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Livro - Unidade 4

Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA Impresso por: Renan andrade


Curso: Dificuldades de Aprendizagem Data: terça, 8 mar 2022, 14:42
Livro: Livro - Unidade 4
Índice

1. Aula 1- Introdução

2. Aula 2 - O Fracasso Escolar

3. Aula 3 - A culpa é da avaliação?

4. Aula 4 - Atribuindo culpa à Escola

5. Aula 5 - O professor, a autonomia do aluno com dificuldade de aprendizagem, a culpa do fracasso escolar
5.1. Aula 5 - O professor, a autonomia do aluno com dificuldade de aprendizagem, a culpa do fracasso escolar

6. Aula 6. Atribuindo culpa à Família

7. Resumo
1. Aula 1- Introdução

O fracasso escolar se configura atualmente como um problema social que vem afligindo os sistemas escolares em todos os níveis e tem
trazido problemáticas à pessoa com dificuldades de aprendizagem, à escola e às famílias.

A escola e a família, aparentemente, tem se colocado à disposição para a superação dos problemas que levam ao fracasso escolar, seja pela
busca incessante dos pais por um atendimento de profissionais que saibam lidar com o problema ou por medidas do próprio sistema
educacional a partir de medidas como a reestruturação organizacional a partir da legislação, de programas de incentivo a leitura, escrita e ao
cálculo.

Um dos grandes fatores que tem levado nas últimas décadas a busca por novas formas de lidar com este problema é devido às taxas de
evasão e reprovação que estão com alto nível, principalmente nas séries finais do ensino fundamental e nos anos iniciais do ensino médio.
Com isso, programas governamentais tem sido implantados e implementadas com a intenção de dar subsídios à escola para a superação
desses níveis tão negativos, influenciado diretamente nas formas de avaliação, nos direcionamentos das ações escolares, na prática do
professor e na busca pela autonomia do aluno.

Porém, apesar dessa busca por melhores condições e para se evitar o fracasso escolar, ao se investigar como se dá a aprendizagem de
uma pessoa com dificuldades de aprendizagem e porque muitas dessas crianças apresentam em seu histórico o fracasso escolar,
devemos buscar a origem do problema, o que afinal leva alunos a desistirem ou a ter dificuldades em aprender e, afinal questionar: de quem é
a culpa?
2. Aula 2 - O Fracasso Escolar

O fracasso escolar tem sido um fantasma na vida de muitas crianças e adultos que apresentam transtornos que causam prejuízos
à aprendizagem, pois sem dúvida o fracasso ele causa sofrimentos e traz grandes consequências a vida acadêmica e social.Pais,
professores e cientistas têm demonstrado cada vez mais preocupação ao ter que lidar com o fracasso escolar por isso, tentam chegar a uma
ou algumas formas de lidar com esta situação.

Segundo Cordié (1996 apud BOSSA 2001 p.18) o fracasso escolar tem suas raízes históricas no século XIX quando a escolaridade passou a
ser obrigatória por conta das questões econômicas e estruturais. Cordié (1996 apud BOSSA 2001 p.18) ressalta que não é apenas o as
exigências da sociedade moderna que causa os transtornos de aprendizagem, “mas um sujeito que expressa seu mal-estar na linguagem de
uma época em que o poder do dinheiro e o sucesso social são valores predominantes” sofre a pressão social e, a este sujeito que sofre com
as exigências e pressões sociais tem apenas a escola como um espaço de escape. Fracassos escolares sucessivos podem causar ao aluno
vínculos negativos com a aprendizagem, a desmotivação para aprender e sérios problemas na autoestima, o aumento crescente dos
problemas de aprendizagem e a formação precária dos alunos e, de maneira geral problemas crônicos no sistema educacional (BOSSA,
2001).

Mas, de quem é culpa do fracasso escolar? Do aluno que é desinteressado? Dos transtornos de neurodesenvolvimento e suas origens em
fatores hereditários, genéticos e suas associações às causas neurológicas? Da escola, que se exime em desempenhar seu papel de educar?
Das políticas públicas que não são implementadas? Da família que se esquece de sua obrigação em educar? Ainal, de quem é a culpa? 
3. Aula 3 - A culpa é da avaliação?

A educação segundo uma concepção pedagógica tradicionalista é encarada como transmissão e memorização de
informações preconcebidas e o aluno (Figura 1) e visto como simples receptador destas informações contrapondo a famosa educação
bancária tão criticada por Paulo Freire, mas que continua presente nos dias atuais.

