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Adm Púb - Ciclo Das Políticas Públicas
Adm Púb - Ciclo Das Políticas Públicas
É outra forma de enxergar administração pública como ideia central, “o governo existe
para atender demandas da sociedade e ele se organiza por meio de políticas públicas”.
A evolução do papel do estado significou a relação diferente que ele passa a ter com a
sociedade. Uma relação em que a sociedade demanda cada vez mais do Estado, pois ela
entrega cada vez mais também sob diversas formas tributárias (tributos, impostos) pelos
quais a sociedade entrega recursos ao Estado para este administrar. Em contrapartida
então a sociedade espera que sejam utilizados os recursos com eficiência, integridade e
transparência para que se reverta para a sociedade.
A forma do estado organizar suas ações, seus planos e suas execuções próprias,
coordenação entre os diferentes atores, alocação de recursos e a entrega de resultado na
ponta, se dá por meio das políticas públicas.
ATENÇÃO!!!
As bancas gostam de explorar os diferentes tipos de significado da palavra “política”.
Política no sentido mais tradicional que a gente conhece, não como política pública mas a
política como o desafio de você encontrar caminhos para uma sociedade que têm
visões diferentes.
SOCIEDADE MODERNA
Se olharmos para a sociedade em que vivemos hoje, a sociedade moderna, vamos
enxergar um conjunto de indivíduos e grupos sociais que vão ter características próprias,
aptidões, interesses diferentes, formações diferentes, capacidades diferentes, diferentes
níveis e tipos de recursos próprios, seja tudo isso como características específicas e
diferenciadas entre si, vão estar em permanente e complexa interação, com
comportamentos direcionados a satisfação de suas necessidades específicas, e essas
necessidades são também diferenciadas.
A sociedade moderna é marcada pela diferenciação e essa diferenciação leva ao conflito
que não quer dizer exatamente luta mas quer dizer “disputa de interesses”, ou seja, visões
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Dado que esse conflito de interesses existentes na sociedade podemos resolvê-lo de por
dois caminhos, duas formas:
- COERÇÃO: quando um determinado grupo, por intermédio da “força”, ele põe a sua
visão e a sua vontade é sobre os demais, e assim esquecendo por um momento os
aspectos éticos e os aspectos morais, e o sentido geral do que acreditamos de
democracia.
Ainda assim, de uma forma geral e na maior parte dos casos do mundo não é
sustentável, ou seja, o custo da correção tende a ser cada vez mais elevado e
produzir cada vez menos efeito.
- POLÍTICA: é uma forma de você lidar com a convivência entre diferentes, ou seja,
um conjunto de procedimentos pacíficos que permitem essa convivência entre os
diferentes e a definição de determinados rumos. Em um determinado momento a
nação vai para um determinado rumo e em determinado momento vai para outro
rumo, mas isso é definido pela política e não pela coerção.
Tipicamente a palavra “política” tem esse sentido mais geral, ou seja, esse conjunto
de procedimentos ou conjunto de mecanismos que uma sociedade define para
permitir essa convivência entre os diferentes, e ter uma resolução pacífica de
conflitos.
Dado que o conflito existe, a “política” é quem permite a resolução pacífica.
A “política” vai existir em qualquer âmbito hálito, mas tendemos a pensar nela mais
tipicamente no âmbito de um país ou de um estado, vemos os políticos, os
profissionais. Porém a “política” se dá no âmbito de qualquer organização, cidade,
clube de futebol, Sindicato, associação profissional, empresa, condomínio.
Na verdade a “política” como um mecanismo para a resolução pacífica de
conflitos entre visões diferentes, vai estar presente em qualquer agrupamento
humano.
Os mecanismos/instrumentos da política são:
- de persuasão
- de formação de alianças, coalizões
- barganhas (são as trocas)
- acordos
- compromissos
- um cede um pouco, o outro cede um pouco.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A palavra “política” tem vários significados, mas quando se fala de política pública estamos
falando de outra coisa, que se relaciona a essa política mais ampla, porém é outro
conceito.
Os ensinamentos do Klaus Frey falando sobre três significados para a palavra
“política” (são três coisas distintas que têm significados também distintos)
- 1ª dimensão institucional polity
Se refere à "ordem do sistema político”, delineada pelo sistema jurídico. É a estrutura
institucional do sistema político-administrativo.
São as instituições políticas que permitem que os mecanismos/instrumentos funcionem.
RESUMINDO…
A palavra “política” tem mais de um significado e tem TRÊS significados
essenciais:
- as instituições políticas
- os processos políticos
- as políticas públicas
ATENÇÃO!
As bancas pedem para distinguimos cada significado.
A banca vai querer saber se você entende o que é política pública.
Querem saber se você sabe diferenciar a policy (política pública) de politics (é a política
tipicamente falando), que é o processo político que visa a resolução pacífica de conflitos,
por meio de seus mecanismos.
Algumas questões vão falar que: “a política pública (policy) diz respeito aos
mecanismos que permitem a resolução pacífica de conflitos”.
ERRADO, porque quem permite isso é a política como processo (politic) ou
tipicamente como a gente diz a política.
Já a política pública (policy) ela decorre e influencia o processo político
(politic), porém ela é o conjunto de decisões um conjunto de ações, um conjunto
de recursos. É a mobilização do estado para levar algum tipo de bem ou serviço
para a sociedade.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Esse é o tema realmente da nossa matéria.
disputas dos jogos de poder, as alianças, as colisões. Esse processamento vai resultar em
políticas públicas (policy) que é o produto resultante do processo político (politic) que
ocorre dentro dos limites das instituições políticas.
