Professional Documents
Culture Documents
Ufcd 8909
Ufcd 8909
K.FP.413.01
FICHA TÉCNICA
Data: 2021
K.FP.413.01
ÍNDICE
FichaTécnica……………………………………………………………………………….…………………………………………………...1
Índice………………………………………………………………………………………………………………………………………………2
Introdução……………………………………………………………………………………………………………………………………….4
Conteúdos Programáticos…………………………………………………………………………..…………………………………….5
Obstipação: ............................................................................................................................................................................................... 18
Hipertiroidismo ..................................................................................................................................................................................... 25
Hipotiroidismo ....................................................................................................................................................................................... 27
Gota .............................................................................................................................................................................................................. 29
Principais patologias:.......................................................................................................................................................................... 36
Incontinência........................................................................................................................................................................................... 38
K.FP.413.01
Patologia musculoesquelética ........................................................................................................................................................ 43
Osteoporose ............................................................................................................................................................................................. 52
Patologia dermatológica.................................................................................................................................................................... 60
A pele e o envelhecimento................................................................................................................................................................ 60
Principais patologias:.......................................................................................................................................................................... 64
Micoses ....................................................................................................................................................................................................... 65
Parasitoses ............................................................................................................................................................................................... 67
Psoríase ...................................................................................................................................................................................................... 74
Úlceras de pressão................................................................................................................................................................................ 77
Principais patologias:.......................................................................................................................................................................... 87
Diabetes ..................................................................................................................................................................................................... 87
Colesterol .................................................................................................................................................................................................. 90
K.FP.413.01
Introdução:
Âmbito do manual
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração
nº 8909 –Patologias na População Idosa - gastrointestinais, endocrinológicas, genito-urinárias,
musculoesqueléticas, dermatológicas e crónicas, de acordo com o Catálogo Nacional de
Qualificações.
Objetivos:
Identificar as principais patologias que afetam os idosos, bem como as suas principais
características.
Conteúdos Programáticos
4
K.FP.413.01
Patologia gastrointestinal e dos órgãos anexos
Fatores de risco
Sintomas
Principais patologias
Refluxo gastro-esofágico
Obstipação
Fatores de risco
Sintomas
Principais patologias:
Hipertiroidismo
Hipotiroidismo
Gota
Patologia genito-urinária
Fatores de risco
Sintomas
K.FP.413.01
Principais patologias:
Insuficiência renal
Incontinência
Patologia musculoesquelética
Fatores de risco
Sintomas
Principais patologias:
Artrite reumatoide
Osteoporose
Patologia dermatológica
A pele e o envelhecimento
Fatores de risco
Sintomas
Principais patologias:
Dermatite de contacto
Micoses
Parasitoses
6
K.FP.413.01
Cancro da pele
Psoríase
Úlceras de pressão
Patologias crónicas
Fatores de risco
Principais patologias:
Diabetes
Colesterol
Hipertensão arterial
K.FP.413.01
Sistema gastrointestinal da população idosa
O aparelho digestivo ou sistema digestivo, é o sistema que, nos humanos, é responsável por
obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do
organismo. É composto por um conjunto de órgãos que têm por função a realização da
digestão. A sua extensão desde a boca até o ânus mede seis a nove metros num ser humano
adulto.
O trato gastrointestinal superior é composto pela boca, pela faringe, pelo esôfago e pelo
estômago.
Na boca, ocorre o processo de mastigação que, junto com a salivação, secreção das
glândulas salivares (água, muco e enzima), degrada o amido pela ação da ptialina (que inicia o
K.FP.413.01
processo de digestão dos carboidratos presente no alimento), em maltose, e ainda faz os
movimentos impulsionatórios que ajudam a deglutir o alimento, fazendo-o passar ao esôfago.
K.FP.413.01
1. Xerostomia ou secura na boca
Pela menor produção de saliva, mau hábito de respirar pela boca, próteses mal
ajustadas. Causas emocionais como ansiedade e medo. A deficiência de saliva não altera o
paladar, mas pode ser causa de dificuldade de deglutição, acelera a deteriorização dos dentes,
dificuldade na mastigação, contribuindo para a má digestão, causa também o mau hálito.
2. A estomatite angular
É comum no idoso, e suas principais causas são: falta de dentes, dentaduras mal
adaptadas. Outra causa menos comum é a deficiência de ferro e riboflavina. A língua grossa
(glossite) está relacionada à deficiência de vitamina B12 e infecção das papilas.
3. Divertículo
O paciente com divertículo tem um saco ou uma bolsa na parede intestinal. Assemelha-
se ao apêndice. Uma pessoa pode nascer com um divertículo ou este pode desenvolver-se
mais tarde. No idoso está relacionado com a constipação. Pode haver mais de um
divertículo. Os divertículos ocorrem mais frequentemente no cólon
Sintomas:
Geralmente não há sintomas, a não ser que os divertículos se tomem infectados. Isto é
conhecido como diverticulite. A inflamação é incrementada pela acumulação de fezes no saco
(diverticulite). Os sintomas são de inflamação que se assemelham aos da apendicite.
Cuidados de Enfermagem
Massagens de conforto;
K.FP.413.01
4. Colecistite
O processo inflamatório da vesícula pode surgir com e sem cálculos, são mais
freqüentes na segunda hipótese.
Sintomas:
Dor espontânea e a palpação sob o rebordo costal direito, isto é, ao nível da vesícula do
fígado. Icterícia se houver obstrução hepática ou colédoco. Nas inflamações crônicas há,
geralmente, um mal estar geral, acompanhado de dispepsia e escurecimento da pele.
Tratamento:
Cuidados de Enfermagem:
Dieta hipocalórica;
11
K.FP.413.01
Medicação conforme prescrição médica.
5. Hemorróidas
São veias dilatadas ou varicoses no canal anal e na parte inferior do reto. No idoso a
fragilidade das paredes venosas e a constipação crônica são as causas mais comuns.
Sintomas:
Eliminação de sangue vermelho vivo nas fezes. Sofre graus variados de desconforto
durante a defecação. A dor é aumentada se a hemorróida tornar-se trombosada. Neste caso, o
sangue, dentro da veia dilatada coagula-se. Outro sintoma de hemorróida é prurido em torno
do ânus.
Tratamento e cuidados:
O tratamento comum da hemorróida é sua remoção por cirurgia. Se o caso for brando,
pode necessitar apenas tratamento sintomático;
Aplicação local de uma pomada para retrair a membrana mucosa (prescrito pelo
médico);
6. Constipação
K.FP.413.01
Sintomas:
Sensação de plenitude;
Anorexia;
Pirose;
Inúmeras podem ser as causas, desde lesão orgânica até, mais corriqueiramente, causas
primeiras ou funcionais, decorrentes de ingestão inadequada de líquidos e fibras, hipotonia da
parede abdominal, alterações na musculatura do assoalho pélvico, uso de drogas, inatividade
física prolongada e negligência em atender ao reflexo da evacuação. A mudança recente no
hábito intestinal faz pensar em neoplasia de cólon ou distúrbio metabólico.
Cuidados de Enfermagem:
Faz-se necessário uma boa anamnese para saber da história do idoso, segundo
observação acima;
13
K.FP.413.01
Mudar hábitos alimentares que contemple uma dieta rica em fibras e aumento da
ingestão líquida;
visita ao dentista;
Cuidados e higiene com próteses dentárias, se tiver o hábito de tirar ao dormir, deixar
protegida com pano limpo ou recipiente próprio, para evitar poeira, moscas, baratas;
14
K.FP.413.01
Procurar ter uma vida tranqüila, com lazer, contato com a natureza. Os problemas
psíquicos e nervosos têm muita interação nos problemas gastrointestinais.
Principais patologias
Refluxo gastro-esofágico:
15
K.FP.413.01
O que é Doença do refluxo gastroesofágico?
Causas
Quando uma pessoa come, a comida passa da garganta para o estômago através do
esôfago. Uma vez que a comida está no estômago, um anel de fibras musculares impede que o
alimento se mova para trás, em direção ao esôfago. Essas fibras musculares são chamadas de
esfíncter esofágico inferior (EEI).
Se o esfíncter não fechar bem, tudo o que a pessoa comeu, bebeu e até mesmo o suco
gástrico usado na digestão pode vazar de volta para o esôfago. Isso é chamado de refluxo
gastroesofágico. Esse refluxo pode causar irritação na parede do esôfago, gerando os sintomas
característicos da doença do refluxo gastroesofágico.
