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Ano25 272 1984
Ano25 272 1984
PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
JANEIA04FEVEREIRO - 198
PlRGUNTE E REIIPONDERIMOS JANEIRO-FEVEREIRO - 1984
Pubtlçt~ IIlmntraJ N9272
Df......~:
SUMARIO
D. fall\'ao Bet1e~rt osa
AVIM • fIIoda,tor da lode a ma"rll! - N.lO TENHAIS MEDO'" •. .. ,...... . 1
publicada " ..te pflr)Odlco
D"---" Ainda WNI yU o C6d1tO:
.0 . Hlldebtancto P. Marlln. OSB OS LEIGOS NO NOVO D IREfTO CANO-
NICO . .
,
~~ o· '.trlbuIQlo: au.,lio que aforme,...:
" NOSSA FE ESTA. MUDANDO?" ..•• . • 15
Edlçe. Lume" Chriali
Dom G,,.rdo, «) • 59 andar. S/501 Um doe_lo de Aoma:
Tel.: (021) 291 ·7122 QUeM PODE CELEBRAR A EUCARIS·
CaIu postal 2MB TIA? .. . .... ................ ... . .. "28
20001 - Rio de Janeiro • RJ
NOVDS Alpt<:Cos da Teolog" di Ubef-
taçio:
Papmento em cheque nornlnal viU.do ou " LITURGIA E LlBERTAÇ.l.O" •.•.•..•• -49
Vali PeItai _:
.u.,.pdo (pln Atlnela CenItllI/RIo).
Um problema patoflll:
AS DISPOSlçoES PARA COMUNGAR
EdlçOa lurn.n Chrl. U
DIGNAMENTE • . •• .• . . . . ..... . .. . •. .59
c.tu Poela' 2eM
20001 - Rio d, Janeiro· RJ I!dnIOloa" ..... 1Oc:o:
· UMO IGREJA NO POVO E PELO POVO" 66
Do
....
. ,,,h<> •
ASSINATURA
d. janeiro
1IU:
30
Um documento ........... :
PARA TENTAR DESTRUIR A FE ••.•• 76
.. ...... ..••.
De •• de junho a 31
dezembro CoS 8 .000.00
C.,
AMario,.. •, ...
N6m.,. lmlteo.. d, 191.
. .... C.,
1.000.00
450.00 NO PROXIMO NOMERO
RENOVE QUANTO ANTES 273 - Março-Abril - 1984
A aUA A881NATURA
Oeelaraçlo ecum6nlu sobre Maria.
E a conluio dos peudos? - O H nlldo
COMU...aUe-Noa QUALQUER da Eucar lsUa. - O cláma de El Palma r de
MUDANÇA DE ENDEREÇO T,ora e • " Uonlllnn. Se"I.". - A. ~c ur •• "
do Dr. Edson de Queiroz. - I Chlng. -
Halha Yo~ . - ".A. Glorllleaç.o ~.
CoMpoeIva. • 118"...100:
"Marques Saraiva-
SUltoe RodfllllMl, Z4Q
Alo ct. Janeiro Com aprovaçlo eclesiAstica
"NÃO TENHAIS MEDO!"
Estas palavras, tão repetidas pelo S. Padre João Paulo n,
encontram-se de ponta-a-ponta na mensagem bíblica; cf. Jz
6,23; Sl 3,14.16; .TI 2,215; Lc 1,30 ...
E por que caracterizam. desta maneira. os livros sagra-
dos! - Por lrre:alismo ou ignorância assintosa dos males que
ameaçam a vida do homem sobre a terra? Não haveria motI-
vos para temer. espedalmente numa época como a nossa, em
que a bomba at6mica ameaça destruir a humanidade?
A Escritura não é irreaJlsta. Muito ao contrário; exorta·
.nos a calcular bem dificuldades e perigos antes de empreen-
dermos qualquer façanha ; cf. Lc 14,28-33. Os cristãos são
enviados como cordeiros em meio a lobos; cf. Lc 10,3. Toda·
via a Escritura sabe que a obra de Deus no mundo rematará
a história e que o Senhor dirá a palavra final de todos os
tempos (cf. Me 10,325); por isto ela incita os di.scipulos do
Senhor a não temer; quem Lhe for fiel, perceberá que a sua
lula não terá sido vã. Todas as labutas e angústias serão
transfiguradas, como transfigurada foi a Paixão de Cristo.
Apenas uma desgrat'8 é realmente má: o afastar·se de
Dew ou o pecado; na verdade, Deus é o único Bem que a
criatura em hipótese alguma pode perder; a proprla vida do
corpo é valor a que o cristão pode e deve ren~clar desde que
lhe seja empecilho de fldeJldade a Deus. Com efeito, diz o
Senhor Jesus: .. Não tenhais medo daqueles que matam o
corpo, mas não podem matar a alma. Temei, antes. Aquele que
pode destruir a alma e o corpo na geena" (Mt 10.28). Aquilo
que causa a ruína total do cristão, é o Não a Deus ou o
pecado. OS valores morais, portanto, estãa adma dos valores
tisicos. como, aliAs, percebia nruito bem o filósofo pré·cristão
Platão, ao dizer que mais desgracado do que o condenado à
morte injustamente é aquele que o condena injustamente (d.
0MgIu I 469).
~ precisamente no limiar de novo ano, pelos prognósticos
apresentado como sombrio, que nos recordamos da mensagem
blbllea: «Não temals". O perigo de bombas e destruição fislca
ainda será &uperável se o eristáo souber guarda incólume a
sua adesão 80 Senhor Deus; isto pode exigir heroismo, mas o
heroIsmo não deve espantar o dJscIpulo de Cristo. Neste
mundo em que se multlpUcam os engenheiros e os engenhos,
o que se requer é :santidade e santos; é este o valor que falta e
sem o qual o mundo não pode senão estar agitado; é este o
valor gole ~e garantir aos d1scIpulos de Cristo paz em melo
às grandes. tórmentas. Cf. Rm 8,35-39.