Para se chegar a uma política pública (policy), ex. Bolsa Família, ela envolve várias
decisões a serem tomadas para permitir que uma política pública exista, inclusive a decisão
dela existir: quanto dinheiro vou gastar? onde é que vai ser aplicado isso? quem é o público
elegível? quais são os órgãos que vão tocar isso? De que maneira a gente vai interagir
U-E-M?
São diversas e diversas questões que precisam ser decididas para levar a formação de
uma política pública (policy). E além disso ela requer diversas ações que serão então
estrategicamente selecionadas para implementar essas decisões que foram tomadas.
Ou seja, você decide e depois você precisa ser capaz de tirar essas decisões do papel
transformando elas em ações.
Ex. quando o Presidente da República designa alguém para ser o presidente do Bacen, ou
quando escolhe o Ministro, essas são decisões políticas mas não são políticas públicas
(policy).
A gente diferencia conceitualmente política pública de decisão política, mas toda vez que
se fala de política pública se fala em um conjunto de decisões.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Para se chegar a Bolsa Família, envolve várias decisões a serem tomadas para permitir
que ela exista, inclusive a decisão dela existir (é parte do ciclo de políticas públicas).
Um conjunto de decisões que vão se reverter em ações para interferir de alguma forma na
realidade social para atender a algumas demandas, seja para manter o equilíbrio social ou
para mudar aquele equilíbrio quando este está indesejado.
Ex. posso achar aquele equilíbrio marcado por desigualdades muito elevada não é
adequado, posso fazer políticas públicas que procurem reduzir a desigualdade social,
introduzindo assim uma tentativa de modificar a realidade e não só de manter o equilíbrio
como estava.
Políticas públicas significam um sistema de decisões que visam que se faça “escolhas”,
o que eu faço (ações) ou deixo de fazer (omissões), certamente para interferir na realidade.
E então se vai definir um conjunto de objetivos e estratégias.
OBJETIVO ≠ ESTRATÉGIA
OBJETIVO ESTRATÉGIA
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CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
E vai-se alocar recursos, realizar atividades, para alcançar esses objetivos, cumprindo
então essas estratégias.
A formação de políticas públicas deve ser compreendida como um processo por meio
do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações, que
produzirão os resultados ou as mudanças desejadas no mundo real. CERTO.
O Estado desenha políticas públicas (policy) para que ele possa então alcançar determinados
objetivos (seus propósitos). E o Estado precisa traduzir isso em ação prática, organizando atuação
governamental em um conjunto de programas e ações que devem gerar resultados que ao alcance
dos objetivos, que vão aceitar a realidade, ou seja, aquela realidade que precisava ser atingida, a
realidade social que precisa ser mantida ou modificada.
relevante. A partir disso, vai-se alocar recursos a partir daquilo que for prioritário, que foi escolhido, e
vai-se num determinado prazo trabalhar para atingir os resultados.
c) Comportamental: toda política pode envolver ação ou inação, mas uma política
é, acima de tudo, um curso de ação e não somente uma decisão singular.
Toda política envolve que você deve seguir um curso de ação, que não é só uma
decisão singular mas que corresponde ao comportamento de você seguir por aquele
caminho que envolve uma série de decisões.
d) Causal: toda política é um produto de ações e, por sua vez, provoca efeitos
sobre o sistema político e social.
Existem então essas relações de causa e efeito, a política provoca inclusive efeito
sobre o sistema político e social.
Existe o sistema político (polity), que é um conjunto de instituições políticas que define
as regras do jogo de funcionamento da política, eles vão permitir o relacionamento de
diferentes atores, de diferentes grupos. E aí vai ocorrer o processo político (politic)
propriamente dito, que se costuma identificar como política tipicamente, as alianças, as
coalizões, as barganhas, as tentativas de persuasão, enfim os jogos que permitem que a
política passe o processamento dos conflitos e levem a tomada de decisão que atendam de
alguma maneira a sociedade.
Então quando olharmos para o sistema político (polity) ele vai receber diversas entradas
(inputs) e também vai receber estímulos internos (withinputs) dos quais vão ser geradas
decisões políticas e políticas públicas (outputs)
Ou seja, o sistema político (polity) recebe algumas entradas e estímulos quem vem de
fora (inputs), e gera estímulos internamente (withinputs) e que vão gerar esses
produtos, as decisões políticas e políticas públicas (outputs)
Lembre-se!!!
Política pública não é sinônimo de Decisão política.
Ex. A escolha do presidente do Bacen pelo o Presidente da República é uma decisão política
mas não é uma política pública (policy).
Depois o presidente do Bacen vai fazer parte da elaboração da política monetária, que é uma
política pública.
Nem toda decisão política integra uma política pública. Mas toda
política pública integra um conjunto de decisões políticas,
Ex. a política pública (policy), Bolsa Família, onde se terão que decidir, quais são os
objetivos? o que se quer alcançar com o programa? quem serão os beneficiados? Qual é a
linha de corte? de onde vem o recurso? quanto se vai gastar? como se financia isso? quais
os critérios de elegibilidade? quais os critérios necessários? como vai ser institucionalizado
ou implementado? quais são os órgãos que vão tocar isso? Vai ser uma ação só da U ou
vai ter uma articulação com E e M? Como se viabiliza administrativamente a identificação
do público que precisa?
INPUTS: APOIOS
Estímulos de Apoio para o funcionamento do processo político ou apoio a uma
determinada visão política
O simples fato de nós como sociedade ajudar o sistema político (polity) a se manter
funcionando, é uma forma de apoio a ele.
É tudo aquilo que mantém o sistema funcionando.