Fatores de risco
Alguns fatores são considerados de risco, pois aumentam as chances de uma pessoa
apresentar a doença do refluxo gastroesofágico:
Obesidade
Gravidez
Tabagismo
Ressecamento bucal
Asma
16
K.FP.413.01
Diabetes
Azia
Dor no peito
Tosse seca
Rouquidão
Dor de garganta
Inchaço na garganta
Uma pessoa diagnosticada com DRGE pode ter a sensação de que o alimento pode ter ficado
preso na garganta e pode sentir os sinais da doença aumentar ao se curvar, inclinar para a
17
K.FP.413.01
frente, ficar deitado ou comer. Os sintomas também costumam ser piores à noite e podem
ser aliviados com antiácidos.
Obstipação:
Então, o que é a obstipação? Bem, não há ninguém que não tenha sofrido de obstipação
alguma vez na vida. Provavelmente vai reconhecer os sintomas clássicos de obstipação –
fezes duras, dificuldade em ir à casa de banho ou uma sensação de que não conseguiu fazer
tudo. Para alguns, isto é uma ocorrência regular bastante dolorosa, que pode ser diariamente
embaraçoso e inconveniente.
A obstipação afeta cada indivíduo de forma diferente, porque cada um tem hábitos
intestinais diferentes – para alguns defecar duas vezes por dia é completamente normal e
para outros o normal é três vezes por semana. Por isso, alterar os seus hábitos pode ser a
melhor forma de detetar se está ou não obstipado. Há diversos sintomas de obstipação que
são uma boa indicação para saber se está ou não obstipado. Se continuar com dúvidas depois
de os ler pode obter uma indicação mais clara respondendo a algumas perguntas neste teste
online sobre obstipação.
Há vários sintomas que sugerem que poderá estar obstipado. Estes incluem, entre outros:
K.FP.413.01
O que causa a obstipação?
Stress
Em alguns casos, a obstipação é causada por medicação ou outros fatores. Se for este o
caso, consulte o seu médico de família. Deve também consultar o seu médico de família se
sofre de obstipação durante um período prolongado, se aparecer sangue nas fezes, ou se
estiver com obstipação e perder peso repentinamente ou sentir dores de estômago agudas.
A saúde ou falta de saúde do seu cólon e sistema digestivo em geral também podem ter
uma grande influência na obstipação. Assegure-se que tem um cólon e sistema digestivo
saudáveis para reduzir o risco de obstipação.
19
K.FP.413.01
Se concluir que tem sintomas de obstipação, há várias formas de se tratar. Pode, por
exemplo, utilizar um produto para alívio da obstipação, como o Molaxole, combinado com um
tratamento natural para obstipação a longo prazo, para evitar incómodos desnecessários no
futuro. Isto envolve o planeamento de uma dieta rica em fibras e exercício físico regular
adequados.
Em geral, se sofre regularmente de obstipação, encontra abaixo uma lista de orientações úteis
que pode seguir:
Comer bastante fibra – pão escuro (integral, escuro ou claro), pão de fibras, tostas,
flocos de aveia, frutos secos, etc
Seja ativo – caminhar, correr, nadar, andar de bicicleta, ou algo semelhante, todos os
dias
Tenha bons hábitos de casa de banho – ir à mesma hora todos os dias e sem pressas
K.FP.413.01
Sistema endócrino e metabólico envelhecido
Ao envelhecer, o sistema endócrino sofre diversas alterações, que são normais nesta fase da
vida. Torna-se comum o surgimento tanto de hiperfunções quanto de hipofunções e, são
também, mais difíceis de serrem diagnosticadas e tratadas. Alguns dos hormonios que mais
sofrem alterações em suas concentrações são o hormônio do crescimento (GH), cortisol,
tireóide, melatonina, estrogênio e testosterona.
21
K.FP.413.01
antioxidante ao reduzir oa níveis de católicos de cortisol, atrasando o processo de
envelhecimento. Pode estimular a produção de GH.
A queda na produção de testosterona ocorre a partir dos 40 anos, sendo este um lento e
gradual, denominado deficiência androgênica do envelhecimento masculino. Como
consequência há a diminuição de peso, redução das células de Leydig, diminuição da libido e
da massa muscular, perda de memória, insônia, impotência sexual, ejaculação precoce,
câncer de próstata.
22
K.FP.413.01
Fatores de risco e sintomas
Fatores de risco:
Os fatores de risco principais são aqueles que levam ao ganho de peso, como alimentação
com excesso de carboidratos simples e gorduras saturadas, além do sedentarismo. Além disso,
o tabagismo pode aumentar o risco cardíaco e potencializar as consequências da síndrome
metabólica ao coração. A história familiar de problemas cardíacos também é importante
quando analisamos o impacto na síndrome metabólica no organismo.
23
K.FP.413.01
Ganho de peso: cansaço, dores articulares por sobrecarga, síndrome da apneia
obstrutiva do sono e roncos. Alterações menstruais nas mulheres, como ovários policísticos, e
perda da libido em homens podem também ser sintomas pouco valorizados
Diabetes e alterações de glicemia: boca seca, perda de peso e muita sede nos casos
mais agudos e nos casos de desenvolvimento mais lento da doença, mal estar geral, tonturas e
cansaço.
24
K.FP.413.01
Principais patologias
Hipertiroidismo:
O hipertiroidismo tem várias causas, entre elas as reacções imunológicas (possível causa da
doença de Graves). Os doentes com tiroidite, uma inflamação da glândula tiróide, sofrem
habitualmente uma fase de hipertiroidismo. Contudo, a inflamação pode lesar a glândula
tiróide, de tal maneira que a actividade inicial, superior à normal, é o prelúdio de uma
actividade deficiente transitória (o mais frequente) ou permanente (hipotiroidismo).
Os nódulos tóxicos (adenomas), zonas de tecido anómalo que crescem dentro da glândula
tiróide, eludem por vezes os mecanismos que controlam a glândula e produzem, por
conseguinte, hormonas tiróideas em grandes quantidades. Um doente pode ter um nódulo ou
vários. A este respeito o bócio tóxico multinodular (doença de Plummer), uma perturbação
25
K.FP.413.01
em que há muitos nódulos, é pouco frequente nos adolescentes e adultos jovens e o risco de a
sofrer tende a aumentar com a idade.
Os idosos com hipertiroidismo podem não apresentar estes sintomas característicos, mas
têm o que por vezes se chama hipertiroidismo apático ou oculto. Simplesmente tornam-se
fracos, sonolentos, confusos, introvertidos e deprimidos. Os problemas cardíacos,
especialmente os ritmos cardíacos anómalos, observam-se muitas vezes nos pacientes de
idade avançada com hipertiroidismo.
O hipertiroidismo também provoca alterações oculares: edema em torno dos olhos, aumento
da lacrimação, irritação e uma inabitual sensibilidade à luz. Além disso, o doente parece olhar
fixamente. Estes sintomas oculares desaparecem quando a secreção da hormona tiróidea é
controlada, excepto nos pacientes com doença de Graves, a qual causa problemas especiais
nos olhos.
O hipertiroidismo pode adoptar diversas formas que incluem a doença de Graves, o bócio
tóxico nodular ou o hipertiroidismo secundário.
26
K.FP.413.01
Hipotiroidismo:
27
K.FP.413.01
Outras causas, mais raras, de hipotiroidismo incluem algumas afecções herdadas, em que uma
anomalia enzimática nas células da tiróide impede que a glândula produza ou segregue
quantidade suficiente de hormonas tiróideas. Outras perturbações pouco frequentes são
aquelas em que o hipotálamo ou a hipófise não produzem a hormona na quantidade suficiente
para estimular o funcionamento normal da tiróide.
Sintomas:
Sem tratamento, o hipotiroidismo no fim pode causar anemia, uma descida da temperatura
corporal e insuficiência cardíaca. Esta situação pode agravar-se e aparecer confusão,
estupor ou coma (coma mixedematoso), uma complicação mortal em que a respiração se
torna lenta, o doente tem convulsões e a corrente sanguínea cerebral diminui. O coma
mixedematoso pode ser desencadeado pela exposição ao frio ou por uma infecção, um
traumatismo e medicamentos como sedativos e tranquilizantes, que inibem o funcionamento
cerebral.
28
K.FP.413.01
Gota:
É um tipo de artrite que ocorre quando o ácido úrico se acumula no sangue e causa
inflamação nas articulações. A gota também pode ser chamada de Doença dos Reis.
Tipos:
Gota aguda: é uma doença dolorosa que normalmente afeta uma articulação
Causas:
A gota é causada pela presença de níveis mais altos do que o normal de ácido úrico na
corrente sanguínea. Isso pode ocorrer se o corpo produzir ácido úrico em excesso ou se o tiver
dificuldade de eliminar o ácido úrico produzido.
