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Diálise é o processo físico-químico pelo qual duas soluções (de concentrações diferentes), são
separadas por uma membrana semipermeável, após um certo tempo as espécies passam pela
membrana para igualar as concentrações. Na hemodiálise, a transferência de massa ocorre entre
o sangue e o líquido de diálise através de uma membrana semipermeável artificial (o filtro de
hemodiálise ou capilar). Já na diálise peritoneal, a troca de solutos entre o sangue e a solução de
diálise ocorre através do peritônio.
Resultados: a análise dos dados de absorbância revelou valores crescentes ao longo do tempo em
todos os experimentos realizados. Contudo, nos casos em que a temperatura e a concentração
foram maiores, a absorbância aumentou mais rapidamente. O processo também pode ser
acompanhado visualmente pelo aumento na intensidade da coloração da solução no meio
dialisador.
Conclusão: os resultados obtidos indicam que o processo dialítico sofre influência da concentração e
da temperatura. Quanto maiores essas variáveis, maior a velocidade de difusão das partículas.
Hemodiálise
Esquema representativo do circuito de hemodiálise. O sangue é retirado do paciente por um acesso venoso e
impulsionado por uma bomba até o filtro, sendo então devolvido ao paciente.
Introdução
Basicamente a separação por diálise é um processo lento que depende das diferenças entre o
tamanho das partículas e entre os índices de difusão dos componentes coloidais e cristaloidais.
Quando uma mistura é posta num recipiente de colódio, pergaminho, ou celofane e submersa
em água, os íons e pequenas moléculas atravessam a membrana, deixando as partículas coloidais
no interior do recipiente.
Máquina de hemodiálise
Na hemodiálise, o sangue é obtido por um acesso vascular, unindo uma veia e
uma artéria superficial do braço (cateter venoso central ou fístula artério-venosa) e impulsionado por
uma bomba até o filtro de diálise, também conhecido como dialisador. No dialisador, o sangue é
exposto à solução de diálise (também conhecida como dialisato) através de uma membrana
semipermeável, permitindo assim, as trocas de substâncias entre o sangue e o dialisato. Após ser
retirado do paciente e filtrado pelo dialisador, o sangue é então devolvido ao paciente pelo acesso
vascular.
As máquinas de hemodiálise possuem vários sensores que tornam o procedimento seguro e eficaz.
Os principais dispositivos presentes nas máquinas de diálise são: monitor de pressão, temperatura,
condutividade do dialisato, volume de ultrafiltração, detector de ar, etc.
Uma sessão convencional de hemodiálise tem, em média, a duração de 4 horas e freqüência de três
vezes por semana. Entretanto, de acordo com as necessidades de cada paciente, a sessão de
hemodiálise pode durar três horas e meia ou até mesmo cinco horas, e a freqüência pode variar de
duas vezes por semana até hemodiálise diária em casos selecionados, como a dialisse kn.
Dialisador
O filtro é constituído por dois compartimentos: um por onde circula o sangue e outro por onde passa
o dialisato. Esses compartimentos são separados por uma membrana semipermeável e o fluxo de
sangue e dialisato são contrários, permitindo maximizar a diferença de concentração dos solutos em
toda a extensão do filtro.
As membranas são compostas por diferentes substâncias: celulose, celulose modificada (celulose
acrescida de acetato) e substâncias sintéticas (polissulfona, etc). Existem diferentes tipos defiltros,
cada um com características próprias como por exemplo, clearance de uréia e maior ou menor área
de superfície. Assim, podemos escolher um determinado filtro de acordo com as condições clínicas
e necessidades de cada paciente. A escolha do dialisador é dada pelo peso do paciente, pela
tolerância à retirada de volume e pela dose de diálise necessária.
Atualmente os dialisadores passam por uma prática segura de reprocessamento, que limpa, analisa
a performance e esteriliza o mesmo. Os dialisadores são reutilizados sempre pelo mesmo paciente.
A fim de evitar riscos de contaminação, porém, doentes com sorologia HIV+ não são enquadrados
na prática de reutilização do dialisador.
Dialisato
É importante ressaltar que a água usada durante a diálise deve ser tratada e sua qualidade
monitorada regularmente. A presença de compostos orgânicos (bactérias) e inorgânicos
(Al, Flúor,Cloramina, etc.) podem causar sintomas durante a hemodiálise ou induzir
alterações metabólicas importantes.