- disposição para pagar tributos e para prestar serviços, como por exemplo serviço
militar (apoio geral)
INPUTS: DEMANDAS
Estímulos de Demandas são as necessidades da sociedade, é aquilo que a sociedade quer
ver seu atendido, deseja.
É o que você gostaria de receber do sistema.
- Reivindicações de bens e serviços, como: saúde, educação, transportes, segurança
pública, previdência social
- Demandas RECORRENTES
é a demanda que se repete.
Bom vamos lá uma vez que o processo político ele avance né ou seja por meio do
processamento então desses apoios e demandas a gente pode enxergar aquilo que a gente
chama de ciclo de políticas públicas que é um conjunto de Fases ou um conjunto de etapas
que Teoricamente seria no mundo da teoria uma política pública persegue Então vamos ter
uma visão geral disso né ou se Teoricamente como a gente já viu cinco políticas públicas
ele ensinasse e se inicia por que existe um problema na sociedade é um problema que
precisa ser resolvido trollagem sendo tratado as políticas públicas como a organização do
estado para resolver problemas ou seja demandas da sociedade uma vez que existam
problemas esses problemas que são de mandas né pode se configurar e demandas eles
vão tentar entrar no que a gente chama de agenda do sistema político os genes quer entrar
na agenda é onde o sistema político vai fazer o seu processamento então se a demanda
por exemplo ela for reprimida ela não entra na agenda né só uma parte dos problemas
nunca chegam entrar na agenda outra parte dos problemas entra na agenda e essa
primeira parte da discussão para que haja uma política pública aí durante o processo
samento pelo sistema político aquilo que tá na agenda vai receber decisões decisão de
fazer ou não de fazer induzidos quando se toma a decisão de fazer uma política pública se
caminha para o próximo passo que o caminho da 1 fase da fórmula ação da política pública
Quando você vai fazer o desenho se vai conceder aquela política pública que vai pensar em
quais são as características Quais são os elementos quem vai ser atendido quem vai tocar
da Oi João VI os recursos quando se vai gastar em quanto tempo se Quer alcançar nos
objetivos Quais são os indicadores uma série de aspectos são o desenho da política pública
depois que você dê exemplo indica pública vem a fase da implementação que é quando
você vai tirar a política pública do papel e fazer essa política acontecer em paralelo a
implementação você tem um acompanhamento seja você muito aquilo que está sendo
realizada a então é embora isso seja identificado como uma fase também de fato é
concomitante ele presentação e depois você teria a avaliação Ou seja você vai avaliar
aquela política pública inclusive para saber se ela tem conseguido resolver os problemas
com os quais ela foi formulada isso fecha o se o que que a gente diz né que ele é ter uma
visão tática mas o mundo real é mais complexo mundo real é bem mais complexo que isso
não é verdade que essas coisas sejam tão sem paradas né como se uma coisa
acontecesse simplesmente depois da outra em uma sequência linear na verdade é a
formulação às vezes alguém perfeito e você já começa a implementação a própria
implementação envolve uma série de decisões que reformulou a política pública durante a
formulação você já pode ter começado Há algum tipo de avaliação que pode avaliar Duran
anti implementação se não precisa esperar a política pública acabar para já fazia avaliações
avaliações de processo por exemplo ou avaliações formativas a gente vai ter aula
específica né para falar sobre monitoramento e avaliação a gente vai avançar ainda mas a
ideia é que a separação que a gente vê do ciclo de políticas públicas ela é Ela tem que
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CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
trazer esse recurso didático Traz esse recurso analítico para você entender diferentes
etapas ele mas a gente não precisa pensar ou não deve pensar nisso no mundo real com o
coisas separadas Ou seja no mundo real a ideia central de formulação implementação e
avaliação são ideias na verdade muito indicadas entre si e existe grande interseção entre
Ok inclusive suas explorar diversas questões de prova Inclusive a tica implementação
A implementação ela envolve uma série de decisões e não simplesmente cumpriu que
alguém formulou Envolve você repensar a política e eventualmente redesenhada durante a
execução da então a gente precisa entender isso ou um processo muito mais complexo
mas do ponto de vista didático o ciclo de políticas públicas ele é extremamente importante e
não à toa ele é cobrado em várias questões de prova vamos lá pessoal vamos fazer a
questões aqui exatamente para gente entender isso como um elemento importante da
análise de políticas públicas e o chamado ciclo da política ou ciclo político necessário
embora presentes em pequenas variações tradicionais abordagem do ciclo político está
com as frases da formulação da implementação e do controle de resultados tem simplifica e
o ciclo falando da formulação da implementação e do controle que é uma forma de você
juntar um autor a mente avaliação beleza e aí com relação ao processo de política pública
julgue os itens a seguir é só essa questão aqui aí de múltipla escolha Mas é uma questão
do SESC Ok vamos lá política pública é sinônimo de decisão política já posso parar né
pessoal a gente já aprendeu que embora seja verdade que toda política pública Depende de
uma série de decisões a gente tem decisões políticas que não envolvem políticas públicas
Então essas coisas não são sinônimos então a gente sabe pessoa que tá errado segunda
as fases de formulação e implementação da política pública são empiricamente distintas
inexistindo quaisquer sobreposições factuais ou temporais entre elas como eu acabei de
falar para vocês isso não é verdade ou seja formulação implementação e avaliação se
misturam se influenciam e durante a implementação você reformular política pública
frequentemente Então existe muita sobreposição sim entre as fases tá errado a seguir
depois é perceber vídeo como poder são capazes de influenciar as preferências dos atores
envolvidos na fase de formulação da política pública são como a gente viu né pessoal uma
política pública nasce a partir do processo político e certamente o processo político e
influenciado por elementos simbólicos ou políticos como prestígio o poder que influenciam
as preferências dos atores estão certamente toda todo desenho de política pública e a
própria decisão de fazer uma política pública vai ser de alguma forma influenciada pelos
elementos políticos como prestígio poder e por último o monitoramento da implementação
que ao acompanhamento do ciclo nada a implementação permite identificar problema
gemas e especificar medidas corretivas para saná-los aumentando a probabilidade de uma
política pública atingir os objetivos pretendidos daí tá correto também né pessoal que a
gente viu é para isso que você acompanha a implementação Como eu disse para você
voltar aqui na da tela do ciclo o acompanhamento monitoramento ele é concomitante a
implementação exatamente para você identificar eventuais desvios E corrigir os rumos e tão
voltando a que essa que tá correta também tão 1 e 2 erradas 3 e 4 corretas e aí vem a ver
em parte final estão certos apenas os itens 3 e 4 então resposta letra D de fato gabarito
oficial do CESPE beleza bom até outra questão só que agora certo errado a elaboração da
política pública leve em consideração a identificação do problema a formação da agenda e
de alternativas seguidas pelos tomadores de decisão a implementação avaliação e a
extinção da política Então porque que eu quis trazer a ser questão pessoal para mostrar
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CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
que quando há uma descrição do ciclo de políticas públicas não necessariamente ela vai
repetir as mesmas palavras
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CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
ATENÇÃO!!!