E.B.
-1-
.PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
Ano XXV _ Nf 272 - Janeiro-fevereiro de 1984
• • •
o novo Código de DIreito Canônico, cuja EcIesiologia está
fundada sobre a ConstituIção Lumen Genüwn (LG) do Con.
cilio do Vaticano n.
deu grande ênfase aos leigos na Igreja.
Estes são consIderados no livro n, intitulado cDo Povo de
Deus •.
o n
livro se divide em três partes; 1) Dos Fiéis em geral ;
2) Da Constituição Hlerãrqulca da Igreja; 3) Dos Imtltuto.
de Vida Consagrada e SocIedades de Vida Apostólica..
As funções dos leigos são analisadas na Parte I (Dos
Fiéis). Esta consta de quatro cânones introdutórios (cânones
204-207) e de cinco títulos: tt) Deveres e Direitos de todos os
?-
os LEIGOS NO NOVO DIREITO CANôNICO 3
-4-
OS LEIGOS NO NOVO DIRErro CANÔNICO S
-6-
OS LEIGOS NO NOVO DIREITO CANONlCO '7
3 . 1. Quem é um leigo?
O Código de Direito canOnlco não oferece definição de
clelgo. na IgreJa, pois tal não é a sua tarefa. ~ preciso.' por-
tanto, pedir aos textos conciliares tal definição.
A Constituição Lumen Gentlum no;l 31a chama cleigos.
aqueles que, incorporados a Cristo pelo Batismo, fazem parte
do povo de Deus e participam, do seu modo, na mIssão sacer-
dotal, profética e régia de Cristo. O n9 31b acrescenta que a
dndole seçular (isto é, a inserção no século ou no mWldo) é
própria e peculiar dos leigos.; aos leigos toca a vocação de
procurar o Reino de Deus mediante o trato honesto dos ela-
zeres temporais; é na famUia, nas profissões seculares, no
campo da cultura, das artes, da economia, da politica, das reta.
cões internaclonais que compete ao laicato exercer sua ação
conforme OS ditames do Evangelho. Cf. Lumea. GeIltium
n' 36.38; ApostoIicam A.etuosltatem. n· 7.
Verdade é que também aos clérigos e aos Religiosos é Delta
wna certa atuação nos ambientes da cultura e nas profissões
seculares, como também aos leigos podem tocar diversos tipos
de missão dentro da Igreja. Como quer que seja, o laicato se
define pór seus afazeres tempore.ls, que lhe são próprios. embora
não exclusivos.
_ria
a remuneração por parte da Igreja, embora se trate de minis-
térios estAvels; d. cAnon 230, I 1' .
O Molu proprlo qll .....am. de 15/08/72, permite
às Conferências Episcopais, com a aprovação da Santa Sé, ins·
tituir outros ministér1os, tidos como úteis na l'e$pectlva região,
como o de ostiário, exorcista, catequista... .
-12-
OS LEIGOS NO NOVO DIREITO CANONICO 13
-13 -
14 . PERGUNTE E RESPONDEREMOS. Z12Jl9S4
4. Conc:lus'ão
Em slntese, verific:a.-~ que aos l~igos toca o direito-dever
de anunciar o Evangelho. Por isto são delegados para ativi·
dades apostólicas em virtude da sua particIpação na missão
da Igreja decorrente do Batismo e da Crisma. - Além disto,
OS leIgos são chamados a Impregnar a ordem temporal com o
esplrito evangélico, dando o testemunho cristão no exerclc10
das suas funções seculares.
Os leigos casados edlficaJn, pela sua vivência matrimonial
e pela educação dos filhos, o povo de Deus -e, de modo geral,
a sociedade civil.
Além disto, os leigos podem ser chamados e. exercer na
Igreja funções • ministérIos para os quais estejam aptos. So·
mente os homens são incumbidos do leitorado e do acolitado
estáveis e institucionais, ao passo Que às mulheres podem ser
confiados m1nlstérios temporários e extraordInários.
Estes dados manifestam o papel relevante que o leigo
desempenha na Igreja, fazendo parte da mesma comunhão
eclesiAst1ea em que estão inseridos os clérigos.
-14-
Questio que atormenta :
• • •
o autor do livro «Nossa Fé está mudando h 1 é muito
conhecido no Brasil por D.Utras obras traduzidas para o portu·
guês. Professor e presidente do Instituto de Catequese e Peda-
gogia da Universidade de Sal2burg (Áustria), tem-se dedicado
L transmIss!.o das verdades da fé • das conclusões da boa
exegese moderna a professores e catequistas.
O livro em foco atende, com sabedoria e lucidez. a uma
questão multo freqUente, mostrando que nenhuma movacão
houve (nem pode haver) no essencial do Credo, mas que a
linguagem teológica. pode mudar a fhn de se tomar inteligtve1
aos homens de épocas sucessivas. À p. 41, o autor cita Walter
l-'lfred Llpple, "'NOMe F' estA mudendo -, EcI . Paullnes, 510 Paulo
1983, 160 x 2M mm, 210 pp.
-15-
16 cPERGUNTE E RFSPONDEREMOS:t 272/1984
1. A Fé hol_
Alfred Lãpple passa em revista todos os artigos do Credo,
sem tencionar escrever um oompêndio ou manual da doutrina
cat6Uca. Apenas procura pOr em relevo o questionamento ou
8. problemática que a mentalldade moderna levanta a respeito
de cada proposição da fé e expõe o modo correto de pensar a
propósito da mesma. A leitura do livro toma.se muito útil
porque ajuda o leitOr a confrontar o certo e o errado, numa
época em que muitos mal·entendidos vão deixando perplexo e
inseguro o pov~ de Deus.
