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conexbes. 'Niio comecemos pelo comeco nem mesmo pelo arquivo. Mas pela palavea “arquivo” = pelo arquivo de wa playa to familar. Ait, lembremos, designa 20 mesmo tempo ocomeo eo comand Este nome coordena aparente- mente dos princpios em um: 0 principio da naureza ou da hist, ali onde a coisas omega = principio fico, his *6rco ou ontoldgico-, mas também o principio da le ali mde os homens ¢ os devises cman, ai ode so exerce autordade, a ordem social, ness gar a parti do qual arden & dada - principio nomogco. Ali nde fo © que dssemos, ewes gr. Come pensar csseal? E como pensar est fer lugar ow est omar ager do arise Haveria enti ali duas ordens de ordem: sepfincale jfssca. Uma sriedeclivagens desde ento no cessaré mais de diviie cada tomo de nosso léxic. Jno ett do come- ¢o, fiz alasio ao comeso segundo a natureza ou segundo a Istria introdusinda sub-repticiamente uma cadeia de opesiies tarda e problemas entre a pis e seus ou ts, ss, ln? namos ec, que se encontam em ago no cto principio, prnepio nomoligco do aio prin Pio do comando. Tudo seria simples se howvesse um prin- Cipio ou dois princpios. Tudo seria simples se a pis e 2 uur Dann cada um de ses outros fizessem um ou dos. Ora so nto ‘core, como jo suspeitivamos hf mito temp, nas Vie vemos esquecendo. Ha sempre mais de um ~ e mais ou menos que dois. Tanto na ordem do comego, como na or dem do comand bem verdade que o coecto de arquivo abiga em si ‘mesmo esta mera do nome et. Mas também se con- serva ao abrigo desta meméia que ele abriga:€ 0 mesmo que dizce que a esquece. Naa hd acidental ow surpreen- dent isso. Com efit a0 contro daquio que gralmente se imagina, tl conceito no ¢ fi de arquiva. Temes ifi- culdade,e por raies essenciais, em estabelecE-o inter- preti-lo no documento que nos ene agi no name Que 6 nome, saber o“arguivo" De certs manera, o vocsbu- Jo remete bastante bom, como temos razies de screditar, 20 Arlt no sentido fic, histo ou antics it & 20 ogi- iso, ao primeiro, 20 prinpal, ao pimitvo em suma, 20 comeso.Porém, ainda mais, ov ants ainda, “arquivo re mete 20 arb no sentido nomolgic, 20 arte do comand. Como o archicun ou arc atino (palavra que empre- amos no singular, como era o caso iniialmente do francs achive’, que outora era usado no singular eno masculi no: “un archive") sentido de “arquivo ea nico sei do, vem para ee do arlieios ego: incalmente uma as, tum domictio, am endeego 4 residénca dos magisteados superiors, o acts, aqueles que comandavam. Aos dadios que detinham e assim denotavam 0 poder politico reconhecase 0 dirito de fazer ou de epresentr a el. Le- ‘vada em conta sua autoridade publicamenterecorecda, era em seu ar, nese Igar que era a casa dle (casa part cla, casa de fama ou casa funcional) que se deposit ‘vam eno os documentos oficias, Osa foram seus primeizos guarides. Nio eran responséveis apenas pela seguranga fica do depisito edo suport Cabiam-Iestam- ‘Mas anno Une nero ALDI 18 bbamo direit ea competénciahermenéticos.Tinham 0 po- der de interpreta os arquivos. Depositados sob a garda cesses atcontes, estes documentos diam, de fto ale eles evocavam a lei econvocavam a le. Para serem assim guar dados, na juriscicdo dese dizer a lei exam necesirios 20 mesmo tempo um guardio una lealizagSe. Mesmo em sua guarda ou em sua tradigio hermetic 0 aquivos no podiam prescindie de suporte nem de residéncia, Foi assim, nesta domino, nesta obtengo consensual de domi, que os arquivosnaseram. A morada este h- gar onde se de moravam, marca esta passagem institucional do privado a0 pabico,« que nio quer sempre dizer do se creo ao nlosereto (E 0 que se dé, por exemplo, em nos- sos das, quando wma css, a hima casa dos Freud, tran forma-se num museu: pasagem de uma institigi a ou tra) Em tal esatto, os documentos, que no so sempre escrito discursvos, nda slo guardadose lassifcados no arquivo seni em virude de ua opal prvilegiada, Hae bitam este Inga particular, este lugar deescolha onde ale a singulaidade se cruzam no priilégio, No cruzamento do topoligco do nomelbgico, do agar eda li, do supor tee da autordade, uma cena de domicliagbo tomes, 20 mesmo tempo, visiveleinvisivel. Insist nisso por razies aque, espero, se esclarecero mais adiante. Remetem todas a esta topo nano, aeta discuss arctica de domicia clo, a eta fungi Srguica, na verade patria, sem a {ual