questões de prova que tratam accountability como sendo uma “faculdade” do agente
público, estão sempre errados porque é sempre uma OBRIGAÇÃO.
Toda vez que se delega a alguém algum tipo de atribuição para agir em seu nome e essa
outra pessoa vai atuar em seu nome eventualmente inclusive administrando os seus
próprios recursos, surge uma obrigação de accountability, ou seja, surge o dever de prestar
contas, e esse dever se completa se você puder responsabilizar pessoa; se a pessoa for
responsabilizável pelo que ela fizer, com os seus recursos e em seu nome.
Accountability surge como uma obrigação que nasce a partir da delegação da autoridade
ou da execução de uma atividade para outra pessoa em nome de alguém.
Accountability
O conceito de accountability envolve três elementos:
- informação: decorre da prestação de contas
É o que vem da prestação de contas, ou seja, o indivíduo é aquele que recebeu atribuição e
precisa informar a aquele que delegou algo para ele, então o agente público precisa informar
a sociedade do que acontece.
Ele faz a prestação de contas e traz informação.
ATENÇÃO!!
algumas questões de provas do CESPE dizendo que: “accountability envolve
informação, justificação e sansão” CORRETO.
Accountability
CLASSIFICAÇÕES
Ex. dentro de um órgão existe um diretor que delega algo para um gerente, supervisor ou
funcionário, estabelecendo uma relação de delegação, e precisa ter accountability, ou
seja, quem é funcionário precisa prestar contas à esse diretor, esse diretor pode
responsabilizar aquele agente, isso também é uma forma de de accountability
Ex. no caso do voto, ou seja, um cidadão responsabilize esse governante não votando
mais nele.
Há uma relação entre desiguais (de baixo para cima) e não tem uma relação hierárquica,
e o cidadão exerce accountability sobre o governante.
Ex. o órgão ou ministério tem-se um secretário ou diretor, que delega para alguém a
realização de uma licitação, só que o secretário percebe que houve algum desvio. O
secretário pode avocar aquela licitação para ele, e pode abrir um processo administrativo
disciplinar para responsabilizar aquele indivíduo que conduziu mal a licitação.
Há uma relação entre desiguais (de cima para baixo) e uma relação hierárquica, e o órgão
exerce accountability sobre o secretário.
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CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
CLASSIFICAÇÃO CONTEMPORÂNEA
- VERTICAL O’Donnell
- HORIZONTAL O’Donnell
- SOCIETAL
Carla Bronzo Ladeira Carneiro
“Uma concepção alternativa de accountability é fornecida a partir de outros
recortes e configura o âmbito da accountability societal.
Tais perspectivas partem de uma matriz teórica que privilegia a dicotomia
estado e sociedade civil, partilhando da ideia de que o controle da sociedade
sobre ação governamental constitui uma especificidade e merece uma
distinção à parte das perspectivas da accountability vertical ou horizontal,
abrindo vertentes para discussão da accountability societal”.
Poderíamos considerar todos esses controles da sociedade sobre o governo como parte da
accountability vertical (de baixo para cima) assim como voto é um controle do
cidadão-eleitor sobre o governante, mas a ideia é se destacar essas diversas formas de
controle da sociedade sobre a ação governamental que fogem do mecanismo eleitoral e que
são outras coisas, que é o que chamamos de controle social.
Ocorre que um pouco mais adiante houve uma preocupação de se introduzir o conceito de
accountability societal, que é o fato de que a sociedade controla o poder público não só pelo
mecanismo eleitoral, existem vários outros mecanismos de controle social, alguns
institucionalizados e formalizados, e outros não. Por ex. existe ação popular que o cidadão
pode utilizar para questionar algum ato do poder público, existem manifestações, greves com
caráter político; existem também denúncias para imprensa, para o ministério público. Então
existem outras formas da sociedade exercer o controle, por isso se cria essa categoria da
chamada accountability societal.
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Peruzzotti e Smulovitz
Mecanismo de controle não eleitoral, que emprega ferramentas institucionais
(ações legais, participação Instância de monitoramento [conselhos de fiscalização],
denúncias).