29
K.FP.413.01
Quando essa substância se acumula no líquido ao redor das articulações (líquido sinovial),
são formados cristais de ácido úrico. Esses cristais causam inchaço e inflamação nas
articulações. A causa exata da gota, no entanto, é desconhecida.
A Organização Mundial de Saúde prevê que, em 2020, o número de idosos atinja os mil
milhões em todo o mundo, o dobro dos que existem actualmente. Este número torna-se
preocupante na medida em que, face a uma sociedade actual que é por excelência consumista,
o idoso tem sido a ser visto como “algo” indesejável, na medida em que, não produzindo, terá
de ser posto de lado, num local onde não incomode.
O envelhecer difere de indivíduo para indivíduo e também de país para país, assim como de
uma região para outra.
30
K.FP.413.01
Segundo Sobral (2003), a actividade física refere-se ao trabalho muscular capaz de elevar
a taxa metabólica acima do nível considerado de repouso. Ela é inerente ao Homem.
Para Katch & Katch (1995) actividade física é qualquer movimento corporal, produzido
pela mobilização activa dos músculos, e exercício físico é uma actividade física planeada e
estruturada, que é realizada com um determinado objectivo. Actividade física e Exercício
Físico são portanto dois conceitos distintos, e que importa diferenciar.
Centrando agora atenções no conceito de saúde, este é hoje em dia muito mais do que a
simples ausência de doença, implicando bem-estar físico, psíquico e social. É pois o estado em
que o indivíduo tem a vitalidade e energia suficientes para realizar as suas tarefas diárias e
ocupar o seu tempo livre, sem revelar sintomas de fadiga ou mal-estar.
O mesmo confirma a Organização Mundial de Saúde (OMS) que entende por saúde o
completo estado de bem-estar físico, mental e social e não a mera ausência de doenças ou
males.
31
K.FP.413.01
Patologia genito-urinária
Modificações do sistema genito-urinário na população idosa
Várias doenças que acometem os idosos podem determinar perda adicional da função
renal, tais como a hipertensão e o diabetes mellitus entre outras, de tal forma que a função
renal deverá ser monitorada com freqüência.
K.FP.413.01
Caso haja comprometimento da contratilidade vesical, poderá haver dificuldade de
esvaziamento da bexiga, que poderá predispor ao surgimento de infecções urinárias,
incontinência (por transbordamento da bexiga) e aumento da frequência das micções.
Essa situação, a médio prazo, pode determinar hipertrofia muscular da bexiga, com
diminuição da sua capacidade e elasticidade, e graves conseqüências sobre o habito urinário.
As alterações poderão ser irreversíveis, mesmo após o tratamento da obstrução prostática.
Nas mulheres, a ausência dos hormônios sexuais, que deixam de ser produzidos pelo ovário
após a menopausa, causam alterações progressivas da bexiga e do assoalho pélvico como um
todo. Além da síndrome da bexiga hiperativa, é comum o surgimento de ardor para urinar,
hematúria (sangramento na urina), carúnculas (lesões avermelhadas no orifício uretral, que
podem apresentar sangramento espontâneo ou durante a higiene íntima).
Embora não tenham relação direta com a menopausa, verifica-se aumento da frequência ou
agravamento dos prolapsos vaginais nesse grupo etário.
33
K.FP.413.01
Fatores de risco e sintomas
Nos homens, as causas orgânicas de disfunção erétil tornam-se mais frequentes após os 40
anos e, geralmente, tem evolução progressiva. Incluem doenças vasculares que
comprometem o fluxo de sangue para o pénis, como ocorre na hipertensão arterial, nos
fumantes e nos pacientes com níveis elevados de colesterol ou triglicérides, por exemplo.
Doenças com comprometimento do cérebro e da medula espinhal ou dos nervos, podem
comprometer a transmissão do impulso nervoso para o pénis, causando dificuldades na
ereção.
Isto ocorre, por exemplo, no diabetes, no alcoolismo crônico, após infartos encefálicos
(“acidente vascular cerebral – AVC”) ou após algumas cirurgias, como para o tratamento do
"Câncer da Próstata". Mais raramente doenças endocrinológicas, que causam queda da
produção de testosterona pelos testículos, podem causar impotência.
Existem, também, alguns fatores que interferem na função erétil apesar de não se
relacionarem diretamente com o mecanismo de ereção. Nesses casos, incluem-se infartos
cardíacos, câncer, desnutrição, uso de drogas injetáveis e outras doenças crônicas que
diminuem a capacidade física do indivíduo.
34
K.FP.413.01
Infecções urinárias e envelhecimento:
Nas mulheres: As alterações da flora vaginal normal que ocorrem após a menopausa
podem determinar aumento da frequência de infecções urinárias nessa faixa etária. Além
do tratamento com antibióticos, o médico deve considerar o emprego de medidas
complementares, tais como a reposição hormonal tópica, na forma de creme ou óvulo vaginal,
ou mesmo o uso de imunoestimulantes, visando diminuir o risco de recidiva, que pode ser
frequente nessa faixa etária.
Nessa faixa etária, é comum, também, a ocorrência de colonização urinária com bactérias,
sem surgimento de sintomas e sem alterações significativas no exame de urina. Tal situação,
denominanda bacteriúria assintomática da mulher idosa, por vezes não necessita de
tratamento com antibióticos, por se tratar de quadro autolimitado e sem maiores
consequências.
Caberá ao médico decidir quando a paciente deverá ser tratada, com base nas informações
clínicas, nos antecedentes pessoais e outras doenças que a paciente possui, após a análise dos
exames laboratoriais.
Nos homens: De forma diversa do que costuma ocorrer nas mulheres, as infecções
urinárias, em geral, decorrem de doenças bem definidas do sistema urinário, associando-se
frequentemente com distúrbios do esvaziamento vesical.
35
K.FP.413.01
Principais patologias
Insuficiência renal:
A insuficiência renal pode ser aguda ou crónica, sendo que a aguda é caracterizada
por uma rápida redução da função renal e na crônica ocorre uma perda gradual da função dos
rins, causada por fatores como desidratação, infecção urinária, hipertensão ou obstrução da
urina, por exemplo.
K.FP.413.01
Pressão alta;
Além disso, podem surgir alterações no exame de sangue e de urina, surgindo a presença
de proteínas na urina e no exame de sangue, valores de ureia, creatinina e potássio elevadas e
sódio inferior ao valor normal. Para saber como é feito o diagnóstico leia insuficiência
renal aguda.
Pressão arterial muito alta que podem causar AVC ou insuficiência cardíaca;
Cansaço intenso;
Músculos fracos;
Cãibras frequentes;
Convulsões.
37
K.FP.413.01
Incontinência:
Esfíncteres: Os músculos dos esfíncteres fecham-se para reter a urina e abrem-se para
a deixar sair.
Períneo: É uma sobreposição de músculos esticados como uma cama de rede que
contém a uretra, o ânus e a vagina. Habitualmente, exerce uma força suficiente para apertar os
orifícios respectivos para desempenhar o papel de fecho. O períneo é alvo de modificações nas
diferentes etapas hormonais da vida de uma mulher: gravidez, parto, menopausa. Eis a razão
porque é tão importante tomar consciência do seu períneo para conseguir controlá-lo bem.
38
K.FP.413.01
Existe uma diversidade de factores que podem estar na origem de incontinência,
incluindo:
Gravidez ou parto
Infecção
Defeitos de nascença
Cirurgia
Lesões nervosas
TIPOS DE INCONTINÊNCIA:
Sob a definição geral de incontinência escondem-se situações muito diversas, desde perdas
muito ligeiras e ocasionais de urina a perdas moderadas e perdas regulares e mais graves.
Estas situações agrupam-se em quatro grandes grupos, de acordo a causa das perdas de
urina:
O que se sente?
Caracteriza-se pela perda involuntária de urina durante um esforço, como por exemplo, ao
tossir, espirrar, rir, saltar ou pegar em cargas pesadas.
Como se explica?
Qual a origem?
39
K.FP.413.01
Este é o tipo mais frequente de incontinência urinária, atingindo particularmente mulheres
que passaram por situações de gravidez ou se encontram na menopausa.
Como se explica?
Qual a origem?
encontram na menopausa.
O que se sente?
Também conhecida por bexiga hiperactiva, caracteriza-se por uma vontade súbita e
irreprimível para urinar, muitas vezes acompanhada de perda de urina (por vezes com grande
volume).