1.1. H
O autor faz wn balanco das contestações que a fê sofre
hoje em dia: «Chama·nos a atenção o fato de que não só a
Sagrada Escritura é utUizada contra a tradição da fê, mas
também se questionam a pré-existêncla do F11ho de Deus, a
concepção de Jesus operada pelo Esptrito Santo, os milagres
de Cristo, as aparições do Senhor Ressuscitado, a existêncla
dos anjo, e dos demônios. (~. 34).
LApple julga que esses questionamentos podem ter seu
sentido provldenclal; contribuem, sim, para que o cristão com-
preenda melhor o que protessa no Credo e o distinga de lnter-
-~6-
cNOSSA Ft ESTÁ MUDANDO?» 17
-17-
18 cPERGUNrE E RESPONDEREMOS» 272/1984
"Nflo' raro ouvir dizer que a gerocõo atual nCio tem sensibilidade
paro problemas religiosol, qu~ Deus lhe é indiferente, que não se
Interena por Igreja, liturgia e sacramentos. Tais afirmacões Qenfrical
não condh:;em com a realidade, m.,mo quando proferidas com
freqüência e em alto vaI: .. .
-18-
cNOSSA FÊ ESTA MUDANDO?
1. 3 . Anlos. demônios
1. 3 . 1. An los bons
cO onlo. assim se ou .... dizer hoje, pertence certamente ao c4u
• lt 16 das crlonça.. No Dicionório d. um cristão adulto poderil faltor
o palavra 'anjo'. •• No e nlanto, Michae l s'emonn, no 2' volume da
obra Mysterlum $alulll lEinai.deln·Zvrlch·K6In 19671 escreve que negar
a .xlltlnela dos on10s .eria negar a autoridade de JesuI. Esta palavra
d.veria fazer pensar e ebrir caminho à r.flexão d. que o doutrina dOI
anios nem pode ler, nem "6 de ser, considerada um adorno sup6rfluo
da Ui eridã. Ip. 64) •
• 0 IV Conálio do Lotrlio 112151 enunciou com toda a doreza
o m1l16r10 do Wbordode decaldal ' D.", atou bons, por nature!.o, o
dem6nlo e o. outrOI o,plritos InClUI, todavia eles ,. tomaram maus por
si mesmo'. Ip. 651 .
-19-
20 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 272/1984
cNõo 'e pode deduzir nem proyor peto SClgrodo Esaituto que
QS cnjQ, nãQ existam e que seiam apenas um clichê lilerórlo da pre·
sença .. autoridade de Oefllls. ' . Â 81blia não proporciona argumentos
paro prodomar CI 'demiuão' da. onjo.;? Cpp, 66s),
-20_
cNOSSA Ft! ESTA. MUDANOO ?.. 21
1 . 4. O p~do 4liglnal
-21-
22 . PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 272Il~
-22_
noturno humana ou por oulros femédios que os méritos tio únic:o
Mediador, nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nOI reconciliou em seu
longuo çom Deus.,.j ou negaI que precisamente este mérito d.
Jesus Cristo' comunicado tonto aos adultos (orno (15 crianças, atra-
vés do saCTamento do b<ltismo, quando minislrado devidamente na
forma do Igrejo, seja a"ótema',
Numa imponente perspectiva hisfóric:a, o Condlio Vaticano 11,
em sua 'Constituição fostorol sobre o Igreja no Mundo de Hoje'
Ide 7 de dezembro de 1965), ,e pronu"ciou sobre o origem e sobre
o poder do mal na história:
'Constituído por Deus em eslodo de justko, o homem, contudo,
instigado pelo Maligno, desde a início da história abusou do pró-
pría liberdade. Levantou-se contra Deus desejando otingir .eu fim
foro dele. 'Apesar de conhecerem a Deus, nõo o glorificaram como
Deus, Os seus corações insensotos se obs<ur«erom e eles serviram à
criatura 00 invés do Criador!' IRm 1.2151). Isto, que nos é conhe-
cido pelo revelaçõo divina, concorda. com o próprio experiência. Pois
° homem, olhando ,eu próprio coroçSo, descobre-se tClmbém incli-
nado poro o mClI e mergulhado em mülliplos moles que não podem
provir de seu Criador, que , bom, Recusando muitos vezes c:onhecer
a Deu~ como seu princípio, a homem destruiu a devido ordem em
relac:ão 00 fim último, e. 00 mesmo tempo, toda o harmo"jg conl~o
mesmo. com os outros homens e com as coisas criados.
Por isto, o homem está dividido em si mesmo. Por esta razão,
todo a vida humano, individual e coletivCl. apresenta-se como uma luta
dramátioa entre o bem e o mal, enlre a luz e as lrevClS_ Bem mais
ainda. O homem se. encontra incapaz por si mesmo de debelar efi-
cazmente os ataques do mal, e assim cada um 'e sente como que
carregado de cadeios. Mos o práprio Senhor veio pora libertar •
confortar o homem, renovand04o in'etlarmente. Ekpulsou o 'p,rncipe
deste mundo' (Jo 12.311, .que retinha ó homem na escravidéio do
pecado, O pecado. porém, diminuiu o própria homem, impedindo-o
d. conseguir o plenitude,
À luz. desta revelacéio, a voc:.açõo sublime e 00 mesmo tempo a
profundo miséria que OI homens sentem, encOntram o sua razão
última lart. 13).
Uma lula árduo conlra o poder dos trevos perpasso a hbl6ria
universal da ftumonidade= iniciada de,de o origem do mllndo, vai
durar 01' o último dia, .eaundo as palavra). do Senhor. Inserido
nesto balalha, o homem deve lutor sempre poro aderir 00 bem; não
canscgue alcançar o unidade interior lenão cem grande' lobvlas •
o aUkllio .to graça de Deus' lart. 371_.