Baseia-se na ação de associações de cidadãos, movimentos sociais e
imprensa, objetivando expor falhas do governo, incluir novas questões na
agenda pública e influenciar decisões políticas a serem implementadas pelos
órgãos públicos.
RESUMINDO…
A visão clássica prevê accountability horizontal e vertical. Já a visão contemporânea prevê
accountability horizontal, vertical e societal.
DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS
accountability vertical
accountability societal
todas as outras formas de
controle vertical, o restante de
controle que a sociedade exerce
sobre o governo, que não seja o
voto.
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CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
ATENÇÃO!
Para questões de prova podem abordar a visão clássica ou a visão contemporânea.
Mais comum atualmente aparece a visão contemporânea.
Nós como cidadãos não conseguimos punir o agente público. Caso haja alguma irregularidade, eles
devem acionar o respectivo órgão para apurar o ocorrido, ou seja, a accountability societal irá se
socorrer da accountability horizontal, acionando, por exemplo, o TCU ou MP.
O que a gente faz quando identificamos o problema, é fazer denúncia ao TC ou ao Ministério Público,
ou acionar o Judiciário. ou seja, os agentes da accountability societal e a cidadania em geral (os
indivíduos e suas organizações) não têm esse poder legal, não tem essa capacidade institucional
para aplicar sanções, e sim precisa recorrer as organizações. Então frequentemente o accountability
societal, sociedade, vai ser socorrer da accountability horizontal, ela vai pedir ajuda do Ministério
Público, TC, porque ela não consegue sozinha da consequência a isso.
Os mecanismos de accountability são diferentes, mas eles podem se conectar para ter
toda a sua efetividade.
CONTROLE SOCIAL
CONCEITO
• Refere-se ao controle da Administração Pública realizado com a participação da
Sociedade Civil, ou seja, pessoas e instituições que não estão vinculadas à estrutura
governamental.
A ideia central de accountability societal é a ideia do controle da participação social.
Toda vez que se fala de controle social, estamos dizendo que é o controle exercido sobre a
administração pública com a participação da sociedade civil e também de agentes de governo.
• Pode ser realizado tanto pelas instituições da sociedade civil organizada quanto por
cidadãos comuns, ao exercerem uma cidadania ativa e reivindicarem seus direitos.
Ou seja, podem ser organizações, associações, sindicatos, podem ser mecanismos em geral pelos
quais as pessoas se organizam, ou podem ser os indivíduos sozinhos exercendo a sua cidadania
ativa, cobrando informações, se utilizando da lei de acesso à informação, fazendo denúncias,
reclamando nas ouvidorias.
PRESSUPOSTOS
Para que o controle social possa funcionar:
• Estado:
Instituição que assegure aos cidadãos o exercício do poder de controlar a
Administração Pública.
O Estado precisa aceitar isso de fato.
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• Sociedade Civil:
Cidadãos interessados em exercer uma cidadania ativa, avaliando a ação
governamental, manifestando suas opiniões e defendendo seus direitos.
Por outro lado, a sociedade civil precisa atuar.
Se não existir esse controle duplo (estado e sociedade civil), então o controle social não funciona.
Existe uma dicotomia entre estado e sociedade civil mas ambos precisam reconhecer essa
possibilidade e o dever que o próprio cidadão tem, de atuar e exercer essa cidadania ativa.
VANTAGENS
Quais são as vantagens do controle social sobre as formas de controle burocrático exercidas pelas
organizações estatais:
• Legitimidade do controle – o povo que exerce;
É um controle que ele é extremamente legítimo.
Lembrando que a legitimidade vem do “povo”, é um controle que é exercido diretamente pela
própria sociedade.
• Menor custo;
Porque não precisa de repartição pública, estrutura pública, pagar salário servidor, porque é a
própria sociedade exercendo.
Quando se olha para o controle social no Brasil é interessante porque historicamente não vemos
tanta importância, e essa importância cresceu nas últimas décadas.
O controle social tem muita importância principalmente a partir da CF/88, ela tem relevância dentro
da lógica gerencial que é introduzida pela reforma gerencial de 95.
E é verdade que embora o controle social hoje não seja tão efetivo quanto a gente gostaria, ele é
melhor do que ele jamais foi.
Com o avanço da democracia das instituições democráticas e da noção de cidadania, o controle
social tem-se aprimorado. Ele não é tão efetivo e tão presente quanto gostaríamos, mas ele é
melhor do que jamais foi.
HISTÓRICO
• Pouca relevância nas reformas implementadas desde 1936.
Sempre teve pouca relevância nas reformas administrativas implementadas desde a reforma de
Vargas na década de 30.
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• Orçamento Participativo:
Quando a sociedade participa das escolhas da locação do recurso público, onde o dinheiro público
vai ser colocado, ou seja, a sociedade participando da escolha, ajudando na implementação,
acompanhando a execução, e a partir daí aprendendo, porque tem-se aí um mecanismo de
aprendizado importante que vem da participação e do controle social, porque a própria sociedade
às vezes ela pressupõe algumas coisas sobre a administração pública, mas quando ela se engaja
na participação e o controle social, ela enxerga as dificuldades, participa das escolhas, participa
das ações, participa também dos erros e dos acertos, e a partir daí ela aprende e continua
melhorando.
Então é o caso do orçamento participativo a sociedade participa das escolhas, do desenho do
orçamento, acompanha a execução, viu o que deu certo e o que deu errado, no próprio ciclo ela já
traz um novo aprendizado. Então não só a organização pública tem a oportunidade de aprender
mas a própria sociedade tem a possibilidade de aprender como fazer melhor a participação e
controle social. Então se tem um ajuste crítico que vai acontecendo a partir da percepção sobre o
que dá certo e o que dá errado, você vai melhorando a cada ciclo.