Pode também ocorrer a necessidade de urinar muito frequentemente (mais de oito vezes por
dia) e noctúria (uma vez ou mais por noite).
Como se explica?
Trata-se de uma disfunção que resulta da contracção precoce e sem motivo do músculo
detrusor da bexiga, conhecida como hiperactividade vesical.
Qual a origem?
K.FP.413.01
Atividades adaptadas aos idosos com problemas genito-urinários
Clínica geral
Urologista
Ginecologista
Geriatria.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa
forma, já pode chegar à consulta com algumas informações:
41
K.FP.413.01
Você fuma?
Também é importante levar as suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela
mais importante. Isso garante que conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes
antes da consulta acabar. Para incontinência urinária, algumas perguntas básicas incluem:
Existe uma alternativa genérica para o medicamento que você está prescrevendo?
Tenho outras condições de saúde. Como posso gerenciar melhor essas condições
juntas?
Não hesite em fazer outras perguntas durante a sua nomeação conforme elas
ocorrerem para você.
42
K.FP.413.01
Patologia musculoesquelética
No homem, o sistema muscular alcança sua maturação plena entre os 20 e 30 anos, mas com
o aumento da idade, a estrutura e a função dos músculos esqueléticos alteram-se.
Estruturalmente, há perda de massa muscular (processo conhecido por sarcopenia) por
redução do número e tamanho das fibras musculares durante a idade adulta e anos seguintes;
muitas células musculares atrofiam e morrem e outras são substituídas por tecido adiposo e
conjuntivo.
O músculo pode apresentar dois tipos de fibras muscular, nomeadamente fibras tipo I
(contração lenta) e fibras tipo II (contração rápida, contribuindo para o tempo de reação e de
43
K.FP.413.01
resposta). Com o aumento da idade, o tamanho da fibra tipo II é reduzida o que altera a
resposta corporal apropriada às situações de emergência, como a perda súbita do equilíbrio.
É importante destacar que o declínio muscular é maior nos membros inferiores, o que
compromete o equilíbrio, a marcha e o ortostatismo (posição de pé).
O osso é um tecido dinâmico, que está em constante remodelação, não uniforme, por toda
vida. O processo de remodelação é realizado por dois tipos especiais de células: os
osteoblastos, células formadoras de osso, e os osteoclastos, células responsáveis pela
reabsorção óssea. Ambos são derivados de células progenitoras da medula óssea, que com
o envelhecimento altera a sua atividade celular modificando a formação de osteoblastos e
osteoclastos.
44
K.FP.413.01
Com o envelhecimento, nas articulações ocorre diminuição do líquido sinovial e da espessura
da cartilagem, como também os ligamentos podem ficar mais curtos e menos flexíveis. Com a
progressiva degenerescência da cartilagem articular e das restantes alterações, regista-se a
instauração de artroses e diminuição da amplitude de movimento das articulações afetadas.
A partir dos 40 anos, verifica-se uma diminuição dos arcos plantares, alterações das
curvaturas da coluna (principalmente aumento da cifose dorsal) e/ou deterioração das
articulações intervertebrais, causando uma diminuição da altura total da pessoa.
Os traumatismos que incidem sobre os ossos com forças superiores a sua capacidade de
deformação são as causas mais frequentes de fraturas. Isso acontece, sobretudo, em quedas,
pancadas e acidentes, mas há também fraturas que ocorrem devido a impactos mínimos ou
até espontaneamente, chamadas fraturas patológicas, as quais se devem a um anormal
enfraquecimento dos ossos, devido à osteoporose ou a tumores ósseos.
A imobilização de um membro fraturado motiva uma perda mineral do osso e, se for nos
membros inferiores, há uma tendência à formação de trombos.
Uma das sequelas mais frequentes das fraturas é a consolidação viciosa, em que o osso
cicatriza numa posição anatômica incorreta.
45
K.FP.413.01
Fraturas expostas podem levar a uma infecção óssea especialmente grave devido à baixa
irrigação sanguínea e escassez de células vivas nos ossos.
Algum tempo depois de uma fratura pode ocorrer necrose (morte de parte do osso), se
ocorrer interrupção dos vasos sanguíneos que levam sangue a essa parte do osso.
Principais patologias
Artrite Reumatóide:
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença crónica, inflamatória, auto-imune que se
caracteriza pela inflamação das articulações e que pode conduzir à destruição do tecido
articular e periarticular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares.
É uma doença crónica porque não tem cura, mas se eficazmente tratada, tem bom
prognóstico vital e funcional. Nos últimos anos, houve uma melhoria substancial no
tratamento desta doença. Por um lado, verificou-se uma melhoria nas estratégias de
tratamento com uso mais eficaz dos medicamentos modificadores de doença já existentes, e
por outro surgiram novos medicamentos.
46
K.FP.413.01
Os doentes com AR frequentemente sentem dor e dificuldade em mobilizar as
articulações, mas os sintomas podem ser muito variados. A supressão da inflamação nos
estágios iniciais da doença, ou seja o tratamento precoce, pode resultar em melhoria
substancial do prognóstico a longo prazo.
A AR não é uma doença rara, a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5% da população
nos países industrializados. Em Portugal estima-se que afete 0,8 a 1,5% da população. A
ocorrência global de RA é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico
de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem
desenvolver a doença, incluindo adolescentes.
Qual a causa?
Sendo uma doença auto-imune significa que no doente com AR o seu o sistema imunitário
não está a funcionar adequadamente, havendo produtos do sistema imune que reagem contra
os tecidos do doente.
47
K.FP.413.01
riscos, como por exemplo o tabagismo. Estudos científicos sugerem ainda que a doença seja
causada pela interacção de factores de risco com a existência de predisposição genética.
A apresentação pode ser muito variável. A presença de artrite (inflamação nas articulações)
é uma característica fundamental da doença. A inflamação articular causa alterações
características: edema, dor das articulações e, por vezes, rubor e calor. Causa também rigidez,
uma sensação de prisão dos movimentos, especialmente no início da manhã ou depois de
períodos de repouso.
Outra articulação que pode estar envolvida é a primeira articulação cervical, entre a
primeira e segunda vértebras cervicais, resultando em instabilidade da coluna cervical.
Para além dos sintomas articulares, os sintomas constitucionais (por exemplo, o cansaço,
sintomas de gripe, febre, suores e perda de peso) são comuns.
Se não for tratada, a inflamação conduz à destruição progressiva das articulações e sua
perda de função. Podem surgir nesta altura deformidades articulares, algumas muito
48
K.FP.413.01
características nas mãos. Ao dano articular, pode adicionar-se perda de massa muscular por
atrofia, podendo levar de forma progressiva a dificuldades motoras.
Os tendões estão envolvidos por bainhas e estas são também constituídas por membranas
sinoviais, podendo ficar inflamadas, tal como as articulações.
Ocasionalmente, o doente pode ter apresentações mais atípicas, o que pode dificultar o
diagnóstico. Nomeadamente quando tem um início súbito ou surge como uma doença mais
sistémica, com perda de peso, febre e fadiga e poucas manifestações articulares. Outras vezes,
os doentes começam por apresentar inflamação articular de grandes articulações (joelho,
cotovelo) e só mais tarde desenvolvem artrite das mãos.
A AR é uma doença que pode afetar muitos órgãos e há outras manifestações da doença:
Olhos: Secura ocular (Síndrome seca secundária, chamada “Síndrome de Sjögren secundária”);
inflamação ocular (esclerite e episclerite).
49
K.FP.413.01
para o aumento do risco cardiovascular, existindo um aumento do risco de enfarte agudo do
miocárdio e acidente vascular cerebral.
Sistema renal: Raramente envolvido, mas pode ocorrer nefropatia tóxica (pela toma
de anti-inflamatórios não esteróides).
O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, com iniciação rápida do tratamento. Estudos
científicos demonstram que no período inicial da doença há uma oportunidade única para
influenciar o progresso da doença. O desafio para o médico é reconhecer os primeiros
sintomas e encaminhar precocemente.
Algumas das investigações realizadas são inespecíficas, podendo estar alteradas em várias
doenças:
50
K.FP.413.01
Fator Reumatóide: Deve ser requisitado em doentes com suspeita de terem AR, ou
seja, naqueles em que se encontrou artrite no exame objectivo. Este é positivo em 60-70% dos
doentes (e 5% da população normal). Pode ser positivo em outras doenças pelo que se deve
ter atenção à sua interpretação.