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24 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS» 272/1984
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26 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 272/ 1984
Quem diz Sim à Igreia, e muilo mais quem diz Nóo à Igreja,
I.
deve per«bor o que enlende sob O nome de 'Igreio' e o que, por.
tonta, reJello sob o citacão dg palavra-chave 'Igreja', Não e'c;opCl
do falO de que o Igreja relaciona com Crislo. Ase levianamente
demais 06 excluir desde 6 início Jesus Crill6 dos disc;ussões sobre o
Igreja. A Igrejo apoio'le em Jesus Crislo seu fundador. Jesus Crillo
não é .6 fundador terreno de uma religião, nem ""er6 fundador de
uma a,saeiac56 piedosa, do qual OI membr6s posteriormente 'o lem-
bram apenas em virtude d. uma antigo lópide sepulcral.
2. Conclusão
Era necesslrio se publlaasse uma obra como a que aca-
bamos de percorrer. O leitor encontrará. na mesma a expIa·
nação de outros temas hoje controvertidos. E podem perce-
ber o modo de pensar da Igreja e de seu magistério em nossos
dias: as verdades da fé não são a mera expressão da sabe-
doria humana, mas sáo reveladas pelo próprio Deus através
da Tradição oral (que começa com Abraão no séc. XIX a .C.)
e escrita (a S. EscrItura). Tal Revelação se encerra com a
geração dos ApóstolOS (séc. I d.C.). Por isto não compete
nem à Igreja como tal nem 80s teólogos alterar O Credo ou
adaptar as proposições da fé às correntes do pensamento e da
ética elas diversas épocas da história. caso Isto fosse feito. o
Crlstlanismo delxa.ria de ser sal da terra. tennento na massa.
luz no mundo (cf. Mt 13,33; 5.13s) i o Cristianismo se trairia,
pois dirla ao mundo não ser senão wna projeção da inteli·
-26-
_NOSSA FE ESTA MUDANOO? 27
• • •
(Conllnuaçlo da plig. 88)
exemplo, algUnl lemas da pre-hlst6rla bJbllca (Gn 1-11) , aspeclllmente os
capllulos lobre Calm e Abel, o dllUvio, a lorre de Babel, nlo recebem o
tratamento devidamente eslanso: cf. p. 143.
Todavia nlo podemos deixar de reconhecer valores no livro om pauta:
assim os capltulol lobre J esul Cristo e Maria 58., os sacramentos ..•
esllo bem estruturados. InfeUunetlle, por"", nio bastam que par. se
possa reçomendar taJ obra lO USO de nOlS$8S escolas e cursos de catecismo.
• • •
o Povo •• lIbRa. Hbn6tfa &lgMa, por Paulo Tonuccl. - Ed. Pau·-
IInu, sao Paulo 1983. 1S. x 230 mm, 265 pp.
o Pe. Paulo Tonuccl , um putor que tem exerçldo Inten.. atividade
I\a Bahia, eacre ....ndo fothelos de cunho religioso e histórico para o poYO .
sImples.
A preeante obra oferece uma IntroduçAo noe elcrltos do Antigo Telta-
menta (só) em e.tllo multo .ceal".'; de cada livro enconlra-ee uma .lnleSe
do conleOdo e al~ lobre .. e[rcunstlncW do origem. Tal expl.naçlo ,
v6llc1a, dtlde que .. flça "ria rasaatva 10 comanl6rlo do autor sobre os
onze prrmelf08 capltulol do 6'; ..." (prlnclpelmente Gn 1-3). O pecaclo
dos primeIros pala , apresentado como um pecado qualquer. que ter' dado
Inicio I outros pecados; o estado de IU5tlça origInai, o convite 1 f1ll1ç~
(Continue na pég. -4e) .
-27-
Um documento de Roma:
• • •
Com a data de 6/08/83. a S. Congregação para a Dou.
trina. da Fé publiCOU uma Carta dirigida aos Bispos e, por
melo destes, aos presblteros e aos fiéis. a propósito do minIs·
té-rIo do sacrlftclo eucarlstlco; segundo novas correntes teoló-
gicas e pastorais, o sacramento do Batismo mesmo capacitaria
o cristão. em . detenninadas cIrcunstâncias. a celebrar valida·
mente a Euearl.stla. convertendo o pio e o vinho em Corpo e
Sangue do Senhor .Jesus.
-28-
o MINISTRO DA EUCARISTIA=_ _ _ _ _-'"
I. O TEXTO
«I - Infr.odu~õo
11 - Opiniões .rr&nea5
1. Os foutor•• das novai opiniões ofirmaM que loda e qual_
. qllel comllnidade cristã, pelo filio de se reunir em nome de Cristo ••
portonlo, d. se beneAçlor dll SilO prescnca Icf. Mt 18,201, eslaria
datado de todos os poderes qve o Senhor qllis conceder l.I sua
-Igreja.
-29-
30 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ Z1211.984
-30-
o MINISTRO DA EUCARlSTlA 31
Esta .ucessóo dos Apóstolos que falo com .que toda (I Igreja sela
.cf".
apostólico, constitui porta da TrodJ,ao vivo, foi, desde o prindpio,
e continuo a ser poro o mesmo Igreja a suo forma de vida. Por cuo,
afaltom-se do rato cominho aqueles que opõem o asla Trodição viva
algumas portes '.olados da Escritura. das quais prelendem dedu&ir a
direito a outras estruturas.
-31-
32 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS:. 272/1984
-32 -
o MINISTRO DA EUCARISTIA 33
IV - Exorta~ã. à vigilância
Ao propor li atenção dos Pastores logradas da lareia estes
pontos, a Sa,grodo Congreaaçiio para a Doutrina da F6 tem o deselo
de prestar-lhes um servIço. no 'ou mInistério de apascentar a arei do
Senhor com o alimento do verdade, de guardar o dep6slto do; fê. de
conservar Integra a unidade da Igrela. e necen6rio resistir, firme. na
f', ao erro, mesmo quando este se apresenla lob os aparênclol de
piedade, poro poder obroçar com a condade do Senhor os que erram,
professando o verdade na condode I cf. Ef 4,15) . ex fiéis que
atenlam a celebração da Euca~stlo à margem da vinculo da Iucollêio
apostólico, estabelecido com o saeramento da Ordem, excluem-se o si
mesmos da participação no unidade do único corpo do Senhor e,
por conse.q06ndo, não rlutrem nem edificam a comunidade, mal
dellroem-no.