A avaliação, nessa concepção é associada a “fazer prova”, “tirar nota”, “passar de ano” etc. Muitos professores imbuídos desta concepção
veem na avaliação uma arma de tortura para alunos indisciplinados.

Segundo Haidt (2002), com a modernização da sociedade e da escola, surge uma concepção pedagógica que possui uma visão
bastante diferente, em que a educação deverá ser concebida a partir da vivência de experiências múltiplas e, variadas tendo em vista o
desenvolvimento da motricidade, da cognição, das questões afetivas e sociais do educando. Haidt (2002) airma que o educando não é mais
apenas um receptador de informações, e sim, se mostra um ser ativo e também dinâmico, que participa da construção de seu próprio
conhecimento.

Portanto, a partir dessa visão de educação, o conceito de avaliação também assume outros moldes, ela não é mais atribuição de notas, mas
sim de verificar em que medida os alunos estão alcançando os objetivos propostos para o processo ensino-aprendizagem, sendo que “tais
objetivos se traduzem em mudança e aquisição de comportamentos motores, cognitivos, afetivos e sociais” (HAIDT, 2002, p. 287).

A avaliação, nesse sentido, assume um caráter orientador e cooperativo, pois como airma Haidt (2002, p.287), ela “ajuda o aluno a
tomar consciência de seus avanços e dificuldades, para que ele possa progredir na construção do conhecimento”. Daí a afirmação de que “a
educação renovada não mudou apenas os métodos de ensino, mas também a concepção de avaliação” (HAIDT, 2002, p.14).Haidt (2002)
afirma que a avaliação tem a função não apenas de avaliar os alunos como também o desempenho do professor como relexo do que a turma
aprendeu, mas também tem outros propósitos: conhecer os alunos, os conhecimentos prévios da turma que servirão de base para o trabalho
do professor, verificando o que precisará ser retomado antes dos novos conteúdos, e ainda, determinar o trabalho antes dos novos conteúdos
e analisar se o aluno progrediu ou não; identificar as dificuldades de aprendizagem e suas possíveis causas, natureza cognitiva,
afetiva, emocional, social, afim de superá-las e, perceber se os objetivos propostos para o processo ensino aprendizagem foram ou não
atingidos em uma avaliação formativa, que visa demonstrar se os alunos já conseguiram assimilar e aquilo que lhes falta para uma
aprendizagem completa.

A avaliação formativa proporciona ao professor dados para que possa aperfeiçoar sua prática e adequá-la à necessidade do aluno; e ao
discente oferece dados sobre seu progresso e suas dificuldades.

Este fator remete a outra função, que é fazer parte do aperfeiçoamento do processo ensino aprendizagem, visto que desta forma o
professor poderá com maior segurança adequar os métodos e técnicas ao perfil da classe, atendendo suas necessidades. A avaliação
formativa deverá ser realizada com harmonia com a avaliação somativa, a qual tem função classificatória, proporciona comparação,
competição e seleção, a unidade das duas buscas além da  promoção dos alunos de uma classe à outra, a internalização dos conteúdos.

Para o professor Gadotti (1990, p. 7) “refletir é também avaliar, avaliar é também planejar, estabelecer objetivos” etc., ou seja, há uma
relação entre avaliação e objetivos previamente estabelecidos. Para o autor, avaliação é uma questão política.

A avaliação, de forma ampla, é um meio para se comprovar a efetivação ou não dos objetivos pré-estabelecidos pelo docente em seu plano
de ensino, a im de nortear a sua prática e o verdadeiro aprendizado dos alunos. Logo, é inevitável que objetivos e avaliação estejam
intimamente ligados no processo educativo.

Ao se estabelecer objetivos se torna mais claro o que avaliar e como avaliar o aprendizado. O professor não pode de forma alguma cobrar
de seus alunos algo que não fez parte desse processo, pois estaria fugindo dos verdadeiros  propósitos da avaliação.

Segundo Gadotti (1990), a avaliação também se constitui como uma questão política. Ele assim afirma no sentido de poder servir como
um instrumento de poder, de julgar. Isso se vê em sala de aula quando uma nota serviu para comparar os alunos: aqueles que atingiram notas
mais altas são os mais inteligentes, merecem maior atenção do professor e dos colegas; e aqueles que conseguiram notas baixas da média
são julgados os piores, problemáticos, sem solução e desprezados pelos colegas e muitas vezes pelo próprio professor. Ou ainda, vê a
avaliação como instrumento de crescimento qualitativo para ambos, professor e aluno, pois a partir dela as falhas e os acertos ficam mais
evidentes, deixando mais explícito o que deve ser melhorado, abandonado, pondo em prático a partir do ponto de vista do outro.

