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As opções totalitárias

Entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, Itália e a Alemanha adotaram um regime totalitário,
isto é, um sistema político no qual o poder se encontra no Estado, que tem o controlo da vida social
e individual, opondo aos interesses individuais e à liberdade. Sendo assim a base para o fascismo
italiano, para o nazismo alemão e para o estalinismo russo.

Os fascismos, teorias e práticas

O Estado totalitário fascista define-se pela oposição firme ao liberalismo, à democracia parlamentar
e ao socialismo. Em 1921, Mussolini vangloriava-se de ser “reacionário, antiparlamentar,
antidemocrata, antiliberal e antissocialista”.

Enquanto o liberalismo e a democracia se afirmam defensores profundos dos direitos do indivíduo, o


fascismo entende, pelo contrário, que acima do indivíduo está o interesse da coletividade, a
grandeza da Nação e a supremacia do Estado. A apologia do primado do Estado sobre o indivíduo
leva o fascismo a desvalorizar a democracia partidária e o parlamentarismo. O exercício do poder
legislativo por assembleias é assim menosprezado pelo fascismo, que rejeita a teoria liberal da
divisão dos poderes e faz depender a força do Estado do reforço do poder executivo.

Por isso, o fascismo concebeu na Itália, um modelo peculiar de organização socioeconómica, o


corporativismo, destinado a promover a colaboração entre as classes.

As corporações eram organismos profissionais que reuniam, por ramo de trabalho, empregadores e
empregados. Solucionaram entre si os problemas liberais, jamais recorrendo à greve ou ao lock-out.
Deste modo procurava-se eliminar as paralisações de trabalho, que acarretavam prejuízos
económicos.

Outro motivo da hostilidade fascista relativamente ao socialismo deriva de o seu nacionalismo


fevroso, exaltador das glórias pátrias, ser absolutamente incompatível com os apelos socialistas ao
internacionalismo proletário. De acordo com o marxismo, o proletário não lutava pela pátria, mas
pelo derrube do capitalismo mundial.

O totalitarismo do Estado fascista exerceu-se à vários níveis: político, económico, social, cultural.
oposição política, considerada um entrave à boa governação, foi aniquilada. As atividades
económicas sofreram uma rigorosa regulamentação. A sociedade, galvanizada pela propaganda,
enquadrou-se em organizações afetas ao regime, que a controlaram. Até a própria verdade foi
monopolizada pelo Estado, que impedia a liberdade de pensamento e de expressão. Como
sentenciou Mussolini “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”.

Elites e enquadramento das massas

O fascismo parte do princípio de que os Homens não são iguais, a desigualdade é útil e fecunda e o
governo só aos melhores, às elites, deve competir.

Espécie de super-homens, os chefes (o Duce na Itália fascista, o Fuher na Alemanha nazi) foram
promovidos à categoria de heróis. Simbolizavam o Estado totalitário, encarnavam a Nação e guiavam
os seus destinos. Deviam ser seguidos sem hesitação, prestando-se-lhes um verdadeiro culto que
raiava a idolatria. Mas as elites não incluíam apenas os chefes, delas faziam parte a raça dominante
(para Hitler era a raça ariana), os soldados e as forças militarizadas, os filiados no partido, os homens
de uma forma geral. Consideradas cidadãs inferiores, as mulheres nazis, por exemplo, estavam
destinadas à vida no lar e à subordinação ao marido; os seus ideias resumiam-se aos três K- Kinder,
Kuche, Kirche (crianças, cozinha, igreja).
Numa sociedade

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