-33-
34 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS~ 272/1984
• • •
11. COMENTÁRIO
-34-
o MINISTRO DA EUCARISTIA 35
1. O problema
-35-
36 c:PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 272/1984
2. Um esp"clmen brasileiro
-38-
o MIN 15TRO DA EUCARISTIA 39
I' economie dons lo trodition lotine', em lrênjkon 1972, 155-207', CI
rito eucoristico celebrado na comunidade, expreuõo 10001 da Igreja
universal;
_ o c.lobronle não-ordenado s.ria ministra extraordinário do
scaomenlo da Eucarbtia_
Talvez não se deveue chamar Q iuo d. missa, ,pois missa' uma
calegoria bem definida, teologicamente. Mell10r fwfamos denomlnó-Ia
d. allebroção do Ceio do Senhor. N(io se deveria reprodu~ir o rito
litúrnico da santo mina, que tem sou contexto litúrgico. hist6ric.o e
oficial estabelecido. Mas dever-se-io proforir um rito ortl0ni10do pela
comunidade, nascendo de suo copoddade criadora, dentro do qual
houvesse a celebração do Ceia do Senhor» Cpp. 79s).
,,-Vós. sois o Corpo de Crislo e sois seUl membros, cado um por sua
perte:. liCor 12,27).
" 3) :::t de notar, aliás, que a Igreja não deve ser concebida
como uma csocleclade democrática~, na qual o poder compete
ao povo e é por este delegado aos seus representantes. Tal foi,
sem dúvida, 11. tendência dos refonnadores protestantes do
século XVL _ A fé católica ensina que a Igreja é
sacramento. .• csacramento da unidade dos homens entre si
e com Deus~ (cf. Lumen GenUum n'l 1). Ora sacramento é um
sinal senslvel que significa e comunica a graça de Deus.
-40 -
o MINISTRO DA EUCARISTIA
-41-
o MINISTRO DA EUCAR.ISTIA 43
-43 -
44 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS» 272/1984
-45-
46 .. PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 272/ 1984
3. Vigilancia
Em SUR parte final. a Carta da Santa Sé mostra que a
atitude da I~ja. no caso. é um servico. .. cservlco de apas·
centar " ~f do senhor com o alimente da verdade e de con.
servar rntetrra a unidade dA. I~,a.. Quem Inova em coisas
essenciais na Igreja. não ediftca a comunidade, mas destrol a
sua face humana. Na verdade, não é pOssivel al't\lém unir-se ao
Corpo de Cristo por uma pretensa ce1ebra""lio da Eucaristia, se
dilacera o Corpo do ~nhor que é a Igreja.
Por conseguinte, Incumbe aos Pastores o ~ve dever de
vigiar para que nlio &e difundam as eITÔneas Idéias denunciadas
na Carta, nem sejam aplicadas na prática das comunidades
cat6ucas. Toca-lhes também o dever de cuidar para que na
catequese seiam conP.n.lamente valorizados os sacramentos da
Ordem e da Eucarist1a. 1t o Apóstolo quem exorta:
cPr8ilo a palavra, insble a tempo e foro d. tempo, confuta,
exorta çom toda o longanimidade e o deselo de instruir. .. Vigia
atentamente, resiste li provação, prega o Evangelho CI cumpfe o teu
mlnist6rlo:t 12'm 4,2-51 .
- 46-
o MINISTRO DA EUCARISTIA .7
4. Reflexão final
As novas tes6: impugnadas pela S. Congregação para e.
Doutrina da Fé têm importância a mais de um titulo: 1) afetam
o conceito da Igreja; 2) destroem a noção de Eucaristia.
Em ultima anãllse, elas se devem a duas fonles de
jnsplracão:
1) o espirilo democratizante de nossos dias, que tende a
nivelar todas as funções na sociedade: assim como, segundo
Paulo Freire, não há mais edUâldor de educandos, assim também
n ~o haveria pastores ou autoridades propriamente ditas na
sociedade e na Igreja;
2) a eclesiok>gia protestante, que reduz a Igreja a uma
Congrega~o, a Qual muito se assemelha às demais sociedades
e,
hwnanas portanto, é mutAvel como é mutãvei a opção politlca
ou a OptA0 oproflsslonaJ de cada cidadão.
O ConcllIo do Vaticano tI respondeu às tendências democrá_
tIcas do nosso tempo, utilizando a Imagem de Povo de :Dew
para designar a Igreja. Tal imagem lembra a Igualdade funda-
mentai de todos os cristãos, baseada nos sacramentos do
Batismo e da Crisma; todavia nio exclui que, sobre a mesma
base comum, se sobreponham vocetóes particulares incutidas
pelo próprio Deus para a edificacão do Corpo de Cristo; assim
o próprio Sumo Pontffice, pelo falo de ser batizado, é um crlstAo
como os demais, mas, por ter sido chamado por DeUS a especial
tcnna de pastoreio ou de construção da Igre'a, dIstlngue-se dos
demais homens, .não opor arroginda pessoal, mas por servir fiel
e humildemenbe . a Deus e aos innios dentro do seu ministério
próprio. Veja-se a Constituição Lmnen GenUam, Que apresenta
no capitulo 11 a Imagem do Povo de Deus; a seguir, explana a s
vocações particulares, QUe do a da hierarquia (e. m) , • dos
leIgos (e. IV), • dos ReUglO5OS (e. VI). O novo CódIgo de
Direlto canônico seguiu o mesmo esquema.