• Ouvidorias
participação junto às ouvidorias, pedindo informações, fazendo denúncias e reclamações, dando
informações e sugestões.
• Conferências
participação de conferências para tomada de decisão e participação do planejamento público.
• Assessoramento Externo.
ou outras formas de assessoramento externo que permitam aos cidadãos e as suas organizações
auxiliarem e ao mesmo tempo cobrarem, tentar influenciar nos rumos da administração pública.
GOVERNO DIGITAL
EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Quando a gente olha lá para o final dos anos 70 e início dos anos 80, em boa parte dos
países, principalmente dos países anglo-saxões, o caso paradigmático é o da Inglaterra,
houve então emergência do que a gente conheceu como nova gestão pública. Surgiu
então essa ideia da qualidade na prestação de serviços públicos, ou seja, uma tentativa de
superar as disfunções dos modelos burocráticos, trazer mais eficiência, ou seja, a ideia de
utilizar melhor os recursos públicos, depois a ideia da qualidade de satisfazer o usuário,
cidadãos, e depois a incorporação de outros valores importantes que garantam a
participação e controle social, seja o controle que a sociedade faz sobre a máquina pública.
E isso surgiu como alguns programas, como um conjunto de programas que foram
evoluindo ao longo do tempo, e embora isso tenha nascido nesse países anglo-saxões,
acabou-se espalhando pela Europa Ocidental e mais à frente se chegou também a América
Latina, Leste europeu, e chegou também ao Brasil nos anos 90.
Vimos que em 1995 se teve a publicação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado (PDRAE).
OBS.: ler esse documento porque são extraídas várias questões de provas.
E nos anos seguintes, ou seja, depois começando ainda nos anos 90 do século passado, e
depois nos primeiros anos e primeiras décadas deste século, vimos alguns movimentos
nesse sentido. Temos particularmente dois movimentos que são muito importantes.
OBS.: às vezes as bancas de prova cobram isso.
Quando se olha para uma ideia de um governo eletrônico e hoje a gente caminha para
ideia de governo digital, pode-se dizer que isso é uma das grandes evoluções da
administração pública neste século.
EXCELÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA
A excelência na Gestão Pública sendo apoiada pelo governo digital.
A governança de uma forma geral, precisa responder a mudanças que ocorrem na vida das
pessoas, ou seja, no cenário mais amplo, do ponto de vista econômico, social, tecnológico e
cultural. Isso inclui a difusão de novas tecnologias e mídias de massa que afetam a forma
como os cidadãos interagem entre si, interagem com as empresas, e certamente querem
interagir com os governos também. Então a partir disso você tem a emergência desse
conceito de governo eletrônico.
Governo Eletrônico
• De forma ampla (geral), inclui virtualmente todas as aplicações e plataformas de TIC
(tecnologias de informação e comunicação) usadas no setor público.
• Para a OCDE, governo eletrônico é definido como o uso das TIC, em particular a
internet (mas não só ela), como ferramenta para levar a melhor governo.
é você utilizar as tecnologias para governar melhor, prestar serviços públicos melhores, de
uma forma mais satisfatória.
Benefícios Esperados
E aí se imagina que o governo eletrônico possa trazer uma série de benefícios.
Então se tem um conjunto amplo de benefícios que são esperados daí, e esses benefícios em boa
medida são comprovados cientificamente, ou seja, na prática você alcança esses benefícios.
• Interatividade
O governo eletrônico pode aumentar a interatividade entre os órgãos e principalmente com o
cidadão, ou seja, o usuário de serviço público.
• Eficiência
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
pode aumentar a eficiência da máquina pública, ou seja, tem haver com se utilizar melhor os
recursos que se tem, seja recursos de tempo, seja recursos de pessoas, seja recursos materiais.
Pode-se ampliar o acesso aos serviços públicos, ou seja, aumentar a chance de que os cidadãos e
as empresas consigam acessar os serviços públicos que precisam.
• Fomento à transparência
Tem-se mais chance de tornar pública aquelas informações que são importantes para a sociedade.
• Fortalecimento da governança
A governança é a capacidade de atuar, de formular, de implementar e de avaliar as políticas públicas
em prol da sociedade em benefício da sociedade.
• Redução de custos
Ou seja, se precisa de menos gente, menos instalações, menos papel, menos equipamentos. Então
isso vai aumentar sua eficiência certamente.
• Segurança da informação
Vemos várias situações em que se teve um incêndio, ou um desastre, e aquelas informações físicas
são perdidas ou são facilmente acessadas, enfim se corre um risco. A ideia é que por meios digitais
se possa ter um melhor controle, um aumento da segurança da informação.
Essa série de benefícios se relaciona ou ela é exercida a partir de 3 tipos de transações que
compõem o governo eletrônico.
Governo Eletrônico
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Pode ser de dois lados, as transações podem ocorrer em uma via de mão dupla.
U —- se relacionando com o —- E/M.
E/M —- se relacionando com a —- U.
Pode ser de dois lados, as transações podem ocorrer em uma via de mão dupla.
Governo —- vai falar com —- os fornecedores
fornecedores —- vão falar com —- o Governo
Pode ser de dois lados, as transações podem ocorrer em uma via de mão dupla.
Governo —- vai falar com —- os cidadãos
cidadãos —- vão falar com —- o Governo
OBS. tem três tipos de transações e cada uma vai de um lado para o outro e vice-versa.
E então a ideia é que no fundo se tem seis tipos de fluxo a partir desses três tipos de transação.
