estratégia do
concorrente
 No caso de Cournot pode ser chamado de Equilíbrio
Cournot-Nash:
𝑎−𝑐 𝑎−𝑐
𝐸𝐶𝑁 𝑞1∗ , 𝑞2∗ = ,
3𝑏 3𝑏
 A quantidade produzida no mercado é dada por:
𝑎−𝑐
 𝑄 = 𝑞1 + 𝑞2 = 2 3𝑏
Duopólio de Cournot com
curva de demanda linear
𝑞2

Curva de reação
da Empresa 1

𝑎−𝑐 E
Curva de reação
3𝑏 da Empresa 2

𝑎−𝑐 𝑞1
3𝑏
Duopólio de Cournot com
curva de demanda linear
 Ainda neste exercício, podemos encontrar preço e
lucros:
𝑎−𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 + 2𝑐
𝑝 = 𝑎 − 𝑏 𝑞1 + 𝑞2 = 𝑎 − 𝑏 + =
3𝑏 3𝑏 3
2
𝑎−𝑐
𝜋1 = 𝑝𝑞1 − 𝑐𝑞1 =
9
𝑎−𝑐 2
𝜋2 = 𝑝𝑞2 − 𝑐𝑞2 =
9
Duopólio de Cournot com
curva de demanda linear
 Caso este mesmo mercado fosse um monopólio puro,
podemos concluir que:
(𝑎 − 𝑐)
𝑞𝑀 =
2𝑏
𝑀
𝑎−𝑐 2
𝜋 =
4𝑏
 Podemos concluir que em Cournot, a quantidade
produzida é maior e os lucros são menores quando
comparado com o monopólio puro
Exercício

 Assumindo a demanda de mercado dada por:


p = 30 − 𝑄, onde Q = 𝑞1 + 𝑞2
E que 𝑐1 = 𝑐2 = 12, com custos fixos iguais a zero.
a) Encontre o Equilíbrio de Cournot-Nash e o preço de
equilíbrio. Represente graficamente as curvas de reação.
b) Suponha que o mercado passe a ser monopolizado por uma
única firma, que cobra um preço único. Encontre a
quantidade produzida e o preço de equilíbrio.
c) Suponha agora que a estrutura deste mercado passe a ser
o de concorrência perfeita. Encontre preço e quantidade
produzida em equilíbrio. Represente graficamente a
solução de Cournot, Monopólio e Concorrência Perfeita.
Exercício

 a) Encontre o Equilíbrio de Cournot-Nash e o preço de


equilíbrio

 Receita da Firma 1 é dada por:


𝑅1 = 30 − 𝑄 𝑞1 = 30 − 𝑞1 − 𝑞2 𝑞1 = 30𝑞1 − 𝑞12 − 𝑞1 𝑞2
𝜋1 = 𝑅 − 𝐶 = 30𝑞1 − 𝑞12 − 𝑞1 𝑞2 − 12q1
 Maximizando a função lucro da firma 1:
𝜕𝜋1
= 30 − 2𝑞1 − 𝑞2 − 12 = 0
𝜕𝑞1
18 − 𝑞2
𝑞1 =
2
Exercício

 Receita da Firma 2 é dada por:

𝑅2 = 30 − 𝑄 𝑞2 = 30 − 𝑞1 − 𝑞2 𝑞2 = 30𝑞2 − 𝑞1 𝑞2 − 𝑞22
𝜋2 = 𝑅2 − 𝐶2 = 30𝑞2 − 𝑞1 𝑞2 − 𝑞22 − 12q2
 Maximizando a função lucro da firma 2:

𝜕𝜋2
= 30 − 𝑞1 − 2𝑞2 − 12 = 0
𝜕𝑞2
18 − 𝑞1
𝑞2 =
2
Exercício

 Substituindo 𝑞1 em 𝑞2 : 18 − 𝑞1
18 − 𝑞2 18 −
2
𝑞1 = =
2 2
𝑞1 = 6
 Achando 𝑞2 :
18 − 𝑞1
𝑞2 = =6
2

𝐸𝐶𝑁 𝑞1∗ , 𝑞2∗ = (6,6)