Em última anü1se, é Q visão de fé Que parece ressentir-soe
de osd!aç6es em nossos dias, acarretando as dolorosas con-
seqUêndas apontadas no documento em pauta. Exorta o
Senhor no ApoeaI1pse:
«Guarda o que ten" para flue nlnGu6m arrebate a ruo coroa»
1".3,191 :
- 4 7 -·
48 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 272/1984
• • •
COMUNICAÇÃO
• • •
(ConllnllAÇAo da pég, 27)
divina, a aJevaç4(l do noma"," ordem aobr8llatural .•. • tudo 1.10' allenela do:
o ·~rallO terrestre" 6 " o mundo que Ceua Idealizou par. ·OIS homens·
(p. 211); Iara. uma "..perança-, e nlo uma -"udade- .• _ Ora tal. pollç6n
nlo COIT.pondem ... doulrlna da loroja, mulu ....zos ansln.lda em ConClllot,
Inclusive no de TranlO (1504501563; cf. DS 151D-18). Ct. pp. 21 -23 delle
r..elculo.
Nota... hoje em dia a t.ndancla • atenuar ou mesmo esvu.lar o .. n--
tido de Gn 2-3, eomo .. ftIo ,.'IHIu latoa'hld6rlcs em linguagem rtea di
met6foru (COIIeII, Nrpente, fruta, Arvore da çlAnela, Arvoro da ·vlcla., ,),
mu, apen.. e.pllcuae • d esordem do mundO pelo fato de que a1llu'm
alguma vez começou. pecar e nu pecado se alastrou; a ."paraçAo del,e
I . tado de coll" deveria Ilvlr os homenl I constituir um paralso terrnlra
(Continu. na' pég. 65)
-48-
50 cPERGUNTE E RFSPONDEREMOS, 272/1984
-50-
Novos aspectos da T.ologla da Ubertaçio:
"Liturgia e liberta~ão"
4JOf Aldo Vannucchl
• • •
No n Encontro Nacional de Professores de Liturgia, rea·
. Iludo em São Paulo no mês de julho de 1981, sob os auspl.
cios da CNBB. Aldo Vânnucchi 8()resentoU as primeiras linhas
do livro que a Ed. Lo~la pubUeou em 1982 com o titulo
«Liturgia e Ubertacão» 1. A obra tenclona propor B dinam1zacão
da Liturgia católica. fazendo-a mais próxima da vida do povo
brasllelro e mais expressiva em relação 80s problemas sóclo-
.politlco.econOmicos que este vem enfrentando.
1 UlurJj" e U~rtlç.io. - Ed. Loyola, 510 Paulo, 1982, 138 x 2(18 mm,
1-40 pp.
-49-
cUTURGIA E UBERTACÁO,. 51
- 51-
52 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 712/1984
-52_
«LITURGIA E UBERTAÇA.Ch 53
2. Refl.tindo
As nossas ponderações a respeito do livro em foco con·
centrar-se-io em clnco pontos:
2 . 1. No(áo d. Uturgia
-53-
54 . PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 272/l984
-54-
.. LITURGIA E UBERTACAO:t 55
-56-
cLITURCIA E UBERTACAO» 51
-58-
Um problema pasloral:
Às Disposi~ões
para Comungar Dignamente
Em slntne: Vai publicada nas páginas seguintes parle do texlo de
uma Declaraçlo da S. Congregaflo para os Sacramentos, que, embora
ditada de 193B, conserva sua alualidade ale hoje. Tal documento rec~
menda que, 1) em consonância com a axortaçlo de S. Pio X. os léls se
aproximem freqüentemente, ou mesmo lodos os dlaa, da S. Eucaristia;
2) que o façam, porém, em estado di Qraça, evitando toda lorma de sacri-
légio ou abuso. Da I a nocessldade de se remover qualquer tipo de çoaçlo
sobre os membros de comunidades ou grupos para os quais a S. Euca-
rlslia li celebrada; dai também a necessidade da se olerlcar a todoa os
1161, a ocasllo de conllsdo sacramanlal periódica (embora nlo seja ne<:es-
,iria antes de toda e qualquer Comunhlo Eucarlstlca) . Dal tamb6rn •
obrlgaç40 da nlo se fazer da S. Eucarbtla mero s/mbalo de aolldar/ldade
Iratarna (testemunho de amlzada a quem aniversaria, a quom .e <lU. ou
a quem ast6 enlutado ... l. mas 10m6-la, antes do mais, como o ..era-
mento da unllo ao Senhor OeUl, que " tr6s vezes s.nto.
• • •
Quem acompanha as celebrações litúrgicas hoje em dia,
observa grande número de Comunhões Eucarísticas e exfgua
procura do sacramento da Reconciliação. 1; certo que não se
requer a Penitência sacramental anteS de toda e qualquer par-
ticipação na Eucaristia: parece, porém, que às vezes a Comu·
nhão jll nlo ê considerada como recepção do Corpo e do San-
gue do Senhor, que requer estado de graça ou ausência de
pecado mortal, mas, alm. como testemunho de solidariedade
aos innãos, especialmente quando há casamento, celebração
de aniversArio ou sufrágio por um fiel defunto .. _ Há mesmo
quem reconheça não estar devidamente preparado para comWl·
gar; aproxima-se, porém. da Eucaristia, propondo confessar-se
depois como se .este propósito fosse suficiente para receber a
Eucaristia em tais circunstinclas.
-59-
60 . PERGUNTE E RESPONDEREMO& Z12J1984
-00-
DISPOSIçoES PARA COMUNGAR 61
-61-
62 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS~ 272/ 1984
-62-
DISPOSICOES PARA COMUNGAR 63
Outras cavtelas
3)
el Nal comunidades (escOlos, Institutos, ocompamenlol ... ),
por ocasião ela Comunhão, é preciso evito' tudo o que poderio tornar
dlflc:il o um lavem abster-se do Eucaristia. O modo de proceder deve
ser lal que não le levem em contCl o • .casos de ab.tenção.
