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Poços de Caldas
2019
Ilzia Rita Correia
Patrícia Antônia de Almeida
Poços de Caldas
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
COMISSÃO EXAMINADORA
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Orientadora
Renata Christian de Oliveira Pamplin
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Orientador
Fabio Riemenschneider
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Prof. banca
Instituição
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Prof. banca
Instituição
Agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.
A meus pais, Sebastiana Zétula de Almeida e Valter Aparecido de Almeida, e
família pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
A universidade UEMG, seu corpo docente, direção e administração, que
oportunizaram a janela para que eu vislumbrasse o novo horizonte superior, elevado
pela confiança em acreditar no mérito e ética a todos que me ajudaram nesta minha
caminhada.
As escolas que me concederam o privilégio de exercer meu estágio para
exercer a prática da educação.
Patrícia Antônia Almeida
“... ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar possibilidade para a sua
produção ou sua construção.”
1. INTRODUÇÃO
O tema queixa escolar abordado na pesquisa partiu da realidade que
vivenciamos durante o estágio em nossa graduação em pedagogia. Fazem parte da
queixa escolar: comportamento de agressão, hiperatividade, apatia, desafio,
impulsividade, manifestações antissociais, TDAH ou transtorno de déficit de atenção,
que causam desatenção e impulsividade, entre outros sintomas.
Utilizamos a faixa etária de seis a quatorze anos, porque é um período de
adaptação da criança na escola, no qual o estudante pode sentir ansiedade, medo e
retraimento.
Segundo o conceito de cada autor, apontam diferentes responsáveis como
objetos na pesquisa, desde os alunos, família, olhar individualizados.
A pesquisa sobre a influência das escolas na ocorrência da queixa escolar,
continua no estudo do sistema escolar que quer resultados, mas não dá condições
relevantes para solucionar o problema, as formulações das queixas, explicitando sua
falha através das provas do ENEM, PROVA BRASIL entre outras (BRAY,
LEONARDO, 2011)
A manutenção de métodos de ensino antiquados, os conteúdos
descontextualizados e a divisão dos alunos em turmas consideradas fracas, médias
e fortes, alia-se a falta de revisão do papel da escola com relação a resolução dos
problemas que causam as queixas (PEREIRA, 2004)
A formação dos professores que, desde cursos de nível médio, Magistério,
Normal Superior, Pedagogia, à nível superior, ou ainda, há quem se forme somente
em uma matéria específica, como Matemática ou História. São diferentes currículos,
com a mesma finalidade: ensinar e vivenciar as adversidades do dia a dia, formulado
pela ocorrência das queixas escolares (SCHRAM, CARVALHO, 2000)
Segundo Cassins ET al. (2007), o pedagogo poderia contribuir através de
materiais adequados para que o aluno obtivesse um melhor rendimento escolar se
tornando um cidadão. O pedagogo tem como referência conhecimentos sobre
desenvolvimento emocional, cognitivo e social utilizando os para compreender o
processo de aprendizagem.
Porém para Fontoura, 1994, é importante que o professor se dê conta de seu
papel enquanto educador. É preciso que ele saiba que é um elemento essencial
para o sucesso da escola e o fator decisivo para promover a superação pelo aluno
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2 Objetivos
2.1Objetivo Geral
3. Metodologia
O método utilizado nesta pesquisa foi conduzido por um delineamento de
pesquisa bibliográfica ancorada no objetivo de discutir a influência da escola na
ocorrência de queixa escolar e é através dela que fundamentamos o trabalho.
Foram realizadas buscas na base de dados disponíveis no Google Acadêmico,
Scielo e em bibliotecas físicas. Segundo (Gil, 2002) a pesquisa bibliográfica tem
como base o material já elaborado, com os livros e artigos. De acordo, com (Gil,
1999: 71) a principal vantagem de pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que
aquele que poderia pesquisar diretamente. No Scielo, no Google Acadêmico e
biblioteca física: colocamos as palavras chaves queixa escolar; pedagogia;
professor; escola. Expunha o tema queixa escolar em diferentes visões e conceitos
com o objetivo do trabalho.
Utilizamos a faixa etária de seis a quatorze anos, porque envolve alunos de
séries iniciais e ensino fundamental I. Esse é um período de adaptação da criança
na escola que, juntamente com fator próprio da idade -a puberdade, quando os
hormônios afloram – pode levar a criança a sentir ansiedade, medo e retraimento,
fatos geradores de queixa escolar.