Anticorpo antinuclear (ANA): pode ser positivo em cerca de 30% dos pacientes com
AR
51
K.FP.413.01
Osteoporose:
A osteoporose é uma doença óssea sistémica, (i.e. generalizada a todo o esqueleto), que por si
só não causa sintomas, caracterizada por uma densidade mineral óssea (DMO) diminuída e
alterações da microarquitectura e da resistência ósseas que causam aumento da fragilidade
óssea e, consequentemente, aumento do risco de fracturas.
Se não for prevenida precocemente, ou se não for tratada, a perda de massa óssea vai
aumentando progressivamente, de forma assintomática, sem manifestações, até à ocorrência
de uma fractura.
Sintomas da Osteoporose
52
K.FP.413.01
Habitualmente não ocorrem sintomas clínicos de osteoporose antes da ocorrência de uma
fractura.
nesta fase, a micro-estrutura interna do osso pode já ter sofrido uma grande destruição
e a doença encontrar-se num estado bastante avançado;
após a primeira fractura , muitas vezes não diagnosticada, o risco de novas fracturas
aumenta, podendo ocorrer múltiplas fracturas vertebrais e consequente aumento da
morbilidade (i.e. das queixas e das perturbações associadas à doença) e da mortalidade;
Causas da Osteoporose:
K.FP.413.01
ou seja, as células que se encontram envolvidas no ciclo normal renovação (designada por
remodelação) do osso.
A perda de substância óssea torna-se tão acentuada que mesmo as actividades quotidianas
que implicam um esforço mínimo sobre os ossos podem provocar a sua fractura.
Osteoporose primária, quando não há uma patologia subjacente que justifique a sua
ocorrência. Resulta, em princípio, da diminuição de estrogénios após a menopausa e/ou da
aquisição insuficiente de massa óssea durante a fase de crescimento do indivíduo;
Osteoporose primária:
54
K.FP.413.01
Pelo aumento da reabsorção óssea
A perda de massa óssea é mais acentuada nos 3-6 anos após a menopausa. Após a perda
acelerada inicial, a perda óssea diminui lenta e gradualmente até aos valores verificados antes
da menopausa.
A perda óssea verificada nos primeiros anos após a menopausa tem a sua maior
repercussão ao nível do osso trabecular (osso constituído por finas lamelas que se
entrecruzam, dando a este tipo de osso uma textura esponjosa, ao mesmo tempo leve e
resistente ao choque) que existe predominantemente nas vértebras e punhos.
Por conseguinte, as primeiras fracturas osteoporóticas numa mulher tendem a ocorrer nas
vértebras ou nos punhos. Como a ocorrência duma fractura vertebral está associada a um
aumento significativo do risco de novas fracturas e da morbilidade que lhes está associada, é
importante a intervenção precoce para prevenção da primeira fractura vertebral.
Uma vez que as fracturas vertebrais são altamente preditivas do risco de fracturas futuras e
da morbilidade associada, é importante a intervenção precoce para prevenção da primeira
fractura vertebral.
Osteoporose secundária
Doenças genéticas,
Doenças gastrintestinais,
55
K.FP.413.01
Doenças auto-imunes (como a artrite reumatóide),
Deficiências nutricionais,
Distúrbios alimentares,
Alcoolismo,
De acordo com Brown JP e Josse RG os factores de risco major (mais importantes) para a
osteoporose são:
Terapêutica corticóide (cortisona) por via oral ou injectável com mais de 3 meses de
duração
Hiperparatiroidismo primário
Como factores de risco minor (menos importantes) para a osteoporose, os mesmo autores
indicam:
Artrite reumatóide
56
K.FP.413.01
História de hipertiroidismo clínico
Tabagismo (fumador)
Imobilização prolongada
57
K.FP.413.01
Atividades adaptadas aos idosos com problemas musculares e ósseas
O tratamento dos doentes deve ser sempre individualizado e deve ser realizado de forma
multidisciplinar. Idealmente, todos os pacientes deveriam ter acesso a uma equipa de
profissionais, incluindo médico de familia, reumatologista, enfermeiro, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, nutricionista, farmacêutico e assistente social. Sempre que necessário
serão pedidas colaborações com outras Especialidades Médicas.
Sempre que tiver dúvidas sobre algum tratamento deve colocá-las ao seu Reumatologista
Assistente. A sua adesão aos tratamentos adequados é fundamental para melhorar o
prognóstico da sua doença.
Medidas Gerais: Um estilo de vida saudável deve ser promovido nos doentes com AR.
A prática de exercício físico deve ser recomendada, mas sempre orientada pela equipa
médica. É aconselhada a realização de exercícios isotónicos e isométricos para fortalecimento
muscular e manutenção da função articular, assim como exercícios aeróbicos para otimização
do sistema cardiorrespiratório.
58
K.FP.413.01
Analgésicos: como por exemplo o paracetamol, ou analgésicos compostos
(paracetamol + tramadol, por exemplo) devem ser oferecidos a pessoas cujo controlo da dor
não é adequado, para reduzir potencialmente a sua necessidade de tratamento a longo prazo
com AINEs.
59
K.FP.413.01
Patologia dermatológica
A pele e o envelhecimento
O envelhecimento da pele é uma situação normal que ocorre devido ao aumento da idade e
que leva ao aparecimento de sinais como manhas escuras ou rugas, por exemplo.
Aparecimento de flacidez;
Geralmente, estes sinais de envelhecimento são mais comuns nas mulheres devido à
menopausa, mas podem ser retardados com alguns cuidados como passar creme hidratante
todos os dias.
Evitar lavar a pele com água quente porque agrava a pele seca;
60
K.FP.413.01
Aplicar protetor solar em pouca quantidade no rosto e no corpo diariamente para
evitar o escurecimento das manchas castanhas;
Evitar a exposição solar entre as 11h e as 16h pois o sol leva ao aparecimento ou
agravamento das manchas acastanhadas;
Beber pelo menos 1,5 L de água por dia para hidratar a pele.
61
K.FP.413.01
Fatores de risco e sintomas
O envelhecimento de uma pessoa está diretamente relacionado com os seus genes, hábitos
de saúde (positivos ou negativos), com o meio ambiente onde se insere (familiar e
profissional) e com o acumular de experiências de vida que tem tido.
Quando se é novo, existem poucas diferenças físicas entre um indivíduo e o seu grupo de
amigos. No entanto, quando as pessoas ultrapassam os 65 anos de idade, as diferenças são
muito maiores que as suas semelhanças: alguns poderão estar em plena forma física, ao passo
que outros poderão estar acamados e a sofrer de doenças crónicas.
Os genes são indicadores da saúde e da longevidade de uma pessoa, mas são apenas uma
pequena parte da história. Se os seus pais ou avós viveram relativamente bem até aos 90 anos
de idade, existem muitas possibilidades que você também venha a atingir esta marca, desde
que cuide corretamente do seu corpo.
62
K.FP.413.01
Por outro lado, se um pai ou uma mãe morrem de doenças cardíacas, o cancro da próstata ou
da mama, é possível que um filho esteja geneticamente predisposto a sofrer também de uma
destas doenças.
É de realçar que um homem sem predisposição genética para doenças cardíacas, pode ter
problemas coronários se fizer uma má alimentação como, por exemplo, uma dieta rica em
gorduras. Este tipo de regime alimentar entope as artérias que transportam o sangue do
coração e conduz ao estabelecimento de uma vida sedentária.
63
K.FP.413.01
Principais patologias:
Dermatite de contacto:
A dermatite de contacto é uma reação inflamatória que ocorre na pele devido à exposição
a um componente que causa irritação ou alergia. Erupção cutânea, coceira, vermelhidão e
descamação são sintomas comuns, mas não é contagiosa ou oferece risco de vida. Pode
aparecer logo na primeira vez em que entramos em contato com o componente; ou após
algum tempo de contato. O facto de ser agudo ou crónico dá-se pelo tempo de duração da
doença: mais de seis semanas é agudo e menos de seis semanas, crónico. Se um primeiro
contacto já der lesão é a dermatite de contacto por irritante primário; quando precisa de
mais de uma exposição, é chamado dermatite de contato alérgica.
64
K.FP.413.01
O tratamento da dermatite de contacto bem sucedido consiste basicamente em identificar
o que está a causar a reação. Se se pode evitar o agente agressor, a erupção geralmente
resolve-se. Medidas como compressas húmidas e cremes com propriedades anti-
inflamatórias podem ajudar a acalmar a pele e reduzir a inflamação.
Micoses:
65
K.FP.413.01
Tinea do corpo (“impingem”): forma lesões arredondadas, que coçam e se iniciam
por ponto avermelhado que se abre em anel de bordas avermelhadas e descamativas com o
centro da lesão tendendo à cura
Tinea da cabeça: mais frequente em crianças, forma áreas arredondadas com falhas
nos cabelos, que se apresentam cortados rente ao couro cabeludo nestes locais (tonsurados).