-63-
64 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 272/ 1984
• • •
Numa palavra: verifica-se que, há quarenta e mais anos,
como hoje, a S. Igreja deseja que
• • •
(Continuaçl o da pago 48J
futuro. Tais Idéias nlo correspondem • men58gem calõllca. Visto que o
assunto - pecado originai· " l o & de ordem lIIosóflca, nem de ordem paleonlo-
lógica ou .tqueoIÓgica, mas é eslrilamenle do plano da lé, nIo ~e ser
devidamenle abordado sem que 58 levem em conta os documento. da 'é,
que no caso alo as clectara~ da Igreja. VeJa pp. 2'-23 deSle 'aacrcul0.
Ela por que nio podemos abonar o livro de TOfMJccl como manual de
calequese bibUca.
• • •
-65-
Ecl••lologia Im foco :
• • •
o Pe. José Cal ea é Mestre em T eologia pela Pontificia
Universidade Lateranense e Doutor em Ciências Sociais pela
Unive-rsldade S. Tomás de Aquino de Roma. Atua1m(!nte exerce
as funções de pároco da paróquia de S. Pedro de Alcântara e
de professor de Sociologia no SeminMio Mator Arquidiocesano
de Brasma. Escreveu o livro cUma Igreja no Povo e pelo
Povo» com o subtitulo cRetlexão teológica sobre a Atual Ação
Pastoral da Igreja no Brasil. I , Esta obra suscita interroga-
ções importantes, que nas pêginas subseqUentes serão consi-
deradas e comentadas em tom sereno e objetivo.
-66-
cUMA IGREJA NO POVO E PEU) POVO ~
1. O cont.lido da obra
o titulo cUma Igreja no Povo e pelo Povo» jâ diz multo
da tese do livro; pretende significar a face da Igreja de nossos
dias, em contraposlçêo â cJgreja com o Estado e pelo Estadolt,
qUe terá sido a ~ja desde 1500 até 1964: cf. p. 24.
Para ilustrar a sua tese, o autor percorre sumariamente
a história da Igreja no Brasil desde a descoberta até 1983; a
Igreja trazida de Portugal paro o Brasil lera sido pautada pelo
modo constnntiniano-sacral, com integração entre Igreja e Es-
tado; as normas do Concilio de Trento SÓ terão sido aplicadas
ao Brasil no século xvm, por ocasião do primeiro Sinodo na
Bahia (1707) . A política do Padroado, que concedia ao mo-
narca de Portugal (c, depois, ao Imperador do Brasil) direito
de ingerência em questões internas da Igreja, terá contribuido
para. atrelar fortemente a Igreja ao Estado.
-67-
68 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 272/ 1984
-68-
cUMA IGREJA NO POVO E PELO POVO. 69
2. Refletindo ...
-69-
70 .PERGUNTE E R~PONDEREMOS, 272/ 19IM.
-70_
c:UMA IGREJA NO POVO E PELO POVO, 71
-71-
72 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS) 272/ 1984
-72 -
cUMA lGREJA NO POVO E PELO POVO, 73
-73-
74 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 272/1984
-74 -
cUMA IGREJA NO POVO E PELO POVO» 75
• • •
(Conllnuaçlo da pág. 65)
E .B .
-75-
.,
Um documento marxista:
• • •
A população da Etiópia é de 29.000 .000 de habitantes,
dos quais 40% são cristãos monofisitas, 35% muçulmanos e
quase 25% anl.m.istas, sendo os restantes a mInoria judaica.
o monofisismo tem sua origem no século V. quando um
grupo de cristãos náo quis aceitar as definições do Concilio de
ca!ced.ônJa (451), que professava duas naturezas (8 divina e
a humana). mas wna só pessoa (a divina), em Jesus Cristo.
OS l'I'Ionoflsltas professam a absorção da natureza humana
pela divina em Cristo, de modo que só reconhecem uma natu
reza. (mia. physls) e uma. pessoa em Cristo. Em nossos dias, po.
rém, pode-se dizer que praticamente aceitam a crença da Igreja
universal promulgada pejo ConclUo de CalcedOnia. ExIstem
monofisitas tanto no Egito (são os coptas) quanta na Etlóplaj
até 1946 reconheciam como único Patriarca o de Alexandria
(EgIto) e integravam.se lIumB só comunhão; naquele ano, po_
rém. os da Etiópia se separaram dos captas egípcios. visto que
têm suas observâncias próprias (entre as quais, a prática da
cLrcunclsão). Os cristãos monoflSltas da Ablsslnla representam
uma força viva da nação, orientada por 75 .000 sacerdotes. A
partir de 1966, outras confissões cristãs, como a lUlérana, se
implantaram naquele peJs. Em 1974, o Governo lmperial foi
substitu1do por um regime socialista, que em 1978·1979 come·
-76-
PARA TENTAR DESTRUIR A FÊ Ti
COMBATE À F~
c I. Convocai VOlSCU anembléias municipais nOI domingol de
manhã. Exigi que seja regislrQdQ cada habitante vivo na região.
CuldCli de que lodos participem das assembléias, Infligi penos leve-
ras Ide mullQ ou de prisãol àqueles que nõo comparecem.
2, Designai cristõo. militontes paro realb:ar O trabalho volun-
flnio que deve ser feito na comuna, Deste modo estarão tôo Otupa-
dos ,que não terõo tempo de l e dedicar o alguma obra crislÕ. Se
recus.arem. fereis ai um motivo para lonçó. lo$ no (6rcere.