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4.Justificativa
O objeto desta pesquisa se inicia abordando a necessidade de manifestar a
influência da escola na ocorrência de queixa escolar, assim como sua importância
no conceito de diferentes autores consultados.
Como justificativa, destaca-se a necessidade de propor novos olhares sobre a
queixa escolar, procurando compreender suas interfaces e seu impacto no
desenvolvimento humano.
Além disso, os motivos vão além das simples queixas, pois, mostram a
complexidade e transtornos que trazem no desempenho das escolas no dia a dia,
especificando de quem seria a responsabilidade segundo o conceito de cada autor
consultado.
Isto posto, observa-se então que ao olhar para as crianças que acabam
passando grande tempo nas escolas, envolvendo-se em atividades pertinentes às
tarefas formais como: leitura, escrita, pesquisa como também em atividades
diferenciadas ligadas aos espaços informais de aprendizagem: hora do recreio,
excursões, atividades de lazer, encontro com os colegas, convívio social entre
outros saberes que os auxiliam para uma melhor compreensão do espaço que
ocupam.
Neste sentido não podemos deixar de relatar sobre os alunos que não
aprendem ou não apresentam o comportamento que a escola elege como adequado
ou esperado sem rotulá-lo, procurando ajudá-lo em suas dificuldades.
Atento para o fato citado acima, as queixas são elementos simbólicos
utilizados para a expressão pessoal, sempre ancorado na situação real em que
estão inseridos os sujeitos.
Assim como os professores não encontram formação específica que os ajude
entender e como se comportar diante da queixa escolar, esta certamente fará parte
do cotidiano da maioria deles.
Objetivando explorar o sistema escolar brasileiro e seus desafios, discute
suscintamente a função e constituição da escola enquanto espaço social e suas
diretrizes, que por sua vez, tem sido uma instância, submetida aos propósitos
ideológicos, dos sistemas organizacionais políticos.
Este mesmo sistema controla o currículo das aulas a serem lecionadas e são
monitoradas através de provas aplicadas pelo MEC, sendo estas: ENEM, Prova
Brasil, justificando e mostrando sua falha com relação a elaboração do currículo,
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não colaboram com matérias e nem cursos para os professores lidarem com os
alunos com dificuldade de aprendizado.
Através do olhar pedagógico, compreende-se as diversas formas de
expressão deste fenômeno que é a queixa escolar e não responsabilizar somente o
aluno ou o professor, percebendo que para a solução da queixa deve-se olhar o todo
e não apenas um lado da história.
No âmbito pedagógico, ha necessidade de buscar uma compreensão do que
pensam sobre o ensino e de como os professores percebem situações escolares em
que está envolvido, como exemplo, o currículo recebido pelo MEC que não são
elaborados por pedagogos.
Fomenta expor as dificuldades encontradas e a necessidade de se continuar
produzindo conhecimento, enfatizando que o aluno precisa indicar que existem
lacunas na área e deixar claro que seu estudo tentará preencher essa falta no
conhecimento.
Movida por esse cenário educacional, ha a necessidade de um estudo
empírico que parta do local onde a queixa se inicia, de modo que os aspectos
relativos aos sujeitos diretamente envolvidos (professor e estudante) sejam
analisados.
É relevante contextualizar bibliograficamente o tema, para que se conheça a
visão e o conceito de cada autor consultado. Sendo também importante expor as
dificuldades encontradas e continuar produzindo conhecimento, destacando que,
além disso, é preciso ter sensibilidade para perceber os sinais advindos dos alunos
– suas reações diante do que precisa ser feito -, para que não se perca de vista que
o conhecimento produzido pode trazer soluções para os problemas relacionados ás
queixas escolares.
Nesse sentido tem se a ilusão de que o tema se esgotou, o termo queixa
escolar ainda soa estranho para os trabalhadores da educação, o que denota a
necessidade de novos estudos e reflexões.
Diante do exposto e a fim de situar o leitor, a organização desse trabalho
estrutura-se da seguinte maneira: na introdução, conforme demonstrado,
apresentamos um panorama geral sobre a queixa escolar, bem como os motivos
que balizaram tal estudo.
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5.REFERENCIAL TEÓRICO
6.1 Aluno
No universo escolar, encontram-se muitas queixas de alunos que não
correspondem ao que se esperam deles, isto é, que aprendam independentemente
da realidade escolar, social, cultural ou econômica onde vivem, os autores acreditam
que as diferenças sociais dificultam os menos favorecidos. (BRAY, LEONARDO, 2011)
Para Trautwein e Nebias (2006) o conceito de queixa escolar está ligado aos
chamados problemas de aprendizagem ou problemas de comportamento, os quais
aparecem no processo de escolarização.