A máquina de hemodiálise mantém controle total sobre o dialisato, como nível de condutividade e
temperatura da solução, a fim de evitar possíveis complicações durante o tratamento.
Anticoagulação
A anticoagulação deve ser feita para evitar a coagulação do sangue no circuito de diálise. Pode-se
usar heparina não fracionada ou de baixo peso molecular, com infusão em bolus ou mesmo de
maneira contínua. A diálise sem heparina deve ser usada sempre em pacientes com alto risco para
sangramento. Para isso utiliza-se alto fluxo de sangue e lavagem do circuito com soro fisiológico a
cada 30 minutos. Os fatores que favorecem a coagulação do sistema são: baixo fluxo de
sangue, hematócrito alto, catéter endovenoso, alta taxa de ultrafiltração e transfusões intradialíticas.
Hemodiálise: a solução de diálise passa pelo filtro, ocorrendo trocas de solutos com o
sangue por difusão, ultrafiltração e convecção. Nesse processo, a quantidade de líquido
removida é de 3 a 6 litros, levando de três a cinco horas em terapia convencional.
Portanto, cada ciclo de diálise peritoneal (conhecido como troca) possui três fases: infusão,
permanência e drenagem. O número de trocas ou ciclos realizados por dia, assim como o tempo de
permanência e drenagem, dependem da modalidade de diálise peritoneal escolhida de acordo com
as características clínicas de cada paciente.
CCPD com troca manual: uma ou mais trocas extras são realizadas durante o dia para
melhor adequação do paciente.
Conceitos
Diálise peritoneal manual: as trocas são realizadas manualmente pelo paciente ou por
terceiros com treinamento prévio. Exemplo: CAPD
Diálise peritoneal automática: as trocas são feitas por um dispositivo mecânico chamado
cicladora, a qual é previamente programada para realizar as trocas de acordo com as
necessidades de cada paciente. Exemplos: NIPD, CCPD, DPI por cicladora.
Diálise contínua: nesse modo, ocorre diálise sem interrupção durante 24 horas por dia.
Dessa forma o abdome fica sempre preenchido por líquido de diálise. Exemplos: CCPD, CAPD.
Quem precisa fazer diálise?
Os rins têm a função de eliminar substâncias tóxicas do organismo através da
urina. Participam também da excreção de água e de sais minerais, do controle da
acidez do sangue e da produção de hormônios. Quando os rins sofrem de alguma
doença crônica que leve à perda de suas funções, dizemos que há insuficiência
renal crônica. Isso pode ocorrer, por exemplo, em pacientes com hipertensão
arterial (“pressão alta”) mal-controlada, diabetes mellitus de longa duração,
glomerulonefrite crônica, rins policísticos, entre outras causas.
Se os rins estão muito doentes, deixam de realizar suas funções, o que pode levar
a risco de vida. Nesta situação, o paciente geralmente apresenta sintomas como
fraqueza, perda de apetite, náuseas, vômitos, inchaços, palidez, falta de ar,
anemia, e alterações nos exames de sangue (aumento de uréia, creatinina,
potássio, etc.). É preciso, então, substituir as funções dos rins de alguma maneira,
o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A
diálise é, portanto, um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins,
retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo,
estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Através da diálise, é possível
melhorar os sintomas acima citados e reverter a situação de risco de vida imposta
pela insuficiência renal.
A hemodiálise vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais
do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em
geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4
horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste
tratamento. Para que o sangue passe pela máquina, é necessária a colocação de
um catéter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais
comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e,
desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.
Existe, além do CAPD, uma outra forma de realizar a diálise peritoneal, conhecida
por DPA, ou diálise peritoneal automática. Esta terapia funciona de forma
semelhante à CAPD, ou seja, também se baseia na infusão e drenagem do banho
de diálise na cavidade abdominal. Entretanto, ao invés das trocas serem efetuadas
ao longo do dia, estas são realizadas à noite, enquanto o paciente está dormindo,
de forma automática, com o auxílio de uma máquina conhecida como cicladora. A
cicladora pode ser colocada à beira da cama do paciente, possibilitando desta
forma, o tratamento noturno, liberando o paciente da necessidade de trocas
durante o dia.
Dra. Maria Claudia Cruz Andreoli - Mestre em Nefrologia
Dr. Marco Antônio Nadaletto