-77-
78 c:PERGUNTE E RESPONDEREMOS' ml1984
-78 -
PARA TENTAR DFSTRUIR A m 79
-79 -
m cPERGUNTE E RESPONDEREMQSt 272/ 1984
-80
PARA TENTAR DESTRUIR A FE 81
Estêvão Bettencourt O. S . B.
• • ••
-81-
ECOS DE VIAGEM À IHDIA
Madre Teresa de Cal<utá
Desta vez, quem tem algo a relatar de suas viagens apos-
tólicas, é o Pe. João Maria Gardenal S ,J., conhecido pregador
de Retiros no Brasil e no estrangeiro, cuja residénçla é a cidade
de Salvador (BA). À guisa de colaboração, o Pe. Gardenal
enviou a PR a crônica abaixo. Aceitando a interessante nar-
ração, a Redação da revista agradece·a ao autor, certa de
que será de utilidade aos leitores.
IMPRE550ES DA (NDIA
cTenho pregado Exercícios Espirituois em diverSOI peias do
América Lollno, na Europa, na Ásio Menor e na India, para CII Reli-
giolcu d. Madre TeresQ de Calculá. Em muitol destes ÇUflOI Madre
Teresa eslavo presente, MoróvomOJ na mesma casa e converSQvamos
freqüentemente com muita franqueza.
-82-
VIAGEM À lNDIA S3
-83
,
84 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 272/ 1984
• • •
A titulo de comp1em~ntação, acrescentaremos abaixo a1gu.
mas noticias sobre a Congregação das
MISSIONARIAS DA CARIDADE
1, Madre Teresa de caJcutA fundou a Congregacão das
M1ss1onârJas da caridade, que têm casa nQ Rio de Janeiro
desde 1982, à Avenida BrasU 4947, Bonsucesso, CEP 21040;
fone: 270·0619, O lema da Congregação é: cSaclar a sede de
Cristo na Cl'UZ através da alegria de dar,., As MIssIonirlas da
Caridade, além de professar pobreza. obediência e castidade.
emitem um. quarto voto: o de servir gratuitamente a Cristo,
presente principalmente· na pessoa dos aflitos mais neces-
sitados.
Em janeiro de 1983 a comunidade do Rio e.briu uma casa
para desabrigados, que contava 15 leitos e 25 pessoBB inter·
nadas (13 adultos e 12 crianças) em outubro de 1983. As
-84-
VIAGEM A lNOlA S5
• • •
CORRESPONDItNOIA DOS LElTORF.'!
Em novembro-dezembro 1983. a nossa revista lançou uma
sondagem de opinião entre os leitores a fim de avallar a sua
caminhada.
As; respostas vieram em grande- número - o que pro-
voca, da parte da. Redação, prohmda gratidão 8 quem se deu
&Q ...trabalbo de preencher o questlonârio. A RedaCêo de PR
teria prazer em escrever a cada correspondente para dlur-lhe
cordIal «Muito obrigado!:t Visto que isto nio é posslvel, regis.
traJpos nestas Unhas algumas observações sugeridas por res-
postas dos nossos emlgQS:
_86-
CORRESPONDtNCIA DOS LEITORES 87
•••
livros em estante
Na Escola da F., por Félll1 Moraeho S .J . Traduçlo d. J0s6 Americo
de Assis Coutinho e Eugênia Flévlan. Coleçlo "Por que c r.Io·, n~ 5 -
Ed. Pauflnu, Sio Paulo 1983, 135 x 210 mm, 428 pp.
o lubtltuJo do livro soa: "A Salvaçio na Hlslórla apresentada aos
Jovens e adunos à luz. da SIbila, do Uaglst6rio, do Concilio, d. Uedellln e
eM Puebl.-. O autor, Jeauit. de "ngUI espanhola, apresenta trinta temas,
como • Sibila, a h1slórla das origens, o pecado na história, a vida. a
morta d. Jesus, a Igreja, Maria $S., os sacramentos, a . . lcIa eterna . .. O
tema "55. Trindade (Pai, Filho. Eaplrllo San~o)· nlo é explleltamenl&
abordado - o que dave N r lam.ntado.
Quanto ao peeado -origInai, .. considerado As pp. 132-135; toda . . l. o
autor 010 menciona a Justiça orlglnalj conslder. -Q parafao como a "maqU1lta
do que ser' o mundo, se o homem puser mies à obra a lular contra os
mar.. da vIda· (p. 1331); em con••qD6ncla, o primeiro pecado ..... m a •• r
um pecado como OI demais que o homem Iam cometido na hiltOn. - o
que nlo conupond. l doulrlna ollclal da IgreJa, .xpreaaam.nta repeUda
por Concnles, inclUSive o de Tranto (cf. D. S. n9 1511·1516. 1523).
No Itvro veriflca-se lambem quo O conceito de pecacSo mortal 6 o de
ruplura da opçlo fundamental (algo de r.latlvamenle rero) - o que tem-
Wm nIo condiz com o pellAm.nto da Igr.ja; cf. Declaftlçlo 'enona
Hwn.... da S. Congragaylo plU'l a Doultlna da Fé, n<I 10. O au10r mul10
acentua a probleméUca social, li......zes Mm propósllo edltquedo ou d.1-
unelo de aprfllMlntar oulfOS asp.ctos Importantes da doutrina; assim, por
(Continua na p'g. 21)
-88-
AOS NOSSOS LEITORES
ASSINATURA EM 1984
NOVIDADE:
. 4. UTtJRGIA PARA O POVO DE DEUS (3' ed., 1984). pelo
Saleslano Don Carlo Flore. traduCão de D. Hildebrando
P. Martins 058. Edição ampliada e atualizada, apresenta
em linguagem simples toda a doutrina da Constituição
LItúrgica do VaI. 11. ~ um breve manual para uso de Se·
minérios, Noviciados, Colégios, Grupos de rellexão, Retl·
ros ate., 216 p . - Cr$ 2 . 000,00. .