Afinal, quando o professor avalia o aluno ele também está se avaliando, pois de certa forma o aluno reflete a postura, os ensinamentos,
os conteúdos, as atitudes do professor.
4. Aula 4 - Atribuindo culpa à Escola

A escola, como instituição social e representante da ideologia do estado cobra mais do que oferece um espaço para uma
aprendizagem significativa, conduzindo o aluno a apresentar problemas de aprendizagem resultantes não de transtornos do
neurodesenvolvimento, mas advindos de um planejamento pedagógico que não foi pensado para atender suas necessidades educacionais e
que apenas visa cumprir a demanda de conteúdo.

A escola, em seu papel de instituição responsável pela vida acadêmica, tem se omitido no cumprimento de seu papel, preferindo atribuir
ao aluno e aos transtornos do neurodesenvolvimento a culpa pelo fracasso escolar.

Este espaço que tem como meta a promoção de melhores condições da vida tem falhado ao dar mais ênfase aos resultados do que ao
processo como um todo. Seja na falta de recursos lúdicos na educação, quer seja na organização dos horários apertados nos ensinos
fundamental e médio, a escola tem se proposto apenas enxergar os resultados que serão obtidos ao i m de cada semestre letivo, atribuindo
conceitos e notas que muitas vezes não correspondem ao verdadeiro desempenho e potencialidades do aluno.

A escola é cúmplice das notas baixas e dos problemas na aprendizagem que muitos alunos têm apresentado
quando se fala de causas relacionadas ao ambiente, pois é a partir de suas ações que o aluno desempenha o seu
papel de discente, de sujeito que aprende.

Porém, esta instituição social não pode ser culpada por todas as suas ações sem antes se analisar a situação do
sistema educacional como um todo.O fracasso escolar é visto atualmente como um problema (Figura 2) crônico
existente no sistema educacional, principalmente no Brasil onde as taxas de evasão escolar se tornam cada vez
mais problemáticas, em que no ano de 2013, nos anos iniciais do ensino fundamental a cada 100 alunos, 15
estavam com atraso escolar em 02 ou mais anos (Inep, 2013.Organizado por MERITT, 2014.).

Apesar de ter alcançado na rede pública a meta proposta, o Ideb (2013) não obteve êxito total nas taxas de
aprendizado em nenhuma das etapas escolares e deve garantir formas de proporcionar educação de qualidade
aos alunos.

Bossa (2001, p. 18) ao comentar sobre a educação brasileira lembra que “o sistema escolar ampliou o número de
vagas, mas não desenvolveu uma ação que o tornasse ei ciente e garantisse o cumprimento daquilo que se
propõe, ou seja, que desse acesso à cidadania”.
5. Aula 5 - O professor, a autonomia do aluno com dificuldade de
aprendizagem, a culpa do fracasso escolar

Concentrando-se não somente na ênfase de ensinar por ensinar, encontramos em Freire (2004), a consistência de uma pedagogia
voltada para o saber sobre as verdadeiras necessidades da prática educativa (Figura 3) para lutar contra o fracasso escolar.

Dentro de uma perspectiva verdadeira de ensinar para formar cidadãos, pauta-se a pedagogia da autonomia direcionada ao aluno, este na
visão de Freire (2004) não é apenas uma tábula rasa ou um mero receptor que deve ser alienado pela ideologia dominante e receber toda a
autoridade do professor como se ele detivesse todo o saber.

A humanidade vai caminhando a partir de uma educação direcionada ao autoritarismo, à hierarquia e a corrida da sociedade para lugar
algum.

Nesta visão é que se encaixa a necessidade de uma educação voltada para a caminhada – em conjunto – da docência com a discência,
onde não pode ser aceitável a crença que ensinar é transferir conhecimento e, sem dúvida ensinar deve tornar-se uma especificidade
humana.

Aqui nos restringiremos a partir destas afirmações, ao ponto de que ensinar não é transferir conhecimento e sim, dar possibilidades
ao educando quanto ser autônomo e possuidor de conhecimentos. Afinal, antes de qualquer formação ou vivência escolar o aluno tem uma
cultura ao chegar à escola que é diferente do professor, mas esta não é “pior, ou melhor,”.