nenhum arquivo viria a cena nem aparece com tal Para se abrigae ¢tambsim pata se disimulr. Esta Fangio arctica nio 6 somentetopo-nomolégica. No requee5o- mente que o arquivo sj dapositado em algum ugar sobre tum suporteestivel ea disposigio de uma autoridade hermenutica legit. E precio que o poder arcntico, que concentra tainém as fangs de uifcaio, identifica, dlasifiagiocaminke juno com 0 que chamarem0s 0 po- 4 Jacques Desa der de consignapo, Por consignagio nao entenclemos ape- nas, no sentido corrente desta palavra, 0 fato de designar ‘uma residéncia ou confi, pondo em reserva, em um hi- {gar esobre um suporte, mas o ato de consignarreunindo os signs. Nao 6 apenas a consignaio tradicional, a saber, @ ova escrita, mas aquilo que toda e qualquer consignato supae de entrada. A. consignagto tende a coordenar um ‘inico corpus em um sistema ox uma sinceonia na qual o- ‘dos os elementos articulam a unidade de uma configura- ‘io ideal. Num arquivo, nlo deve haver dissociagSo abso- lta, heterogencidade ou segredo que viesse a separar (secerere), compartimentar de modo absoluto. O princt- pio arcintico do arquivo é também um principio de con- signagio, isto é, de reuniéo. De agora em diante fica claro que em qualquer lugar, ‘em particular na psicandlisefreudiana, em que se tente r= ‘pensar o lugar ea lei segundo os quais se institu oarcont- ‘9; em qualquer lugar onde se interrogue ou contest dircta ‘ou indiretamente este principio arcOntico, sua autoridade, seus titulose genealogia,o direto que faz vigoar, a legal dade ou a legitimidade que dele dependem; em qualquer Tugar onde o secreto eo heterogéneo verham a ameacar 8 ‘propria possibilidade de consignng, certamente no falar Ho graves conseqincas, tanto para uma teoria do arqui- ‘vo, como para sua realizacio institucional. Uma ciéncia do arquivo deve inclu a teoria desta institucionalizaco, isto 6, a0 mesmo tempo, da lei que ai se inscrove e do dieito que a autoria, Este direito pe ou supde um conjunto de limites que tim uma hist6ra, uma histéria desconstrtivel ‘ea cuja desconstrugio a psicandlise, no minimo, nao teré ficado alteia. Esta desconstrugio em curso diz respeito, como sempre, &insttugio de limites declados intranspo- ives! ja 0 direito das familias ou do Estado, seam as relacGes ene o secreto e 0 nio-secreto, ou, 0 que & outta 5 coisa ene oprivado eo pablo, jam om dines de pro- Predade ou de aces, de publcagio ou de repro, Sejam a casing ea onde: o que pertence to- ‘ia ow correspondénca particular, por exempla? O que Pertence ao sistema? A biografia on 8 autabngraBia? A [names pessoal on intlecta? Nis obras dts rs, 0 ‘qué dig dsse nome eo qu no ? Deveos nos far 00 que dix Freud a ese respi para classifica suas obras? Devermos acreitarem sua plovra quando apresena se ‘Mois. como um “romance istrie Em todo ests c- soo mites, a fons, a citings ero sido sac des por um sno quem pou enor conceit ls catrioe enum organiza do arquivo. A ondem no ‘etd mais goranida, ‘Meu sono agora seri er tempo sfcente para disse tc com vocs mais de uma tee, 0 menos ts. Ete tempo rio me sera jamais dado, Sobretudo eu fo teria jamais o dirito de tomar o se tempo para pores um apse © outro esas ts +n esis Submetidas sun discs, a tees permanecerio, pelo momento, como hiptese, Inca par de demonstra cbrigado a impordhes um caminho or veres dogmitico, vot a las de mana mais cticn formal na concliso. las hips tim um ragocomum, Conerem todas 3 nes gue am ve, 2 sata fein dino so- bre seu proprio arquivo sobre o concede arquivo © de arquivamento, 0 que 0 mesmo que der, inversamente © por coniagope, sobre a istriograa, Niosomente sobre 2 Hsia ox pl nk pcm te cit dt conceit de arquivo mas avez também sobre a histra da formagio de um conto en go, games por enquanto sssnfue ud para no ter que desiree Sigmund Fre, o nome propio, por um ldo, , por ato, a inven- cio da psn: propo de saber, de pritc de isiti- 16 ces Dan 0, comunidade, familia, domiciltagio,consignagio,“cas0", ‘8 “muse” no éstado presente de seu arguivamento, Para ‘is, o que esti em jogo se situa justamente entre s dois. “Tendo assim anunclado minha proposta v prometido ‘uni-la para concuir de modo mais organizado, ouso Ihes per permissio de tomar seu tempo e sua liberdade para longas excursées preliminares. Nota 1. Crtamente, 2 uso de uma polit do arquivo os orienta qu permancteent, mesmo sea daragio