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Documento 50
Documento 50
Entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, Itália e a Alemanha adotaram um regime totalitário,
isto é, um sistema político no qual o poder se encontra no Estado, que tem o controlo da vida social
e individual, opondo aos interesses individuais e à liberdade. Sendo assim a base para o fascismo
italiano, para o nazismo alemão e para o estalinismo russo.
O Estado totalitário fascista define-se pela oposição firme ao liberalismo, à democracia parlamentar
e ao socialismo. Em 1921, Mussolini vangloriava-se de ser “reacionário, antiparlamentar,
antidemocrata, antiliberal e antissocialista”.
As corporações eram organismos profissionais que reuniam, por ramo de trabalho, empregadores e
empregados. Solucionaram entre si os problemas liberais, jamais recorrendo à greve ou ao lock-out.
Deste modo procurava-se eliminar as paralisações de trabalho, que acarretavam prejuízos
económicos.
O totalitarismo do Estado fascista exerceu-se à vários níveis: político, económico, social, cultural.
oposição política, considerada um entrave à boa governação, foi aniquilada. As atividades
económicas sofreram uma rigorosa regulamentação. A sociedade, galvanizada pela propaganda,
enquadrou-se em organizações afetas ao regime, que a controlaram. Até a própria verdade foi
monopolizada pelo Estado, que impedia a liberdade de pensamento e de expressão. Como
sentenciou Mussolini “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”.
O fascismo parte do princípio de que os Homens não são iguais, a desigualdade é útil e fecunda e o
governo só aos melhores, às elites, deve competir.
Espécie de super-homens, os chefes (o Duce na Itália fascista, o Fuher na Alemanha nazi) foram
promovidos à categoria de heróis. Simbolizavam o Estado totalitário, encarnavam a Nação e guiavam
os seus destinos. Deviam ser seguidos sem hesitação, prestando-se-lhes um verdadeiro culto que
raiava a idolatria. Mas as elites não incluíam apenas os chefes, delas faziam parte a raça dominante
(para Hitler era a raça ariana), os soldados e as forças militarizadas, os filiados no partido, os homens
de uma forma geral. Consideradas cidadãs inferiores, as mulheres nazis, por exemplo, estavam
destinadas à vida no lar e à subordinação ao marido; os seus ideias resumiam-se aos três K- Kinder,
Kuche, Kirche (crianças, cozinha, igreja).
Numa sociedade