 Calculando o preço:
𝑝 = 30 − 𝑄 = 30 − 𝑞1 − 𝑞2 = 18
Exercício

𝑞2
18
Curva de reação
18−𝑞2
de 1: 𝑞1 =
2

9
E Curva de reação
6 18−𝑞1
de 2: 𝑞2 =
2

6 9 18 𝑞1
Exercício

 b) Suponha que o mercado passe a ser monopolizado por


uma única firma, que cobra um preço único. Encontre a
quantidade produzida e o preço de equilíbrio.
 A Receita é dada por:
𝑅 = 30 − 𝑄 𝑄 = 30𝑄 − 𝑄2
 Logo, a função lucro pode ser escrita como:
𝜋 = 30𝑄 − 𝑄2 − 12𝑄 = 18𝑄 − 𝑄2
 Maximizando a função lucro:
𝜕𝜋
= 18 − 2𝑄 = 0
𝜕𝑄
𝑄=9
 Encontrando o preço:
𝑝 = 30 − 𝑄 = 30 − 9 = 21
Exercício

 c) Suponha agora que a estrutura deste mercado passe a


ser o de concorrência perfeita. Encontre preço e
quantidade produzida em equilíbrio. Represente
graficamente a solução de Cournot, Monopólio e
Concorrência Perfeita.

 Em concorrência perfeita, temos que 𝑝 = 𝐶𝑀𝑔


 Logo, 𝑝 = 12
 Encontrando a quantidade produzida:
𝑝 = 30 − 𝑄
12 = 30 − 𝑄
𝑄 = 18
Exercício

Preço

𝑝𝑀𝑜𝑛𝑜𝑝ó𝑙𝑖𝑜 = 21
𝑝𝐶𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = 18

𝑃𝐶𝑜𝑚𝑝𝑒𝑡𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 = 12

𝑄𝑀𝑜𝑛𝑜𝑝ó𝑙𝑖𝑜 = 9 𝑄𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑡𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜
= 18 Quantidade
𝑄𝐶𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = 12
Modelo de Stackelberg
 Como o modelo de Cournot, no modelo de Stackelberg,
temos as hipóteses:
 Firmas competem pelo volume de produção, isto é, pela
quantidade produzida
 Os produtos vendidos neste mercado são homogêneos
 Porém, neste modelo as decisões de produção são
sequenciais
 Alguma(s) firma(s) decide(m) antes da(s) outra(s)
 Modelo utilizado para representar mercados em que há
uma empresa dominante (líder) e outras que ajustam
sua produção após a tomada de decisão da empresa
dominante (seguidoras)

 A líder toma sua decisão primeiro, porém conhecendo a


função de reação da seguidora
 Líder antecipa a resposta da seguidora

 Após a tomada de decisão da líder, a seguidora se


depara com uma demanda residual, isto é, que não foi
atendida pela líder
 O processo de antecipar as tomadas de decisão dos
agentes que decidem em etapas subsequentes é
conhecido como indução retroativa (backward
induction) pela Teoria dos Jogos

 Em todos os problemas, é necessário primeiro conhecer


a função de reação da seguidora para então observar a
tomada de decisão da líder
Duopólio de Stackelberg com
curva de demanda linear
 Supondo uma curva de demanda linear inversa, dada
por: 𝑝 𝑞1 , 𝑞2 = 𝑎 − 𝑏 𝑞1 + 𝑞2 , custos marginais iguais
para as duas firmas e que não há custos fixos, podemos
especificar as funções lucro das firmas 1 (líder) e 2
(seguidora) da seguinte forma:

𝜋1 = 𝑅 𝑞1 , 𝑞2 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2 = 𝑝 𝑞1 , 𝑞2 𝑞1 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2
𝜋1 = 𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑏𝑞2 𝑞1 − 𝑐𝑞1

𝜋2 = 𝑅 𝑞1 , 𝑞2 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2 = 𝑝 𝑞1 , 𝑞2 𝑞2 − 𝐶 𝑞1 , 𝑞2
𝜋2 = 𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑏𝑞2 𝑞2 − 𝑐𝑞2
Duopólio de Stackelberg com
curva de demanda linear
 Conhecendo a função de reação da seguidora:

𝜋2 = 𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑏𝑞2 𝑞2 − 𝑐𝑞2


𝜕𝜋2
= 𝑎 − 2𝑏𝑞2 − 𝑏𝑞1 − 𝑐 = 0
𝜕𝑞2
𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑐
𝑞2 =
2𝑏
Duopólio de Stackelberg com
curva de demanda linear
 A líder antecipa a decisão da seguidora e toma suas
decisões de produção:

𝜋1 = 𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑏𝑞2 𝑞1 − 𝑐𝑞1


𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑐
𝜋1 = 𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑏 𝑞1 − 𝑐𝑞1
2𝑏
𝜕𝜋1 𝑎 𝑐
= − 𝑏𝑞1 − = 0
𝜕𝑞1 2 2
𝑎−𝑐
𝑞1 =
2𝑏
Duopólio de Stackelberg com
curva de demanda linear
 Podemos encontrar a decisão de produção da seguidora:
𝑎 − 𝑏𝑞1 − 𝑐
𝑞2 =
2𝑏
𝑎−𝑐
𝑎−𝑏 −𝑐
𝑞2 = 2𝑏
2𝑏
𝑎−𝑐
𝑞2 =
4𝑏
 A produção total do mercado é:
𝑎−𝑐 𝑎−𝑐
𝑄 = 𝑞1 + 𝑞2 = +
2𝑏 4𝑏
3 𝑎−𝑐
𝑄=
4 𝑏
Exercício

 Voltando ao exercício apresentado para Cournot e


assumindo a demanda de mercado dada por:
p = 30 − 𝑄, onde Q = 𝑞1 + 𝑞2
E que 𝑐1 = 𝑐2 = 12, com custos fixos iguais a zero. Encontre
o Equilíbrio Stackelberg-Nash e compare a quantidade
produzida pelo mercado com a encontrada em Cournot.
 Problema da seguidora:

𝜋2 = 𝑅2 − 𝐶2
𝜋2 = 𝑝𝑞2 − 12𝑞2 = 30 − 𝑞1 − 𝑞2 𝑞20 − 12𝑞2
𝜋2 = 30𝑞2 − 𝑞1 𝑞2 − 𝑞22 − 12q2
 Maximizando a função lucro da firma 2:

𝜕𝜋2
= 30 − 𝑞1 − 2𝑞2 − 12 = 0
𝜕𝑞2
𝑞1
𝑞2 = 9 −
2
 Problema da Líder

𝜋1 = 𝑝𝑞1 − 12𝑞1 = 30 − 𝑞1 − 𝑞2 𝑞1 − 12𝑞1


 Substituindo a função de reação da seguidora na função
lucro da líder:
𝑞1
𝜋1 = 30 − 𝑞1 − 9 − 𝑞1 − 12𝑞1
2
𝑞12
𝜋 = 9𝑞1 −
2
 Maximizando a função lucro da firma 1:

𝜕𝜋1
= 9 − 𝑞1 = 0
𝜕𝑞1
𝑞1 = 9
 Encontrando a quantidade produzida pela seguidora:
𝑞1
𝑞2 = 9 − = 4,5
2

𝐸𝑆𝑁 𝑞1∗ , 𝑞2∗ = (9; 4,5)


 Calculando a quantidade produzida pelo mercado em
Cournot e Stackelberg
𝑄𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = 6 + 6 = 12
𝑄𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘𝑒𝑙𝑏𝑒𝑟𝑔 = 9 + 4,5 = 13,5
Comparando Modelos de
Concorrência em Quantidade
Concorrência Perfeita X Monopólio X Cournot X
Stackelberg
Comparando a quantidade
produzida
 Podemos comparar a quantidade produzida em 4
situações que estudamos: Concorrência Perfeita,
Monopólio, Modelo de Cournot e Modelo de Stackelberg:
𝑎−𝑐
 𝑄𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑡𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑏
1 𝑎−𝑐
 𝑄𝑚𝑜𝑛𝑜𝑝ó𝑙𝑖𝑜 = 2 𝑏
2 𝑎−𝑐
 𝑄𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = 3 𝑏
3 𝑎−𝑐
 𝑄𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘𝑒𝑙𝑏𝑒𝑟𝑔 = 4 𝑏

𝑄𝑚𝑜𝑛𝑜𝑝ó𝑙𝑖𝑜 < 𝑄𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 < 𝑄𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘𝑒𝑙𝑏𝑒𝑟𝑔 < 𝑄𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑡𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜


Comparação Geral

 Podemos comparar também outras variáveis, como


preços e lucros

 Faremos esse exercício assumindo uma demanda linear


no formato 𝑝 = 𝑎 − 𝑏𝑄, custos fixos iguais a 𝑓 e custos
marginais iguais a 𝑐 = 𝑐1 = 𝑐2