Isto significa que algumas crianças não conseguem, por motivo até então
desconhecido, acompanhar o currículo escolar ou então apresentam agressividade,
apatia ou agitação como principais comportamentos geradores de conflitos no
ambiente escolar. (TRAUTWEIN E NEBIAS, 2006)
A apresentação de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/ hiperatividade)
cujo principais sintomas são desatenção, impulsividade e hiperatividade se
manifestado em ambientes diferentes causando comprometimento funcional.
desfavorecida, ou até mesmo a sua raça, se esse for negro, justificando pela
afirmativa que estes não seriam dotados de condições sócio econômicas
necessárias para um aprendizado adequado.
6.3 A Família
Há uma tendência a responsabilizar o aluno e a sua família pelo fracasso
escolar - ou seja, há um discurso institucionalizado que estabelece uma relação
necessária entre, de um lado, o fenômeno fracasso escolar, e do outro, a atuação
direta da família e as características psicológicas do indivíduo. (MEIRA E ANTUNES,
2003)
Por essa razão, para entendermos corretamente o sentido e as ocorrências
da queixa escolar, é indispensável investigarmos atentamente não só os atores
primários (o aluno, a família e o professor), mas também o contexto social e
institucional implicado na queixa.(MEIRA E ANTUNES, 2003)
Segundo Meira e Antunes (2003) é essencial que a família acompanhe todo o
processo que a criança vivencia e forneça o suporte emocional, juntamente, com
informações e orientações. Isto porque o apoio familiar é um diferencial na solução
das queixas escolares.
Soma-se ao empenho familiar, a necessidade do posicionamento de
professores e demais profissionais da instituição escolar estarem pautados em um
olhar diferenciado, no que tange o aluno que apresenta determinada dificuldade de
aprendizado. Olhar esse que vise proporcionar um ambiente no qual o aluno se sinta
bem, consequentemente melhorando sua capacidade para aprender. (CASARIN E
RAMOS, 2007)
Na estigmatização das famílias (sobretudo daquelas em situação de
vulnerabilidade socioeconômica), na ausência de espaços para reflexão entre
educadores e pais e na falta de uma postura escolar baseada na escuta da criança o
foco de intervenção em relação aos problemas apresentados tradicionalmente ainda
é o atendimento individualizado das crianças e dos seus familiares. (MEIRA E
ANTUNES, 2003)
Para Meira e Antunes (2003), é de suma relevância se questionar acerca do
significado da escola e dos estudos, não só para o aluno, mas também para sua
família e professores que devem estar preparados para o trabalho com alunos.
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6.4 Escola
Patto (1999) considera que a queixa escolar tem sido uma preocupação
frequente no processo de escolarização. Entretanto, há de se fazer menção que, tais
dificuldades enfrentadas pelas crianças podem ser agregadas por uma cadeia de
relações, como as que acontecem na escola, na família, com os professores e as
que perpassam o contexto socioeconômico.
A escola pode ser um lugar de “produção de queixa escolar”, onde a queixa
abrange a produção histórica social, sendo a escola marcada por desigualdades
sociais e econômicas entre os grupos e classes se manifestando como fracasso
social. (BRAY E LEONARDO, 2011)
Bray e Leonardo (2011), quando um ou mais alunos apresentam dificuldades
de qualquer ordem, que tenham surgido no contexto escolar é papel da escola tomar
todas as providências na tentativa de solucionar o problema.
Deve-se seguir também uma visão ampla e buscar medidas que estejam
dentro de suas possibilidades, enquanto instituição educativa e de ensino. (BRAY E
LEONARDO, 2011)
Em geral, os estudos apontam uma característica comum entre alguns
profissionais que lidam com estudantes com histórico de queixa escolar, tanto em
escolas quanto em serviços de atendimento, em relação aos eventos que
desencadeiam a queixa:
a) o processo de formação do saber técnico-institucional que já se encontra
no modelo de formação profissional de professores, pedagogos e psicólogos;
b) a estrutura das relações de poder-saber que se encontra nas escolas e nos
serviços de atendimento. Com isso, poderemos superar o discurso de patologia e
formulação dos atores escolares. (BRAY, LEONARDO, 2011)
Em rigor, o discurso hegemônico hoje adota um modelo extraído da Biologia e
da Psicologia, mas ignora as dimensões institucionais, históricas, sociais e político-
econômicas que perpassam esses fenômenos. (BRAY, LEONARDO, 2011).