É muito contagiosa.
Tinea dos pés: causa descamação e coceira na planta dos pés que sobe pelas laterais
para a pele mais fina.
K.FP.413.01
Quando a micose atinge a pele ao redor da unha, causa a paroníquia (“unheiro”). O contorno
ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a
formação da unha, que cresce ondulada. Veja mais.
Parasitoses:
Em termos mundiais, os parasitas mais frequentes são os do grupo dos helmintas nemátodes,
principalmente o Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e os Ancilostomas.
67
K.FP.413.01
Existem poucos dados relativos à prevalência destas infeções em Portugal. Alguns estudos
do final da década de 80 e início de 90 sugeriam uma diminuição do número de casos,
relacionada com a melhoria das condições de higiene e sanitárias. Estudos mais recentes
continuam a mostrar uma importante redução da prevalência das parasitoses intestinais,
mantendo-se a Giardia lamblia como o parasita mais prevalente.
Com base nestes dados podemos estimar que em Portugal a taxa de parasitismo intestinal é
baixa, sendo devida principalmente a Giardia lamblia e alguns helmintas, dos quais o Trichuris
trichiura parece ser o mais prevalente.
É importante referir que existem mais de 100 tipos diferentes de parasitas intestinais, que
podem entrar no corpo através do nariz, da pele, dos alimentos, da água ou através de picadas
de insetos.
68
K.FP.413.01
contacto com outra que está infetada, ou com um brinquedo contaminado, e leva as mãos à
boca, os ovos dos parasitas podem entrar no organismo através do aparelho digestivo.
morar ou viajar para áreas geográficas onde os parasitas são mais comuns
A maioria das parasitoses intestinais é bem tolerada pelo paciente quando as suas defesas
são normais, evoluindo sem queixas ou apenas com sintomas gastrointestinais inespecíficos
(dor abdominal, vómitos e diarreia), frequentemente associados a perda de peso.
A infeção causada por cada parasita pode apresentar aspetos particulares que, em muitos
casos, permitem orientar o diagnóstico.
Por exemplo, no caso da parasitose causada por Giardia lamblia, a infeção pode ocorrer
sem quaisquer sintomas, ou com um quadro de diarreia aguda com ou sem vómitos e diarreia
crónica. A diarreia crónica associa-se frequentemente a sintomas de malabsorção intestinal
(fezes fétidas, flatulência, distensão abdominal), perda de apetite, má progressão no
crescimento, perda de peso ou anemia.
No caso da infeção por Ascaris lumbricoides, podem ocorrer também queixas inespecíficas de
dor ou desconforto abdominal e sintomas de malabsorção quando a infeção é prolongada. Na
fase de migração larvar pode haver envolvimento pulmonar, sob a forma de pneumonite
69
K.FP.413.01
transitória aguda, com febre e alterações laboratoriais, que pode ocorrer semanas antes das
queixas gastrointestinais.
70
K.FP.413.01
Cancro da pele:
O melanoma é uma neoplasia (cancro) cutânea, que tem origem na transformação maligna
dos melanócitos normais da pele.
Este tipo de neoplasia tem origem nos melanócitos que são um tipo de células cutâneas (da
pele), responsáveis pela produção de pigmento cutâneo - melanina.
Aqui encontra informação sobre o melanoma cutâneo, embora existam outros tipos em
outras localizações.
71
K.FP.413.01
A PELE
A principal função da pele é proteger o nosso organismo das lesões causadas pela luz solar,
funcionando também como primeira barreira de proteção contra feridas e infeções. Ajuda,
ainda, a regular a temperatura corporal, armazena água e gordura e intervém na produção de
vitamina D.
A pele é composta por duas camadas principais, a epiderme e a derme, que estão
separadas por uma membrana basal.
A epiderme, que é mais exterior, é composta por várias camadas ou estratos que contêm
diversos tipos de células.
Além dos queratinócitos, que são as células mais comuns, tem também na sua composição
melanócitos, células de Langerhans, células de Merkel e células inflamatórias.
A epiderme é mais espessa nas superfícies palmar (mãos) e plantar (pés) e menos espessa,
por exemplo, nas pálpebras.
A derme tem na sua composição vasos sanguíneos e linfáticos, folículos pilosos e glândulas
de diversos tipos. Algumas destas glândulas produzem suor, que ajuda a regular a
temperatura corporal, mantendo-a sensivelmente constante ou com poucas variações,
independentemente da temperatura exterior. Outras glândulas produzem sebo, uma
substância oleosa que contribui para a hidratação da pele. O suor e o sebo atingem a
superfície da pele, através dos poros, pequenos orifícios localizados na superfície da pele.
MELANÓCITOS E SINAIS:
Os percursores dos melanócitos (ou seja, as células que darão depois origem aos
melanócitos) iniciam o seu desenvolvimento durante o primeiro trimestre da vida fetal,
72
K.FP.413.01
migrando do seu local de origem para outras localizações nomeadamente meninges,
membranas da mucosa (oral, anal, retal, intestinal, etc...), esófago, globo ocular e pele.
O melanoma pode ter origem em qualquer uma destas localizações onde existem melanócitos,
embora o local mais frequente seja a pele. Neste caso, o melanoma tem origem nos
melanócitos presentes entre a junção da epiderme com a derme.
Quando a pele é exposta ao sol, os melanócitos são “ativados” e produzem mais pigmento,
fazendo com que a pele fique mais escura, bronzeada.
Os sinais da pele são bastante comuns. Podem ser rosados, castanhos claros ou escuros, ou
de uma cor muito parecida com o tom normal da pele. As pessoas com pele escura tendem a
ter sinais escuros.
Os sinais podem ser planos ou ter relevo/volume. A sua forma é, em geral, redonda ou
oval e normalmente têm menos de 1 cm de diâmetro (semelhante à borracha de um lápis).
73
K.FP.413.01
Psoríase:
Psoríase é uma doença autoimune de longa duração caracterizada por manchas na pele.
Estas manchas são geralmente avermelhadas, pruriginosas e escamosas. A gravidade é
variável, desde manchas pequenas e localizadas até ao revestimento total do corpo. Algumas
lesões na pele podem espoletar alterações psoriáticas nesse local, processo que se denomina
fenómeno de Koebner.
K.FP.413.01
desencadeada por fatores ambientais. Os gémeos verdadeiros são três vezes mais
suscetíveis de serem ambos afetados, quando comparados com gémeos falsos, o que sugere
que os fatores genéticos predispõem a pessoa para a psoríase.
Não existe cura para a psoríase. No entanto, existem vários tratamentos que podem
controlar os sintomas.
Estes tratamentos podem incluir pomadas corticosteroides, pomadas de vitamina D3, luz
ultravioleta e medicamentos imunossupressores como o metotrexa. Cerca de 75% dos casos
podem ser controlados apenas com o uso de pomadas. A doença afeta entre 2 e 4% da
população. Homens e mulheres são afetados com igual frequência.
A doença pode ter início em qualquer idade. A psoríase está associada a um maior risco de
desenvolver artrite psoriática, linfomas, doenças cardiovasculares, doença de Crohn e
depressão. A artrite psoriática afeta 30% das pessoas com psoríase.
Sinais e sintomas
Na maioria dos casos, apenas a pele é acometida, não sendo observado qualquer
comprometimento de outros órgãos ou sistemas. Em aproximadamente 30% casos há artrite
associada.
Como é uma doença que afecta a pele, órgão externo e visível, esta doença tem efeitos
psicológicos não negligenciáveis. Com efeito, como a forma como cada indivíduo se vê está
relacionada com a valorização pessoal numa sociedade que é, muitas vezes, mais sensível à
aparência exterior que a outras características da personalidade, o melhor cuidado a ter com
uma pessoa afectada por esta doença é dar-lhe apoio psicológico (ternura, carinho, afeto,
atenção...).
75
K.FP.413.01
Mais de 70% dos pacientes apresentam prurido moderado ou intenso. Comprometimento
articular atinge cerca de 25% dos casos. O abscesso de Munro pode ser visto em 60% dos
exames histopatológicos.[12] Mais de 70% relatam dores nas articulações e 30%
desenvolvem artrites.[13]
76
K.FP.413.01
Úlceras de pressão:
As úlceras por pressão (úlceras de decúbito, úlceras da pele) são lesões cutâneas que se
produzem em consequência de uma falta de irrigação sanguínea e de uma irritação da pele
que reveste uma saliência óssea, nas zonas em que esta foi pressionada contra uma cama, uma
cadeira de rodas, um molde, uma tala ou outro objecto rígido durante um período prolongado.