 Analisaremos também o caso em que 𝑎 = 24, 𝑏 = 1, 𝑐 =


𝑓=0
Comparação Geral
Monopólio Competição
Max. Lucro conjunto. Cournot Stackelberg Perfeita

q1  1  a − c   1  a − c   1  a − c   1  a − c 
   6    8    12    12
 4  b   3  b   2  b   2  b 
 1  a − c   1  a − c   1  a − c   1  a − c 
q2  
 4  b 
 6  
 3  b 
 8  
 4  b 
 6  
 2  b 
 12

 1  a − c   2  a − c   3  a − c  a−c
Q  
 2  b 
 12  
 3  b 
 16  
 4  b 
 18  
 b 
24

1 1 1


P  (a + c ) 12  (a + 2c ) 8  (a + 3c ) 6 c 0
2 3 4

 1  (a − c )  1  (a − c )2  1  (a − c )2 
 
−f
2

  
1  8  b 
−f 72  
 9  b 
 − f 64  
 8  b 
 − f 72 0

 1  (a − c )   1  (a − c )   1  (a − c ) 


2 2 2

  
2  8  b 
−f 72  9  b  − f 64  16  b  − f 36
     
−f 0

 1  (a − c )   3  (a − c ) 

2
 − f 144  2  (a − c )
2

−f
2
   − f 128  16  b  − f 108 0
 4  b    
  9  b  
Oligopólios x Concorrência Perfeita
Demanda e Funções de Reação :
q1
Q = a − bP, Q = q1 + q 2
𝑎 − 𝑐1 1
𝑞1𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = − 𝑞2
2𝑏 2
𝑎 − 𝑐2 1
𝑞1𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = − 𝑞1
2𝑏 2
Resultado de
Stackelberg se Firma 1 lidera

Resultado Competitivo
 a − c1 

 2b 
 . .
𝑞1𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 . Resultado de Cournot

. Resultado de
Stackelberg se Firma 2 lidera

−1
2
 a − c1 
q2
𝑞2𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡  
 2b 
Modelos de Oligopólio
Demanda e Funções de Reação :
q1 P = a − bQ, Q = q1 + q2
P = 24 – 1Q
𝑎 − 𝑐1 1
𝑞1𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = − 𝑞2 q = 12 – 0.5q
2𝑏 2
𝑎 − 𝑐2 1
𝑞1𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡 = − 𝑞1
2𝑏 2
q = 12 – 0.5q
Resultado de
Stackelberg se Firma 1 lidera

. .
Resultado Competitivo
 a − c1 
12 =  
 2b 

8= 𝑞1𝑐𝑜𝑢𝑟𝑛𝑜𝑡
𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘𝑒𝑙𝑏𝑒𝑟𝑔
. . Resultado de Cournot

6= 𝑞1(𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑑𝑜𝑟𝑎) Resultado de
Max. Lucro Stackelberg se Firma 2 lidera
Conjunto

−1
2
𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘𝑒𝑙𝑏𝑒𝑟𝑔 C  a − c1 
q2
𝑞2(𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑑𝑜𝑟𝑎) q 2   = 12
 2b 
|| ||

6 8
Modelo de Bertrand
Modelo de Bertrand com
produtos homogêneos
 Hipóteses:
 Firmas concorrem via preços, isto é, buscam aumentar
suas vendas através de reduções de preço
 As firmas tomam suas decisões simultaneamente
 Os produtos vendidos neste mercado são homogêneos
Paradoxo de Bertrand

 Se firmas oligopolistas possuem produtos homogêneos e


competem via preços, a única forma de aumentar suas
vendas é através de reduções de preço
 Mesmo uma redução mínima de preços por parte de
uma firma leva todo o mercado a demandar seu produto
em virtude da homogeneidade de produto
 Como resposta, concorrentes também irão reduzir seus
preços
 Tal processo ocorre até que 𝑝 = 𝐶𝑀𝑔
 Este resultado é conhecido como Paradoxo de
Bertrand, pois mesmo um oligopólio com apenas duas
firmas é capaz de reproduzir um resultado de
concorrência perfeita
Paradoxo de Bertrand

 Como resolver o Paradoxo de Bertrand:


 Restrição de Capacidade
 Diferenciação de Produto

 Vamos olhar mais atentamente para a segunda opção


Modelo de Bertrand com
produtos diferenciados
 Hipóteses:
 Firmas concorrem via preços
 As firmas tomam suas decisões simultaneamente
 Os produtos vendidos neste mercado são diferenciados
Exercício

 Um mercado possui um duopólio de Bertrand com


diferenciação de produto e as demandas são dadas por:
qi (pi, pj) = 3-pi+pj, onde i,j = 1, 2. Os custos são dados
por Ci (qi) = 2qi, onde i = 1,2. Encontre o Equilíbrio
Bertrand-Nash, além das quantidades produzidas.
Exercício

 Problema da Firma 1:
𝑞1 = 3 − 𝑝1 + 𝑝2

𝜋1 = 𝑅1 − 𝐶1 = 𝑝1𝑞1 − 2𝑞1
𝜋1 = 3 − 𝑝1 + 𝑝2 𝑝1 − 2 3 − 𝑝1 + 𝑝2
𝜋1 = 3𝑝1 − 𝑝12 + 𝑝1𝑝2 − 6 + 2𝑝1 − 2𝑝2
𝜋1 = 5𝑝1 − 𝑝12 + 𝑝1𝑝2 − 6 − 2𝑝2
𝜕𝜋1 5 + 𝑝2
= 0 ⇒ 5 − 2𝑝1 + 𝑝2 = 0 ⇒ 𝑝1 =
𝜕𝑝1 2
⇒ 𝑀𝑒𝑙ℎ𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑑𝑒 1
Exercício

 Problema da Firma 2:

𝑞2 = 3 − 𝑝2 + 𝑝1

𝜋2 = 𝑅2 − 𝐶2 = 𝑝2𝑞2 − 2𝑞2
𝜋2 = 3 − 𝑝2 + 𝑝1 𝑝2 − 2 3 − 𝑝2 + 𝑝1
𝜋2 = 3𝑝2 − 𝑝22 + 𝑝1𝑝2 − 6 + 2𝑝2 − 2𝑝1
𝜋2 = 5𝑝2 − 𝑝22 + 𝑝1𝑝2 − 6 − 2𝑝1
𝜕𝜋2 5 + 𝑝1
= 0 ⇒ 5 − 2𝑝2 + 𝑝1 = 0 ⇒ 𝑝2 =
𝜕𝑝2 2
⇒ 𝑀𝑒𝑙ℎ𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑑𝑒 2
Exercício

 Substituindo a melhor resposta de 2 na melhor resposta de 1:

5 + 𝑝1
5+ 15 + 𝑝1
2
𝑝1 = = ⇒ 4𝑝1 = 15 + 𝑝1 ⇒ 𝑝1 = 5
2 4
5 + 𝑝1
𝑝2 = =5
2
𝐸𝐵𝑁 (𝑝1∗ , 𝑝2∗ ) = (5,5)
 Encontrando as quantidades produzidas
𝑞1 = 3 − 𝑝1 + 𝑝2 = 3 − 5 + 5 = 3
𝑞2 = 3 − 𝑝2 + 𝑝1 = 3 − 5 + 5 = 3
Exercício
P1 Curva de reação da firma 2

Curva de reação da firma 1

Equilíbrio Bertrand-Nash

P2
5
Funções de Reação em
Cournot e Bertrand

 Funções de Reação de  Funções de Reação de


Cournot Bertrand

𝑸𝟏 𝑷𝟏

𝑸𝟐 𝑷𝟐
Funções de Reação em
Cournot e Bertrand
 Quando uma firma aumenta a quantidade produzida em
Cournot, a rival reduz a sua quantidade e vice-versa.
Podemos dizer que as quantidades são substitutos
estratégicos

 Em Bertrand, a melhor resposta de uma firma a um


aumento de preço é seguir a rival e vice-versa. Logo, os
preços são complementares estratégicos
Liderança de Preços
 Hipóteses:
 Firmas concorrem via preços, isto é, buscam aumentar
suas vendas através de reduções de preço
 As firmas tomam suas decisões de forma sequencial
 Os produtos vendidos neste mercado podem ser
homogêneos ou diferenciados
 Uma firma que possua liderança de preços determina o
preço de seus produtos e as seguidoras (geralmente
consideravelmente menores) acompanham