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6. Formação de Professores
Retomando o pretexto e ou fundamentação, uma delas também está na
formação do professor no Brasil.Sendo um assunto amplo e complexo,formalizado
no final do séc. XlX com a criação das Escolas Normais para formação de docentes
para o ensino das primeiras letras em curso específico. (GATTI, 2010)
As Escolas Normais eram de nível secundário, a partir de meados do sec. XX
passou a ensino médio. A partir da Lei n. 9.396 de 1996 postula-se a formação do
curso de nível superior com prazo dez anos para ajustes. (GATTI, 2010)
Somente no início do sec. XX que surgiu a preocupação para formação dos
professores secundários denominado “3+1” (final do ensino fundamental e ensino
médio), considerando que o número de escolas era pequeno tais como número de
aluno. quanto a o c u r s o d e P e d a g o g i a , f o i r e g u l a m e n t a d o e m 1 9 3 9 .
(GATTI, 2010)
Com a publicação da Lei n. 9.294/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – em dezembro de 1996, alterações são propostas tanto para as
instituições formadoras como para os cursos de formação de professores. Surge
o curso licenciatura, o qual bastava se formar em uma matéria específica e já
poderia lecionar (GATTI, 2010).
Quanto aos cursos de graduação em Pedagogia, somente
e m 2006, depois de muitos debates, o Conselho Nacional de Educação
aprovou a Resolução n. 1, de 15/05/2006, com as Diretrizes Curriculares
Nacionais. (GATTI, 2010)
Propondo cursos como licenciatura e atribuindo a estes a formação de
professores para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental,
bem como para o ensino médio na modalidade Normal. (GATTI, 2010)
Esta graduação dá atribuições a vários eixos, mas mantendo o foco na
formação de docentes de anos iniciais. Esse curso deveria propiciar:
[...] “a aplicação ao camp o d a e d u c a ç ã o , d e c o n t r i b u i ç õ e s ,
e n t r e o u t r a s , d e c o n h e c i m e n t o s como o filosófico, o histórico,
o antropológico, o ambiental-ecológico, o psicológico, o
linguístico, o sociológico, o político, o econômico, o cultural”;
englobar (art. 4º, parágrafo único) a formação de habilidades de
planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e
avaliação de tarefas próprias do setor da Educação, de
p r o j e t o s e experiências educativas não escolares; a produção e difusão
do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em
contextos escolares e não escolares. O licenciado em Pedagogia deverá
ainda: estar apto no que é especificado em mais dezesseis incisos
do artigo 5º, d e s s a R e s o l u ç ã o , e c u m p r i r e s t á g i o c u r r i c u l a r
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[...]Creio que uma das razoes que explicam este caso em torno do que
ocorre no espaço-tempo da escola, que não seja a atividade ensinante, vem
sendo uma compreensão estreita do que é educação e do que é aprender.
No fundo, passa despercebido a nós que foi aprendendo socialmente que
mulheres e homens, historicamente, descobriram que é possível ensinar. Se
tivesse claro para nós que foi aprendendo que percebemos ser possível
ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância das experiências
informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas salas de aula das escolas
nos pátios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal
administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação.
(FREIRE, 1996. p 25).
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O modo como o professor reage aos imprevistos durante sua docência, como
alunos desmotivados, um ambiente desorganizado, ou baixos salários, é o estopim
para começarem a se queixar dos seus alunos. O mesmo pode ocorrer de aluno
para professor: quando um aluno encontra um professor desmotivado, ele pode
perder o interesse na aula. E acaba virando um círculo vicioso, onde professor e
aluno não conseguem se entender. (PACHANE, PEREIRA, 2004)
A relação professor-aluno é também um reflexo de como a família vê o
professor. Quanto mais valorizado é o professor pela família, mais o aluno se sentirá
incentivado a estudar. Mas se a família não o trata bem, se toda vez que surge
alguma cobrança ela o denigre, o aluno também não vai respeitá-lo . (PACHANE,
PEREIRA, 2004)
Quando a relação professor-aluno é conflituosa, gera-se um mal-estar entre a
família a escola e o professor, e muitas vezes, o que era apenas um mal-entendido,
acaba se tornando algo mais sério, o aluno começa a apresentar dificuldades, e não
consegue concluir aquela etapa de ensino. (PACHANE, PEREIRA, 2004)
9 Olhar Pedagógico
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11. REFERÊNCIAS
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932006000200012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13/01/2019.