ATENÇÃO!!
várias questões de prova exploram esse ponto.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A gente tende a pensar muito em governo eletrônico como a prestação de serviços via
internet, e é mesmo um grande canal, de fato, do governo digital. Mas quando se olha de
uma forma mais ampla, veremos que se tem outras formas de se utilizar tecnologias de
informação e comunicação para prestar o melhor governo e não são necessariamente via
internet e ainda assim é um governo eletrônico.
Então se tem vários mecanismos pelos quais você está utilizando as tecnologias de informação e
comunicação (TIC) para então funcionar melhor a prestação de serviços.
No fundo se enxerga muito claramente duas ideias da nova Gestão Pública: a ideia da eficiência, de
custar menos para o cidadão, mas também essa ideia de resolver o problema e deixar os cidadãos
satisfeitos, é um serviço que ele consegue acessar de casa à noite sem precisar se deslocar para
uma repartição pública. Ou o fato de ele conseguir ter acesso às informações públicas sem ter que
solicitar, isso já está na internet, no aplicativo. Se precisa comunicar ou solicitar alguma coisa, quer
fazer uma reclamação, ele faz isso pelo celular também. Não precisa agendar para tirar o passaporte
e sim agenda pelo celular; vai prestar informações para a declaração do imposto de renda faz isso
via internet.
Esses elementos são integrados entre si, mas eles mostram claramente as ideias centrais da
atual estratégia de governo digital quando se olha para o poder executivo Federal.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
GOVERNABILIDADE E GOVERNANÇA
GOVERNABILIDADE
● Refere-se às condições sistêmicas do exercício do poder, e envolve as
características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os
poderes, o sistema partidário, o sistema de intermediação de interesses.
Poder político que, para ser exercido, envolve várias relações entre os diversos poderes, os atores
políticos, as características pelas quais os interesses da sociedade são trazidos ao sistema político,
agenda política, a arena política para serem discutidos, as relações não só as que existem entre os
poderes, mas entre os diferentes atores, os partidos políticos.
Um governo tem governabilidade quando consegue exercer esse poder político e tomar decisões,
desse modo, ele tem autoridade política.
A sociedade possui diferentes interesses (interesses difusos diferentes), e cada grupo/ator social tem a
sua visão de mundo, as suas preferências, as suas ideias sobre onde devem ser alocados os recursos
públicos, que tipo de decisão política deve ser tomada. Apesar dessas diferenças, um governo eleito
deve caminhar num determinado rumo, precisa interagir com o Congresso. Pensando no caso
brasileiro, o Presidente da República precisa interagir e construir bases de governabilidade com o
Congresso para que as suas propostas sejam levadas adiante.
Apesar disso, a base da governabilidade não está no Congresso, ela está no povo, pois é a
legitimidade do governante perante o povo que dá a ele governabilidade. Mas essa governabilidade
passa sim pelo Congresso, pela capacidade do governo de fazer alianças, coalizões, arregimentar,
negociar e construir caminhos com o sistema político para que ele possa exercer a sua autoridade e
tomar decisões políticas. Não se está falando em desenhar políticas públicas, traçar planos e agir,
está-se falando do campo das decisões, das escolhas políticas. Esse é o campo da governabilidade.
Entre outros aspectos, a governança trata das condições sistêmicas sob as quais se
dá o exercício de poder em determinada sociedade. ERRADO. é governabilidade.
GOVERNANÇA PÚBLICA
Governança tem a ver com a condição de retirar uma decisão política do papel e colocá-la
em prática para alcançar determinado objetivo.
Governabilidade, pois esta tem a ver com a autoridade política para exercer o poder político, ou seja,
para fazer as escolhas que a sociedade considera legítimas.
Uma vez que essas escolhas legítimas tenham sido feitas, elas precisam ser transformadas em
realidade, é a governança.
Por isso, a governança tem um caráter instrumental, é um conjunto de instrumentos necessários para
fazer as coisas acontecerem. Há tanto uma capacidade interna quanto externa. A capacidade interna
são as condições econômicas, administrativas, gerenciais e técnicas de fazer as políticas públicas
acontecerem. A capacidade externa diz respeito a fazer alianças com a própria sociedade, fazer
parcerias com a sociedade, mobilizar outros atores sociais para que juntos possam colaborar com a
realização de políticas públicas.
Esse banco elenca alguns elementos considerados fundamentais para que um país tenha boa governança.
Dimensões para a boa governança:
• Administração do setor público;
• Quadro legal, ou seja, a regra do Direito prevalecendo;
• Espaço de participação e accountability;
• Espaço de informação e transparência em relação à sociedade;
“Envolve regras conhecidas previamente (ou seja, um Estado de direito), cujo cumprimento
é garantido em órgão judicial independente, e de procedimentos para modificá-las,
caso não sirvam mais aos propósitos inicialmente estabelecidos.” (Matias Pereira)
Prevalência do estado de direito, ou seja, age-se de acordo com as regras, com a Constituição, com as leis. Se
a sociedade quiser alterar essas leis, isso será feito pelo parlamento. Enquanto não houver alteração, está
valendo isso, e o cumprimento dessas regras é garantido por um sistema judiciário independente.
Ou seja, a sociedade pode envolver-se de várias formas nas escolhas, na execução e na avaliação de
políticas públicas.
ATENÇÃO!!!
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A prova poderá cobrar o conceito completo de governança ou cada uma dessas partes, e ambas
estarão corretas. Se a questão abordar que governança é a capacidade de coordenação entre Estado
e sociedade ou entre atores governamentais e atores sociais, estará correto.