 Como no modelo de Stackelberg, a firma líder toma sua


decisão antes, conhecendo a função de reação da
seguidora

 Se o mercado for caracterizado por produtos


homogêneos, o preço das duas firmas será igual,
enquanto na hipótese de produtos serem diferenciados
pode haver diferença
Colusão
 Até o momento analisamos modelos em que há
concorrência entre firmas oligopolistas
 Há situações em que as firmas atuam de forma
cooperativa, a chamada colusão
 Colusão: quando os preços das empresas são mais
elevados do que os de uma referência concorrencial e
suficientemente próximos ao de monopólio.
 A colusão pode ser explícita ou tácita (implícita)
 Colusão explícita: envolve algum tipo de acordo entre
firmas (cartel)
 Colusão tácita: colusão alcançada sem troca de
informações ou acordo explícito
Fatores que facilitam a
colusão
 Poucas empresas no mercado
 Dificuldade de entrada
 Participações cruzadas (uma empresa possuir
participação em uma concorrente)
 Regularidade de pedidos (um pedido excepcionalmente
alto aumenta incentivos a desviar)
 Alta frequência de pedidos (permite punição mais
rápida)
Fatores que facilitam a
colusão
 Baixo poder poder de compra desestimula concorrência
entre vendedores
 Estabilidade de demanda
 Homogeneidade de produtos
 Simetria entre as empresas
Cartel – características
básicas
 Um cartel pode ser caracterizado por acordos
relacionados à quantidade produzida, ao preço, divisão
geográfica do mercado, participações de mercado

 É importante notar que, frequentemente, empresas


terão incentivos a desviar de um acordo colusivo para
aumentar seus lucros
 Algumas características são fundamentais para que um
cartel se sustente:
 Participantes devem ser capazes de detectar os desvios
rapidamente
 Deve haver um esquema de punição aos desvios
 Ex: aumentar a quantidade produzia a níveis maiores que
antes do desvio, ou estabelecer preços menores

 Em um cartel, firmas maximizam lucro como se fossem


uma única firma monopolista
Exercício

 Utilizando os mesmos dados do exercício apresentado


na discussão do modelo de Cournot, p = 30 − 𝑄, 𝑐1 =
𝑐2 = 12 e custos fixos iguais a zero, suponha que os
concorrentes formem um cartel. Qual é a quantidade
produzida pelas firmas e o preço de mercado?
Exercício

 Lucro da firma cartelizada:

𝜋 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙 = 𝑅𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙 − 𝐶1 − 𝐶2
𝜋 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙 = 𝑝 𝑞1 + 𝑞2 − 12𝑞1 − 12𝑞2
𝜋 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙 = 𝑝 𝑞1 + 𝑞2 − 12 𝑞1 + 𝑞2
𝜋 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙 = 𝑝𝑄 − 12𝑄
 Firma cartelizada se comporta como monopolista:
𝜋 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙 = 𝑝𝑄 − 12𝑄
𝜋 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙 = (30 − 𝑄)𝑄 − 12𝑄
𝜕𝜋
= 18 − 2𝑄 = 0
𝜕𝑄
𝑄=9
 Encontrando o preço:
𝑝 = 30 − 𝑄 = 30 − 9 = 21
 Se cada firma produzir metade da produção do cartel,
temos:
𝑞1 = 𝑞2 = 4,5
 Relembrando os resultados de Cournot:

𝐸𝐶𝑁 𝑞1∗ , 𝑞2∗ = (6,6)


𝑝 = 18
 Podemos observar que na presença do cartel, o preço
sobe e a produção diminui
Resumo

 Em oligopólio, apenas algumas empresas competem


entre si e há barreiras à entrada.
 Os modelos de oligopólio podem ser cooperativos e não
cooperativos, bem como variar em relação à variável
estratégica, tomada de decisão e quanto à
homogeneidade dos produtos
 Duopólios sequenciais são caracterizados pela presença
de uma firma líder e uma seguidora, em que a primeira
conhece a função de reação da seguidora ao tomar suas
decisões
Resumo

 Modelos de oligopólio não-cooperativos tendem a


apresentar preços e quantidades de produto situados
entre os resultados de concorrência perfeita e
monopólio
 Uma exceção é o modelo de Bertand com produtos
homogêneos, em que obtemos o resultado competitivo
(Paradoxo de Bertrand)
 No modelo de cartel, as firmas alcançam resultados de
monopólio ao maximizarem seus lucros conjuntamente

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