de uma canernca ‘lo fos permite aor deamente e em exemple. No de terminatemos jena esta qursto como aia guest police tate otras Ela travesa 8 totalidade do came, e a verdade ‘eterna, de pate «pata politic como spin. Nexium oder polo sem corrole do arglv, mas da meni. A de Frocazago eftva se mede spre por est ero esencia 1 paticpalo o aco a argu, 2 su consi esa inferpetago, A cna, oensas 8 democracia mem por ‘mul gue uma obra recente notivel por vzics aspects ch tn Archives tntrdites (Les pers fronaises face 8 Visi ontonprae, Albin Michel, 154 Sb este tuo, que ctam08 mo elon de tudo o ers ners au, Sonia Combe Ino apenas sene para exclaecre interpreta, um material Considerve, como também coloesaumersas qucses essen ‘ins che a estrada sti sobre o “recague” do argivo {p38 sebe o “anguvo ‘eccado™ como “pse_do Estado bre ohstoradr” (p21). Ene fdas ens quests reme tendo olor alas, lance aq agula que cnsora, de aga ‘manera, com o sm grave de nossa hipstese, mesmo que ‘Sta nota fundamental pabarglvca, no eecbra jas 28 ‘tas, Como de pssger, Sana Coe comenta defo: Per ‘oer-ne por dar eit 8 servi que Seu, mas no me parece bta do pro acao que a corprari dos historadones otis na rang coterperines sj essencalmene com a ifumas exces, masculina~ Mas, me compreendam ber, da tems maria.” (p35). conexées. EXERGO. Segundo uma corwensio consagrada, 0 exergy se artical coma Gago. Citar anes de comegar € dar o tom deixando ressatalgumas palavascujo sentido ou forma devera do- tina a cena. Dito de outa manera, 0 exergo consiste em copitalizar numa elipse. Acumular de antemao um capital fe preparar a mas-valia de um arquivo. Um exergoestoca por antcipagio e pré-arquiva um lxico que, a partir da ‘vers fazer le e dara ondem contentando-se em nomeat 0 problema, isto 6, 0 tema, HS uma furigio a um s6 tempo insitutz e conservadora no exergo: violécia de um po der (Gna) que ace mesmo tempo colocae conserva o dire- to dia oBenjamir de Za Krt der Get, Tats aqua patti do exerg, da voléncia do pr6prio arquivo, como ar- ‘co, como lied argue portato « primeica figura de um arquivo, pois to argu = traremos dat algumas consequéncias~& a0 mes- tno tempo instr ecomsereadr. Revolucion e trad ‘dona Arqiva ecrsiizo neste duplo sentido: guards, pe fem reserva, econorniza, mas de modo no natura, so & fazendo ali (noes) x fazendo respetar a lei, HL pouco, ‘como diziamos, nomolgco. Ele tem orca de lei, de uma lei que & a da casa oes), da casa como lugar, domi, 18 cus Dent familia ou instituigSo. Transformada num museu, a case de Freud hospeda todas estes poderes da economia. Daas citagbes exercerio em si mesmas, em forma de ‘exego, esta fungi de economia arguival. Mas, fazendo tam- ‘bém referéncia a uma economia deste tipo, uma referéncia ‘ecplicita insistente, elas terdo portanto esta fungio camo tema ou como objeto. Ora, estas ciagdes concernem igam talvez secretamente entre si dois lugares de inser tpo- _grafia ea circunciso, (© primero destesenergos seria © mais tpogrifico. Nele 0 arquivo aparece mais de acordo com 0 seu conceit. Pois ‘ confiames aqui ao que se aca fora « um suport elerno ‘eno, como o signa de alianca na crcuncisfo, a uma marca intima dretamentesobeeo corpo. Mas onde comesa este fora? Esta questi € a questio do arquivo. Nao é, sem duvida, nenhura outra. "Noiniciodo capitulo Vide Omal-star na coiza(1929- 1930), Freud aparenta estar preacupado. Nao estaria ele fa- zendo gastos initeis? Néo estaria mobilizando uma pesada aquina de arquivo (tipografia,impressio, tint, papel) ‘ara registrar algo que, no fundo, no merece tanto? Seria aguilo que ele apronta para entregar impress ti trivial {que o encontramos em qualquer lugar? O léxico freudiano insite sem chivida numa certa tecnologia “imprimente” da acquivagio (Eindruck, Druck, drcken) apenas para disfarcar ‘9 mau eéleulo econdmico. Freud nes confi também a “i pressio” (Empfindung), o sentimento que The inspira este investimento excessivo e no fundo gratuito num arquivo talves intl: £m nenhum otro trabalho es ive to fortemente como neste aqui o sentimento de apresentar algo que é do cor Mao aan = Usa nas LOLA 19 hecimento de todos (allgeme bunts); de gastar p= pele tnt (Paper und Tint) econseqientemente mobi liza @ trabalho do tipdgrafoe a tinta do impressor (Setzerarbit und Druckerscaseauftiten) pars rlatar

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