Ao professor, segundo Freire (2004), cabe educar para a consciência, e nunca propor apenas a sua visão como a única, a verdadeira e
correta. O aluno deve sempre ter autonomia para escolher o caminho a seguir (Filme: Escritores da Liberdade).
5.1. Aula 5 - O professor, a autonomia do aluno com dificuldade de
aprendizagem, a culpa do fracasso escolar

O educador deve sempre compreender que é um ser inacabado, predisposto ao erro, que tem suas falhas e suas potencialidades
também, contudo não é o dono do saber, por esta razão é que deve sempre buscar a transformação. Ele deve reconhecer que está
condicionado, às questões que a sociedade o impõe, pois por mais que acredite que se mantém distante das questões ideológicas, o docente
sempre está envolvido, mesmo que subjetivamente, aos aspectos ligados à política, a economia e a todas as variáveis que são coordenadas
pelo estado.

Em situações de alunos com dificuldades de aprendizagem, faz-se necessário ao educador que ele tenha bom senso para tentar intervir e
ajudar o aluno em seu déficit, pois como cita Freire (2004) sobre sua própria perspectiva quanto educador:

É o meu bom senso que me adverte de que exercer a minha autoridade de professor na classe, tomando decisões, orientando atividades,
estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo, isto não é sinal de autoritarismo de minha parte. É a minha
autoridade cumprindo o seu dever (FREIRE,2004, p. 61). É, exatamente, nesta autoridade citada por Freire (2004), que o educador deve
permanecer e que deve entender que não é só ser o “chefe” da sala, é exercer a autoridade mais sem perder a visão e a postura
de conselheiro, de orientador, é por o ato de educar como um ato de amor e de orientação, possibilitando um espaço facilitador de
aprendizagem para aqueles alunos que sofrem por conta de suas dificuldades de aprendizagem e problemas de evasão e fracasso escolar.

Apesar do espaço de trabalho educacional encontrar-se tão sucateado, o educador não deve perder a compostura da profissão tão
espetacular e difícil que ele deve exercer. Contudo, há sim lutas, pois “ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos
educadores” (FREIRE, 2004, p. 74).

É a partir da proposta desta visão de lutas e pelo designo que a profissão de professor traz, é que ele deverá propor situações de
aprendizagem facilitadoras a partir da realidade do aluno, propondo as razões educativas a partir do lado substantivo dos objetivos a serem
apreendidos.

A educação direcionada a alunos com transtornos de aprendizagem deverá estar disponível para exercer sua função durante o ato
de aprender, pois este se deve por conta da construção da revisão dos conhecimentos. Afinal, como cita Freire (2004, p.69), “aprender
para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito”.

Contudo, como afirma Freire (2004) esta relação de apreender e aprender exige do educador alegria, esperança e disposição. A alegria deve-
se ao ato de gerir uma educação que se torne saborosa tanto para o educando que se encontra com limitações significativas na
aprendizagem quanto para ao educador, que tem um grande desafio em sua ação.

Já, a perspectiva da esperança relaciona-se a questão que tanto aluno quanto professor deverão ter prazer no desenvolvimento do
ato educacional, seja na produção, no aprendizado ou na busca por novos conhecimentos. A esperança é o centro que guia o homem quanto
ser social e ao mesmo tempo subjetivo, é a esperança que guia o homem para desejar um futuro “melhor”, ou que até mesmo dá ao homem
a perspectiva que não vai conseguir caminhar mais alguns metros até chegar aos seus objetivos. Ter esperança é, fundamentalmente,
acreditar que a mudança é totalmente relevante e que ela é sempre possível, apesar de algumas falhas no sistema educacional e nos
próprios atos dos próprios professores.

Mas, não há esperança e mudança se o ato educativo não despertar curiosidade tanto no agente, quanto no paciente da relação. É aqui que a
criatividade do professor deve manter-se em ascensão, para poder dar solidez às necessidades, dúvidas e impasses que vão sendo
criadas na mente do educando com dificuldades de aprendizagem. Estas, o levarão a querer descobrir mais sobre um determinado assunto
que foi proposto nas atividades nas aulas. Se o professor assumir uma postura de renúncia de suas próprias versões e começar a dar mais
espaço para que o aluno trabalhe, certamente ele adquirirá autonomia para verbalizar suas curiosidades que foram excitadas pelo
conhecimento recebido a partir de determinado assunto.