Causas:
A pele conta com uma rica irrigação sanguínea que leva o oxigénio a todas as suas
camadas. Se essa irrigação for interrompida durante mais de 2 ou 3 horas, a pele morre, a
começar pela sua camada externa (a epiderme). Uma causa frequente de irrigação sanguínea
reduzida na pele é a pressão. O movimento normal faz variar a pressão, para que a circulação
sanguínea não fique obstruída durante um longo período. A camada de gordura por baixo
da pele, especialmente sobre as saliências ósseas, actua como uma almofada e evita que os
vasos sanguíneos se tapem.
As pessoas que não podem mexer-se correm maior risco de desenvolver úlceras por
pressão. Este grupo compreende as pessoas paralisadas, muito debilitadas ou recluídas. São
também susceptíveis as que não são capazes de sentir incómodo ou dor, sinais estes que
induzem ao movimento. A lesão de um nervo (por uma ferida, uma pancada, diabetes ou
outras causas) diminui a capacidade de sentir dor. Um coma também pode diminuir esta
capacidade de percepção. As pessoas com desnutrição precisam da camada protectora de
gordura e a sua pele, privada de nutrientes essenciais, não se reconstitui correctamente. Além
disso, nestas pessoas o risco de desenvolverem úlceras por pressão aumenta.
Se a pressão interrompe o fluxo sanguíneo, a zona de pele privada de oxigénio de início fica
avermelhada e inflamada e, depois, ulcera. Embora a circulação sanguínea seja apenas
parcialmente interrompida, a fricção e outro tipo de dano da camada externa da pele podem
também causar úlceras. Roupas inapropriadas, lençóis enrugados ou a fricção dos sapatos
contra a pele podem contribuir para a lesionar. A exposição prolongada à humidade (muitas
77
K.FP.413.01
vezes por sudação frequente, urina ou fezes) pode danificar a superfície da pele, tornando
muito provável a úlcera por pressão.
Sintomas:
Habitualmente, as úlceras por pressão provocam uma certa dor e comichão e nas pessoas
com a sensibilidade afectada podem, inclusivamente, desenvolver-se úlceras graves e
profundas sem que se note dor.
As úlceras por pressão classificam-se por estádios. No estádio 1 a úlcera não está
realmente formada: a pele, intacta, está simplesmente avermelhada. No estádio 2, a pele está
avermelhada e inflamada (muitas vezes com bolhas) e a sua destruição começa nas suas
camadas mais externas. No estádio 3, a úlcera abre-se para o exterior através da pele,
deixando expostas as camadas mais profundas. No estádio 4, a úlcera estende-se
profundamente através da pele e da gordura até ao músculo. No estádio 5, o próprio músculo
78
K.FP.413.01
é destruído. No estádio 6, o mais profundo dos estádios da úlcera por pressão, vê-se até o osso
subjacente, danificado e por vezes infectado.
Quando a pele se rompe, a infecção converte-se num problema. A infecção retarda a cura das
úlceras superficiais e pode constituir uma ameaça mortal nas úlceras mais profundas.
Prevenção:
As úlceras por pressão são dolorosas e podem pôr em perigo a vida do paciente. Prolongam
o tempo de convalescença em hospitais ou centros de recuperação e aumentam o custo.
As saliências ósseas podem ser protegidas com materiais moles, como o algodão ou a lã
esponjosa. Podem-se pôr almofadas nas camas, nas cadeiras e nas cadeiras de rodas para
reduzir a pressão. A quem não se pode mexer sozinho, deve-se mudar a posição com
frequência; a recomendação habitual é fazê-lo de duas em duas horas e manter a sua pele
limpa e seca. Quem tem de passar muito tempo acamado pode usar colchões especiais (cheios
de ar ou de água). Para os pacientes que já apresentam úlceras por pressão em diferentes
partes do corpo, o uso de colchões de ar ou de espuma de borracha com relevo em forma de
«suporte para ovos» pode diminuir a pressão e proporcionar alívio. Os que têm muitas úlceras
por pressão profundas, podem precisar de um colchão com suspensão de ar.
Tratamento:
Tratar uma úlcera por pressão é muito mais difícil do que evitá-la. Felizmente, nas suas
primeiras etapas, as úlceras por decúbito costumam sarar por si só logo que se elimine a
79
K.FP.413.01
pressão sobre a pele. Melhorar a saúde geral tomando suplementos de proteínas e de calorias
pode ajudar a acelerar a cura.
Quando a pele rebenta, protegê-la com um parche de gaze pode ajudar a curá-la. As gazes
cobertas com vaselina têm a vantagem de não se colarem à ferida. No caso de úlceras mais
profundas, o uso de ligaduras especiais que contêm um material gelatinoso pode favorecer o
crescimento de pele nova. Se a úlcera parecer infectada ou supurar, enxaguá-la, lavá-la
suavemente com sabão ou usar desinfectantes como o iodopovidona pode eliminar o material
infectado e morto. No entanto, limpá-la friccionando-a demasiado pode atrasar a cura. Por
vezes, o médico precisa de eliminar (desbridar) a matéria morta com um escalpelo (ou
bisturi). Em vez deste podem ser utilizados agentes químicos, mas regra geral o seu efeito não
é tão completo como o que se obtém utilizando o escalpelo.
As úlceras por pressão são difíceis de tratar. Alguns casos requerem o transplante de pele
sã para a zona danificada. Infelizmente, este tipo de cirurgia nem sempre é possível,
especialmente nas pessoas de idade, frágeis, que manifestam desnutrição. Acontece com
frequência, quando uma infecção se desenvolve no mais profundo de uma úlcera, serem
administrados antibióticos. Os ossos situados por baixo de uma úlcera podem infectar-se;
esta infecção (osteomielite) é extremamente difícil de curar, pode passar para a corrente
sanguínea e propagar-se a outros órgãos, tornando necessário o tratamento com um
antibiótico durante muitas semanas.
80
K.FP.413.01
Uma vez que os acamados passam grande parte do dia deitados, é importante garantir o
seu conforto e higiene, ambas igualmente importantes na prevenção de escaras. Opte sempre
por lençóis 100% algodão que, para além de combaterem a transpiração, podem ser lavados a
temperaturas elevadas.
Para evitar as escaras num acamado, é crucial que os lençóis sejam mudados diariamente e
que estes se mantenham sempre esticados – para além de serem incómodos para uma pessoa
acamada, os lençóis enrugados podem limitar a circulação e contribuir para a formação de
escaras.
Uma das coisas mais importantes que podem ser feitas para evitar as escaras num acamado
é a constante alteração da sua posição. Uma pessoa acamada deve mudar de posição (ou ser
ajudada a mudar de posição) de duas em duas horas. No caso de estar sentado numa poltrona
ou cadeira de rodas, tente mudar de posição a cada 15 minutos.
81
K.FP.413.01
As escaras têm uma maior tendência para se desenvolverem nas zonas mais ossudas do
corpo, ou seja, para prevenir, é importante estar atento às seguintes áreas: calcanhares, ancas,
cóccix, omoplatas, costas, joelhos e nuca.
Se verificar a existência de uma ou mais escaras no acamado, é crucial que sejam tratadas
imediatamente, de forma a prevenir infeções. As escaras devem ser limpas com água e sabão
ou uma solução antissética, seguida da aplicação de uma pomada antibiótica e depois tapadas
com gaze esterilizada. Se, após uma semana, a ferida não estiver cicatrizada, se a zona
adjacente estiver sensível, vermelha ou inchada ou se a pessoa se queixar de dores, consulte o
seu médico.
Existe já uma grande variedade de equipamento anti-escara que pode ser extremamente
benéfico para uma pessoa acamada. As almofadas anti-escara, os colchões anti-escara e os
diferentes apoios localizados anti-escara (específicos para determinadas partes do corpo)
82
K.FP.413.01
foram concebidos de forma a reduzir ou eliminar a pressão das zonas mais suscetíveis à
formação de escaras, assim como para o alívio de escaras já existentes.
Banho diário com água morna e sabonetes suaves: Deve-se evitar o uso de água
muito quente e sabonetes agressivos, pois podem ressecar a pele e piorar a inflamação.
Sabonetes de cores neutras, sem perfume e sem antibacterianos são mais indicados.