● O conceito abre espaço para a ação coordenada entre setores estatais e não
estatais desde a definição das prioridades públicas até a execução e avaliação
das políticas (Leonardo Secchi).
ATENÇÃO!!!
Algumas questões de prova recentes associaram a palavra legitimidade à ideia de governança.
A legitimidade para o exercício do poder político é uma condição central da governabilidade.
Mas a legitimidade de um governo também tem relação com a governança, porque só um poder
legítimo consegue fazer parcerias, contar com a sociedade. Há uma relação entre os conceitos, por
isso algumas questões de prova estão cobrando isso.
ATENÇÃO!!!
Se a questão de prova indagar se a reforma gerencial tinha por objetivo resolver um problema de
governabilidade ou de governança, a resposta é governança. Ou seja, dar capacidade ao Estado para que ele
pudesse formular, implementar e avaliar políticas públicas em benefício da sociedade, visando a promoção do
desenvolvimento social e econômico.
Governança possui, também, uma dimensão externa, e não apenas interna (capacidade
econômica, técnica e administrativa). Essa noção tomou força com a emergência das
Reformas Gerenciais, por volta dos anos 80, fim dos anos 70. Exala disso a compreensão
de que o Estado, em si, não basta para gerenciar absolutamente tudo e atender a todas as
necessidades sociais sozinho, de modo que firma parcerias com a própria sociedade, em
uma articulação externa, com atores da sociedade e entidades não governamentais na
execução de políticas públicas, sendo esse também um formato de governança, dividindo
essas obrigações e envolvendo nesse processo a própria sociedade.
O Estado se socorre da sociedade para que em conjunto realizem políticas públicas. E terão
os mecanismos das parcerias público-privadas, os acordos feitos com organizações sociais
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
ou organização civil de uma forma geral, com atores não governamentais, articulações com
imprensas, sindicatos, com movimentos sociais para que possa formular e implementar e
avaliar políticas públicas.
GOVERNANÇA PÚBLICA
● Caracterizada pelos aspectos adjetivos ou instrumentais da governabilidade,
ou seja: dadas determinadas condições de exercício legítimo do poder político
pelo Estado, a capacidade financeira, técnica e gerencial deste último - e dos
seus governos em especial - de formular, implementar e avaliar as políticas
públicas.
A governabilidade, dentro da perspectiva apresentada, seria, então, os aspectos substantivos ou
materiais, a decisão política, em si. A governança estaria, assim, para os aspectos adjetivos ou
instrumentais, ou seja, as condições instrumentais necessárias para tornar uma decisão tomada
legitimamente pelo poder político e transformá-la em realidade.
Chegando-se assim, mais uma vez, à conclusão de que a capacidade interna, mais a externa de
formular, implementar e avaliar políticas públicas para promover o desenvolvimento e levar serviços
públicos e atender a demandas da sociedade
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
GOVERNAR
Realizar escolhas em nome da sociedade e executar as decisões e as políticas públicas
Para que o mencionado acima possa ocorrer, é necessário um conjunto de meios, de instrumentos para tal.
Para governar são necessárias ambas as intituladas “capacidades governativas” mencionadas acima, a
governabilidade e a governança. Pode-se observar uma sem a outra em alguns momentos, mas um governo
carece de ambas para se sustentar e governar, ir adiante.
GOVERNANÇA CORPORATIVA
E a Governança Corporativa?
É possível pensar o conceito de governança dentro de organizações públicas. Para tal,
lança-se mão de conceitos advindos da iniciativa privada, configurando, assim, a ideia de
“governança corporativa”.
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CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
TEORIA DE AGÊNCIA
define que sempre que alguém é contratado para atuar em nome de outrem, estabelece-se
uma relação agente-principal, e que nessa relação o principal contrata o agente, que
executa um conjunto de ações para atender ao interesse do principal.
No entanto, cada um dos elementos dessa relação possui, nisso, interesses próprios, que
nem sempre estão alinhados entre si, podendo haver conflitos de interesses, havendo
casos que, a depender da configuração de conflitos dos interesses envolvidos na dinâmica,
o agente passa a atuar em defesa do seu próprio interesse, mesmo estando em desacordo
com o interesse primordial do principal, deixando-o à distância.
A noção da assimetria de informações consiste em crer que o agente, em regra, possui
mais conhecimento acerca da realidade do caso que o principal, podendo usar isso a seu
favor na defesa de seus interesses em detrimento dos interesses do principal.
Assim, somando conflito de interesse entre as partes destacadas à assimetria de
informações enfrentamos um “problema de agência”. Assim, os esforços das
organizações de organizam em torno da necessidade de construir uma governança
corporativa que minimize os conflitos de interesses e a assimetria de informações, para
combater, assim, o problema de agência.
2021/FGV - Ao eleger representantes por meio do voto, a população espera que eles
promovam políticas que sirvam ao interesse da sociedade. No decorrer dos
respectivos mandatos, no entanto, nem sempre esses representantes cumprem com
o prometido, buscando muitas vezes maximizar os interesses pessoais em
detrimento dos sociais. Com base na literatura sobre governança pública, apresenta
esse desalinhamento como Conflito de agência.
Conflito de agência: divergência entre o agente (representantes) e o principal (povo)
Problema dos feixes de contrato: problema na segurança institucional que permitiria a organização dos fatores
de produção e a redução dos custos de transação
Free-riders: interessados
São os princípios norteadores que irão preencher tanto os requisitos da governança pública quanto da
corporativa, sendo “o mesmo” em nível de fundamental, sendo as execuções, porém, bastante
distintas. Princípios que busquem minimizar o mencionado conflito de agência, tentar ter um
alinhamento de interesses e diminuir a assimetria de informações.