Compreendemos então, que uma pedagogia voltada para a autonomia do aluno com dificuldade de aprendizagem e do professor que
busca ser um facilitador, só poderá ser verdadeira se partir da premissa de que todos são agentes da sociedade e que são capazes de
transformá-la partindo das construções realizadas no ato de ensinar.

A partir destas construções, e de outros aspectos fundamentais do “ensinar é [....]”, é que Freire (2004) vai despertando um sentimento
de propor a conscientização em cada um dos educadores que se propõe ao verdadeiro ato de excitar os alunos a ver e a construir seu
mundo, partindo do pressuposto que a todos tem autonomia para transformar a sociedade a partir da transformação de sua própria mente e
do despertar para as questões sociais.
6. Aula 6. Atribuindo culpa à Família

A família, como instituição formadora, busca em sua raiz preparar o sujeito para as vivências que fazem parte da
sociedade, visto ser nela o ambiente em que o sujeito recebe os primeiros ensinamentos e observa os ensinamentos
dos adultos. Moreno e Sastre (2002) explicam que os fundamentos éticos que governam a pessoa são estabelecidos
nesta instituição social. A influência da família é algo profundo, duradouro e que contagia todo o ser.

A família transmite ao sujeito a base de toda a sua formação, orientando as escolhas que deverão tomar a cada nova
situação que lhe é proporcionada nas relações sociais em que ele está contido mesmo que de forma informal e
intuitiva.

Moreno e Sastre (2002) afirmam que: “a família é um agente transmissor de valores sociais”, devido a essa condição
de se relacionar e restabelecer, a cada nova situação, tornando o que é espontâneo em uma ação formalizada e o que
é intuitivo em algo sistemático.

As famílias (Figura 4) desempenham um papel fundamental para a formação do indivíduo, para seu desenvolvimento
e aprendizagem. Nas relações familiares é que se aprende desde o início ações que despertaram o interesse para o
estudo, por exemplo.

É importante ressaltar que as escolas com melhores resultados são, normalmente, aquelas que conseguem criar as
condições propícias a uma colaboração das famílias na vida escolar (NÓVOA, 1992). É preciso romper, de uma vez por todas, com a ideia de
que as escolas pertencem à corporação docente e não a sociedade.

Entre as dificuldades encontradas pelos professores a ausência da participação dos pais nas reuniões de pais e mestres para integração
da família com as atividades escolares, bem como o acompanhamento do rendimento escolar dos seus i lhos e discussão de problemas
pertinentes à comunidade escolar.

Os pais, enquanto grupo interveniente no processo educativo, devem apoiar ativamente, às escolas e participar na elaboração do conjunto de
decisões que lhes dizem diretamente respeito. Numa perspectiva individual, os pais podem ajudar a motivar e a estimular os seus
filhos, associando-se aos esforços dos profissionais do ensino.

A família participante é um fator primordial para o êxito do processo de aprendizagem da criança com dificuldade de aprendizagem.
Este processo deve ser contínuo, seguido de forma estruturada e organizada.

O fator psicológico segundo Guerra (2007, p.208) interfere na aprendizagem, pois ao expor uma criança a uma situação de um ambiente
familiar agressivo ou mesmo colocá-la em uma situação que gere insegurança, com muitas mudanças “o seu cérebro estará processando os
estímulos gerados por essas mudanças de forma a produzir um comportamento que a adapte melhor às situações vividas, que chamaremos
de risco”.

Carvalho e Guerra (2010, p.328) ressaltam que “a identificação da dificuldade de aprendizagem possibilita o reconhecimento de problemas
que, mesmo não apresentando solução definitiva, permite encaminhamento e intervenção adequados pela equipe multidisciplinar”.

Os autores enfatizam que estão incluídos neste grupo a escola e a família, ambas tem o papel de acompanhar o desenvolvimento da criança,
buscando superar os transtornos de aprendizagem.
7. Resumo

Nesta unidade, estudamos que as causas do fracasso escolar têm sido analisadas a partir dos prejuízos que ele proporciona a pessoa
com dificuldades de aprendizagem. Porém, observamos que cada um dos meios em que o aluno está inserido, é de certa forma responsável
pelo baixo rendimento escolar e pelos problemas na vida social e acadêmica.

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