Não esfregar a pele e utilizar roupa de algodão folgada: Deve-se evitar o uso de
esponjas, toalhas ou outros utensílios durante o banho para friccionar a pele, pois acabam
ressecando a superfície cutânea. Deve-se lembrar que o trauma pode produzir novas lesões de
psoríase, bem como facilitar a penetração de microrganismos na pele. Deve-se utilizar roupas
100% de algodão, folgadas, para evitar a fricção com a pele. Elas devem ser lavadas com
detergente suave, sem perfume.
Hidratantes e protetor solar ajudam a prevenir novas lesões. Devem ser utilizados
cremes hidratantes sem perfume em todo o corpo, logo após o banho e várias outras vezes ao
dia.
83
K.FP.413.01
Drogas em geral, como o tabaco, o álcool, drogas injetáveis, betabloqueadores (anti-
hipertensivos), antimaláricos e alguns antiinflamatórios e certos analgésicos devem ser
evitadas.
Deve-se evitar variações climáticas bruscas e informar sempre sua doença e que remédios
utiliza quando em consulta médica ou odontológica para que cuidados sejam tomados pelo
profissional.
Vários tipos de alívios temporários estão disponíveis e sua eficácia varia dependendo do
caso. A psoríase não tem um curso previsível, cada caso tem o seu próprio curso. É uma
doença crónica, para toda a vida e o paciente deve aprender a conviver adequadamente com a
doença, controlando-a de forma a levar sua vida normalmente.
84
K.FP.413.01
Patologias crónicas
O envelhecimento faz parte natural do ciclo da vida. É, pois, desejável que constitua
uma oportunidade para viver de forma saudável, autónoma e independente, o maior tempo
possível.
O envelhecimento deve ser pensado ao longo da vida. O ideal é, desde cedo, ter uma
atitude preventiva e promotora da saúde e da autonomia na velhice.
Uma boa saúde é essencial para que as pessoas mais idosas possam manter uma
qualidade de vida aceitável e possam continuar a assegurar os seus contributos na sociedade.
85
K.FP.413.01
Pessoas idosas activas e saudáveis, para além de se manterem autónomas, constituem um
importante recurso para as suas famílias, comunidades e até para a economia do país.
Mas isso não significa, necessariamente, que se tornem incapazes de lidar com a sua
evolução ou que não possam prevenir o aparecimento de complicações.
86
K.FP.413.01
Principais patologias:
Diabetes:
Que tipos de diabetes existem?
- Diabetes Tipo 1
- Diabetes Tipo 2
- Diabetes Gestacional
Existem outros tipos de diabetes além do Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional, mas esses ocorrem com
muito menor frequência. São eles:
Diabetes Tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults): costuma ser confundido
com a diabetes do tipo 2. A maior incidência concentra-se em pacientes entre 35 e 60 anos. A
manutenção do controle de glicemia é o principal objetivo do tratamento do portador de
diabetes tipo LADA. Um aspecto que deve ser levado em conta, refere-se à progressão para a
necessidade de terapia com insulina.
Diabetes tipo MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young) que afecta adultos jovens
mas também adolescentes e crianças. Apresentam-se com características de diabetes tipo 2 e
são causadas por uma mutação genética que leva a uma alteração da tolerância à glucose.
87
K.FP.413.01
Diabetes Associado a Poliendocrinopatias Auto-Imunes
Estas pessoas com Diabetes necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida porque
o pâncreas deixa de a poder fabricar. A causa desta Diabetes do tipo 1 é, pois, a falta de
insulina e não está directamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação errados,
ao contrário do que acontece na diabetes Tipo 2.
88
K.FP.413.01
É, sem dúvida, o tipo mais comum de Diabetes. É causada por um desequilíbrio no
metabolismo da insulina.
Embora tenha uma forte componente hereditária, este tipo de Diabetes pode ser
prevenido controlando os fatores de risco modificáveis.
Contudo, quase metade destas grávidas com Diabetes virão a ser, mais tarde, pessoas com
Diabetes do tipo 2 se não forem tomadas medidas de prevenção.
Existem alguns tipos de Diabetes que não se enquadram em nenhuma das categorias
anteriores, e que são pouco frequentes.
89
K.FP.413.01
São causados por alterações conhecidas como defeitos nas células beta, alterações na ação da
insulina, doenças do pâncreas, endocrinopatias diversas, entre outros.
Colesterol:
O colesterol é uma substância que o nosso organismo consegue produzir e que circula no
sangue. É necessário a várias funções vitais, como a produção de vitaminas, hormonas e faz
parte das paredes das células. Mas quando está em excesso no sangue torna-se perigoso e
pode aumentar o risco de vir a desenvolver doenças cardiovasculares.
Sabia que em Portugal cerca de 70% da população adulta tem o colesterol elevado? Ou
seja, 2 em cada 3 portugueses têm o colesterol elevado. Já pensou se é um deles?
O colesterol é transportado pelo organismo por uma proteína. A combinação destes chama-se
lipoproteína. Existem dois tipos: HDL e LDL
90
K.FP.413.01
Lipoproteína de baixa densidade (LDL), é conhecida como o “mau colesterol”. É prejudicial
para a saúde do seu coração. Transporta o colesterol do fígado para os tecidos do seu corpo.
Se houver demasiado LDL ou “mau colesterol” no seu corpo, ele pode acumular-se nas suas
células e na parede das artérias.
Saber quais são os valores do seu colesterol HDL e LDL é o principal passo para poder adotar
um estilo de vida saudável para o seu coração. Pode conhece-los fazendo uma simples análise
ao sangue.
Diversos estudos sugerem que o mais importante é que o nível LDL seja inferior a 115 mg/dl.
Deve procurar, também, ter o nível de colesterol total abaixo de 190 mg/dl. O nível de HDL
deve ser superior a 35 mg/dl nos homens e superior a 45 mg/dl nas mulheres.
Uma ingestão elevada de gordura saturada e de gorduras trans são uma das principais
responsáveis por ter o colesterol elevado, embora hajam muitos outros fatores que também
contribuem para os níveis elevados de colesterol no sangue:
Hereditariedade
91
K.FP.413.01
Fumar
Idade
Diabetes
Etnia
Hipertensão arterial:
A circulação do sangue, que tem por destino chegar a todos os tecidos e células do
organismo, implica que haja alguma pressão sobre as paredes das artérias. Esta pressão, que é
normal e até essencial para que o sangue atinja o seu destino, é a chamada “tensão arterial”.
Existem, no entanto, uma série de factores — de ordem genética ou ambiental — que podem
fazer com que esta pressão sobre as paredes das artérias aumente em excesso. Estamos,
então, perante um cenário de hipertensão.
Exactamente por existir uma percentagem tão elevada de doentes cuja hipertensão não é
controlada ou corrigida, é que a HTA é um dos principais factores de risco no aparecimento de
doenças cardiovasculares.
92
K.FP.413.01
Imagine que as suas artérias são como mangueiras: em estado saudável, o sangue flúi com
facilidade pelo seu interior, não encontrando qualquer obstáculo ao longo do trajecto que
percorre até às células.
Numa primeira fase, o aumento muscular cardíaco não representa qualquer problema.
Contudo, com o passar do tempo, esta hipertrofia pode levar a insuficiência cardíaca, angina
de peito ou arritmia.
Uma vez que a hipertensão arterial geralmente não tem sintomas, controle os níveis da
pressão arterial com regularidade.
No caso de adultos saudáveis, recomenda-se a medição da pressão arterial, pelo menos uma
vez por ano.
A prática de uma actividade física regular consegue, em muitos casos, uma descida
significativa dos níveis da tensão. Escolha exercícios que compreendam movimentos cíclicos
(como a natação, a marcha, a corrida ou a dança) e evite esforços físicos bruscos (por
93
K.FP.413.01
exemplo, levantar pesos ou empurrar objectos pesados) que aumentam a pressão arterial
durante o esforço.
Deixe de utilizar sal de mesa (se ainda o faz) e substitua-o por condimentos alternativos, como
ervas aromáticas ou sumo de limão. Evite também todos os alimentos naturalmente salgados
ou aos quais tenha sido adicionado sal durante a sua preparação: caso dos enchidos,
enlatados, comidas pré-preparadas, aperitivos ou águas minerais com gás. Evite as
bebidas alcoólicas e, se tem excesso de peso, procure reduzi-lo através de uma dieta
moderada.
94
K.FP.413.01
Bibliografia e Webgrafia
KEROUAC, Suzanne – El pensamento enfermeiro. Barcelona: Masson, 1996. ISBN 84-
4580365-4.
LOFF, Ana Margarida – Relações Interpessoais. Enfermagem em Foco. Lisboa: SEP. N.º
13, Ano IV (Nov./Jan. 1994), p. 56
95
K.FP.413.01